Lago Plantado Revista feita por e para aquaristas
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Lago Plantado Revista feita por e para aquaristas
Ano VI • Número 17 • Jul-Ago-Set/2013• Distribuição Gratuita Revista feita por e para aquaristas amantes da natureza. Lago Plantado Viagem ao Parque Estadual do Jalapão Tubarões de Água Doce Alimentação: Qualidade é Economia! Dieta alemã para peixes de todas as nacionalidades. Seus peixes podem ter uma alimentação de primeiro mundo. Divididas entre as linhas especial e premium, as rações oferecem alto valor nutricional para diferentes espécies. Além da melhor nutrição, diferenciais tornarão o aquarismo cada vez mais interessante e prático: grânulos que afundam a diferentes velocidades, eficiência na alimentação de todos os peixes e o exclusivo sistema click. Com ele, você disponibiliza a quantidade exata de alimento a ser oferecida aos peixes. JBL. Alemã por natureza. Editorial Sumário 4 - Viagem ao Parque Estadual do Jalapão Marcelo Assano 9 - Lago Plantado Lui Garcia Esta edição 17 continua nossa missão de levar conhecimento aos aquaristas e amantes da natureza e divulgar as maravilhas naturais que podemos encontrar pelo Brasil. E em um momento onde nos encontramos com muitos amigos, que é durante o Encontro de Aquaristas de Londrina. Espaço para que possamos aprender e ensinar, numa troca de experiências, promovendo ainda mais o nosso hobby. Recebemos os amigos com muito carinho, sabendo que deixarão saudades. Agradecemos a todos que já estiveram em nossa cidade para participar de nossos eventos e convidamos aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de conhecer o nosso trabalho. Serão todos sempre bem-vindos! Voltando a esta edição, trazemos imagens maravilhosas captadas pelo Marcelo Assano quando esteve visitando o Parque Estadual do Jalapão, em Mateiros, Tocantins. Um local especial para quem curte a natureza e gosta de belas Revista Aqualon paisagens. Também falamos sobre peixes, em especial, sobre os “tubarões de água doce”. Edson Rechi discorre em nossas páginas sobre peixes que recebem este apelido pela morfologia externa que apresentam. E se muitos vão aos ambientes naturais para desfrutar da vida que a água proporciona, há quem reproduza pedaços da natureza em seu próprio quintal, como o Lui Garcia, que nos mostra o lago que criou para seus momentos de relaxamen- to. Uma obra de arte! Desejamos a todos uma ótima leitura e agradecemos pela amizade e carinho dispensados para com nossos projetos. Um grande abraço da Equipe Aqualon e desejamos uma ótima leitura a todos! 14 - Galeria de Peixes Rony Suzuki 16 - Galeria de Plantas Aquáticas Rony Suzuki 18 - Tubarões de Água Doce Edson Rechi 23 - Alimentação: Qualidade é economia! Americo Guazzelli 3 Viagem ao Parque Estadual do Jalapão Por: Marcelo Assano Fotos: Marcelo assano Quatro dias de uma viagem de aventura no coração do Brasil. O Parque Estadual do Jalapão foi criado em 12 de janeiro de 2001 e se encontra localizado no Município de Mateiros, no Estado Brasileiro doTocantins. O parque abrange uma área de quase 150 mil hectares e é considerado o maior parque estadual do Tocantins. A vegetação é predominantemente de cerrado ralo e campo limpo com veredas. Saindo de Palmas, dormimos em São Felix, Mateiros e Ponte Alta, totalizando 1.300 km rodados (01). Devido ao grande número de 01 4 do por aquaristas no aquapaisagismo) (04). Porém, é uma pena que sirva para um fim não tão nobre (05). fotografias que são os meios mais fiéis para expormos aos leitores como é o local, dividiremos a matéria em duas partes, nesta apresentaremos os dois primeiros dias da viagem, na próxima, os dois últimos. Primeiro dia: Praia do Borges em Novo Acordo Uma linda praia de água cristalina às margens do Rio Sono (02 e 03), um dos mais importantes afluentes da bacia hidrográfica 02 03 Araguaia/Tocantins. Já na primeira parada,tivemos contatos com os peixes da bacia, infelizmente não levei uma máquina subaquática, mas me parece ser um apistograma. Também pudemos encontrar lindos materiais, como os primeiros “hardscapes” (material utiliza- 04 05 Comemos deliciosa porção de costelas de pacu (06) e seguimos viagem. uma 06 Revista Aqualon Serra do Gorgulho (Morro Vermelho) Uma leve escalaminha (Caminhada íngreme) no percurso de aproximadamente 200 metros nos permitiu contemplar uma das vistas mais lindas do Parque, que impressiona pelas formações rochosas de belezas únicas (07). nada como um maravilhoso Surubim no almoço que nos foi servido logo ali na Fazenda do Camilo, debaixo da sombra de uma mangueira (09). dos da região, a famosa catedral (13). 11 13 Segundo dia: Despertamos cedo e fomos ao fervedouro do alecrim (14), uma ressurgência onde a água sai com muita pressão, sendo quase impossível afundar neste local. 09 07 Dentre os elementos naturais que mais chamam a atenção dos adminiradores da natureza nessa atmosfera, podemos destacar um grandioso Buritizal e cânions (08). Continuamos em meio ao cerrado ralo, passando pelas veredas onde me senti no livro de Guimarães Rosa, Grande sertão veredas (10). 12 10 08 Depois de apreciar a paisagem local, subindo e descendo morro, Revista Aqualon Paramos mais uma vez para nos refrescar, desta vez na prainha do rio Sono (11), momento em que nos foi possível ver peixes capturados por um morador local e novas plantas (12). Já ao entardecer, chegamos à Reserva Particular de Patrimonio Natural (RPPN) Catedral do Jalapão, de propriedade do Secretário de Turismo do Tocantins, professor Lúcio Flavo Adorno. Essa unidade particular de conservação foi criada para conservar um monumento natural, uma enorme rocha cujo formato se assemelha ao de uma igreja e que se transformou em um dos cartões postais mais conheci- 14 Após um maravilhoso café, partimos para mais uma maravilha local, a Cachoeira do Formiga, uma pequena queda d`água cercada por uma vegetação exuberante, de árvores altas, samambaias e moitas de palmeiras nativas. Mas o verdadeiro espetáculo ficou por conta da piscina formada ao pé da 5 cachoeira, onde águas de um verde-esmeralda encantador convidam ao mergulho. Uma jóia onde é possível se banhar e observar o fundo do poço, com areias calcárias (15). E aqui a planta emersa (18). 20 18 15 No fundo podemos observar um carpete de Eleocharis sp. (16). Partindo para um novo local em meio à vegetação fechada, entre brejos e riachos, surge um lugar de rara beleza, cercado por bananeiras, o Fervedouro de Mateiros (19). Ao seu centro está um grande poço de água azul transparente, na verdade é a nascente de um rio subterrâneo. A água que brota das areias claras cria o fenômeno da ressurgência, que tornam impossível até o banhista mais persistente afundar. (Hoplerythrinus unitaeniatus) (21), que com paciência vem observar os visitantes. 23 Infelizmente não foi possível coletar e identificar os characídeos, mas podemos observar três espécies diferentesnesta foto (24). 21 Mais abaixo, seguindo o curso do rio, pudemos encontrar várias plantas (22 e 23). 24 Planta emersa e submersa (25). 16 Esta planta submersa parece uma espécie de Spathiphyllum sp. (17). 25 19 17 6 Ali também pudemos encontrar vários characídeos e ciclideos (20). Uma traíra conhecida como jejú 22 E mais hardscape no caminho (26). Após este banho, fomos à comunidade quilombola da mumbuca, onde Dona Santinha foi uma das Revista Aqualon 26 precursoras do artesanato com um capim local, o capim dourado (27). 27 Passamos pelo rio novo onde suas água cristalinas permitem a existência de plantas aquáticas submersas (28). 29 Uma das surpresas dos diferentes cenários que formam o Jalapão são as suas dunas de areias douradas, que chegam a atingir 30 metros de altura, o que levou o lugar a ser chamado de deserto do Jalapão (30). Seria um deserto, se o Jalapão não fosse também um paraíso das águas e um lugar onde a presença de flores e animais exóticos salta aos olhos. 32 31 Na saída, uma última olhada na serra que enfrentaremos amanhã (33). 33 30 28 Na mata de transição, a vegetação rasteira é similar às savanas. Para chegar às dunas do jalapão (29). Revista Aqualon Próximo às dunas de cor alaranjada, o cerrado também brota no solo de areia (31 e 32). A explicação para a coloração está na decomposição do arenito, que forma a serra do Espírito Santo. 7 LAGO PLANTADO Texto e Fotos: Lui Garcia (Empresário - Químico e Gestor Ambiental) “A correria do dia-a-dia, a exigência de horários, o cumprimento de metas, regras e tantos outros parâmetros exigidos aumentam a necessidade de um momento para relaxar. A vida costuma ser levada no modo automático, o que faz com que se perca momentos ou detalhes importantes.“ Revista Aqualon 9 “Quando projetamos a casa, eu e minha esposa procuramos ter um espaço que proporcionasse um bem estar, relaxamento, contato com a natureza, algo que solucionasse todas as consequências da correria diária.” “Como sempre fui um amante do aquarismo, apaixonado por aquapaisagismo e ambientes lacustres, resolvi criar um espaço onde fosse possível unir essas características. Assim, o lago plantado, além de se tornar uma peça única de decoração para a casa, também nos forneceu o prazer da prática da flutuação, e a arte da poda e replanta das diferentes espécies vegetais ali presentes.“ 10 Revista Aqualon “O lago se torna a principal atração da casa, onde os amigos e visitantes podem colocar os pés na água e sentir os peixes mordendo os pés, uma verdadeira terapia.” “A vontade de fazer um lago era tão grande que, antes de comprar o primeiro tijolo para levantar a casa, comprei as pedras e todos os equipamentos que ia precisar para montar um jardim submerso. Confesso que as pedras deram muito trabalho, pois atrapalharam muito durante as etapas da construção da casa.” Revista Aqualon 11 Perfil do lago • Volume: 8 m3 • Profundidade: Varia entre 10 e 80 cm. • Tempo de montagem: Aproximadamente 18 meses. • Impermeabilização: Geomembrana EPDM • Filtragem: Uma bomba Orca 10 m³/h ligada 24 horas por dia. • Filtro UV: Foi utilizado nos primeiros 03 meses quando eutrofização foi intensa, hoje permanece desligada. • Sistema de CO2: Cilindro de 10 Kg. • Peixes: Aproximadamente 1500 peixes entre platis, espadas, molinésias, lipis, neons, cascudos, coridoras, mocinhas e camarões. • Plantas: Cabomba, Hygrophila difformis, vários tipos de ninfeias, anúbias nana e musgo de java. • Fertilização: Foram utilizados no substrato uns 200 kg de húmus, que eu mesmo tratei, e 500 Kg de cascalho grosso e areia fina, raramente uso fertilização líquida. • Ornamentação: Troncos de aroeira e raiz de goiabeira, aproximadamente três toneladas de pedras seixo Bahia. • O projeto e a execução foram totalmente desenvolvidos por mim, mas muito inspirado nos lagos da ECOSYS e no aquapaisagismo feito por Takashi Amano, Rony Suzuki e André Longarço. 12 Revista Aqualon Devario auropurpureus Peixes (Annandale, 1918) Por: Rony Suzuki Foto: Rony Suzuki Distichodus sexfasciatus Por: Rony suzuki Boulenger, 1897 14 Foto: Rony Suzuki Família: Cyprinidae Origem: Ásia; Endêmico do lago Inle em Myanmar. Tamanho: 8 cm Comportamento: São peixes cardumeiros, nadando ativamente por todo o aquário, preferindo a porção intermediária e próxima à superfície. São excelentes saltadores, portanto, mantenha o aquário sempre coberto. Agressividade: Pacífico, ideal para aquários comunitários. Temperatura: 21 – 24 ºC pH: 7.0 - 8.0 Foto: Rony suzuki Nome Popular: Sixbar distichodus Família: Distichodontidae Origem: África; Tanzânia, Camarões, DR Congo. Tamanho: Aproximadamente 75 cm. Raramente ultrapassa os 50 cm em aquários. Comportamento: Cardumeiros Agressividade: Em geral, possuem uma média agressividade quando adulto, mas podem se tornar muito agressivos quando mantidos em aquários pequenos para a espécie. Manutenção: Mantenha somente em aquários bem grandes com capacidade mínima de 600 litros. Temperatura: 24 a 28 ºC pH: 6.0 a 8.0 Alimentação: Onívoros, comem de tudo, preferindo uma dieta à base de vegetais. Dimorfismo sexual: Desconhecido Reprodução: Ainda não se conhece seus métodos de reprodução. Alimentação: Preferem alimentos vivos, mas aceitam perfeitamente qualquer alimento industrializado. Dimorfismo Sexual: Quando adultos, os machos são mais coloridos, enquanto que as fêmeas são maiores e mais roliças, com cores um pouco mais apagadas. Reprodução: Como grande parte dos ciprinideos, desovam próximo às folhas de plantas finas ou raízes. Não cuidam da desova, podendo vir até a comer os ovos, portanto, retire os pais assim que a desova for completada. Os ovos eclodem em aproximadamente 2 a 3 dias. Assim que as larvas consumirem o saco vitelino, começam a nadar livremente, bem próximos às plantas ou mesmo nos vidros do aquário, é nessa hora que entra a alimentação, podendo ser utilizados os nauplios de artêmia. Outras InformaçÕes: Essa espécie está na lista vermelha das espécies em risco de extinção na natureza, isso se deve, em parte, aos animais exóticos introduzidos no lago onde vivem, também pela poluição. Revista Aqualon Plantas Aquáticas Por: Rony Suzuki Lobelia cardinalis Hygrophila corymbosa “Stricta” Linné, 1753 Família: Lobeliaceae Origem: América do Norte Hábito: Aquática emergente Tamanho: 20 a 35 cm de altura Temperatura: 15 a 26 °C Iluminação: Moderada a intensa pH: 6 a 8 Manutenção: Relativamente fácil Crescimento: Médio Propagação: Sua reprodução é feita através do corte e replantio do ramo. Plantio: Parte intermediária e fundo. Recomenda-se plantá-la em ramos individuais com espaçamento de 3 cm. A Lobelia cardinalis é uma das plantas mais usadas nos aquários que seguem o estilo holandês, servem para compor o que chamam de “Dutch street”, ou seja, uma espécie de caminho feito com uma só planta atravessando outras espécies, dando um belíssimo destaque à montagem. Se permitido, ela cresce bem, chegando facilmente até a superfície da água, portanto, devem ser feitas podas, sempre que necessárias. Suas folhas arredondadas e com coloração verde claro fazem um maravilhoso contraste com plantas Inflorescência de folhas finas ou vermelhas. Ela é melhor aproveitada quando plantada em grupo na parte intermediária do aquário. Essa planta necessita de um substrato rico em nutrientes. Emersa 16 Família: Acanthaceae Origem: Ásia Hábito: Aquática emergente Tamanho: 20 a 40 cm de altura Temperatura: 20 a 28 °C Iluminação: Moderada a intensa pH: 5 a 8 Manutenção: Fácil Crescimento: Relativamente rápido Propagação: A reprodução pode ser feita através do corte e replantio do ramo. Plantio: Área posterior do aquário. O ideal seria plantá-la em ramos individuais com espaçamento de 3 cm. Esta planta, apesar de comum, é muito bonita e resistente, ideal para iniciantes. Submersa, suas folhas podem chegar a 15 cm de comprimento, formando uma touceira espetacular de cor verde claro. Fica muito bonita se plantada formando grupos grandes na parte intermediária a fundo do aquário. Ideal para serem utilizadas em aquários holandeses. Flor Folhas emersas Revista Aqualon (Produtos, peixes e manutenção) Pet Shop S.O.S. ANIMAL Banho & Tosa - Hotel “o supermercado para seus animais” Av. Juscelino Kubischeck (Perimetral), 1.213 - Zona 02 - CEP 87010-440 - MARINGÁ - PR www.sosanimal.com.br [email protected] Fone: |44| 3226-7040 / 3026-7040 Tubarões de água doce Por: Edson Rechi Foto: Edson Rechi Existe um grande número de peixes conhecidos como Entre as espécies mais comuns conhecidas como “tuba“tubarões de água doce” e, embora não estejam intima- rões de água doce” estão: mente ligados aos verdadeiros tubarões, são popularmente rotulados devido sua morfologia externa bastante similar a Ordem Siluriformes; de tubarões verdadeiros, como nadadeira dorsal alta, forfamília Pangasiidae (shark catfishes) mato torpedo do corpo e ainda pela forma de nadar. Mas as comparações se restringem somente a estes itens, uma vez que sua ecologia e biologia são totalmente diferentes de elasmobrânquios verdadeiros (tubarões, arraias e outros peixes cartilaginosos). Este artigo discorre sobre tais espécies, comum entre aquaristas, com um pouco de suas características. As espécies mais comuns e conhecidas como tubarões de água doce encontram-se na ordem Cypriniformes e Siluriformes. A primeira ordem possui meia dúzia de famílias, incluindo a família Cyprinidae, apresentando mais de 2.500 espécies de peixes, sendo uma das mais numerosas e importantes na classificação atual, enquanto a segunda ordem apresenta espécies conhecidas como peixes gato, devido a presença de grandes barbilhos ao lado da boca, lembrando bigodes de um gato, determinadas características do crânio e vesícula natatória, além da ausência das escamas. 18 Revista Aqualon das espécies pode variar de 30 cm (Arius arenarius) até as maiores, como o Arius gigante (Arius gigas) e o Netuma Gigante (Netuma thalassina), com seus 160 e 185 cm, respectivamente. A maior parte das espécies compreendidas desta família possui o tamanho entre 30 e 80 cm e vivem nos mais diversos ambientes como água doce e regiões estuarinas, em alguns casos, associados a recifes, variando a espécie. Atualmente, esta família possui 21 espécies distribuídas em dois gêneros, Helicophagus e Pangasius. Variando a espécie, são encontrados em águas continentais principalmente nas bacias Mekong e Chao Phraya na Ásia. Eventualmente algumas espécies podem frequentar ambiente estuarino, sendo peixes bastante resistentes, motivo pelo qual são bastante apreciados na aquacultura. O tamanho destas espécies pode variar bastante, desde o pequeno Pangasius myanmar com seus 20 cm até um dos maiores peixes de água doce como o Pangasianodon gigas, podendo chegar próximo a 300 cm. Ordem Cypriniformes; família Cyprinidae Foto: Edson Rechi Ordem Siluriformes; família Aridaee (sea catfishes) Foto: Edson Rechi A família Aridaee comporta cerca de 120 espécies distribuídas em 14 gêneros. Os mais comuns e numerosos são Arius e Sciades, encontrados em todo o mundo, principalmente América do Sul e Norte, Ásia e África. O tamanho Revista Aqualon A família Cyprinidae é uma das mais populares entre os aquaristas. Apresenta espécies como os peixes de água fria (Gêneros Cyprinus e Carassius), barbos, comedores de algas, danios e outras espécies relativamente comuns em aquários. Entre os peixes chamados de tubarão de água doce, esta família apresenta os populares Labeos (gêneros Epalze19 Foto: Rony Suzuki orhynchos e Labeo) e o Tubarão bala (Balantiocheilus melanopterus). O gênero Labeo possui dezenas de espécies oriundas principalmente da Ásia e África, a grande maioria desconhecida dos aquaristas. Cinco espécies merecem destaque por serem bastante acessíveis: os populares Labeo Bicolor (Epalzeorhynchos bicolor), Labeo Frenatus (Epalzeorhynchos frenatum), Labeo Negro (Morulius chrysophekadion), Barbo denisoni (Puntius denisonii) e Balashark (Balantiocheilus melanopterus). Há uma série de outros peixes que são referidos como tubarões de água doce. Tais espécies, usuais ou não no co- Puntius denisonii Foto: Rony Suzuki mércio, não são verdadeiros tubarões, sendo assim rotulados erroneamente. O certo é que se você entrar em sua loja predileta e der de cara com um “tubarão de água doce”, esteja certo de que não se trata de um tubarão de água doce verdadeiro, embora alguns pouquíssimos tubarões verdadeiros passem a vida inteira, ou parte dela, em água doce, como veremos a seguir. Existe elasmobrânquio em água doce? Morulius chrysophekadion Foto: Rony Suzuki Epalzeorhynchos bicolor 20 Sim, embora o número de elasmobrânquios encontrados em águas continentais ser infinitamente inferior às espécies que frequentam água oceânica e salobra, existem as que vivem unicamente em água continental, invadem ou passam parte de sua vida neste ambiente. Espécies que entram ou vivem em água doce e foram relatadas incluem as Arraias que vivem exclusivamente em água doce (família Potamotrygonidae), Arraias estuarinas e marinhas (Rajidae) e Arraias que podem frequentar os três ambientes, variando a espécie (Dasyatidae). Entre os tubarões, o mais comum encontrado em água doce é o Tubarão Touro (Carcharhinus leucas), também conhecido como Tubarão Cabeça Chata, devido a seu aspecto Revista Aqualon Foto: Caio Sampaio Arraia robusto e reputação agressiva. Apesar de ser uma espécie marinha, é conhecido pela sua predileção pela água doce, famoso por invadir este sistema, sendo facilmente encontrado em rios e estuários. Relatos indicam que já foram encontrados a mais de 3.000 km do delta de alguns rios, incluindo o Amazonas e Mississipi, com suspeita de estarem envolvidos em acidentes fatais. Devido às suas incursões em ambiente de água doce, são mais propensos a terem contato com humanos, mas a possibilidade de você o encontrar em tal ambiente é bastante remota. Existem outros tubarões que são inteiramente de água doce, como espécies do gênero Glyphis. Estudos e informações sobre as espécies deste gênero são bastante escassas, atualmente existem três espécies descritas oficialmente e três em processo de descrição. São encontradas na Nova Guiné e Bornéu. Seu tamanho pode variar de 2 a 3 m, possuem dentes finos e olhos pequenos, sugerindo se tratar Revista Aqualon de caçadores que se adaptam a águas turvas, comum em regiões estuarinas e fluviais. Podem ser confundidos com o Tubarão Touro, apesar de diferenças sutis em sua morfologia externa, por frequentarem o mesmo ambiente durante algumas fases de suas vidas. No entanto, Glyphis parece ser especialmente adaptado para ambientes de baixo oxigênio, algo letal para a maioria dos tubarões, e baixa salinidade, contrário ao Tubarão Touro, que poderá frequentar ambiente de água doce em curto tempo, comparado ao Glyphis. Outro tubarão relativamente comum em águas continentais e salobras é o Tubarão Marrom (Carcharhinus plumbeus). Sua biologia está intimamente ligada ao Tubarão Touro e é um dos maiores tubarões costeiros de todo o mundo, possuindo nadadeira dorsal triangular bastante alta. Normalmente apresentam focinho arredondado e mais curto que a média dos demais tubarões. São solitários e costumam ser mais ativos no período noturno, sendo encontrados principalmente em águas costeiras como baías, estuários, portos e bocas dos rios e também em águas profundas (200 m ou mais). Frequentam águas tropicais no oeste Atlântico, desde Massachusetts até a costa brasileira. Sua dieta consiste basicamente em peixes, arraias e outros animais de fundo e seus principais predadores naturais são outros tubarões, como o Tigre e Touro, além de grandes tubarões brancos com raros ataques. É considerado inofensivo para o ser humano, seu principal predador. É uma espécie de maturação lenta e baixa taxa reprodutiva, que a torna particularmente vulnerável a ameaças como a caça comercial e sobrepesca. Há ainda poucas dezenas de elasmobrânquios que foram relatados por invadirem sistemas de água doce. Sua tolerância a outros ambientes é notável, mas sua capacidade de tolerar este ambiente é bastante limitada, porque seu sangue, em termos de resistência osmótica, é tão salgado como a água do mar, através do acúmulo de uréia e óxido de trimetilamina. 21 Foto: Edson Rechi Tubarão Mas existem espécies como o Tubarão Touro e os Peixes-serra, entre outras, que reduzem a concentração destes solutos em até 50% e, quando se encontram em ambientes de água doce, necessitam produzir até vinte vezes mais urina que em água salgada. Quando há a mudança de água salgada para água doce, aumentam sua excreção de urina mais que o normal, e sua concentração de uréia no sangue diminui para menos de um terço. Tubarões de água salgada possuem altas concentrações de uréia no sangue para reter água no ambiente marinho, e os tubarões de água doce possuem baixas concentrações de uréia para evitar acúmulo de água. 22 Revista Aqualon Alimentação: qualidade é economia! Por: Americo Guazzelli O aquarismo ocupa um espaço econômico tão importante que, junto com o ho- se possa chegar a uma boa alimentação. Esse objetivo não pode ser desviado para bby, cresce o interesse empresarial em buscar novos produtos para ampliar os espa- evitar os custos que acabam surgindo, pois a recompensa de uma nutrição de quaços no mercado. Sem considerar a dificuldade de acesso a estes itens por parte de lidade virá, com toda certeza. Com base nessas informações, se possuímos peixes vegetarianos ou carnívoaquaristas de pequenas cidades, visto que as compras via Internet podem amenizar este problema, podemos dizer que as opções são tantas que se pode montar um ros, como exemplo, devemos buscar rações que sejam produzidas a partir de inaquário quase que automático, com controles de parâmetros e quase que nenhuma gredientes naturais e vitaminas, que proporcionem fácil digestão e com grande aproveitamento pelo organismo, gerando baixo índice de resíduos, e preterindo as interferência do aquarista. Não poderia ser diferente quando o assunto é alimentação. Existem inúmeras que podem turvar ou engordurar a água. Alguns peixes podem precisar de complemento para as rações industriais, como pamarcas destes produtos e diferentes comtês, alimentos vivos e vegetais ricos em fibra. posições e finalidades. Ração que afunda, Muitos desses complementos já estão sendo ração que bóia, pequenas ou grandes e com industrializados e fazem parte das prateleiras formatos variados, além das que destacam das lojas de aquarismo. colorações diversas. Mas, afinal, qual a melhor Um indicador de que estamos fazendo a alimentação para nossos peixes e demais seres melhor escolha são nossos peixes. Ao observáaquáticos? -los, podemos notar se estão recebendo a aliTambém a necessidade alimentar dos nosmentação adequada. Um peixe bem alimensos amiguinhos é diversa entre as espécies tado apresenta toda a intensidade de cores existentes. Essas diferentes espécies que comcaracterísticas de sua espécie e variedade, é põem a fauna de um aquário devem ser consimais resistente a doenças, possui boa atividaderadas na hora de definir o cardápio que será de e interação no aquário e formato robusto, oferecido. Há que se descobrir essas exigências sem deformações, manchas ou obesidade. nutricionais, áreas em que se alimentam e o Todas rações são iguais? Não! Como qualtamanho que conseguem abocanhar para que Rações variadas Revista Aqualon 23 quer produto industrializado, elas são produzidas a partir de matérias primas de qualidade variável e diferentes processos que levam a resultados diferentes. É claro que aquela ração de 1 real pode “matar a fome” de um peixe, mas, convenhamos, não deve ter atrás de si um investimento em tecnologia de produção e pesquisa por melhores ingredientes. Os aquaristas mais experientes são uma boa opção de orientação na sobras que precisam ser retiradas para não “estragar” a água. Não esqueçamos que os peixes de fundo que colocamos para comer estas sobras também possuem suas exigências nutricionais e que podem ser diferentes das dos demais habitantes. A complementação alimentar deve ocorrer de 2 a 3 vezes por semana. Ração para peixes de fundo Rações liofilizadas É importante frisar que a qualidade de uma ração pode hora da escolha. não estar ligada ao fato de o peixe gostar ou não dela. A palatabilidade é importanAquaristas que ainda não pararam para refletir sobre a alimentação costumam te, mas não está diretamente ligada ao sucesso da alimentação. Ainda há o caso dizer que se o peixe está comendo, está tudo bem. É um grande engano, pois ele de peixes que não estão acostumados a um tipo ou marca, mas, se sabemos o que estará encurtando significativamente o período de vida do animal. Será que um estamos oferecendo, devemos insistir para o bem da nossa fauna. Betta consome tanto alimento que precisamos comprar aquela ração baratinha que vem em um saquinho sem identificação ou prazo de validade? Ao optarmos por uma ração de melhor qualidade estamos fazendo economia. Esta se inicia após a utilização da mesma, estendendo-se a médio e longo prazo. Ao oferecermos uma alimentação adequada aos peixes, evitamos que contraiam doenças com facilidade, o que gera transtornos e gastos com medicamentos e reposição dos que não resistem a elas. Também economizamos na manutenção dos equipamentos e materiais filtrantes, bem como na limpeza e correção dos parâmetros da água. Feita a escolha da melhor opção, devemos entender os procedimentos corretos para a alimentação. Esta deve ocorrer em maior número de vezes ao dia e menor quanRação em pastilha que fica aderida ao vidro tidade possíveis, evitando 24 Revista Aqualon Equilíbrio constante em seu plantado Com CO2 Life, você terá um aquário de plantas exuberantes e saudáveis, sem complicação. Disponível em dois modelos: Para aquários de 40 a 150 litros e para aquários de 100 a 250 litros. O funcionamento é simples, e você pode ajustar a produção de CO2 de acordo com as necessidades do seu aquário. 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Com distribuição gratuita, visa divulgar o aquarismo em todos os seus segmentos, desde os aquários propriamente ditos até os aspectos ecológicos que o hobby abrange. Editor: Rony Suzuki Coordenação: Americo Guazzelli e Rony Suzuki Projeto gráfico e diagramação: Evandro Romero e Rony Suzuki Periodicidade: Trimestral Tiragem: 2500 exemplares Revisão: Americo Guazzelli Fotografia: Caio Sampaio, Edson Rechi, Lui Garcia, Marcelo Assano e Rony Suzuki. Colaboraram nessa edição: Americo Guazzelli, Edson Rechi, Lui Garcia, Marcelo Assano e Rony Suzuki. Foto: Rony Suzuki • Não solte peixes, plantas ou qualquer outro animal aquático nos rios ou lagos. A soltura desses animais pode causar impactos ambientais muito sérios, prejudicando fauna e flora nativa! • Não superalimente os seus peixes, pois o excesso de alimento pode poluir a água do seu aquário. • Não compre rações vendidas em saquinhos plásticos transparentes. A luz retira todas as vitaminas e proteínas da ração. Estas também não possuem prazo de validade. Procure comprar rações de boa qualidade que você notará a diferença na saúde de seus animais. • Não Superpovoe o aquário, pois o excesso de peixes debilitará todo o sistema de filtragem do aquário, podendo levar seus peixes à morte. • Não compre peixes que estejam em aquários que tenham peixes doentes ou mortos. Eles podem transmitir doenças para todos os peixes que você já possui em seu aquário. • Seja observador. É preciso conhecer o comportamento dos habitantes de seu aquário para se antecipar aos problemas que possam surgir. Para anunciar na revista: revistaaqualon@ gmail.com (43) 3026 3273 - Rony Suzuki • Não compre peixes por impulso. Pesquise antes a respeito da espécie. Muitas podem ser incompatíveis com o seu aquário, seja por agressividade, parâmetros da água ou tamanho do aquário. • Lembre-se: Peixes são seres vivos e não mercadorias que podem ser descartadas a qualquer momento. Preserve a vida! Colaborações e sugestões: somente através do E-mail: [email protected] • Não coloque juntas espécies de peixes de pH diferentes. Certamente uma delas será prejudicada, podendo adquirir doenças e contaminar todo o restante. • Não inicie o hobby se não estiver disposto a dispensar os cuidados básicos que os peixes exigem. Com pouco tempo de dedicação obterá sucesso e isto se transformará em lazer. • Finalizando, PESQUISE! Atualmente podemos usar a internet como uma forte aliada para alcançar um aquarismo saudável e consciente. Temos vários sites/ fóruns que pregam a prática correta do aquarismo. Citaremos apenas alguns dos mais confiáveis, em ordem alfabética: www.aquaflux.com.br www.aquahobby.com www.aquaonline.com.br www.forumaquario.com.br As matérias aqui publicadas são de inteira responsabilidade dos autores, não refletindo necessariamente a opinião da Revista Aqualon. Não publicamos artigos pagos, apenas os cedidos gratuitamente para desenvolver o aquarismo. Permite-se a reprodução parcial ou total dos artigos e outros materiais divulgados na revista desde que seja solicitada sua utilização e mencionada a fonte. Disponível nas versões: X100 - esferas de 8-10 mm (500 g) X100 mini - esferas de 6-8 mm (150 g) X100 - O novo conceito em mídia biológica. Esferas de vidro sinterizado, até 5X mais eecientes que as mídias cerâmicas. Possui alto poder de colonização de bactérias aeróbicas e anaeróbicas. Acompanha ampola com bactérias lioolizadas para iniciar a ltragem biológica de seu aquário de forma rápida e com as bactérias ideais. Para aquários de água doce e salgada. www.aquamazon.com SAC (14) 3019-1683