Cronologia de Eventos
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Cronologia de Eventos
Cronologia de Eventos Os sete líderes bahá’ís – cujo julgamento começou em 12 de janeiro de 2010 e terminou em 14 de junho de 2010 – anteriormente atendiam às necessidades espirituais e sociais da comunidade Bahá’í do Irã, que possui mais de 300.000 membros. A seguir apresentamos uma cronologia dos acontecimento que cercaram seu aprisionamento e julgamento, incluindo as principais ações internacionais que ocorreram em sua defesa. 2008 5 de março Detenção de Mahvash Sabet. Ela foi convocada pelo Ministério da Inteligência a comparecer em Mashhad ostensivamente para ser questionada a respeito de sepultamento bahá’í. 14 de maio Detenção dos outros seis líderes bahá’ís. Depois de uma varredura pela manhã cedo em suas casas em Teerã, os seis foram levados à prisão de Evin e mantidos incomunicáveis. 20 de maio Um porta-voz do governo iraniano diz que os bahá’ís foram detidos por “motivo de segurança e não por sua religião”, e que eles estavam ligados a “estrangeiros, particularmente os sionistas.” A Comunidade Internacional Bahá’í descreve as alegações como “totalmente infundadas e sem documentação”. 6 de maio Mahvash Sabet é transferida para a prisão de Evin em Teerã. 30 de junho Canadá: Seis mulheres, ganhadoras de Prêmio Nobel da Paz, emitem uma declaração exigindo que o governo iraniano solte imediatamente os sete. 12 de agosto A Comunidade Internacional Baha’i repudiou como “fraudulentas” as histórias transmitidas pela mídia iraniana sobre os sete e sobre os esforços da ganhadora do Prêmio Nobel Shirin Ebadi e outros para defendê-los. A mídia alega que a filha da Sra. Ebadi tornou-se bahá’í e que os bahá’ís são agentes do sionismo. 20 de outubro Nações Unidas: O Secretário Geral das N.U. Ban Ki-moon expressa preocupação pelas detenções, bem como outras violações de direitos humanos no Irã. Quase uma página inteira de seu documento de 20 páginas é dedicada à situação da comunidade bahá’í do Irã. 23 de dezembro A Comunidade Internacional Bahá'í expressa sua “séria preocupação” diante do fechamento pelo governo iraniano do Centro dos Defensores de Direitos Humanos em Teerã – escritório chefiado por Shirin Ebadi. 2009 11 de fevereiro A agência Iraniana de notícias ISNA cita o vice-promotor público de Teerã, dizendo que os sete foram acusados de espionagem e outros crimes e que seu caso será reportado à Corte Revolucionária na semana seguinte. 13 de fevereiro E.U.A.: A Comissão dos E.U. sobre Liberdade Religiosa Internacional emite uma declaração dizendo: ”é decepcionante que o governo iraniano esteja demonstrando que usará qualquer pretexto, não importa quão infundado seja, para assediar e deter aqueles cuja crença religiosa difere daquelas impostas pelo estado.” 16 de fevereiro Reino Unido: O Ministro de Relações Exteriores Bill Rammell expressa preocupação pelo iminente julgamento dos sete, dizendo: “O governo iraniano parece estar cada vez mais usando acusações vagas deste tipo para atingir defensores de direitos humanos e minorias religiosas. Não é difícil concluir que essas pessoas estão sendo mantidas presas somente por conta de sua crença religiosa ou o exercício pacífico de seu direito à liberdade de expressão e associação.” 17 de fevereiro A Campanha Internacional pelos Direitos Humanos no Irã (CIDH) publica uma declaração em sua página dizendo: “Estas acusações são muito sérias. Todas as evidências, desde sua detenção até o futuro julgamento, indicam para o fato de que as acusações são sem fundamento e têm raízes políticas.” 20 de fevereiro Países Baixos: Uma declaração publicada na página do Ministério de Relações Exteriores da Holanda diz: “Os Países Baixos temem que o julgamento não será justo, e através da UE pediu ao Irã que permita que um observador independente monitore o processo judicial.” 24 de fevereiro Canadá: O Sub-Comitê Parlamentar de Direitos Humanos adota uma resolução pedindo ao governo iraniano que reconsidere as acusações contra os sete e os liberte imediatamente. Diante do insucesso da solicitação, pede que o governo “instaure o julgamento sem mais demora, assegurando que os procedimentos sejam abertos e justos e conduzidos na presença de observadores internacionais.” Ainda em fevereiro Bélgica: A União Europeia emite uma declaração expressando sua “profunda preocupação” acerca dos planos do Irã de em breve levar a julgamento os sete bahá’ís aprisionados, por espionagem e outras acusações. Alemanha: Um porta-voz da Chanceler Angela Merkel diz que os detentos serão sentenciados após um rápido julgamento e intima o Encarregado de Negócios do Irã para conversas com um oficial alemão de alto escalão. O membro do Bundesbag da Alemanha, Dr. Peter Ramsauer, líder do partido da União Social Cristã, expressa sua “profunda preocupação” pelo destino dos sete. “Nossa expectativa mínima de um julgamento justo é o acesso irrestrito da advogada de defesa – a ganhadora do Prêmio Nobel, Shirin Ebadi – aos seus clientes, e que haja um julgamento público”, disse ele. Canadá: O Membro do Parlamento e ex-Ministro da Justiça, Irwin Cotler, diz à Câmara dos Comuns que as acusações contra os sete são “forjadas.” Reino Unido: A Anistia Internacional emite um apelo de “ação urgente” em favor dos sete, exigindo sua “soltura imediata e incondicional”. Índia: 32 cidadãos proeminentes, entre eles indivíduos do judiciário e agências oficiais, líderes religiosos, artistas e representantes de ONGs, acadêmicos e empresários – assinam um documento, pedindo ao governo do Irã para “retirar as acusações arbitrárias e politicamente motivadas contra os sete líderes bahá’ís inocentes e libertá-los imediata e incondicionalmente.” E.U.A.: O Departamento de Estado condena “a decisão do governo iraniano de dirigir acusações infundadas contra sete lideres da comunidade Bahá’í iraniana.” E.U.A.: Em Washington, a Freedom House publica uma condenação diante da possibilidade do Irã instaurar julgamento dos sete, dizendo: “Os cinco homens e duas mulheres devem ser imediatamente libertados, juntamente com as dezenas de outros bahá’ís que estão na prisão por exercerem seu direito humano à liberdade religiosa.” O Instituto para Religião e Política Pública, também estabelecido em Washington, qualifica as acusações como “absurdas”. 4 de março A Comunidade Internacional Bahá’í publica uma carta aberta ao promotor geral do Irã, explicando a inocência da comunidade bahá’í em face das acusações feitas pelo governo e pedindo integridade em qualquer futuro julgamento para os sete. A carta vem em resposta a uma série de declarações do Aiatolá Najafabadi, citadas na mídia iraniana, com acusações contra os bahá’ís, dizendo que os arranjos ad hoc para atender às necessidades espirituais e sociais da comunidade bahá’í do Irã eram ilegais. Os sete respondem da cela de prisão, dizendo que se os atuais arranjos para administrar os afazeres da comunidade bahá’í não são mais aceitáveis, encerrálos não apresentaria obstáculo. Eles disseram que isso já está sendo feito, demonstrando mais uma vez a boa vontade que os bahá’ís têm continuamente demonstrado ao governo nos últimos 30 anos. 5 de março Aniversário de um ano desde a detenção da Sra. Mahvash Sabet 30 de março Canadá: A Câmara dos Comuns adota por unanimidade uma moção com palavras enérgicas condenando a perseguição aos bahá’ís do Irã e pedindo ao governo iraniano que liberte os sete líderes. 22 de abril Reino Unido: O Primeiro Ministro Gordon Brown envia uma mensagem à comunidade bahá’í, dizendo: “Nós levamos nossa preocupação ao governo iraniano e eu conclamo as autoridades para assegurarem que esses indivíduos tenham um julgamento justo e lhes peço que coloquem um fim à discriminação contra toda a comunidade bahá’í no Irã.” O arcebispo de Canterbury, Dr. Rowan Williams, expressa sua solidariedade para com a liderança bahá’í. Uma mensagem escrita em seu nome diz que ele “deixou clara para as autoridades iranianas sua profunda reprovação do modo como a liderança tem sido tratada desde sua prisão e detenção, no último ano, em condições cruéis e sem acusações. As acusações agora apresentadas contrariam toda a experiência de que os bahá’ís são pessoas pacíficas e cidadãos leais de seus países. 14 de maio Aniversário de um ano desde a detenção de seis dos sete líderes bahá’ís. As famílias dos sete recebem a notícia de uma possível nova acusação – “espalhar corrupção sobre a terra”, que traz a ameaça de morte no código penal da República Islâmica do Irã. Canadá: O Ministro de Relações Exteriores, Lawrence Cannon, “pede às autoridades iranianas para libertarem imediatamente os sete líderes bahá’ís e porem fim ao assédio aos membros da Fé Bahá’í.” 25 de maio Austrália: O Parlamento pede ao governo do Irã que liberte os detidos “sem demora”. Uma moção da Câmara dos Deputados expressa “séria preocupação” por eles não terem tido acesso aos advogados e não terem sido submetidos ao devido processo legal. Bélgica: A Presidência da União Europeia emite uma declaração enérgica expressando “profunda preocupação com a crescente violação da liberdade religiosa no Irã”. A declaração nomeia especificamente 13 indivíduos – cinco cristãos, os sete líderes bahá’ís, e um xiita – os quais a União Europeia diz estarem presos por legítima expressão de crença religiosa. 9 de julho E.U.A.: A Comissão de Liberdade Religiosa Internacional dos Estados Unidos (CLRIEU) publica um comunicado de imprensa, exigindo a libertação do sete que “podem enfrentar pena de morte, observando que esta ação em particular é apenas uma das manifestações de um padrão e prática mais amplos de repressão de base teocrática que marca a atual crise eleitoral do Irã.” 11 de julho Data original do julgamento dos sete informado verbalmente a familiares dos sete. O julgamento não acontece e nenhuma nova data é informada. 14 de julho Reino Unido: A Anistia Internacional urge as autoridades iranianas para que “libertem os sete imediata e incondicionalmente, pois considera-os prisioneiros de consciência, mantidos unicamente por conta de suas crenças ou atividades pacíficas em prol da comunidade bahá'í.” 15 de julho Reino Unido: O Primeiro Ministro Britânico, Gordon Brown, tem encontro com uma delegação e expressa a preocupação de seu governo com o prosseguimento da detenção dos sete. 18 de agosto Chegam informações de que a data do julgamento havia sido marcada por oficiais jurídicos, embora os principais advogados registrados na corte para representar os réus estarem presos ou fora do país. Tentativas adicionais de libertar os acusados sob fiança não obtiveram sucesso. O julgamento é adiado para 18 de outubro. 12 de outubro Hungria: O Secretário de Estado Superior, Vilmos Szabo, do Ministério de Relações Exteriores, afirma que Hungria “inequivocamente condena … as severas violações de direitos humano no Irã” e apoia a “imediata libertação dos líderes bahá’ís presos.” Se os bahá’ís forem a julgamento, diz ele, observadores internacionais devem ser permitidos. 15 de outubro Nações Unidas: O Secretário Geral da ONU apresenta um relatório criticando os abusos de direitos humanos no Irã. O relatório faz menção específica aos sete, observando que o Alto Comissário de Direitos Humanos da ONU escreveu ao Irã "em numerosas ocasiões para expressar preocupação e buscar esclarecimento” sobre sua condição. 18 de outubro Advogados e familiares dos sete chegam a Teerã para o julgamento e recebem a informação de que não haverá julgamento. 2010 8 de janeiro Canadá: O Ministro de Relações Exteriores, Lawrence Cannon, emite uma declaração enérgica: “É deplorável que esses indivíduos tenham sido detidos unicamente com base em sua fé e lhes tenha sido negado um julgamento imparcial”, diz ele. 12 de janeiro Primeiro comparecimento dos sete ao tribunal. A sessão é fechada ao público, mas notícias da mídia patrocinada pelo governo dizem que os réus foram formalmente acusados de espionagem, atividades de propaganda contra a ordem islâmica, estabelecimento de uma administração ilegal, cooperação com Israel, envio de documentos secretos para fora do país, ações contra a segurança nacional, e corrupção sobre a terra. Eles negam todas as acusações. A Sra. Shirin Ebadi, que faz parte da equipe de advogados dos sete, diz ter lido cuidadosamente o dossiê de acusações contra eles e “não ter encontrado nele qualquer causa ou evidência para sustentar as acusações criminais mantidas pelo promotor”. Bruxelas: Declaração da União Europeia exige um “julgamento justo, imparcial e aberto, respeitando todos os padrões e compromissos internacionais ...” Brasil: Luiz Couto, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, escreve uma carta ao embaixador iraniano no Brasil afirmando parecer que “o julgamento não é transparente e público”, e que qualquer julgamento fechado viola o direito a uma defesa completa e imparcial. E.U.A.: O Departamento de Estado condena a decisão do Irã de prosseguir com o julgamento: “As autoridades mantiveram essas pessoas presas por mais de 20 meses sem levar a público qualquer evidência contra eles e dando-lhes pouco acesso aos seus advogados. Essas pessoas têm direito ao devido processo legal.” Índia: indianos proeminentes conclamam seu governo a tratar da questão da perseguição aos bahá’ís junto a Teerã. “Nosso país tem uma longa história de pluralismo e tolerância e deve elevar sua voz”, disse Maja Daruwala, diretor da Iniciativa Comunitária de Direitos Humanos. Reino Unido: Cherie Blair, uma importante defensora de direitos humanos, pede a libertação “deste grupo de pessoas que vive uma religião que prega a paz e não fez nada que mereça este julgamento.” 13 de janeiro Reino Unido: A Anistia Internacional urge as autoridades iranianas para que libertem os sete, que parecem estar enfrentando um “julgamento de fachada” em Teerã com uma série de acusações espúrias. 7 de fevereiro Segundo comparecimento ao tribunal. A sessão é novamente fechada, e membros das famílias não são admitidos na sala de julgamento. A audiência dura pouco mais de uma hora e não vai além de questões processuais. Não é anunciada qualquer data para futuras sessões. 5 de março Aniversário de dois anos desde a detenção da Sra. Mahvash Sabet 12 de abril Terceiro comparecimento ao tribunal. Quando os prisioneiros chegam ao tribunal, seus familiares não têm permissão para entrar, indicando uma audiência fechada. Na sala de julgamento, no entanto, os prisioneiros veem numerosos oficiais e interrogadores do Ministério da Inteligência – juntamente com uma equipe de filmagem com as câmaras já instaladas. Preocupados com a presença de pessoal estranho ao julgamento numa audiência supostamente fechada, e com a aprovação de seus advogados, os bahá'ís se recusam a fazer parte dos procedimentos. O juiz adia a sessão. 14 de maio Aniversário de dois anos desde a detenção de seis dos líderes bahá’ís Surgem novos detalhes sobre as severas condições de sua prisão, provocando renovadas conclamações pela sua libertação imediata. 8 de junho Nações Unidas: Preocupações pelos sete prisioneiros bahá'ís são manifestadas num debate durante a 14ª. sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU Genebra. A situação da perseguida comunidade bahá'í do Irã é levantada pela Espanha em nome da União Europeia. É também mencionada em contribuições feitas pela Austrália, Canadá, Nova Zelândia, e os Estados Unidos da América. 11 de junho Reino Unido: O Ministro de Relações Exteriores, Alistair Burt, emite uma declaração pedindo ao Irã que “assegure, sem demora, que os direitos desses indivíduos sejam completamente protegidos, que tenham acesso ao devido processo legal, incluindo sua libertação sob fiança, e que tenham um julgamento imparcial e transparente, de acordo com padrões internacionais.” 12 de junho Dia Global de ação em mais de 80 cidades, organizado pelo grupo de direitos humanos United4Iran, enfatiza o caso dos sete líderes bahá'ís e de outros que sofrem abusos de direitos humanos. Canadá: O Primeiro Ministro Stephen Harper insta o Irã a respeitar o devido processo legal no julgamento. 12 a 14 de junho Quarto comparecimento ao tribunal. Os sete líderes bahá'ís comparecem ao tribunal em três manhãs sucessivas antes de o julgamento ser concluído. 24 de julho Os advogados que representam os sete emitem um pedido formal para que os prisioneiros sejam libertados sob fiança, conforme permitido pela lei iraniana. Por conseguinte, o juiz que preside o caso diz aos prisioneiros que sua detenção mais uma vez foi prorrogada por dois meses. 8 de agosto É divulgada a notícia de que os sete foram sentenciados. Chegam informações de que os advogados que representam os sete teriam sido informados pelo juiz que preside o caso de que cada um dos sete prisioneiros recebeu uma sentença de prisão de 20 anos. Os advogados declaram sua intenção de lançar uma apelação. 10 a 12 de agosto Condenações dos termos de prisão provenientes de governos e organizações de direitos humanos do mundo todo ecoam na mídia. Austrália, Canadá, França, Alemanha, os Países Baixos, o Reino Unido, os Estados Unidos da América, a União Europeia e o presidente do Parlamento Europeu expressam declarações enérgicas de preocupação. Organizações internacionais de direitos humanos juntam-se ao coro de protestos contra as noticiadas sentenças de prisão. A Comunidade Internacional Bahá’í recebe informação de que os prisioneiros foram transferidos da Prisão de Evin em Teerã à Prisão de Gohardasht – também conhecida como Prisão de Rajaishahr - em Karaj, cerca de 20 quilômetros a oeste da capital iraniana. Para acessar o conteúdo em inglês, clique aqui
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