FÁBIO GONÇALVES DE LIMA - Fundação Educacional de
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FÁBIO GONÇALVES DE LIMA - Fundação Educacional de
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE ITUVERAVA FACULDADE DE FILOSOFIA CIÊNCIAS E LETRAS Fábio Gonçalves de Lima RÁDIO: A EXPERIÊNCIA DESSE VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO EM ITUVERAVA-SP ITUVERAVA 2014 FÁBIO GONÇALVES DE LIMA RÁDIO: A EXPERIÊNCIA DESSE VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO EM ITUVERAVA-SP Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Fundação Educacional de Ituverava, Faculdade Filosofia Ciências e Letras, para obtenção do título de Licenciatura em História Orientadora: Prof. Ms. Ana Maria R. T. Jabur ITUVERAVA 2014 FÁBIO GONÇALVES DE LIMA RÁDIO: A EXPERIÊNCIA DESSE VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO EM ITUVERAVA-SP Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Fundação Educacional de Ituverava, Faculdade Filosofia Ciências e Letras, para obtenção do título de Licenciatura em História Ituverava,_____de____________________de_____ Orientador (a): _______________________________________ Examinador (a): _______________________________________ DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a minha esposa Sandra Valéria B. S. Lima, aos meus filhos Gabriel B. S. Lima e Bruna Júlia B. S. Lima e aos meus amados pais Péricles Gonçalves de Lima e Maria Tereza Moreira. AGRADECIMENTOS Muito obrigado, A Deus em Nome do Senhor Jesus A FFCL (Faculdade De Filosofia Ciências E Letras) Ao PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Incentivo a docência) gerenciado pela CAPES (A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) Ao Coordenador do Curso de História Antônio Marco Ventura Martins A minha Orientadora Ana Maria Ribeiro Tanajura Jabur Aos professores Célia Conceição Fontes Parzawski, Felipe Ziotti Narita, Márcio Andreza Dos Reis, Sandro Luiz Freiras Souza, Wesley Di Tano de Oliveira A Todos os colegas do Curso de História Aos Profissionais do Rádio De Ituverava - SP pela colaboração em se disponibilizar a responder os questionários para este trabalho de conclusão de curso: José Valizi, Moreira da Silva, Paulo Antônio, Azor de Faria, Adriana Liz, João Peres. Aos proprietários das Emissoras Dimensão FM e Rádio 94 FM. que se dispusera em fornecer documentos para certificação de datas de fundação, bem como nomes de sócios-proprietários. Ao cartório de registro de imóveis, pelo desempenho em fornecer cópias dos contratos sociais das Emissoras Rádios Cultura de Ituverava e Associação Comunitária do Carmo (Rádio Superativa FM). Os grandes pensadores, sempre foram exímios questionadores que usaram a arte da dúvida e da crítica para abrir o mundo das idéias. Augusto Cury RESUMO Esse trabalho realizado como exigência para obtenção do título de Licenciatura em História pela FFCL (Faculdade de Filosofia Ciência e Letras) de Ituverava-SP, tem como objetivo descrever e analisar a história do rádio como meio de comunicação de massa no Brasil e, mais especificamente no município de Ituverava - SP. Trata-se de um trabalho descritivo de cunho qualitativo, com base em pesquisa bibliográfica, documental (fontes primárias) e em entrevista semi-estruturadas destinada a radialistas, que pretende registrar por meio da História Oral, o desenvolvimento e o papel do rádio na história de Ituverava. Analisaremos na linha do tempo a invenção do rádio até os dias atuais, considerando seus anos dourados no Brasil e também sua atuação histórica na cidade de Ituverava-SP. Através da pesquisa conclui-se que, o rádio foi um instrumento de comunicação de massa fundamental para a cidade e para o país durante grande parte do século XX e, apesar do surgimento de outros meios de comunicação mais potentes como a TV e a Internet o rádio preserva parte significativa de seu alcance e influência ainda nos dias atuais. Palavras-chave: História Oral. Rádio. Comunicação. Ituverava. Radialista. SUMMARY This Work,conducted as requirement to obtain the title of degree in history by FFCL(Faculty of Philosophy Science and Letters ) of Ituverava-SP, aims to describe and analyze the history of the radio as a mass communication medium in Brazil and more specifically in the city of Ituverava-SP. This is a descriptive study of qualitative nature,based in literature research, documentary(Primary Sources) and partially structured interview intended for broadcasters, that intend to register through oral history, the development and the radio's role in the history of Ituverava. We will analyze in the timeline the invention of the radio through present days, considering the golden years in Brazil and also its historical performance in Ituverava City. Through research it follows that,the radio was a critical mass communication tool for the city and the Country during most part of the XX century e,despit the developing of others and more powerful communication tools as TV and the Internet ,the radio preserves significant part of its reach and influence even today. Keywords: Oral History. Radio. Communication. Ituverava. Broadcasters. LISTA DE QUADROS Quadro 1 Comparação da programação entre emissoras tradicionais e rádios comunitárias ...................................................................................................................................................36 Quadro 2 Dados profissionais e pessoais dos entrevistados ............................................. 39 Quadro 3 Continuação dos dados pessoais e profissionais dos entrevistados................... 40 LISTA DE FIGURAS Figura 1 Figura 2 Figura 3 Figura 4 Figura 5 Figura 6 Figura 7 Figura 8 Figura 9 Réplica do primeiro aparelho de rádio do mundo................................................15 Diretores e alguns sócios da RSRJ........................................................................ 18 Orlando Silva o “Cantor das Multidões”. ............................................................. 31 Em agosto de 1970, foto no estúdio da Rádio Cultura de Ituverava ..................... 32 Atuação do radialista Valizi na ............................................................................. 42 Entrevistado Azor de Faria..................................................................................44 Locutor Jeronimo Moreira ................................................................................... 44 Radialista Adriana Ap. de Oliveira ....................................................................... 47 Entrevistado João Perez no ano de 1984 transmitindo o Jogo de Futsal .............. 49 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 11 1 UMA ANÁLISE HISTORIÓRICA DO RÁDIO .............................................................. 13 1.1 A vinda do rádio ao Brasil ....................................................................................................... 16 1.1.1 Primeira estação de rádio brasileira ............................................................................ 18 1.1.2 OS beneficiários do rádio (1920/1930) ......................................................................... 19 1.1.3 Publicidade no rádio...................................................................................................... 21 1.1.4 Indústria cultural e sua ligação com os meios de comunicação de massa ................ 22 2.2 A radiofonia integra-se ao cotidiano brasileiro................................................................... 24 2. MEMÓRIAS E RADIOFONIA EM ITUVERAVA ........................................................ 28 2.1 A necessidade de uma emissora de rádio em Ituverava .................................................... 29 2.1.1 A primeira emissora em Ituverava: Rádio Cultura ................................................... 29 2.1.2 Emissora de frequência modulada LTDA (94,3 FM) ................................................ 32 2.1.3 Stéreo Rádio FM. de Ituverava LTDA (104,5 FM ) ................................................... 33 2.1.4 Associação Comunitária do Carmo (Superativa) ....................................................... 34 3 ENTREVISTAS E ANÁLISE DOS DADOS .................................................................... 38 3.1 Espaço analítico – perfil dos entrevistados ......................................................................... 38 3.2 Momento histórico – profissionais do rádio......................................................................... 41 3.2.1 Contribuições das rádios e o desenvolvimento local .................................................. 41 3.2.2 Entretenimento e a participação do público ............................................................... 45 3.2.3 O radialista como mediador dos fatos ........................................................................ 47 3.3 A rádio na atualidade ................................................................................................................ 50 CONCLUSÃO......................................................................................................................... 51 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 52 APÊNDICE A: QUESTIONÁRIOS DAS ENTREVISTAS ............................................... 59 APÊNDICE B: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ............. 67 ANEXO: CONTATOS DAS EMISSORAS DE RÁDIO DE ITUVERAVA ..................... 69 11 INTRODUÇÃO Na cidade de Ituverava, o rádio iniciou as suas atividades na década de 1940, quando comerciantes locais se interessaram em estabelecer uma emissora de Amplitude Modulada, ou A M, como é mais conhecida popularmente. Na década de 1980 com a propagação das rádios de Frequência Modulada ou FM, novamente pessoas ligadas ao comércio e profissionais do rádio inauguram a rádio FM de Ituverava, também conhecida como 94 FM. Logo após, também se inaugurou a Stério rádio FM de Ituverava, a Dimensão FM, fruto do empenho de um agricultor e de pessoas ligadas aos meios de comunicação. Nos anos 2000, a emissora de rádio de categoria E, emissora de classe especial foi inaugurada atendendo a um pedido da associação do bairro Vale do Carmo. A emissora de caráter comunitário veio a existir para atender aos moradores daquele bairro, levando cultura e atendendo a comunidade no tocante a suas necessidades de comunicação. Veremos que até os dias atuais as quatro rádios inauguradas na cidade de Ituverava se mantém ativas O rádio no Brasil teve o seu inicio em uma época em que a mídia impressa - revistas e jornais – dominava como meio de comunicação de massa. A vinda do rádio no século em 1922 proporcionou à população brasileira inicialmente educação e expansão da cultura disseminada por Roquette Pinto. Mas, logo depois a programação das emissoras de rádio ampliou-se a outras classes sociais e apresentava outros conteúdos como jornalismo, comunicação ao vivo, transmissão esportiva, radionovela e muitas outras opções culturais, tais como ritmos e costumes brasileiros e de povos de outros países. O rádio é um veiculo de comunicação abrangente que viveu os seus áureos tempos em meados do século XX, até a chegada da TV no Brasil na década de 1960. Tendo como objetivo a análise da história do rádio e sua atuação na cidade de Ituverava. Neste sentido, o estudo justifica-se pela necessidade de investigar a presença do rádio e sua importância ainda nos dias de hoje. Propondo neste trabalho, mostrar que as emissoras de rádio na cidade de Ituverava SP, trouxeram para o publico conhecimento de movimentos culturais do mundo, do Brasil e da região, através de conteúdos jornalísticos, musicais, cobertura de eventos políticos e de participação popular. O presente trabalho é em parte descritivo, à medida que estrutura-se a partir de pesquisa bibliográfica e documental (fontes primárias). Sendo que, as pesquisas descritivas 12 “têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou estabelecimento de relações entre variáveis” (GIL, 2007). Mas é também um trabalho de pesquisa qualitativa com base em entrevistas semiestruturadas destinadas a seis radialistas, que pretende registrar por meio da História Oral, o desenvolvimento e o papel do rádio na história de Ituverava. Permitindo através da História Oral, a investigação de informações e experiências pessoais e particulares sobre os entrevistados, é uma grande possibilidade de fonte de pesquisa (ALBERTI, 2005). Nas entrevistas evidencia-se a intenção de levantar dados a este respeito, e buscar detalhar o trabalho prestado para a comunidade das emissoras de rádio da cidade de Ituverava SP, bem sua história durante esses anos. A primeira parte da presente monografia trata-se da história do rádio desde a sua invenção, passando por sua instalação no Brasil no início do século XX, seus tempos áureos em meados do mesmo século até sua situação atual. A segunda parte será estudada a história do município de Ituverava e o contexto histórico que permitiu a instalação da primeira emissora de rádio. Para isso serão utilizadas fontes primárias, tais como jornais da cidade, livro e documentos registrados em cartório. A terceira e última parte serão analisadas a evolução da programação das emissoras de rádio na cidade, as alterações ocorridas e as razões dessas alterações; enfim o papel do rádio na atualidade, tendo como base os depoimentos prestados pelos radialistas da cidade nas entrevistas coletadas. 13 1 UMA ANÁLISE HISTORIÓRICA DO RÁDIO Grande parte da história da mídia enfoca-se em processos que envolvem o rádio e seus vários aspectos da mídia sonora. A história não depende de nomes que se destacam, ou ações surpreendentes que se tornam visíveis, mas o caminho histórico depende de atos ocorridos ao longo dos anos, mesmo que tal feito não tenha sido reconhecido: Falar em história dos meios é referir-se aos múltiplos atores envolvidos no ato comunicacional e nos sistemas dinâmicos que materializam a ação, num amplo circuito de comunicação que envolve ações diversas, performances múltiplas, atos culturais duradouros [...] Mas é também se referir aos processos históricos, isto é, à condição de que cada ato humano se realiza num mundo repleto de historicidade, no qual estão envolvidos não apenas ações que marcam rupturas, mas também atos que configuram continuidades. A história faz-se do acontecimento que eclode na duração, como as espumas visíveis do mar revolto a que se referia Fernand Braudel, mas também das ações duradouras que perduram e que indicam as continuidades históricas (MARIALVA, p. 12, 2009). Desta forma, compreendemos que o rádio não foi construído apenas com um único fato ou autor, a historiografia apresenta fatos abundantes e minuciosos sobre o tema. No caminho percorrido, ficaram perdidos acontecimentos anônimos, mas que deram base para este feito. A invenção do rádio surge com a necessidade de se criar uma nova tecnologia que transmitisse sons sem fios a longas distancias, alcançando milhares de receptores ao mesmo tempo. Assim, surge no início do século XX o aparelho de áudio que abrangeu todas as classes sociais e que alteraria profundamente a rotina das pessoas ao entrar em seus lares. Este meio de comunicação trazia a partir da década de 30, programações variadas de músicas, novelas, comerciais e informações gerais e cresceu no Brasil acompanhado das tendências tecnológicas internacionais. Antes da implantação da radiodifusão na Europa e nos Estados Unidos em 1920, a existência das ondas do rádio foi citada por James C. Maxwell na década de 60 no século XIX, e alguns anos depois essas ondas receberam o nome de hertzianas em homenagem ao seu real descobridor o Alemão Rudolph Hertz (CABRAL, 1996). Físico (1857-1894) que nasceu na cidade Alemã de Hamburgo em 1857 e faleceu em 1894, tendo como destaque a descoberta do efeito fotoelétrico (MANGILI, 2012). O físico e inventor Italiano Guglielmo Marconi (1874-1937) nasceu em Roma e investigava a transmissão de ondas eletromagnéticas (BIOGRAFIAS Y VIDAS, 2004).E segundo Winston (1998) citado por Ribeiro (2010) no final do século XIX já era possível à 14 transmissão sem fios depois de Marconi ter patenteado o primeiro telégrafo sem fios no ano de 1887. E nos primeiros anos do século XX Fessenden começou a realizar várias experiências com transmissão de voz e de música à distância sem utilizar fios. Reginald Aubrey Fessenden (1866- 1932) engenheiro e físico canadense nascido em Milton, ficou conhecido por descobrir a amplitude modulada (RILEY, 1999). A técnica do italiano Marconi ficou conhecida e ganhou espaço entre os estudiosos que foram estimulados pelo sucesso da telegrafia sem fio, aperfeiçoando cada vez mais a transmissão de voz com o auxílio das ondas hertzianas. Guglielmo Marconi já mostrava seu interesse pela física e eletricidade ainda garoto, e foi o primeiro a dar explicações práticas para o estudo de Heinrich Hertz, chegando à conclusão que tais ondas poderiam transmitir mensagens (RODRIGUES, 2012). Porém, apesar de vários nomes estarem envolvidos com na criação do rádio, não se tem uma unanimidade sobre quem seria realmente o autor da invenção. Alguns autores afirmam que por volta de 1893 e 1894 foram realizadas transmissões de telegrafia sem fio pelo Padre e cientista de Porto Alegre, Landell de Moura (FERREIRA, 2013). Roberto Landell de Moura nasceu no Rio Grande do Sul em Porto Alegre (18611928). Era formado em Física e Química e em 1886 foi ordenado sacerdote. Realizava experiências de transmissão e recepção sem fio da palavra falada e, seus inventos foram patenteados no Brasil e nos EUA (KLÖCKNER; CACHAFEIRO, 2012) O gaúcho foi considerado o inventor do rádio, tendo em vista que suas experiências ultrapassaram as de Marconi, pois Landell conseguiu transmitir voz, enquanto Marconi somente sinais (RODRIGUES, 2012). Pode-se dizer que houve um erro histórico ao estender todas as honras da invenção do rádio à Marconi, já que na sua na época, sua invenção era denominada telegrafia sem fios. A radiocomunicação é um termo muito extenso, podendo ser relacionado com comunicação de sons, sinais ou imagens por meio de ondas eletromagnéticas. Incluíram Marconi dentro deste conceito como o “inventor do rádio”, mas é inegável a diferença entre radiotelegrafia e radiofonia, e “os fatos indicam que Padre Landell transmitiu a voz pela primeira vez no mundo sem fios – a chamada radiotelefonia, telefonia sem fio, radiofonia... ou simplesmente, rádio!” (KLÖCKNER; CACHAFEIRO. p.24. 2012). De acordo ainda com Klokner; Cachafeiro (2012), a Cientec (Fundação de Ciência e Tecnologia) em Porto Alegre, construiu o “Wave Transmitter” réplica do primeiro aparelho de rádio no mundo, patenteado por Landell nos Estados Unidos. 15 Figura 1 Réplica do primeiro aparelho de rádio do mundo Fonte: klöckner; cachafeiro (2012) Klokner; Cachafeiro (2012, p.27) relatam que o engenheiro Antônio Carlos Solano que contribuiu para modelar a réplica, afirmou:‟ As vibrações da voz, através do bocal, fazem vibrar o diafragma provido de um contato elétrico na sua parte central, que interrompe, na mesma frequência, a corrente do primário da bobina, provocando no secundário, ligado ao centelhador, oscilações amortecidas de alta tensão, que dão origem ao aparecimento de ondas eletromagnéticas, emitidas pela antena. O canadiano Reginald Aubrey Fessenden após uma série de experiências com transmissão de voz à distância e sem fios conseguiu transmitir até 200 milhas em 1907 (WINSTON, 1998 citado por RIBEIRO, 2010). A periodização da história do rádio, segundo uma sequencia histórica teve vários contribuintes, os quais foram aprimorando suas descobertas com base nas descobertas anteriores. Essa nova invenção demorou mais uma década para encontrar uma real utilidade no meio da sociedade. Neste período as ondas de rádio foram sendo exploradas e começaram a ganhar forma nos meados da década de 1920, dando inicio à era da radiodifusão. Sobretudo, de acordo com Correia (2008, p.10), o rádio nesta época de transição não poderia ser proprietário do bem comum, as frequências ficariam com a Associação Internacional do Rádio e Telegrafia criada no início no século XX, “A partir daí, até os dias de hoje, assistimos as mais diversas formas da manifestação de poderes para definir os critérios e direitos de 16 exploração das ondas de rádio”. A forma como vemos o rádio hoje, teve inicio em 1920 fruto do trabalho de engenheiros norte-americano de Westinghouse1. Castro (2006) relata que neste ano de 1920 surgiu a primeira emissora com transmissão regular na Pensilvânia. E apenas três anos depois, os Estados Unidos já contava com mais de cem emissoras, transmitindo para aproximadamente doze milhões de americanos. 1.1 A vinda do rádio ao Brasil Há quase 92 anos atrás, o Brasil deu espaço para formar o cenário em que o rádio teria suas mais belas apresentações. A vinda do rádio ao nosso país é lembrada ainda hoje pelos historiadores, pois sua chegada transformou a mídia já existente e serviu de base para os futuros meios de comunicação de massa que ainda viriam. Recorda-se 1922 como o ano da Semana de Arte Moderna de São Paulo, mas este foi um ano atípico, que também foi palco da “Exposição Internacional Comemorativa do Centenário da Independência” no Rio de Janeiro, iniciada no dia 7 de Setembro. Neste dia foi realizada oficialmente no Brasil a primeira transmissão de rádio. Na praça em frente ao Palácio das Grandes Indústrias, houve um discurso do presidente da República Epitácio Pessoa, transmitido também para outras localidades, como Niterói, São Paulo e Petrópolis (CUNHA, 2013). Haviam sido instalados alto-falantes no recinto em que acontecia a exposição. Duas companhias norte-americanas conseguiram uma licença para fazer demonstrações dos aparelhos. Neste dia o Brasil realizou as primeiras transmissões radiofônicas no país, no Corcovado e na Praia Vermelha. A intenção dos norte-americanos era vender o produto ao Brasil, mas caso o aparelho não fosse comprado pelo governo, seria desmontado e dispersado (REGINA, 2003). O rádio que desfrutamos hoje em nada se parece com o daquela época. “O som era fraco e rouco, como se um coro de sapos tivesse entrado pelos alti-falantes e coaxasse em uníssono fazendo passar-se por Epitácio” (CASTRO, p.3, 2006). Para entendê-lo era preciso estar atento, e certamente todos estavam dispostos a afinar os ouvidos para escutar o ecoar desta novidade. 1 A Companhia Westinghouse defensora da corrente alternada é uma das 60 criadas pelo engenheiro norteamaericano George Westinghouse que tinha interesses comerciais na área da distribuição de gás e telefonia. 17 No Brasil, naquela época o rádio ainda não era visto como uma fonte para a comunicação social, poucos eram os interessados a este respeito, até pelo fato de terem que romper muitos obstáculos para aderir a esta ideia. Contudo, o médico, educador, antropólogo, etnólogo, ensaísta e homem de muitos talentos Edgar Roquette Pinto (1884-1954) que nasceu no Rio de Janeiro e faleceu na mesma cidade, começa a difundir sua visão de que esta nova invenção poderia ser útil na propagação da educação. Roquette também foi fundou a Academia Brasileira de Ciências e a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro (ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS, 2014) Regina (2003, p.12) nos conta a reação de Roquette ao ouvir o som do rádio que vinha lá do alto do corcovado: Na minha sala havia um mapa do Brasil. Meus olhos se cravaram naquela imensidade de terra, enquanto aquela voz longe cantava e dizia coisas e depressa passou no meu pensamento essa idéia: como é que a gente não aproveita isso para levar o pensamento por essa extensão de terra, levantando essa gente toda que está morrendo por aí afora de ignorância? O antropólogo Roquette inclinou seus ouvidos ao rádio e isso despertou nele o interesse de usar este meio de comunicação como uma ferramenta educativa2. Sendo assim, ele usaria o rádio como propagador do saber que, em decorrência do seu alcance, seria de fato um recurso formidável. No ano seguinte ao terminar a exposição, a estação do corcovado foi desmontada e levada aos EUA, permanecendo somente a estação da praia vermelha que foi comprada pelo governo brasileiro. Os correios a usavam como telégrafo, poucos eram os que utilizavam este meio. Aqueles que conseguiram autorização o utilizavam para transmitir alguns boletins e pequenas atrações. E para conseguir ter um aparelho em casa, havia a necessidade de obter autorização do Ministério da Viação através dos Correios e Telégrafos. Pois, os medos que assombraram a segunda guerra ainda estavam presentes. Permanecia o receio de que informações dos militares brasileiros fossem levadas aos estrangeiros através do rádio e, isso dificultou a presença de aparelhos de rádio nos lares (CASTRO, 2006). A partir deste momento, Roquette Pinto e seus amigos da academia de ciências, começaram a procurar meios para justificar a importância de abrir a radiocomunicação aos particulares. 2 É interessante lembrar que esse mesmo Roquette Pinto foi um dos signatários do “Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova”, publicado em 1932, que registraria essa ideia inovadora para a época.: MANIFESTO dos Pioneiros da Educação Nova. A Reconstrução Educacional do Brasil. Ao Povo e ao Governo. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1932. 18 1.1.1 Primeira estação de rádio brasileira Em 23 de Abril fundou-se a rádio Sociedade do Rio de Janeiro, porém ainda sem regulamentação. Em decorrência disto, os interessados estudaram os regulamentos estrangeiros para no dia 11 de maio de 1923 os apresentarem ao ministro da justiça e dos negócios interiores. Ao final de Agosto de 1923 receberam uma licença para propagar a radiocomunicação e inscrever os sócios (REGINA, 2003), fato este que permitiu ao médico e antropólogo Edgar Roquette Pinto, ao professor de física, Henrique Morize e outros colaboradores a realizarem transmissões regulares na primeira emissora de rádio no Brasil: A fundação do rádio Sociedade do Rio de Janeiro prefixo PRAA (TAPARELLI, 2003). Figura 2: Diretores e alguns sócios da RSRJ. Sentados: Carlos Guinle, Henrique Morize, Luiz Betim Paes Leme. De pé: Dulcídio Pereira à esquerda, Roquete-Pinto é o 3º os demais são Costa Lima, Francisco Lafayette, Mário Souza, Domocrito Seabre e Nestor Serra. Fonte: Abrantes (2008) Podemos dar o título de primeiro locutor e comentarista da rádio brasileira à Roquette. Sua “voz marcante e bem colocada, fazia, pela manhã, a abertura das transmissões. Nessa abertura, lia os jornais que já havia assinalado com seu lápis vermelho [...] comentando as principais notícias do dia” (ORTRIWANO, p. 69, 2003). Deste modo, inaugurou assim o “jornal falado”. O projeto da rádio PRAA buscava integrar a sociedade em uma perspectiva de educação científica, buscando a expansão da cultura e deixando um registro histórico do esforço deste grupo para que a radiofonia fizesse parte do cotidiano dos brasileiros. 19 Este projeto de integração nacional da cultura esperava atingir a população não escolarizada através da radiocultura, proporcionando à nação a alcançar o tão desejado progresso. A rádio sociedade visava uma programação com músicas, notícias, palestras, aulas de história voltadas para o patriotismo, entre outras programações direcionadas aos valores familiares (COELHO, 2013). Sendo que, no início a música erudita predominava, visto que estes estudiosos tinham um conceito estereotipado sobre a cultura necessária para o progresso do país. O público se encantou com a novidade do rádio, mas estavam pouco satisfeitos com a programação musical. Músicas clássicas, óperas faziam parte dos primórdios do rádio, porém não soavam bem aos ouvidos da maioria que manifestava preferência pelo ritmo popular. Algo mais natural ao seu dia a dia. O país passava por um período que buscava uma identidade nacional, e obviamente a preferência do público esteve associada ao sucesso deste veículo, tornando as músicas populares mais presentes. Sobretudo, Jacks (1999) nos ajuda a compreender o conceito de identidade cultural, onde na verdade se constitui em um fenômeno de autorreconhecimento em nível individual e coletivo. E neste configura-se um sistema de referência em que todos se enxergam ao olhar o outro. Deste modo houve a necessidade de estabelecer vínculos diretos com o receptor. Nos anos 1920 o rádio atuou de forma científica e tecnológica, ocorrendo várias transformações na mídia brasileira e desde então, outras emissoras surgiram no país. De acordo com Ortriwano (1985) as primeiras emissoras sempre utilizavam o termo sociedade ou clube, pois nasciam de associações ou clubes idealistas que acreditavam no potencial do rádio. 1.1.2 Os beneficiários do rádio (1920/1930) No início a voz popular ainda não era ouvida no rádio, Apesar de ser um bem social e cultural que beneficiava a população em geral, o rádio acabava interessando somente as elites, a quem tinha poder aquisitivo. O saber popular era referido como ingênuo. O próprio Roquette Pinto, certa vez afirmou que o rádio não deveria dar ao povo o que eles queriam, mas sim o que precisavam. E que o rádio não deveria representar diversão. Administrada pelos intelectuais, a rádio era vista como a grande oportunidade para a construção de um país civilizado, impondo a cultura letrada à cultura popular (VIEIRA, 2010). “Hoje, a Rádio Sociedade é uma força na consciência nacional. É uma força moral, intellectual” afirmou a revista Electron (1926, p.5). Os intelectuais etilizavam os conteúdos a serem expostos nesse 20 veículo de comunicação, nada era como o povo queria, mas sim como as classes dominantes determinavam. No início o rádio tinha características de elite e não de massa. Podemos analisar o rádio naquela época como um veículo que invadia o espaço privado do indivíduo, introduzindo em seu receptor as ideias políticas, econômicas e sociais dessas classes dominantes. Já a partir de 1930 Wykes (1975) expõe que os Nazistas na Alemanha, usavam o rádio como uma oportunidade de disseminar as suas ideologias, patrocinando a fabricação de receptores e induzindo sua instalação em diversos estabelecimentos. Desta forma 70% das famílias Alemãs possuíam esse aparelho em suas casas. Sendo que, aqui no Brasil seguia-se o mesmo caminho usando o rádio como propagador de ideias. No ano de 1932 os legalistas e rebeldes paulistas travavam uma luta entre si que era exposta no radiojornalismo das emissoras de São Paulo e Rio de Janeiro, em especial quanto aos assuntos que não podiam ser revelados relacionados ao governo provisório de Vargas. Conscientes da dimensão que o rádio tinha sobre a população, três anos depois o Departamento de Propaganda e Difusão Cultural no governo Vargas, coloca no ar obrigatoriamente em todas as emissoras o programa Hora do Brasil (Klockner, 2008, p. 28). Levine (2001) ainda expõe que: [...] Fora do Rio Grande do Sul, praticamente ninguém sabia nada sobre Getulio Vargas quando de sua passagem pelo ministério de Washington Luis ou pelo palácio do governo em Porto Alegre. As fotografias nos jornais ( e cinejornais, num preto-ebranco granulado) o apresentaram aos brasileiros durante a campanha presidencial de 1930 e , depois, já como chefe de Estado. O radio contribuiu para aumentar muito o contato de Vargas com o publico, e, após o período de insistência na ameaça comunista, em meados de 1930, a mensagem do presidente tornou-se patriótica e comunicativa. (p 141). Getúlio Vargas entendeu as vantagens que o rádio poderia lhe proporcionar e o usou como um meio de promover o governo. Mais uma vez, o rádio ainda era mais usado pelas classes dominantes como estratégia de exporem suas ideias e obterem vantagens. Neste sentido, essas classes usavam os meios de comunicação (neste caso o rádio) para difundir seus valores e determinações. Utilizavam os artifícios de forma indireta, se introduzindo no que o receptor compreende como proveitoso e filtrando a mensagem midiática, de acordo com a sua cultura, buscando sentidos convergentes às suas experiências de vida (BARBERO, 2003). Em Dezembro de 1939 cria-se o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), Tendo como objetivo disseminar as ideias do Estado Novo para os populares. Este 21 departamento dividia-se em cinco: Divulgação; Rádio; cinema; Teatro e imprensa (PASCHOAL, n.d, p. 5). E o mesmo autor nos conta que cabia a este sistema: [...] coordenar, orientar e centralizar a propaganda interna e externa, fazer a censura ao teatro, cinema e funções esportivas e recreativas, organizar manifestações cívicas, festas patrióticas, exposições, concertos musicais, conferências e projetos monográficos sobre a História do Brasil, estimular a produção de filmes educativos nacionais e classificá-los para a concessão de prêmios e favores e dirigir o programa de radiodifusão oficial do governo. Vários estados possuíam órgãos filiados ao DIP, os chamados “Deips”. Essa estrutura altamente centralizada permitia ao governo exercer o controle da informação, assegurando-lhe o domínio da vida cultural do país (PASCHAOL, n.d, p.5). 1.1.3 Publicidade no rádio Como o rádio era mantido por sócios, não existiam patrocinadores e sim colaboradores, sua sobrevivência encontrava-se ameaçada, era preciso abri-lo aos interesses comerciais para que o meio fosse útil para as empresas e assim fosse patrocinado, não sofrendo riscos de declínio. Observa-se que neste momento os reclames ainda eram proibidos. Malanga (1979) define publicidade como um conjunto de técnicas coletivas que agem na intenção de promover o lucro comercial conquistando o público, esperando-se que tais clientes multipliquem-se e mantenham-se como consumidores. Assim, os anúncios comerciais tornariam- se recursos para a sobrevivência do rádio, beneficiando os anunciantes que desejavam o lucro e também os ouvintes, pois as mensagens comerciais “alimentariam” os desejos consumistas transformando o rádio em popular. Ortriwano (1985, p. 15) expõe que: Com o advento da publicidade, as emissoras trataram de se organizar como empresas para disputar o mercado. A competição teve, originalmente, três facetas: desenvolvimento técnico, status da emissora e sua popularidade. A preocupação educativa foi sendo deixada de lado e, em seu lugar, começaram a se impor os interesses mercantis. Não obstante, naquele tempo o rádio não era adequadamente fiscalizado, os horários ficavam a critério do locutor. Porto (2003) citado por Jorge (2012, p. 167) expõe o relato de um radialista que esclarece como funcionava aquele sistema: 3 A publicidade era divulgada ao bel prazer do locutor, que naquele tempo era speaker. O locutor fazia o que bem entendia. Se ele era amigo do anunciante e o 3 Informação verbal dada por Sebastião Porto ao Programa de Registro de História Oral do Museu da Imagem e do Som de Ribeirão Preto no ano de 2003. 22 anunciante havia comprado dois, três textos por dia, ele falava dez, falava quinze, falava o que bem entendia à vontade. Quase dez anos depois da implantação do rádio no Brasil tiveram início as transformações na publicidade. Surgiu o primeiro Decreto nº 21.111, de 1º de Março de 1932 que se preocupou com o rádio e o concedeu direito sobre a publicidade brasileira. (BRASIL, 1932). As emissoras de rádio poderiam destinar 10 % da sua programação para os textos comerciais (ANDRADE, 2001 citado por AZEVEDO, 2002). A publicidade brasileira encontrou respaldo no rádio, que diferentemente dos jornais, tinha maior capacidade de alcance, visto que, a oralidade tem maior efeito e principalmente porque maioria do público brasileiro era analfabeto (VIANNA, 2009). Devemos, portanto, considerar que a publicidade radiofônica tem suas origens na oralidade dos vendedores de rua, “os vendedores ambulantes que, ao entoar seus pregões, esboçaram nossos primeiros slogans e jingles”. (SIMÕES, 1990, p. 171). Os clientes que utilizavam o rádio para comerciais de suas empresas poderiam comprar um horário na emissora, irradiar jingles e também produzir um programa com suas respectivas ofertas comerciais (ANDRADE, 2001 citado por AZEVEDO, 2002). O rádio tornou-se mais atraente e este meio de comunicação começou a ser o melhor veículo na opinião dos anunciantes. 1.1.4 Indústria cultural e sua ligação com os meios de comunicação de massa A teoria crítica da indústria cultural foi desenvolvida na escola de Frankfurt pelos filósofos Adorno e Horkheimer, os quais tinham uma visão muito rígida sobre como a indústria cultural age na sociedade transformando as pessoas em indivíduos alienados ao consumismo, ditando regras do que devemos incluir em nosso dia a dia e de uma forma que nos traga satisfação compensatória. Assim, a tecnologia trouxe os meios de comunicação que difundem essa ideia de consumismo da indústria capitalista, sem uma reflexão crítica tornando-nos passivos diante do domínio das classes superiores. A indústria cultural é um fenômeno originado de uma sociedade capitalista, que faz uma ligação intrínseca com os meios de comunicação de massa, e também com a mídia. Os bens culturais seguem um rumo capitalista de consumo e lucros, tendo o cinema e também estilos musicais como o Jazz, vistos como instrumentos da indústria cultural de entretenimento que aliena as pessoas (MARTINS; AMARAL, 2011). 23 O rádio, a TV, jornais e internet fazem parte de algumas empresas, as quais buscam se manter como um bem agradável à sociedade visando lucros. Esses meios principalmente o rádio e a televisão, tenta-nos passar a ideia de que suas músicas, novelas e filmes são bens artísticos ou culturais, quando na verdade estão querendo impor seus ideais e introduzir na vida dos indivíduos os seus produtos. Segundo Adorno e Horkheimer (2000, p.170), “Filme e rádio não têm mais necessidade de serem empacotados como arte. A verdade, cujo nome real é negócio, serve-lhes de ideologia”. A indústria cultural expõe aos homens seu objeto de desejo, faz promessas, excita o prazer, mas priva os consumidores daquilo que lhes promete, reprime e sufoca. Fornece como um lindo paraíso, aquilo que não passa da vida cotidiana. Muitas vezes a indústria cultural torna-se pudica e pornográfica, assim como violenta. “Ela assim reduz o amor à fumaça. E dessa forma muita coisa passa, inclusive a libertinagem como especialidade corrente em pequenas doses e com a etiqueta daring (ousado)” (ADORNO, 2002.p.21). Haja vista, a indústria cultural tem como objetivo e dispõe de capacidade, induzir seus “clientes” ao consumo excessivo através das mídias de massa, ditando uma padronização a todos os homens dos quais muitos se esforçam para não ficarem fora desse sistema imposto. Sendo que também, essa organização distorce valores que a sociedade deveria se apegar, porém através da televisão, rádio e outros meios de comunicação acabam incluindo nos lares como o próprio autor descreve a libertinagem, a falta de amor. Isso tudo de forma tão discreta que passa despercebido aos olhos do espectador passivo. A teoria dos filósofos de Frankfurt faz uma dura crítica sobre a servidão da técnica que se submeteram os homens, o que era meta para tornar os homens livres e autônomos transforma-se uma mera ideologia a serviço da mercadoria (SOUSA, 2013). Segundo Adorno e Horkheimer (1985, p.18): O preço que os homens pagam pelo aumento de seu poder é a alienação daquilo sobre o que exercem o poder. O esclarecimento comporta-se com as coisas como o ditador se comporta com os homens. Este conhece-os na medida em que pode manipulá-los. O homem da ciência conhece as coisas na medida em que pode fazêlas. É assim que seu em-si torna para-ele. Nessa metamorfose, a essência das coisas revela-se como sempre a mesma, como substrato da dominação (ADORNO; HORKHEIMER, 1985, p.21). Com a técnica e o aperfeiçoamento das mídias, a indústria cultural logo tratou de trazer a ilusão de poder aos homens, abriu um falso campo de libertação os quais ficariam cada vez mais presos e manipulados, destituídos de uma visão crítica, foram capturados pelas pegadinhas do consumismo difundidos pelos meios de comunicação. 24 2.2 A radiofonia integra-se ao cotidiano brasileiro Enquanto nos Estados Unidos (anos 1920) alguns municípios já transmitiam músicas nos jardins públicos com o intuito de proporcionar entretenimento (RIBEIRO, 2010), somente no início dos anos 1930 é que o rádio no Brasil começou a se estabelecer perante a população brasileira. Não era mais somente um meio de propagar ideias e pertencia somente a alguns grupos. Os objetivos mudaram, era necessário atrair ouvintes criando atrações diferenciadas e proporcionar diversão. E de acordo com Meneguel (1998): Tendo como objetivo atrair novos ouvintes, as emissoras empenhavam-se em produzir programas populares, levando em consideração a opinião pública para a sua avaliação. Com a promoção de concursos, distribuição de brindes e análise de correspondências recebidas avaliava-se o programa que poderia passar por uma reformulação ou até ser retirado do ar. O ouvinte tornou-se exigente devido ao crescimento do número de emissoras que lhe proporcionava mais opções (p. 9). Entre 1930 e 1940 aumentou o tempo que as pessoas dedicavam ao rádio como forma de entretenimento. Começou a alterar a rotina dos ouvintes, os quais dedicavam seu horário de almoço junto às ondas radiofônicas que passaram a ganhar intimidade com a sociedade. Ribeiro (2010, p. 124) nos conta que: A procura de novas formas de entretenimento através da rádio passou a ser uma realidade. Longe de se contentarem com as festividades tradicionais que marcavam o calendário das comunidades locais, a partir de meados dos anos de 1930, aqueles que tinham acesso à rádio exigiam novas formas de divertimento. Neste período o rádio passa a ser alvo de desejo, não ter rádio em casa era não ter conhecimento das programações, é como pensar em 2014 com Web limitada somente a um pequeno número de lares. Nos anos 1930 a situação era exatamente esta, somente algumas famílias tinham o privilégio do rádio, mas este contexto foi se modificando gradativamente com a ampliação deste veículo ao público. Mesmo ainda não tendo o seu próprio aparelho, alguns se contentavam com os rádios dos vizinhos. Segundo o depoimento de Haroldo de Andrade (2001) citado por Azevedo (2002, p. 66), a primeira vez que escutou um rádio foi na casa de um senhor alemão que aos domingos precisamente às 7 horas da noite deixava a vizinhança escutar o rádio, “Ele colocava numa varanda grande que ele tinha, o rádio num volume muito alto e a gente ficava ouvindo ali. Achava muita graça, Alvarenga e Ranchinho, Jararaca e Ratinho, essas coisas assim.” 25 Apesar do crescimento radiofônico o rádio ainda não tinha se profissionalizado por completo. Nesta época recebiam-se artistas de outros espaços para atuar no rádio. Só na década de 1940 é que o rádio se profissionalizou e lançou seus próprios artistas que também trabalhavam em outros setores (CALABRE, 2003). Naquele tempo o âmbito radiofônico reunia profissionais de vários setores, podendo ser da área jornalística, da música, dramaturgia, e outros que se empenhavam em suprir as necessidades da linguagem radiofônica e suas programações transmitidas ao vivo. Aliás, a profissionalização desses trabalhadores acontecia dentro do próprio rádio, visto que sua formação era mais baseada na criatividade do que na técnica. Ainda não existiam conhecimentos sistematizados, o indivíduo era contratado pela sua vocação, qualquer um poderia se candidatar a músico, ator, locutor (JORGE, 2012). Contudo, era necessário apresentar boa aparência e simpatia. Ainda na década de 1940 surgiram às competições de calouros para cantores, concursos que se tornaram populares nas emissoras. Sobretudo, para os locutores os requisitos baseavam-se em “possuir de saída um bom timbre de voz. Depois entravam outros requisitos indispensáveis, como boa dicção, conhecimentos gerais, improviso, inteligência” (ROVERI, 1986, p. 105). Devido à popularidade deste veículo de comunicação com surgimento dos ídolos e novelas, este período ficou consagrado como os anos dourados do rádio (1940 a 1950), pois a população já havia acolhido o rádio como parte integrante de seu cotidiano. Assim, os artistas que até então, ganhavam por apresentação, passaram a ter salário fixo. Alguns artistas da música se consagraram no rádio nacional obtendo títulos populares como: Francisco Alves (o Rei da voz), Orlando Silva (o cantor das multidões), Cauby Peixoto (o Rei do rádio), Carmélia Alves (a rainha do baião), Adenilde Fonseca (a rainha do chorinho) e Emilinha Borba (a favorita da marinha), que travam com Marlene e Dalva de Oliveira a luta eterna pelo trono do reinado do rádio (CORREIA, p. 13, 2008). O rádio apresentava uma fórmula bem sucedida que logo seria copiada pela televisão. Como exemplo disso são os programas de auditório que eram inicialmente o único meio de medir a popularidade da programação e dos artistas, já que naquela época ainda não era possível medir ibope4 através recursos de audiência (FANUCCHI, 2003). 4 Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística 26 Vários modelos de programa migraram para televisão e fizeram muito sucesso, sendo que alguns permanecem até nos dias de hoje. O que era radionovela passou a ser telenovela e os famosos programas de auditório também foram sucesso na TV (PESSOA; MELLO;SANTOS, 2013) Ainda Pessoa et.al (2013) nos conta como os programas de auditório mexia com as emoções e assemelhava-se com a realidade: Assim, uma das razões do sucesso desses programas no Brasil parece estar em sua capacidade de estabelecer interlocução com as pessoas, retrabalhando elementos de sua vida ordinária, ao mesmo tempo em que dela participa. Esses programas parecem brincar (e, às vezes, caricaturar) a realidade cotidiana, sendo que, ao fazêlo, reiteram valores, normas e padrões estéticos profundamente enraizados. (p.6) A comédia também fazia parte do repertório radiofônico e se tornou sucesso popular na voz de Nhô Totico. Este comediante foi pioneiro, o primeiro a estrear um programa humorístico nas ondas do rádio. Seu programa de sucesso era destinado ao público infantojuvenil. Nunes (2013) nos conta que a aventura humorística de Vital Fernandes da Silva (Nhô Totico) teve início na década de 1930 na Rádio Cultura com o programa “Escola da Dona Olinda”, uma personagem professora. Lembrando que Nhô Totico fazia várias vozes que integravam “aquela escolinha” que foi ao ar até 1962. 5 No dia 5 de junho de 1941 a umas dez e meia da manha o creme dental Colgate anunciava o primeiro capítulo da novela “Em busca da felicidade” de Leandro Blando e adaptada por Gilberto Martins. “Em busca da felicidade” foi à primeira novela da rádio nacional e a primeira transmitida no Brasil. (Informação verbal). As radionovelas contavam com os patrocinadores que na maioria das vezes eram empresas de produtos de limpeza, já que: “O público alvo das radionovelas era o feminino [...] Uma pesquisa do IBOPE, realizada em janeiro de 1944, apontava a seguinte audiência para o período de 10h às 11h da manhã: 69,9 % de mulheres, 19,5% de homens e 10,6% de crianças” (CALABRE, 2003.p. 5). Ainda de acordo com Calabre (2003) as radionovelas eram sucesso absoluto com altos índices de audiência. As emissoras disputavam entre si, sendo algumas delas Rádio Globo, Tupi, Mayrink, entre outras. Porém a campeã por sua eficiência técnica era a Rádio Nacional, 5 Áudio retirado do site UOL de uma Reportagem da Agência Brasil sobre a primeira radionovela.Disponível em: < http://mais.uol.com.br/view/9c508uckp29e/em-busca-da-felicidade--a-primeira-radionovela-brasileira040260DCC99346?types=A>. 27 muito bem aceita e atrativa aos patrocinadores e que, em 1951, lançou a radionovela Direito de nascer que foi fenômeno de audiência. Diferente de aproximadamente uma década atrás, agora o novo tempo do rádio foi intitulado como os anos dourados. Neste tempo praticamente todos tinham um aparelho de rádio em casa, desfrutavam de suas músicas favoritas, alternando suas emoções a cada nova programação. Até então, a liderança da Rádio Nacional PRE-8 nunca tinha sido ameaçada, por outras emissoras. Ela se tornou vulnerável com a chegada da televisão no Brasil (1950), que começou a disputar com a rádio a preferência dos ouvintes. No começo ainda foi fácil resistir, pois a TV era inexperiente e poucos eram aqueles que possuíam televisores em seus lares, pelo alto custo. Entretanto, a TV superou as dificuldades do inicio, e a rádio sofreu o golpe de ver seus artistas migrando para o novo veículo de comunicação, no qual teriam a oportunidade de mostrarem seus rostos e obter melhores salários. (AGUIAR, 2007). Desta forma, na década de 1950 com a popularização da televisão, o rádio sofre declínio tendo que redefinir seus objetivos, reestruturando sua programação, a qual abriu espaço para o jornalismo e serviços à comunidade. Muitos futurólogos previam seu fim, porém o rádio que muito influenciou a TV continua a serviço da população até os dias de hoje. 28 2. MEMÓRIAS E RADIOFONIA EM ITUVERAVA Por meio da pesquisa histórica, voltamos ao passado e buscamos resgatar a memória local, inclusive com a ajuda dos depoimentos das pessoas que guardam suas recordações. E, ao analisarmos o objeto de estudo (rádio), encontramos envolvidas as várias comunidades que fazem parte deste processo histórico, valorizando o passado. Neste contexto, é importante salientar que Ituverava teve participação no passado do rádio, assim como o rádio faz parte da história de Ituverava até os dias atuais. O conceito de memória é importantíssimo, sendo que, é a propriedade de conservar determinadas informações como uma junção de funções psíquicas onde o homem pode atualizar as informações que ele considera passada. E a escrita trouxe grande transformação em relação à memória coletiva, permitindo um duplo progresso, tornando-se, em um determinado momento, um auxiliador da história (LE GOFF, 2003). Ituverava apresenta seu histórico iniciado em 1810, quando Fabiano Alves Freitas deu inicio as derrubadas das matas próximas ao Rio do Carmo para o cultivo da terra. Após cinco anos foi construída uma capela que atraiu povos que acabaram se estabelecendo naquele local e, em 1847 foi levada a categoria de distrito com o nome de Nossa Senhora do Carmo no município de Franca. Contudo, em 1885 por lei provincial foi desmembrado de Franca constituído Distrito Sede, tornando-se cidade por denominação de Ituverava em 1899 (I.B.G.E, 2014). A nova cidade evoluiu e sofreu transformações até encontrar-se no apogeu do café, sendo que, nas três primeiras décadas do século XX Ituverava caminharia firmemente junto à expansão do café. Entretanto, não obteve grandes lucros. Ao chegar ao início da terceira década deste mesmo século, Ituverava já se solidificava com características de empreendedorismo de um comércio ativo. Segundo Evangelista (1999, p.286): O comércio consistia em 25 lojas de fazenda, 20 armazéns, 6 farmácias, 3 padarias, 5 açougues, 2 casas de calçados, 2 casas de móveis, 1 agência de automóveis, 4 bombas de gasolina, 4 casas de auto-peças, 1 botequim, 1 quitanda de frutas e 1 bazar. Continuavam os sírio-libaneses a dominar amplamente os ramos mais importantes: armarinhos, secos e molhados, louças e ferragens. Ainda segundo o mesmo autor a cidade que caminhava para o Alto da estação, superando a crise do café e se reerguendo com a abertura de novos estabelecimentos. 29 2.1 A necessidade de uma emissora de rádio em Ituverava Ainda que a vida comercial fosse típica de uma pequena cidade, até então, Ituverava com o seu crescimento comercial passou a ter necessidade de uma comunicação abrangente que atingisse toda a população, com a finalidade de propagar comerciais de estabelecimentos da cidade. Não somente isto, mas integrando a comunicação como um todo, seja na publicidade, jornalismo, humor e entretenimento em geral. Chacrinha dizia que, “quem não se comunica, se trumbica”. E para que haja comunicação, certamente é necessário um receptor que alcance o maior número de pessoas possíveis (CORREIA, 2008). Assim, a comunicação é fator importante na disseminação das ideias e podemos entender que Ituverava encontrava dificuldades na divulgação dos produtos comerciais. Enquanto várias cidades do Brasil no início dos anos 1940 já desfrutavam deste meio de comunicação, Ituverava passava por um quadro urbano cheio de contrastes. “Um alto-falante na Praça seria fonte de alegria, uma vez que a ideia de uma estação de rádio não vingara” (EVANGELISTA, 1999, p.300). Seria um bom negócio para os comerciantes anunciarem seus produtos. Azevedo (2002, p. 70) comenta sobre esses serviços de alto-falantes dizendo que: Os serviços de alto-falantes nasceram como espécie de jornais falados com larga exploração comercial. Com o surto do crescimento radiofônico ao longo da década de 1930, este tipo de serviço foi desaparecendo dos grandes centros urbanos. Entretanto, no interior, os serviços de alto-falante tinham um papel de destaque a ponto de em 1941, merecer uma legislação especial do Estado Novo. Em 28 de Agosto de 1941, Lorival Fontes, diretor do DIP – Departamento de Imprensa e Propaganda, baixou uma série de instruções regulando o funcionamento dos serviços de alto-falantes. 2.1.1 A primeira emissora em Ituverava: Rádio Cultura Levando em consideração que após a crise do café a cidade aumentou ainda mais o seu âmbito comercial se reativando com a abertura de novos estabelecimentos, a cidade pode contar com os serviços de alto falantes. Em 1941 e 1942 este serviço começou a fazer irradiações. Era uma prévia do que se tornaria a Rádio Cultura de Ituverava (EVANGELISTA, 1999). Evangelista (1999) nos conta: 30 Alto-falantes barulhentos também provocavam reclamações, embora o que funcionava na Praça 10 de Março fosse visto com simpatia, pelos periódicos eclipses da banda de música, nascendo, morrendo e renascendo, para alegrar o passeio dominical. (p.341). De acordo com informações do IBGE (2014) no ano de 1944 existiam 106 estações difusoras em todo o Brasil, sendo 41 delas no estado de São Paulo. Assim, Ituverava não se contentaria apenas com os serviços de alto-falantes e, em alguns anos surgiria o primeiro serviço de radiodifusão, a Rádio Cultura de Ituverava Limitada. Percebendo a necessidade de uma rádio na cidade, Jorge Jacob (comerciante), Aquiles Bombig (corretor de seguros), Luis Mei (comerciante), Francisco Alves Ferreira (farmacêutico) e Assad Chaibub (comerciante) deram início no dia 18 de Outubro de 1946 à primeira radiodifusão. Os quotistas tinham em comum o fato estarem envolvidos na área comercial. A exploração dos serviços da emissora Cultura não se destinava somente a fins comerciais, contudo, também seria utilizada para as áreas cultural, educacional e artística.6 Evangelista (1999) autor do livro “Crônica de Ituverava” nos ajuda a compreender a importância do rádio em Ituverava através do tempo, a cidade passou por grande melhora nas comunicações devido à criação da rádio Cultura. A emissora pode se estabelecer com um capital de Cr$ 100.000,00 na época, e entrou em ativa alguns meses depois em 1947. Contudo, somente em 1948 é que os cidadãos Ituveravenses puderam aproveitar as programações como: Transmissão de jogos de futebol; Rádio-novela; A Ave Maria e o Jornal da Câmara. A completar o primeiro aniversário, a Rádio Cultura organizou um programa comemorativo que foi festejado com a presença do cantor Francisco Alves. Tais mudanças atribui-se do Prof. João Béber Filho como diretor artístico da emissora, elevando notavelmente o nível da Rádio. A rádio Cultura seguiu o modelo das outras emissoras já existentes no Brasil, sendo o programa de auditório muito apreciado pelo público nos anos 1940/50 e, naquela época alguns artistas da região começaram a ganhar espaço em programações desse gênero. Este panorama histórico são marcas no tempo e na sociedade, deixando saudades para quem participou ativamente deste contexto e viveu a época de ouro do rádio. Valizi (2014) o qual integrava a dupla “Valizi & Valizinho” relembra: Em 1952, a Rádio Cultura de Ituverava iniciou o programa "Brasil Sertanejo"; era um programa de auditório, ao vivo, sempre aos domingos, onde se apresentavam 6 Informação retirada da Escritura Pública de Constituição da Rádio Cultura Limitada. 31 duplas, trios etc. O primeiro programa Brasil Sertanejo nós ouvimos lá da fazenda; mas a partir do segundo programa, já começamos a nos apresentar, e assim continuamos por muitos anos. Foi através desse programa que conseguimos nos tornar musicalmente conhecidos em Ituverava e nas cidades vizinhas (p.1). Com certeza dos anos 40 aos 60, Ituverava passou pelo seu período de anos dourados, a cidade tem um passado cultural brilhante, com dois cinemas, apresentações de orquestras, bailes, apresentações de cantores famosos da época como Orlando Silva (cantor das multidões) e radionovelas produzidas pela própria rádio Cultura com artistas de Ituverava (TRIBUNA DE ITUVERVA, 2014). Figura 3 Orlando Silva o “Cantor das Multidões”, que se apresentou no Cine Rosário, dia 26 de maio de 1.950. Fonte: Tribuna de Ituverava (2014) 32 Figura 4 Em agosto de 1970, foto no estúdio da Rádio Cultura de Ituverava. (1) Carlos Alberto Amêndola, (2) Luiz Fernando Henrique dos Santos, (3) Benedito Galdiano, (4) José Valizi e (5) Benclei Costa Vasconcelos Fonte: Tribuna de Ituverava (2014) 2.1.2 Emissora de frequência Modulada LTDA (94,3 FM) Durante trinta anos a rádio Cultura foi à única da cidade de Ituverava, até a instalação da segunda produção radiofônica “Ituverava- Emissora de frequência modulada LTDA”no dia 06 de Junho de 1977. A sociedade era composta pelos sócios: O radialista Luis Fernandes dos Santos e os publicitários Paulo Roberto dos Santos e Odair Henrique dos Santos nas funções de diretores gerentes. O capital social é de Cr$. 150.000,00 distribuído em quotas7. Muita coisa já havia mudado desde o ano em que a primeira rádio foi inaugurada na cidade, certamente a nova emissora não enfrentaria as mesmas dificuldades e lutas da rádio cultura por ter sido pioneira nesse ramo. Contudo, os objetivos da sociedade se identificavam com a rádio Cultura. Sendo que, a natureza de sua programação era educativa, recreação, informativa e comercial. Identificandose com o Decreto nº52. 795, de 31 de Outubro de 1963 sobre a finalidade dos serviços radiofônicos, que dispõe: Art 3º Os serviços de radiodifusão tem finalidade educativa e cultural, mesmo em seus aspectos informativo e recreativo, e são considerados de interêsse nacional, sendo permitida, apenas, a exploração comercial dos mesmos, na medida em que não prejudique êsse interêsse e aquela finalidade.(BRASIL, 1963) 7 Informação retirada do Contrato Social da Ituverava- Emissora de frequência modulada LTDA 33 As emissoras de rádio nessa época já não contavam mais com as brilhantes radionovelas que tanto fez sucesso na década de 50. Pois, essa programação exigia um alto custo e, com o crescimento da televisão migraram-se as verbas para este mais novo veículo de comunicação, assim, sendo fator importante para o abandono desse gênero nas rádios. Na década de 60 algumas emissoras de rádio ainda destinavam alguns horários para as radionovelas, mas pouco tempo após foi inevitável o declínio e o desaparecimento desta atração. Contudo, na década de 70 ainda houve a tentativa de reativação, havendo um resultado sem sucesso (CALABRE, 2003). As rádios de frequência modulada FM, começaram a ser exploradas nos anos 60 e somente no início dos anos 70 é que as FMs tornaram-se neste formato que conhecemos hoje. Contudo, nesta época era o Regime Militar quem governava, havendo uma censura muito grande para os meios de comunicação, limitando algumas programações. Tais emissoras eram mais destinadas à programação jovem com sorteios e brincadeiras (CORREIA, 2008). Segundo Alberto Moby (2007, p.105) neste período a censura: [...] vigiava de perto a música popular e que canções de teor político só eram divulgadas pelo rádio quando elogiosas ao Estado. Essa vigília [...] não se daria apenas [...] sob a forma de coerção pura e simples. Interessava ao Estado Novo, mais que reprimir, “transformar” a música (e o músico) popular numa testemunha do “Brasil Grande” proposto pela ideologia dominante. 2.1.3 Stéreo Rádio FM. de Ituverava LTDA (104,5 FM ) A cidade havia crescido e continuava a se desenvolver, sobretudo, parecia interessante seguir os modelos das rádios anteriores e dar crescimento também à área radiofônica. No dia 03 de Setembro de 1979 Ituverava ganha mais uma emissora de rádio, hoje conhecida popularmente como Dimensão FM. Seguindo aos interesses de 8João César Paulo Expedido Cangussu (radialista), João Fernandes Molina (radialista), Wilson Macenino Palhares (agropecuarista) e Josè Maurício Amendola (publicitário) os fundadores da emissora. Os objetivos da instalação da Rádio estão expressos na Cláusula I do contrato: 9 A sociedade gira sob a denominação de STÉREO RÁDIO FM. DE ITUVERAVA LTDA, e terá como principal objetivo a instalação e exploração de radiodifusão sonora, ou de sons e imagens – seus serviços afins ou correlatos, tais como serviço 8 Informação obtida pelo contrato social da Stéreo Rádio FM de Ituverava LTDA (Dimensão) cedida pelos proprietários 9 Idem 34 especial de música funcional; repetição ou retransmissão de sons ou sinais de imagem e som de radiodifusão – com finalidades educativas, culturais e informativas, cívicas e patriótica bem como a exploração do serviço, mediante a obtenção do Governo Federal de concessão ou permissão, nesta ou em outras localidades, tudo de acordo com a legislação específica regedora da matéria. 2.1.4 Associação Comunitária do Carmo (Superativa) A mais atual emissora de rádio que a cidade de Ituverava recebeu, 10teve início no dia 31 de Maio de dois mil. Sendo os sócios e membros da associação Comunitária do Carmo, o Diretor Presidente Roger Bueno da Silva; o Diretor Vice-Presidente Itamar dos Santos; a Tesoureira Cristiane de Paula Santos e a Secretária Silvia Helena P. da Silva. Os objetivos da Rádio Comunitária do Carmo que popularmente chamamos de Superativa, esta expresso no artigo 3 do contrato: 11 I – desenvolver atividades de caráter sócio-cultural, educacional e esportivo, em benefício do desenvolvimento geral da comunidade local; II – prestar serviços de utilidade pública, principalmente sobre os assuntos inerentes a região, integrando-se aos serviços de defesa civil, sempre que necessário; III – dar oportunidade à radiodifusão de ideias, elementos de cultura, tradições e hábitos sociais da comunidade local, através de radiodifusão; IV – incentivar e promover a pesquisa no campo de artes, da cultura, do esporte e do lazer; V – permitir a capacitação dos cidadãos no exercício do direito de expressão da forma mais acessível possível; VI – explorar o serviço de radiodifusão; VII – praticar outras atividades compatíveis com seus objetivos. As rádios comunitárias apresentam-se totalmente democráticas e abre possibilidades para a comunidade local participarem e, podem ser chamadas de “rádios livres”, pois é desvinculada de padrões definidos por elites políticas ou religiosas. De acordo com a lei nº 9.612/98 de 19 de Fevereiro de 1998, uma rádio comunitária não poderá vincular a sua programação ações de publicidade comercial como consta no: Art. 18. As prestadoras do Serviço de Radiodifusão Comunitária poderão admitir patrocínio, sob a forma de apoio cultural, para os programas a serem transmitidos, desde que restritos aos estabelecimentos situados na área da comunidade atendida.(BRASIL, 1998) 10 11 Citação do contrato de Associação civil denominada Associação Comunitária do Carmo (Superativa FM). Idem 35 E ainda expressa Art. 7º que estão competentes por explorar os serviços de radiodifusão, porém, sem fins lucrativos. Desta forma, limita-se a rádio comunitária a propagar produtos, preços e outras vantagens de serviços comerciais. 36 Quadro 1 Comparação da programação entre emissoras tradicionais e rádios comunitárias CONTEÚDO DA PROGRAMAÇÃO Mídias Tradicionais Rádios Comunitárias Conteúdo massificado Conteúdo direcionado Predomina jornalismo informativo Predomina jornalismo interpretativo Comunicadores com formação acadêmica, Comunicadores sem formação acadêmica, mas que se comunicam de forma pré- mas se comunicam de forma espontânea, programada, formal, mas sem afetação coloquial, mas com afetação Informação em escala nacional e mundial Informação em escala local Predomina a cultura de massa Predomina a cultura local Transforma conhecimento em informação Transforma informação em conhecimento Notícias da macroeconomia Notícias da microeconomia A informação chega “de cima para baixo” A informação chega “de baixo para cima” e e é vertical (das instituições ao povo) é horizontal (do povo às instituições) Propaganda e publicidade mercadológicas Propaganda e publicidade institucionais Presença de jornalismo opinativo Ausência de jornalismo opinativo Notícias negativas dos movimentos sociais Notícias positivas dos movimentos sociais (como o MST) Ausência de conteúdo religioso (exceto os Presença de conteúdo religioso horários pagos) Fonte: Costa (2011) O quadro acima faz um comparativo entre as emissoras tradicionais e as rádios comunitárias, visto que, possuem programações diferenciadas uma das outras, visando objetivos distintos e sendo direcionada para diferentes públicos. Segundo Costa (2011) os conteúdos são bem diferenciados entre a rádio comunitária e a tradicional, visto que, as programações das emissoras tradicionais são capitalistas e atraem o público para atingir objetivos financeiros. Contudo, a comunitária é peculiar e direcionada a um público específico, especialmente a comunidade local que poderá absorver o conteúdo e percebê-lo em seu cotidiano. Desta forma, percebemos a importância que as rádios têm sobre a cidade de Ituverava, seja por âmbito nacional como nas emissoras tradicionais, ou seja, local como na rádio comunitária. Se naquela época quando surgiu à primeira emissora, o rádio foi uma ferramenta 37 preciosa para a comunicação, ainda hoje Ituverava tem o rádio como um instrumento de utilidade pública para vários fins, seja para entretenimento ou informativo. Contando ainda com as quatro emissoras de rádio que permaneceram na ativa desde sua fundação. 38 3 ENTREVISTAS E ANÁLISE DOS DADOS Neste capítulo, foram feitas as entrevistas semi-estruturadas com os radialistas das emissoras de Ituverava. Começamos a análise das mesmas, transcrevendo as informações obtidas para um trabalho de cunho qualitativo. Sobre a pesquisa qualitativa Triviños (2008) expõe: Os resultados, para que tenham valor científico, devem reunir certas condições. A coerência, a consistência, a originalidade e a objetivação [...] não admite visões isoladas, estanques. Ela se desenvolve em interação dinâmica retroalimentando-se, reformulando-se constantemente (p. 137; 170). Para Triviños (2008, p. 146) podemos entender por entrevista semi-estruturada: [...] em geral, aquela que parte de certos questionamentos básicos, apoiados em teorias e hipóteses, que interessam à pesquisa, e que, em seguida oferecem amplo campo de interrogativas, fruto de novas hipóteses que vão surgindo à medida que se recebem as respostas do informante. [...] são resultados não só da teoria que alimenta a ação do investigador, mas também de toda informação que ele já recolheu sobre o fenômeno social que interessa. Com as entrevistas transcritas, podemos compreender as experiências vividas e, ao longo deste processo poderemos fazer alguns cortes a partir da ideia inicial do trabalho, considerando as informações mais relevantes dos sujeitos em pesquisa. 3.1 Espaço analítico – perfil dos entrevistados É importante verificarmos o perfil dos entrevistados, bem como, suas respectivas atuações nas rádios da cidade de Ituverava. Esta análise permitirá ampliar nossa visão sobre a vida dos radialistas e suas representações no contexto radiofônico. Nas tabelas poderemos ter uma visão mais clara sobre os dados profissionais e pessoais dos radialistas entrevistados. O critério utilizado para a escolha dos candidatos a entrevista, deu-se pelo tempo de atuação que viveram no meio radiofônico, bem como suas vivencias nas transformações ocorridas na sociedade durante este período estudado. As perguntas da entrevista foram elaboradas previamente de acordo com o perfil de cada entrevistado, tendo como amostragem cinco profissionais do rádio do gênero masculino e uma do gênero feminino, totalizando seis entrevistados. 39 Quadro 2 Dados profissionais e pessoais dos entrevistados DADOS DOS ENTREVISTADOS Entrevistado José Valizi Nasceu na cidade de Ribeirão Corrente SP João Peres do Santos Paulo Antônio R. de Souza Uberlândia-MG Ituverava-SP Data de nascimento 16/04/1932 25/02/1940 09/05/1971 Radialista no período de 1961 a 2001 1982 a 2011 1989 a 2014 Emissora de atuação Rádio Cultura AM Rádio Cultura AM/ Dimensão/ 94 FM 94 FM Função desenvolvida Locutor Apresentador e Animador Locutor comentarista esportivo e noticiarista Diretor artístico e locutor entrevistador Programa Fazendinha do Valizi Diversos Ponto de vista 28/11/2014 28/11/2014 Entrevista realizada 28/11/2014 dia Fonte: Elaborado pelo autor (2014) 40 Quadro 3 Continuação dos dados pessoais e profissionais dos entrevistados DADOS DOS ENTREVISTADOS Entrevistado Azor de Faria Nasceu na cidade de Igarapava-SP Jeronimo Moreira da Silva Neto Ituverava-SP Adriana Ap. de Oliveira Conquista-MG Data de nascimento 22/11/1960 20/11/1948 07/07/1980 Radialista no período de 1983 a 2014 1967 1997 a 2014 Emissora de atuação 94 FM e Dimensão FM Radio cultura, 94 FM e Dimensão Dimensão, superativa FM Locutor Apresentador Animador, Discotecário e Operador de som de estúdio Over Nigth, Programa Temperando com Sucesso e Ponto de Vista Entrevista realizada 28/11/2014 dia Função desenvolvida Fonte: Elaborado pelo autor (2014) Locutor anunciador e animador Locutora anunciadora e Apresentadora Animadora Atendendo o ouvinte Bom dia Cidade 28/11/2014 28/11/2014 41 3.2 Momento histórico – Profissionais do rádio A perspectiva da pesquisa através da entrevista amplia nossos pensamentos sobre a memória local em relação a radiofonia e, seus diversos atores ao longo desses anos na cidade de Ituverava. Os documentos e procedimentos metodológicos nos permite viajar no tempo para identificar os traços históricos do rádio e seus integrantes. A pioneira da cidade (rádio cultura), juntamente com as outras emissoras, empregou muitos trabalhadores e, entre eles, os radialistas. Integrantes estes, que sem os quais, não seriam possíveis as transmissões deste veículo de comunicação. O entrevistado José Valizi que permaneceu durante 40 anos na rádio Cultura, nos conta que os ituveravenses receberam a primeira rádio na cidade com muito entusiasmo. Valizi - [...] muita expectativa porque se tratava de uma novidade. Para a cidade foi importante porque era uma nova forma de entretenimento e de veiculação de informações e notícias locais. E relata o período militar e a fiscalização dos órgãos competentes do Governo Federal quanto à atuação da emissora de rádio na época. Valizi - A rádio era obrigada a gravar toda a sua programação diária em rolos de fita. Durante o período do governo militar, a fiscalização era mais rígida. Então, os órgãos fiscalizadores vinham todos os meses, recolhiam as gravações e levavam para serem analisadas. Caso encontrassem algum conteúdo não permitido, a rádio poderia ser punida. Havia, por exemplo, restrições quanto a algumas músicas, proibidas pela censura da época. 3.2.1 Contribuições das Rádios e o desenvolvimento local Além de a rádio cultura proporcionar entretenimento, era também vista como um bem social para a população da cidade. O entrevistado relembra momentos em que a emissora ajudou a população de Ituverava. Valizi - Ajudou na divulgação de informações de utilidade pública. Por exemplo: sempre que a Santa Casa precisava de sangue ou leite materno, ela recorria à Rádio Cultura para conseguir os doadores. Outro exemplo: os Correios não entregavam correspondências nas fazendas, onde morava a maioria da população. Então, quando alguém de outra cidade queria enviar uma carta para algum parente em Ituverava, que morava na zona rural, a carta era endereçada ao meu programa Fazendinha do Valizi; eu avisava no rádio que havia chegado uma carta para fulano de tal, morador da fazenda tal, e o destinatário vinha até a emissora de rádio buscar a carta. 42 Figura 5 Atuação do radialista Valizi na Rádio Cultura Fonte: Imagem cedida pelo entrevistado Sabemos que os veículos de comunicação tem valor indescritível na rapidez das informações, imagine no contexto da época de 1960, este valor era ainda mais relevante. O rádio contribuiu na divulgação de informações que ajudaram os cidadãos de Ituverava, pois a “linguagem é para a inteligência o que a roda é para os pés, pois lhes permite deslocar-se de uma coisa a outra com desenvoltura e rapidez” (MCLUHAN, 1964, p. 8). Com o desenvolvimento do rádio, houve uma ligação entre os poderes sociais, políticos e econômicos, facilitando a globalização e aproximando as pessoas agilizando a velocidade de informações. “O rádio, pela palavra, estendeu a voz do homem pelas montanhas e desertos, até os lares mais humildes e isolados” (RUAS, 2002). E para Ituverava teve o mesmo efeito, a Rádio Cultura era um fator de desenvolvimento local. Outros radialistas que trabalharam e ainda permanecem nas rádios de Ituverava, também nos ajudaram a compreender as contribuições das rádios na cidade e, discorrem sob seu ponto de vista como as emissoras colaboraram de alguma forma para o progresso da cidade. O radialista Paulo Antônio recorda de um ato democrático que se realizou na cidade e teve extrema importância naquele momento político. 43 Paulo - Uma dos fatos mais importantes que as rádios Dimensão FM – 104,5 e a rádio 94,3 FM participaram, e que marcou nossa cidade foi à transmissão do primeiro debate público, organizado pelo capítulo Demolay 12no ano de 2000. A ideia partiu de jovens com idade entre 12 e 21 anos [...] Com o intuído de contribuir com a democracia na cidade, em um momento importante como as eleições, inúmeras reuniões foram realizadas entre a organização, entidades envolvidas, jornais locais, as rádios dimensão FM e rádio 94 FM, assessores e os próprios candidatos à prefeito naquele ano. Verificamos a utilização do rádio em favor da democracia da cidade e, quando falamos do rádio como uso político, não podemos deixar de citar mais uma vez Getúlio Vargas e o uso que fez deste veículo de comunicação. Sendo que, em 1937 ele através do rádio “comunicou à nação a instalação do Estado Novo e a nova Constituição” (HAUSSEN, 1997, p. 22‐23). Para Ituverava as eleições de 2000 foi um marco histórico com a primeira transmissão de um debate político, onde os candidatos puderam usar o rádio como um veículo para disseminar seus ideiais. Paulo - Durante a transmissão além do público presente no local, a cidade praticamente parou e voltou-se ao rádio para acompanhar este importante fato que o rádio de Ituverava transmitiu. Inúmeras ligações de eleitores foram feitas para o estúdio da emissora, durante a noite deste memorável ato democrático. Todos os seguimentos da sociedade, todas as classes sociais, quem estava em casa, no carro ou trabalho pôde ouvir este evento que repercutiu até o dia do pleito [...] Portanto no cenário político e democrático regional. Quando o entrevistado Paulo Antônio relata que todas as atenções estavam voltadas para o rádio naquele dia, podemos comparar com os anos dourados do rádio, onde muitos se reuniam em seus lares em volta do receptor para ouvir as programações. E o entrevistado Azor de Faria expressa como este veículo de comunicação contribuiu para a história de Ituverava e qual a importância que ele ainda exerce para a população ituveravense na atualidade. Azor - A rádio trouxe principalmente ao publico de Ituverava entretenimento, informação, prestação de serviços cumprindo com o seu papel social. 12 O Demolay citado pelo entrevistado é uma ordem criada pelos Maçons em 1919 para formar jovens de 12 a 21 anos de idade em cidadãos melhores, criando líderes juvenis de personalidade (SCODB, 2014). 44 Figura 6 Entrevistado Azor de Faria Fonte: Imagem cedida pelo entrevistado Com a sua experiência na área da radiofonia, o locutor anunciador Moreira nos conta como as propagandas faladas através do rádio contribuiu para aumentar a livre concorrência entre os comerciantes. Moreira - [...] em 1967 os comerciantes de Ituverava investiam muito em propagandas na rádio, muitas vezes não era nem preciso oferecer a publicidade aos comerciantes, pois eles mesmos nos procuravam na própria emissora para fazer os comerciais [...] Alguns comerciantes elogiavam muito o retorno que a propaganda dava a eles. Figura 7 Locutor Jeronimo Moreira Fonte: Imagem cedida pelo entrevistado 45 E Valizi também com sua ampla experiência, completa. Valizi - O rádio teve muita importância na história de Ituverava. Depois da sua chegada, o comércio ficou mais movimentado (por causa das propagandas dos anunciantes, que eram ouvidas tanto na cidade quanto nas fazendas); os comunicados de utilidade pública passaram a ser propagados mais rapidamente. 3.2.2 Entretenimento e a participação do público Como vimos anteriormente, a rádio em seu início não era destinada a diversão e, tudo que se aproximasse a esse contexto era vetado. Anos depois a população ganha espaço neste veículo de comunicação e pode usufruir desse espaço como forma de entretenimento. Nos anos 1940/50 as programações já eram bastante diversificadas e os programas de auditório fazia muito sucesso e, “acontecia uma experiência sinestésica em que os ouvintes se tornavam também espectadores das apresentações”. (PESSOA; MELLO; SANTOS. 2013 p. 4) A rádio cultura foi à pioneira na cidade de Ituverava e também oferece esta oportunidade aos cidadãos de Ituverava nos anos de 1950 a presenciarem essas programações em nível de espetáculo. Valizi - as pessoas ganharam uma nova forma de diversão, pois podiam ouvir músicas através do rádio; o rádio incentivou a cultural musical local, pois a emissora fazia programas de auditório nos quais apresentavam-se crianças, jovens e adultos. Em relação à participação do público, nos anos de 1980 era muito ativa. O canal entre ouvinte e emissora era aberto e o expectador se divertia ao interagir com o seu meio de comunicação favorito. Eram formas mais burocratizadas em relação a hoje, pois exigia mais tempo do ouvinte. Como por exemplo, ter que esperar na linha do telefone ou ir até os correios enviar uma carta. Mas, mesmo com esse sistema, o ouvinte não deixava de participar. Azor - O publico do inicio dos anos 80, já participava massiçamente por carta e pelo telefone [...]no qual ficava a disposição do ouvinte das 06:00 da manhã as 00:00 , quando encerrava as transmissões da emissora, voltando somente as 06:00 da manhã seguinte. Devemos considerar que, sobretudo, o rádio desde seu surgimento foi o meio de comunicação com mais interatividade do que qualquer outro. Isto se deve a possibilidade de aproximar os ouvintes da emissora, podendo ser por telefone ou mesmo por carta (ALMEIDA; MAGNONI, 2008 apud HAUSSEN; FOSSA, 2010). Visto que a carta é um 46 meio de condução mais econômica possibilitando naquela época qualquer cidadão a se comunicar com os radialistas Azor de Faria ainda nos conta quais eram os artistas e as músicas que embalavam os ouvintes nos anos 1970/80. Azor - Na década de 1980, tocava na rádio muitas musicas internacional. Já vinham de uma onda de sucessos dos anos 70, e entrando na década de 1980 o New Wav, Black Music ,Break, Pop Music com Michael Jackson, Madona, Cynd Lauper, e o rock internacional também era grandemente executado como a banda Europe,Scorpios,Simple Red entre outros. E muitas bandas nacionais destacaram com grandes sucessos também como : Legião Urbana, RPM, Lulu Santos, Léo Jayme ,premeditando o breque, kid vinil. A rádio 94 FM, buscava acompanhar as demais emissoras que tocavam o mesmo ritmo principalmente o eixo Rio - São Paulo. Antecedendo as décadas de 1940 a 1960 constatamos através da historiografia que poucas mulheres tinham a oportunidade de trabalhar em cargos considerados como masculinos e, entre as áreas que eram pouco ocupadas pelo gênero feminino está às emissoras de rádio. As três emissoras, Rádio Tupi, Nacional do Rio de Janeiro e Mayrink consideradas exceções neste caso, contratavam mulheres para diversos cargos, inclusive locutoras e apresentadoras dos programas de auditório (MUSTAFÁ, 2011). A única radialista entrevistada foi contratada nos anos de 1990 pela Dimensão FM de Ituverava, assim como outras mulheres que hoje fazem parte das equipes de trabalho das emissoras da cidade. Visto que, na atualidade o espaço de trabalho para as radialistas é consideravelmente maior em consideração ao passado. Nossa entrevistada que hoje trabalha na 94 FM, relembra o programa „Quintal da cidade” e como ele animava os dias de carnaval. Adriana - a radio 94 FM criou um programa que antecedia aos dias de carnaval, fazendo um tipo de “esquenta de carnaval” criando um clima para que as festividades nas ruas, salões, concentrações já pudessem ir se animando. O programa chamado “quintal da cidade” foi criado na década de 1990, quando a emissora respondia pelo nome de Cidade FM e teve esta preocupação de animar os carnavais com musicas típicas, entrevistas de pessoas ligadas ao evento como: Presidentes de clubes, lideres de blocos carnavalescos, autoridades civil e militar e muitos outros convidados . E conta como acompanhou a mudança cultural da cidade em relação ao carnaval. Adriana - A ultima edição do programa foi no ano de 2004, já nas dependências da A.A.I ( associação atlética ituveravense) e acompanhou a decadência de publico 47 que já eram raros ou nem existiam mais nos salões e ruas para brincar o carnaval em Ituverava. Figura 8 Radialista Adriana Ap. de Oliveira Fonte: Imagem cedida pela entrevistada 3.2.3 O Radialista como mediador dos fatos Não faz sentido pensar em rádio, sem pensar no “personagem” que está em evidência neste contexto, o locutor . Sua atuação profissional está ligada a várias atividades dentro da emissora (Locutor animador, locutor noticiarista, locutor esportivo, locutor entrevistador) assim, o radialista precisa estar apto para desenvolver as demandas da emissora com flexibilidade. O exercício da profissão de radialista passou a ser regulamentado pela lei nº 6.615/78 da CLT e, todos que comprovarem exercício de qualquer uma das funções dispostas no Art 4º tem direito ao Registro Profissional de Radialista: 13 Art 4º - A profissão de Radialista compreende as seguintes atividades: I - Administração; II - Produção; III - Técnica. § 1º - As atividades de administração compreendem somente as especializadas, peculiares às empresas de radiodifusão. § 2º - As atividades de produção se subdividem nos seguintes setores: a) autoria; b) direção; c) produção; 13 A lei nº 6.615/78 dispõe que todas essas atividades compreendem a profissão de radialista. Todos exercem a função de Locutor apesar de alguns serem de modalidades diferentes. Consulte a tabela analítica de informações pessoais dos entrevistados na página 35 para compreender suas respectivas atuações. 48 d) interpretação; e) dublagem; f) locução g) caracterização; h) cenografia. § 3º - As atividades técnicas se subdividem nos seguintes setores: a) direção; b) tratamento e registros sonoros; c) tratamento e registros visuais; d) montagem e arquivamento; e) transmissão de sons e imagens; f) revelação e copiagem de filmes; g) artes plásticas e animação de desenhos e objetos; h) manutenção técnica (BRASIL, 1978). Segundo Nogueira (2008, p. 174): [...] ser radialista corresponde simultaneamente a um processo de construção social – na medida em que são legitimamente reconhecidos como tais e seguem trajetórias que os qualifiquem para exercerem essa função – e de construção de si, não só por meio de condutas, preceitos morais e expectativas de comportamentos, mas também por sentimentos e valores que norteiam suas adesões pessoais à profissão, com reflexos em outras esferas de suas vidas. Assim, percebemos a importância e a responsabilidade que um radialista precisa ter mediante seus interlocutores, principalmente os noticiaristas. Na análise dos presentes questionários, observamos essas características nos profissionais do rádio e, como se responsabilizavam por cada notícia dada aos ouvintes. O entrevistado João Perez relembra alguns anúncios que transmitiu aos ouvintes e os sentimentos empregados naquela situação. João Peres - Era difícil, me lembro de ficar triste ao ver a economia do país passar por dificuldades, e ter que anunciar praticamente todos os dias aumento de preços nos produtos, principalmente nos produtos da cesta básica. Aquela noticia que era falada através do rádio, certamente atingiria alguém de forma negativa também, mas fazer o que? Era o meu trabalho, e eu tinha que fazê-lo. É necessário que o locutor tenha uma linguagem afetiva com seus ouvintes, que pelo seu tom de voz conduza com maestria as notícias a serem transmitidas ao público. Para López Vigil (2003, p. 33) o programa de rádio está no caminho correto se rimos ou choramos com ele, se nos comove e nos traz emoção. Se até mesmo seja capaz de nos provocar fúria. ”Caso contrário, a mensagem não chega, não impacta. No rádio, o afetivo é o efetivo”. As emissoras de rádio e suas configurações sem fronteiras são capazes de disseminar as principais notícias no âmbito nacional ou local e, João Perez recorda-se que após a crise dos anos de 1980 o público esperava ansioso por noticias de dias melhores. 49 João Perez - A criação da nova moeda no inicio dos anos 90, e a expectativa de melhorias na economia com o plano real, foi de fato uma noticia que eu não me cansava de passar aos ouvintes da rádio, pois era um momento que o pais estava vivendo de entusiasmo e esperanças com a nova política econômica. Figura 9 Entrevistado João Perez no ano de 1984 transmitindo o Jogo de Futsal Fonte: Imagem cedida pelo entrevistado Portanto, devemos considerar que o rádio seja retratado como um espaço de proximidade entre o externo e o interno. Entende-se como externo a explosão de novidades (positivas e negativas) e também o desenvolvimento de várias áreas que acontece ao nosso redor. E nosso interno obtém estas informações, assimila e a transforma conforme nossas necessidades, inserindo-as no nosso cotidiano. Desta forma, podemos entender que esta ligação se dá a partir do rádio tendo como mediador o radialista locutor. O locutor cria uma imagem de intimidade com os ouvintes, pois transmite através da voz seja, animação, carisma e mistério. Sua figura física muitas vezes não conhecida pelo público causa curiosidade e cria um “universo” de suposições a respeito da pessoa que esse locutor possa ser. Muitos “vêem o locutor como alguém íntimo ou uma espécie de mito”. (SANTANA, 2004. p. 8). Azor - Por ser uma profissão de destaque, o publico me convidava para as festas, boates e cerimoniais e até cheguei a dar autógrafos pelo fato de estar em destaque pelo rádio em Ituverava. 50 3.3 A rádio na atualidade Apesar do “furação televisivo”, o rádio sobreviveu. É notório que este veículo possui algumas peculiaridades que o ajudaram a se manter ativo, tal com a sua popularização e o baixo custo de seu receptor portátil e, é pelo seu carisma que as rádios são disputadas por entidades religiosas e políticos. Apesar dos avanços de outras mídias “o som do rádio tornouse, para os trabalhadores de todo o mundo, a trilha sonora que alivia o fardo do cotidiano, a voz amiga que os estimula” (MAGNONI; CARVALHO, 2007. p. 183). Azor - O rádio, ainda é o maior meio de comunicação no mundo, pela sua eficácia e continua sendo um veículo que contribui com informações, prestação de serviços, anúncios de produtos e muitas outras práticas que favorece o publico ouvinte. A longevidade do rádio ainda é discutida, porém ele sobrevive em meio a tantas novidades tecnológicas. Foi preciso reformular-se. Novas programações, novas maneiras de atrair os ouvintes. Algo que se modificou claramente durante esses anos foi à forma como os ouvintes passaram a se comunicar com as emissoras, na atualidade pode-se usar a internet como ferramenta para tal fim. Um exemplo é o uso do e-mail que garante a velocidade e praticidade dos recados. Azor - Na atualidade, são vários os meios de comunicar-se para fazer pedidos musicais, e esta mudança foi significativa. Dentre essas mudanças, percebe-se que o rádio deixou de ser prioridade na divulgação de produtos comerciais. Outros veículos, algumas vezes de maior visualização, ganhou espaço na publicidade. Moreira - Na atualidade, pela oferta de mais veículos de publicidade, como carro de propaganda volante, internet, panfletagem, outdoor, a propaganda no rádio passou a dividir um espaço que antes era praticamente só dela, mas, ainda muitos comerciantes gostam de ouvir o nome do seu comércio, o seu próprio nome e dos funcionários através das ondas do rádio. 51 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao final dessa análise conclui-se que o Rádio no Brasil foi o maior veículo de comunicação já existente e teve extrema influência para a televisão. Com o seu poder de comunicação abrangente exerceu significativamente contribuições importantes sobre os cidadãos brasileiros, seja em âmbito nacional ou para o desenvolvimento local. O rádio vivenciou mudanças e contribuiu para várias mudanças na sociedade. Podemos perceber ao longo deste trabalho, que, o rádio em seu início interessava somente as elites, quem possuía poder aquisitivo. Sendo que, tais grupos manipulavam o conteúdo das emissoras e o saber popular não encontrava espaço neste meio de comunicação. Concluímos que com o passar do tempo, para que o rádio pudesse alcançar seu pleno sucesso, era preciso abri-lo aos receptores de todas as classes sociais, e com isto, elaborar programações populares. Ao estudarmos o rádio na cidade de Ituverava, percebemos como a cidade precisou deste veículo de comunicação de massa para o seu crescimento e sucesso na área comercial e consequentemente ao jornalismo, humor e entretenimento. Com isto, consideramos que nos anos de 1940/50 as cidades menores, começaram a sentirem falta de um veículo de comunicação que trouxesse benefícios para a própria localidade. Tanto a revisão teórica, mas principalmente a pesquisa de campo através das entrevistas, nos responde a problemática inicial. Visto que, mesmo com a chegada da televisão e da internet, o rádio ainda é um veículo de comunicação útil e apreciado pela população. Confirma-se a hipótese de que o rádio foi um importante veículo de comunicação para a cidade de Ituverava, principalmente na publicidade, aumentando as possibilidades de um comércio ativo. Contudo, houve a necessidade de mudanças para que as emissoras se mantivessem ativas até os dias de hoje. As mídias de massa foram evoluindo conforme a necessidade de se atingir toda a sociedade, evoluindo suas técnicas e criando uma rede complexa e global. Portanto, o que nos sugere uma proposta de trabalho que faça investigação sobre os meios de comunicação de massa e suas influências. 52 REFERÊNCIAS ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Biografia Roquette Pinto. Disponível em: <http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=196&sid=198>. Acesso em: 24 Nov. 2014. ADORNO; THEODOR, W. Indústria Cultural e Sociedade. São Paulo. Paz e Terra. 2002. ADORNO, T. HOKHEIMER, M. Dialética do Esclarecimento: fragmentos filosóficos. Trad. Guido Antonio de Almeida. Rio de Janeiro: Zahar, 1985. 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Orientadora: Profª.Ana Maria Ribeiro Tanajura Jabur ENTREVISTA Nº01 Entrevistado: AZOR DE FARIA Nascido na cidade de________________________________em______/____/19___ Radialista em Ituverava no período de19____a______ Emissoras em que atuou em Ituverava SP ___________________________________________________________________ Função desenvolvida na emissora (s), conforme Lei n° 6.615/78 da C.L.T exercendo a (s) atividade ( s) de locutor apresentador animador, discotecário, operador de som de estúdio. Programa:_________________________________ Entrevista realizada em:___/___/ 2014 O Entrevistado concorda em responder às perguntas que lhe são feitas no presente questionário e autoriza o uso de seu conteúdo no Trabalho de Conclusão do Curso de História do aluno Fábio Gonçalves de Lima: sim ( ) não ( ) Assinatura:__________________________________________ QUESTÕES 1-Onde e quando iniciou o seu trabalho como radialista e háquanto tempo trabalha nessa profissão? Qual foi a sua primeira experiência no rádio como profissional em Ituverava? 2-No início de sua profissão, como se dava a participação do publico ouvinte? E na atualidade? Foram observadas mudanças? 3- Como você caracterizaria o publico que participava do seu programa no rádio no início de sua atuação como radialista? Era mais feminino ou masculino? Qual era a faixa etária predominante? Só participavam ouvintes de Ituverava ou havia também participação de moradores de outras cidades? 4-O que estava na “moda” nos primeiros tempos de sua atuação como radialista? Qual era o estilo musical mais pedido nas paradas de sucesso no rádio? 60 5- No decorrer de sua carreira como radialista, houve alteração nas características do público ouvinte? E quanto à preferência por ritmos musicais? 6-Com a chegada da internet no Brasil no final dosanos 90 e com asua acessibilidade intensificada a partir dos anos 2.000, você notou algumaalteração no publico ouvinte do rádio em Ituverava? 7-Em sua opinião, qual foi a importância deste veiculo de comunicação na história da cidade de Ituverava?E qual é o papel do rádio para a população ituveravense na atualidade? 61 FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE ITUVERAVA Aluno: Fábio Gonçalves de Lima Curso: História – 6º Semestre. Orientadora: Profª.Ana Maria Ribeiro Tanajura Jabur ENTREVISTA Nº02 Entrevistado: JOÃO PERES DOS SANTOS Nascido na cidade de________________________________em______/____/ 19___ Radialista em Ituverava no período de19____a______ Emissoras nas quais atuou em Ituverava – SP:_________________________________ ______________________________________________________________________ Função desenvolvida na emissora (s), conforme Lei n° 6.615/78 da C.L.T exercendo a (s) atividade ( s).locutor comentarista esportivo e locutor noticiarista de rádio. Programa:_________________________________ Entrevista realizada em:___/___/ 2014 O Entrevistado concorda em responder às perguntas que lhe são feitas no presente questionário e autoriza o uso de seu conteúdo no Trabalho de Conclusão do Curso de História do aluno Fábio Gonçalves de Lima: sim ( ) não ( ) Assinatura:__________________________________________ QUESTÕES 1-O seu papel como profissional do rádio em Ituverava se limitou a um tipo especifico de trabalho, ou o Sr. atuou em outras áreas neste veiculo ? 2-E como locutor noticiarista, quais são suas recordações da época dos altos índices de inflação nas décadas de 1980 e 1990? Em tempos de crise econômica, como se sentia ao dar aos ouvintes esse tipo de informação? 3-Qual era a sua fonte de informações e como as transmitia aosouvintes do rádio ? 4-Houve alguma noticia mais impactante em Ituverava, que foi transmitida em sua atuação como radialista e que ficou marcada em sua memória? 62 FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE ITUVERAVA Aluno: Fábio G.Lima Curso: História – 6º Semestre. Orientadora: Profª.Ana Maria R. T. Jabur ENTREVISTA Nº03 Entrevistado: JOSÉ VALISI Nascido na cidade de...............................em......./ ....../19...... Radialista em Ituverava no período de19.......a ......... Emissoras em que atuou: ................................................................................................ Entrevista realizada em:___/___/ 2014 O Entrevistado concorda em responder às perguntas que lhe são feitas no presente questionário e autoriza o uso de seu conteúdo no Trabalho de Conclusão do Curso de História do aluno Fábio Gonçalves de Lima: sim ( ) não ( ) Assinatura:__________________________________________ QUESTÕES 1-Onde e quando iniciou o seu trabalho como radialista e por quanto tempo trabalhou nessa profissão? 2- Fale um pouco da época em que ainda não havia emissora de rádio na cidade de Ituverava. Como eram feitos os anúncios de apelo popular e campanhas públicas? 3-Em 1947 foi inauguradaa Rádio Cultura AM em Ituverava. Em sua opinião, qual foi a importância deste veiculo para a cidade? Naquele momento, como os ituveravenses receberam essa novidade? 4-O sr se recorda de alguns momentos em que a emissora ajudou a população de alguma maneira ? 5-Nos eventos de grandeza nacional como carnaval, copa do mundo e outros jogos de futebol etc, a rádio onde o senhor trabalhou alguma veztransmitiu para a população alguns desses eventos ? 6-No período militar houve alguma fiscalização dos órgãos competentes do governo federal quanto à atuação da emissora de rádio na qual o sr. trabalhava ? Em caso positivo, relate-nos como isso se deu. 63 7-O sr se recorda como a emissora de rádio atuou no período de transição entre o final do período militar e o inicio da democracia ? O rádio em Ituverava transmitia alguma expectativa de melhoria com esse “novo” modelo político de mais liberdade? 8-Em sua opinião, qual foi a importância deste veiculo de comunicação na história da cidade de Ituverava? 64 FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE ITUVERAVA Aluno: Fábio Gonçalves de Lima Curso: História – 6º Semestre. Orientadora: Profª.Ana Maria Ribeiro Tanajura Jabur ENTREVISTA Nº04 Entrevistado: JERÔNIMO MOREIRA DA SILVA Nascido na cidade de________________________________em______/____/ 19___ Radialista em Ituverava no período de19____a______ Emissoras em que atuou em Ituverava S/P: __________________________________________________________________ Função desenvolvida na emissora (s), conforme Lei n° 6.615/78 da C.L.T exercendo a (s) atividade ( s).locutor anunciador, locutor apresentador animador. Programa:_________________________________ Entrevista realizada em:___/___/ 2014 O Entrevistado concorda em responder às perguntas que lhe são feitas no presente questionário e autoriza o uso de seu conteúdo no Trabalho de Conclusão do Curso de História do aluno Fábio Gonçalves de Lima: sim ( ) não ( ) Assinatura:__________________________________________ QUESTÃO 1-Pela sua experiência como locutor anunciador, o Sr. acredita que as propagandas faladas através do rádio em Ituverava, possam ter contribuído para aumentar a livre concorrência entre os comerciantes? Em caso positivo, relate os casos dos quais se lembra e que podem exemplificar esse fenômeno. 65 FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE ITUVERAVA Aluno: Fábio Gonçalves de Lima Curso: História – 6º Semestre. Orientadora: Profª.Ana Maria Ribeiro Tanajura Jabur ENTREVISTA Nº05 Entrevistado: PAULO ANTÔNIORODRIGUES DE SOUZA Nascido na cidade de________________________________em______/____/19___ Radialista em Ituverava no período de19____a______ Emissoras em que atuou em Ituverava S/P: __________________________________________________________________ Função desenvolvida na emissora (s), conforme Lei n° 6.615/78 da C.L.T exercendo a (s) atividade ( s) de diretor artístico ou de produção e locutor entrevistador. Programa:_________________________________ Entrevista realizada em:___/___/ 2014 O Entrevistado concorda em responder às perguntas que lhe são feitas no presente questionário e autoriza o uso de seu conteúdo no Trabalho de Conclusão do Curso de História do aluno Fábio Gonçalves de Lima: sim ( ) não ( ) Assinatura:__________________________________________ QUESTÃO 1 - Paulo Antônio, o rádio em Ituverava teve o seu inicio na década de 1940 com a Rádio Cultura AM. Na década de 1980 foi inaugurada a rádio 94, 3 e também a Rádio Dimensão FM. No ano 2000 a Radio Comunitária Superativa também veio a existir. Em seu ponto de vista, qual foi o papel dessas emissoras de rádio na história de Ituverava? Que tipo de serviço prestaram e/ou ainda prestam à população? 66 FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE ITUVERAVA Aluno: Fábio Gonçalves de Lima Curso: História – 6º Semestre. Orientadora: Profª.Ana Maria Ribeiro Tanajura Jabur ENTREVISTA Nº 6 Entrevistada: ADRIANA APARECIDA DE OLIVEIRA Nascido na cidade de________________________________em______/____/ 19___ Radialista em Ituverava no período de19____a______ Emissoras em que atuou em Ituverava SP __________________________________________________________________ Função desenvolvida na emissora (s), conforme Lei n° 6.615/78 da C.L.T exercendo a (s) atividade ( s).locutor anunciador, locutor apresentador animador. Programa:_________________________________ Entrevista realizada em:___/___/ 2014 O Entrevistado concorda em responder às perguntas que lhe são feitas no presente questionário e autoriza o uso de seu conteúdo no Trabalho de Conclusão do Curso de História do aluno Fábio Gonçalves de Lima: sim ( ) não ( ) Assinatura:__________________________________________ QUESTÃO 1- A população de Ituverava foi beneficiada por alguma ação feita pela emissora na qual você trabalhou ou ainda trabalha? O que a rádio em nossa cidade pode fazer para contribuir seja na cultura, na educação ou no lazer dos munícipes? 67 APÊNDICE B: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Convidamos o Sr______________________________________________________ para participar da Pesquisa sobre a história do rádio, intitulada “História do rádio no Brasil e a experiência desse veículo de comunicação em Ituverava – SP (1946 a 2014)”, sob a responsabilidade do alunopesquisador Fábio Gonçalves de Lima e de sua orientadora, a Profa. Ms. Ana Maria Ribeiro Tanajura Jabur, ambos do curso de História da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ituverava, os quais pretendemregistrar em trabalho científico a história do rádio em Ituverava – SP. Sua participação é voluntária e se dará por meio de respostas por escrito a um questionário estruturado que lhe será entregue e ao qual você responderá livremente. O risco decorrente de sua participação na pesquisa seráa publicação de seu depoimento. Se aceitar participar, estará contribuindo para ampliar o conhecimento histórico sobre o papel do rádio como meio de comunicação de massa no Brasil e sobre a história de Ituverava – SP. Se depois de consentir em sua participação o Sr. desistir de continuar participando, tem o direito e a liberdade de retirar seu consentimento em qualquer fase da pesquisa, seja antes ou depois da coleta dos dados, independente do motivo e sem nenhum prejuízo a sua pessoa. OSr.não terá nenhuma despesa e também não receberá nenhuma remuneração. Os resultados da pesquisa serão analisados e publicados e uma cópia lhe será enviada então, sendo que sua identidade só será divulgada com a sua autorização expressa. Caso contrário, ela será guardada em sigilo. Para qualquer outra informação, o Sr. poderá entrar em contato com os pesquisadores no endereço Rua Cel. Flauzino Barbosa Sandoval, 1259 – Cidade Universitária – Ituverava - SP, pelo telefone (16) 3729-9000 ou poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa – CEP/FE/FFCL, no endereço citado neste cabeçalho ou pelo telefone (16) 3729 9057. Consentimento Pós–Informação: Eu,___________________________________________________________, informadosobre fui o que os pesquisadores querem fazer e porque precisam da minha colaboração, e entendi a explicação. Por isso, eu concordo em participar do projeto, sabendo que não vou ganhar nada e que posso sair quando quiser. Este documento é emitido em duas vias que serão ambas assinadas por mim e pelos pesquisadores, ficando uma via com cada um de nós. ______________________ Data: ___/ ____/ _____ 68 Assinatura do participante Autorizo os pesquisadores a divulgarem minha identidade e minha imagem na publicação do trabalho de pesquisa. ( ) SIM ( ) NÃO______________________ Assinatura participante do _____________________________ _____________________________ Fábio Gonçalves de Lima Jabur Ana Maria R. Tanajura 69 ANEXO: Contatos das Emissoras de Rádio de Ituverava 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112