improvisação como processo de composição na dança
Transcrição
improvisação como processo de composição na dança
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC CENTRO DE ARTES – CEART PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TEATRO – MESTRADO IMPROVISAÇÃO COMO PROCESSO DE COMPOSIÇÃO NA DANÇA CONTEMPORÂNEA ZILÁ MUNIZ Florianópolis, março de 2004 UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC CENTRO DE ARTES – CEART PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TEATRO – MESTRADO ZILÁ MUNIZ IMPROVISAÇÃO COMO PROCESSO DE COMPOSIÇÃO NA DANÇA CONTEMPORÂNEA Dissertação apresentada para obtenção do Grau de Mestre em Teatro ao Programa de Pós-Graduação em Teatro do Centro de Artes da Universidade do Estado de Santa Catarina. Orientadora: Professora Dra. Beatriz Ângela Vieira Cabral Florianópolis, março de 2004 RESUMO Este trabalho proporciona o contato com um universo ainda parcialmente desconhecido, o da improvisação em dança, que é uma ramificação da dança pós-moderna americana. Procura desvendar um pouco mais e ampliar a compreensão da legitimidade e da potencialidade da improvisação na dança contemporânea. Busca analisar o processo de criação na improvisação como exercício e na improvisação como performance. A improvisação em dança como performance é denominada também de composição instantânea e considerada a partir de várias instâncias. Para isso, este estudo mapeia cronologicamente o percurso histórico da improvisação na dança, a partir da dança moderna e sua incorporação pela dança pós-moderna americana e nova dança. Além disso, traça correlações entre a vanguarda americana na dança e o papel da improvisação na dança contemporânea; pesquisa questões que envolvem o processo de improvisação como forma de organização, através de uma confrontação com a dança tradicional em termos de composição coreográfica; e focaliza em detalhes a estrutura da construção da cena na composição instantânea no processo de composição. Finalmente, faz uma reflexão sobre a improvisação como processo de composição na dança contemporânea, como um novo acordo entre o corpo que improvisa e dança e o ambiente. Palavras-chave: dança contemporânea; dança pós-moderna; improvisação; composição instantânea. ABSTRACT This work gives an opportunity to enter a universe still partly unknown, an improvisation in dance and its inheritance from American post-modern dance. It tries to expand the understanding and legitimizes dance improvisation in contemporary dance. Through reflection it discuss the process of composition in improvisation as study and improvisation in performance, known as well as instant composition, view from a varied of instances. This study traces a chronologic path of dance improvisation, from modern dance and its appropriation and incorporation by post-modern dance and new dance. Moreover, it traces a correlation between American avant-garde in dance in the sixties and the roles of improvisation in contemporary dance. It researches questions evolving the process of improvisation as a form of organization, through a confrontation with traditional dance in terms of composition, tools and work process. It also examines the composition process in specific details at structure of construction the scène in instant composition, which differs from improvisation as exploration of vocabulary. Finally this work makes a reflection about improvisation as a process of composition in contemporary dance as a new accord between a body that improvises and dance and the environment. Key words: contemporary dance; post-modern dance; improvisation; instant composition. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................... 7 2 TRAJETÓRIA HISTÓRICA................................................................................................. 15 2.1 A Dança da Modernidade............................................................................................... 15 2.1.1 Merce Cunningham.................................................................................................. 19 2.1.2 Anna Halprin............................................................................................................ 21 2.2 A Vanguarda da Década de 1960 e a Dança Pós-Moderna............................................ 23 2.3 Improvisação................................................................................................................... 29 2.4 Improvisação de Contato................................................................................................ 32 2.5 Nova Dança e a Técnica de Release............................................................................... 35 3 O CORPO QUE IMPROVISA E DANÇA............................................................................38 3.1 Corpo............................................................................................................................... 38 3.1.1 A redescoberta do corpo.......................................................................................... 43 3.1.2 O movimento no corpo............................................................................................ 45 3.2 Criando Processos........................................................................................................... 49 3.2.1 Formação em criação............................................................................................... 49 3.3 Composição..................................................................................................................... 51 3.4 Improvisação na Dança Contemporânea.........................................................................56 3.4.1 Pesquisa de vocabulário........................................................................................... 56 3.4.2 A improvisação no processo de criação................................................................... 59 3.4.3 Intérprete criador...................................................................................................... 60 4 REFINANDO UM DIÁLOGO.............................................................................................. 62 4.1 Composição Instantânea................................................................................................. 62 4.2 A Consciência no Momento............................................................................................ 63 4.3 Desmanchando Hábitos...................................................................................................68 4.4 Composição Instantânea versus Coreografia.................................................................. 70 4.5 Composição Instantânea versus Pesquisa de Vocabulário.............................................. 72 4.6 Construção da Cena na Composição Instantânea........................................................... 73 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................. 76 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................... 78 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMORT, Andrea; HOUGÉE, Aat. Improvisation. Ballett international – Tanz Aktuell, 1999. ARTAUD, Antonin. O teatro e seu duplo. São Paulo: Max Limonad, 1987. BANES, Sally. Terpsichore in sneakers: post-modern dance. Boston: Houghton Mifflin, 1980. BANES, Sally. Greenwich Village 1963. Rio de Janeiro: Rocco, 1999. BENOIT, Agnes. Nouvelles de Danse, France, n. 32/33, 1998. BLOM, L.; CHAPLIN, L. T. The intimate act of choreography. Pittsburgh: University of Pittsburgh Press, 1982. BOGDAN, Robert; BIKLEN, Sari K. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto, 1994. BOURCIER, Paul. História da dança no Ocidente. São Paulo: Martins Fontes, 2001. CANCLINI, Nestor G. Consumidores e cidadãos. Rio de Janeiro: Ed. da UFRG, 1997. COTTE, Roger. Música e simbolismo. São Paulo: Cultrix, 1997. CHACRA, Sandra. Natureza e sentido da improvisação teatral. São Paulo: Perspectiva, 1983. DALY, Ann (Ed.). What Has Become of Postmodern Dance? TDR: The Journal of Performance Studies, v. 36, n. 1, p. 48-69, Spring 1992. DAMÁSIO, Antonio. O Mistério da Consciência. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. DAMÁSIO, Antonio. O erro de Descartes. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. DAWKINS, Richard. O gene egoísta. Belo Horizonte: Itatiaia, 2001. DENNETT, Daniel. Tipos de mentes. Rio de Janeiro: Rocco, 1997. DENNETT, Daniel. A perigosa idéia de Darwin. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. DURHAN, William H. Coevolution: Genes, culture, and human diversity. Stanford, California: Stanford University Press, 1991. ECO, Umberto. A definição da arte. Lisboa: Martins Fontes, 1972. GREINER, Christine. Butô, um pensamento em evolução. São Paulo: Escrituras, 1998. GREINER, Christine. O corpo e suas táticas. Revista Virtual Antares, 2001. GREINER, Christine; KATZ, Helena. A natureza cultural do corpo. In: PEREIRA, Roberto; SOTER, Silvia (Org.). Lições de dança 3. Rio de Janeiro: UniverCidade, 2001. FRALEIGH, Sondra Horton; HANSTEIN, Penelope. Researching dance. Londres: Dance Books, 1999. HAVELOC, Eric. Prefácio a Platão. São Paulo: Papirus, 1996. HUMPHREY, Doris. The art of making dances. New York: Grove, 1977. IANNITELLI, Leda M. Gipe-cit, corpo, movimento e criação. 1998. (Texto didático, mimeo.). IANNITELLI, Leda M. Explorações coreográficas. 1998. (Texto didático, mimeo.). JAMESON, Fredric. As marcas do visível. Rio de Janeiro: Graal, 1995. KALTENBRUNNER, Thomas. Contact improvisation: moving, dancing, interaction. Germany: Meyer & Meyer Verlag, 1998. KATZ, Helena. Um, dois, três... a dança é o pensamento do corpo. 1998. Tese (Doutorado em Comunicação e Semiótica) - Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica, Pontifícia Universidade Católica, São Paulo, 1998. KATZ, Helena. Corpomídia: instrumento para caminhar na zona de fronteira. In: CONGRESSO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ARTES CÊNICAS, 3., Anais da ABRACE... 2003. KATZ, Helena. O coreógrafo como DJ. In: org PEREIRA, Roberto; SOTER, Silvia. Lições de dança 1. Rio de Janeiro: UniverCidade, 1999. LANGER, Suzanne K. Sentimento e forma. São Paulo: Perspectiva, 1980. LOPES, Maria Helena T. O homem egípcio e sua integração no cosmos. Lisboa: Teorema, 1989. LOUPPE, Laurence. Corpos híbridos. In: PEREIRA, Roberto; SOTER, Silvia (Org.). Lições de dança 2. Rio de Janeiro: UniverCidade, 2000 MARKONDES, Elaine de. O movimento que se especializa e dança. 1999. Dissertação (Mestrado em Comunicação e Semiótica) - Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 1999. MARTINS, Cleide. A improvisação em dança: um processo sistêmico e evolutivo. 1999. Dissertação (Mestrado em Comunicação e Semiótica) - Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 1999. MINAYO, Maria Cecília de S. Ciência, técnica e arte: o desafio da pesquisa social. In: MINAYO, Maria Cecília de S. (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 17. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000. cap. 1. MORIN, Edgar. Introdução ao pensamento complexo. Lisboa: Instituto Piaget, 1990. MUNIZ, Zilá. Improvisação em dança: um diálogo do corpo. 2000. Monografia (Pós-Graduação “Lato Sensu” em Dança Cênica) - Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis, 2000. NACHMANOVITCH, Stephen. Ser criativo: a improvisação na arte e na vida. São Paulo: Summus, 1985. NAGRIN, Daniel. Dance and the specific image: improvisation. London: University of Pittsburg Press, 1994. NOVAK, Cynthia J. Sharing the dance. Wisconsin, USA: The University of Wisconsin Press, 1990. PAREYSON, Luigi. Problemas da estética. São Paulo: Martins Fontes, 1989. cap. 9. ROCHA, Tereza. O corpo na cena de Pina Baush. In: PEREIRA, Roberto; SOTER, Silvia (Org.). Lições de dança 2. Rio de Janeiro: UniverCidade, 2000. ROSS, Janice. Anna Halprin and the 1960s: acting in the gap between the personal, the public, and the political. In: BANNES, Saly (Ed.). Reinventing Dance in the 1960s: everything was possible. Wisconsin, USA: The University of Wisconsin Press, 2003. SANTOS, J. Ferreira dos. O que é pós-moderno? São Paulo: Brasiliense, 1986. SILVA, E. L.; MENEZES, E. M. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. 3. ed. rev. atual. Florianópolis: Laboratório de Ensino a Distância/UFSC, 2001. SMITH-ARTAUD, Jacqueline M. Dance composition: a practical guide for teachers. London: A&C Black Publishers, 1992. THELEN, Ester; SMITH, Linda. A dynamic systems approach to the development of cognition and action. Boston: MIT Press, 1994. TODD, Mabel. The thinking body. New York: Dance Horizons, 1959. THRASYBULOS, Geórgia de. Greek music, verse and dance. New York: Da Capo Press, 1973. TRIVIÑOS, Augusto N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987. TURNER, Margery J. New dance approaches to nomliteral choreography. Pittsburgh: University of Pittsburgh Press, 1979. VERNANT, Jean-Pierre. Entre mito e política. São Paulo: Ed. da USP, 1996. VERNANT, Jean-Pierre. “Dazzling Body” in fragments for a history of the human body. In: FEHER, Michel (Ed.). London: Zone, 1990. Part one. VIANNA, Klaus. A dança. São Paulo: Siciliano, 1990.