O setor florestal está no sangue
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O setor florestal está no sangue
2 ENTREVISTA . B. FOREST B. FOREST . ENTREVISTA 3 OTIMISMO PONDERADO Pode soar contraditório, mas independente do atual cenário econômico brasileiro, o setor florestal vive momentos positivos. Empresas de celulose, papel e painéis alcançam resultados otimistas quando comparados aos demais graças as exportações. Segundo a Ibá, o volume de celulose que saiu do país até o presente momento, por exemplo, totalizou 3,2 milhões de toneladas, um crescimento de 12,8% em relação ao mesmo período do último ano. Já o de painéis de madeira, nos três primeiros meses do ano, somou 195 mil m³, alta de 58,5% sobre o mesmo período do ano passado. Expediente: Diretor Geral: Dr. Jorge R. Malinovski Diretor de Negócios: Dr. Rafael A. Malinovski Editora: Giovana Massetto Jornalista: Amanda Scandelari Designer Responsável: Vinícius Vilela Designer Gráfico: Bernardo Beghetto Financeiro: Jaqueline Mulik No mercado interno, a situação econômica continua impactando o caixa das empresas. Neste sentido, as técnicas de manejo aplicadas às florestas plantadas de eucalipto e pinus ganham força e se consolidam como uma solução para superar a crise. Nesta edição, conversamos com proprietários de serrarias e produtores florestais para entender as suas necessidades e a rotina de trabalho para alcançar uma matériaprima de qualidade para a produção de madeira serrada e laminada. No discurso dos Conselho Técnico: Aires Galhardo (Diretor Florestal da Fibria), Antonio Solano Junior (Gerente de vendas para América do Norte e do Sul da Caterpillar), César Augusto Graeser (Diretor de Operações Florestais da Suzano), Edson Tadeu Iede (Chefe Geral da Embrapa Florestas), Germano empresários foi possível constatar que as operações de manejo, como o desbaste, são Aguiar (Diretor Florestal da Eldorado Brasil), José Totti (Diretor Florestal da Klabin), Lonard vantajosas. No entanto, a atividade de poda tem perdido o seu espaço devido ao alto dos Santos (Diretor de Vendas da Komatsu Forest), Mário Sant’Anna Junior, Rodrigo Jun- custo e baixo retorno. Nas páginas 16 e 38, leia reportagens sobre os dois assuntos. queira (Gerente de Vendas da John Deere Florestal), Sergio da Silveira Borenstain, Teemu Confira também uma matéria especial feita a convite da Tajfun, na Eslovênia e Sérvia. Nossa equipe acompanhou com exclusividade, o processo fabril da marca europeia e Raitis (Diretor da Ponsse Latin America). também o Dia de Campo, realizado em parceria com a Universidade de Belgrado, onde toda a linha de produtos da empresa foi apresentada de forma dinâmica. Para completar a edição, conversamos com o diretor-presidente de uma das empresas mais tecnológicas do setor madeireiro do país, Gilson Berneck. Na entrevista, B.Forest - A Revista 100% Eletrônica do Setor Florestal Edição 20 - Ano 03 - N° 05 - Maio 2016 Foto de Capa: John Deere ele contou sobre a história da Berneck, seu processo evolutivo e também avaliou o atual momento vivido pelo setor. Saudações Florestais! Malinovski Florestal +55 (41) 3049-7888 Rua Prefeito Angelo Lopes, 1860 - Hugo Lange - Curitiba (PR) – CEP:80040-252 www.malinovski.com.br / [email protected] © 2015 Malinovski Florestal. Todos os Direitos Reservados. 4 ENTREVISTA EDITORIAL . . B.B.FOREST FOREST B. FOREST B. FOREST . . ENTREVISTA EDITORIAL 5 Foto: Divulgação Foto: Divulgação 6 ENTREVISTA . B. FOREST Foto: Divulgação B. FOREST . ENTREVISTA 7 Crédito: Divulgação/ Berneck Sobrenome de Peso “Procuramos nossos sempre em planejamentos e processos implementar soluções Gilson Berneck Diretor-Presidente da Berneck S. A. Painéis e Serrados O integradas que proporcionem aproveitamento máximo de recursos” setor florestal está no sangue de madeiras em União da Vitória, de Gilson Berneck. Em 1952, também localizada no Paraná. Cresci seu pai iniciou a Berneck e Cia, dentro deste negócio, acompanhando o Gilson cresceu nesse meio e nada mais desenvolvimento das indústrias do meu natural que seguisse os caminhos da pai. Sendo assim, não poderia seguir outra família e entrasse para o ramo madeireiro. carreira. Ao longo dos anos, a Berneck se expandiu, conquistou o mercado externo e é hoje A Berneck começou a plantar pinus uma das empresas mais tecnológicas na década de 1960. Dessa forma, foi do Brasil. Com produção verticalizada, migrando para o plantio, até que passou garante o controle de qualidade e uma a usar matéria-prima 100% proveniente ampla área de atuação. Em entrevista à de florestas plantadas. O que levou a Revista B.Forest, Gilson Berneck fala sobre empresa a adotar esse pioneirismo? carreira e como a empresa chegou aos patamares atuais. Confira! Passamos por diversos processos industriais com madeira nativa: madeira Como começou sua carreira e a ligação com o setor florestal? compensados e portas. Na década de 1980 já tínhamos mais de 2 mil funcionários, Meu pai, Bernardo von Müller Berneck, com 11 unidades fabris em cinco estados iniciou como sócio de uma serraria em brasileiros. Era muito trabalhoso e isto 1946. Em 1952, iniciou a Berneck e Cia., foi direcionando a empresa para se com uma serraria na cidade paranaense de estabelecer com florestas plantadas e Bituruna e uma fábrica de beneficiamento produtos que absorvessem esta matéria- 8 ENTREVISTA . B. FOREST Crédito: Divulgação/ Berneck serrada, lâminas torneadas e faqueadas, B. FOREST . ENTREVISTA 9 prima. Iniciamos com plantio de pinus na pletando nosso projeto em 2012, com 3.750 hectares de efetivo plantio. Na uni- década de 1970, por meio do incentivo dade de Mato Grosso, temos uma ser- fiscal do Imposto de Renda, que permitia o raria para teca e caldeira para cogeração abatimento dos investimentos em florestas de energia, atendendo desta forma tam- plantadas no Paraná. Viabilizamos a entrada bém as áreas agrícola e de pecuária com no segmento de painéis reconstituídos irrigação e armazém de cereais. Dentro com uma linha de aglomerados em da forte orientação socioambiental, uma 1985 e continuamos investindo neste das diretrizes principais de atuação da segmento. Gradativamente, fomos saindo Berneck, procuramos sempre em nossos dos negócios com madeiras nativas e planejamentos e processos implementar migrando para florestas plantadas. Foi nos soluções integradas que proporcionem anos 80 que reforçamos o posicionamento aproveitamento máximo de recursos, de da Berneck como uma empresa voltada a forma inteligente e produtiva. Investimos soluções para o uso da madeira, com um em tecnologia de ponta para que tais so- forte viés ambiental. Inclusive, criamos luções sejam possíveis, como no caso da em 1986 uma nova identidade visual, que cogeração de energia. transmitia ao mercado de forma clara esta mensagem. Foi quando criamos o Qual a importância para a empresa na slogan que até hoje identifica a Berneck cogeração de energia e que impactos a no mercado e comunica sua filosofia de planta de Mato Grosso proporcionou? atuação: Berneck, a marca da madeira. A cogeração de energia associa duas questões muito relevantes na atualidade: o Anos depois, na década de 1990, além foco constante na preservação ambiental do pinus, a empresa passou a cultivar e o uso racional de recursos, uma vez que teca também. Por que escolheram essa proporciona autonomia à indústria quanto espécie? às fontes geradoras de energia para uso A empresa possuía terras e reservas produtivo e, o melhor, com recursos, no florestais no Mato Grosso. Sendo assim, caso descartes de madeira, que ela já tem iniciamos o plantio de teca em 1990 com- em casa. Dessa forma, o aproveitamento 10 ENTREVISTA . B. FOREST B. FOREST . ENTREVISTA 11 de crescente pelo MDP, na medida em que a “A cogeração de energia associa duas praticamente 100% do que é gerado, indústria e também a marcenaria passam questões muito relevantes na atualidade: o não a foco constante na preservação ambiental de nossas madeiras plantadas é se tem perdas. Isso proporciona à perceber os diferenciais técnicos, Berneck uma relação produção-produto associados à competitiva relação final sustentável. custo-benefício que este produto oferece. de e o uso racional de recursos” No mercado externo, a Berneck já tem Hoje, sabe-se que a produção da bases bastante sólidas, tendo iniciado Berneck é verticalizada, englobando suas vendas externas ainda na década de desde a produção de mudas até o 1960. produto final. Quais as vantagens que este processo oferece à empresa? A Berneck está planejando montar A principal vantagem está no controle de qualidade e procedência que tal opção uma nova fábrica em Santa Catarina. Pode contar um pouco sobre isso? proporciona. Como administramos desde A empresa está sempre pensando a muda até o produto final, podemos em seu crescimento e neste momento garantir tanto a origem correta de nosso estamos sim estudando o projeto de um produto Outra terceiro site em Santa Catarina. Como vantagem importante está justamente ainda não temos tudo bem definido, não na possibilidade de atuar na indústria de gostaríamos de comentar nada além disso. quanto a qualidade. forma global, com a cogeração de energia e o uso racional de recursos. Como avalia o atual momento do mercado madeireiro? Qual a expectativa a produção de MDF, MDP, HDF e madeira serrada. Como analisa esses mercados? para os próximos anos? O atual momento é delicado, a indústria brasileira vem sofrendo muito, com várias Avaliamos estes mercados de forma empresas passando por situações difíceis, estratégica, direcionando sua estrutura mas seguramente com as alterações para atender as demandas específicas previstas na política o país irá andar. de cada uma dessas linhas de produção. Contamos com elas para viabilizar o Percebemos uma tendência de interesse desenvolvimento futuro. 12 ENTREVISTA . B. FOREST B. FOREST . ENTREVISTA 13 Crédito: Divulgação / Berneck O que a Berneck tem como destaque é Alta qualidade O conhecido ditado popular que diz que a pressa é inimiga da perfeição, se aplica perfeitamente quando o assunto é madeira de qualidade para produtos sólidos. As características exigidas pelas serrarias e laminadoras exigem dedicação dos produtores e um Crédito: Divulgação / Remasa regime de manejo adequado à essa finalidade. 16 MANEJO . B. FOREST B. FOREST . MANEJO 17 M adeira de alta qualidade para o afirma. Outra característica fundamental uso em produtos sólidos está para Jesuino é a umidade, “toras recém- cada nos colhidas e com bastante água facilitam o mercados nacionais e internacionais, devido desdobro e conferem maior qualidade no às restrições no manejo das florestas nativas. corte, reduzem as asperezas e melhoram a A demanda dos mercados já depende das precisão dimensional”, explica. vez mais escassa florestas plantadas e manejadas de forma A idade é outro requisito de grande valor consciente e sustentável. A produção de no processamento da madeira. “A indústria madeira de alta qualidade requer um manejo moveleira necessita de matéria-prima com diferenciado para atingir as exigências da boa densidade para que se tenha resistência indústria da madeira de produtos sólidos. e fixação adequada de pregos e parafusos. Conquistado isto, é possível agregar valor Isso não é obtido em toras jovens”, esclarece aos produtos, o que permite o pagamento o sócio-gerente. Além disso, Jesuino destaca de um preço diferenciado para os produtores que a homogeneidade dos sortimentos é em atividades como escolha de materiais alto para a indústria madeireira, que gera florestais, superando as margens de lucro essencial para a qualidade. “Quanto mais a serem plantados, métodos de plantio, lucro com a transformação da mesma, e, que podem ser atingidas com a produção homogêneo, mais fácil de trabalhar e maior espaçamentos consequentemente, repassa parte deste de matéria-prima para energia, celulose ou o valor agregado à mercadoria.” Ele explica como podas, frequência de atividades de madeira reconstituída. que madeiras sem essas características têm manutenção e regimes de colheita, ou seja, De acordo com Gilson Geronasso, diretor Jesuino Almeida de Oliveira é sócio- sua aplicação muito restrita no mercado e frequência e intensidade de desbastes. Em vice-presidente da Remasa, basicamente, gerente da Technomade, uma serraria geralmente são utilizadas para finger-joint, um primeiro momento, o manejo determina são dois os manejos mais utilizados no localizada em Telêmaco Borba (PR). Ele colagem e painéis. a seleção do material genético a ser plantado, Brasil: o ciclo mono e o com desbaste. “No em uma segunda fase, as condições de primeiro, não são realizados desbastes e afirma que é muito exigente quando o Crédito: G. Castro utilizados, intervenções valor ao produtor”, destaca. assunto é matéria-prima e sempre avalia Qualidade da madeira crescimento das árvores são influenciadas o corte raso ocorre entre os 14 e 16 anos. alguns requisitos no momento da compra De que forma, então, é possível conquistar para minimizar defeitos indesejáveis. Para Leif Já o com desbastes (1, 2 ou 3) com ciclo de toras. Para a empresa, o mais importante todos A Nutto, engenheiro florestal com doutorado final entre 18 e 24 anos, normalmente. Este é o diâmetro da madeira. “Diferente do resposta é bastante simples: manejo. Este na área de crescimento e produção florestal último é conduzido para, o que chamamos que é usado para energia ou celulose, determina o tipo de prática silvicultural que na Universidade de Freiburg (Alemanha), o de produtos multiusos. Além disto, temos as utilizamos apenas toras com mais de 35 cm será aplicada em função da espécie e do manejo adequado às metas de produção podas, que podem trazer um adicional de de diâmetro. Assim, o rendimento é maior produto que se deseja obter. Um regime garante a otimização da produção da qualidade para a madeira”, explica. e confere mais qualidade ao produto final”, de manejo define estratégias específicas matéria-prima. “Ele confere valor mais 18 MANEJO . B. FOREST esses pontos mencionados? Mas de que forma o manejo interfere B. FOREST . MANEJO 19 “Toras recém-colhidas e com bastante água na qualidade da madeira para a aplicação “O desbaste permite ainda uma produção em produtos sólidos? Após escolhida a intermediária de madeira ao longo do ciclo espécie e o clone, o produtor deve utilizar florestal, melhorando o padrão da floresta corte, reduzem as asperezas e melhoram a precisão o manejo para “manipular” o crescimento remanescente”, acrescenta Gilson. dimensional” das árvores. Isso porque ele influencia na De acordo com Leif Nutto, o regime estrutura celular das mesmas. A composição de desbaste depende do potencial de das células determina as propriedades crescimento físicas e mecânicas da madeira, critérios manejada. “A ideia é sempre ter a área com determinantes em muitas utilizações. Essa uma cobertura de dossel maximizada, para manipulação por, não perder potencial de produção e, ao definição do espaçamento, desbastes e mesmo tempo, promover o crescimento das podas. árvores futuras, aquelas que permanecem é feita basicamente em diâmetro da facilitam o desdobro e conferem maior qualidade no espécie O desbaste remove algumas árvores para no talhão até o final do ciclo de rotação”, favorecer o crescimento das remanescentes, explica. Ele afirma que a “dimensão” da tora ou seja, diminuir a competição existente é o critério mais forte para o preço pago entre elas disponibilizando uma quantidade pela indústria, pois permite um melhor maior de recursos, principalmente água, aproveitamento e maiores dimensões dos luz e nutrientes. Com isso, as taxas de produtos de transformação. No entanto, crescimento aumentam produzindo toras segundo ele, para as coníferas, o critério da de maiores diâmetros em tempo reduzido. redução da densidade da madeira com um TIPOS DE DESBASTE Desbaste sistemático: Retirada de árvores obedecendo a um padrão pré-determinado sem uma prévia avaliação; Crédito: Malinovski Desbaste seletivo: As árvores são retiradas de acordo com características préestabelecidas com uma seleção e marcação prévia no campo. O mais comum é uma combinação entre os dois tipos de desbaste para facilitar a retirada da madeira. 20 MANEJO . B. FOREST B. FOREST . MANEJO 21 crescimento diamétrico superior também genéticos utilizados e os sites dos locais de pode ser levado em consideração. Já nas plantio, a combinação de condições bióticas, folhosas, este efeito não é de influência climáticas, de solo e ambientais que afetam significativa nas propriedades dos produtos. no crescimento das árvores. “Por isso, Pelo desbaste é alcançado o diâmetro ideal um regime de manejo equilibrado gerado das toras para uma idade pré-determinada, a partir de um planejamento criterioso já a homogeneidade é obtida por um de produção, técnicas de modelagem e conjunto de processos. Leif explica que é outras ferramentas devem estar sempre importante criar condições de crescimento em constante avaliação para a busca da semelhantes para todas as árvores. “Isso homogeneidade dos plantios”, completa. pode ser realizado por desbastes e poda, mas também com a seleção de material Viabilidade econômica clonal ou semente melhorada. O manejo Levando em consideração a também deve ser aplicado de forma igual complexidade para se conseguir madeira sobre toda a área”, destaca. de qualidade para a aplicação em produtos Gilson acrescenta que é essencial o esse processo é viável? De acordo com Gilson Geronasso, o manejo Crédito: Divulgação / Remasa conhecimento das interações dos materiais sólidos, Árvores marcadas para desbaste. 22 MANEJO . B. FOREST B. FOREST . ENTREVISTA 23 Crédito: Divulgação / Remasa Árvores marcadas para desbaste. é a gestão da floresta de modo que se os potenciais retornos econômicos pela obtenha benefícios econômicos e sociais venda de material de desbaste. “No final em bases sustentáveis, ou seja, permite o é indispensável fazer uma análise custo- uso dos produtos florestais ao longo dos benefício, ou seja, comparar os custos de ciclos de produção. Para isso, se fazem produção de 1 m³ de madeira e o valor necessárias análises econômicas por meio de mercado que a indústria paga por essa de indicadores como custos de produção, mesma porção, incluindo todos os custos de taxas de juros, taxas de atratividade, preço de logística e impostos. Assim é possível verificar madeira no mercado consumidor, análises se um projeto será economicamente viável de rentabilidade, valores presentes líquidos, ou não”, esclarece. 24 MERCADO DE TRABALHO . B. FOREST Se não houver o manejo florestal para Leif ressalta que deve ser realizado toras de maior diâmetro as serrarias terão uma análise do fluxo de caixa, incluindo que substituir seus equipamentos para os investimentos a serem feitos (como adequação podas, desbastes), considerando também Quem define é o mercado consumidor. à matéria-prima disponível. B. FOREST . MANEJO 25 Crédito do infográfico: Malinovski taxa interna de retorno, entre outros. Operações sinalizadas A atividade florestal é composta por diversas áreas que atuam simultaneamente, por esse motivo, a sinalização de cada operação é importante. Não ter uma sinalização adequada pode gerar riscos de acidentes e colaborar para uma desorganização dos locais de trabalho, Crédito: Malinovski além de descumprir o atendimento à legislação. 26 SINALIZAÇÃO TECNOLOGIA .. B. B. FOREST FOREST B. FOREST . SINALIZAÇÃO 27 O s processos que compõem a são a prevenção de acidentes, orientação e atividade envolvem organização. “Com uma sinalização bem- seja no Projeto certeiro segurança na operação. placas, O profissional explica que a sinalização feita a empresa evita passivos trabalhistas, Genite explica que é preciso levar em adequada para cada empresa é determinada momento da aplicação de herbicidas, caso ocorra algum acidente na área, além consideração as necessidades da empresa por um diagnóstico inicial de sinalização. na colheita ou no transporte da madeira. de orientar os transeuntes e mostrar que é e a legislação. “Um projeto de sinalização Para isso, um técnico faz o diagnóstico, Como se bem organizada e investe na segurança e sob medida é a solução mais eficaz, pois por levantamentos in loco com base localizam próximos as comunidades, onde bem-estar dos colaboradores”, acrescenta. determina o que é imprescindível e adota nos procedimentos da companhia, no padrões a serem utilizados em sinalizações mapeamento de risco de cada área, com no futuras.” Para ele, este projeto não pode informações passadas por supervisores, riscos os florestal constantes, plantios, geralmente, Sobre a determinação das existe tráfego de pessoas que não estão As diretamente envolvidas com operações, é eficiente importante que tudo seja bem sinalizado. funcionamento empresa, prescindir da utilização de pictogramas, técnicos e engenheiros de segurança e com Dessa forma, a segurança é garantida. pois ela irá conferir mais segurança e linguagem gráfica direta e responsável por base nas atividades executadas. Depois Genite Pereira Maia Junior, gerente confiança aos seus funcionários, o que fácil memorização e assimilação subliminar disso tudo é apresentado um anteprojeto geral da Sinalflora, tem mais de 20 anos aumenta a produtividade e contribui no das informações de interesse coletivo. “O de sinalização, com layouts específicos de experiência em sinalização florestal resultado operacional, na eficiência direta alto grau de percepção das informações para cada área ou setor. Uma vez aprovada, e afirma que as principais funções da da estratégia de atendimento aos clientes, facilita as ações, tornando-as automáticas”, ela é executada e implantada, sempre utilização de placas e adesivos sinalizadores na qual a eficácia proporcionará conforto e esclarece. O gerente destaca que tais oferecendo um acompanhamento pós- aspectos se tornam ainda mais fundamentais sinalização, com equipes de manutenção. vantagens de estão uma sinalização evidenciadas interno da quando a sinalização não gera dúvidas, insegurança e constrangimentos, uma vez que estas impressões são transferidas Genite destaca uma frase importante que ouviu de um cliente: “Prefiro pecar pelo excesso do que pela falta de sinalização”. à imagem da empresa como pontos negativos. Crédito: Divulgação / Sinalflora 28 SINALIZAÇÃO . B. FOREST Parceria sinalizada Genite afirma que não é possível fazer Desde o início de suas atividades em uma sinalização que agrade apenas a Jacareí, a Fibria sinaliza todas as operações empresa quanto ao layout. “Devemos seguir que realiza, tanto nas estradas que ficam a legislação adequada, seja ela regida pelo dentro das fazendas onde está acontecendo DNIT, ABNT, NR-26, NR-31, NT-20 do Corpo a operação, como também nas públicas que de Bombeiros, etc, e tentar incorporar no permitem o acesso ao local, ou que sejam visual da placa características que agradem rotas por onde passam os profissionais e a a empresa”, explica. comunidade. B. FOREST . SINALIZAÇÃO 29 A empresa explica que todos os projetos realizado in loco, antes do início das florestais são sinalizados, com placas que operações. “Profissionais da área de estradas constam a logo da Fibria, um telefone e segurança são os responsáveis por essa para dúvidas, sugestões de melhorias ou determinação, que, geralmente, ficam em reclamações da comunidade e números de locais de maior tráfego de pessoas e áreas contato da brigada de incêndio. “As placas com peculiaridades geográficas”, explica. são colocadas nas estradas indicando os A Fibria realiza um mapeamento de risco pontos mais críticos, como curvas, pontes operacional, que identifica e determina as estreitas, cruzamentos e trânsito de veículos condições de transporte e carregamento, longos. Também orientam sobre o limite considerando as características das estradas de velocidade, locais em que há a travessia e do clima. “Em estradas de boa qualidade de animais silvestres, AAVC (Áreas de Alto e com tempo seco, o transporte acontece Valor de Conservação), proibição de pesca sem restrições, já em estradas mais críticas e caça ou até mesmo presença de apiários”, e com tempo chuvoso pode ser necessário conta. o acompanhamento de um técnico de A localização das sinalizações é determinada de acordo com mapeamento 30 SINALIZAÇÃO . B. FOREST Crédito: Divulgação / Sinalflora segurança”, exemplifica. Já no caso específico da silvicultura e colheita, todo o B. FOREST . SINALIZAÇÃO 31 levantamento de dados e determinação da possibilita esclarecer todas as dúvidas sobre localidade das placas é de responsabilidade as operações florestais, além de divulgar e das próprias equipes nos locais de operação, disponibilizar um canal de contato para que de acordo com procedimentos internos. a comunidade possa, a qualquer momento, A empresa destaca a importância registrar críticas, sugestões, elogios etc. das placas serem autoexplicativas e da Em 2015, foram realizados 671 diálogos comunidade tomar conhecimento sobre com a participação de 4.193 pessoas, o que está sendo sinalizado. “Realizamos abrangendo 100% de todas as localidades uma conversa com todos os envolvidos impactadas pelas operações da empresa. explicando a operação que será realizada, Após o término de cada operação, as ações sempre antes dela acontecer. Esse programa de mitigação realizadas são avaliadas em é intitulado de diálogo operacional e entrevistas individuais com os vizinhos e coordenado pela área de sustentabilidade.” representantes das comunidades, indicados A empresa explica que este processo nas reuniões de diálogo. Proteção total do viveiro ao pós plantio. Evidence® 700 WG protege as plantações de pinus e eucalipto contra as pragas de difícil controle, inclusive transmissores de viroses. Declare guerra aos cupins e insetos sugadores! Crédito: Divulgação / Sinalflora 32 SINALIZAÇÃO . B. FOREST Faça o Manejo Integrado de Pragas. Descarte corretamente as embalagens e restos de produtos. Uso exclusivamente agrícola. B. FOREST . TRANSPORTE 33 www.saudeambiental.bayer.com.br Segurança em primeiro lugar recomendações para estacionar na área de “Na Internacional Paper também há placas A International Paper utiliza placas de vivência, com limites de velocidade, entre indicando estreitamento de pontes, para manter canal sinalização em suas operações desde que de comunicação com a comunidade, de parada para a colheita ainda era feita de forma manual. entrada em estradas mais movimentadas, indicando o caminho até o carregamento, de distância segura do carregamento, entre outras.” Crédito: Divulgação / Malinovski No transporte, Luís explica que a No entanto, elas eram restritas à colheita e sinalização mais importante é a de acesso às ao transporte, hoje, as placas são utilizadas rodovias, entrada e saída de veículos entre em toda a área florestal conforme a estrada de terra e rodovias. Essas placas são necessidade. “Essa medida foi adotada para de 500, 300 e 100 metros, dependendo garantir a segurança de nossos profissionais, da condição do local, e há também sinais prestadores de serviço e visitantes, alertando luminosos. “Também há placas indicando possíveis riscos e também em atendimento estreitamento de pontes, para manter canal à legislação”, explica Luís Fernando Silva, de comunicação com a comunidade, de gerente geral florestal da IP. parada para entrada em estradas mais são movimentadas, indicando o caminho até determinadas de acordo com os riscos o carregamento, de distância segura do identificados em análise e conforme às carregamento, entre outras”, complementa. De 34 SINALIZAÇÃO . B. FOREST outras. acordo com Luís, elas legislações vigentes, como a NR31, NR12, O gerente conta que a localização de NR27 e normas do CONTRAN. “As áreas cada placa é determinada priorizando a sinalizadas silvicultura, facilidade de visualização, respeitando a transporte e estrada. Em cada uma delas, informação que precisa ser sinalizada e de há vários modelos de sinalização, tais como: forma que não atrapalhe o andamento das de máquinas em operação, aplicação de operações e trânsito de pessoas. Inclusive, herbicida, de ele destaca que as normas e legislação transporte, avisos de entrada e saída de de segurança são válidas para todos os caminhões, etc”, acrescenta. Para a colheita profissionais, prestadores de serviços e e para o plantio, a IP tem placas similares: visitantes, de distância das máquinas em operação, atividade estejam executando. “Todos os indicando quais EPIs são necessários para prestadores de serviço seguem a mesma permanecer na área, de distância e cones regulamentação que os funcionários da para abastecimento de máquinas, com International Paper e são gerenciados por são: pontes colheita, estreitas, sentido independentemente de qual B. FOREST . SINALIZAÇÃO 35 inspeções da CIPATR (Comissão Interna responsáveis por apurar e determinar ações de Prevenção de Acidentes do Trabalho para evitar a recorrência de fatos semelhantes. Rural), auditorias internas e externas, IPS As sinalizações dentro de uma empresa (Indicadores de Performance de Segurança), florestal são de extrema importância, pois Sistema de observação de segurança: My- a maioria das atividades envolve riscos positive, constantes, que se não forem considerados auditorias comportamentais e inspeções da liderança”, acrescenta. Isso porque, caso acidente esse motivo, é fundamental que todas as aconteça, o ocorrido seguirá as normas e operações sejam bem sinalizadas para políticas de segurança da empresa e passará orientar a totalidade dos envolvidos, desde por análise e investigação, coordenados profissionais em atuação a membros da pelos comunidade que passam por perto das responsáveis da algum podem causar graves consequências. Por área envolvida e o departamento segurança, que são 36 ENTREVISTA . B. FOREST florestas. Crédito: Divulgação / Sinalflora B. FOREST . ENTREVISTA 37 Poda - uma atividade viável? M esmo sendo muito recente no Brasil, em poucas décadas, a poda deixou de ser uma atividade realizada com frequência. A alteração da demanda das indústrias madeireiras é vista como uma das responsáveis pela mudança do cenário, afinal ela passou a substituir a Crédito: Divulgação madeira maciça por chapas, compensados e painéis reconstituídos. 38 PODA TECNOLOGIA . B. FOREST . B. FOREST B. FOREST . PODA 39 Q uando o assunto é poda, muitas com uma ferramenta de cabo curto, o que crescimento de nós na madeira”, explica. são as dúvidas dos produtores significa um alcance entre 2,70 e 3 metros”, Assim como na pergunta inicial, o desde essa época os produtores buscam florestais. As mais frequentes são: explica o Dr. Jorge R. Malinovski, diretor geral momento certo para se fazer a poda também pelo regime mais adequado. “A demanda quando e como fazer e se existe mercado da Malinovski. Com ela, a matéria orgânica depende. “Sou contra a poda em função da por madeira sem nós surgiu da necessidade consumidor. Porém a que tem maior poder com potencial de combustão é retirada da idade do povoamento, pois ela não garante da indústria madeireira em melhorar o de decisão é: a poda é uma atividade árvore, deixando um espaço entre ela e a o diâmetro das árvores. O ideal é associar rendimento da produção, evitando perdas”, rentável? A resposta não poderia ser mais copa, o que reduz os riscos das chamas espaçamento, qualidade do sítio, a espécie explica. Porém, a tendência crescente de complexa, depende! A poda florestal, atingirem as mesmas, como também utilizada e a qualidade do clone, com o produção em larga escala de chapas de também conhecida como desrama, é feita, facilita a passagem por dentro do talhão. diâmetro do núcleo nodoso referencial. partículas mudou este cenário. basicamente, por três motivos: combate a Jorge destaca que, na maioria das vezes, a Com a relação desses pontos fica mais fácil incêndios, facilidade de acesso ao talhão poda baixa é feita em todas as árvores do acertar no momento de realizar a operação”, Fazer poda é rentável? e maior qualidade tecnológica da madeira. povoamento. Já a alta é feita a partir da baixa afirma Jorge Malinovski. De acordo com João Carlos Mancini, Para entender melhor é preciso saber a e pode ser repetida uma ou duas vezes, De acordo com Denise Jeton Cardoso, diferença entre poda baixa e poda alta. preferencialmente nas árvores que deverão pesquisadora da Embrapa com especialidade normalmente a madeira sem nó tem A primeira é feita objetivando esses três ficar para o corte final. Esta acontece acima em crescimento de florestas, a prática da maior preço de venda, porém depende pontos, já a segunda busca apenas melhorar dos 3 metros e tem finalidade específica de poda em plantações florestais, no Brasil, do mercado consumidor e da cadeia a qualidade do produto final. “Geralmente melhorar a qualidade da madeira. “Ou seja, a poda baixa é feita por um profissional é feita a retirada dos galhos para impedir o começou há pouco mais de 30 anos e sócio-proprietário da Valor Florestal, TIPOS DE NÓS provocando desvios ou a descontinuidade dos tecidos lenhosos Nó vivo: ponto de inserção do galho no tronco fisiologicamente ativo, havendo perfeita continuidade de seus tecidos lenhosos com os do tronco; Nó morto: corresponde a um galho que morreu e deixou de participar do movimento do tronco. Não há continuidade estrutural e a sua fixação depende apenas da compressão periférica exercida pelo crescimento diametral do fuste; Nó solto: nó circular com grande parte dos tecidos já mortos que, devido à falta de aderência aos tecidos adjacentes e diferenças no comportamento de contração cai no momento da secagem. 40 PODA . B. FOREST Crédito: Divulgação / Gatiados Nó é a porção basal de um ramo que se encontra no tronco ou peças de madeira, B. FOREST . PODA 41 Crédito: Divulgação “Muitas empresas deixaram de realizar desramas por não encontrar oportunidades de mercado” produtiva florestal que o produtor poderá valor agregado para o investidor florestal”, acessar. No entanto, “maior preço não acredita o sócio da Valor Florestal. significa maior rentabilidade e maior valor Ele ainda explica que do ponto de vista da agregado”, ressalta. Segundo ele, há vários grande maioria dos investidores florestais a anos, a diferença de preços entre toras poda não é uma operação vantajosa, pois a podadas e não podadas tem diminuído TIR% (Taxa Interna de Retorno) de projetos devido ao comportamento da demanda. podados são menores do que os sem No sul do Brasil, ele exemplifica, anos manejo. De acordo com Mancini, quando atrás, esta diferença era de 80 a 100%, analisados os fluxos de caixa comparativos porém ela entrou em uma descendente e, é importante ter claramente delineados os atualmente, pode-se falar em 30 a 50%, custos de cada alternativa, capitalizados dependendo da classe de diâmetro da tora, para o ciclo florestal, manejo considerado, qualidade e mercado de destino. “Quando a diferença de idade da rotação entre um observados os inputs de análise de fluxo de projeto e outro, os efeitos da poda sobre caixa e somados aos aspectos florestais, de o crescimento volumétrico das árvores, rotação e mercado potencial, a estratégia a taxa mínima de atratividade econômica de desramar as florestas não reflete em e obviamente o spread do preço de um 42 PODA . B. FOREST B. FOREST . MANEJO 43 produto clear comparado ao sem desrama. seu negócio futuro. Muitas empresas no sul “Para a poda ser vantajosa do ponto da do Brasil e que são verticalizadas pararam rentabilidade florestal o mercado teria que seus programas de manejo florestal por remunerar valores muito mais altos do meio de poda. Ou seja, a prioridade é que atualmente e a demanda precisaria maximizar a quantidade de fibra por ser crescente para este tipo de produto”, unidade de área e ter maior rentabilidade destaca. dos projetos florestais com redução do Denise explica que o custo da poda está ciclo do corte raso e com a eliminação de diretamente ligado ao número de árvores custos de manejo e de poda que afetam a serem podadas. Por isso, a estratégia de negativamente a taxa interna de retorno dos realizar a poda nos plantios florestais vem investimentos florestais. “Somado a este sendo discutida há mais de uma década fato, muitas empresas deixaram de realizar na comunidade florestal. Para Mancini, desramas por não encontrar oportunidades o que leva as empresas a tomar decisões de mercado que remunerem a madeira diferentes está lastreado em diferentes a um preço que compense os custos ciclo florestal para conseguir extrair um para os produtores que consomem toras premissas estratégicas e a visão sobre o capitalizados e a expansão da idade do bom volume de madeira clear das florestas”, livres de nós em suas unidades fabris. Neste afirma. Sendo assim, segundo Mancini, o caso, a poda pode ser vantajosa. grande movimento estratégico por parte Apesar desse cenário pouco promissor, das empresas florestais médias e grandes Jorge Malinovski acredita que existe mercado foi de paralisar as atividades de demanda. para a madeira podada, no entanto, não é Denise 44 PODA . B. FOREST Jeton, recomenda que os tão amplo. Para que o produtor saiba se sua pequenos produtores realizem poda apenas madeira terá lucro com a poda, o diretor da primeira tora, pois não há certeza quanto ensina uma conta. “A viabilidade econômica ao retorno do investimento nesta operação. da poda se dará, por questões de melhoria “Além disso, deve-se considerar que o tecnológica, quando o diâmetro do corte preço de toras clear está muito relacionado final das árvores for três vezes maior que o com a oferta continua do produto e em núcleo nodoso confinado. Ou seja, se no quantidade suficiente para atender a uma momento da poda, a ponta fina tiver 10 cm, demanda mínima de uma determinada no momento do corte o diâmetro daquele região.” No entanto, a situação é diferente local tem que superior a 30 cm. Sendo 20 B. FOREST . PODA 45 A inovação que você queria, no melhor cabeçote 4x4 do mercado. Crédito: B. Beghetto Novo cabeçote Waratah 622C 4x4. cm (10 cm para cada lado) são de madeira por não percebem vantagens, sejam elas sem nó”, explica. financeiras ou de trabalhabilidade. Portanto, Assim como João Mancini afirmou, muitas empresas pararam de fazer poda 46 PODA . B. FOREST não há um consenso técnico-econômico sobre o assunto. - Quatro rolos de alimentação, com potentes motores de 702/400 cm²: maior velocidade de alimentação e especificações perfeitas para uma escavadeira de 21 toneladas. - Equipado com o Waratah Shuffling, para a condução independente do cavaco e para tracionamento independente das toras e aumentar o aproveitamento durante o processamento de árvores múltiplas. - Alinhamento automático das toras (pendente de patente) que utiliza a tecnologia de fotocélulas duplas da Waratah. - Rotator com rotação contínua de 360 graus e melhor posicionamento das mangueiras. - Serra ¾ de alto torque e alto desempenho, com sistema de tensão automático da corrente. - Braços de desgalhamento fabricados à mão, fornecem desgalhamento mais limpo das toras, seja no processamento múltiplo ou simples. - O novo desenho da válvula hidráulica da Série C possui alta eficiência e proporciona maior fluxo hidráulico, velocidades superiores e maior produtividade. - O novo sistema de automação TimberRite™ possui tudo o que você precisa, com desenhos de medição e diâmetro, que fornecem o comprimento ideal e diâmetros de qualidade, no processamento múltiplo (MTP) ou simples de árvores. Waratah.com B. FOREST . ENTREVISTA 47 Tradição Europeia Q uem visita despretensiosamente a pequena e encantadora cidade de Planina (Eslovênia) com seus 400 habitantes, com toda a certeza surpreende-se em saber que metade da população é responsável pela produção de guinchos e lascadores de lenha de um dos Crédito: Malinovski principais players deste segmento no mundo. 48 INTERNACIONAL PODA . B. FOREST . B. FOREST B. FOREST B. FOREST . MERCADO . INTERNACIONAL DE TRABALHO 49 exatamente primeiro a Tajfun contratou o principal escritório sentimento que a equipe da Revista de arquitetura do país para desenvolver B.Forest teve ao desembarcar na o projeto de ampliação da fábrica. Nele, cidade, a convite da marca eslovena, os arquitetos se preocuparam com os Tajfun. impacto impactos visuais e ambientais, mantendo a surpreendemos essência do significado da marca “Tajfun”, positivamente com a qualidade, precisão que em polonês significa furacão. “Nossa e tecnologia aplicada pela marca em seus maior preocupação com a ampliação da equipamentos. fábrica foi causar o menor impacto possível Depois aconchegante, do nos este o primeiro A busca contínua por tecnologia e na paisagem onde ela está inserida, sustentabilidade é visível na fabricação ficando assim em perfeita harmonia com de todos os equipamentos da empresa, o entorno da obra”, justificou Iztok Span, mas ele não para por aí. Recentemente, diretor mundial da Tajfun. Crédito: Malinovski 50 INTERNACIONAL . B. FOREST ACESSE O SITE AQUI B. FOREST . INTERNACIONAL 51 Crédito: Malinovski F oi Processo Produtivo é responsável e competente por suas O que há de mais moderno em linhas funções, não havendo a necessidade de produtivas no mundo é encontrado nas supervisão do processo”, explicou Iztok duas unidades fabris da Tajfun e Tajfun Span. As principais peças dos equipamentos Liv. Máquinas com CNC, robôs e sistema são numeradas com a finalidade de garantir inteligente para controle de estoque são a rastreabilidade dos processos, assim se apenas algumas das tecnologias aplicadas houver um erro o responsável poderá ser para proporcionar qualidade e alta precisão identificado. aos equipamentos. Crédito: Malinovski Um detalhe que vale ser ressaltado sobre Máquinas e equipamentos japoneses a linha produtiva da Tajfun e que reflete e alemães de alta tecnologia permitem diretamente no produto final, é um aspecto precisão nos cortes e otimização das chapas cultural do povo esloveno: a confiança de aço utilizadas para a fabricação dos na competência das pessoas. “Não temos guinchos, lascadores, gruas, enfardadeiras nenhum supervisor do processo produtivo e auto-carregável. Os dois últimos são de lançamentos da Tajfun e já estão sendo nossos equipamentos, acreditamos que cada um dos nossos colaboradores comercializados. DE VOLTA PARA O PASSADO A história da Tajfun começou em 1967, com a fabricação de guinchos florestais e processadores de lenha, mais tarde vieram os carregadores de toras e guinchos hidráulicos. Hoje, a empresa desponta entre os maiores produtores de guinchos florestais e processadores de lenha do mundo e está presente em 40 países. Desde setembro de 2013, o Brasil conta com toda a sua linha de produtos, que PRODUÇÃO ANUAL inclui a processadora de lenha, guinchos, cabos aéreos e gruas. No mesmo ano, 7.500 equipamentos produzidos a empresa também adquiriu a LIV, uma empresa de gruas fundada em 1972 que 6.000 Guinchos desde então está recebendo grandes aportes financeiros para ocupar posição de 1.000 Processadoras de Lenha maior destaque no cenário mundial. 500 Gruas Crédito: Malinovski 52 INTERNACIONAL . B. FOREST B. FOREST . INTERNACIONAL 53 Tajfun do Brasil High-Tech Todo o portfólio de máquinas e Com o objetivo de proporcionar a equipamentos estão disponíveis e em melhor operação em diferentes regiões do seus Brasil. “Há anos, o mercado estava em simuladores que proporcionam um carente de implementos com engate treinamento interativo em 3D para suas rápido e da tecnologia que permite a gruas e guinchos. intercambiabilidade dos equipamentos sem a alteração da máquina base. Oferecemos isto para nossos clientes”, destaca Marlos Schmidt, diretor da Tajfun no Brasil. Esta demanda fez com que a Tajfun desenvolvesse um projeto de investimento contínuo e de longo prazo no país. formação dos equipamentos, a operadores Tajfun de investe Uma suta eletrônica com bluetooth também faz parte da linha de produtos com alta tecnologia produzida pela Tajfun. O equipamento concebido para uso profissional é indicado para a medição de árvores em pé, distintos sortimentos de toras e identificação do estoque. O equipamento possui um software interativo que permite o processamento dos dados. Crédito: Malinovski Tajfun Submmit como Grécia, Turquia, Croácia, Eslovênia e Com objetivo de trazer para profissionais Romênia, puderam conhecer os principais e pesquisadores do mercado florestal equipamentos da Tajfun em operação europeu em situações reais, em um circuito de 2 informações técnicas com demonstrações práticas de equipamentos utilizados na e O diretor da Tajfun do Brasil, Marlos Tajfun Schmidt, contou que os participantes, organizou em parceria com a Universidade inclusive o grupo brasileiro, que viajou de Belgrado, o Tajfun Submmit. com a Tajfun para a Servia e Eslovênia, processamento Crédito: Malinovski 54 INTERNACIONAL . B. FOREST colheita da florestal quilômetros. madeira, a O dia de campo foi realizado em uma pôde acompanhar diversos pontos com área de aproximadamente 4.000 hectares demonstrações práticas. “Neles os técnicos de floresta nativa, manejada para produção da Tajfun explicavam em detalhes o de produtos madeirados de alto valor funcionamento dos equipamentos e a sua agregado. Os 1000 profissionais de países aplicação.” B. FOREST . INTERNACIONAL 55 Ergonomia no controle; Função para cabo de retorno; 56 GESTÃO B. FOREST Segurança na .operação. Crédito: Malinovski Alta produtividade; Skyline (cabo aéreo) Crédito: Malinovski Guincho Duplo Tajfun - 18 Ton. Flexibilidade no posiocionamento; Automação total; Maior capacidade de carga por ciclo; Operação intuitiva de alta performance. Capacidades de tração de 3.5 até 18 toneladas; Alta produtividade e praticidade; Controle remoto e manual; Fixação Plug and Play no trator (terceiro ponto); Opções com um ou dois tambores para cabo de aço; Sistema inovador de cabo de retorno. Crédito: Malinovski Lascadora de Lenha Tajfun Crédito: Malinovski Guinchos Tajfun Atende a norma de segurança NR12; Para toras de 10 a 48 cm de diâmetro; Alimentação elétrica ou TDP de trator agrícola; Ergonomia operacional. Automação do planilhiamento dos dados florestais biométricos; Medição de toras e sub-produtos; Plataforma Android compatível com todos os sistemas operacionais; Leveza e praticidade no uso cotidiano. Crédito: Malinovski Suta Eletrônica Tajfun Crédito: Malinovski SUTA Autocarregável Tajfun Fixação Plug and Play no trator; Grua com alcance de 7 m; Carreta robusta e adaptável aos diferentes comprimentos das toras. ANÁLISE MERCADOLÓGICA A Indicadores Macroeconômicos • Perspectivas Econômicas: Antes da mudança na gestão governamental e na política nálise econômica, preços das toras de pinus e eucalipto e a cautela das indústrias de econômica nacional no mês em curso, a expectativa para o crescimento do PIB (Produto Interno base florestal frente as mudanças na política são dos destaques do boletím mercado- Bruto) brasileiro em 2016, segundo última estimativa do BCB (Banco Central do Brasil), era lógico elaborado pelos profissionais da STCP negativa em 3,88%. Se confirmado, o resultado repetirá o desempenho negativo da economia em 2015 e será a primeira vez que o país registrará dois anos consecutivos de contração na economia. Para 2017, a estimativa de crescimento do PIB se manteve em +0,50%. No entanto, estas projeções estão sujeitas às incertezas devidas às mudanças anteriormente indicadas. • Inflação: Em Abril/2016, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) atingiu 0,61%, a menor taxa para o mês desde 2013. Apesar da aceleração em relação ao mês de março, a inflação acumulada nos últimos 12 meses baixou para 9,28%, porém ainda segue significativamente acima do teto da meta anual de inflação do BCB de 6,5%. A estimativa do Banco Central é que o IPCA acumulado de 2016 encerre em 7% (ainda acima do teto da meta) e em 2017 em 5,50%. • Taxa de Juros: No final de Abril, o COPOM manteve novamente a taxa Selic em 14,25%, Crédito: Divulgação em linha com a política econômica do governo vigente na ocasião e também influenciada ainda pelas incertezas nos panoramas nacional e internacional. A estimativa do BCB antes do novo cenário político e econômico é que a Selic encerre 2016 em 13% ao ano e em 2017 em 11,50% ao ano. • Taxa de Câmbio: Em Abril/2016, a taxa média cambial encerrou em BRL 3,45/USD, resultando em valorização com queda de -3,7% em relação à média de Março/2016. A média cambial observada na 1ª quinzena de Maio/2016 foi de BRL 3,51/USD, com oscilação entre BRL 3,46 e 3,55/USD e perspectiva variável associada às expectativas do compromisso do novo governo com a economia. Economistas estimam taxa cambial média de BRL 3,70/USD no final de 2016 e de BRL 3,90/USD em 2017. STCP Engenharia de Projetos Ltda. – Copyright © 2016. Endereço: Rua Euzébio da Motta, 450 - Juvevê - CEP: 80.530-260 - Curitiba/PR Fone: (41) 3252-5861 - www.stcp.com.br – [email protected] 62 ANÁLISE MERCADOLÓGICA . B. FOREST B. FOREST . ANÁLISE MERCADOLÓGICA 63 Índice de preços de madeira em tora no Brasil Índice de Preço Nominal de Toras de Eucalipto e Pinus no Brasil (Base Jan-Fev/14 = 100) Tora de Eucalipto: Tora de Pinus: Nota de Sortimentos de Tora: Energia: < 8 cm; Celulose: 8-15 cm; Serraria: 15-25 cm; Laminação: 25-35 cm; e Laminação Especial: > 35 cm. Preços de madeira em tora R$/m³ em pé. Fonte: Banco de Dados STCP e Banco Central do Brasil (IPCA). STCP Engenharia de Projetos Ltda. – Copyright © 2016. Endereço: Rua Euzébio da Motta, 450 - Juvevê - CEP: 80.530-260 - Curitiba/PR Fone: (41) 3252-5861 - www.stcp.com.br – [email protected] 64 ANÁLISE MERCADOLÓGICA . B. FOREST B. FOREST . ENTREVISTA 65 “A tendência dos produtores Índice de preços de madeira em tora no Brasil Índice de Preço Real de Toras de Eucalipto e Pinus no Brasil (Base Jan-Fev/14 = 100) florestais e da indústria de Tora de Eucalipto: base florestal é de cautela até identificar mudanças favoráveis com a política econômica do novo governo” Tora de Pinus: Foto: Divulgação B. FOREST . ANÁLISE MERCADOLÓGICA 66 Crédito: Divulgação 66 ENTREVISTA . B. FOREST Nota de Sortimentos de Tora: Energia: < 8 cm; Celulose: 8-15 cm; Serraria: 16-25 cm; Laminação: 25-35 cm; e Laminação Especial: > 35 cm. Preços de madeira em tora R$/m³ em pé. Fonte: Banco de Dados STCP (atualização bimestral). STCP Engenharia de Projetos Ltda. – Copyright © 2016. Endereço: Rua Euzébio da Motta, 450 - Juvevê - CEP: 80.530-260 - Curitiba/PR Fone: (41) 3252-5861 - www.stcp.com.br – [email protected] B. FOREST . ANÁLISE MERCADOLÓGICA 67 • Comentários - Tora de Eucalipto: a madeira de serraria, enquanto algumas cooperativas anunciaram reajustes nos preços já Com as recentes mudanças no cenário político nacional, a maior parte das empresas para este mês, porém inferiores à inflação. brasileiras está na expectativa das medidas econômicas a serem tomadas pelo novo governo. Porém, até então, persiste a redução no consumo das famílias por bens e serviços e consequentemente afetando o setor florestal como um todo. • Comentários - Tora de pinus: Alguns produtores florestais situados na região Sul, relataram queda no preço da De um modo geral, os preços de madeira fina de pinus tiveram leve aumento. Apesar tora fina de eucalipto devido à sobre oferta destes sortimentos em alguns mercados. do excesso de oferta de tora fina em alguns polos de produção e consumo, algumas Algumas agropecuárias na região Centro-Oeste, reclamam da relação com os clientes, cooperativas da região Sul, registraram aumento na demanda por este sortimento. pois o fornecimento de madeira para algumas empresas é feito na base do leilão. Isto Empresas integradas da indústria de painéis reconstituídos, também localizadas na região acaba tirando do mercado empresas sérias do segmento, dando lugar a oportunistas e Sul, relatam acréscimo de preços no primeiro trimestre, tanto nas toras finas (celulose) prejudicando a qualidade do produto. como em toras médias (serraria I) em função do start-up de empresa do setor de celulose. Em Abril, houve um aumento nas exportações de celulose da ordem de 9% (em A expectativa do mercado quanto ao preço da tora fina é de possível elevação nos próximos valor) em relação a Março. Em volume, o aumento foi da ordem de 21%. Cerca de 80% meses por conta da maior demanda em algumas regiões, reposição dos estoques de lenha das exportações de celulose são de fibra curta (proveniente do eucalipto). Estes dados destinados à secagem de grãos de empresas do agronegócio, e repasse de aumentos de mostram uma queda no preço em Dólar de exportação da celulose brasileira, causada custos, principalmente com mão de obra. pela sobre oferta do produto no exterior e redução da participação no mercado interno. A procura por toras grossas de pinus começou a diminuir por parte das empresas Algumas empresas antes da alta do Dólar (no ano passado) operavam em ociosidade e produtoras de madeira beneficiada que atendem somente o mercado nacional, em agora ampliaram suas capacidades de produção ou anunciaram investimentos na mesma função do desaquecimento deste mercado devido, entre outros, à retração da construção direção, recuperando a rentabilidade após anos operando com Dólar desvalorizado. civil em 2015. Porém, a demanda por toras grossas continua alta, apesar desta redução Porém, os custos da indústria de celulose continuam altos: o Brasil está se tornando na procura, implicando em leve aumento de preços, assim como a madeira grossa de menos competitivo com a inflação de custos, aumento no preço dos combustíveis e falta eucalipto. Alguns produtores florestais relatam atrasos no recebimento de pagamentos de estrutura em logística. e mesmo aumento na inadimplência. No entanto, a demanda por toras grossas continua Com relação ao mercado de tora grossa houve pequeno aumento nos preços na maioria das empresas. Alguns produtores florestais mencionaram tendência de alta para alta. A tendência dos produtores florestais e da indústria de base florestal é de cautela até identificar mudanças favoráveis com a política econômica do novo governo. STCP Engenharia de Projetos Ltda. – Copyright © 2016. STCP Engenharia de Projetos Ltda. – Copyright © 2016. Endereço: Rua Euzébio da Motta, 450 - Juvevê - CEP: 80.530-260 - Curitiba/PR Endereço: Rua Euzébio da Motta, 450 - Juvevê - CEP: 80.530-260 - Curitiba/PR Fone: (41) 3252-5861 - www.stcp.com.br – [email protected] Fone: (41) 3252-5861 - www.stcp.com.br – [email protected] 68 ANÁLISE MERCADOLÓGICA . B. FOREST B. FOREST . ANÁLISE MERCADOLÓGICA 69 Crédito: Embrapa Vespa-da-Madeira D urante a reunião do Cede Rural (Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural), na sede Secretaria de Estado da Agricultura e Pesca de Santa Catarina, que aconteceu no final de abril, produtores de madeira defenderam que a vespa-da-madeira não seja mais considerada uma praga quarentenária. Os produtores acreditam que a reclassificação iria amenizar as barreiras fitossanitárias na comercialização da madeira com outros estados e também na exportação. A Revista B.Forest conversou com Edson Tadeu Iede, pesquisador e Chefe Geral da Embrapa Florestas, para saber as características desta praga, o que esse mudança significaria e a opinião do pesquisador. Confira! quarentenário de praga A2. No entanto, atu- onera o setor, contribuindo para aumentar almente, a vespa-da-madeira está presente o custo-Brasil, podendo afetar a competi- em cerca de 80% dos plantios de pinus no tividade no comércio internacional. Estas país, com áreas atingidas no Rio Grande do Portarias (60 e 125), adotadas há mais de 20 Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mi- anos, foram efetivas na época em que os es- nas Gerais, ou seja, em cerca de 1,4 milhões tados não tinham a praga ainda amplamente de ha, dos quase 1,7 milhão de ha plantados, distribuída e não se sabia exatamente a efi- não sendo mais uma área restrita. Esse nível cácia das medidas de restrição de trânsito. de infestação, portanto, não justifica mais o Entretanto, com a presença da praga nestes status de praga quarentenária presente, mas estados, tais medidas são desnecessárias, sim de praga efetivamente presente. Cabe não contribuindo para o monitoramento e ressaltar que, se as medidas de monitora- controle da praga. Isso demonstra a neces- Quais as características da vespa da madei- o seu complexo de inimigos naturais, tor- mento, prevenção e controle, preconizadas sidade da revogação das referidas portarias, ra? nou-se a mais séria ameaça aos plantios de pelo PNCVM, não tivessem sido adotadas que atualmente não contribuem para o con- pinus do país, devido ao seu rápido estabe- no Brasil, o prejuízo anual seria da ordem de trole da praga. lecimento, colonização e dispersão. R$ 59 milhões. A vespa-da-madeira, Sirex noctilio, é um inseto da família Siricidae, cujos represen- Se esta mudança acontecer, qual deve tantes se desenvolvem no interior do tronco de algumas espécies florestais. A espécie é Qual a atual classificação dela? Como avalia a mudança do status? ser a forma de controle para evitar esta praga? originária da Europa, Ásia e norte da África, A mitigação de risco e da dispersão da Atualmente, o transporte de Pinus sp. atingindo grande densidade na zona medi- praga foi possível, no Brasil, devido ao PN- tornou-se burocrático devido a Portaria nº Com base em evidências técnicas, a me- terrânea, e tem preferência por espécies do CVM (Programa Nacional de Controle a 125, de 03/08/1998 do MAPA. Ela determi- dida fitossanitária mais importante é o mo- gênero pinus. Vespa-da-Madeira), que conferiu o status na que o trânsito de madeira bruta, serrada nitoramento com árvores-armadilha, para se e beneficiada da espécie, entre os estados fazer a detecção precoce da praga, do que do Sul, bem como desses para os demais fiscalizar cargas de caminhão. Isso permi- estados, deve ser acompanhada obrigato- te que seja realizado o controle biológico o riamente por Permissão de Trânsito, com mais cedo possível, para evitar perdas eco- declaração adicional fornecida por técnico nômicas no plantio. A fiscalização de car- devidamente credenciado ou de Certificado gas demonstrou ser inócua, tanto pelo cus- Fitossanitário de Origem, constatando que o to quanto pela dificuldade de fiscalização e material está livre de Sirex noctilio, tanto na maior facilidade de transgressão por parte fase adulta como imatura. Esta portaria só dos usuários. 1988, em povoamentos de P. taeda, no Rio Grande do Sul. Com a introdução da praga, o setor florestal sentiu a necessidade de adotar medidas emergenciais de controle, face ao alto potencial de danos do inseto e por possuir uma das maiores áreas de plantios florestais com pinus do mundo. Por se tratar de espécie exótica, introduzida sem 70 FIQUE LIGADO . B. FOREST Crédito: Embrapa florestas O primeiro registro no Brasil foi realizado em B. FOREST . FIQUE LIGADO 71 ACR TEM NOVO PRESIDENTE N P elo quarto ano consecutivo, a Reflore/MS (Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas) realiza a “Campanha de Combate e Prevenção a Incêndios”, que por meio de ações educativas busca conscientizar a população sul-mato-grossense quanto aos danos sociais, ambientais e econômicos que as queimadas podem gerar e, consequentemente, a diminuição dos focos de incêndios no estado. “Nosso objetivo é levar conhecimento para as pessoas sobre como prevenir, denunciar e eventualmente combater incêndios. As queimadas prejudicam a nossa saúde, matam nossos animais, trazem prejuízos financeiros e podem até causar acidentes, quando os incêndios acontecem nas margens das rodovias. Queremos evitar tudo isso, para tanto precisamos que a população participe, seja consciente”, pontua Moacir Reis, presidente da Reflore/MS. Atitudes como acender fogueiras perto das matas, atear fogo em lixos, arremessar bitucas de cigarro ou lata para fora do carro nas rodovias, deixar de fazer manutenção em caminhões, máquinas e tratores (veículos que quando desregulados podem soltar faíscas pelo escapamento), podem ocasionar incêndios de grandes proporções. “Existe uma estatística que diz que grande parte dos incêndios começa das rodovias para dentro das propriedades, de pequenas atitudes do dia a dia. Precisamos conscientizar as pessoas para acabarmos com estes costumes prejudiciais”, acrescenta Benedito Mário, diretor executivo da Reflore/MS. A Reflore/MS e seus associados realizarão as seguintes ações: panfletagens em municípios de base florestal, como Três Lagoas-MS, Água Clara-MS, Jaraguari-MS e Casa Verde-MS no dia 03 de junho de 2016; palestras educativas em escolas; além de publicidade informativa, com a utilização, por exemplo, de outdoors em diversas rodovias do estado. Crédito: Divulgação / ACR o dia 13 de maio, Ali Abdul Ayoub, diretor da WestRock, assumiu a presidência da ACR (Associação Catarinense de Empresas Florestais). O cargo anté então, que estava sob responsabilidade de José Valmir Calori, diretor da Klabin. A reunião, que aconteceu na sede da WestRock, em Três Barras (SC), foi dirigida pelos presidentes do Conselho Deliberativo da ACR, José Valmir Calori; e da APRE (Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal), que tem como presidente, Edson Antônio Balloni. Durante a reunião, foram discutidas as ações desenvolvidas pela ACR e pela APRE; atualização sobre a regulamentação da liberação da caça aos javalis, feita pelo tenente-coronel da Polícia Militar, Adilson Schlickmann Sperfeldm; uma apresentação sobre “Plantações Florestais: Geração de Benefícios com Baixo Impacto Ambiental”, realizada por Edilson Batista de Oliveira, pesquisador da Embrapa Florestas; e atualização sobre licenciamento ambiental para silvicultura, ministrada por Marcílio Caron Neto, diretor executivo da IBÁ (Indústria Brasileira de Árvores). 4ª EDIÇÃO DA CAMPANHA DE COMBATE E PREVENÇÃO A INCÊNDIOS Novo presidente da ACR, Ali Abdul Ayoub, com José Valmir Calori, presidente do Conselho Deliberativo da Associação 72 ESPAÇO DAS ASSOCIAÇÕES . B. FOREST B. FOREST . ESPAÇO DAS ASSOCIAÇÕES 73 PONSSE APOIA ATLETA NAS OLIMPÍADAS DO RIO 2016 E m agosto de 2016, o mundo estará atento a todos os passos dados pelos atletas olímpicos que estarão no Rio de Janeiro para disputar os Jogos da XXXI Olimpíada. Para a Ponsse, o evento tem um brilhantismo especial, afinal Tero Pitkämäki, lançador de dardos finlandês estará entre eles.A Ponsse tem apoiado Tero Pitkämäki há mais de 12 anos, e durante este período ele tornou-se um lançador de elite. Seus melhores resultados conseguidos até hoje incluem a medalha de bronze olímpica em Pequim, em 2008, a medalha de ouro no Campeonato Mundial de Osaka em 2007 e uma medalha de prata do Campeonato Mundial em Moscou, em 2013. Ele também tem medalhas do Campeonato Europeu: uma prata e duas medalhas de bronze. Tero também ganhou medalhas no Campeonato Finlandês, incluindo seis medalhas de ouro. Para as Olimpíadas do Rio, a Ponsse acredita que Tero Pitkämäki irá representar o melhor do espírito Ponsse, no maior evento esportivo do planeta. Para apoiar o atleta, a empresa lançou um vídeo mostrando um pouco de sua rotina de treinos e do dia a dia do esporte. O patrocínio ao atleta faz parte de uma série de ações que a Ponsse fará para comemorar os 10 anos da empresa no Brasil. Uma matéria completa sobre a sua trajetória será publicada na edição de junho da Revista B.Forest, que terá a montadora finlandesa como capa. Não perca! SETOR FLORESTAL EM ALTA D e acordo com o relatório da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores), as exportações do setor de árvores plantadas brasileiro apresentaram bom desempenho no primeiro trimestre de 2016. De janeiro a março, o volume das exportações de celulose totalizou 3,2 milhões de toneladas, um crescimento de 12,8% em relação ao mesmo período de 2015, quando foram exportadas 2,8 milhões de toneladas. Em relação ao segmento de painéis de madeira, o volume exportado nos três primeiros meses do ano somou 195 mil m³, alta de 58,5% sobre o mesmo período do ano passado, quando as exportações foram de 123 mil m³. As exportações de papel somaram 515 mil toneladas, alta de 11,5% em relação ao mesmo período do ano passado, quando 462 mil toneladas foram exportadas. Crédito: Divulgação 74 NOTAS . B. FOREST MADEIRA 2016 N os dias 16 e 17 de junho, Palmas, a capital do Tocantins, receberá a oitava edição do Congresso Internacional de Desenvolvimento Econômico Sustentável da Indústria de Base Florestal e de Geração de Energia - MADEIRA 2016. O evento promovido pelo Instituto BESC de Humanidades e Economia traz, como tema central, a produção de madeira para uso múltiplo e a competitividade do setor de base florestal brasileiro no mercado internacional. De acordo com a organização, o objetivo do simpósio é o de questionar, debater e buscar o entendimento do porquê de o Brasil, reconhecido internacionalmente como o país onde se alcançam as maiores produtividades em plantios florestais, não ter, ainda, um posicionamento destacado de liderança na maior parte dos mercados de produtos florestais que vicejam no mundo. A previsão é que o MADEIRA 2016 reúna, durante os dois dias, aproximadamente 400 participantes, no Palácio Araguaia. Para mais informações acesse: www.congressomadeira.com.br/2016 Crédito: Congresso Madeira MOGNO AFRICANO EM DESTAQUE PORTAL MADEIRA E CONSTRUÇÃO O L IBF (Instituto Brasileiro de Florestas) realizou no final de abril, o 4º Workshop Internacional de Mogno Africano. O evento, realizado em São Paulo (SP) reuniu mais de 140 participantes de diversas regiões do Brasil. A espécie tem despertado interesse nos produtores locais que buscam por um produto rentável a longo prazo. De acordo com Solano Martins Aquino, pesquisador do IBF, em todo o Brasil a opção do mogno está se tornando uma realidade. “Com um estudo detalhado conseguimos minimizar problemas que ocorrem no plantio de qualquer cultura. A vantagem do mogno é que se trata de uma madeira de excelente qualidade e há plantios em todas as regiões brasileiras. Sem dúvida, trata-se de um excelente negócio. O mundo inteiro vai demandar madeira do Brasil”, frisou. ançado durante a SIM – Semana Internacional da Madeira, que aconteceu entre 06 e 11 de março de 2016, o portal Madeira e Construção nasceu da necessidade de um espaço focado no uso da madeira na construção. Um tema que, segundo Juliane Ferreira, diretora executiva do portal, tem sido abordado pelo setor com o objetivo de aumentar o consumo per capita interno de madeira, mas que ainda precisava de um espaço adequado para aumentar a capilaridade do assunto entre os diferentes públicos, que não apenas o próprio setor. “Assim, nada melhor do que a internet para fazer chegar aos profissionais da construção e até mesmo ao consumidor final as vantagens de se utilizar a madeira como elemento construtivo.” De acordo com ela, a data de lançamento foi escolhida justamente por ter sido um momento de encontro de diversos atores envolvidos na cadeia da madeira. O objetivo do site é concentrar informações relevantes sobre o tema e permitir que as pessoas encontrem aquilo que precisem sobre a madeira para este fim. A proposta do portal é ter, além do conteúdo jornalístico, a participação de especialistas por meio de artigos técnicos, divulgação de projetos, além de um guia de fornecedores que pode contribuir para o acesso aos produtos e serviços para quem quer construir com madeira. Juliane afirma que a ideia principal do site é incentivar o uso da madeira proveniente de florestas plantadas, como também contribuir para o desenvolvimento do setor como um todo, por meio da desmistificação de alguns assuntos polêmicos, levando conteúdo de qualidade aos leitores. http://madeiraeconstrucao.com.br/ Crédito: Divulgação Tropical Flora Crédito: Madeira e Construção 78 NOTAS . B. FOREST B. FOREST . NOTAS 79 EUCALIPTO PARA PEQUENOS PRODUTORES ELDORADO INVESTE EM BIOMASSA O A Eldorado anunciou que vai aproveitar tocos e raízes de eucalipto, não utilizados na operação de colheita, para geração de energia a partir de biomassa. A fabricante de celulose venceu o leilão da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), realizado em 29 de abril de 2016, com o projeto UTE (Usina Termoelétrica) Onça Pintada, que vai gerar energia utilizando cavacos de madeira como principal combustível, com uma potência instalada de 50 MW/h. O investimento de R$ 300 milhões na construção da UTE de biomassa irá gerar mais de 1.000 empregos diretos e indiretos para a região. “Este projeto poderá gerar uma receita adicional de mais de R$ 600 milhões, além contribuir positivamente com a matriz energética brasileira”, afirma José Carlos Grubisich, presidente da Eldorado Brasil. A UTE Onça Pintada será instalada em uma fazenda da companhia em Aparecida do Taboado (MS) e irá iniciar o fornecimento ao sistema elétrico nacional em janeiro de 2021, conforme previsto em leilão. O preço da energia foi estabelecido em R$ 243,2/MWh, em um contrato com um valor total de R$ 2,5 bilhões e prazo de 25 anos. O projeto agora segue para homologação na Aneel. Crédito: Divulgação Eldorado Brasil plantio de eucalipto também é negócio para o pequeno produtor. Quem afirma é o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Dario Grattapaglia. Para ele, o cultivo de eucalipto vem avançando como uma alternativa de renda, especialmente para pequenos produtores localizados em regiões próximas às indústrias de celulose e papel. Grattapaglia explica que existem tanto produtores independentes – que têm um pedaço da fazenda com eucalipto -, quanto integrados – que recebem apoio financeiro e técnico das empresas. De acordo com o pesquisador, dos cerca de cinco milhões de hectares de florestas plantadas com eucaliptos no país, aproximadamente entre 30 a 40% estão na mão de pequenos produtores. “Ou seja, não é algo só para grande produtor”, diz ele, acrescentando que a evolução gradativa das áreas com integração-lavoura-pecuária-floresta vem contribuindo para expansão do eucalipto como uma atividade atraente do ponto de vista financeiro para uma camada cada vez maior de produtores, inclusive pequenos. Crédito: Kátia Pichelli 80 NOTAS . B. FOREST Floresta de eucalipto da Eldorado Brasil B. FOREST . NOTAS 81 82 FOTOS . B. FOREST B. FOREST B. FOREST . ENTREVISTA . VÍDEOS 83 2016 JUN 09 JUNHO KWF Tagung – Alemanha. Quando: 09 a 12 Onde: Roding, Bavaria (Alemanha). Informações: www.kwf-tagung.org/en/kwf-tagung/kwf-expo.html 2016 JUN 16 JUNHO Congresso Madeira 2016 Quando: 16 a 17 Onde: Palmas (TO). Informações: www.congressomadeira.com.br/2016/ 2016 JUL JULHO V Coneflor 12 Quando: 12 a 14 Onde: Bom Jesus (Piauí). Informações: www.vconeflor.com.br 2016 AGOSTO 17 III Reforest - Simpósio Nacional sobre Restauração Florestal Quando: 17 a 19 Onde: Viçosa (MG). Informações: www.sif.org.br/@reforest2016/ 2016 AGO AGOSTO World Conference on Timber Engineering 22 84 ENTREVISTA VÍDEOS . B. FOREST . B. FOREST Quando: 22 a 25 Onde: Viena (Áustria). Informações: http://wcte2016.conf.tuwien.ac.at/home/ B. FOREST . AGENDA 85 2016 OUT OUTUBRO II Encontro Brasileiro de Infraestrutura e Logística Florestal. 06 Quando: 06 a 07 de Outubro de 2016 Onde: Curitiba (PR). Informações: www.infraestruturaflorestal.com.br 2016 NOV NOVEMBRO Fórum Nacional Sobre Carvão Vegetal 08 Quando: 08 e 09 Onde: Belo Horizonte (MG). Informações: www.sif.org.br 2016 NOV 09 NOVEMBRO Fórum de Energia da Biomassa Florestal Quando: 08 e 09 Onde: Belo Horizonte (MG). Informações: www.sif.org.br 2017 MAI 22 MAIO Ligna Quando: 22 a 26 Onde: Hannover (Alemanha). Informações: www.ligna.de/home 2017 JUN JUNHO Elmia Wood 07 Quando: 07 a 10 Onde: Jönköping (Suécia). Informações: http://www.elmia.se/ 86 AGENDA . B. FOREST B. FOREST . ENTREVISTA 87