“O leite não sai da caixinha e a carne não sai do freezer: por trás do

Transcrição

“O leite não sai da caixinha e a carne não sai do freezer: por trás do
União de Forças
A agricultura familiar hoje é reponsável
por 10% do PIB - Produto Interno Bruto no
Brasil, e 40% do PIB agropecuário, somando
4,1 milhões de famílias no Brasil.
Gente que produz, industrializa, faz cursos de
formação, dusputa mervcado e novos
espaços. “Quando colocamos a agricultura
familiar em evidência, estamos mostrando
para a sociedade que o leite não sai da
caixinha, que a carne não é produzida no
feezer, e sim, que por trás do alimento que
vai para a mesa das pessoas na cidaade,
existem outras pessoas, no campo,
produzindo”, diz Altemir tortelli, coordenador
da Fetraf-Sul/CUT.
Por que está difícil sobreviver no campo?
Está difícil por que a agricultura está
diretamente ligada ao modelo agrícola vigente
no País e que traz muitos problemas: a) o
envelhecimento e a masculinização da
população que vive no campo; b) a baixa
renda que faz com que o agricultor familiar não
consegue produzir em grande escala, devido a
falta de assistência e regras de preços e
mercado
Copyright @ Vereador Carlito. Brasilândia-MS, 27 de Maio de 2007. Caderno de Educação Popular nº 126
começaram a surgir Brasil afora. Na região
Sul, em março de 2003, foi fundado o
Sindicato da Agricultura Familiar do Alto
Uruguai (Sutraf-AU) com a participação do
Deputado Estadual Ivan Pavan (PT) que
classifou o ato de histórico para a região, pois
o Sindicato na sua base reúne 25 mil famílias
de agricultores, sendo o maior do país. Esse
foi o primeiro Sindicato Integrado com sede
em Erexim-RS, e é um exemplo da força dos
agricultores familiares que só no Rio Grande
do Sul são responsáveis por 70% da
produção de alimentos, além do setor ser um
dos maiores geradores de trabalho no campo.
Em Brasilândia, a luta continua
Aqui em Brasilândia a Agricultura
Familiar ainda luta pela terra. É o começo da
luta. Mas é uma luta que vem de longe, desde
1985, quando os acampados do Porto João
André fizeram a primeira movimentação
pública em Brasilândia e assustou os
fazendeiros.
Eram outros tempo, anos de chumbo.
Depois vieram outras lutas, pelas terras
indígenas, dos irmãos da aldeia Ofaié. Lutaram
muito para conseguir a suas terras. Hoje já
estão colocados.
Depois veio a luta dos
ribeirinhos, dos oleiros e pescadores. Também
a maioria já está colocada, e com algumas
outras pendengas mais.
Por fim, agora, a vez dos sem-terra dos
dias de hoje. O assentamento Mutum, foi o
primeiro. Abriu caminho em meio a distância e
o agreste, numa luta ferrenha com os donos da
tera. Depois veio o São Tomé, difícil
negociação do Sindicato, Governo e CESP,
onde muitos foram excluídos. Depois veio o
Avaré, suado e conquitado na garra e na raça,
com a força de muitas mãos. E agora, o
acampamento Santa Maria, prolongando a
Esperança, com o apoio da CUT e de outros
companheiros da luta.
A luta é a mesma, e os parceiros estão
aí, caminhando, lado a lado. É hora, pois de não
desanimar. Hora de colocar a bandeira na frente
e a história na mão. e construir uma nova
histõria da Agricultura Familiar em Brasilândia.
A Força da
Agricultura Familiar
“O leite não sai da
caixinha
e a carne não sai do
freezer:
por trás do alimento
que vai para a mesa
existem outras pessoas
produzindo no campo”
(Altemir Tortelli)
Em defesa da Agricultura
Familiar
A criação da Federação dos
Trabalhadores na Agricultura Familair da
Região Sul do Brasil, Fetraf-Sul/CUT, em março
de de 2001, foi um marco histórico na
organização sindical dos agricultores
familiares. Consolidou um processo de
articulação do mocimento sindical combativo,
na Região Sul, que teve origem na década de
80, com a formação da Articulação Sindical Sul.
A articulação proporcionou a afirmação da
Central Única dos Trabalhadores-CUT no setor
rural e transformou-se, em 1992, no Fórum Sul
dos Rurais da CUT.
Em 1997, surgiu a Fetrafesc, a
Federação dos Trabalhadores na Agricultura
Familiar de Santa Catarina, com a preocupação
da construção de um novo sindicalismo rural,
buscando caminhar para um novo projeto de
desenvolvimento. A partir, então dos anos 90, a
agricultura familiar começa a se consolidar
como protagonista no país. A semente para a
criação da Federação dos Trabalhadores da
Agricultura Familiar estava começando a
germinar, gerando vida na organização a partir
da região Sul do Brasil.
Em 2002 houve a Caravana da
Agricultura Familiar organizada pela Fetraf-Sul/
CUT que contou a presença do hojhe Presidente
da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Nessa
caravanaos agricultores não falaram em
sindicato, pois o foco era as famílias, a
realidade, os temas como crédito, saúde,
assistência
técnica,
meio-ambiente.
Salientamos ao LULA o resghate de toda essa
história e de como a organização sindical com
uma nova proposta tem sido instrumento e
potencializador da luta, explicou na época
Altemir Tortelli, coordenador da Caravana.
O 1º Congresso da Fetraf-Sul/CUT deuse em março de 2004, em Chapecó-SC, onde
mais de dois mil agricultores e agricultoras
familiares participaram em dias intensos de
debates e construção de uma proposta para os
rumos políticos e estratégicos da agricutlura
familiar na região Sul. Um dos avanços da
Fetraf-Sul/CUT foi ter inovado na participação
onde pela primeira vez, na história do
sindicalismo rural, que ocorreram eleições
diretas, quando milhares de agricultores foram
às urnas escolher, pelo voto direto, a Direção e
Executiva.
Em 2005 foi criado o Sintraf-Brasil,
oficialmente fundado através do 1º Congresso
realizado em Goiás. Federação que representa
àquela época 750 mil famílias e o Congresso
foi considerado um momento histórico, na
avaliação do ministro do Desenvolvimento
Agr´pario, Miguel Rosseto. Um dos pontos
levantados por esse congresso foi o apoio
internacional á luta dos trabalhadores rurais de
outros países. Ao final, os 1.200 delegos
presentes adotaram 4 diretrizes de ações: uma
delas consistia em “promover e consolidar as
relações com as organizações internacionais
de representação da agricutlura familiar, as
agências de cooperação internacional e as
ONGs de âmbito global”.
Por que foi criada a Fetraf-Sul/CUT?
A Federação dos Trabalhadores na
Agricultira Familiar da Região Sul do Brasil,
entidade orgânica à Central única dos
Trabalhadores - CUT, é um instrumento a
serviço dos agricultores familiares e da classe
trabalahdora. É uma organização diferenciada
das outras organizações do campo,
articulando a luta política de forma integrada
(visão global) com a organização econômico/
social, construindo caminhos e alternativas
concretas para os agricultores e agricultores
familiares.
Ela foi criada para articular os
trabalhadores na Agricultura Familiar em torno
dos Sindicatos, fortalecendo-os em sua
representatividade; Quer ser um espaço
representativo dos Agricultores e Agricultoras
nas negociações com os governos
Municipais, Estaduais e Federal; Veio para
organizar Projetos Alternativos nas diversas
áreas, e ter uma prática não simplesmente
assistencialista (como as estrutur5as
tradicionalmente arcaicas), e debater com a
sociedade a importância da Agricultura
Familiar parfa a sobrevivência das cidades.
A Fetraf-Sul/CUT tem por objetivo
também implantar um Sindicalismo novo,
clasista, democrático, massivo e propositivo,
com capacidade de organização e
negociação de políticas com o Estado e a
sociedade; Busca articular as propostas do
Projeto Alternativo de Desenvolvimento
Sustentável e Solidário e organizar os espaços
reginais, criando Sindicaatos regionais
estruturados em novas funções e princípios,
enraizados na base, por meio de grupos de
produção, núcleos comunitários, associações
e cooperativas.
Novos Sindicatos - Sintraf
A partir de então, novos sindicatos