Eu Cuido do Meu Lixo - Colégio Franciscano PIO XII
Transcrição
Eu Cuido do Meu Lixo - Colégio Franciscano PIO XII
Ano 37 • Número 132 • julho e agosto de 2016 Campanha incentiva a reflexão sobre o consumo, descarte e nosso compromisso com o planeta Minecraft na sala de aula P. 19 Aprendendo a brincar no recreio monitorado P. 8 Uma noite no colégio P. 18 Congregação Eu Cuido do Meu Lixo 2 Sumário 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 14 15 16 17 18 19 20 22 23 Campanha incentiva consumo consciente Semana Mundial do Brincar / Atividade de Páscoa Vivências na natureza / Semana do Trabalho Olimpio 2016 Oficinas de alfabetização / Matemática divertida Recreio interativo com jogos e brincadeiras Descobertas na rua / Estudo sobre dinheiro e consumo O aprendizado da escrita pelos contos etiológicos Dia da Família 2016 Aprovados 2016 O significado do TAU Pastoral e compromisso social 55o Arraiá Pio XII A África entre nós / “Símbolo da Vida” Uma noite no colégio Minecraft na sala de aula Mizzou no Colégio Franciscano Pio XII Autoridade e autoritarismo: (in)tolerância Ética e barbárie Expediente CONSELHO EDITORIAL Diretora-geral Sister Yolanda Marcelino Diretora administrativa-financeira Sister Glória de Souza Vice-diretora administrativa-financeira Sister Rute Almeida Guimarães Coordenadora de manutenção e RH Sister Neide Camparotto Teixeira Diretora adjunta Fátima Lopes dos Santos Miranda Coordenador administrativo Vicente Barbedo Brandão Neto Coordenadora de comunicação Úrsula Costa Diagramação Estúdio Umcomum Revisão Luciana Maria Sanches EDITORIAL Editorial Imagens Projetadas e selecionadas por Freepik Fotografias Arquivo Colégio Franciscano Pio XII Argus Studio A revista EspalhaFato é uma publicação do Colégio Franciscano Pio XII. Sugestões e contato: [email protected] Editorial O cuidado e a responsabilidade com o planeta é a inspiração de nossa comunidade em 2016. Todas as séries, do Maternal à 3ª série do Ensino Médio, estão envolvidas na campanha “Eu Cuido do Meu Lixo” e exploram o tema ao longo do ano em diversos projetos e atividades. Para a comunidade educativa, a mensagem ficou ainda mais latente nos eventos do primeiro semestre, como o Dia da Família, que exaltou o compromisso com os 5 Rs: reutilizar, repensar, recusar, reciclar e reduzir – não apenas no sentido literal, e, sim, de forma mais ampla, incentivando uma convivência mais harmoniosa entre todos. O “arraiá”, que também teve papel de protagonismo na campanha, trouxe todos os itens de decoração produzidos com materiais recicláveis doados pelas famílias e trabalhados pelas crianças em sala de aula, em mais um verdadeiro exercício de parceria e consciência ecoplanetária. Entre as atividades do Infantil, merece destaque o projeto desenvolvido para a Páscoa, que transmitiu aos pequenos o verdadeiro sentido da data. As vivências lúdicas que permitem o aprendizado mais interessante de Língua Portuguesa e Matemática no Ensino Fundamental também são abordadas nesta edição, que traz ainda as descobertas dos contos etiológicos e da compreensão de mapas. No Ensino Fundamental II, o Minecraft passou a integrar as aulas de Geografia, enquanto o projeto “Símbolo da Vida”, uma das preparações dos jovens para a próxima fase escolar, tratou da importância de rever o que levamos em nossa bagagem para as próximas etapas da vida. No Ensino Médio, debates sobre a intolerância e a questão ética versus barbárie foram trabalhados. A edição ainda tem as conquistas dos alunos, das universidades que escolheram e muito mais. Boa leitura! 3 Campanha dissemina a prática do consumo consciente, do descarte e da reciclagem , Em 2016, o Colégio Franciscano Pio XII lançou a campanha institucional “Eu Cuido do Meu Lixo”, com o apoio da University of Missouri, parceira do High School. No Infantil I, o objetivo é conscientizar as crianças de que qualquer ser humano é um produtor de lixo, para que os alunos entendam a importância do descarte correto e o cuidado que se deve ter com o planeta, além de aprender a identificar os diferentes materiais descartados durante o lanche e os tipos de lixo que podem ser reciclados. Os alunos do Ensino Fundamental II também participam ativamente. No 9º ano, por exemplo, um projeto interdisciplinar desenvolve atividades para sensibilizar os alunos para a questão da produção e do destino do lixo, além de debater assuntos como os critérios de separação de dejetos domésticos, a composição e as possibilidades de reaproveitamento, a necessidade de mudança nos padrões de consumo e de produção de lixo, o ciclo de vida das embalagens e os destinos finais de resíduos. Já o Ensino Médio estuda o tema em seminário e apresenta, no segundo semestre, o Festival do Minuto, com vídeos sobre o assunto, especialmente o impacto que a relação do homem com o consumo e o descarte causa na natureza e na sociedade. As atividades e os projetos dos alunos serão apresentados a toda a comunidade educativa no Sábado Cultural. O A Educação Infantil deu o foco da campanha à reciclagem, reutilização de material e separação dos diferentes lixos. O Maternal II trabalha as atitudes de conscientização para ajudar a preservar a natureza por meio da coleta seletiva e sua reciclagem e, entre as atividades, estão a observação, na escola, de como é feita a coleta seletiva; exibição de vídeos relacionados ao tema; leitura de livro sobre o assunto; coleta seletiva com a família; e confecção de objetos feitos com sucata. O Ensino Fundamental I também apresenta diversas ações, como no horário do recreio, em que os alunos são orientados sobre como fazer o descarte adequado das embalagens, ou a atividade do 5º ano, que envolve as disciplinas de Matemática, com infográficos, e de Geografia, com a exibição do filme A História das Coisas, que aborda, entre outros assuntos, o consumo exagerado de bens materiais e o impacto agressivo que esse consumo desregrado acaba exercendo sobre o meio ambiente. O Os alunos estão trabalhando temas sobre como produzir menos lixo, qual a forma correta de descartá-lo e como minimizar os impactos ao meio ambiente. A estudante da 3ª série do Ensino Médio Giulia Costa Silva Golfare criou a logomarca da campanha com base no mote proposto pela escola. A imagem está sendo utilizada em todos os materiais, desde camisetas das equipes pedagógicas e técnicas, até lixeiras espalhadas pelo colégio com mensagens voltadas ao tema. “A campanha mostra como podemos cuidar do lixo dentro e fora do nosso colégio, incentivando e valorizando ainda mais a iniciativa, para que todas as práticas sejam ampliadas no convívio da comunidade escolar”, pondera Fátima Miranda, diretora adjunta do colégio. A turma do Infantil II trabalha os 3 Rs (reduzir, reciclar e reutilizar) por meio de atividades que mostram o impacto do lixo no planeta e desenvolve uma atividade de recorte e colagem de ações que ajudam a melhorar o planeta, além de separar o lixo na hora do lanche. Congregação 1 E 2 BIMESTRES A campanha permeia todos os eventos e atividades pedagógicas da instituição e chama a atenção para um assunto muito importante: o lixo, do consumo consciente à reciclagem. A iniciativa deriva do tema da Campanha da Fraternidade 2016, “Casa Comum, Nossa Responsabilidade”, e reforça sua mensagem com reflexões e ações práticas. 4 EspalhaFato • julho e agosto de 2016 Semana Mundial do Brincar 2016 resgata o encanto pela infância A Semana Mundial do Brincar é uma mobilização idealizada pela Aliança Pela Infância, movimento mundial que atua em prol da reflexão e ação das pessoas que se preocupam com o cuidado e a educação das crianças. Este ano, o evento ocorreu em maio, simultaneamente em diversos países, com o tema “O brincar que encanta o lugar”. O objetivo foi evidenciar o olhar de encanto pela infância e o envolvimento de adultos nas brincadeiras. No Colégio Franciscano Pio XII, os alunos trouxeram seus amigos para brincar juntos, assim, ampliamos ainda mais a participação comunitária e a rede de encantamento e alegria. Todas as séries da Educação Infantil brincaram entre si, com os mais velhos cuidando e ajudando os mais novos, enquanto os pequenos se admiravam e imitavam os maiores. Ao fim da semana, todos tinham brincado com outros alunos e amigos, e estabelecemos uma grande rede de vínculos e envolvimento da comunidade educativa e dos convidados, além do respeito e encantamento com as pessoas e o espaço comum. Professora Bárbara Barreto, Educação Física Os corredores e o parque da Educação Infantil foram dominados por caixas e tecidos. As crianças criaram e transformaram esses materiais simples e não estruturados de diversas maneiras, sempre construindo e elaborando muitas histórias e aventuras! Isso sem contar os brinquedos da cultura popular da infância. O verdadeiro sentido da Páscoa P O O 1 E 2 BIMESTRES Editorial ara celebrar a Páscoa, ressurreição de Jesus e data mais importante para os cristãos, os alunos da Educação Infantil prepararam uma massa de pão para fazer a partilha com os colegas e beberam suco de uva, fazendo uma analogia à última ceia de Jesus Cristo e seus apóstolos. O professor José Maria criou uma tenda especial para a ocasião, deixando o espaço muito parecido com o da época. Para entrar, todos precisaram tirar os sapatos. A atividade procurou explicar o real sentido da Páscoa e propor a reflexão sobre o significado religioso da data, que é a partilha, a valorização da fé e o amor ao próximo diante da reflexão do renascimento da vida. Os alunos ouviram histórias e assistiram a vídeos nas aulas de Ensino Religioso e sabiam explicar todos os detalhes. Dando continuidade à ação, no dia seguinte, as crianças fizeram a caça aos ovos. Feitos de plástico, os ovos tinham sido previamente pintados em sala de aula pelos alunos, que estudaram o significado do símbolo e foram convidados a refletir, por exemplo, sobre o motivo de, na época, os ovos estarem associados aos coelhos, já que os animais não são ovíparos! Para finalizar, os alunos levaram para casa o tradicional ovo de chocolate. 5 Vivências na natureza: música e movimento A Campanha da Fraternidade 2016 aborda nossa responsabilidade de cuidar do planeta, nossa casa comum. Entendemos, assim, que é necessário estimular a interação e o cuidado com a natureza desde a primeira infância, para que haja consciência ambiental no decorrer da vida e a possibilidade de construção de uma nova relação do ser humano com a Terra em um mundo sustentável, justo e solidário. Nossos momentos na natureza foram muito ricos! Nosso colégio tem mata preservada e um rico pomar e, para nossa sorte, as árvores frutíferas estavam carregadas de deliciosos frutos. Pudemos observar, entre outras, a mexeriqueira, o limoeiro e o pé de maracujá. Nas aulas de Música, desde a saída da sala ansiávamos por qual paisagem sonora encontraríamos. Estamos bem perto da Marginal do Pinheiros e conseguimos ouvir alguns ruídos vindos do trânsito e até o barulho do trem, sem contar os vários sons emitidos por uma imensa variedade de pássaros. Trabalhamos conceitos musicais de altura, intensidade, duração e timbre brincando na natureza. Cantamos, tocamos, ouvimos histórias, aprendemos bastante e nos divertimos muito! As vivências nas aulas de Educação Física também foram muito significativas. Brincamos descalços na grama, subimos em árvores, fizemos trilhas em pequenos troncos de árvores, escalamos gramados inclinados, brincamos na terra e na areia com galhos, pinhas e pedras. As crianças criaram e exploraram livremente sua imaginação e a construção coletiva, respeitando o outro e a natureza. Todas essas experiências ajudaram as crianças a entender que a natureza é um espaço de brincadeira e de todos, que deve ser respeitado, valorizado e cultivado. Professoras Luciana Calegari, Música, e Bárbara Barreto, Educação Física Semana do Trabalho A E para fortalecer ainda mais nossos conhecimentos sobre as profissões, proporcionamos brincadeiras de faz de conta. As crianças brincaram de enfermeira, cabeleireiro, mecânico, professor e médico. O contato dos alunos com os profissionais enriqueceu ainda mais a aprendizagem sobre o assunto, pois as crianças tiveram a oportunidade de não só observar os uniformes e acessórios, como fazer perguntas e entender mais sobre o dia a dia desses trabalhadores. O Em seguida, conhecemos a história “A Cigarra e a Formiga” e conversamos sobre a importância do trabalho em nossa vida. Para finalizar o aprendizado, recebemos a visita de policiais, que nos contaram sobre sua profissão e mostraram seu uniforme e sua viatura. Nesse dia, também conhecemos o bombeiro e seu carro, com todos os equipamentos e sua roupa especial. Logo depois, veio o pessoal do Samu. Entramos na ambulância e até tocamos a sirene! O Após essa etapa, fomos passear e observar quantos trabalhadores atuam no colégio, como porteiros, jardineiros, marceneiros, bibliotecárias, enfermeiras, professores etc. Descobrimos, então, que todas as pessoas, cada uma com a sua profissão, são igualmente necessárias para o mundo. Congregação 1 E 2 BIMESTRES ntes de iniciar as atividades com as crianças relacionadas à Semana do Trabalho, foi importante ouvir o que elas sabiam sobre o assunto. Então, começamos com uma roda de conversa com as seguintes perguntas: o que é trabalho? Vocês conhecem alguém que trabalha? Seus pais trabalham? O que eles fazem? Qual a profissão do seu pai? E da sua mãe?. 6 EspalhaFato • julho e agosto de 2016 Olimpio 2016 E ste ano, o campeonato interclasses recebeu o nome de Olimpio, em homenagem ao ano olímpico no Brasil, tendo o Field Day como primeira etapa. EVENTOS Editorial A Olimpíada surgiu em 776 a.C., e dela participavam apenas homens fortes, considerados semideuses. Os vencedores eram premiados com uma coroa de folhas de louro, único troféu e símbolo maior da vitória. O fogo olímpico, que simboliza a energia, a força e o vigor desses jogos, é aceso até hoje pelo calor do sol refletido em espelhos. Essa cerimônia do fogo é feita por mulheres que representam sacerdotisas e deusas, pois a história conta que nenhum humano pode acender a chama. Na abertura da Olimpio, procuramos encenar a cerimônia do fogo. Nossas alunas estavam caracterizadas como deusas do Olimpo e, com sua dança, reverenciaram o fogo sagrado. Os alunos dos 1os anos do Ensino Fundamental representaram a energia e alegria de competir com uma coreografia vibrante feita com o swing pow, material composto por uma bolinha de borracha e fitas, que deram um colorido todo especial à apresentação. Os responsáveis por acender as tochas da nossa Olimpio foram três atletas. Dois deles são alunos da 3ª série do Ensino Médio: Ana Beatriz da Silva, da equipe de voleibol, e Diego Mendonça Peres, do futebol de campo. Eles foram escolhidos porque concluem seu ciclo no Colégio Franciscano Pio XII este ano e, principalmente, porque carregam os valores olímpicos com honestidade, honra e empenho ao longo de sua caminhada no colégio. A atleta olímpica e professora de Educação Física, Juliana Cabral, foi a terceira responsável por acender a tocha. Na Olimpíada de 2004, em Atenas, Juliana representou o Brasil com a equipe feminina de futebol de campo e trouxe a medalha de prata para o nosso país. É uma grande honra para o colégio tê-la conosco. Além da emocionante representação do acendimento do fogo olímpico, a apresentação dos alunos das 3as séries do Ensino Médio, uma tradição do nosso colégio, foi muito especial nesse dia, com a participação de toda a comunidade escolar, e, claro, de nossa querida Santa Clara, que nos abençoou com um sol deslumbrante. Equipe da Educação Física 7 Oficinas de alfabetização colaboram com o aprendizado D esde as primeiras etapas do desenvolvimento, o indivíduo elabora hipóteses a respeito do mundo que o cerca de acordo com sua capacidade de compreensão em cada fase. Para experimentar, construir e reproduzir esses conceitos, a criança utiliza brincadeiras e jogos, sejam de enredo ou de regras. Assim, foi proposto o uso de jogos de letramento, tais como cantigas lacunadas, bingo com letras móveis, versões de dominós e atividades que envolvem leitura – todas muito bem recebidas pelos alunos! Professoras do 1º ano Considerando a importância dos jogos para o desenvolvimento dessa faixa etária, elaboramos a proposta das “estações de alfabetização”, com o objetivo de dar a oportunidade ao aluno de refletir sobre a linguagem e seu uso social de maneira lúdica. a b c d A interação com esses materiais também possibilita ao professor observar os avanços dos alunos e fazer mediações muito mais precisas. Além disso, diante da interação que o jogo proporciona, as crianças podem questionar o que já sabem e reformular, sem tanto receio do “certo” e “errado”, já que o jogo as liberta pelo caráter da experimentação e contribui para seu aprimoramento no domínio das habilidades de leitura e escrita. Quem disse que a Matemática não pode ser divertida? Professoras do 2º ano O O Por isso, propusemos vários jogos, como “cubra e descubra”, “nunca dez”, “as uvas”, “fichas sobrepostas” e “par ou ímpar”. Nessas práticas, os alunos são convidados a elaborar estratégias de cálculo mental (que envolvem as operações fundamentais), comparar quantidades na sequência numérica e coletar e selecionar informações, além de estabelecer regras com seus pares. Ao jogar, os alunos solucionam problemas, portanto, elaboram estratégias acerca de alguns conceitos matemáticos, tornando-se, assim, protagonistas de sua aprendizagem. Além disso, com os jogos, a importância do desenvolvimento de uma atitude positiva em relação à matemática é ressaltada, com valorização à sua utilidade, lógica e beleza. Congregação 1 E 2 BIMESTRES N as aulas dos 2os anos, a diversão caminha lado a lado com as novas aprendizagens, as descobertas e os desafios que permeiam a linguagem matemática. Entendemos que os jogos ajudam os alunos a construir, desenvolver e aplicar conceitos e procedimentos, atribuindo significado ao que estão fazendo e evitando a simples memorização e mecanização das estratégias. 8 EspalhaFato • julho e agosto de 2016 Recreio interativo ensina jogos de tabuleiro e brincadeiras O O 1 E 2 BIMESTRES Editorial O projeto “Recreio Interativo e Monitorado” foi idealizado pela Orientação Educacional do Ensino Fundamental, que percebeu a necessidade de proporcionar uma variedade maior de jogos e brincadeiras aos alunos e de prepará-los para o 3º ano, em que podem decidir suas preferências com mais autonomia. “O objetivo é que as crianças possam ampliar suas relações interpessoais e deixar que o uso da bola seja exclusivo nesse período. Com isso, o repertório de brincadeiras e jogos é ampliado”, explica Rosimeire Pellegrini, orientadora educacional do Ensino Fundamental. O “Recreio Interativo e Monitorado” é realizado todos os dias da semana e foi planejado de forma a atender a demandas e necessidades das turmas na exploração dos espaços do colégio. Há o “dia do bosque”, para um piquenique e atividades com jogos de tabuleiro e petecas; o “campão”, com diversas propostas com os bambolês e bonecas; as “quadras”, para o uso da bola ou de brincadeiras, como mãe da rua e pique-bandeira, entre outras atividades. “ Neste ano, já estamos presenciando em nosso convívio alunos mais felizes, estabelecendo relações de reflexão, companheirismo, colaboração e aprendizagens. Enquanto isso, os alunos dos 3os anos optam por situações lúdicas com mais autonomia. Rosimeire Pellegrini, orientadora educacional do Ensino Fundamental “ V ocê sabia que o recreio faz parte da atividade educativa e é essencial para o aprendizado? As atividades livres ou dirigidas, durante o período do intervalo, possuem um enorme potencial educativo. Desde 2015, os alunos de 2º ano são orientados para o brincar de forma variada, com um diversificado leque de escolhas à disposição. 9 Descobrindo que as ruas têm cheiros e cores S abemos que o trabalho com alfabetização cartográfica é fundamental para que os alunos possam ler e utilizar um instrumento básico da geografia: os mapas. Para compreendê-los, entretanto, os alunos precisam apreciar e vivenciar atividades que favoreçam o amadurecimento e adquirir certo domínio de informações sobre o meio representado. Na compreensão sobre o conceito de paisagem, a proposta foi despertar o reconhecimento da área sob os aspectos topográficos, urbanos e sociais. Para tanto, os alunos foram levados até a portaria da escola para examinar a Rua Colégio Pio XII, onde puderam observar, descobrir e responder perguntas sobre as características e singularidades da via, como o movimento de pedestres e carros, cores que enxergaram, odores que sentiram e sons que ouviram. A curiosidade se estendeu até sobre o histórico da região em que nossa escola está inserida. Os alunos aproveitaram intensamente e se mostraram muito entusiasmados. A propósito, você sabia que Morumbi, em tupi, significa “mosca verde”? Professoras do 3º ano O projeto consiste em comparar e vivenciar situações em que os alunos se percebam como indivíduos pertencentes ao planeta e que concluam que suas ações podem fazer a diferença. Outro ponto importante está relacionado à economia e ao planejamento futuro. As crianças têm a oportunidade de projetar um sonho e calcular quanto devem poupar, desde já, para que ele se torne realidade. O projeto oferece um leque de novos desafios e experiências que vão surpreender a cada descoberta. “Esse livro me ensinou a tomar decisões importantes, como eu mesmo resolver o que vou fazer com o meu dinheiro” - Luiz Gustavo Junqueira “O livro me ensinou que é importante economizar dinheiro para o futuro e que cada coisa tem o seu tempo” - Carolina Gouveia “Eu achei o livro muito bom, porque ele diz que ser providente é ótimo e guardar dinheiro para o futuro, também” - Henrique Fernandes “Eu acho importante poupar para o futuro porque assim você já terá dinheiro para usar, pois na infância você já aprendeu um pouco sobre isso, tornando sua vida melhor” - Guilherme Euvaldo “Eu acho importante economizar, porque dinheiro não cresce em árvore e porque existem pessoas que precisam de dinheiro, enquanto outras jogam fora” - Lorena Leal O Confira no quadro algumas considerações dos alunos após a leitura inicial do livro. Professoras do 4º ano O E m 2016, iniciamos com os alunos dos 4 anos na área de Matemática o trabalho com o livro de literatura infanto-juvenil O Menino do Dinheiro – Sonhos de Família. Além da educação financeira, o objetivo da leitura é despertar em cada criança a maturidade para desenvolver um olhar diferenciado em relação ao consumo exacerbado e ao desperdício desenfreado que assola nosso planeta. os “É preciso economizar, não gastar muito e comprar só o que for preciso” - Pedro Vasconcelos Congregação 1PASTORAL E 2 BIMESTRES Um estudo sobre dinheiro e consumo 10 EspalhaFato • julho e agosto de 2016 O aprendizado da escrita pelos contos etiológicos U ma das importantes atividades desse semestre para os 5os anos foi o aprendizado de um gênero do mundo da literatura oral: o conto etiológico africano. O primeiro passo foi o levantamento dos conhecimentos que os alunos tinham a respeito da África. Em seguida, veio o conhecimento da principal característica do gênero, ou seja, a explicação de um fato ou a origem de um aspecto, forma, hábito etc. Na próxima etapa, foi proposto que os alunos produzissem um conto etiológico, em trios ou duplas, que fosse lido para os colegas das outras classes. Os alunos releram o conto de que mais tinham gostado e listaram outros títulos que poderiam inspirar uma boa história, como: por que as cobras não têm pernas?, por que a onça tem pintas?, por que os pássaros cantam? Durante o processo de construção do texto, os alunos produziram mais de uma versão, procedimento essencial para que iniciassem um aprendizado fundamental sobre o ato de escrever, ou seja, que é necessário revisar e reestruturar a produção. Nessas atividades, os alunos também puderam refletir sobre alguns conteúdos trabalhados, como a função dos substantivos, dos adjetivos, dos pronomes, da pontuação, da concordância entre as palavras, além de algumas regularidades ortográficas. Feitas todas as intervenções, foi só treinar bastante a leitura e compartilhar com os colegas! Professoras do 5o ano Editorial Livraria / Papelaria / Café Rua Santo Américo, 306 – Morumbi (em frente ao Colégio Santo Américo) Fones: 3771-2050 / 3744-2430 - Fax: 3743-1965 www.workbook.com.br 11 Dia da Família 2016 O Dia da Família deste ano propôs uma reflexão a todos: como podemos fazer a diferença e tornar nossa realidade mais harmoniosa? Uma das atitudes possíveis é nos comprometer com o grande tema proposto para o dia, os 5 Rs: reduzir, reciclar, reutilizar, repensar e recusar. Na primeira parte do evento, a coroação de Nossa Senhora, os 5 Rs foram propostos na perspectiva de nossas ações e atitudes: reciclar a nossa mente e abri-la pra novas ideias, reutilizar os nossos dons e compartilhá-los com os outros, recusar o que nos impede de viver como irmãos, reduzir o nosso desejo de ver o erro dos outros e enxergar neles o que é bom e repensar as nossas atitudes, transformando-as em gestos de amor. O passeio ciclístico, a recreação e o piquenique literário, um cantinho para todos aproveitarem uma boa leitura em um ambiente especial, também integraram a programação do Dia da Família 2016. Congregação EVENTOS Após a celebração, as famílias tiveram a oportunidade de participar de diferentes oficinas, como origami, jogos, plantação de temperos e scrapbook com materiais recicláveis, além de culinária com reaproveitamento de alimentos, entre outras diversas atividades que divertiram e convidaram à reflexão, como o Troca-Livros, ação em que todos podem doar e retirar livros, em mais uma concreta experiência do tema do dia. 12 EspalhaFato • julho e agosto de 2016 AMANDA R. O. SOUZA PUC Pedagogia ANA C. A. CASTROMIL USP Relações Públicas ANA C. DE M. A. S. MACHADO Mackenzie Psicologia ANA J. C. DA C. MARQUES ESPM Publicidade e Propaganda ANA PAULA BECKER Ufscar Ciências Biológicas ANNA L. R. C. DE MELO Damásio / Faap Direito ARTUR A. DOS S. PIERONI USP / GV / Mackenzie Administração AUGUSTO N. DA PONTE Insper - Economia BEATRIZ LOPES TÁVORA IFSP - Matemática USP - Eng. Agronômica BRUNA P. CARVALHEIRA FGV / Insper / Unifesp / UFPE Administração BRUNO M. GALANO USP Ed. Física e Esporte CARLOS Y. NISHIGAWA Mauá Engenharia da Computação DANIEL P. V. PEREIRA Mackenzie Ciências Biológicas EMILIA M. ARANTES Mackenzie Fisioterapia GEOVANNA P. CAMPOS Faap Arquitetura GIULIA S. LANDRISCINA Mackenzie Jornalismo GUILHERME A. RIQUE Anhembi Morumbi Aviação Civil ISABELA P. DALL’OGLIO Mauá - Engenharia Civil PUC - Direito ISABELLA ARALDO ESPM Design ISABELLA C. CESAR ESPM Publicidade ISABELLA NOVAIS DIAS GV / USP Direito JOÃO G. VIDAL M. TIBAU Ufscar - Eng. Química (1º lugar) USP / Unicamp - Eng. Química JÚLIA M. MALAVAZZI Cásper Líbero Relações Públicas JULIA M. RUSSO ESPM Relações Internacionais JULIANA DE A. PARDINI Mackenzie Direito LARA J. C. MIRANDA UFMG Medicina LEONARDO N. LUCCA FEI Engenharia de Produção LUCA BANOV PIOLI FEI Engenharia Mecânica LUCA DE O. MACHADO PUC - SP Economia GUILHERME S. ALARSA USP História O O 1 E 2 BIMESTRES Editorial Aprovados 2016 13 LUCCA G. MARQUEZINI Insper Economia MARCELLA A. ARAUJO Insper Administração MARIA C. M. F. M. BORGES Mackenzie Direito NICOLAS C. MOREIRA PUC Administração PEDRO S. M. MORAES Faap - Eng. de Produção PEDRO T. ZACHARIAS Mackenzie Psicologia PHILIP H. C. GOULD Anhembi Morumbi Relações Internacionais RAFAEL P. B. S. DA COSTA FEI / Mauá - Eng. Mecânica UFABC - Ciência e Tecnologia RODRIGO C. CAMARGO USP - Eng. Ambiental UFABC - Ciências e Tecnologia THAÍS AKEMI SHIRAISHI PUC Relações Internacionais THOMAS Y. TAKITANI FEI Engenharia Mecânica VICTOR DOS S. MIRANDA ESPM Administração YURI F. HOVORUSKI Unip / Anhembi Morumbi Economia AMANDA DE A. DUARTE USP - Treineiro Lazer e Turismo ANDRÉ K. NAKAMURA USP - Treineiro Matemática BEATRIZ C. DE FREITAS USP - Treineiro Pedagogia FERNANDA SASSA USP - Treineiro Letras GABRIELLE D. WEY USP - Treineiro Pedagogia GIOVANNA F. LAZZATI USP - Treineiro Ciência dos Alimentos HEITOR R. NEVES USP - Treineiro Pedagogia MARIANA S. MACEDO USP - Treineiro Melhores Treineiros LUCAS C. BENTO Insper / Mauá Engenharia da Computação PEDRO L. M. SANTOS Anhembi Morumbi Gastronomia PEDRO R. MONTEIRO USP História Uni. de Barcelona - Economia RAPHAEL O. GASPAR FIA Administração de Negócios RAQUEL AOKI RIBES PUC - Campinas Psicologia VINICIUS T. ANTONIOL Mauá / FEI Engenharia de Produção O O LUCAS A. DO L. CAMPOS FEI / Mauá - Eng. Mecânica UFSC - Eng. de Materiais Congregação 1 E 2 BIMESTRES Aprovados 2016 14 EspalhaFato • julho e agosto de 2016 O significado do TAU D e onde vem o TAU, utilizado com devoção pelos franciscanos? Qual o significado do TAU? Essas perguntas são bastante comuns e partem até mesmo no meio franciscano, entre os muitos que desejam conhecer mais profundamente o significado e a origem desse símbolo. Nós, que vivemos hoje no mundo da tecnologia, temos a tentação de banir os símbolos, mas são eles que tornam a vida menos árida. Porém, não se deve atribuir poderes sobrenaturais e mágicos a esse símbolo que é distintivo dos franciscanos. Não é amuleto, não afasta maus-olhados, não garante sucesso. É um símbolo para os franciscanos e, como tal, lembra-nos de outras realidades. Nas Sagradas Escrituras, podemos perceber que símbolos são sinais para pessoas escolhidas, usados para livrá-las de catástrofes, pestes. Deus marca aqueles que Ele escolhe. De onde veio esse formato? O TAU é a última letra do alfabeto hebraico e a décima nona letra do grego. Pelo formato, é possível dizer que precede a Cruz de Cristo. É citado no Êxodo e pelo profeta Ezequiel. O O 1 E 2 BIMESTRES Editorial Os primeiros a usar esse símbolo foram os cristãos, nas catacumbas. O eremita Santo Antão usava um cajado com o formato do TAU. Mais tarde, os antoninos, seguidores de Santo Antão, adotaram o TAU como seu distintivo. O Papa Inocêncio III (1160-1216) explica que quem o traz consigo demonstra que vive sua fé, já que o TAU tem formato de cruz. Foi esse papa que, na abertura do Concílio de Latrão, em 1215, convidou a Igreja a uma nova Páscoa. Comentando o texto de Ezequiel, convidou todos à conversão e penitência: “A misericórdia será usada com aqueles que trouxerem o TAU, marca de uma vida renovada ...”. A partir daí, São Francisco de Assis quis ser um homem marcado pelo TAU e o adotou como símbolo da Ordem, para que seus irmãos fossem igualmente marcados como homens de penitência. Era o sinal da pertença a Deus. Para ele, era o símbolo preferido. São Francisco o utilizava como assinatura e marcava as selas de todos com o sinal do TAU, além de traçá-lo sobre si mesmo antes de iniciar qualquer ação. O seu próprio hábito, sua vestimenta, tinha a forma de um TAU. Geralmente, o TAU é feito de madeira e pendurado em cordão simples, com três nós, significando os votos religiosos de pobreza, castidade e obediência. No Colégio Franciscano Pio XII, temos o grupo Fulanos de TAU, composto pelos alunos da Pastoral. Ao receber o símbolo e a camiseta, eles sabem que não estão usando um adorno e, sim, um símbolo que vem carregado de responsabilidades. Colaboração de Sister Yolanda 15 Pastoral e compromisso social Aprender e ensinar: compromisso de todos nós “ Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo. Paulo Freire O Foi feita a proposta para os alunos do Ensino Médio, e eles rapidamente formaram um grupo que, todas as segundas-feiras, recebe cerca de 15 crianças para desenvolver essas habilidades. O projeto recebe a ajuda voluntária de algumas professoras, especialistas em alfabetização, que oferecem formação para que o trabalho seja de boa qualidade. Há que ressaltar, no entanto, a disposição e o compromisso do grupo de alunos, que encontram, em meio a tantos afazeres, um tempo para dividir o que sabem nesse ato de solidariedade e consciência de transformação. O No início deste ano, o Colégio Franciscano Pio XII assumiu o desafio e o compromisso de começar um projeto que tem como objetivo ajudar crianças matriculadas em escolas públicas a dominar, de maneira mais autônoma, o ato de ler e escrever. A cada semana, as crianças saem motivadas a trazer uma novidade que possa contribuir com o aprendizado. Já os “alunos facilitadores” buscam novas maneiras de poder superar as dificuldades encontradas por elas. Congregação 1PASTORAL E 2 SEMESTRES Pensar que muitas pessoas no mundo são excluídas da possibilidade de acesso à escrita e à leitura é doloroso. No Brasil e em muitas partes do planeta, o analfabetismo é uma realidade. O processo tem sido, para todos, um benefício que ninguém consegue traduzir em palavras. A alegria de uma criança ao dominar a técnica de “decodificar” e “significar” uma palavra é indescritível. A satisfação de um “aluno facilitador”, ao ouvir uma criança completar a leitura de uma frase, não tem medida. “ E m alguns momentos da vida, ela nos marca de forma mágica. Quando aprendemos a falar e a nos comunicar com as pessoas e o mundo pela palavra, parece que todos os problemas estarão resolvidos. À medida que aprendemos que a fala pode ser codificada e podemos receber e transmitir informações por pequenos “rabiscos”, nós nos sentimos em uma interação total com a vida. 16 EspalhaFato • julho e agosto de 2016 55º ARRAIÁ PIO XII vem, povo meu, cuidar da nossa casa! “ “ ...Te fiz a terra com mãos de ternura: com os seres que nele vivem, cuidar do que produzimos e, principalmente, do que descartamos; de assumir a responsabilidade que temos com a Terra! Alunos e professores de Arte e Educação Física apresentaram coreografias que foram do resgate das brincadeiras na natureza, do cultivo e da colheita, até as tradicionais quadrilhas, incluindo a de pais e convidados. F EVENTOS Editorial oi com imensa alegria e satisfação que recebemos, em nosso 55º Arraiá, toda a família Pio XII e os amigos. Foi um dia abençoado, com a presença e participação de todos, desde o planejamento da festa, com a confecção de cada item da decoração e adereços, sempre com muita alegria! O objetivo do evento deste ano, além de promover um momento de compartilhamento, foi de fazer um convite à reflexão sobre o mote “Casa Comum, Nossa Responsabilidade” e, portanto, de unir a nossa festa à Campanha da Fraternidade de 2016, no intuito de tornar possível o compromisso com o nosso planeta e Nosso ginásio parecia um vilarejo, com direito a banco na praça, fogueira, espantalhos e uma singela igreja que acolhia Nossa Senhora. Tudo e todos muito calorosos, brincaram, riram e se divertiram muito! Já ao redor do ginásio, muitas comidas, brincadeiras e música. Este ano, o Trio Terra da Garoa prestigiou nossos convidados com músicas caipiras e forrós. E foi nessa harmonia e espírito de acolhimento, com os valores franciscanos, que recebemos a comunidade e os convidados para vivenciar a alegria da festa junina, data de comemoração e celebração religiosa da cultura brasileira. 17 A África entre nós! A creditamos que a Língua Portuguesa seja responsabilidade de todas as disciplinas, na medida em que é por meio dela que intercambiamos saberes, interpretamos e nos comunicamos. Já o ensino da história e cultura afro-brasileira no Brasil sempre foi lembrado nas aulas de História, com o tema da escravidão negra africana. Entretanto, a partir da Lei 10.639/03, novas diretrizes curriculares passaram a ser exploradas, como ressaltar a cultura afro-brasileira como constituinte e formadora da sociedade brasileira. Desse modo, os negros são considerados sujeitos históricos, cujas ideias e cultura devem ser valorizadas. Assim, desenvolvemos um trabalho interdisciplinar de História e Língua Portuguesa, nas salas de 6os anos, e exploramos o livro O Segredo das Tranças e Outras Histórias Africanas, de Rogério Andrade Barbosa. Em História, os grupos desenvolveram pesquisas, produziram apresentações, maquetes, jogos e vídeos, aliando as narrativas aos países de origem. No dia da apresentação, tivemos até comida típica para degustação. Ao trabalhar com a literatura, vários aspectos foram ressaltados, como o aprendizado dos aspectos culturais da vida dos povos africanos, principalmente, a diversidade. Outro aspecto que merece destaque é o trabalho com a literatura propriamente dita, em que destacamos a importância do símbolo, porque é ele a grande matéria da literatura. Quais são os segredos escondidos nas tranças de um povo que são a nós revelados na medida em que destrançamos, interpretamos suas palavras? Como os provérbios do livro se relacionam com as histórias? E o que eles nos contam? Responder a essas questões foi como revelar aos poucos um grande segredo: toda vez que descobrimos algo importante no outro, nós nos aproximamos mais e mais de nós mesmos. A riqueza das apresentações nos fez enxergar o quanto podemos contribuir para que a cultura africana seja vista de modo ampliado e positivo. Foi possível, ainda, perceber o quanto de africanos temos em nós. Professoras Ana Paula Dini, Língua Portuguesa, e Heloísa Santos, História Para Eline Souza, professora de História, “as malas viajam repletas de paisagem, gente, vozes, lembranças e convidam o aluno-viajante a realizar várias paragens e muitos voos, pelo ontem, pelo hoje e pelo amanhã”. O Todas as disciplinas participam do projeto, do qual também faz parte a valiosa e emocionante contribuição dos familiares, amigos e todos os integrantes da comunidade escolar, por meio de cartas, fotografias e objetos. O No projeto “Símbolo da Vida”, desenvolvido no 9º ano do Ensino Fundamental, os alunos vivem essa experiência enriquecedora. São convidados a construir malas que contam suas histórias por meio de objetos simbólicos que resgatam memórias da infância, da família, da escola, dos amigos e da trajetória de cada aluno até este ponto da vida, afinal, os estudantes do 9º ano estão chegando ao fim de uma fase muito importante. É o Ensino Fundamental que se encerra para dar lugar ao um novo ciclo, o Ensino Médio. Partindo da reflexão: “Que bagagem foi reunida ao longo da minha história e o que dela quero levar para minha nova etapa?”, propõe-se aos alunos que resgatem e percebam os itens que compõem a sua história, sua bagagem; quais os valores e sentidos que o acompanharam até aqui, que constroem o sentido maior de sua existência; e o que levarão para a nova fase. Congregação1 E 2 Q uando a vida se inicia, temos apenas uma pequenina mala de mão... À medida que os anos vão passando, a bagagem vai aumentando com os diversos itens que recolhemos pelo caminho, além dos que são trazidos por nossos pais, familiares, amigos e professores. E, a cada novo ciclo, analisamos e escolhemos o que deve continuar a seguir conosco em nossa jornada. BIMESTRES “Símbolo da Vida”, o projeto especial do 9o ano 18 EspalhaFato • julho e agosto de 2016 Uma noite no colégio Alunos de 6os e 7os anos fazem observação noturna com iPad C om o tablet na mão e os olhos voltados para o céu, alunos dos 6os e 7os anos realizaram a observação noturna das constelações, da lua e dos planetas. A atividade, chamada “Uma Noite no Colégio” e inserida no conteúdo das aulas de Ciências e Língua Portuguesa, teve como objetivo aproximar os alunos da astronomia, complementar o que eles aprenderam em sala de aula e proporcionar uma vivência inédita. “O intuito da atividade foi motivar os alunos para que eles participassem da OBA, Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica”, diz Sueli Freitas, coordenadora pedagógica do segmento. Para Andrea Angelli, professora de Ciências responsável pela atividade, além de incentivar os alunos, a intenção foi trazê-los para o universo da astronomia. “Pode parecer algo muito distante para eles. A ideia é mostrar que qualquer um pode estar mais perto desse assunto”, pondera a professora. O O 1 E 2 BIMESTRES Editorial A atividade teve início com uma palestra sobre as constelações que foi conduzida pela professora Andrea. Logo depois, os alunos observaram os corpos celestes – constelações, a lua e planetas, como Marte e Júpiter, utilizando o aplicativo Sky View, que se encarrega de desenhar a constelação quando o tablet é apontado para o céu. Para concluir, a professora de Língua Portuguesa Ana Paula Dini finalizou a atividade com uma contação de história bem descontraída sobre os astros celestes. 19 Minecraft na sala de aula H á um tempo, quando meu filho me chamou para jogar Minecraft pela primeira vez, perguntei a ele: “Qual é o objetivo desse jogo?”. A resposta foi: “Nenhum”. Professor Mário Fioranelli Neto, Geografia O Tudo se constrói de forma lúdica, interativa e colaborativa, ou seja, o aluno aprende de forma prazerosa e divertida. Com o sucesso do trabalho e o envolvimento dos alunos, o projeto será estendido, possibilitando novas descobertas e desafios. No início, acreditava que estava levando a tecnologia para a sala de aula, mas agora percebo que a sala de aula é que foi parar dentro do Minecraft. O Assim, começamos o projeto “Minecraft” com as turmas de 6os anos, com diversos objetivos, desenvolvimento de habilidades e conteúdos. A estrutura de trabalho está organizada em etapas e, em cada uma delas, os grupos iniciam com uma pesquisa na sala de informática sobre a paisagem que será reproduzida, buscando imagens e descrições. Posteriormente, em sala, eles acessam o Minecraft pelo iPad e criam mundos comunitários com seus grupos para desenvolver o trabalho colaborativo. Cada grupo deve reproduzir a paisagem pesquisada, que está integrada ao conteúdo e às habilidades desenvolvidas em Geografia, com o máximo de informações e detalhes. Depois de se familiarizar com os recursos do jogo, os alunos pesquisam uma era geológica, que é, então, reproduzida, com destaque para as características principais estudadas. Em seguida, são desafiados a pesquisar e criar uma paisagem que represente uma das zonas climáticas da Terra. Congregação 1 E 2 BIMESTRES Sou de uma época em que os jogos de videogame tinham final, mas percebi que o Minecraft faz parte de uma nova geração interessantíssima de jogos. A resposta do meu filho estava certa, não há um objetivo, mas vários, somos nós que criamos nossas metas. Alguns dizem que é um Lego digital. Fascinante! Então, por que não levá-lo à sala de aula? 20 EspalhaFato • julho e agosto de 2016 Mizzou no Colégio Franciscano Pio XII O O O 1 E 2 BIMESTRES Editorial s representantes da Universidade de Missoutorado que oferece, a infraestrutura do campus e ri, Zac March, diretor da Mizzou K-12 Online, o Mizzou Direct, que permite aos alunos que apreTanya Haeussler, consultora para comunisentam bom rendimento a entrada direta à univercação estratégica da Faculdade de Educação, e Ryan sidade. Os alunos se encantaram em conhecer um Griffin, diretor do departamento de admissão de alupouco mais sobre Truman the Tiger, mascote oficial nos estrangeiros, fizeram sua primeira visita ao Colédas equipes esportivas de Mizzou. gio Franciscano Pio XII e enriqueceram a Heloísa Parciasepe, coordenadora do tarde de nossos alunos com informações High School no Colégio Franciscano Pio Não podemos importantes sobre a universidade. XII, ressaltou que momentos como esdeixar de ses são essenciais para fortalecer o vínApós um encontro com a Direção e Colembrar um entre o colégio e a universidade. ordenação, Zac e Tanya conversaram dos três valores culo “Não podemos deixar de lembrar um com os alunos e professores a respeito fundamentais dos três valores fundamentais do High do programa e ouviram seu feedback sodo High School: School: mobility through education. bre o que vivenciaram até então. O aluno mobility Nosso papel como educadores é proda 2ª série do Ensino Médio Luiz Felippe mover a mobilidade de nossos alunos Beu da Silva ressaltou que essa foi uma through por meio da educação em um currículo excelente oportunidade para a troca de education. internacional com impacto na mobiliideias e, principalmente, para fazer sudade acadêmica (poder estudar onde gestões sobre as disciplinas estudadas. quiser), na mobilidade profissional (poder trabaRyan Griffin trouxe um pouco mais sobre Mizzou! lhar onde quiser) e na mobilidade pessoal (poder Explicou sobre o processo de admissão na univerviver onde quiser).” sidade, os cursos de bacharelado, mestrado e dou- O QUE MARIA FERNANDA VIVEU NESTA INSTITUIÇÃO CONSTRUIU O QUE ELA É. A HISTÓRIA DA ESTUDANTE QUE ENCONTROU UM LUGAR INOVADOR PARA REALIZAR SEUS MAIORES SONHOS: MAUÁ. ALUNA MARIA FERNANDA VIDAL FELIPE CINTRA COORDENADOR PROF. RICARDO BALISTIERO Congregação Campus de São Caetano do Sul EDUARDO ALVARENGA 22 EspalhaFato • julho e agosto de 2016 Autoridade e autoritarismo: uma reflexão sobre a (in)tolerância A contemporaneidade traz consigo discussões sobre pautas que admitem diversas interpretações. Posicionamentos quanto a esses assuntos são frequentemente exigidos a nós, vestibulandos, que, prestes a ingressar em instituições de ensino superior, precisamos solidificar nossos conhecimentos para poder delinear a função social que exerceremos no futuro. Dessa forma, durante o nosso processo de formação, somos constantemente incentivados a fazer reflexões sobre o que ocorre na atualidade a partir de um embasamento teórico. Objetivando ampliar o debate e o enriquecimento do nosso repertório sociocultural, a escola realizou a nossa primeira aula-tema do ano com a pauta: “Autoridade e autoritarismo: uma reflexão sobre a (in)tolerância”. Nesse dia, assistimos ao filme A Onda, que versa sobre um professor, na Alemanha atual, tentando mostrar a seus alunos o quão suscetíveis somos a nos deixar envolver por ideologias impostas que fingem nos proteger e fortalecer, como aconteceu naquele país no período nazista. O O 1 E 2 BIMESTRES Editorial Em seguida, encaminhamos uma discussão inédita entre os alunos e os professores de Filosofia, Sociologia, Geografia, História e Ensino Religioso. Fizemos reflexões e contrapontos sobre como as pessoas tendem a se posicionar a partir de discursos que não são de autoria própria, muitas vezes apenas por uma necessidade de não parecer omissas e descompromissadas com assuntos que permeiam nosso cotidiano, ou apenas como forma de pertencer a um grupo. Questionamo-nos sobre o quão influenciáveis somos e de que forma podemos nos tornar menos frágeis a discursos autoritários disfarçados por palavras fortes e sensibilizantes. Por fim, reconhecemos a importância da informação e do conhecimento, visando justamente nos proteger de assumir bandeiras que não conhecemos verdadeiramente. Indubitavelmente, o formato da aula, com a utilização do filme e com a presença de professores de várias disciplinas, trouxe um lastro teórico-cultural que nos permitiu uma reflexão mais profunda sobre o assunto. Desse modo, a temática da aula justifica sua ocorrência, mostrando a importância do debate e da alteridade, ou seja, da capacidade de nos colocar no lugar do outro e entendê-lo, para, assim, melhor articular nossos posicionamentos e opiniões. Enfim, o que fica dessa experiência é a constatação sobre a importância do conhecimento e da pesquisa, além da ansiedade pelas próximas aulas-tema que hão de vir, com novos assuntos e novas ideias conflitantes, que com certeza propiciarão outros debates ainda mais enriquecedores. Por Mariana Salzani Macedo, 3ª série A 23 Ética e barbárie ‘Barbárie’ é a contradição marcada pela coexistência de uma sociedade simultaneamente avançada e atrofiada. Theodor W. Adorno (1903-1969) O produto desses pensamentos foi alvo de uma aula de Filosofia que convidou alunos e alunas do 3º ano de Ensino Médio a uma meditação ética acurada sobre os equívocos de se tentar combater a barbárie com mais barbárie. Professor e estudantes dialogaram sobre a necessidade democrática de articular justiça e Atualmente, o ato de educar envolve o esclarecimento sobre os riscos que corre o projeto civilizatório contemporâneo quando responde a atos bárbaros e humanamente inconcebíveis com um desejo ainda mais primitivo de vingança e retaliação. Procedimentos vingativos, carregados de ódio, dão vazão apenas a nossa própria selvageria e revelam nossa indiferença à dor alheia. Em nada impedem que as barbáries se repitam. Professor Fernando Bonadia de Oliveira O O que mais aguçou a curiosidade intelectual de Adorno foi saber como as barbáries são possíveis, isto é, como as pessoas podem aquiescer e tolerar que um ato bárbaro seja realizado, participando direta ou indiretamente dele, sem a mínima autorreflexão crítica. Ao fim da aula, as alunas e os alunos tiveram a oportunidade de expor suas angústias e pensamentos diante do estupro coletivo que ganhou o noticiário e as redes sociais; posições contrárias às de Adorno foram ouvidas e debatidas; alunas e alunos autonomamente confrontaram suas conclusões sob a mediação do professor. O mais importante foi aprender e tentar compreender a que ponto a civilização nos conduzirá se não redefinirmos os objetivos da educação das crianças para a formação de pessoas capazes de estabelecer continuamente a autorreflexão crítica. O O filósofo alemão Theodor W. Adorno (1903-1969) denominou “barbárie” essa contradição marcada pela coexistência de uma sociedade simultaneamente avançada e atrofiada. A barbárie se vale frequentemente das mais aprimoradas criações humanas para demonstrar a fúria destrutiva com que arrasta os seres humanos a limites incontornáveis. O exemplo macroscópico da barbárie foi, segundo Adorno, a catástrofe da Segunda Guerra Mundial, quando artefatos tecnológicos de ponta foram empregados no extermínio do homem pelo homem. A forma nazifascista desse extermínio se caracterizou, entre outros aspectos, pelo desejo de submeter um indivíduo mais fraco (ou mais fragilizado) à violência selvagem. penalização aos acusados de crimes hediondos, sem incorrer na sugestão primitiva de achar que penas brutais ou desumanas, calcadas no linchamento e no espírito de vingança, possam proporcionar equidade e igualdade nas relações sociais. O caso do estupro coletivo de Jacarepaguá (RJ), ocorrido em maio deste ano, foi o mote para um adensamento de aprendizagens associadas ao convívio social com a diferença. Esse trabalho se vinculou também a outro, ligado à disciplina de Sociologia, ministrada pelo professor Paulo Edson, cujo propósito foi conduzir as turmas de 3ª série à percepção das diferenças na sociedade. Congregação 1 E 2 BIMESTRES C omo podemos viver em uma época de profundos avanços tecnológicos, fruto do amplo progresso científico moderno e, ao mesmo tempo, assistir a situações horrendas de estupro coletivo que soariam exageradas até mesmo aos povos mais primitivos e selvagens? Como explicar que existam redes de contato da mais alta eficiência servindo frequentemente para que se compartilhe não o que nos emancipa, mas o que causa horror e dissensão? Editorial