Baixar PDF
Transcrição
Baixar PDF
Revista da SBEnBio - Número 7 - Outubro de 2014 V Enebio e II Erebio Regional 1 ARANHAS, ESCORPIÕES E MORCEGOS: UM DIÁLOGO COM MORADORES DA ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE JUPIÁ – SANTA CATARINA. Luciane da Rosa (Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas – UNOCHAPECÓ), Franciele Delazeri (Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas – UNOCHAPECÓ), Nívea Bitencourt Cortina (Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas – UNOCHAPECÓ), Marciela Batistela (Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas – UNOCHAPECÓ), Thiago Bastiani (Acadêmico do Curso de Ciências Biológicas – UNOCHAPECÓ), Francini Francescon (Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas – UNOCHAPECÓ), Eliara Solange Müller (Curso de Ciências Biológicas, Área de Ciências Exatas e Ambientais – UNOCHAPECÓ). Resumo: A promoção da saúde é uma prática que possibilita melhor qualidade de vida. Os projetos Vivências Interdisciplinares e Multiprofissionais na Área Rural (VIM Rural) e Natureza, Saúde e Bem-Estar (NSBE) atuam como motivadores dessa prática. Estes projetos propuseram uma trilha com seis estações (paradas) para discutir diferentes temáticas relacionadas à saúde e meio ambiente, que foi realizada no município de Jupiá-SC. Um das estações teve como objetivo desmistificar os mitos e lendas relacionados a aranhas, escorpiões e morcegos. O evento contribuiu para a interação entre vários cursos atuando em um único objetivo e qualificando a formação acadêmica e profissional dos envolvidos, bem como auxiliando na capacitação da população local a partir da educação em saúde e da educação ambiental. ___________________________________________________________________________ Palavras-chaves: VIM Rural, promoção da saúde, formação acadêmica. ARANHAS, ESCORPIÕES E MORCEGOS: UM DIÁLOGO COM MORADORES DA ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE JUPIÁ – SANTA CATARINA. 1 INTRODUÇÃO A promoção de saúde contribui com ações que respondam as necessidades sociais em saúde, possibilitando escolhas saudáveis por parte dos sujeitos e também que influencie nas condições locais onde vivem e trabalham. O processo de construção dessas ações sugere a elaboração coletiva, utilizando linguagens de várias áreas envolvidas, com o intuito de produzir alternativas inovadoras para a melhoria da qualidade de vida (BRASIL, 2006). Tendo a promoção da saúde como base, o projeto de Vivências Interdisciplinares e Multiprofissionais na Área Rural (VIM Rural) e o Projeto Natureza, Saúde e Bem-Estar 5011 SBEnBio - Associação Brasileira de Ensino de Biologia Revista da SBEnBio - Número 7 - Outubro de 2014 V Enebio e II Erebio Regional 1 (NSBE) que fazem parte do Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde (Pró-Saúde), da Unochapecó, tem entre seus objetivos criar práticas de observação e acompanhamento das condições de vida dos cidadãos na região Oeste de Santa Catarina e promover atividades interdisciplinares e multiprofissionais que despertem a comunidade para a importância do lazer, das atividades físicas e da conservação ambiental para uma melhor qualidade de vida. As ações desenvolvidas pelos projetos VIM Rural e NSBE estão baseadas na educação em e saúde e na educação ambiental. A educação em saúde tem como objetivo o uso do conhecimento científico produzido no campo da saúde, pelos profissionais da saúde, para auxiliar a população na prevenção de doenças e promoção da saúde através da adoção de novos hábitos (COSTA; LÓPEZ, 1996; ALVES, 2005). A educação ambiental é um processo permanente, uma prática interdisciplinar que visa à utilização racional dos recursos naturais, a participação dos cidadãos nas discussões e decisões dos problemas ambientais, tendo em vista assegurar a sobrevivência da vida em todos os seus aspectos (REIGOTA, 1995) e tem papel importante na promoção da saúde já que um dos condicionantes de saúde é o meio ambiente. A sensibilização é uma das etapas importantes da educação ambiental, pois permite que o público atendido entre em contato com a temática e suas principais discussões. A educação ambiental assume cada vez mais uma função transformadora, onde a corresponsabilização dos indivíduos torna-se essencial para a promoção do desenvolvimento sustentável (JACOBI, 2003). Ações planejadas e atividades de campo orientadas em projetos possibilitam a autoconfiança, atitudes positivas, comprometimento e cuidado ambiental de modo interdisciplinar por parte dos envolvidos (DIAS, 1992). É necessário o comprometimento com o objetivo educacional de desenvolver a curiosidade e o gosto de aprender. Para promover um aprendizado ativo, é importante que os conteúdos sejam apresentados como problemas a serem resolvidos (BRASIL, 1999). Nesta concepção de educação, nos inserimos em um contexto que visa questionar a percepção e a concepção do contato do indivíduo com o ambiente, favorecendo ações que melhorem a qualidade de vida (SILVA-FILHO; CARNEIRO; JUNCÁ, s/d). De acordo com Layrargues (1999), o problema ambiental não possui origem simplesmente na falta de conhecimento dos indivíduos, mas surge na visão de um mundo que impregna o paradigma de valores contrários aos princípios ecológicos. Concordamos com o autor, quando o mesmo afirma que a pura transmissão de informações a respeito dos processos ecológicos, na perspectiva do "conhecer para preservar", é absolutamente insuficiente para a promoção de uma educação onde se pretende a crítica para a posterior transformação da realidade. Leva-se em consideração também o que para Albuquerque (2007, 5012 SBEnBio - Associação Brasileira de Ensino de Biologia Revista da SBEnBio - Número 7 - Outubro de 2014 V Enebio e II Erebio Regional 1 p. 107) seja aquilo que as populações provavelmente possuam de mais importante: “um saber que é experimentado na prática cotidiana dos afazeres e na pluralidade cultural das populações que habitam e se adaptam a ambientes dos mais diversificados”. Atualmente, o pensamento de muitos profissionais de saúde está voltado em considerar conhecimento como algo que seja cientificamente comprovado, ou que a literatura afirme como verdade, muitas vezes se opondo ou desprezando o senso comum (RIOS et al., 2007). Assim, negando ou tratando como erro o modo como as pessoas do saber popular, entendem e explicam o mundo. Isso acaba criando um abismo entre o conhecimento comum e o científico, o que muitas vezes dificulta o entendimento de ambas as partes. O senso comum contribui para que a ciência progrida a partir de dificuldades que emergem no dia a dia das pessoas (RIOS et al., 2007). Sendo assim, não devemos negar esse conhecimento, mas sim trabalhar de forma que os dois permaneçam interligados, utilizandose do conhecimento científico sem desprezar o senso comum. A realização de atividades que envolvam a promoção de saúde reconhecendo a importância do senso comum, combinado com educação ambiental torna-se relevante já que o meio ambiente é um dos determinantes da qualidade de vida. Sendo assim, o objetivo desta atividade foi oportunizar para a comunidade a troca de conhecimentos com profissionais e estudantes de graduação da área da saúde sobre animais causadores de acidentes, desmistificando mitos e lendas relacionados a aranhas, escorpiões e morcegos. 2 METODOLOGIA A atividade foi realizada no município de Jupiá, Santa Catarina, no dia 09 de novembro de 2012, com a participação de moradores de uma comunidade local, acadêmicos e docentes dos cursos de: Ciências Biológicas, Enfermagem, Educação Física, Nutrição, Fisioterapia, Farmácia, Agronomia e Serviço Social. A atividade esteve relacionada com os projetos “VIM rural” e “NSBE” do Pró-Saúde em parceria com a Unochapecó e Prefeitura Municipal de Jupiá - SC. A atividade tratou-se de uma “trilha” a qual teve como tema geral “Saúde, Cidadania e Meio Ambiente”, onde os moradores da comunidade tiveram a oportunidade de participar de cada uma das cinco estações, que foram previamente preparadas e adequadas conforme a realidade local. A programação foi elaborada através de reuniões com os acadêmicos envolvidos, com intuito de estabelecer a divisão de cada estação, seus respectivos integrantes, sendo os mesmos de cursos diferentes, a fim de socializar e integrar o conteúdo a ser trabalho 5013 SBEnBio - Associação Brasileira de Ensino de Biologia Revista da SBEnBio - Número 7 - Outubro de 2014 V Enebio e II Erebio Regional 1 com a comunidade. As temáticas das estações foram as seguintes: a) Agrotóxicos e uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s), com acadêmicos dos cursos de Fisioterapia, Agronomia e Ciências Biológicas; b) Automedicação, dor lombar e plantas medicinais (Fisioterapia, Farmácia e Ciências Biológicas); c) Aranhas, escorpiões e morcegos (Ciências Biológicas e Enfermagem); d) Hortas domiciliar e escolar/ Desperdícios de alimentos (Ciências Biológicas e Nutrição) e e) Direitos humanos e cidadania (Fisioterapia, Psicologia e Serviço Social). Todos os envolvidos haviam selecionado, discutido e organizado sua temática em encontros prévios. A atividade iniciou com a apresentação dos docentes dos cursos envolvidos e boas vindas aos acadêmicos e participantes. Logo após um acadêmico de educação física realizou o alongamento com todos, utilizando música e exercícios individuais e em dupla (figura 01). Figura 01: Participantes realizando alongamento individual. A seguir o público foi dividido em cinco grupos com 20 membros cada, que visitaram as estações, em forma de um circuito. A duração de cada estação foi de 20 minutos, tempo este controlado por um acadêmico de educação física que acompanhava cada grupo. Nossa estação (apresentada neste artigo) tratou do tema “Aranhas, morcegos e escorpiões”, e era composta por nove acadêmicos de Ciências Biológicas, sendo que quatro desses exploraram o tema de aranhas e escorpiões e os outros cinco, o tema morcegos. Além de três acadêmicas de enfermagem que trataram da discussão sobre prevenção e cuidados com acidentes que envolviam esses animais. 5014 SBEnBio - Associação Brasileira de Ensino de Biologia Revista da SBEnBio - Número 7 - Outubro de 2014 V Enebio e II Erebio Regional 1 A apresentação foi feita verbalmente, na forma de um diálogo, com uso de exemplares de aranhas e escorpiões conservados em meio líquido (álcool 70%), morcegos taxidermizados e microscópio estereoscópio binocular (lupa) para a observação da anatomia dos animais. Inicialmente, em nossa estação, o grupo de participantes era informado sobre o tema que seria apresentado e indagava-se sobre qual o conhecimento que os mesmos tinham a respeito dos animais ali expostos, para garantir a interação entre o senso comum e o saber científico a fim de propiciar a construção do conhecimento. Discutimos com os participantes assuntos relacionados a mitos e lendas sobre morcegos, aranhas e escorpiões a fim de conhecer quais eram as crenças da comunidade, para que a partir disto pudéssemos resignificar e também possibilitar uma melhor compreensão da origem desses mitos. Além disso, tratamos da importância ecológica e dos hábitos alimentares destes animais, com o intuito de facilitar o entendimento dos participantes para à conservação e cuidado. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Percebeu-se durante a atividade, que a maioria dos participantes demonstrava interesse pelo tema abordado, pois os mesmos já tinham tido contato com estes animais, tinham medo e consideravam os animais perigosos e também pela oportunidade de conhecer as formas de prevenção de acidentes. Algumas participantes quando se aproximavam demonstraram receio ou desconfiança ao observar as aranhas e os escorpiões fixados em álcool 70%, em especial quando estes eram retirados dos frascos, evidenciando a repulsa que muitas pessoas sentem com relação a estes animais (figura 02). Figura 02: Acadêmica esclarecendo sobre os mitos e lendas relacionadas às aranhas e escorpiões. 5015 SBEnBio - Associação Brasileira de Ensino de Biologia Revista da SBEnBio - Número 7 - Outubro de 2014 V Enebio e II Erebio Regional 1 Quando os participantes eram questionados se já conheciam esses animais, a maioria dos participantes demonstrou, por meio das respostas, já conhecer, como podemos observar nas seguintes respostas: “As aranhas causam ‘cobreiro’ na gente”. “Quando uma pessoa é picada por escorpião ou aranha, fica uma coisa no organismo da pessoa que chama os bichos para picar de novo”. Por meio da interação dos participantes com os acadêmicos, notou-se que havia muitos mitos e lendas relacionados a esses animais e que, grande parte destes mitos, era oriunda de crenças antigas (figura 03). Rocha (1996) argumenta que o mito é uma narrativa, uma fala, ou um discurso. O mito é a forma que as sociedades utilizam para espalharem suas contradições, exporem suas dúvidas e situações que contradizem a intuição comum. O mito ainda expõe as dúvidas ou inquietações de uma sociedade. Entretanto Rocha (1996), ainda enfatiza que o mito é um fenômeno de difícil definição, pois por trás dele há uma gama diversificada de ideais. O mito integra um conjunto de fenômenos que possuem sentido difuso, pouco nítido e múltiplo. Portanto serve para significar várias coisas, representar várias ideias, e pode ser usado em vários contextos. Figura 03: Acadêmicos esclarecendo à população sobre os mitos e lendas relacionados aos morcegos. 5016 SBEnBio - Associação Brasileira de Ensino de Biologia Revista da SBEnBio - Número 7 - Outubro de 2014 V Enebio e II Erebio Regional 1 À medida que as falas surgiam, percebemos que a população guarda um conhecimento que é mantido e que serve de base para a compreensão adequada dos espaços que lhes são caros (ALBUQUERQUE et al, 2007). Espaços, estes, “onde as relações são mantidas, perpetuadas e ressignificadas no âmbito de um sistema de símbolos, crenças, fraternidade e amor ao próximo e ao ambiente” (ALBUQUERQUE et al, 2007, p. 111). Nós desmistificamos alguns mitos e apresentamos o motivo que levou a população a acreditar e a continuar repassando esse conhecimento aos demais. Porém, para este esclarecimento usamos cautela, para não ferir a concepção dos conhecimentos que os participantes possuíam, repassadas de geração a geração e entremeado pelas emoções e valores da população. Quando se trata de animais peçonhentos as falas envolvem muito medo, e isso contribuiu para a propagação de informações diferente daquelas divulgadas pela ciência, além disso, a própria mídia e até mesmo livros didáticos divulgaram por muito tempo informações hoje consideradas equivocadas (GUIMARÃES, 2010). De acordo com Souza e Souza (2003), a percepção que a população tem, de uma maneira geral, sobre os animais peçonhentos está fundamentada nas representações humanas sobre a natureza, as quais vêm sendo historicamente construídas levando-se em conta os fatores sociais, culturais, éticos, econômicos e políticos, sejam eles locais, regionais e globais. Na verdade, estes conhecimentos são construções partilhadas por todos os setores e estratos de uma sociedade, uma vez que a percepção sobre estes animais não é apenas originária da credulidade popular ou da imaginação dos poetas, mas também traduzem, ainda que de modo figurado, a experiência dos pensadores, dos sábios e dos filósofos (FONTES, 2013). Verifica-se também que estes atores sociais muitas vezes desconhecem os aspectos biológicos, ecológicos e comportamentais que permeiam o tema, o qual acaba sendo um desafio para aqueles que se aventuram a desenvolver atividades de educação ambiental. Para Fontes (2013), é necessário problematizar os conhecimentos tradicionais que, tem sido desde o princípio da humanidade, a resposta possível às perguntas sem resposta. Os mitos não mentem, pois, por detrás dos mitos existem verdades, as quais a sociedade observou e inferiu da sua forma, buscando respostas para o desconhecido. Os conhecimentos tradicionais não devem ser entendidos como um modo de pensar ingênuo, insuficiente ou como uma crença falsa, mas como resultado da capacidade criadora e imaginativa do homem, pois possuem uma dimensão intemporal que é a garantia da sua própria existência, porque estabelecem um elo entre o homem e as suas origens, a sua memória cultural e a explicação da história dos povos (FONTES, 2013). Pois originalmente, um mito era entendido como uma verdade absoluta, merecedora de crença profunda e até veneração, eles serviam como 5017 SBEnBio - Associação Brasileira de Ensino de Biologia Revista da SBEnBio - Número 7 - Outubro de 2014 V Enebio e II Erebio Regional 1 explicações da origem do homem, do mundo e dos fenômenos da natureza, do desconhecido, do inexplicável (FONTES, 2013). É importante que mitos relacionados aos animais sejam esclarecidos, para que a população conheça a verdadeira função deles na natureza (ROCHA, 1988). Buscamos trabalhar a importância ecológica dos morcegos e suas guildas alimentares, distinguindo-os entre frugívoro, insetívoro e hematófago. O grupo dos morcegos é alvo de muitas superstições fantasiosas, e é provável que isto se deva ao fato de os morcegos serem vistos como criaturas misteriosas, que se escondem durante o dia, voam à noite como pássaros e mordem mamíferos e aves (SCAVRONI; PALEARI; UIEDA, 2008). O grupo de morcego mais conhecido é o de hematófagos, porque causa prejuízos aos animais domésticos, transmite doenças. Durante a atividade algumas pessoas relataram que morcegos invadiram os forros de suas casas e questionaram sobre quais os males que eles podem causar. As explicações relacionadas às doenças foram esclarecidas por estudantes de enfermagem gerando um trabalho multiprofissional e interdisciplinar de educação em saúde e educação ambiental. No final de cada apresentação havia um tempo livre para que os eles realizassem perguntas e comentários a respeito dos animais citados e também sobre a estação. Após os grupos terem visitado todas as estações, foi realizada a avaliação final através da seguinte pergunta: “Qual a importância dessa atividade para a qualidade de vida de vocês?” Em um contexto geral, os participantes consideraram importante o conteúdo abordado nas apresentações, pois possibilitou maior esclarecimento sobre o assunto, e que o conhecimento por eles adquiridos iria auxiliar na prevenção de acidentes, principalmente com os animais peçonhentos ali citados. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS A realização de atividades que despertem a curiosidade da população sobre o tema abordado, não só auxilia no conhecimento adquirido sobre os animais, como na importância ecológica dos mesmos. Tais ações se fazem necessárias, levando-se em conta a importância que estes animais têm para o ecossistema, sendo a educação ambiental uma ferramenta para esse fim. Para os acadêmicos a atividade foi de grande valia para a formação profissional, devido à forma de realização da mesma, a qual possibilitou a oportunidade do trabalho interdisciplinar e multiprofissional. Pelas falas dos participantes, a contribuição de 5018 SBEnBio - Associação Brasileira de Ensino de Biologia Revista da SBEnBio - Número 7 - Outubro de 2014 V Enebio e II Erebio Regional 1 conhecimento relacionada a esses animais foi concretizada, pois os mesmos afirmaram a importância deste para suas práticas diárias. Desta forma, aliar atividades que envolvam o conhecimento científico e o conhecimento do senso comum se faz importante para a construção da ciência, visto que, ambos carregam informações que se complementam. 5 REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, Ulysses Paulino de; ALVES, Ângelo Guiseppe Chaves; ARAÚJO, Thiago Antonio de Souza (Orgs.). Povos e Paisagens: etnobiologia, etnoecologia e biodiversidade no Brasil. Recife: NUPEEA, 2007. ALVES, Sampaio Vania. Um modelo de educação em saúde para o Programa Saúde da Família: pela integralidade da atenção e reorientação do modelo assistencial. Interfaces Comunicação, Saúde, Educação. v.9, n.16, p.39-52, set.2004/fev.2005. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. 1999. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília: Ministério da Educação. ______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Política Nacional de promoção da saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 60 p. 2006. DIAS, G. F. Educação Ambiental: princípios e práticas. São Paulo: Gaia, 1992. COSTA, M.; LÓPEZ, E. Educación para la salud. Madrid: Pirámide, 1996. p.25-58 FONTES, Vitor José de Oliveira. O potencial didático dos mitos e das lendas na educação histórica. 2013. (Dissertação de Mestrado). Faculdade de letras. Porto, 2013. GUIMARÃES, L.A.F. Acidentes por animais peçonhentos: Identificação dos erros conceituais nos livros didáticos dos ensinos fundamental e médio. Brasília, Instituto de Ciências Biológicas da UnB. (Dissertação, Doutorado), 2010. JACOBI, P. Educação ambiental, cidadania e sustentabilidade. Cadernos de Pesquisa. São Paulo, n.118, p. 189-205, mar, 2003. LAYRARGUES, P. P.; A resolução de problemas ambientais deve ser um tema-gerador ou a atividade-fim da educação ambiental? In: REIGOTA, M. (Org.). Verde cotidiano o meio ambiente em discussão. Rio de Janeiro: DP&A, 1999. p.131-148. REIGOTA, Marcos. Meio ambiente e representação social. São Paulo, Cortez, 1995. (Coleção questões da nossa época). 5019 SBEnBio - Associação Brasileira de Ensino de Biologia Revista da SBEnBio - Número 7 - Outubro de 2014 V Enebio e II Erebio Regional 1 RIOS, Ediara Rabello Girão et al. Senso comum, ciência e filosofia - elo dos saberes necessários à promoção da saúde. Ciência & Saúde Coletiva, 12(2):501-509, 2007 ROCHA, E.P.G. O labirinto dos mitos. In: Rocha EPG. O que é mito. 3ª ed. São Paulo: Brasiliense. 1988. p. 7-15. ______. O que é mito. 3ª ed. São Paulo: Brasiliense. 1996. SCAVRONI, Joseane; PALEARI, Lucia Maria; UIEDA, Wilson. Morcegos: realidade e fantasia na concepção de crianças de área rural e urbana de Botucatu , SP. Revista SimbioLogias. v 1, n 2, 2008. SILVA-FILHO, I.S.N,; CARNEIRO, M. da Conceição Lago.; JUNCÁ, F.A. Integração LAPH e comunidade: o conhecimento sobre animais peçonhentos como tema gerador de mudança de valores frente à questão ambiental. Laboratório de Animais Peçonhentos e Herpetologia-LAPH/DCBIO, Universidade Estadual de Feira de Santana. s/d. SOUZA, S. C. de e SOUZA, C. E. P. de. Se a linguagem e o pensamento são humanos... é possível fugir do antropocentrismo? In: GUIMARÂES, L. Belinaso; BRÜGGER, P.; SOUZA, S. C. de e VAZ DE ARRUDA, V. L. (Orgs). Tecendo Subjetividades em Educação e Meio Ambiente. Florianópolis: NUP/CED/UFSC, 2003, 179 p - Coleção Cadernos CED, 61. 5020 SBEnBio - Associação Brasileira de Ensino de Biologia