VALE Teleconferência e webcast Resultados do
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VALE Teleconferência e webcast Resultados do 1º trimestre de 2015 30 de abril de 2015 – Imprensa 14h00 (horário do Rio de janeiro) Operadora: Boa tarde senhoras e senhores, sejam bem vindos à teleconferência da Vale, exclusivas aos profissionais da imprensa, onde serão discutidos os resultados do primeiro trimestre de 2015. No momento, todos os participantes estão conectados apenas como ouvintes, mais tarde será aberta a sessão de perguntas e respostas, quando então serão dadas as instruções para aqueles que quiserem fazer perguntas. Caso seja necessário a ajuda de um operador durante a teleconferência, basta teclar asterisco zero (*0), cabe lembrar que essa teleconferência está sendo gravada e traduzida simultaneamente para o idioma inglês, a gravação estará disponível no website da companhia, no endereço: vale.com/saladeimprensa. Conosco, hoje, estão: Sr. Murilo Ferreira – Diretor Presidente; Sr. Luciano Siani – Diretor Executivo de Finanças e Relações com Investidores; Sr. Peter Poppinga – Diretor Executivo de Ferrosos; Sr. Galib Chaim – Diretor Executivo de Projetos de Capital; Sra. Vania Somavilla – Diretora Executiva de Recursos Humanos, Saúde, Segurança, Sustentabilidade e Energia; Sr. Humberto Freitas – Diretor Executivo de Logística e Pesquisa Mineral; e Sr. Clóvis Torres – Consultor Geral Agora, gostaria de passar a palavra ao Sr. Murilo Ferreira. Por favor, pode prosseguir Sr. Murilo. Murilo Ferreira: Boa tarde ao pessoal da imprensa, nós estamos aqui com nossa equipe toda à disposição de vocês para responder perguntas. Hoje nós tivemos a divulgação do nosso resultado e apesar do declínio no preço das principais commodities principalmente minério de ferro, níquel, cobre e os próprios fertilizantes, a Vale manteve seu endividamento, reduziu custos e entregou US$ 1 bilhão em venda de ativos. O nosso resultado foi sólido. Evidentemente eu percebo que nas edições on-line, o pessoal coloca mais ênfase para as perdas monetárias, que para muita gente pode impressionar, mas para nós é motivo de alegria, porque você está trabalhando com uma moeda mais enfraquecida. O país trabalhou muito tempo com uma moeda muito forte, talvez excessivamente forte. Eu acho que uma moeda enfraquecida para um país com déficit em conta corrente elevado é algo dramático. O que nós percebemos é que na hora que você traz o preço do câmbio para o nível mais competitivo, as empresas reagem e conseguem ter posição mais competitiva no mercado externo. No primeiro momento, as mesmas empresas exportadoras usualmente elas contraem dívidas em dólares americanos ou euros, ou Iên japonês tendo em via diversas moedas. Podem sofrer pelo estoque da dívida, pelo critério contábil, mas é muito apreciada no decorrer dos meses. Para a gente não perder mais tempo, vamos direto as perguntas e respostas, de tal forma, que a gente possa dar mais clareza a vocês sobre os nossos resultados. Muito obrigado. Operadora: Senhoras e senhores, iniciaremos agora a sessão de perguntas e respostas, exclusiva para profissionais da imprensa. Para fazer uma pergunta, por favor, digite asterisco um (* 1), para retirar a sua pergunta da lista, digite asterisco (* 2). As perguntas serão limitadas em duas por vez. Nossa primeira pergunta vem do Senhora Fernanda Guimarães, Agência Estado. Fernanda Guimarães: Boa tarde, Murilo. Tenho duas perguntas. A primeira que eu queria fazer é se a Vale pode ser aproveitada e tentar uma captação externa. Sendo que há uma expectativa de abertura de uma janela agora, depois da divulgação do balanço da Petrobrás. E a segunda pergunta que eu tenho é se a gente teve algum progresso sobre o IPO de metais básicos da Vale? Murilo Ferreira: Bem Fernanda, obrigado pela sua pergunta. Não, nós não estamos programando nenhuma captação externa, o nosso fluxo de caixa está correndo conforme previsto. Evidentemente, em um ambiente de preços mais baixos, mas o câmbio de alguma forma mitiga necessidades de caixa, e nós temos nos beneficiado de reduções de custos, e compras melhores para insumos, equipamentos e serviços dos projetos que estão sendo implantados. Os nossos recursos já estavam definidos previamente pelo nosso conselho de administração para esse ano. Nós contamos com as captações tradicionais de bancos de desenvolvimento tanto no Brasil, Canadá, China, Japão e outros que trabalham com a Vale. Quanto ao projeto do IPO, nós continuamos trabalhando de tal forma para que, no final do ano, a gente possa levar ao conselho de administração a recomendação da diretoria executiva. Isso não significa que nós vamos fazer a operação no início do ano que vem, significa que nós devemos ter pronto, para caso as condições de mercado sejam favoráveis, a gente possa levar esse IPO adiante. Mas isso depende, entre outras coisas, do preço do níquel, do preço do carvão, mas não é limitado a essas duas variáveis. Nós temos outras considerações a fazer, outras definições que serão levadas à frente durante o processo. Obrigado Fernanda. Operadora: Próxima pergunta, Francisco Góes, Valor Econômico. Francisco Góes: Boa tarde a todos. Murilo Ferreira: Boa tarde, Chico. Francisco Góes: Murilo é o seguinte, eu ouvi as teleconferências pela manhã e pela primeira vez, pelo menos que eu tenha lembrança, os senhores mencionaram a possibilidade de cortar até 30 milhões de toneladas de produção de minas de maior custo nos sistemas Sul e Sudeste em Minas Gerais. Se esse corte ocorrer, pelo que eu entendi, ele vai ser substituído por acréscimo de produção equivalente, nos projetos Itabiritos, mais Serra Leste no Pará. Mas a meta de produção de 340 milhões de toneladas para 2015 está mantida. Então o que vai mudar é o mix de produção? Eu gostaria de confirmar se está certo esse entendimento. Murilo Ferreira: Bem Chico, na nossa conversa com os investidores, com os jornalistas, em 2011, nós elencamos uma série de pontos que para nós seriam muito importantes para administração que começava naquela data. Entre outras, a excelência operacional, o respeito à vida, a disciplina na alocação de capital e o melhor retorno para o acionista. Nós estamos acompanhando, atentamente, nosso dever de ofício, toda a movimentação que se tem no mercado internacional. Tanto de uma oferta mais abundante, que tem ocorrido especialmente a partir do segundo semestre do ano passado, assim como um certo enfraquecimento da demanda que foi observado no passado recente. No entanto, Chico, conforme eu falei hoje pela manhã, nós já vimos sinais positivos, especialmente nesse mês de abril, em termos de ritmo da produção diária de aço na China. Nas últimas semanas, por exemplo, atingiu a maior taxa de crescimento desde setembro de 2014. Isso é o report que nós tivemos mesmo. Nossa inteligência de mercado faz um acompanhamento muito detalhado disso e nós estamos acompanhando. Você tem que estar atento aos movimentos de mercado, evidentemente. O que o Peter disse hoje algumas vezes durante a call e depois ele pode até complementar o que estou dizendo aqui, é que nós estamos trabalhando para o aumento da nossa capacidade. Isso aconteceu com o N5 Sul, que foi a primeira mina que nós abrimos em Carajás depois de dez anos. Acontece com o projeto S11D da Serra Sul de Carajás que está sendo implementado, assim como todas as minas decorrentes do licenciamento do EIA Global. Isso nos permite uma disponibilidade, uma flexibilidade que nós não tínhamos até o ano passado. Nós estávamos muito engessados, tínhamos que continuar com aquelas minas por conta das restrições que nós tínhamos de obter para uma condição de trabalho mais adequada. A equipe do Peter vai poder, em um momento adequado, de posse de uma capacidade de produção, atendendo às necessidades do mercado, não só em relação a volume, mas também em relação a qualidade, o que é muito importante. Por exemplo, na China por questões de poluição, ou por questão de produtividade está cada vez mais demandando material de melhor qualidade e poderão ser feitas otimizações. Isso tem haver com o chamado big picture, com a fotografia ampla que a gente observa de mercado. Eu vou passar para o Peter para que ele possa também fazer considerações adicionais. Peter Poppinga: Olá Francisco. Vamos só separar bem as coisas aqui e reforçar o que o Murilo falou. Nós estamos falando de duas coisas separadas. Nós estamos otimizando um mix, que já está em curso, e melhorando as margens, porque nós tivemos a entrada dos projetos Itabiritos em Minas Gerais. Basicamente o resultado dessa otimização é que a gente, em 2014, produzimos 330 milhões, no total na Vale. De minério de ferro e pelotas de 215 estamos indo para 340. Mas como os projetos Itabiritos tiveram muito mais volume entrando, significou que alguma coisa saiu, portanto otimizamos o mix. A outra coisa que você está se referindo é o nosso plano até o final do ano: aumentar de 330 para 340, com uma margem melhor e com um mix melhor. A outra coisa, é a otimização, mas dessa vez com corte de produção, e isto vai depender do mercado. Nós fizemos um cálculo e, dependendo do mercado, estaremos preparados para reduzir os fluxos de produção até 30 milhões de toneladas. Isto não significa necessariamente fechar minas, mas nós estamos otimizando fluxos de produção. Algumas minas tem instalação de beneficiamento que a gente pode desligar. Resumindo: a gente não está preparado para reduzir capacidade no geral, e sim produção temporariamente, pois o S11D de Carajás é o nosso futuro e faz parte também do futuro do Brasil. Eu acho que ficou claro. Operadora: Próxima pergunta, Mariana Durão, Agência Estado. Mariana Durão: Oi, boa tarde. Nas conferências da manhã houve questionamento sobre alguma postergação possível do projeto S11D. Eu queria confirmar se existe alguma possibilidade de redução de ritmo dos investimentos nesse projeto e o que seria. Queria saber um pouquinho sobre a expectativa para conclusão do project finance em Moçambique. Eu acho que o Siani mencionou rapidamente como estão essas negociações. E, finalmente, eu queria perguntar ao Murilo. Ontem foi aprovada a sua eleição à presidência do conselho da Petrobrás, e alguns presentes apontaram questões de conflitos de interesses. Você assinou um documento dizendo que isso não existe. Eu queria saber se em algum projeto, envolvendo a Vale e a Petrobrás, como por exemplo o de potássio, se houver algum tipo de votação, se o Murilo pretende se abster. Murilo Ferreira: Mariana, boa tarde. Esse assunto de conflito de interesses e a presença de conselheiros é um assunto que, para nós, é até contumaz aqui no conselho da Vale. Porque em diversos momentos os conselheiros indicados por alguns acionistas, como Previ, Bradesco, Mitsui, BNDES, eles se retiram da sala quando algum assunto versa sobre eles. Por exemplo, nós temos financiamentos com o BNDES, nós temos negócios de importação com a Mitsui, temos inúmeras transações financeiras com o Bradesco. Eu acredito que nas grandes empresas brasileiras isso ocorre com uma certa frequência. Mas eu vou pedir ao Clóvis Torres, que é o responsável pelos assuntos jurídicos da Vale, para que ele possa dar o conteúdo. Ele sendo advogado, acho que pode esclarecer melhor todos esses pontos. Clovis Torres: Boa tarde, Mariana. Nesse sentido o conflito de interesses, ele tem que ser objetivado. Nós temos um contrato com a Petrobrás que trata da questão do projeto Carnalita, que é justamente na área de potássio da Vale Fertilizantes. Esse contrato prevê obrigação para ambas as partes. Só haveria algum tipo de voto nesse sentido se as partes quiserem mudar esse contrato e havendo a mudança desse contrato e a necessidade de algum voto haveria sempre a abstenção que Murilo certamente utilizaria mão. Nós não estamos vendo nenhum tipo de conflito para que Murilo possa assumir essa posição de presidente de conselho de administração da Petrobrás. Murilo Ferreira: Clovis, seria bom você esclarecer também, porque a Petrobrás é majoritariamente a fornecedora de diesel para as empresas no Brasil. Como é que você vê esse aspecto que também foi levantado por algumas pessoas. Clovis Torres: Sem dúvida alguma a Vale é uma grande consumidora de diesel, mas se nós pensarmos nisso, talvez não existisse nenhuma pessoa no Brasil que pudesse assumir essa posição da Petrobrás, porque todo mundo consome gasolina de uma forma ou de outra, e todas as empresas consomem também combustíveis vendidos pela Petrobrás. Teria que se buscar algum executivo fora do país para se evitar esse tipo de conflito que tem sido alegado. Tem que ser uma coisa objetiva. Se chegar ao ponto de o contrato entre Vale e Petrobrás ser levado ao conselho de administração, o Murilo de novo lançaria mão da abstenção para poder evitar qualquer tipo de alegação de conflito. Murilo Ferreira: Eu quero mencionar, como uma prática saudável o que acontece na Vale. Não existe nem a solicitação do presidente do conselho de administração, Dan Conrado, para que alguém se retire. Na hora que entra alguma matéria, como por exemplo financiamento, antes que ele se mova, os representantes dos bancos já se retiram imediatamente. É uma situação de grande disciplina e eu não vejo que possa incorrer em problemas, ainda mais porque, como diz o Clovis, as situações no nosso caso são muito limitadas. O contrato da planta de potássio, acredito que é um contrato que vai durar pelo menos uns trinta anos, vai ser pago pelo arrendamento do direito minerário, já está fixado lá como é que se paga um royalties, e assim será. E quanto ao mercado de diesel já foi bem explicado. Clovis Torres: E também é importante lembrar que a própria lei prevê quais são os casos de conflito e onde um administrador não poderia fazer parte dos mesmos órgãos da administração, e nós não temos hoje negócios de óleo e gás, que é justamente o negócio primário da Petrobrás. Esse seria efetivamente o caso se a Vale ainda estivesse dentro da área de óleo e gás, de conflitos, e não é mais o caso. Murilo Ferreira: Bem, a respeito, Mariana, do S11D, nós não estamos estudando, nem estamos analisando, nenhuma postergação, nenhuma modificação do cronograma de implantação do projeto S11D na Serra Sul, apenas foi levantada a hipótese se a Vale poderia fazer. A Vale pode fazer, desde que todos os estudos estejam prontos. Eu, particularmente, tenho um grande preconceito, para falar francamente, em relação a essa história de adiar projetos em implantação. Porque, normalmente, o ônus econômico sobre esse projeto costuma ser intolerável. Na medida do possível, na hora que você faz as contas, o que significa retomar esse projeto, o aumento de custos significa um grande peso sobre a rentabilidade de qualquer projeto. Nós temos outros instrumentos, conforme foi apresentado no Vale Day em Nova York, com conferência para vocês na ocasião, e nós apresentamos uma série de instrumentos que estão à nossa disposição para que a gente possa trazer recursos para a implantação do projeto. Eu acredito que eles sejam bem menos onerosos do que uma postergação do projeto. Nós estamos com o project finance em andamento. Essas negociações sempre são demoradas, ainda semana passada nós assinamos o acordo da CSP com o Eximbank da Coréia e com o Korea Shore, que são as duas fontes. É um financiamento praticamente em torno de US$ 3 bilhões com as fontes todas, sendo que as fontes coreanas responsáveis por US$ 2.1 bilhões. Isso demorou alguns meses. Nós estamos nas negociações em relação ao project finance com as entidades japonesas e com a IFC. São negociações por si só demoradas, porque elas têm uma estrutura muito mais rígida por ser operações sem garantia. Estão acontecendo essas negociações e nós estamos em um viés positivo. Eu gostaria muito de assinar agora, no final do mês de maio, quando a gente completa 60 anos do primeiro embarque de minério de ferro da Vale para o Japão, que é uma data símbolo. Talvez a gente consiga assinar uma parte desse documento, mas não ele completamente. Eu diria que a maior probabilidade é que esse documento esteja assinado no terceiro trimestre. Bem, é isso. Obrigado. Operadora: Próxima pergunta, Paul Kiernan, Wall Street Journal. Paul Kiernan: Olá, boa tarde, Murilo. Boa tarde a todos. São duas perguntas. Eu gostaria de saber como vai o projeto siderúrgico lá no Ceará. Eu vi que o Capex aumentou um pouquinho, mesmo com a desvalorização do real, e tem esses dois financiamentos bastante expressivos para Eximbank e do BNDES. E a segunda questão é que o Peter disse hoje que a Vale vai, a partir de agora, priorizar um pouco mais as margens acima dos volumes. Porém parece pelos números que isso não foi feito no primeiro trimestre, quando atingiram produção recorde, mas com uma deterioração bastante grande nas margens Ebitda. Por que só começaram agora e não antes? Isso está relacionado com a previsão do mercado? É isso. Muito obrigado. Murilo Ferreira: Bem Paul, em relação ao projeto da CSP, o aumento que você está se referindo de Capex, na verdade é um aumento muito pequeno, e ele se deu apenas para incluir a rubrica de juros no orçamento. Porque, como nós mencionamos, esses financiamentos foram feitos com as três fontes: duas coreanas e uma brasileira. E precisava que o orçamento estivesse definido o montante de juros que provavelmente será pago. O projeto continua trabalhando com uma taxa ainda de 2,59, substancialmente abaixo, portanto ele deve ficar menos oneroso, deve ser um investimento menor ao contrário do que você poderia pensar. Mas nós temos que seguir a taxa do orçamento. Lembre-se que isso é um projeto, é uma joint venture bi nacional, você tem o orçamento em dólar. Nós não podemos materializar os ganhos cambiais na frente, isso não está acontecendo. Mas nós temos convicção que o projeto vai ficar em um nível de investimento abaixo do aprovado. Isso foi um tecnicismo, o ajuste de juros porque agora nós temos os financiamentos, sabemos o quanto que a gente vai pagar de juros, isso não estava previsto no orçamento anterior, aprovado pelos três acionistas. Com relação à margem sobre o volume, esse sim o Peter fez essa menção de privilégio das margens sobre volumes, mas nada melhor do que ele dizer sobre o tema. Peter Poppinga: Oi Paul. Vamos esclarecer. Na verdade nós já estamos fazendo isso, Você está entrando com muito mais produtos de qualidade e mais nobres. Isso já aconteceu no primeiro trimestre. O Carajás finance, que é nosso produto mais nobre, onde nós conseguimos um prêmio de US$ 8 por tonelada, aumentou. Nós estamos cada vez com mais pelotas, que nos dá uma margem melhor, porque o custo de transformação é de um pouco mais de US$ 20, e está bem abaixo da média dos prêmios de US$ 36, US$ 37. O teor de ferro das minas começa agora a aumentar muito com as minas novas que nós estamos inaugurando, os fluxos novos no sistema Sul e Sudeste. Isso é uma parte do mix de produtos que está aumentando e que vai aumentar nossa margem. Talvez a sua dúvida esteja relacionada à diferença do preço médio do Platts, da queda do Platts, da queda do preço da Vale. E o preço da Vale caiu mais do que a queda do Platts, do Iodex. Isso se deve, basicamente, às diferenças de precificações. Como o preço vinha em queda de um trimestre para o outro, mas também até dentro do trimestre você tem esse efeito de precificação provisória, e isso piora o seu resultado, mas que a tendência é isso se compensar no trimestre seguinte. Além disso, você teve, no nosso caso, como já falei, prêmios Carajás finance que subiram muito. Nossos descontos comerciais diminuíram, é meio dólar também. E por conta do mix de produtos, nós tínhamos também um dólar a mais de um trimestre para o outro. Em outras palavras, o efeito precificação teria sido pior se as condições comerciais e o efeito mix, e o efeito Carajás finance não tivesse atuado para amenizar essa queda. Nós já estamos a toda velocidade e com todo empenho, otimizando as margens desde já. Murilo Ferreira: Obrigado. Operadora: Próxima pergunta, Juan Spinetto, Bloomberg. Juan Spinetto: Boa tarde para todos. Queria saber duas questões. A primeira vimos essa semana os dados de demanda, o consumo aparente de aço na China caindo 6%. Há alguma uma estimativa de como vai finalizar o ano, estimativas semi oficiais falam de uma contração. Isso é esperado? A segunda questão é se a curva de aumento de produção que a Vale falou, durante o Vale Day ainda está válida. Se a Vale ainda considera que para 2018 vai estar produzindo 453 milhões de toneladas incluindo as compras de terceiros como foi falado. Obrigado. Murilo Ferreira: Juan, eu vou tentar aqui falar um pouco no início. Eu acho que está havendo uma confusão e é preciso deixar isso muito claro. A Vale não está pensando, definitivamente em alterar sua capacidade de produção. Atingir o nível de 450 milhões de toneladas é alguma coisa decidida, aprovada pelo conselho de administração e ponto final. Agora, otimizar margens em qualquer ano, é obrigação nossa procurar a melhor rentabilidade. Nós vamos continuar fazendo os nossos projetos, Itabiritos, quaisquer outros projetos, no sentido de ter a produção de 450 milhões. Eu acho que nós não estamos na mesma página em relação ao consumo aparente e a contração. Os dados mais recentes já indicam uma retomada diária ao nível não observado desde setembro de 2014. Você simplesmente falar que houve uma contração e assumir que essa contração vai ficar estável pelo resto do ano, é que nada de novo vai acontecer na China, sinal esse que se admitido, vai em direção contrária aos dados que nós temos. Os dados que nós temos dizem que já existe uma recuperação do consumo aparente na China. Talvez você esteja falando: “estava negativo em 6%”. Mas para virar positivo, ele tem que ficar negativo menos 4, menos 3, até atingir um número positivo. O que a gente observa é que esse número negativo já está em redução. O Peter pode ajudar um pouco mais, se for necessário, mas nós podemos ficar por aqui. Mas por favor, não entenda que nós estamos propondo redução de capacidade na Vale, e, sim, otimização de margens. Obrigado. Operadora: Próxima pergunta, Paula Pereira, Agência CMA. Paula Pereira: Boa tarde a todos. Eu fiquei com uma dúvida aqui em relação ao que a gente deve esperar de desinvestimentos da Vale. Em dezembro, no Vale Day, vocês apresentaram um potencial de US$ 5 a 10 bilhões, e que incluía um IPO de metais básicos. O Murilo acabou de comentar que deve ser em 2016. Numa apresentação que vocês disponibilizaram na CVM do Credit Suisse, a previsão de desinvestimentos para esse ano estava entre US$ 6 e 7 bilhões. Eu queria saber que número que a gente deve considerar e como seria aquela questão das emissões de ações preferenciais. Na call anterior você chegou a comentar que isso estaria próximo de acontecer. Nessa apresentação mesmo do Credit tinha uma previsão de acontecer no terceiro trimestre. Eu queria entender essas duas questões, obrigada. Murilo Ferreira: Bom, eu vou pedir para o Luciano Siani responder essa pergunta. Luciano Siani: Paula, esses US$ 5 a 10 bilhões que foram falados no Vale Day, e os US$ 6 a 7, que é uma estimativa um pouco mais precisa, e que está contido nos 5 a 10. Ele inclui os US$ 3 bilhões ou mais do que isso do deal de carvão e do project finance. Ao fazer iss, e somar US$ 1 bilhão, que nós já fizemos, estamos próximos ao limite inferior dessa faixa. Com as transações adicionais que nós comentamos ao longo das calls, a gente deve atingir esses números que a gente mencionou. Murilo Ferreira: Só os navios que é uma transação já eminente, já significa mais um valor que atingiria esses US$ 5 milhões. Luciano Siani: Exatamente. No caso das ações preferenciais são transações de emissões de ações para parceiros estratégicos ou não, em ativos que estão abaixo da holding da Vale, ativos específicos, cada investidor tem o seu interesse específico, alguns querem um tipo de ativo, outros querem outro, alguns querem infraestrutura, outros querem usinas de processamento, outros querem minas. De acordo com o interesse de cada investidor, a gente vem estudando essa possibilidade. Existem negociações bastante avançadas. Em todos esses casos nós estamos reservando à Vale o direito de recomprar essas ações no futuro e, portanto, é isso que nós esperamos ter conclusão de uma ou mais dessas transações em um futuro próximo e arrecadar recursos de uma forma bastante expressiva. Murilo Ferreira: Na ordem eu poderia dizer que nós esperamos que a venda de navios seja a próxima, seguida de ações preferenciais, depois temos as operações de project finance. As coisas estão seguindo em um ano calendário de 730 dias, ou seja, de dois anos, 2015, 2016. Você se lembra que nós sempre dizemos que os recursos seriam até a conclusão do S11D? O que seriam necessários, porque depois a própria geração de caixa da empresa será suficiente. Existe uma série de passos, não significa que se você não fez em dezembro, em janeiro não poderia ser feita. Não são os recursos que nós precisamos para fazer essa travessia em um ambiente de preços mais baixos. Obrigado. Operadora: Próxima pergunta, Lucas Verdurato, Folha de São Paulo. Lucas Verdurato: Olá, boa tarde, Sr. Murilo e diretoria. Na verdade, as perguntas que eu gostaria de fazer basicamente todas já foram mais ou menos respondidas, então eu vou dar só uma adaptadas nelas. Com relação a esse plano de desinvestimento na call de manhã o senhor disse que entrariam novos projetos, enfim, novas apostas dos senhores. Se o senhor Murilo puder me dar algum nome, algum projeto específico que não estava inicialmente previsto e que vai entrar. Essa é uma pergunta. A segunda é também parecida com a da Mariana sobre o conselho de administração da Petrobrás. O senhor já respondeu sobre a questão do conflito de interesses. Eu gostaria de perguntar o que lhe motivou a aceitar essa proposta e de que maneira o senhor acha que a Petrobrás vai sair dessa crise que ela está nesse momento. Obrigado. Murilo Ferreira: Bem, a respeito de transações que nós estamos estudando, elas ainda não foram apresentadas ao conselho de administração, portanto se inibe de fazer qualquer divulgação. Nós temos certeza, da mesma forma que foi apresentado no Vale Day, que nós temos instrumentos suficientes para fazer essa travessia de dois anos e isso que nos deixa em uma posição bastante confortável. Agora, infelizmente, eu não posso fazer o anúncio. É preciso manter a condição de respeito ao conselho de administração, e iremos manter essa posição. Com relação a Petrobrás, eu acho que nós precisamos pensar no tanto que essa situação está atrapalhando o Brasil. Nós enxergamos em um passado recente uma grande volatilidade no preço de bonds e tudo mais. Nós precisamos retomar o curso normal dos negócios, porque não é só a Petrobrás que está se prejudicando. Eu acho que a sociedade brasileira como um todo está se prejudicando. Uma grande motivação que eu tive também, em relação a isso, foi a possibilidade não de eu ser um membro do conselho da Petrobrás, mas ser parte de um time de muito respeito. Por exemplo, você viu o anúncio ontem dos nomes. O Luiz Navarro talvez seja a pessoa brasileira com mais conhecimento em compliance no exterior. Ele é uma pessoa muito conhecida fora do Brasil, que tem todo o respeito da comunidade internacional, e vai trazer um grande benefício para todos nós. Nós ficamos muito animados, muito felizes com a possibilidade de trabalhar com ele numa situação de agregar valor para a empresa. Eu poderia dizer a mesma coisa do professor Nelson Carvalho. O professor Nelson Carvalho é um homem versado em contabilidade, auditoria, governança, uma série de elementos. Esse foi o espírito na formação do conselho da Petrobrás, pegar uma pessoa muito forte em compliance, pegar uma pessoa muito forte que pudesse trazer um valor, por exemplo, em demonstrações contábeis, em governança, em auditoria. Assim como o professor Farid é uma pessoa extremamente conhecida em termos de estruturas oceânicas, tecnologias submarina, é uma pessoa com uma titulação espetacular, tanto no Brasil quanto em Londres, professor, pesquisador. Quem não tem uma honra muito grande de trabalhar com uma pessoa assim? Eu não quero ser injusto com os demais membros do conselho, mas apenas para citar aqueles que vieram a público ontem. É importantíssimo, e isso foi dito pela própria Folha de São Paulo recentemente em um artigo de despolitização da empresa e está sendo provado que em cada campo. O anúncio ontem do Roberto Castello Branco, também uma pessoa de altíssimo conhecimento macroeconômico, uma pessoa da fundação Getúlio Vargas, um ex-diretor do Banco Central, ex-colega nosso, se não me falhe a memória, por 14 anos aqui na Vale. Uma pessoa que transformou relações com investidores e relacionamento com os acionistas no Brasil. E basta você voltar ao ano 2000 e ver o que era relação com investidores no Brasil e ver depois da passagem do Roberto Castello Branco, um homem PHD em Chicago. Então por esses títulos todos, apenas para citar os que chegaram ontem ao conhecimento do público, é uma motivação muito grande. É um time que nos enche de orgulho, com a possibilidade de ter uma participação na formulação e orientação da Petrobrás muito importante. Eu quero, no entanto, salientar um ponto que eu gostaria que ficasse claro. O chairman e CEO ao contrário do que existe em muitas corporações nos Estados Unidos, aqui no Brasil ele tem um posicionamento diferente, eles não andam juntos. Nos Estados Unidos você vê em quase todas as solenidades os dois andando juntos. Aqui no Brasil você firma diretrizes, você discute os assuntos, o plano de negócios e você não tem o trabalho, o dia inteiro é totalmente comprometido. A posição de presidente do conselho eu tive diversos aqui na Vale e todos eles tiveram uma participação importante, mas eles não têm dedicação integral à empresa. O presidente da empresa é o Bendine, ele recebeu o cargo com essa missão como presidente, conforme prevê o estatuto, assim como o conselho de administração que iniciará suas atividades recebe com as definições do estatuto da empresa. Muito obrigado. Operadora: Próxima pergunta, Stephen Eisenhammer, Reuters. Stephen Eisenhammer: Boa tarde a todos. Muito obrigado pela pergunta. Gostaria de perguntar sobre desinvestimentos um pouco. Gostaria de saber se a Vale está ainda tentando vender seus ativos de carvão na Austrália. E também sobre IPO níquel se isso é um pouco difícil, se existe a possibilidade de vender esses ativos de uma outra maneira, de um fundo individual, algo assim. Muito obrigado. Murilo Ferreira: Bem, nós não vamos comentar nenhuma transação dos ativos de carvão. Sobre o IPO, nós estamos trabalhando para ter tudo pronto, mas isso não significa que nós vamos realizar esse IPO. Se caso o propósito dele não é fonte de recurso, o propósito dele é destravar valor, porque nós achamos que ele não tem o reconhecimento da importância no preço das ações da Vale. A importância do negócio é muito grande. Vocês estão vendo um crescimento constante, trimestre a trimestre, do Ebitda do base metals, e nós queremos ter a transação de tal forma estabelecida, que se for tomada a decisão a gente possa destravar valor. É muito importante dizer também que empresas de grande porte, como a Alcan, Inco, Falcon Bridge, as maiores mineradoras que estão no Canadá, elas deixaram de ser empresas listadas na bolsa de valor de Toronto. Isso cria uma grande ansiedade, da poupança destinada a negócios no mercado acionário, desejando você ter empresas de primeira linha e de alto valor de mercado. Eu acredito que se a Vale base metals for a mercado ela tende a ser a maior mineradora listada na bolsa de Toronto. Essa é uma transação que traz motivação para o mercado onde a gente tem a maior parte dos nossos ativos. Agora se isso vai ser feito através de um IPO, se isso vai ser feito de outra maneira, depende das condições da ocasião. Para nós, o importante é ter a transação toda em condições de ser levada à frente para destravar valor num momento oportuno. Obrigado. Operadora: Próxima pergunta, Felipe Terroni, Steel First. Felipe Terroni: Boa tarde. A gente acompanha aqui que muitas siderúrgicas japonesas têm investido em capacidade própria de minério em vários países. Essas capacidades ainda vão entrar em operação nos próximos anos? A Vale tem enxergado como isso? Isso pode deixar o mercado mais acirrado ainda para as mineradoras? E vocês tem visto alguma resistência em mineradoras de alto custo em sair do mercado? Obrigado. Murilo Ferreira: Eu acho que essa situação é uma fotografia de alguns anos atrás. Quando o preço de minério estava em outro patamar, muito mais alto, houve um interesse generalizado para entrar no negócio de mineração. Agora as pessoas estão vendo que existem ciclos de alto e ciclos de baixa, como tudo na economia. O que a gente está vendo é exatamente o contrário, é a desmotivação e a saída de muitas empresas que estavam dedicadas a outros negócios e que resolveram entrar na mineração. A gente encara isso com a maior naturalidade, alguns que já foram nossos clientes e depois verticalizaram e outros que já estão retornando, até por ter necessidades de investimentos, de capital de giro, não querem ficar aplicados em minas e querem se dedicar ao seu negócio principal. Obrigado. Operadora: Próxima pergunta, José Guerra, Platts. José Guerra: Alô, boa tarde a todos primeiro. Primeiro eu gostaria de saber com qual nível de preço para o minério de ferro a Vale está trabalhando para esse ano, 2015. E a partir de que nível de preço se pensaria em ajustes na produção? E gostaria que vocês comentassem um pouco também sobre o prêmio para pelotas de 65%. Murilo Ferreira: Bem, nós fazemos simulações de preços aqui permanentemente para ver o impacto no fluxo de caixa. Nós não tentamos adivinhar qual o preço que nós teremos nos próximos meses. Isso é nossa obrigação fazer para diversos efeitos nos nossos negócios. Trabalhamos com diversos cenários. E, de novo, nós não estamos discutindo paralisações, nós estamos discutindo margens mais oportunas para a empresa. Mas, o Peter pode falar um pouco sobre isso, assim como o prêmio de Pelotas, a questão principal aí. Peter Poppinga: Sim, José Guerra, então com relação a que preço vai ser o gatilho para nós ajustarmos nossos fluxos de produção, eu realmente, não temos essa resposta agora. Nós estamos analisando, é como nós falamos, até US$ 30 milhões. Nós poderíamos facilmente desligar, temporariamente, sem reduzir a capacidade. É o que a gente chama em inglês de carry it maintenance. Quanto a pelota, nós produzimos um terço de redução direta e dois terços de pelotas de alto forno. O nível de produção esse ano vai ser 49 milhões e o prêmio dessa pelota em relação, digamos assim, aos finos, ele está em torno de US$ 32, US$ 33 no alto forno e US$ 40, US$41, US$ 42 dólares em relação a redução direta. Portanto, um prêmio de US$ 10 entre um segmento e outro. Esse é um mercado crescente e certamente é um dos diferenciais competitivos que a Vale tem em relação a outros concorrentes, pois além da margem que nos temos nos finos, nos pellet feed, nós temos uma boa margem quando você tem o prêmio e o custo de transformação no caso, que é um pouco mais de US$ 20 está bem abaixo do prêmio que a gente recebe dessas pelotas. Obrigado. Operadora: Próxima pergunta, Fernanda Guimarães, Agência Estado. Fernanda Guimarães: Obrigada pela nova pergunta. Eu queria perguntar para o Siani como a Vale está vendo nesse momento a manutenção no grau de investimento, porque a gente teve algumas agências comentando sobre o rating da Vale. Queria saber qual o posicionamento da empresa nesse momento? Luciano Siani: Fernanda, há alguns notes do grau de investimento. Existe um reconhecimento das agências de rating de que nós temos a competitividade e as alternativas, a resiliência para navegar esses dois anos até a conclusão do projeto S11D. Existe também o reconhecimento de que a partir de 2017 os fluxos de caixa e a desalavancagem da companhia são algo que vão acontecer naturalmente. Nós vemos com tranquilidade a manutenção do grau de investimento, a partir do feedback que temos recebido das agências de rating. Operadora: Próxima pergunta, Glauce Cavalcanti, O Globo. Glauce Cavalcanti: Oi, boa tarde, Murilo e demais diretores. O Murilo frisou muito que não há recuo de capacidade, e essa otimização de margens e ajustes está muito ligada ao movimento do mercado internacional. Num outro momento, vocês também foram muito firmes em dizer, como o Murilo acabou de comentar, que muitas empresas estão saindo do setor, e deixando a produção. Mas também por comentários de vocês e de outros especialistas do setor, parece que essa saída das pessoas, de empresas do mercado, está sendo mais lenta do que o esperado. E eu queria entender um pouco se esse freio numa oferta mais lenta do que se esperava, influência nessa gestão maior das margens, nessa manobra aí que vocês já estão avaliando como vai ser feita. Queria também voltar à questão da Petrobrás. O senhor acabou de afirmar também que cuidar de uma grande empresa existe uma imensa dedicação, no caso do Bandine, da Petrobrás, e imagino que igualmente no seu caso para a Vale. Depois de um resultado como esse, de tudo que vocês estão apresentando hoje. Eu queria saber, se essa imensa dedicação, no seu caso para a Vale, para desdobramento de controle de margem, reverter prejuízo tudo isso, se isso impacta de alguma forma a sua atuação no conselho da Petrobrás, ou é possível acumular essas duas funções sem que haja uma sobrecarga, obrigada. Murilo Ferreira: Bem, sobrecarga, essa é o título da minha vida. Eu sou presidente da Vale, mas também eu pertenço ao Wisemen Group, que são os cinco empresários japoneses e brasileiros, eu pertenço a Câmara de Comércio Brasil Japão, sou chairman da Câmara dos BRICs, Câmara de Comércio Brasil Estados Unidos, sou board member do CEO do MIT, Universidade Americana. Eu acho que a minha agenda já é uma agenda muito carregada e você tem toda razão em relação a isso. Agora as pessoas acharam que, não a minha contribuição, mas a contribuição de um colegiado de personalidades, onde eu sem dúvida sou a que tem menos brilho, perante o currículo de cada uma delas, um currículo tão bonito. Nós vamos poder fazer alguma coisa nesse mandato para ajudar a Petrobrás a encontrar um futuro melhor sobre o ponto de vista corporativo já que a base de ativos da empresa é uma base de ativos internacionalmente bem reconhecida. Existe esse ponto. Eu vou praticamente sacrificar algumas horas adicionais que eu tenho de lazer em beneficio desse desafio, mas não é um desafio isolado. Quem me conhece aqui na Vale sabe o respeito que eu tenho por toda minha diretoria executiva. Não é o Murilo que está à frente da diretoria executiva, é o Luciano Siani, é o Peter Poppinga, Humberto Freitas, Roger Downey, Jennifer Maki, o Galib Chaim, a Vania Somavilla, o Clovis Torres, responsável por todo assunto jurídico. Eu não sei trabalhar como estrela de lugar nenhum, eu sei trabalhar como equipe. Eu tenho absoluta convicção que isso vai se dar no conselho da Petrobrás. Eu vi você falar, “resultado como esse” eu realmente gostaria de discordar dessa forma depreciativa que você usou para o resultado, porque definitivamente eu não acho que o resultado que nós apresentamos, de novo, se tem uma perda, a perda monetária, é uma perda para nós exportadores que tomam dívida em dólar, é uma perda bem-vinda. Se essa perda, por exemplo, fosse deferida por nove anos, que é o prazo médio da nossa dívida, nós não teríamos perda. Seria um sinal bem diferente. É um critério contábil dessas perdas monetárias, que é adotado e que nós temos muito respeito pelo critério. Mas se eu fosse, por exemplo, uma pessoa no âmbito, eu pediria para fazer ajustes, a chamada hedge account. Eu acho que é um instrumento que você poderia fazer essa verificação e não correria. Eu acho importantíssimo, e eu faço isso em beneficio da turma que trabalha comigo, não só o meu time par, da diretoria executiva, mas todas as pessoas envolvidas, você fazer uma redução de custos, do porte que foi feito nessa empresa nesses três primeiros meses do ano, eu gostaria de saber, e eu não estou só me referindo ao negócio de minério de ferro, o negócio de carvão que é um negócio que está numa situação de preço muito mais negativa do que o minério de ferro. O esforço de redução de custos, eu ainda ontem na reunião do conselho da Vale, eu louvei quando chegou o diretor de carvão, eu parabenizei ele, e olha que foi um resultado negativo, pelo esforço que tem sido feito pela redução de custos. O base metals nem se fala, show de bola, o fertilizantes eu já falei hoje na conversa com os investidores. Acho que num ambiente hostil de preços, como nós estamos navegando, e lembrando que há épocas de preços exuberantes, épocas com preços deprimidos, o trabalho que essa equipe tem feito, e a geração de caixa, você poder gerar US$ 1.600 milhões de Ebitda no trimestre, poucas empresas podem fazê-lo. Eu acho que o resultado, diferentemente da sua afirmação, resultado que enche de orgulho os passos que foram dados aqui nesse processo. Agora, em relação ao primeiro ponto que você disse, eu queria lembrar conferências com a imprensa que eu fiz o ano passado. Quando me perguntavam quando que eu esperava que começasse fechamento de minas ou redução de capacidade de minas, eu disse e agora vou qualificar até com um nome. O nosso negócio é diferente das Casas Bahia. As Casas Bahia ajustam o estoque dela para o mês que vem. Uma mina fica pronta em oito anos, depois de anos e anos para ser implantada. Você não faz uma decisão dessa, e o preço caiu praticamente nos últimos quatro meses do ano passado de uma forma acelerada, e ninguém vai lá e fecha a mina, os custos de fechamento de mina são altamente intensivos. As decisões não são tomadas com grau de precipitação antes de uma análise muito longa, mas o que nós observamos, por exemplo, na China, é uma aceleração desse fechamento de minas em um passado recente. Eu tenho feito trabalhos aqui com a minha equipe, e eu acredito inclusive que o processo de fechamento de minas neste ano de 2015, o qual nós temos apenas quatro meses, já foi muito superior ao que eu poderia esperar e lembro das outras entrevistas retomando o mesmo ponto. Nas outras entrevistas eu dizia, para mim o ponto que nós vamos ver o resultado de muito fechamento seria a partir do segundo trimestre de 2015, portanto, exatamente a partir de agora. Acho que as decisões são tomadas com todo cuidado, afinal é uma indústria de capital intensivo. Muito obrigado, Glauce. Operadora: Próxima pergunta, Mariana Durão, Agência Estado. Mariana Durão: Oi gente, boa tarde de novo. Eu queria saber um pouquinho, sobre essa questão da CSP, foi anunciado hoje esse financiamento do BNDES. Eu só queria confirmar o seguinte, a previsão era que os sócios coreanos comprassem 80% dessa produção, da CSP. Eu queria saber se o restante será consumido pela Vale e para onde vai ser encaminhada essa produção? E a minha outra pergunta, eu queria saber se houve algumas notícias sobre possíveis demissões. Eu queria saber como é que está essa perspectiva, se já houve algum corte, ou se haverá. Obrigada. Murilo Ferreira: Mariana, sobre a CSP, eu não estou me lembrando mais dos percentuais de comercialização que estão estabelecidos em um acordo de acionistas assinado pela Vale, pela Cosco e pela Dongkuk. Eu pediria a você depois que contatasse a Mônica Ferreira, ela pode te dar isso em detalhes, mas vai ser seguido aquilo que está assinado no acordo de acionistas. Nós pretendemos ao final desse ano, ter o mesmo número de empregados que nós tínhamos no ano passado. Evidentemente como hoje nós levamos à frente um número menor de projetos, existe uma desmobilização mais intensa em projetos. Por outro lado nós vamos ficar com alguns projetos como Itabiritos e o próprio S11D já entrando numa fase de treinamento pessoal, que levará a contratação de pessoas. É esse o universo que nós estamos trabalhando. Também existe no sentido de uma maior eficiência, a transferência de pessoas das grandes capitais para perto das minas. Existe um, vamos dizer assim, é quase um clamor dos funcionários, que é um grande contingente, para que algumas tarefas do corporativo estejam próximas das suas operações. Porque as pessoas falam, ah, mas é tão longe o Rio de Janeiro, a gente está aqui no Pará, a gente está aqui no Maranhão, nós estamos no Mato Grosso do Sul, a gente precisava ter uma assistência mais local em alguns assuntos. Nós entendemos essa solicitação, essa procura de maior eficiência dos nossos colegas, no sentido de ter as pessoas mais próximas. Mas repito, a previsão que eu tenho mais atualizada, é que nós vamos terminar o ano com o mesmo número de empregados que nós tínhamos no começo do ano. Eu agradeço a presença de vocês, as perguntas que foram feitas, e estaremos aí disponíveis em outras oportunidades. Muito obrigado. Operadora: A teleconferência de imprensa da Vale está encerrada, agradecemos a participação de todos, e tenham um boa tarde. Obrigada.
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