Estudo Comparativo entre Aços Laminados a Quente Microligados
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Estudo Comparativo entre Aços Laminados a Quente Microligados
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ – UFC CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA METALÚRGICA E MATERIAIS CURSO DE ENGENHARIA METALÚRGICA MÁRCIO LOBO ROCHA LIMA ESTUDO COMPARATIVO ENTRE AÇOS LAMINADOS A QUENTE MICROLIGADOS COM VANÁDIO, NIÓBIO E TITÂNIO. FORTALEZA 2013 MÁRCIO LÔBO ROCHA LIMA ESTUDO COMPARATIVO ENTRE AÇOS LAMINADOS A QUENTE MICROLIGADOS COM VANÁDIO, NIÓBIO E TITÂNIO. Monografia submetida à coordenação do Curso de Engenharia Metalúrgica, da Universidade Federal do Ceará, como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Metalúrgica. Orientador: Prof. Dr. Hamilton Ferreira Gomes de Abreu. Fortaleza 2013 MÁRCIO LÔBO ROCHA LIMA ESTUDO COMPARATIVO ENTRE AÇOS LAMINADOS A QUENTE MICROLIGADOS COM VANÁDIO, NIÓBIO E TITÂNIO. Monografia submetida à coordenação do Curso de Engenharia Metalúrgica, da Universidade Federal do Ceará, como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Metalúrgica. Orientador: Prof. Dr. Hamilton Ferreira Gomes de Abreu. Aprovada em ___/___/____ BANCA EXAMINADORA ________________________________________________ Prof. Dr. Hamilton Ferreira Gomes de Abreu (Orientador). Universidade Federal do Ceará ________________________________________________ Prof. Dr. Marcelo José Gomes da Silva Universidade Federal do Ceará ________________________________________________ Prof. Dr. Jeferson Leandro Klug Universidade Federal do Ceará Fortaleza 2013 “Nenhum obstáculo é grande demais quando confiamos em DEUS.” Aristóteles DEDICATÓRIA Dedico este trabalho à minha namorada e futura esposa Larisse, que me apoiou e incentivou, compreendendo as minhas renúncias e dificuldades para a realização deste trabalho. Aos meus pais Heyder e Tânia e aos meus avós maternos Valdir e Maria Cordeiro, pelos seus ensinamentos, conselhos, apoio e incentivo em todos os momentos de minha vida, sendo eles, os meus primeiros e grandes mestres. Aos meus irmãos e amigos por seu eterno companheirismo e motivação. A todos os professores do curso pelo vasto conhecimento transmitido e por ajudarem a tornar a faculdade o meu segundo lar. AGRADECIMENTOS Essa é com certeza a parte mais importante de qualquer obra. Agradecer aos responsáveis por possibilitar a sua criação. Primeiramente a Deus, pelo dom da vida, da sabedoria, da perseverança e do amor: sem Ele nada seria possível. Ao apoio, carinho, compreensão, incentivo e dedicação dos meus pais e pilares da minha vida (Tânia e Heyder) que não pouparam esforços, tempo e recursos para me fazer chegar onde estou. Aos meus irmãos Marcelo e Mayara, pela paciência e por sempre estarem ao meu lado. A minha namorada e companheira de todas as horas Larisse Macêdo de Almeida, a razão de todos os meus esforços e por acreditar fielmente na conclusão deste trabalho. Agradeço também, por seu apoio incondicional, incentivo, paciência e compreensão em todos os momentos difíceis e de ausência e por estar ao meu lado sempre. Ao Prof. Dr. Hamilton Ferreira Gomes de Abreu pelos conhecimentos transmitidos, paciência, amizade e orientação ao longo desta caminhada tão árdua. Ao amigo e Prof. Dr. Alex Maia do Nascimento, por confiar em mim quando outras pessoas não o fizeram. Por todo o ingresso no LAPS, oportunidade de estágio na USIBA e participação em um projeto tão grandioso. Sem suas diretrizes, amizade e palavras de confiança seria impossível obter tantas conquistas nesta árdua jornada. A todos os Professores do DEMM em especial aos Professores Elineudo Pinho de Moura, Francisco Marcondes, Lindberg Lima Gonçalves, Marcelo Ferreira Motta, Marcelo José Gomes da Silva, Vicente Walmick Almeida Viera e Walney Silva Araújo, por compartilharem parte dos seus conhecimentos adquiridos, contribuindo diretamente na minha formação acadêmica e pela dedicação na construção e fortalecimento do curso de Engenharia Metalúrgica. Aos Laboratórios LAPS e LACAM por disponibilizarem toda infraestrutura, equipamentos e insumos necessários para realização deste trabalho. A toda equipe do Departamento da Qualidade da Gerdau Usiba, em especial aos amigos Raimundo Leite, Eliel Alves, Thiago Alves, Sandro Gonçalves e Pedro Magalhães pela oportunidade do estágio na empresa e por me ajudarem na coleta dos dados para o referido trabalho. Ao amigo e secretário do Departamento de Engenharia Metalúrgica, Francisco José de Souza Júnior, por toda paciência e ajuda nos momentos de necessidade durante a graduação. RESUMO O desenvolvimento dos aços microligados estimulou o estudo das relações entre microestruturas e propriedades, proporcionando a produção de uma vasta gama de aços estruturais de alta resistência, que substituíram os aços estruturais convencionais. A otimização microestrutural pode trazer ganhos significativos nas propriedades mecânicas do aço microligado, de modo a permitir projetos com redução expressiva do peso, e consequentemente, redução de custos. Este trabalho tem como objetivo estudar a influência da microestrutura nas propriedades físicas e mecânicas de cinco grupos de aços microligados com vanádio, nióbio e titânio, laminados a quente. Foram realizados ensaios de tração e dureza Vickers para verificação de parâmetros de resistência mecânica (limite de escoamento e limite de resistência à tração), ductilidade (alongamento total) e dureza (HV). Para quantificar a microestrutura, os meio utilizados neste trabalho foram: tamanho do grão ASTM e quantificação das fases presentes nos aços microligados em análise. O aço microligado do grupo D (0,07%Ti) obteve valores de propriedades mecânicas (LE, LR e Dureza) mais significativos, sem perder ductilidade (% Alongamento). Palavras chaves: Propriedades Mecânicas, Aço Microligado, Microestrutura, Tamanho de Grão ABSTRACT The development of microalloyed steels stimulated the study of the relationship between microstructure and properties, providing the production of a wide range of structural high-strength steels, which have replaced conventional structural steels. Microstructural optimization can bring significant gains in mechanical properties of microalloyed steel, to allow projects with significant weight reduction and consequently reduce costs. This work aims to study the influence of microstructure on the physical and mechanical properties of five groups of microalloyed steels with vanadium, niobium and titanium, hot rolled. Tensile tests and Vickers hardness were performed for checking mechanical strength (yield strength and tensile strength), ductility (total elongation) and hardness (HV). To quantify the microstructure, the medium used in this work were: ASTM grain size and quantification of the phases present in microalloyed steels under consideration. The microalloyed steel group D (0.07% Ti) obtained values of the most significant mechanical properties (YS, TS and hardness) without losing ductility (% elongation). Key Words: Mechanical Properties, Microalloyed Steel, Microstructural, Grain Size. LISTA DE FIGURAS Figura 1. O movimento de uma discordância na medida em que ela encontra um contorno de grão, ilustrando como o contorno atua como uma barreira à continuação do escorregamento. Os planos são descontínuos e mudam de direção ao atravessar o contorno.......................................16 Figura 2. Relação entre tamanho de grão e limite de escoamento para aços microligados ao Nb.....................................................................................................................................................17 Figura 3. Desenho esquemático de solução sólida substitucional (a) e intersticial (b)..................18 Figura 4. Variação do Limite de Escoamento em função do teor de níquel para ligas cobre-níquel, mostrando o aumento da resistência...............................................................................................18 Figura 5. Efeito dos elementos-liga em aços ARBL ferríticos-perlíticos no aumento do Limite de Escoamento pelo mecanismo de endurecimento por solução sólida..............................................19 Figura 6. Representação esquemática para precipitados (a) coerentes (b) incoerentes...............21 Figura 7. Mecanismos de Endurecimento e Limite de Escoamento do aço microligado dependendo do % de Nb, V, Ti adicionado......................................................................................23 Figura 8. Espontaneidade de precipitação de nitretos e carbonetos de Nb, V e Ti no campo austenítico........................................................................................................................................25 Figura 9. Produto de Solubilidade de Componentes de Titânio......................................................24 Figura 10. Inclusões de carbonitreto de titânio em aço inoxidável AISI 321. Sem ataque. O aspecto poligonal e coloração dourada são típicos de nitretos e carbonitretos ricos em nitrogênio de titânio. Cortesia Villares Metals S.A. Sumaré, SP, Brasil............................................................24 Figura 11. Efeito da Temperatura de Reaquecimento e do % N e % C sobre a Solubilidade do V e Nb.....................................................................................................................................................25 Figura 12. Aumento do Limite de Escoamento devido ao Endurecimento por Precipitação em aços de 0,01% - 0,5%C (Temperatura de Encharque 1300°C)................................................................26 Figura 13. Efeito da fração volumétrica e do tamanho dos precipitados de Nb sobre o Aumento do Limite de Escoamento.....................................................................................................................................26 Figura 14. Efeito do Vanádio sobre o Limite de Escoamento de aços desenvolvidos em uma siderúrgica de grande porte.............................................................................................................27 Figura 15. (a) Influência do %V sobre o Limite de Escoamento de um aço 1045, (b) Influência do %Nb sobre o Limite de Escoamento de um aço com 0,35%C-0,3Si-1,0%Mn.................................27 Figura 16. Desenho esquemático do equipamento Stelmor...........................................................28 Figura 17. Máquina de ensaios mecânicos, marca DARTEC.........................................................29 Figura 18. Microdurômetro Shimadzu HMV-2 utilizado para a realização do ensaio de Dureza Vickers.............................................................................................................................................30 Figura 19. Ilustração do perfil de microdureza................................................................................30 Figura 20. Foto ilustrativa do Microscópio Ótico Olympus usado na produção das micrografias... Figura 21. Tela principal do software SVRNA, utilizado para quantificação de fases.....................31 Figura 22. Micrografias obtidas por microscopia óptica das amostras das barras de aço dos 5 grupos de microligados (a) Grupo A, (b) Grupo B, (c) Grupo C, (d) Grupo D e (e) Grupo E. Aumento de 1000 x, ataque Nital 3%...............................................................................................32 Figura 23. Possíveis precipitados de nitretos de titânio (TiN) na micrografia obtida por microscopia óptica da amostra da barra de aço do grupo D (0,07%Ti) - Aumento de 1000x, ataque Nital 3%..33 Figura 24. Micrografia obtida por microscopia eletrônica de varredura do precipitado de nitreto de titânio da amostra da barra de aço do grupo D. Aumento de 10000 x, ataque Nital 3 %................37 Figura 25. EDX do precipitado de nitreto de titânio da amostra da barra de aço do grupo D.........37 Figura 26. Quantificação das fases (ferrita pró-eutetóide e perlita) dos cinco grupos de aços microligados estudados...................................................................................................................38 Figura 27. Tamanho de grão ASTM dos grupos de aços microligados estudados.........................38 Figura 28. Propriedades mecânicas (Limite de Escoamento, Limite de Resistência à Tração, Alongamento e Dureza) dos grupos de aços microligados em ordem crescente de Limite de Escoamento.....................................................................................................................................39 LISTA DE TABELAS Tabela 1. Contribuição percentual dos principais mecanismos de endurecimento para aços laminados a quente..........................................................................................................................22 Tabela 2. Composições químicas, em peso, dos principais elementos dos aços microligados utilizados no presente trabalho........................................................................................................34 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................................13 2. OBJETIVO...........................................................................................................................14 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................................................................15 3.1. Aços microligados de Alta Resistência.........................................................................15 3.2. Mecanismos de aumento da resistência em metais.....................................................15 3.2.1. Aumento da resistência pela redução no tamanho de grão...........................16 3.2.2. Aumento da resistência por solução sólida....................................................18 3.2.3. Aumento da resistência por encruamento......................................................20 3.2.4. Endurecimento por precipitação/partículas de segunda fase.........................21 3.3. Efeito dos elementos microligantes nos aços................................................................22 3.4. Stelmor..........................................................................................................................27 4. MATERIAIS E MÉTODOS...................................................................................................28 4.1. Considerações iniciais...................................................................................................28 4.2. Amostras e Análise Química.........................................................................................28 4.3. Ensaios Mecânicos........................................................................................................29 4.3.1. Ensaio de Tração................................................................................................29 4.3.2. Ensaios de Dureza Vickers.................................................................................29 4.4. Análise microestrutural..................................................................................................31 4.4.1. Preparação metalográfica das amostras.............................................................31 4.4.2. Microscopia Ótica................................................................................................31 4.4.3. Metalografia Quantitativa.....................................................................................32 4.4.3.1. Tamanho de Grão........................................................................................32 4.4.3.2. Quantificação de Fases...............................................................................32 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................................34 5.1. Análise Química............................................................................................................34 5.2. Microscopia Ótica, Microscopia Eletrônica de Varredura e EDX..................................34 5.2.1. Fases Presentes.............................................................................................34 5.2.2. Nitretos de Titânio...........................................................................................36 5.2.3. Quantificação das fases.................................................................................38 5.3. Tamanho de Grão e Propriedades Mecânicas..............................................................38 6. CONCLUSÃO.......................................................................................................................41 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................42 1. INTRODUÇÃO Com o passar dos anos, a busca constante por conhecimento dos materiais, o desenvolvimento de novas ligas e a enorme gama de aplicações possíveis dos aços, fizeram com que, a indústria siderúrgica se preocupasse mais em buscar informações sobre a melhor forma de produzir aços que serão utilizados em aplicações específicas. A indústria brasileira começa a acompanhar a tendência mundial pela substituição de aços convencionais por aços microligados. Os efeitos da microadição de elementos de liga, fortes formadores de precipitados, tais como nióbio, vanádio e titânio nas propriedades mecânicas dos aços com baixo teor de carbono têm sido exaustivamente estudados nas últimas décadas. As microadições, juntamente com o controle no processo de deformação a quente, têm conduzido, a um aumento significativo da resistência mecânica destes aços sem perda da tenacidade devido à presença de microestrutura ferrítica relativamente fina nas condições de uso. Este refino de grão ocorre devido à precipitação de carbonetos, nitretos e/ou carbonitretos induzidos por deformação ou nos intervalos entre passes. Já conhecidos por sua alta resistência e tenacidade, os aços microligados dispensam tratamentos térmicos posteriores, o que reduz o tempo do processo de fabricação e os custos com energia. Como já foi dito, com a adição dos microligantes, há um incremento bastante significativo na resistência mecânica desses aços, mesmo com o teor de carbono baixo, o que é primordial para que os aços microligados apresentem boa soldabilidade. De um modo geral, estes aços proporcionam uma grande economia na estrutura, a um custo muito reduzido. Os aços microligados são especificados pela sua resistência mecânica, e não pela sua composição química. São desenvolvidos a partir dos aços de baixo carbono (como o ASTM A-36), com pequenas adições de Mn (até 2%) e outros elementos em níveis muito pequenos. Estes aços apresentam maior resistência mecânica que os aços de baixo carbono idênticos, mantendo a ductilidade e a soldabilidade, e são destinados às estruturas onde a soldagem é um requisito importante (Carbono baixo), assim como a resistência. Cada elemento adicionado apresenta uma aplicação mais adequada. O titânio, por exemplo, é indicado para o controle do tamanho de grão durante o reaquecimento. O nióbio para retardar a recristalização durante o processamento. Já o vanádio é importante para a formação da austenita - que surge no aço acima de 700ºC - e na decomposição da mesma, podendo ser usado para o endurecimento por precipitação em temperaturas mais baixas. O presente trabalho se propõe a estudar os efeitos dos mecanismos de endurecimento relacionados aos aços microligados utilizados na produção do vergalhão, considerando o efeito da composição química, tamanho de grão e microestrutura sobre o comportamento dúctil e as propriedades mecânicas dos aços em questão. 13 2. OBJETIVOS 2.1. Objetivo Geral O presente trabalho se propõe a estudar a influência da microestrutura, tamanho de grão e composição química sobre as propriedades físicas e mecânicas de cinco grupos de aços microligados com vanádio, nióbio e titânio, laminados a quente, considerando o efeito dos mecanismos de endurecimento relacionados aos aços em questão. 2.2. Objetivos Específicos a) Identificar / Quantificar as fases presentes nas microestruturas dos grupos de aços microligados; b) Calcular o tamanho de grãos dos aços estudados; c) Identificar os precipitados existentes nas microestruturas e caracterizá-los; d) Calcular / Avaliar as propriedades mecânicas dos aços microligados; e) Relacionar fases encontradas e tamanho de grão com as propriedades mecânicas; 14 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3.1. Aços microligados de Alta Resistência O termo "microligado" significa que o teor destes elementos é muito baixo e, geralmente, abaixo de 0,1% em peso. Ao contrário de elementos residuais, que geralmente são indesejáveis, os microligados são adicionados intencionalmente para melhorar/aprimorar as propriedades do aço. Além da óbvia diferença na magnitude do teor de liga entre elementos de liga e elementos microligantes, também, efeitos metalúrgicos diferentes são geralmente característica: enquanto elementos de liga, predominantemente, afetam a matriz do aço, elementos de microligantes quase sempre influenciam a microestrutura através da precipitação de uma segunda fase, além de um efeito de solução sólida [1] Os aços microligados podem ser definidos como aços carbono-manganês contendo pequenos teores de nióbio e/ou vanádio e/ou titânio (usualmente menores que 0,15% em peso, sozinho ou em combinação), que são adicionados com a finalidade de produzir refino de grão e endurecimento por precipitação, sendo estes precipitados pequenos carbonetos e/ou nitretos e/ou carbonitretos de Ti, Nb e V. Geralmente esses aços são obtidos através do processo de laminação controlada, e apesar de seu baixo teor de elementos de liga eles normalmente apresentam limite de escoamento maior que 275 MPa, e por isso são chamados de altaresistência baixa-liga (ARBL) [2]. A laminação controlada de aços microligados pode ser associada à aplicação do resfriamento acelerado, de modo a produzir alterações na microestrutura resultante, que pode ser composta por ferrita de granulação fina e perlita ou constituintes aciculares como a martensita e bainita [3] Os carbonitretos são formados em diferentes temperaturas em relação à temperatura de transformação dependendo do elemento microligante. O efeito específico de cada elemento é determinado pela solubilidade e estabilidades de seus carbonitretos [4] Os microligados têm sido amplamente usados na construção de prédios, pontes, oleodutos e plataformas marítimas, bem como na engenharia de modo geral. São encontrados na forma de chapas grossas ou finas, perfis laminados e tubulações, podendo também estar na forma de produtos forjados, entre outras [4]. 3.2. Mecanismos de aumento da resistência em metais A deformação plástica dos aços se dá através da criação / movimentação das discordâncias. Todo obstáculo para movimentação ou criação destas leva a um endurecimento do material. Assim sendo, as técnicas de endurecimento dos aços contam com o princípio de que 15 quanto maior forem as restrições ao movimento das discordâncias, maior será a resistência mecânica do aço [5]. Uma das grandes dificuldades na obtenção de ligas de elevada resistência mecânica está no fato de que frequentemente a ductilidade e tenacidade são reduzidas quando uma liga sofre endurecimento. Por este motivo, os aços convencionais de maior resistência não são aptos para sofrerem grandes conformações. O desenvolvimento de novos tipos de aço está, geralmente relacionado, ao ganho em resistência mecânica, aliado à maior capacidade de conformação e absorção de impactos. Um breve relato sobre os principais mecanismos de endurecimento nestes aços (redução do tamanho de grão, solução sólida, encruamento e precipitação/partículas de segunda fase) será descrito abaixo: 3.2.1. Aumento da resistência pela redução no tamanho de grão Em um metal policristalino, o tamanho dos grãos (diâmetro médio dos grãos) exerce influência sobre as propriedades mecânicas. Grãos adjacentes possuem diferentes orientações cristalinas e um contorno de grão comum, como está indicado na Figura 1. Durante a deformação plástica, o escorregamento ou movimento das discordâncias deve ocorrer através desse contorno comum – digamos do grão A para o B na Figura 1. Os contornos de grão atuam como uma barreira ao movimento das discordâncias por duas razões [6]: 1) Como os grãos possuem orientações diferentes, uma discordância que se movimenta do grão A para B, deve mudar sua direção de movimento; e isso, é mais difícil quanto maior for a diferença entre orientação entre os grãos. 2) A desordem atômica na região de um contorno de grão resulta em uma descontinuidade no plano de escorregamento de um grão para outro. Figura 1. O movimento de uma discordância na medida em que ela encontra um contorno de grão, ilustrando como o contorno atua como uma barreira à continuação do escorregamento. Os planos são descontínuos e mudam de direção ao atravessar o contorno [6]. 16 Quanto menor for o tamanho de grão, maior será a área de contornos de grão no interior do metal. Esta maior concentração dos contornos de grão dificulta a movimentação das discordâncias devido a ser esta uma área de maior desorientação cristalina encontrada. É importante mencionar que: as discordâncias não ultrapassam contornos de grão de alto ângulo, mas, a tensão gerada no plano de escorregamento de um grão pode ativar fontes de novas discordâncias em outros grãos. Materiais com grãos finos são mais resistentes e duros que materiais com grãos grosseiros porque sua área de contornos de grão é maior e assim dificulta a movimentação de discordâncias [6]. Para muito materiais, a tensão limite de escoamento σ1 varia de acordo com o tamanho de grão, conforme a seguinte relação, denominada de Equação de Hall-Petch [6]: σ1 = σo + kl .d (- 1/2) (Equação 1) Onde, d é o diâmetro médio do grão, enquanto σo e kl são constantes para cada material específico. Também pode ser mencionado que a redução do tamanho de grão não melhora apenas a resistência, mas também a tenacidade de muitas ligas, por conta disso, é um dos parâmetros de endurecimento mais estudados [7]. Outros mecanismos de aumento da resistência mecânica, como por exemplo, o encruamento, o endurecimento por solução sólida e o endurecimento por precipitação na ferrita, têm efeito prejudicial para a tenacidade [2,8]. Conforme a equação empírica de Hall e Petch, na Figura 2, Goodman [9] mostra o efeito do tamanho de grão ferrítico no limite de escoamento de aços microligados com diferentes teores de nióbio. Figura 2. Relação entre tamanho de grão e limite de escoamento para aços microligados ao Nb [9] 17 3.2.2. Aumento da resistência por solução sólida Outra técnica utilizada para aumentar a resistência e endurecer metais é a formação de ligas com átomos e impurezas que se colocam ou como uma solução sólida substitucional ou como uma solução sólida intersticial. Nesse sentido, esse mecanismo é chamado de aumento da resistência por solução sólida. No primeiro tipo, um átomo do soluto ocupa um lugar, na rede cristalina, em substituição a um átomo do solvente, ver Figura 3 (a). No segundo tipo mencionado, o átomo do soluto ocupa um dos interstícios existentes entre os átomos do solvente, ver Figura 3 (b). Em ambos os casos, devido a diferença de tamanho aparente dos átomos, ocorrerão distorções elásticas na rede do solvente, elevando a resistência mecânica do aço [5]. Figura 3. Desenho esquemático de solução sólida substitucional (a) e intersticial (b) [5]. Os metais com pureza elevada são quase sempre mais deformáveis e menos resistentes do que as ligas compostas pelo mesmo metal-base. O aumento da concentração de impurezas resulta em um aumento no limite de escoamento, como está indicado na Figura 4 [6]. Figura 4. Variação do Limite de Escoamento em função do teor de níquel para ligas cobre-níquel, mostrando o aumento da resistência [6]. 18 As ligas são mais resistentes do que os metais puros, porque os átomos de impurezas colocados em solução sólida normalmente impõem deformações da rede cristalina entre as discordâncias e esses átomos de impurezas e, consequentemente, o movimento das discordâncias é restringido [6]. A solubilidade das soluções sólidas está também ligada ao tamanho dos átomos do soluto, em relação ao solvente. De acordo com os estudos de Hume-Rothery, a solubilidade sólida substitucional extensa somente ocorrerá se os átomos do soluto e solvente não se diferirem por mais de 15%. Quanto maior esta diferença, maior o efeito de aumento de resistência mecânica [10]. Já para a solução sólida intersticial, o átomo do soluto não poderá possuir o tamanho aparente maior do que 59% do átomo do solvente [11]. Apesar do efeito de solução sólida substitucional na resistência mecânica ser geralmente pequeno, conforme dito anteriormente, os solutos intersticiais possuem solubilidade limitada. Vários elementos como, por exemplo, alumínio (Al), molibdênio (Mo), silício (Si), manganês (Mn), níquel (Ni), cobre (Cu) formam soluções sólidas substitucionais na ferrita e na austenita. Entretanto, a contribuição dos átomos solutos substitucionais para o aumento da resistência mecânica é desprezível quando consideramos outros mecanismos como o refino de grão e fases dispersas na matriz. Para o desenvolvimento de aços com Alto Limite de Escoamento é importante se conhecer a influência de cada elemento presente na composição química do aço. Isso possibilita uma otimização da composição química do aço. A Figura 5 mostra de forma simplificada, a influência de alguns elementos sobre o Limite de Escoamento. Percebe-se que as soluções sólidas intersticiais (C, N e P) apresentam uma maior contribuição ao limite de escoamento quando comparado às soluções sólidas substitucionais. Inclusive alguns elementos substitucionais contribuem negativamente ao aumento de resistência dos aços ferríticos-perlíticos. Figura 5. Efeito dos elementos-liga em aços ARBL ferríticos-perlíticos no aumento do Limite de Escoamento pelo mecanismo de endurecimento por solução sólida [7]. 19 Os elementos que ocupam posições intersticiais na rede de ferro promovem um efeito endurecedor mais intenso que o efeito promovido pelos solutos substitucionais. Este maior efeito provocado pelos solutos intersticiais pode ser justificado pelo fato destes provocarem distorções mais assimétricas na rede cristalina [7]. A interação entre os átomos de soluto e as discordâncias forma um campo de tensões ao redor destas. Este efeito é conhecido como atmosfera de Cotrell. Uma discordância circundada por uma atmosfera de átomos de soluto não pode deslizar facilmente em temperaturas onde a difusão é lenta e somente uma forma mais elevada é capaz de “quebrar” esta ligação entre a discordância e sua atmosfera. Após a “quebra” desta ligação, as discordâncias voltam a se movimentar mais facilmente. Apenas uma pequena concentração de elementos intersticiais é necessária para bloquear as discordâncias [12]. Um aspecto que diferencia o aumento de resistência no aço é o papel das soluções sólidas intersticiais carbono (C) e nitrogênio (N), pois, estes elementos são vitais na interação com as discordâncias e na combinação preferencial com elementos-liga usados nos aços [12, 13]. As soluções sólidas aumenta o limite de escoamento do material, entretanto ambas, substitucionais e intersticiais, com exceção do Ni, são prejudiciais a tenacidade do aço, especialmente os solutos intersticiais [12]. 3.2.3. Aumento da resistência por encruamento O endurecimento por encruamento é um processo de endurecimento, no qual um metal dúctil torna-se mais resistente e duro na medida em que é deformado plasticamente. Muitas vezes este tipo de endurecimento é chamado endurecimento a frio ("cold hardening"), pelo fato de a temperatura em que a deformação é efetuada ser “fria” em relação à temperatura absoluta de fusão do metal. Para que ocorra o escoamento, é necessária a existência de discordâncias livres. Com o início da deformação plástica ou trabalho a frio, tem-se a movimentação e criação destas. Quando a densidade de discordâncias aumenta (a distância média de separação entre as discordâncias diminui – as discordâncias ficam posicionadas mais próximas umas das outras) de forma que uma se interaja com outra, as próprias se tornam obstáculos para o seu movimento. Dessa forma, a tensão imposta, necessária para deformar um metal, aumenta com o aumento do trabalho a frio. Algumas vezes é conveniente expressar o grau de deformação plástica como uma porcentagem de trabalho a frio, em vez de como uma deformação. A porcentagem de trabalho a frio é definida como [6]: 20 (Equação 2) Onde A0 é a área original da seção transversal sob deformação e A d é a área após a deformação. O mecanismo de endurecimento por encruamento é importante e expressivo, porém acarreta negativamente na perca de ductilidade do aço [6]. 3.2.4. Endurecimento por precipitação/partículas de segunda fase Para a ocorrência do endurecimento por precipitação é necessário que a segunda fase seja solúvel em temperatura elevada, mas que diminua sua solubilidade com o decréscimo da temperatura. Os precipitados são obstáculos para a movimentação das discordâncias, para ocorrência de deformação plástica em um metal que possui finos precipitados, a deslocação deverá se movimentar entre tais precipitados ou passar por eles. Desta forma, torna-se necessário um aumento de tensão para que ocorra o movimento da deslocação [5]. O endurecimento por precipitação aumenta consideravelmente o limite de escoamento do aço e este acréscimo dependerá do tamanho, forma, fração volumétrica, distribuição e coerência das partículas [8]. Um exemplo claro disso é o favorecimento do refino de grão ferrítico pela precipitação de carbonitretos durante o processamento termomecânico industrial. São esperados aumentos significativos de resistência mecânica com a formação de carbonitretos de V, Nb e Ti durante ou após a transformação da austenita para ferrita. A Figura 6 (a) e (b) exemplificam esquematicamente a presença de precipitados coerentes e incoerentes com a matriz. Figura 6. Representação esquemática para precipitados (a) coerentes (b) incoerentes. 21 Os precipitados coerentes com a matriz causam distorção na rede cristalina, associando aos precipitados, a presença de campos de tensões, responsáveis pela interação entre discordâncias e precipitados. 3.3. Efeito dos elementos microligantes nos aços O papel dos microligantes (Ti, Nb e V) na composição química dos aços microligados é de contribuir com dois mecanismos de endurecimento: refino de grão e endurecimento por precipitação. Em associação com o endurecimento por solução sólida devido às adições de P, Si, Mn [14]. Hajduk (2007) apresenta a porcentagem da contribuição dos principais mecanismos de endurecimento para aços laminados a quente (Tabela 1) [15]. Tabela 1. Contribuição percentual dos principais mecanismos de endurecimento para aços laminados a quente [15]. Mecanismo de Endurecimento Contribuição Endurecimento por Precipitação 32 % Refino do Tamanho de Grão 41 % Perlita 4% Solução Sólida 8% Matriz 15 % Durante o processamento termomecânico dos aços microligados, carbonitretos finos (tamanho < 10 nm) podem se formar na austenita no decorrer da laminação a quente, sobre a interface de transformação γ → α (precipitação interfásica) e/ou na ferrita durante o resfriamento final do aço. Após o primeiro grande congresso internacional sobre o assunto, em 1975 (Microalloying’75), ficou praticamente estabelecido na literatura que estes modos de precipitação agem de maneira diferente sobre os principais mecanismos que controlam as propriedades mecânicas: a precipitação na austenita seria responsável pelo refino de grão ferrítico, enquanto que a precipitação na ferrita, pelo mecanismo de endurecimento por precipitação, especialmente no caso de aços com elevados teores Ti [16] e processamento de laminação para tiras a quente [17]. A Figura 7 mostra a participação dos mecanismos de endurecimento de um aço microligado ao Nb, Ti ou V. Pode-se observar que nos aços microligados ao Nb, o endurecimento por precipitação é praticamente inexistente devido à sua solubilidade limitada na austenita. O refino de grão é o principal mecanismo de endurecimento nos aços microligados ao Nb devido ocorrer precipitação de NbN e NbC no campo austenítico. 22 Figura 7. Mecanismos de Endurecimento e Limite de Escoamento do aço microligado dependendo do % de Nb, V, Ti adicionado. (adaptado de Klinkenberg, 2007). O ganho de resistência verificado nos aços ARBL laminados a quente não se deve apenas ao endurecimento por precipitação, motivado pela maior fração volumétrica de precipitados, mas também está associado ao refino de grãos ferríticos, pela habilidade das partículas de precipitados em retardar a recristalização da austenita e, por consequência, o seu crescimento, resultando em grãos mais finos. A Figura 8 mostra a região em que ocorre de forma espontânea (-30 < ΔG < -10) à precipitação dos carbetos e nitretos na austenita. Observa-se que somente ocorre a precipitação espontânea de NbN, NbC e TiC em temperaturas do campo austenítico, o que faz com esses precipitados exerçam controle sobre o tamanho de grão austenítico (ver Figura 8). Já os VN e VC não são formados em temperaturas do campo austenítico, não exercendo praticamente controle sobre o refino de grão. O mecanismo de endurecimento em aços microligados ao V, ocorre, portanto com a precipitação de VN e VC durante ou após a transformação austenita/ferrita (ver Figura 8). Precipitados formados em temperaturas baixas são muito finos, contribuindo para aumento de resistência por endurecimento por precipitação. Já os TiN, considerando-se os níveis de nitrogênio mais típicos em aço, são formados espontaneamente antes ou durante solidificação. Tais partículas são relativamente grandes, por ser formado em temperaturas bem elevadas, e deve ser considerado como inclusões, prejudicando a ductilidade do aço, ver Figura 9. Quanto mais baixo for o teor de oxigênio, nitrogênio ou de titânio, mais baixa será a temperatura de formação de TiN, resultando num tamanho mais fino de precipitados. Partículas finamente distribuídas e estáveis são capazes de controlar o tamanho dos grãos da austenita, e este efeito é utilizado durante o reaquecimento para a laminação à quente [1]. 23 Figura 9. Produto de Solubilidade de Componentes de Titânio [1] Quando as concentrações dos elementos formadores de carbonetos (ou nitretos) e do carbono (ou do nitrogênio) são suficientemente elevadas, pode-se obter estruturas em que os carbonetos e/ou nitretos são estáveis até a fusão do material, não podendo, portanto, ser completamente dissolvidos. A Figura 10, por exemplo, apresenta partículas poligonais de nitreto de titânio, precipitadas quando o aço se encontrava ainda no estado líquido. Estas partículas tem coloração levemente amarelada (ou dourada) quando observadas com luz branca, no microscópio ótico, sem ataque [18]. Figura 10. Inclusões de carbonitreto de titânio em aço inoxidável AISI 321. Sem ataque. O aspecto poligonal e coloração dourada são típicos de nitretos e carbonitretos ricos em nitrogênio de titânio. Cortesia Villares Metals S.A. Sumaré, SP, Brasil [18]. 24 Observa-se que a precipitação dos nitretos sempre é mais espontânea (ΔG mais negativo) do que a precipitação de carbonetos. Figura 8. Espontaneidade de precipitação de nitretos e carbonetos de Nb, V e Ti no campo austenítico [19]. A Figura 11 apresenta a solubilidade máxima de Nb e V em função da temperatura de reaquecimento. A linha em verde ilustra a temperatura de saída do aço em estudo no forno de reaquecimento (1050 ºC). Verifica-se a falta de solubilidade do Nb para a temperatura de reaquecimento de 1050 °C, já para o V pode-se ter 0,06% em solução sólida mesmo com 200ppm de nitrogênio presente no aço. Figura 11. Efeito da Temperatura de Reaquecimento e do % N e % C sobre a Solubilidade do V e Nb [20]. A Figura 12 apresenta incremento no Limite de Escoamento devido a porcentagem em solução do Nb, Ti e V. O incremento propiciado pelo Nb é o dobro proporcionado pelo V para um mesmo percentual adicionado. Sendo a grande restrição para uso do Nb a sua baixa solubilidade em temperaturas inferiores a 1150°C. Já que ocorrerá a precipitação de NbN e NbC de forma precoce, fazendo com que ocorra um crescimento do tamanho do precipitado durante conformação. 25 Figura 12. Aumento do Limite de Escoamento devido ao Endurecimento por Precipitação em aços de 0,01% - 0,5%C (Temperatura de Encharque 1300°C) [19]. A Figura 13 apresenta a influência da fração volumétrica de Nb e do tamanho dos precipitados (NbN e NbC) sobre o aumento do Limite de Escoamento devido ao mecanismo de Endurecimento por precipitação. Observa-se que quanto menor o precipitado para a mesma fração volumétrica, maior é o incremento no Limite de Escoamento, isso se dá devido a maior dispersão dos precipitados que consequentemente irão atuar como restrição a movimentação de discordâncias. Figura 13. Efeito da fração volumétrica e do tamanho dos precipitados de Nb sobre o Aumento do Limite de Escoamento [19]. Recentemente foram desenvolvidos estudos utilizando o Vanádio como elemento de liga no desenvolvimento de aços de uma siderúrgica de grande porte. A Figura 14 apresenta o incremento promovido para cada adição de 0,01% de V, nas condições atuais de laminação. Os valores foram comparados com os obtidos em estudos em uma filial da mesma empresa e apresentaram ambos um incremento de 12,5 MPa para cada 0,01% adicionado na composição química. 26 Figura 14. Efeito do Vanádio sobre o Limite de Escoamento de aços desenvolvidos em uma siderúrgica de grande porte. [Nascimento, 2008]. A Figura 15 apresenta o aumento do Limite de Escoamento em aços médio carbono devido adição de Nb ou V. A Figura 15 (a) apresenta o aumento linear do LE devido adição de V para um aço 1045. Já a Figura 15 (b) apresenta o efeito do Nb sobre o LE em um aço com 0,35%, onde o aumento de 100 MPa é obtido devido adição de 0,04% de Nb. Figura 15. (a) Influência do %V sobre o Limite de Escoamento de um aço 1045, (b) Influência do %Nb sobre o Limite de Escoamento de um aço com 0,35%C-0,3Si-1,0%Mn [21]. 3.4. Stelmor O Stelmor é um equipamento que propicia um resfriamento controlado por meio de ar forçado, bastante utilizado para a produção de barras de aço em rolo, pelo fato de ter uma alta produtividade e homogeneização das propriedades mecânicas ao longo do comprimento da barra. A Figura mostra um desenho esquemático do equipamento Stelmor. 27 Figura 16. Desenho esquemático do equipamento Stelmor [22]. No final do processo de laminação, nos trens acabadores, a barra de aço chega a ter temperatura em torno de 1000 ºC. Para que possa aplicar o tratamento térmico à barra de aço passa rapidamente através de vários borrifadores de água (zona de refrigeração), que a estabelece uma temperatura específica (750 a 1000 ºC). Em seguida, a barra passa pelo formador de espiras. Estas espiras são transportadas através de rolos transportadores. Logo abaixo destes rolos estão localizados uma série de ventiladores de alta potência que confere a taxa de resfriamento adequada [23]. 4. MATERIAIS E MÉTODOS 4.1. Considerações iniciais Os materiais empregados neste presente trabalho foram aços destinados a armaduras para estrutura de concreto armado (nomenclatura usual da norma ABNT NBR 7480) - vergalhões de aço baixo carbono microligados com titânio, nióbio e vanádio, com diâmetros nominais de 16 mm. Os aços foram fabricados através do processo de laminação controlada à quente, tratados termicamente pelo mesmo processo (Stelmor), em uma empresa de grande porte na indústria siderúrgica mundial. 4.2. Amostras e Análise Química Com o objetivo de analisar o papel dos microligantes (V, Nb e Ti) nos aços estudados, atuando individualmente ou na forma de mix, as amostras foram divididas em 5 grupos. Durante a fabricação dos aços, os valores dos elementos bases (como carbono, silício, manganês,..) foram amarrados/fixados, ou seja, as mudanças encontradas nas propriedades e microestruturas dos aços estarão relacionadas, quase totalmente, com a atuação dos microligantes. Importante salientar duas outras coisas importantes: 1) Como dito anteriormente, os aços passaram pelo mesmo tratamento térmico e 2) A quantidade de nitrogênio adicionada, durante à rinsagem, também foi controlada. 28 A determinação da composição química do aço microligado foi efetuada por meio da técnica de Espectrometria por Emissão Ótica em um equipamento DACARL, modelo ARL 360, no laboratório da Gerdau Usiba. O resultado final foi calculado a partir da média dos teores encontrados em duas queimas em superfície previamente polida para cada amostra, ou seja, foram 10 queimas por grupo de microligado, totalizando 50 queimas no total. 4.3. Ensaios Mecânicos Com o objetivo de avaliar as propriedades mecânicas dos materiais em questão, neste trabalho foram realizados ensaios de tração e dureza. Para se caracterizar a resistência mecânica, as propriedades utilizadas foram o limite de escoamento (LE) e limite de resistência à tração (LR); para quantificar a ductilidade foi utilizado o alongamento e para a resistência à penetração, a dureza Vickers. 4.3.1. Ensaio de Tração Os ensaios de tração foram realizados com o objetivo de avaliar e quantificar a resistência mecânica e ductilidade dos materiais em análise, tomando sempre como base os procedimentos, cuidados necessários e índices de confiabilidade descritos na norma ABNT NBR 7480/2007. No total, foram realizados 25 ensaios, sendo 5 de cada grupo do mix de microligados. Ensaios, estes, realizados utilizando a máquina de ensaios de tração DARTEC (Figura 17) no Laboratório de Ensaios Mecânicos, nas dependências / propriedade da Usina Siderúrgica Gerdau Usiba. Figura 17. Máquina de ensaios mecânicos, marca DARTEC. 4.3.2. Ensaios de Dureza Vickers Os resultados de dureza Vickers foram realizados para as 5 amostras dos 5 grupos (totalizando 25 perfis), sendo conduzidos em linha reta da extremidade da amostra até o centro, 29 com espaçamento entre penetrações de 0,25 mm, carga de 4,903 N (HV 0,5) e tempo de penetração de 10 segundos, sendo que a superfície da amostra estava atacada com o reagente Nital 3% para distinção das fases presentes. O equipamento utilizado foi o microdurômetro SHIMADZU HMV-2, ver Figura 18. Figura 18. Microdurômetro Shimadzu HMV-2 utilizado para a realização do ensaio de Dureza Vickers. Foram realizadas 32 penetrações por amostra (extremidade → centro), ver Figura 19, de modo a estudar o perfil de microdureza das amostras, porém, pelos resultados, pode-se ver que não havia variações significativas entre os valores (centro e extremidade), devido à homogeneidade da microestrutura. Para cada amostra, uma média das 32 impressões foi retirada e logo em seguida, foi feito uma média das 5 amostras de cada grupo, com o objetivo de se quantificar a dureza do aço analisado. As diagonais das impressões foram medidas pelo medidor acoplado ao visor do equipamento. Os resultados encontrados serão apresentados no próximo capítulo. 0,10 mm 0,25 mm Figura 19. Ilustração do perfil de microdureza. 30 4.4. Análise microestrutural 4.4.1. Preparação metalográfica das amostras Foram cortadas pequenas partes das 25 amostras das barras (vergalhões) para análise microestrutural, 5 para cada grupo. O plano de corte utilizado para análise foi o de seção transversal, o preferido para as análises quantitativas subsequentes [18]. De modo geral, todas as amostras foram embutidas à quente (com baquelite), lixadas, polidas e atacadas por imersão de modo a revelar a microestrutura de interesse. Na etapa de lixamento, foram utilizadas lixas de granulações diferentes (100, 220, 320, 400, 600 e 1200), sempre girando as amostras 90 graus a cada lixa trocada. O polimento foi realizado com o abrasivo alumina (de 3 μm e 1 μm), recomendado para aços carbonos. E por fim, o ataque químico, que foi realizado com o reagente Nital 3% (solução de 3 ml de ácido nítrico (HNO 3) em 97 ml de álcool etílico), com tempo de imersão de 20 segundos, sendo, as amostras, posteriormente, lavadas com água, álcool e então, secadas por ventilação. O Nital é geralmente utilizado em aços-carbonos para dar contraste entre as fases ferrita e perlita e revelar o contorno de grão [18]. 4.4.1. Microscopia Ótica A microscopia ótica foi utilizada, neste trabalho, para caracterização dos grãos e fases presentes nos aços microligados em estudo, assim como para sua quantificação através da metalografia quantitativa. As micrografias, em preto e branco, foram produzidas em um microscópio ótico (Figura 20), marca OLYMPUS, com aumentos variando de 100 a 1000 vezes. Figura 20. Foto ilustrativa do Microscópio Ótico Olympus usado na produção das micrografias. 31 4.4.2. Metalografia Quantitativa A metalografia quantitativa fornece meios para quantificar a microestrutura, ou seja, determinar quantidade, forma, tamanho e distribuição de fases e defeitos. Neste presente trabalho, os meios utilizados para quantificar a microestrutura foram o tamanho de grão e a quantificação das fases presentes nos aços microligados em análise. 4.4.3.1. Tamanho de Grão O tamanho de grão foi calculado através das micrografias obtidas no Microscópio Ótico com aumento de 100 vezes, de acordo com a norma ASTM E112. Foi utilizado o método planimétrico, proposto no final do século XIX por Sauveur e desenvolvidos no século XX por Jeffries, envolvendo a contagem de grãos dentro de um círculo (os grãos interceptados pelo círculo são contados pela metade) [6]. O círculo foi aplicado três vezes em cada micrografia, sendo utilizadas 5 fotos de cada aço microligado, totalizando 15 medições por grupo de modo a garantir a confiabilidade dos resultados (75 medições no total). 4.4.3.2. Quantificação de Fases A quantificação das fases presentes nos aços microligados foi calculada através das micrografias obtidas, também, no Microscópio Ótico com aumento de 500 vezes. Um software, denominado, SVRNA, desenvolvido pelo Departamento de Engenharia de Teleinformática, da Universidade Federal do Ceará foi utilizado para quantificar as fases ferrita e perlita presentes na microestrutura dos aços microligados. Para cada grupo de aço microligado, foram quantificadas 25 micrografias, sendo 5 para cada amostra, totalizando, no geral 125 micrografias quantificadas, de modo a validar e garantir a confiabilidade do método usado e resultados obtidos. O software SVRNA (Figura 21) que tem por objetivo realizar tarefas da metalografia quantitativa, empregando técnicas de processamento digital de imagens e inteligência artificial, especificamente Redes Neurais Artificiais (RNA). A Rede Neural é utilizada no sistema para a segmentação, a classificação e a quantificação de microestruturas de metais, a partir da cor destas microestruturas (ALBUQUERQUEI, CORTEZII, et al., 2007). 32 Figura 21. Tela principal do software SVRNA, utilizado para quantificação de fases. 33 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 5.1. Análise Química A Tabela 2 mostra a composição química, em peso, dos principais elementos dos 5 grupos de aços microligados utilizados neste trabalho. Pode-se notar que, os valores dos elementos bases (C, Si, Mn,..), como também a quantidade de nitrogênio adicionada, durante a fabricação, não apresentaram variações significativas (desvio padrão máximo de 5%). Ou seja, o aço-base é mantido e toda variação nas propriedades mecânicas está relacionada com a atuação dos microligantes adicionados. Tabela 2. Composições químicas, em peso, dos principais elementos dos aços microligados utilizados no presente trabalho. Grupo A B C D E C (%) 0,15 0,16 0,15 0,16 0,16 Mn (%) 1,43 1,35 1,31 1,39 1,36 Si (%) 1,26 1,25 1,17 1,22 1,22 Nb (%) Ti (%) 0,03 0,08 0,03 0,03 V (%) 0,06 0,05 0,07 0,07 Ceq (%) 0,40 0,40 0,39 0,40 0,39 N (ppm) 106 108 90 114 98 5.2. Microscopia Ótica, Microscopia Eletrônica de Varredura e EDX 5.2.1. Fases Presentes Na Figura 22a, 22b, 22c, 22d e 22e são observadas as microestruturas obtidas pelo microscópio óptico (MO) para os 5 grupos de microligados, com um aumento de 1000x. Pode-se observar uma microestrutura composta por duas regiões: ferrita pró-eutetóide (região clara) e perlita (região escura). a) Ferrita PróEutetóide Perlita GRUPO A 34 b) GRUPO B c) c GRUPO C d) GRUPO D 35 e) GRUPO E Figura 22. Micrografias obtidas por microscopia óptica das amostras das barras de aço dos 5 grupos de microligados (a) Grupo A, (b) Grupo B, (c) Grupo C, (d) Grupo D e (e) Grupo E. Aumento de 1000 x, ataque Nital 3%. 5.2.2. Nitretos de Titânio Nas amostras dos grupos A (0,03% Ti; 0,06%V), D (0,07% Ti) e E (0,07% Ti e 0,03 Nb), que contém titânio, pode-se observar o aparecimento de possíveis precipitados de nitretos de titânio (com coloração levemente dourada), com o aumento de até 1000x, ver Figura 23. Possíveis Precipitados de Nitretos de Titânio Figura 23. Possíveis precipitados de nitretos de titânio (TiN) na micrografia obtida por microscopia óptica da amostra da barra de aço do grupo D (0,07% Ti) - Aumento de 1000 x, ataque Nital 3%. 36 De acordo com Colpaert (COLPAERT, 2008), os nitretos de titânio são estáveis até a fusão do material, não podendo, ser completamente dissolvidos, ou seja, no reaquecimento do aço para a laminação à quente, estas estruturas já estavam formadas e são capazes de controlar o tamanho dos grãos na austenita. A Figura 24 apresenta a micrografia obtida por microscopia eletrônica de varredura do possível precipitado de nitreto de titânio, com o objetivo de mostrar o tamanho do precipitado. O Nitreto de titânio, por ser formado em temperaturas bem elevadas apresenta dimensões relativamente grandes. Neste caso, o precipitado assume um valor aproximado de 5 μm, funcionando como barreira para crescimento dos grãos austeníticos. Figura 24. Micrografia obtida por microscopia eletrônica de varredura do precipitado de nitreto de titânio da amostra da barra de aço do grupo D. Aumento de 10000 x, ataque Nital 3 %. A Figura 25 confirma, por espectros de EDX, que o precipitado analisado se trata realmente de nitretos de titânio. Figura 25. EDX do precipitado de nitreto de titânio da amostra da barra de aço do grupo D. 37 5.2.3. Quantificação das fases. A Figura 26 mostra os resultados da quantificação das fases (ferrita pró-eutetóide e perlita) dos 5 grupos de aços microligados, obtidos através do software SVRNA. Como previsto, por estar trabalhando com grupos de aços microligados com baixo carbono, a quantidade de ferrita próeutetóide é bem superior ao da fase perlítica (cerca de 3 vezes mais). Figura 26. Quantificação das fases (ferrita pró-eutetóide e perlita) dos cinco grupos de aços microligados estudados. 5.3. Tamanho de Grão e Propriedades Mecânicas A Figura 27 apresenta os valores dos tamanhos de grãos ASTM calculados através das micrografias obtidas no microscópio ótico com aumento de 100 vezes (ASTM E112), assim, como B E A C D 14 12 Grupo A B C D E 4 11,5 11,71 6 11,8 8 12,03 10 11,75 Tamanho de Grão ASTM os valores dos desvios padrões respectivos. 2 Tamanho de Grão ASTM Desvio 11,71 ± 0,234 11,75 ± 0,235 11,5 ± 0,230 12,03 ± 0,240 11,8 ± 0,236 0 Figura 27. Tamanho de grão ASTM dos grupos de aços microligados estudados. 38 A Figura 28 (a), (b), (c) e (d) apresentam, respectivamente, os resultados médios do limite de escoamento, limite de resistência, alongamento e dureza para cada grupo de aço microligado, com seus devidos desvios padrões. Obs: Os valores das propriedades mecânicas a seguir foram ordenados a partir da ordem crescente de limite de escoamento dos aços estudados. Figura 28. Propriedades mecânicas (Limite de Escoamento, Limite de Resistência à Tração, Alongamento e Dureza) dos grupos de aços microligados em ordem crescente de Limite de Escoamento. O grupo D (0,07% Ti) apresentou valores médios de Limite de Escoamento e Limite de Resistência bem significativos, explicados a partir do refinamento do grão austenítico. Com uma granulação mais fina, a maior área de contorno de grão no interior do metal, o que dificulta o movimento das discordâncias, deixando o aço mais resistente. Além disso, percebe-se que há uma diminuição nos valores de alongamento de 4 grupos em relação ao crescente aumento do LE, LR e Dureza dos aços microligados. Quando a 39 resistência dos aços é aumentada, a ductilidade do mesmo tende a cair. Porém, o grupo D (0,07 % Ti) manteve uma ductilidade boa mesmo com valores significativos de resistência. 40 6. CONCLUSÃO O grupo D de aço microligado (0,07%) obteve valores médios de propriedades mecânicas (Limite de Escoamento, Limite de Resistência à Tração e Dureza) mais significativos. O refino de grão austenítico, bem como, a maior quantidade de perlita nas fases são possíveis causas para o aumento dos valores de propriedades mecânicas. Apesar dos ótimo valores de propriedades mecânicas encontrados, pode-se perceber que não houve perda na ductilidade do aço (dentro dos limites de % alongamento do grupo B (0,08 %Nb – que obteve melhor alongamento). 41 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] COMPANHIA BRASILEIRA DE METALURGIA E MINERAÇÃO (1988). Characteristic features of titanium, vanadium and niobium as microalloy additions to steel. Niobium information, São Paulo, v.17, p. 1-6, 1988. [2] PAULES, J.R. Developments in HSLA steel products. JOM, v.43, n.1, p.41-44, 1991. [3] SANTOS, D.B. The production of poliphasic steels – relation between microstructure and mechanical properties. 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