continuemos - Prefeitura Municipal de Vitória
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c arl R Lui r e lia n cia n é u l K e i d n l s i n e e l p n l i s C i o a o í á l r a o r J r Nat li x a Patr dre el Gab Ag Luiz Day theu tlen e C F l Ca n ru e A z i a a i e e z x l e o u K a y rie B a ia Ale o ane o M a e L n l n n r i n l d n á u e a t G r o o Na n ay d ll ia los b r r i d a é Br Mil el A c É a d s e n e u m D r C r n o P i p e J e a o a i r a e y l l r n a K x Fel F ne d lipe Gab Ag iz C ann aya i n o e a l s l i n i e n e i e A iz a Fel y u rol íc dr Bru Mil azi u y x r R L n L a t e e y a u l r ane a L b Pa exan o Al uiz ban rie do e D eus len G C É e i a s d p iel r l c rlo ny L t ne É e a i n y n h A l i d u A e t l l n a a a K oli le Ca tá osé xan z Fe abr e ern Day Ma ia los nny n s R a g c n a r u a A y a r F e N J i z Da eu G l o a ll i a aya Ray r i u le s A C i i u C L n d e g l y ele a L e e Kam o h e A uiz l Lu olin n t n D s i t P e s a dri le raz ian o ane Ma Ke lin o n i b L ne l u len Car d e r a É u l e i M r A n ay a y G uc o illa c e do o re h et a í B i a r C r t r r y d l e n d a t a e D n z e d a r n n Fe a xa e am C ie Agl Lui n p A nan o D o M a K line a r P P i r a l y l b e y d a e r Da s Ra Luis rolin rícia re K runo ilen a Fer oline Ped amill Caro atália sé Al exan iz Fe y Ga le ndo r a Pat l B u an d e na r ia e u en M i K o L C A a G N n r o n e J a ro C ríc a ath etl d er n a b e iel x y A s u i e É e l e p r a r e a F t i o l d n n i l e l n K d B le li atál é A xan Fel abr le razi cia Car nny ane Luis e D ro M la Pa xan ro i g o r A s M G u iz a G l y e uiz d n a N l i e o d i e l C a J e y l l A n R len aro A xa m o u Da P e iel g L any iele Lu L i a a l p A i K n l t e e los r n ile azi b n us Ke e C trícia re o ne d u o D Ale z Fel Gabr le É r a e d A i r d r B M h n c a a n y G leu z C e na Pa xand ro rie rna Day Mat illa rolin n n e e Lui ny l d n a Fer i n p g e e e a A y a i m i d a u i e F l a y r A o a a l l L Da n Fel y b R M Ka o C atá é A s a a i a Éb ane Luis olin Pedr x D o o u s G e r L e N Jos l le nd ne e run iz y y u r d r A e u a e a i e d L a ya R len h len olin C ícia n Adr P Kam n B lena li t n a e r a a s t t a x e e Car ícia e M F D Ke oline Patr Ale ndro Mi razie ucian arlo y Éb ne K s o i r r la r t e B u d r a C a d é n G a e a e L e n y a s l n e l i n x z P i p l a a ro C táli g Lui P a in a Jo Ale elli iel l o x R y A m n r o e a a a l a d ell K D us ar táli é A C ríci Poligonal tle n 11 Na zieli ne uiz F Gabr ele e C a o x iz F K ne Pat a Jos d ne the e e r a i a L n N l o i r r i d a a n • aComunidade l Marthaa • Joana aD’arc d a y G euc os la Santa • Andorinhas de MangueASeco Lu n y y n l u o i A r i n r r a n l M i a e x l l l n a a B e b le razi iane rlos Éb ane uis F e D edro Kam o C Natá Ale ro i Ag z Car É M G c a ny n a é nd y Ray i L i P n u l s C R e n u r e u a o o L n s r n li J lexa llipe riel Agl Luiz yan us n Car cia and a B e e y l l i í lex a he Ket b A e r e o i a Da theu Ket ne t M F D r z ne t a G ele ndo e d z A a a P i i n e r l a u a é ex p y dri M illa lin G cia n L i a s M lla aro lia l n a i l n o o a y l r J r e riel leu os m ro A C atá m a b F e A d a a É F D i e l a z K l K no i r e uis g b P C e e N a u n y a A i e n L e C a Bru ena Graz ucia los ny G ele Luiz yann Ray n L rolin rícia andr runo ena i r a l t l e Mi riel Agl iz Ca Éba Adr do e D eus Ketle e Ca Pa Alex ro B Mi Gra b e a G iel o Lu anny yane rnan ayan Math illa rolin atália José xand llipe briel g e Ga A e r a a Ale uiz F Ad nand Day s R uis F ne D edro Kam o C a N zieli le o y u a i L r e e L P n n l r i n e e e e r Bru e o a a Adr and G cian os F l h n r d i t b n a a n a i É l e y Poligonal 11 Santa Martha • Joana D’arc • Andorinhas • Comunidade de Mangue Seco Vitória - ES 2008 Avenida Marechal Mascarenhas de Moraes, 1927 Bento Ferreira, Vitória – ES, CEP 29.052-121 Tel: (27) 3382-6000 Autoria aPOIO (Equipe local da P11) Adriele Martins Miranda Sônia Maria Dutra da Rosa (supervisora) Alexandro da Conceição Júnior Aline Bragio Agleuciane Brito Portela de Brito Ana Andreia Barcellos Serafim Bruno Machado Loureiro Francisco de Assis Moraes Caroline de Farias Corrêa Isabel Moura Dantas Caroline França Damião Luciana Oliveira Bezerra Dayanny Pereira Lopes João Carlos Coser Prefeito de Vitória Dayane Pereira da Cunha Digitação dos textos Ebany Paulino Correia Mirella Bravo de Souza Bonella Gabriel Louzada Pereira Priscila de Almeida Carvalho Grazieli Célia Coelho Sebastião Balarini Vice-Prefeito de Vitória José Alexandre Farias Corrêa Revisão Kamilla Cristina Hell Tomaz Mirela Adams Canosa Ketlen Jéssica Jhonson Barros Mirella Bravo de Souza Bonella Luis Fernando Martins Rodrigues Tríade Comunicação Luiz Carlos Oliveira da Silva Marlene de Fátima Cararo Pires Secretária de Educação Luiz Fellipe Hell Tomaz Projeto Gráfico e Editoração Milena Amorim Fernandes Bios Natália Correa Ventura Cecilia Marilac Stein Assessora Técnica de Projetos Especiais da Seme Patrícia Ildefonso Gonçalves Fotos Pedro Matheus Werneck Rodrigues Instrutores, monitores e alunos do Rayane dos Santos Belo Projeto Escritores da Própria História e arquivo da Secretaria de Comunicação COORDENAÇÃO DO Tania Mara Costa Marquezi Diretora da Escola de Ensino Fundamental Marieta Escobar da Prefeitura de Vitória PROJETO ESCRITORES DA PRÓPRIA HISTÓRIA - p11 Impressão Mirella Bravo de Souza Bonella GSA Gráfica e Editora Marinely Santos Magalhães Secretária de Gestão Estratégica Margareth Batista Saraiva Coelho Ficha Catalográfica Assessora de Projeto Especiais e Coordenadora do Programa Terra Mais Igual Ana Rita Esgario Assessora Adjunta de Projetos Especiais Luciano Silva de Azevedo Coordenador da Equipe Social Michele dos santos pereira paes henriques Coordenadora da Equipe Urbanística prefeitura de vitória Projeto Escritores da Própria História. Poligonal 11. Prefeitura de Vitória. Adriele Martins Miranda et al. Vitória: Prefeitura de Vitória, 2008. 92p. 1.Desenvolvimento Humano 2. Comunicação Comunitária 3. Projeto Terra Mais Igual I. Prefeitura de Vitória II. MIRANDA, Adriele Martins III. Título. CDD: 302.52 Apresentação Temos, neste espaço, a responsabilidade de resumir mais de um ano de trabalho. De início, podemos dizer que a experiência do Projeto Escritores da Própria História, desde sua criação, foi viva e única. Podemos utilizar diferentes maneiras para contá-la, mas o dia-a-dia, as palavras, os olhares e as conversas, certamente, são mais verdadeiros nas mentes e nos corações daqueles que presenciaram e executaram o trabalho. Tudo começou em maio de 2007, logo após a contratação da primeira jornalista para fazer parte da equipe multidisciplinar do Núcleo Gestor do programa Terra Mais Igual, antigo Projeto Terra, vinculado à Secretaria de Gestão Estratégica (Seges), da Prefeitura Municipal de Vitória. Terra Mais Igual é o nome fantasia do Programa Integrado de Desenvolvimento Social, Urbano e de Preservação Ambiental em Áreas Ocupadas por População de Baixa Renda do Município de Vitória. Foi criado em 1998, a partir da experiência acumulada com o Projeto São Pedro 1, quando na década de 80 registraram-se os primeiros movimentos para enfrentar a incompatibilidade entre pobreza e qualidade de vida na capital do Espírito Santo2. O programa tem como público-alvo direto mais de 91 mil habitantes e a área total atingida é de 6,2 quilômetros quadrados, divididos em 15 territórios denominados poligonais, que abrangem 33 bairros e 12 comunidades do município. As poligonais são definidas tendo como critérios o grau de carência em equipamentos e serviços urbanos, o grau de risco 1 A região da Grande São Pedro, um extenso manguezal a noroeste da ilha, começou a ser ocupada na década de 70. Formaram-se 11 bairros, com população hoje superior a 50 mil habitantes, muitos dos quais viviam em palafitas. Foram gastos mais de R$ 25 milhões em obras de infra-estrutura, desenvolvimento social e econômico e preservação ambiental na região. 2 MARTINUZZO, José Antônio. Projeto Terra – Vitória para todos. Vitória: Prefeitura Municipal de Vitória, 2002. e os baixos índices sociais da comunidade em relação às demais partes da cidade. O Desenvolvimento Humano é um dos eixos fundamentais do programa. O Terra Mais Igual se preocupa em ampliar e agregar capacidades e habilidades, proporcionando oportunidades que reduzam a exclusão social, através da formulação e implantação de ações focadas no ser humano. Entendido assim, o programa se apresentou como um ambiente propício para o surgimento de uma idéia que favorecesse a formação de novos sujeitos, não mais coadjuvantes, mas protagonistas de suas histórias. Sujeitos que passaram a entender e a praticar cidadania. O Projeto Escritores da Própria História foi desenhado como piloto para a Poligonal 11 (P11), composta pelos bairros Santa Martha, Joana D’arc, Andorinhas e comunidade de Mangue Seco. Em 2007, sobravam definições das tarefas que a jornalista desempenharia no Núcleo Gestor. Porém, a demanda por uma ferramenta de comunicação capaz de resgatar a história das intervenções3 do Terra Mais Igual na P11 iniciou um caminho sem volta na compreensão de que o papel da profissional seria fomentar, por meio de projetos nas comunidades, o entendimento da comunicação como direito, previsto na Declaração Universal dos Direitos Humanos e na Constituição Federal de 1988. O desafio de desenhar o passo-a-passo da ação de resgate da memória local foi repassado pela coordenação da Equipe Social do programa, com abertura 3 Em cada poligonal, o trabalho do Programa Terra Mais Igual é realizado em três etapas: pré-urbanização, urbanização e pós-urbanização. A primeira consiste no diagnóstico da região, que é compartilhado com a comunidade, promovendo a participação popular em todo o processo de desenvolvimento do plano socioambiental e urbanístico para o local. A partir do compartilhamento das informações entre técnicos e moradores, é construído o Plano de Desenvolvimento Local (PDL). A segunda etapa põe em prática as definições do PDL, que abrange dois eixos: o Desenvolvimento Humano e o Desenvolvimento Urbano. A última etapa é a da pós-urbanização, na qual se encontra atualmente a Poligonal 11, onde um trabalho social prepara os moradores. para a criação de uma proposta nova, que ainda deveria ser mais bem definida com os parceiros que viriam. A iniciativa também teve amplo apoio da coordenação do Terra Mais Igual. Mas em que consistia a idéia? A estrutura foi construída tendo como base o conceito de Comunicação Comunitária, que favorece a abertura de novos espaços comunicativos, no qual se efetivam outros formatos e conteúdos narrativos, diferentes da lógica dos grandes meios de comunicação de massa. Temos como premissa que se a produção do discurso não ocorre a partir das comunidades, mas pelo contrário se efetiva por outros atores, os membros do grupo narrado perdem o domínio de suas lembranças. Deixar-se narrar é delegar que outros digam o que será lembrado e o que será esquecido da história de qualquer grupo. Chega-se ao ponto em que os próprios personagens das histórias passam a crer nessa perspectiva externa. Uma lógica que se quer inverter a partir das intervenções de projetos de comunicação popular e crítica. Basicamente, a idéia era que, a partir de uma série de oficinas de formação em Comunicação Comunitária, os alunos adquirissem uma nova postura frente à produção de narrativas e assumissem a responsabilidade de escritores. As lembranças das intervenções do Terra Mais Igual na P11 não seriam escritas por alguém de fora daquela área, mas resgatadas por quem teve a vida transformada pelas ações. Todos os textos produzidos seriam reunidos em um livro, que se apresenta aqui. Para serem os narradores, ficou definido que seriam convidadas crianças e adolescentes das Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs) da região: EMEF Marieta Escobar, EMEF Isaura Marques da Silva e EMEF Vercenílio da Silva Pascoal. A Secretaria Municipal de Educação (Seme) foi procurada para ser parceira do projeto, obedecendo a um modelo de gestão que pres- 11 supõe integração institucional. De fato, a parceria, articulada pela Assessoria Técnica de Projetos Especiais, foi importantíssima. Aceito o convite, uma série de reuniões foi realizada com representantes das EMEFs da poligonal e o projeto foi ganhando as indicações necessárias para sair do papel e invadir o dia-a-dia daqueles que se inscreveriam. Entre as definições, ficou acertado que as oficinas seriam de janeiro a abril. O curso ocorreu três vezes por semana, nas segundas, quartas e sextas-feiras, no turno matutino, das 8h às 11h, com intervalo de 30 minutos durante o recreio da escola sede do projeto, a EMEF Marieta Escobar, em Santa Martha. Destacamos o envolvimento da direção da escola-sede. Desde o início, a postura foi de apoio integral, o que fortaleceu o projeto. A direção se colocou à inteira disposição e provou suas palavras com ações que encantavam. Também atendia todas as demandas por salas, equipamentos e material de forma solícita e acolhedora. Em novembro de 2007, iniciamos com técnicos da Equipe Local da P11 a visita às escolas. Apresentamos o projeto para as crianças e distribuímos o material para inscrição. O período de matrículas para as oficinas foi no final do mês de novembro, o que prejudicou um pouco o processo devido à proximidade com as férias. Foi preciso ir aos locais de intervenção refazer o convite. Um deles foi o Conjunto Residencial Barreiros, em Joana D’arc, onde 70 unidades foram construídas pela Prefeitura de Vitória para reassentar famílias que estavam vivendo em área de risco social e ambiental. Lá, foi obtida a maioria dos nomes. As oficinas começaram em janeiro de 2008 com 25 inscritos. Foram contratados instrutores e monitores para desenvolver as atividades. Todos apresentavam no currículo a vivência da comunicação popular e crítica do Grupo Expe- rimental de Comunicação Olho da Rua, que atua na região da bacia do Rio Aribiri, em Vila Velha. Nesse momento, passou a dar apoio à coordenação do Projeto Escritores da Própria História uma socióloga, agregando novas percepções sobre o desenvolvimento dos trabalhos. A presença regular das crianças e dos adolescentes durante as férias de janeiro surpreendeu os instrutores, assim como os pedidos de que os encontros fossem todos os dias. É claro que ao longo do projeto alguns desistiram, mas foram poucos. A maioria continuou e se envolveu na produção das narrativas. Falar sobre eles daria um capítulo à parte, mas desnecessário, já que essa obra expressa o que são: dedicados e decididos a serem sujeitos sociais ativos. Ainda precisamos fazer uma pequena nota sobre o conteúdo do livro. Buscamos aproveitar toda a produção dos alunos. A organização dos textos segue uma lógica de valorização do esforço e considera tudo o que os participantes fizeram como representativo para a memória e a identidade daquela região. Também por isso, não há interferência na construção narrativa das crianças, apesar de terem sido orientadas durante todo processo de escrita de poemas, paródias, acrósticos, entrevistas e redações. Foram feitos acertos ortográficos e gramaticais, mas nenhum trecho foi reconstruído ou teve a estrutura modificada. Destacamos, por fim, os técnicos da Equipe Local da P11. Um grupo de profissionais que carinhosamente se envolveu com o trabalho, inclusive nos encontros extras aos sábados. A equipe teve papel primordial no detalhamento das informações sobre o território e generosamente dividiu o conhecimento acumulado por anos de trabalho e contato com os moradores. Mirella Bravo de Souza Bonella 12 E screver a própria história é um exercício e uma experiência fundamental na construção de cidadãos sujeitos e protagonistas. Para crianças e adolescentes em permanente aprendizagem, em formação pessoal e coletiva, em crescimento como pessoas e como cidadãos, o desenvolvimento da escrita é um processo estruturante na construção cognitiva e psico-social dessas crianças e adolescentes. Escrever é importante e altamente significativo, mas escrever a própria história é vital como experiência de construção de subjetividade, cidadania e democracia. Parabéns a todos os envolvidos nesse belíssimo projeto! E continuemos escrevendo (e construindo) a nossa própria história! marlene de fátima cararo pires Secretária de Educação O s investimentos públicos feitos na Poligonal 11 tiveram apoio fundamental do Governo Federal, por meio do Programa Habitar Brasil BID. As transformações urbanísticas e ambientais feitas na poligonal foram importantes e resultaram em um novo ambiente, contribuindo com a melhoria da qualidade de vida dos moradores. Mas o desafio da promoção humana e social continua. Com a conclusão da etapa de obras, resta a apropriação dos espaços construídos: praças, parques, telecentros etc. O Terra Mais Igual estará finalizando, neste ano, a atuação na P11 e o Projeto Escritores da Própria História acontece no momento em que estamos na fase de avaliação de todas as ações desenvolvidas pelo programa. O fortalecimento da democracia participativa deve ser buscada, com especial atenção à integração das ações da gestão pública municipal e o fortalecimento da participação social rumo à gestão compartilhada. Margareth Batista Saraiva Coelho Assessora de Projeto Especiais e Coordenadora do Programa Terra Mais Igual 16 Nossos escritores.................................................... 20 Rádio Escritores da Própria História apresenta....... 28 Moradia.................................................................... 37 Meio ambiente......................................................... 47 Escolas..................................................................... 52 Postos de saúde...................................................... 56 Liderança comunitária............................................. 58 Projeto Caminhando Juntos (Cajun)....................... 59 Raça, gênero, mídia e infância................................ 61 A formatura............................................................. 66 A exposição............................................................. 68 Sobre o Projeto Escritores da Própria História......... Sobre o O que é o projeto? Por José Alexandre Farias Corrêa Ren ato Bruna Mirella 16 Mauro Ka rin a O Projeto Escritores da Própria História foi criado pela Prefeitura de Vitória e começou neste ano de 2008. No final do projeto, os alunos das escolas Marieta Escobar, Izaura Marques, Orlandina D’Almeida e Vercenílio irão fazer um livro sobre a Poligonal 11. Andressa Agleuciane Gabriel Gra ziel i Pedro Mateus 17 Carol Jessica Quantos alunos são? Por Alexandro da Conceição Júnior No Projeto Escritores da Própria História se inscreveram 22 alunos, só que os que comparecem à aula hoje foram: Bruno Machado Loureiro, Caroline França Damião, Adriele Martins Miranda, José Alexandre Farias Correa, Luiz Carlos Oliveira da Silva, Caroline de Farias Correa, Agleuciane Brito Portela de Brito, Patrícia Ildefonso Gonçalves, Ebany Paulino Correia, Rayane Belo, Graziele Célia e outros. Uns estudam no Marieta Escobar, outros no Izaura Marques, outros no Orlandina de Almeida Lucas e também no Vercenílio da Silva Pascoal. Esses alunos têm entre 10 e 15 anos. Qual a duração? O Projeto Escritores da Própria História teve início dia 14 de janeiro e será finalizado com o lançamento do nosso livro com direito a noite de autógrafos. Raiane Bruno Luiz Carlos Ébany dre Alexan Camila Milena Adriele Caroline lipe Luiz Fel re Alexand Bruno Qual é o objetivo? Por Grazieli Célia Coelho O objetivo do projeto é aprender. O nome do projeto já diz: “Escritores da Própria História”. Nós nos tornaremos grandes escritores da própria história e livros serão publicados. Mas tem gente que acha que o projeto é uma grande besteira para quem faz. Mas eles não sabem do que estão falando, porque desde o dia que eu vim na aula, eu acordo cedo todos os dias só para vir. Por mim, eu queria que fosse todos os dias. Mas eu sei que eles não dão aulas só pra gente, mas pra outras pessoas também. Do mesmo jeito que a gente pode aprender, outras pessoas têm a mesma capacidade e o direito de aprender. Eles não dão aula só pra um. Luiz Fellipe Eu adoro esse projeto, os professores são uns amores de pessoas e eu acho eles super educados e simpáticos. Tem gente que acha que a gente vem aqui e não aprende nada, mas ninguém sabe o que nós fazemos aqui dentro. Mas eu amo fazer o projeto, acordar cedo, muito cedo para estar no curso, porque adoro muito estar com vocês. Todos são muito legais e é por isso que eu gosto muito de estar aqui. 18 Patrícia Natalia Nossos escritores 20 21 Adriele • Agleuciane • Alexandro • Bruno • Caroline • Caroline Dayane • Dayanny • Ébany • Gabriel • Grazieli • José Alexandre Kamilla • Ketlen • Luis Fernando • Luiz Carlos • Luiz Fellipe Milena • Natália • Patrícia • Pedro Matheus • Rayane Adriele • Agleuciane • Alexandro • Bruno • Caroline • Caroline Dayane• Dayanny• Ébany• Gabriel • Grazieli • José Alexandre Kamilla • Ketlen • Luis Fernando • Luiz Carlos • Luiz Fellipe Milena • Natália • Patrícia • Pedro Matheus • Rayane Alexandro da Conceição Júnior Meu nome é Adriele Martins Miranda, tenho 10 anos. Eu moro em Joana D’arc, Espírito Santo, Vitória. Eu moro com a minha avó, meu avô e meu irmão mais velho. Considero meus avós como meus pais. Tenho oito irmãos, cinco por parte de pai e três por parte de mãe. Eu moro com os meus avós porque minha mãe já tinha dois filhos e estava doente. Eu gosto de jogar bola, ver desenho animado, andar de bicicleta, brincar de boneca e nadar. Eu gosto do meu bairro porque é tranqüilo. Meu sonho é ser cantora. Meu nome é Ebany Paulino Correia, tenho 12 anos, moro no bairro de Joana D’arc com a minha mãe. Vivo aqui porque eu morava no bairro de Mangue Seco e teve um trabalho do Projeto Terra. Aí, eu passei a morar ao lado do Parque Barreiros. Quero continuar morando aqui porque quero ficar perto da minha família. Eu gosto de praticar esportes, gosto de queimada, handebol, basquete. Mas o que eu mais gosto é vôlei. O meu maior sonho é crescer e ser alguém na vida. Quero ser fotógrafa. Meu pai me deu o nome de Luiz Carlos Oliveira da Silva, o qual é o nome do bisavô dele que ele gosta tanto e tem 93 anos. A minha idade é 11 anos, vou fazer 12 anos no dia 16 de março de 2008. Eu moro em Santa Martha (antes morava em Alfredo Chaves), que é o bairro que minha mãe morava quando era criança. Aí, nós mudamos para aqui, na Rua Tiradentes, nº 887. Moro com meus avós, minha irmã e minha mãe. Meu grande sonho é ser escritor de um livro que eu gostasse muito. 22 Olá, hoje eu vou contar a minha história. O meu nome é Natália Correa Ventura, tenho 13 anos e morava na Bahia até 2005. Em 2007, a minha mãe foi apanhar café. Mas o trabalho começou a ficar difícil e depois de alguns dias o meu tio conseguiu um emprego e falou para o meu padrasto que ele conseguiu um trabalho para ele. No dia 11 de setembro saímos da Bahia e no dia 12 chegamos aqui em Vitória, no Espírito Santo, e alguns dias depois o meu padrasto começou a trabalhar e a minha mãe alugou uma casa em Joana D’arc. Com 2 meses morando lá, apareceu a Mirella e a Priscila procurando pessoas para participar do projeto Terra Mais Igual e eu aceitei. Hoje, eu estou participando. Agora, moro no bairro de Santa Martha com a minha mãe, as duas irmãs e o meu padrasto. Moro com eles porque eu gosto e também gosto de assistir televisão o dia todo, gosto de conhecer pessoas novas e me divertir com as pessoas que eu também já conheço. O meu maior sonho é ter um celular, um MP5, mas agora estou atrás de outro sonho que é continuar participando dos Escritores da Própria História. Meu nome é Dayanny Pereira Lopes, tenho 15 anos, moro em Joana D’arc, no Conjunto Residencial Barreiros. Gosto muito de morar lá, pois é mais limpo do que quando morava em Mangue Seco. Minha casa é azul e tem dois quartos, uma sala, uma cozinha, um banheiro e duas varandas. Moro com minha avó, dois primos, uma prima e um sobrinho. Gosto de fazer atividades esportivas e Meu nome é Caroline França Damião. Tenho 12 anos, moro em Santa Martha com meus pais e meu irmão mais velho de 15 anos. O que eu mais gosto de fazer é mexer no computador, ir à praia, ouvir o meu MP4 e etc. E o que eu mais gosto de fazer no meu bairro é ficar conversando com minhas colegas e sair quando tem festa. Eu moro em Santa Martha desde quando eu nasci e gosto muito de lá. O meu sonho é crescer e ser alguém na vida. Meu nome é Dayane Pereira da Cunha. Eu tenho 12 anos e moro em Joana D’arc porque é divertido e legal. Eu morava em barraco de tábua na maré e o Projeto Terra fez as casinhas e nos chamou para morar lá. Aí, nós pegamos uma casa e ficamos lá. Já tem três anos que estamos naquele bairro. O que gosto de fazer lá é brincar, conversar etc. Meu maior sonho é ser alguém na vida, estudar bastante e ter um computador. trabalhos na comunidade. Gosto muito de sair, principalmente com os amigos. Quando vou à Igreja Universal, eu me divirto muito, mas só depois de ouvir a palavra de Deus. Quando estou em casa, fico ouvindo meu DVD do Sorriso Maroto, gosto de assistir também malhação, Big Brother Brasil 8 e novelas. Sou barraqueira e bagunceira, mas só quando alguém mexe comigo. Fora isso, gosto muito de fazer amizades novas. Moro no Barreiros há quatro anos, desde quando inauguraram. O meu maior sonho é ser atriz e comprar uma casa pra minha mãe. Essa foi e está sendo a minha história. Adriele • Agleuciane • Alexandro • Bruno • Caroline • Caroline Dayane • Dayanny • Ébany • Gabriel • Grazieli • José Alexandre Kamilla • Ketlen • Luis Fernando • Luiz Carlos • Luiz Fellipe Milena • Natália • Patrícia • Pedro Matheus • Rayane Meu nome é Agleuciane Brito Portela de Brito. Tenho 13 anos e moro no bairro Joana D’arc. Moro com minha mãe e com os meus dois irmãos. Moro lá porque antes morava em Mangue Seco até que a Prefeitura construiu as casas em Barreiros, perto da Escola Vercenílio. Eu gosto de fazer muitas coisas legais, como jogar futebol, assistir televisão, jogar basquete e sair. Não gosto muito do bairro, porque tem muita gente que não gosta de respeitar a hora de fazer silêncio para dormir e também porque às vezes tem tiroteiro. O meu maior sonho é ser uma grande pessoa no futuro, ter bastante dinheiro, ter dois filhos gêmeos e dar tudo de bom para eles. Meu nome é Luiz Fellipe Hell Tomaz, moro no bairro Engenharia e gosto de morar lá porque é um bairro seguro. Gosto de jogar bola e videogame e etc. Moro com minha mãe, meu padrasto e minha irmã. Meu sonho é a paz. Eu queria que o mundo tivesse sorte igual a minha. 24 Meu nome é Bruno Machado Loureiro, tenho 13 anos, moro no bairro da Engenharia desde quando eu nasci. Moro com a minha avó materna e com dois tios e uma tia. Moro no bairro da Engenharia porque lá eu sou completo e faço tudo o que eu quero. Só saio de lá dentro de um caixão. Gosto de jogar futebol, Playstation e bolinha de gude. Meu maior sonho é ser um empresário bem-sucedido ou então um jogador de futebol. Tenho vontade de conhecer outros lugares como a Europa, a Ásia e a Arábia Saudita. 25 Meu nome é José Alexandre Farias Corrêa, tenho 13 anos, nasci no dia 23 de janeiro de 1995, moro em Santa Martha e gosto muito de morar aqui. Nasci no Rio de Janeiro, meu sonho é ter uma profissão digna. Meu time é o Flamengo, e o esporte que mais gosto é vôlei. Gosto muito da fruta maçã e quando crescer minha profissão vai ser advogado. A frase que me inspira é: “nunca cruze os braços porque o maior homem, Jesus, morreu de braços abertos”. Os lugares que gosto para dar meus passeios são praias, parques botânicos, praças e etc. Não suporto mentira, pois é a pior coisa que existe. Meu nome é Luis Fernando Martins Rodrigues. A minha idade é nome é Pedro Matheus Werneck Rodrigues, tenho 11 anos, Meu Meu nome é Kamilla Cristina Hell Tomaz. Eu tenho 12 anos. Moro na Engenharia, mas eu moro lá porque eu gosto das crianças que são muito, muito alegres e muito legais. Eu moro com minha mãe e com meu padrasto. Gosto de fazer muita coisa legal, como jogar videogame e jogar bola. O meu maior sonho é ganhar um computador ou ganhar um celular de câmera. Também quero uma câmera digital, mas o meu sonho nunca se realiza. mas vou fazer 12 no dia 12 de junho. Moro aqui em Santa Martha, no condomínio Sintra, com meu pai Leilson (35), minha mãe Daniela (30), minha avó Maria do Carmo (69), minha avó Ruthi (56) e minha irmã Maria Giulia (7). Não gosto de morar lá porque o síndico não deixa ninguém brincar de nada, então eu vou pra casa jogar videogame ou mexer no computador. Antes, eu morava em um lugar melhor, lá em São Cristovão, porque dava pra ter cachorro e eu tinha um chamado Apollo. 14 anos e moro em Joana D’arc no Conjunto Residencial Barreiros, na Rua Luis Pereira de Melo, quadra 1, casa 5. Mas, antes, eu morava em Mimoso do Sul, mas houve um problema de família e aí eu vim morar aqui em Vitória. Eu moro com a minha avó e o meu avô e minha irmã. Mas eu tenho três irmãos que moram com a minha mãe. Eu gosto de morar aqui porque é um lugar quieto e bom. Adriele • Agleuciane • Alexandro • Bruno • Caroline • Caroline Dayane • Dayanny • Ébany • Gabriel• Grazieli• José Alexandre Kamilla • Ketlen • Luis Fernando • Luiz Carlos • Luiz Fellipe Milena • Natália • Patrícia • Pedro Matheus • Rayane Meu nome é Gabriel Louzada Pereira. Moro com a minha mãe e a minha irmã no bairro Joana D’arc. Eu morro lá porque a Prefeitura construiu casas lá com dois quartos, um banheiro, uma sala, uma cozinha e dois quintais. Eu gosto de morar lá porque tem um parque e é muito legal. Eu gosto de ajudar a minha mãe na tarefa de casa. Meu sonho é ser jornalista. Um pouco sobre mim. Meu nome é Milena Amorim Fernandes, tenho 13 anos e adoro fazer artes marciais. Sou uma pessoa muito alegre, extrovertida, brincalhona, vivo sorrindo e adoro conversar. Adoro conhecer novas pessoas, sou muito amiga, minhas cores preferidas são preto, rosa, roxo. Fico no computador o dia todo, moro no Bairro da Penha, na Rua Otílio João Fernandes, casa 77. Moro com minha avó porque não dá certo eu ir morar com o meu pai. Eu adoro minha avó. Ela é como se fosse uma mãe pra mim. Tenho três sonhos: ser artista plástica, estudar biologia e ser uma cientista. Mas para isso eu vou ter que ir a fundo nos meus estudos e não parar de estudar. Se Deus quiser, eu serei sim uma cientista. 26 Meu nome é Grazieli Célia Coelho, tenho 14 anos, moro em Joana D’arc com a minha mãe numa casa de cinco cômodos: dois quartos, banheiro, sala, cozinha. Eu morava no barraco, mas graças ao pessoal do Projeto Terra, hoje eu moro numa casa que eu me sinto muito satisfeita. É um lar ótimo e eu gosto muito de morar ali. Gosto muito de ler, brincar, conversar. Eu quero estudar e ser alguém na vida, estudar, trabalhar e fazer faculdade. 27 Meu nome é Rayane dos Santos Belo, tenho 15 anos, moro no bairro Joana D’arc. Moro lá porque eu morava em Manque Seco. Teve uma mudança que a Prefeitura de Vitória tirou os moradores do mangue e no lugar construíram uma orla. Aonde era o matagal em Joana D’arc, eles fizeram o Conjunto Residencial Barreiros. Eu gosto de morar lá porque tem muitas crianças, é um lugar muito tranqüilo, sem muito movimento. Eu sou uma pessoa que gosta de atividades relacionadas à comunidade. Moro com minha mãe. Ela tem 46 anos, tenho dois irmãos de 25 e 23 anos. Minha mãe é separada. Ela é manicure. Meu sonho é um dia ser modelo e cantora, mas eu tenho certeza que não vou ser cantora porque sou desafinada. Tenho esperança de ser modelo algum dia, pois estou batalhando pra isso. Quero ser uma pessoa que o mundo se orgulhe, pois tenho um sonho e não vou desistir. Meu nome é Rayane Belo e essa é minha história. Bom dia, o meu nome é Meu nome é Caroline de Farias Corrêa. Eu nasci no dia 30 de maio de 1995, tenho 11 anos e eu moro em Santa Martha. Eu nasci no Rio de Janeiro e tenho uma mania que é comer muito. Meu sonho é ser modelo, meu apelido é Carol e meu livro predileto é “Uma Professora Muito Maluquinha”. Tenho medo de perder meus pais. Meu time é o Fluminense e o esporte que eu mais gosto é ginástica rítmica. Minha decepção é usar óculos, meu ídolo é Deus e os países que eu queria visitar são: Estados Unidos e França. O ator que eu mais gosto é o Bruno Gagliasso e a atriz é Juliana Paes. O cantor que eu mais gosto é o Cris Brown e a cantora é Kelly Key. Adoro meu bairro. Quem não conhece não sabe o que está perdendo. Patrícia Ildefonso Gonçalves, tenho 11 anos e moro em Joana D’arc em uma casa com cinco cômodos: dois quartos, um banheiro, uma sala e uma cozinha. Moro com a minha mãe, o meu irmão e com o meu padrasto. Antes, morava em Mangue Seco em uma casa da Prefeitura. Aí, quando as casas foram feitas, a casa que eu morava antes a Prefeitura deu para uma senhora e é por isso que eu moro no Conjunto Residencial Barreiros. Eu não gosto de morar lá porque têm muitas intrigas e brigas. Gostaria de morar em um lugar melhor, mas hoje em dia é muito difícil conseguir morar em um lugar tranqüilo. Gosto de estudar, brincar, dormir e etc. O meu maior sonho é conseguir orgulhar meus pais sendo alguém na vida e poder retribuir tudo o que eles me dão. Meu nome é Ketlen Jéssica Jhonson Barros e tenho 12 anos. Moro em Joana D’arc nas casinhas. Moro com minha mãe e meus irmãos e avó. Moro naquele lugar porque a Prefeitura fez um projeto lá. Eu gosto de fazer muitas coisas, gosto de ajudar minha mãe e meus irmãos, quero crescer na vida, ter uma vida média e ser veterinária. Rádio Escritores da Própria História va do gr Olá, ouvintes! Vocês estão sintonizando a Rádio Escritores da Própria História. Eu sou Luiz Carlos e eu Caroline. Está entrando no ar o programa: “Escritores na Rádio”. a apresenta No programa de hoje vocês vão ficar por dentro do projeto Terra Mais Igual, que está por aí reformando casas, praças e quadras e mudando vidas. É isso aí. E para fazer diferente, convidamos para uma roda de bate-papo a Ana Emília1, que faz parte do Núcleo Gestor do Terra Mais Igual trabalhando na coordenação urbanística. 1 28 Ana Emília Brasiliano Thomaz, 37 anos, é engenheira civil e integra a Equipe Urbanística do programa Terra Mais Igual desde 2001, tendo acompanhado todo o processo de urbanização da Poligonal 11. 29 Olá, meu nome é Agleuciane. Eu vou falar com a Ana Emília para saber o que é o Projeto Terra e como ele surgiu. Ana Emília - É um conjunto de ações do município nas áreas carentes. Para fazer o quê? Para melhorar a situação de vida das famílias, o que a gente chama de levar promoção social, fazer escolas, unidades de saúde, fazer rede de esgoto, drenagem, levar água para as pessoas. É isso que é o Projeto Terra. É um conjunto de ações integradas para levar a promoção social e a qualidade de vida para as famílias. Oi ouvintes, me chamo Luis Fernando. Agora que já sabemos o que é o projeto, Ana Emília, quando ele começou na Poligonal 11 e quais as melhorias que trouxe para esse bairro? Ana Emília - O projeto começou na Poligonal 11 em 1998, quando foi realizada a primeira fase. E o que é a primeira fase? É quando a Prefeitura vai para a área para identificar quais são as necessidades do bairro. Foram feitas entrevistas com todo mundo que morava aqui para saber quantas crianças tinham que estudar, se não estudavam, se tinha gente doente, se não tinha, quanto cada família recebia. Depois disso, outras ações foram acontecendo aqui na área, como a construção de escolas. Mas a obra mesmo, essa grande obra que vocês conhecem, quando foi feito a orla e o Parque de Mangue Seco, começou em 2002. Se a gente for falar de obras físicas, aquelas que são construções, o que trouxe de melhoria? Trouxe o Parque de Mangue Seco, o Parque de Barreiros, a orla da Poligonal 11, que hoje tem as quadras, tem ciclovia. Havia famílias que moravam em casas de risco, ou de madeira ou alvenaria muito ruins. Então essas casas foram demolidas para serem construídas outras. As famílias que moravam em palafitas, em Mangue Seco, foram morar atrás do Barreiros. Além disso, a gente teve uma coisa super legal: o Projeto Terra potencializou a organização da comunidade. Hoje, a comunidade se organiza melhor e está buscando seus direitos. Bom dia, eu sou Gabriel e gostaria de saber quais as principais dificuldades do projeto? Ana Emília - Uma primeira dificuldade é a Prefeitura conseguir ser clara com a comunidade sobre aquilo que pretende fazer. Muitas vezes, nós, da Prefeitura, temos uma forma de ver as coisas. Outra dificuldade do projeto é que, para a realização das obras, a gente depende de recursos do Governo Federal e de outras fontes. Nem sempre o recurso é daqui (da administração municipal). Além disso, a gente trabalha em áreas onde as pessoas já estão vivendo. Então, muitas vezes temos que construir em locais que as pessoas precisam usar, para colocar uma tubulação de água, de esgoto etc. Isso gera algumas dificuldades, mas que a Prefeitura vem superando ao longo da implementação do Projeto Terra. Ana Emília, me chamo Adriele e quero saber como a comunidade participa do projeto? Ana Emília - A comunidade participa através de reuniões. Existe uma forma de trabalho do Projeto Terra junto às comunidades. Então, existem reuniões. Essas reuniões têm a participação de vários representantes da comunidade. A partir de reclamações, por exemplo, a Prefeitura faz uma movimentação junto às comunidades e também realiza essas reuniões contando com a participação das famílias para dar respostas e também pensando junto o que pode ser feito naquela comunidade para melhorar a qualidade de vida. 30 31 Oi ouvinte, para você que sintonizou a nossa rádio agora, estamos batendo um papo com a Ana Emília, uma das responsáveis pelas ações do Projeto Terra Mais Igual, da Prefeitura de Vitória. Ana, vocês já receberam reclamações? Ana Emília - Muitas. O Projeto Terra, como faz uma série de ações juntas naquele bairro ou naquela poligonal, às vezes incomoda. As pessoas sabem que vai trazer benefício, que elas vão morar melhor, que não vai ter mais alagamento porque será feita a rede de drenagem, mas durante a execução da obra você tem incômodos. As pessoas ficam incomodadas. Elas não vão poder entrar nas casas delas como estavam acostumadas, vai ter lama, vai ter terra. Então, elas reclamam sim, reclamam dos incômodos da obra, reclamam quando a obra demora, reclamam quando a obra paralisa. Existem as reclamações, mas a Prefeitura se reúne com essas famílias para dar as respostas e ir solucionando os problemas. E por falar nisso, eu sou a Dayane. Ana, qual a importância do Projeto Terra? Ana Emília - Eu acho que a importância hoje do projeto para a comunidade é que a comunidade passa a ter, como no restante da cidade, uma série de benefícios que antes ela não dispunha. Ela passa a ter rede de drenagem como todo mundo tem, ela passa a ter casas melhores como todo mundo tem, ela passa a ter postos como no restante da cidade. Então, ela se organiza, passa a saber como reivindicar suas demandas. Ela passa a fazer parte de toda a cidade. Meu nome é Milena e para finalizar a nossa conversa com o Projeto Terra Mais Igual eu pergunto: Ana, quais outros bairros ainda vão receber melhorias? Ana Emília - O Projeto Terra é muito é grande. Como existe a Poligonal 11, a gente tem 15 po- gr a ligonais, 15 áreas selecionadas para receber os benefícios do Projeto Terra. va do Como vocês ouviram, o Projeto Terra vem ajudando muita gente a ter uma vida melhor. E nós, participantes da rádio Escritores da Própria História, estamos aqui para contar um pouco dessa história. Agradecemos a presença da Ana Emília e até o próximo programa. Tchau, tchau, tchau... As três etapas do Terra Mais Igual? Por Ebany Paulino Correia Entrevistamos Ana Andréia Serafim, assistente social responsável pelo acompanhamento das famílias que passaram pelas intervenções do Terra. Ela é representante da Secretaria de Habitação. Ana Andréia explicou que as intervenções do Projeto Terra foram divididas em três fases. A primeira é chamada de préurbanização. Foi quando os técnicos do Terra fizeram a identificação dos problemas do bairro, das casas que teriam que ser reformadas, das famílias que teriam que mu- 32 dar de casa, das ruas que teriam que ser asfaltadas e etc. A segunda fase é chamada de urbanização. Nessa fase, o projeto classificou os problemas encontrados, pois algumas casas precisavam apenas de melhorias, como pinturas, reboco e telhado. Outras precisavam apenas de banheiros. Mas algumas casas tiveram que ser derrubadas e reconstruídas no mesmo lugar e algumas famílias que moravam em locais de risco tiveram que mudar para outro lugar, como por exemplo os moradores do Barreiro e Solas das Águas. Ana Andréia falou que foram 200 melhorias habitacionais 33 (reformas) e 69 banheiros construídos. A terceira fase é chamada de pós-urbanização. Nessa fase, o projeto ofereceu diversos cursos e oficinas. Foi feito um acompanhamento dessas famílias para gerar mudanças de hábitos, e realizadas ações educacionais voltadas para higiene pessoal e formas de tratar o lixo. Os cursos ensinaram a conservar as melhorias e preservar o meio ambiente. Também foram realizadas oficinas culturais, artísticas e de geração de trabalho e renda para que as pessoas pudessem se interessar pelos estudos e ge- rar renda para se manter no novo local. Pois quando moravam nas palafitas, não pagavam luz e água, e na nova casa terão mais custos. Ana falou que esse trabalho foi importante e trouxe muitas melhorias na qualidade de vida dessas pessoas, porque antes as pessoas não tinham onde tomar banho. Elas esperavam a noite chegar para tomar banho de roupa com todo mundo olhando. E também tinham muitas doenças de pele. Após as mudanças do Projeto Terra, o índice de doenças de pele e alérgicas diminuiu bastante. O que é o Terra Mais Igual? Poemas Sobre o Terra Por Agleuciane Brito Portela de Brito O Projeto Terra cuidou De mim, cuidou de mim Não me jogou na rua E nem na maré O Projeto Terra Construiu muitas casas Construiu duas quadras Para a criançada Brincar Antigamente não Tinha onde brincar E nem onde correr As Melhorias do Bairro Por Adriele Martins Miranda Quando as pessoas moravam no mangue As pessoas tinham muitos riscos Até de morrer Suas casas caírem, sua família Suas vidas estavam Em risco Até que a Prefeitura viu O estado dos moradores E quis ajudar essas pessoas Minha mãe ficou feliz Pois a casa ficou muito melhor Houve muitas melhorias Agora as pessoas que Moravam lá Não precisam de se preocupar O sonho de casa nova chegou E as pessoas ficaram Muito melhores 34 35 Paródias Música: Se essa rua fosse minha Por Dayane Pereira da Cunha Com o Projeto Terra Temos melhorias A quadra de esportes reformas de pracinhas do Se essa rua, se essa rua fosse minha Eu mandava, eu mandava melhorar Como o Projeto Terra Fez para as pessoas morarem A Orla tá bonita Escolas bem legais Agradecimento do povo bem leal Se essa rua, se essa rua fosse mangue Com casas desabando no chão E o Projeto Terra fez uma coisa muito boa Que ajudou toda a população va do Projeto Terra, osso duro de roer Ele ajuda geral e pode até ajudar você Projeto Terra osso duro de roer Ele ajuda geral e pode até ajudar você Não dá bobeira não, ele é muito bom Ele ajuda, ele ajuda pra valer Barraco de madeira Vou te reformar É o Projeto Terra Que chegou pra abalar FOTOS: ARQUIVO PMV gr a Agradecemos por nossas moradias Salas, quartos e também cozinha Música: Tropa de Elite Por Luiz Fellipe Hell Tomaz va gr a Música: Marcha Soldado Por Patrícia Ildefonso Gonçalves Entrevista com crianças sobre os bairros Por Alexandre da Conceição Júnior Lays da Vitória Pereira, 8 anos Você gosta do seu bairro? Por quê? Sim, porque é legal. Qual bairro que você mora? Santa Martha. Você se acha importante para seu bairro? Sim. Você conhece o Projeto Terra? Não. Saulo Bellumat Rigo, 9 anos Você gosta do seu bairro? Por quê? Sim, porque é legal. Qual bairro que você mora? Santa Martha. Você se acha importante para seu bairro? Mais ou menos. Você conhece o Projeto Terra? Sim. Se você pudesse participar, você participaria? Sim. Se você pudesse participar, você participaria? Sim. Qual lugar você mais gosta do seu bairro? A orla. Qual lugar você mais gosta do seu bairro? Mangue Seco. O que você acha do seu bairro? Legal. Você gostaria de se mudar para outro bairro? Não, porque eu acho esse bairro muito legal. João Vitor de Souza Lima, 9 anos Você gosta do seu bairro? Por quê? Sim, porque é legal. Qual bairro que você mora? Cariacica. Você se acha importante para seu bairro? Sim. Você conhece o Projeto Terra? Não. Se você pudesse participar, você participaria? Sim. Qual lugar você mais gosta do seu bairro? A orla. O que você acha do seu bairro? Legal. Você gostaria de se mudar para outro bairro? Não, porque é legal. 36 O que você acha do seu bairro? Legal. Você gostaria de se mudar para outro bairro? Não, porque é ótimo. Fabrícia, 8 anos Você gosta do seu bairro? Por quê? Sim, porque sim. Qual bairro que você mora? Santa Martha. Você se acha importante para seu bairro? Mais ou menos. Você conhece o Projeto Terra? Não. Se você pudesse participar, você participaria? Não. Qual lugar você mais gosta do seu bairro? Mangue Seco. O que você acha do seu bairro? Legal. Você gostaria de se mudar para outro bairro? Não. Moradia Por Luiz Carlos Oliveira da Silva Morava em palafitas De repente chegou um ambientalista E nos tirou daquele lugar Pensei: Onde vamos morar? Aí chegou uma pessoa do Projeto Terra Agora moramos em Barreiros Agradecemos o Projeto Agora temos um teto Agora não tem mais risco Moramos num lugar bonito Reformas e reassentamentos Por Dayane Pereira da Cunha e Adriele Martins Miranda Nós entrevistamos Maria da Penha, moradora do bairro Andorinhas há 22 anos, que teve sua casa reformada pelo Projeto Terra e ficou muito feliz com a casa nova. Ela disse que antes sua casa era de tábua velha. Em sua casa nova, a família adorou 100%, pois ficou melhor, bom demais, e mudou muito porque era de tábua. “Agora não é só a minha casa que ele fez. O Projeto Terra mudou muito a minha vida 38 ajudando em muitas coisas. A parte financeira é a mesma. Só mudou foi a casa. Você conversou com sua vizinha? O Projeto Terra reformou a casa dela também. Agora, nós estamos felizes. Muito obrigado por nos deixar conversar com você e com o Projeto Terra”. 39 Por Bruno Machado Para saber o que aconteceu no projeto de urbanização e sobre as mudanças de casas de palafitas para casas de alvenaria, convidamos o engenheiro Antero, fiscalizador do Projeto Terra Mais Igual. A idéia de tirar as pessoas foi da Prefeitura. As pessoas que moravam nas palafitas foram tiradas do mangue. A idéia foi achar uma área que coubesse 70 casas. Elas foram construídas tipo duplex, com dois quartos, cozinha, sala e banheiro. A conversa com os moradores que sairiam das palafitas foi feita com o agente social, que disse que essa área era de preservação ambiental e as condições de vida eram desumanas. O projeto teve a idéia também de fazer as casas no seu pró- prio terreno e também construir banheiro para as famílias que não tinham condições. O conjunto Solar das Águas foi feito porque havia famílias que moravam em áreas de risco e também moravam onde hoje é o Parque de Mangue Seco. O projeto durou três anos na fase de planejamento e semeio das construções. Foram feitas também quadras poliesportivas e um prédio, que futuramente será um colégio. Foi feita também uma rede elétrica, que passa por cima da rua. Os colégios foram reformados. Foram mais ou menos 80% com verba do Ministério das Cidades e 20% da Prefeitura. Por Dayane Pereira da Cunha, Bruno Machado, Adriele Martins Miranda e Luiz Fellipe Hell Tomaz A moradora do bairro Joana D’arc, Alvina Maria de Jesus, achou boa a mudança na sua casa. Ela achou bom porque antes ela morava em um barraco em cima d’água. Quando a maré enchia, ela pensava que ia cair, mas as coisas estão do mesmo jeito. A casa é melhorzinha e não é barraco. Já a moradora Rayane Belo achou boa a construção da sua nova casa, mas ela disse que a casa que ela morava antes era melhor. Os moradores do bairro Joana D’arc acharam boa a mudança da nova casa, porque muitos moravam em barracos e casas de palafitas. Já uma outra parte dos moradores não achou boa, porque acha que o Projeto Terra esqueceu deles, como a moradora Dani Costa, que diz: “o Projeto Terra mandou a gente sair e vir morar aqui. Aqui, tem muita ‘zuada’, bagunça. O que a gente fala, todo mundo ouve”. Entrevista com moradores Alvina Maria de Jesus O que você achou da nova casa? Achei bom. Como era sua casa antes? Barraco, debaixo d’água, quando a maré enchia pensava que ia cair. Pra você, o que tem hoje na sua casa que não tinha antes? As coisas estão as mesmas. Você conheceu outra pessoa que teve a sua casa reformada pelo Projeto Terra? Não. Pra você essa mudança foi importante? Por quê? Foi bom. A casa é melhorzinha, não é barraco. Sua vida melhorou depois disso? Melhorou um pouco, não tenho parente, só Deus. Como foi a conversa com o Projeto Terra? Meu filho era vivo nesta época. Falaram que iam construir casas e que a gente ia pagar, mas até agora eu não sei direito como aconteceu. Sua família gostou dessa mudança? Gostei, porque eu sou sozinha mesmo. O projeto só reformou sua casa ou fez outra coisa? Só a casa, eu não reformei a casa porque não gosto. O que você acha do Projeto Terra? Legal. Rosemeri Lousada Pereira O que você achou da nova casa? Achei bom. Como era sua casa antes? Era um barraco só, bem maior que essa agora. Pra você, o que tem hoje na sua casa que não tinha antes? A escada, pois era tudo baixo; e o banheiro, que está dentro de casa. Você conheceu outra pessoa que teve a sua casa reformada pelo Projeto Terra? Conheço minha irmã e minha amiga. Pra você essa mudança foi importante? Por quê? Foi importante, as outras casas não tinham condições. A casa de tábua balança. Aqui estamos mais protegidos. Sua vida melhorou depois disso? Um pouco. Porque aqui você não tem privacidade de nada, muitas vezes você conversa com a vizinha, se falar um “a”, todo mundo escuta. Como foi a conversa com o Projeto Terra? Quem conversou tudo foi a minha mãe, eu não fiquei a par já que ela já faleceu. Sua família gostou dessa mudança? Gostou. O único ponto ruim é a privacidade e o fato de ela ser pequena. O projeto só reformou sua casa ou fez outra coisa? Só reformaram a casa. O que você acha do Projeto Terra? Não conheço muito, mas foi bom eles terem dado essa casa pra gente, pois tinha gente que precisava muito. 40 41 Gabriela Coelho Dias Dani Costa e Toniele Costa O que você achou da nova casa? Melhorou, não ficou 100%, mas tá bom. Como era sua casa antes? Era de madeira, perto da maré, na última casa. Pra você o que tem hoje na sua casa que não tinha antes? O espaço aumentou. Você conheceu outra pessoa que teve a sua casa reformada pelo Projeto Terra? Todo mundo de Joana D’arc. Pra você essa mudança foi importante? Por quê? Não. Minha mãe que mora aqui. Sua vida melhorou depois disso? Continua a mesma coisa. Como foi a conversa com o Projeto Terra? Não teve conversa, mandaram a gente sair. Sua família gostou dessa mudança? Não. É horrível, muita “zuada”, bagunça. O que um fala, todo mundo ouve. O projeto só reformou sua casa ou fez outra coisa? Me despejou da minha casa. O que você acha do Projeto Terra? Acho que botou a gente aqui e abandonou. O que você achou da nova casa? Pequena, mas boa. Como era sua casa antes? Era de tábua, pequena, um cômodo só. Pra você, o que tem hoje na sua casa que não tinha antes? Tem dois quartos, uma sala. Antes, tinha só um cômodo que era tudo junto. Você conheceu outra pessoa que teve a sua casa reformada pelo Projeto Terra? Todo mundo do bairro Joana D’arc. Pra você essa mudança foi importante? Por quê? Foi porque deu casa pra minha mãe. Sua vida melhorou depois disso? Sim Como foi a conversa com o Projeto Terra? Não sei porque morava com a minha mãe. Sua família gostou dessa mudança? Gostou. O projeto só reformou sua casa ou fez outra coisa? Só reformou. O que você acha do Projeto Terra? Bom, apesar de não ter muito contato. Maria Aparecida Martins Miranda O que você achou da nova casa? Achei ótimo. A gente morava na água, melhorou muito pra gente. Como era sua casa antes? Barraco. Pra você o que tem hoje na sua casa que não tinha antes? Espaço tem bastante, melhorou bastante. O banheiro, reformei, deu pra fazer uma boa reforma. Você conheceu outra pessoa que teve a sua casa reformada pelo Projeto Terra? Várias pessoas. Luzia, Dalva, Arlete. Pra você essa mudança foi importante? Por quê? Muito importante. Não tinha espaço, tínhamos que passar em cima de uma madeira. Sua vida melhorou depois disso? Bastante. Tive uma subida bem grande. Como foi a conversa com o Projeto Terra? Eles disseram que iam desmanchar aquela casa e que íamos pagar por uma nova, mas eles acabaram dando. O que foi um presente, tem parque, ônibus... Sua família gostou dessa mudança? Minha família adorou, gostou demais, nota 100%. O projeto só reformou sua casa ou fez outra coisa? Só deu a casa, a reforma foi eu. Coloquei piso, fiz o muro, coloquei grade. O que você acha do Projeto Terra? Pra mim e pra todos foi bom, eu acho. Eu acho também que deveria continuar, pois tem mais gente que precisa. 42 Luzinete Pereira da Silva O que você achou da nova casa? Péssima, era melhor morar no barraco do que aqui. Como era sua casa antes? Barraco em cima d’água. Pra você o que tem hoje na sua casa que não tinha antes? Essa tem mais espaço. Você conheceu outra pessoa que teve a sua casa reformada pelo Projeto Terra? Conheço. Pra você essa mudança foi importante? Por quê? Por um lado foi, saí da água. Por outro não, muitas coisas ruins aconteceram aqui. Sua vida melhorou depois disso? Piorou. Como foi a conversa com o Projeto Terra? Tiraram a gente de Mangue Seco e jogaram aqui. Sua família gostou dessa mudança? Meu filho gostou, pois dá pra brincar, mas eu estou pensando em mudar para São Pedro. O projeto só reformou sua casa ou fez outra coisa? Só a casa. O que você acha do Projeto Terra? Achei ótimo, pois a casa saiu de graça, pois antes a gente ia pagar a casa. O lado ruim são as pessoas e a violência. 43 Poemas Moradia Por Agleuciane Brito Portela de Brito do Moradia Por Luiz Carlos Oliveira da Silva Morava em palafitas De repente chegou um ambientalista E nos tirou daquele lugar Pensei: Onde vamos morar? Aí chegou uma pessoa do Projeto Terra Agora moramos em Barreiros Agradecemos o Projeto Agora temos um teto Agora não tem mais risco Moramos num lugar bonito Moradia Por Luis Fernando Martins Rodrigues Eu tinha uma casa de palafita Mas o Projeto da Prefeitura de Vitória Veio e nos tirou da zona de risco Nos deu uma casa de alvenaria Comunidade e Moradia Por Milena Amorim Fernandes Na minha comunidade existem pessoas, Alegres, extrovertidas, comunicativas Na minha comunidade existem pessoas Solidárias, compreensivas, pessoas sábias A minha rua está em perfeita ordem Amo minha comunidade! a va Moradia Por Luiz Fellipe Hell Tomaz Barracos, barracos Nunca morei Mas posso morar Desejo que o Projeto Terra Possa mudar a sua vida Igual mudou A vida de muitas pessoas As casas que eram De palafitas Hoje são de alvenaria Deixando o bairro Mais bonito Cheio de alegria gr gr a Marinete mora em Santa Martha Onde vive com seus dois filhos e seu marido na casa Em que o Projeto Terra construiu para ela E para outras pessoas Antes disso, Marinete morava Em uma situação ruim Agora ela está feliz com a nova casa va do Moradia Por Alexandro da Conceição Júnior Na região onde eu moro era um campo de futebol A Prefeitura melhorou muito, Agora eu moro no prédio Sintra, Que foi construído em cima desse tal campo de futebol. E foram melhorando mais e mais. Essas melhorias foram importantes para o bairro de Santa Martha Melhoraram praças, casas, etc. Moradia Por Kamilla Cristina Hell Tomaz gr a Certo dia dona Ana estava sofrendo muito Morava em frente ao mangue Mas o Projeto Terra foi lá E deu uma casa pra ela melhor E ela vive bem até hoje Moradia Por Milena Amorim Fernandes Dona Ana sofria muito Porque mora em palafitas Quando chovia, sua casa alagava A casa toda Ela gostaria de morar em Uma casa melhor e bem estruturada Ela foi acolhida pelo Projeto Terra E hoje é bem feliz Pois tem uma casa ótima 44 va do Moradia Por Patrícia Ildefonso Gonçalves Viver, viver é um prazer Prefeitura de Vitória foi um prazer te conhecer Eu morava em palafitas, em palafitas eu morava Até conhecer o Projeto Terra Fui morar em casas raras Um dia eu acordei, Acordei de um pesadelo Agradeço a Deus Por te me dado por inteiro. Moradia Por Caroline França Damião Muitas pessoas não tinham onde morar Então ficavam morando em palafitas Então quando chovia Caia um monte de barracos Então o Projeto Terra ajudou muitas pessoas Porque deram uma casa boa E também com muitas coisas Agora as casas são de tijolos e Tem um monte de pessoas felizes Agora quando chove Eles podem dormir em paz Reforma Por Luis Fernando Martins Rodrigues O Projeto Terra rá-rá Me ajudou A minha casa transformou E agora me sinto bem Porque minha casa cheira bem Na minha casa não podia pular Porque senão eu ia nadar Na minha casa não podia brincar Porque senão ia quebrar E agora me sinto bem É cem, minha casa é nota cem E agora eu pulo e brinco na minha casa Com meus amigos Moradia Por Pedro Matheus Werneck Rodrigues O Seu João morava em um barraco Ele não tinha condições de mudar de casa Feliz ficou porque a sua casa mudou Graças ao Projeto Terra Que o problema solucionou gr a Paródias Música: NX Zero, Pela Última Vez Por Caroline de Farias Corrêa Não, eu não vou te deixar se mudar daqui Nada vai funcionar sem você aqui Mas algo me diz que sua casa vai cair Em pedaços, contra todos os planos do Projeto Terra Agora é muito tarde pra tentar mudar Música: A Casa Por Luiz Carlos Oliveira da Silva Era uma casa Desengonçada Meio feia, toda quebrada Aí chegou O Projeto Terra E consertou aquela casa Eu sei, não vou me mudar pois tenho tanta coisa pra falar sobre você Sobre mim, sobre nós Tente me ouvir agora Ela foi feita Com muito Mérito Na rua Barreiros Número Zero É pela última vez É pela última vez Eu quero que prometa Nunca mais vai se mudar Música: Ilariê / Xuxa Por Caroline França Damião Se sua casa tá caindo Chame ele pra ajudar O nome dele é o Terra Ele gosta de ajudar Dá um pulo e vem pra cá Projeto Terra vai melhorar Eles gostam de reformar A sua casa agora vai O Projeto tá vindo aí, ô ô ô O Projeto tá vindo aí, ô ô ô O Projeto tá vindo aí, ô ô ô Pra reformar, pra reformar, estão aí! 46 va do Meio ambiente Tão lindo Tão bonitinho Tão animado Orla de Mangue Seco Por Agleuciane Brito Portela de Brito Estava andando pelo bairro de Mangue Seco e percebi que a orla contém muitas coisas legais para os moradores. Um exemplo é a quadra poliesportiva que o bairro tem. Conversei com Gleide Soares dos Santos sobre o que ela achou das melhorias feitas na orla. Ela me disse que a ciclovia ficou muito fechada, impedindo o acesso de carros, a pracinha é um “point” bom, pois não tem confusão e nem problemas. Pude perceber que os moradores da orla se sentem bem à vontade com as mudanças feitas no bairro. Carolin e Franç a Dami ão Por Grazieli Célia Coelho Fui até a orla e conversei com os moradores para saber como era a orla antigamente. De acordo com Fabiana Ribeiro, de 31 anos, dona de casa, “a orla antigamente não existia, era mangue e as casas ficavam em cima da água”. E através de Fabiana Ribeiro, eu pude perceber que a orla mudou muito, para melhor graças ao Projeto Terra. Agora, na orla temos uma quadra e um parque que deixou os moradores felizes. Por Patrícia Ildefonso Gonçalves Estava passando pela orla e decidi perguntar aos moradores se eles gostavam de morar ali e ouvi muitos elogios, como o da moradora Gleide Soares dos Santos. Ela comentou que não trocaria a orla por lugar nenhum pela terra, nem por onde ela nasceu, que é a Bahia. Eu acho muito importante que os moradores gostem do lugar onde eles moram, mas infelizmente poucos moradores conservam esse lugar. 48 49 Poemas A Orla Por Luiz Carlos Oliveira da Silva Orla Por Luis Fernando Martins Rodrigues Antigamente era ruim Depois ficou melhor Agora está boa Nunca mais brinco só Nunca pensei que fosse assim Eu pensava que era ruim Mas quando eu vim Eu vi que era pra ser assim A Orla Por Patrícia Ildefonso Gonçalves Tão lindo Tão bonitinho Tão animado A orla É um momento de prazer As crianças jogam bola E vem chamar você Conheci muita gente Gente como a Bete Amiga e celeste A orla é bonita Obrigado Por isso Agora eu vou te dizer Quem mora na orla Sente prazer, e vontade de viver Quem mora na orla Sente orgulho de escutar aquele barulho A orla era lama Agora virou um lugar Bem bacana Um lugar que dá pra brincar, pensar e estudar Um lugar de lazer pra você conservar va do A Orla Por Agleuciane Brito Portela de Brito Agora eu vou te dizer Quem mora na orla Sente muito prazer Agora eu vou te falar Quem mora na Orla Tem vontade de morar Chorei, chorei Nas palafitas que morei Quando eu mudei O meu mundo mudou E eu não queria mudar Para lá de novo Acordei, acordei Para o mundo acordei Espero estar atento Para estar no mundo Que mudou, mudou muito E mudou para melhor E eu tenho que agradecer ao Projeto Terra Obrigada Essa orla, Essa orla era feia de morar, Mas com a ajuda do Projeto Terra As coisas começaram a melhorar Antigamente as criancinhas Não tinham onde brincar Mas por isso brincavam Na maré onde caíam Ninguém podia jogar bolinha Porque no chão só tinha barro Ninguém podia dormir direito Porque tudo era imperfeito gr a gr a E pra quem está lendo Tchau E um abraço Orla Por Grazieli Célia Coelho Na orla é brincadeira o dia inteiro Não posso dizer que lá só tem maconheiro Mas tem pessoas de bem Rezam e terminam com amém Essa é a saudação Todos têm Deus no coração Pensem bem E façam como eles também Termine com a saudação amém va do Parque Barreiros Por Agleuciane Brito Portela Por Caroline França Damião e Caroline de Farias Corrêa No Parque Barreiros, entrevistamos Cristina Jane Santana. Ela disse que tem 36 anos e que sua profissão é professora. Nós perguntamos como as pessoas ajudam na composição do meio ambiente. Ela respondeu: “As pessoas ajudam na medida em que entendem o que é o meio ambiente, como preservá-lo, na questão do pertencimento, pois é o meio em que eles vivem e o meio em que eles convivem”. 50 O Parque Barreiros é um local muito legal para a comunidade. Perguntei ao vigia João Pratis Machado, de 33 anos, como é a participação dos moradores no parque. Ele me disse que o parque é um ótimo local de lazer para a comunidade. Comentou que o papel dele é proteger o parque. Andei pelo lugar e vi que o ambiente é muito legal para se divertir e brincar. Acho muito legal o parque para o meu bairro. 51 Parque de Mangue Seco Por Agleuciane Brito Portela, Patrícia Ildefonso Gonçalves e Grazieli Célia Coelho Conversamos com Antônio Carlos de Souza Vieira, que trabalha como administrador do Telecentro. Ele é educador e falou que o Telecentro do Parque Mangue Seco é um projeto de inclusão digital da Secretaria Municipal de Geração de Trabalho e Renda. Ele disse que o Telecentro é voltado para a comunidade, para as pessoas que querem aprender cursos de informática e fazer algum curso usando a internet. Há também um monitor que ajuda as pessoas que precisam fazer o primeiro currículo para trabalho e ajuda as pessoas que tem dificuldade de usar o computador. Antônio Carlos disse que gosta muito de trabalhar no Telecentro porque gosta de ficar junto com os jovens. Escolas Por Luis Fernando Martins Rodrigues Nessa escola Não ensinam a roubar Nem matar, pelo contrário Ensinam a estudar Nessa escola tem hora pra tudo Tem hora pra estudar Tem hora pra ensinar E tem hora pra lanchar Nessa escola temos que estudar Pra nos formar e no futuro trabalhar Essa escola Chama-se Marieta Escobar 52 53 Por Ebany Paulino Correia Na Escola Marieta Escobar, entrevistamos Fernanda Moticere. Ela é pedagoga e trabalha na escola há cinco anos. Ela disse que o que ela mais gosta é a participação dos pais e a relação entre os professores, que são bons professores. No Vercenílio, Eliane Aparecida Martins Marco, trabalha há quase dois anos como assistente administrativo. Eliane falou que a escola já está providenciando o Ensino Fundamental de nove anos. Antes tinha até às 8as séries e agora tem até a 9ª série, porque o pré faz parte agora do Ensino Fundamental. Para isso, a escola terá que se adaptar para receber os novos alunos. Sobre a escola, reclamou que a quadra não está em um bom lugar, pois na hora da Educação Física, o barulho atrapalha as outras aulas. Mas ela disse que gosta muita da escola e que é um ótimo lugar para a comunidade. Eliane afirmou que os professores trabalham bastante o tema do meio ambiente porque a escola está próxima do mangue. Ela explicou também que, quando tem reunião com os pais, poucos aparecem. Isso é ruim, pois falta a participação dos pais junto com a escola. Isso influencia na vida dos alunos. Na Escola Isaura Marques da Silva, entrevistamos Marina Isaías Ferreira, que trabalha como assistente administrativo há 32 anos. Ela falou que a escola passou por uma reforma que aumentou e pintou as salas de aula. E falou também que hoje a escola está ótima e que os professores são dedicados e alguns alunos dão muito trabalho. O que ela mais gosta na escola é do relacionamento com os colegas de trabalho. Perguntas que foram elaboradas e feitas às font es pelos escritores Como a escola era antes? O ensino teve melhorias? Houve bastantes reformas na escola? Há quanto tempo você trab alha aqui? O que você acha da escola hoje? Que tipo de melhorias voc ê quer que aconteça nesta escola? O que você mais gosta nes ta escola? O que você acha dos profes sores? O que você acha dos alunos ? Música: A Casa Por Caroline França Damião Música: Se essa rua fosse minha Por Caroline de Farias Corrêa A minha escola Foi reformada Antes era Toda quebrada A minha escola é muito engraçada Era um barraco no meio do nada Com a ajuda de uns tijolos Virou esta escola engraçada Era chamado De barracão Todo mundo Era irmão Agora, ela tem muitas Muitas coisas, quadras Salas bonitas E melhorias A diretora é legal Você não sabe o que está perdendo Quando o pessoal vai pra coordenação Às vezes leva suspensão Mas agora Está bem melhorando Porque antes Dava até dor! Música: Se essa rua fosse minha Por Adriele Martins Miranda Se essa escola Se essa escola fosse minha Eu mandava Eu mandava reformar Para crianças Para as crianças irem estudar Música: Se essa escola fosse minha Por Alexandro da Conceição Júnior Nessa escola Nessa escola tem uma quadra Pras crianças Pras crianças irem brincar E praticam E praticam muitos esportes Para fortes Para fortes elas ficarem Se essa escola Se essa escola fosse minha Eu mandava Eu mandava consertar Com tijolos Com tijolos de brilhantes Para os meus Para os meus alunos aprovar Nós sempre vamos Sempre vamos ver um filme E discutimos Discutimos sobre ele Pra entender Pra entender e saber mais Nessa escola Nessa escola tem um bosque Que se chama Que se chama solidão Dentro dele Dentro dele mora um anjo Que roubou Que roubou meu coração 54 gr a Paródias va do va do gr Poema a 55 Escola Por Luis Fernando Martins Rodrigues Nessa escola Não ensinam a roubar Nem matar, pelo contrário Ensinam a estudar Música: Se essa escola fosse minha Por Adriele Martins Miranda A minha escola É muito engraçada Tem muita gente Que não faz nada Fica brincando e não faz dever A professora vai enlouquecer Coordenadora morre de rir Quando os alunos ficam aqui O engraçado é na minha sala Tem uma loirinha que não faz nada Ela implica até comigo Mas eu não ligo e também implico Nessa escola tem hora pra tudo Tem hora pra estudar Tem hora pra ensinar E tem hora pra lanchar Nessa escola temos que estudar Pra nos formar e no futuro trabalhar Essa escola Chama-se Marieta Escobar Postos de saúde Andorinhas Por Gabriel Louzada Pereira Eu bati um papo com a senhora que se chama Jenai da Silva. Ela é dona de uma lojinha de roupas e mora perto do Posto de Saúde de Andorinhas. Nessa conversa, a Dona Jenai falou o que era o posto. Ela disse que acha esse posto de saúde muito bom para o bairro. Foi através da Prefeitura e dos moradores que o posto foi construído. Ela disse que o atendimento é muito bom, embora ela freqüente o hospital particular. Ela disse que melhorou a vida dos moradores e que os moradores participam das palestras que são dadas no posto. Por Alexandro da Conceição Júnior Com a moradora Jenai da Silva soubemos que o Posto de Saúde de Andorinhas foi construído pela Prefeitura, mas teve ajuda dos moradores. Falou também que é muito bom. Falou que é bem atendida, mas também tem reclamações. “Eles fazem o que tem que fazer”, disse ela. O local do posto foi decidido pelos moradores e a partir das reclamações que o posto melhorou. 56 57 Santa Martha Por Alexandro da Conceição Júnior O Posto de Saúde de Santa Martha já estava sendo planejado há muito tempo. A diretora Cátia Cristina falou que a comunidade ia para o Posto de Saúde de Andorinhas. Ela falou também que a própria comunidade conseguiu o posto através de reclamações. Disse também que o posto de saúde traz muito mais felicidades para a comunidade. “Nós tentamos dar bom atendimento, mas também recebemos reclamações”, disse ela. Por Alexandro da Conceição Júnior A moradora Erli Francisco Pereira falou que, quando não tinha posto de saúde no bairro, ela ia para Maruípe. A importância do posto é que ele é 100% de bom. E falou também que o posto de saúde foi construído pela Prefeitura e traz muitas alegrias para a comunidade. Falou também que as pessoas são bem atendidas. Liderança comunitária Por Caroline de Farias Corrêa e Milena Amorim Fernandes Falamos com o líder comunitário do bairro Joana D’arc, José Adolfo Amaral, de 36 anos, morador do bairro há 14 anos e líder comunitário há 2 anos. Amaral disse que poucas coisas mudaram de 14 anos para cá. O número da população aumentou muito com a chegada do Projeto Terra e a construção do conjunto habitacional, do Parque de Barreiros, com mais de 10 ruas que foram asfaltadas. Ele disse que pelo fato do bairro ser residencial não há muita renda dentro da comunidade. O Projeto Terra faz um ótimo trabalho tirando as pessoas que moravam em casas de palafitas para outros lugares e ajudando aqueles que precisam. 58 Perguntas que foram elaboradas e feitas à fonte pelos escritores Há quanto tempo que você mora no bairro? O que mudou de lá para cá? O que já aconteceu de importante dentro do bairro? Projeto Caminhando Juntos (Cajun) Por Luis Fernando Martins Rodrigues Kely Pastor Costa tem 27 anos. Ela falou que se fosse coordenadora do Cajun de Andorinhas manteria o padrão que a coordenadora atual tem, porque ela acha que não tem que mudar nada. E sobre outras oficinas, Kely disse que agora não é preciso. As crianças não têm interesse em outras oficinas e as que existem atendem a demanda. Conversamos com o professor Sérgio Lima, que tem 34 anos, é professor de capoeira no Cajun e é formado em Educação Física. Ele disse que o objetivo dele com as crianças é a educação. Entrevistamos também a professora Laudinéia Sais Martins. Ela tem 45 anos e disse que o que chama mais a atenção dela no Cajun é o fato do projeto tirar as crianças das ruas e ocupar o tempo delas para não deixar que elas façam coisas ruins no tempo vago. Batemos um papo com o professor Fábio, que tem 24 anos. Ele é professor de Educação Física e para ele o Cajun é um dos melhores projetos porque, como disse a professora Laudinéia, ele também acha que o projeto tira as crianças das ruas. Por Luiz Carlos Oliveira da Silva Eu, Luiz Carlos, fui ao Cajun de Andorinhas fazer entrevistas com alguns integrantes do local. Conversei com Ângela da Vitória Nunes, que é coordenadora do Cajun de Andorinhas. Perguntei o que ela acha de ser coordenadora do Cajun. Ela disse que “é um trabalho gratificante” e que ela foi nomeada por eleição. A atuação dela é coordenar o Cajun. Sem mais nada a tratar, acaba-se aqui a nossa entrevista. Obrigado. 60 Depois de uma curta conversa com a Ângela, conversamos com a professora de artes Kely, de 27 anos. Ela comentou que as atividades feitas no Cajun foram criadas em cima do desejo das crianças. “Geralmente fazemos uma pesquisa para ver o interesse das crianças em determinadas atividades, podendo assim inserir novas atividades que supram as necessidades”. Conclusão: percebi que as crianças gostam do espaço Cajun como área de lazer. A faixa etária atendida é de 7 a 17 anos. Raça, gênero, mídia e infância Ser negra Por Rayane dos Santos Belo Me formo um ser para ser valorizado, me torno ao teu amor e ser empregado. Gosto de andar sem ser notado com discriminação, pois não sou diferente, pois também tenho coração. O que adianta ser branco se nunca aprendeu a amar o próximo. O estereótipo do negro Por Patrícia Ildefonso Gonçalves Estereótipo? Conceito padronizado sobre pessoas e raças. Ser negro é: um motivo de orgulho da nossa raça, é um motivo de luta. Nós negros temos que lutar se for preciso até a morte. Tem pessoas que acham que nós nascemos para sermos escravos. Isso se chama racismo. Nós temos os mesmos direitos dos brancos. Lute e nunca desista. Dia 20 de novembro é uma data para lembrar a resistência dos negros à escravidão. Isso é mais uma prova que nós negros somos resistentes. 62 63 Ser negro Por Caroline França Damião Ser negro é muito bom, mas às vezes tem muita discriminação e isso não é bom, porque eles ficam te chamando de macaco, tição, azulão, etc. E também ficam te chamando de pobre, favelado, ladrão, etc. Só porque é negro. Mas tem muito branquinho que queria ser negro e eu tenho muito orgulho da minha cor. E também tem muito racismo nesse país e isso é muito ruim, e quem ofender o outro com essas palavras desagradáveis pode até ser preso. É isso que eu acho de ser negro. Ser negro é Por Agleuciane Brito Portela de Brito Ser negro é ser discriminado por muita gente. Princesa Isabel, através da Lei Áurea, deu a liberdade aos negros. Depois que a Lei Áurea foi assinada, muitos homens não cumpriam a lei. A discriminação no mundo ainda continua. Muitos jovens negros que moram na periferia são discriminados. Quando vão fazer uma entrevista para estagiar, muitos não conseguem porque moram na favela ou são negros. É muito difícil saber que a nossa sociedade tem que mudar muito. Tem que saber que todos nós somos iguais, apesar do sexo, da religião e muito mais. Sempre tratem as pessoas como devem ser tratadas: com muito respeito. Chega de trabalho infantil! Por Caroline de Farias Corrêa Existem coisas que o dinheiro pode pagar. Você sabe o que é trabalhar na sua infância? Muitas crianças perdem a sua infância cortando cana para ganhar R$ 0,10 centavos por metro, catar papelão para ganhar R$ 0,30 centavos por quilo, brita, pedra. Geralmente crianças de 3 e 4 anos de idade não ganham nada, nem 1 centavo. Existem coisas que o dinheiro não pode pagar. Racismo Por Patrícia Ildefonso Gonçalves É crime! Isso é um preconceito. Os brancos acham que nós negros somos diferentes, mas infelizmente no lado ruim. Eles acham que são melhores do que a gente, mas nós somos iguais ou melhores. Nem todos os brancos são preconceituosos, mas pelo menos 70% deles são. Eu tenho orgulho da minha cor e falo: não tenho medo do preconceito. Luto mesmo, com garra até ganhar. Nunca desisto. Por causa disso, muitos negros são expulsos de muitas universidades ou até desistem de estudar. Se depender de mim, nunca vou desistir de estudar. Por causa do preconceito, em muitas escolas, os negros têm um tratamento diferente. Racismo Por Luis Fernando Martins Rodrigues Hoje vamos falar de racismo. Tem muita gente que fala que o racismo no Brasil não existe, mas existe sim. Você pode ir a qualquer lugar. No shopping, ninguém pode ver um negro com terno preto que pensam que é um segurança. Um dia lá na minha escola, falaram que eu fiz uma coisa que eu não fiz, só porque eu estava conversando com essas pessoas que fizeram essas coisas. Olha, Luis Fernando está pedindo a todos que têm racismo no coração, que estão lendo este livro, que vocês não tenham racismo no coração porque não é todo negro que rouba, mata, estupra, etc. E pra todos um abraço e um beijo. E lembrem-se: tirem o racismo do coração. 64 65 Futebol para mulheres Por Ebany Paulino Correia Porque os homens podem ter o nome do seu time e as mulheres não? Os homens podem ter o nome de Botafogo, Flamengo, Vasco, Corinthians, Palmeiras Neto e as mulheres não. Os homens jogam no Maracanã várias vezes, já as mulheres, é muito raro jogarem no Maracanã. Os mais famosos dos jogos de futebol dos homens são Ronaldo, Ronaldo Gaúcho, Pelé, etc. Das mulheres só a Marta. Por quê? Acho que sei o porquê, porque dizem que as mulheres jogam melhor do que os homens, e nós sabemos disso. Mulheres dizem que os homens não podem arrumar a casa e cuidar dos irmãos, e até os colegas fazem “zuações”. Os homens dizem que a mulher não pode jogar futebol, até a mãe da gente fala: futebol é coisa de moleque macho, e nos proíbe de jogar futebol. Mídia e mulher Sem assinatura A mídia na televisão mostra que a mulher foi feita para satisfazer os homens. Mas será que nós mulheres fomos feitas para satisfazer os desejos dos homens? Não. A mulher não foi feita para satisfazer os desejos dos homens e nem os homens foram feitos para satisfazerem os desejos das mulheres. Quando mostra nos comerciais uma mulher bonita, muitas pessoas pensam que também tem que se vestir do mesmo jeito. Mas não é bem assim. A mulher tem que ser ela mesma, se vestir do jeito que gostar. Porque quando se mostra uma mulher perfeita na TV, muitas vezes a mulher não é perfeita, o computador ajusta muitos defeitos. Acesso à informação Por Bruno Machado Loureiro Os veículos de comunicação são importantes para todos se informarem, por isso eles foram criados. Você sabe quais são eles? Eles são televisão, rádio, revista, jornal impresso e internet. Mas nem todos têm acesso à informação, porque muitos são pobres e não tem dinheiro para comprar. Mas será que desse jeito está bom? Eu acho que não, pois eu mesmo não tenho acesso à internet e isso eu não acho justo. Eu queria que todos tivessem acesso aos veículos de comunicação. A formatura Adriele • Agleuciane • Alexandro • Bruno • Caroline • Caroline Dayane • Dayanny • Ébany • Gabriel • Grazieli • José Alexandre Kamilla • Ketlen • Luis Fernando • Luiz Carlos • Luiz Fellipe Milena • Natália • Patrícia • Pedro Matheus • Rayane 66 67 A exposição 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 Conheça a Poligonal 11 seguindo o roteiro traçado pelos escritores legenda 01 emef marieta escobar 02 ponto final 03 centro comunitário 04 cmei maria nazareth menegueli 05 alojamento provisório 06 unidade de saúde de andorinhas 07 emef isaura marques da silva 08 ancoradouro 09Ancoradouro 10 entrada rua porto do sol 11 quadra de bocha 12 quadra poliesportiva 13 bar 14 casa da sra margarida sobre a pedra 15 igreja católica 16 mirante 17 unidade de saúde de santa martha 18 conjunto residencial solar das águas 19 escritório local da p11 20 mercearia big bom 21 conjunto residencial barreiros 22 parque municipal barreiros c arl R Lui r e lia n cia n é u l K e i d n l s i n e e l p n l i s C i o a o í á l r a o r J r Nat li x a Patr dre el Gab Ag Luiz Day theu tlen e C F l Ca n ru e A z i a a i e e z x l e o u K a y rie B a ia Ale o ane o M a e L n l n n r i n l d n á u e a t G r o o Na n ay d ll ia los b r r i d a é Br Mil el A c É a d s e n e u m D r C r n o P i p e J e a o a i r a e y l l r n a K x Fel F ne d lipe Gab Ag iz C ann aya i n o e a l s l i n i e n e i e A iz a Fel y u rol íc dr Bru Mil azi u y x r R L n L a t e e y a u l r ane a L b Pa exan o Al uiz ban rie do e D eus len G C É e i a s d p iel r l c rlo ny L t ne É e a i n y n h A l i d u A e t l l n a a a K oli le Ca tá osé xan z Fe abr e ern Day Ma ia los nny n s R a g c n a r u a A y a r F e N J i z Da eu G l o a ll i a aya Ray r i u le s A C i i u C L n d e g l y ele a L e e Kam o h e A uiz l Lu olin n t n D s i t P e s a dri le raz ian o ane Ma Ke lin o n i b L ne l u len Car d e r a É u l e i M r A n ay a y G uc o illa c e do o re h et a í B i a r C r t r r y d l e n d a t a e D n z e d a r n n Fe a xa e am C ie Agl Lui n p A nan o D o M a K line a r P P i r a l y l b e y d a e r Da s Ra Luis rolin rícia re K runo ilen a Fer oline Ped amill Caro atália sé Al exan iz Fe y Ga le ndo r a Pat l B u an d e na r ia e u en M i K o L C A a G N n r o n e J a ro C ríc a ath etl d er n a b e iel x y A s u i e É e l e p r a r e a F t i o l d n n i l e l n K d B le li atál é A xan Fel abr le razi cia Car nny ane Luis e D ro M la Pa xan ro i g o r A s M G u iz a G l y e uiz d n a N l i e o d i e l C a J e y l l A n R len aro A xa m o u Da P e iel g L any iele Lu L i a a l p A i K n l t e e los r n ile azi b n us Ke e C trícia re o ne d u o D Ale z Fel Gabr le É r a e d A i r d r B M h n c a a n y G leu z C e na Pa xand ro rie rna Day Mat illa rolin n n e e Lui ny l d n a Fer i n p g e e e a A y a i m i d a u i e F l a y r A o a a l l L Da n Fel y b R M Ka o C atá é A s a a i a Éb ane Luis olin Pedr x D o o u s G e r L e N Jos l le nd ne e run iz y y u r d r A e u a e a i e d L a ya R len h len olin C ícia n Adr P Kam n B lena li t n a e r a a s t t a x e e Car ícia e M F D Ke oline Patr Ale ndro Mi razie ucian arlo y Éb ne K s o i r r la r t e B u d r a C a d é n G a e a e L e n y a s l n e l i n x z P i p l a a ro C táli g Lui P a in a Jo Ale elli iel l o x R y A m n r o e a a a l a d ell K D us ar táli é A C ríci Poligonal tle n 11 Na zieli ne uiz F Gabr ele e C a o x iz F K ne Pat a Jos d ne the e e r a i a L n N l o i r r i d a a n • aComunidade l Marthaa • Joana aD’arc d a y G euc os la Santa • Andorinhas de MangueASeco Lu n y y n l u o i A r i n r r a n l M i a e x l l l n a a B e b le razi iane rlos Éb ane uis F e D edro Kam o C Natá Ale ro i Ag z Car É M G c a ny n a é nd y Ray i L i P n u l s C R e n u r e u a o o L n s r n li J lexa llipe riel Agl Luiz yan us n Car cia and a B e e y l l i í lex a he Ket b A e r e o i a Da theu Ket ne t M F D r z ne t a G ele ndo e d z A a a P i i n e r l a u a é ex p y dri M illa lin G cia n L i a s M lla aro lia l n a i l n o o a y l r J r e riel leu os m ro A C atá m a b F e A d a a É F D i e l a z K l K no i r e uis g b P C e e N a u n y a A i e n L e C a Bru ena Graz ucia los ny G ele Luiz yann Ray n L rolin rícia andr runo ena i r a l t l e Mi riel Agl iz Ca Éba Adr do e D eus Ketle e Ca Pa Alex ro B Mi Gra b e a G iel o Lu anny yane rnan ayan Math illa rolin atália José xand llipe briel g e Ga A e r a a Ale uiz F Ad nand Day s R uis F ne D edro Kam o C a N zieli le o y u a i L r e e L P n n l r i n e e e e r Bru e o a a Adr and G cian os F l h n r d i t b n a a n a i É l e y