implementação de stepping stones
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implementação de stepping stones
IMPLEMENTAÇÃO DE STEPPING STONES Um Guia Estratégico e Prático para Implementadores, Planificadores e Formuladores de Políticas STEPPING STONES: UM GUIA PARA FORMULADORES DE POLÍTICAS E PRATICANTES Elaborado e compilado por Angela Hadjipateras Para o Programa de Pesquisa e Política sobre o HIV/SIDA da ACORD (HASAP) ACORD, Outubro de 2007 Esta publicação está protegida pelos direitos de autor. Extratos podem ser reproduzidos para fins de ensino mas não para a revenda. Os utentes são solicitados a procurar uma autorização formal da ACORD antes da reprodução. Esta publicação pode ser obtida em cópia impressa a partir do Secretariado da ACORD a um preço de 20 libras. Um exemplar em PDF pode ser acedido nas seguintes páginas na Internet; www.acordinternational.org e www.stratshope.org Indice Acrónimos .................................................................................................................................. 7 Agradecimentos .......................................................................................................................... 9 A.1 A.2 A.3 !Ă O que é Stepping Stones? .......................................................................................... Propósito do Guia ...................................................................................................... Como o Guia está estruturado e a quem o mesmo se destina ..................................... "# 13 15 17 $ B.1 B.2 B.3 B.4 B.5 B.6 %&'(''%'%!Ă Definição dos objectivos ............................................................................................ Capacidade Organizacional e compromisso .............................................................. Planeamento de recursos (a questão de incentivos) ................................................... Escolha do local ......................................................................................................... Desenvolvimento de parcerias locais ........................................................................ Colecta de dados do levantamento ............................................................................ " 21 22 23 26 28 29 C.1 C.2 C.3 (%&'('!Ă Selecção dos facilitadores .......................................................................................... Formação dos facilitadores ....................................................................................... Implementação do processo de Stepping Stones no seio da comunidade ................. # 37 41 44 D.1 D.2 %!)'!) " Adaptação .................................................................................................................. 51 Tradução .................................................................................................................... 56 ' E.1 E.2 E.3 E.4 E.5 ('*&!) Monitoria: propósito e ferramentas ........................................................................... Objectivos da Avaliação e os passos chave no processo ............................................ Métodos de avaliação do impacto ............................................................................. Directrizes e princípios .............................................................................................. Desafios Chave ......................................................................................................... +" 62 64 68 72 72 , F.1 F.2 F.3 F.4 F.5 F.6 ,&''--'$&' Reflexão contínua durante o processo de Stepping Stones ........................................ Partilha de lições com os outros ................................................................................ Apoio no seguimento para as comunidades ............................................................... Documentação e avaliação das experiências de Stepping Stones .............................. Expansão de Stepping Stones .................................................................................... Documentação e disseminação das experiências de Stepping .................................... 77 77 78 79 80 81 /0 1# 2 1 Acrónimos AAI ActionAid International ACORD Agência Para Cooperação e Pesquisa em Desenvolvimento ARVs Anti-retrovirais ATV Aconselhamento e Testagem Voluntária CAPC Conhecimentos, Atitudes, Práticas e Comportamento Escala GEM Escala de Homens em matéria de Equidade de Género SIDA Sindroma de Imunodeficiência Adquirida FGD Discussão em Grupo Focal HIV Vírus da Imunodeficiência Humana ITS Infecção Transmitida Sexualmente MRC Conselho de Pesquisa Médica MSM Mudança Mais Significativa ONG Organização Não-Governamental PRA Avaliação Rural Participativa PRHP Projecto Regional de Saúde do Pacífico RCT Ensaios Aleatórios Controlados SCF Save the Children TB Tuberculose Agradecimentos Gostariamos de agradecer a Sra. Angela Hadjipateras, que anteriormente trabalhou com a ACORD como Oficial de Pesquisa e Advocacia do HASAP, por liderar o processo de compilação e escritura do guia. Gostariamos também de agradecer as seguintes pessoas pelos seus comentários e subsídios exaustivos no guia: Alice Welbourn, Gill Gordon, Maria Zuurmond, e algum pessoal da ACORD como Dennis Nduhura e Ellen Bajenja. Por último e não menos importante, estamos gratos para com a Agência Sueca para o Desenvolvimento Internacional (ASDI) por fornecer recursos financeiros utilizados na produção deste guia. Relacionado com isso, gostariamos também de agradecer a Comic Relief pelos recursos concedidos a ACORD para implementar um projecto para diversos países usando stepping stones, que proporcionaram uma riqueza de experiências que colhemos na produção deste guia. 3 A. INTRODUÇÃO "" A. INTRODUÇÃO A ACORD é uma organização não-governamental (ONG) internacional, trabalhando para promover a justiça social e a igualdade de género pela África Sub-Sahariana. A nossa sede está em Nairobi, Quénia e trabalhamos em estreita colaboração e parceria com as comunidades locais e outras organizações similares. Reconhecendo e abordando o HIV e SIDA é visto como uma parte crítica e fundamental de todo o nosso trabalho, quer isso vise principalmente abordar os seus efeitos e consequências imediatos ou no reconhecimento do seu impacto no trabalho que fazemos em relação aos conflitos, governação, modos de vida e todas as outras áreas. A abordagem da ACORD em relação ao HIV e SIDA também reconhece o mesmo como uma questão que está principalmente ligada e moldada pelas relações de poder de género. Portanto, o interesse de longo prazo da ACORD na abordagem Stepping Stones que coloca o género no centro. A ACORD primeiro começou a usar Stepping Stones no seu programa no Uganda desde 1994/5. Desde então, a mesma tem sido usada em outras regiões da África onde a ACORD trabalha, incluindo Moçambique, Angola, Sudão, Ruanda, Burundi e Tanzânia. A idea para o desenvolvimento deste Guia surgiu de um projecto da ACORD visando avaliar o impacto de Stepping Stones na redução da vulnerabilidade das jovens raparigas e mulheres, que foi implementado em 3 países – Angola, Tanzânia e Uganda – entre 2004-61. Este projecto culminou com uma conferência internacional sobre Stepping Stones organizada pela ACORD em Julho de 2006, em que participaram os utilizadores de Stepping Stones e outros com um interesse na abordagem 2. Uma das recomendações dos participantes da conferência foi para a ACORD desenvolver algumas directrizes partindo da sua própria experiência e dos outros de utilizando de Stepping Stones com o propósito de ajudar os outros a implementar a abordagem para promover os padrões mais elevados sempre que ela for usada. A.1 O que é Stepping Stones? O processo de treinamento foi desenvolvido por uma cientista Social Británica, ela própria HIV positiva, a Dra. Alice Welbourn num aldeia de Buwenda; no Sudoeste do Uganda em 1994. Este processo culminou na publicação do manual original de stepping stones e o vídeo em 1995 que foram co-publicados pela Action Aid e Strategies of Hope. Stepping Stones constitui um processo de treinamento e educação que involve trabalhar com pessoas durante um período de 12 a 18 semanas3 em que eles passam por um processo de exploração de grupo e desenvolvem a capacidade de olhar criticamente nas normas e valores sociais que influenciam as suas próprias atitudes e comportamentos. À medida que o processo avança, eles irão identificar as formas em que tais atitudes e comportamentos podem precisar de ser alterados com o propósito de 1 Para uma descrição integral do projecto, vide ÂJoining Hands: Integrating Gender and HIV/AIDSÊna página da ACORD website, www.acordinternational.org 2 Vide o relatório na íntegra e /ou os destaques da conferência na página da ACORD na internet e /ou na página de Stepping Stones :www.steppingstonesfeedback.org 3 O tempo que levou varia dependendo da frequência dos encontros e o número de sessões incluidas "# lhes proteger a si próprios e aos outros em relação ao HIV e os riscos associados e para fazer com que mais mudanças e melhorias na vida em geral ocorram, tais como uma comunicação melhorada com os parceiros e crianças, maior compreensão e compaixão para com os outros e um auto-respeito melhorado. As avaliações de Stepping Stones, variam de testemunhos pessoais fornecidos por participantes individualmente até os inquéritos rigorosos de larga escala usando métodos de pesquisa científica, indicam que Stepping Stones tem transformado as vidas de muitas pessoas e de todas as comunidades de forma muito positiva e ajudou as pessoas e comunidades a estarem melhor equipadas para enfrentar os desafios do HIV e SIDA e para trabalhar juntamente para apoiar um ao outro e cuidar de aqueles já infectados pelo vírus. Este processo de treinamento foi desenvolvido por uma cientista social Británica, ela própria HIVpositiva, a Dra. Alice Welbourn e o teste piloto foi primeiro realizado na aldeia de Buwenda no Uganda em 1995. Desde então, o mesmo foi traduzido para mais de 15 línguas e tem sido utilizado por milhares de organizações em aproximadamente 100 países pelo mundo. Algumas das características singulares e os princípios orientadores de Stepping Stones que jogam um papel na popularidade e eficácia desta abordagem incluem: o o o o o o o Reconhecimento que a mudança de comportamento não segue necessariamente a um caminho racional : ele é um processo que exige tempo para desenvolver e deve ser liderado a partir de dentro de cada um de nós. Reconhecimento do poder da dinámica de grupo que reforça a mudança ao nível do individuo. Reconhecimento que o sentido de propriedade da comunidade constitui a chave para qualquer mudança de comportamento. Usando metodologias participativas para tornar todos os membros da comunidade capazes, incluindo aqueles que não são letrados, a participar de forma igualitária. Reconhecimento da mudança individual é fortalecida e reforçada pela dinámica de grupo e a mudança colectiva. Reconhecimento que o HIV/SIDA não pode ser abordado sem desafiar as relações desiguais de género e a abertura em relação a comunicação e diálogo sobre os assuntos tabus de sexo e morte. Trabalhar tanto com homens e mulheres e com grupos etários diferentes, tanto de forma separada ou conjunta. Para mais informações sobre Stepping Stones, os locais onde o mesmo foi usado, as formas sob as quais o mesmo tem sido usado, as coisas que as pessoas disseram em relação ao mesmo, os resultados dos estudos de avaliação e outros artigos e informação relevantes, podes consultar a página de Stepping Stones em: www.steppingstonesfeedback.org "5 4-- Além disso, a ACORD produziu um número de relatórios. Tais incluem “Joining Hands”, o relatório de um projecto de 2 anos usando Stepping Stones em Angola, Uganda e Tanzânia e “Stepping Stones: Looking Forward – Looking Back”, o relatório de uma conferência da ACORD realizada para reportar sobre as constatações do projecto de 2 anos. Os referidos relatórios podem ser localizados na página da ACORD: www.acordinternational.org bem como em relação a página de Stepping Stones website: www.steppingstonesfeedback.org A.2 Propósito do Guia: Em poucas palavras, o propósito básico deste Guia é de fortalecer a qualidade e o impacto de Stepping Stones por forma a atingir o melhor resultado possível no seio dos programas. O seguinte extracto da página de Stepping Stones fornece uma analogia útil, que explica o propósito fundamental subjacente ao Guia: “Na linguagem dos medicamentos, existe uma diferença entre a eficiência de um medicamento e a sua eficácia. Um medicamento pode desempenhar de forma excelente sob as condições ideais laboratoriais, mas quao facilmente ele pode ser usado no mundo real, onde uma vasta gama de factores podem influenciar se e como as pessoas pode ser capazes de tomá-lo? O mesmo acontece com Stepping Stones. Sob as condições ‘laboratoriais’ iniciais de uma comunidade na zona rural do Uganda, com facilitadores altamente experientes, confiados por uma comunidade bem mobilizada e motivada, os participantes da aldeia reportaram algumas mudanças consideráveis depois do workshop. Mas quando tais mudanças sao reproduzíveis em outros locais em diferentes culturas, com facilitadores menos capazes, com adaptações menos apropriadas localmente, com maior fluido ou unidades residenciais urbanas,com pessoas de diferente orientação sexual…? Uma vasta gama de differentes factores pode influenciar a transferência de um pacote como este de um contexto para o outro”. (www.steppingstonesfeedback.org) A ACORD primeiro começou a usar Stepping Stones em alguns dos seus programas por volta dos anos 1990. A grande maioria das grandes organizações internacionais, incluindo a ActionAid International (uma das primeiras promotoras de Stepping Stones), Oxfam, Care International, Christian Aid, CAFOD, Concern, Save the Children, PLAN e um número incontável de outras organizações, tanto grandes como pequenas, estão também a usar Stepping Stones. No entanto, apesar do facto que Stepping Stones tem sido amplamente usado por mais de muitos anos, nenhumas Directrizes em relação a implementação partindo desta vasta experiência até à data foi desenvolvido. Assim, o Guia procura suprimir esta lacuna partindo da própria experiência acumulada pela ACORD ao longo dos últimos 5 anos usando Stepping Stones, bem como as experiências de um número de outras organizações com vista a fornecer tanto orientação 6 como 8 sobre como abordar a preparação e implementação do processo de Stepping Stones4. 4 Para os resultados consultados, vide a lista de referências no fim deste Guia " Porquê são necessários directrizes? Stepping Stones constitui uma intervenção de desenvolvimento comparativamente elaborada e complexa. O Manual de Stepping Stones explica o processo e fornece uma descrição de cada exercício, juntamente com os propósitos e as indicações para os facilitadores. Ele também fornece notas em relação ao feedback (retro-alimentação) na facilitação e inclui algumas sugestões sobre as questões, como as qualidades exigidas para os facilitadores e algumas ideias para monitoria e avaliação. No entanto, a implementação bem sucedida de Stepping Stones vai para além da facilitação do processo do próprio treinamento. Ele também exige : - A adaptação do conteúdo e o processo para servir uma vasta gama de contextos diferentes O desenvolvimento de uma visão estratégica para a integração de Stepping Stones nas estratégias dos programas existentes O desenvolvimento de métodos de monitoria e avaliação apropriado para fins específicos em cada contexto. O desenvolvimento de planos de seguimento e estratégias de articulação para fortalecer a sustentabilidade Um avaliação recente das revisões de Stepping Stones5 destacou a ampla variedade e uma qualidade desiquilibrada da forma em que Stepping Stones tem sido implementada pelas organizações. A fraca implementação de Stepping Stones afecta de forma adversa a sua eficácia e, como tal, mina de forma séria o grande potencial de Stepping Stones para trazer uma mudança radical e duradoura. A avaliação também destacou graves fraquezas em relação a monitoria e avaliação de Stepping Stones. Isto limita a capacidade da comunidade de desenvolvimento, políticos e outros para compreender o que funciona e porquê e o que pode correr mal e as consequências. É vital que as lições sejam aprendidas dos erros do passado e das práticas bem-sucedidas sejam disseminadas com o propósito de fortalecer a eficácia de como Stepping Stones é implementado, desse modo contribuindo de uma pequena forma mais significante para o fortalecimento da resposta global ao HIV e SIDA. O que o Guia não é 5 o Este Guia não visa substituir o Manual de Stepping Stones existente. Ele visa complementar o Manual e não deve ser lido em paralelo com o mesmo. o O Guia não visa fornecer uma orientação exaustiva em relação a todas as questões. Isso exigiria diversos volumes!! Ao contrário, o mesmo está focalizado sobre aquelas questões que surgiram mais fortemente a partir da própria experiência da ACORD e num número reduzido de outras organizações (vide as Referências no fim deste Guia para detalhes de outros relatórios de Stepping Stones consultados). o O Guia não clama ter as respostas ‘correctas’. Em muitas questões, não há respostas correctas e/ou as respostas são prováveis de diferir dependendo de quem está a colocar a pergunta! O Guia simplismente tenta fornecer uma orientação baseada na experiência da ACORD e de outras organizações Evaluating Stepping Stones por Tina Wallace, 2006 (visite www.steppingstonesfeedback.org para este e outros documentos relevantes para Stepping Stones aqui citados) "+ 4-- o O Guia não entra em quadros conceptuais de Stepping Stones – isto quer dizer, a filosofia subjacente ao conteúdo e a abordagem, tal como a análise das relações de género, mudança de comportamento e atitude, e por aí em diante. [Tais questões são tratadas num Guia do Formador recente em língua Espanhola produzido pelo escritório regional da América do Sul da Plan International6]. A.3 Como o Guia está estruturado e para quem se destina O Guia se baseia largamente nas experiências dos 3 programas da ACORD envolvidos no projecto financiado pela Comic Relief visando a testagem da eficácia de Stepping Stones como uma ferramenta para a redução da vulnerabilidade das raparigas e mulheres em relação ao HIV e SIDA. Os exemplos de 3 países são usados ao longo do Guia. Como foi acima observado, o pensamento subjacente ao Guia assenta na crença que isso é importante aprender dos nossos fracassos, bem como dos sucessos. Assim, no interesse de partilha e aprendizagem, o Guia se baseia em exemplos do que correu mal, bem como do que correu bem em tais programas da ACORD. Não se visa alguma crítica. O Guia abarca muitos assuntos e procurou variar a forma em que a informação é apresentada tanto quanto possível como, por exemplo, usando exemplos em caixas e tabelas sumarizando as questões. No princípio de cada sessão, existe um sumário das questões chave a serem abordadas. Temas abordados pelo Guia O Guia visa passar por todas as fases envolvidas na implementação de Stepping Stones desde as fases de planeamento passando pela avaliação final e o seguimento. O mesmo está divido em 5 sessões principais:• • • • • Planeamento e preparação Implementação Adaptação e Tradução do Manual Monitoria e Avaliação Fortalecimento da sustentabilidade de Stepping Stones Para quem se destina o Guia? O Guia visa principalmente os praticantes do desenvolvimento no seio das ONGs em particular, as pessoas no seio das ONGs que são responsáveis pela realização e implementação de Stepping Stones. Tais incluem: planificadores de programa, oficiais no terreno, oficiais de formação, pesquisadores e oficiais de informação. Como usar o Guia Para além de fornecer uma orientação prática útil que pode ser referenciada e aplicada durante o processo de implementação de Stepping Stones nas comunidades, o Guia também trata da planificação estratégica e o seguimento, bem como o desenvolvimento de ligações e parcerias apropriadas com outros nas localidades. Com o propósito de dar tempo suficiente para tais planos serem discutidos e desenhados e para uma reflexão adequada em relação a uma gama de questões suscitadas, se aconselha as organizações de considerar a organização de um Workshop para o pessoal passar o Guia em revista, secção por secção. Outro pessoal de ONG e/ou outros parceiros podiam também ser convidados a participar, ajudando dessa forma a dar início ao processo de desenvolvimento de parcerias e de redes de articulação. 6 ‘Escuela de Paso a Paso: Guia Didactica para facilitatodores’, Plan International, June 2007 " B: A PLANEAMENTO E PREPARAÇÃO Tanzânia Tanzânia A Guide for Practitioners and Policy Makers "3 19 B: A Planeamento e Preparação Uma planificação e preparação cuidadosa para a implementação e subsequente seguimento de Stepping Stones são fundamentais para o sucesso de Stepping Stones. Muitas vezes, as organizações correm para a mesma sem ter considerado na íntegra todas as implicações em termos de tempo do pessoal e os recursos necessários e isso pode minar seriamente o resultado, algumas vezes mesmo fazendo mais mal que o bem na comunidade. Esta secção identifica todas as questões que precisam de ser consideradas e as outras formas em que as organizações precisam de se prepararem antes de introduzir Stepping Stones. :'-;'-<*'-''($-'--'!) Stepping Stones constitui a estratégia correcta para a minha organização e a comunidade em que nós estamos a planear trabalhar nela? Que nível de compromisso é necessário? Quais são os custos envolvidos na implementação de Stepping Stones? Os facilitadores devem ser pagos? Os participantes devem ser pagos? É justo pagar aos facilitadores, mas não aos participantes? Como decides onde implementar Stepping Stones? O que precisas de saber antes de iniciares? Como abordas a recolha dessa informação? Como sabes se as pessoas estão a dar respostas honestas? Existe alguma forma que tu podes descobrir? B.1 Clarificação dos propósitos e objectivos Porquê fazer Stepping Stones? Antes de embarcar na viagem sobre Stepping Stones, as pessoas envolvidas no planeamento estratégico para a organização precisam de estar claras em relação o que elas esperam alcançar ao nível da comunidade e porquê elas pensam que Stepping Stones seja a melhor estratégia para alcançar tais objectivos. Com o propósito de chegar a uma decisão, é importante assegurar que todos aqueles envolvidos compreendam a natureza de Stepping Stones e levar a bordo o facto que Stepping Stones não é uma actividade de apenas uma única vez, mas exige um compromisso significante e de longa prazo por parte da organização7. A semelhança, para Stepping Stones funcionar, a comunidade deve estar preparada para assumir o compromisso e de cumprir o mesmo. Assim, há uma necessidade de discutir o mesmo de antemão com a comunidade antes de levá-lo avante. 7 Vide também a Secção F sobre Fortalecimento da Sustentabilidade onde a questão de um seguimento a um prazo maior é discutido. " Esteja preparado para ser flexível! Stepping Stones não é como outras abordagens focalizadas na mensagem, tais como peças teatrais, distribuição de folhetos, seminários, e por aí em diante. Ele envolve um processo com um fim relativamente aberto que pode passar por diversas e imprevisíveis direcções dependendo dos interesses e respostas dos participantes. Os esforços para controlar os resultados correm diante do espirito de participação. É importante portanto estar ciente disso e estar preparado para seguir na direcção em que os participantes querem avançar. B.2 Capacidade e Empenho Organizacional e da comunidade Capacidade Organizacional Antes de decidir se se avança com Stepping Stones, é também importante considerar se existe capacidade organizacional. Uma questão chave a ser colocada é se a organização tem a capacidade humana e os recursos materiais necessários para a implementação do processo (capacidade do pessoal, tempo, transporte, capacidade de formação, financiamento, e por aí em diante)? Para responder a essa questão, é importante ter uma compreensão clara de quais são as implicações em termos de recursos e assumir o facto que as necessidades em recursos não estão limitadas a implementação do próprio processo, mas devem também ser alargados para além disso por forma a incluir a monitoria e o subsequente seguimento.[Vide a secção seguinte ‘Planeamento de Recursos’]. Compromisso Organizacional Mesmo onde exista capacidade, o mesmo não significa necessariamente que haja ai um compromisso. É importante assegurar um apoio a dimensão da organização antes de embarcar no processo de Stepping Stones porque uma implementação bem sucedida de Stepping Stones exige a cooperação de todo o pessoal, desde a gestão de topo até, incluindo aqueles que trabalham nos departamentos de logística, financiamento, comunicações, advocacia e por aí em diante. Existem motivos práticos, bem como estratégicos, para isso. Ao nível prático, é necessário ter transporte para conseguir que os facilitadores vão e regressam das sessões, garantir que todos os materiais necessários de treinamento estejam disponíveis e por aí em diante. Apoio em financiamento é necessário para cobrir todas as despesas; apoio em comunicações para partilhar e disseminar as lições aprendidas; advocacia para promover a política e exigências de serviços que surgem e por aí em diante. E, em termos estratégicos, é importante para Stepping Stones ser integrado na estratégia geral do HIV e SIDA para garantir, por exemplo, que as exigências estratégicas de advocacia que surgem do processo sejam devidamente disseminadas e apoiadas. Envolvimento Comunitário A comunidade deve também estar envolvida em relação ao processo com base numa compreensão clara do que o mesmo pressupõe. Em particular, deve haver um empenho em relação a participação activa e regular no processo. 4-- -- :' %'( ' (& -'( ( '(%'< ' % 4=&'('%%'-- Stepping Stones é visto como uma actividade separada de todas as outras resultando em competição em relação aos recursos organizacionais escassos (pessoal, carros, apoio em TI , etc). Pode ser necessário pessoal para cumprir os prazos de reporte, participar nos encontros ou conferências quando eles tiverem programado actividades de Stepping Stones Os carros não estão disponíveis quando são necessários, portanto as sessões começam tarde, os participantes são mantidos à espera e a participação começa a diminuir. Alguns participantes não aparecem nas sessões e outros começam também a abandonar No caso de falta de financiamento, as despesas em relação ao treinamento, monitoria, apoio aos facilitadores, seguimento na comunidade, pode ser interrompido com as consequências adversas em termos de qualidade dos resultados. Os resultados de Stepping Stones não são documentados e disseminados através dos canais organizacionais, tais como uma página na internet, boletins informativos e outros relatórios. B.3 Planeamento de Recursos O próprio treinamento de Stepping Stones é geralmente implementado durante um período de aproximadamente 3 meses. No entanto, o processo começa bem antes do início do treinamento. Assim, o planeamento de recursos precisa incluir a planificação, bem como a fase de implementação. Além disso, a experiência na ACORD e em outras organizações tem destacado a importância de incluir fundos para a monitoria e seguimento desde o início. # LISTA DE VERIFICAÇÃO DE RECURSOS Durante as fases de planificação Custos do facilitador do treinamento (honorários do formador, aluger da sala, materiais de treinamento (incluindo os manuais), transporte de e para o local, per diems, etc) Apoio em TI para inserir e analizar os dados, incluindo os honorarios do consultor externo caso seja necessário levar a cabo um levantamento inicial, incluindo o estabelecimento de uma base de dados, analizar e inserir os dados Subsídios e transporte para os assistentes de pesquisa que podem necessitar de realizar entrevistas durante o processo de colecta de dados do levantamento inicial ou para ajudar com o processo de inserir os dados, etc Encontros de planificação envolvendo os representantes da comunidade e da liderança local (lanches e transporte) Para implementação Transporte (carros, combustível, motoristas) Catering (lanches para os participantes durante as sessões de Stepping Stones) Materiais de treinamento (exemplares do Manual, papel gigante, marcadores, etc) Incentivos para os facilitadores (sob a forma de subsídios, camisettes ou bolsas de couro) Tempo do pessoal (processo de supervisão, apoio para os facilitadores) Planeamento e organização de encontros abertos (todos os 4 grupos de pares) e pedidos especiais da comunidade (tempo adicional do pessoal para organizar tais eventos, transporte e catering para conseguir que as pessoas estejam lá e lhes fornecer lanches durante os eventos, condições para alguma tradução/interpretação, e por aí em diante) Avaliação e \ou encontros de advocacia envolvendo a liderança local Para monitoria e avaliação Encontros de monitoria com os facilitatores (tempo do pessoal, transporte e combustível) Desenvolvimento de fichas de monitoria, processo de monitoria, etc (tempo do pessoal e materiais) Recolha e processamento de dados de monitoria (tempo do pessoal) Processo de avaliação (custos de transporte, honorários do avaliador, tempo do pessoal) Para seguimento Apoio para o seguimento do treinamento em Stepping Stones realizado pelos facilitadores e /ou outros capacitados no processo de Stepping Stones. Fundos para o desenvolvimento e disseminação das necessidades de advocacia. Fundos para os encontros de seguimento entre os representantes da comunidade e os provedores locais de serviços de saúde Apoio para as actividades de novos grupos ou estruturas emergentes para continuar a trabalhar sobre questões que surjam do processso de Stepping Stones Fundos para o treinamento em Stepping Stones para os trabalhadores de saúde Fundos iniciais para as actividades de geração de rendimento para os grupos comunitários 5 4-- A questão de ‘incentivos’ Durante o processo de planeamento de recursos, a questão de se se devem ser pagos incentivos para as pessoas envolvidas em Stepping Stones e o quê tais incentivos devem ser precisa de ser considerado e resolvido. Incentivos para os facilitatores A questão de se os facilitadores da comunidade devem ser atribuidos incentivos (tais como honorários/ subsídios e/ou uma camisete) constitui uma questão muito carregada que a maioria das organizações que está a implementar Stepping Stones enfrenta. Diferentes organizações têm diferentes pontos de vista e políticas em relação a isso e não existe uma única resposta correcta. A tabela abaixo demonstra os diferentes argumentos que tem sido avançados tanto a favor como contra. No fim do dia, depende de cada organização ponderar tais argumentos e chegar a sua própria decisao política em relação ao assunto. Tabela 1: Argumentos a favor e contra a concessão de incentivos para os facilitadores ,* As horas são longas. Cada sessão dura Outros tipos de trabalho comunitario não são aproximadamente 3 horas e também se precisa de pagos, daí o perigo de criar confusão e /ou minar tempo para preparação e avaliação de cada sessão, os esforços voluntários dos outros. bem como a monitoria e seguimento subsequente. Falta de compensação pode fazer surgir o Compensar tal trabalho corre o risco de reforçar o resentimento e minar o nível de empenho dos ‘sindroma de dependência’ e minar o sentido de responsabilidade da comunidade. facilitadores. Os facilitadores baseados na comunidade são muitas vezes vistos como um ‘recurso’ (para informação, acesso à infra-estruturas, etc) fora das sessões, para que o seu trabalho não termine quando as sessões terminam. A introdução de incentivos monetários ou outros incentivos monetários pode tomar precedência sobre o empenho verdadeiro de trabalhar juntos para fazer face ao HIV e SIDA Outras organizações fornecem subsídios daí que os Diferenças nos subsídios pagos por uma facilitadores muitas vezes esperam um subsídio. organização ou outra organização muitas vezes contribuem para um sentido de competição, ao invés da cooperação entre elas. Incentivos para os participantes A questão dos incentivos também surge em relação aos participantes. A participação regular nas sessões, onde são geralmente de cerca de 3 horas semanalmente, também exige quase um empenho significante em termos de tempo. O argumento mais convincente a favor da compensação dos participantes para a sua participação é o relacionado com o de perda do potencial rendimento ganho. A maioria das ONGs tende a trabalhar nas comunidades onde a pobreza é prevalescente e a sobrevivência do dia-a-dia das pessoas pode depender do que elas podem vender no mercado. Além disso, se os participantes se tornam cientes que os facilitadores estão sendo pagos, eles podem sentir um sentido de injustiças quando se espera que elas devem participar a titulo voluntário. Se tu fores capaz de explicar aos participantes porque os facilitadores são pagos um incentivo, mas não aos participantes, eles estarão geralmente satisfeitos e preparados a aceitar a decisão. Alguns dos argumentos que podem ser aplicados incluem: > "? @B C? /D /E Um princípio fundamental subjacente ao processo de Stepping Stones é que o HIV constitui uma preocupação de todos, não apenas uma preocupação das pessoas directamente infectadas e/ou afectadas. A participação em Stepping Stones ajuda as pessoas a compreender este princípio e a fazer a sua contribuição em assumir a responsabilidade por fazer face ao HIV na sua comunidade. O pagamento de um subsídio está contra o espirito de responsabilidade partilhada porque isso implica que a participação no processo constitui um trabalho miudo ou obrigação e deve, portanto, ser compensado Embora a participação regular por parte dos participantes constitui uma exigência, o empenho em termos de tempo é menos do que se exige dos facilitadores que também passaram pela capacitação, participaram nos encontros de preparação, fins de avaliação e monitoria, bem como ficar envolvido no trabalho de seguimento Em sintonia com as boas práticas, a calendarização das sessões deve tomar em conta o empenho dos participantes por forma a evitar conflitos entre as sessões e actividades essenciais no terreno, no Mercado e por aí em diante. Como uma regra, os participantes devem receber lanches durante as sessões, em parte como reconhecimento do potencial rendimento perdido No entanto, é importante garantir uma participação ampla quanto possível. As ONGs devem manterse envolvidas e se isso parece que apenas as pessoas nas melhores condições na comunidade estão a participar, então pode ser necessário considerar a necessidade de fornecer algum tipo de subsídios. B.4 Escolha do Local Escolher onde implementar Stepping Stones é dificil à medida que potencialmente todas as comunidades pudessem beneficiar. Alguns critérios que podem ser aplicados para ajudar no processo de escolha: A agência implementando Stepping Stones já está a trabalhar com a comunidade: Isto é importante por 2 razões: primeiro, isso ajuda a estabelecer uma relação baseada na confiança e abertura, se a agência já é conhecida na comunidade. Em segundo lugar, onde existe uma relação contínua, é mais provável que a agência estará numa posição de continuar a apoiar os esforços comunitários depois do fim do processo de Stepping Stones, o que é fundamental para garantir a sustentabilidade. A comunidade solicitou apoio em relação ao HIV e SIDA? Claramente, tais comunidades são mais susceptíveis de ser receptivas a Stepping Stones, mas, mesmo assim, é importante assegurar que elas saibam o que Stepping Stones é antes de assumir que elas estejam prontas para empreendê-la. Acesso Razoável para comunidade: sendo capaz de assegurar que o acesso razoável à comunidade é fundamental dado que Stepping Stones geralmente envolve sessões semanais durante um período de 3-meses. No entanto, todo o esforço deve ser feito para aceder, mesmo para aqueles grupos que não são facilmente acessíveis como os outros. As formas de tratar das dificuldades de acesso, podem incluir ter pessoal baseado na viscicitude durante a duração do processo ou, se estiver a trabalhar com populações nómadas ou outras populações móveis (tais como pescadores sasonais ) escolher o período do ano quando elas não estão em movimento. + 4-- Disponibilidade dos serviços de apoio na zona: O processo de Stepping Stones aumenta a sensibilidade das questões do HIV e SIDA, a necessidade de prevenção, testagem e por aí em diante. Com isto em mente, é importante garantir que serviços tais como ATV, preservativos, tratamento e serviços exaustivos de saúde sexual e reprodutiva8, estejam disponíveis ou pelo menos não sejam demasiado difícil accedé-los nos outros lugares. No entanto, se for decidido trabalhar na zona onde exista muito poucos serviços, então o seguinte deve ser feito: o Em primeiro lugar, ser transparente em relação ao que pode ser atingido; não criar expectativas irealistas o Desenvolver uma estratégia clara, incluindo advocacia para o acesso acrescido aos serviços e aos recursos o Aproveitar da melhor maneira os recursos locais existentes e fornecer orientação para os participantes de Stepping Stones sobre o que estes são e como os mesmos podem ser acedidos. Selecção dos participantes Stepping Stones constitui um processo voluntário, daí que ninguém deve ser forçado a passar pelo processo a não ser que ele/ela tenha optado participar de forma independente. Tendo dito isso, algumas organizações acreditam que alguma selecção é necessária com o propósito de garantir que Stepping Stones escolha os participantes que são os que ‘mais precisam’ e portanto susceptíveis a beneficiar do processo. Por exemplo, os avaliadores do Projecto de Stepping Stones da Save the Children Fund (SCF) em Harrar, Etiópia, argumentam que os participantes devem ser seleccionados de forma estratégica com o propósito de fortalecer o impacto e como parte de uma estratégia eficaz de expansão. Se sugere que os critérios possam incluir: vulnerabilidade (baseada numa ‘avaliação do risco’) antecipada e /ou os membros de uma gama de diferentes ‘redes sociais’9 Participação Masculina Na maioria dos lugares, existe a tendência de mais mulheres que homens participarem no treinamento em Stepping Stones. No entanto, Stepping Stones funciona melhor quando tanto homens e mulheres estão envolvidos conforme ilustrado no exemplo seguinte. Em Fiji, os homens têm um impacto dominante sobre a tomada de decisão ao nível local. Assim, sem o envolvimento dos homens, as decisões tomadas pelas mulheres durante o treinamento em Stepping Stones não são prováveis de ter qualquer impacto. De forma contrária, o envolvimento masculino pode fazer uma diferença conforme foi demonstrado pelo facto que muma (e apenas uma) aldeia onde tanto homens e mulheres foram envolvidos no processo de Stepping Stones, a avaliação constatou uma forte evidência de um aumento em relações positivas e respeitosas com o género oposto mais frequentemente que em outras aldeias. (Fiji Evaluation: 41-2) Deves permitir que ambos membros de um casal participem? Existem tanto vantagens e desvantagens ligados a ambos parceiros que fazerem parte do processo de Stepping Stones ao mesmo tempo. No lado mais positivo, muitas das questões discutidas relacionamse com as formas de melhorar a comunicação entre os casais e mudanças nos padrões de pensamento e comportamento. Os facilitadores podem encorajar os participantes a partilhar o que eles aprenderam nas sessões com os (as) seus (suas) parceiros (as). Mas, na realidade, muitas mulheres acham difícil 8 9 Vide o Manual da ICW para o treinamento de pessoal da saúde sobre isso: www.icw.org Bhattacharjee e Costigan, 2005 partilhar informação sobre certos temas (tais como o uso do preservativo, o seu direito de recusar ter relações sexuais e não serem batidas). Com base nisso, podia ser considerado essencial para ambas as partes passarem pelo processo simultaneamente. Isto foi constatado ser o caso na avaliação de Fiji (PRHP, p.30). Mas, por outro lado, a presença de um esposo ou esposa, se bem que num grupo separado de pares, pode inibir o outro parceiro de falar tão livremente ou abertamente e há o risco que o parceiro que for excluido pudesse sabotar o envolvimento do outro. Assim, novamente, não existem respostas claras para esta questão e é provavelmente melhor deixada a discrição dos próprios participantes. B.5 Desenvolvimento de parcerias locais O desenvolvimento de parcerias com as lideranças e estruturas locais constitui uma parte fundamental do desenho do projecto. Envolver e trabalhar com outros tem muitas vantagens significativas: Complementar o trabalho de Stepping Stones através da provisão de serviços complementares Adicionar credibilidade e apoio comunitário ao processo, especialmente quando a liderança local está envolvida Fortalecer o nível de compromisso e respostas às necessidades emergentes de advocacia, tais como os limites em relação às ‘solicitações especiais da comunidade’ formuladas no fim do processo de Stepping Stones "?EDBFCE&E?'2EGH I*& -J KL Apoio aos cuidados baseados na comunidade (', ATV – serviços de saúde sexual e reprodutiva Aumento da sensibilização sobre os direitos legais das mulheres (' '- ' Pesquisa e advocacia sobre a igualdade de género Mainstreaming (integração) do HIV e SIDA em esquemas de micro-crédito MWANZA City Council Políticas e coordenação dos serviços 1 4-- Estabelecimento de um Comité de Assessoria do Projecto O estabelecimento de um Comité de Assessoria do Projecto constitui uma forma prática de promoção da colaboração a nível local e o envolvimento de todos os parceiros na gestão e implementação do processo de Stepping Stones e ligando-o com outros serviços e actividades de HIV e SIDA na zona. Sendo membro desse Comité variará dependendo das redes e relações existentes entre as estruturas locais e outras organizações locais. A caixa abaixo fornece um exemplo da ACORD na Tanzânia. ( 8&E?GHM(NGO Pessoal da ACORD (incluindo o Director do País) Representantes da comunidade Facilitadores de Stepping Stones Um membro da TAWOLIHA, uma organização de Mulheres Tanzanianas Vivendo com HIV Representantes dos parceiros do projecto Representantes da Unidade de Controlo do SIDA ao nível Distrital Na ACORD, o estabelecimento de Comités de Assessoria Local foi constatado de ter muitos benefícios, tais como: Constituir um fórum de discussão e análise de questões que surgem em diferentes fases do projecto (desde a planificação, implementação, monitoria e avaliação e o subsequente seguimento) Constituir uma plataforma para a partilha das perspectivas de diferentes parceiros Promover e reforçar a colaboração e coordenação entre diferentes actores Fortalecimento do sentido local de propriedade do processo de Stepping Stones Fortalecimento da advocacia e dos resultados do seguimento B.6 Recolha de dados do Levantamento Falando no sentido restrito, a recolha de dados do levantamento faz parte da estratégia de Monitoria e Avaliação no sentido que isso é exigido, principlamente com o propósito de ser capaz de monitorar e avaliar as mudanças de comportamento e de atitude e os outros tipos de mudança, incluindo as mudanças no ambiente mais amplo, resultando da introdução de Stepping Stones. No entanto, o actual processo de recolha de dados precisa de ocorrer antes da implementação de Stepping Stones e é por isso que foi incluida aqui como parte da fase de planeamento e de preparação. Inquéritos CAPC Os inquéritos sobre Conhecimentos, Atitudes, Práticas e Comportamentos (CAPC) são, muitas vezes, usados para fins de orientação e informação das intervenções relacionadas com o HIV e SIDA. Eles ajudam a ganhar uma compreensão de uma comunidade. Em particular, eles podem servir para descobrir sobre os tipos de mitos ou estreótipos que existem em relação ao HIV e SIDA e/ou concepções erradas sobre os preservativos e planeamento familiar, as atitudes das pessoas em relação as pessoas vivendo com HIV e por aí em diante. A realização desse inquérito constitui, no entanto, quase um empreendimento principal, exigindo capacidades específicas e recursos consideráveis e é 3 importante portanto considerar de forma cuidadosa se a tua organização está suficientemente equipada para realizar um. Aqui , o Guia procura oferecer algum conselho sobre como lidar com a realização de um CAPC – o desenho do questionário, os recursos necessários, problemas comuns encontrados e algumas limitações de tais inquéritos. Foco em género Dado que um dos principais propósitos de Stepping Stones incluem mudar as normas e comportamento baseados em género, é importante garantir que o inquérito CAPC tenha um foco claro sobre as questões de género, tais como as mulheres são tratadas e vistas por elas próprias e pelos outros, o impacto das normas de género em relação a auto-imagem dos homens, quem decide quando ter relações sexuais, como ter relações sexuais, se se usa o preservativo e por aí em diante. Ganhar o consentimento da comunidade antes de começar É importante explicar aos líderes locais e aos representantes da comunidade o que tu planeias fazer e obter o seu consentimento antes de começar. Isto presupõe explicar o propósito e os objectivos. A liderança comunitária pode também ajudar no processo de amostragem. A amostra do inquérito Seleccionar a população apropriada do estudo é fundamental. Idealmente, isso deve ser em perspectiva dos participantes de Stepping Stones. No entanto, nem sempre é possível saber quem vai participar antes do processo começar de facto. Nesse caso, o questionário pode ser aplicado para uma escolha aleatória de pessoas vivendo na comunidade onde Stepping Stones será implementado, de preferência em números igualitários de homens mais velhos, mulheres mais velhas, homens jovens e mulheres jovens. Quantos? Não existe uma regra rápida e forte em relação ao número de pessoas a incluir no inquérito. No caso da escala de mall, os inquéritos qualitativos, geralmente se pensa que deve haver um minimo de entre 30 a 50 pessoas para tornar as constatações significativas10. Mas, no caso dos inquéritos CAPC, uma amostra maior é exigida com o propósito de medir a mudança numa comunidade. É necessário ter um grupo de ‘controlo’? Um grupo de ‘controlo’ é um grupo de pessoas onde tu NÃO estás a planear implementar Stepping Stones a curto prazo. Isto é importante para fins de avaliação do impacto: onde tu tens dois grupos de população e todas as mesmas condições se aplicam, excepto pelo facto que um grupo passou pelo treinamento em Stepping Stones e outros não, é provável que diferenças em conhecimentos, atitudes, práticas e comportamento possam ser devido ao impacto de Stepping Stones. No entanto, quando estiver a usar os grupos de controlo, existem considerações éticas importantes a serem tomadas em conta. Por exemplo, é importante não ‘usar’ as pessoas no grupo de controlo simplesmente para os teus próprios fins de pesquisa e permitir que as suas expectativas sejam suscitadas se tu não visas desenvolver intervenções que respondam as questões levantadas. Assim, é melhor fazer o controlo do inquérito com uma população onde se planeia introduzir Stepping Stones numa fase posterior. 10 Vide por exemplo, ‘Social Survey Methods: A Fieldguide for Development Workers’ by Paul Nichols, Oxfam, 1991 # 4-- Partilha das constatações do inquérito com a comunidade É importante fazer uma retro-alimentação (feedback) em relação às constatações do inquérito para os membros da comunidade, não apenas sobre o princípio, mas também porque ele pode constituir um trampolim útil para discussão e também ajudar a reforçar o envolvimento da comunidade no processo. 2?¿ EEJ6EEC? EEDP É importante estar claro sobre que mudanças gostarias de ver e assegurar que as perguntas do inquérito abarquem todas essas áreas (vide também E 2 em relação a identificação dos indicadores ‘chave’ do impacto) Dar uma atenção especial a formulação das perguntas; verfificar se a pergunta está claramente formulada e evitar perguntas ‘ dirigidas’ – perguntas que implicitamente encorajam os inquiridos a responder de uma forma específica1 Manter o questionário tao breve quanto possível evitando a duplicação e/ou perguntas desnecessárias (isso apenas aumenta o tempo e os custos em relação ao processo de análise de dados ) Para amostras pequenas onde tu apenas queres obter uma informação ‘pontual’ – é possível analizar os dados de forma manual. Mas, para amostras maiores (50 ou mais), precisas de um programa de processamento de dados. Depois de teres inserido os dados numa base de dados, podes também fazer uma análise cruzada das variáveis. Por exemplo, podes descobrir quantos homens disseram ter usado o preservativo e comparar isso com quantas mulheres disseram que elas usaram e por aí em diante. Certificar se alguém na equipa sabe como usar o pacote de processamento de dados (se um Consultor foi empregue para levar a cabo o CAPC, peça-lhe que forneça um conjunto de instruções simples e /ou treine um membro da equipa do pessoal) Verificar se existe dinheiro suficiente no orçamento para empregar um consultor e ‘pagar’ a peritagem para a análise e processamento dos dados > #? @ E EC: No programa da ACORD Gulu (Norte do Uganda), um questionário CAPC contendo mais de 50 perguntas foi desenvolvido e o questionário foi administrado para mais de 1000 respondentes no terreno. O consultor contratado para realizar o inquérito inseriu os questionários utilizando um pacote de processamento de dados pouco conhecido. Devido ao volume dos dados gerados, ele ficou sem tempo antes da análise dos dados ter sido realizada. Ninguém na equipa compreendia o pacote e o consultor não tinha fornecido quaisquer instruções sobre como usá-lo. Consequentemente, o Coordenador do Projecto da ACORD foi forçado a analisar todos os dados de forma manual. Como resultado, o relatório do inquérito não foi terminado por mais de 3 meses depois do inquérito ter sido realizado. Isso causou problemas tanto na comunidade como com o Conselho de Assessoria que estavam à espera dos resultados e não podiam compreender a causa do atraso. #" Algumas limitações dos inquéritos CAPC A experiência da ACORD de levar a cabo inquéritos CAPC como a base para a avaliação do impacto de Stepping Stones destacou duas limitantes chave, características de, mas não limitadas aos inquéritos quantitativos: (i) Dificuldades com interpretação dos resultados: Muitas vezes, as respostas fornecidas fazem suscitar mais perguntas não respondidas. Por exemplo, os resultados do CAPC podem demonstrar que muito poucas pessoas usam o preservativo ou que as pessoas raramente vão fazer os testes de HIV. No entanto, o que esta informação não diz –te são as razões de tais tendências. Por exemplo, o baixo nível de uso do preservativo é porque a provisão é baixa? Porque eles são demasiado caros? Com base em motivos religiosos? Outras razões? Ou, no caso do teste de HIV – i é por causa do estigma – as pessoas não querem ser vistas como indo para um teste? Por causa da falta de informação: as pessoas não sabem aonde ir ? Ou porque não há serviços fornecidos para as pessoas que acusam HIV-positivo no teste? Ou uma combinação de todos esses factores? (ii) Dúvidas em relação à fiabilidade das respostas: Para fins do trabalho de HIV e SIDA, é muitas vezes necessário entrar na vida ou comportamento sexual individual das pessoas nas suas próprias casas. Por exemplo, podes querer perguntar: Sempre usas um preservativo? Tens relações extra-conjugais? Bates na tua esposa? Há obviamente pontos de interrogação em relação ao grau em que as pessoas respondem a tais perguntas de forma honesta. Respostas mais fiáveis podem ser obtidas através da ‘despersonalização’ das perguntas . Por exemplo, ao invés de perguntar ‘ sempre usas um preservativo?’, podes perguntar : ‘as pessoas nesta comunidade sempre usam preservativos? Necessidade de informação qualitativa em profundidade para suplementar os dados quantitativos Estas fraquezas dos dados do inquérito quantitativo podem ser ultrapassados através da recolha de mais dados qualitativos em profundidade usando métodos participativos e desenvolvendo métodos de recolha de dados que tornam os participantes capazes de dar respostas honestas sem ter que ter receios de emissão de juizos por parte de pessoas externas. Discussões em grupos focais (FGDs): Estas geralmente são discussões ligeiramente abertas em torno de um conjunto de questões ‘chave’ envolvendo um pequeno grupo de pessoas representando um sector específico da comunidade. Isto o mesmo pode ser um grupo etário ou sexual, por exemplo, raparigas jovens ou rapazes jovens; ele pode ser um grupo ocupacional, por exemplo, trabalhadoras de sexo; ou um grupo profissional como os trabalhadores de saúde ou professores; pessoas ligadas por outras formas tais como as pessoas vivendo com HIV ou qualquer outro agrupamento relevante de pessoas. As FGDs são geralmente usados para obter mais informação em profundidade em relação a uma questão específica. Ao agrupar pessoas juntamente que tem alguma coisa em comum, elas muitas vezes se sentem capazes de falar mais abertamente e os comentários feitos por uma pessoa podem servir de trampolim para mais por parte das restantes. A facilitação de tais discussões quase constitui um trabalho especializado. Isso exige experiência com abordagens e princípios participativas para evitar ‘direccionar’ o grupo para uma direcção específica e para garantir que todos tenha algo a dizer e a discussão não seja dominada por um grupo minoritário vocal. As discussões devem também ser lideradas de forma habilidosa para evitar a tendência para as pessoas repetirem a norma, ao invés do que elas realmente pensam ou fazem! # 4-- A metodologia de cabine de votação: Este método foi utilizado num projecto da Save the Children de Avaliação do Impacto recente usando Stepping Stones em Harrar, Etiópia. As pessoas receberam um conjunto de perguntas que eles deviam responder usando ‘sim’ ou ‘não’ com uma cruz no lugar apropriado semelhante a votação. Elas entram numa ‘cabine’ fechada como uma cabine de votação e elas colocam as folhas completadas numa caixa para que ninguém saiba que resposta elas deram . Alguém subsequentemente vai recolher as respostas. As respostas ‘sim’ e ‘não’ são contadas. Depois, os inquiridos sentam-se num grupo e eles são informados quantas pessoas responderam tanto positivamente como negativamente a cada pergunta. A principal atração deste método é que as pessoas são capazes de responder a perguntas sensíveis ou potencialmente embaraçosas de forma anónima e depois o grupo senta-se em conjunto e exploram mais profundamente nas questões. A desvantagem é que isso exige literacia, a não ser que as perguntas são lidas em voz alta. Ao invés de usar uma amostra aleatória, esta ferramenta podia ser usada com os grupos de pares de Stepping Stones muito cedo no processo e depois repetido novamente no fim. O voto secreto: Esta técnica foi originalmente inventada por uma ONG Gambiana anti- circumcisão, foi usada para avaliar Stepping Stones pelo Conselho de Pesquisa Médica (Medical Research Council-MRC) na Gâmbia11. Os membros do grupo de pares recebem os boletins de voto. O facilitador lê em voz alta uma pergunta e os participantes são ditos para marcar um triangulo para ‘sim’, um circulo para o ‘não’ ou nada para ‘não sei’. Eles depois dobram o boletim de voto e colocam-o num chapeu. Como o método de cabine de votação, ele tem a vantagem de ser anónimo. No fim do processo de Stepping Stones, o mesmo processo é repetido e as respostas são comparadas. Exemplos do tipo de perguntas feitas estão incluidas no Anexo 2. No caso da Gâmbia, constatou-se que havia uma forte tendência para as pessoas responderem ‘sim’a todas as perguntas. Assim, é importante explicar para as pessoas que não existe uma resposta certa ou errada, isso constitui apenas um caso de dizer o que tu realmente pensas! Análise e discussão dos dados Uma vez todos os dados do levantamento tiverem sido colectados (tanto os qualitativos como os quantitativos) e as constatações tiverem sido registadas, um sumário das principais constatações deve ser preparado e partilhado com os parceiros chave: outro pessoal de ONGs, a comunidade, parceiros locais e membros do Comite de Assessoria do Projecto. Todos estes parceiros precisam de ser envolvidos no processo de análise das constatações e as suas implicações. Estas constatações também constituirão a base dos indicadores do projecto que precisam de ser desenvolvidos nesta fase. (O desenvolvimento de indicadores é discutido na Secção E sobre Monitoria e Avaliação). Tendo completado todos esses passos, agora estás preparado para embarcar na fase de implementação do processo! 11 Shaw, 200:75 ## C. IMPLEMENTAÇÃO Tanzânia Tanzânia # C. IMPLEMENTAÇÃO :'-;'-<*'-'$-'--'!) C.1 Que qualidades e capacidades são exigidas para facilitação do processo? Os líderes locais devem ser encorajados a se capacitarem como facilitadores? Os facilitadores devem sempre ser da mesma comunidade onde Stepping Stones está sendo implementado? As pessoas que não são letradas podem ser formadas como facilitadores? Que tipo de treinamento é necessário? O que acontece depois do treinamento, tens de continuar a apoiar os facilitadores? O que pode ser feito se as pessoas na aparecem nas sessões ? Como a participação regular pode ser fortalecida ? Está bem trazer oradores de fora para as sessões? Selecção de Facilitadores A facilitação de Stepping Stones constitui um dos factores mais fundamentais que afecta o resultado do processo. O papel dos facilitadores é de facilitar a viagem de Stepping Stones permitindo o processo de fluxo suave e espontâneo. Se a facilitação é abordada de forma rígida ou mecánica, este fluxo espontâneo irá interromper os seus cursos e o espirito fundamental de Stepping Stones será reprimido e prevenido de descolar. Assim, escolher as pessoas com as capacidades e qualidades certas como facilitadores é de importância capital. --:'%'('(&'*,,&!)'Q'!) ':'('&!)R-:&'-'%'-,& o o o o o o Os facilitadores fazem tudo relacionado com a exposicão e não permitem que os participantes se exprimam/explorem os seus pontos de vista Os facilitadores dizem as pessoas o que pensar Os facilitadores correm pelas sessões e os participantes não são capazes de explorar as questões na íntegra O objectivo das sessões específicas não é compreendido e a discussão falha completamente o ponto em causa (vide os exemplos abaixo) As sessões em que os facilitadores não se sentem confortáveis em (por exemplo, aquelas que tratam explicitamente com a linguagem de sexo, sexualidade e diferentes práticas sexuais ou morte) são omitidas As normas de género prevalescentes não são desafiadas e / ou são reforçadas # Critério de selecção Não existem critérios fixos mas baseados na experiência da ACORD e de outros, existem certos tipos de qualidades pessoais e capacidades básicas que são exigidas para garantir uma boa facilitação do processo. Tais estão listados abaixo13. Qualidades pessoais exigidas Ser sensível em matéria de género, estar pessoalmente empenhado em relação à igualdade de género e pronto para desafiar as próprias atitudes e valores sexistas Ser capaz de falar facilmente sobre sexo e sexualidade Ser capaz de ouvir e demonstrar empatia e despertar a empatia nos outros14 Ser capaz de ver os outros como iguais, não ser dominador Ser de espirito aberto, não susceptível à preconcepções Estar preparado para explorar as suas próprias atitudes e crenças e mudar o próprio comportamento 15 Motivação e interesse16 Capacidades Básicas: Boa comunicação e capacidades de facilitação: ênfase na participação, não uma abordagem didática Capacidade de gerir conflitos de forma construtiva Capacidade de liderar discussões comunitárias Conhecimentos básicos de questões do HIV e SIDA Capacidade de falar as línguas locais (por forma a comunicar com os participantes na sua própria língua) Capacidade de ler em Inglês ( ou a língua local se o Manual existe nessa língua) > 5? B E @ B B E?20E A exigência para os facilitadores serem letrados é ditado pela necessidade de ser capaz de ler o Manual. No entanto, este critério pode ser discriminatório em relação a certos grupos minoritórios, incluindo as mulheres que tendem a ter níveis de literacia muito mais baixos que os homens. Isto foi constatado pela ACORD quando ele estava a implementar Stepping Stones na Província do Namibe, uma região de pastorícia no Sul de Angola. Um dos principais objectivos da ACORD tinha sido de testar a viabilidade de implementar Stepping Stones numa comunidade móvel. Mas, no caso, foi o analfabetismo, ao invés da mobilidade em tais comunidades que se tornou no principal obstáculo. Em relação a necessidade de literacia, nenhum pastor foi capacitado como facilitador, como resultado que nenhum pastor participou no processo de Stepping Stones. Quando esta questão foi subsequentemente debatida pela ACORD e o pessoal parceiro, uma recomendação para desenvolver um treinamento em Stepping Stones apropriado para pessoas não letradas foi colocada na mesa conforme o objectivo original de tornar Stepping Stones acessível para todos. 12 A maior parte das qualidades listadas está mencionadas em ‘Stepping Stones: life skills and sexual well-being: a desk-based review’ by Gill Gordon with Alice Welbourn, USAID Interagency Gender Working Group, June 2002, www.unicef.org/lifeskills/files/ReviewSteppingStones 2001.doc, 13 Segundo Colette Harris, “Empatia é a capacidade de lidar com a dor de outra pessoa como se ela fosse sua propria e portanto ser sensivel em relação a como ela é produzida e os tipos de mudanças necessárias para minimizar a mesma.” (Harris, 2007: 13-14) 14 Vide também a secção seguinte sobre o Treinamento de Facilitadores onde este ponto é mais explorado 15 A importância da motivação e interesse por parte dos facilitadores foi destacada num critério chave de selecção na avaliação de Fiji #1 4-- A questão de facilitadores não letrados também surgiu em relação a experiência Gambiana de Stepping Stones onde a possibilidade de produzir um ‘livro falado’ em que as instruções para os exercícios são gravados numa cassette audio nas línguas locais foi discutida como uma forma de abrir a porta para facilitadores não letrados16. O uso de ilustrações podia também ser explorada. Outros critérios: Género e idade:Idealmente, deve haver 2 homens e 2 mulheres– um(a) mais jovem e outro(a) mais velho(a) para trabalhar com cada grupo de pares, respectivamente. Se ambos os critérios não poderem ser satisfeitos, encontrar alguém com a idade certa é menos importante que é assegurar que os grupos de mulheres sejam facilitados por mulheres e dos homens pelos homens. Ser HIV-positivo: O recrutamento de pessoas que são HIV-positivo para facilitar o processo tem muitas vantagens significativas. Tais incluem: a) Trazer uma experiência pessoal directa e uma compreensão do que significa ser HIVpositivo para as discussões b) Ajudar a dissipar os receios e mitos associados ao HIV/SIDA (especialmente se o facilitador é capaz de ser aberto em relação ao seu estado serológico) c) Reduzir o estigma relacionado com o HIV – ainda um fenômeno amplamente disseminado na maior parte das comunidades pelo mundo inteiro d) Encorajar os outros a declarar e/ou descobrir o seu próprio estado Capacidade de compreender o pensamento subjacente a Stepping Stones: Embora haja obviamente espaço para diferentes interpretações e abordagens em manter relações com contextos sociais e culturais diferentes, cada sessão individualmente tem um conjunto claro de objectivos e estes devem ser claramente compreendidos pelos facilitadores com o propósito de orientar os participantes ao longo de cada passo. Em particular, os facilitadores precisam de compreender que Stepping Stones não é simplismente um veículo de passar informação factual sobre o HIV e a sua transmissão. Isto visa principalmente servir como uma ferramenta para instigar um processo de questionamento crítico ao nível das pessoas, grupos e comunidades. Ele se baseia no respeito dos direitos de todo o indivíduo, independentemente do seu sexo, posição, nível de educação, estado em relação ao HIV ou qualquer outra diferença. Em particular, os facilitadores devem ter uma compreensão dos conceitos ligados as EDP8 de ser capaz de entender as formas em que Stepping Stones pode levar a mudanças na dinámica de género com o propósito de reduzir a vulnerabilidade ao HIV e SIDA. –tanto em termos de prevenção e em termos das consequências de viver com o vírus. Anterior experiência com processos participativos: O princípio de participação – que presupõe promover e valorizar a participação de todos os participantes em pé de igualdade – é fundamental para o processo de Stepping Stones. Os facilitadores devem ser capazes de entender a distinção entre participação e métodos convencionais mais didáticos. Respeitado e respeitar: É importante para os facilitadores serem respeitados pelos membros da comunidade. Mas, igualmente importante é a necessidade dos facilitadores respeitarem os participantes Lideres locais – prós e contras: Em relação a se é bom ou mau se os líderes comunitários devem ser formados como facilitadores, existem experiências mistas nesta frente. 16 Shaw, 2000:78 #3 2?&F&/E--?S Numa aldeia do Sul de Angola, o chefe tradicional facilitou o processo de Stepping Stones numa comunidade e isso teve um impacto muito poderoso em relação à participação da comunidade. Isso também teve outras vantagens significativas no sentido que isso aumentou a sua sensibilidade em e a capacidade de responder a violência de género, uma questão principal naquela comunidade que ele anteriormente não está ciente disso. Ao contrário, em uma das aldeias do Fiji onde o chefe da aldeia local foi formado, isso não se tornou benéfico à medida que ele estava demasiado ocupado para continuar através da fase de implementação. (PRHP p.28-9). Por outro lado, numa outra aldeia, o envolvimento do chefe da aldeia foi fundamental, especialmente na ausência dos participantes masculinos da comunidade (PRHP, P.42) Residente na comunidade: É argumentado por algumas pessoas que os facilitadores devem residir na comunidade mas outros argumentam que é preferível que eles venham de fora (Vide a Tabela 2 abaixo em relação aos argumentos utilizados a favor e contra). No entanto, os outros sugerem que é melhor os facilitadores venham de uma aldeia vizinha que tenha a mesma língua ou cultura mas não da mesma aldeia 18. E?/C/E ,* Conhecimento e compreensão das necessidades, língua e cultura da comunidade Pode ser visto como uma pessoa ‘interna’ – daí ajudando as pessoas a se abrirem e a falar abertamente Proximidade e disponibilidade para a comunidade como um recurso em informação19 Os preconceitos pessoais (em relação a ou por parte dos membros da comunidade ou grupos no seio da comunidade) pode minar a abertura e honestidade no processo Pode ser visto como demasiado próximo para conforto e as pessoas não podem falar com receio de bisbilhoterice Falta de capacidades adequadas (por ex em metodologias participativas) e conhecimento/compreensão (por ex. De dinâmica de género, dinâmica de grupo, compreensão técnica dos factos relacionados com a transmissão, prevenção do HIV e por aí em diante) Um recursos contínuo no seio da Pode ser difícil encontrar alguém com todas as capacidades comunidade facilita os processos de e qualidades exigidas seguimento Os conhecimentos e capacidades Se o facilitador for pago e os participantes não forem, isso permanecem no seio da comunidade pode criar sentimentos de resentimento que podiam interferir no processo As Directrizes de Treinamento20 recomendam que é melhor começar com pessoal pago por forma a garantir a qualidade do processo de treinamento e, onde os participantes provarem estar interessados e serem capazes, eles devem ser oferecidos a oportunidade de passar pelo treinamento e tornaremse eles próprios em facilitadores. Isso tem constituido a experiência de um número de programas da ACORD, tais como em Gulu (Norte do Uganda) onde os membros do campo de Pabbo para Pessoas Deslocadas (Pabbo Camp for Displaced Persons) que participaram em Stepping Stones, subsequentemente se tornaram em facilitadores eles próprios e eventualmente também formaram outros facilitadores. 18 19 20 Harris 2007, p.14 Em Fiji, constatou-se que os facilitadores de outras comunidades eram de longe menos prováveis de embarcar em Stepping Stones devido o custo e as implicações logísticas (PRHP: 40) Vide a página de Stepping Stones na internet http://www.steppingstonesfeedback.org/downloads/SSTraining_Guidelinesoct02.pdf 5 4-- Selecção de Formadores Os formadores são aqueles que treinam os facilitadores. Assim é de longe, os formadores precisam das mesmas qualidades pessoais e capacidades básicas como aquelas exigidas pelos facilitadores. Considerações adicionais incluem a organização (ões) representada(s) pelos formadores. Algumas vezes, um grande organização administrará um treinamento dirigido principalmente para o seu próprio pessoal como por exemplo, a ACORD que organizou o treinamento para o pessoal de diversos programas – Tanzânia, Uganda, Etiópia e Sudão. Isso pode também ser benéfico de envolver outras organizações e /ou trabalhadores de saúde ou trabalhadores dos governos distritais do sector de saúde. A vantagem disso é que isso pode ajudar a construir redes locais. Uma outra vantagem é que isso pode aumentar o nível de cooperação entre as ONGs e o sector governamental e levar a respostas mais coordenadas em relação as questões e exigências dos participantes da comunidade que surgem do próprio processo de Stepping Stones. O processo de selecção Formas apropriadas de identificação de pessoas com tais capacidades têm de ser desenvolvidas conforme a realidade e contexto local. No caso dos atributos pessoais, as recomendações podem ser feitas pelos líderes locais que geralmente estão bem informadas sobre a reputação pessoal das pessoas que residem na comunidade. No entanto, existe um risco que apenas os amigos ou familiares dos líderes serão selecionados dessa forma! Uma outra, possivelmente um método com menos preconceitos é solicitar cada grupo de pares para escolher um facilitador da comunidade. Em relação às capacidades básicas, estes podem mais facilmente ser testados e avaliados pela agência apropriada. Dada a importância dos facilitadores, se recomenda que as agências realizem alguma forma de entrevista (podia ser formal ou informal envolvendo algum trabalho de grupo) para os potenciais candidatos como parte do processo de selecção. C.2 Formação de Formadores e Facilitadores Como foi anteriormente observado na secção anterior, ambos os formadores e facilitadores exigem uma vasta gama de qualidades e capacidades pessoais. Poucas pessoas nascem com tais capacidades e é o próprio processo de treinamento que jogam um papel chave na ajuda com tais capacidades e qualidades a serem desenvolvidas. Isto exige todo um novo conceito de treinamento – completamente diferente da abordagem tradicional de ‘transferência de conhecimentos’ mas uma que ela própria, põe em movimento um processo de mudança transformacional no seio daquelas pessoas sendo treinadas. Tal processo tem sido descritas por Colette Harris num artigo recente baseado na sua experiência de trabalho com grupos em Tajikistao: “O papel de facilitador. é de ..servir como um estímulo para o desenvolvimento de novas formas de pensar. …Com vista os facilitadores serem capazes de fazer isso, eles precisam que eles próprios precisam de passar uma forma semelhante de transformação”. (Harris, 2007: 13) Em reconhecimento do papel crítico desempenhado pelo treinamento, a PLAN da América Latina desenvolveu um Centro de Formação em Stepping Stone ( Stepping Stones Training Centre) especial onde equipas de facilitadores de diferentes ONGs são reunidos para serem ‘ treinados’ no espirito de Stepping Stones e eles desenvolveram um Manual de Treinamento para este fim (Escuela de Paso a Paso: Guia Didactica para Facilitadores, 2007). 5" Selecção dos treinandos As qualidades pessoais exigidas dos treinandos são as mesmas que aquelas exigidas pelos facilitadores (vide acima). Como com os facilitadores, é importante assegurar que um número igual de homens e mulheres sejam treinados. Assegurar que as pessoas treinadas incluam aquelas que estarão a implementar Stepping Stones no terreno é também importante conforme destacado numa avaliação recente de um programa de Stepping Stones na Sierra Leone implementado pela CAFOD: Importância de seleccionar mulheres trabalhadoras de campo para o treinamento : CAFOD, Sierra Leone Como parte de um programa de Stepping Stones dirigido pelos parceiros da CAFOD na Sierra Leone, apenas 2 dos 10 treinandos eram mulheres. Uma avaliação recente (2006) realizada observou que a falta de pessoal do sexo feminino e a prevalência de pessoal de escritório ao invés de pessoal do terreno colocou “graves limitações” em relação a implementação de Stepping Stones à medida que a abordagem “assenta fortemente na participação das mulheres como facilitadoras”. 21 Directrizes chaves do treinamento O conteúdo actual do treinamento fornecido é susceptível de variar de um lugar para o outro. Dependendo do tempo disponível, um currículo de treinamento abarcará todas as sessões de Stepping Stones, enquanto os outros apenas abarcará uma escolha. Qualquer que seja o caso, certas abordagens ‘chave’ ou fundamentais têm sido identificadas que isso deve ser aderido em todo o processo de treinamento desenvolvido: O treinamento C P@TUda viagem de Stepping Stones A abordagem do treinamento deve ser baseado em e fornecer orientação em relação ao uso de princípios e métodos C O treinamento deve incluir uma discussão e análise dos conceitos e princípios de 8 Ambos facilitadores e formadores devem estar à medida que eles passam pelo processo de treinamento. – como devem todos nós envolvidos em qualquer que seja o nível na viagem de Stepping Stones. O processo de treinamento Se recomenda que o treinamento seja administrado como um workshop de Stepping Stones. Isto significa trabalhar em grupos de pares, com base na idade e sexo e se juntar como uma ‘comunidade’ para trocar pedidos especiais. Foco no género Desafiar as normas e comportamentos de género é absolutamente fundamental para o processo de Stepping Stones. No entanto, muitas ONGs reportam que os facilitadores e formadores que eles próprios estão sujeitos as mesmas normas e tradições como participantes, muitas vezes de forma errada pensam que o seu trabalho é de reforçar ao invés de desafiar esses estereótipos22. Assim, o treinamento em género deve constituir um foco central do treinamento fornecido para os Formadores e Faciltadores. Não obstante, como foi apontado por Colette Harris, o treinamento de género, por virtude do seu próprio potencial de transformação, também tem o maior potencial para fazer surgir a mudança nos outros: 21 Entrevista com Massa Crayton, formador de Stepping Stones na Actionaid Libéria. Vide também: Stepping Stones: Training of Facilitators (ToF) Report produzido pela ActionAid Liberia em Novembro, 2005 22 Vide, por exemplo, as discussões na Conferência Internacional sobre Stepping Stones ‘Olhando para Frente – Olhando para Tràs’ organizado pela ACORD em Julho de 2006, que pode se encontrar na página na internet de Stepping Stones. 5 4-- “O treinamento de género tem sido …o motor mais ponderoso para a mudança…Isso está a funcionar através das questões baseadas em género que trouxe o pessoal …para começar a interrogar as suas próprias normas e assim materializar quao pouco elas diferem daquelas através das quais os participantes do projecto viviam.” (Harris, 2007:14) Áreas adicionais a abarcar Além de passar pelo processo, o treinamento deve dar tempo para reflexão em relação ao processo e discussão sobre os métodos de facilitação apropriados. As seguintes sessões adicionais podem também ser incluida : Ferramentas de monitoria e avaliação Teatro para o desenvolvimento de capacidades Desenvolvimento de ideias criativas que podem ser aplicadas para adaptação ou invenção de novos exercícios (vide a secção seguinte sobre a Adaptação de Stepping Stones) Abordagens de aprendizagem participativa tal como PRA Técnicas de gestão de conflito Suporte pós- Stepping Stones para as comunidades Mais ênfase na ética, confidencialidade e segurança Mais sobre sexualidade, saúde sexual e reprodutiva, tratamento de HIV e por aí em diante. Informação sobre os direitos legais tais como os direitos à propriedade e herança e sobre as convenções internacionais tais como a Declaração Universal dos Direitos do Humanos, Convenção sobre os Direitos da Criança, a Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher e outras. Testando as sessões na comunidade Quando a ACORD Tanzânia organizou um formação de formadores, eles também organizaram algumas sessões com uma comunidade local. Isto deu aos formandos a oportunidade de enfrentar em primeira mão o impacto do processo num contexto comunitário e isso foi considerado por muitos nos comentários de avaliação do treinamento ter sido um dos aspectos mais valorizados do treinamento. Deve ser observado, contudo, que tais sessões tiveram lugar com grupos comunitários que anteriormente tiveram uma relação com a ACORD e estavam a receber treinamento e apoio em outras áreas. A não ser que uma relação já existiu com a comunidade, NÃO é recomendado que os treinandos devem tentar testar Stepping Stones com as comunidades à medida que isso podia ser muito importuno e explorativo. Mesmo onde essa relação existe, o exercício de Stepping Stones utilizados precisam de ser selecionados de forma seleccionada. Isso não seria claramente apropriado esperar que os membros da comunidade de envolver numa discussão extremamente emoncional sem uma preparação antecipada ou seguimento subsequente. Apoio para seguimento pós-treinamento Mesmo depois de receber o treinamento, é provavel que os facilitadores precisarão de uma supervisão e apoio estreita antes de eles se sentirem suficientemente seguro para dirigir um processo de Stepping Stones ao nível da comunidade. Uma forma de ultrapassar este problema é de minimizar a diferença entre o término do treinamento do facilitador e a implementação de SS. Quanto maior for a diferença, maior é à possibilidade dos facilitadores de perderem a confiança conforme observado na avaliação de Fiji (PRHP, p.40). Nas palavras de Alice Welbourn: “Muitos dos exercícios de Stepping Stones são como medicamentos fortes – eles podem ser muito benéficos quando tomados sob as condições certas –mas podem ser perigosos para aqueles que os tomam com o estômago vazio ou de forma irregular ou sem a devida preparação. Eles precisam de ser tratados com respeito”23. 23 Entrevista informal, Outubro de 2007 5# 2+?/E O Projecto Regional do HIV/SIDA do Pacífico (PRHP) formou 35 facilitadores durante 10 dias. O treinamento incluiu um exercício de planificação para planear a imlementação de Stepping Stones nas suas comunidades. No entanto, desses dias apenas 6 continuaram a implementar SS. Outros dois implementaram um processo parcial de Stepping Stones. O principal motivo dado por outros pela não implementação de Stepping Stones nas suas comunidades foi a falta de confiança. SuperviB e apoio contínuo para os facilitadores O treinamento em Stepping Stones é muito intensivo, abarcando muito terreno num espaço de tempo relativamente curto. Na maioria dos casos, os temas abarcados são muito novos para os facilitadores, muitos deles podem não ter um experiência anterior de qualquer coisa semelhante. Assim, a provisão de supervisão e apoio contínuo dos facilitadores é muito importante. Isso pode tomar diversas formas: Apoio com a facilitaDB: Existem diversas opções. Antes de ficar para facilitar sozinho, os facilitadores recentemente formados podem co-facilitar juntamente com facilitadores mais experientes. Uma outra opção é dos facilitadores recentemente formados trabalharem em pares. De forma alternativa, os facilitadores experientes podem acompanhar os mais recentemente formados para darem ajuda e orientação durante o processo. Encontros regulares entre os formadores e os facilitadores: Onde for possível, os formadores de ONGs devem se reunir com os supervisores antes de cada nova sessão de Stepping Stones na comunidade para assegurar que eles captem na íntegra o objectivo dos exercícios e os passos no processo de facilitação. Esses encontros podem também ser usados para discutir o que correu bem ou mal na sessão anterior. 2 ?E 6? A ACORD tende a trabalhar em comunidades difíceis de alcançar onde o acesso por estrada pode ser quase difícil. Por exemplo, em Angola, alguns dos locais de realização de Stepping Stones estão diversos dias distantes do escritório da ACORD. Em tais situações, os encontros semanais com os supervisores não são viáveis e a supervisão foi necessariamente menos frequentes. A supervisão regular foi também problemática no Norte do Uganda onde se tinha de obter uma autorização estrita de segurança para as pessoas entrarem na zona dos campos dos deslocados onde Stepping Stones foi implementado. C.3 Implementação do processo de Stepping Stones no seio da comunidade O Manual de Stepping Stones fornece uma orientação muito clara e detalhada sobre como realizar cada sessão, dai que esta secção do Guia é limitada a questões que estão ligadas à implementação, mas não são directamente abordadas no próprio Manual. Calendarização das sessões: A questão de calendarização é abordada no Manual, mas ela tem tanta importância que precisa de uma menção adicional também neste Guia. A calendarização das sessões devia ser discutido no primeiro encontro aberto na comunidade com o propósito de garantir que as sessões sejam realizadas em períodos convenientes para aqueles que planeiam participar. Quando estiver a discutir a calendarização, é importante assegurar que as horas acordadas sejam convenientes para todos, não apenas aqueles 55 4-- que têm a confiança de falar alto. As consequências da classificação para proceder desse modo são ilustradas por exemplos fornecidos na Caixa abaixo. 21?HEGDBP?2ECF Em Angola, as horas das sessões estavam em choque com as horas de abertura do mercado e os jovens que tinham bancas no mercado não apareceram nas sessões. No caso, apenas homens e mulheres mais velhos passaram pelo processo. A semelhança, em Uganda onde a calendarização das sessões sobrepunham-se com as horas do mercado, apenas as pessoas em melhores condições que não trabalhavam no mercado foram capazes de participar. Na Gâmbia, de princípio foi planeado que as sessões seriam realizadas durante a estação seca. No entanto, um exercício de PRA demonstrou que muitas pessoas emigram para as zonas urbanas durante este período, daí que se acordou realizar as sessões durante a época das colhetas. Em Fiji, muitos membros da comunidade do sexo masculino são trabalhadores sazonais (cultivadores de cana de açucar) e eles não estavam na aldeia quando as mulheres planeram começar o treinamento em Stepping Stones. Isto, por sua vez, desmotivou outros potenciais participantes do sexo masculino. É tambem importante enfatizar a necessidade para a pontualidade. Se as pessoas andam em períodos diferentes, isto pode ser distrativo para os restantes ou, se aqueles que chegam à hora tem de ficar à espera, eles algumas vezes ficam aborecidos e abandonam. Provisão de lanches Cada sessão de Stepping Stones dura aproximadamente 3 horas. Assim, a provisão de lanches deve ser considerada. No entanto, como foi anteriormente observado, alguns participantes podem estar a perder outras actividades de geração de rendimentos com o propósito de participar, daí que a provisão de alguns lanches iria de alguma forma no sentido de compensá-los em espécie (vide a Caixa 9). No entanto, como o exemplo na Caixa ilustra, isto pode algumas vezes causar problemas! 23?V'@EWXY20E Inicialmente, a ACORD Angola decidiu servir uma refeição quente para todos os participantes. Mas, quando a comida chegou, multidões de crianças e outros invadiram a zona onde a comida estava sendo servida e afirmaram ser particpantes (mesmo embora os seus nomes não estivessem na ficha de registo). Isto causou pânico: o início das sessões foi atrazado; alguns participantes ficaram sem comida; outros sentiram-se ‘enganados’ porque eles tinham de ‘ganhar’ a sua comida através da participação das sessões, embora outros não fizessem algo. Um outro problema foi que algumas pessoas que não tinham inicialmente se registado para Stepping Stones, quando eles constaram que havia comida disponível, decidiram se registar. Eventualmente, a ACORD decidiu fazer pequenas ‘sandes’ para distribuir pelos participantes e adoptou um registo restrito para assegurar que apenas aqueles que participavam as obtinham. BZDBDBE A não-participação ou participação irregular constituem problemas comuns encontrados com Stepping Stones. A participação em termos regulares durante um período de 2-3-meses constitui um empenho fundamental e não todas as pessoas que, inicialmente apareceram, estão prontas para assumir o 5 compromisso. Como foi anteriormente observado, a calendarização das sessões pode constituir um factor. Outros factores, podem incluir uma facilitação fraca como no exemplo abaixo. 2 "? /EDB / @E EC / DB? '2E E Em Angola, a ACORD está implementar Stepping Stones em 3 comunidades. Em duas, a participação foi regular, mas numa terceira, apesar de uma participação inicial boa, esta decaiu consistentemente. Quando o pessoal analizou o problema e comparou a situação com outras comunidades onde a participação foi muito boa, foi observado que a facilitação era muito fraca. Os facilitadores comportaram-se como professores e as sessões foram muito aborecentes. Ao contrário das sessões bem facilitadas onde os participantes riam-se e havia muito divertimento, mesmo quando se fala-se das questões graves, havia pouco divertimento e risos. Assim, primeiro e antes de tudo, é importante verificar a facilitação e, se tal problema surge, os facilitadores devem receber algum treinamento e apoio adicional. Se as dificuldades persistirem, pode ser necessário escolher um diferente facilitador. Uso de grupos locais de dança Na Tanzânia, grupos locais de dança são muitas vezes convidados a iniciar a sessão com alguma música e dança. Além de atrair muitas pessoas para as sessões, isso cria uma atmosfera dinâmica e positiva. Além disso, as danças culturais locais têm sido empregues para fortalecer as mensagens, tais como o prazer do sexo, que constituem partes integrais do processo de Stepping Stones. Trazer oradores externos durante as sessões De princípio, os oradores externos não devem ser convidados para as sessões de Stepping Stones porque Stepping Stones constitu um processo e não uma palestra ou seminário. No entanto, na ocasião, pode haver justificação para convidar oradores para fins específicos. Em particular, onde o facilitador não é uma pessoa vivendo com HIV, é bom se um membro de um grupo local de pessoas com HIV seja capaz de participar, por exemplo, durante uma sessão focalizando em questões, como estigma, teste de HIV, acesso ao tratamento e por aí em diante, por forma a partilhar as suas experiências pessoais com o grupo. Outros casos onde um orador externo podia ser justificado são quando uma sessão está a lidar com uma questão importante que o facilitador não se sente preparado para discutir. Por exemplo, em Angola, onde a tuberculose (TB) é muito prevalescente, uma sessão é dedicada a TB e um médico foi trazido para explicar o tratamento. E em Mwanza (Tanzânia), foram trazidos especialistas para falar sobre o planeamento familiar. Há também ocasiões onde pode ser apropriado usar uma sessão de Stepping Stones para aumentar a sensibilização local dos serviços existentes e /ou legislação conforme ilustrado no exemplo abaixo:- 5+ 4-- 2""?J/4 %C(EJ/G/E EJEDBCDFCCCE0 8E? Na altura que Stepping Stones estava sendo implementado no programa da ACORD em Matala, o governo Angolano tinha apenas introduzido uma nova legislação fornecendo uma proteção acrescida para as mulheres que enfrentam a violência doméstica e estava a realizar uma campanha ao nível nacional de aumento de sensibilização sobre a questão. Assim, a chefe da Unidade dos Assuntos da Mulher na província foi convidada a falar para as mulheres na aldeia em relação as iniciativas sendo empreendidas. Isto ocorreu depois da sessão sobre Violência Doméstica em que as mulheres estavam a explorar as questões e discutir formas de elas próprias melhor se defenderem. A sua visita serviu dois fins: por um lado, ela obteve um ‘sabor ’ de Stepping Stones e uma forma diferente de discutir os problemas, como a violência baseada em género e, ao mesmo tempo, as mulheres foram informadas sobre os tipos de ajuda disponível para as mesmas por parte das instituições do estado. Foco na Viagem de Stepping Stones Embora tais intervenções externas possam ser justificáveis em termos ocasionais, elas nunca devem ser distraidas do principal negócio de Stepping Stones, que é sobre como acompanhar as pessoas numa viagem segura por algumas vezes pelo traiçoeiro ‘rio da vida’ e orientá-las através das fases de progresso da viagem envolvendo aprender juntos, partilhar, cuidar e eventualmente mudar: Roda da Mudança24 ( %EJ 24 Alice Welbourn, 1999, ‘Gender, Sex and HIV’ 5 D ADAPTAÇÃO E TRADUÇÃO DO MANUAL Tanzânia Tanzânia Tanzânia 53 D Adaptação e tradução do manual Stepping Stones pode ser implementado numa grande variedade de diferentes lugares e como tal, ele precisa de ser adaptado para reflectir as realidades sociais, económicas, religiosas e culturais de cada contexto. O Manual foi também traduzido em outras línguas para que ele possa ser usado em países por todo o mundo onde não se fala o Inglês. Esta secção fornece algumas directrizes sobre a adaptação e tradução do Manual. Eles são principalmente baseados na Adaptação e Tradução das Directrizes que pode se encontrar na página de Stepping Stones na internet25. :'-;'--'$-'--'!)&'(? Porquê tu gostarias de adaptar? Tu tens de ter de fazer tudo apenas como aparece no Manual? Podes adicionar nas sessões sobre questões não cobertas no Manual? Podes abandonar as sessões? Tens de seguir exactamente a mesma sequência ? É possível fazer uma versão ‘acelerada ’ de Stepping Stones? Que tal se tu não tens acesso a um aparelho de vídeo ou de DVD? O Manual pode ser traduzido para as outras línguas? D.1 Adaptação Stepping Stones constitui um processo e, como todos os processos, precisa de ser À2FCE e ÀFEmbora seja muito importante compreender que cada uma das sessões ou ‘blocos’ principais seguem um ao outro em progressão, há espaço para flexibilidade no número, foco e ordenamento dos exercícios entre eles. De facto, é quase raro para o Manual ser rigorosamente acompanhado desde o princípio até o fim. O caso para adaptação Existem muitos motivos porque é importante adaptar o Manual. Tais incluem: Tornâ-lo mais relevante para o contexto cultural Responder as prioridades locais Aumentar a participação local e o sentido de posse Encorajar um pensamento crítico acerca dos objectivos e o que se pretende alcançar Exemplos de adaptações: Aqui estão alguns exemplos de diferentes formas em que o Manual foi adaptado: (i) Adicionar nas sessões adicionais: Esta é a forma mais comum em que o Manual foi adaptado para servir diferentes contextos. Por exemplo: Na África do Sul: novas secções sobre violência doméstica e violação foram acrescentadas e a sessão sobre HIV tem sido alargada e actualizada para incluir os ARVs, testagem e outros desenvolvimentos mais recente nos tratamentos disponíveis. 25 “Translation and Adaptation Guidelines (1998, revisto em 2002), www.steppingstonesfeedback.org. " Na Gâmbia uma nova sessão foi acrescida para mostrar a ligação entre o estado em relação ao HIV e fertilidade, destacando a ligação entre o não uso do preservativo, ITSs, e a fertilidade reduzida. Isto foi feito com o propósito de abordar os receios que os Ocidentais estavam a promover o preservativo com o propósito de reduzir a fertilidade na Gâmbia. Uma nova sessão sobre o mapeamento do corpo em relação a ‘vontade’ e ‘não vontade’ sexuais foi também acrescido para tornar a discussão capaz da dificuldade da discussão do orgasmo e da circuncisão feminina26. Em Angola, a ACORD incluiu sessões adicionais sobre ITSs e a gravidez juvenil, ambas as quais constituem preocupações prioritárias nas localidades onde eles trabalham. Na Etiópia, a Save the Children adicionou nas sessões sobre Mapeamento Social, o calendário do HIV e a Matriz de Risco com o propósito de ajudar os facilitadores a compreender melhor a comunidade.27 A informação sobre aconselhamento e testagem voluntária (ATV) tem sido incluida. Em Moçambique, a CAFOD apoiou programas que adaptaram Stepping Stones para uso com os estudantes da escola secundária nos lares estudantis. (ii) Retirar as sessões: Na Gâmbia: a sessão sobre álcool foi retirada porque, a Gâmbia é 100% Muçulmana e o álcool está longe de constituir uma preocupação em relação as comunidades não Muçulmanas. No Cambodja, a sessão final sobre a morte e a feitura de testamento foi retirada com base que era culturamente inapropriada. Em outros países, contudo, tais como Zimbabwe e Gâmbia, este exercício foi subsequentemente reintroduzido, com base na reflexão da sua importância chave na abordagem de algo que acontece para todos nós, mas para o qual estamos muitas vezes dificilmente preparado. Isso também permitiu uma discussão da ausência de direitos de propriedade e de herança para mulheres em muitas partes do mundo, um problema que pode afectar especialmente de uma forma as mulheres e crianças quando os seus maridos e pais morrerem. (iii) Mudança de ênfase No batalhão do exército Angolano onde a ACORD estava a implementar SS, havia poucos casos de pessoas conhecidas de terem morrido devido uma doença relacionada com o SIDA. No entanto, é muito comum para as pessoas, especialmente homens, estar fora de casa por longos períodos de tempo, especialmentes aqueles servindo no exército. Assim, foi decidido mudar a ênfase da sessão designada de A Longa Viagem, que lida com a importância da feitura de testamento em preparação para a morte. Ao invés disso, ela trata da feitura do testamento no contexto da longa ausência de casa. (iv) Mudar a sequência das sessões: Como foi observado abaixo, é importante ser muito cuidadoso quando se muda o ordenamento das sessões para garantir que a progressão do processo não seja deturpado. No entanto, é possível mudar a ordem se, por exemplo, um exercício particular parece se enquadrar bem com um novo exercício. Por exemplo, em Angola, a ACORD introduziu uma nova sessão sobre Violência Doméstica e decidiu inserir o exercício sobre os Estatutos do Poder naquela sessão porque pensou-se que isso funcionaria muito bem como uma ferramenta para ajudar as mulheres a desafiar a violência em casa e noutros lugares. 26 Na Gâmbia, a circuncisão masculina e feminina são amplamente praticadas. 27 Bhattacharjee, P e Costigan, A (2005), p.21 4-- (v) Menor número de ilustrações: A ACORD Tanzânia sentiu que os participantes seriam incapazes de fazer exercícios que envolvem desenhos e escolher outros métodos ao contrário, tais como cantar ou simplesmente falar. Contudo, vide a Caixa 11 em baixo. Advertência: Coisas a ter cuidado quando estiver a adaptar Stepping Stones MO Ser fidedigno em relaDB aos temas nucleares: Ligado aos principais blocos das sessões no processo de Stepping Stones, há quatro “temas” básicos . É muito importante que cada um de tais temas seja retido. MO Respeitar a sequência: As pessoas podem decidir por um motivo ou outro mudar a sequência dos exercícios. Até um certo ponto, isso está correcto, mas é importante ter em mente que as actividades não são organizadas em relação a uma mudança de oportunidade, mas a uma que foi cuidadosamente pensada: @TU--? Cooperação de grupo HIV e Sexo Mais Seguro Porquê nós nos comportamos nas formas que fazemos Formas em que podemos mudar “Stepping Stones progride das sessões mais fáceis com menor conteúdo emoncional, para sessões mais desafiadoras, abordando os tabus tais como as normas de género e idade, e morte. Isso nunca visou ser como um manual em que as pessoas podem meter e apanhar: portanto, isso funciona mais eficazmente onde o roteiro dos exercícios progressivos foram estreitamente seguidos.” (Alice Welbourn, 2007:126 ) MO Não perder todos as porções de ‘diversão’: O processo deve ser divertido, bem como sério. Tentar verificar que manténs em alguns dos exercícios que ajudam as pessoas a rir e ter um bom tempo à medida que isso constitui uma parte fundamental do processo de aprendizagem. Também, muitos dos jogos “divertidos” levam uma mensagem mais profunda em relação à análise e estão aí para um fim. MCO Manter uma abordagem participativa: Se visas novas sessões para lidar com questões específicas, tais como a gravidez juvenil, esteja seguro de aplicar os princípios participativos nucleares que estão no centro do processo de Stepping Stones. MCO Não faça assunções precipitadas do que os participantes podem ou não podem fazer: O assunto abordado por Stepping Stones e algumas das actividades envolvem falar sobre tópicos que não são normalmente discutidos de forma aberta, tais como questões relacionadas com sexo. Algumas vezes, os facilitadores eles próprios não estão satisfeitos em discutir tais tópicos e, como resultado, eles procuram formas de evitar a necessidade de fazê-lo! Uma forma é de convencer-se a si próprio que os participantes não estarão preparados para si envolverem em tal discussão. Abaixo está um exemplo de um desses casos que recentemente ocorreu quando a ACORD estava a implementar Stepping Stones numa pequena aldeia no sul de Angola. # Caixa 12: ,GDP@B/E ? -B 2BCEI[28E?Durante o processo de Stepping Stones em Kanjanguite, constratou-se que as discussões de sexo tinham focalizado demasiado nos preservativos, daí a ideia de orientação da discussão no sentido de formas de ter sexo não- penetrativo foi discutido por duas mulheres facilitadoras – uma jovem professora e outra uma mulher mais velha, muito activa na igreja. Surpreendentemente, a mais joven das duas estava inflexível pois que essa discussão não podia ter lugar na aldeia embora a senhora mais velha estivesse preparada para avançar nesse sentido. Os facilitadores do sexo masculino tinha dúvidas semelhantes em relação aos homens. Como isso aconteceu, as mulheres mais velhas na comunidade ficaram muito animadas durante a discussão e partilharam com as colegas bastantes formas úteis de satisfazer um homem sem penetração, e isso tornou-se numa das discussões mais vivas na aldeia! Igualmente, os soldados também partilharam informação sobre a importância de satisfazer um mulher a ajudar a atingir o seu orgamo mesmo depois da penetração ter terminado! Assim, a moral da história é : esteja seguro de não projectar os teus próprios receios para os outros e esteja preparado para assumir os riscos!!28 Sensibilidade para com as diferenças religiosas Muitos dos temas discutidos como parte do processo de Stepping Stones estão sujeitos a diferentes interpretações religiosas. A religião joga um papel central nas vidas da maior parte das pessoas e as comunidades em que eles fazem parte. Assim, a forma em que os temas são discutidos precisam de tomar em conta as sensibilidades religiosas, especialmente onde existem diversos diferentes grupos no seio de uma única comunidade. Em Harrar, que é uma cidade largamente Islámica, constatou-se que a religião tem uma forte influência em termos do que era aceitável e não aceitavel para os membros da comunidade que participaram no programa de Stepping Stones da SCF. A avaliação recomendou que as sessões sobre religião sejam incluidas em Stepping Stones e as barreiras religiosas para o sexo seguro sejam identificadas e abordadas. As questões de desigualdade de género no contexto da religião devem também ser abordadas. Mas os facilitadores têm de ser muito habilidosos para facilitar tais sessões à medida que a religião pode ser uma questão muito sensível. 29 O vídeo original implicitamente abordou o papel da religião nas vidas das pessoas com cenas gravadas numa mesquita e numa igreja. Infelizmente, se o video não for usado, isso pode ser fácil de subestimar o papel chave que a religião desempenha nas vidas da maioria dos participantes. Portanto, é importante encontrar formas de encorajar os facilitadores de incluir discussões da influência da religião sobre as atitudes em relação ao sexo, HIV, uso do preservativo, género e grupos marginalizados de outras formas durante o workshop. Uso de Stepping Stones sem o vídeo/DVD O Manual de Stepping Stones é acompanhado por um vídeo mostrando partes do processo sendo demonstrado. O vídeo foi produzido em Buwenda, Uganda, o primeiro lugar onde Stepping Stones foi implementado. Um dos beneficios do video é que ele atraia muitas pessoas para as sessões. Além disso, as cenas do video servem diversos fins. Tais incluem: 28 29 Extractos de tais discussões tanto com homens como com mulheres apreceram em ‘Comandos do Preservativo’ um novo filme encomendado pela ACORD demonstrando Stepping Stones em acção em Angola Bharracharjee e Costigan, 200, p.38 5 4-- Desafiar as atitudes e comportamentos traditionais (por ex. Homens sendo violentos e mulheres sendo submissivas) Fornecer modelos positivos. Por exemplo, A Longa Viagem demonstra um exemplo positivo de um casal se preparando para a morte Estimular uma discussão sobre as questões chave, tais como álcool e os seus efeitos detrimentais Encorajar os participantes a tomar parte no processo: os vídeos são um grande magnete! No entanto, algumas vezes, o vídeo não pode ser utilizado por motivos práticos, tal como a falta de enérgia eléctrica. Outras razões para não usar podem incluir: Trabalhar com comunidades não-letradas/incapacidade das pessoas falarem a língua do vídeo e/ou ler os sub-títulos. Demasiado específico em termos culturais: O vídeo foi produzido em Uganda e, como tal, as pessoas de outros países em África ou noutros lugares podem não ser capazes de identificarse com as pessoas no vídeo, portanto enfraquecendo o seu impacto30. Evitar uma influência indevida: as pessoas podem imitar o que elas veem no vídeo/DVD ao invés de desenvolver o seu próprio, respostas culturalmente apropriadas. Uma forma de alcançar os mesmos resultados é de fazer com que os participantes actuem numa peça ou dramatizem desenhando uma situação específica ligada ao tópico da sessão. Isto pode ser igualmente poderoso e envolvente. Existem directrizes no manual sobre como dirigir um workshop sem o vídeo. De forma alternativa, podes produzir o teu próprio video. Isto é o que a PLAN, por exemplo, fez na América Latina. Passos no processo de adaptação As Directrizes de Adaptação31 esboçam os seguintes passos no processo de adaptação de Stepping Stones para diferentes contextos. Estes são: 1. 2. 3. 4. 30 31 Fazer face a todas as fases do processo de Stepping Stones: antes de ser capaz de fazer as adaptações, os facilitadores devem fazer face eles próprios ao processo de Stepping Stones conforme desenvolvido no Manual original com o propósito de compreender as reações individuais em relação aos exercícios baseados na experiência pessoal. Isso depois de fornecer as bases para a adaptação. Trabalhar juntamente com os outros para desenvolver um esboço da adaptação. Quer (a) fazendo alterações à medida que uma pessoa avança; ou (b) fazendos as aterações antecipadamente. Testagem do esboço adaptado: quer na comunidade ou com um grupo de facilitadores. Um processo contínuo: A adaptação de Stepping Stones, como o próprio Stepping Stones, constitui um processo contínuo e deve ser visto como ‘trabalho em curso’ (Gordon, 1998). Não existe uma ‘adaptação perfeita: uma que serve num lugar numa vez, pode não servir novamente no mesmo lugar num período diferente ou num lugar diferente ao mesmo tempo! Em Angola, este ponto de vista levou a ACORD a encomendar a produção de um novo filme feito em Angola lançado em Setembro de 2007 entitulado ‘Comandos do Preservativo’ Gill Gordon, 1998, 2002 5. Avaliação da experiência: o processo de Stepping Stones deve ser incluido trazendo os participantes juntos depois de 6 meses para avaliar o processo. Isso também constitui uma boa oportunidade para avaliar quaisquer adaptações feitas. 6. Registo e documentação das alteraDP: é importante fazer o seguimento das alterações e clarificar o processo e os objectivos de cada exercício na mesma forma que o Manual existente faz. À semelhança, alterações subsequentes e os resultados de quaisquer avaliações das adaptações feitas devem ser registadas e disponibilizadas para partilhar com os outros. Isto é importante daí que não se volta para a estaca um todas às vezes que embarcas numa nova experiência de Stepping Stones! 7. Temas delicados. Existem temas misteriosos que não são apresentados no texto, mas que percorrem por todo o processo do workshop. Estes incluem os direitos fundamentais igualitários fundamentais de todos nós – quer estes tenham a ver com os direitos sexuais e reprodutivos, direitos a serem envolvidos nas decisões que afectam as nossas vidas e aqueles das nossas comunidades, direito à propriedade, bens e produção, herança, direitos ao respeito mútuo, direito à coexistência pacífica livre da violência e/ou medo da violência e por aí em diante. Estes não são apresentados de forma pública em relação ao propósito, porque aqueles que têm poder numa comunidade, muitas vezes, se sentem ameaçados se eles ouvem este tipo de falação – ameaçados que eles podem estar para perder este poder. No entanto, estes temas são muito fortemente elaborados ao longo dos workshops e é util para os facilitadores estarem cientes deles em qualquer adaptação. D.2 Tradução Stepping Stones tem sido usado em mais de 100 países no mundo. O Manual original foi produzido em Inglês e Francês, mas ao longo dos anos, muitas organizações traduziram de forma independente o Manual em outras línguas. Em que línguas o Manual foi traduzido? Não existe uma base de dados central para todas as traduções de Stepping Stones. No entanto, é conhecido por um facto que ele foi traduzido em todas as seguintes línguas: Francês Português Espanhol Singhala Ki-Swahili Luo Khmer Vietnamita Russo (em curso) Amharic Kinyarwanda Bengali Hindu Nepalês Afrikaans Bahasi Indonésio Existem mesmo diversas versões de traduções do manual em algumas línguas. Por exemplo, existem pelo menos 3 na língua Portuguesa (Pedras Caminhantes, Alpondras, Caminhando de Mãos Dadas). + 4-- Tais traduções são concisas e fiáveis? Infelizmente, na ausência de qualquer sistema ou recursos para levar a cabo qualquer ‘controlo de qualidade’, não é possível dizer com certeza quao concisa e verdadeira em relação à original que tais versões são. Antes de usar um manual traduzido, os formadores devem idealmente lê-lo na íntegra e comparâ-lo com o manual original, verificar se o mesmo flui bem e foi bem traduzido. Um método que tem sido usado por alguns é obter feedback (retro-alimentação) dos participantes e fazer as subsequentes alterações, com base no feedback recebido. Em algumas traduções, constatou-se que se o tradutor não está familiarizado com as técnicas de facilitação, as instruções tais como “pode” e “podia” tem sido traduzidos como “deve” e “devia” – que são palavras muito importantes. A semelhança se um tradutor não está familiarizado com questões de HIV e género, as traduções podem falar de “apanhar SIDA”, pode confundir “sexo” e “género” e pode usar “ele” ao longo , ao invés de “ele/a”. Assim a qualidade da tradução é chave e é de longe mais complicado do que muitas vezes se constata. Posso usar uma tradução produzida por uma outra ONG? Como se aplica as adaptações do Manual, cada tradução é até certo ponto provovável de reflectir realidades culturais específicas na localização específica onde Stepping Stones está sendo usado. Assim, por exemplo, a versão em Espanhol foi desenvolvida em Panama e, se for usada num diferente contexto da América Latina, pode precisar de ser adaptada para reflectir as diferenças nas formas de expressão e as formas de usar a língua naquele país. Isto ocorreu em Angola onde a ACORD tomou a versão em Português produzida em Moçambique e adaptou-a para o contexto Angolano. Igualmente, a ACORD Tanzânia adaptou a versão de Swahili existente para reflectir o contexto Tanzaniano. Podes usar termos coloquiais para traduzir palavras e conceitos ligados a sexo e orgãos sexuais? Todas as sociedades têm as suas próprias palavras para falar sobre sexo e orgãos sexuais e existe uma vasta gama. Isto pode também variar no seio da sociedade de acordo com a idade e o género dos oradores. Em Buwenda, onde o primeiro workshop teve lugar no Uganda, a palavra utilizada para pénis” pelo grupo de homens jovens no vídeo foi considerado uma palavra grotesca pelas mulheres e elas inicialmente recusaram a sua utilização no vídeo. No entanto, os homens jovens justificaram que uma vez que essa era a palavra geralmente usada por eles , por isso foi importante demonstrar o uso dessa palavra no exercício sobre o preservativo no vídeo. As mulheres respeitaram a justificação dos homens jovens e esta palavra e esta cena foi mantida no vídeo. É importante garantir que as palavras certas sejam usadas: umas que as pessoas compreendem, mas também não causam demasiada ofensa (vide a caixa). Isto deve ser discutido durante a formação do Facilitador e também com os participantes durante as sessões como as pessoas locais geralmente têm as suas próprias palavras que aqueles de fora da comunidade podem não estar familiarizados com elas. Ajudar as pessoas a estar confortáveis com a linguagem de sexo constituem uma parte importante do processo de Stepping Stones e é essencial para atingir alguns dos objectivos nucleares, tais como a promoção da comunicação e diálogo acrescida em torno de sexo e relações entre parceiros e entre adultos e jovens e pais e filhos. E. MONITORIA E AVALIAÇÃO Tanzânia Tanzânia Tanzânia 3 E. Monitoria e Avaliação A monitoria e avaliação é muitas vezes considerada como uma ‘adição’ opcional e/ou um procedimento pesado que tem de ser levado a cabo, principalmente para satisfazer os doadores. No entanto, conforme discutido nesta secção, a monitoria e avaliação deve ser considerada como uma parte integral do próprio processo de Stepping Stones. Tendo dito isso, o registo até à data em relação a monitoria e avaliação de Stepping Stones deixa muito a desejar. A qualidade muito fraca desiquilibrada e maioritariamente das revisões e avaliações existentes de Stepping Stones foi destacada num relatório recente de uma ‘revisão das avaliações’ de Stepping Stones, encomendada pela ActionAid International (AAI)32. Conforme foi destacado por essa revisão, um dos grandes desafios colocado pela avaliação de Stepping Stones está na natureza participativa do processo, que apela para uma abordagem muito diferente em relação a avaliação, uma que esteja enraizada nos princípios de participação e respeito pelo sentido local de posse do processo e dos seus resultados. Este relatório também destaca outras razões para a fraca qualidades das revisões e avaliações, que incluem: a fraca prioridade dada por muitas ONGs a M&A; falta de capacidades e /ou ferramentas nesta área; falta de fundos; tempo e reursos limitado do pessoal; falta de objectivos claros; e fraca documentação do próprio processo. Tais imperfeções na área de monitoria e avaliação tem tido um número de consequências adversas. Por exemplo, o financiamento de Stepping Stones foi recentemente retirado porque não existe evidência suficiente que a abordagem funciona33 Não obstante, um processo de M&A participativo eficazmente implementado tem o potencial de empoderar os beneficiários envolvendo lhes na auto-avaliação dos seus próprios processos e no desenvolvimento de recomendações para a melhoria da prestação de Stepping Stones no terreno. Assim, a falta de atenção em relação a qualidade da M&A constitui uma oportunidade perdida, tanto para aqueles implementando Stepping Stones e para aqueles na fase de recepção do mesmo. :'-;'-<*'-'$-'--'!) 32 33 O que é necessário para monitorar e avaliar ? Quem precisa de saber e o que eles precisam de saber ? O que monitoria presupõe e que ferramentas podem ser utilizadas ? Porque fazer uma avaliação do impacto? Existem quaisquer indicadores fixos ou padronizados que podem ser utilizados ? Como tomas em consideração as diferenças culturais e as outras diferenças contextuais ? Que métodos podem ser utilizados para a M&A e quais são os pontos fortes e fracos de cada um ? Como lidar com problemas, como informação contraditoria, questões em torno da fiabilidade dos dados, as dificuldades no acesso aos dados, e por aí em diante? Que tipo de critérios podem ser aplicados quando estiver a desenvolver uma estratégia de M&A? Wallace, 2006 Seguindo as recomendações da avaliação de médio-prazo do projecto da Support to the International Partnership against AIDS in Africa (SIPAA), o Departmento para o Desenvolvimento Internacional (Dfid) decidiu retirar o financiamento para o trabalho de Stepping Stones da AAI em Ruanda, Burundi, Etiópia e Gana sob o programa da SIPAA. Os outros países foram também afectados conforme o DFID decidiu de suspender todo o financiamento para o trabalho de Stepping Stones por outras ONGs também (Wallace, 2006, p.7) +" E.1 Monitoria: fim e ferramentas Ao contrário da avaliação, que tende a ocorrer no final do processo, a monitoria constitui um processo contínuo. Além disso, o seu foco é mais concreto e prático. Dentre os propósitos chave da monitoria estão: Garantir que Stepping Stones esteja a decorrer sem sobresaltos Identificar quaisquer constrangimentos ou problemas enfrentados pelos participantes e/ou facilitadores durante a implementação de Stepping Stones (por exemplo, fraca participação, participação desigual/ dominação masculina das discussões nas sessões, etc) Ser capaz de fazer mudanças ou adaptações conforme necessário (exemplos de mudanças podem ser a calendarização das sessões, a linguagem usada, o estilo da facilitação e por aí em diante) Tornar a liderança local e os parceiros locais capazes de acompanhar o processo, desse modo promovendo e reforçando a posse local do processo. Fortalecer uma mudança de comportamento sustentável através do encorajamento de reflexão sobre mudanças durante o processo34 De acordo com tais fins diversos, a monitoria pode assumir uma variedade de formas diferentes e envolve uma gama de diferentes actores no processo, incluindo os próprios participantes, os facilitadores, trabalhadores da agência e outros actores locais, incluindo aqueles representados no Comité de Assessoria do Projecto, se houver um lugar. Que ferramentas podem ser usadas? A seguir estão alguns exemplos de ferramentas desenvolvidas e usadas por diversas organizações: Monitoria participativa do impacto do processo As fichas de monitoria que podem ser aplicadas em fases específicas no processo foram desenvolvidas pelos praticantes de Stepping Stones em Zimbabwe para seguir as mudanças de atitudes usando um simples formato de questionário. No final de sessões específicas, os participantes são solicitados a responder a um conjunto de perguntas escolhendo um das 3 caixas – ‘sim’ ‘não’ ou ‘não sei. Como no caso do método de Cabine de Votação (vide a Secção B – Planeamento e Preparação), os participantes podem submeter as suas respostas de forma anónima, para que eles não tenham de se preocupar com os outros que sabem o que eles dizem em relação à ficha. As perguntas 35 se relacionam com os temas/ questões nucleares que Stepping Stones lida com, designadamente: Comunicações no seio da família Ter sexo Estigma e HIV Preservativos Controlo em relação ao dinheiro Padrões da despesa Violência doméstica Preparação para a morte 34 Avaliação de Harrar, Bhattacharjee and Costigan report, 2005 35 As perguntas precisas colocadas podem ser encontradas na página de Stepping Stones na internet: www.steppingstonesfeedback.org + 4-- A principal vantagem deste tipo de monitoria contínua do impacto é que ela pode ajudar as pessoas a formalizar a aprendizagem e reconhecer e apropriar-se do seu próprio progresso, à medida que eles passam por fases sucessivas do processo, fortalecendo desse modo a sustentabilidade de um prazo maior dos resultados das mudanças. Isto pode também ser feito numa base mais informal perguntando os participantes no final de cada sessão como eles vão usar o que eles aprenderam antes da sessão seguinte. No início das próximas sessões, os participantes podem ser solicitados a partilhar com outros as suas experiências de fazer isso. Manutenção dos registos pelos facilitadores: Os facilitadores são solicitados a manter os registos como se segue – a) Manter um registo dos participantes por forma a ver a manutenção dos níveis de participação. b) Registando quaisquer questões/discussões ‘importantes’ que surgem durante as sessões; isto é tanto quanto subjectivo, mas é um forma de manter um registo de alguns comentários ou reações significativos por parte do participante c) Registar as perguntas difíceis que o facilitador não soube como responder, as reações não esperadas por parte dos participantes, e por aí em diante. d) Manter o seguimento das histórias descritas nas dramatizações dos participantes. É importante fornecer aos facilitadores uma orientação clara dos tipos de questões, diálogo ou comentários pelos participantes que vale a pena registar de outra forma existe um perigo de recolher demasiada informação que ninguém tem tempo de ler ! Isto é o que aconteceu na Gâmbia. 2""?/DBT U?4H Na Gâmbia, os facilitadores foram solicitados a registar o efeito das sessões semanais, mas nenhuma orientação foi fornecido. Assim, eles registaram quase tudo. Isto teve um impacto negativo em relação a facilitação e também resultou em demasiada informação em relação ao processo. Consequentemente, o período seguinte em que Stepping Stones foi implementado, os exercícios onde foi importante registar as coisas foram claramente identificados. A selecção de exercícios pensados de valer a pena registar podem variar de um lugar para o seguinte e deve ser discutido dentre o pessoal e facilitadores da agência. Encontros regulares com os facilitadores: O pessoal da ACORD reune-se todas as semanas ou em duas semanas tanto antes como depois das sessões. Isto proporciona uma oportunidade para os facilitadores levantarem quaisquer preocupações ou questões que eles têm em relação a uma sessão mas para o pessoal da ACORD para monitorar o progresso do processo e discutir com os facilitadores as possíveis mudanças ou adaptações necessárias. +# CCBE É também importante envolver outros actores no processo de monitoria. Como foi anteriormente observado na Secção B, a estratégia usada pelos programas da ACORD foi de estabelecer os Comités de Assessoria local, reunindo os diversos actores locais, tais como os provedores de serviços de saúde, líderes locais, líderes tradicionais, líderes de igrejas, etc. Tais Comités reuniram quinzenalmente durante o processo de Stepping Stones e foram atribuidos relatórios de progresso pelo pessoal da ACORD e os facilitadores locais. Os encontros foram também utilizados como uma oportunidade para discutir a advocacia e as implicações políticas das questões que surgiram do processo. Assim, para além da sua contribuição para o funcionamento do próprio processo Stepping Stones sem sobresaltos, o envolvimento de tais Comités ou outros fora semelhantes também desempenharam um papel chave no fortalecimento da posse ao nível local e uma sustentabilidade de Stepping Stones num prazo mais longo. E.2 Os propósitos da avaliação e os passos chave no processo Para além da monitoria contínua do processo que é necessária para garantir que ele fique nos carris, existe também a necessidade de rever e avaliar o impacto de Stepping Stones num prazo mais longo. O foco da avaliação do impacto e a gama de ferramentas e abordagens que podem ser adoptadas são discutidos abaixo. Os propósitos da avaliação As motivações e o foco principal da avaliação do impacto varia amplamente reflectindo as diferentes prioridades e perspectivas dos diferentes parceiros envolvidos. Embora exista um grande quantidade de sobreposição entre as motivações dos parceiros, a ênfase dada as diferentes motivações pode diferir. Assim, por exemplo, pode-se dizer que, para a maior parte: A comunidade e os profissionais de HIV e SIDA querem uma melhor evidência para que eles possam melhorar a prática no terreno. A comunidade doadora quer ‘provar’ que Stepping Stones funciona e o seu dinheiro está sendo colocado num bom uso Os políticos querem saber que os seus objectivos e metas de prevenção politicamente dirigidos estão sendo concretizados A comunidade académica quer produzir uma evidência convincente que satisfaz os seus próprios critérios rigorosos Activistas do HIV e dos direitos das mulheres querem garantir que os direitos das mulheres e os direitos das pessoas com HIV sejam protegidos; e que menos pessoas enfrentam a violência ou o HIV como resultado da sua posição na sociedade. Os praticantes de nível local querem ver mudanças ao nível da comunidade, tais como uma redução na violência de género, sensibilização acrescida do HIV, relações mais abertas e iguais e por aí em diante. Os participantes podem ter uma gama de interesses, incluindo o aumento da auto-confiança entre as mulheres, melhores relações sexuais entre os casais, mais respeito e compreensão entre os pais e filhos e por aí em diante. Para as ONGs, os interesses dos praticantes e os participantes devem ser primordiais. No entanto, as ONGs também têm de se envolver com os outros actores, tais como formuladores de políticas, +5 4-- que podem desejar influenciar, os doadores de quem eles procuram financiamento, a comunidade profissional do HIV& SIDA que influenciam a prestação de serviços, a comunidade de activistas e académicos com quem eles algumas vezes colaboram. Assim, até certo ponto, as ONGs têm de tentar satisfazer as exigências de todos ou a maioria desses diferentes actores. Assim, para a maioria das ONGs, os propósitos da avaliação são susceptíveis de incluir qualquer ou tudo do seguinte:Avaliar o grau em que os objectivos do programa tem sido cumpridos Descobrir dos participantes o grau em que os propósitos e prioridades individuais e comunitárias foram abordadas Fornecer uma evidência convincente da eficácia de Stepping Stones para os doadores Identificar e partilhar as lições aprendidas com os outros relacionados com a implementação do processo de treinamento em Stepping Stones Os passos envolvidos no processo de avaliação A avaliação não apenas acontece no fim do processo. Ela precisa de ser pensada antes mesmo de iniciar bem como durante e depois do processo. Os quatro principais passos ou fases no processo pode ser identificado: %?¿TJCU %?CECF¿2 \8EJ&CY[6-DB$] %0?CB¿ENLJMGO %@?CEDBMGEO Passo Um: Identificar os indicadores ‘chave’ do impacto Antes de embarcar no processo de implementação e avaliação de Stepping Stones, é importante ter uma ideia clara do que estás a tentar alcançar. A claridade sobre os principais propósitos de Stepping Stones no contexto em que está sendo implementado é necessário, tanto como o propósito de orientar o desenho e a estratégia do programa mas também como a base para a monitoria e avaliação do programa. Apesar das variações reflectindo as diferenças socio-culturais de um lugar para o outro, existem um certo número de questões ‘chaves’ (por ex. Inequidades de género, violência física, sexual, financeira e psicológica de género, falta de comunicação, falta de equidade na tomada de decisões ou responsabilidade partilhada para as tarefas ou despesas do lar, falta de práticas sexuais mais seguras, falta de direitos de propriedade e de herança para as mulheres, ignorância baseada nos mitos, estereótipos e discriminação ligado ao HIV, etc) que o processo de treinamento de Stepping Stones foi concebido para abordar. Estas questões ‘chave’ constituem o foco da avaliação do impacto. A Caixa abaixo apresenta a listagem das seis questões ‘chave’ identificadas pela ACORD em 3 contextos diferente do país onde o projecto foi implementado. + '-<*'(%M¿EO? 1. Nível acrescido de compreensão do HIV E SIDA 2. Redução do estigma relacionado com o HIV E SIDA 3. Redução no sexo não seguro e em outras práticas sexuais ariscadas 4. Comunicação melhorada entre os géneros e gerações 5. Aumento da equidade de género nas respostas baseadas na comunidade As outras agências podem, no entanto, têm prioridades ligeiramente diferentes não reflectidas neste conjunto de indicadores chave, daí que toda a organização precisa de passar pelo seu próprio processo de desenvolvimento de indicadores em sintonia com os seus próprios propósitos e objectivos. Passo dois: Desenvolver indicadores de impacto de contexto específico Os indicadores chave são como indicadores ‘aglutinadores’: eles determinam a direcção geral da mudança. No entanto, mais indicadores de ‘contexto específico’ são necessários que tomem em consideração dos diferentes contextos culturais, incluindo os diferentes entendimentos de sexo, comportamento sexual, relações de género e de família, hierarquias etárias e crenças e práticas culturais. Os indicadores mais específicos são também necessários para permitir que o impacto ou a mudança seja medida. Por exemplo, se o indicador ‘chave’ é de ‘aumentar a equidade de género’, os indicadores específicos são necessários como base para avaliação do grau em que a equidade de género aumentou ou diminuiu. O primeiro passo é de formular claramente os aspectos específicos das relações de género que tu queres ver alterado. Assim, por exemplo, se o inquérito CAPC demonstrou que a violência de género e as atitudes sexistas são muito prevalescentes na comunidade onde Stepping Stones está sendo implementado, o teu indicador de contexo específico pode ser : “reduzir pela metade o número dos homens que pensam que uma esposa que desobedece deve ser batida.” Os passos e questões chaves a considerar quando estiver a identificar os indicadores de contextos específicos: Involver a comunidade e os outros actores locais O envolvimento comunitário na identificação de indicadores específicos é crucial por dois motivos principais: - Garantir que os indicadores sejam relevantes e reflictam as prioridades e preocupações comunitárias - Fortalecer a posse comunitária do processo, fortalecendo desse modo a sustentabilidade do impacto num prazo mais longo. Além disso, os outros parceiros locais, como a liderança local e tradicional, líderes de igrejas, provedores de serviços, políticos, e por aí em diante, devem estar envolvidos por razões semelhantes. ++ 4-- Rever as constatações do inquérito do levantamento CAPC O Inquérito CAPC deve fornecer os dados do levantamento relacionando cada um dos Indicadores Chave e destacar as questões de relevância específica a cada contexto. O contributo insumo da comunidade e de outros actores locais neste processo pode ser facilitado convocando um encontro dos membros da comunidade e de outros representantes locais para apresentar e discutir as constatações do CAPC. Os outros trabalhadores da agência trabalhando no HIV e SIDA devem também estar envolvido no processo. A Caixa abaixo fornece alguns exemplos demonstrando como as constatações do CAPC podem ajudar a orientar o processo de desenvolvimentodo de indicadores de contexto específico. > "? EC % S CEC2F¿ Nível acrescido da compreensão do HIV e SIDA (Indicador Chave 1): O inquérito de Gulu constatou que num dos campos, apenas 11% dos inquiridos sabiam que o sexo não seguro pode levar ao HIV e SIDA. Assim, um indicador específico relevante para este campo seria um aumento na percentagem de pessoas que sabem como o HIV pode ser transmitido. Redução do Estigma (Indicador Chave 2): O inquérito de Gulu constatou que 55% das mulheres e 60% dos homens veem as mulheres HIV- positivas como ‘prostitutas’ (onde, de facto, a maioria das mulheres é infectada no casamento). Assim, um indicador do projecto específico ao país pode ser de ver uma mudança em tais atitudes, tanto para as pessoas com HIV como para as trabalhadoras de sexo. Comunicação melhorada (Indicador Chave 4): O Inquérito CAPC de Mwanza constatou que as mulheres raramente discutem sexo com os seus parceiros: 83% dos inquiridos disseram que é o homem que inícia as discussões sobre sexo no seio dos casais. Assim, um indicador específico relacionado com a comunicação entre casais pode ser um aumento na percentagem das mulheres que iniciam as discussões sobre sexo. Identificar os meios de verificação Esta é uma parte crítica no processo de identificação dos indicadores específicos. Não existe um ponto na identificação de um indicador específico a não ser que haja alguma forma de verificá-la (dentro da razão!). Por exemplo, se tu escolhes ‘redução no bater da esposa’ como um indicador de ‘equidade de género’, deves primeiro assegurar que és capaz de aceder à informação sobre a prevalência do bater da esposa – e comparar isso com a tendência anterior a implementação de Stepping Stones. Algumas vezes, não é possível obter informação sobre um indicador específico, daí que ao invés de precisares de usar um . Por exemplo, não é possível verificar com certeza se as pessoas que afirmam usar sempre um preservativo o façam de facto mas podias obter informação sobre o nível da exigência para os preservativos dos centros de saúde, bancas de mercado ou outros locais onde os preservativos são distribuidos para as pessoas. CC Mais preservativos sendo vendidos no mercado Mais preservativos sendo distribuidos nos centros de saúde Mais preservativos usados encontrados fora das zonas da discoteca + No caso de indicadores, como a redução de estigma, pode ser necessário de usar um indicador substituto, tais como o número de pessoas que desejam revelar o seu estado em relação ao HIV, número de pessoas exigindo benefícios relacionados com o HIV no local de trabalho ou noutros lugares, o surgimento de novas Associações de pessoas vivendo com HIV e outros indicadores. DBMEZ <*-O Aumento no número de pessoas que vão para o ATV Mais pessoas exigindo benefícios relacionados com HIV (por ex. no local de trabalho) Surgimento de novas associações de pessoas vivendo com HIV %0?CB¿NLJMGO A fase final do próprio processo de Stepping Stones, que ocorre depois da apresentação dos Pedidos Especiais da Comunidade, pressupõe fazer com que os próprios participantes realizem uma miniavaliação do processo. Cada participante é solicitado para lembrar a esperança e o receio exprimido no princípio do processo e de rever se isso foi materializado ou não e para fazer um comentário geral sobre as suas experiências do workshop. Isto fornece aos participantes uma oportunidade para exprimir nas suas próprias palavras o que elas sentiam que retiraram do workshop e/ou o que elas sentem estava a faltar e que mudanças elas gostariam de ver. %@?CEDBMEGO A avaliação do impacto ocorre pelo menos seis meses depois do final do processo de Stepping Stones, embora o intervalo preciso possa variar largamente. Em alguns casos, a avaliação de seguimento é levada a cabo depois de seis –nove meses, em outros num ano ou evento de dois. Como já foi observado, o foco e propósito por detràs da avaliação do impacto difere dependendo dos propósitos da avaliação cuja agenda toma prioridade. Em correspondência existe uma vasta gama de métodos e abordagens que podem ser utilizados e estes tendem a reflectir as diferentes prioridades e agendas. Assim, por exemplo, a comunidade doadora e dos políticos tendem a favorecer abordagens quantitativas baseadas na evidência mais rigorosas, tais como inquéritos de larga escala ou ensaios aleatórios controlados (RCTs) embora os praticantes e participantes favoreçam mais abordagens qualitativas e participativas. O ideal é talvez fazer ambas as coisas, mas os doadores raramente fornecem fundos suficientes para isso. As características e os pontos fortes e as fraquezas de diversas abordagens são discutidas na sessão seguinte. E.3 Métodos de avaliação do impacto Como foi acima mencionado, os métodos de avaliação usados variam de acordo com o fim e podem ser geralmente divididos em dois tipos gerais: quantitativo e qualitativo. Em muitos casos, uma mistura de ambos é usado. Alguns dos principais métodos e ferramentas que têm sido usados para fins de avaliação de Stepping Stones estão descritos abaixo: +1 4-- MO (8@C Inquéritos ‘antes’ e ‘depois’ A ACORD e outros já tentaram produzir evidência do impacto de Stepping Stones usando um inquérito baseado num questionário em 2 fases: antes da implementação de Stepping Stones e seis ou doze meses depois. Em Uganda, um 0 foi usado colocando as mudanças que ocorreram em 3 pontos diferentes: imediatamente depois de Stepping Stones; 6 meses mais tarde; e 12 meses mais tarde. Isto demonstrou claramente que as mudanças iniciais não foram mantidas. Com base em análise adicional, constatou-se também que as mudanças foram afectadas pela sazonalidade e pelo acesso ao dinheiro. Se um inquérito do levantamento CAPC tiver sido realizado antes da implementação de Stepping Stones, então um inquérito repetido deve ser realizado, fazendo as mesmas ou perguntas muito semelhantes, algum período depois do final do processo de Stepping Stones para que as respostas dadas pelas pessoas antes e depois do processo possam ser comparado. Há um número de questões chave a considerar quando estiver a planear e implementar um CAPC repetido. Estes são: :%DBCEG^ Antes de fornecer evidência da mudança, o propósito do CAPC repetido é de mostrar o grau em que as mudanças nos comportamentos e atitudes reportados por parte dos participantes de Stepping Stones são sustentáveis durante um período de um prazo mais longo. Assim, o CAPC repetido não deve ser realizado por E + ¿E - -. Idealmente, a avaliação do impacto deve ser repetido depois de 3-5 anos para determinar se antes das mudanças terem sido sustidas e /ou mudanças adicionais têm de ocorrer em tais áreas36 :CE@8^ Decidir quem incluir como inquiridos no CAPC repetido não constitui um processo directo como pode parecer a primeira. Há diferentes abordagens possíveis, cada um fazendo suscitar conjuntos diferentes de questões que precisam de ser consideradas quando estiver a decidir em relação a que abordagem optar. Estes estão sumarizados na Caixa abaixo: E#?'EJ@8% : Inquiridos no Inquérito Boa para fins comparativos, mas pode não ser possível de incluir todos de levantamento os inquiridos originais à medida que alguns podem não residir mais na comunidade /não ser contactáveis Apenas os participantes O inquérito de repetição demonstrará como aqueles que passam pelo de SS processo foram afectados, mas isso não te dirá se os outros foram influenciados também Os participantes de SS A vantagem de incluir os outros membros do agregado é que isso mais outros membros do demonstrará o grau em que a experiência de Stepping Stones pode ser agregado partilhada pelos parceiros e outros membros da família, não apenas os próprios participantes. Isto obviamente tem implicações em termos de financiamento e considerações políticas à medida que isso afecta a forma em que os ‘beneficiários’ são contados. 36 Wallace, Evaluating Stepping Stones, p.27 +3 Não participantes de SS Além de ser capaz de comparar os comportamentos e atitudes ou grupo de ‘controlo’ das pessoas ‘antes’ e ‘depois’ de Stepping Stones, isso é também útil para comparar tais em relação a um grupo de pessoas que não estiveram expostos a Stepping Stones e não tiveram contacto com os participantes de Stepping Stones. Com o propósito de ser capaz de fazer comparações validas , é necessário escolher um grupo de controlo com o maior número de semelhancas quanto possível para o grupo participante em termos de características socio-económicas, religião, cultura, e por aí em diante, de forma a assegurar que as diferenças não sejam principalmente devido a tais outras diferenças ao contrário das diferenças ligadas à Stepping Stones. 'EM<(8'@48O4'( O questionário da Escala GEM foi primeiro desenvolvido como um instrumento de treinamento em género na América Latina em 1999 e foi subsequentemente adoptado para fins de pesquisa nas ligações entre as normas de género e a vulnerabilidade do HIV no Brazil37. O questionário usado compreendeu uma série de declarações (35 no total) cobrindo todas estas áreas com as quais os inquiridos podem tanto concordar, concordar parcialmente ou discordar. Uma versão mais breve da Escala GEM (17 perguntas) foi aplicado pelo Projecto Regional de HIV e SIDA do Pacífico para fins de avaliação do Programa Piloto de Stepping Stones em Fiji (Vide o Anexo 1). O instrumento foi usado de forma eficaz para identificar as mudanças nas atitudes e comportamento dos homens. Os inquiridos do sexo masculino constararam o instrumento ser fácil de usar e alguns inquiridos mesmo acolheram a oportunidade de considerar as suas atitudes em relação a gama de questões relacionadas com género. No entanto, uma crítica do instrumento por parte de um formador da Nigéria é que um instrumento semelhante deve ser desenvolvido para examinar as atitudes femininas, ao invés de focalizar apenas nos homens. Algumas das perguntas podiam também ser adaptadas adicionalmente para melhor reflectir o processo de Stepping Stones. 2 "#? E E E @8 A formululação das perguntas é muito importante. Uma atenção especial deve ser dada para assegurar que as perguntas não sejam inquiridos direcionados para responderem numa forma específica. O tamanho da amostra é importante: em média, os inquéritos devem ser baseados em mais ou menos de 50 pessoas para ter validade. Os estudos de avaliação devem ser realizados por alguém /ou uma equipa que tenha uma boa compreensão de Stepping Stones, mas é independente da agência de implementação para evitar os preconceitos e adicionar a credibilidade das constatações. As pessoas recrutadas para realizar os questionários do inquérito devem ser concedidos algum treinamento básico sobre técnicas de entrevista Onde for possível, os inquéritos anónimos, como a cabine de votação, deve ser utilizado com bases éticas. Mas, onde os inquéritos do questionário são usados, incluindo as questões pessoais, relacionando com a vida sexual e por aí em diante, a pessoa realizando a entrevista deve ser de preferência do mesmo género que uma pessoa sendo entrevistada. 37 Pulerwitz et al, 2006 4-- Ensaios aleatórios controlados (RCT) Ensaios aleatórios controlados são inquéritos de larga escala usando métodos de pesquisa rigorosos, incluindo um grupo de controlo, com o propósito de fornecer uma evidência cientifica convicente do impacto. O primeiro e apenas tal estudo de Stepping Stones é um estudo recente levado a cabo pelo Conselho de Pesquisa Médica da África do Sul (South African Medical Research Council), que envolveu uma amostra de 2,783 homens e mulheres jovens. O estudo foi baseado num questionario extensivo administrado em 35 comunidades e também usou os padrões de evidência médica para testar as exigências de mudança de comportamento, incluindo o teste de HIV38. Tais estudos são muito caros e exigem o envolvimento de pesquisadores altamente qualificados e não são, portanto, apropriado para as ONGs com mais recursos limitados. Uso de dados quantitativos: Os dados quantitativos são também geralmente usados em relação aos indicadores ‘mensuráveis’, tais como tomar os fornecimentos de preservativo; o aumento/redução nas ITS reportados nas clínicas; aumento no uso dos serviços de ATV, e outros. Mas, devido aos fracos ou inexistentes procedimentos de manutenção dos registos nos serviços públicos, a recolha de tais dados apresenta desafios significativos conforme ilustrados no exemplo abaixo. Na província do Namibe, uma região predominantemente nómada no Sul de Angola, a ACORD queria confirmar os relatórios do aumento de pedidos de preservativos dos membros dos grupos de pastores. No entanto, isso não era possível porque não havia registo da distribuição do preservativo que eram mantidos pelo posto de saúde local, apesar do facto que a ACORD tinha anteriormente solicitado para que essa informação fosse mantida. Na discussão, surgiu que o pessoal não tinha uma experiência anterior de manutenção dos registos e não sabia com lidar com isso. Estes exemplos demonstram que o acesso aos dados quantitativos não podem ser tomados a título gratuido e a construção de capacidade no seio do sector público, incluindo o treinamento em áreas, tais como a manutenção dos registos devem ser incluidos na estratégia de Stepping Stones. MO @ECC? A maior parte das avaliações de Stepping Stones usa abordagens participativas. Há demasiado abordagens que podem ser usadas, tais como a observação participante, entrevistas com informantes chaves, discussões em grupo focal e outros. Muitos têm também usado uma gama de métodos de PRA (Avaliação Rural Participativa), tais como mapeamento, mapas de fluxos, diagramas, tendências, dramatização, planos diários, calendários, mapas circulares das receitas e despesas, mapas de mobilidade, hierarquia da análise problema, diagramas de venn, árvore do problema, e outros. Mudanca Mais Significante (MSC) Um método recentemente usado pela PRHP para avaliação do Projecto Piloto de Fiji é designado de método de Mudança Mais Significante (MSC). Este método, que tem sido amplamente usado para fins de monitoria e avaliação dos programas de mudança social39 envolve o uso de um questionário semifechado onde os participantes são solicitados a recontar por suas próprias palavras o que eles sentem 38 ‘A cluster randomised controlled trial to determine the effectiveness of Stepping Stones in preventing HIV infections and promoting safer sexual behaviour amongst youth in the rural Eastern Cape, South Africa: trial design, methods and baseline findings’ (Um conjunto de ensaios aleatórios controlados para determinar a eficácia de Stepping Stones na prevenção da infecção pelo HIV e na promoção de um comportamento sexual mais seguro entre os jovens na zona rural do Cabo Oriental: Desenho do ensaio, métodos e resultados do levantamento). Tropical Medicine and International Health. Raches Jewkes and a research team from MRC, Pretoria, 2006. 39 The ‘Most Significant Change’ (MSC) Technique: A Guide to Its Use” by Rick Davies and Jess Dart (2005). 104 páginas. " tem tido o impacto mais significante de Stepping Stones nas suas vidas e porquê. Esta ferramenta fornece perspectivas maiores nas mudanças que surgem do processo e tem a vantagem que as mudanças mencionadas refletem as experiências vividas pelos participantes e não sejam influenciados pelas perguntas do(s) pesquisador(es). (Vide o guia de Contar histórias usado no Anexo 3). E.4 Desafios Chave A Tabela abaixo destaca um número adicional de desafios relacionados com a monitoria e avaliação e sugeriu as formas de abordá-las. E5?¿(_ ¿ , 6ZE A recolha de dados do levantamento é Precisa ser integrado no calendário e orçamento do dispendiosa e consome muito tempo projecto. Ser selectivo em relação a que dados são colectados e mantê-los para uma minimo simples. As pessoas podem não responder de forma Use métodos, tais como o método de cabine de votação honesta em relação aos questionários. O ou os questionários da escala GEM anónimos, que que pode ser feito em relação a isso? permitem as pessoas responder de forma anónima. Sempre ‘triangular’ a informação de diversas fontes para ver se a informação dada é consistente. As constatações da avaliação podem ser Quando isso ocorre, precisas de analizar de forma contraditórias e/ou difíceis de interpretar crítica dos métodos utilizados para cada e /ou levar a cabo pesquisa mais em profundidade usando, por exemplo, um punhado de estudos de caso em profundidade Dificuldade no acesso aos dados das Desenvolver parcerias com estas estruturas e fornecer instituições governamentais com o treinamento para o pessoal, o aumento de sensibilização propósito de seguir as tendências no uso sobre o HIV e SIDA e construir apoio e compreensão do preservativo, tratamento de ITS e por do trabalho de Stepping Stones aí em diante. E.5 Sumário: directrizes e princípios Como foi anteriromente observado, não existem regras ou receitas fixas para levar a cabo a M&A. No entanto, algumas directrizes e princípios práticos podem ser produzidas para ajudar os programadores e praticantes quando estiver a planear a sua estratégia de M&A: Os métodos de avaliação devem ser os primeiros e os principais a beneficiar os participantes e a informação deve ser da posse deles Mistura e correspondência: Idealmente, uma gama de métodos deve ser usados, incluindo alguns quantitativos e alguns qualitativos com o propósito de captar as vantagens de ambos métodos. É importante estar claro sobre a quem a avaliação se destina: isso pode ser para diferentes parceiros (doadores, políticos, académicos..) mas, em todos os casos, os estarão entre eles 4-- As avaliações podem satisfazer alguns padrões minimos , que devem incluir o uso apropriado de metodologias, aderência aos padrões éticos e claramente documentados40 A necessidade de métodos realistas e manuseáveis de M&A baseados nas capacidades e recursos das ONGs41 Os métodos escolhidos devem ser baseados no que é realmente importante de saber e a que custo em termos de intrusão, ética, tempo e dinheiro Fixar os indicadores do impacto e a recolha de dados do levantamento saã fundamentais? Com o propósito de avaliar o impacto, precisas de estar claro sobre que tipo de impactos estás interessado. Precisas também de ter um levantamento contra quem comparar as mudanças ao nível individual/comunitário. Envolvimento da comunidade é essencial a todos os níveis do processo para garantir a validade das constatações para a comunidade, bem como a organização da implementação. Alimentar de novo as constatações para a comunidade é tambem fundamental e reforça o processo de potenciação. O processo, bem como os resultados devem ser documentados?O processo em si pode também ter um impacto crítico no resultado e deve, consequentemente, também estar completamente documentado. Mais recursos precisam de ser dedicados para a M&A e os custos, para os levantamentos, etc. devem ser incluidos no orçamento Capacidades de monitoria para o pessoal das ONGs precisam de ser desenvolvidos e fortalecidos A estratégia de M&A deve incluir treinamento e apoio para as estruturas locais para fortalecer a sua capacidade de fornecer dados quantitativos necessários para fins de monitoria. Stepping Stones é concebido para promover um processo de mudança de longo prazo, tal como a transformação das relações de género, mudanças nas práticas e tradições culturais existentes há muito tempo, etc. Quanto a natureza de longo prazo tais mudanças devem ser reconhecido nos métodos de M&A usados e a calendarização da M&A. A necessidade de pesquisa mais em profundidade para penetrar as questões mais integralmente e obter uma compreensão profunda das questões mais fundamentais, tais como se as relações de género têm passado por uma mudança radical, ao contrário, das mudanças simplesmente superficiais. 40 41 Wallace, 2006, Evaluating Stepping Stones, p.27 Alguns guias úteis incluem o de Chris Roche (2000) e de Frances Ruben (1995) # F FORTALECENDO A SUSTENTABILIDADE DE STEPPING STONES Tanzânia Tanzânia F FORTALECENDO A SUSTENTABILIDADE DE STEPPING STONES “Com certeza, não se pode esperar que as pessoas mudem a sua abordagem em relação a vida com base em nove semanas de trabalho. Este workshop pode apenas ser visto como um ponto de partida para mudanças no seio da comunidade.” (Alice Welbourn, 1999 V 8 EC . Cuidas bem dele e ele sempre estará aí para as futuras gerações para tirar o benefício dele”. (Oficial do Exército Angolano, treinado em Stepping Stones, 2006) Como com a maior parte das intervenções de desenvolvimento comunitário, a questão de sustentabilidade é primordial. A maior parte da evidência disponível até à data indica que Stepping Stones pode e deve ter um impacto dramático nas vidas das pessoas e das comunidades. Mas quão sustentável isso é? O propósito desta última secção do Guia é de olhar para algumas formas em que o impacto de Stepping Stones pode ser sustido num prazo mais longo. :'-;'--'$-'--'!) Como podes apoiar as pessoas a manter as mudanças no seu comportamento e evitar recuar nas anteriores padrões de comportamento (indesejado)? Como um pequeno número de pessoas pode influenciar a maioria? O que acontece depois de Stepping Stones? Como podem as comunidades serem melhor apoiadas para construir com base em e continuar o processo? Quanto tempo as ONGs devem ficar depois Stepping Stones ter terminado? Como um pessoa descobrir se Stepping Stones é sustentável a longo prazo? F.1 Um reflexão contínua durante o processo de Stepping Stones No princípio de cada sessão nova, os participantes são solicitados a rever a sessão anterior e a partilhar algo de bom que aconteceu para eles desde então. Desta forma, o processo contínuo de aprendizagem é encorajado e apoio ao longo do próprio processo de Stepping Stones. Isto ajuda a reforçar quaisquer mudanças iniciadas pelo processo. Como foi anteriormente observado na secção E (Monitoria e Avaliação), existe uma oportunidade adicional fornecida mesmo no fim do processo de revisão dos resultados. Não obstante, as solicitações especiais da comunidade em si constituem uma outra forma em que uma nova sensibilização ganha pode ser consolidada e partilhada com os outros. Existe toda uma parte importante do processo de fortalecer a sustentabilidade das mudanças trazidas pelo processo de Stepping Stones. F.2 Partilhando as lições aprendidas com os outros Em outras questões algumas vezes suscitadas sobre Stepping Stones é se as mudanças que ocorreram no seio das sessões de Stepping Stones podem transbordar para a vida do dia –a-dia das pessoas e a vida da comunidade. Por exemplo, quão fácil é para uma mulher que adquir as capacidades de assertividade para praticá-las na sua relação com um parceiro violento? E quao fácil é para uma mulher cujo parceiro fica bebado todas as noites e tem sexo não protegido com outras mulheres para fazer com que ele mude o seu comportamento e/ou usa um preservativo? A resposta é, não é completamente fácil! No entanto, há algumas coisas que podem ser feitas para ajudar: Elas incluem: Encorajar os participantes a partilhar e discutir o que eles aprenderam com os seus parceiros, filhos e amigos. Existe muita evidência para sugerir que, para a maioria dos participantes fala com os seus amigos e familiares sobre o que eles aprenderam e discutiram nas sessões de Stepping Stones. Envolver os outros tanto quanto possível no processo: por exemplo, convidando-os para os encontros abertos da comunidade onde pedidos especiais são discutidos para que eles possam participar nas discussões. Tentar trabalhar com homens (e mulheres que não participaram) numa forma mais focalizada. Por exemplo, os homens que foram ‘transformados’ podiam ser encorajados a continuar a reunir e tentar transformar os outros. F.3 Apoio de seguimento para as comunidades Como foi observado acima, Stepping Stones constitui um trampolim para a mudança. Ele não pode parar aí . Idealmente, Stepping Stones deve promover as iniciativas comunitárias que são lideradas e propriedade da comunidade. No entanto, não se espera que tais iniciativas possam operar completamente de forma autónoma sem o apoio externo. Os grupos comunitários precisam de todo o tipo de apoio, incluindo a construção de capacidade, financiamento, perícia e por aí em diante. No entanto, como o exemplo da CARPP mostra, algumas vezes muito pouco pode ir muito longe. 2"5?%%MJK-%/% O`'2E C6--@ SS foi primeiro introduzido nos campos de deslocados da cidade de Gulu dilacerada pela guerra nos meados dos anos noventa. Um grupo de pessoas que foi treinada como facilitadores de Stepping Stones no campo de Pabbo estava tão inspiradas pelo processo que eles decidiram criar o seu próprio grupo para continuar a fazer o trabalho de Stepping Stones nos campos. Eles receberam um pequeno donativo da ACORD para comprar materiais e o líder do Campo lhes deu uma sala no seu escritório. Ao longo do tempo, o grupo cresceu e actualmente constitui o principal provedor de serviços para as Pessoas Vivendo com HIV e SIDA nos campos, bem como assumindo a liderança no aumento da sensibilização e prevenção, usando principalmente SS. Apoiar tais iniciativas pode não ser muito dispendioso em termos do tempo do pessoal e dos recursos das ONGs, mas a não ser que eles tenham sido incluidos no desenho do projecto desde o princípio eles são menos prováveis de ir longe. O que é preciso? 1 A presença contínua na comunidade: Uma das principais críticas do projecto de Stepping Stones da SCF em Harrar, Etiópia, que foi destacado por uma avaliação recente foi o facto que uma vez Stepping Stones tivesse terminado, o contacto com a comunidade apenas continuou por um período de aproximadamente 3 meses. Isto foi considerado de ser um período demasiado curto para consolidar as iniciativas comunitárias e 2 anos foram recomendados com um período ideal para as ONGs ficarem na zona depois de Stepping Stones ter terminado. 4-- 2"?&DP'S? EJ [ O desenho do projecto de Stepping Stones da SCF em Harar (Etiópia) incluiu 1-2 dias de workshop de treinamento de reciclagem depois do término do processo e o desenvolvimento de um plano de acção apoiado principalmente pelos voluntários comunitários. Os planos de acção incluiam uma gama de inciativas. Por exemplo, cada comunidade recebeu o equivalente de cerca de $150 para realizar as suas actividades planeadas, tais como a criação de um Clube Anti-SIDA e a realização das ceremônias tradicionais de café Etiope. No entanto, uma avaliação do Projecto levado a cabo em 2005 constatou que este seguimento limitado não é suficiente para garantir a sustentabilidade do impacto. Exemplos dos tipos de apoio de seguimento para as comunidades: F.4 Apoio para as exigências de advocacia e o treinamento em advocacia: Stepping Stones muitas vezes suscita exigências em advocacia, por exemplo, serviços de ATV mais acessíveis, acesso ao tratamento anti-retroviral, serviços de ITS mais amigo do utente, acesso ao crédito para as actividades de geração de rendimentos, acesso às infra-estruturas desportivas e de lazer para os jovens; nomeando apenas um punhado. No entanto, a experiência tem demonstrado que as comunidades locais geralmente não têm capacidade ou know-how para empreender tais necessidades de advocacia. Assim, uma contribuição que pode ser feita pela ONGs é de fornecer treinamento de forma a construir esta capacidade. Apoio na angariação de fundos: As ONGs devem também fornecer treinamento para as estruturas locais da comunidade para apoiar os seus esforços para angariar dinheiro para os tornar capazes de continuar o trabalho Apoio para o trabalho adicional de Stepping Stones: Um dos resultados mais comuns de Stepping Stones é a exigência de mais Stepping Stones! As ONGs podem fornecer treinamento e apoio material para tornar os grupos locais para desenvolver as suas próprias capacidades de treinamento e apoio material por forma a continuar este trabalho para os outros nas suas próprias comunidades ou nas comunidades vizinhas. Promover e apoiar o envolvimento contínuo com a liderança local e os parceiros: Depois de Stepping Stones tiver terminado, a liderança local deve ser encorajada e apoiada para fornecer o apoio contínuo para as comunidades e para responder em formas concretas para as exigências das comunidades para melhores serviços e por aí em diante. Onde for possível, o Comité de Assessoria local deve continuar a ter encontros por pelo menos um ano depois do término de Stepping Stones, especificamente com o propósito de continuar a apoiar e monitorar as iniciativas locais. Mainstreaming (integração de ) Stepping Stones O processo de Stepping Stones oferece uma oportunidade única para reunir uma vasta gama de parceiros para envolver de forma colectiva num processo de análise dos problemas directamente e indirectamente ligado ao HIV e SIDA nas suas comunidades e juntos aparecer com ideias para abordá-las. É vital que esta oportunidade não seja disperdicada e que essas iniciativas que surgem sejam respondidas e onde for possível, ‘institucionalizada’. Exemplos de diferentes formas em que isso pode ser feito são providenciados nos exemplos incluidos na caixa abaixo. 3 2 "+? ( MDBO E - -? '2E 4H GH,[E4H Em Mwanza (Tanzânia), o Coordenador do HIV/SIDA da Cidade, que era um membro do Conselho de Assessoria Local e estava estreitamente envolvido com o Projecto de Stepping Stones da ACORD, estabeleceu um sistema onde as agências locais foram formalmente convidadas a inserir informação para envolver o nível da cidade nos processos de planificação. Isto constituiu uma resposta a constatação do Comité de Assessoria de Stepping Stones, que tinha identificado uma falta de consistência no fluxo de informação do nível local para o nível da cidade. Uma das decisões tomada foi de introduzir a educação sobre saúde sexual e reprodutiva nas escolas. Na aldeia de Sasa, Fiji,foi estabelecido um Conselho da Juventude. O Conselho se reune quinzenalmente e apresenta os pedidos da juventude em encontros regulares da comunidade. Além disso, um dos facilitadores de Stepping Stones estabeleceu uma relação formal com a clínica de saúde local, que agora fornece-lhe provisões mensais regulares de preservativos para distribuição para os residentes da aldeia que os requisitam. Em Angola, um dos formadores estava no Conselho de Administração da Associação Nacional dos Guias e ele foi bem sucedido em conseguir que partes do programa fossem incluidas no currículo ao nível nacional para os rapazes e raparigas guias. Na Gâmbia, foi desenvolvida uma estratégia visando a integração de Stepping Stones no sistema e estruturas de desenvolvimento rural ao nível nacional através da inclusão dos representantes das ONGs no seio de equipas multi-disciplinares, que inclui os trabalhadores extensionistas dos diferentes ministérios governamentais que juntamente desenvolveram planos de desenvolvimento de enfermárias baseadas nas avaliações participativas das necessidades. Como parte da estrategia, Stepping Stones será disponibilizado para qualquer aldeia onde os problemas de saúde reprodutiva já tiverem sido identificados. F.5 Expansão de Stepping Stones Claramente, uma das formas mais eficazes de fortalecer a sustentabilidade de Stepping Stones é através da expansão para que possa atingir um número maior de pessoas. A experiência da Gâmbia (vide a caixa abaixo) proporciona um exemplo de como isto pode ser feito (vide a Caixa abaixo) mostra como isso tem sido feito Devido ao sucesso de Stepping Stones, particularmente em termos de redução de violência de género, um grave problema na Gâmbia, foi decidido expandir Stepping Stones ao nível nacional. Isto foi planeado de ocorrer num conjunto de fases. Na primeira fase (2003-5), Stepping Stones foi implementado em 120 aldeias, na segunda fase (2006) em 225 aldeias adicionais e numa terceira fase, foi planeado introduzir em 300 aldeias adicionais. Isto foi atingido através da integração e coordenação eficaz com outros desde o nível local passando pelo internacional. Claramente, a expansão nesta escala está para além do escopo de uma única organização. No entanto, como no caso da Gâmbia, é possível através de uma advocacia efectiva, rede de articulação e coordenação de esforços, promover o reconhecimento de Stepping Stones para que os benefícios sejam amplamente disseminados. 1 4-- F.6 Documentação e disseminação das experiências de Stepping Stones As experiências de Stepping Stones em diferentes países, incluindo os detalhes de como Stepping Stones foi implementado, como o Manual foi adaptado, as lições aprendidas, as constatações e conclusões chave de qualquer avaliação realizada, os resultados do mainstreaming (integração) e/ou expansão dos esforços – todos estes precisam de ser documentados e partilhados com os outros. Este Guia constitui um dos esforços de ajudar a partilhar algumas das lições aprendidas. No entanto, existem demasiadas lições que não tem sido partilhadas. Existem planos de usar a página de Stepping Stones de forma mais efectiva no futuro como um depósito de informação sobre Stepping Stones e para tentar torná-lo mais acessível para os utentes de Stepping Stones e para os outros. Mas, isso depende de organizações individualmente de esforçarem-se por partilhar as suas experiências tão amplamente quanto possível para o benefício de uma comunidade mais abrangente. Ao proceder desse modo, não estaremos a ajudar um ao outro para aprender do nosso próprio sucesso e limitações, mas estaremos também a fazer a nossa parte na ajuda de convencer a comunidade mais ampla, incluindo os políticos e financiadores, das diferenças que Stepping Stones pode fazer para as vidas daqueles que o ‘prová-lo’ ! 1" 42 Referências Bhattacharjee, Parinita and Costigan, Aine: “Stepping Stones Review”, February-March, 2005 Davies, Rick and Dart, Jess, 2005, The ‘Most Significant Change’ (MSC) Technique: A Guide to Its Use” can be downloaded from www.mande.co.uk/docs/MSCGuide Guayasamin, Soledad, Cruz and Vasquez, Alexandra (2007) ‘Escuela de Paso a Paso: Guia Didactica para facilitatodores’, Plan International, June 2007 (No prelo) Gordon, Gill (1998) “Stepping Stones Training and Adaptation Guidelines”, SSTAP Hadjipateras et al, (2006) ‘Joining Hands: Integrating Gender and HIV/AIDS’, ACORD, July 2006 Hadjipateras (2006) ‘Stepping Stones: Looking Forward – Looking Back. Report of an ACORD Conference’, London, July 2006. Harris, Colette, 2007 “Pedagogy for Development: Some Reflections on Method”, Working Paper 289, Institute of Development Studies, August 2007 Pacific Regional HIV/AIDS Project (2007), “Evaluation of the Stepping Stones Program, Fiji” Pulerwitz, Julie, Gary Barker, Marcio Segundo and Marcos Nascimento (2006), “Promoting more gender-equitable norms and behaviours among young men as an HIV/AIDS prevention strategy”, Horizons Final Report, Washington, DC: Population Council. Roche, Chris (2000) Impact Assessment for Development Agencies: Learning to Value Change Oxfam Development Guidelines Rubin, Francis (1995): Basic Guide to Evaluation for Development Workers , Oxfam Development Guidelines Shaw, Matthew and Jawo, Michelle: “Gambian experiences with Stepping Stones: 1996-99”, PLA Notes 37, February 2000 Wallace, Tina (2006) “Evaluating Stepping Stones: A review of existing evaluations and ideas for future M&E work”, ActionAid International Welbourn, Alice and Gordon, Gill (2001): “Stepping Stones Life Skills and Sexual Well-Being: A Desk-Based Review”, USAID Interagency Gender Working Group, June 2002, www.unicef.org/ lifeskills/files/ReviewSteppingStones 2001.doc. Welbourn, Alice, ‘Stepping Stones Training Guidelines’, in Stepping Stones website: http://www. steppingstonesfeedback.org/downloads/SSTraining_Guidelinesoct02.pdf 42 Todos estes recursos podem ser acedidos na internet, a maior parte na página de Stepping Stones na Internet: www.steppingstonesfeedback.org e/ou de Strategies for Hope na Internet: www.stratshope.org 1# OUTRAS PUBLICAÇÕES, ARTIGOS E DVD DE STEPPING STONES ÚTEIS Condom Commandos : 2007. 24 minute documentary showing Stepping Stones process in action in Angola, ACORD. Produzido por Media-Coop. Pode ser obtido a partir da ACORD: mariea@acord. org.uk Welbourn, Alice (2007): “HIV and AIDS, the Global Tsunami: the role of Stepping Stones as one participatory approach to diminish its onslaught” in Brock Karen and Pettitt Jethro eds “Springs of Participation: Creating and evolving methods for participatory development”, pp 123-135, Practical Action Publishing, Rubgy, 2007 Welbourn , Alice (2006): Man Hunt Intimacy: Man Clean Bathroom: Women, Sexual Pleasure, Gender Violence and HIV,. IDS Bulletin Volume 37 Number 5 October 2006 Welbourn, Alice: (1995): “Stepping Stones: a training package on HIV/AIDS, communication and relationship skills”, Strategies for Hope.* Welbourn, Alice (1999):” Gender, Sex and HIV: How to address issues that noone wants to hear about” by Dr Alice Welbourn. Paper presented at Geneva Symposium, January 1999 %'& ? ‘Stepping Stones Plus: novos exercícios e sessões desenhados para ser usados juntamente com o manual original de treinamento em “Stepping Stones” por Alice Welbourn, Florence Kilonzo, Tj Mboya e Shoba Mohamed Liban” co-publicado por Strategies for Hope Trust e UNICEF, 2008. Esta versão alargada de Stepping Stones, que inclui alguns exercícios novos, se espera que esteja impresso em 2008. Ele será colocado nas páginas de Stepping Stones e Strategies for Hope na internet. 1 ANEXO 1 Escala de Homens em Matéria de Equidade de Género (Escala GEM) Os inquiridos estão para responder ; Concordo (1), Parcialmente Concordo (2) ou Não Concordo (3) M"O %E B MO M#O É o homem que decide que tipo de sexo a ter O papel mais importante de uma mulher é de tomar conta da sua casa e de cozinhar para a sua família Os homens precisan mais de sexo que as mulheres Tu não falas sobre o sexo, tu apenas fazes sexo As mulheres que levam preservativos com elas são vistas como mulheres ‘fáceis’ Mudar fraldas, dar banho as crianças, e dar as crianças de comer são responsabilidades das mães É responsabilidade de uma mulher evitar ficar grávida Um homem deve ter a palavra final em relação às decisões em sua casa Os homens estão sempre prontos para ter relações sexuais Há períodos quando um mulher merece ser batida Um homem precisa de outra mulher, mesmo se as coisas com a sua esposa estejam bem Se alguém me insulta, defenderei a minha reputação com força se eu tiver que Um mulher deve tolerar a violência com o propósito de manter a sua família unida Eu estaria ofendido se a minha esposa me pedisse para usar um preservativo Esta certo para um homem bater a sua esposa se ela não tiver sexo com ele Eu nunca terei um amigo homosexual É desgastante para me quando eu vejo um homem a comportar-se como uma mulher 1 ANEXO 2: O Voto Secreto Alguns exemplos de perguntas usadas no voto secreto43 Ja falaste com a tua/teu parceira (o) sobre as infecções transmitidas sexualmente no ano passado? És responsável por qualquer criança menor de 16? Caso sim, ja discutiste o lado negativo das relações sexuais com tais crianças no ano passado? Pode um homem ou uma mulher ser infectada com uma infecção transmitida sexualmente mas não ter quaisquer sintomas? Um homem pode ter uma discarga do seu penis sem ter sexo? Se alguém tem uma infecção transmitida sexualmente que for tratada e curada, está certo continuar a ter sexo com o seu/sua parceiro(a)? Uma mulher é mais fértil no dia depois da sua menstruação? Uma infecção transmitida sexualmente pode tornar uma mulher infértil? 43 Gambian Experiences with Stepping Stones: 1996-9’, Matthew Shaw and Michelle Jawo, PLA Notes 37, February 2000, p. 75 11 4-- ANEXO 3 Guia de Recolha de Histórias para Stepping Stones44 Antecedentes '2ESCEDB Esperamos usar as histórias e a informação recolhida das tuas entrevistas para um número de objectivos incluindo: Ajudar nos a compreender o que os participantes pensam é bom e ficou tão bom Fazer melhorias para o nosso trabalho Dizer (ao doador) o que foi alcançado ¿E Gostariamos de usar as tuas histórias para reportar para os nossos doadores ou partilhar com outros participantes e formadores. Tu contas (o contador da história): Gostaria de ter o teu nome na história Sim Sim Tu nos autrorizas usar a tua história para publicação Não Não EJ Nome do contador da história Nome da pessoa registando a história Local Nome do Projecto: Data de registo da história % Diz me como em primeiro lugar ficaste envolvido com o projecto? Queira por favor listar as mudanças mais importantes na tabela abaixo que tu sentes resultará da tua participação ou por fazeres parte de Stepping Stones 44 Desenvolvido para fins da Avaliação do Programa Piloto de Stepping Stones em Fiji, 2007 por Projecto Regional de HIV e SIDA do Pacífico 13 Do teu ponto de vista, escolhe a mudança mais Significante de todas as mudanças que tu listaste acima. Descreve esta mudança sob a forma de um história [i.e. um início (Como era anteriormente); meio (o que aconteceu); e um fim (como é agora)]. Porquê escolheste esta história específica? Porquê ela é significante para te? Que título darias a esta história? 3 4-- ‘Este guia é muito benvindo e fornece uma orientação actualizado e expandido para a preparação, treinamento, adaptação e muitas das outras questões práticas que as pessoas que desenvolvem um programa efectivo de workshop enfrentam. Ele deve ajudar a assegurar que Stepping Stones atinja o seu pleno potencial em todos os lugares onde ele é usado. Muito obrigado para a Angela Hadjipateras, a ACORD, seus parceiros e todos aqueles que contribuiram com os seus conhecimentos profundos e perícia em relação à sua produção’ Dra. Alice Welbourn, Percursora da metodologia Stepping Stones, Janeiro de 2008 ISBN: "1""15-8%6CEC