Junho - Gazeta Valeparaibana
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Junho - Gazeta Valeparaibana
Edição 67 Ano VI - Junho 2013 Distribuição Gratuita Vale do Paraíba Paulista - Litoral Norte Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Região Bragantina - Região Alto do Tietê A saúde x médicos cubanos Pág.: 03 Noites de Domingo Pág.: 04 Política e Cidadania Pág.: 05 01 DE JUNHO - DIA DA IMPRENSA Cidadania e Meio Ambiente Formiguinhas do Vale RECICLE INFORMAÇÃO: Passe este jornal para outro leitor ou indique o site Constitucionalmente iguais Pág.: 06 Contos e Papos Sérios Pág.: 07 Série A Cerca Pág.: 08 E agora José? Pág.: 09 Os tablets chegaram Pág.: 10 Sem medo de ser verdadeiro Pág.: 11 O Senhor Boato Pág.: 12 Até o século XV não existia o que hoje chamamos de imprenUm alemão, João Gutemberg, foi o inventor do processo Pág.: 13 sa. de impressão com tipos móveis, e desse aperfeiçoamento nas- Violência “di menor” Comunismo e Politicagem Pág.: 14 Adolescentes e Jovens Pág.: 15 Lusofonia - 10 de Junho Pág.: 16 Datas importantes MAIO 01 - Dia da Imprensa 05 - Dia Internacional do Meio Ambiente 07 - Assinatura do Tratado de Tordesilhas 1494 08 - Dia Mundial dos Oceanos 09 - Dia de Anchieta 10 - Dia de Camões e Dia de Portugal 11 - Dia da Marinha Brasileira 12 - Dia dos Namorados 13 - Criação do Estado Brasileiro do Maranhão 14 - Morte de Afonso Pena (14º.Pres. do Brasil) 15 - Dia do Professor de Educação Física 17 - Dia do Combate à Desertificação 18 - Dia do Químico 19 - Dia Nacional do Cinema 20 - Dia do Migrante Dia Mundial dos Refugiados 21 - Inicio do Inverno (Solstício de Inverno) Morte de Leonel Brizola 23 - Dia do Intelectual 24 - Dia de São João 25 - Dia da independência de Moçambique 26 - Fundação da ONU 28 - Nascimento de Itamar Franco em 1930 29 - Dia de São Pedro e de São Paulo 30 - Morte de Chico Xavier Agora a Gazeta Valeparaibana está online, trazendo diariamente todas as notícias relevantes nas áreas da Educação, Cultura, Meio Ambiente e Sustentabilidade Social Confira! www.gazetavaleparaibana.com www.formiguinhasdovale.org A Associação ceu a verdadeira imprensa, que tem sido sempre mais aperfeiçoada até os nossos dias. Foi D. João VI quem criou a imprensa no Brasil, quando, a 13 de maio de 1808, decretou a instalação da imprensa Régia no país. O primeiro jornal diário brasileiro, o "Diário do Rio de Janeiro", aparecido a 1° de de junho de 1821, foi fundado por Zeferino Vitor Meireles, que trabalhava na imprensa Régia e onde por concessão especial do Príncipe Regente, imprimiu os primeiros números do seu jornal. A imprensa é um dos esteios da Ordem, da Democracia e do Progresso. Por seu intermédio, ou através dela se propagam as boas e generosas causas, se difundem conhecimentos e advogam e pregam princípios e idéias. tem como principal objetivo interferir nas mudanças comportamentais da sociedade que o momento exige, no que tange a preservação ambiental, sustentabilidade e paz social, reflorestamento, incentivo à agricultura orgânica, hortas comunitárias e familiares, preservação dos ecossistemas, reciclagem e compostagem do lixo doméstico além, de incentivar a preservação e o conhecimento de nossas culturas e tradições populares. Formalizado através do Projeto Social ‘EDUCAR - Uma Janela para o Mundo’ e multiplicado e divulgado através deste veículo de interação. Projetos integrados: • Projeto “Inicialização Musical” Este projeto tem por finalidade levar o conhecimento musical, a crianças e adultos com o fim de formar grupos multiplicadores, sempre incentivando a música de raiz de cada região, ao mesmo tempo em que se evidenciam as culturas e tradições populares de cada região. Inicialmente iremos formar turmas que terão a finalidade de multiplicação do conhecimento adquirido, no projeto, em cada Escola e em suas respectivas comunidades. Projeto “Viveiro Escola Planta Brasil” • 5 de junho foi a data escolhida para celebrar anualmente o Dia Mundial do Meio Ambiente. O Dia Mundial do Meio Ambiente começou a ser comemorado em 1972 com o objetivo de promover atividades de proteção e preservação do meio ambiente e alertar o público mundial e governos de cada país para os perigos de negligenciarmos a tarefa de cuidar do meio ambiente. Foi em Estocolmo, no dia 5 de junho de 1972, que teve início a primeira das Conferências das Nações Unidas sobre o ambiente humano (durou até dia 16) e por esse motivo foi a data escolhida como Dia Mundial do Meio Ambiente. Todos os anos, as Nações Unidas dão um tema diferente ao Dia Mundial do Meio Ambiente. Os temas para o Dia Mundial do Meio Ambiente são uma maneira de dar idéias para atividades de conscientização das populações e de proteção do meio ambiente. O tema para o Dia Mundial do Meio Ambiente 2013 é: "Pense - Coma - Poupe" Este veículo, transcende a sala de aula como proposta para reflexão, discussão, interação e aprendizagem sobre temas dos projetos desenvolvidos pela Associação “Formiguinhas do Vale”, organização sem fins lucrativos , com ênfase em assuntos pontuais e inerentes à sustentabilidade social e ambiental. Filipe de Sousa Este projeto visa a implantação de um Viveiro Escola, especializado em árvores nativas das Matas Atlântica e Ciliares. Nele nossas crianças irão aprender sobre os ecossistemas estudados, árvores nativas, técnicas de plantio e cuidados; técnicas de compostagem e reciclagem de lixo doméstico, etc. Tudo isto, integrando-se o teórico à prática, através de demonstrações de como plantar e cuidar, incentivando e destacando também, a importância da agricultura orgânica, hortas comunitárias e familiares. Serão formadas turmas que terão a finalidade de se tornarem multiplicadoras do conhecimento adquirido em cada comunidade. • Projeto “Arte&Sobra” • Projeto “SaciArte” Neste Projeto Social iremos evidenciar a necessidade da reciclagem, com a finalidade de preservação dos espaços urbanos e, como fator de geração de renda. Também serão formadas turmas multiplicadoras de conhecimento, que terão como função a formação de cooperativas ou grupos preservacionistas em suas comunidades. Este projeto é um formador de grupos musicais onde as culturas regionais e a música de raiz sejam o seu tema. Primeiramente será formado um grupo composto por crianças, adolescentes e adultos com responsabilidade de participação voluntária, no grupo da comunidade da Região Cajuru na Zona Leste de São José dos Campos. # SEJA UM VOLUNTÁRIO. Conheça !!! Fale conosco 0xx12 - 9114.3431 Acesse: http://www.formiguinhasdovale.org Gazeta Valeparaibana JUNHO 2013 Editorial Crônica Para quem já passou dos sessenta AUSÊNCIA DE IDEIAS Que presente se poderia dar a uma geração que viveu tantos conflitos no último século? Página 02 Já percebeu o vazio que se instala nas relações entre as pessoas quando entram em elevadores, táxis, filas, velórios e demais situações? Relembrar esses anos não deve ser uma recordação melancólica e sim uma experiência Libertadora. Imagine escrever dentro desse quadro de ausência de ideias... No inicio do século acompanhamos e outros participaram de uma guerra que deixou marcas profundas na nossa geração. Ainda antes da metade do século passado, explodiu a Segunda Guerra Mundial que abalou e mudou o mundo, além de outros menores conflitos, mas, cuja tônica sempre foi a mesma: a ganância, o desejo de poder, a opressão, o orgulho, a vaidade. Atualmente, as redes sociais têm contribuído muito para que isso aconteça. Levam as pessoas à brevidade e ao instantâneo, diminuindo, inconscientemente, a busca por coisas mais profundas e fundamentadas, levando ao desejo por tudo o que for conciso. Se um “tuiteiro” escrever além de certo número de caracteres é capaz de “pirar” e, em circunstâncias que exigir dele um texto com vocabulário mais extenso, o cérebro pode sentir-se bloqueado. Assistimos a revoluções sociais, políticas, religiosas. Passamos por ditaduras, fomos oprimidos e muitos de nós perseguidos por acreditarmos que um mundo melhor seria possível. Presenciamos e outros foram protagonistas de avanços e descobertas em todas as áreas, tecnológicas, ciência, etc.. Fomos e ainda estamos sendo sacudidos por abalos políticos, sociais, economicos e religiosos. Participamos, uns ativamente e outros como espectadores de diversos movimentos sociais no decorrer de nossas vidas tais como: Juventude transviada, Jovem Guarda, Caras Pintadas e por ai vai... Sim, o mundo mudou da água para o vinho e com toda a certeza, a vida de cada um de nós. Somos hoje responsáveis por nossos atos e, com toda a certeza, não chegamos a esta idade por nada. Se por aqui ainda estamos é para propiciarmos uma nova revolução, uma revolução pela paz, pela felicidade e pelo bem estar social. A luta agora terá de ser particular, cada um de nós se libertando das correntes e das amarras que nos escravizaram, retirando a armadura que nos enclausurou nos sentimentos. Chega de dor, chega de sofrimento, por nada e para nada. Agora, vamos ter que aprender a ser adultos coerentes, idosos afetivos e velhinhos capazes. Temos que descobrir uma nova forma de viver e de ser útil à sociedade através da democratização do conhecimento, seja através de uma maior atuação em família seja através de ações de voluntariado junto à sociedade. Temos também que lutar pela nossa independência, pelas nossas convicções, pelos nossos princípios e valores, recusando-nos à manipulação. E é aqui que nos devemos perguntar: A falta de leitura gera esse interesse por informação e não por conhecimento o que faz aumentar, cada vez mais, o número de adeptos tornando, a ignorância, naturalmente democrática. Escrever sobre o que se conhece ou vivência, sai bem melhor quando se lê muito, observa-se tudo a volta, mesmo o que considerar mais banal. Muitas vezes,as melhores crônicas saem dessas insistentes observações. Ter sempre uma boa frase, pensar sobre o que se vê e ouve, rever coisas já escritas para saber o que mudou em você ou no mundo pode ser uma boa técnica para aprender, prender, marcar uma escrita,provocar emoções e reflexões. Os que se dedicam a escrever, geralmente estão ligados a uma formação, artes e técnicas. Nem sempre apenas a inspiração basta, pois jornalistas devem ter bom nível de conhecimentos gerais, os cronistas precisam de atenção e cuidados para não sofrer preconceitos quando escrevem e os contistas relatam estórias mas que nem sempre têm a resposta do leitor e para isso, precisam usar de técnicas além da criatividade para conquistar seu público. Sem falar nos poetas que criam e colocam à tona sua alma e mesmo com belas palavras, não conseguem atingir aquele que lê pouco e, consequentemente, nem saberão interpretar. Essas leituras - crônicas, contos, postagens eletrônicas - “primos pobres” da literatura - adquiriram força pela velocidade e falta de tempo das pessoas,“dessa forma”, as pessoas leem apenas um pouco. Uma opção seria os jornais, escritores, as conversas, revistas, postagens terem ênfase e continuidade na parte literária, estórias com conteúdos interessantes e matérias que não tivessem que concorrer com a banalidade da internet e da televisão.Afinal, seria bem melhor, ser lido por todas as castas do que escrever somente para um determinado público ou tema. Que velho eu quero ser? Com qual idade eu quero partir? Como eu quero a minha vida a partir de agora? Particularmente, eu, quero viver muito e ser e fazer os outros felizes, trabalhar até ao ultimo dia de minha vida, não mais em prol de meus interesses pessoais e sim em prol da sociedade como um todo. Recompensar por tudo o que ela mesma me deu. Conhecimento, saúde e estabilidade. Quero partir e deixar saudade e não somente ser mais um na passagem. Quero mais, quero morrer como as grandes árvores. De pé! O escritor é cobrado pela coerência do que escreve e sua conduta e, mesmo com prazer, muitas vezes o faz em qualquer lugar, no meio das pessoas e quase sempre rápido como se estivesse numa redação o que não lhe permite estar sempre num lugar de inspiração. Anda sempre com anotações para o caso de não lembrar-se de alguma coisa e escreve mentalmente o que ajuda a montar sua obra mas, o principal, além de sua criatividade e inspiração, sempre será o conhecimento adquirido com muita leitura. Depois de escrever, escrever e escrever - feita sua obra - entrega ao mundo o que será uma amostra do que aprendeu, do que leu, de sua imaginação e de sua alma retrato de sua vida, de seu caráter... Genha Auga MTB: 15.320 Filipe de Sousa FENAI 1142/09-J Rádio web CULTURAonline Brasil NOVOS HORÁRIOS e NOVOS PROGRAMAS Prestigie, divulgue, acesse, junte-se a nós ! A Rádio web CULTURAonline, prioriza a Educação, a boa Música Nacional e programas de interesse geral sobre sustentabilidade social, cidadania nas temáticas: Educação, Escola, Professor , Família e Sociedade. Uma rádio onde o professor é valorizado e tem voz e, onde a Educação se discute num debate aberto, crítico e livre. Mas com responsabilidade! Acessível no links: www.culturaonlinebr.org A Gazeta Valeparaibana é um jornal mensal gratuito distribuído mensalmente para download e Gazeta Valeparaibana visa a atender à Cidade de São Paulo e suas Regiões Metropolitanas. é um MULTIPLICADOR do Projeto Social Todas as matérias, reportagens, fotos e Vale do Paraíba Paulista, Serrana da Mantiqueira, Litoral Norte Paulista, “Formiguinhas do Vale” e está presente demais conteúdos são de inteira responBragantina e Alto do Tietê e ABC Paulista. mensalmente em mais de 80 cidades do Cone sabilidade dos colaboradores que Editor: Filipe de Sousa - FENAI 1142/09-J Leste Paulista, com distribuição gratuita em assinam as matérias, podendo seus Revisão de textos cerca de 2.780 Escolas Públicas e Privadas de conteúdos não corresponderem à Veículo divulgador da Associação Ensino Fundamental e Médio. opinião deste projeto nem deste Jornal. “Formiguinhas do Vale” “Formiguinhas do Vale” IMPORTANTE www.formiguinhasdovale.org CULTURAonline BRASIL Uma OSCIP - Sem fins lucrativos Gazeta Valeparaibana JUNHO 2013 Página 03 Nossa saúde x Políticas Públicas Médicos cubanos no Brasil? Por: Frei Betto, no sítio da Adital: O Conselho Federal de Medicina (CFM) está indignado frente ao anúncio da presidente Dilma de que o governo trará 6.000 médicos de Cuba, e outros tantos de Portugal e Espanha, para atuarem em municípios carentes de profissionais da saúde. Por que aqui a grita se restringe aos médicos cubanos? Detalhe: 40% dos médicos do Reino Unido são estrangeiros. Também em Portugal e Espanha há, como em qualquer país, médicos de nível técnico sofrível. A Espanha dispõe do 7º melhor sistema de saúde do mundo, e Portugal, o 12º. Em terras lusitanas, 10% dos médicos são estrangeiros, inclusive cubanos, importados desde 2009. Submetidos a exames, a maioria obteve aprovação, o que levou o governo português a renovar a parceria em 2012. Ninguém é contra o CFM submeter médicos cubanos a exames (Revalida), como deve ocorrer com os brasileiros, muitos formados por faculdades particulares que funcionam como verdadeiras máquinas de caçaníqueis. sional de Atenção Básica), oferecendo salário inicial de R$ 8 mil e pontos de progressão na carreira, para incentiválos a prestar serviços de atenção primária à população de 1.407 municípios brasileiros. Mais de 4 mil médicos já aderiram. O CFM reclama da suposta validação automática dos diplomas dos médicos cubanos. Em nenhum momento isso foi defendido pelo governo. O ministro Padilha, da Saúde, deixou claro que pretende seguir critérios de qualidade e responsabilidade profissionais. O senador Cristovam Buarque propõe que médicos formados em universidades públicas, pagas com o seu, o meu, o nosso dinheiro, trabalhem dois anos em áreas carentes para que seus registros profissionais sejam reconhecidos. O prestigioso New England Journal of Se a medicina cubana é de má quali- Medicine, na edição de 24 de janeiro dade, como se explica a saúde daque- deste ano, elogiou a medicina cubana, la população apresentar, segundo a que alcança as maiores taxas de vaciOrganização Mundial da Saúde nação do mundo, "porque o sistema (OMS), índices bem melhores que os não foi projetado para a escolha do do Brasil e comparáveis aos dos EUA? consumidor ou iniciativas individuais”. O Brasil, antes de reclamar de medi- Em outras palavras, não é o mercado das que beneficiam a população mais que manda, é o direito do cidadão. 2010. Enquanto o Brasil enviou tropas, Cuba remeteu médicos treinados para atuar em condições precárias e situações de emergência. Médico cubano não virá para o Brasil para emitir laudos de ressonância magnética ou atuar em medicina nuclear. Virá tratar de verminose e malária, diarréia e desidratação, reduzindo as mortalidades infantil e materna, aplicando vacinas, ensinando medidas preventivas, como cuidados de higiene. A opinião do CFM importa menos que a dos habitantes do interior e das periferias de nosso país que tanto necessitam de cuidados médicos. Estudos do próprio CFM, em parceria com o Conselho Regional de Medicina de São Paulo, sobre a "demografia médica no Brasil”, demonstram que, em 2011, o Brasil dispunha de 1,8 médico pobre, deveria se olhar no espelho. para cada 1.000 habitantes. No ranking da OMS (dados de 2011), Temos de esperar até 2021 para que o melhor sistema de saúde do mundo o índice chegue a 2,5/1.000. Segundo é o da França. Os EUA ocupam o 37º projeções, só em 2050 teremos lugar. Cuba, o 39º. O Brasil, o 125º 4,3/1.000. Hoje, Cuba dispõe de 6,4 lugar. médicos por cada 1.000 habitantes. Se não chegam médicos cubanos, o Em 2005, a Argentina contava com que dizer à população desassistida de mais de 3/1.000, índice que o Brasil nossas periferias e do interior? só alcançará em 2031. Que suporte as dores? Dos 372 mil médicos registrados no Brasil em 2011, 209 mil se concentravam nas regiões Sul e Sudeste, e pouco mais de 15 mil na região Norte. O governo federal se empenha em melhorar essa distribuição de profissionais da saúde através do Provab (Programa de Valorização do Profis- Por que o CFM nunca reclamou do excelente serviço prestado no Brasil pela Pastoral da Criança, embora ela disponha de poucos recursos e improvise a formação de mães que atendem à infância? A resposta é simples: é bom para uma medicina cada vez mais mercantilizada, voltada mais ao lucro que à saúde, contar com o trabalho altruísta da Pastoral da Criança. O Que morra de enfermidades facilmen- temor é encarar a competência de médicos estrangeiros. te tratáveis? Que peça a Deus o milagre da cura? Quem dera que, um dia, o Brasil posCuba, especialista em medicina pre- sa expor em suas cidades este outdoventiva, exporta médicos para 70 paí- or que vi nas ruas de Havana: "A cases. Graças a essa solidariedade, a da ano, 80 mil crianças do mundo população do Haiti teve amenizado o morrem de doenças facilmente trasofrimento causado pelo terremoto de táveis. Nenhuma delas é cubana”. CULTURAonline BRASIL mente assim conseguirá patrocinadores e valorizará seus espaços publicitários. EDUCAR Uma janela para o mundo " OS MÉDICOS ACUSAM A NATUREZA, OS ENFERMOS AOS MÉDICOS." (MARQUÊS DE MARICÁ) Todos sabemos que programas sobre educação onde se abordem verdades e se discuta o assunto de forma imparcial, suprapartidariamente e com ética são raros na mídia convencional. São raros porque infelizmente não dão IBOPE e a mídia convencional busca imagem e IBOPE, pois so- Nosso programa no ar todas as Quintas, das 20h às 22h e, o ouvinte poderá interagir com suas sugestões, críticas ou questionamentos. CULTURAonline BRASIL Apresentado pelo Prof. António Carlos Vieira CONHEÇA TODA A NOSSA PROGRAMAÇÃO Acesse e ajude a Educação no Brasil www.culturaonlinebr.org Gazeta Valeparaibana JUNHO 2013 Utilidade Pública Noites de Domingo SEM MEDO DE SER VERDADEIRO II Os conceitos sociais, o estagnar de civilizações e o medo de contestar normas e religiões convencionais: Uma Educação mal dirigida tanto no Ensino Fundamental, como no seio da própria família, no encaminhar dos primeiros pensamentos, tem invertido valores, reprimindo e valorizando conceitos, tais como a autovalorização em prol de uma aparente fraternidade que ilude e transfere para um todo as responsabilidades individuais de cada um. Na sociedade que hora se nos apresenta o que se vê à a dificuldade dia a dia maior do cidadão, em resolver os seus próprios problemas. Em contrapartida e, paradoxalmente é muito aparente a preocupação em solucionar e resolver o problema dos outros, complicando-se ainda mais o problema, em virtude de perderem muito tempo com preocupações que visam o problema dos outros, se esquecendo dos seus. Como insistentemente falo em meu programa Dominical “Noites de Domingo” nós fomos reprimidos desde que nos conhecemos por gente e, entupidos com conceitos e preconceitos que hoje nos direcionam. Refiro-me ao conceito de “Viver em Sociedade” e, suas normas elementares do bem viver e do Reparemos que o que “não devemos fazer” bom convívio, entre humanos, segundo o esta- sempre nos foi apresentado em maior numero belecido pelas filosofias religiosas convencio- de situações que o que “devemos fazer”. nais. Disseram-nos que era bom sempre colocarmos Fomos educados que é “feio pensarmos em nós o outro em primeiro lugar. Mas, o que ninguém mesmos e bonito tudo fazer em prol de nosso fez questão de nos ensinar e muito menos de próximo”, levando-nos a crer que a forma corre- nos dizer insistentemente é que ao nos desvalota de vida em sociedade é tudo pelos outros e rizarmos e ao nos passarmos para segundo planada por nós, ou perto disso. Uma forma bem no de importância societária, não teríamos coconvincente e cômoda de chamar a piedade pa- mo nos prover de tempo para nos intelectualira nós e, assim, como vítimas atrairmos as bem zarmos, nos educarmos ou nos provirmos de aventuranças da preguiça e do Lazer, bem mais meios que nos dessem condições de ajudar alfáceis de levar, que o trabalho e a perseverança guém ou de sermos úteis de verdade a sociedade chegarmos a uma realização social plena, ou de e, assim, e também por consequência ao por falta de oportunidades fáceis ou por falta de nosso País. vontade ou ambição. Politicamente é mais correto concordar do que discordar e muito difícil arregimentar valores para uma causa, abraçando o seguimento filosófico mais simpático, não contradizendo nem contestando valores desde há muito arraigados no conceito humano. Mas, mantendo a independência filosófica e política que são a minha prática, me sinto suficientemente à vontade de contestar afirmações com as quais não concordo por as mesmas já se terem mostrado obsoletas e sem valores, na construção da nossa sociedade. Por isso a necessidade de irmos buscar novos motivos e formas, além de novos conceitos, para recomeçar. Desta forma, no final de nossa vidas, ao analisarmos a nossa passagem por aqui, a grande maioria das pessoas se revolta, ao pensar e constatar que levou a maior parte dos seus dias se dedicando-se aos outros e, agora, velho, carente e desfalcado de valores financeiros suficientes para se prover e se bastar a si mesmo, ver e comprovar que a realidade é bem diferente e, que agora, essa mesma sociedade lhe nega um pouco do muito que sempre lhe deu. Posso afirmar então que a recíproca “antes de nós primeiro os outros” não se apresentará verdadeira e concreta nessa altura do campeonato. Ai, a cobrança transforma o relacionamento em tortura. Claro que a essa altura do campeonato estaremos conscientes de que fizemos das nossa vidas uma total doação e, agora, que estamos necessitados de um pouco de recíproca, nos deparamos desamparados e sozinhos. O ser bonito o conceito “antes de nós primeiro os outros”, na realidade ele só existiu na forma de conceito dado que em sociedade ele não é utilizado. Esse conceito é muito usado como forma de autocorreção em discursos oportunistas de falsos profetas sociais, pois a grande maiori- Acredito que a vida nos foi dada para ser vivida a, nem mesmo eles o praticam. feliz, no nosso espaço de tempo e, que cada um é dono da sua vida e de seu espaço, usando-a Como principio e sendo avaliado como uma popara crescimento pessoal pleno, pois somente ética desenvoltura filosófica é um princípio muiassim poderá se ajudar e ajudar os outros. to bonito de se apresentarem intenções mas, contestável como forma de progresso do indivi- Pensemos nisso! duo no seu seio familiar ou até mesmo na sua vida social, como fator ativo e indispensável na Filipe de Sousa construção de um país. FENAI 1142/09-J Note BARBOSA ITO _______________________ As convicções são ADVOCACIA inimigas mais EDERKLAY BARBOSA ITO OAB/SP 193.352 www.barbosaito.com.br Página 04 Edifício Business Center Rua Sebastião Humel, nº.171 5º. Andar - Sala 501 - Centro São José dos Campos - SP CEP 12.210-200 TEL/FAX (0XX12) 3942.6245 Cel perigosas da verdade do que as mentiras Friedrich Nietzsche NOVO PROCON "PROCON é coisa do passado. A Revista Exame traz uma reportagem sobre um site chamado "Reclame Aqui". A ideia é que seja um mural (ESPÉCIE DE MURO DAS LAMENTAÇÕES) onde as pessoas expõem suas queixas sobre serviços ou produtos, visível a todos que acessarem o site. O interessante é que, sem burocracia, os problemas são solucionados com mais rapidez. Quando um consumidor reclama de um produto de alguma empresa, essa empresa recebe um e-mail dessa queixa. E como a empresa preza por sua imagem, ela tende a ser eficiente na solução, que será aberta ao público. O que tem dado muito certo, já que 70% dos casos são resolvidos! E o tempo médio é de menos de uma semana, diferente do PROCON que tem a média em 120 dias. Acesse: www.reclameaqui.com.br E o que dizer sobre pessoas que cultivam flores de plástico? Por: Marcela Melo As flores de plástico não morrem. Sim, elas não morrem, não exalam perfume algum, não teem cor própria, não teem vida. Só e tão somente por este fato, parece que a grande parte dos seres viventes ainda nesse mundo decaído, preferem as flores de plástico â cultivarem uma flor de verdade, sentir seu perfume, cuidar, preservar, não deixar morrer, nem murchar. O homem teme a si mesmo... E vemos diariamente pessoas fugindo de si mesmas, de tudo o que sentem, de tudo o que é profundo, intenso, verdadeiro e essencial. Todos se conformam com tudo o que é comum, não inventam nada, não são felizes em momento algum a não ser no momento do próprio engano. Pessoas são iguais o tempo todo. .. E correm sem rumo e sem direção. E me pergunto: - Será que isso vale a pena? Será que existe uma grande vantagem em não sentir, em não se entregar, em não amar e viver isolado dentro de sonhos, fantasias, ou de mentiras que inventamos e aceitamos o tempo todo para preencher nosso vazio interior? Eu tenho minha resposta, e você? Todos dormem, acordam e continuam cultivando suas flores de plástico. Pense nisso! Email: [email protected] Gazeta Valeparaibana JUNHO 2013 Página 05 Cidadania mados pelo Estado. E onde vemos esse tipo de ação acontecer? Nas comunidades carentes, pobres, onde pessoas e famílias inteiras são desrespeitadas no seu direito mais importante e fundamental: O direito à vida. Primeiro A violência, não é o remédio contra a agem sobre qualquer pessoa que considerem uma ameaça ou que achem ser suspeita de algo, depois vão confirmar se era exatamente o que pensaviolência vam. Então as milhares de mortes provocadas pela policia, que ocorrem todo Armas lembram morte, são para matar, basta es- ano, não são apenas acidentais. Mas muitas vêm carregadas de arbitrariedatar ao alcance das mãos para de repente em um mo- des, de ilegalidades e irresponsabilidade. mento de desatino, puxarmos o gatilho e tirarmos a Existe um pensamento dominante na nossa sociedade, de que a violência é vida da alguém. Em uma fração de segundos decidio remédio contra a violência. É sabido que esse tipo de pensamento gera mos quem vive e quem morre. “Através de uma pormais violência, mais desrespeito aos direitos humanos. Não estou defendentaria, no início do governo da presidenta Dilma, o Brado bandido, mas simplesmente constatando que a instituição que deveria nos sil passou a restringir o uso de armas de fogo pela polícia.” Estatísticas poliproteger acaba por nos deixar inseguros e a mercê de pessoas que tem o ciais indicam que mais de 20% dos 35 mil homicídios ocorridos anualmente respaldo da lei para agir mas que acabam gerando o medo na população. É no Brasil derivam de confrontos de bandidos com a polícia, ou de balas perdiclaro que existem bons policiais, não vamos desmerecer o trabalho da polídas resultantes dessas ações. As autoridades estimam que mais da metade cia, mas acho que a lei deveria ser mais severa com policiais que acham que das mortes poderiam ser evitadas com emprego de armas não letais e adoa farda os isenta de tudo. Assim aqueles que devem nos proteger, a princíção de condutas operacionais voltadas para preservar a vida e minimizar dapio, não deveriam nos causar medo e indignação. Mas a violência com que nos à integridade das pessoas.” (Agência Estado em 04/01/2011). muitas vezes agem, é um desrespeito a dignidade da pessoa humana. Todos os dias assistimos incrédulos casos de pessoas que são mortas Entenda-se que violência não é só física, é também moral, é a omissão, a acidentalmente, ou mortas em outras circunstâncias, por cidadãos civis ou discriminação, a opressão e tudo que desrespeita os Direitos Humanos e nos pelo Estado. Ora, é sabido que o Estado deve proteger o cidadão e seus difaz retroceder na luta pela construção de uma cidadania mais digna, livre de reitos fundamentais, cimentado no artigo 5º da Constituição Federal em seu opressões de qualquer natureza, sejam elas provenientes do Estado, de pescaput. Também o artigo 6º do Estatuto do Desarmamento diz que é “proibido soas ou instituições. Onde houver tentativa de dominação e injustiças contra o porte de arma de fogo em todo território Nacional, salvo exceções”. Esse as classes menos favorecidas e mais fragilizadas, não haverá o exercício da assunto despertou meu interesse ao ler sobre casos em que inocentes são cidadania plena. Temos que nos conscientizar que somos sujeitos de direitos mortos por agentes policiais, acidentalmente, ou por engano ( pensando ser o e deveres. cidadão um bandido), e outros motivos. Sou absolutamente contra o uso de armas, elas matam com uma facilidade assustadora. Quem vive e quem morre não somos nós que decidimos. Tem que haver coerência entre o que se prega e as atitudes tomadas. Isso deve valer para todos, claro que lidar com bandidos não é tarefa fácil, alguns devem até imaginar que bandido bom é bandido morto. Não posso acreditar que a morte do bandido seja a única solução para os crimes. Assim como não posso crer que o Estado não cumpra o seu papel de nos proteger e garantir nossos direitos fundamentais. Uma coisa é um cidadão comum cometer um crime e outra bem diferente é esse crime ser cometido pelo Estado. Isso contraria todas as normas, e principalmente o Estado de Direito consagrado no art.1º da Constituição Federal. Um dos deveres do Estado é nos proteger. Na República Federativa do Brasil não se permite a pena de morte como punição, (inciso XLVII do art. 5º, da constituição federal), mas assistimos quase que impassíveis a crimes serem cometidos todos os dias por aqueles que deveriam nos defender: Os policiais que tem “carta branca” para agirem legiti- Como diz Dalmo Dallari: “A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidadania está marginalizado ou excluído da vida social e da tomada de decisões, ficando numa posição de inferioridade dentro do grupo social.”( Direitos Humanos e Cidadania,1988, p.14) Se essa realidade que se apresenta é uma realidade triste, que nos assusta e desencoraja, está na hora de agirmos, exercendo nossos direitos e cônscios de que podemos mudar os rumos da nossa sociedade, não esquecendo que temos também deveres, e que não estamos sozinhos, mas somos uma coletividade, e que todos temos o mesmo objetivo: O bem comum, que é também a finalidade do Estado. Mariene Hildebrando de Freitas Professora e especialista em Direitos Humanos Email: [email protected] CURTA e participe de nossa página no FaceBook “Política e Cidadania” COLE no seu navegador o link abaixo https://www.facebook.com/groups/150403778428664/ PRESTE ATENÇÃO Somente com a legítima liberdade de expressão, pluralidade de informação, respeito a cidadania, e permanente vigilância contra as tentativas de cercear o Estado democrático de direito, é que poderemos pensar em transformar Regimes de Força, em Regimes de Direito. Diga não ao consumismo Paulo Miranda CONTATOS: 055 12 9114.3431 - Emails: CONTATO: [email protected] - PATROCÍNIOS: patrocí[email protected]: JUNHO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 06 Educação população e existem Escolas Particulares para os mais ricos, com mensalidades de valores altíssimas, e escoPela constituição brasileira, a educação é um direito de las com mensalidades amenas para as chamadas clastodos e um dever do Estado. Um estado para se manter ses com menor poder aquisitivo. como nação precisa educar seus cidadãos sobre as Na Rede Pública também existem uma classificação leis, direitos e deveres de cada um. Observando-se a para as escolas desta rede, embora a oferta e ocupaconstituição, encontramos nas leis a garantia que todos são iguais perante a lei. Tendo essas observações co- ção das vagas não são feitas de acordo com o poder mo verdadeiras, por que os cidadãos são educados de aquisitivo da população. Mas, estranhamente o Estado maneiras, com escolas e ensino de qualidades diferen- oferece escolas com chamadas qualidade de ensinos diferentes, são as chamadas Escolas de Tempo Intetes? gral e escolas com o chamado ensino regular, diversos tipos de supletivos, etc. Constitucionalmente iguais e educação!!!! No Brasil existem as várias redes de Ensino Público (municipal, estadual e federal) e o chamado Ensino Particular ou Escola Particular. Essas classificações e existência de diversos tipos de cursos e diversos tipos de escolas vão de encontro o que preceitua a nossa constituição. Se for dever do Estado educar as pessoas para o exercício da cidadania e todos são iguais perante a lei, com oportunidades iguais para todas essas classificações mostram que os cidadãos estão sendo educados de maneiras diferentes e serão inseridos na sociedade com capacidades e oportunidades diferentes de exercer a cidadania, onde uns estarão mais preparados que outros e, portanto, os mais preparados terão maiores chances de aproveitarem as oportunidades. Nas Escolas da Rede Pública de Ensino, geralmente, estudam os filhos das classes menos afortunadas financeiramente e essas escolas, a grande maioria, ficam localizadas na periferias das grande cidades e nas pequenas cidades (as vezes a única opção) onde não existem uma classe social mais abastarda para justificarem financeiramente a existência das chamadas Escolas Particulares. Se você tem filhos, conheça aqui um pouco mais sobre como lidar com isto Educação tem de vir do berço e cabe à família responsabilizar-se por isso! Se cada família praticasse esta máxima: Educar os filhos dentro de princípios morais e boas maneiras, com certeza não teríamos Professores frustrados e exauridos devido a falta de educação de muitas crianças e jovens. Todos os dias em milhares de salas de aula espalhadas pelo Brasil e pelo mundo, crianças e jovens chegam ao ápice da mal criação destilando todo tipo de impropérios nas dependências da Escola e fora dela, comunicando-se uns com os outros aos berros de forma rude e irônica, tratando mal os colegas, Professores e demais Funcionários da Escola. É de conhecimento da grande maioria das pessoas que, devido ao fato da criança ou jovem chegar na escola sem o mínimo de educação familiar, ocorrem uma série de problemas que desencadeiam a indisciplina e tumultuam o andamento das atividades na sala de aula, e que por esta razão, muitas vezes, inviabiliza que o aprendizado ocorra de maneira satisfatória. Sob este ponto de vista seria apropriado dizer que, neste caso, os pais são responsáveis pela indisciplina e falta de educação dos filhos e portanto, devem ser responsabilizados por isso. As Escolas Particulares, geralmente, se localizam, nas grandes cidades, nos chamados bairros nobres, onde existe uma clientela com capacidade financeira para bancar os estudos dos filhos nesta ditas escolas. Mesmo dentro dessas duas modalidades de Escolas existem classificações de diferentes tipos de escolas para a educação e formação da população. Essa classificação pode ser feita sob diversas óticas, mas geralmente podemos observar os seguintes itens: tipos de cursos e tipos de escolas. Desta maneira, quando o Estado autoriza a criação de escola com diferentes níveis de educação, ele torna legal que as pessoas tenham oportunidades diferentes de acordo com o tipo de educação que tenha, ou seja, a reprodução das classes sociais é garantida por lei e é Podemos encontrar em uma mesma escola, tanto parti- constitucional! cular como da Rede Pública, vários tipos de cursos: Ensino Regular, Supletivo, Profissionalizante, Educação Claro, os que têm acesso a Rede Pública de Ensino, não são os mesmo que administram essas escolas e para Jovens e Adultos (EJA), etc. também não são essas pessoas que tem oportunidade Mesmo, levando-se em conta o poder aquisitivo da cli- de criar leis que garantam o direito de igualdade de esentela, dentro das Redes de Ensino, Particular e Rede cola e educação de qualidade para todos. Pública, podemos encontrar uma classificação de tipos Antônio Carlos Vieira de escolas diferentes. Reflita comigo, se as crianças e jovens chegassem com um mínimo de educação de casa, dada pelos pais, boa parte dos problemas de indisciplina dentro da sala de aula estariam resolvidos. Esse mínimo de educação envolveria que o aluno soubesse seis questões básicas: Princípios básicos de boas maneiras que todos devem trazer de casa: 1) Pedir “Por Favor” , diga “Obrigado”, “Com licença “ e manter sempre o controle emocional; 2) Falar educadamente, sem usar gírias, palavrões, ou expressões de baiLicenciatura Plena – Geografia xo calão; e-mail: [email protected] 3) Tratar com respeito todos a sua volta e jamais falar de alguém pelas costas; 4) Jamais usar de intimidação verbal ou física (bullyng) para conseguir o que deseja; 5) Ser íntegro: sustentar o que se diz e faz e sempre enfrentar as consequências de seus erros; 6) Jamais usar de mentiras, enganação e falsas acusações; Na Rede particular de ensino, a qualidade e a oferta do ensino são feitas de acordo com o poder aquisitivo da CULTURAonline BRASIL Links de acesso: www.culturaonlinebr.org /// www.formiguinhasdovale.org Ahhh... Uma última dica: nunca superproteja os seus filhos e não acoberte os seus erros ou mentiras... Eles, como qualquer outro, são sujeito a falhas e erros e precisam arcar com as consequências disto... Gazeta Valeparaibana JUNHO 2013 Página 07 Contos e papos sérios! Escrevo agora esse conto, provável e infelizmente, sobre a última etapa de sua vida como testemunha da força que ainda tem. Dificilmente resistirá a tanto sofrimento. DESTINO Sorrateiro e silencioso, “ele” se instalou, tomando conta de sua vida e nos seus oitenta e sete anos a derrubou num golpe certeiro e a jogou no leito do hospital, lhe impondo momentos de dor, de lágrimas, atormentando sua cabeça e seus momentos ora de Por: Genha Auga lucidez, ora de fantasias e quando Sempre que posso vou e gosto de muito, também delírios. visitá-la, sempre me recebe com o Quantas vezes a morte esteve a lhe sorriso mais bonito que já vi e, sem rondar com o intuito de enfraquecê-la falar no semblante de surpresa e ale- e a assustar. Mediam forças, vida e gria que a cada encontro nosso, faz morte que por sua vez, ia embora parecer que há tempos não nos vía- sem conseguir competir com ela que, mos, mesmo que me tenha visto um faceira ria, nos sorria, cantava e nindia antes. guém acreditava que o corpo agoniJoga beijinhos que se espalham pelo ar, me abraça com carinho e observa logo se estou alegre, se engordei, se meu cabelo está com brilho e admira cada detalhe do que visto. Que magia é essa que me conquistou desde o primeiro momento? ...cordial, trejeitos elegantes, uma voz que nunca ouvi mudar o tom, uma alegria contagiante que, alguém jamais suspeitaria da sua lida para sobreviver, que certamente, marcou o coração, mas, não com rugas na feição. zante na UTI voltaria para o quarto como se estivesse voltando para casa. Destino, porque tanto dissabor? Deixá-la passar por dores que a tiram do mundo angelical e fantasioso, para viver esse inferno que se mistura com demência e lhe tira a aura do anjo e a faz blasfemar e mudar o tom daquela voz que nunca ousou ter? Pura e fiel a todos os bons modos que aprendeu e ensinou, vem “ele” lhe tirar a paz, expõe seu corpo, desnuda lhe o pudor obrigando-a se enTanto a admiro que me foi inspiração tregar aos piores ditames e quesitos. para escrever um poema e um conto. Frente a esse embate com os infortúNo poema exaltei sua luta e a força nios que a vida lhe reservara aliada que teve para sair vencedora em su- ao opositor, um “senhor” misterioso e as jornadas. No conto, narrei as temido pela sua fama de invencível, “peças que a vida lhe pregou” e que que leva tudo de quem ele escolhe, sem esmorecer, bravamente venceu. mas não sem antes e por muito tem- Histórias de amor reais que parecem ter sido tiradas de um filme Por: Giulia Parca lhoum. O enredo até lembra um pouco o filme “Como Se Fosse a Primeira Vez”, em que Henry faz uma fita de vídeo para sua esposa, Lucy, contando como eles se conheceram e tudo que aconteceu entre eles até então, já que Lucy sofre de falta de memória de curto prazo. po, incomodar, tirar o chão e a dignidade da pessoa e somente quando esgotar as energias de quem ele invadiu na vida é que dará trégua e ficará de longe a sorrir, ironicamente, para o corpo de sua presa já sem reação e confusa que perde aos poucos suas funções vitais e só irá se retirar quando tiver certeza que nada mais a trará de volta. Deixa sua vítima com o olhar de quem se despede, sem saber a hora de ir e vê seus entes queridos e incansáveis ao lado dela, dia e noite, ouvindo sem entender ou entendendo sem conseguir responder e nem se expressar. Conheci a maldade desse “senhor”! Lembro-me dos dias em que ela estranhamente me olhava com rancor, maldizia minha presença a seu lado e me enxotava do seu quarto com blasfêmias que proferia e ia embora triste por não entender aquela figura transtornada que quase eu já não reconhecia. Vinha então a vontade de não vê-la, sentia que a provocava de alguma forma e não queria ser causadora desse mal que se instalava parecendo tomar sua alma. Mas, era “ele” quem a provocava e a fazia assim... Esgotada as forças dela e de todos que ali lhe estavam dando acalento e a mim que por pouco não desisti, inesperadamente, voltou a me olhar novamente com doçura e sua energia me transmitiu algo que nunca saberei. quente, pelo sorriso que mantém na boca desdentada no rosto emagrecido e, quase agonizante, esse mesmo rosto que com a idade e a doença já tão avançada, continua bonito, quando me abençoa, os olhos brilham e o sorriso me contagia. Mantém-se acordada o dia todo, não perde nenhum movimento que se passa a sua volta, espera suas visitas e embora já não saia mais da cama e sem movimentos, o olhar é de quem tem Deus acima de tudo, que lhe permite momentos junto aos seus, recarregando com sua energia que a detém por um fio nesta vida, o sofrimento dos que a amam. Quando vou embora, saio com leveza e mais forte, tudo que ela me transmite, me faz refletir. O que estará reservado para cada um de nós? Sigo em frente e a tenho em minhas orações, deixo-a na calada da noite sob a mira da morte. Boa noite minha querida! Um dia esse mistério será desvendado e, quando isso acontecer, a morte não mais o acompanhará, “senhor” Alzheimer... Sei que estarão rondando o sono dela, mas também sei que há anjos velando por ela e mesmo que não tenha vencido, sua alma estará onde não sentirá dor, chegará à paz. Com seu sorriso lindo, ao olhar para trás, nos verá agradecidos por ter estado entre nós, que ficaremos com suas lembranças e eterna saudade. Apesar desse mal que se instalou no seu cérebro debilitando seu corpo, eu A morte, é o destino da vida! a sinto pelos olhos, pelo beijo ainda “viva” para sua esposa, já que ela voltou a receber o presente na messofre de uma doença que afeta sua ma data. memória. Ao ligar para o florista para comentar Já o caso de Sue Johsnton lembra o engano, ela descobriu que, antes muito o de Holly Kennedy no filme de morrer, John fez questão de ga“P.S. Eu Te Amo”. Nele, Holly perde rantir que ela continuasse recebendo o marido, Gerry, que, pouco antes de um buquê por muitos anos. morrer, deixa várias cartas para sua esposa. Como já esperava o que ia acontecer, Gerry tenta ajudá-la a seguir em frente com sua vida, depois de sua morte. Mas, esse tipo de história não se limita apenas aos cinemas. Jack Potter, um inglês de 91 anos, visita todos os dias a sua esposa, Phyllis, em uma casa de repouso em Rochester, Inglaterra. Lá ele conta, todos os dias, A história da americana Sue, de 68 um pedaço da história de amor que anos, lembra um pouco a do filme, mas chega a ser ainda mais bonita. Quem já assistiu Diário de Uma Pai- mantém eles unidos por 70 anos. Durante 46 anos de casamento, John xão deve se lembrar da parte em que Allie Hamilton, internada em uma clí- Para isso, Jack usa um diário, que mandava flores para sua esposa tonica geriátrica, ouve todos os dias a guarda desde o dia em que conhe- dos os Dias dos Namorados, com um mesma história de amor, sem saber ceu sua esposa, em outubro de bilhete: “Meu amor por você cresce”. que aquela era um relato de sua vi- 1941. Essa foi a forma que ele en- Dez meses depois de sua morte, Sue da, e do seu romance com Noah Ca- controu de manter a história dos dois CONTATOS: 055 12 9114.3431 - Emails: CONTATO: [email protected] - patrocí[email protected] Gazeta Valeparaibana JUNHO 2013 Página 8 Histórias reais que o mundo conta (A Cerca) 1ª. Parte 1945. A Cerca A CERCA era formada por postes de bambu fincados na terra, estes ficavam aproximadamente uns dois metros de distância entre si, eram ligados por tiras de arame farpado, também entrelaçado no sentido vertical. Efetivamente, no inicio de setembro de 1942 fomos chamados, de novo, para nos apresentarmos num campo de concentração. O local era uma escola dirigida por freiras e desta vez estávamos em quatro com o mesmo sobrenome, meu pai, meu tio, meu irmão e eu. Era uma cerca dupla; a interna tinha uns dois me- A escola transformada em campo chamava-se Maria Stella Mares. tros de altura, e a externa, uns três metros. A externa era fechada com placas feitas com tiras Estávamos num gramado ao lado da escola ade bambu entrelaçadas, tornando-as totalmente guardando os acontecimentos. Havia muitos hofechadas; estas eram utilizadas em praticamente mens todos com malas, sacolas e um colchão; os todos os campos de concentração, e era o que iria portões foram abertos e nós tivemos que entrar. nos separar definitivamente da liberdade. Fomos vistoriados e tivemos que entregar vários Era durante a II Guerra Mundial e eu me encontrava num campo de concentração. Meu nome em português é Guilherme, sou holandês e era prisioneiro de guerra. objetos dentre os quais facas, canivetes, tesouras, garfos, etc.; entretanto giletes, tesoura para cortar unhas, eram permitidas, mas os que portavam dinheiro, este era simplesmente confiscado. Os fatos a seguir desenrolaram-se na cidade de Bandung na ilha de Java, considerada uma das ilhas mais importantes da antiga colônia NeerlanNa antiga colônia Neerlandesa, havia desa. como autoridade máxima um Governador Geral, e praticamente tudo era importado da Pátria Mãe, A guerra ao Japão pela Holanda como aliada dos quando não, de outros países. Por ser muito rica EUA foi declarada em 08 de dezembro de 1941, em minerais, a região já recebia o nome de levando por conseqüência, a entrada de suas colônias também em guerra. "Cinturão de Esmeraldas". Dentro do campo tínhamos que procurar um lugar onde pudéssemos nos instalar com o colchão. Era evidente que nós quatro procurávamos ficar juntos e a nossa escolha recaiu sobre um abrigo de bicicletas, transformado em barracão. De: Wilhelm Paul von Grumbkow Prólogo Logo após nos acomodarmos, tivemos permissão para fazer um levantamento da situação. O abrigo não era muito grande, mas tínhamos que lá ficar com mais cinqüenta e duas pessoas, sendo que este local fora dividido em duas fileiras de vinte e seis pessoas de cada lado. O lado do abrigo por onde entravam as bicicletas era fechado por um tapume de ponta a ponta. Este tapume era feito de tiras de bambu trançados como as placas da cerca externa. Nesta época eu tinha completos 17 anos e não estava servindo o exército, tendo que me apresentar ao alistamento em 12 de março do ano seguinte. Fui desta forma, junto a outros jovens nesta mesEsta separação era feita já no ato do registro de ma situação, recrutado pelas autoridades para nascença ou no registro de migração, dependenservir numa corporação que tinha como tarefa ajudo assim de cada caso. dar a população durante os bombardeios. Nesta “parede” havia espaços que podiam ser aApesar de os indo-europeus serem também regisAs nossas forças armadas não possuíam muitas bertos ou fechados com abas no sentido vertical. trados como europeus estes eram reconhecidos coisas para deter a supremacia japonesa, e o go- Cada um podia dispor de uma largura de sessenta apenas no papel, todavia, a educação obtida naverno holandês nas colônias capitulou em oito de centímetros de chão. O espaço dava para formar quela época era de altíssimo nível, graças à iniciamarço de 1942. duas fileiras; entre as fileiras, havia espaço suficitiva da União dos Indo-europeus. Começou para nós uma situação muito difícil, re- ente apenas, para colocarmos nossas malas e Durante a ocupação japonesa houve uma divisão cebíamos ordens para manter a calma, evitar a- nos movermos pelo barracão de ponta a ponta. ideológica entre os indonésios: de um lado, os que glomerações, mas era muito mais prudente ficar Todos estavam ocupados com os próprios pensatinham laços consangüíneos com os europeus e em casa diante das brutalidades que já haviam mentos e cada um, limitava-se a observar o outro indo-europeus, e de outro lado, os que estavam começado. sentado sobre o colchão ainda enrolado dentro de descontentes com o regime político-econômico Tínhamos que entregar armas, rádios de longo uma esteira de palha, que depois de desenrolada, imposto pelos holandeses. ficaria entre o cimento e o colchão. alcance, etc. Aqueles que se colocaram no lado dos insatisfeiO fornecimento de energia foi reduzido a 50 watts Estávamos condenados a ficar presos atrás de tos, atribuíram aos japoneses uma imagem de lipor residência. uma cerca, sem termos cometido qualquer delito e bertadores, visto seu descontentamento com o Todos os holandeses, civis, foram despedidos e nós nem tínhamos idéia, de quanto tempo iria dujugo Neerlandês. os que os japoneses achavam importantes em rar este cativeiro. Durante as hostilidades, a situação começou a suas funções foram readmitidos. Os demais teri- Um sino soou e guardas vieram nos avisar de que ficar muito difícil para nós, devido à traição da poam que arrumar um novo emprego, pois, estavam deveríamos nos reunir à frente do prédio principal, pulação, tendendo a estender-se durante o períosujeitos a serem presos. onde se encontrava o comandante do campo. do da ocupação. Eu havia arrumado um serviço de mudanças com Ele explicava que estávamos lá em benefício próAlguns, numerosos simpatizantes indonésios, colegas, mas, mesmo assim, tive que me apre- prio; para ficarmos protegidos. também sofreram vitimados pelos japoneses. sentar com meu irmão num campo de concentra- Tomamos conhecimento das leis que doravante Apesar de tudo, não tenho ressentimentos, haja ção, isto em junho de 1942. iriam reger as nossas vidas; qualquer tentativa de vista que no meu circulo de amizades, muitos são fuga teria como punição, a morte. japoneses, ironicamente, foram soldados japone- Ao passar em frente a um japonês, éramos obrises que salvaram a vida de minha família de uma gados a fazer continência e depois tínhamos que Uma vez por semana poderíamos receber visitas. morte certa pelos indonésios, em novembro de nos curvar fazendo um ato de reverencia, de- Tínhamos que nomear um representante para remonstrando desse modo um ato de respeito. ceber as ordens futuras do comandante do cam1945. po, escolheu um engenheiro de nome Dom. Todavia, em respeito aos três anos de aprisiona- Muitos não sabiam desta obrigação ou esqueciam Apresentávamo-nos todos os dias às sete da mamento, o governo japonês deveria prestar contas e tinham que pagar caro por esta falha. a todos os que sofreram no campo de concentra- Um homem, também convocado, passou em fren- nhã, à frente do barracão para contagem, ensinação, assim como outros países já o fizeram. te a uma sentinela sem fazer a continência, foi co- ram-nos a contar em japonês e tivemos que apreExiste na Holanda, uma organização denominada vardemente castigado com socos no rosto e chu- sentar um responsável pelo barracão. Foi o priFundo de Dívidas de Honra Japonesa, que se o- tes no corpo até desmaiar. Isto serviu também meiro momento de descontração desde a entrada no campo. cupa em conseguir esta indenização junto ao go- como intimidação para todos ali presentes. verno japonês. Eu e meu irmão não fomos presos, e recebemos A escolha recaiu sobre um homem muito simpátiSomos entre oitenta e noventa mil reclamantes um papel onde estava escrito em japonês que os co e bem humorado, Boelhouwer era seu nome. aguardando em vão. portadores ainda podiam andar em liberdade duCONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO Esta é uma narração sobre fatos ocorridos duran- rante três meses. A maioria que compareceu nate o episódio de setembro de 1942 a setembro de quele campo já ficara detida. Na época, a discriminação era, não tão forte quanto na África, mas estabelecia uma divisão marcante entre os vulgos europeus e os nativos: os indonésios. CONTATOS: 055 12 9114.3431 - Emails: CONTATO: [email protected] - patrocí[email protected] Gazeta Valeparaibana JUNHO 2013 Página 9 E agora José? REFLEXÕES SOBRE EDUCAÇÃO, EDUCABILIDADE E EDUCATIVIDADE Para entendermos melhor o que quer dizer cada uma dessas palavras, temos que defini-las. Educabilidade é a qualidade daquele que é educável. O ser humano possui educabilidade, ou seja, pode ser educado. Lembrando que a “educação” vai muito além da educação escolar, por isso são compreendidas: a educação formal, informal e não formal. Educatividade é basicamente potencializar qualidades. A EDUCATIVIDADE na educação formal referese a potencializar no aluno, qualidades que ele porventura já tenha e que esteja disposto a melhorá-las. Pois, segundo Paulo Freire, em Pedagogia da Autonomia, é enfatizado que “nenhuma escola conseguirá fazer mais por um aluno do que a sua decisão pessoal de se desenvolver, de crescer, de aprender, de adquirir conhecimentos”. Daí, que se um aluno (entendendo como qualquer ser humano) não quiser aprender, não haverá mágica que o faça aprender. Diante da apresentação desses conceitos e somando-se ao artigo publicado no mês passado “Porque o professor precisa estudar?” (http:// www.gazetavaleparaibana.com/066.p df - p.9), tem que se propor um novo eixo, pois a maioria das práticas pedagógicas escolares ainda trabalha no sentido da mera transmissão de conhecimentos e desta forma, nada acrescentam no desenvolvimento do aluno enquanto ser humano. Esse novo eixo deve ser comportamental e direcionado não só ao campo profissional, mas também ao campo pessoal. Eis que novamente chamamos a atenção para Zaballa (A prática educativa: como ensinar), quando trata da prática pedagógica dentro da aprendizagem de conteúdos Factuais, Conceituais, Procedimentais e Atitudinais. Compreendemos que a educação escolar é uma via de mão dupla, ou seja, tem que haver um aluno para “aprender” e um professor para “ensinar”, para que o processo se complete, é necessário que o aluno apresente educabilidade, ou seja, seja maleável e permeável aos ensinamentos e também possua educatividade, quer dizer, desejo de aprender novos conhecimentos, bem como o professor deverá ter clareza do seu papel em sala de aula. Se assim não para Platão seria indissociável, o edufor, a escola, enquanto espaço de a- cador filósofo e político. prendizagem, nada poderá fazer. Como diriam os antigos, “é malhar em Vamos tentar estabelecer um ferro frio”. parâmetro entre educabilidade, educatividade e os conceitos de educaEsse processo, assim coloca- ção redentora, educação reprodutora do, nos faz lembrar de uma notícia e educação transformadora, a fim de que havíamos comentado em um dos entendermos a nós mesmos enquannossos programas sobre uma nova to professores. designação para o professor que seria o “designer de currículo”, este proNa corrente filosófica que enfissional não seria um mero transmis- tende a educação como redentora do sor de conhecimentos, mas seria uma ser humano tem-se o pensamento de espécie de tutor do aluno que então que a educação pode e deve salvar o escolheria o que quer aprender. Isso indivíduo e consequentemente a socivem de encontro ao que falamos de edade. A educação redentora é assim educatividade, ou seja, potencializar por dizer uma instância exterior à soqualidades que promovam não só o ciedade, buscando inserir o indivíduo lado técnico, mas também o humano. nela, ou seja, promovendo sua adapAliada à educabilidade, a educativida- tação ao modelo existente. Atua sode faz todo sentido; é como dizemos bre a sociedade corrigindo seus desna gíria popular “juntar a fome com vios. Nesse modelo, a educação revontade de comer”. Mas, claro nem dentora, no máximo tenta “curar as tudo é um mar de rosas, e é evidente mazelas da sociedade existente”, aque não temos visto educabilidade e través da simples obediência aos tampouco educatividade em nossos mandamentos divinos. Não leva em alunos, assim como também não é conta a educatividade, pois o educanmuito comum encontrar, grosso mo- do poderia não querer ser “salvo”. do, o professor realmente consciente Considera as gerações mais novas do seu trabalho. Ao contrário, o que (crianças) mais educáveis do que os vemos é uma total, ou quase total, adultos e nesse aspecto temos aí inindiferença em relação à escola e aos serido o conceito de educabilidade no seus professores, e vice-versa. Por tocante às crianças. que essa apatia? O que diferencia essas gerações recentes de alunos A segunda corrente filosófica das gerações passadas? Qual o pa- entende que a educação está inserida pel do professor nesse processo? na sociedade, faz parte dela. Estaria assim condicionada a fatores econôPara tentarmos buscar algo micos, sociais e políticos. A educação que nos norteie, temos que necessari- reprodutora é crítica e reproduz seus amente fazer um passeio pelas ideias elementos condicionantes (LUCKESI, de Platão onde ele junta numa amál- C. C. Filosofia da Educação, p. 41). gama, o filósofo, o educador e o políti- Essa teoria também é denominada co. Para Platão, esses três não po- por Demerval Saviane como “teoria dendo ser separados devem ser exer- crítico – reprodutivista”. Traz ainda cidos pela mesma pessoa, isto é, o em seu bojo o modelo marxista de filósofo educador tem que fazer políti- infra estrutura e supra estrutura, conca. Daí a pergunta inevitável – Quem forme Althuser. Desta maneira, silenem sala de aula, enquanto professor ciosamente a escola reproduz o ideodesenvolve ideias filosóficas e com logismo do Estado. O Estado usa a isso, transforma o aluno em um ser educação/escola para reproduzir os político e pensador? Assim como a valores necessários para a própria pergunta foi inevitável a resposta tam- sobrevivência da sociedade. Utiliza-se bém o é: quase ninguém. E por quê? da Educabilidade dos mais novos e Tentamos buscar resposta na filosofia introduz para os adolescentes o ensiliberal da educação em que a finalida- no profissionalizante. Extinguindo de última: são os ensinamentos pro- dessa forma os dois cursos existenfissionalizantes e, desta forma, extin- tes, o Clássico e o Científico. Perde aí guiram a figura do professor filósofo, o jovem a possibilidade de escolher pensador e consequentemente políti- ou decidir o que gostaria de fazer. A co. Educatividade, de certa forma, é introduzida com os cursos profissionaliAs universidades por sua vez, zantes, pois oferece aos jovens a oávidas em atender ao novo modelo portunidade de melhorar suas habilieducacional, nitidamente (neo) liberal, dades ou então adquirir habilidades onde a produção é corroborada pelo para o exercício de uma profissão. capitalismo visceral, começam a produzir professores que venham de enNa terceira corrente filosófica, contro aos interesses da sociedade, (cf. LUCKESI) é a aquela em que a ou seja, se parou de pensar e fazer educação é vista como um agente política em função do aumento de transformador da sociedade, tendo produção em que o país se viu inseri- como perspectiva a mediação de um do. Morre assim a figura do professor projeto social. Nesta proposta a educrítico, provocador, construtor, incenti- cação não é um fim, mas um meio. vador, transmissor de ideias e alta- Uma maneira de realizar um projeto mente político; consequentemente os de sociedade. Sendo assim, Ela irá se novos professores passaram a produ- adaptar segundo o modelo de sociezir novos alunos que não criticam o dade vigente num determinado mosistema e tampouco fazem política. mento. Para que seja transformadora Estão assim dissociados aquilo que é necessário que os educandos te- nham atingido uma determinada autonomia intelectual. Para que esse nível seja atingido é necessário que o aluno seja respeitado na sua educatividade (consideramos que ele tenha a educabilidade necessária), ou seja, para que o aluno seja um agente transformador é necessário que ele, de posse de suas habilidades, queira aprimorá-las criando nele a autonomia requerida no processo transformador. Nesse sentido, entendemos que o professor também o deve ser, pois não dá para ensinar o que não se sabe. Não da para querer transformar um aluno e o “eu” não for transformado primeiro. A educação, qualquer que seja a corrente filosófica, nada conseguirá se não houver o real interesse em aprender. A educabilidade advém, segundo nossa opinião, dos ensinamentos recebidos em casa, da docilidade do lar e dos pais. A educatividade terá que ser estimulada a partir de um determinado momento em que se perceba as habilidades natas do aluno e de seu interesse em desenvolvê-las. Para tal é necessário que o professor esteja apto a descobri-las e a escola seja condizente com uma determinada escolha. É necessário libertar o aluno do jugo desnecessário de informações cristalizadas pelo tempo. Proporcionar projetos em que ele se sinta útil, incutir neles a ideia de que podem se quiserem, fazer a diferença. Projetos que contemplem o respeito, a cidadania, o conhecimento, a socialização. Desta maneira, afirmamos nosso compromisso com a corrente transformadora da sociedade, pois é possível transformar o indivíduo e consequentemente a sociedade. Pois como dizia Florestan Fernandes “feita a revolução nas escolas, o povo a fará nas ruas”. Omar de Camargo [email protected] - Técnico Químico - Professor em Química. - Pós Graduado em Química. Ivan Claudio Guedes [email protected] - Geógrafo e Pedagogo. Especialista em Gestão Ambiental, Mestre em Geociências e doutorando em Geologia. - Articulista e palestrante. CONTATOS: 055 12 9114.3431 - Emails: CONTATO: [email protected] - patrocí[email protected] Gazeta Valeparaibana JUNHO 2013 Página 10 Educar OS TABLETS CHEGARAM NAS ESCOLAS!!! rede sem fio (Wi-fi) ou com fio (por intermédio de Muitos ficaram chateados pelo motivo que se mucabos). dassem de estabelecimento, seriam obrigados a devolverem o referido equipamento para a escola. Os tablets, que estão sendo distribuídos pela SEED Se observarem a parte sobre o Termo de Uso e -SE, se comunicam com a Internet por intermédio Cessão, os tablets são cedidos aos colégios e não de uma Rede sem fio (Wi-FI) e as rede sem fio tem ao professor e se removido para outros estabelecialcance limitado. Quando a pessoa sai do alcance mento, por remoção ou motivo de exoneração, ele é de uma rede e vai para outro local, ele terá de se obrigado a devolver pra a escola, já que é ela que conectar a outra rede sem fio no local onde esteja. tem responsabilidade sobre o equipamento. Para piorar a situação, nem sempre conseguíamos conectar com a Rede da Secretaria por ocasião da entrega. As dificuldades não foram nem se conectar com a rede sem fio, foi explicar para alguns professores por que não estava se conectando a internet e tentar fazer entender o que era a rede sem fio! Tornou-se comum ouvirmos que na educação, sempre tenho essa informação, deve ser valorizada (que até hoje se espera pela valorização) para o bem e futuro de nosso país. O argumento é que um país, para se desenvolver, precisa valorizar e investir em educação. É claro que em toda essa argumentação nunca informam que a mesma pode ser utilizada para mudar a situação social e econômica de um país ou manterem conservadas as Estruturas Sociais existentes. Mas, para a se colocar uma educação de qualidade é necessário que tenhamos uma estrutura preparada, com professores igualmente preparados e atualizados ao momento em que a sociedade se encontra. Recentemente a Secretaria Estadual de Educação do Estado de Sergipe, juntamente com o MEC (Ministério da Educação e Cultura) disponibilizou 2.796 Tablets. Esse equipamento irá proporcionar aos professores acesso a internet criando condições para se atualizarem com a as novas tecnologias, já que poderá fazer pesquisas e terá acesso a grande quantidade de informações no mundo da Internet. Por ocasião da entrega deste equipamento (Tablets), alguns problemas foram detectados: Questionando a embalagem Parágrafo Único - A freqüência será averiguada pela Unidade de Ensino e pela Secretaria de Estado da Educação. O controle de frequência se o professor está (comparecendo) lecionando ou deixou de lecionar par efeito de empréstimo do equipamento, é de total Alguns professores retornaram a secretaria alegan- responsabilidade dos colégios que receberam os do que o tablet estava com defeito e não funciona- referidos tablets. va. Por que quando chegava no colégio onde lecionava ou em casa ele simplesmente não funciona- O problema é que a Coordenadoria de Informática va.. Em vista disso, alguns alegaram que tínhamos (CODIN) resolveu colocar, para teste, um programa adulterado e outros que tínhamos violado o equipa- chamado Diário Digital e isso foi motivo de críticas mento!!! Esqueceram de dizer o motivo que tínha- ácidas e alguns professores não receberam os tamos para adulterar esses milhares de tablets? blets por esse motivo. Alegaram que isso é uma tentativa de controlar os professores! Só que o DiáO Termo de Cessão de Uso rio Digital está em fase de teste é não existe a obrigação, até o momento, da aceitação por parte do Para receber o Tablet era obrigatório que o profes- professor. sor assinasse o TERMO DE CESSÃO DE USO, onde o colégio, no qual o professor esteja lotado, se Estranhamente, a alegação de que a secretaria esdenomina CEDENTE e o professor(a) é denomina- tava querendo controlar os professores!. Eu pergundo de CESSIONÁRIO(A). tei aos professores, que se utilizaram deste argumento, se a freqüência dos colégios onde eles estaO colégio é chamado de CEDENTE pelo Motivo vam lotadas não tinha nenhum controle? que os Tablets são de responsabilidade e cedidos Ficaram chateados com a pergunta! Afinal de conao colégio. O colégio é quem foi beneficiado em tas a freqüência se os professores estão dando aureceber os tablets, os professores recebem os ta- las tem de ser controlada e é obrigação da adminisblets como se fossem o colégio emprestando. Hou- tração de cada colégio (diretor, secretário e coordeve muitos questionamentos por que os mesmos não nadores) com ou sem Diário Eletrônico. foram cedidos diretamente ao professor! O interessante é que o Diário Digital sendo utilizado Muitos professores questionaram algumas cláusu- corretamente, os trabalhos de soma e contagem las do Termo de Cessão de Uso e alguns viram, das aulas dadas e também a soma e cálculo das nestas cláusulas, motivos suficientes para não rece- médias dos alunos desaparecem, e isso proporcioberem os Tablets (alguns não receberam). Entre as na um ganho de tempo razoável. Para quem já utilicláusulas onde houve protestos, por parte de al- za deste sistema, em escolas particulares, já sabe guns professores, na qual podemos citar: destas vantagens! CLÁUSULA TERCEIRA - DAS OBRIGAÇÕES DA CES- CLÁUSULA SEXTA - DA DEVOLUÇÃO SIONÁRIA Findo o prazo da cessão de direito de uso o CES2.6 Participar dos cursos de formação pedagógica SIONÁRIO deverá devolver o equipamento, descriQuando da entrega dos Tablets, aos professores, oferecidos pelos /SEED/CODIN/DITE e colocar em to na cláusula segunda deste termo. foi questionado por que eles não estavam embala- prática as metodologias e conhecimentos construídos (no caso individualmente). Só que os tablets dos / adquiridos. Embora o Termo de Cessão de Uso não diga explichegaram embalados com dez unidades em cada citamente quando o equipamento deverá ser devolcaixa e as caixas estavam ali na presença de todos! A alegação referente essa cláusulas é que se senti- vido, criou-se polêmica em relação à questão de ter A alegação é que violamos a embalagem! Quando am pressionados a usarem os tablets para uso pe- que devolver. Particularmente não acredito que o eu perguntei a esses mesmos professores se era dagógico! Estranhei a alegação, já que a distribui- MEC irá solicitar devolução do equipamento, salvo possível entregar esse equipamento individualmen- ção, deste equipamento, é uma tentativa de melho- a ocorrência de remoção ou exoneração do profeste sem violar as embalagens que vinham com dez rar a qualidade de ensino proporcionando acesso a sor. A questão é que os professores achavam que unidades em cada caixa! internet aos profissionais da educação (professores os equipamentos deveriam ser doados, aos profese pedagogos) e as exigências existente na cláusula sores, em vez de cedidos para uso! Falta de conhecimento de informática básica em questão está de acordo objetivo da compra e distribuição do equipamento! Antônio Carlos Vieira Constatamos que a deficiência e falta de conheciLicenciatura Plena- Geografia mento, dos professores, em relação as TICs CLÁUSULA QUINTA - DO PRAZO e-mail: [email protected] (Tecnologia da Informação e Comunicação) , uma O prazo da presente cessão é o período em que o grande parte expressiva, não tem conhecimento do professor estiver lotado na referida escola e freque seja a Rede de Acesso a Internet, que pode ser qüentando normalmente. EDUCAR - CULTURAonline BRASIL — todas as Quintas-Feiras — 20 horas Gazeta Valeparaibana JUNHO 2013 Página 11 Sociedade contra mas, a história nos fala sobre diversas mentes privilegiadas que grande legado deixaram para a sociedade. Mas, também nos mostra inúmeras que usaram essas suas faculdades de uma forma oportunista e manipuladora, que somente Toda a sociedade precisa de Leis mas, muitos colaboraram para o desmanche de valores e para mais que regras de ocasião, leis que se cumpram. o evoluir da violência, física e psíquica. Leis imparciais, rígidas e claras o suficiente de forma a que possam ser facilmente entendidas e Todo o ser humano é verdadeiramente apaixonarespeitadas por toda a sociedade, afim de que se do pela ideia de poder criar algo novo e que sua conviva em uma sociedade harmônica e feliz. No criação seja reconhecida aos olhos da sociedade, que tange à responsabilidade social dos Líderes, assim como também o fascina a crítica e em muinas disputas por espaço no processo democráti- tos casos também, infelizmente, a destruição. co, suas promessas teem que ser cumpridas e Ama a tese, a antítese e a síntese. No entanto aseu comportamento exemplar, pois somente as- qui, acho que o maior enfoque deveria ser dado à sim o respeito às normas será absorvido pela so- criatividade e a meu ver a critica deveria sempre ciedade. ser credenciada pelo conhecimento, pois somente Somente assim teremos uma sociedade capaz e assim, a critica poderia servir como uma mola prolivre onde seus cidadãos incentivados a exercer a pulsora da prosperidade individual, social e consequentemente do país e porque não, do Mundo. cidadania, o façam sem hesitação. SEM MEDO DE SER VERDADEIRO I numa direção firme rumo à construção de um mundo igual parta todos. A utopia existe precisamente para incentivar a realização. Não adiantam novas armas, mais prisões de segurança máxima, assistencialismos e outros afins se não tivermos a forte determinação de encarar de frente nossos erros e eliminarmos na raiz o foco de sua doença. Medidas paliativas não curam a doença. Não se cura o câncer com aspirina. Temos que encarar os males que afetam o mundo de uma forma radical, sem medo de sermos verdadeiros. Só extirpando o mal pela raiz poderemos eliminá-lo. Enquanto nos fixarmos na retórica somente estaremos adiando a solução. E, com esse adiamento estaremos ceifando vidas e aumentando o mal estar social. De Hitler a Getúlio Vargas muitas convicções se desvairam e a verdade de hoje não é mais a verdade de ontem. Milhares de consciência e vidas foram ceifadas ou perdidas por convicções hoje abomináveis. Seria muito bom para a humanidade, que essas mentes privilegiadas, que esses líderes, sempre se fizessem acompanhar do bom senso, conscientes de sua responsabilidade como veículos de interseção no capital social. Façamos então com que nossos discursos sejam Vaidades exacerbadas, finalidades obscurantistas reais e possíveis e, acima de tudo deixemos os valores sociais se sobreporem aos individuais e Somente assim, essa sociedade, livre e igualitária deveriam ser males que essas mesmas mentes isto no que tange a cidadãos ou a núcleos de ciem direitos e deveres, iguais para todos, poderá privilegiadas deveriam abominar. Hoje o mundo dadãos. ser uma sociedade de paz, respeitadora o sufici- clama por valores, por honestidade. ente para que o País possa se desenvolver de u- O mundo necessita sim evoluir e só evolui graças Sejamos suficientemente honestos para que nosma forma sustentável e harmônica. E essa harmo- à interferência dessas mentes, necessitando delas sos discursos não sejam descartados em curtos nia contagiará seus visinhos e por analogia o para regular o seu crescimento. Necessitando de- espaços de tempo. Que líderes e veículos de comunicação se empeMundo. O tal efeito dominó. las para sobreviver. Líderes mundiais não saíram de Marte e muito Os recursos naturais de nossa bolinha azul se tor- nhem com a verdade e neste mês que se comemenos da Lua, vieram de comunidades, se so- nam dia após dia mais escassos em virtude da mora o dia da Imprensa, nos lembremos de seu bressaíram no Estado e mudaram o mundo. interferência do homo sapiens. Assim, precisa o papel como formadores de opinião. Os Líderes políticos ou sociais teem acima de motivações pessoais de ter em conta o papel de exemplo que o são para essa sociedade, sua responsabilidade como formadores de opinião e de comportamento e, assim, a Lei, os não colocar acima da mesma Lei que rege a sua sociedade. De Nero a Getúlio umas bem, outras não tão bem intencionadas consciências, manipularam setores importantes da sociedade desta maravilhosa bola azul que recebeu o nome de Terra. No entanto, infelizmente este nosso querido Planeta não evoluiu tanto quanto poderia, porque as mal intencionadas consciências sempre anulam o construído pelas bem intencionadas, só não as aniquilando porque as bem intencionadas são mais sustentáveis e absolutamente desprovidas do modus operandi da destruição. Não existe maior crime que o crime de manipular consciências, seja com lavagens cerebrais através da religião ou da política que, com a velocidade da comunicação nos dias de hoje se propagam pelo mundo de uma forma rápida e horizontal. homem cada vez mais dessas mentes privilegiadas mas, conscientes, para que através da tecnologia e da mudança de paradigmas se faça operar uma mudança significativa de coexistência mais harmoniosa do homem com a bolinha azul. Ideal seria que nossos mídias adentrassem na casa de cada cidadão lhes levando conhecimento, educação e valores chamando a atenção de cada cidadão para a sua responsabilidade com o todo. “ Meu problema é o medo de ficar louco. Tenho que me controlar. Existem leis que regem a comunicação. A impessoalidade é uma condição. A separatividade e a ignorância são o pecado num sentido geral. E a loucura é a tentação de ser toContraditoriamente também, recentemente, apre- talmente o poder.” Clarisse Lispector sentou um relatório onde afirma que o mundo pro- De Nero a Dilma Rousseff, umas bem, outras não duz o suficiente para alimentar 17 bilhões de al- tão bem intencionadas consciências, manipularam mas. Lembro que somos apenas 7 bilhões, segun- e manipulam setores importantes da sociedade. do os últimos dados disponíveis, sejam eles credíveis ou não. Filipe de Sousa É a essas mentes que me refiro pois é mais apaFENAI 1142/09-J rente que o problema não está na produção e sim na distribuição. Recentemente a ONU lançou dois relatórios; um sobre a fome no mundo e outro aconselhando a ingestão de insetos como fonte altamente protéica. Todo o ser humano é verdadeiramente apaixonado pelo novo. Se apaixona ou se vai apaixonando por uma ideia e, os mais comunicativos e carica- Façamos então com que nossas palavras, nossos tos de alguma forma conseguem se sobressair na atos sejam avalizados por verdades e que as pasociedade em que vivem e até no Mundo. Nada lavras sejam as impulsionadoras de nossos atos, Numa sociedade movida à dinheiro e hipocrisia, encontramos pessoas propensas aos mais diversos rumos incluindo incluindo-se a devassidão. Cuidado com quem andas, pois tua companhia sumariza quem és. Não tenha medo de lutar pelo que acredita, apenas seja você, mesmo nos mais divergentes momentos que possam surgir. Fazendo isto, certamente afetará os que estão à tua volta que não gostam do que veem. Saberão fazer a triagem do joio e do trigo. Só tome cuidado com o lado com que ficará, pois uma escolha errada pode te afetar drasticamente. Pense no seu futuro. Sua escolha hoje, será o seu futuro amanhã. Seja feliz, haja com honestidade sempre. Mas acima de tudo, cuidado com o que te tornarás! Filipe de Sousa Programa: Noites de Domingo - Todos os Domingos ás 20 horas www.formiguinhasdovale.org /// CULTURAonline BRASIL /// http://www.culturaonlinebr.org Gazeta Valeparaibana JUNHO 2013 Página 12 Socializando O Senhor Boato Todo o mundo sabe que mentira tem perna curta mas, o boato não... Tem pernas e longas. de, dependendo de caras e bocas, dos gestos solenes, dos ternos caros, do ar e autoridade, do cabelo bem tratado e penteado, da sobrancelha direita bem erguida, da retórica empolada, da resposta que sempre começa com um “veja bem”. Mas a mentira, mesmo portadora dessa deficiência aniquiladora, é incrível como pode fazer extraordinários malabarismos e ainda se Devemos admitir caros leitores, dê bem no atraente mundo das que só é ingênuo quem quer. Com toda a certeza você sempre aparências. sabe quando o outro está mentinAnalisando bem, parece que o di- do. Mas, então, de onde vem atado popular, no que se refere à quela predisposição que nos leva mentira, não faz mais sentido nos a nos deixar enganar? Porque tedias de hoje. mos a tendência de fingir que aHoje quase não existe mais dife- creditamos? Pior... Acabamos por rença entre a verdade e a mentira. acreditar mesmo, passado algum Todas são velozes e eficientes, se tempo, depois de ver proliferá-la dirigidas por indivíduos ardilosos. tantas vezes. E, como sou um A grande verdade, a minha verda- perguntador atrevido, insisto: de, é que estamos rodeados de quem é que está mentindo mais, enormes mentiras. As mentiras você com seu fingimento, ou a proliferam de tal forma que já não mentira? cessidade de acreditar. E é disso que se valem os charlatões de plantão e os propagadores de boato. O boato, essa forma de mentira coletiva, corre rápido como vento. E o boato tem uma característica interessante. contece que o Senhor Boato tem o poder de transformar um mero fundo de verdade em uma autentica mentira, assim como induz uma simples nuvem de fumaça a assumir as proporções de uma explosão de refinaria de petróleo. O Senhor Boato é tão persuasivo que tem o poder de poder deixar você de mal com um familiar, com um grande amigo (a) ou com um vizinho. Pode fazer com que você fique trancado em casa por conta de uma bomba prestes a explodir. O Senhor Boato pode parar uma cidade, um estado, um País. Ninguém o consegue passar para a frente sem dar uma contribuição pessoal , sem aumentar um pouco a história ou a dramatização.. Sei que é um meio de participar do acontecimento, de gerar notícia, de quebrar rotinas, de engendrar uma grande e estimulante fofoca. O problema está em que geral- O Senhor Boato se propaga comente um boato nunca se espalha mo vírus de computador que ninde um jeito inofensivo. guém sabe de onde veio nem onNa maioria das vezes mostra-se de irá parar mas, no entanto caudestrutivo, pois usa ingredientes sa muitos estragos e temores. de crueldade, ou de medo, para Por isso os Senhores Boatos conque produza uma vibração inconti- ferem tanto poder a quem os esda, uma comoção que cresça e palha. são mais uma desonra mas, sim- Calma... Não precisa parar de ler abrace a todos. Filipe de Sousa plesmente argumentos que po- meu artigos. Fique, por favor... Me Sim, acredito que em todo o boaFENAI: 1142/09-J dem ser defendidos com novas dê uma chance de explicar. to há um que de verdade. Tammentiras. E, com isso, assumem É que já vivi o suficiente para per- bém conheço o ditado de que onimagem de exatidão e autenticida- ceber que somos vítimas da ne- de há fumaça há fogo. Mas, a- E SE O BOATO FOSSE VERDADEIRO? internet mas que possui celular… depósitos para um dos bolsistas Esta foi apenas uma amostra do parece mesmo que surgiu entre pode ter se espalhado qual rasti- que pode acontecer se…e parece eles mesmo. lho de pólvora e deu no que deu. que nos tornamos reféns de uma enorme camada da população Terá nascido da preocupação e da insegurança diante da evidente Agora, eu penso o seguinte: e se , que recebe um benefício que dediante da inflação que não cede , pois de uma década já deveria têinflação? do pibinho que não faz o milagre los tirado da miséria porque temPois os que recebem Bolsa- de criar empregos, da retração da porário, mas que se tornou perFamília não sobrevivem apenas indústria, da insegurança do in- manente, porque não veio acomdela, tem que completá-la nos su- vestidor externo e até da incle- panhado de educação , saúde, permercados. mência climática… se acabarmos profissionalização. Esta é a verdadeira central de bo- chegando a uma situação em que atos que a ministra quis imputar à estas benesses forem impossíveis Isso é o PT obrando. Realmente, um boato que se es- oposição! de serem repassadas aos benefiPor: Mara Montezuma Assaf palha somente entre a população Aventa-se que uma informação da ciários…eles colocarão o Brasil de interessada que não tem acesso à CEF de um possível atraso nos pernas para o ar destruindo tudo? ATENÇÂO A Gazeta Valeparaibana, um veículo de divulgação da OSCIP “Formiguinhas do Vale”, organização sem fins lucrativos, somente publica matérias, relevantes, com a finalidade de abrir discussões e reflexões dentro das salas de aulas, tais como: educação, cultura, tradições, história, meio ambiente e sustentabilidade, responsabilidade social e ambiental, além da transmissão de conhecimento. Assim, publica algumas matérias selecionadas de sites e blogs da web, por acreditar que todo o cidadão deve ser um multiplicador do conhecimento adquirido e, que nessa multiplicação, no que tange a Cultura e Sustentabilidade, todos devemos nos unir, na busca de uma sociedade mais justa, solidária e conhecedora de suas responsabilidades sociais. No entanto, todas as matérias e imagens serão creditadas a seus editores, desde que adjudiquem seus nomes. Caso não queira fazer parte da corrente, favor entrar em contato. [email protected] Rádio web CULTURAonline Brasil Prestigie, divulgue, acesse, junte-se a nós. A Rádio web CULTURAonline BRASIL, prioriza a Educação, a boa Música Nacional e programas de interesse geral sobre sustentabilidade social, cidadania nas temáticas: Educação, Escola, Saúde, Cidadania, Professor e Família.Uma rádio onde o professor é valorizado e tem voz e, a Educação e o Brasil se discute num debate aberto, crítico e livre, com conhecimento e responsabilidade! Acessível no link: www.culturaonlinebr.org Gazeta Valeparaibana JUNHO 2013 Página 13 Nossas crianças A violência na vida dos adolescentes e jovens A violência nas relações humanas O homem possui capacidades que o distinguem de todas as outras espécies, entre elas a de discernimento, que o permite julgar, apreciar, optar, tornando-o sujeito do processo histórico-social e dotado de um valor essencial: a liberdade. A grande questão é como entender o exercício dessa liberdade, levando em conta a liberdade de seu semelhante? E, nesta perspectiva, como avaliar uma ação violenta sob o prisma de uma quebra de um contrato entre duas partes? A violência na adolescência constitui matéria de reflexão de diversas áreas do saber. Quando dizemos que hoje em dia muito se fala sobre o assunto, isto não significa que só recentemente a violência passou a fazer parte de nosso cotidiano. É inegável que ao longo da História o fenômeno sempre esteve presente. Porém, dependendo das circunstâncias, os atos de violência podiam ser justificados em nome de uma causa maior ou considerados uma transgressão a ser punida. A história dos povos e da sociedade tem sido permeada por violações dos direitos Atualmente, a violência está de tal forma humanos, porque nela se observa, sedisseminada, assumindo as mais varia- gundo Veronese (1998), “...uma tendêndas formas, que se tornou quase impos- cia de se reprimir as necessidades das sível precisar suas causas e propor me- pessoas, dos agrupamentos humanos ou didas eficazes para sua extinção. Esta mesmo de povos inteiros”. Na medida questão se torna ainda mais complexa em que o homem é impedido de se dequando as agressões dirigem-se à popu- senvolver plenamente, dá-se início a um lação infanto-juvenil. A ação violenta en- processo de violência, que se pode mavolvendo crianças, adolescentes e jo- nifestar nas mais variadas formas, servens - em fase de crescimento e desen- vindo-se de diferentes meios. A violência volvimento - pode deixar seqüelas que atinge a integridade da pessoa, a sua os acompanham em sua vida adulta, im- moral e o seu corpo, em outras palavras, pedindo o sujeito de estabelecer para si atinge a estrutura psíquica mais profunda próprio critérios que lhe facultem o exer- do ser humano. cício de sua liberdade e o respeito pela liberdade alheia. O termo violência refere-se à vida de A violência contra crianças e adolescen- relação do ser humano: relação com o tes é bastante abrangente. Pode-se a- mundo, com os outros e consigo próprio. pontar um quadro de situações desfavo- Provém do latim vis, que comporta a idéiráveis como o abandono; o extermínio; a de ‘força’, ‘vigor’, ‘potência’, podendo os maus tratos; os abusos físico, sexual também designar o ‘emprego da força’. e psicológico; a exploração do trabalho De acordo com Dadoun (1998, pg. 10), infanto-juvenil; entre outros. Mas afinal “vis serve para marcar o ‘caráter por que nos dias de hoje violência e ado- essencial’, a ‘essência’ de um ser”. Nesta lescência apresentam um vínculo tão última acepção, é possível dizer que a forte? violência é algo inerente ao ser humano, É a questão que este capítulo procura ou seja, faz parte da natureza humana, o analisar. PRINCIPAIS CAUSAS DETEMINANTES DO AUMENTO DA VIOLÊNCIA E DA CRIMINALIDADE DE MENORES E O PAPEL DO POLÍCIAL-MILITAR. A falta de infra-estrutura das famílias e de apoio de programas que possam ajudar o menor, já nos primeiros dias de sua vida, é a carência básica de seu mais elementar direito, a alimentação. Isto já determina naturalmente o que será a criança em termos de funcionamento intelectual, vez que a subalimentação, a desnutrição na infância, comprovadamente, já o condena para o resto de sua vida a uma situação de inferioridade intelectual, que o levará fatalmente, a enfrentar dificuldades, que as crianças oriundas de famílias mais abastadas não enfrentarão. mante. Aliada a essa questão encontramos a prostituição infantil e adolescente, o uso de drogas, ingestão de cola, ausência de escolaridade, famílias sem qualquer tipo de planejamento, inchamento demográficos das grandes cidades, dando origem às favelas, tão nossas conhecidas, e que, na maioria das vezes, estão distribuídas próximas dos bairros ricos formando um cinturão que vem mantendo praticamente, no clausuro, essa outra camada da sociedade, que brada, que grita por liberdade e segurança. A criminalidade envolvendo a criança e o adolescente não se restringe apenas às famílias que sobrevivem na miséria, mas sobretudo àquelas que não sofrem desse mal. Vemos, hoje, com pesar, que a permissividade dos pais, que não impõe A questão social não é a única que mar- limites aos seus filhos, criam verdadeiros ginaliza essa camada da sociedade. Ao transgressores da lei e da ordem consticontrário outros fatores se fazem presen- tuída. tes, tais como a própria família da crian- A despreocupação com o futuro de seus ça, desemprego de seus pais, falta de pupilos permitindo-lhes ‘tudo’, desde jomoradia, mendicância, miserabilidade, gos, freqüência a boates, bares e lanchona verdadeira acepção da palavra. Como netes até altas horas da noite, as conscolorário, quase sempre os pais entre- tantes crises conjugais, o ócio, o tédio, a gam-se aos vícios, principalmente o álco- violência, as drogas, as imagens de teleol. Desenvolvem, a partir daí, verdadei- visão banalizando de forma explícita o ras sessões de horror com seus filhos e sexo em horários nobres, a igreja que para piorar, muitas vezes os violentam perdeu ao longo dos anos o seu papel sexualmente. junto da família, pois que busca, muito A televisão tem exaustivamente mostrado, em programas policiais, que inundam as tardes de todos os dias, que a violência dos pais, contra seus filhos, é alar- mais, sua promoção política do que promoção da alma de seus fiéis, tudo isso, por certo choca a criança, choca o adolescente que não conseguindo por sua que leva o referido autor a defender a tuação como violentas. Por que, na sociedade contemporânea, violência e adoidéia de um homo violens. lescência mantêm um vínculo tão forte? Em contrapartida, também se fala da violência como algo externo ao homem, A violência contra adolescentes e jovens algo que lhe é impingido, sendo que toda é mais visível hoje devido aos meios de resposta, mesmo que violenta, passa a comunicação, que são velozes em apreser vista como uma reação ou forma de sentar os fatos violentos, potencializando defesa, por parte do homem, às tentati- este fenômeno de forma tão negativa. vas de cerceamento de sua liberdade. Todavia, como observa Veronese (1998), Assim, por um lado fala-se do homem a violência tem sido de tal modo banalicomo agressor nato e, de outro, como zada, que a população acaba deixandose levar, cada vez mais, pela ação viovítima. lenta. O problema que ambas posições apresentam decorre do fato de se atribuir à A violência que deveria assombrar, conviolência uma essencialidade, em lugar duzindo a ações positivas, abrindo um de vê-la como um fenômeno que implica espaço de resistência para estimular atiuma relação. Não se trata de considerar tudes construtivas e não punitivas, acaba uma relação simples com papéis bem por tornar omisso o ser humano. E asdefinidos - o violentador e o violentado - sim, a indignação inicial dá lugar à passimas de pensar o que não funciona na vidade, ao descaso ou, no outro extremo, relação entre dois sujeitos, ou mesmo do pode conduzir a uma atitude sombria, de sujeito consigo próprio quando emerge revolta contra tudo e contra todos. uma situação de confronto, sem emitir, de modo apressado, juízos de valor. Po- Com tantos sofrimentos e mortes de adorém, quando se situa a violência em um lescentes e jovens, o futuro do nosso ou em outro pólo, a única preocupação país parece envolto em um imaginário de parece ser a de “conter”, ‘educar’ ou violência que revela um modelo social mesmo ‘reprovar’, sem se efetuar uma perverso. Situações antes consideradas reflexão maior sobre o que, num primeiro excepcionais passam a ser vistas como olhar, se presentifica com uma força ou corriqueiras: “coisas do cotidiano”. um vigor que pareça injustificado. Esta constatação pode nos levar aos Por um lado, fatores políticos, econômi- seguintes questionamentos: cos, sociais e culturais criam situações Que mundo queremos? em que a violência é perpetrada aos se- Que juventude estamos formando? Que res humanos, mas não se pode negar tipo de impacto a violência vem causanque o ser humano age com impulsivida- do nos corpos e nas mentes daqueles de em determinadas situações. Ou seja, que serão os adultos do Brasil do amanão é tão simples precisar a origem e os nhã ? motivos da violência. Nessa perspectiva, este fenômeno re- Por: Zilah Meirelles e Regina Herzog quer uma avaliação cuidadosa antes que se rotule um comportamento ou uma siimaturidade filtrar todas essas informações, acaba por absorvê-las, consumindo-as como se fossem o primado de nossa cultura. organizar a sociedade e buscar mais soluções. Deve envidar todos os esforços para desenraizar esse mal que ameaça destruir as crianças, jogando-as de vez, Se é verdade que o grande contingente, no poço da miséria humana. Isso é papel para não dizer a maioria, de menores do oficial que com sua liderança pode que cometem atos infracionais encon- organizar a sociedade. tram-se entre os de baixa renda, ou de As principais causas que determinam o nenhuma, comprovando que são o carro aumento da criminalidade infantil e adochefe da origem do aumento da criminali- lescente estão nos relatórios das polídade, pois que a sociedade hodierna não cias, nas manchetes dos jornais. Sem lhes reserva qualquer oportunidade, e dúvida alguma, em que pese os altos mesmo que lhes desse chance a sua níveis de pobreza e miséria, os prograprecária alimentação, ao longo dos anos, mas devem dirigir-se no sentido de retinão lhes permite competir ‘em pé de’ rar os menores das ruas encaminhandoigualdade com os que tiveram uma infân- os para os projetos já existentes, evitancia saudável. É verdade, também que a do-se, assim que fiquem mercê de crimiclasse social mais privilegiada enfrenta nosos que os organizam formando com os mesmo problemas, só que aos contrá- eles verdadeiras quadrilhas, aproveitanrio, pois esta combalida estrutura familiar do-se, destarte de sua inexperiência e às perdeu a autoridade para com os seus vezes inimputabilidade. Isso é papel que filhos que viraram vítimas de uma legião pode ser desempenhado pelo policialde miseráveis que estão à sua espreita e militar (principalmente do soldado de rácada vez mais aperta-lhes o cinto do hor- dio patrulha), que durante o seu turno de ror. serviço deve fazê-lo, encaminhando-o As estatísticas comprovam que o proble- para os programas existentes em seus ma se agrava a cada dia que passa. Ex- municípios, a fim protegê-los daqueles tirpar as causas não está nas mãos da que querem valer-se de sua miséria. Polícia Militar, no entanto não quer dizer que deva ficar inerte. O seu envolvimento, não só repressivo, é medida, hoje, absolutamente necessária. Um claro exemplo disse é o PROERD (Programa Educacional de Resistência às Drogas e a Violência), Projeto Formando Cidadão, um sucesso em todas as cidades onde foi implantado, mas não basta. É preciso Acredito, sinceramente, ser esse o nobre papel do policial-militar no combate as causas da violência e da criminalidade envolvendo menores. Comando Geral http://www.policiamilitar.pr.gov.br www.formiguinhasdovale.org /// CULTURAonline BRASIL /// http://www.culturaonlinebr.org Gazeta Valeparaibana JUNHO 2013 Página 14 Política e Políticas Democracia e Socialismo "O Filósofo, um artista, um homem de gosto, participa de uma concepção de mundo, possui uma linha consciente de conduta moral, contribui assim para manter ou para modificar uma concepção do mundo, isto é, para promover novas maneiras de pensar" Antonio Gramsci A palavra comunismo foi e ainda é para muitos motivo de medo. Devem de fato teme-lo os donos dos meios de produção, banqueiros especuladores, empresários avarentos, latifundiários, fazendeiros do agronegócio, afinal de contas todos eles odeiam a democracia, e o comunismo é a radicalização total do processo de socialização, não só da propriedade, mas também da política. Os trabalhadores, ao contrário, devem enxergá-lo como emancipação não só da classe operária, mas de toda a humanidade. Comunismo significa o fim da alienação, da exploração do homem pelo homem, das de- O que todos deveriam saber sobre política e “politicagem” A maioria das pessoas não tem uma noção muito clara de o que é política, por isso sempre se ouve a frase “política não se discute”. Para muitos a concepção de política é político corrupto, lavagem de dinheiro, atos ilícitos, mas isso não é política e sim “politicagem”, que em síntese é servir-se de artifícios políticos egoístas para beneficiar somente uma pessoa ou um pequeno grupo de pessoas interligadas. Política é um exercício de poder de um homem sobre outro homem, quando se busca utilizar do poder para defender os direitos de cidadania e do bem comum. Quando o político é eleito ele tem o dever de fazer algo que vá beneficiar a população, honrar as pessoas que o escolheram, pois quando são eleitos é como se recebessem uma procuração de representatividade e total liberdade para fazer escolhas em nome do povo. Os cidadãos obtiveram o direito de votar, de escolher quem seriam os sigualdades e da divisão social entre governantes e governados. Mas afinal qual o caminho a ser trilhado até esta sociedade? Quais os protagonistas desta luta? Quem são os seus inimigos? Em sua forma clássica pensada por Marx, o Comunismo seria a etapa final de um processo que sucederia o momento em que os operários ganhassem o poder estatal e aplicassem a “ditadura do proletariado”, ou seja, logo após um período socialista segundo o qual os trabalhadores a frente da nova ordem social gradativamente iriam eliminando os antagonismos sociais a ponto de abolir o Estado e a propriedade privada. Marx escreveu sua obra na Europa do século XIX, e como qualquer outro escritor era homem de seu tempo, e o próprio tinha em mente de que no futuro as formas de organização do comunismo deveriam ser repensadas. É fato que o comunismo não foi experimentado em nenhum país do mundo, na verdade, nem mesmo se chegou ao socialismo. As experiên- cias do Leste da Europa desprezaram a democracia política através da burocratização partidária do PCUS e seus satélites e desconsiderou os elementos consensuais como forma de estabilização do novo regime. O resultado foi a derrocada do mal chamado socialismo real e a construção de um mundo unipolar brutalmente hegemonizado pelo capitalismo. Não significa, contudo, que o comunismo desapareceu como ordem social alternativa. Ele reaparece através de uma nova etapa de luta política centrada numa construção cultural que dê as bases de sustentação de um mundo sem antagonismos sociais, o que Gramsci chamou de “reforma intelectual e moral” da sociedade. Esta reforma passa por uma batalha hegemônica dentro da sociedade civil, na formação de um espírito solidário, fraterno e coletivo, contrapondo o individualismo e o egoísmo do modo de produção capitalista. É dentro das escolas, das igrejas, da mídia, dos partidos políticos, dos órgãos difusores de ideologia e de livre associação, que caracteriza a moder- na sociedade civil é que vai se travar esta batalha. Os “aparelhos privados de hegemonia” (Gramsci) precisam ser hegemonizados pelos valores universais das classes subalternas, por isso a urgência de se concretizar reformas que golpeiem a ordem do capital e reverta a correlação de forças a favor das classes não proprietárias. Os inimigos continuam os mesmos, as classes subalternas se tornaram mais heterogêneas. São trabalhadores, mas também negros, mulheres, homossexuais, índios, desempregados, todos aqueles globalmente oprimidos pelo poder das corporações privadas da ordem capitalista. Se o mundo mudou, os comunistas também mudaram. Não pela utopia de um mundo mais humanizado, mas principalmente por sua estratégia que continua ainda nos dias de hoje incomodando a todos que vivem sob a exploração do trabalho alheio. representantes do povo. Com esse direito adquirido, todos devem ter consciência de que essas pessoas eleitas e escolhidas para representar a população, tanto na esfera federal, estadual como municipal, são obrigadas a agirem em primeiro lugar com respeito, porque o respeito que lhes é concedido deve ser recíproco. cos, tanto recursos financeiros, bens materiais e serviços públicos. Política deve ser exercida por pessoas capazes, sábias e responsáveis, porque com a política conseguimos grandes benefícios para a nação, estado ou município. nadas de política social, política de saúde, política de educação, política de economia, política de transportes entre outras. Política busca somente melhorias e bem estar para toda sociedade e não prejudicar. Deve-se ter a total clareza que corrupção não é polít ica e sim “politicagem”. Este é um ano de eleição e todos os eleitores devem escolher bem em quem vão votar, analisar com bastante tranquilidade quem realmente quer ver o benefício da sociedade, quem vai trabalhar para ajudar o povo, lutar pelos direitos dos cidadãos. O cidadão tem todo o direito de voto livre, não é obrigado a votar em quem lhe faz promessas falsas, ou quem lhe trata bem somente no ano de eleição, tem que ter uma clareza de todo o trabalho desse político, o que ele faz pela sociedade. E mesmo quando este estiver candidatando-se pela primeira vez, ele pode ser analisado pelos seus atos cíveis durante sua vida, se realmente é uma pessoa de bem, ou se está querendo candidatar-se com o propósito de achar que terá vida boa. “Politicagem” são atos inescrupulosos, que visam o benefício próprio e não a coletividade, são ações de politiqueiros que querem se dar bem às custas do povo. Há situações de corrupção constantes acontecendo na esfera política que não condizem com a responsabilidade que é dada aos representantes do povo. Acontecem muitos escândalos envolvendo políticos corruptos, pois estes aproveitam a oportunidade de estarem no poder e acham que podem fazer o que bem entendem como desviar dinheiro público para suas contas bancárias, cometer crime de nepotismo, fazer esquemas de compras ou obras superfaturadas para ganhar mais que os seus respectivos subsídios. Tudo isso porque acham que são os donos da razão, esquecendo que eles estão ocupando essas cadeiras porque foram escolhidos pela população que os julgaram aptos para exercer os mandatos para os quais foram escolhidos. O ato de se fazer uma coligação de partidos políticos diz respeito a uma boa política, tendo em vista que através dessas coligações partidárias os governantes podem trazer grandes benefícios à população, pois grandes ações são indispensáveis para alcançar a legitimidade e suporte governamental em busca de eficácia. Por trás de uma grande política deve haver uma boa governabilidade que significa a participação dos diversos setores da sociedade nos processos decisórios que dizem respeito às ações dos poder público. A governabilidade refere-se à competência do governo em diagnosticar problemas cruciais e estabelecer as políticas apropriadas ao seu enfrentamento. Diz respeito também à habilidade governamental de viabilizar os meios e os recursos necessários ao cumprimento dessas políticas, destacando, além da tomada de decisão, os problemas vinculados ao processo de implementação. Por fim, estreitar a vinculação da tomada de decisão com capacidade de liderar o Estado, sem tornar as decisões ineficazes. Política é algo sério, não apenas para ser lembrada em época de eleição, mas sim, a todo o momento, pois ela é a grande protagonista da história e veio para melhorar e beneficiar a população. São os políticos eleitos que cuidam dos bens públi- A política é bem abrangente, pois em todos os lugares existe política até mesmo dentro de casa, quando se tem um chefe de família que administra a casa e alguém para ser administrado; a sociedade é constituída por várias políticas que são denomi- Autora: Emily Sabrina Machado Portanto, há um grande abismo de dif erenças entre política e “politicagem”, pois ambas não dizem respeito aos mesmos atos, enquanto uma trata de algo que institua boa conduta, razão, responsabilidade e respeito para com quem a contempla como uma ciência da organização de direção e administração, a outra infringe os princípios legais da administração pública fazendo com que as pessoas não acreditem mais na honestidade dos políticos. CONTATOS: 055 12 9114.3431 - Emails: CONTATO: [email protected] - patrocí[email protected] Gazeta Valeparaibana JUNHO 2013 Página 15 Sociedade Adolescentes e jovens: entre perpetradores e vítimas Falta de preparo, estrutura organizacional deficitária, modelo econômico concentrador e excludente, situação de pobreza; todos estes fatores têm uma importância fundamental na análise da situação com que nos defrontamos nos dias de hoje. Acrescente-se a isso as transformações vertiginosas que vêm ocorrendo em todos os setores da sociedade: a questão da globalização, por exemplo, suscita, entre os profissionais de várias áreas, uma discussão acalorada sobre o futuro da sociedade e, mais especificamente, do adolescente. dolescente, de uma busca de singularidade, busca que comporta uma ambigüidade. Estamos habituados a considerar o adolescente como um transgressor em virtude de sua recusa em aceitar normas e limites. Parafraseando uma velha canção, diz-se que o adolescente é “um rebelde sem causa”. Estas designações não são destituídas de sentido se entendemos este processo como uma busca de singularidade. Contudo, tornam-se problemáticas quando o sentido dado tem um caráter negativo. O adolescente não se fixa em nenhum modelo, acompanhando com aparente facilidade as mudanças que ocorrem no mundo. É esta aparente labilidade emocional que faz com que o adolescente seja percebido pela sociedade como alguém sem um papel definido, em última análise, como um irresponsável de quem muito se exige e, para quem, pouco se concede. Mesmo que não seja preconceituosa, esta designação deixa implícita a necessidade de medidas educativas que, na maior parte das vezes, não levam em conta a labilidade emocional como constituinte do próprio processo em que se encontra inserido o adolescente, além de ser de fundamental importância em sua busca de identidade. Aqui cabe uma ressalva: apesar da pertinência de considerações de caráter social, econômico e político, que levam a uma intensificação da violência na adolescência, não podemos dizer que as sociedades mais “justas” se encontrem livres desta questão, ou mesmo, que tenham a questão sob controle. Se olharmos para a nossa própria realidade, vamos nos deparar com situações de vio- As medidas educativas têm como objetilência na população adolescente de clas- vo maior adaptar o adolescente à realidade, tornando-o responsável e propicise média e alta. ando a inserção no universo adulto. Dois Por exemplo, o caso do grupo de adoles- aspectos merecem consideração: em centes em Brasília que ateou fogo no primeiro lugar, a grande contradição é índio Galdino, da tribo Pataxó. Casos que o que se denomina como realidade como este nos obrigam não a relativizar comporta um elevado grau de violência os aspectos sócio-econômicos, mas in- social. Na prática, é como se alguém dagar o que há para além deles, ou jun- ordenasse ao adolescente que aprenda tamente com eles, que possa nos ajudar a conviver em sociedade segundo detera compreender melhor a questão da vio- minadas regras, sendo-lhe oferecido colência na adolescência. mo modelo uma sociedade onde o que Por outro lado, o reconhecimento da ca- impera é uma ausência de referências. tegoria “adolescência” pela sociedade é Em segundo lugar, a tarefa de educar, recente. Até então, dividia-se o desenvol- formar um adolescente, exige que se vimento humano entre infância, maturi- tenha presente não só sua capacidade dade e velhice, ficando o adolescente de aprender mas, fundamentalmente, ora identificado com a criança, ora com o seu potencial afetivo, principal condição adulto. Neste sentido, só há pouco tem- para que o adolescente estabeleça laços po o adolescente passou a ter um lugar que possibilitem, no futuro, uma inserção na sociedade e podemos dizer que, en- mais criativa na sociedade. quanto a violência, na atualidade, se alastrou, perdendo uma determinada cir- Uma saída seria conscientizar a populacunscrição, em contrapartida o adoles- ção adulta a ocupar, com mais propriecente passou de direito a ocupar um lu- dade, este lugar de modelo com o qual o gar na sociedade. Cabe perguntar que adolescente deveria identificar-se. Tratase de uma proposta pertinente, mas a lugar é esse. desigualdade que se acentua cada vez Nas transformações vertiginosas que mais dificulta a viabilização de tal projeto. caracterizam os tempos atuais, a socie- Apesar disso, não devemos desistir da dade parece ter perdido referências fun- empreitada. damentais para o convívio social, que lhe permitiam legislar e estabelecer modelos A questão da violência é de tal complexidade que leva aqueles que se dedicam de justiça, igualdade e fraternidade. ao tema a distinguir suas variadas forA sensação de desterritorialização, de mas de apresentação a partir dos aspecuma ausência de certezas sobre si pró- tos que conformam determinadas situaprio e sobre o mundo, de falta de pers- ções. Assim, por exemplo, podemos falar pectivas futuras,é tão intensa que o ser de violência urbana para mostrar como humano tem dificuldade de sustentar um crescimento desordenado das cidaseus valores e passar para as novas ge- des propicia a violência; ou de violência rações um sentido para a vida. De certo intradomiciliar, procurando circunscrever, modo este quadro acaba estabelecendo no convívio familiar, as causas da violênum solo fértil para o agravamento da si- cia. tuação de violência. Ações sociais e políticas nas áreas do Numa definição, bem simples, a adoles- trabalho, da saúde e da educação certacência se caracteriza por um período de mente reduzem os conflitos existentes. grandes transformações biopsicossoci- Devemos ter presente que normas, preais. O que marca este processo é uma ceitos e leis não são instituídos de modo busca de identidade que, paradoxalmen- independente da própria sociedade. te, se pretende distinta, diferente de tudo Quando o que se denomina violência se que esteja instituído. Talvez seja mais caracteriza por um excesso ou um desviapropriado dizer que se trata, para o a- o daquilo que é a norma, corre-se o risco adolescente, atitudes violentas na medide forçar a obediência a leis que, muitas da em que se sente respaldado por seu próprio grupo. vezes, estão a serviço de uns poucos. Com relação à necessidade de escutar as reivindicações afetivas do adolescente, podemos detectar nas situações de violência (urbana, intradomiciliar, social e outras) a ausência deste aspecto. Conforme assinalamos acima, violência significa ‘força’, ‘potência’, ‘vigor’, palavras que certamente servem para definir a adolescência. Isto porque, se podemos detectar no adolescente uma labilidade emocional, não podemos esquecer que ela expressa, antes de tudo, sua potência para investir sua emoção, mesmo que momentaneamente, em tudo o que faz e em todos com quem lida. A liberdade, para o adolescente, diz respeito à possibilidade de deixar fluir seu afeto. Longe de ser negativo, o que se chama de irresponsabilidade tem muito mais a ver com o fato de que esta força afetiva ainda não encontrou onde se fixar. Neste quadro todas as normas, preceitos, limites impostos são vivenciados pelo adolescente como impeditivos da expressão de seus anseios e desejos. Na medida em que esses anseios e desejos são difusos, a busca se torna desordenada, visando tão somente a uma satisfação imediata. Em sua relação com o mundo, com os outros e consigo próprio, nenhum critério de avaliação é levado em conta. Para ele, pensar, ponderar, aguardar uma ocasião mais propícia são palavras vazias e toda ação precede a avaliação, fazendo com que a satisfação momentânea de seus desejos acabe por acarretar um conflito. Esta situação é paradigmática do que se caracteriza como violência social. O ser humano está inserido num universo onde a relação entre os pares é vital. Ou seja, é fundamental que no processo de desenvolvimento o adolescente estabeleça laços sociais que lhe permitam fazer parte de um grupo. Se ele não encontra um espaço no seio da família, certamente irá procurar em outros lugares. Na atualidade, o modelo com o qual o adolescente irá se identificar está tão destituído de referências seguras, tão banalizado em termos de quaisquer valores, que se torna difícil forjar sua própria identidade. Além do mais, o social implica, por definição, uma renúncia de satisfação imediata na medida em que é preciso levar em conta o outro. Se não é fácil para o ser humano, de uma forma geral, concordar em abrir mão da satisfação imediata, para o adolescente, que se vê e se sente como ‘dono do mundo’, esta tarefa é muito mais árdua. Nesta dimensão, as exigências da vida em sociedade são percebidas, pelo adolescente, como uma violência. A formação do adolescente precisa considerar que a própria construção da identidade pressupõe que um outro - os pais, os educadores, a sociedade - funcione ao mesmo tempo como agente propiciador (modelo) e como aquele que impõe limites. Exercer este duplo papel requer, antes de tudo, sensibilidade. Por outro lado, sabemos que aquele que serve de modelo também tem uma expectativa em relação ao adolescente. E esta expectativa pode estar comprometida com os próprios ideais do adulto, sonhos irrealizados, desejos frustrados, impedindo, muitas vezes, o adolescente de dar voz a seus anseios. Em outras palavras, o impulso para a realização de um desejo é de tal intensidade que torna difícil, para o adolescente, levar em conta a realidade. Por este motivo, toda análise sobre a questão da violência, em suas várias modalidades urbana, social, intradomiciliar, institucioSe esta atitude não é devidamente dinal -, e que envolve a adolescência, deve mensionada, certamente podemos estar dar relevo ao aspecto afetivo constituinte diante de uma relação que se configura de sua formação. como violenta. Deste modo, se por um Conforme sublinhamos acima, o proces- lado é bastante difícil para o adulto exerso de busca de uma identidade comporta cer este duplo papel, por outro o trabalho uma ambigüidade, pois se nos referimos do adolescente também não é simples. à necessidade de o adolescente se dis- O vigor que o adolescente imprime, em tinguir entre os demais, verificamos, em sua busca de identidade, vai exigir que contrapartida, que uma das característi- este processo de identificação com o cas mais marcantes é sua identificação outro não implique uma destruição de si. com grupos de sua faixa etária ou, segundo seus próprios termos, o pertenci- A violência se caracteriza por uma relamento a sua “tribo”. Nesta identificação ção onde se verifica uma quebra de conocorre um apagamento das diferenças e trato entre duas partes. Na questão da uma idealização sem crítica daquele ou adolescência, outro fator se soma a isso: daqueles que dentro das “tribos” são os trata-se do aspecto afetivo que permeia “mais bem sucedidos”, segundo a pers- suas relações e que, no processo de busca de identidade, precisa ser levado pectiva do adolescente. em consideração. Se por um lado esta situação corresponde a um processo normal de desenvolvi- Por: Zilah Meirelles e Regina Herzog mento, também pode derivar de dificuldades emocionais no espaço familiar. LEIA MAIS NA PÁGINA 13 Quando a falta de habilidade da família em lidar com o adolescente e as próprias dificuldades de ordem econômica despertam nos pais um comportamento agressivo, o conflito de gerações dificulta o adolescente a enxergar em casa um modelo com o qual possa se identificar. Aí ele se volta para sua “tribo”. O que se depreende da fala dos adolescentes é uma carência afetiva que acabará por comprometer seu desenvolvimento. Além disso, uma situação como esta também pode gerar, da parte do NOSSAS CRIANÇAS PAGINA 13 www.formiguinhasdovale.org /// CULTURAonline BRASIL /// http://www.culturaonlinebr.org JUNHO - Festas Juninas - Nossas Tradições - Vamos curtir... Sustentabilidade Social e Ambiental - Educação - Reflorestamento - Desenvolvimento Sustentável - Cidadania Edição nº. 67 Ano VI - 2013 que representasse as suas festas Comunidades Portuguesas. Até ao tradicionais e municipais. 25 de abril de 1974, celebra-se a O 10 de Junho começou a ser par- 10 de junho o Dia de Camões, de t icu la rm e n t e e xa l t a d o co m Portugal e da Raça. A partir da Reo Estado Novo, o regime instituído volução dos Cravos, a comemoraem Portugal em 1933 sob a direc- ção ganhou uma nova dimensão. ção de António de Oliveira Salazar. Foi a partir desta época que o dia de Camões passou a ser festejado a nível nacional. A generalização O Dia de Portugal, de Camões e dessas comemorações deveu-se das Comunidades Portuguesas, bastante à cobertura dos meios celebrado a 10 de junho, é o dia de comunicação social.1 em que se assinala a morte Durante o Estado Novo, o 10 de de Luís Vaz de Camões em 1580, Junho continuou sendo o Dia de e também um feriado nacional Camões. O regime apropriou-se de de Portugal. Este feriado foi adeterminados heróis da república, daptado pela Igreja Católica no não no sentido laico que os repupaís como Dia do Santo Anjo da blicanos pretendiam, mas num Guarda de Portugal. sentido nacionalista e de comemoDurante o regime ditatori- ração coletiva histórica e propaal do Estado Novo de 1933 até gandística. à Revolução dos Cravos de 25 Até ao 25 de Abril de 1974, o 10 de de abril de 1974, era celebrado Junho era conhecido como o Dia como o Dia da Raça. de Camões, de Portugal e da RaNa sequência dos trabalhos legis- ça, este último epíteto criado por lativos após a Proclamação da Re- Salazar na inauguração do Estádio pública Portuguesa de 5 de Outu- Nacional do Jamor em 1944. A bro de 1910, foi publicado partir de 1963, o 10 de Junho torum decreto em 12 de Outu- n o u - s e n u m a h o m e n a g e m bro estipulando os feriados nacio- às Forças Armadas Portuguesas, nais. Alguns feriados foram elimi- numa exaltação da guerra e do ponados, particularmente os religio- der colonial. sos, de modo a diminuir a influência social da igreja católi- Com uma filosofia diferente, a Terceira República converteu-o ca e laicizar o Estado. no Dia de Portugal, de Camões e Neste decreto ficaram consignados das Comunidades Portugueos feriados de 1 de Janeiro, Dia da sas em 1978. Desde o ano 2013 a Fraternidade Universal; 31 de Ja- c o m u n i d a d e autônoma neiro, que evocava a revolução fa- da Extremadura espanhola festeja lhada do Porto, e portanto foi con- também este dia. sagrado aos mártires da República; 5 de Outubro, Dia dos heróis O 10 de Junho da República; 1 de Dezembro, o Dia de Portugal, de Camões e das Dia da Autonomia (Restauração da Comunidades Portuguesas. Nesta Independência) e o Dia da Bandei- data, assinala-se a morte do poeta ra; e 25 de Dezembro, que passou Luís de Camões e enaltecem-se os a ser considerado o Dia da Famí- feitos passados do povo portulia, laicizando a festa religio- guês. E recorda-se o enorme Ray Charles, que morreu a 10 de junho sa do Natal. O decreto de 12 de Junho dava de 2004. Já em 1924, Giacomo Matteotti, deputado e secretário-geral do Partido Socialista Italiano, é por um grupo fascista. Destaque ainda para uma perda irreparável, nas Artes, com a morte de Ray Charles, A origem do Dia de Portugal en- em 2004. contra-se nos trabalhos legislativos A NATO anuncia a 10 de junho de após a Proclamação da República, 1999 o fim dos bombardeios aéa 5 de outubro de 1910. Um decre- reos contra a Jugoslávia, após 79 to que definia os feriados nacionais dias de ataques. A ONU autoriza o é publicado, sendo que alguns feri- movimento da força internacional ados religiosos são eliminados, pa- para o Kosovo e a criação de uma ra reduzir a influência social da I- administração interina para o terrigreja Católica e na criação de um tório. Estado laico. Nasceram neste dia Jacques MarLuís de Camões assumia-se como um génio da Pátria, sendo que os republicanos atribuíam enorme importância ao 10 de junho, dia da morte do poeta. Curiosamente, a celebração da República tinha um cariz mais municipal. Este dia acabou por representar um modo de invocar as glórias camonianas. quette, missionário jesuíta e explorador francês (1637), Gustave Courbet, pintor francês (1819), Theodor Philipsen, pintor dinamarquês (1840), Pierre Duhem, físico francês (1861), Frederick Cook, explorador polar e psiquiatra norteamericano (1865) e Judy Garland, cantora e atriz norte-americano O 10 de junho começa por ser par- (1922). ticularmente exaltado com o Esta- Morreram neste dia ‘Alexandre, o do Novo e o Dia de Camões pas- Grande’ (323 aC), Luís Vaz de Casou a ser festejado a nível nacio- mões, poeta português (1580), Annal. No entanto, ao contrário dos dré Marie Ampère, físico e materepublicanos, que pretendiam um mático francês (1836), Antoni GauEstado laico, Salazar quis que Ca- dí, arquiteto espanhol (1926), mões fosse símbolo nacionalista e Spencer Tracy, ator nortepropagandístico. americano (1967), George Wells Antes da Revolução dos Cravos, Beadle, cientista norte-americano, 10 de Junho era o ‘Dia de Camões, Nobel da Medicina (1989) e Ray de Portugal e da Raça’ (este último Charles, cantor e pianista norteepíteto criado por Salazar na inau- americano (2004). guração do Estádio Nacional,em 1944). A partir de 1963, esta data tornou-se também numa forma de homenagear as Forças Armadas. A Terceira República converte a celebração, em 1978, para ‘Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas’. A viagem pela história do 10 de junho começa em 1776, nos EUA. O Congresso de Filadélfia aprova a Declaração de Independência dos estados da união, neste dia. Em a i n d a a p o s s i b i l i d a d e d e A data da morte de Luís Vaz de Inglaterra, realiza-se neste dia, em os municípios e concelhos (Municí Camões, em 1580, deu origem ao 1829, a primeira regata entre Oxpios) escolherem um dia do ano Dia de Portugal, de Camões e das ford e Cambridge. CONTATOS: 055 12 9114.3431 - Emails: CONTATO: [email protected] - patrocí[email protected]