PROJETO REDAÇÃO E INTERPRETAÇÃO Tema 3
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PROJETO REDAÇÃO E INTERPRETAÇÃO Tema 3
ENSINO MÉDIO – 1ª E 2ª SÉRIES ENSINO MÉDIO PROJETO REDAÇÃO E INTERPRETAÇÃO Nome: __________________________________________ N.o: ____ Turma: ______ Professor(a): Monique Unidade: Cascadura Mananciais Data: ____/____/2015 Méier Taquara Resultado / Rubrica Tema 3 – 2º Bimestre Texto I “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à saúde, à alimentação, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, crueldade e opressão”. Artigo 227, Constituição da República Federativa do Brasil Texto II (...) Esquina da Avenida Desembargador Santos Neves com Rua José Teixeira, na Praia do Canto, área nobre de Vitória. A.J., 13 anos, morador de Cariacica, tenta ganhar algum trocado vendendo balas para os motoristas. (...)“Venho para a rua desde os 12 anos. Não gosto de trabalhar aqui, mas não tem outro jeito. Quero ser mecânico”. A Gazeta, Vitória (ES), 9 de junho de 2000. Texto III Texto IV Entender a infância marginal significa entender porque um menino vai para a rua e não à escola. Essa é, em essência, a diferença entre o garoto que está dentro do carro, de vidros fechados, e aquele que se aproxima do carro para vender chiclete ou pedir esmola. E essa é a diferença entre um país desenvolvido e um país de Terceiro Mundo. Gilberto Dimenstein. O cidadão de papel. São Paulo, Ática, 2000. 19a. edição. Texto V Desilusão: crianças do abandono Crianças são semeadas São sêmen-tes plantadas, No seio materno da existência Brotam-se da água, da natureza Do amniótico liquido prover. Inauguram-se na vida... Com a missão, à obrigação factual, De ser o elo da própria continuidade Em sua carente fragilidade, Precisa do abraço terno, provedor A lhe criar raízes e através delas A crescer, se desenvolver, Se fortificar, se tornar arvore, De boa sombra frutífera Mas nesse mundo injusto e cruel... São lançadas a própria sorte... Aos ventos do acaso, a sofrer na pele O estado vergonhoso da miséria e injustiças, Do brutal desumano, que lhes rejeitam. São filhos da fome, da solidão, Dos medos, da injusta miséria, Habitam sob as marquises, Sobrevivem dos semáforos, Alimentam-se de líquidos solventes Desmoronam-se na fumarada dos craques São marcadas na alma, Pelos açoites das tragédias E se perguntam o porquê... Vão ao abandono abrir feridas Pútridas dos sentimentos, da não resposta Que com o tempo, criam crostas, arestas... Que viram espinhos, cacos de vidros, Estiletes, revólveres, armas De dois gumes, a ferir, matar e ou morrer. São troféus gerados das desilusões... Do moldado caráter, pelos infortúnios. Condenam-se à convicção do instinto De perder a cruel lucidez Toxicada, alucinada, no torpor De suas carências e revoltas, Pelas feridas que sangram ...A ingratidão da vida. Lufague. FONTE: http://www.lusopoemas.net/modules/news/article.php? storyid=102105 Texto VI De quem são os meninos de rua? Eu, na rua, com pressa, e o menino segurou no meu braço, falou qualquer coisa que não entendi. Fui logo dizendo que não tinha, certa de que ele estava pedindo dinheiro. Não estava. Queria saber a hora. Talvez não fosse um Menino De Família, mas também não era um Menino De Rua. É assim que a gente divide. Menino De Família é aquele bem-vestido com tênis da moda e camiseta de marca, que usa relógio e a mãe dá outro se o dele for roubado por um Menino De Rua. Menino De Rua é aquele que quando a gente passa perto segura a bolsa com força porque pensa que ele é pivete, trombadinha, ladrão. Ouvindo essas expressões tem-se a impressão de que as coisas se passam muito naturalmente, uns nascendo De Família, outros nascendo De Rua. Como se a rua, e não uma família, não um pai e uma mãe, ou mesmo apenas uma mãe os tivesse gerado, sendo eles filhos diretos dos paralelepípedos e das calçadas, diferentes, portanto, das outras crianças, e excluídos das preocupações que temos com elas. É por isso, talvez, que, se vemos uma criança bem-vestida chorando sozinha num shopping center ou num supermercado, logo nos acercamos protetores, perguntando se está perdida, ou precisando de alguma coisa. Mas, se vemos uma criança maltrapilha chorando num sinal com uma caixa de chicletes na mão, engrenamos a primeira no carro e nos afastamos pensando vagamente no seu abandono. Na verdade, não existem meninos DE rua. Existem meninos NA rua. E toda vez que um menino está NA rua é porque alguém o botou lá. Os meninos não vão sozinhos aos lugares. Assim como são postos no mundo, durante muitos anos também são postos onde quer que estejam. Resta ver quem os põe na rua. E por quê. (...) Quem leva nossas crianças ao abandono? Quando dizemos “crianças abandonadas”, subentendemos que foram abandonadas pela família, pelos pais. E, embora penalizados, circunscrevemos o problema ao âmbito familiar, de uma família gigantesca e generalizada, à qual não pertencemos e com a qual não queremos nos meter. Apaziguamos assim nossa consciência, enquanto tratamos, isso sim, de cuidar amorosamente de nossos próprios filhos, aqueles que “nos pertencem”. Mas, embora uma criança possa ser abandonada pelos pais, ou duas ou dez crianças possam ser abandonadas pela família, 7 milhões de crianças só podem ser abandonadas pela coletividade. Até recentemente, tínhamos o direito de atribuir esse abandono ao governo, e responsabilizá-lo. Mas, em tempos de Nova República*, quando queremos que os cidadãos sejam o governo, já não podemos apenas passar adiante a responsabilidade. (COLASANTI, Marina. A casa das palavras. São Paulo: Ática, 2002. Adaptado.) * Nova República: termo usado à época em que a crônica foi escrita (1986) para designar o Brasil no período após o fim do regime militar. PROPOSTA DE REDAÇÃO A coletânea de textos desta proposta trata, de diferentes maneiras, da situação de rua de crianças e adolescentes. Elabore, com base nos textos da coletânea desta proposta e de seus conhecimentos, um texto dissertativo-argumentativo, em prosa, com no mínimo 20 e no máximo 30 linhas, no qual discuta o tema O direito de crianças e adolescentes: Como enfrentar esse desafio nacional?. Utilize a norma padrão da língua e atribua um título à sua redação. INSTRUÇÕES • O texto a ser entregue deve ser escrito à caneta. • O texto não deve exceder o número máximo de linhas estipulado. • A redação que apresentar cópia dos textos desta proposta ou de qualquer outra fonte terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que: • Tiver até 10 linhas escritas, sendo considerada “insuficiente”. • Fugir ao tema. • Não atender ao tipo dissertativo-argumentativo. • Apresentar ideias que desrespeitem os direitos humanos. • Apresentar parte do texto deliberadamente desconectada com o tema proposto. • Configurar plágio, ou seja, cópia de texto de outrem, seja qual for a fonte.