Apostila TBD - 2013

Transcrição

Apostila TBD - 2013
@jjuniorbji
MANUAL DE TREINAMENTO BÁSICO DE DIRETORIA
I ADIR REGIONAL
Associação
Rio Fluminense
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DESBRAVADORES, ANUNCIANDO A GRANDE ESPERANÇA
Com o objetivo de fortalecer o evangelismo da igreja foi escolhido para o ano
de 2012 o tema “A Grande Esperança ”. E, sem dúvida o Clube de Desbravadores é
um dos grupos que tem maior potencial nos relacionamentos. Vamos nos envolver
neste projeto e desfrutar dos seus benefícios como igreja, como clube e como
desbravadores a serviço do Rei.
É preciso fortalecer a visão de Comunhão e Missão; envolver o desbravador
em um projeto missionário desafiador; unir o clube em uma campanha, destacar a
palavra esperança, que é a marca da Igreja Adventista do Sétimo Dia; testemunhar,
de maneira mais abrangente, para levar muitas pessoas a Jesus e apressar sua
vinda, buscando alcançar as “Multidões, multidões no vale da decisão! Porque o dia
do Senhor está perto...” Joel 3:14.
Movimento de massa
“Viam-se centenas e milhares visitando famílias e abrindo perante elas a
Palavra de Deus. Os corações eram convencidos pelo poder do Espírito Santo, e
manifestava-se um espírito de genuína conversão. Portas se abriam por cada parte
à proclamação da verdade. O mundo parecia iluminado pela influência celeste” Ellen
White, Serviço Cristão, 42.
Obra urgente
“Cada dia o tempo de graça de alguém se encerra. Cada hora alguns passam
para além do alcance da misericórdia. E onde estão as vozes de aviso e rogo,
mandando o pecador fugir desta condenação terrível? Onde estão as mãos
estendidas para o fazer retroceder do caminho da morte? Onde estão os que com
humildade e fé perseverante intercedem junto a Deus por ele?” Ellen White,
Patriarcas e Profetas, 140.
Envolvimento de todos
“Todo seguidor de Jesus tem uma obra a fazer como missionário de Cristo, na
família, na vizinhança, na vila ou cidade em que reside.” Ellen White, Serviço
Cristão, 18.
Treinamento Básico de Diretoria – ARF
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Ação concentrada
“Tem de haver uma ação concentrada. Temos que conjugar esforços...” Ellen
White, Serviço Cristão, 75.
Apresentação de uma mensagem especial
“Fazei ressoar o alarme. Dizei às pessoas que o dia do Senhor está perto, e
apressa-se grandemente. Ninguém fique sem ser advertido... Não temos tempo a
perder.” Ellen White, Evangelismo, 218.
Entrega de literatura
“Pastores e o povo devem empenhar-se na circulação de livros, panfletos e
folhetos, como nunca antes.” Testemunhos para a Igreja, vol. 1, 690.
O DESAFIO DE TER TODOS ENVOLVIDOS
“Quando amplos planos estiverem sendo feitos, grande cuidado deve ser
tomado para que cada ramo da causa esteja harmoniosamente unido a outro,
formando assim um todo perfeito.” Ellen White, Testemunhos para a Igreja, vol. 5,
726.
Dentro desta visão; cada região, clube, cada unidade e cada desbravador têm
seu desafio e oportunidade de participar, envolvendo-se no programa de Deus e
tornando-se um Amigo da Esperança.
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SUMÁRIO
1 APELO URGENTE POR REAVIVAMENTO, REFORMA, DISCIPULADO E
EVANGELISMO ...................................................................................................................7
1.1 A PROMESSA DE CRISTO À SUA IGREJA DO NOVO TESTAMENTO ........... 7
1.2 A PROMESSA DE CRISTO PARA A IGREJA DO TEMPO DO FIM .................. 8
1.3 NOSSA GRANDE NECESSIDADE: REAVIVAMENTO E REFORMA ................ 9
1.4 COMPROMISSO E APELO ................................................................................10
2 DESBRAVADORES – ESCOLA DE EDUCAÇÃO COMPLETA .................................. 13
2.1 A COMISSÃO DA IG REJA .................................................................................14
2.2 A COMISSÃO EXECUTIVA ................................................................................14
2.3 A DIRETORIA DO C LUBE..................................................................................15
3. FORMAÇÃO MORAL .................................................................................................... 17
3.1. A PSICOLOGIA DA CRIANÇA .......................................................................... 17
3.2. CONSELHOS GERAIS AOS DIRETORES .......................................................18
3.2.1 Programa semanal sugestivo .............................................................18
3.2.2 Instrução e disciplina .......................................................................... 19
3.2.3 Reunião de pais ....................................................................................19
4 O MINISTÉRIO DO CLUBE DE DESBRAVADORES...................................................21
4.1 COMO ORGANIZAR UM CLUBE DE DESBRAVADORES .............................. 21
4.2 POR QUE FORMAR UM CLUBE? ..................................................................... 22
4.3 QUEM PARTICIPA? ............................................................................................24
4.4 ONDE REALIZAR AS REUNIÕES? ................................................................... 24
4.5 O QUE FAZER? .................................................................................................. 25
4.6 PASSOS PARA SE ORGANIZAR UM CLUBE DE DESBRAVADORES .......... 28
4.7 ALGUMAS ATIVIDADES ....................................................................................31
5 TRABALHANDO EM EQUIPE – O SISTEMA DE UNIDADES .................................... 34
5.1 O SISTEMA DE EXCELÊNCIA...........................................................................34
5.2 CANTINHO DA UNIDADE ..................................................................................35
5.3 O GRANDE MAESTRO – O CONSELHEIRO ...................................................36
5.3.1 Funções do Conselheiro ..................................................................... 36
5.4 INSTRUINDO NOS CAMINHOS DE DEUS – O INSTRUTOR ......................... 39
5.4.1 Funções do instrutor ...........................................................................40
5.5 O CAPITÃO ......................................................................................................... 40
5.5.1 Funções do capitão .............................................................................41
5
5.5.2 Para ser capitão....................................................................................41
5.6 O SECRETÁRIO DA UNIDADE ......................................................................... 44
5.6.1 Funções do Secretário ........................................................................ 44
6 ENSINANDO O PROGRAMA DOS DESBRAVADORES ............................................46
6.1 AS CLASSES ...................................................................................................... 46
6.2 A INSTRUÇÃO DAS CLASSES ......................................................................... 47
6.3 A INSTRUÇÃO DAS ESPECIALIDADES...........................................................49
6.4 O PROGRAMA DA LIDERANÇA ....................................................................... 50
7 ORDEM UNIDA ...............................................................................................................54
7.1 OBJETIVOS DA ORDEM UNIDA ....................................................................... 54
7.2 CONCEITOS BÁSICOS ......................................................................................54
7.3 OS COMANDOS EM ORDEM UNIDA ...............................................................58
7.3.1 Formas de comando ............................................................................58
7.3.2 Vozes de comando ...............................................................................59
7.3.3 Comandos a pé firme...........................................................................59
7.3.4 Voltas a pé firme...................................................................................62
7.3.5 Movimentos em marcha ...................................................................... 63
7.3.6 Voltas em marcha ................................................................................65
7.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................66
8 CERIMÔNIAS ..................................................................................................................67
8.1 OS ELEMENTOS DAS CERIMÔNIAS ...............................................................67
8.2 PLANEJAMENTO ...............................................................................................68
8.3 TIPOS DE PROGRAMAS E CERIMÔNIAS .......................................................70
8.3.1 Abertura das atividades ...................................................................... 70
8.3.2 Encerramento das atividades .............................................................70
8.3.3 Dia Mundial dos Desbravadores ........................................................72
8.3.4 Recebimento de lenço e Entrega das especialidades .................... 72
8.3.5 Semanas de Oração .............................................................................73
8.3.6 Congressos ...........................................................................................73
8.3.7 Investidura ............................................................................................74
8.4 O USO DE BANDEIRAS EM CERIMÔNIAS ......................................................75
9 BREVE HISTÓRIA DOS DESBRAVADORES ..............................................................77
9.1 O SURGIMENTO DA IDÉIA ...............................................................................77
9.2 O DESENVOLVIMENTO ....................................................................................77
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9.3 A ORGANIZAÇÃO ..............................................................................................77
9.4 O SURGIMENTO NO BRASIL............................................................................77
9.5 OS IDEAIS ...........................................................................................................78
9.6 OS SÍMBOLOS ................................................................................................... 80
10 NÓS E AMARRAS ........................................................................................................ 81
10.1 NÓS ...................................................................................................................81
10.2 AMARRAS ......................................................................................................... 83
11 ARTE DE ACAMPAR ................................................................................................... 86
11.1 OBJETIVOS DO ACAMPAMENTO .................................................................. 86
11.2 COMO ESCOLHER UM BOM LOCAL PARA ACAMPAR ............................... 86
11.3 EQUIPES DE UM ACAMPAMENTO ................................................................88
11.4 MATERIAL ......................................................................................................... 89
11.5 DICAS ................................................................................................................90
11.6 ECOLOGIA ........................................................................................................ 91
11.7 O FOGO ............................................................................................................91
11.8 TIPOS DE ACAMPAMENTO ............................................................................92
11.9 ESQUEMAS DE ACAMPAMENTO .................................................................. 92
11.10 A MOCHILA ..................................................................................................... 93
11.10.1 partes de uma mochila .................................................................... 94
11.11 BARRACAS..................................................................................................... 97
11.11.1 Tipos de Barracas ............................................................................98
12 FOGUEIRAS E COZINHA AO AR LIVRE ................................................................... 99
12.1 COZINHANDO NO ACAMPAMENTO ............................................................100
12.1.1 Cardápio ............................................................................................100
12.1.2 Utensílios de cozinha ...................................................................... 102
12.1.3 Higiene ...............................................................................................102
12.1.4 Receitas .............................................................................................103
13 PARA SÁBADO ..........................................................................................................106
14 IDEIAS PARA CONCURSOS NO CLUBE ................................................................108
15 ESTATUTO DO CLUBE DE DESBRAVADORES ....................................................110
16 ANOTAÇÕES ....................................................................................................... 117
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1 APELO URGENTE POR REAVIVAMENTO, REFORMA, DISCIPULADO E
EVANGELISMO1
Deus chamou, de forma singular, a Igreja Adventista do Sétimo Dia para viver
e proclamar Sua mensagem de amor e verdade para os últimos dias do mundo
(Apocalipse 14:6-12). O desafio de alcançar os mais de seis bilhões de pessoas no
planeta Terra com Sua mensagem para o tempo do fim parece impossível. A tarefa é
esmagadora. De uma perspectiva humana, o rápido cumprimento da Grande
Comissão de Cristo, em algum momento próximo, parece improvável (Mateus 28:19,
20).
A taxa de crescimento da Igreja simplesmente não está acompanhando o
crescimento da população mundial. Uma avaliação honesta de nosso impacto
evangelístico atual no mundo leva à conclusão de que, a não ser que haja uma
mudança dramática, não concluiremos a comissão celestial nesta geração. A
despeito de nossos melhores esforços, todos os nossos planos, estratégias e
recursos são incapazes de concluir a missão dada por Deus para Sua glória na
Terra.
1.1 A PROMESSA DE CRISTO À SUA IGREJA DO NOVO TESTAMENTO
O desafio de levar o evangelho ao mundo não é novo. Os discípulos
enfrentaram esse desafio no primeiro século, e nos o enfrentamos no século 21. A
igreja do Novo Testamento foi, aparentemente, confrontada com uma tarefa
impossível. Porém, dotada do poder do Espírito Santo, a Igreja teve um crescimento
explosivo (Atos 2:41; 4:4; 6:7; 9:31). Os primeiros cristãos compartilharam sua fé em
todas as partes (Atos 5:42).
A graça de Deus transbordou do coração deles para sua família, amigos e
colegas de trabalho. Apenas poucas décadas depois da crucifixão, o apóstolo Paulo
relatou que o evangelho “foi pregado a toda criatura debaixo do céu” (Colossenses
1:23). Como foi possível a um desconhecido grupo de crentes relativamente
insignificante exercer impacto no mundo em um período tão curto de tempo? Como
tão poucos cristãos puderam ser usados por Deus para transformar o mundo para
sempre?
A Grande Comissão de Cristo foi acompanhada de Sua grande promessa. O
Salvador “determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que
esperassem a promessa do Pai” (Atos 1:4). E também prometeu: “mas recebereis
poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em
Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da Terra” (Atos 1:8).
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O documento original foi votado no Concílio Anual da Associação Geral em 11/10/2010.
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O amor de Cristo controlava cada aspecto da vida dos discípulos e os levava
a um compromisso fervoroso com Seu serviço. Eles rogaram a Deus o poder
prometido do Espírito Santo e prostraram-se diante dEle em sincera confissão e
fervoroso arrependimento. Davam prioridade à busca das bênçãos de Deus e
dedicavam tempo para a oração e para o estudo das Escrituras. Suas mesquinhas
diferenças foram absorvidas por seu desejo todo abrangente de compartilhar o amor
de Cristo com todos a seu redor e de alcançar o mundo com o evangelho. Nada era
mais importante. Eles reconheceram que eram incapazes de cumprir a missão sem
o poderoso derramamento do Espírito Santo.
Descrevendo a experiência dos discípulos, Ellen G. White escreveu: “Pondo
de parte todas as divergências, todo o desejo de supremacia, uniram-se em íntima
comunhão cristã.... A tristeza lhes inundava o coração ao se lembrarem de quantas
vezes O haviam mortificado por terem sido tardos de compreensão, falhos em
entender as lições que, para seu bem, estivera buscando ensinar-lhes.... Os
discípulos sentiram sua necessidade espiritual, e suplicaram do Senhor a santa
unção que os devia capacitar para o trabalho de salvar almas. Não suplicaram essas
bênçãos apenas para si. Sentiam a responsabilidade que lhes cabia nessa obra de
salvação de almas. Compreendiam que o evangelho devia ser proclamado ao
mundo, e reclamavam o poder que Cristo prometera” (Atos dos Apóstolos, p. 37).
Cristo cumpriu Sua palavra. O Espírito Santo foi derramado no poder
pentecostal. Milhares se converteram em um dia. A mensagem do amor de Cristo
exerceu impacto no mundo. Em um curto período de tempo, o nome de Jesus Cristo
estava nos lábios de homens e mulheres em todas as partes. “Mediante a
cooperação do Espírito divino, os apóstolos fizeram uma obra que abalou o mundo.
O evangelho foi levado a todas as nações numa única geração” (Atos dos Apóstolos,
p. 593).
1.2 A PROMESSA DE CRISTO PARA A IGREJA DO TEMPO DO FIM
O derramamento do Espírito Santo no Pentecostes, na chuva temporã, foi
apenas um prelúdio do que está para acontecer. Deus prometeu derramar Seu
Espírito Santo em abundância nos últimos dias (Joel 2:23; Zacarias 10:1). A Terra
será iluminada “com Sua glória” (Apocalipse 18:1) e a obra de Deus neste mundo
será rapidamente concluída (Mateus 24:14; Romanos 9:28). A Igreja experimentará
um reavivamento espiritual e a plenitude do poder do Espírito Santo como nunca
ocorreu antes em sua história. Falando do derramamento do Espírito Santo no
Pentecostes, Pedro nos dá esta certeza: “Pois para vós outros é a promessa, para
vossos filhos e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor,
nosso Deus, chamar” (Atos 2:39). Ellen White acrescenta: “Antes de os juízos finais
de Deus caírem sobre a Terra, haverá, entre o povo do Senhor, tal avivamento da
primitiva piedade como não fora testemunhado desde os tempos apostólicos. O
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Espírito e o poder de Deus serão derramados sobre Seus filhos. Naquele tempo,
muitos se separarão das igrejas em que o amor deste mundo suplantou o amor a
Deus e à Sua Palavra. Muitos, tanto pastores como leigos, aceitarão alegremente as
grandes verdades que Deus providenciou fossem proclamadas no tempo presente, a
fim de preparar um povo para a segunda vinda do Senhor” (O Grande Conflito, p.
464).
Centenas de milhares de pessoas aceitarão a mensagem dos últimos dias,
dada por Deus, mediante o ensino e a pregação de Sua Palavra. Oração, estudo da
Bíblia e testemunho são os elementos de todo verdadeiro reavivamento. A
manifestação do Espírito Santo se intensificará à medida que o fim se aproxima. “Ao
avizinhar-se o fim da ceifa da Terra, uma especial concessão de graça espiritual é
prometida a fim de preparar a igreja para a vinda do Filho do homem” (Atos dos
Apóstolos, p. 55) e “Por milhares de vozes em toda a extensão da Terra, será dada a
advertência. Operar-se-ão prodígios, os doentes serão curados, e sinais e
maravilhas seguirão aos crentes” (O Grande Conflito, p. 612).
Não há nada mais importante do que conhecer Jesus, estudar Sua Palavra,
compreender Sua verdade e buscar Sua promessa do derramamento do poder do
Espírito Santo na chuva serôdia para o cumprimento da comissão evangélica. A
profetisa de Deus para o remanescente nos últimos dias escreveu de forma muito
clara para ser mal compreendida que “Um reavivamento da verdadeira piedade entre
nós, eis a maior e a mais urgente de todas as nossas necessidades. Buscá-lo, deve
ser nossa primeira ocupação” (Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 121).
Se um verdadeiro reavivamento espiritual é a maior e a mais urgente de
nossas necessidades, não deveríamos, como líderes, dar prioridade à busca
da bênção prometida pelo Céu, com todo o nosso coração?
1.3 NOSSA GRANDE NECESSIDADE: REAVIVAMENTO E REFORMA
Quando buscamos Jesus, Ele nos preenche com Sua presença e poder
mediante a dádiva do Espírito Santo. Anelamos por conhecê-Lo melhor e o Espírito
Santo reaviva as faculdades espirituais adormecidas da alma. Não há nada que
desejemos mais do que ter um relacionamento profundo e transformador com Jesus.
O coração reavivado experimenta uma conexão vital com Jesus mediante a oração e
a Palavra, e a reforma é a mudança correspondente que ocorre em nossa vida como
resultado do reavivamento.
“Precisa haver um reavivamento e uma reforma, sob a ministração do Espírito
Santo. Reavivamento e reforma são duas coisas diversas. Reavivamento significa
renovação da vida espiritual, um avivamento das faculdades da mente e do coração,
uma ressurreição da morte espiritual. Reforma significa uma reorganização, uma
mudança nas ideias e teorias, hábitos e práticas. A reforma não trará o bom fruto da
justiça a menos que seja ligada com o reavivamento do Espírito. Reavivamento e
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reforma devem efetuar a obra que lhes é designada, e no realizá-la, precisam fundirse. Review and Herald, 25 de fevereiro de 1902” (Mensagens Escolhidas, v. 1, p.
128). A reforma não é manifestada com uma atitude de justiça própria que condena
outros. É a transformação do caráter que revela os frutos do Espírito na vida
(Gálatas 5:22-24). A obediência à vontade de Deus é evidência de todo verdadeiro
reavivamento. Nosso Senhor anela por um povo reavivado, cuja vida reflita a
amabilidade de Seu caráter. Não há nada que Jesus anseie mais do que um povo
desejoso de conhecer pessoalmente Seu amor e compartilhá-lo com os outros.
1.4 COMPROMISSO E APELO
Como líderes e representantes da Igreja Adventista do Sétimo Dia na Divisão
Sul-Americana, agradecemos a nosso grande e maravilhoso Deus por Sua fidelidade
e bênçãos abundantes à Sua Igreja, desde seu início. A rápida expansão mundial de
Sua Igreja, em membros e em instituições, é simplesmente um milagre de Deus.
Embora O louvemos pela obra maravilhosa de cumprir Seu propósito por meio de
Sua igreja, e Lhe agradeçamos pelos líderes piedosos que guiaram Seu povo no
passado, reconhecemos humildemente que, devido às nossas fragilidades humanas,
até mesmo nossos melhores esforços são maculados pelo pecado e necessitam de
purificação por meio da graça de Cristo. Reconhecemos que nem sempre temos
dado prioridade ao dever de buscar a Deus pela oração e em Sua Palavra pelo
derramamento do poder do Espírito Santo na chuva serôdia. Humildemente
confessamos que, em nossa vida pessoal, em nossas práticas administrativas e nas
reuniões das comissões, com frequência, temos agido com nossas próprias forças.
Muitas vezes, a missão de Deus de salvar o mundo perdido não tem ocupado o
primeiro lugar em nosso coração. Às vezes, em nossa intensa busca por fazer boas
coisas, temos negligenciado o mais importante: conhecê-Lo. Com frequência,
ambições mesquinhas, inveja e relacionamentos pessoais fragilizados têm
subjugado nosso anelo pelo reavivamento e pela reforma e nos levado a trabalhar
em nossa força humana, em vez de na de Seu divino poder.
Aceitamos a clara instrução de nosso Senhor de que “O tempo decorrido não
operou nenhuma mudança na promessa dada por Cristo ao partir, promessa esta de
enviar o Espírito Santo como Seu representante. Não é por qualquer restrição da
parte de Deus que as riquezas de Sua graça não fluem para a Terra em favor dos
homens. Se o cumprimento da promessa não é visto como poderia ser, é porque a
promessa não é apreciada como devia ser. Se todos estivessem dispostos, todos
seriam cheios do Espírito” (Atos dos Apóstolos, p. 50).
Confiamos no fato de que todo o Céu espera derramar o Espírito Santo, com
poder infinito, para a conclusão da obra de Deus na Terra. Reconhecemos que a
vinda de Jesus tem sido atrasada e que o anelo de nosso Senhor era ter vindo
décadas atrás. Arrependemo-nos de nossa indiferença, de nosso mundanismo e de
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nossa falta de paixão por Cristo e Sua missão. Sentimos que Cristo nos chama a um
relacionamento profundo com Ele, mediante oração e estudo da Bíblia, e a um mais
ardente compromisso de transmitir Sua mensagem para os últimos dias ao mundo.
Regozijamo-nos de que “é privilégio de todo cristão não somente aguardar, mas
apressar a vinda do Salvador” (Atos dos Apóstolos, p. 600).
Assim sendo, como representantes da Igreja Sul-Americana e em nome de
todos os membros, comprometemo-nos a:
1. Pessoalmente dar prioridade ao dever de buscar a Deus para um
reavivamento espiritual e o derramamento do Espírito Santo, no poder da
chuva serôdia, em nossa vida, família e ministério.
2. Individualmente dedicar tempo significativo, a cada dia, para manter
comunhão com Cristo mediante a oração e o estudo da Palavra de Deus.
3. Examinar nosso coração e pedir ao Espírito Santo para nos convencer de
tudo que nos esteja impedindo de revelar o caráter de Jesus. Desejamos ter
um coração disposto a fim de que nada em nossa vida impeça a plenitude do
poder do Espírito Santo.
4. Incentivar os ministros da Igreja a dedicar tempo à oração, ao estudo da
Palavra de Deus e a buscar o coração de Deus, a fim de compreenderem
Seus planos para Sua Igreja.
5. Incentivar cada uma das organizações da Igreja a separar tempo para que os
administradores, pastores, obreiros da saúde, das publicações, educadores,
estudantes e todos os colaboradores busquem a Jesus e o prometido
derramamento do Espírito Santo mediante o estudo da Palavra de Deus e da
oração.
6. Priorizar o Seminário de Enriquecimento Espiritual e a Jornada Espiritual
como meios de envolver os membros, servidores da Igreja e instituições em
um forte movimento de comunhão e reavivamento, buscando a Deus na
primeira hora de cada dia.
7. Usar cada mídia disponível, bem como diferentes reuniões, seminários e
programas para apelar aos membros da Igreja a buscar um relacionamento
profundo com Jesus, com vistas ao reavivamento e à reforma prometidos.
8. Urgentemente apelar e convidar todos os membros da Igreja a se unir a nós
no abrir o coração ao poder transformador da vida, que é o Espírito Santo, o
qual transformará nossa vida, nossa família, nossas organizações e nossas
comunidades.
Especialmente, reconhecemos que Deus usará as crianças e os jovens neste
último e poderoso reavivamento e encorajará todos os nossos jovens a participar na
busca de Deus para o reavivamento espiritual em sua vida e a capacitação do
Espírito Santo para compartilhar sua fé com outros.
Apelamos a cada membro de igreja a se unir aos líderes da Igreja e a milhões
de outros adventistas do sétimo dia, buscando um relacionamento mais profundo
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com Jesus e o derramamento do Espírito Santo na primeira hora de cada dia, e
também participando da corrente mundial de oração às sete horas de cada manhã
ou tarde, sete dias na semana. Esse é um apelo urgente que deve alcançar todo o
nosso território e circundar o globo com sincera intercessão. Esse é o chamado para
um compromisso total com Jesus e para experimentar o poder transformador de
vidas do Espírito Santo, e que nosso Senhor anela nos dar agora.
Cremos que o propósito do derramamento do Espírito Santo no poder da
chuva serôdia é concluir a missão de Cristo na Terra, a fim de que Ele possa vir em
breve. Reconhecendo que nosso Senhor somente derramará Seu Espírito, em Sua
plenitude, sobre uma igreja que tiver paixão pelas pessoas perdidas, determinamos
apresentar e manter o reavivamento, a reforma, o discipulado e o evangelismo no
topo de todas as nossas agendas de atividades da Igreja. Mais do que tudo o mais,
anelamos pela vinda de Jesus.
Apelamos a cada administrador, líder de departamento, obreiro institucional,
obreiro da saúde, colportor, capelão, pastor e membro da Igreja a se unir a nós em
tornar o reavivamento, a reforma, o discipulado e o evangelismo as prioridades mais
urgentes e importantes de nossa vida pessoal e em nossas áreas no ministério.
Estamos certos de que, ao buscarmos a Deus juntos, Ele derramará Seu Espírito
Santo sem medida, a obra de Deus na Terra será concluída e Jesus virá.
Juntamente com o idoso apóstolo João, na Ilha de Patmos, clamamos: “Vem,
Senhor Jesus!” (Apocalipse 22:20).
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2 DESBRAVADORES – ESCOLA DE EDUCAÇÃO COMPLETA
É uma completa escola que, atraindo as crianças por meio de atividades
recreativas e agradáveis, desenvolve-se física, moral e intelectualmente.
a) O desenvolvimento físico - consegue manter os juvenis ligados à natureza.
As caminhadas pelos campos, pelas matas, para respirar o oxigênio forte que
se desprende, trazem-lhes enriquecimento do sangue. Os exercícios naturais:
marchas, saltos, corridas, escaladas e as variadíssimas atividades promovem
saúde e robustez.
b) O desenvolvimento moral - é outro objetivo conseguido pela prática das
atividades sintetizadas pela Lei e o Voto do Desbravador, e a programação
em si.
c) Desenvolvimento Intelectual - permite a aplicação de estudos teóricos
recebidos na escola realizando um excelente trabalho de complementação.
A Sede de Aventura
Todo juvenil tem sede de aventura. A primeira coisa que o Desbravador faz é
satisfazer a essa sede, através de uma série de atividades ao ar livre, como
passeios culturais, seguimento de pista, pioneirismo, campismo, especialidades, etc.
Que é Ser Desbravador
Ser Desbravador é colocar a honra acima de tudo; é ser leal, verdadeiro,
disciplinado, é ser alegre e jovial, é praticar cada dia uma ação; é saber o encanto
de uma marcha matinal, o imponente silêncio das noites enluaradas, é saber dar
valor, é amizade leal que une os queridos companheiros; é saber amar
carinhosamente seus pais; é ser estudioso e trabalhador; é ter iniciativa, saber dirigir
e saber obedecer.
Condições para Admissão
Ter de 10 a 15 anos de idade para desbravadores. Membros com 16 anos ou
mais serão membros da diretoria.
Ter boa saúde
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Ter boa conduta
Ser autorizado pelos pais ou responsáveis.
2.1 A COMISSÃO DA IGREJA
1. A Comissão da Igreja deve autorizar a organização do Clube de
Desbravadores.
2. A escolha dos dirigentes:
a) De preferência deve-se escolher uma pessoa que já esteve ligada com os
Desbravadores, na direção ou como membro.
b) Não escolham pessoas que estejam quase fora da Igreja, mas homens e
mulheres que amam a Deus acima de tudo, bons cristãos.
c) Escolha pessoas que amem sinceramente as crianças e que fazem o
trabalho por amor e não forçadas; entusiastas em servir e que apreciam o
ar livre porque muitas das atividades do Clube de Desbravadores são
nesse ambiente.
d) De preferência que sejam líderes ou que farão em seguida a classe de
Líder.
3. Escolham três pessoas, sendo pelo menos uma delas do sexo feminino,
podendo ser duas do sexo feminino, mas nunca as três do sexo masculino.
4. O Clube de Desbravadores funciona subordinado à Comissão da Igreja e não
da Sociedade de Jovens local. E o Diretor do Clube faz parte da Comissão da
Igreja segundo o Manual da Igreja.
5. A Igreja não escolhe a diretoria toda, somente três pessoas, os demais serão
escolhidos pela Comissão Executiva do Clube.
2.2 A COMISSÃO EXECUTIVA
A Comissão Executiva deverá solucionar a maior parte dos problemas
surgidos e atuar na escolha dos novos líderes para completar a Diretoria.
Os membros da Comissão Executiva são oficiais atuantes da Igreja e são as
pessoas que ocupam os seguintes cargos: diretor do Clube, diretores associados,
secretário, tesoureiro, capelão, diretor de Jovens (convidado), pastor (convidado),
ancião dos jovens (convidado), diretor administrativo (convidado). A comissão,
presidida pelo Diretor do Clube, é responsável por todas as atividades do Clube.
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2.3 A DIRETORIA DO CLUBE
Diretor. O Diretor do Clube é a pessoa responsável pela organização do
programa de tal forma que alcance com êxito os seus objetivos. É o presidente da
Comissão Executiva do Clube de Desbravadores. É o intermediário entre o Clube e
a Associação; deve relacionar-se bem com os coordenadores distrital e regional, e
os demais cooperadores. Todos devem ser capazes de se regozijar no êxito, na
promoção de seus colegas conselheiros ou associados, nas honras que lhes são
concedidas. Seja qual for o êxito que tenham ou a honra que lhes sejam conferidas,
devem ser aceitos com modéstia e domínio próprio.
Devemos fazer o que podemos para sermos leais, para trabalhar em
harmonia e em cooperação com eles. Se tivermos idéias divergentes, devemos
considerar a questão pessoalmente, e só depois com o superior, caso seja
necessário, em vez de falar com os nossos companheiros ou com os
Desbravadores. Quando um líder se encontra em cargo de supervisão, deve manter
boas relações com os que lhe estão subordinados. Não deve nutrir inveja alguma,
nem demonstrar qualquer parcialidade. Devem seus esforços visar o fortalecimento
de cada líder que está sob sua supervisão.
Secretário. O secretário será responsável por todos os registros e relatórios
do Clube. Um secretário eficiente e bem organizado terá um valor incalculável para o
programa do Clube de Desbravadores. São funções do secretário:
a) Preencher o relatório trimestralmente na Intranet (www.secjaucob.org.br), até
a data limite.
b) Enviar todos os relatórios solicitados pelo Diretor Geral ou Regional.
c) Manter em perfeita ordem o arquivo dos Desbravadores.
d) Para cada Desbravador deverá haver uma pasta, para manter todos os
documentos pessoais.
e) Zelar e manter em dia a folha “controle de unidade”.
f) Manter em dia e perfeita ordem todas as ATAS do Clube, em cada reunião de
Diretoria, Comissão Executiva, reunião de pais, ou visita de caráter especial
do Regional, elaborar a ATA e a mesma deve ser assinada pelo secretário e
pelo Diretor.
g) Arquivar todas as cartas recebidas.
h) Responder as cartas recebidas e guardar as cópias.
i) Escrever o programa semanal montado pela Diretoria.
j) Controlar a freqüência de cada Desbravador.
k) Elaborar relatórios solicitados pelo Regional ou pelo Diretor e enviá-lo em
seguida, apresentar trimestralmente relatório de atividades para a Igreja ou
reunião de pais, etc.
l) Participar de cursos de secretários ministrados pela Direção Geral.
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m) Estar sempre informando a Diretoria do Clube e o Regional sobre o
andamento do Clube.
n) Manter guardados todos os documentos, troféus, medalhas, materiais do
Clube, tais como: emblemas e acessórios para o uniforme.
Tesoureiro. O tesoureiro recebe todas as entradas do Clube e entrega para o
Tesoureiro da Igreja, o qual passa às mãos do tesoureiro do Clube um recibo que é
guardado como comprovante legal.
Tesoureiro do Clube deve manter o livro da tesouraria em dia e em ordem, o
qual poderá ser revisado pelo Tesoureiro da Igreja ou pela Diretoria Geral.
São fontes de entrada do Clube:
Mensalidade do Clube
Vendas de materiais preparados pelo Clube.
Contribuição de amigos e patronos.
Porcentagem do pacto.
Subvenção da Igreja.
Toda entrada e saída de fundos do Clube deve ser manuseada pelo
tesoureiro do Clube.
Os Diretores Associados. Devem ser selecionados dois ou mais, de acordo
com a necessidade do Clube, sendo que necessariamente um deve ser mulher. Eles
devem ser o braço direito do Diretor do Clube e suas principais responsabilidades
são coordenar o programa das Classes e Especialidades e as Unidades. Assumem
a direção do Clube na ausência do Diretor ou por solicitação dele.
Instrutor. Ver capítulo 5.
Conselheiros. Ver capítulo 5.
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3. FORMAÇÃO MORAL
Em nosso trabalho com os Desbravadores, encontramos cinco reações
instintivas que são: imitação, amor, emulação, ambição, espírito Combativo.
A Imitação. A admiração de heróis pode tornar-se uma das maiores forças
para o bem. Levar os Desbravadores a conhecerem a história dos grandes homens
que lega exemplos de desprendimento, coragem, etc.. Mas seu próprio líder é
geralmente o modelo seguido pelos Desbravadores. Compreende-se assim a
enorme responsabilidade que lhe cabe. O que ele for, os seus Desbravadores
provavelmente serão. No Clube ninguém deverá cumprir mais rigorosamente as leis,
do que ele, física e moralmente.
Amor. Para que os conselhos e sugestões sejam aceitos por alguém, é
necessário que haja grau de afeto. Assim, a primeira condição de um educador é
prender, pela estima, o espírito dos educandos. Nem a autoridade, nem a violência,
nem o temor terão influência. Brandura, carinho, amor é que contam.
Emulação. Muito se obtém pela emulação e pelo incentivo. Mas é necessário
que não haja exagero, pois a rivalidade poderá apagar todo o sentimento da
verdadeira cooperação.
A confiança em si deve ser inspirada nos Desbravadores, por todos os meios
lícitos: uma apreciação sincera, um “muito obrigado” cordial, uma leve palmada no
ombro, têm efeito surpreendente. Por outro lado, a censura, a crítica, a repreensão a
todo o momento, deprimem e irritam.
Ambição. Pode ser usada corretamente para fins elevados e idealísticos.
Espírito Combativo. No juvenil é em geral forte, e essa qualidade pode ser
utilmente explorada na educação. O educador deve não só aproveitar, mas também
orientar o espírito combativo do juvenil e condicioná-lo a amar as lutas pela justiça,
pela verdade, e nessas condições esteja sempre pronto ao combate nesse nível.
3.1. A PSICOLOGIA DA CRIANÇA
A julgar pela própria experiência, as crianças têm um mundo seu, um mundo
que elas criam para si mesmas, e onde nem o instrutor, nem as lições são admitidas;
o mundo das crianças tem os seus acontecimentos próprios, os seus pontos de
comparação, o seu código, as suas questões e a sua opinião pública.
A despeito dos pais e instrutores, os juvenis permanecem leais ao seu código,
embora seja um código inteiramente diverso do que se lhe ensina em cada e na
Escola. Eles preferem sofrer nas mãos dos adultos que não os compreendem do
que serem infiéis ao seu próprio código. O código do instrutor, por exemplo,
recomenda o silêncio, a segurança, o respeito. O código dos meninos é
diametralmente oposto. Encoraja o barulho, o perigo e o movimento.
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Segundo a opinião pública do reino da criança, ficar sentado diante de uma
mesa, quatro horas por dia, é uma lamentável perda de tempo e de luz solar.
Já se viu uma menino normal, bom de saúde, pedir à mãe permissão para
ficar sentado com ela na sala? Claro que não. Não é feito para ficar sentado.
Tampouco é pacifista; não professa o código. “A segurança acima de tudo”, não é
um rato de biblioteca, nem um filósofo. É um menino - Deus o abençoe transbordante de riso, de luta, de apetite, de audácia, de contradições, de barulho,
de observação, e de agitação. Não sendo assim, é anormal”.
3.2. CONSELHOS GERAIS AOS DIRETORES
Quando o Clube estaciona, não culpe os Desbravadores, aos pais ou aos
dirigentes da Igreja. A culpa do insucesso cabe ao Diretor que não soube armar um
bom esquema de direção. O Diretor deve procurar o quanto antes bons assessores
para auxiliá-lo e garantir a continuidade do Clube.
Num clube bem dirigido há ordem e método. A ordem se caracteriza pela
escrituração e arquivos. Deve haver uma perfeita escrituração: financeira, técnica e
de pessoal.
Para a Escrituração Financeira são necessários: um livro caixa, onde se
registram todas as receitas e despesas e um livro para registro de material adquirido,
responsabilidades, conservação do mesmo, etc..
Para a Escrituração Técnica use o “livro do Clube” onde fica registrada toda a
vida do Clube: Investiduras: lenço, classes, especialidades, insígnia de excelência,
medalhas, etc; realização de excursões, acampamentos, boas ações e visitas
importantes, etc., tudo com uma minúcia que possa servir como documentação;
finalmente a Escrituração Pessoal: constituída pelo arquivo das fichas dos
Desbravadores, cuidadosamente conservado que em qualquer ocasião se possam
verificar dados passados e presentes.
No começo de cada ano devem ficar traçadas as atividades do Clube para o
ano: excursões e acampamentos importantes a realizar. Mensalmente será
organizado o programa para o mês. E, finalmente o Diretor não vai para a reunião,
para uma excursão ou acampamento, sem o seu programa bem elaborado, já
organizado e devidamente distribuído. Só assim evitará esses vazios tão
prejudiciais, em que Desbravadores e Instrutores se entreolham a perguntar: “O que
há de fazer?”
3.2.1 Programa semanal sugestivo
9h00min – Abertura (civismo, devocional) – Diretor / Capelão
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9h15min – Cantinho da Unidade – Conselheiros
10h00min – Classes e especialidades – Instrutores
11h00min – Ordem Unida - Instrutor
11h30min – Encerramento – Diretor
O Diretor Associado preencherá o programa com as instruções que os
Desbravadores necessitam no momento, montando o programa das Classes e
Especialidades.
É preciso evitar o que se observa em certos Clubes: o Diretor é a única figura,
só ele faz, só ele decide. Os diretores associados, os demais auxiliares são postos à
margem e acabam por se desinteressarem. A divisão de trabalho é indispensável.
cada um deve ter sua função e desempenhá-la com iniciativa.
3.2.2 Instrução e disciplina
No Clube, toda disciplina deve ser obtida sem asperezas. A jovialidade e o
bom humor devem ser mantidos apesar de tudo.
Sendo a função mais importante do Clube despertar as qualidades de caráter
dos juvenis, deve ser dado aos Desbravadores a maior iniciativa e o Diretor deve
entrar nas brincadeiras e instruções o menos possível como dirigente e o mais
possível como participante. O “sistema de unidade” deve prevalecer, porque é ele a
condição essencial de sucesso.
O Diretor nunca deve vir à reunião, como dissemos, sem o programa do dia
bem ajustadinho.
A instrução deve ser agradável e variada. O segredo do bom Diretor está em
mudar de estratégia ao primeiro sinal de aborrecimento, sem exageros e atitudes
bruscas.
As reuniões na sede são necessárias, mas sempre alternadas com as
excursões e acampamentos. Evitar as distâncias longas para não fatigar os
Desbravadores. Não sobrecarregar o Clube; transportar o material exclusivamente
necessário.
3.2.3 Reunião de pais
A reunião com os pais deverá ser realizada em dia e horário que os facilitem.
Não vá à reunião sem uma agenda preparada e aprovada pela Diretoria do Clube.
Na reunião com os pais deverá ser apresentado um relatório do que foi feito, e o que
se está fazendo e os planos futuros.
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A reunião com os pais deverá ser realizada pelo menos uma vez por trimestre
ou no momento que se achar necessário. Convide para assistir a reunião o pastor da
Igreja ou o 1 ancião.
Seja breve e objetivo. Se for possível, dê as informações por escrito. Os
Desbravadores não devem participar desta reunião. Valorize os pais dos
Desbravadores. De vez em quando faça uma surpresa na reunião, com um pequeno
lanche.
Se há um problema pessoal com algum Desbravador, não trate do problema
em público, mas em particular, somente com os pais do Desbravador implicado.
Antes da realização de um acampamento é necessária uma reunião com os pais,
para expor todos os planos e explicar como será o programa. Todo acampamento
deve ser aprovado pela Comissão da Igreja.
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4 O MINISTÉRIO DO CLUBE DE DESBRAVADORES
INTRODUÇÃO
O Clube de Desbravadores é o laboratório educacional para o lar, para a
escola e para a igreja.
OBJETIVOS DO CLUBE DE DESBRAVADORES
O Clube de Desbravadores ajudará seus membros à pertencerem à igreja e
tomarem parte ativa no companheirismo, na adoração, no serviço e em alcançar
outros para Cristo.
O Clube de Desbravadores capacitará seus membros a tornarem parte ativa
em todas as esferas do ministério da igreja, a ocuparem cargos de responsabilidade
na igreja, na comunidade e no mundo, e os fará sentir impelidos a usarem os dons
que Deus lhes deu.
O Clube de Desbravadores desafiará seus membros a cumprir a missão e o
ministério de Cristo por meio da igreja, de maneira que a Palavra de Deus chegue a
ser-lhes significativa e frutífera.
PROPÓSITO DO PROGRAMA DE DESBRAVADORES
Conduzir seus membros a uma relação crescente e redentora com Deus
Formá-los como pessoas amadurecidas e responsáveis
Comprometê-los em um serviço abnegado e ativo
4.1 COMO ORGANIZAR UM CLUBE DE DESBRAVADORES
Iniciar um Clube de Desbravadores é uma tarefa desafiante, com dezenas de
questões aflorando à mente, e inúmeras interrogações pedindo resposta. Ter um
bom início não é certamente o único requisito para alcançar o êxito, mas é um dos
elementos fundamentais para sua conquista.
Três são as situações em que este material poderá ser-lhe útil:
Para reativar um clube;
Para reestruturar um clube em funcionamento;
Para iniciar um novo clube.
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4.2 POR QUE FORMAR UM CLUBE?
Vejamos algumas boas razões para iniciar imediatamente um Clube de
Desbravadores.
1. Historicamente os Desbravadores tem tido êxito
Durante quase cinqüenta anos os desbravadores receberam uma ênfase
mundial que ajudou a ganhar milhares de juvenis e adolescentes para Deus, e que
tem se comprometido com sua igreja. Para os Desbravadores não há diferenças
raciais, lingüísticas, culturais ou nacionais. O Clube é igualmente eficaz em igrejas
pequenas ou grandes, rurais ou urbanas, tanto com meninas quanto men inos.
Os Desbravadores não só tem ajudado a fortalecer a relação dos jovens com
Jesus e sua Igreja, mas também tem eletrizado um grande exército de adultos que
dedicam um tempo ilimitado, dinheiro e trabalho consagrado a serviço de sua Igreja.
Os clubes podem incluir entre seus membros, juvenis de outras crenças
religiosas, tornando-se um ponto de apoio entre eles e Jesus.
O clube pode ser um elo de ligação entre os juvenis que freqüentam a escola
adventista e os que por alguma razão não podem fazê-lo.
A evidência histórica aponta para que fato que o Clube de Desbravadores em
todo o mundo é um tesouro entregue pelos céus à Igreja Adventista, apresentando
um histórico de relevantes resultados espirituais.
2. Os Desbravadores provêem uma experiência única de entretenimento
Os juvenis e adolescentes desejam necessitam ter seu espaço de lazer. A
Igreja pode oferecê-lo de muitas maneiras: nas atividades de sábado, nas reuniões
sociais, nos acampamentos, etc. Mas para muitas igrejas o Clube de Desbravadores
pode oferecer recreação que não seria possível conseguir de outra maneira.
Onde não houver escola Adventista esta "forma de entretenimento" ganha
ainda mais força, pois apresenta um padrão alegre divertido, sem recorrer às
fórmulas muitas vezes artificiais de recreação e entretenimento de seu ambiente
escolar.
Algumas das formas de lazer, recreação e passatempo construtivo que
podem ser apontadas como ingredientes decisivos que tornam o Clube de
Desbravadores uma fonte de entretenimento recreativo e saudável são:
a) Amigos - O fato de pertencer ao Clube de Desbravadores proporciona ao
juvenil uma grande oportunidade de ser amigo e fazer amizades, principalmente
para os que por alguma razão não tem em casa um ambiente de companheirismo.
Os juvenis se divertem mais quando podem estar com seus amigos.
b) Adultos que os compreendem - Se são deixados sozinhos, em pouco
tempo a diversão acaba. Para que uma diversão seja duradoura é necessário a
atuação ativa de adultos compreensivos que não só preparem as brincadeiras como
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também sirvam de árbitros que intervenham para resolver dúvidas e estabelecer
ordem nas atividades, e ainda que lhe forneçam materiais e sugestões. Por meio do
Clube de Desbravadores os juvenis e adolescentes podem entrar em contato com
adultos que os apreciam de um modo especial, e que possuem talentos e
sensibilidade podendo proporcionar-lhes uma atenção diferenciada e especializada
que não é facilmente encontrada em muitos lares hoje.
c) Novas experiências - Por meio do Clube os garotos e as meninas podem
ter atividades e aventuras que não encontrariam de outra maneira: viajar a grandes
camporis, fazer excursões, participar em eventos ao ar livre e aprender algumas das
mais de duzentas especialidades. O programa de desbravadores oferece muitas
oportunidades para qualquer adolescente, não importa o seu ambiente de origem.
3. Porque formar um Clube de Desbravadores é a atitude correta a
tomar?
O Manual do Curso de Treinamento Básico para Diretores de Clubes
apresenta a filosofia da existência dos Desbravadores, centralizando-a na salvação
de seus membros.
Algumas das razões porque este ministério é importante são:
a) Benefícios de ordem espiritual;
b) Formação de modelos corretos;
c) Atividades alternativas para contrastar as perturbadoras influências de um
mundo secularizado;
d) Desenvolvimento das habilidades adquiridas e boa preparação física;
e) Desenvolvimento de um estilo de vida saudável;
f) Participação de atividades junto à natureza;
g) Assimilação das Escrituras;
h) Desenvolvimento de liderança em grupo e aprendizagem de como tomar
decisões corretas.
Os Desbravadores têm uma filosofia correta quanto ao desenvolvimento
mental, físico e espiritual, baseado em princípios sólidos. Tenha a certeza de que
esteja bem familiarizado com os benefícios que um clube oferece para poder
facilmente repeti-los quando seja necessário.
4. Os Desbravadores oferecem a oportunidade de se viver uma
experiência de "laboratório".
Um reconhecido especialista em Desbravadores, o Pr. Normam O. Middag,
em sua instrução para líderes lhes recorda que os Desbravadores constituem um
"laboratório", um programa prático, uma extensão do lar, da escola e da igreja e um
laboratório experimental onde florescem o crescimento e a aprendizagem, um
ambiente onde o eventual fracasso pode tornar-se uma ferramenta de ensino,
visando a não repeti-lo.
Quando os pais e outros adultos trabalham com desbravadores se cria um
laço de afeto especial entre eles. É justamente neste "laboratório" onde se captam e
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se ensinam os princípios bíblicos aos garotos e as meninas. O Clube de
Desbravadores se torna um laboratório educacional único para o lar, escola e igreja.
Estas quatro razões podem ajudar-lhe a responder a pergunta: "Por que
deveríamos...?", que podem fazer-lhe quando estiver tentando organizar um Clube
de Desbravadores. Seria útil para você, elaborar suas próprias respostas com
antecedência, para expor com segurança e convicção sincera aqueles que se
opuseram a idéia de iniciar-se um Clube.
4.3 QUEM PARTICIPA?
Nem todos farão parte da Diretoria, pois um Clube necessita de três grupos
de pessoas para apoiá-lo:
Grupo 1 - REGULARES: Diretores, conselheiros, instrutores e outros que
dirijam as atividades regulares do Clube.
Grupo 2 - EQUIPE DE APOIO: Ocasionalmente essas pessoas ajudam, em
necessidades especiais do Clube, como: ensinar uma classe ou especialidade JA,
servir como motorista para algum evento, ajudam a estabelecer contato com
membros ausentes, conseguir provisões para uma atividade especial, supervisionar
um acontecimento social único, etc.
Grupo 3 - MOTIVADORES: São pessoas que crêem em seu programa,
ajudam a tomar decisões, conseguem fundos para o Clube e seu progresso, animam
outros a participarem regularmente. Mesmo que não participem regularmente, você
sabe que está dentro da possibilidade delas, que irão ajudá-lo numa situação
particular e podem contar com seu apoio.
4.4 ONDE REALIZAR AS REUNIÕES?
Às vezes as igrejas temem organizar um clube, porque pensam não possuir
um lugar adequado para as reuniões. Não há escola ou salão, ou talvez haja
resistência por parte de alguns, para que o clube ocupe determinada sala, por que
temem que os garotos estraguem os móveis da igreja. Você pode antecipar-se
propondo alguns lugares possíveis de reuniões e de atividades, dentro da
comunidade onde vá organizar-se o novo clube.
Não é necessário que os desbravadores se reúnam sempre no mesmo lugar.
Faça uma lista, não se esquecendo de anotar ao lado dos locais possíveis, o
endereço, o telefone, horário que pode entrar em contato com a pessoa responsável
e eventual valor cobrado pelo uso.
Alguns lugares possíveis para reuniões semanais, excursões, noites de
recreação, classes JA e outras atividades são:
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1. Propriedade da igreja: Prédio da igreja ou escola, casa dos membros da
igreja, garagens ou pátios.
2. Propriedades da comunidade: Parques, salas de outras igrejas e escolas,
edifícios cívicos, museus, galerias públicas, salas de reuniões e bibliotecas públicas.
3. Propriedades comerciais: Salas de reuniões de bancos, salão de festas,
ginásios e clubes de esportes, lugares de excursões, centros artesanais ou outros
recintos comerciais, que podem ser freqüentados quando se está fazendo
determinada especialidade que trata de um tema específico, ou atrações recreativas.
4. Propriedades municipais: Reservas florestais, áreas de lazer, parques.
5. Acampamentos: Acampamentos de outras entidades cristãs, como da
igreja Batista, Presbiteriana, Metodista, etc. Acampamentos de escoteiros, campos
de irmãos amigos, quartéis.
Uma idéia que está se tornando cada vez mais popular entre os
desbravadores, é o conceito de que o lugar de reunião dos desbravadores, é
exatamente um lugar pra se reunirem. Ao procurar esta variedade de lugares de
reunião, os desbravadores saem da igreja para a comunidade. A falta de um lugar
regular e fixo para o clube reunir-se nunca deve ser desculpa, porque com certa
criatividade este problema pode tornar-se uma grande solução para atividades
variadas e excitantes.
É indispensável que estas pessoas com boa vontade façam O Curso de
Treinamento Básico para Diretoria.
Mas, mesmo antes disto, sem dúvida, haverá pessoas disponíveis para ajudar
com estas instruções. Seu primeiro passo deveria ser comunicar-se com o Diretor de
Desbravadores de sua Associação, se ele não puder atendê-lo pessoalmente, o fará
através de um coordenador regional Os diretores de clubes vizinhos também podem
estar dispostos a ajudá-lo. Seu clube terá maior probabilidade de êxito se estes
assuntos puderem ser tratados com o pessoal antes de começar o novo clube.
Muitos dizem "aprende-se fazendo", mas seguramente o novo clube terá um começo
melhor se seus diretores puderem tratar primeiro dos temas que expusemos acima.
4.5 O QUE FAZER?
Este capítulo trata de assuntos que deveriam ser conhecidos pelos diretores
de um novo clube antes de começar suas atividades.
1. Classes JA
As Classes regulares cursadas pelos desbravadores são seis: Amigo,
Companheiro, Pesquisador, Pioneiro, Excursionista, e Guia, e são divididos de
acordo com a faixa etária, começando com os dez anos de idade, cumprindo cada
desbravador os requisitos da Classe correspondente à sua idade, podendo ao longo
do ano ir recuperando as Classes ainda não realizadas, e que corresponderiam aos
anos anteriores. Os cartões para estes requisitos podem ser adquiridos no escritório
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da Associação/Missão local. Enquanto você planeja as atividades anuais dos
desbravadores, trate de coordenar o dia e o local para o cumprimento dos requisitos
para investidura. O ideal é que cada Classe tenha seu instrutor, de tal maneira que
no horário destinado às Classes cada desbravador tenha alguém coordenando o
cumprimento dos requisitos correspondentes à sua Classe. Para cada classe regular
existe a sua correspondente Classe avançada que segue o mesmo padrão de
cumprimento de requisitos da classe regular.
2. Especialidades
O Manual de Especialidades contém todos os requisitos para se obter
qualquer especialidade. Ao planejar o ano dos desbravadores, faça referência a
estas especialidades. A maioria dos clubes oferece duas ou mais especialidades
cada dois ou três meses durante o ano.
3. Cerimônia de recepção de novos membros
Esta é uma cerimônia na qual participam os novos membros dos clubes de
desbravadores. Através dela o nove desbravador é oficialmente integrado ao Clube,
pela colocação do lenço com seu respectivo prendedor, que deve ser metálico, na
cor dourada, na qual apareça o triângulo dos desbravadores. As instruções
completas em relação a como planejar uma cerimônia especial de investidura se
encontra no Manual do Curso de Treinamento Básico para Diretoria dos
Desbravadores. Alguns clubes oferecem duas destas cerimônias anualmente, sendo
uma em cada semestre.
4. Arrecadação de fundos
Os novos clubes necessitam uma boa quantidade de equipamentos e
materiais de apoio. Para arrecadar fundos a fim de obter o equipamento necessário,
deve-se ter um ou mais projetos. É aconselhável apresentar estes projetos ao pastor
e à comissão da igreja. O Departamental JA da Associação/Missão pode sugerir-lhe
projetos específicos e dar-lhe idéias e orientações, materiais e catálogos disponíveis.
5. Calendário da Associação
O diretor do Ministério Jovem de sua Associação, seu associado para
desbravadores (quando houver) e o regional desejarão estar incluídos no grupo de
apoio ao desenvolvimento de seu novo clube. Familiarize-se com o sistema de
trabalho da Associação/Missão, com os incentivos e eventos e outras informações.
Leve ao escritório da Associação uma lista completa de todos os oficiais de
desbravadores, com o endereço correto, de maneira que seu pessoal possa receber
todas as cartas da Associação. As atividades das Associações podem variar, mas a
maioria terá eventos anuais tais como camporis, cursos para orientar líderes, etc.
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6. Dia dos Desbravadores
O quarto sábado de Abril é o Dia do Desbravador. Durante este sábado
especial, o Clube tem a principal responsabilidade em todas as atividades sabáticas
incluindo o culto divino. Tudo deve ser planejado cuidadosamente para causar
melhor impressão nos membros da igreja. Naturalmente todos devem estar com seu
uniforme de gala. Consulte seu pastor para planejar este sábado especial. A
Associação/Missão se encarregará de enviar uma sugestão de programação para
este dia, mas você pode fazer as adaptações que julgar conveniente.
7. Cerimônia de investidura
Esta cerimônia costuma ser organizada duas vezes por ano, e pode ser
realizada na igreja, sendo que neste caso todo o cuidado deve ser tomado para
manter o espírito de solenidade e reverência. Os desbravadores que preencheram
os requisitos das classes ou especialidades JÁ serão investidos, recebendo seus
distintivos e insígnias. Como a investidura é uma prerrogativa da Associação/
Missão, o departamental JÁ de sua associação é quem geralmente dirige o
programa ou então delega esta responsabilidade a alguém, um regional, ou um líder
investido, com experiência suficiente para fazê-lo. Se necessitar mais informações,
eles estarão habilitados a atendê-lo.
8. Atividades missionárias
Esta é uma parte vital para o programa de um clube de êxito. As atividades
incluem assuntos tais como o programa anual da recolta, recolher alimentos e
objetos para dorcas, ou natal dos pobres, visitas a hospitais, asilos, creches,
distribuição de folhetos e muitas coisas mais. Sugere-se pelo menos uma atividade
bimestral para compartilhar a fé.
9. Folheto de informações
Seria muito útil que cada clube elaborasse essa espécie de Manual no qual
apresentaria toda informação que fosse relevante para os pais dos desbravadores.
Alguns assuntos que você poderia incluir são: o programa das reuniões, programa
anual de atividades, os requisitos gerais, o custo do uniforme, as cotas e outras
informações financeiras; a lista dos membros da diretoria, incluindo os conselheiros,
com o número do telefone e endereço, os regulamentos de disciplina e etc. A
preparação deste material não só ajudará a manter uma boa organização, mas
também responderá ás perguntas mais comuns que poderiam ser feitas pelos pais e
garotos que não estão familiarizados com os desbravadores.
10. Uniformes
Há dois tipos de uniforme para o clube de desbravadores: uniforme de campo
e uniforme de gala. O uniforme de campo consiste geralmente em camisetas com
identificação do Campo ou Clube local, tênis e calça jeans. O uniforme de gala é o
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uniforme padrão orientado pela Divisão Sul Americana através do regulamento de
Uniforme, disponível em sua Associação/Missão.
11. Reuniões do Clube
No próximo capítulo se comentará mais sobre isto. Deve-se considerar o lugar
em que se realizarão as diferentes reuniões e o que você planeja fazer em cada
uma delas.
As reuniões do clube devem incluir atividades tais como: cerimônias de
abertura e encerramento, (hasteamento e arriamento da bandeira, com ideais, hino e
oração), devocionais, assuntos de negócios do clube, cantinho das unidades, (onde
se combinam suas atividades exclusivas), atividades recreativas, preparação para
investidura, classes progressivas e especialidades, exercícios de marcha e outras
atividades mais. Será necessário ter uma reunião da comissão dos desbravadores
para discutir e planejar estes assuntos, se possível com a presença do regional, ou
de outra pessoa com experiências na liderança de desbravadores para se reunirem
com os dirigentes do clube e assim ajudá-lo nestes assuntos básicos. Familiarizar-se
com eles é essencial para um bom começo.
12. Divisão em Unidades
O Clube deve dirigir-se em unidades de garotos ou meninas, por faixa etária o
mais próximo possível e com 5-9 componentes, com um conselheiro para cada uma.
Os oficiais da unidade são o capitão (a) e o secretário (a), eleitos pela própria
unidade, com rotatividade de cargos.
4.6 PASSOS PARA SE ORGANIZAR UM CLUBE DE DESBRAVADORES
1. Aconselhamento com o líder do Ministério Jovem do campo local
O diretor de jovens do campo local é responsável por todos os Clubes de
Desbravadores de sua associação/missão. Qualquer membro da igreja que sente a
necessidade de um Clube de Desbravadores deveria se aconselhar com esse líder,
antes de quaisquer outros planos.
2. Reunião com o Pastor da Igreja local e o líder JA da
Associação/Missão
A solicitação deveria partir da igreja ao diretor de jovens do campo, que
deveria dispensar algum tempo com o pastor da igreja, explicando o ministério do
Clube de Desbravadores e seu funcionamento, detalhando qual seria a assistência
que a associação/missão poderia prestar à igreja. Se o líder de jovens do campo
estiver impossibilitado, devido a qualquer eventualidade, de participar desse
encontro, deve então delegar a responsabilidade ao Coordenador Regional de
Desbravadores.
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3. Apresentação do plano à comissão da Igreja
O líder de jovens do campo local deveria pedir uma reunião a comissão da
igreja. É necessário que a comissão da igreja autorize a organização do programa
de desbravadores. A comissão deveria estar bem familiarizada com todos os
objetivos, conceitos e necessidades financeiras da organização do Clube, e o papel
que ele pode vir a desempenhar no evangelismo jovem de sua igreja.
Nessa ocasião, a comissão deveria receber questionários e folhas
informativas com detalhes importantes a serem completados e submetidos ao líder
do Ministério Jovem do campo, que acompanhará o planejamento e organização do
Clube. Tais informações deverão incluir nomes e endereços de todos os juvenis e
adolescentes da igreja, ativos ou inativos; nomes de todos os membros da Escola
Sabatina dos primários, juvenis e adolescentes; nomes dos adultos qualificados e
líderes; nomes de pessoas hábeis para atuarem como instrutores. Logo após a
comissão da igreja conceder sua autorização, a igreja toda deverá ser informada
acerca da intenção de se formar um Clube de Desbravadores.
4. Comunicar à congregação durante o serviço de culto
É importante que todos os membros da igreja sejam informados sobre o
Clube de Desbravadores, seus objetivos e seu programa. Alguém com experiência
para falar em defesa do clube e das necessidades dos juvenis e adolescentes
deveria levar essas informações à igreja toda, de preferência durante o culto do
Sábado de manhã. Seria bom ter como orador convidado para esta ocasião, o
Lidere do Ministério Jovem da União, ou do campo local, ou o pastor da igreja, ou
algum outro pastor qualificado para tal, convidado da associação/missão. Nesse
culto, deverá ser feito um convite especial para pessoas interessadas em apoiar e
ajudar o Clube de Desbravadores.
5. Convocar uma reunião especial no sábado à tarde
Essa reunião especial deverá reunir todos os que estarão envolvidos no
Clube de Desbravadores. Convide todos os líderes, todos os pais de crianças na
idade de desbravadores, todos os professores da escola (da escola adventista ou
professores de escola pública que forem membros da igreja), todos os professores
da Escola Sabatina, Divisão Primários e Juvenis, todos os adultos que tenham
algum hobby interessante e habilidades, e que seria do interesse dos meninos e
meninas, e outras pessoas interessadas em ingressar no ministério dos menores.
Durante essa reunião, devem ser explicados maiores detalhes com vistas á
organização do Clube. Seria bom ter também alguns desbravadores de clubes de
igrejas vizinhas que pudessem demonstrar algumas de suas atividades e expor o
uniforme. Deveria ser feito um apelo especial para voluntários, para se prepararem
para a liderança do Clube. Aproveite também para distribuir um questionário.
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6. Ensinar as bases do Clube de Desbravadores
O Curso de Treinamento Básico para a Diretoria do Clube de Desbravadores,
como é apresentado neste manual, deveria ser realizado na igreja ou em local
próximo o suficiente para que as pessoas interessadas possam freqüentá-lo. Uma
das condições essenciais para o funcionamento bem-sucedido do Clube é um
número adequado de líderes bem treinados. O líder do Ministério Jovem do campo
local deveria dirigir esse curso e produzir tantos instrutores quantos forem possíveis.
7. Eleição do diretor e membros da diretoria
Ao final do curso de treinamento, a comissão da igreja/comissão de
nomeação deveria ser comunicada a respeito dos melhores qualificados para atuar
na liderança do Clube, e recomendar à igreja o Diretor do Clube, um Diretor
Associado (homem) e uma Diretora Associada (mulher). Depois de a igreja eleger
devidamente essas pessoas, deve ser formada uma comissão executiva do Clube
de Desbravadores.
8. Escolha dos conselheiros e instrutores (comissão executiva)
A Comissão Executiva do Clube de Desbravadores consiste do Pastor, do
Diretor J.A, dos Superintendentes dos Juvenis ou Professores da Escola da Igreja
(5º a 8º série do I Grau), Diretor do Clube e Diretores Associados. Essa comissão vai
definir as normas mais importantes para a operação do Clube e selecionar os
conselheiros e instrutores.
9. Reunião da comissão executiva dos Desbravadores para elaboração
do planejamento anual
Agora que os oficiais e diretoria foram treinados e se familiarizaram com os
procedimentos, e decidirão que padrão seguir, a Comissão Executiva dos
Desbravadores deveria começar a elaborar seu programa anual. Deveria ser
estabelecida uma agenda de eventos, incluindo aulas de atividades, reuniões, dias
especiais, eventos do campo local, programas bimestrais, feiras e camporis.
10. Elaboração do programa seis semanas antes da noite de inscrições
Esse pode ser o passo mais importante de toda a organização. A elaboração
do programa consiste em um planejamento de grande abrangência. Significa definir
os objetivos do Clube por um período de meses ou mesmo anos. As atividades
gerais do clube deveriam ser realizadas sempre de acordo com aqueles objetivos
propostos. Cada reunião deveria ser planejada detalhadamente semanas antes. O
reconhecimento das características distintas dos juvenis e adolescentes levará a
diretoria a dividir o programa anual em três ou quatro segmentos, com atividades e
objetivos distintos. Esses segmentos dão flexibilidade ao programa anual, permitindo
que novas idéias e aspectos sejam introduzidos de tempos em tempos.
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11. Enviar cartas às famílias de Desbravadores em potencial, quatro
semanas antes da noite de inscrições
4 semanas antes da noite de inscrições - anúncios no boletim da igreja local.
3 semanas antes da noite de inscrições - programa bem atraente no quadro
de anúncios. 2 semanas antes da noite de inscrições - programa feito pelos juvenis e
adolescentes da Escola Sabatina.
2 semanas antes da noite de inscrições - período missionário da igreja.
2 semanas antes da noite de inscrições - carta do Diretor aos pais dos
Desbravadores em potencial.
1 semana antes da noite de inscrições - toda a programação do sábado na
igreja dando ênfase ao programa.
12. Instruções e uniforme da diretoria antes da noite de inscrições
O diretor, os diretores associados, conselheiros e instrutores formam a
diretoria do Clube. Haverá, sem dúvida, certas ocasiões quando a recém-formada
diretoria se reúne para algum ensaio antes do início das atividades do Clube. Dessa
maneira, cada pessoa vai se familiarizando com seus deveres e o programa geral de
atividades do clube. Esses membros da Diretoria deveriam adquirir uniformes e
colocar devidamente as insígnias. Seria muito bom ter também uns quatro
desbravadores uniformizados.
13. Dia de inscrições
O programa do dia de inscrições deveria ser a primeira reunião de
desbravadores no ano. É a ocasião de levar ao conhecimento dos pais e menores o
programa anual planejado para Clube de Desbravadores: suas metas e objetivos,
suas atividades e reuniões, tanto as religiosas como as seculares. É preciso um
planejamento cuidadoso do programa de inscrições. Deveria começar pontualmente
e respeitar o tempo de duração estabelecido, ser realizado no local regular de
reuniões do clube.
Nota: Este dia de inscrições acontece três semanas antes da Cerimônia de
Admissão, que pode coincidir com a primeira reunião do clube. O clube deveria ter
uma programação para a admissão dos garotos em, no máximo três messes depois
de iniciadas as atividades. Lembrando que a admissão (cerimônia de lenço) só
deverá ser realizada com o uniforme de gala.
4.7 ALGUMAS ATIVIDADES
Algumas áreas de desenvolvimento de habilidades tanto
desbravadores como para a diretoria de seu novo clube poderão incluir:
para
os
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1. Exercícios e marchas
Par uso do Clube em eventos da Associação, desfiles e acontecimentos na
comunidade. Faça a Especialidade de Ordem Unida e consulte também o Manual de
Ordem Unida da série cinqüentenário. Utilize os comandos normais para os
deslocamentos e evoluções para demonstrações especiais.
2. Disciplina do Clube
Seu Clube deve ter regras próprias de disciplina. Devem ser poucas e bem
claras de modo a serem compreendidas perfeitamente por todos os desbravadores.
Se for necessário assessore-se com pessoas experientes no relacionamento com
juvenis e adolescentes.
3. Desenvolvimento na liderança
Querendo ou não, você será visto como modelo pelos desbravadores, e este
fato torna-se muito importante para a definição de sua liderança. Por isto você e sua
diretoria devem esforçar-se para continuar na conquista de novas especialidades. É
importante que os desbravadores saibam que seus líderes estão em constante
aprendizagem especialmente nas especialidades que tem a ver com liderança de
Desbravadores.
4. Arrecadação de fundos
Para a maioria dos clubes este é um desafio permanente. Com um clube novo
as necessidades são grandes em relação à aquisição de equipamentos, material
para acampar, trabalhos manuais, uniformes e outros. Mantenha um programa
regular e flexível para conseguir os recursos necessários. No orçamento anual da
igreja deverá estar incluída uma verba mensal para os Desbravadores. Além disso,
as mensalidades pagas pelos próprios desbravadores representarão uma entrada
regular de fundos. Para eventos especiais como camporis ou acampamentos
deverão ser programadas outras atividades para se conseguir dinheiro. É muito
importante lembrar-se que a realização de "pedágio" é um método proibido de
obtenção de recursos.
5. Promoção do Clube
O Clube deve valer-se de todas as oportunidades possíveis para manter-se
em destaque nas programações e atividades da igreja. Isso criará um clima
favorável ao Clube que certamente granjeará a simpatia e apoio necessários ao seu
êxito. Aqueles que contribuíram com tempo ou dinheiro para dar início ao Clube
verão seus esforços coroados de êxito. Utilize também todos os meios impressos de
comunicação disponíveis, sejam denominacionais ou não, inclusive jornais da cidade
para divulgar as realizações de seu clube.
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6. Assuntos de responsabilidade legal
É muito séria a responsabilidade assumida pelo clube, de cuidar de menores.
Frente ao Estatuto do Menor e Adolescente esta responsabilidade pode adquirir um
caráter civil ou mesmo penal. Todo o esforço deve ser feito no sentido de garantir a
total proteção dos menores sob sua responsabilidade. Consulte o Departamento JÁ
de sua Associação/Missão quanto a seguros, leis e outras situações de caráter legal.
Não se esqueça de pedir a autorização por escrito dos seus pais para a matrícula de
seus filhos no Clube, e uma específica para atividades fora do ambiente normal de
reuniões.
À medida que você aprende como satisfazer os diferentes aspectos da
Direção de um Clube, irá desenvolver uma maior habilidade e capacidade para
alcançar êxito em sua tarefa. Um Clube bem sucedido é liderança competente. Em
realidade a tarefa de organizar um Clube de sucesso está diretamente relacionada
ao seu conhecimento de "como" fazer as atividades relacionadas ao seu
funcionamento.
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5 TRABALHANDO EM EQUIPE – O SISTEMA DE UNIDADES
As unidades no clube de Desbravadores constituem o núcleo principal de seu
funcionamento. Se as unidades estão funcionando bem, logo o clube também está
funcionando bem. Uma unidade é formada por 6 a 8 meninos e meninas, sendo que
são separadas por faixa etária e por sexo, tendo como coordenador o Conselheiro.
A unidade precisa ter uma identidade, precisa de um nome, de um banderim,
um grito de guerra. Elas são instituídas pela direção do Clube e devem ser fixas. Os
nomes são definidos pela Comissão Executiva do Clube e devem ter relação com o
nome do Clube. Para que a unidade não perca a sua identidade, estes nomes nunca
devem ser alterados, nem a idade dos desbravadores da unidade, ou seja, os
desbravadores terão que passar por mais de uma unidade, aprendendo com os
costumes e as emoções de cada uma delas.
O banderim da unidade também deve estar em conformidade com o nome e
não precisa de alterações futuras, a menos que seja para melhorá-lo. Mas isto
somente com a autorização da Direção do Clube.
O grito de guerra constitui um item importante na unidade, pois ele une os
desbravadores e os anima para as atividades, além de criar neles um sentimento de
carinho e gosto pela unidade. Porém a escolha de um grito de guerra não é fácil, por
isso muitas unidades não têm um. O Conselheiro é o responsável por procurar
alguém que crie um e ensaiar com os desbravadores.
A unidade também precisa de uma secretaria organizada, com uma pasta
onde ficam registradas as fichas de todos os desbravadores que passaram por ela,
os relatórios das atividades, de visita aos pais, de acampamentos e outros eventos.
Cada desbravador pode assumir uma função específica na unidade, sendo
que as principais funções são: capitão e secretário. Estas serão abordadas em
capítulo à parte. Outras funções como tesoureiro e almoxarife fica a critério da
Unidade instituí-las ou não. O conselheiro deve ser o grande maestro da unidade e
trabalhar sempre junto dos diretores associados.
5.1 O SISTEMA DE EXCELÊNCIA
A Excelência é o alvo dos Conselheiros para os seus Desbravadores. A
insígnia foi desenvolvida para incentivar um alto padrão de conduta e desempenho
do desbravador como indivíduo, no período de um ano.
Ela deve ser usada pelo desbravador acima dos distintivos do bolso esquerdo
ou dos distintivos das classes avançadas. Este deve ser um objetivo da Unidade,
pois somente Desbravadores podem receber essa insígnia, e deverão usá-la no
uniforme somente por um ano. Somente aqueles que a receberam no último ano de
desbravadores, ou seja, aos 15 anos de idade, poderão usá-la permanentemente no
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uniforme, desde que seus atos estejam sempre em conformidade com o Voto e a Lei
do Desbravador.
A seleção e entrega
Por ocasião do encerramento do ano, a Comissão Diretiva do Clube faz a
seleção daqueles que estão em condições de receber a insígnia, adotando os
seguintes critérios:
É membro ativo do Clube por dois anos ou mais;
É um exemplo nos requisitos de uniforme, pontualidade nas reuniões, e
está ativamente envolvido em sua unidade;
Demonstrar crença no Voto e na Lei dos Desbravadores e vivenciar estes
itens.
É fiel aos ideais e os defende como uma sagrada honra;
Aceita voluntariamente as responsabilidades que lhe são designadas e
demonstra iniciativa e liderança no seu cumprimento individual ou em grupo;
Manter o melhor relacionamento interpessoal com os demais no clube;
Dar bom testemunho constante, através de uma conduta cristã;
Concluir, a cada ano, a Classe Regular que corresponde à sua idade e
fazer as Especialidades oferecidas.
Deve ser entregue ao Desbravador ou no programa do Dia Mundial ou na
Cerimônia de Encerramento, pelo líder mais graduado ou pelo líder da investidura.
5.2 CANTINHO DA UNIDADE
Este é um momento muito especial na reunião do clube e NUNCA pode faltar.
O Clube deve destinar em torno de 30 minutos para esta atividade e os Conselheiros
devem estar preparados para desempenharem as suas funções.
Mas realmente o que fazer no cantinho da unidade?
O cantinho da unidade é o momento mais íntimo da relação entre o
Conselheiro e os Desbravadores, então um excelente meio para impressionar os
garotos nos caminhos de Deus. O Conselheiro deve usar a sua criatividade para
tornar esse momento o mais atrativo possível, mas seguem algumas dicas:
Acompanhar o andamento das classes de cada desbravador, ajudando-os
a cumprir os requisitos que precisarem;
Trazer filmes, jogos, caça-palavras, curiosidades, gincanas, um brinde para
sortear. Estes já são itens que se bem administrados já se tem cantinho pronto para
todo o ano, cabendo ao Conselheiro usar o bom senso para controlar as atividades;
Repassar o programa da unidade, combinando com os desbravadores os
momentos sociais da unidade como noite do pijama, pizzada, sorvetada, torneio
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esportivo, acampamento da unidade. Também devem ser agendadas visitas aos
pais, para que estes estejam em cientes das atividades que os filhos deles estão
participando.
Incentivar a leitura do ano bíblico e do livro do ano.
5.3 O GRANDE MAESTRO – O CONSELHEIRO
A função mais importante no Clube de Desbravadores é a do Conselheiro. O
conselheiro está colocado numa posição de grande responsabilidade, pois está em
íntimo contato com a mente e o coração juvenil.
As qualificações são altas e ninguém deve aceitar esta posição a menos que
tenha amor por meninos e meninas, e esteja desejoso de representar devidamente
os elevados princípios do céu. Ser um conselheiro não é ter um escape para
entreter-se; é um dever da mais alta ordem, este de treinar os jovens a fim de se
tornarem verdadeiros soldados do Senhor Jesus Cristo.
Um conselheiro deve ser um cristão convertido e dedicado. Os meninos e as
meninas captam rapidamente a insinceridade daqueles com que se associam. Ele
deve trabalhar diligentemente para formar uma amizade sincera e compreensível,
com cada um de sua unidade.
Para poder pôr em prática os planos dados neste capítulo o conselheiro
necessita de íntima cooperação dos pais. Ele deve visitar os pais e explicar-lhes
cuidadosamente as grandes possibilidades contidas nesta instrução prática. Uma
vez conseguida as cooperação dos pais, há maiores possibilidades de sucesso.
Os juvenis, meninos e meninas cristãos, merecem liderança. “Aquele que
coopera com o propósito divino ao transmitir à juventude o conhecimento de Deus, e
ao lhes moldar o caráter em harmonia com o Seu, realiza uma elevada e nobre
missão, suscitando o desejo de atingir o ideal de Deus apresentando uma educação
que é tão alta como o céu e tão extensa como o universo” (Ellen White, Educação, p.
19).
Os conselheiros devem ser fiéis em assistir a todas as reuniões do Clube e da
diretoria, marcadas pelo Diretor.
5.3.1 Funções do Conselheiro
Coordenação das unidades. O Conselheiro não deve fazer todo o
trabalho da unidade, se assim o fosse não seria necessário um capitão, secretário e
muito menos existiria Unidade. Mas o seu trabalho é COORDENAR todo o trabalho,
que é bem diferente de fazer tudo. Ele deve providenciar todos os meios necessários
para o cumprimento das atividades da unidade, deve incentivar a participação de
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cada membro, ajudando-os a desenvolver seus aspectos físico, mental e espiritual.
Ele precisa estar à frente de tudo, ao passo que todos vejam que quem trabalha é a
unidade e não ele. Isso mesmo, quanto menos os méritos forem creditados ao
conselheiro e sim à unidade, melhor está o seu trabalho.
Auxiliar na montagem dos programas para o clube. Os Conselheiros
também fazem parte da diretoria do Clube e devem estar envolvidos com toda a
programação do seu Clube. Por isso precisa trabalhar em íntimo contato com os
Diretores Associados e também com o Diretor. Devem mostrar interesse e estar
sempre dispostos ao trabalho.
Auxiliar no desenvolvimento do Projeto Social. Essa é uma atividade
que sem o Conselheiro o Clube não conseguiria realizar. Seria impossível a um
Diretor e sua equipe sair com 30, 40, 50 ou mais desbravadores para um projeto ou
evento sem figura do Conselheiro. Não teria quem cuidasse dos garotos e muitos
males poderiam ocorrer. Então, o Conselheiro realmente deve vestir a camisa e dar
seu suor para um bom trabalho na unidade. Deve sempre conduzi-la em TODOS os
programas e eventos, mantendo-os organizados para o bem-estar do Clube e de
todos. Infelizmente essa atribuição muitas vezes é negligenciada e os
desbravadores passam a ser expostos a grandes perigos. Amigo Conselheiro, você
não é obrigado a exercer essa função. Se você não gosta é melhor procurar outra
função em que você possa realmente ajudar o Clube e a Igreja. Tudo o que te vier a
mão, faze-o conforme as tuas forças.
Montar juntamente com os instrutores um programa para o
cumprimento das classes. O Conselheiro não é a pessoa responsável por instruir
as classes. Ele já tem muitas coisas para fazer, se tiver que dedicar tempo à classe,
a unidade vai afundar por falta de atrações. Mas isso não exclui o trabalho do
Conselheiro de monitorar o cumprimento das mesmas e ajudar o trabalho dos
instrutores. Eles devem trabalhar juntos, pois é o Conselheiro quem incentiva os
garotos a cumprir os requisitos das classes e pode informar ao instrutor o
desenvolvimento de cada um, inclusive o seu trabalho dentro de casa e também na
escola.
Criar e manter atualizada uma listagem com os nomes dos alunos e a
classe em que eles estão. Nesta listagem colocar a data de início e marcar uma
data para a conclusão da classe. Faça uma lista e anexe à pasta da unidade com
a classe que cada garoto seu está fazendo, para que você possa ter um melhor
controle sobre o seu trabalho e também para deixar registrado por anos, décadas,
quais classes foram concluídas pelos desbravadores em cada ano, por unidade.
Fazer um relatório mensal sobre o desenvolvimento dos
desbravadores em seu cartão e entregar para a diretoria. Como parte de seu
monitoramento no trabalho das Classes, faça um relatório elencando todos os itens
cumpridos por eles, o que está faltando e a qualidade do trabalho de cada um.
Entregue esse relatório para o instrutor e para a Direção, para que todos saibam
como anda cada desbravador para que o Clube possa ajudá-los também no seu
desenvolvimento.
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Liderar a unidade, ensinando, trabalhando e permanecendo com eles
durante todas as programações.
Dar bom exemplo em comportamento, presença, pontualidade,
uniforme, etc. Nunca um Conselheiro vai conseguir levar os desbravadores aos pés
de Jesus e fazê-los andar em seus caminhos se ele mesmo não anda. O melhor jeito
de ensinar é demonstrar isso na prática. É testemunhar. Assim você prova para os
garotos que é possível viver assim, cumprir com essas atividades. Como você pode
exigir que seus desbravadores cumpram a classe se você mesmo não dá a mínima
importância para a sua? Jesus veio ao mundo também para nos mostrar que é
possível sim viver ao lado de Deus e devemos seguir o Seu exemplo. Da mesma
maneira, querendo ou não, seus desbravadores vão seguir os seus exemplos, por
isso, seja um imitador de Cristo para evitar falhas.
Participar da ordem unida com sua unidade. Não é porque agora o
Conselheiro faz parte da Direção que ele não precise mais participar da ordem
unida. Pelo contrário! Ele deve participar junto com seus meninos, dando a eles um
bom exemplo, e mostrando que todos precisam saber obedecer e liderar.
Ajudar os membros da unidade em quaisquer problemas que possam
surgir e manter os líderes informados. Como já dissemos, a Unidade é a base do
Clube de Desbravadores assim como a família, da sociedade. Se a Unidade está
passando por problemas e intrigas, cabe ao Conselheiro intervir e manter a ordem,
pois se ele não conseguir o Clube todo vai sofrer. Se o Conselheiro não conseguir
resolver tudo sozinho deve comunicar ao Diretor para que este tome as providências
necessárias. Mesmo que ele consiga resolver sozinho, sempre deve comunicar
problemas na Unidade para o Diretor. Todo o seu trabalho deve ficar transparente
para todo o Clube.
Assistir às reuniões da diretoria sempre que solicitado. Não tem
melhor maneira de você ficar informado de tudo o que acontece no Clube e tomar
parte ativa nisso do que participar das reuniões de diretoria. Nelas, você representa
a causa do desbravador e fica inteirado de todos os programas e eventos,
estimulando a sua Unidade a participar de todos e fazer o seu melhor, SEMPRE.
Avisar ao diretor com antecedência se não puder comparecer à
reunião. Para que a Unidade não fique sozinha e o Diretor tenha tempo de
providenciar um substituto.
Montar um programa de visitação e convidar pelo menos um membro
da diretoria para lhe acompanhar na visita. Essa é outra importantíssima função
que e negligenciada. Um Conselheiro, para poder “aconselhar”, deve estar por
dentro do que acontece com a pessoa. E a melhor forma de se fazer isso é conhecer
o desbravador, ir na casa dele e manter uma amizade com seus pais. Assim vocês
passaram a se conhecer melhor, se tornarão mais amigos e saberão como ajudálos, quando houver necessidade. O Clube ganha créditos com os pais e assim eles
passam a apoiar mais as atividades, sem contar que podem recomendar o Clube
para amigos. Resumindo, todos ganham!
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Recepcionar os novatos. Enquanto o Clube estiver fazendo um bom
trabalho, pessoas passarão a freqüentá-lo, e quanto mais pessoas entrarem no
Clube, mas treinada deve estar a equipe. Uma boa recepção é a chave para ganhar
a confiança dos pais e dos garotos. Você deve integrar os novatos nas atividades da
Unidade, mantendo sempre a harmonia dos trabalhos e desenvolvendo um espírito
de amizade e companheirismo. Ajude-o a alcançar os desbravadores veteranos para
que todos possam andar ao mesmo passo.
Entregar mensalmente para a secretaria do clube, preenchida
devidamente, a ficha de avaliação de cada desbravador. Cada Clube deve
determinar as diretrizes pelas quais os membros serão avaliados. A avaliação do
desempenho dos desbravadores é função do Conselheiro, de acordo com o definido
pelo Clube. Então, ele deve preencher uma ficha de avaliação com os itens
propostos e entregar para a Secretaria do Clube, para que fique registrado todo o
trabalho realizado por cada um.
Lançar um concurso dentro da unidade para escolher o “Grito de
Guerra” da unidade. Esse é um incentivo para que você consiga criar um bom grito
de guerra. Mas você pode usar qualquer critério lícito para isso, basta usar a sua
criatividade.
Criar junto com a unidade a camisa da unidade. Como a Unidade tem
uma identidade, esta pode confeccionar um uniforme próprio, para ser usado
durante as reuniões do Clube ou sempre que ele determinar. Mas ela não pode
substituir o uniforme de atividades oficial do Clube, em hipótese nenhuma.
5.4 INSTRUINDO NOS CAMINHOS DE DEUS – O INSTRUTOR
O Instrutor é um membro da diretoria do Clube que atua diretamente com os
Conselheiros e Diretores Associados, sendo os últimos responsáveis pela
fiscalização do seu trabalho.
Em geral o trabalho do instrutor é ser responsável por uma classe específica,
sendo que não necessariamente ele precise dar a instrução de todos os requisitos,
mas ele, sempre que achar conveniente, pode pedir a alguém para fazê-lo.
O Clube também pode ter um grupo de Instrutores responsáveis pelas
especialidades, que deverão procurar sempre especialidades legais para serem
dadas ao Clube e quem pode instruí-las.
Mas os Instrutores não são apenas pessoas do Clube, eles podem ser
convidados para ministrar matéria específica, e nem precisam ser adventistas, mas
precisam ser chamados somente com a autorização do Diretor do Clube. Por
exemplo, você vai dar uma instrução de Lapidação e ninguém no Clube sabe isso.
Então o Instrutor responsável por especialidades deve providenciar qualquer pessoa
que entenda do assunto para dar essa especialidade, com a devida autorização do
Diretor.
Treinamento Básico de Diretoria – ARF
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5.4.1 Funções do instrutor
Ser responsável por ministrar uma das Classes. Como mencionado
acima, ele é o responsável para que no final das atividades os meninos sejam
investidos, providenciando a instrução de todo o cartão e não necessariamente ele
deve dar a instrução de todo o cartão.
Avaliar os itens do cartão. Como foi ele ou um convidado que deu a
instrução, deve ser ele quem deve assumir a responsabilidade de avaliar o garoto e
dizer se este cumpriu o exigido satisfatoriamente ou não.
Preparar os garotos para a avaliação regional. A palavra final de quem
vai ser investido ou não é do Regional, portanto, você deve cuidar para que seus
desbravadores realmente estejam preparados para a avaliação com ele, para que
não fiquem constrangidos por não poderem ser investidos.
Montar um calendário de instrução e encaminhá-lo para os Diretores
Associados. Você deve montar um cronograma de todas as instruções que você vai
dar ao longo do ano, de forma que tudo esteja concluído até o dia da investidura.
Cuide para que o seu calendário não choque com programas estabelecidos pelo
Clube, da mesma forma, observe as atividades do Clube para aproveitar alguma
instrução específica. Por exemplo, no dia tal, o Clube vai fazer uma caminhada num
lugar que tem muitas árvores, seus garotos precisam da especialidade de árvores,
então, aproveite para marcar a data dessa instrução no dia dessa caminhada.
Manter um trabalho conjunto com o Conselheiro para melhor avaliar
os desbravadores. O contato que o Instrutor tem com os desbravadores é somente
na hora da instrução, sendo que muitas vezes ele nem sabe muito bem o que está
acontecendo com cada um. Por isso, para um melhor rendimento das Classes,
esteja muito próximo dos Conselheiros dos seus meninos para que você saiba lidar
com algum eventual problema que esteja acontecendo.
5.5 O CAPITÃO
O capitão de unidade é um membro do clube escolhido pela unidade para
animar a seu grupo e cumprir com sucesso o programa, por meio do próprio
exemplo e da influência pessoal, inspirando cada membro a fazer o seu melhor.
O período de sua atuação varia de três meses a um ano, dependendo do
tempo aprovado pela diretoria. Durante todas as atividades do clube o capitão usa
uma insígnia indicando sua função.
Treinamento Básico de Diretoria – ARF
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5.5.1 Funções do capitão
Auxiliar os conselheiros e cuidar da unidade quando requisitado. Na
ausência do Conselheiro, o Capitão assume o comando da Unidade. Ele deve ajudar
o Conselheiro no cumprimento de todas as suas atividades e estar sempre pronto
para ajudá-lo no que ele precisar.
Portar e segurar a bandeira da unidade de maneira correta. Quando o
Clube estiver em forma ou em qualquer evento, o Capitão é o responsável por
segurar o Banderim da Unidade e cuidar para que ele não fique jogado ou sujo.
Cuidar para que a bandeira da unidade esteja colocada da maneira
apropriada em frente da unidade, nos acampamentos. Independente de onde
estiver, você sempre é o responsável por cuidar do seu Banderim. Portanto, cuide
para que ele não fique em qualquer lugar e esteja sempre à frente de vocês, seja em
acampamento (na frente da barraca), seja na frente da Unidade em ordem unida ou
em qualquer lugar.
Ser responsável pela presença da unidade a tempo no momento
convocado. Ninguém melhor para incentivar os desbravadores a chegar cedo do
que o capitão, pois você é muito mais amigo dos seus colegas do que qualquer
membro da Diretoria. Por isso, assim como o Conselheiro, você deve dar o exemplo
em tudo o que você fizer, para que você consiga que a Unidade te copie e obedeça
ao que você solicitou.
Apresentar a unidade no início das reuniões. No início da reunião,
quando o Clube estiver em forma, todas as Unidades devem se apresentar ao
Diretor. Como Capitão, você é o responsável por isso. Você deve ir até o diretor,
parar à sua frente em posição de sentido, fazer o sinal de Maranata e apresentar a
Unidade, seguindo o seguinte modelo: Capitão fulano apresento a Unidade tal com
tantos membros presentes e tantos membros ausentes. Assim que o Diretor disser
que está apresentado, peça permissão para se retirar, dê meia volta e rompa
marcha com o pé esquerdo. Em seguida, coloque toda a sua Unidade em posição
de descansar. A partir desse momento, toda a Unidade está ao comando de quem
você apresentou e não mais no seu.
5.5.2 Para ser capitão
Espiritualidade
No duelo de Golias e Davi venceu o mais forte ou mais fraco?
Entre os 11 filhos de Jacó quem era o mais cristão? Os outros eram mais
velhos, mais experientes, mais fortes, mais astutos, mas quem Deus escolheu para
comandar o Egito?
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Não precisa ser muito inteligente para descobrir que em todas as histórias da
Bíblia, a vitória era daqueles que estavam nas fileiras de Jeová. Vence o melhor e o
melhor é o que está no lado certo, do lado de Jesus.
Acima de tudo, o capitão precisa ser um líder espiritual, precisa experimentar
o poder de Deus em sua vida, precisa viver os princípios da Fé em seus atos.
Para ensinar alguma coisa, primeiro deve praticar. O comandante da unidade
deve ser o exemplo da unidade.
Para ensinar honestidade, precisa ser honesto.
Para defender a verdade, deve só falar a verdade
Para falar do amor de Jesus, deve conhecer e viver o amor de Jesus.
O comandante de um grupo geralmente determina o rumo da caminhada.
Como capitão e comandante da unidade em que rumo você está levando seu
grupo? Entre tantas influências e sinais de pista errados, só indo com um experiente
guia que conheça bem o caminho. Esse guia é Jesus que deve estar presente, deve
ser sempre solicitado.
Este foi o segredo de Davi, segredo que Golias não conhecia. E você, já
conhece a Jesus?
Organização
É fácil conhecer se uma pessoa é organizada ou bagunceira?
Pensem em alguns detalhes da pessoa: sua roupa, sua mochila, seu
caderno... o que mais? Pense mais coisas.
Agora pense em você e dê uma nota no final desse teste.
Quando usa um objeto, você o coloca novamente no lugar certo?
Consegue arrumar a mochila de forma que encontre as coisas sem
demorar?
Você tem lugar certo para guardar suas coisas em casa?
Já aprendeu a distribuir o tempo para diversas atividades, como: estudo,
tarefas, recreação, etc.?
É capaz de controlar o dinheiro, não gasta tudo de uma vez?
Consegue fazer uma compra para sua mãe com vários itens e depois
trazer as notas, fechar e acertar com o troco?
Ao sair com sua unidade você organiza em fila indiana?
E então o que você achou de si mesmo? Que nota?
Pense bem, é melhor ser organizado ou enrolado?
A organização simplifica as coisas, facilita a vida e aumenta a capacidade de
realização de qualquer pessoa. Em que ponto você precisa se organizar?
Liderança e Comando
O grupo é o espelho do capitão
Treinamento Básico de Diretoria – ARF
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Capitão firme
Capitão fraco
Capitão amigo
Capitão chato
Capitão alegre
Capitão pessimista
Capitão corajoso
Capitão medroso
Capitão honesto
Unidade _______________________
Unidade _______________________
Unidade _______________________
Unidade _______________________
Unidade _______________________
Unidade _______________________
Unidade _______________________
Unidade _______________________
Unidade _______________________
Tem gente que pensa que para exercer o comando precisa ser aquele tipo
durão e para se destacar como líder precisa ter ares de superior. Outros pensam
que para ganhar o grupo deve concordar com tudo e procura agradar a todos. Uns
são durões e superiores, outros bonzinhos demais. Qual o mais errado? Pense um
pouco… Qual você parece mais? Seja honesto.
Será que as pessoas gostam de tipos sem personalidade, “Maria vai com as
outras”? Por outro lado as pessoas se sentem bem dirigidas por alguém sabichão ou
“Coronel Dureza”?
Capitão, a palavra certa é “equilíbrio”, porque ninguém gosta de “molengas” e
nem de “metidos”. Tem que ser legal mas firme, ser amigo é saber dizer não, ser
camarada sem dar chatice. Nunca voltar atrás sua palavra deve ser uma ordem.
Nunca permita que suas ordens sejam negligenciadas, mas não dê ordens
absurdas.
Sabe, logo a unidade vai sentir firmeza, vai perceber que escolheram a
pessoa certa, um líder legal e comandante. Quando a unidade precisa de um amigo,
quando quiserem saber o certo, quando buscarem a verdade, sabem a quem
procurarão?
Disciplina
“Sem Disciplina Não Se Chega A Lugar Nenhum.”
Não precisa ser muito inteligente para descobrir que tudo funciona melhor
com disciplina. Ex: Participávamos do resgate de pessoas atingidas por uma violenta
enchente. Usávamos um barco a motor e quando todas as pessoas acabavam de se
acomodar repetíamos as instruções que deviam ser seguidas à risca. Ninguém deve
se levantar, todos devem se segurar bem ao barco, pois lá no meio a corredeira é
forte e vai balançar mais. Mas o motor é possante e o barco é novo. Tudo
entendido? Alguma pergunta? Não. Vamos lá!
Todos se seguravam firmemente, todos permaneciam sentados, até que, no
meio da corredeira, um velho gordo resolve desobedecer as instruções e tentou
levantar. Conseguimos controlá-lo, mas ele se arriscou e pôs a vida dos outros em
risco.
Disciplina é fazer as coisas certas de modo certo na hora certa.
Treinamento Básico de Diretoria – ARF
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Disciplina é sabermos cumprir ordens mesmo que não nos agradem muito
ou não as entendamos de pronto.
Disciplina é trabalharmos pelo grupo, mas não para nós mesmos.
Disciplina é sacrificar-se pelo sucesso de missão.
Honestidade
A verdade e o direito acima dos interesses pessoais
Compromisso com o que é certo.
Honestidade nas coisas grandes e nas pequenas, nos detalhes que
pessoas humanas não vêem. “Sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei.”
Falar a verdade ou ouvir a verdade nem sempre agrada, mas devemos nos
acostumar à verdade para nós e os outros.
Lealdade
“Um Por Todos... Todos Por Um.”
Diante da unidade você é o representante e defensor da diretoria, diante da
diretoria você representa e defende a sua unidade.
Nunca aceite acusação contra alguém que não está presente e não pode se
defender. Deixe bem claro que ainda resta ouvir o outro lado para tirar conclusões.
5.6 O SECRETÁRIO DA UNIDADE
O secretário da unidade é o membro escolhido pelos outros membros da
unidade para desempenhar uma variedade de tarefas especiais. O período de
atuação varia de três meses (rotativos) a um ano, dependendo do padrão adotado
pela comissão da diretoria. Durante todas as atividades do clube, o secretário usa
uma insígnia indicando sua função.
5.6.1 Funções do Secretário
Cumprir as funções do capitão em sua ausência. O Secretário é o
segundo líder da Unidade, portanto, na ausência do Capitão, é ele quem assume as
responsabilidades da Unidade.
Servir como mensageiro entre a unidade e o diretor, quando solicitado
pelo conselheiro da unidade. Você é o responsável por estar em contato com a
Direção do Clube e lhe prestar quaisquer tipos de esclarecimentos, sobre
pontualidade, freqüência, uso do uniforme, dentre outros.
Preencher a ficha do cantinho da unidade. O Secretário deve manter em
dia a ficha de avaliação semanal de cada desbravador, sendo honesto em suas
Treinamento Básico de Diretoria – ARF
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marcações, pois você não estará fazendo nenhum favor a seu colega se você
encobrir dados ou alterá-los. Lembre-se, o seu trabalho não é para a Diretoria do
Clube, e sim, para Deus.
Manter atualizado o “Livro da Unidade”. Neste livro estará registrado
toda vida da unidade, exemplo: Acampamentos, caminhadas, ex-membros,
conquistas da unidade, trunfos. Neste Livro são registradas todas as atividades da
Unidade, além de conter uma lista completa de todos os seus membros, relatórios e
etc. E você é o responsável por providenciar esta pasta e mantê-la atualizada.
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6 ENSINANDO O PROGRAMA DOS DESBRAVADORES
O Clube de Desbravadores se desenvolve através de um programa específico
de Classes e Especialidades, que visam um desenvolvimento nas áreas física,
mental, social e espiritual, preparando o juvenil para torná-lo um cidadão útil a Deus,
à Pátria, à comunidade e aos seus semelhantes.
"As crianças devem ser treinadas para se tornarem missionárias; devem ser
ajudadas a compreender o que devem fazer para serem salvas”. (Ellen White,
Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, p. 168). E a melhor preparação é o
"desenvolvimento harmonioso das forças físicas, mentais e espirituais. Ele prepara o
estudante para a alegria de servir neste mundo, e para a suprema alegria do mais
amplo serviço no mundo por vir". (Ellen White, Educação, p. 13).
Tudo isso ajuda a juventude a encontrar verdadeira felicidade em
testemunhar e se tornar membro do grande exército dos Jovens Adventistas, cujos
talentos e energia são dedicados a Cristo. Eles serão aqueles cujas mãos estão
prontas para contornar qualquer emergência e transformá-la em oportunidade de
glorificar o grande Líder.
6.1 AS CLASSES
O programa das Classes Regulares JA compreende a grande escola do
Clube de Desbravadores. Estas classes foram elaboradas de forma a desenvolver
as faculdades física, mental, espiritual e social dos desbravadores de acordo com a
sua faixa etária.
As classes estão agrupadas da seguinte maneira:
Classes Regulares: Amigo (10 anos), Companheiro (11 anos), Pesquisador
(12 anos), Pioneiro (13 anos), Excursionista (14 anos) e Guia (15 anos);
Classes Avançadas: Amigo da natureza, Companheiro de Excursionismo,
Pesquisador de Campos e Bosques, Pioneiro de Novas Fronteiras, Excursionista na
Mata e Guia de Exploração (seguindo a idade da Classe Regular correspondente);
Classes de Liderança: Líder e Classes Agrupadas (16 anos), Líder Máster
(18 anos), Líder Máster Avançado (20 anos).
Cada desbravador deve cumprir os requisitos de uma classe durante o
período de um ano e ao final do ano, na Cerimônia de Encerramento, após passar
por uma avaliação do regional ele será investido.
As classes são divididas em 8 seções que focam o treinamento do
desbravador para uma determinada área do conhecimento. São elas: Descoberta
Espiritual; Servindo aos Outros; Desenvolvendo Amizade; Saúde e Aptidão Física;
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Desenvolvendo Organização e Liderança; Estudo da Natureza; Arte de Acampar e
Enriquecendo seu Estilo de Vida.
Em síntese este é o conteúdo delas:
Amigo: Jesus no antigo testamento, testemunho, princípios de saúde,
trabalho para Deus.
Companheiro: Jesus no novo testamento, males do cigarro e outras
drogas, testemunho, o que Deus espera deles.
Pesquisador: Jesus nos evangelhos, prevenir o uso de álcool e drogas,
testemunho, o que podem fazer para Deus.
Pioneiro: Relacionamento com Jesus, Criacionismo, mente e corpo de
Deus, fazer sua parte no trabalho de Deus.
Excursionista: Doutrinas (sábado, Espírito Santo e volta de Jesus), voto de
abstinência (cigarro, álcool e drogas), cada um tem dons, talentos e habilidades
dados por Deus.
Guia: Doutrinas (santuário, mordomia, discipulado), ser temperante, cada
um tem dons, talentos e habilidades dados por Deus.
Um clube que consegue cumprir o programa das classes, ainda que não
tenha recursos financeiros ou não consiga participar de todos os eventos do Campo,
está com saldo positivo, pois a instrução das classes é mais importante do que
essas outras coisas, afinal, através delas o desbravador aprende aquilo que nós
pregamos como Adventistas do Sétimo Dia. Importante: um clube que não realiza
um bom trabalho com as classes não está funcionando bem e não está cumprindo o
seu papel de instruir esses garotos no caminho da verdade.
6.2 A INSTRUÇÃO DAS CLASSES
A instrução das classes regulares e a classe bíblica são os principais
programas das reuniões cotidianas. Para esta atividade deve ser destinado pelo
menos 1 hora. Os instrutores devem ser escolhidos com critério, pois eles
desenvolverão esse trabalho com os desbravadores durante um ano.
Um clube que já tem uma boa estrutura e desbravadores em todas as idades
deve ter um instrutor para cada uma das classes. Já um clube que não possui ainda
estrutura suficiente ou não possui desbravadores de todas as idades pode
selecionar algumas classes e agrupar os desbravadores nelas. Por exemplo: o clube
tem apenas 3 instrutores, então ele pode trabalhar com amigo, pesquisador e
excursionista, sendo que os que tem idade de fazer companheiro fazem amigo, os
que tem idade de fazer pioneiro fazem pesquisador e os que tem idade de fazer guia
fazem excursionista. No ano seguinte você trabalha com as outras classes,
permanecendo apenas a de amigo (SEMPRE). Assim os desbravadores cumprem
todas as classes ao decorrer dos 6 anos.
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Os diretores associados do clube são os responsáveis por coordenar o
programa das classes, por isso eles devem ajudar os instrutores e prover todos os
meios necessários para o bom funcionamento das instruções.
Cada instrutor deve preparar um cronograma das instruções, de forma que os
desbravadores cumpram todos os requisitos da classe com qualidade e de forma
tranqüila no decorrer do ano.
Abaixo segue um modelo de cronograma de instrução:
Clube de Desbravadores APlaC
Cronograma de instrução
Pioneiro
Fevereiro
14 – domingo:
Gerais: 1 – Ter no mínimo 13 anos de idade.
Modo de avaliar: cópia da certidão de nascimento ou identidade do
desbravador.
Desenvolvendo amizade: 2 – Participar de um debate e fazer uma avaliação
pessoal sobre suas atitudes em dois dos seguintes temas: auto-estima, amizade,
relacionamentos e otimismo e pessimismo.
Modo de avaliação: relatório do debate realizado.
21 – domingo:
Arte de acampar: 3 – Completar a especialidade de Resgate Básico.
28 – domingo:
Arte de acampar: 3 – Completar a especialidade de Resgate Básico.
Modo de avaliação: prova teórica e prática, com nota mínima para aprovação
8,0.
Março
7 – domingo:
Estudo da Natureza: 1 – Recapitular a história do dilúvio e estudar pelo
menos três fósseis diferentes. Explicar sua origem relacionando-os com a
transgressão da Lei de Deus.
Modo de avaliar: relatório escrito do debate realizado.
14 – domingo:
Estudo da Natureza: 2 – Completar uma especialidade de Estudos da
Natureza, não realizada anteriormente. Especialidade: Mamíferos.
21 – domingo:
Estudo da Natureza: 2 – Completar uma especialidade de Estudos da
Natureza, não realizada anteriormente. Especialidade: Mamíferos.
Modo de avaliação: prova teórica, com nota mínima para aprovação 8,0.
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Dessa maneira o instrutor saberá exatamente o que fazer em todas as
reuniões e os diretores associados poderão fiscalizar melhor o seu trabalho.
Os instrutores deverão sempre fazer instruções dinâmicas e de forma que os
desbravadores consigam assimilar o conteúdo. Sempre que precisar ele pode
convidar outras pessoas com mais conhecimento na área para ministrar a aula, mas
deverá passar isso ao Diretor do clube com antecedência para que não ocorra
constrangimentos.
Note que para cada requisito é descrito uma forma de avaliar, pois esta é
outra das atribuições do instrutor. Ele deve saber exatamente como avaliar aquilo
que ele ensinou e é importante que os desbravadores entendam essa forma de
avaliação. Em geral, para a maior parte dos requisitos é necessário apenas um
pequeno relatório, contendo as informações mais importantes da instrução. O mais
importante é criar já nos desbravadores uma prática de fazer relatórios, pois quando
ele for fazer as classes de liderança vai precisar muito desses conhecimentos.
Quando o desbravador completar uma classe o instrutor deve fazer uma
avaliação com ele, que pode ser escrita ou oral. Em seguida a direção do clube
agenda com o Regional uma visita para que ele também possa avaliar e só após a
aprovação do Regional ele poderá ser investido.
6.3 A INSTRUÇÃO DAS ESPECIALIDADES
As especialidades constituem um grande ingrediente para o desenvolvimento
completo dos desbravadores. O Ministério Jovem propõe mais de 250
especialidades em diversas áreas para que os desbravadores possam se interessar
pelos temas e buscar o conhecimento através do cumprimento de alguns requisitos
registrados no Manual de Especialidades.
São 8 as áreas de conhecimento das especialidades: Habilidades domésticas,
Artes e habilidades manuais, Atividades agrícolas, Atividades missionárias, Ciência e
saúde, Estudo da Natureza, Atividades profissionais e Atividades recreativas. Além
das especialidades ainda existem 12 mestrados, que representam uma área maior,
onde o desbravador precisa concluir 7 determinadas especialidades (elencadas no
Manual) para consegui-lo.
O trabalho de instrução de especialidades também deve ser uma prioridade
no clube. Todas as classes exigem o cumprimento de algumas especialidades,
portanto, cabe ao instrutor da classe providenciar pessoas para instruir essas
especialidades. Além das especialidades exigidas nas classes, o clube também
pode instruir quantas lhe for possível, lembrando que o mais importante é a
qualidade da instrução e não a quantidade de especialidades.
No Manual de Especialidades encontra-se todos os requisitos para que o
desbravador consiga a especialidade desejada. Logo, o instrutor deve pegar esses
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requisitos e ensinar aos desbravadores o cumprimento de todos eles. O Manual de
Especialidades é encontrado no site: <www.desbravadores.org.br>.
Além das especialidades instruídas pelo clube o desbravador pode fazer
qualquer especialidade que desejar, basta que ele cumpra todos os requisitos e
tenha um instrutor qualificado para avaliá-lo. Se o clube não tiver esse instrutor
qualificado para avaliar, deve providenciar um.
Quando o desbravador cumprir TODOS os requisitos, o instrutor da
especialidade deverá realizar uma avaliação com ele, que pode ser escrita, oral ou
prática, de forma que o desbravador seja realmente avaliado e mostre que aprendeu
todo o conteúdo. Aqueles que não demonstrarem aprendizado satisfatório não
podem receber a insígnia, para que eles aprendam a se esforçar e estudar mais da
próxima vez. Sendo aprovado, o Diretor do clube também deve fazer uma avaliação
para validar o certificado. Não há um modelo padrão de certificado de especialidade,
cada clube pode elaborar o seu, contendo, no mínimo, as seguintes informações:
Nome do desbravador, especialidade concluída, data de conclusão e assinatura do
instrutor e do Diretor do clube.
O Diretor do clube deve providenciar as insígnias das especialidades na
Associação com antecedência, para que no dia da entrega todos os desbravadores
possam receber as suas insígnias.
6.4 O PROGRAMA DA LIDERANÇA
Como citado anteriormente, a Diretoria do clube também possui um programa
de classes, constituído de três classes: Líder ou Classes Agrupadas, Líder Máster e
Líder Máster Avançado.
Diferentemente das Classes Regulares, onde os desbravadores precisam
apenas cumprir os requisitos para aprender o conteúdo, as classes de liderança
exigem um comprometimento dos futuros líderes, para que eles não apenas
cumpram itens e sim aprendam realmente a liderar.
Para iniciar o seu estudo em uma das classes de liderança você deve
escolher um líder já investido para te orientar e na falta de um em seu clube você
será orientado pelo Regional. Mas independente de quem você escolheu, o Regional
sempre será o seu instrutor e avaliador perante a Associação.
O instrutor deve ajudar o aspirante a não apenas cumprir os requisitos do
cartão e sim expô-lo a diversas situações no clube para que ele aprenda a lidar com
elas e assim desenvolva a sua capacidade de liderança. Um cartão não faz um
líder, a experiência é que faz. Mas um aspirante que concluiu seu cartão com
qualidade certamente terá mais facilidade para se tornar um líder, por isso esse
trabalho jamais deve ser negligenciado.
A diretoria deve começar o seu programa de estudo com a classe de Líder,
para aqueles que já possuem todas as seis Classes Regulares ou com a classe de
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Classes Agrupadas, para aqueles que não possuem todas ou nenhuma das Classes
Regulares.
Em seguida ele estará habilitado para fazer Líder Máster, onde ele se
especializa em duas das sete áreas de desenvolvimento do cartão: Administração e
Relações Humanas, Acampamento, Evangelismo Juvenil e Atividades Comunitárias,
Criatividade, Ordem Unida, Educação Campestre e Recreação. O líder deve ser
orientado por um líder máster e pelo seu Regional.
O líder máster está habilitado para iniciar a classe de Líder Máster Avançado,
onde ele se especializa em apenas uma das áreas supracitadas, sendo que agora
seu trabalho exigirá muito mais dele. Ele pode escolher qualquer uma delas, mesmo
que não seja uma das escolhidas na classe anterior.
Em todas essas classes o candidato à investidura deve fazer uma pasta com
todos os relatórios de todas as atividades realizadas, seguindo os requisitos do
cartão. Ele precisa comprovar tudo, inclusive ter no mínimo 16, 18 ou 20 anos e ser
um membro batizado.
Ele também pode fazer esse trabalho num caderno, mas será mais difícil se
organizar depois, por isso a pasta é mais indicada.
A pasta deve conter os seguintes elementos: capa com identificação do
candidato, incluindo nome do clube, Associação e União (em casos de Líder Máster
e Líder Máster Avançado); identificação da classe e registro completo de todos os
requisitos do cartão. Mas para um trabalho organizado e bem feito, ele pode ainda
complementar com páginas separando as seções do cartão, agradecimentos,
dedicatória etc. A diagramação da pasta é livre.
Inicie sempre um requisito numa página à parte, mesmo que o requisito
anterior tenha acabado no início da página, para manter uma organização mais
uniforme. Faça bons relatórios, isso não quer dizer que precisam ser grandes, mas o
mais importante é que tenham conteúdo, por exemplo, para o requisito “Ter o cargo
de Conselheiro por um ano” não basta apenas dizer o nome e a idade da sua
unidade. Faça um relatório descrevendo todas as suas atividades como conselheiro
durante o ano, de preferência, um relatório de suas atividades durante todas as
reuniões do ano.
A seguir, segue um esquema de como você pode organizar a sua pasta:
Capa – Agradecimentos – Dedicatória – Epígrafe – Divisória de Seção –
Requisitos – Divisória de Seção – Requisitos – Folha de Aprovação (cópia da folha
de aprovação do cartão) – Autógrafos.
Abaixo encontra-se um exemplo de uma capa, uma divisória de seção e de
um requisito concluído.
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Este modelo é apenas sugestivo, cada líder deve organizar o seu trabalho,
que pode ser em pasta ou caderno, digitado ou manuscrito. Mas o que é
indispensável é uma boa apresentação dos requisitos, de forma que comprove
realmente que o que você fez o habilita a receber a classe.
Ao concluir a classe todos devem enviar a pasta à Associação que em caso
de líderes ela mesma fará a avaliação final e a aprovação. Em caso de Líder Máster,
após a avaliação da Associação a pasta será encaminhada à União e em caso de
Líder Máster Avançado, após a avaliação da União, será encaminhada à Divisão.
Lembre-se que o Regional deve ser o seu principal aliado no desenvolvimento
de uma das classes de liderança e quaisquer dúvidas poderão ser discutidas com
ele.
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7 ORDEM UNIDA
7.1 OBJETIVOS DA ORDEM UNIDA
a) Proporcionar aos desbravadores e às unidades os meios de se
apresentarem e se deslocarem em perfeita ordem, em todas as circunstâncias.
b) Desenvolver o sentimento de coesão e os reflexos de obediência que são
fatores preponderantes.
c) Construir uma verdadeira escola de disciplina.
d) Permitir que o clube apareça em público, de forma elegante e marcial.
7.2 CONCEITOS BÁSICOS
Formação: é a disposição dos elementos de um grupo em linha ou em coluna.
Exemplo: Formação por 04 (em que são formadas 4 colunas), Formação por
unidades (em que os capitães assumem as suas unidades na testa e o restante se
posiciona um atrás do outro, do maior para o menor.
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Linha: é a disposição de um grupo cujos desbravadores estão dispostos um
ao lado do outro.
Fileira: é a formação em que os desbravadores estão colocados na mesma
linha, um ao lado do outro, tendo todos a frente voltada para o mesmo ponto.
Intervalo: é o espaço entre dois desbravadores colocados na mesma fileira
(um do lado do outro).
Intervalo
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Coluna: quando os desbravadores estão um atrás do outro, independente da
distância e intervalo, entre blocos ou grupos.
Cobertura: é o espaço entre dois desbravadores, onde estes estão um atrás
do outro.
Testa: os desbravadores que estão na primeira fileira.
Alinhamento: disposição de vários desbravadores enfileirados em uma linha
reta, todos voltados para a mesma direção, um ao lado do outro.
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Cadência: sucessão harmoniosa de sons e movimentos. Determinada pelo
homem-base.
Homem-base: desbravador base para todos os comandos de ordem unida.
Este é o testa da coluna da direita.
Retaguarda ou cauda: último desbravador ou última fileira de desbravadores
de uma formação.
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Relembrando:
7.3 OS COMANDOS EM ORDEM UNIDA
7.3.1 Formas de comando
Corneta – só serão utilizados de acordo com o respectivo manual de toques e
marchas das forças armadas. Recomendado somente para clubes que já estão em
adiantado progresso e conhecimento em ordem unida.
Gestos – utilizado à distância quando não houver condições dos comandos
em viva voz.
Voz – é a maneira padronizada pela qual o instrutor exprime verbalmente sua
vontade. A mais usada em ordem unida, pois permite execução simultânea e
imediata.
Apito – comandos por meio de apitos serão dados mediante o emprego de
silvos longos e curtos, longos p/ advertência e curtos p/ execução.
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7.3.2 Vozes de comando
Geralmente são compostas pelos seguintes elementos:
a) Voz de advertência: é um alerta que se dá ao grupo, prevenindo-o para o
comando que será anunciado. Exemplo: Atenção clube!
b) Comando propriamente dito: tem por finalidade indicar o movimento a ser
realizado pelos executantes. Exemplo: Direita... Esquerda... Meia Volta... Ordinário...
É necessário que este comando seja dado com clareza e em voz alta, de forma que
todo o pelotão escute e entenda o comando.
c) Voz de execução: tem por finalidade determinar o exato momento em que o
movimento deve começar ou cessar. Quando a voz de execução é uma palavra
oxítona, ou seja, com a última sílaba tônica, o instrutor deve alongar a enunciação
dessa sílaba, sendo esta enérgica. Exemplo: Vol-ver, Des-can-sar, Co-brir. Já
quando esta voz é uma palavra paroxítona, ou seja, com a penúltima sílaba tônica, o
instrutor quase não pronuncia a sílaba final. Exemplo: Mar-che, Al-to, Em Fren-te,
Pas-so.
O instrutor deve emitir o comando na posição de sentido, com a frente voltada
para o grupo, de forma que todos possam vê-lo e ouvi-lo.
7.3.3 Comandos a pé firme
Sentido: o desbravador fica imóvel, em silêncio, olhando para frente. Os
calcanhares se unem com o bater do calcanhar direito e as mãos batidas na coxa.
As pontas dos pés abertas em 45º (10 para as 2), as mãos espalmadas na altura
das coxas, mantendo os braços levemente dobrados com os cotovelos na direção do
corpo, retos. Busto aprumado e cabeça e ombros erguidos. Esta posição é a base
de todas as outras na Ordem Unida.
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Descansar: este comando só pode ser dado a partir da posição SENTIDO,
com o mover e bater do pé esquerdo para o lado, mantendo o corpo
confortavelmente distribuído entre os dois pés distanciados à mesma distância entre
um ombro e o outro. Simultaneamente a mão esquerda segura a mão direita fechada
na altura da cintura, em posição confortável. O desbravador permanece em silêncio
e em forma. Esta é a posição usada para entrar em forma.
À vontade: a partir da posição de DESCANSAR, mantendo a posição e em
forma. Isto permite ao desbravador ficar à vontade, podendo falar e se mexer,
mantendo a posição do pé direito como base.
Para o voto, posição: não usamos o APRESENTAR ARMAS. Em lugar disto
usamos a posição para o voto. A partir da posição de SENTIDO, o desbravador
levanta sua mão direita à frente, rente ao corpo, até a altura do ombro, com a palma
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para a frente, os dedos unidos e o polegar cruzando a palma. (Esta é a posição de
Maranata, os quatro dedos são os quatro A’s da palavra Maranata: amar, anunciar,
apressar e aguardar a volta de Cristo. O polegar cruzado significa o cristão curvado,
em reverência a Deus.
Cobrir: a partir da posição de SENTIDO, todos estendem o braço esquerdo
para frente, com exceção da testa, que o estende para o lado, sendo o braço
estendido à altura do ombro do desbravador, independente do tamanho do
desbravador da frente ou ao lado. A palma está para baixo. Este comando é usado
para acertar o alinhamento e a cobertura. A contra-ordem é firme, onde o
desbravador abaixa o braço e volta à posição de SENTIDO.
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Cobrir sem intervalo: segue o mesmo padrão do comando COBRIR, só que a
testa cobrem com o braço esquerdo dobrado, com a mão fechada tocando a cintura.
Frente para a Retaguarda: com o grupo em DESCANSAR, após o comando,
todos dão um pulo fazendo um giro no ar de 180º para a esquerda, dando um grito
característico (Rá ou alguma combinação do grupo, como por exemplo o nome do
clube e unidade), sem, no entanto, deixarem a posição DESCANSAR.
Frente para a Esquerda: segue o mesmo princípio do comando FRENTE
PARA A RETAGUARDA, só que o grupo dá um giro de apenas 90º, também para a
esquerda.
Frente para a Direita: segue o mesmo princípio do comando FRENTE PARA
A ESQUERDA, só que o giro de 90º é para a direita.
Fora de forma: o desbravador bate fortemente seu pé esquerdo no chão, à
frente, como no Rompimento de marcha. Pode-se combinar um grito característico.
7.3.4 Voltas a pé firme
Esquerda: após o comando VOLVER, o desbravador voltar-se-á para o lado
esquerdo, a um ângulo de 90º, sobre o calcanhar do pé esquerdo e a planta do pé
direito. Terminando o movimento, assentará a planta do pé esquerdo no solo, unirá
depois o pé direito, batendo energicamente os calcanhares.
Direita: após o comando VOLVER, o desbravador voltar-se-á para o lado
direito, a um ângulo de 90º, sobre o calcanhar do pé direto e a planta do pé
esquerdo. Terminando o movimento, assentará a planta do pé direito no solo, unirá
depois o pé esquerdo, batendo energicamente os calcanhares.
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Meia volta: após o comando VOLVER, o desbravador voltar-se-á para o lado
esquerdo, a um ângulo de 180º, sobre o calcanhar do pé esquerdo e a planta do pé
direito. Terminando o movimento, assentará a planta do pé esquerdo no solo, unirá
depois o pé direito, batendo energicamente os calcanhares.
Oitava à esquerda: após o comando VOLVER, o desbravador voltar-se-á para
o lado esquerdo, a um ângulo de 45º, sobre o calcanhar do pé esquerdo e a planta
do pé direito. Terminando o movimento, assentará a planta do pé esquerdo no solo,
unirá depois o pé direito, batendo energicamente os calcanhares.
Oitava à direita: após o comando VOLVER, o desbravador voltar-se-á para o
lado direito, a um ângulo de 45º, sobre o calcanhar do pé direto e a planta do pé
esquerdo. Terminando o movimento, assentará a planta do pé direito no solo, unirá
depois o pé esquerdo, batendo energicamente os calcanhares.
Olhar à direita: a partir da posição de sentido, após a voz de execução, os
desbravadores girarão a cabeça energicamente para o lado direito, sem desviar a
linha dos ombros e sem modificar a posição. O contra-comando é OLHAR FRENTE.
Observação: a testa e a coluna da direita não executam o comando.
7.3.5 Movimentos em marcha
Marche: usado como VOZ DE EXECUÇÃO para os comandos em marcha.
Pode ser precedido pelo tipo de passo (ORDINÁRIO, ACELERADO, SEM
CADÊNCIA) ou ainda pela direção a seguir (DIREÇÃO À DIREITA, DIREÇÃO À
ESQUERDA).
Treinamento Básico de Diretoria – ARF
64
Sem cadência: após o comando MARCHE, os desbravadores romperão com
o pé esquerdo só que não precisam marchar, devendo apenas manter-se alinhados
e em formação.
Acelerado: após o comando ACELERADO, o grupo responde com Rá e
flexiona os antebraços à altura dos cotovelos, então dá-se o comando MARCHE e o
grupo rompe marcha em ritmo acelerado, mas mantendo a cadência e o
alinhamento.
Ordinário: após o comando MARCHE, o grupo rompe marcha (sempre com o
pé esquerdo) e mantém uma cadência em ritmo de passo normal, porém com
postura marcial, batendo os pés no chão com a mesma força, os braços deverão
fazer um movimento acompanhando o movimento do corpo, sendo a mão com os
dedos espalmados e unidos e chegando à altura do cinto.
Erros mais comuns:
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65
Alto: deve ser usada uma VOZ DE ADVERTÊNCIA antes, pois o ALTO é a
VOZ DE EXECUÇÃO. Preferencialmente é dado no pé esquerdo, mas independente
disto conta-se dois passos a partir do pé direito, parando a marcha no segundo
passo, ou seja, no esquerdo (SEMPRE). Ao parar, unem-se os pés, levando o direito
energicamente junto ao esquerdo, e as palmas das mãos batidas contra as coxas,
retornando assim à posição de sentido. No passo ACELERADO, contam-se quatro
passos, ao invés de dois, parando no quarto.
Marcar passo: geralmente utilizado para marcar a cadência. Os
desbravadores deverão estender os braços ao lado do corpo, mantendo os dedos
unidos e espalmados. O desbravador então começa a marchar sem sair do lugar,
elevando um pouco mais os pés, mas sem exageros. Pode ser desfeito com o
comando ALTO ou EM FRENTE MARCHE, onde os desbravadores rompem marcha
em passo ordinário.
7.3.6 Voltas em marcha
As voltas em marcha só deverão ser executadas nos deslocamentos em
PASSO ORDINÁRIO.
Direita: após o comando VOLVER, que deverá ser dado no pé direito, com o
pé esquerdo o desbravador dará um passo mais curto e volverá à direita, sobre as
plantas dos pés, prosseguindo a marcha com o pé esquerdo, na nova direção.
Esquerda: após o comando VOLVER, que deverá ser dado no pé esquerdo,
com o pé direito o desbravador dará um passo mais curto e volverá à esquerda,
sobre as plantas dos pés, prosseguindo a marcha com o pé direito, na nova direção.
Meia volta: após o comando VOLVER, que deverá ser dado no pé esquerdo,
com o pé direito o desbravador dará um passo mais curto e fará um giro de 180º,
Treinamento Básico de Diretoria – ARF
66
sobre as plantas dos pés, sempre pelo lado esquerdo, prosseguindo a marcha
com o pé direito, na nova direção.
Olhar à direita: a VOZ DE EXECUÇÃO é dada no pé esquerdo, depois o
desbravador dará mais um passo com o pé direito e no próximo passo esquerdo ele
baterá mais forte o pé no solo e girará a cabeça para o lado direito, sem que isso
interrompa a marcha. A testa e a coluna da direita não executam o comando. O
comando é desfeito pelo OLHAR FRENTE.
Passos em frente: o instrutor informará a quantidade de passos a ser dados,
sempre em número ímpar, e após o comando MARCHE, os desbravadores
romperão marcha só que ao completar o número de passos exigidos eles
automaticamente executarão o ALTO (no último passo), sem que este seja dito pelo
instrutor. Este comando é usado para deslocamentos curtos. Exemplo: 5 PASSOS
EM FRENTE, MARCHE.
7.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O ensino da Ordem Unida para o novo desbravador deverá ser, inicialmente,
individual. A instrução coletiva só deverá ser iniciada após o desbravador ter
conseguido destreza na execução individual dos movimentos.
As instruções deverão ter um desenvolvimento gradual, isto é, começar pelas
partes mais simples, atingindo progressivamente as mais difíceis.
Os treinos de deverão ser freqüentes, mas de no máximo 30 minutos, para
que não canse e nem desgaste os desbravadores, pois isto pode fazer com que eles
criem repulsa pelo exercício e, progressivamente, pelo clube.
A Ordem Unida sempre deverá ser dirigida por um instrutor que siga os
princípios cristãos defendidos pelos Adventistas do Sétimo Dia, de forma a não
ridicularizar e nem menosprezar ninguém, tratando a todos de forma igualitária e
respeitando as limitações individuais, mas mesmo assim mantendo uma postura
firme de forma a obter o respeito do grupo.
Comandos errados não devem ser executados.
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67
8 CERIMÔNIAS
Pessoas de todas as faixas etárias e de todas as civilizações apreciam as
cerimônias. Desde os primitivos ritos tribais até a coroação de um rei ou a tomada de
posse de um Presidente, é com prazer que todos se lembram das cerimônias
formais implicadas no caso. O fato importante que deve ser lembrado ao planejar as
cerimônias é que devem ter realmente sentido para o grupo, e que não sejam
simples sessões de palavreados. Se a solenidade das boas-vindas significa a
sincera e amorosa aceitação de um novo membro, ou se a cerimônia religiosa
significa uma tomada ou renovação de compromissos sagrados, ou se a cerimônia
do hasteamento da bandeira inspira o juvenil a ter ímpetos de bradar: "Esta é minha
pátria, minha terra natal!" – então será uma cerimônia digna da participação de um
desbravador.
No Clube de Desbravadores as cerimônias provêem maneiras de reconhecer
com dignidade e seriedade o desenvolvimento dos indivíduos, também provêem
modos formais de abertura e término das atividades do ano. Elas envolvem, de certa
maneira, todos os membros do clube e permitem que os próprios Desbravadores
tomem a direção, tanto quanto possível. As cerimônias devem ser variadas, para
que sejam interessantes.
8.1 OS ELEMENTOS DAS CERIMÔNIAS
1. Faça e siga uma lista dos materiais e preparativos.
2. Convide líderes da igreja e autoridades civis para assistir o programa.
3. Ensaie as partes da cerimônia, se preciso.
4. Busque o inspirador, em vez de o exageradamente dramático.
5. Não apresse a cerimônia, mas cuide que ela se desenvolva fluentemente,
sem demoras.
6. Mantenha a cerimônia simples, breve e digna.
7. Fogueiras de acampamento (reais ou artificiais), iluminação especial ou
velas ajudam a criar ambiente; diminua (não apague) as luzes se forem usadas
velas.
8. Use a Bandeira Nacional, Bandeira do Estado ou cidade e a Bandeira dos
Desbravadores.
9. Faça com que os que receberão honras, prêmios, etc., fiquem de frente
para o grupo.
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8.2 PLANEJAMENTO
Para que qualquer cerimônia atinja seus resultados é necessário um bom
planejamento, e este é o que vai determinar o sucesso ou não do seu programa.
Ao planejar o líder deve ter em mente os seguintes critérios:
O que queremos? (Focar idéias)
Por que fazer? (Focar objetivos)
Quando fazer? (datas)
Onde fazer? (Local e infra-estrutura)
Como fazer? (Forma, mecanismos, recursos)
Público? (Características, acomodações)
Quanto? (Entradas e saídas, retorno)
Ao cumprir com os quesitos acima, a diretoria do clube já passa a ter uma
idéia de como será a sua programação e pode começar a por o projeto em prática.
Para evitar problemas e imprevistos é necessário que o planejamento seja feito com
bastante antecedência, esta, variando de acordo com a ocasião. Para programações
de investidura, por exemplo, dois meses é um tempo adequado de planejamento.
É interessante que a diretoria do clube divida as tarefas, de forma que
ninguém fique sobrecarregado e assim cada um passa a ter uma responsabilidade.
Por exemplo: o diretor fica responsável por conseguir o lugar e comprar os materiais.
Os associados ficam responsáveis pela ornamentação do local. O secretário deve
fazer os convites para as outras igrejas e clubes. Esse ato já vai criando um espírito
de liderança na diretoria, pois eles passam a lidar com a responsabilidade
ativamente e não apenas em teorias e manuais de TBD.
Eis algumas dicas para tornar o seu programa mais interessante:
Comunhão com Deus: o mais importante. Temos que ter em mente que
tudo o que estamos fazendo é para louvar a Deus, neste caso, no cuidado desses
garotos. Precisamos pedir a ajuda dele para que o nome dele seja exaltado por
todos em todas as programações do Clube.
Tema para a cerimônia: dessa maneira é possível delimitar bem tudo o que
vai ser feito: a mensagem espiritual, as mensagens musicais, a ornamentação.
Local adequado: o clube não precisa ficar restrito em fazer as
programações dentro da Igreja. Ele pode reservar pátios escolares, quadras de
esporte, dentre outros, a depender dos objetivos da cerimônia. Importante: o dia
mundial dos desbravadores deve ser feito, a princípio, na igreja, pois os seus
objetivos são diferentes dos de outras programações.
Ornamentação: esse é um critério muitas vezes negligenciado pela maioria
dos clubes, porém é um dos mais significativos. Em qualquer lugar que vamos, se
este agrada aos olhos, tudo se torna mais atraente. Da mesma forma deve ser nas
cerimônias, uma boa ornamentação gera expectativas no público.
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69
Divulgação: convide, sempre que possível, os clubes da sua região para
prestigiar as cerimônias do seu clube, também as igrejas do distrito, clubes amigos,
os amigos, familiares. Faça com que a programação do seu clube seja aquele
evento esperado por todos e um momento marcante na vida dos desbravadores.
Preparar o material com antecedência: organize um local à frente, uma
mesa, por exemplo, para colocar os materiais que serão usados durante a
cerimônia: os bottons, as especialidade, os lenços (que devem ser previamente
enrolados para ficarem prontos para usar, isto economiza muito tempo e os
desbravadores não ficaram deselegantes durante toda a programação), os
certificados, os prêmios etc., para facilitar o andamento da programação. Organize
também em outro local, à entrada, por exemplo, para expor ao público o trabalho
que foi realizado durante o ano, como fotos, trabalhos manuais, parte prática das
especialidades, para que todos vejam que o trabalho que vocês tiveram durante o
ano teve resultado positivo.
Trilha sonora: numa cerimônia de investidura, por exemplo, uma boa parte
do tempo é usada para fazer a entrega das insígnias, se este tempo não for
preenchido por um fundo musical a parte mais esperada da programação vai se
tornar entediante e monótona, pois serão longos minutos de silêncio que deixarão os
membros inquietos. Portanto, selecione antecipadamente músicas de qualidade que
possam ser tocadas nos momentos de investidura, entrada etc. O uso do hino
nacional é opcional, pois usá-lo dentro da Igreja não é muito adequado, portanto
cabe ao líder usar de bom senso para saber em quais ocasiões usá-lo e em quais
ocasiões dispensá-lo.
Apresentação musical de qualidade: selecione com bastante critério todas
as participações musicais. As nossas cerimônias são um culto de louvor a Deus e o
trabalho de Deus deve ser feito com muita habilidade.
Premiação: as cerimônias são momentos de festa para o clube e boas
festas precisam de boas premiações. Prepare com antecedência bons prêmios para
aqueles que se destacaram no ano, para que estes continuem a se empenhar no
ano seguinte e os que não ganharam se esforcem para conseguir na próxima
ocasião.
Faça cópias ou projete o hino e os ideias dos desbravadores, para que
toda a congregação presente possa participar desse momento.
Intervalo de tempo: cuide para que não haja momentos vagos na
programação. Faça um roteiro e entregue para todos que vão participar, para que
não haja espaços entre uma parte e outra.
Uniforme: todo o clube deve estar uniformizado, portanto deixe isso bem
claro e faça uma inspeção antes para que todos estejam com os uniformes em
conformidade com o manual.
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8.3 TIPOS DE PROGRAMAS E CERIMÔNIAS
As principais programações e cerimônias no Clube de Desbravadores são:
Abertura das atividades;
Encerramento das atividades;
Dia Mundial dos Desbravadores;
Recebimento de lenço;
Entrega de especialidades;
Semanas de oração;
Congressos;
Investidura.
8.3.1 Abertura das atividades
Se você quiser despertar ânimo e fazer com que todos os juvenis da Igreja
desejem entrar para o clube, nada melhor do que realizar um bom programa de
abertura. Esta fica a critério da diretoria, que pode optar por fazê-la onde ficar melhor
para cumprir com o programa, por exemplo, se o clube quiser fazer uma evolução de
ordem unida, a programação não poderá ser na Igreja.
Esta programação deve ser bem objetiva, sem demoras e tem que ter algo
que chame a atenção de todos e mostre que o clube está preparado e animado para
as suas atividades. Apresente aos presentes as propostas para o ano, apresente os
líderes que vão dirigir o clube e façam uma festa com os desbravadores e
convidados. Se possível, servir algum lanche após a programação.
8.3.2 Encerramento das atividades
A cerimônia de encerramento é uma das mais importantes no clube. Deve ser
a última atividade oficial do clube no ano e, de preferência, culminar com a
investidura. Também deve haver entrega de especialidades e de lenço, se houver
candidatos.
Assim como você começou o ano com muita disposição e animação, terminálo com uma cerimônia marcante fará com que todos os desbravadores anseiem
chegar o próximo ano para que comece tudo novamente. Então líder, dê o seu
sangue para fazer um bom programa. Se você seguir os passos que estão dispostos
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71
no item Planejamento desta seção certamente você conseguirá fazer um super
programa.
A seguir segue um roteiro sugestivo para ser usado numa programação de
encerramento, que também pode ser adaptado para ser usado em outros tipos de
cerimônia, se preferir:
Clube de Desbravadores
Cerimônia de Investidura e Encerramento das Atividades
2010
Momentos de Cânticos: _________________________
Processional – Música: __________________________
o
Plataforma: Diretor, Associados, Regional, Pregador
o
Bandeiras: Brasil, Estado, Desbravadores, Clube/ Ideais
o
Entrada do clube – Música: ______________________
Ideais – Somente Desbravadores em pé
Hino Nacional e Hino dos desbravadores – Todos em pé
Machadinha (Palmas): Diretor do Clube
Música Inicial Congregacional – Sentados _______________________
Oração Inicial ________________________
Boas Vindas – _________________________
Mensagem Musical Especial – _______________________
Encenação sobre o tema da programação
Mensagem Espiritual ____________________
Palavras do Diretor do Clube
Retrospectiva
Entrega dos Prêmios e Agradecimentos – ___________________
Investidura – Líder da Cerimônia: _________________________
o
Entrada dos Candidatos – Música: _____________________
o
Entrega dos Lenços – Música: ________________________
o
Entrega das Especialidades – ________________________
o
Investidura em Classes – Música: _____________________
o
Conjuração – Música: ______________________________
o
Música Especial: __________________________________
o
Oração de Dedicação – Música: _______________________
Machadinha e Despedida – Música: ___________________________
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72
Observe que ao lado de cada item há um espaço a ser preenchido ou pelo
responsável ou pela música a ser utilizada. É importantíssimo que este roteiro seja
distribuído a todos os que vão participar da cerimônia, para que todos saibam o que
vão fazer e quando vão fazer. Também deve ser entregue uma cópia ao sonoplasta,
para que saiba exatamente quando colocar as músicas.
No momento da retrospectiva crie um vídeo com as fotos do seu clube
durante as atividades do ano, com uma música de fundo, assim todos podem ver os
melhores momentos do ano sem que isso seja simplesmente um passar de fotos
narrado.
Faça com que toda essa programação não ultrapasse 1h30min, para que não
fique cansativa e cuide para que tudo seja muito interessante e agradável, para que
todos saiam de lá com vontade de assistir às próximas programações.
8.3.3 Dia Mundial dos Desbravadores
Este é um dia muito especial para o Clube. É o momento de apresentar à
igreja (por isso a programação deve ser na igreja) o seu trabalho. Por ser na Igreja
não há muito o que mudar da doxologia padrão, mas faça com que os
desbravadores estejam envolvidos em todas as atividades, como: passar a lição da
escola sabatina, informativo, mensagem musical, recolher os dízimos e o sermão.
Além disso, procure participações interessantes para que a Igreja não taxe os
programas do clube como “chatos” e assim não queira assistir aos outros.
Neste dia pode ser realizada uma investidura também, para aqueles que não
conseguiram ser investidos no final do ano, mas evite que esta ocorra na hora do
culto divino, para não prolongá-lo e ficar uma coisa chata. Por isso, faça-a num
horário diferenciado do culto divino, como no JA ou na sexta-feira à noite.
O Ministério Jovem da Associação sempre disponibiliza um programa
sugestivo, então procure o seu Regional com antecedência para obtê-lo e já comece
a se planejar, líder.
8.3.4 Recebimento de lenço e Entrega das especialidades
A entrega do lenço é um momento muito especial para os garotos, pois é
quando eles são reconhecidos oficialmente como Desbravadores. Para que um
garoto possa receber o lenço ele deve entender o básico do Clube, para isto ele
precisa cumprir os requisitos do cartão “Nosso Clube”, disponível na Associação. Ele
já contem as informações que ele precisa fazer e o que ele precisa fazer. Então,
quando o garoto terminá-lo, o clube fará uma avaliação com ele, e se ele for
aprovado poderá receber o lenço.
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73
Geralmente esta cerimônia acontece nas programações de Dia Mundial e nas
Cerimônias de Encerramento, para que seja dado a ela o devido reconhecimento.
É importante lembrar que para receber o lenço o desbravador deve estar
devidamente uniformizado, com o uniforme de gala em conformidade com o
Regulamento, (este é o único momento em que ele pode usar o uniforme sem o
lenço). A entrega do lenço pode ser feita por um padrinho do desbravador, como os
pais ou os conselheiros, por exemplo.
Assim como a entrega do lenço, a entrega das especialidades geralmente
ocorre no Dia Mundial e na Cerimônia de Encerramento, mas como durante o ano o
clube faz muitas especialidades, esta entrega pode ocorrer uma vez a cada dois
meses, por exemplo. É uma cerimônia mais simples onde o clube entrega aos
desbravadores o certificado das especialidades completadas e também a insígnia
correspondente. Esta entrega pode ser feita pelo instrutor da especialidade ou por
qualquer dos membros da diretoria, de preferência o Diretor e os Associados.
8.3.5 Semanas de Oração
Um clube que organiza semanas de oração pode conseguir um grande
reconhecimento e apoio da Igreja local, o que é fundamental para todos os clubes.
Este é um evento muito especial, pois como os pais de muitos desbravadores não
são adventistas é um momento muito oportuno para convidá-los para participar.
Considerando que muitos visitarão as nossas Igrejas nessa programação é
preciso que o clube organize uma semana de oração muito espiritual e envolvente,
com uma mensagem musical muito boa e um pregador inspirado. O local também
deve estar bem ornamentado e todos os participantes devem se preparar para que
os convidados especiais vejam como o Clube e a Igreja Adventista são organizados .
8.3.6 Congressos
Um congresso é um evento a nível de região, onde mais de um clube se
reúne para um culto especial de gratidão a Deus e também onde eles têm a
oportunidade de apresentarem os seus trabalhos. Este evento também é uma
grande oportunidade para convidar os pais e os amigos não adventistas dos
desbravadores.
Também pode fazer parte do Congresso uma entrega de lenços e
especialidades e uma grande investidura, onde desbravadores de todos os clubes
participam. Para realizar eventos como esse primeiramente converse com o seu
Regional e com o pastor do distrito.
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74
8.3.7 Investidura
Este deve ser o momento mais esperado dos desbravadores durante o ano. O
programa das classes é como uma escola, onde os meninos fazem as suas
atividades de acordo com a idade pelo período de um ano. Então, ao final desses
trabalhos, eles devem ser reconhecidos por isso e então ser investidos.
A investidura deve acontecer, no máximo, duas vezes ao ano, sendo a
principal programação ao final do ano na Cerimônia de Encerramento, pois é quando
os desbravadores conseguiram concluir o trabalho das classes e uma no Dia
Mundial ou no meio do ano, para os desbravadores que ficaram com itens
pendentes. Se ocorrerem mais programas de investidura no ano ela acaba perdendo
o brilho e assim os desbravadores não se esforçarão tanto a fazer a classe, pois se
ele não conseguir ser investido agora ele pode ser investido daqui a um mês ou
dois, por exemplo.
Convide todos os clubes da região e todas as Igrejas do distrito para participar
desse momento para que o desbravador entenda o seu valor e assim tenha vontade
de continuar no clube e continuar o trabalho das classes.
A investidura deve ser parte de um programa especial e nunca acontecer
isoladamente. Um programa de investidura consta acima, junto com o programa de
Encerramento. Somente líderes investidos podem colocar os bottons nos
desbravadores, exceções a isso somente com autorização do Departamental da
Associação.
Ao final da investidura o líder da cerimônia ou o regional deve fazer a
conjuração dos desbravadores, onde ele consagra os desbravadores e exorta-os a
manter sempre em mente os ideias dos desbravadores e os encoraja a continuar
esses trabalhos. Um modelo de conjuração segue abaixo:
Vocês chegaram agora ao ponto em seu programa de estudo e autoaperfeiçoamento em que estão prontos para assumir um novo
relacionamento com a Igreja e seu trabalho. Vocês completaram o trabalho
exigido em uma das Classes dos Desbravadores. A insígnia que vocês
receberam representa os mais elevados ideais da organização Jovem
Adventista do Sétimo Dia. Esta insígnia deve ficar em seu poder enquanto
vocês permanecerem fiéis na vida diária a esses ideais representados pela
insígnia - os ideais adotados no Voto e na Lei dos Desbravadores. Portanto,
pela graça de Deus, eu os responsabilizo a esforçarem-se cada dia no
cultivo desses altos princípios e no cumprimento dos mesmos, através de
suas palavras e lições, provando assim serem verdadeiros servos de Deus
e amigos de todos. Se, por qualquer razão, vocês perderem de vista estes
ideais e não mais os desejarem, nem os praticarem em sua vida diária, será
seu dever devolver a insígnia à Associação que a concedeu. Entretanto,
confio que Deus irá conservá-los fiéis a Ele e a esses ideais.
Lembrando que este é apenas um modelo, mas a mensagem dessa
conjuração deve ser passada aos desbravadores de forma que eles entendam que
Treinamento Básico de Diretoria – ARF
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esse momento que eles estão participando é muito importante. Por isso, faça a
conjuração ser algo bem pessoal, e que os desbravadores realmente prestem
atenção em cada palavra, por isto, NUNCA leia estas palavras, para não perder o
foco principal.
Ao final da programação de investidura deve ser feita uma oração de
dedicação desses desbravadores, preferencialmente pelo pastor. Agora eles estão
prontos para continuar seus trabalhos no clube e cada vez mais desenvolver suas
faculdades físicas, mentais e espirituais.
8.4 O USO DE BANDEIRAS EM CERIMÔNIAS
O uso oficial de bandeiras é regido pela Lei 5.700, de 1º de setembro de
1971, alterada pela Lei 8.421, de 11 de maio de 1992, disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/leis/L5700cons.htm>.
No clube de desbravadores o uso de bandeiras é indicado para criar no
desbravador um espírito patriota e ajudar no processo de torná-lo cidadão para a
sociedade. Elas são usadas principalmente nas cerimônias, nos desfiles e nos
acampamentos.
Em cerimônias as bandeiras utilizadas são: Brasil, Estado, Desbravadores e
Clube (se houver), ou seja, três ou quatro bandeiras. Elas devem entrar pela ordem
de importância, como descrito acima, sendo que a bandeira do Brasil não pode ser
inclinada, ou seja, o desbravador deve conduzi-la com o mastro reto, junto ao corpo
e as demais bandeiras inclinadas à frente.
Quando os desbravadores chegarem ao pedestal, devem dispor as bandeiras
da seguinte maneira: quando em número ímpar, a bandeira Nacional deve ser a do
centro, e as demais dispostas em ordem de importância, alternadamente à direita e
à esquerda da bandeira Nacional, ou seja, à esquerda e à direita de quem olha.
Confira o esquema abaixo:
Treinamento Básico de Diretoria – ARF
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Quando número par a bandeira Nacional deve estar ao lado direito do centro
e as demais dispostas por ordem de importância, alternativamente à esquerda e à
direita da bandeira Nacional, ou seja, à esquerda do centro e alternadamente à
direita e à esquerda de quem vê. Confira o esquema abaixo:
* Bandeira do clube
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9 BREVE HISTÓRIA DOS DESBRAVADORES
9.1 O SURGIMENTO DA IDÉIA
O nome DESBRAVADORES foi usado por Theron Johnston, em 1930,
quando organizou um clube em sua casa na cidade Sant’Ana, Califórnia, nos
Estados Unidos. Não recebeu apoio e acabou abandonando a idéia.
Já em 1940, a Associação do Sudoeste da Califórnia chamou o seu
acampamento de "Acampamento de Desbravadores Jovens Missionários
Voluntários". Nessa época, também surgiu um clube organizado pelo pastor
Laurence Skinner com o nome "Locomotiva".
9.2 O DESENVOLVIMENTO
O clube começou a tomar corpo a partir de 1946, com a liderança do pastor
John Hancock, que era diretor de jovens da Associação do Sudoeste da Califórnia.
Aproveitando o nome do acampamento da Associação, chamaram de "Clube dos
Desbravadores Jovens Missionários Voluntários".
9.3 A ORGANIZAÇÃO
Em 1946, o próprio pastor Hancock desenhou o emblema em forma de
triângulo, que ainda é usado em todo o mundo.
Em 1947, a Associação Geral pediu à União do Pacífico para desenvolver a
Organização do Clube de Desbravadores. O pastor J. R. Nelson coordenou este
trabalho. Em seguida, Lawrence Paulson escreveu os primeiros manuais de
orientação. Em maio de 1949, o pastor Henry Berg, mesmo não sendo músico,
compôs o Hino dos Desbravadores.
9.4 O SURGIMENTO NO BRASIL
No Brasil, em 1959 foram dadas as primeiras orientações sobre o clube de
Desbravadores, através do Pr. Wilson Sarli. Na cidade de Ribeirão Preto e no Bairro
do Capão Redondo, na capital Paulista, foram formados os dois primeiros clubes do
Treinamento Básico de Diretoria – ARF
78
Brasil, ambos com o nome de “Pioneiros”. O hino dos Desbravadores teve sua letra
traduzida e adaptada para o português, em seguida, por Isolina Waldvogel.
9.5 OS IDEAIS
Os ideais fazem parte de um código pelo qual ordenamos nossa vida. Eles
precisam ser aprendidos e seus princípios postos em prática. Assim como uma
nação possui sua constituição que é um código de normas, nossos ideais são a
constituição dos Desbravadores ao redor do mundo. Nossos ideais são: Voto, Lei,
Alvo, Lema, Propósito, Objetivo e Voto à Bíblia. Vejamos cada um deles.
O voto do Desbravador
O Desbravador deve erguer sua mão direita em forma de
saudação, enquanto recita o voto:
Pela graça de Deus serei puro, bondoso e leal, guardarei a
lei do desbravador, serei um servo de Deus e amigo de todos.
Explicação
“Pela graça de Deus”: Apenas quando confiamos que Deus pode nos ajudar
podemos cumprir a sua vontade.
“Serei puro”: Ocuparei minha mente com aquilo que é correto e verdadeiro e
passarei o tempo em atividades que edifiquem um caráter forte e puro.
“Serei bondoso”: terei consideração e serei bondoso não apenas para com
os meus amigos, mas também com toda a criação de Deus.
“Serei leal”: serei honesto e integro no estudo, nos tarefas domésticas e no
brincar e sempre farei o meu melhor.
“Guardarei a lei do desbravador”: Procurarei compreender o significado da
Lei e me empenharei para viver em conformidade com seu espírito, entendendo que
a obediência à Lei é essencial a toda organização.
“Serei servo de Deus”: prometo servir a Deus como o primeiro, o último e o
melhor em tudo o que for chamado a ser e fazer.
“Serei amigo de todos”: viverei para ser uma benção aos outros e farei a
eles o que gostaria que fizessem comigo.
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A lei do Desbravador
O Desbravador deve na posição SENTIDO, enquanto recita a Lei:
A lei do Desbravador ordena-me: Observar a devoção matinal; Cumprir
fielmente a parte que me corresponde; Cuidar de meu corpo; Manter a consciência
limpa; Ser cortes e obediente; Andar com reverencia na casa de Deus; Ter sempre
um cântico no coração; Ir aonde Deus mandar.
Explicação
“Observar a devoção matinal”: A cada dia dedicarei o primeiro tempo para
minha devoção pessoal.
”Cumprir fielmente a parte que me corresponde”: Pelo poder de Deus
ajudarei aos outros e cumprirei o meu dever de forma honesta, onde que for.
“Cuidar de meu corpo”: Serei temperante em tudo e me empenharei por
alcançar um elevado padrão de condicionamento físico.
”Manter a consciência limpa”: Não mentirei, enganarei e não participarei de
conversas impuras ou alimentarei maus pensamentos.
“Ser cortes e obediente”: Serei bondoso e considerado com os outros
refletindo o amor de Jesus em toda a minha associação com as pessoas.
”Andar com reverencia na casa de Deus”: Em todos os momentos
devocionais serei reverente para obter os benefícios de estar na presença especial
de Deus.
”Ter sempre um cântico no coração”: Serei alegre, sempre buscando o
lado positivo da vida e permitirei que a influencia de minha vida seja um raio de sol
aos outros.
“Ir aonde Deus mandar”: Estarei sempre pronto a partilhar minha fé e
buscarei servir os outros assim como Jesus fez.
Alvo, Lema, Propósito e Objetivo
O Desbravador deve estar na posição SENTIDO, ao recitar estes ideais:
Alvo: A mensagem do advento a todo o mundo em minha geração.
Lema: O amor de Cristo me motiva.
Propósito: Os jovens pelos jovens; os jovens pela Igreja; os jovens pelos
seus semelhantes.
Objetivo: Salvar do pecado e guiar no serviço
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Voto à Bíblia
O Desbravador que está à frente deverá abrir a Bíblia e segurá-la com a mão
esquerda, enquanto coloca a mão direita acima dela (sem encostar), em sinal de
juramento. Os demais Desbravadores retomam a posição de maranata enquanto
recitam: Prometo fidelidade à Bíblia, à sua mensagem de um Salvador crucificado,
ressurreto e prestes a vir, doador de vida e liberdade aos que nEle creem.
9.6 OS SÍMBOLOS
Bandeira. O pastor Henry Berg, na ocasião diretor dos jovens da Associação
Central da Califórnia, foi quem projetou em 1948 a Bandeira Oficial dos
Desbravadores. Cada cor da Bandeira representa uma característica dos
desbravadores:
Azul – Lealdade. O objetivo do clube é ensinar a lealdade a nosso Deus, aos
nossos pais e nossa comunidade. A lealdade é definida como sendo a obediência a
Deus.
Amarelo – Excelência. É a excelência e a riqueza dos ideais. O clube possui
padrões elevados que ajudam a edificar um caráter integro.
Branco – Pureza. Desejamos possuir a pureza e a justiça em nossa vida que
vem de Deus.
Vermelho - Sacrifício e Coragem. Simboliza o sangue do sacrifício de Cristo,
que salva e ajuda o desbravador a viver seus ideais.
Triângulo. Cada lateral representa o crescimento físico, mental e espiritual e
também as Três Pessoas da Trindade. É invertido, pois quanto mais alta a
responsabilidade adquirida, maior é o servir o próximo.
Escudo. É a confiança do desbravador na direção e proteção divina; fé.
Espada. A palavra escrita de Deus, a Bíblia.
Lenço do Desbravador. Amarelo com Emblema D4 bordado ou serigrafado
em azul. É a identificação mundial dos desbravadores e deverá ser usado com
uniforme oficial, e de atividades. Quando necessário também poderá ser usado com
outra roupa, desde que a mesma combine com os princípios dos desbravadores e
que a pessoa que o usa esteja envolvido em atividades do clube.
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10 NÓS E AMARRAS
Antes de aprender a fazer qualquer nó ou amarra é preciso conhecer um
pouco de cordas. Apesar de a primeira vista as cordas serem todas iguais, existem
muitas diferenças entre elas, principalmente porque cada uma foi concebida para um
fim especifico, desde resgate, uso industrial e uso pessoal. As cordas são “estáticas”
ou “dinâmicas”.
Cordas estáticas. São quase inelásticas. Alongam-se pouco, cerca de 1% a
2%, e são úteis em situações em que a elasticidade pode atrapalhar ou até mesmo
ser perigosa e são recomendadas apenas em situações em que o risco de impacto
não existe. Sendo assim são usadas como cabos fixos, para içar ou baixar cargas, e
para permitir que escaladores subam ou desçam por ela. As atividades que mais
empregam o uso deste tipo de corda são espeleologia, rapel, resgate, e operações
táticas e de segurança industrial. Geralmente são vendidas por metro.
Cordas dinâmicas. Possuem uma elasticidade de cerca de 6% a 10% sob
cargas normais e são as utilizadas para a segurança na escalada. Sua função é
segurar choques intensos e abruptos, como uma queda de um escalador, por
exemplo, desacelerando o impacto do escalador que cai e absorvendo a energia,
tanto no escalador, como nas bases que o sustentam. São encontradas em
comprimentos padronizados. As mais comuns são as cordas de 50 e 60 metros. O
diâmetro também varia indo 8 a 11 milímetros. Cordas com o diâmetro de 8 a 9mm
foram projetadas param serem usadas em dupla, embora seja comum ver pessoas
utilizando cordas de 9mm para a escalada esportiva. Já as de 10,5 e 11mm são as
mais comuns para o uso em escalada em rocha.
10.1 NÓS
Nó é um entrelaçamento das partes de uma ou mais cordas formando uma
massa uniforme. São excelentes ferramentas para melhor muitos das tarefas que
realizamos.
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Obs.: Num cabo ou numa espia, as extremidades têm o
nome de pontas ou chicotes.
A volta na corda que forma um olhal chama-se seio.
Veja abaixo alguns nós básicos
Nó simples. O nó simples também designado por laçada;
Começa-se com um cote direto ou inverso passando por baixo do seio.
Nó cirurgião. Usado pelos médicos para atar os pontos
de uma incisão (sutura).
Volta do fiel. Muito utilizado para iniciar amarras. Também conhecido por nó
de Porco ou Nó de Barqueiro. Há duas formas de fazê-lo
Volta da ribeira. Este nó destina-se a prender uma corda
a um suporte a fim de içá-lo ou arrastar.
Nó direito. Serve para ligar duas cordas de
bitola igual e de materiais iguais que não demandem
muita força.
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Nó cego. Este nó não deve ser utilizado devido à sua
facilidade de correr e dificultoso para desatar.
Nó de pescador. Também designado por nó
de cotovia ou nó de burro. É o nó usado para unir
cordas de bitolas iguais ou próximas, sendo muito
finas, molhadas ou escorregadias.
Nó de escota. Serve para unir duas cordas de
bitola ou materiais diferentes.
Nó lais de guia. A este nó também se chama de nó de Salvação Simples ou
Cadeira Alpina. Passado sob as axilas de uma pessoa, serve para a suster ou
deslocar, quer puxando-a no solo, que içando-a ou deslocando-a.
Nó catau. Este nó destina-se a encurtar uma espia
sem desatar os chicotes e reforçá-la quando tem algum
ponto fraco.
Nó de fateixa. É o nó que se faz para firmar um cabo em
uma barra, num arganéu, para amarrações firmes, ou para
prender a fateixa, que é âncora pequena como argola.
10.2 AMARRAS
Amarra é um conjunto de voltas ordenadas de um seguimento de corda em
torno de duas ou mais hastes de forma uniforme provendo a fixação de todas as
partes, são extremamente úteis para construção de artefatos manuais.
Observe as amarras abaixo:
Amarra Quadrada. É usada para unir dois troncos ou varas mais ou menos
em ângulo reto.
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1- Dê uma volta do fiel na vara vertical e puxe o pedaço comprido da corda
para frente, enlaçando a vara horizontal de cima para baixo.
2- Passe a corda ao redor da vara vertical mantendo-a esticada, forçando
para cima a vara horizontal e voltando ao ponto de partida.
3- repita a operação de 3 a 4 vezes sempre puxando firmemente.
4- Quando as varas estiverem bem seguras, faça o arremate passando a
corda entre as duas varas.
5- Termine com o nó direito na parte de trás.
Amarra diagonal. Serve para aproximar e unir duas varas que se encontram
formando um ângulo agudo. É menos usada que a Amarra Quadrada, mas é muito
utilizada na construção de cavaletes de ponte, pórticos etc.
1- Comece com o volta da ribeira no ponto em que as varas se cruzam e de 3
voltas.
2- Reforce a amarra fazendo voltas entre as varas de 2 a 3 vezes.
3- Faça a mesma operação da figura 1 mas na direção oposta apertando
sempre.
4- Aperte as cordas firmemente e termine com o nó direito.
Amarra paralela. Serve para unir duas varas colocadas paralelamente. Pode
ser usada para apoiar ou até sustentar a outra vara.
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1- Comece com o volta da fiel numa das varas.
2- Coloque a outra paralelamente e dê voltas com a corda esticada, até que
as duas varas estejam firmemente ligadas.
3- Trave, passando a corda entre as duas varas de 3 a 4 vezes.
4- faça um nó direito para completar a amarra.
Amarra contínua. Serve para confecção de bancos, mesas, escadas, cercas,
etc.
1- Entalhe dois pedaços de madeira para servir de travessas e encaixe as
varas nos entalhes.
2- Dê uma volta do fiel com o meio da corda no inicio de cada travessa.
3- Cruze as cordas em “X” por baixo da travessa, mantendo-as bem esticadas
para que as varas fiquem firmes. Traga as cordas para cima e passe pela próxima
vara. Repita esta operação até completar o trabalho e conclua com o nó direito.
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11 ARTE DE ACAMPAR
11.1 OBJETIVOS DO ACAMPAMENTO
Ajudar jovens e juvenis a sentirem a proximidade de Deus e se tornarem
familiarizados com Ele através da criação.
Aumentar a familiarização dos acampantes.
Aprender a viver ao ar livre.
Ensinar confiança própria.
Satisfazer o espírito de aventura.
Desenvolver o vigor físico.
Por em prática os ensinamentos aprendidos no Clube.
11.2 COMO ESCOLHER UM BOM LOCAL PARA ACAMPAR
Um bom local para acampar deve ter água potável próximo ao local do
acampamento, o terreno deve escoar a água da chuva com facilidade. Deve ser de
fácil acesso, porém não próximo das cidades, a fim de evitarmos visitas inesperadas.
O local deve oferecer segurança aos acampantes. Deve ter lenha próxima.
Antes de qualquer coisa, deve se obter o máximo de informação sobre o local
onde você irá levar sua unidade ou Clube, por meio de mapas, cartas topográficas,
ou informações de amigos e pessoas que conheçam o local. Assim fazendo, a
unidade ou Clube evitará maiores problemas quando for acampar no local.
Devemos sempre evitar terrenos que sejam pedregosos, pois dificulta a
armação das barracas, abrir valetas e torna desconfortável ao dormir. Terreno
encharcado deixa o local enlameado trazendo dificuldades em acender fogo, ao
caminhar e etc. O terreno arenoso torna difícil a montagem das barracas, por não
oferecer resistência na colocação dos espeques. As encostas de morros trazem
problemas com enxurradas e deslizamentos, e a crista de morros por ventar forte.
Não devemos acampar debaixo de árvores, afim de evitarmos queda de galhos, e
por ser a árvore um para raio natural.
Devemos armar nossas barracas com a frente virada para onde o vento
sopra, e não de frente para o vento.
TOPOGRAFIA – Condições de escoamento de água e solo próprio para fixar
e armar as barracas. Espaço suficiente para o acampamento e atividades.
ACESSO – Estradas dá para passar a condução? Se chover dá para voltar?
SEGURANÇA – À distância segura de rios, local de enxurradas, encostas,
animais perigosos, marginais, pântanos. Pontes seguras?
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RECURSOS NATURAIS – Lenha, bambus, cachoeiras com água potável,
árvores para atividades com corda, bosque para trilhas, etc.
Quando for acampar, você deve tomar os seguintes cuidados:
1 – Antes de qualquer coisa, deve-se obter o máximo de informação sobre o
local aonde você irá, por meio de mapas, fotos topográficas, ou informações de
amigos e pessoas que conheçam o local. Assim evitará maiores problemas quando
for acampar no local.
2 – Quando acampando, a barracas devem estar bem esticadas e quando
possível, a barraca ter um sobre-teto (ex: plástico). Se você perceber que irá chover,
cave uma valeta com cerca de 8 cm.
3 – A sua barraca deve estar a sotavento, isto é, com a frente da barraca para
onde o vento sopra, assim como a cozinha e o fogo desta, pois o fogo ficando assim,
o fumo e as fagulhas não cairão sobre a barraca.
4 – Evite armar sua barraca em terreno:
a) Pedregoso: dificuldade para dormir, armar a barraca, abrir valetas, etc.
b) Encharcado: problema de lama, dificuldade para acender o fogo, etc.
c) Arenoso: dificuldade em armar a barraca que poderá cair com um simples
vento e outros problemas.
d) Terreno inclinado: problema de enxurradas, a barraca dificilmente ficará
esticada.
e) Encosta de morro: problemas de enxurradas e desmoronamento.
f) Crista de morro: muito vento.
g) Debaixo de árvores secas: problemas de queda de galhos ou da própria
árvore.
5 – Antes de sair é indispensável fazer o cardápio das refeições e a lista dos
gêneros e as quantidades de compra. Os alimentos devem ser variados e fortes,
bastantes ovos e leite, frutas e verduras quando possível.
6 – Cavar uma vala ou trincheira para servir de latrina é outro ponto muito
importante, deve ser uma das principais coisas a serem feitas ao chegar no local de
acampamento.
A vala por trincheira de latrina deverá ter 60 cm de profundidade, 90 cm de
comprimento e 30 cm de largura.
A largura é importante para que quem a use, possa se agachar sobre a vala,
com um pé de cada lado. A terra retirada deve ser amontoada atrás da vala, e uma
pá fica a disposição para colocar terra na vala após o uso. As paredes podem ser de
lona ou plástico preto, deve começar ao chão e ir até 1,80m.
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7 – Deverá haver também um mictório, que se faz escavando um buraco e
enchendo-o até o meio de pedras de drenar, facilitando o escoamento. E as latrinas
devem ficar a favor do vento, cerca de 100 m do acampamento e bem escondida.
Isso é muito importante.
8 – Escolha de um bom local:
a) Água potável próxima
b) facilidade em encontrar lenha
c) Solo poroso bem drenado, quase plano em que a chuva não alague nem
faça lama, de preferência se for gramado.
d) Paisagem bonita e agradável
e) Fácil acesso
A água
Quando se acampa, devemos escolher um local que tenha água boa para
beber, mas mesmo assim todo cuidado é pouco. coe a água em pano limpo, ferva-a,
e se for preciso purifique-a com cloro, iodo, ou com produtos químicos apropriados.
Latrinas
Deve se cavar uma vala ou trincheira com 60 cm de profundidade, 90 cm de
comprimento e 30 cm de largura para servir de latrina. este local deve ser cercado
com lona ou plástico escuro e ficar pelo menos a 100 m da cozinha e bem
escondido. Sua localização deve estar de maneira que o vento não traga o cheiro de
volta para o acampamento.
Deverá haver também um mictório, que se faz escavando um buraco,
enchendo-o de pedras até o meio, facilitando assim o escoamento da urina.
Alimentação
Antes de acampar o primeiro passo a dar é a elaboração do cardápio,
preparando a seguir a lista de compras. Os alimentos devem ser variados, nutritivos
e de fácil preparo. Deve ser organizada uma escala de serviço, de maneira que
todos possam participar do preparo da alimentação, bem como da limpeza dos
utensílios da cozinha.
Lembre-se de que todos devem participar não só na cozinha mas, em toda e
qualquer atividade do acampamento, pois o que comanda e lidera não é aquele que
e faz tudo sozinho, mas aquele que motiva outros a fazer.
11.3 EQUIPES DE UM ACAMPAMENTO
Cada membro da unidade ou do Clube deve saber de antemão o que fazer ao
chegar no local do acampamento. Deve-se dar tarefas a todos, de maneira que cada
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um tenha responsabilidade em fazer algo em prol do acampamento, evitando-se
sobrecarga de tarefas e a demora na montagem do acampamento. Tudo deve ser
feito com alegria, mesmo as mais ingratas tarefas. O verdadeiro Desbravador vai
acampar com espírito de união.
1. Equipe De Cozinha
Antes do acampamento deve-se elaborar o cardápio, preparando-se a seguir
a lista de compras. Alimentos variados, nutritivos e de fácil preparo. Deve ser
organizada uma escala de serviço, de maneira que todos possam participar do
preparo da alimentação, bem como da limpeza dos utensílios da cozinha.
Lembre-se: todos devem participar não só da cozinha, mas em toda e
qualquer atividade do acampamento, pois o que comanda e lidera não é aquele que
faz tudo sozinho, mas aquele que ensina e motiva outros a fazer.
2. Equipe De Transporte
Responsável pela cobrança das passagens, arranjar condução e orientar
quanto ao percurso.
3. Equipe De Programa
Elaborar um programa escrito, com horários para tudo, corinhos,
pensamentos, orientações, etc. Este grupo organiza todas as atividades e faz
funcionar os horários. Diz quem fará o quê. Organiza a segurança e faz a escala dos
oficiais do dia.
4. Equipe De Intendência
Providencia todo material para as atividades e instruções, inclusive para a
cozinha.
5. Equipe De Eventos
Planeja e executa as atividades recreativas e instrutivas do acampamento.
6. Equipe De Infra-Estrutura
Montagem de todos os aparatos como: cozinha, latrinas, toldos, mastros,
limpeza, pista de obstáculos.
Obs.: Cada unidade fornece alguns desbravadores para esta equipe.
11.4 MATERIAL
Material da unidade
A unidade deve ter duas barracas, machadinha, facão (2), facas (2), lanterna,
corda de 20m, repelente, cordinhas finas, serra, estojo de primeiros socorros, apito,
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Iscas de fogo, bandeirim, utensílios de cozinha, plástico ou lona para cobrir a
cozinha e outro para abrigar da chuva ou do sol forte.
Material individual do desbravador
Cada desbravador ao acampar deve levar: Bíblia, hinário, lição, seu uniforme
completo, mochila, capa ou plástico, lanterna, canivete, agasalho, roupa de uso
pessoal, cordinha, chinelo, colchonete, saco de dormir ou cobertor, prato e copo de
plásticos, talheres, estojo de costura e material de higiene. Todo esse material deve
estar acondicionado em saco plástico, evitando de molhar em caso de chuva.
Obs.: não trazer a mudança para o acampamento e nem esquecer o
essencial.
11.5 DICAS
Dividir responsabilidades
Cada membro da unidade ou do clube deve saber de antemão o que fazer ao
chegar ao local do acampamento. deve-se dar tarefas a todos, de maneira que cada
um tenha responsabilidade em fazer algo em prol do acampamento, evitando-se a
sobrecarga de tarefas e a demora na montagem do acampamento. Tudo deve ser
feito com alegria, mesmo as mais ingratas tarefas. O verdadeiro desbravador vai
acampar com espírito de união.
As últimas coisas a fazer á noite
Antes de dormir deve-se escovar os dentes, proteger a água, os alimentos e a
lenha, cobrir as brasas do fogão de maneira que tenhamos algumas brasas vivas
pela manhã. Veja se nada foi deixado ao sereno. Afrouxe os cabos da barraca. Faça
o culto e ore antes de dormir.
Ao acordar
Assopre o fogo, reavivando-o, ponha mais lenha e a água para ferver, escove
os dentes, estique os cabo sda barraca, pendure ao sol a roupa de dormir, prepare o
desjejum, limpe e arrume a barraca, passe uma revista no local de acampamento
para ver se tudo está em ordem, faça o culto matina e hastie a bandeira.
1. Mesmo com tempo bom deve-se levar capa de chuva ou plástico.
(Desbravador)
2. Antes de ir dormir, afrouxar os cabos das barracas, proteger a água e a
lenha, cobrir as brasas, ver se nada foi deixado no sereno, fazer culto e orar. (A
Unidade)
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3. Coar a água em pano limpo, ferver se preciso ou colocar cloro. (Equipe de
Cozinha)
4. Não armar barracas de frente para o vento. (Unidades)
5. Latrinas: 60 cm. de profundidade x 90 cm. de comprimento x 30 cm. de
largura. Longe da cozinha, cercado de lona plástica, bem escondido e localizado de
forma que o vento não traga o cheiro de volta para o acampamento. (Infra-Estrutura)
6. Ao preparar o cardápio, não por alimento cárneo. (Cozinha)
7. Encha o Sábado de atividades espirituais interessantes. (Eventos)
8. Ao acordar: Acender o fogo, por água para ferver, esticar os cabos da
barraca, pendurar ao sol a roupa de dormir, preparar o desjejum, limpar e arrumar a
barraca, revistar o local para ver se tudo está em ordem, fazer o culto matinal,
hastear a bandeira. (Unidade)
9. Bem antes de sair para acampar cada um deve saber como arrumar a
mochila e o que levar. (Intendência)
10. Só levar um volume para o acampamento. (Desbravador)
11.6 ECOLOGIA
1. Expressamente proibido cortar qualquer arbusto ou árvore verde.
2. Queime todo plástico e embalagens possíveis.
3. Amasse as latas e leve-as de volta.
4. Vidros? Se você ainda carrega este peso e perigo... levar de volta. Não
compre sucos, conservas ou qualquer coisa embalada em vidro. (Já existem opções
em plásticos para tudo)
5. Aterre as latrinas, replante a grama, apague totalmente o fogo. não deixe
vestígios no local. Passe um pente fino, recolhendo tudo o que for da natureza.
11.7 O FOGO
O fogo é indispensável em qualquer acampamento. Pode ajudar como
machucar, aquecer ou queimar, preservar vidas ou matar. Precisamos tomar algum
cuidado ao lidar com o fogo.
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Para haver fogo precisamos de:
a) Combustível - Material próprio
b) Comburente - bastante ar
c) Temperatura
Saber fazer uma fogueira com ou sem fósforos ou isqueiros é uma condição
indispensável para quem pretende aventurar-se por regiões selvagens ou
inabitadas. Embora necessitemos conhecer também os métodos primitivos de fazer
o fogo, sabemos que hoje não é difícil nem incômodo transportar um isqueiro ou
algumas pequenas caixas de fósforo. Neste caso, é preciso impedir que os fósforos
se molhem numa travessia de rio ou num banho de chuva inevitável. Para tanto,
isole as caixas numa embalagem plástica com fita adesiva ou cubra os palitos de
fósforo com parafina líquida antes de sair para a sua aventura. Antes de ter a chama
é necessário, porém, armar a fogueira.
11.8 TIPOS DE ACAMPAMENTO
Existem vários tipos de acampamentos. Iremos saber sobre alguns deles
abaixo:
CAMPORI – Acampamento envolvendo todos os desbravadores de uma
região, Estado ou País.
GERAIS – Acampamentos envolvendo todos os desbravadores num mesmo
Clube.
POR UNIDADE (Campunid) – Acampamento que envolve apenas uma
unidade específica, ou várias unidades.
DIRETORIA – Acampamento que envolve apenas a diretoria (pessoas
responsáveis pela organização e direção) de um ou mais Clubes.
11.9 ESQUEMAS DE ACAMPAMENTO
Há dois tipos de esquema de acampamento: Em forma de Ferradura e em
Quarteirão.
A primeira coisa que devemos fazer ao chegar ao local de acampamento, é
marcar o centro do local onde se pretende acampar. As barracas deverão ser
colocadas em círculos. No centro deverá ser erigido (colocado) um mastro. A
primeira barraca a ser montada no acampamento é a de INTENDÊNCIA, permitindo
assim que todo material de trabalho ou gênero alimentício não fique exposto ao
tempo.
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Esta barraca deverá ficar com sua frente totalmente virada para o lado em
que nasce o sol (leste), permitindo assim que receba os primeiros raios solares e
arejar seu interior. Em seguida arma-se todas as outras barracas de acordo com o
esquema do Diretor (responsável pelo acampamento), sendo porém que a barraca
de PRIMEIROS SOCORROS armada por último no quarteirão ou forma de
ferradura, e deverá ser construído um portão.
Obs: O portão do acampamento, terá que ser construído bem em frente à
barraca de intendência. Tendo armado tudo, arma-se o banheiro. O mesmo deverá
ficar no mínimo 50m de distância do acampamento, verificando-se também a direção
do vento, para que o mau cheiro não siga para o lado do acampamento com o vento.
No final do acampamento
Só devemos deixar o local do acampamento nossos agradecimentos. Há
anos atrás, um Coordenador da UEB dos Desbravadores deveria visitar um Clube
que estava acampando mas, devido a uma confusão de datas, ele chegou somente
no dia em que o Clube havia se retirado do local algumas horas antes. Mais tarde,
na sede do Clube, ele disse: “cheguei tarde para ver o acampamento, e procurei
durante duas horas por todo o local, mas não pude encontrar onde o Clube estava
acampado. Não pode haver maior elogio do que este. Deixe o local de
acampamento pelo menos como você gostaria de encontrá-lo quando chegasse.
Antes de sair queime todo o lixo. Amasse as latas e enterre-as junto com que
for de vidro, ou leve para casa de volta. Aterre as latrinas, assinalando o local, e as
demais valas feitas. Replante a grama. Apague totalmente o fogo, não deixando
nenhum vestígio no local. Passe um pente fino final, recolhendo tudo o que não fizer
parte da natureza.
11.10 A MOCHILA
A mochila é um item indispensável para qualquer
desbravador. Usamos em jornadas, acampamentos,
atividades de montanhismo, acantonamentos, etc. No entanto,
devemos saber qual é o material necessário para cada
ocasião e como acondicioná-lo corretamente dentro da
mochila adequada. Não podemos exagerar na quantidade de
coisas que devemos levar, pois será um incômodo carregar
todo aquele peso extra, além de que, o máximo que o corpo
humano agüenta sem o risco de causar lesões na coluna é 1/3
do peso de quem o carrega.
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Dicas:
Separe todo o material que você irá usar e
espalhe-o no chão, verifique novamente se
não falta nada, separe-o por grupos, então
distribua ele corretamente na mochila.
Roupas, agasalhos ou cobertores podem ir às
costas, prevenindo qualquer desconforto
causado por objetos rígidos ou pontiagudos.
O ponto de equilíbrio de uma mochila dever
ser alto, portanto, guarde o material mais
pesado em cima, junto às costas.
Embale as roupas e todo material que corre
risco de estragar, caso molhe, em sacos
plásticos mesmo que a mochila seja
impermeável ou com capa de chuva, pois
sempre pode acontecer algum imprevisto.
O peso deve ser muito bem dividido, equilibre
os objetos na mochila para que ela não pareça
mais pesada depois. Siga o exemplo do
desenho:
11.10.1 partes de uma mochila
A bolsa superior serve para armazenar alimentos, estojo de primeiros
socorros, mapas, bússolas, etc.
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Alça para pendurar serve para pendurar a mochila em algum lugar sem que
ela ocupe espaço no chão.
Alças dos ombros servem para carregar a mochila, devem estar curtas e
ajustadas de forma que a barrigueira posicione-se na região da bacia.
Apoio dorsal serve para que a mochila fique mais confortável e ajustada nas
costas.
Apoio da bacia serve para que a mochila fique mais confortável e ajustada na
bacia.
Barrigueiras devem estar apertadas o suficiente para agüentar parte do peso
da mochila sem que os movimentos e a respiração fiquem comprometidos.
O limite máximo de peso que você pode levar é de 1/3 (um terço) do seu peso
corporal ideal, o que varia com sua altura e seu tipo de estrutura física. Mas 1/3 do
peso corporal é o limite máximo. Existe um limite confortável e seguro. Este depende
do quanto você está em forma, de seu vigor físico e da sua habilidade motora.
Existem mochilas de ataque e cargueiras. O tamanho das mochilas é dado
pelo volume que elas comportam, em litros. Uma mochila de 25 litros (de ataque) é
pequena, só mesmo para um passeiozinho bem curto. Uma mochila de 90 litros
(cargueira) já é bem grande, cabendo muita coisa dentro dela.
Se você está planejando uma caminhada até um acampamento-base de onde
partirão passeios menores, isto significa que a mochila de ataque vai ser,
inicialmente, levada dentro da cargueira. Portanto, você precisa de uma mochilinha
bem flexível, feita em material fino (algo semelhante a náilon).
Já se você pretende fazer uma caminhada, sem pernoite, mas, que irá durar
por todo o dia, uma mochila de material mais resistente, e menos flexível, será
necessária. Pense em algo até 55 litros.
Seja lá qual for, a mochila deve ter as alças acolchoadas com material não
muito macio. E este acolchoamento deve ser bem largo, de modo a distribuir bem o
peso, diminuindo a pressão. Desde que ela não ultrapasse a largura de seus
ombros, quando completamente cheia, ela pode ter bolsos por todos os lados e fitas
para transporte externo.
Capa para a Mochila. Eu ainda não conheço uma mochila realmente
impermeável… E nem nenhum dos autores dos muitos artigos que já li! Por isto é
que foram criadas as capas para mochilas.
“– Mas a capa não cobre toda a mochila!” É verdade. A face da mochila que
toca as nossas costas fica descoberta. Ainda assim, mais de 75% da superfície da
mochila estarão protegidos. O que já ajuda muito! Mochila molhada é mochila
pesada.
Embalagens. Toda a roupa extra deve ser embalada em sacos plásticos
fechados de modo estanque. O saco de dormir deve estar dentro de um saco
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plástico fechado do modo mais estanque possível. Caso chova (ou sua mochila caia
dentro d'água) o saco de dormir é o item que NÃO deve se molhar.
O Centro de Gravidade. Um centro de gravidade muito alto fará com que
você caia de cabeça dentro do riacho, quando se agachar pra beber! Caso você se
incline para um lado, a mochila te puxará ainda mais para lá. E isto, se estiver
escalaminhando uma encosta pedregosa, pode significar uma queda! Uma mochila
lateralmente desbalanceada tira seu equilíbrio ao andar, sacrifica mais um ombro,
um dos pés e os músculos de uma das pernas. O objetivo é fazer com que o centro
de gravidade da mochila fique tão junto ao seu corpo e tão baixo quanto possível.
Quanto mais junto do seu corpo, menos a mochila te puxará para trás. Quanto mais
baixo, menos instabilidade (desequilíbrio) a mochila provocará quando você se
inclinar. Mas, respeitando estas condições tanto quanto possível, também devemos
lembrar que certos itens exigem fácil acesso por serem de uso urgente como em
casos de acidentes, chuva, frio súbito… e diarréias! Outros itens são de uso
freqüente: água, mapa, bússola, chapéu, óculos escuros, filtro solar…
Carregando a Mochila. Antes de mais nada, junte tudo. Mochila, tralha,
roupas, comida… TUDO! E confira com uma lista de checagem. Está tudo aí?
Separe os itens de uso urgente agrupando-os. Separe, noutro grupo, os itens de uso
freqüente. Com a "ferragem" da barraca, isolante térmico, e a lona de forro forme um
terceiro grupo, pois estes são os únicos itens que eu acho que podem ir amarrados
ao exterior da mochila, se necessário.
Dos itens restantes, veja quais os mais pesados. Separada a barraca de sua
armação, fica muito mais fácil socá-la lá no fundão. Coloque uma panela dentro da
outra (se possível) ou encha-as com itens menores (comida ensacada é uma boa).
Vamos imaginar a mochila dividida em 4 zonas volumétricas: A zona A é o
bolso do capuz. As zonas B, C e D formam o compartimento principal da mochila. O
zíper inferior de acesso marca a divisa da zona D. Os bolsos laterais não estão
incluídos, porém se houver um bolso traseiro, este será considerado zona C.
Treinamento Básico de Diretoria – ARF
97
Coloque na mochila as coisas mais pesadas primeiro. Assim, encha as zonas
D e B primeiro, depois a C, a zona A e, finalmente, os bolsos laterais e amarre os
itens externos.
A zona D é formada pelo terço inferior do compartimento principal. Aqui ficam
as coisas mais pesadas. A barraca vai para a zona D. Se ali ainda couber mais
coisas, os enlatados serão os próximos candidatos.
Na zona B ficam as coisas mais pesadas que não couberam na zona D.
A "ferragem" da barraca vai para a zona B, podendo intrometer-se na zona D. O
mesmo vale para o isolante térmico, caso caiba. As panelas também podem ir para a
zona B. Quanto mais em baixo, melhor.
O saco de dormir vai para o alto das zona B/C. No topo do compartimento
principal ficarão a caixa de PS e seu abrigo contra chuva (anorak ou poncho).
N zona C ficam coisas relativamente leves: comida ensacada, roupas, etc.
As meias e cuecas devem ser espremidas nos espaços vagos, que certamente
sobrarão às dezenas!
Zona A: este é o compartimento mais fácil de ser alcançado sem parar de
andar. Aqui devem ficar os itens mais leves: lanterna, mapa, 1 mosquetão com sua
fita solteira, faca de caça/canivete, etc.
Bolsos laterais: garrafas d'água, biscoitos e por aí afora… Para completar,
amarre os itens externos.
Muito bem! Aposto que, depois de tudo feito e com a mochila às costas, você
se olhou no espelho e se achou lindo! Pois é… Agora vá à farmácia mais próxima e
suba na balança. Aproveite, e no caminho, balance o corpo, deixe cair uma moeda e
agache para pegá-la, veja se a mochila está te puxando para algum lado, para frente
ou (demasiadamente) para trás.
Se a balança acusar que seu peso (com a mochila) aumentou mais de 30%,
significa que tem coisa demais aí dentro. Ou se você sentiu a mochila te puxando ou
atrapalhando seus movimentos, significa que ela não está adequadamente
balanceada. Nesses casos, volte pra casa e comece tudo de novo.
11.11 BARRACAS
A barraca será sua casa por um período, por isso é bom saber como
posicioná-la para seu maior conforto e segurança. Observe as regras a abaixo:
Erga-a em um local plano e desmatado, que seja abrigado e bem drenado.
Em tempo molhado, evite alagamentos: cave um canal circundando a base de
sua barraca que escoa para baixo.
Nunca arme a sua barraca:
o Em terrenos úmidos ou baixos;
Treinamento Básico de Diretoria – ARF
98
o Perto de estábulos ou água estagnada;
o Em locais cheios de cupinzeiros e formigueiros;
o Em locais muito junto das margens de curso d'água (especialmente em
época de chuvas);
o Em baixadas, entre morros (perigo de enxurrada);
o Em fundos de grotas e ravinas;
o Em locais onde o solo está coberto com pedras soltas de médio porte;
o Em locais onde haja muita vegetação espinhosa.
11.11.1 Tipos de Barracas
Barraca Canadense. É um dos modelos mais
tradicionais, de formato triangular quando vista de frente. Fácil
de montar, pode ser encontrada em tamanhos variados. Como
sua armação geralmente é de metal, é pesada para ser
carregada a pé por trechos longos. O material também influi na
escolha, sendo as feitas de lona mais quentes e pesadas que
as fabricadas em nylon.
Barraca Iglu. Vários modelos, de formato variável, desde
o tradicional iglu até modelos tubulares semelhantes a casulos.
Há modelos grandes de base hexagonal com capacidade para
mais de cinco pessoas. A armação é de fibra sintética (vidro,
carbono), muitas vezes mais leve que as armações metálicas.
São fabricadas em nylon e muito leves para carregar. Perdem
em durabilidade para as de armação metálica.
Barraca Bangalô. Também tradicional, parece uma casa.
Tem quartos e uma varanda onde pode ser instalada a cozinha.
É muito pesada por possuir a armação de metal e ser fabricada
em lona. Abriga no mínimo 5 pessoas. Boa para famílias
inteiras.
Treinamento Básico de Diretoria – ARF
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12 FOGUEIRAS E COZINHA AO AR LIVRE
Como nem sempre é possível levar um fogão a gás onde se vai acampar é
preciso saber construir e acender uma fogueira, bem como aproveitá-la de maneira
apropriada para cozinhar, aquecer e iluminar. Eis aqui alguns fogos.
Fogo caçador. Um dos melhores para
cozinhar, é o preferido dos exploradores.
Escolha dois troncos verdes de cerca de 50cm
de comprimento e 15cm de diâmetro cada.
Coloque-os lado a lado, com a abertura mais
larga virada para o lado do vento e a mais
estreita será usada para apoiar as panelas.
Mantenha o fogo baixo. Acrescente lenha só
quando for necessário. O uso de carvão
também é apropriado. Os troncos verdes
podem ser substituídos por pedras grandes ou
tijolos adequadamente empilhados.
Fogo estrela. Nada melhor que fazer uma
roda de amigos ao redor deste fogo. Ele é de longa
duração, com calor brando. Consome pouco
combustível e não é necessário cortar lenha. Junte
alguns troncos ou galhos secos, disponha-os em
forma de estrela de modo que todos se encontrem
no centro, onde se acende uma pequena fogueira.
À medida que as pontas vão se queimando, é só
empurrar os pauzinhos mais para o centro.
Fogo refletor. Este fogo pode ser feito
utilizando troncos ou pedras para muralha de
reflexão. Para as noites frias, prepare este excelente
aquecedor natural: construa uma pequena muralha
com troncos verdes para dirigir o calor em uma só
direção. Fechar as frestas com barro ou proteger
com um papel alumínio. Construir a fogueira no
sentido que o vento esteja para direção do refletor,
para que a fumaça seja elevada para o lado
contrário de onde você está. Uma rocha ou barranco
também podem funcionar como refletor. Neste caso,
verifique se o local é bom para se armar uma
barraca.
Treinamento Básico de Diretoria – ARF
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Você também pode usar pedras para fazer
a barreira. As pedras continuam irradiando calor
mesmo depois de o fogo apagar-se. Para refletir
melhor, colocar pedras em três lados do fogo. Ou
faça a fogueira ao lado do sopé de um penhasco
ou rochedo.
Fogo de trincheira. Este fogo consome pouca lenha,
oferece menos riscos, não é incomodado pelo vento e não
irradia tanto calor, sendo apropriado para os dias quentes.
Construa uma valeta mais rasa e larga de um lado, e mais
funda e estreita do outro, para que o vento sopre do lado
mais largo para o mais estreito. Se o chão for duro, corte as
bordas bem retas de modo que apóiem as panelas ou cruze
sobre a cova alguns galhos verdes que possam apoiá-las. O
único inconveniente deste fogo é ficar ao nível do chão, o
que deixa seu uso um pouco desconfortável.
12.1 COZINHANDO NO ACAMPAMENTO
Existem vários tipos de acampamento: de instrução, recreativo, fixo, móvel,
rústico e etc. Algo em comum entre todos é a “cozinha”, desde a mais rústica até a
mais “equipada”. Quando alguns clubes acampam, geralmente levam uma
cozinheira que prepara as refeições para todos; em outros casos, cada unidade é
responsável pelo seu alimento podendo ou não levar fogareiros ou fogões de
acampamento.
Não há nenhum empecilho para que o clube tenha uma só cozinha, mas ao
menos uma vez no ano deve haver um acampamento em que as unidades
cozinhem. Disso depende o cumprimento de vários requisitos de classes e
especialidades que vão desde fazer o cardápio até dispor corretamente do lixo.
Para ter uma alimentação saudável, higiênica e gostosa no acampamento em
que a unidade vai cozinhar é necessário ensinar aos desbravadores algumas
técnicas que até mesmo alguns líderes desconhecem, são elas:
12.1.1 Cardápio
Muitos clubes ainda permitem o uso de alimentos cárneos no acampamento,
como igreja temos recomendação de que esse tipo de alimento não seja utilizado. O
Treinamento Básico de Diretoria – ARF
101
clube de desbravadores é um departamento da igreja, portanto deve observar essa
regra.
O cardápio deve ser preparado com antecedência, as unidades devem ter a
oportunidade de, segundo as preferências de seus membros, elaborar o seu.
Entretanto, a diretoria deve supervisionar o trabalho das unidades.
No cardápio deve haver alimentos de todos os grupos (aqueles aprendidos na
classe de amigo!): carboidratos, proteínas, leite e ovos, verduras e frutas e
oleaginosas, além dos alimentos energéticos, que devem ser utilizados com
moderação.
Alimentos desidratados são aqueles que passaram por um processo de
secagem, onde a água do alimento é retirada, aumentando assim a sua
conservação. Também utilizamos esse tipo de alimento, pois ele é mais leve e,
portanto, mais fácil de carregar. São exemplos de alimentos desidratados: leite em
pó, frutas em passas, proteína vegetal, sopas instantâneas, etc. Granola e macarrão
instantâneo (tipo Miojo) não são alimentos desidratados; a granola é composta por
cereais e o macarrão instantâneo é como todos os tipos de macarrão, devem ser
cozidos em água, mas não quer dizer que são desidratados.
Em relação ao macarrão instantâneo é necessário ter cuidado para que ele
não seja a principal refeição do acampamento. Tanto o macarrão convencional
quanto o instantâneo são carboidratos e devem fazer parte de uma dieta
balanceada, por exemplo, não se deve colocar macarrão, arroz e batata em uma
mesma refeição. Assim o macarrão deveria ficar restrito a duas ou três refeições.
Outro alimento que muitos gostam e alguns acham até mesmo indispensável
é o feijão, mas muitos consideram impossível ter esse alimento no acampamento.
Realmente levar uma panela de pressão é incomodo, mas não é necessário ter este
utensílio para cozinhar o feijão. Deixando os grãos de molho durante a noite eles
vão cozinhar mais rápido no outro dia. Para não perder tempo, deixe a fogueira com
o fogo baixo ou só com brasas (nesse caso deve ter bastante) e coloque o feijão
para cozinhar durante o período da manhã. Deste modo na hora do almoço basta
temperar. Para que o feijão não estrague, ferva-o uns cinco minutos à noite e tente
deixá-lo em lugar mais fresco durante o dia.
Os ovos são alimentos muito versáteis, entretanto levá-los para o local do
acampamento é um pouco complicado. Para que você não chegue lá com um
omelete pronto, deixe os ovos na embalagem que você comprou no mercado, se for
aquela de uma dúzia, ou corte ao meio a bandeja (aquela de trinta ovos) e coloque
uma parte por cima e amarre com barbante. Acondicione-os na parte de cima da
mochila dentro de um saquinho plástico para evitar acidentes.
Batata, beterraba, chuchu, cenoura, repolho, brócolis, couve flor, abobrinha,
vagem, milho, pimentão e tomate são exemplos de alimentos de fácil conservação e
preparo, além de possuir elevado valor nutricional.
Alface, cheiro verde, espinafre, agrião, enfim todas as folhas tendem a ficar
murchas fora da geladeira, além de ser difícil transportá-las sem danificá-las,
portanto é melhor substituí-las.
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102
12.1.2 Utensílios de cozinha
Quando se pensa nos utensílios, geralmente lembra-se das panelas, talheres,
pratos e copos. Alguns clubes esquecem de levar bacias para picar os alimentos e
até mesmo faca. Para evitar esse incomodo atente-se à lista dos utensílios
indispensáveis para o acampamento.
Faca – Deve ser boa de corte. Os desbravadores menores só devem usá-las
sob a supervisão do conselheiro. Facas de serra são inapropriadas para descascar e
cortar verduras, portanto evite-as. Não utilizar a faca da cozinha para cortar madeira,
sisal ou abrir latas.
Conchas e colheres – É perigoso utilizar colheres e conchas de cabo muito
curto para preparar as refeições. Para saber se está levando a quantidade certa
conte quantos pratos haverá em cada refeição, deve haver uma para cada e mais
uma de reserva.
Panelas – três costuma ser suficiente. O tamanho de cada uma depende do
tamanho da unidade, de preferência que se encaixem entre si, assim há uma melhor
utilização do espaço. Talvez possa incluir um fervedor para facilitar na hora de
aquecer o leite ou prepara um chá ou cevada.
Ralador – é um pouco incomodo para transportar, mas facilita muito na hora
de fazer a salada ou uma farofinha de cenoura.
Bacias – são indispensáveis para lavar e cortar os vegetais ou preparar uma
salada.
Pano de prato – além de enxugar a louça, serve para tirar as panelas quentes
da fogueira, cobrir os alimentos e etc.
Além desses é importante levar jarra, abridor de latas, potes ou vasilhas com
tampa, fósforo e sacos para lixo. Não podemos esquecer também de levar bucha,
sabão e esponja de aço.
12.1.3 Higiene
Mesmo estando no acampamento devemos manter os hábitos higiênicos
como lavar as mãos, lavar frutas e verduras e não deixar lixo acumulado. Além
destes, é necessário também outros cuidados:
Água – para cozinhar deve ser utilizada água filtrada ou fervida. Mesmo que a
água venha de um riacho limpo é necessário purificá-la.
Armazenamento – os alimentos não devem ficar expostos diretamente ao sol
e muito menos no chão. O mesmo em relação aos utensílios da cozinha.
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103
Mesa – deve haver uma pequena “mesa”, um lugar para colocar os alimentos
depois de prontos e servir de apoio no momento de prepará-los. Pode ser um
caixote virado para baixo ou uma pioneiria. Seja criativo.
Lixo – para dispor do lixo orgânico (restos de comida, cascas de frutas e
verduras) cavar um buraco no chão de uns 20 cm de largura por 40 cm de
profundidade. Somente o lixo orgânico deve ser depositado nele. Jogar uma camada
de terra para cobrir o lixo. O lixo seco deve ser levado de volta para casa. Para não
gerar mau cheiro, enxágüe as embalagens e deixe tudo em um saco bem fechado.
Louça – deve ser lavada logo após a refeição. Se deixada para depois fica
mais difícil de lavar além de atrair insetos. Se for lavar a louça em uma fonte de água
corrente, usar sabão biodegradável e não deixar restos de alimentos por perto.
Alimentos perecíveis – muito cuidado com maionese, iogurte, queijo, leite,
molho de tomate, etc., são alimentos que estragam facilmente fora da geladeira,
principalmente depois de abertos.
12.1.4 Receitas
Abaixo algumas receitas fáceis de preparar, que não necessitam de muitos
utensílios e são gostosas.
Arroz Caipira
Com essa receita é possível fazer o arroz e as verduras em uma mesma
panela. É bem prático. Serve de cinco a seis pessoas.
Ingredientes
2 xíc. de arroz
1 cenoura grande ou duas pequenas
1 espiga de milho
Alho ou tempero pronto
3 c.s. de óleo
2 c. chá de sal
Mais ou menos 1 litro de água
Modo de fazer
Doure o alho ou tempero, em seguida adicione o arroz e refogue até ficar
brilhante. Acrescente a cenoura ralada e em seguida o milho cortado. Refogue por
mais um minuto e acrescente a água. Quando a água do arroz estiver secando
tampe a panela e reduza o fogo.
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Roasted potato (batata assada)
É uma receita muito fácil que dispensa o uso de panelas, mas é um pouco
demorada.
Ingredientes
Uma batata grande para cada membro da unidade
Requeijão ou molho de tomate
Sal
Papel alumínio
Modo de fazer
Lave bem as batatas e fure-as com um garfo, enrole-as em um papel alumínio
e coloque nas brasas da fogueira. O tempo de cozimento depende da quantidade de
brasas, mas costuma demorar de 1h00min à 1h30min. Espete a batata com um
grafo ou palito para conferir se estão macias e retire da fogueira com cuidado. Retire
a batata do papel alumínio, corte a batata ao meio e coloque uma pitada de sal.
Coloque o molho de tomate ou requeijão por cima e sirva.
Tabule de acampamento
Ingredientes
1 pepino grande
2 tomates
1 cebola pequena
½ xíc. de triguilho
Sal
Modo de fazer
Coloque o triguilho de molho por 45 min. Corte o tomate, o pepino e a cebola
em cubinhos. Escorra a água do triguilho e esprema-o bem. Misture tudo e
acrescente o sal.
Maçã com goiabada
É uma sobremesa muito fácil e gostosa, também dispensa panela.
Ingredientes
Uma maçã para cada membro da unidade
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Canela em pó
Goiabada
Papel alumínio
Modo de fazer
Lave as maçãs e corte-as ao meio. Retire o miolo, polvilhe canela em pó em
cada uma das metades. Coloque um pedacinho de goiabada na maçã, junte as duas
metades e enrole no papel alumínio. Coloque as maçãs nas brasas da fogueira. Fica
pronto em uns 30 minutos.
Mingau de aveia
Ingredientes
4 xíc. de leite
1 canela em pau
8 c.s. de aveia em flocos
4 c.s. de açúcar
Modo de fazer
Coloque todos os ingredientes em uma panelinha e leve ao fogo baixo. Mexa
sem parar até atingir a consistência desejada. Retire a canela e sirva. Serve 4
pessoas.
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106
13 PARA SÁBADO
1 - Representar ou encenar uma passagem Bíblica - CENA VIVA. Dar
pontos pela melhor apresentação e pelo grau de facilidade para entender a cena,
(uma variante desta brincadeira é tentar representar um provérbio, outra variante é
tentar de duplas, um deles tira um versículo da "caixinha de promessas" e tenta
interpretar com gestos para que o outro adivinhe. Em todos os casos premiar a boa
apresentação e inventividade e não somente por descobrir o verso. Também é
necessário que em caso de dúvida, o verso seja inteligível (ou não seja entendido),
por outras pessoas do grupo, porque talvez a pessoa não esteja adivinhando por
conhecer poucos versos).
2 - Citar uma palavra e os participantes devem cantar um hino que contenha
a mesma.
3 - Concurso de memorização com versos ou salmos.
4 - Memória bíblica: Montar uma mesa com objetos que lembrem histórias
bíblicas, o grupo tem um tempo determinado para olhar, depois devem dizer ou
desenhar a ordem em que os objetos estavam e identificar a estória com que se
relacionam os objetos. Outra variante é relacionar os objetos com versículos e em
vez de identificar a historia, os participantes devem falar um versículo que se
relacione com cada objeto mostrado.
5 - Sons da natureza: Durante um passeio os participantes devem ir
tentando identificar o maior número possível de sons diferentes, repetindo-os ou
citando-os no final do mesmo.
6 - Combinações na Natureza: O líder deve ir previamente à área onde o
grupo passará, e ir coletando em um saco opaco materiais da natureza, (folhas,
pedras, sementes, galhos, flores, etc). À medida que o passeio prossegue nos locais
adequados, as amostras são retiradas do saco e exibidas ao grupo, que então tenta
combinar o material mostrado com alguma outra coisa da área de visão imediata,
continua-se a brincadeira até o término do passeio ou dos objetos, dando pontos aos
que acertarem ou que demonstrarem criatividade.
7 - Caminhada Musical: Dividir o grupo em frações suficientes para 4
subgrupos, encaminhando-os para os 4 pontos cardeais. Definir um tempo de
exploração. Ao caminhar o grupo vai anotando itens que lembrem hinos ou cânticos.
Não se deve levar o hinário juntos. Ao retornarem ao ponto de partida na hora
marcada (premiar a pontualidade), cada grupo diz que hinos relacionou com que
objetos da Natureza. Ao final fazer uma "festa musical" com as músicas
mencionadas.
8 - Caminhada Bíblica: Variante da anterior, usando passagens ou histórias
bíblicas como ponto de relação.
Pontos importantes a se considerar ao realizar caminhadas na natureza:
1 - Defina uma área e assunto para estudo.
Treinamento Básico de Diretoria – ARF
107
2 - Analise o melhor horário, traje, tamanho do grupo, cuidados a tomar,
autorizações a conseguir, tudo previamente para o bom desenvolvimento da
caminhada.
3 - Visite a área a ser utilizada com antecedência. Verifique a possibilidade de
inundações, problemas de acesso devido a chuvas, etc. Em caso de chuva na época
do passeio, visite novamente o local um dia antes.
4 - Ao caminhar, concentre-se principalmente na área do estudo, mas esteja
preparado para eventos paralelos, pois a apreciação da natureza sempre traz algo
inesperado (só tome cuidado para não perder o objetivo principal).
5 - Certifique-se que fez a melhor preparação possível, prepare-se para
perguntas, saiba onde encontrar as respostas. Motive-os o necessário para manter o
interesse, mas permitindo que cada um faça suas descobertas individuais por si.
6 - Procure fazer com que todos (em especial os menores) saibam dos
objetivos do passeio. Estimule-os no cumprimento dos objetivos usando jogos,
gincanas, questionários, coleções, etc.
7 - Faça um roteiro da caminhada, para que todos possam fazer sugestões.
8 - Quando um item estiver sendo discutido, verifique se o grupo todo pode
ver e apreciar o que está sendo falado.
9 - Estimule o uso da observação, fotos, notas e resumos.
10 - Cuide para que ao recolher amostras o grupo não deprede a natureza,
não agrida a ecologia, e não desperdice amostras, (existem áreas de preservação
onde é proibido tirar algo além de fotos, como as cavernas).
11 - Complete a caminhada com uma palestra, filme, ou slides para resumir
os pontos principais.
12 - Mantenha um plano para possíveis emergências médicas ou climáticas,
com material de Primeiros Socorros junto com o grupo, e um veículo de apoio
dependendo do tempo que a mesma durar.
Treinamento Básico de Diretoria – ARF
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14 IDEIAS PARA CONCURSOS NO CLUBE
Tornar as reuniões do clube de Desbravadores atrativas para os
membros realmente não é tarefa fácil para cada diretoria de clube. Tentaremos
nesse texto mostrar algumas idéias de brincadeiras ou concurso que já
fizemos e que foi um sucesso em nosso clube ou outros clubes:
1)
Concurso de Ordem Unida:
Procure a cada domingo de reunião durante apenas 5 minutos fazer um
pequeno concurso de ordem unida com as unidades de seu clube, a cada domingo
dê uma pontuação para cada unidade, da melhor até a pior, faça com que cada uma
receba uma pontuação. Faça isso todos os domingos e no final de cada mês
entregue um troféu de ordem unida para a unidade que tiver mais pontos durantes
aquele mês, eles vão se esforçar ao máximo para serem os primeiros a cada
semana. Torne isso um hábito saudável em seu clube e veja você mesmo o
desempenho do mesmo após 3 meses. No mês seguinte se outra unidade for
campeã, a vencedora do mês anterior entrega o troféu para a nova unidade
vencedora.
2)
Concurso de amarras:
Após boas semanas de treinamento de amarras em todas as unidades de seu
clube marque com antecedência em seu calendário um domingo para um concurso
de amarras entre as unidades.
Cada unidade deverá montar uma pioneiria (móvel de acampamento)e
durante um tempo determinado todas deverão demonstrar suas habilidades e no
final do tempo os fiscais do clube passam avaliando cada unidade nos requisitos de:
criatividade do mével, tempo, participação de todos, firmeza das amarras e estética
das amarras.
3)
Concurso fogos:
Cada unidade terá um tempo determinado para ascender um tipo de fogo,
cozinha neste fogo algo que se possa comer depois. Nesse concurso pode-se
avaliar: Segurança, participação, cozimento, tempo, etc.
4)
Concurso de estátuas vivas:
Esse concurso pode ser feito durante as reuniões de sábado. Algumas
semanas antes é sorteado um tema bíblico para cada unidade (ou o mesmo para
todas) e no dia cada unidade terá de 3 a 5 minutos para fazer uma demonstração de
estátuas vivas, onde a cada 30 segundos todos se movem trocando de posição,
voltando logo para posição estática. Se avalia: Originalidade, criatividade, fidelidade
ao tema, participação, etc.
Treinamento Básico de Diretoria – ARF
109
5)
Concurso de pintura:
Sorteia-se um tema para cada unidade do clube onde cada uma deverá pintar
em um pôster de 1x1 o tema recebido. Será avaliado: tempo, fidelidade ao tema,
pintura, etc.
6)
Show do Clubão:
Para aqueles que tem fácil acesso a projetores e telão, o Show do Clubão (ou
outro nome mais convencional) é um ótimo atrativo para os desbravadores.
Preparam-se perguntas sobre história dos desbravadores, especialidades, bíblicas,
civismo, etc. As mesmas são apresentadas no telão onde as perguntas são feitas
aos desbravadores de cada unidade. Faz-se uma competição entre as unidades do
clube ou entre os membros, assim como é feito no show do milhão. Nesse dia pode
se convidar, membros da igreja, pastor, ancião, todos para serem os universitários.
Treinamento Básico de Diretoria – ARF
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15 ESTATUTO DO CLUBE DE DESBRAVADORES2
ARTIGO I
NOME
O Programa, chamado de Clube de Desbravadores destina-se
essencialmente ao ministério total a jovens de 10 a15 anos na igreja
Adventista do Sétimo Dia, e patrocinado pelo Departamento de Jovens.
ARTIGO II
OBJETIVO
Os objetivos do Clube de Desbravadores são:
Trabalhar com vistas e levar cada desbravador a comprometerse com o senhor
Prover um programa atraente de conquista, centralizado na
igreja
Envolver os pais e jovens mais velhos na participação da
organização das atividades da igreja para os jovens
Encorajar os desbravadores a descobrirem seu potencial
concedido por Deus no serviço aos outros.
Fortalecer o desenvolvimento harmônico das capacidades física,
social, intelectual, e espiritual do desbravador.
Oferecer oportunidade para o desenvolvimento das capacidades
de liderança
Prover, por meio do estudo da natureza, uma apreciação pelo
amor de Deus.
ARTIGO III ORGANIZAÇÃO
O diretor de jovens da associação/missão é o diretor de todas as
atividades
dos
desbravadores
realizadas
na
área
da
associação/missão. Seu conselho pode ser solicitado com respeito a
qualquer atividade do clube. Ao Planejar grandes eventos, ele deve ser
comunicado e convidado a participar. Nas áreas grandes, o
coordenador regional pode ser nomeado pela associação/missão para
atuar em nome do diretor de jovens da associação/missão a quem se
reporta diretamente
Na igrejalocal onde há clube para juvenis e adolescentes, o diretor
administrativo dos desbravadores deve atuar como coordenador e
2
Material Oficializado pela Divisão Sul-Americana da IASD.
Treinamento Básico de Diretoria – ARF
111
representa-lo na reuniões da comissão da igreja local. O diretor do
clube deve ser um adulto que esteja vitalmente interessado nos jovens
e que tenha uma compreensão empática pelas nescessidades das
crianças e dos jovens. Sempre que possível, o diretor deve ser pelo
menos um Líder ou fazer um curso de Treinamento Básico para
diretoria dos Desbravadores. Ele deve ter muito conhecimento, ser
entusiasta e deve ser membro regular da IASD. Todas as atividades do
clube estarão sob sua supervisão e ele deve convocar, organizar ou
providenciar reuniões para o clube.
ARTIGO IV ELEIÇÃO DOS OFICIAIS E MEMBROS DA DIRETORIA
Seção 1
Os oficias do clube serão um diretor administrativo, um
diretor do clube, dois ou mais diretores associados, secretario e
tesoureiro (essa função pode ser ocupada pelos diretores associados)
A diretoria incluirá conselheiros e instrutores quando necessários.
Seção 2
O diretor administrativo e/ou diretores do clube serão
nomeados pela comissão da igreja ou igrejas patrocinadoras
Seção 3
Os diretores associados serão nomeados pelos diretores
e aprovados pela comissão da igreja.
Seção 4
O secretário e tesoureiro serão nomeados a critério dos
diretores, e aprovados pela comissão da igreja.
Seção 5
Os conselheiros e instrutores serão nomeados ou
substituídos pelo diretor do clube, em consulta com os diretores
associados (comissão executiva)
Seção 6
A diretoria dos desbravadores será constituída pelos
elementos acima..
ARTIGO V
DEVERES DOS OFICIAIS E DA DIRETORIA
Seção 1
Diretor administrativo é o coordenador do clube dos
juvenis e adolescentes. Ele representa a igreja na organização dos
desbravadores e é um membro da comissão da igreja. Coordena todas
as atividades na organização dos desbravadores.
Seção 2
Diretor - Todas as atividades do clube estará debaixo de
sua supervisão. O presidente das comissões será apontado pelo diretor
após uma consulta com os diretores associados ou com a comissão
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executiva.
Seção 3
Diretores Associados - Assistirão o diretor e o
substituirão durante sua ausência. Podem ser designados a cuidar dos
seguintes deveres: Classes JÁ, secretário ou tesoureiro, jogos,
acampamento, especialidade e habilidade criativas, música,
equipamento dos desbravadores, natureza, capelão, transporte,
eventos especiais, etc.
Seção 4
Secretário - Enviar mensalmente relatórios para o
departamento JÁ da Associação. É responsável por toda
correspondência do clube. Tomar nota das reuniões bem como por
relatórios pessoais ou qualquer um outro necessário para um bom
andamento
do
clube.
Seção 5
Tesoureiro - Assumirá o encargo de pagar as despesas,
coletar e cuidar de todas as entradas, tais como: taxas, projetos de
levantamento de dinheiro, etc. e apresentar um relatório financeiro a
pedido dos diretores ou associados, e transmitirá as contas e todos
fundos não distribuídos ao seu sucessor. Ele deverá trabalhar também
bem de perto e em harmonia com o tesoureiro da igreja, depositando
os fundos na tesouraria da igreja.
Seção 6
Capelão - Pode ser um diretor associado ou um pastor.
Assistirá o diretor em manter um tom espiritual em cada clube,
conhecer o relacionamento de cada desbravador para com o Senhor e
servirá nas comissões, lidando com as reuniões de culto do clube, nos
acampamentos,
trabalho
missionário
e
disciplina
ARTIGO VI COMISSÕES
Seção 1
O clube terá as seguintes comissões:
a) Comissão de Coordenação (para as igrejas com clubes
de juvenis e adolescentes)
b) Comissão Executiva
c) Comissão Docente
Seção 2
A comissão de coordenação consiste do diretor
administrativo, diretores de clubes, diretores associados, pastor,
secretário, tesoureiro e capelão. A Comissão cujo diretor administrativo
é o presidente, é responsável por todas as atividades dos
Desbravadores.
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Seção 3
A comissão executiva consiste do diretor do clube,
diretores associados, pastor, secretário, tesoureiro e capelão. A
comissão, cujo diretor é o presidente, e responsável por todas as
atividades dos desbravadores.
Seção 4
A comissão docente consiste da comissão executiva, os
conselheiros e os instrutores. Os capitães de unidade podem ser
convidados para se reunir com essa comissão.
ARTIGO VII QUORUM
Para qualquer transação de negócio por qualquer uma das comissões
mencionadas, deve estar presente uma maioria dos membros da
comissão.
ARTIGO VIII REUNIÕES
Seção 1
Reuniões regulares dos desbravadores deverão ocorrer
pelo menos 3 vezes por mês. O tempo e a duração destas reuniões
deverá ser decidido pela comissão executiva e deverá basear-se nos
seguintes modelos:
Modelo A: Esta é conduzida numa seção de no mínimo 2 horas com
cerimônia de abertura e encerramento, marcha, jogos, curriculum e
artes manuais tudo num programa integrado.
Modelo B: É um programa de 2 horas no mínimo, porém, conduzidos
em 2 segmentos separados:
Segmento 1 - 30 minutos à 1 hora de desbravadores no sábado,
desenvolvendo companheirismo e curriculum.
Segmento 2 - 1 hora e meia de desbravadores, no domingo
incluindo marcha, jogos, curriculum, artes manuais e cerimônias
de abertura e encerramento.
Seção 2
A comissão docente deverá se reunir i vez por mês de
acordo com a notificação.
Seção 3
A comissão executiva deverá ocorrer pelo menos
trimestralmente.
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Seção 4
O programa anual do clube dos desbravadores deverá
incluir os requerimentos estabelecidos pelo sistema de pontos do clube
pelo departamento dos jovens pela Associação local.
ARTIGO IX MEMBROS E FREQÜÊNCIA
Seção 1
Os membros da organização dos desbravadores juvenis
serão restritos aos alunos da 5º série (ou o seu equivalente para cima).
Seção 2
Os membros da organização dos desbravadores
adolescentes, serão restritos aos alunos da 8º série (ou seu
equivalente para cima).
Seção 3
Serão membros quando preencherem as seguintes
especificações:
a. Aceitação da matrícula.
b. Pagamento da taxa de membros.
c. Uniforme completo.
d. Disposição em aceitar os princípios do Voto e da Lei.
e. Boa vontade em participar em todas as atividades dos
desbravadores.
f. Passar um período inicial de aspirante.
Seção 4
O jovem não adventista que se conformar com os
requerimentos acima expostos, podem ser aceitos como membros.
Seção 5
A matrícula de novos membros no clube dos
desbravadores será no começo de cada trimestre ou 3 ou 4 vezes
marcadas durante o ano.
Seção 6
Deverá ser marcada a presença em todos os programas
dos desbravadores.
Seção 7
s desbravadores deveriam ter uma presença média de
pelo menos 80% em todas as atividades dos desbravadores.
Seção 8
Todas
as
ausências
justificadas
deverão
ser
apresentadas por escrito pelos pais ou responsável e submetida ao
diretor do clube.
Seção 9
Qualquer membro que tem 2 ausências injustificadas em
qualquer um dos trimestres, será colocado na lista de suspensão.
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Seção 10
Qualquer membro colocado em suspensão condicional
pode ser reintegrado pagando a taxa de matrícula novamente, como
decidido pela comissão executiva.
Seção 11
A presença dos membros suspensos em eventos
especiais não será permitida.
ARTIGO X
UNIDADES DE CLUBES
Seção 1
Meninos e meninas são organizados em unidades de
preferência de 5 a 8 desbravadores, com 1 conselheiro como seu líder.
Esta divisão de unidades menores permite melhor ordem e disciplina, e
pode-se dar mais atenção individual a cada um de seus membros.
Meninos e meninas devem ser arrolados em unidades separadas.
Seção 2
Oficiais de Unidades:
a. Capitão de Unidade - Cada unidade dentro do clube
com o seu conselheiro, seleciona um de seus membros
para ser seu capitão. O capitão é responsável pela sua
unidade e deverá liderá-la na pontualidade e cooperação
em todas as atividades do clube. Ele deve dar um bom
exemplo de conduta durante todo o tempo. Sugere-se que
os capitães de unidade sejam escolhidos em cada 4 ou 6
meses para dar mais oportunidades aos membros do
clube para desenvolverem liderança.
b. Secretário de Unidade - Cada unidade dentro do
clube, juntamente com o seu conselheiro, escolhe um de
seus membros para ser seu secretário. Este oficial da
unidade dos juvenis ou adolescentes será responsável em
relatar a presença dos membros de sua unidade ao
secretário do clube. Sugere-se que os secretários sejam
escolhidos em cada 4 ou 6 meses para dar uma
oportunidade a outros membros do clube para o
desenvolvimento de liderança.
Seção 3
Uniforme
a. Uniforme de Gala - O uniforme oficial dos
desbravadores será recomendado pela DSA para todos
os diretivos e membros do clube, e que deverá ser vestido
apenas em reuniões do clube ou outras ocasiões
programadas pelo Diretor do clube.
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b. Uniforme de Atividades - Este é recomendado pela
Associação para cada membro do clube e será usado em
todas as atividades dos desbravadores estabelecidos pelo
diretor do clube
ARTIGO XI FINANÇAS DO CLUBE
Seção 1
A taxa de membro anual, semanal, mensal ou trimestral é
estabelecida pela comissão executiva e pagável quando se preenche a
matrícula com o secretário. Esta taxa deverá ser desenvolvida se a
matricula não for aceita.
Seção 2
A reintegração de membro deverá ser feita com o
pagamento da taxa de rematrícula, a qual é determinada pela comissão
executiva.
Seção 3
Uma taxa de seguro anual, individual, deverá se incluído
na matrícula.
Seção 4
As ofertas no dia dos desbravadores é uma contribuição
feita ao clube dos desbravadores local e para as suas atividades
missionárias e outros projetos conforme especificado.
Seção 5
Um relatório financeiro deverá ser apresentado em toda a
reunião da comissão executiva.
ARTIGO XII REGULAMENTO
O clube deverá ser dirigido por praxes estabelecidas pelo
departamento ministerial da igreja da Associação local dos Adventistas
do Sétimo Dia.
ARTIGO XIII CORREÇÕES
Esta constituição pode ser emendada por 2/3 de votos da comissão
docente dos desbravadores, todavia, se torna efetiva somente depois
de aprovada pela comissão da Associação.
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16 ANOTAÇÕES
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