Baixar este arquivo PDF
Transcrição
Baixar este arquivo PDF
ANATOMIA CIRÚRGICA NO TRAUMA MANDIBULAR Marília Gerhardt de Oliveira Letícia Kirst Post Caroline Giongo O conhecimento do cirurgião e traumatologista bucomaxilofacial das estruturas anatômicas é decisivo para o reestabelecimento estético e funcional da mandíbula fraturada, já que é imprescindível para o planejamento e aexecução do tratamento. Em resposta ao traumatismo, a mandíbula, devido à sua morfologia ser semelhante a uma ferradura, distribui a força de impacto por todo seu comprimento. Todavia, ela não possui uma curva suave de osso uniforme, mas sim descontinuidades como, por exemplo: forames, curvaturas agudas, bordas alveolares e regiões com secção transversal diminuída. Como resultado, partes da mandíbula desenvolvem maior força por unidade de área e, conseqüentemente, a deformação de tração é concentrada nesses locais (Miloro, 2008). Para classificação das fraturas, a mandíbula foi dividida em sete regiões: sínfise, corpo, ângulo, ramo, processo coronóide, processo alveolar e processo condilar (Dingman e Nativig, 1983). Sendo as fraturas em região condilar classificadas, segundo Lindahl (1977), da seguinte forma: fraturas da cabeça da mandíbula são denominadas intracapsulares e fraturas do pescoço da mandíbula são as extracapsulares, que ainda podem ser subdivididas em extracapsulares altas, inferiores à inserção da cápsula, e extracapsulares baixas, situadas abaixo do ponto mais inferior da incisura mandibular. Um item que também deve ser ponderado em relação à classificação das fraturas mandibulares e a escolha do acesso cirúrgico é o deslocamento dos fragmentos ósseos. Quando a direção do traço de fratura somada a ação muscular locorregional promove tendência ao afastamento destes fragmentos, teremos uma fratura desfavorável e quando os fragmentos ósseos permanecem em contato, teremos uma fratura favorável. Dessa forma, fraturas localizadas na transição corpo-ângulo mandibular apresentam-se em zona de inserção da porção anterior do músculo masséter, que pode ser causa determinante do afastamento, ou não, entre os fragmentos ósseos. 2 No planejamento terapêutico cirúrgico há inúmeros quesitos a serem considerados em relação à escolha da abordagem para acesso aos segmentos ósseos fraturados, entre eles, os mais importantes em relação à anatomia são: trajeto do nervo facial, músculos da mímica facial, trajeto da inervação sensitiva da face, integridade perióstica, inserção muscular, idade do paciente e expectativa estética do mesmo. Deve-se considerar também intensidade e direção do trauma, agente contundente, direção e localização do traço de fratura, método de osteossíntese e tipo de sistema para osteossíntese disponível na Instituição onde se realiza o atendimento de pacientes. Além disso, o aspecto estético pós-operatório é um dos principais fatores que interfere na eleição do acesso cirúrgico. A seguir enfoca-se as abordagens extra e intra-bucais mais comumente empregadas no tratamento das fraturas da região mandibular, salientando-se subsídios técnicos e científicos na busca da excelência do tratamento de tais traumas. ABORDAGEM INTRA-BUCAL É utilizada principalmente no tratamento de fraturas sinfisárias que não estejam associadas a comprometimento cominutivo Da borda alveolar e/ou maceração dos tecidos moles adjacentes, fraturas de corpo e ângulo simples e fraturas subcondilares baixas sem deslocamento significante. As vantagens dessa abordagem são: ausência de cicatriz facial; menor risco de comprometimento de estruturas anatômicas; intimidade e destreza manual do cirurgião e traumatologista bucomaxilofacial com a técnica de procedimentos intra-bucais. As desvantagens da abordagem intra-bucal são: difícil acesso, controle e manipulação dos cotos fraturários da porção basal durante redução e fixação fraturas de ramo e ângulo e, quando se tenha uma ampla extensão, poderá ocorrer desperiostização resultando na diminuição do suprimento sangüíneo à cortical óssea. As complicações são poucas e podem ser minimizadas com o uso de uma técnica adequada, como por exemplo: lesão no nervo mentual e mau posicionamento labial. 3 O músculo mentual é o único músculo da expressão facial que é levantador do lábio inferior e do mento e, dessa forma, durante o fechamento dos tecidos é muito importante o seu reposicionamento adequado, pois, caso contrário, o mento e o lábio inferior assumirão uma posição mais inferior provocando exposição exagerada dos dentes inferiores. A abordagem cirúrgica intra-bucal envolve basicamente a mucosa e o periósteo. O nervo mentual, ramo terminal do nervo alveolar inferior, é a estrutura com maior significância durante a abordagem intra-bucal na região de corpo mandibular ou sínfise. O nervo mentual emerge do forame mentual que está em geral abaixo ou ligeiramente anterior ao segundo pré-molar. Divide-se sob o músculo abaixador do ângulo da boca em três ramos principais: um ramo descende em direção à pele do mento e os outros dois ascendem para a pele e para a membrana da mucosa do lábio inferior e da gengiva (porção vestibular dos incisivos, canino e pré-molares na hemiarcada). Quando a dissecação ocorre através do periósteo na região da incisura mandibular pode-se encontrar a artéria e a veia faciais. A artéria facial origina-se da artéria carótida externa, no triângulo carotídeo do pescoço. Na sua origem ou próximo dela, ela é cruzada pelo ventre posterior do músculo digástrico, os músculos estilo-hióideos e o nervo hipoglosso. No triângulo submandibular, a artéria facial sobe profundamente à glândula submandibular, sulcando seu aspecto superior e profundo, e então passa superficialmente alcançando a borda inferior da mandíbula. Como a artéria cruza a mandíbula na borda anterior do músculo masséter, ela está coberta em sua superfície externa apenas pela pele e pelo músculo platisma, sendo muitas vezes possível sentir suas pulsações. A veia facial está geralmente localizada mais posterior e superficial a artéria e ambas estão próximas à borda inferior da mandíbula, sendo o periósteo a única estrutura que as separa do tecido ósseo. A seguir serão descritos os principais acessos intra-bucais para redução de fraturas na região mandibular. 4 Acesso vestibular para região sinfisária Realiza-se uma incisão curvilínea na mucosa da região de fundo de sulco vestibular, de canino a canino, deixando de 10 a 15 mm de mucosa ligada à gengiva. Acesso vestibular para região sinfisária. Após incisão e dissecação, o retalho da mucosa vestibular é retraído para expor a superfície do músculo mentual e uma segunda incisão é realizada no músculo mentual em uma direção oblíqua à mandíbula. O próximo passo, que é a desinserção muscular e desperiostização, deve ser realizado de forma gradual e numa extensão que abranja o foco fraturário, mas que não comprometa o nervo mentual. Cita-se neste acesso, a vantagem da obtenção de uma boa visão do local da fratura e como desvantagem, a possibilidade de lesão do nervo mentual. Acesso vestibular para corpo É realizado através de uma incisão linear mucoperiosteal na região de fundo de sulco vestibular entre 2° pré-molar e 1° molar, colocada 3 a 5 mm inferiormente a junção mucogengival com extensão posterior sobre a linha oblíqua. A incisão para extensão posterior atravessa a mucosa, a submucosa, o músculo bucinador, a fáscia bucofaríngea e o periósteo. Acesso vestibular para corpo mandibular. Acesso vestibular para ramo e processo condilar da mandíbula É confeccionado inicialmente por uma incisão linear, mucoperiosteal, ao longo da borda anterior do ramo mandibular que se estende anteriormente ao longo da linha oblíqua, terminando no vestíbulo adjacente ao 2 ° molar, sendo que a extensão da incisão irá depender da área do ramo e/ou processo condilar que 5 necessitar de exposição para tratamento. Após o retalho mucoperiosteal é rebatido através da divulsão, expondo a face lateral da mandíbula e a borda posterior do ramo. Acesso vestibular para ramo e côndilo mandibular. Para a região do processo condilar, a dissecção subperiosteal continua superiormente ao nível da incisura mandibular. Com o cuidado de manter o suprimento sanguíneo dos fragmentos ósseos, eleva-se apenas o suficiente do periósteo para permitir a colocação do sistema de osteossíntese a ser empregado. Uma vantagem desta técnica é a visualização direta do segmento condilar durante a aplicação da fixação intermaxilar. ABORDAGEM EXTRA-BUCAL É utilizada principalmente quando os acessos intra-bucais não são favoráveis ao reparo e à cobertura tecidual do foco fraturário, como também, em fraturas que exijam placa de reconstrução como escolha de osteossíntese. As vantagens dessa abordagem são a visualização direta dos fragmentos fraturados e a manipulação e a redução facilitadas da fratura. Já entre as desvantagens cita-se: cicatriz facial; maior risco de lesão do nervo facial; possibilidade de comprometimento dos músculos da expressão facial; e, na presença de edema facial, que obscurece as linhas da pele, pode haver dificuldade na referência para a confecção da incisão inicial. 6 A seguir serão descritos os principais acessos extra-bucais para redução de fraturas na região mandibular. Acesso pré-auricular Está indicado para fraturas da cabeça da mandíbula ou intracapsulares. Durante o planejamento para a realização deste acesso, é muito importante que se tenha atenção na localização anatômica da glândula parótida, dos vasos temporais superficiais, do nervo facial e do nervo auriculotemporal. A glândula parótida situa-se inferiormente ao arco zigomático, abaixo e à frente do meato acústico externo e por trás do ramo da mandíbula, sendo que o pólo superficial da glândula parótida repousa diretamente na cápsula da articulação temporomandibular (ATM). Os vasos temporais superficiais emergem do aspecto superior da glândula parótida e acompanham o nervo auriculotemporal. Quando a artéria temporal superficial cruza superficialmente o arco zigomático, o ramo temporal é emitido sobre o arco, tornando-se mais susceptível ao rompimento durante a abordagem cirúrgica. Para minimizar o dano ao nervo auriculotemporal, a incisão e a dissecação devem ocorrer em uma íntima justaposição à parte cartilaginosa do meato acústico externo e, quando houver necessidade de extensão temporal da incisão da pele, esta deve ser localizada posteriormente para que a principal distribuição do nervo seja dissecada e retraída anteriormente, dentro do retalho. O nervo auriculotemporal localiza-se posteriormente à artéria temporal superficial, percorre um trajeto anatômico por medial e posterior do pescoço da mandíbula e volta-se posteriormente, percorrendo a raiz zigomática do osso temporal. Anteriormente, divide-se em seus ramos terminais na pele da área temporal. O nervo facial, logo após sair do crânio, através do forame estilomastoideo, penetra na glândula parótida, onde se divide em dois troncos principais, o temporofacial e o cervicofacial, que invariavelmente se anastomosam formando o complexo parotídeo. Os ramos terminais do nervo facial que emergem da glândula parótida são classificados como temporal, zigomático, bucal, marginal, mandibular e cervical. O ramo temporal cruza o arco zigomático em localizações variadas, em diferentes indivíduos, e pode estar localizado em qualquer lugar, de 8 a 35mm anteriormente ao canal acústico externo; portanto, a incisão através da 7 camada superficial da fáscia temporal e do periósteo do arco zigomático não deve ser realizada mais que 8mm à frente da borda anterior do canal auditivo externo. Estudos de Baker e Conley (1979) relatam que, após a bifurcação intraparotídea do nervo facial, a ramificação temporal se divide entre cinco a sete ramos, com a inervação das regiões: frontal, orbital, zigomática e bucal. Se a porção frontal do ramo temporal for traumatizada, a função muscular é restabelecida geralmente em seis meses. Todavia se houver a sua completa transecção, resulta numa paralisia permanente ou recuperação incompleta do movimento da região frontal. A técnica de acesso pré-auricular descrita por Ellis e Zide (2006), propõe uma incisão na junção da pele facial com o hélix da orelha, em que uma prega natural da pele ao longo de todo o comprimento da orelha pode ser usada. Incisão em uma dobra da pele pré-auricular. A incisão estende-se superiormente até o topo da hélix e é feita através da pele e dos tecidos subcutâneos, até a profundidade da camada superficial da fáscia temporal, devendo progredir com a dissecção profunda até o arco zigomático, ao nível da camada superficial da fáscia temporal. Neste ponto, uma incisão oblíqua é confeccionada na fáscia temporal e um elevador de periósteo é inserido abaixo desta fáscia para descolar o periósteo externo da parte lateral do arco zigomático. 8 Incisão da fáscia temporal. Segue-se com a dissecção romba, em direção inferior, superficialmente à cápsula da ATM. Com um bisturi ou tesoura de ponta romba adentra-se a cápsula, logo abaixo do arco zigomático e realiza-se a incisão através da inserção lateral do disco articular, penetrando no espaço articular inferior. Incisão da cápsula (para fraturas de intracapsulares). Segundo estudos de Davis et al. (1956) e Hall et al. (1985) a baixa incidência de lesão do nervo facial no acesso pré-auricular se dá por conta de sua ramificação distal, nos ramos que cruzam o arco zigomático. No acesso pré-auricular, os ramos temporais e ramos zigomáticos do nervo facial, são os mais preponderantes à lesão, pois são fibras nervosas que cruzam o arco zigomático no sentido caudo-cefálico e se encontram imersas na condensação das camadas da fáscia temporoparietal, lâmina superficial da fáscia temporal, fáscia parotideomassetérica e do periósteo da porção lateral do arco zigomático. Estas estruturas podem ser lesadas em qualquer técnica de 9 dissecção que viole a integridade desse tecido (Al-Kayat e Bramley, 1979; Faerber e Mosby, 1990). Durante a intervenção no plano subperiostal, para evitar a lesão do ramo temporal do nervo facial, é mais seguro a realização da incisão da lâmina lateral da fáscia temporal, uma vez que estes ramos são superficiais a este plano e encontram-se protegidos dentro do retalho durante uma retração anterior (ÁlKayat e Bramley, 1979). Weinberg e Kryshtalskyj (1992) referem que há maior proteção aos ramos temporais e zigomáticos do nervo facial quando se obtém o retalho fáscio-cutâneo durante o acesso pré-auricular. Desta forma, para se evitar trações com forças excessivas, conseqüentemente causando neuropraxia, é imprescindível que este retalho acompanhe uma incisão com extensão temporal, descrito por diversos autores (Rowe, 1972; Ál-Kayat e Bramley, 1979; Kreutziger, 1984; Hall et al. 1985; Marcantonio et al. 1993). Esta extensão constitui uma manobra preventiva de lesão do nervo facial, diante da redução da força de tração anterior do retalho, cuja intensidade certamente é transmitida às fibras nervosas. Em seus estudos Ál-Kayat e Bramley (1979) concluíram que as incisões préauriculares com extensão temporal garantem uma maior previsibilidade de sucesso, quanto ao acesso a diversas regiões com manutenção da integridade das estruturas nobres. Entre as vantagens do acesso pré-auricular estão: melhor acesso; maior visibilidade dos fragmentos ósseos em fraturas intracapsulares; facilidade de manipulação dos tecidos moles no interior da articulação e relativa facilidade de colocação de dispositivos de fixação. Entre as desvantagens cita-se: presença de cicatriz facial; limitação de acesso à região do pescoço da mandíbula e a possibilidade de dano ao nervo facial, pois a eventual lesão dos ramos temporais e a conseqüente paresia (paralisia parcial e/ou temporária, com conseqüente relaxamento muscular) ou paralisia, podem acarretar desde a incompetência da musculatura da fronte ao ainda mais grave lagoftalmo (Ál-Kayat e Bramley 1979). Acesso pós-auricular 10 É utilizado principalmente em cirurgias plásticas do tipo facelift, fraturas de processo articular da mandíbula e para a exposição posterolateral do ramo mandibular. Na técnica, segundo Miloro (2008), a incisão é realizada posteriormente à orelha e envolve o seccionamento do meato auditivo externo. O retalho, uma vez rebatido, contém toda a aurícula e o lobo superficial da glândula parótida. A incisão começa próxima ao aspecto superior da proeminência auricular e se estende até a ponta do processo mastóide. A porção superior pode ser estendida obliquamente dentro da linha do cabelo para maior exposição. A incisão é confeccionada, 3 a 5mm paralelamente e posteriormente à prega pós-auricular. A dissecção é realizada através do músculo auricular posterior até o nível da fáscia do mastóide, que é contínua com a fáscia temporal. Uma combinação de dissecções romba e fina é usada para isolar a porção cartilaginosa do canal auditivo externo. Um afastador é posicionado no canal auditivo externo para auxiliar na sua transecção, sendo esta transecção parcial ou completa, dependendo da necessidade de exposição. A incisão deve deixar 3 a 4mm de cartilagem no aspecto medial para permitir reaproximação adequada do canal e assim prevenir estenose meatal. A incisão é feita através da camada externa da fáscia temporal, continuando inferiormente, rebatendo a fáscia parotídeomassetérica para fora do arco zigomático e do ligamento lateral da ATM. Incisão paralela e posterior à flexão pós-auricular. 11 Seccionamento do canal auditivo externo. Cita-se como vantagem do acesso pós-auricular a exposição excelente posterolateral do ramo mandibular e o menor risco de dano ao nervo facial que no acesso pré-auricular. As desvantagens residem no potencial de desenvolvimento de quelóide no meato, possibilidade de atresia meatal e chances de parestesia da porção posterior da aurícula, que geralmente dura de 3 a 4 meses. Acesso Submandibular É utilizado principalmente no tratamento de fraturas de corpo, ângulo, ramo mandibular e em casos específicos de fraturas estracapsulares baixas. Risdon (1934), citado por Kreutziger (1984), foi quem inicialmente o descreveu. Na técnica, realiza-se uma incisão de 15 a 20mm no sentido caudal à base da mandíbula entre os ramos marginal e cervical do nervo facial. Esta incisão pode ser paralela à borda inferior da mandíbula ou pode ser colocada em uma prega de pele existente para o máximo benefício estético. Todo segmento ósseo, entre o colo e o ângulo da mandíbula, pode ser exposto pelo descolamento da inserção do músculo masséter e a criação de um retalho súpero-lateral. Notoriamente, neste acesso existe a preocupação com o ramo marginal da mandíbula do nervo facial. 12 Incisão: pode ser paralela à borda inferior da mandíbula (A) ou ser colocado em uma prega de pele existente (B). Seldin e Kelly (1992) preconizaram que a demarcação da incisão esteja à cerca de 20mm da base da mandíbula e numa extensão suficiente para expor a linha da fratura. Quanto mais espessa a camada de tecidos moles adjacentes à mandíbula, maior deve ser a incisão. Na abordagem de uma fratura simples em um indivíduo magro, uma incisão de no mínimo 30mm é necessária. Uma dobra natural deve ser preferencialmente escolhida. A princípio, a incisão é executada apenas em nível da pele e tecido subcutâneo. A tela adiposa e o tecido conjuntivo são incisados até o músculo platisma. Neste ponto, o platisma é liberado de todo tecido sobrejacente e exposto em toda a extensão da incisão, por dissecção com tesoura romba. A incisão do músculo platisma é realizada em nível da incisão pregressa da pele, e transversalmente à direção das fibras musculares. As bordas anterior e posterior da pele podem ser retraídas sequencialmente para permitir uma maior divisão em extensão do músculo platisma quando comparado com o comprimento da incisão da pele. O músculo platisma contrai-se passivamente quando dividido, expondo a camada superficial da fáscia cervical profunda subjacente, e uma pequena abertura inicial é realizada cuidadosamente com tesoura de dissecção no centro da ferida cirúrgica. Através desta abertura, a dissecção subplatismal é realizada até as extremidades da incisão. Uma vez que o ramo mandibular do nervo facial está situado imediatamente abaixo do platisma ou possa estar aderido a ele, uma pinça hemostática é usada para aprrender o músculo em ambas as direções antes de completar seu corte com o uso de tesoura romba. Se o nervo estiver aderido ao platisma, haverá estímulo da musculatura do ângulo da boca, desde que o paciente não tenha sua 13 musculatura esquelética paralisada, ou esteja refratária a uma estimulação. Uma vez incisado, o músculo platisma é retraído junto com a pele e o tecido conjuntivo subcutâneo. Sítios de eventuais fraturas próximas ao ângulo poderão ser identificados pela palpação digital sob os tecidos remanescentes. Seccionamento do Músculo platisma. Nas fraturas anteriores da mandíbula, esta camada remanescente é constituída pela lâmina de revestimento da fáscia cervical profunda e do periósteo; já em fraturas mais posteriores esta camada é composta pela lâmina de revestimento da fáscia cervical profunda e por fibras pterigomassetéricas. Nas fraturas de ângulo mandibular, a palpação e a inspeção revelam a localização da artéria e veia faciais, devendo ser retraídas distal ou proximalmente. Quando esta manobra for difícil pela não liberação dos vasos, ligaduras devem ser realizadas com fio de seda 3-0. Normalmente, a artéria e veia faciais cruzam a base da mandíbula anteriormente ao ângulo, local comum de fraturas. A inspeção e a dissecação suave dos tecidos realizadas neste momento irão freqüentemente permitir também a visualização do nervo marginal da mandíbula, que se apresenta branco, brilhante e envolvido por fáscia, com 1,0 a 2,0 mm de diâmetro. O nervo marginal cruza superficialmente a artéria e veia faciais a uma distância variável da base mandibular e deve ser retraído cranialmente, junto aos vasos faciais ligados. Uma vez que estas estruturas vasculares e nervosas estejam retraídas, o acesso final é realizado pela incisão do periósteo e inserção pterigomassetérica sobre o ponto médio da base da mandíbula por toda extensão da incisão. Neste momento, um elevador de periósteo é utilizado para descolar o periósteo e expor o sítio da fratura. Todo segmento ósseo, entre o pescoço do processo condilar e o 14 ângulo mandibulares, pode ser exposto pelo descolamento da inserção do músculo masséter e a criação de um retalho súpero-lateral, a fim de expor o processo condilar, essencialmente quando se objetiva abordar o pescoço da mandíbula. O ramo marginal da mandíbula pode apresentar mais de um ramo, mesmo quando anteriormente aos vasos faciais, todos situados medialmente ao músculo platisma e lateralmente à fáscia cervical profunda que reveste as glândulas submandibulares e parótidas. Ziarah e Atkinson (1981) tomando por base a dissecção de 110 hemifaces, descreveram a trajetória do ramo marginal da mandíbula, sempre profundamente ao músculo platisma e superficialmente à fáscia cervical profunda. Em 50% das peças anatômicas, o nervo marginal percorre caudalmente à base da mandíbula, assumindo esta posição mesmo distalmente aos vasos faciais. O pólo inferior da parótida está a uma distância máxima de 18mm posterior ao gônio e 18mm caudal a ele. Por isso, os autores sugeriram que as incisões próximas ao ângulo da mandíbula se dêem a pelo menos 20mm de distância do gônio, tanto no sentido posterior quanto no sentido caudal. Entre as vantagens desse acesso, destaca-se: utilidade em fraturas do corpo mandibular e ângulo, em regiões de difícil manejo para tratamento intra-bucal e em que se necessite de ampla exposição do ramo mandibular. Já as desvantagens são: possibilidade de dificuldade para a osteossíntese em pacientes obesos ou com musculatura hipertrófiada; risco de comprometimento do ramo mandibular do nervo facial; chances de atrofia ou hipoplasia do platisma. Acesso submentual Pode ser utilizado em fraturas de sínfise e corpo mandibular. A presença de uma laceração em pele decorrente de um trauma pode também ser adequada para uma abordagem extra-bucal. Para a exposição da fratura óssea, este acesso abrange a pele, tecidos subcutâneos e o músculo platisma. A incisão proposta por Ellis e Zide (2006) é realizada no mesmo sentido das dobras da pele numa distância mínima de 10 a 15mm atrás da borda inferior da mandíbula, acompanhando a curvatura da região mentual ou linear. A extensão 15 varia de 40 a 50mm de comprimento, devendo ser bastante longa para possibilitar exposição suficiente da fratura. Variações na incisão: A) curvatura anterior da mandíbula B) na prega da pele submental Realiza-se a incisão e a dissecação da fáscia subcutânea e do músculo platisma, retraindo o tecido anteriormente em direção à borda inferior da mandíbula. Com o tecido retraído, a dissecção é executada ao longo da fáscia dos músculos digástricos em direção à borda inferior da mandíbula. O periósteo é incisado amplamente e o retalho é elevado para expor a fratura. É importante salientar que a presença de tecido adiposo é variável assim como a espessura do músculo platisma. Além disso, poderá haver uma divisão na região central deste músculo. Na face lingual da sínfise, a dissecção deve ser suficiente para permitir a utilização do método de fixação escolhido. Cita-se como vantagens do acesso submentual: a inspeção direta da superfície lingual da mandíbula para assegurar a redução da fratura nesta região; ausência de grandes estruturas neurovasculares na região submentoniana; imperceptível comprometimento estético devido a localização anatômica da incisão. Acesso retromandibular Está indicado para as fraturas que se estendem da região superior do ramo até região extracapsular alta. Há duas variedades de abordagem retromandibular usadas para acessar a região posterior da mandíbula, a transparotídea e a retroparotídea. A seguir será 16 descrito somente o acesso retroparotídeo, devido ao seu uso pelo cirurgião e traumatologista bucomaxilofacial para abordagem de fraturas mandibulares. Como no acesso retroparotídeo relatado por Ellis e Zide (2006), a glândula parótida é levantada e não dissecada completamente, a incisão é realizada mais posteriormente que no acesso transparotídeo, expondo assim uma região mandibular mais limitada. Na técnica descrita por Hinds (1972), a incisão começa aproximadamente 10mm abaixo do lóbulo da orelha e 10mm posterior ao ramo da mandíbula, estendendo-se até um ponto logo abaixo do ângulo da mandíbula. Incisão para o acesso retromandibular. O tecido subcutâneo é visualizado, expondo o sistema músculo aponeurótico superficial (SMAS). Uma incisão oblíqua é feita através do SMAS e a face posterior da glândula parótida é visualizada. A glândula é levantada e o músculo masséter é recolhido anteriormente. Uma vez que a borda posterior da mandíbula for acessada, uma incisão é feita através da inserção pterigomassetérica e por fim estas fibras são afastadas para permitir o acesso ao ramo subjacente. Como vantagem do acesso retromandibular retroparotídeo salienta-se a boa exposição do ramo mandibular, posterior à glândula parótida e como desvantagem a necessidade de afastamento de ramos da divisão cervicofacial do nervo facial, inclusive do ramo marginal mandibular. Baker et al (1998), como também Haug e Brandt (2007) relatam em seus estudos que o acesso retromandibular, assim como suas variações, permite a redução, a estabilização e a colocação do material de osteossíntese de forma 17 mais direta e fornece melhor resultado estético comparado ao acesso préauricular. Com os estudos de Ellis et al. (2000) e de Haug e Bradt (2007) ocorreu a desmitificação em relação a preocupação relacionada ao acesso retromandibular, que seria a lesão de ramos do nervo facial. Eles relataram que quando ocorreu paresia do nervo facial, normalmente foi transitória e que em seis meses houve remissão. Acesso para ritidoplastia Está indicado para as abordagens para o rejuvenescimento facial e para as fraturas de ramo e processo condilar. A ritidoplastia fornece a mesma exposição que o acesso pré-auricular combinado com o retromandibular, a única diferença é que a incisão na pele é realizada em uma região mais cosmeticamente aceitável. Na técnica, referida por Ellis e Zide (2006) uma incisão facelift padrão é feita através da pele e tecidos subcutâneos. Esta incisão pode variar dependendo da anatomia local e dos padrões de distribuição dos cabelos. Parte da incisão préauricular pode ficar escondida por trás do tragus (incisão endaural). Um retalho de pele é elevado no plano subcutâneo, tendo o cuidado de não ferir o nervo auricular maior, que fica logo abaixo do tecido subcutâneo sobrejacentes ao músculo esternocleidomastóideo. O retalho é divulsionado acima do nível do SMAS, a fim de identificar a borda posterior do platisma e as proximidades do nervo auricular maior. Incisão facelift padrão. 18 Deve-se salientar que quando abordados os terços médio e inferior da face, algumas técnicas preconizam retalhos profundos ao SMAS em nível do músculo platisma ou medialmente a ele. Como vantagem cita-se a redução da distância entre a incisão na pele e a área de intervenção, comparado com a do acesso submandibular. Acesso para utilização de trocartes O trocarte percutâneo propicia acesso para a perfuração óssea e instalação do parafuso do sistema de osteossíntese no sentido correto. Na técnica, indicada por Ellis e Zide (2006) uma incisão de 2mm é realizada com lâmina nº 11 e a sua localização é determinada pela palpação, que indicará o local desejado para a osteossíntese. e posterior passagem do trocarte que transfixa pele, músculo e mucosa bucal. Aborda-se, assim, o traço de fratura e a porção óssea para posterior fixação da placa com respectivos parafusos perpendiculares ao ramo mandibular. A respeito da via de acesso intra-bucal com trocarte percurtâneo, há poucas publicações, com relatos apenas ligados à cirurgia ortognática, mas numa análise comparativa entre vias de acesso em cirurgias reparadoras, Neto e Falcão (2008) concluíram que a via de acesso intra-bucal com trocarte percutâneo apresenta as seguintes vantagens sobre a técnica extra-bucal convencional: menor tempo cirúrgico devido à facilidade na execução; menos risco de lesão do nervo mandibular; menor período de internação; menor custo; menor morbidade, com retorno dos pacientes a suas atividades normais mais rapidamente; menor cicatriz que os acessos extra-bucais; ausência de compressão nos segmentos osteotomizados e deslocamentos indesejáveis ao processo condilar e proporciona a colocação dos parafusos de osteossíntese num ângulo de 90°. Acesso com endoscópio A técnica de endoscopia foi introduzida na comunidade de cirurgia plástica em meados de 1990 com aplicação do endoscópio para lifting da região frontal sem a incisão coronal. O uso do endoscópio foi ampliado rapidamente para terço médio da face e lifting total. 19 A abordagem auxiliada por endoscopia, também chamada de vídeoassistida, para tratamento dos traumas maxilofaciais é descrita para tratar casos com redução aberta e fixação interna de fraturas de processo condilar, complexo zigomático, órbita e seio frontal. O uso de técnicas cirúrgicas com auxílio do endoscópio permite incisões menores para redução aberta de fraturas faciais. No trans-operatório, o uso do endoscópio controla a redução de fraturas em áreas de exposição limitada e de difícil visibilidade. Isto diminui o risco de dano a nervos e permite cicatrizes mais estéticas. A utilização do aparelho endoscópico para redução de fixação de fraturas condilares foi indicada precursoramente por Lauer e Schmelzeisen (1999). Desde então tem surgido alguns relatos do uso do acesso trans-bucal com auxílio de endoscopia para redução e fixação de fraturas da cabeça e do pescoço da mandíbula. Troulis (2001) defende o uso, citando como benefícios da endoscopia: o mínimo trauma cirúrgico; visualização direta e iluminada para o cirurgião; menor dissecção e manipulação dos tecidos moles, resultando em menor edema e morbidade e pequena permanência de internação hospitalar e retorno mais precoce ao trabalho. 20 CONSIDERAÇÕES FINAIS Para fraturas simples em região de sínfise, corpo e ângulo mandibular, geralmente, utiliza-se o acesso intra-bucal. Em casos de fraturas comunitivas, fraturas com lacerações, ou até mesmo pela opção de osteossíntese do cirurgião, poderá ser necessário uma abordagem extra-bucal, tais como: acesso submentual e submandibular. Para acessar cirurgicamente o ramo e o processo condilar mandibular fraturados, vários acessos têm sido preconizados. Podemos destacar os acessos pré-auricular, submandibular e retromandibular como os mais citados na literatura. No tratamento cirúrgico de fraturas em processo condilar da mandíbula, o acesso pré-auricular, segundo Baker e Conley (1979), é a via mais utilizada para abordagem. Chossegros et al. (1996), Raveh et al. (1989) e Dunaway e Trott (1996), relataram a preferência pela incisão pré-auricular principalmente para fratura extracapsular alta. Haug e Brandt (2007) descrevem que a via pré-auricular, mediante dissecção superior ao tronco do nervo facial, proveu boa visualização da cápsula articular, que se incisada expõe a cabeça da mandíbula. Dizem também, que embora a redução de uma fratura luxada medialmente seja mais fácil por esta via, sua estabilização e sua fixação podem ser extremamente difíceis. Ademais, a dissecação excessiva até o fragmento ósseo, que tende a ocorrer por esta via, pode levar à necrose avascular da cabeça da mandíbula. O estudo de Hall et al. (1985) ressaltou que além de lesão acidental de ramos sensitivos do nervo auriculotemporal, durante a dissecação pré-auricular, podem ocorrer danos aos ramos temporais do nervo facial, que acarretam alterações da expressão facial e lagoftalmo. Baker et al. (1998) publicaram um levantamento estatístico sobre a preferência pelo tratamento cirúrgico e vias de acesso utilizadas na abordagem das fraturas em região condilar. Dos cirurgiões que praticam o tratamento aberto, 70% utilizam o acesso pré-auricular, 47% empregam o acesso submandibular, 36% o fazem por via retromandibular e 3% optam pela via intra-bucal. 21 REFERÊNCIAS Ál-Kayat A, Bramley P. A Modified Pre-auricular Approach to the Temporomandibular Joint and Malar. Arch Brit Joral Surg 1979; 17: 91-103. Chossegros C, Cheynet F, Blanc JL, et al. Short retromandibular approach of subcondylar fractures: clinical and radiologic long-term evaluation. Oral Surg Oral Med Oral Pathol 1996; 82: 248-252. Dingman RO, Natvig P. Cirurgia das fraturas faciais. São Paulo: Santos; 1993. Dunaway DJ, Trott JA. Open reduction and internal fixation of condylar fractures via na extended bicoronal approach with a masseteric myotomy. Brit J of Plastic Surg 1996; 49: 79-84. Ellis E 3rd, Dean J. Rigid fixation of mandibular condyle fractures. Oral Surg Oral Med Oral Pathol 1993; 76: 6-15. Ellis E 3rd, McFadden D, Simon P, et al. Surgical complications with open treatment of mandibular condylar process fractures. J Oral Maxillofac Surg 2000; 58: 950-958. Ellis E 3rd, Zide MF. Acessos Cirúrgicos ao Esqueleto Facial. São Paulo: Santos; 2006. Faerber TH, Mosby EL. Surgery of the Temporomandibular Joint: facial nerve injury with modified dissection technique. J Craniomand Disord 1990; 4: 113-119. Gosain AK. Surgical anatomy of the facial nerve. Clin Plast Surg 1995; 22: 241-51. Haug RH, Brandt MT. Closed reduction, open reduction, and endoscopic assistance: current thoughts on the management of mandibular condyle fractures. Plast Reconstr Surg 2007; 7: 90-102. Hammer B, Schier P, Prein J. Osteosynthesis of condylar neck fractures: a review of 30 patients. Br J Oral Maxillofac Surg 1997; 35: 288-291. Hall MB, Brown RW, Lebowitz MS. Facial nerve injury during surgery of the temporomandibular joint: a comparasion of two dissection techniques. J Maxillofac Surg 1985; 43: 20-23. Hinds EC, Kent JN. Surgical treatment of development jaw deformities. St Louis: C. V. Mosby Co.; 1972. Ishikawa Y. An anatomical study on the distribution of the temporal branch of the facial nerve. J Craniomaxillofac Surg 1990; 18: 287-292. Kreutziger KL. Surgery of Temporomandibular Joint. Surgical anatomy and surgical incisions. Oral Surg Oral Med Oral Pathol 1984; 58: 637-646. 22 Lindahl L. Condylar fractures of the mandible. I. Classification and relation to age, oclusion, and concomitant injuries of the teeth and teethsupporting structures, and fractures of the mandibular body. Int J Oral Surg 1977; 6: 12. Marcontonio E, Gabrielli MF, Gabrielli MA, et al. Fraturas do Côndilo Mandibular. In: Barros JJ, Manganello- Souza L . Traumatismo Buco-Maxilo-Facial. São Paulo: Ed. Roca; 1993. Miloro M, Ghali GE, Larsen P, et al. Princípios de Cirurgia Bucomaxilofacial de Peterson. São Paulo: Santos; 2008. Neto C, Falcão M. Mandibular fractures treatment with rigid internal fixation: comparative study between extra-oral on intraoral with percutaneous trocar approach. Rev Soc Bras Cir Craniomaxilofac 2008; 11: 132-140. Raveh J, Vuillemin T, Ladrack K. Open reduction of the dislocated, fractured condylar process: indications and surgical procedures. J oral Maxillofac Surg 1989; 47: 120-127. Risdon F. Ankylosis of the temporo-mandibular joint. J Am Den. Assoc 1934; 21: 1933-1937. Rowe NL. Surgery of the Temporomandibular Joint. Proc Roy Soc Med 1972; 65: 383-388. Schön R, Schmelzeisen R. Endoscopic fracture treatment. Ann R Australas Coll Dent Surg2002; 16: 40-45. Schön R, Schramm A, Gellrich NC, et al. Follow-up of condylar fractures of the mandible in 8 patients at 18 months after transoral endoscopicassisted open treatment. J Oral Maxillofac Surg 2003; 61: 49-54. Schön R, Gellrich NC, Schmelzeisen R. Frontiers in maxillofacial endoscopic surgery. Atlas Oral Maxillofac Clin North Am 2003; 11: 209-203. Seldin EB, Kelly JP. Operative management of mandibular fractures. In: KEITH, D. A. Atlas of Oral and Maxillofacial Surgery . Philadelphia: Saunders; 1992. Troulis MJ, Kaban Lb. Endoscopic approach to the ramus/condyle unit: clinical applications. J Oral Maxillofac Surg 2001; 59: 503-509. Vasconcelos BCE, Silva EDO, Nogueira RVB, et al. Utilização de procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos para o tratamento de fratura do côndilo mandibular. Rev Cir Traumatol Buco- Maxilo-Fac 2005; 5: 25-32. Weinberg S, Kryshtalskuj B. Facial nerve function following temporomandibular joint surgery using the preauricular approach. J Oral Maxillofac Surg1992; 50: 1048-1051. 23 Zide MF, Kent JN. Indications for open reduction of mandibular condyle fractures. J Oral Maxillofac Surg 2006; 41: 89-98. Ziarah HA, Atkinson ME. The surgical anatomy of the mandibular distribution of the facial nerve. Br J Oral Surg Edinburgh 1981; 19: 159-170.
Documentos relacionados
Coaptação por Focinheira de fita em Fratura de Mandíbula
através da simples limitação do movimento com uso de fitas esparadrápicas, todos os princípios básicos para que se obtenha consolidação óssea foram estabelecidos, concordando com os princípios de M...
Leia mais