Parashat Vaikra
Transcrição
Para a semana que termina em 1 Nissan 5758 27 & 28 Março 1998 Parashat Vaikra Resumo da Parashá O Livro de Vayikrá (Levítico) que começamos a ler esta semana, é conhecido também como Torat Kohanim (Livro da Lei dos Sacerdotes), que trata em grande parte dos Korbanot (oferendas) que eram trazidos para o Mishkan. O primeiro grupo de oferendas é chamado de Korban Olah, uma oferenda queimada, no qual o animal era trazido até a entrada do Mishkan. Quando era trazido gado, aquele que trazia a oferenda apoiava suas mãos sobre o animal. Em seguida, o animal era degolado e o Kohen aspergia o sangue sobre o Altar. A pele era retirada e o animal cortado em pedaços, que eram arrumados e queimados sobre o Altar. Processo similar é descrito para as oferendas queimadas de outros animais e pássaros. As várias oblações são descritas. Parte destas eram queimadas sobre o Altar, e o restante era comido pelos Kohanim. A mistura das oblações com fermento ou mel é proibida. O sacrifício de pazes, parte do qual era queimado sobre o Altar e parte comido, podia ser feito com gado, carneiro ou cabra. O consumo de sangue e cheilev (certo tipo de gordura encontrado em animais) é proibido. Os sacrifícios para expiar os pecados cometidos involuntariamente pelo Kohen Gadol , por toda a comunidade e pelo cidadão comum são detalhados. As leis do sacrifício de delito, que fazia a expiação de certas transgressões verbais, assim como de transgressões às leis de pureza ritual, são listadas. As oblações para aqueles que não tinham recursos para o sacrifício de delito normal, o sacrifício para expiar a utilização indevida de propriedades santificadas, as leis do sacrifício por “culpa questionável” e os sacrifícios por desonestidade são detalhados. Comentário da Parashá “E chamou Moshe. . .”(1:1) Moshe tinha dez nomes: Moshe, Yered, Chaver, Yekusiel, Avigdor, Avi Socho, Avi Zanuach, Tuvia, Shemaya, Halevi. Por que um não era suficiente? Dentre todos os nomes, o único que Hashem utilizava era Moshe, o nome que havia sido dado por Batia, a filha do Faraó. Uma outra pergunta: Se Hashem o chamava por Moshe, com certeza este nome descrevia Moshe melhor do que qualquer de seus outros nomes. Por que? Quando Hashem criou o primeiro Homem, os anjos perguntaram : “Qual a natureza deste Homem?” Hashem respondeu: “A sabedoria dele é superior a seus intelectos.” Hashem então, trouxe vários animais diante dos anjos. Ele perguntou aos anjos: “Quais são os nomes deles?” Os anjos não sabiam. Hashem então mostrou os animais para o Homem e perguntou: Quais são seus nomes? O Homem respondeu: “O nome deste aqui é boi e deste é burro. Este é um cavalo e este é um camelo.” “E você, qual é seu nome?” perguntou Hashem. “Eu devo ser chamado de Adam, porque fui criado a partir da terra(do Hebraico adamá).” “E Eu, como devo ser chamado?” “Será chamado de Adon-oy, porque Você é o Senhor(do hebraico adon) de todos.” O Todo-Poderoso, bedito seja Ele, disse “Eu sou Adon-oy. Este é Meu Nome. Porque assim me chamou o primeiro Homem.” Um nome é mais do que simplesmente uma maneira de atrair a atenção de alguém. Um nome é mais do que um método convencional de referência. A sabedoria necessária para atribuir um nome a algo é superior a dos anjos, já que o nome define e descreve a verdadeira essência de determinada coisa. Por esta razão, somente um nome não era suficiente para Moshe. Para defini-lo, para expressar a sua grandiosidade em palavras, eram necessários dez nomes. Entretanto, Hashem disse para Moshe que dentre todos seus nomes, Ele iria chamá-lo somente pelo nome que Batia, a filha do Faraó havia lhe dado. O que havia de tão especial em relação a este nome? O nome Moshe vem da palavra que significa “ser retirado” já que Moshe foi retirado das águas do rio por Batia. Quando Batia retirou Moshe do rio, ela estava desobedecendo abertamente as ordens de seu pai. O Faraó ordenara que todos os bebês judeus do sexo masculino fossem executados,e , ao salvar Moshe, ela estava colocando sua vida em risco. Pelo fato de Batia ter arriscado sua vida para salvar Moshe, esta qualidade foi embutida na personalidade de Moshe, assim como também em sua alma. Era esta qualidade de auto-sacríficio que caracterizava a Moshe, mais do que qualquer das outras suas qualidades. Por esta razão, Moshe era o nome pelo qual Hashem iria chamá-lo. Foi esta característica que fez de Moshe o grande líder do povo judeu. Porque mais do que qualquer outra coisa, um líder do povo judeu, necessita de auto-sacrifício para dar atenção e preocupar-se com cada um dos componentes de seu rebanho. Preparado pelas Instituições Or Sameach em Jerusalem, Israel Departamento Latino-americano ©1997 Or Sameach Internacional - todos os direitos reservados. Escrito e Recompilado por Rabi Yaakov Asher Sinclair Editor Responsável: Rabi Moshe Newman Tradução: Yehoshua Grankiewicz Revisão: Yaakov Orgler -Rehov Shimon Hatzadik 22, P.O.B. 18103, Jerusalem, Israel (972-2-581-0315 fax: 972-2-581-2890 : [email protected] -38 East 29th Street 8th floor, New York, NY 10016, USA (1-212-213-3100 fax:1-212-213-8717 : [email protected] or [email protected] -613 Clark Avenue West, Thornhill, Ontario L4J 5V3, Canada (1-905-886-5730 fax:1-905-886-6065 : [email protected] As publicações eletrônicas de Judaísmo podem ser dedicadas em memória de algum ente querido, ou celebrando alguma data especial. Para maiores detalhes favor entrar em contato conosco. Parashá Vaikra — 1 Nissan 5758, 27 & 28 Março 1998 Produção: Lev Seltzer NÚMERO UM A primeira palavra do Livro de Vayikra é “Vayikra”(E chamou). Esta palavra esta escrita na Torá com um Aleph pequenino. O Aleph é a letra que representa o Ego. É a primeira letra da palavra “Eu”, em hebraico “Ani”. Quando alguém vê a si mesmo como sendo muito pequeno, como aquele pequenino Aleph, ele faz lugar para que a Presença Divina resida nele. Sua cabeça não esta cheia de preocupações com si próprio. Moshe Rabeinu foi o mais humilde dos homens. Moshe se fez tão pequeno que era como não se estivesse neste mundo. Ele, e ninguém antes ou depois, viu que existe somente um Aleph em toda a criação - somente um Número Um - Hashem. Moshe fez seu próprio Aleph - seu ego - tão pequeno, que teve o mérito de a Torá ter sido entregue ao povo judeu por seu intermédio. Baseado em Reb Bunim de P’schiske PROXIMIDADE “Quando algum de vós trouxer um Korban...”(1:2) Proximidade e distância não são necessariamente medidos em metros ou milhas, já que às vezes, pessoas podem estar próximas, mesmo quando elas estão em lados opostos do mundo, e às vezes podem estar distantes apesar de estarem sentadas uma ao lado da outra num ônibus ou até mesmo vivendo na mesma casa. A proximidade está no âmbito espiritual, na parte interna da vida das pessoas. Não temos uma palavra na língua portuguesa que expresse precisamente o significado dos Korbanot, que eram trazidos para o Beit Hamikdash. A palavra “sacrifício” significa que eu estou dando algo que para mim é de valor, para que outra pessoa tenha benefício do mesmo. Obviamente, Hashem não pode beneficiar-se de nossos sacrifícios já que para Ele, nada falta. Na verdade, o que ganha-se com o “sacrifício”, possui um valor infinitamente superior ao “sacrifício” propriamente dito. A palavra “oferenda” também não é apropriada. A idéia é que a “oferenda” agrade àquele para o qual a mesma está sendo trazida. É como estar comprando-se alguém, um tipo de suborno. A razão de termos dificuldade em traduzir com precisão a palavra “Korban” é porque nossas idéias de “sacrifícios” e “oferendas” derivam-se de culturas pagãs. Para estas culturas, as palavras “sacrifícios” e “oferendas” eram totalmente adequadas. A raíz da palavra korban é a mesma que a da palavra “proximidade”, e é utilizada exclusivamente referindo-se ao relacionamento entre o Homem e Hashem. Quando uma pessoa trazia um korban, ela estava querendo aproximar-se de Hashem. Estar próximo a Hashem é o único “bem” que existe na verdade. Todos os outros “bens” da vida são simples imitações, comparados com o verdadeiro “bem” que é estar próximo à Hashem. Nos domínios Celestes, os problemas da vida são solucionados. A felicidade é como um barômetro que oscila de acordo com a proximidade da pessoa à Hashem. Para aqueles que se refinaram internamente, até mesmo o sofrimento pode ser apreciado como felicidade quando se está próximo à Hashem. Em nossos dias, quando não possuímos mais a proximidade à Hashem, que os korbanot nos possibilitavam, temos ainda um substituto - a oração. Quando rezamos de todo coração, quando nos oferecemos à Hashem, aproximamos não somente nós mesmos, mas também o mundo, à Hashem. Baseado em: Rabino S.R. Hirsh, Rabino ShlomoYosef Zevin Haftará para o Shabat Hachodesh: Yechezkel 45:16 - 46:18 SÓCIOS NO TEMPO O Shabat antes de Rosh Chodesh Nissan(o primeiro dia do mês de Nissan no calendário judaico e que este ano cai no próprio Shabat) é chamado de Shabat Hachodesh. Nissan é o primeiro mês do ano. É chamado de o “rei dos meses”. Em Rosh Chodesh Nissan o povo judeu recebeu a primeira das 613 mitzvot - a santificação da lua. A mitzvá de kidush Hachodesh (santificação da lua) deu ao povo judeu a abilidade de estabelecer a duração dos meses e assim determinar as datas para Pessach, Shavuot, Sucot, etc... Desta forma o Homem se torna um sócio de Hashem na santificação do tempo. A Marinha Americana possui relógios de alta-tecnologia que possuem uma precisão impressionante. Porém há 3.000 anos, Moshe mesmo não possuindo nenhuma desta maravilhas tecnológicas, sabia a exata duração do mês lunar - 29,53059 dias - uma precisão que estava literalmente fora deste mundo! Segundo o livro “Astronomia e Astrofísica” (Loudolt Bornstein) a duração precisa do mês lunar é de 29,530589 dias! Como Moshe possuia um número tão preciso, levando três mil anos para a ciência chegar a este mesmo número? Segundo nossos sábios, este número foi passado para Moshe por Hashem no início da Parashat Hachodesh. Foi então sendo passado adiante desde Moshe até Hillel II, descendente da Casa de David. Quando Hillel II, santificou todas as luas-novas a partir de seus dias até os dias da redenção final, ele tinha que saber a exata duração do mês lunar com precisão de fração de segundos, já que em caso de mesmo um imperceptível êrro, através dos milênios o mesmo se tornaria um êrro visível. Um exemplo disto, foi o que ocorreu com o calendário de Julio Cesar, que no ano de 1582 estava com um êrro tão gritante que o Papa Gregory XIII apagou 10 dias do calendário, de forma que o dia após 4 de outubro de 1582 foi chamado de 16 de outubro! Já ocorreram aproximadamente 41.000 luas-novas desde a época de Moshe, e o segrêdo da exata duração do meses lunares foi sempre sabido pelo povo judeu, porque Moshe Rabeinu possuia um relógio que era literalmente “de fora deste mundo”. A Haftará da Parashat Hachodesh descreve um mês de Nissan que está por vir. Mashiach chegou e o Terceiro Beit Hamikdash está para ser consagrado numa cerimônia que inicia-se em Rosh Chodesh Nissan. Assim como na Parashat Hachodesh, também na Haftará as leis e sacrifícios de Pessach são detalhados. CANTADAS INTROSPECÇÕES SOBRE AS CANÇÕES DURANTE AS REFEIÇÕES DE SHABBOS ATRAVÉS DAS GERAÇÕES. KI ESHMERÁ SHABAT “SE OBSERVARMOS O SHABAT...” Estudarei a Torá de Hashem e ela me tornará sábio Egue B’Torat Kel, U’tchakmeni “Quando os judeus entrarem na terra deles, um irá para seu vinhedo, o outro irá para seu campo, e o que será de mim?” perguntou a Torá para Hashem em tom de reclamação. “Não tema”, foi a reposta Divina, “Eu tenho um companheiro para você cujo nome é Shabat. Neste dia, eles estarão livres de seus trabalhos e poderão estudar você.” Este Midrash, citado pelo Tur, Orach Chaim 290, expressa a oportunidade ímpar dada ao judeu que durante a semana está muito ocupado para se dedicar ao estudo de Torá da forma que gostaria . Ao demonstrar no Shabat que estudamos sempre que temos oportunidade, recebemos o crédito que receberíamos se estivéssemos estudando Torá durante toda a semana. Parashat Vaikra 1 Nissan 5758 — 27 & 28 Março 1998 Judaísmo! Pode ser recebido através da InterNet. Para fazer sua assinatura, enviar a mensagem “sub judaismo-p {seu nome completo}” a [email protected] Esta publicação contém termos sagrados. Favor tratá-la com respeito.
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