Sistemas Digitais I Sistemas Digitais
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Sistemas Digitais I Sistemas Digitais
UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR Sistemas Digitais I Licenciaturas em Engenharia Electromecânica, Engenharia Mecânica e Engenharia Electrotécnica Sistemas Digitais Licenciatura em Engenharia Aeronáutica Introdução, Objectivos, Método de Avaliação, Programa Resumido e Bibliografia Ano Lectivo 2004/2005 Sistemas Digitais I 1. Universidade da Beira Interior Introdução O computador digital de propósito geral é o exemplo mais conhecido de um sistema digital. Actualmente, os computadores digitais têm um papel de tal modo proeminente e crescente na sociedade moderna, que em tempos vindouros os historiadores se referirão aos tempos actuais como a Era da Revolução dos Computadores. Tal como a Revolução Industrial marcou o período em que se aprendeu a aproveitar a energia para o trabalho das máquinas, também a Revolução dos Computadores marca o período em que se aprendeu a aproveitar a microelectrónica para controlo e processamento da informação. Os computadores estão envolvidos nas nossas transações comerciais, nas comunicações, nos transportes, no tratamento médico e no entretenimento. Controlam o nosso clima e ambiente. No mundo industrial, são massivamente utilizados no projecto, manufactura, distribuição e vendas. Contribuiram para muitas descobertas científicas e desenvolvimentos de engenharia que não se poderiam ter alcançado de outra forma. Nomeadamente, o projecto de um novo processador para um computador moderno não seria possível realizar-se sem o recurso a muitos computadores. O aparecimento em 1960 do circuito integrado implicou para a electrónica digital um significativo aumento do seu campo de aplicações, que culminou em 1971 com o surgir do primeiro microprocessador construído numa única pastilha. Logo na primeira década após a sua aparição, o microprocessador teve um enorme impacto no modo como vivemos e trabalhamos. O microprocessador tornou-se no componente mais importante e complexo em todos os sistemas de tratamento da informação. Em virtude da velocidade, precisão, baixo custo, pequeno tamanho e baixo consumo, o hardware da electrónica digital revolucionou a computação, as comunicações, o controlo e a aquisição de dados. 2. Objectivos da disciplina A maioria dos sistemas digitais complexos envolve hardware e software; sistemas digitais mais simples poderão ter apenas hardware. Fundamentalmente é este tipo de sistemas que são objecto de estudo na disciplina de Sistemas Digitais I. O estudo de sistemas mais complexos será realizado na disciplina de Sistemas Digitais II. Estas duas disciplinas constituem assim o núcleo de disciplinas que tratam o essencial dos Sistemas Digitais. Os conceitos apreendidos nestas disciplinas são imprescindíveis para o desenvolvimento de projectos mais avançados, por exemplo nas áreas da -1- Sistemas Digitais I Universidade da Beira Interior arquitectura de computadores, instrumentação, automação e controlo. Ainda que o seu futuro profissional não envolva o projecto de hardware digital, os engenheiros, físicos ou informáticos podem tirar partido dos conhecimentos adquiridos no estudo dos sistemas digitais. Por exemplo, os programadores terão um melhor entendimento de como o seu código é implementado, e os outros entenderão como é que a digitalização afecta o modo como o seu trabalho pode ser representado e interpretado por um computador. A disciplina está estruturada em duas componentes: pretende-se fornecer uma consistente formação teórica suportada por uma formação prática, de carácter laboratorial. É fundamental que os futuros licenciados sejam possuidores de profundos conhecimentos teóricos e práticos de sistemas digitais e que estejam habilitados, quando necessário, a aplicá-los nas suas actividades profissionais, com capacidade de intervenção quer a nível nacional, quer a nível internacional. Para que tal seja possível, é indispensável que as Licenciaturas tenham um elevado grau de credibilidade. A Universidade da Beira Interior tem demonstrado estar sempre atenta a estas questões, facilitando excelentes condições em termos de recursos humanos e recursos materiais, para esse efeito. Entre outros recursos, podemos referir o Laboratório de Sistemas Digitais, os meios computacionais existentes localmente e no Centro de Informática, incluindo a Rede Geral de Informática da Universidade, com acessos nacionais e internacionais, os Serviços de Documentação – Biblioteca, os Serviços Gráficos e de Publicações e o Centro de Recursos de Ensino e Aprendizagem. 3. A disciplina de Sistemas Digitais I nos Planos de Estudos das Licenciaturas A disciplina de Sistemas Digitais I é ministrada pelo Departamento de Física da Universidade da Beira Interior, como uma disciplina do tronco comum das Licenciaturas em Engenharia, específica para as Licenciaturas em Engenharia Electromecânica, Engenharia Aeronáutica§, Engenharia o o Mecânica e Engenharia Electrotécnica, estando posicionada no 2 semestre do 1 ano curricular. A localização da disciplina nos planos de estudos é correcta, considerando que são suficientes os conhecimentos adquiridos pelos alunos no Ensino Secundário. Dada a dualidade da sua natureza, por um lado disciplina básica, por outro disciplina específica, parece-nos também ser motivador o para os alunos a sua inclusão no 1 Ano curricular, em contraponto às disciplinas propedêuticas clássicas como, por exemplo, as Análises Matemáticas e as Físicas Gerais. § . Há algum tempo a licenciatura em Engenharia Aeronáutica foi reestruturada, tendo a disciplina passado a designar-se Sistemas Digitais. -2- Sistemas Digitais I 4. Universidade da Beira Interior Programa Resumido O programa de Sistemas Digitais I foi idealizado de modo a fornecer aos alunos técnicas formais de especificação e representação de circuitos digitais de pequena complexidade (combinacionais e sequenciais) e metodologias elementares de utilização de circuitos integrados digitais SSI e MSI. Estes conhecimentos teóricos e práticos constituem uma base suficientemente sólida para apoiar disciplinas subsequentes das áreas científicas de Electrotecnia e Electrónica e de Automação e Controlo, em particular a disciplina de Sistemas Digitais II, que como já referimos complementa a disciplina de Sistemas Digitais I no essencial dos Sistemas Digitais. O programa das aulas teóricas da disciplina de Sistemas Digitais I está distribuído por cerca de 45 horas semanais, normalmente menos devido aos dias feriados e a motivos imprevistos. Assim, nesse espaço temporal serão apresentados os seguintes oito capítulos teóricos: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 5. Códigos e sistemas de numeração. Álgebra de Boole. Álgebra dos circuitos. Tecnologia e fabrico de circuitos integrados digitais. Circuitos combinacionais básicos. Circuitos sequenciais básicos. Circuitos sequenciais MSI. Circuitos sequenciais síncronos. Circuitos sequenciais assíncronos. Critérios para a avaliação de conhecimentos Ao longo das actividades lectivas, na disciplina de Sistemas Digitais I coexistem dois tipos de avaliação: avaliação pontual da componente teórica, com um peso de 80% no cálculo da classificação de ensino-aprendizagem, e avaliação contínua da componente laboratorial, que contribui com um peso de 20% para o cálculo da classificação de ensino-aprendizagem. A componente teórica é avaliada durante o período de ensino-aprendizagem através de duas provas escritas de frequência: uma parcial intermédia, com peso 2 em 5, e uma global final, com peso 3 em 5. As datas de realização destas provas serão definidas na presença dos alunos na aula de apresentação da disciplina, no início do semestre lectivo. A componente laboratorial é avaliada de uma forma contínua. Os trabalhos de laboratório são obrigatórios, pelo que a assiduidade é um dos factores a ter em consideração para a avaliação. Os outros factores serão o desempenho demonstrado na realização dos trabalhos, a análise dos respectivos relatórios e a discussão dos trabalhos com os alunos. -3- Sistemas Digitais I Universidade da Beira Interior Caso tenham obtido frequência, os alunos poderão realizar provas escritas de exames finais (época normal, época de recurso ou época especial), onde se submeterão a nova avaliação da componente teórica. Para o cálculo da classificação final esta avaliação terá um peso de 80%, correspondendo os outros 20% à avaliação da componente laboratorial realizada durante o período de ensino-aprendizagem. 5.1. Condições para a obtenção de frequência Dado que a avaliação da componente laboratorial é de tipo contínuo, a classificação obtida é determinante para a obtenção de frequência. Será concedida frequência a todos os alunos que, numa escala de 0 a 20 valores, alcancem um mínimo de 10 valores. Se tal não acontecer, será atribuída a classificação qualitativa de Não Admitido, o que implica a impossibilidade de aprovação à disciplina. 5.2. Condições para a obtenção de aprovação Como referimos anteriormente a classificação da componente laboratorial entra com um peso de 20% no cálculo da classificação de ensino-aprendizagem ou de exames finais. Os outros 80% corresponderão à média pesada das classificações obtidas nas provas escritas de frequência ou nas provas escritas de exames finais. A classificação final resultará da média ponderada dessas duas classificações, excepto no caso de a classificação da componente teórica ser inferior a 8 valores, numa escala de 0 a 20 valores. Considera-se aprovado o aluno cujo resultado da média ponderada das classificações das componentes teórica e laboratorial seja superior a 10 valores, numa escala de 0 a 20 valores. A classificação que lhe é atribuída é quantitativa e corresponde ao valor inteiro mais próximo dessa soma. Os alunos aprovados no período de ensino-aprendizagem consideram-se dispensados da realização do exame final, não havendo qualquer impedimento de o fazerem, caso pretendam melhorar a sua classificação. Aos alunos que satisfaçam as condições de obtenção de frequência, mas que não tenham aprovado no período de ensino-aprendizagem, é atribuída a classificação qualitativa de Frequência, o que indica que poderão submeter-se aos exames finais. Nos critérios de avaliação de conhecimentos na disciplina de Sistemas Digitais I não está prevista a realização de qualquer tipo de provas orais. -4- Sistemas Digitais I 6. Universidade da Beira Interior Bibliografia da disciplina A bibliografia apresenta-se dividida em dois grupos: os textos de base e os textos complementares. Como textos de base listam-se os textos que mais de perto acompanham as matérias leccionadas. Na lista dos textos complementares podem encontrar-se obras escritas em português, que os alunos normalmente preferem devido a dificuldades com o idioma, obras já com alguma antiguidade consideradas clássicas (Peatman e Kohavi, por exemplo), entre muitas outras, constituindo um vasto leque de alternativas aos textos de base. 6.1. Textos de base • Taub, H., “Circuitos Digitais e Microprocessadores”, McGraw-Hill, 1982. Os alunos são encorajados a consultar o original também referido nesta bibliografia. • Wakerly, J. F., “Digital Design, Principles & Practices, 3/e”, Prentice Hall, 2001. • Morris Mano, M. & Kime C. R., "Logic and Computer Design Fundamentals, Third Edition”, Prentice Hall Int., 2003. • Sistemas Digitais I: “Folhas de Apoio”, Dep. de Física, U.B.I., 2004/2005. • Sistemas Digitais I: “Séries de Problemas”, Dep. de Física, U.B.I., 2004/2005. • Sistemas Digitais I: “Enunciados dos Trabalhos de Laboratório”, Dep. de Física, U.B.I., 2004/2005 • IEEE Standard: “Graphic Symbols for Logic Functions”, ANSI/IEEE Std. 91-1984. • Texas Instruments, Inc., www.ti.com, informação on-line. • Interactive Image Technologies Ltd., “multiSIM 2001 User Guide”, 2000. 6.2. Textos complementares 6.2.1. Escritos em português • • • • Padilla, A.J.G., “Sistemas Digitais”, McGraw-Hill, 1989. Rodrigues, V. P. & Araújo, M. S., “Projecto de Sistemas Digitais”, Presença, 1988. Nunes, M. S., “Sistemas Digitais”, Presença, 1982. Branco, E. & Reis Silva, F., “Electrónica Digital”, Dinalivro, 1986 6.2.2. Escritos em inglês • • • • • • • • Taub, H., “Digital Circuits and Microprocessors”, McGraw-Hill, 1982. Floyd, T.L., “Digital Fundamentals with VHDL”, Prentice Hall, 2002. Cook, N.P., “Digital Electronics with PLD Integration”, Prentice Hall, 2000. Katz, “Contemporary Logic Design”, Benjamin/Cummings Publishing Company, 1994. Wilkinson, B. & Makki R., “Digital System Design”, Prentice Hall International, 1992. Daniels, J.D., “Digital Design from Zero to One”, John Wiley & Sons, Inc., 1996. Morris Mano, M., “Computer Engineering Hardware Design”, Prentice Hall, 1988. Wiatrowski, C.A. & House, C.H., “Logic Circuits and Microcomputer Systems”, McGraw-Hill, 1980. • Fletcher, W.I., “An Engineering Approach to Digital Design”, Prentice-Hall, Inc., 1980. • Hayes, J.P., “Digital System Design and Microprocessors”, McGraw-Hill, 1985. • Sandige, R.S., “Modern Digital Design”, McGraw Hill, 1990. -5- Sistemas Digitais I • • • • • • Universidade da Beira Interior Hill, F.J. & Peterson, G.R., “Digital Systems: Hardware Organization and Design”, Wiley, 1978. Blakeslee, T.R., “Digital Design with Standard MSI and LSI, 2/e”, 1979. Dietmeyer, D.L., “Logic Design of Digital Systems, 3/e”, Allyn-Bacon, 1988. Peatman, J.B., “The Design of Digital Systems”, McGraw-Hill, 1972. Kohavi, Z., “Switching and Finite Automata Theory, 2/e”, McGraw-Hill, 1978. Vários, Catálogos (Data Sheets) de vários fabricantes. -6-