O MERCADO BRASILEIRO PARA VINHOS CHILENOS Identificação
Transcrição
O MERCADO BRASILEIRO PARA VINHOS CHILENOS Identificação
O MERCADO BRASILEIRO PARA VINHOS CHILENOS Identificação do Produto Os vinhos são classificados, na nomenclatura brasileira, na posição 2204 que, por sua vez, compreende três subposições distintas: 2204.10; 2204.2 e 2204.30. Os vinhos aos quais a pesquisa se refere estão classificados sob o código 2204.21.00, isto é, vinhos de uvas frescas, enriquecidos com álcool, em recipiente de capacidade inferior a dois litros. A unidade de medida de produção, para este item, é o litro. Também é utilizado o hectolitro (hl) , que corresponde a cem litros1. Características Gerais do Mercado O mercado mundial de vinhos movimenta cerca US$ 100 bilhões2 e compreendeu produção de, aproximadamente, 266 milhões de hectolitros em 20033, figurando a União Européia como a principal produtora. Para 2004, os dados preliminares são de que o volume produzido tenha mostrado aumento de cerca de 10% e, para 2005, as estimativas da OIV apontam para uma queda em torno de 8% na produção de vinho. Cabe registrar o firme aumento na qualidade e na produção dos países do chamado “novo mundo”, como é o caso, dentre outros, do Chile, Austrália e África do Sul. A esse respeito vale recordar recente entrevista de Robert Parker4, em que o formador de opinião afirma: “acho que os vinhos do novo mundo melhoram a cada dia”. Em 2003, os três principais produtores mundiais foram a França (46 milhões de hectolitros), Itália (44 milhões) e Espanha (43 milhões). Quanto ao Chile, o país ocupou a décima primeira posição dentre os principais produtores, com 7 milhões de hectolitros, nesse mesmo ano. Para 2005, a estimativa da OIV é de que a produção chilena tenha alcançado 7,9 milhões de hectolitros. Produção Mundial de Vinho - 2003 Países França Itália Espanha EUA Argentina China, R.P. Austrália África do Sul Alemanha Portugal Chile Em milhões de Hectolitros 46.360 44.086 42.802 20.770 13.225 11.600 10.194 8.853 8.191 7.340 6.682 Fonte: Organisation Internationale de la Vigne et du Vin. www.oiv.org – acesso em 24/4/06. Os principais produtores figuram, também, como grandes consumidores per capita do produto. Assim é que, na França e Itália, por exemplo, o consumo anual varia na faixa de 50 a 60 litros e, no Chile, de cerca de 20 litros. Cabe notar entretanto, tendência registrada de queda no consumo de alguns países da União Européia, a exemplo da França5. No setor externo, as exportações mundiais de vinho movimentaram cerca de US$ 15 bilhões em 2004, segundo dados da Unctad/ITC/TradeMap6. O ranking das 2 exportações de vinho foi liderado pela França (US$ 4,2 bilhões), seguida pela Itália (US$ 2,9 bilhões), Austrália (US$ 1,8 bilhão), Espanha (US$ 1,2 bilhão) e Chile (US$ 713 milhões). Nos cinco anos, compreendidos entre 2000 e 2004, as exportações totais mostraram crescimento médio de 12% em termos de valor e de 3% no tocante à quantidade, segundo a referida fonte. Ao longo do quinquênio 2000 a 2004 as vendas chilenas mostraram expansão de 9,3% em termos de valor, passando de US$ 499 milhões para US$ 713 milhões. Nesse último ano, a participação chilena nas exportações mundiais alcançou cerca de 5%. Os Estados Unidos da América e o Reino Unido são os principais mercados de destino para os vinhos chilenos. O Brasil ocupa a oitava posição nesse “ranking”, demandando cerca de 4% da exportação do país, equivalentes a cerca de US$ 25 milhões, segundo os dados do TradeMap. De outra perspectiva, as importações mundiais do produto somaram US$ 15 bilhões, sendo o Reino Unido (US$ 3,3 bilhões), EUA (US$ 2,9 bilhões) e Alemanha (US$ 1,6 bilhão) os principais atores, de acordo com as estatísticas do TradeMap. Em termos mundiais, o Brasil encontra-se na vigésima posição entre os principais importadores do produto, com um valor, em 2004, correspondente a US$ 78,2 milhões. Principais Exportadores - 2004 Exportadores França Itália Austrália Espanha Chile EUA Portugal Alemanha África do Sul Nova Zelândia US$ milhões 4.202 2.934 1.819 1.184 713 642 593 505 433 223 Principais Importadores - 2004 Importadores Reino Unido EUA Alemanha Canadá Japão Bélgica Países Baixos Suíça Dinamarca França US$ milhões 3.335 2.961 1.621 800 776 706 687 542 423 349 Fonte : ITC/Comtrade – www.intracen.org – acesso em 24/4/06. Perfil do mercado brasileiro De acordo com os dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA)7, o mercado brasileiro de vinho tem sido caracterizado, nos últimos anos, por grande dinamismo. Estimulada por investimentos e pesquisa, a produção de uva, por exemplo, alcançou 1,2 milhão de toneladas em 2005, evoluindo em termos médios, à taxa anual de 6,1%, nos ultimo decênio. A produção de vinhos de mesa, por sua vez, após atingir patamares inéditos em 2004, registrou pequeno declínio, limitando-se a cerca de 226 milhões de litros, no último ano sob análise. O consumo per capita, de sua parte, também mostra evolução positiva, havendo atingido 2,01 litros em 2005, ante coeficiente de 1,89 litro verificado no ano de 20008. A despeito desse comportamento, a média brasileira encontra-se, ainda, bem distante daquela verificada em outros países, sobretudo os europeus. Considerando-se a reconhecida elasticidade-renda da demanda9 do produto, eventuais elevações na massa salarial teriam efeito positivo sobre o consumo individual, com reflexos diretos na demanda agregada. 3 No que tange à distribuição geográfica, a maior parte da produção brasileira , quer de uva ou de vinhos, encontra-se concentrada no Estado do Rio Grande do Sul. Recentemente, observa-se certo deslocamento neste perfil, com a incorporação de outras regiões produtivas, inclusive do Nordeste brasileiro (Vale do São Francisco). No cômputo geral, registram-se plantios em dez unidades da Federação, em uma área equivalente a 74 mil hectares. Dentre os problemas com que o setor se defronta, cumpre menção à forte carga tributária incidente sobre o produto. A gravação dá-se em todas as etapas da cadeia vitivinícola, inclusive no que tange ao produto final importado, assim como na aquisição de mudas do exterior. Perfil das importações10 Entre 1996 e 2005, as importações brasileiras de vinho passaram de US$ 38,7 milhões para US$ 84,5 milhões, o que significou expansão anual da ordem de 9,1%, segundo as estatísticas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O valor recorde de 2005 fechou um quadriênio de firme expansão. No período dos dez anos aqui analisados as aquisições externas de vinho somaram cerca de US$ 600 milhões. As importações do produto foram alavancadas, nos dois últimos anos e ao longo dos primeiros meses de 2006, pela apreciação do Real frente ao Dólar norteamericano. Tais variações refletem-se diretamente no preço final da mercadoria sob exame, estimulando o seu consumo, em face da elasticidade-preço da demanda11 que os vinhos apresentam. Desse modo, entre janeiro e maio de 2006, as importações brasileiras de vinho apresentaram crescimento de 57% em relação a igual período do ano anterior, atingindo US$ 34 milhões. No somatório, o preço médio do produto importado, nos últimos dez anos, foi de US$ 2.172 por tonelada, equivalentes a US$ 2,17 por quilograma. À guisa de comparação, o preço médio das importações totais norte-americanas de vinho, em 2001, foi de US$ 5,18. Este número caracterizaria uma demanda norte-americana por itens de mais alta qualidade. Na esteira do fortalecimento da demanda externa brasileira, as importações, atualmente, respondem por cerca de 62% do mercado brasileiro12. Vale notar que este coeficiente, a despeito dos reconhecidos avanços que a vitivinicultura brasileira tem registrado ultimamente, vem mostrando gradativa expansão, impulsionado por uma conjunção de fatores. Assim, por exemplo, as importações têm sido alavancadas por ganhos de qualidade do produto adquirido no exterior, pelos níveis cambiais vigentes no Brasil e por ações de marketing promovidas no Brasil, sobretudo, por fabricantes sul-americanos, em especial do Chile e da Argentina. Importações Brasileiras de Vinho, 1996 - 2005 Anos 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 US$ Mil 38.692 45.902 53.865 61.968 65.192 63.164 50.057 56.656 Toneladas 22.285 22.931 22.551 26.313 29.233 27.957 24.084 26.191 Preço Médio 1.736 2.002 2,389 2.355 2.230 2.259 2.078 2.163 4 2004 2005 Total 74.466 84.458 594.419 35.241 36.919 273.706 2.113 2.288 2.172 Fonte: MDIC / SECEX – www.desenvolvimento.gov.br - Acesso em 17/4/06. Principais Países Fornecedores13 Nos últimos anos o Chile tem ocupado a posição de principal fornecedor da demanda externa brasileira por vinhos. No somatório do triênio 2003 a 2005, por exemplo, as importações originárias do mercado chileno somaram US$ 63,4 milhões, mostrando firme expansão em todo o período. Vale ressaltar a discreta diminuição nas aquisições de vinhos franceses, o que, em princípio, pode ser devido ao fator preço, não obstante as condições cambiais favoráveis. Em 2005, o montante adquirido pelo Brasil no mercado chileno foi de US$ 25,4 milhões, equivalentes a 30% do total. O preço médio do vinho originário do Chile foi de US$ 2,22 dólares, ante US$ 3,44 do vinho francês. Entre janeiro e maio de 2006, persistiu a tendência de expansão das importações originárias do Chile que, comparativamente ao mesmo período de 2005, mostraram incremento de 103%, atingindo US$ 12,2 milhões. Desse modo, o Chile manteve a posição de principal fornecedor de vinho ao Brasil, responsabilizando-se por cerca de 36% do total fornecido entre janeiro e maio de 2006. O aumento da fatia de mercado detida pelo Chile tem sido acompanhado, também, de valorização no preço médio do vinho desse País, que passou, nos últimos dez anos, de US$ 1,7 para US$ 2,2. Esta evolução, de certo modo, reflete o refinamento da oferta do parceiro e, de outra perspectiva, níveis mais exigentes de demanda brasileira por vinhos. Importações Brasileiras de Vinho, 2003 - 2005 – Por País Fornecedor (em US$ mil) Países Chile Argentina Portugal Itália França Espanha Uruguai Austrália África do Sul Alemanha Subtotal Demais Total 2003 15.895 9.653 9.557 10.208 6.080 1.679 1.630 344 306 630 55.982 674 56.656 2004 22.121 17.142 11.778 11.853 6.168 2.090 1.089 561 661 551 74.013 453 74.466 2005 25.414 21.523 14.512 11.136 5.731 2.487 924 901 775 383 83.787 671 84.458 Total 63.430 48.319 35.846 33.197 17.979 6.256 3.644 1.807 1.742 1.563 213.782 1.798 215.580 Fonte: MDIC / SECEX – www.desenvolvimento.gov.br - Acesso em 17/4/06. A matriz de fornecimento encontra-se relativamente diversificada. Em termos gerais foram registradas aquisições, em 2005, de 22 mercados distintos, de acordo com o MDIC. Cumpre menção às importações originárias da Argentina – que mostraram, inclusive, coeficiente de expansão superior àquele verificado com o Chile. Além do Chile e da Argentina, Portugal, Itália e França completam a relação dos cinco principais fornecedores de vinho ao Brasil. 5 No âmbito da América do Sul, as estatísticas do MDIC mostram que o subcontinente respondeu, em 2004, por cerca de 52% do abastecimento da demanda externa brasileira por vinhos, ou seja, US$ 40 milhões. Esses números indicam a existência de possibilidades para substituição de importações em prol dos países vizinhos, uma vez que quase 50% das importações brasileiras do produto originamse de países extra-zona. Em termos gerais e com base nos valores de 2004, existiria, em princípio, potencial importador a ser explorado por exportadores chilenos de vinhos da ordem de, aproximadamente, US$ 50 milhões. Esse potencial, entretanto, deve ser visto como uma medida meramente referencial, tendo em vista que a formulação de estratégias microeconômicas, no lado real da economia, levam outras variáveis em consideração. Entretanto, conforme demonstrado pelas estatísticas, a Argentina posiciona-se como o principal concorrente do Chile, no que toca ao abastecimento do mercado brasileiro de vinhos. Importações Brasileiras de Vinho Originárias do Chile, 1996 - 2005 Anos 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 US$ mil 3.269 5.243 6.005 8.757 12.097 11.123 11.627 15.895 22.121 25.414 Toneladas 1.959 2.839 3.203 4.313 5.559 5.160 6.200 7.756 10.730 11.441 Preço Médio 1,67 1,85 1,87 2,03 2,18 2,16 1,88 2,05 2,06 2,22 Fonte: MDIC / SECEX – www.desenvolvimento.gov.br - Acesso em 17/4/06. Questões Logísticas14 O Porto de Santos, no Estado de São Paulo, é a principal porta de entrada para o produto importado, segundo dados do MDIC. Em 2005, o Porto de Santos internalizou cerca de 40% das aquisições totais de vinho, ou seja, US$ 32,4 milhões. Outros pontos importantes de desembaraço foram: Uruguaiana (RS), com US$ 17,4 milhões; Vitória (ES) US$ 15 milhões; Itajaí (SC) US$ 6,6 milhões; e o Porto do Rio de Janeiro (US$ 3,1 milhões). No que tange especificamente ao vinho chileno, a maior parte foi internalizada por Uruguaiana (US$ 8,8 milhões), seguida pelo Porto de Santos (US$ 6,8 milhões) e o de Vitória (US$ 5,5 milhões). É importante assinalar a importação de produtos avaliados em aproximadamente US$ 700 mil, via aérea, com desembaraço em Vitória, no Espírito Santo. Nível de Preferência Até meados da década dos 90, a preferência era por vinhos brancos. Nos últimos anos, entretanto, observa-se clara mudança no perfil do consumo, passando os vinhos tintos a desfrutar da preferência dos brasileiros. Este fato pode ser creditado, em parte, à divulgação, por parte da mídia e dos meios especializados, dos efeitos benéficos do vinho tinto sobre a saúde humana, desde que utilizado com moderação. Adicionalmente, em virtude da expansão no consumo per capita do produto, observa-se, também, deslocamento da produção e da demanda brasileira em direção 6 a vinhos de mais alta qualidade. Para tanto concorre, também, a crescente busca por informações qualificadas sobre o panorama vitivinícola, refletida na gradativa expansão das vendas de livros especializados, de acessórios de alta qualidade e da disseminação de cursos sobre o universo do vinho. Tratamento Tarifário15 A alíquota do Imposto de Importação (II) vigente para o vinho é de 27%. O produto importado é gravado, ainda, por alíquota de 10% referente ao Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). As importações são oneradas, também, pela alíquota da Cofins16, de 7,65%, e a contribuição para o PIS/Pasep17, de 1,65%. Quando adquirido de países do MERCOSUL não há incidência do imposto de importação. Se o produto estiver incluído em listas negociadas ao amparo de acordos de complementação econômica ocorre, igualmente, outorga de margens preferenciais, que pode chegar a 100%. No caso de vinhos importados pelo Brasil do Chile, o produto cumpriu com as etapas de desgravação previstas no ACE 35 e, desta forma, não há incidência de imposto de importação. Evidentemente que tal situação privilegia o acesso do vinho chileno ao mercado brasileiro. Entretanto, devem ser cumpridas as exigências negociadas. Dentre estas, por exemplo, faz-se menção ao preço mínimo CIF de US$ 50 por caixa de 12 garrafas de 0,75 litro; marca registrada; acidez volátil máxima; certificado de qualidade emitido pelo país exportador no qual conste a variedade da uva predominante, além de exigências de rotulagem e etiquetagem. O produto importado é tributado, ainda, pela incidência do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O ICMS é imposto de competência reservada constitucionalmente às Unidades da Federação e ao Distrito Federal, que tem amparo legal no artigo 155 da Carta Magna. Incide sobre operações de circulação de mercadorias e sobre a prestação de serviços de transporte interestadual, intermunicipal ou de comunicação, ainda que a operação ou a prestação se inicie no exterior. Assim, a regra é no sentido de que as operações de importação sejam tributadas pela incidência do imposto em questão. A alíquota do ICMS varia, normalmente, em torno de 0% a 25%. Em princípio, a fixação de tais índices leva em consideração o grau de essencialidade do produto ou serviço. Em alguns casos, entretanto, a alíquota ultrapassa este teto, podendo atingir até 35%, a exemplo da tributação aplicada a serviços de telecomunicação. Neste caso específico, o ICMS do vinho situa-se em torno de 7% a 25%, dependendo do Estado onde venha a ocorrer o desembaraço da mercadoria. O produto está sujeito a quota anual de 100.000 caixas de 12 garrafas de 0,75 litro. Para quantidades importadas acima da quota a preferência é de 17%. Tratamento Administrativo18 No plano fitossanitário, os vinhos importados devem cumprir com as exigências da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), por intermédio da Coordenação-Geral de Vinhos e Bebidas (CGVB). Nos termos da estrutura orgânica do MAPA, compete à CGVB encarregar-se do controle geral de qualidade e sanidade de vinho, derivados da uva e do vinho, bebidas, fermentados acéticos e vinagres, incluindo pontos pertinentes à inspeção, padronização e fiscalização. 7 O MAPA dispõe, para tanto, de página específica (www.agricultura.gov.br – serviços - requisitos para importação - importação de vinhos, bebidas e vinagres) em que se sumarizam as exigências documentais necessárias à importação de vinhos, tais como apresentação de anuência de pré-embarque, exigência de cópia de certificado de origem, de envelhecimento, de certificado de análise, etc. O produto importado deve observar, ainda, disposições relativas a aspectos bromatológicos e sanitários da área de competência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), ligada ao Ministério da Saúde. Arcabouço Jurídico19 No que tange ao aspecto normativo, a produção, comercialização, importação e exportação de vinho no Brasil é baseada na Lei 7678, de 8 de novembro de 1998, regulamentada pelo Decreto 99066, de 8 de março de 1990, combinada com a Lei 10970, de 12 de novembro de 2004. É importante salientar, ainda, as disposições contidas no Regulamento Vitivinícola do MERCOSUL, de 1996, que busca promover a harmonização pertinente ao setor, em todos os quatro Estados Partes. Empresas Chilenas Exportadoras20 Em função da posição de principal fornecedor da demanda brasileira, algumas marcas de vinhos chilenos já têm presença consolidada no Brasil, sobretudo no que tange a produtos de grandes vinícolas exportadoras. Entretanto, o importador poderá encontrar outras alternativas igualmente atraentes, sobretudo no que tange à relação custo - benefício. Corroborando a diversidade da oferta, o Chile registrou, em 2005, 159 empresas exportadoras de vinho, de acordo com os dados do ProChile21. Nesse sentido, o importador brasileiro interessado em diversificar fontes de suprimento poderá efetivar consulta junto ao ProChile, que dispõe de relação atualizada dos exportadores chilenos de diversos produtos. A consulta poderá ser efetuada em diversas variáveis, tais como por código do produto, por país de destino da mercadoria ou por setor de atividade econômica. O endereço eletrônico do ProChile é: http://www.prochile.cl/servicios/directorio/index.php. Alternativamente, poderá ser efetuada consulta ao Escritório Comercial do ProChile, em São Paulo. O Escritório é parte da rede externa da Direção Geral de Relações Econômicas Internacionais, que se destina a apoiar o processo de internacionalização de empresas chilenas, e cujo endereço eletrônico, no Brasil é: http://www.prochile.com.br/. Empresas Brasileiras Importadoras22 Ciente da importância de apresentar diretório importador para produtos da demanda brasileira, o Ministério das Relações Exteriores (MRE), em parceria com a Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex), lançou em 2006, no âmbito do Programa de Substituição Competitiva de Importações (PSCI), o Catálogo de Importadores Brasileiros (CIB). O catálogo foi produzido a partir de informações obtidas diretamente das empresas importadoras, em atendimento a consulta específica da Funcex. Trata-se de iniciativa pioneira e que vem ao encontro das tradicionais demandas da comunidade empresarial sul-americana. O CIB, disponível em formato eletrônico, traz dados completos de 5.307 empresas importadoras e permite consulta tanto por código quanto por nome da empresa importadora. É possível, ainda, filtrar a consulta por faixas de valor importado. Tendo em vista a necessidade de facilitar as consultas, foi adotada a nomenclatura do Sistema Harmonizado (SH), em nível de seis dígitos (SH 6). As 8 empresas relacionadas no catálogo representaram mais de 80% do volume importado pelo país anualmente. O CIB está disponível em português, espanhol e também em inglês. Vale notar que as listagens do CIB não são exaustivas. Compreendem somente as empresas brasileiras importadoras que se dispuseram a responder questionário da Funcex sobre o perfil importador das firmas. No que tange ao mercado de vinhos, o CIB apresenta a seguinte relação, em ordem alfabética, de 36 empresas brasileiras importadoras com seus respectivos endereços eletrônicos, cujos dados completos poderão ser obtidos diretamente no Catálogo de Importadores. Empresas Brasileiras Importadoras de Vinho - 2005 Razão Social Alimur Alimentos do Uruguay Ltda. Andréa S/a Import. Exportação e Industria Bacardi Martini do Brasil Ind. Com. Ltda. Blumimpex Com. Internacional Ltda. Bm Comercial Ltda. Brasfrigo S.A. Centrofrucro Braspet Ind. e Com. De Embal. Plásticas Casas Sendas Com. E Ind. S.A. Comercial Meirinhos Impor. E Exp. Ltda. Companhia Brasileira de Distribuição Companhia Zaffari Com. e Indústria Cooperativa Vinícola Aurora Ltda. Emcomex Empresa de Comércio Exterior Epice Imp. Comércio e Representacões Eximbiz Comércio Internacional S.A Ferticitrus Ind. e Com. de Fertilizantes First S.A. Importadora de Frutas La Violetera Ltda. J A S Cardoso & Cia Ltda. La Pastina Importação Exportação Ltda. Maramar Comércio Internacional Ltda. Mistral Importadora Ltda. Mitsui Alimentos Ltda. Mmello & Wlube Imp., Exp., Comercio de Multiquim Ind. Com. Imp. e Exp Ltda. Rju Com. e Benef. de Frutas e Verduras Sato Comércio Internacional Ltda. Seagram do Brasil Ind. e Com. Ltda. Sistex Com. Imp. e Exp. Ltda. Solo Vivo Ind. e Com. de Fertilizantes Sonae Distribuição Brasil S.A. Supermercados Mundial Ltda. Thork Com. Imp. e Exp. Ltda. Top Internacional Ltda. Via Importer Com. Exterior Ltda. Vieira Monteiro Cia Ltda. E-mail [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] Fonte: Catálogo de Importadores Brasileiros – CIB. Fax 55 51 3371-2417 55 11 3326-8877 55 11 4368-4427 55 47 326-9747 55 31 3394-1147 55 34 3218-0403 55 35 3697-2842 55 21 2651-9092 55 11 3814-4593 55 11 3885-1931 55 51 3337-1300 55 54 455-2001 55 11 5643-8584 55 11 6916-8157 55 27 3328-3160 55 17 3344-2300 55 48 2106-4395 55 41 3227-8200 55 11 3228-8427 55 27 3345-1121 55 11 3372-3417 55 13 219-5470 55 11 5666-0813 55 46 223-2465 55 27 3323-1110 55 11 7295-9991 55 27 3222-7743 55 41 2106-0101 55 21 2590-6648 55 11 3065-2977 55 92 3836-5708 55 27 3299-5522 55 21 3623-6810 UF RS SP SP SC MG MG MG RJ SP SP RS RS SP SP ES SP SC PR SP SP ES SP SP RJ SP PR ES SP ES PR RS RJ ES AM ES RJ 9 Ainda com referência ao universo de empresas importadoras do produto em questão, cumpre esclarecer que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil (MDIC) dispõe de relação completa das empresas brasileiras importadoras do Chile. Tal relação, contudo, não permite filtrar as consultas utilizando variáveis que tenham por objetivo identificar empresas importadoras a partir do fornecimento de código dos produtos. O endereço eletrônico da Secretaria de Comércio Exterior do MDIC é: http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/secex/depPlaDesComExterior/indEstisticas/emE xpImp_Importadoras.php. Cooperação Empresarial Empresários chilenos e brasileiros poderão, também, entabular tratativas com vistas ao desenvolvimento conjunto de distintas modalidades de cooperação. Neste sentido, faz-se menção à possibilidade de formação de “joint-ventures”, de transferência de tecnologia ou, até mesmo, exame das possibilidades de subcontratação em áreas distintas, como é o caso, por exemplo, da indústria de embalagens industriais. Feiras e eventos no Brasil23 De acordo com o SEBRAE24, as feiras são eventos ricos em oportunidades de negócios. São ambientes privilegiados para o incremento das relações comerciais, pois reúnem, em um único local, fornecedores de produtos, serviços e tecnologia, compradores, especialistas do setor e até mesmo a imprensa especializada. Tudo isso com a otimização de recursos financeiros e esforços de vendas, uma vez que possibilita o fechamento de negócios concentrados em local privilegiado, evitando muitas vezes viagens a mais de um estado ou cidade. Representam, assim, a possibilidade de demonstrar produtos específicos a um grande número de pessoas, em um curto período de tempo. Os visitantes em geral, assim como o público especializado, comparecem para ver e provar produtos novos e, também, marcas já consolidadas. Desse modo, tanto as feiras multissetoriais quanto aquelas especializadas podem contribuir para alavancar vendas e contatos empresariais. Portanto, tais eventos têm mostrado contínua expansão tanto no Brasil quanto em terceiros países, contribuindo para dinamizar e alavancar vendas de setores específicos. Nesse sentido, relacionam-se, a seguir, feiras no Brasil direcionadas ao segmento vitivinícola, que poderão ser de interesse. VINOTECH - 7º Salão Internacional de Máquinas e Técnicas para Viticultura e Enologia, Equipamentos e Tecnologia para a Indústria de Bebidas Data: 04 a 07 de abril de 2006 - Salão Setorial / Internacional / Bienal Setor: Alimentos e Bebidas Linhas de Produtos e/ou Serviços: máquinas e tecnologia para agricultura e viticultura, máquinas e equipamentos para engarrafamento e enologia, etc. Com cerca de 130 expositores será aberto ao público, das 14h às 21h. Local: Parque de Eventos de Bento Gonçalves – Bento Gonçalves - RS Promoção - Newtrade Eventos e Feiras Comerciais Ltda. Tel: (11) 5572-1221 Fax: (11) 5572-5335 Endereço: Rua Arthur de Almeida, 73 - Vila Mariana Cidade: São Paulo - SP CEP: 04011-080 E-mail: [email protected] - Site: www.newtrade.com.br EXPOVINIS BRASIL - 10º Salão Internacional do Vinho Data: 02 a 04 de maio de 2006 - Salão Sectorielle / Internacional / Anual 10 Setor: Alimentos e Bebidas Linhas de Produtos e/ou Serviços: aguardentes e brandys, espirituosos, espumantes, licorosos, vinho de qualidade produzido em região demarcada, vinhos de mesa, vinhos fortificados, destilados, outros vinhos e bebidas alcoólicas, máquinas e equipamentos para viticultura e enologia, utensílios e acessórios complementares. Com cerca de 170 expositores, das 14h às 22h. Local: ITM Expo – São Paulo - SP Promoção - Exponor Brasil Feiras e Eventos Ltda. Tel: (11) 3151-6444 Fax: (11) 3151-4861 Endereço: Avenida Angélica, 2.466, 15º andar, Conjunto 154 Cidade: São Paulo - SP - CEP: 01228-200 E-mail: [email protected] - Site: www.exponor.com.br GOURMET & CIA - 6ª Feira Sul Brasileira da Gastronomia Data : 25 a 29 de julho de 2006 - Feira Setorial / Regional / Anual Setor: Alimentos e Bebidas Linhas de Produtos e/ou Serviços: alimentos, bebidas, editoras, eletrodomésticos, eletroportáteis, especiarias, fogão e forno industrial e profissional, mobiliário, purificadores, exaustores e ventiladores, refrigeração, uniforme, utensílios e acessórios para cozinha. Com cerca de 110 expositores será aberta ao público, das 17h às 22h nos dias úteis e das 14h às 22h no sábado e domingo. Local: Centro de Exposições de Curitiba – Parque Barigui - Curitiba - PR Promoção : Diretriz Feiras e Eventos Ltda. Tel: (41) 3335-3377 Fax: (41) 3335-3377 Endereço: Rodovia do Café - BR 277 - Km 0 - Santo Inácio Cidade: Curitiba - PA E-mail: [email protected] - Site: www.diretriz.com.br VINO BRASIL - 6ª Salão Brasileiro do Vinho 26 a 29 de setembro de 2006 Salão Setorial / Nacional / Anual Setor: Alimentos e Bebidas Linhas de Produtos e/ou Serviços: vinhos do Brasil e exterior, serviços do vinho e acessórios. Com cerca de 100 expositores será aberto ao público, das 14h às 21h. Local: Parque de Eventos de Bento Gonçalves - Bento Gonçalves - RS Promoção - Newtrade Eventos e Feiras Comerciais Ltda. Tel: (11) 5572-1221 Fax: (11) 5572-5335 Endereço: Rua Arthur de Almeida, 73 - Vila Mariana Cidade: São Paulo - SP - CEP: 04011-080 E-mail: [email protected] - Site: www.newtrade.com.br Endereços Úteis 25 Dentre outros, poderão ser de interesse os seguintes endereços, cujos dados completos poderão ser obtidos na BrazilTradeNet: Embaixada do Brasil em Santiago Página Web : http://www.embajadadebrasil.cl/ E-mail : [email protected] Embaixada do Chile em Brasília Av. das Nações – Quadra 803 – Lote 11 – Brasília – DF Fone: (61) 2103.5151 - Fax: (61) 3322.0714 [email protected] 11 1 Tarifa Externa Comum - TecWin 2006 - Acesso em 1/4/06. A Tarifa Externa Comum (TEC) foi implantada no Brasil pelo Decreto 1343/94. A TecWin é a versão eletrônica da TEC, que contempla o tratamento tarifário e administrativo aplicado às importações brasileiras. É atualizada diariamente via internet e está disponível em www.aduaneiras.com.br. 2 Jornal Folha de São Paulo - www.folha.com.br. Edição de 23/2/05, com base em dados da International Wine & Spirits Record. 3 “State of Vitiviniculture World Report” - Organization Internationale de la Vigne et tu Vin www.oiv.org. – Março de 2006. 4 Robert Parker é, atualmente, o mais respeitado crítico do mundo em matéria de vinhos. Formado inicialmente em direito, abandonou a profissão para dedicar-se exclusivamente às atividades vitivinícolas, galgando posições até tornar-se referência internacional nesta área. Entrevista à Revista Exame – Editora Abril – 31 de março de 2006. Disponível em www.exame.com.br. 5 BRDE – “Vitivinicultura em Santa Catarina - Situação e Perspectivas”. Dezembro, 2005. Pg. 12. 6 O TradeMap é uma ferramenta de análise de mercados, cobrindo 5.300 produtos e 180 países. É desenvolvido pela Seção de Análise de Mercados do International Trade Centre (ITC), da UNCTAD/OMC. Disponível na BrazilTradeNet (www.braziltradenet.gov.br) – Acesso em 13/4/06. O TradeMap também está disponível, em inglês, no sítio do ITC (www.intracen.org). 7 www.embrapa.br – acesso em 30/3/06. 8 De Mello, Loiva M.R. “Atuação do Brasil no Mercado Vitivinícola Mundial – Panorama 2005”, pg. 4. 9 Medida de quanto a quantidade demandada de um produto varia em relação às alterações no nível de renda real dos consumidores; 10 www.desenvolvimento.gov.br – Acesso em 17/4/06. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mantém o sistema AliceWeb. O AliceWeb disponibiliza estatísticas, em meio eletrônico, das importações e exportações brasileiras, por produtos e países de destino. Para tanto, utiliza o Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias, ou simplesmente Sistema Harmonizado (SH). 11 Medida da intensidade da resposta da quantidade demandada a alterações no preço de determinado produto. É calculada como a variação percentual da quantidade demandada dividida pela variação percentual do preço. 12 De Mello, Loiva M.R. Atuação do Brasil no Mercado Vitivinícola Mundial – Panorama 2005, pg. 2. 13 MDIC / Secex – AliceWeb – www.aliceweb.desenvolvimento.gov.br – acesso em 27/4/06. 14 MDIC / Secex – AliceWeb – www.aliceweb.desenvolvimento.gov.br – acesso em 27/4/06. 15 TecWin – 27/4/06. 16 Cofins – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social. Disponível na página da Secretaria da Receita Federal (SRF), em www.receita.fazenda.gov.br. 17 PIS/Pasep – Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público – Disponível em www.receita.fazenda.gov.br. 18 TecWin (www.aduaneiras.gov.br – acesso em 27/4/066); MAPA (www.agricultura.gov.br - acesso em 27/4/06) e ANVISA (www.anvisa.gov.br – acesso em 27/4/06). 19 Ministério da Agricultura e Abastecimento – MAPA (www.agricultura.gov.br – acesso em 3/5/06). 20 ProChile (www.prochile.cl) – acesso em 3/5/06. 21 Idem. 22 “Catálogo de Importadores Brasileiros- CIB”. Disponível na www.braziltradenet.gov.br/PSCI; 23 BrazilTradeNet.gov.br e www.desenvolvimento.gov.br 24 Disponível em www.sebraes.com.br – Acesso em 3/5/06. 25 www.braziltradenet.gov.br Brasília, maio de 2006. ♠ ♠ ♠