implantação das técnicas espectroscópicas para
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implantação das técnicas espectroscópicas para
IMPLANTAÇÃO DAS TÉCNICAS ESPECTROSCÓPICAS PARA APLICAÇÕES FARMACÊUTICAS. OLIVEIRA, Luana da Cruz1; FERREIRA, Ernando Silva2; CRUZ, Juan Alberto Leyva3 1. Bolsista FAPESB, Graduanda em Farmácia, Universidade Estadual de Feira de Santana, e-mail: [email protected] 2. Orientador, Departamento de Física, Universidade Estadual de Feira de Santana, e-mail: [email protected] 3. Co-orientador, Departamento de Física, Universidade Estadual de Feira de Santana, e-mail: [email protected] PALAVRAS-CHAVE:Espectroscopia, Pithecoctenium crucigerum, aplicação farmacêutica. INTRODUÇÃO Na área da Física Médica experimental as técnicas espectrofotométricas desempenham um rol imprescindível para a procura de novos materiais. Em especial, a técnica de espectroscopia no visível e ultravioleta são os métodos analíticos de maior uso. São aplicadas para determinações de compostos orgânicos e inorgânicos, como por exemplo, na identificação do princípio ativo de fármacos. Por outro lado, a espectroscopia de absorção a nível molecular é vital para a identificação dos grupos funcionais das moléculas em estudo. De acordo com Silverstein e Bassler (1994) a região ultravioleta do espectro é geralmente considerada na faixa de 200 a 400nm, e a região do visível entre 400 a 800nm. As energias correspondentes a essas regiões estão ao redor de 150 a 72 k.cal.mol -1 na região ultravioleta, e 72 a 36 k.cal.mol-1 para a região visível. Energias dessa ordem de magnitude correspondem, muitas vezes, a diferença entre estados eletrônicos de muitas moléculas. A absorção da região visível e ultravioleta depende, em primeiro lugar, do número e do arranjo dos elétrons nas moléculas ou íons absorventes. Como consequência, o pico de absorção pode ser correlacionado com o tipo de ligação que existe na espécie que está sendo estudada (SKOOG; WEST; HOLLER, 2005). Produtos naturais são os meios mais antigos utilizados no tratamento de doenças, devido a facilidade de acesso e ao conhecimento da população sobre a eficácia terapêutica destas plantas. Esse conhecimento contribui para a disseminação da importância das plantas medicinais, promovendo o aumento de estudos nessa área. Algumas famílias botânicas corroboram significativamente a disponibilidade de metabólitos com propriedades medicinais, tais como a família Bignoniaceae, onde encontramos o a Pithecoctenium crucigerum, conhecido popularmente como Pente de Macaco. Esta planta têm atraído interesse por causa de relatórios sobre a eficácia de infusões na cura de picadas de cobra, abrindo espaço para a pesquisa sobre uma possível ação sobre o sistema imunológico. No entanto, não foi encontrado qualquer trabalho nas propriedades espectroscópicas desta espécie. Este trabalho, tem como objetivo colocar em funcionamento técnicas espectrofotométricas de absorção no ultravioleta e no visível e de fluorescência de baixo custo no Laboratório de Física de Materiais para futuras aplicações farmacêuticas. METODOLOGIA Inicialmente um levantamento bibliográfico sobre as técnicas espectroscópicas e dos métodos de preparação/extração da amostra estudada foram realizadas; Estes estudos contribuíram para a aquisição dos conhecimentos na área da pesquisa: instrumentação na área de física médica e técnicas analíticas de identificações de compostos principalmente de princípio ativo de substâncias com interesse farmacêutico. A espécie Pithecoctenium crucigerum (Fig.1) foi o vegetal utilizado para implementar as técncias espectroscopicas para aplicações farmacêuticas. Figura 1: Fotos das folhas (a), caule (b), fruto (c) e sementes (d) da planta Pithecoctenium crucigerum. Região de Bomfim de Feira, Feira de Santana-BA Após a coleta da amostras na região de Bomfim de Feira, Município de Feira de Santana-BA, executou-se a extração do princípio ativo usando dois métodos: infusão e decocção. Segundo Simões et al (2000) o primeiro ocorre pela permanência, do material em água fervente, esta técnica é aplicável a partes vegetais moles, por isso utilizou-se as folhas; Já a Decocção consiste em manter o material vegetal em contato com um solvente, neste ensaio utilizamos o Álcool Etílico. Posteriormente, um sistema experimental foi montado para a obtenção dos espectros de absorção e de fluorescência da amostra utilizada (Fig.2). Em detalhe é mostrado o espectrômetro, a fibra ótica e uma fonte UV laser diodo de 400nm tipo apontador. Observa-se também o software Spectra Suite funcionando no computador conectado ao espectrômetro USB 4000 da Ocean Optics. Para realizar os experimentos foram utilizadas Cubas de quartzo da ThorLab com caminho óptico de 10mm. Figura 1: Sistema experimental de Espectroscopia por Absorção e Fluorescência. Laboratório de Física de Materiais - Departamento de Física - UEFS RESULTADOS E DISCUSSÃO Através deste sistema, obteve-se os espectros de absorção e de fluorescência da amostra de Pithecoctenium crucigerum. Usando uma lâmpada de luz branca (60W) foi possível observar o espectro de absorção da amostra (Fig.3). Pode-se notar também o espectro de excitação da fonte UV (Laser diodo de 400nm) e do espectro de Fluorescência da mesma, há também uma comparação entre os espectros de excitação e emissão de fluorescência com filtro UV do estrato não processado da solução com a amostra utilizada. Observando uma banda larga emitida pela solução com dois picos de intensidade em 523nm e um ombro em torno de 650nm. Estes resultados sugerem que pode existir a presença de pelo menos dois fluoróforos (Fig.4). 12000 1.5 Fluorescence Intensity (a.u.) Absorbance (a.u.) Absorption spectrum 1.0 0.5 10000 Ex = 409 nm Em = 523 nm Lamp emission spectrum Fluorescence spectrum of the sample 8000 6000 4000 2000 0 0.0 450 500 550 600 650 Wavelength (nm) Figura 3: Espectro de absorção da amostra em luz branca de 60W. 700 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 Wavelength (nm) Figura 4: Espectro de excitação e de Fluorescência da amostra com filtro UV. Derivados de Cumarinas apresentam picos de intensidades de fluorescência em torno de 504nm (MARTIN et al 2007). É importante mencionar que estas, e seus derivados são extraídos de metabolitos secundários de várias espécies de plantas. Nesse sentido podemos apreciar que a banda de Fluorescência das Cumarinas, apresentam picos de intensidades próximos aos apresentados aos picos da banda de fluorescência da amostra estudada. Sugerindo portanto, a presença de Cumarinas no extrato da solução de Pente de Macaco. Visando à verificação destas suposições foi realizada uma deconvolução em Gaussianas do espectro de Fluorescência (Fig.5). Fluorescence Intensity (a.u.) 12000 Sample Fluorescence Gauss fit of the sample Gauss fit peak for sample fit peaks 10000 8000 504,8 nm 545,2 nm 6000 615,9 nm 4000 2000 0 200 300 400 500 600 700 800 900 Wavelength (nm) Figura 5: Espectros de Fluorescência do estrato e suas respectivas Gaussianas deconvoluída para picos em 504nm, 545nm e 615nm, respectivamente. É importante mencionar que ainda é necessário realizar purificação e separação dos componentes da amostra através de técnicas como por exemplo a cromatografia, e estas podem sustentar as suposições levantadas. CONSIDERAÇÕES FINAIS As técnicas espectroscopia de absorção no UV-Visível e espectroscopia de fluorescência foram implantadas no Laboratório de Física de Materiais do DFIS por meio de um aparato experimental de baixo custo (Fig.2). Testes preliminares de verificação da funcionalidade do aparato experimental para a caracterização de sistemas farmacêuticos foram realizados através da Pithecoctenium crucigerum, através dos espectros de absorção e emissão de fluorescência desta pode-se notar o seu uso para aplicações de estudos de amostras de interesse farmacêutico. Este trabalho marca o início do funcionamento da uma linha de pesquisa voltada para caracterização óptica de sistemas de interesse biológico e farmacêutico no Laboratório de Física de Materiais do Departamento de Física da UEFS. REFERÊNCIAS MARTIN, F.; HAY, A.E.; CORNO, L.; GUPTA, M.P.; HOSTETTMANN, K. Glicosídeos iridóides das hastes de Pithecoctenium crucigerum (Bignoniaceae). Fitoquímica, 2007. SILVERSTEIN, Robert M.; BASSLER, G. Clayton. Identificação espectrométrica de compostos orgânicos. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1994. SIMÕES Cláudia Maria; et al. Farmacognosia: da planta ao medicamento. 2.ed. Porto Alegre: UFRGS Editora, 2000. SKOOG, Douglas A; WEST, Donald M; HOLLER, F. James. Fundamentals of analytical chemistry. 7.ed. Fort Worth: Sauders College, 2005.