Adesão de pacientes com câncer oral a um protocolo de preparo
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Adesão de pacientes com câncer oral a um protocolo de preparo
0 UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS FACULDADE DE ODONTOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA MARILIA OLIVEIRA MORAIS ADESÃO DE PACIENTES COM CÂNCER ORAL A UM PROTOCOLO DE PREPARO ODONTOLÓGICO: IMPACTO NA INTERRUPÇÃO DA RADIOTERAPIA E NA SOBREVIDA Goiânia 2013 [Digite texto] 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS FACULDADE DE ODONTOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA MARILIA OLIVEIRA MORAIS ADESÃO DE PACIENTES COM CÂNCER ORAL A UM PROTOCOLO DE PREPARO ODONTOLÓGICO: IMPACTO NA INTERRUPÇÃO DA RADIOTERAPIA E NA SOBREVIDA Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Odontologia, da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Goiás como requisito para a obtenção do título de Mestre em Odontologia, área de concentração Clínica Odontológica. Linha de Pesquisa: Estudo das manifestações clínicas e tratamento das lesões do sistema estomatognático. Orientador: Prof. Dr. Elismauro Francisco de Mendonça Goiânia 2013 [Digite texto] 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS FACULDADE DE ODONTOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA BANCA EXAMINADORA DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Aluna: Marilia Oliveira Morais Orientador: Prof. Dr. Elismauro Francisco de Mendonça Membros: 1. Prof. Dr. Elismauro Francisco de Mendonça 2. Profa. Dra Dálete Delalibera Corrêa de Faria Mota 3. Profa. Dra. Maria Alves Garcia Santos Silva SUPLENTE: 1. Profa. Dra. Nádia do Lago Costa 2. Prof. Dr. Cláudio Rodrigues Leles [Digite texto] 3 Dedico este trabalho aos meus pais, Adauto e Wilma, às minhas irmãs Elizângela e Rosangela, pela presença, força e incentivo incondicional. [Digite texto] 4 AGRADECIMENTOS À Deus, pela saúde e força que sempre esteve presente nessa caminha nos momentos alegres e difíceis. À Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Goiás e a equipe de Pós-graduação, pela formação profissional. Ao CNPq por ter oferecido apoio na realização do mestrado. Ao meu orientador, Prof. Dr. Elismauro Francisco de Mendonça que me acompanhou desde a graduação e por ter mostrado inúmeras formas de aprender na pesquisa, na vida acadêmica e no cuidado do paciente. Pela confiança, paciência, incentivo profissional, respeito e apoio em todos os momentos desse processo de aprendizado. Ao senhor, o meu respeito e admiração pelo seu trabalho profissional. Ao Profº Dr. Claúdio :Rodrigues Leles e a Drª Juliana de Castro Pinezi, pela paciência, disposição e por terem colaborado de forma efetiva na construção e elaboração desse trabalho. Ao Hospital Araújo Jorge, em especial a equipe do Setor Arquivo Médico, Registro Hospitalar de Câncer, Registro de Câncer de Base Populacional, Serviço de Laboratório de Anátomo-patologia, Serviço de Radioterapia, Setor de Cabeça e Pescoço e Setor de Odontologia, pela paciência e disposição e que foram fundamentais na busca dos casos e realização deste trabalho. À aluna de graduação em Odontologia, pela disposição, paciência, dedicação a este trabalho. À Profª Drª Aline Carvalho Batista, por ter dado apoio e incentivo como pesquisadora e docente durante toda a minha formação profissional. Aos professores Maria Alves, Rejane, Carla e Luciano que foram importantes no processo de diagnóstico e no cuidado do paciente. [Digite texto] 5 Às colegas Angélica, Cintia, Nancy e Nádia pelo incentivo e paciência e por me despertar ainda mais o meu amor pela pesquisa e docência. Aos meus amigos Andréia, Marcela, Mariana Silveira, Mayara, Monique e Thiago pela amizade e apoio incansável em momentos alegres e difíceis aos quais pude compartilhar. Aos colegas de mestrado, Alexandre, Ana Paula Mundim, Carlos Henrique, Felipe, Gabriela, Geovanna, Helen, Heloísa, Hianne, Ítalo, Jean, Mariana Nakatani, Tiago e Túlio pelo companheirismo e presença na construção de um novo saber. Às funcionárias do Centro Goiano de Doenças da Boca (CGDB), Claúdia, Suzi e Celma, pela dedicação, carinho, amizade e presença em toda a caminhada trazendo muitas alegrias e aprendizado. Agradeço ainda, a todos aqueles que estiveram ao meu lado durante toda a caminhada, principalmente em momentos difíceis que influenciaram a vida acadêmica, pela força, carinho, apoio, incentivos e pelos exemplos de vida. Aos meus pais e minhas irmãs, pelo apoio, paciência, amor e carinho. [Digite texto] 6 RESUMO 1 2 3 Modalidades de tratamentos para o câncer de cavidade oral resultam em efeitos 4 adversos locais que podem gerar interrupções da radioterapia e consequentemente 5 influenciar na sobrevida do paciente. Para a redução e controle dos efeitos 6 adversos, protocolos de preparo do paciente oncológico são estabelecidos por 7 equipes 8 quimioterápico. 9 Objetivo: Verificar a adesão dos pacientes portadores de câncer de cavidade oral 10 ao protocolo preventivo odontológico e seu impacto na interrupção da radioterapia e 11 sobrevida do paciente. 12 Pacientes e método: Neste estudo foram selecionados 133 casos de câncer de 13 cavidade oral submetidos à radioterapia. Os pacientes foram classificados de acordo 14 com o tempo de adesão odontológica: sem adesão (grupo I), adesão inferior ou igual 15 a 6 meses (grupo II) e adesão superior a 6 meses (grupo III). Foram investigadas as 16 características clínico-patológicas, ocorrência de interrupção da radioterapia, 17 sobrevida livre de doença e sobrevida global. 18 Resultados: A ocorrência de interrupção por sintomas foi estatisticamente 19 significante no grupo III quando comparado ao grupo I (p=0,01). A frequência e a 20 duração de interrupção por sintomas não foram estatisticamente significante entre os 21 grupos. A conclusão da radioterapia foi estatisticamente significante no grupo com 22 adesão superior a 6 meses (p=0,02). A sobrevida dos pacientes foi maior no grupo 23 III (p=0,01) quando comparado aos demais grupos. 24 Conclusão: A adesão ao protocolo não teve impacto sobre interrupção da 25 radioterapia devido ocorrência da interrupção por sintomas, no entanto, pacientes 26 que tiveram adesão ao protocolo preventivo odontológico apresentaram um melhor 27 índice de sobrevida livre de doença e de sobrevida global. odontológicas antes, durante e pós-tratamento radioterápico e 28 29 Palavras-chaves: carcinoma espinocelular, odontologia preventiva, radioterapia, 30 suspensão do tratamento e taxa de sobrevida. 31 [Digite texto] 7 1 2 ABSTRACT 3 Therapeutic modalities for the treatment of oral cancer result in local adverse effects 4 that can cause interruptions of the radiotherapy and consequently to influence in the 5 patient survival. For the reduction and control of the adverse effects, Dental Care 6 Protocol is applied to patients with oral cancer by dental surgeon team before, during 7 and after radiotherapy and chemotherapy. 8 Objective: The aim of this study was to investigate the adhesion of patients with oral 9 cancer to a Dental Care Protocol and its Impact in the interruption and survival. 10 Patients and methods: In this study 133 cases of oral cancer undergoing 11 radiotherapy were selected. The patients were classified according to the period of 12 dental adhesion: no adhesion (group I), adhesion less than or equal to 6 months 13 (group II) and adhesion higher than 6 months (group III). Clinic and pathological 14 aspects, occurrence of interruption of radiotherapy, disease-free survival and overall 15 survival were investigated. 16 Results: The incidence of radiotherapy interruption due to symptoms was statistically 17 significant in group III compared to group I (p = 0.01). The frequency and duration of 18 interruption due to symptoms were not statistically significant between groups. The 19 conclusion of radiotherapy rate was statistically significant in the group that exceeded 20 6 months of dental adhesion (p = 0.02). Patient’s survival was higher in group III (p = 21 0.01) when compared to the other groups. 22 Conclusion: The adhesion to a dental care protocol did not have any impact on the 23 radiotherapy interruption due to the occurrence of symptoms, however, patients who 24 had higher adhesion to the Dental Care Protocol showed a higher rate of disease- 25 free survival and overall survival. 26 27 Keywords: squamous cell carcinoma, preventive dentistry, radiotherapy, withholding 28 treatment and survival rate. 29 [Digite texto] 8 SÍMBOLOS, SIGLAS E ABREVIATURAS 1 2 BED Dose Biológica Efetiva CEC Carcinoma Espinocelular cTNM Estadiamento clínico DNA Ácido desoxirribonucleico DP Desvio padrão ECOG-PS performance status Eastern Cooperative Oncology Group Gy Gray HAJ/ACCG Hospital Araújo Jorge - Associação de Combate ao Câncer de Goiás INCA Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva iPLA2 Fosfolipase A2 intracelular independente de Cálcio OMS Organização Mundial de Saúde PGE2 Prostaglandina E2 PPO Protocolo Preventivo Odontológico pTNM Estadiamento patológico QT Quimioterapia RT Radioterapia TNM Tamanho do tumor/Metástase regional/Metástase à distância UICC União Internacional Contra Câncer 3 [Digite texto] 9 SUMÁRIO 1 2 3 1 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA .................................................................. 10 4 2 JUSTIFICATIVA ......................................................................................................... 19 5 3 OBJETIVOS ................................................................................................................ 20 6 3.1 OBJETIVO GERAL ..................................................................................................... 20 7 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..................................................................................... 20 8 4 PACIENTES E MÉTODO .......................................................................................... 21 9 4.1 TIPO DE ESTUDO ..................................................................................................... 21 10 4.2 OBTENÇÃO, SELEÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA. ..................... 21 11 4.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS .................................................................. 24 12 5 ARTIGO ........................................................................................................................ 25 13 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 57 14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 59 15 APÊNDICE ............................................................................................................................. 69 16 ANEXOS ................................................................................................................................. 71 17 18 [Digite texto] 10 1 1 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA 2 3 O câncer de cavidade oral apresenta alta taxa de mortalidade e morbidade 4 (RAZAK et al., 2009; WARNAKULASURIYA, 2009), e atualmente representa o 5 décimo-primeiro tipo de neoplasia mais comum no mundo, tendo sua maior 6 incidência em países como Índia, Austrália, Brasil, França e África do Sul 7 (WARNAKULASURIYA, 2009; PODLODOWSKA et al., 2012). De acordo com os 8 dados do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), no 9 Brasil, o câncer de cavidade oral é o quinto e o décimo primeiro tipo de neoplasia 10 mais comum em homens e mulheres, respectivamente. Em Goiás, foram estimados 11 370 novos casos em 2012 (INCA, 2011). 12 A etiologia é complexa e está associada ao tabagismo, etilismo, infecção 13 pelo papiloma vírus humano, deficiência de vitamina A, riboflavina e ferro, má 14 higiene bucal, terapia imunossupressora e até fatores genéticos tem sido 15 demonstrados no processo de carcinogênese (BALAGOPAL et al., 2012; BREW et 16 al., 2012; PODLODOWSKA et al., 2012). 17 No processo de diagnóstico do câncer de cavidade oral é fundamental 18 caracterizar clinicamente a lesão determinando o seu estadiamento clínico na 19 primeira consulta do paciente (KATO et al., 2008). Esse sistema tem sido 20 amplamente utilizado para o estabelecimento do prognóstico e condutas 21 terapêuticas para o tratamento do câncer (OLIVEIRA et al., 2008; MOTTA RDA et 22 al., 2009; KREPPEL et al., 2010). O estadiamento, também, conhecido por Sistema 23 TNM da União Internacional Contra Câncer (UICC) é definido pela extensão 24 anatômica do tumor e é estabelecido por três características distintas: T que 25 representa o tamanho do tumor; N, envolvimento de linfonodo regional e M, 26 metástase à distância (SOBIN e WITTEKIND, 2002). Essa classificação é baseada a 27 partir da observação clínica e de exames por imagens (estadiamento clínico, cTNM) 28 assim como pelos achados histopatológicos após a ressecção cirúrgica do tumor 29 (estadiamento patológico, pTNM), sendo esse último, mais preciso quando 30 comparado ao cTNM (GREENE e SOBIN, 2008; KREPPEL et al., 2010). 31 O tipo histológico mais frequente é carcinoma espinocelular (CEC) que 32 representa cerca de 90% a 95% das neoplasias malignas de cavidade oral (MOTTA 33 RDA et al., 2009; PONTES et al., 2011; PODLODOWSKA et al., 2012). De acordo [Digite texto] 11 1 com a Organização Mundial de Saúde (OMS), baseada na análise do grau de 2 queratinização, pleomorfismo nuclear e atividade mitótica, essa neoplasia é 3 classificada em gradações histológicas que foram inicialmente descritas por Brothers 4 (PINDBORG et al., 1997; WOOLGAR, 2006). Usualmente, o CEC pode ser 5 considerado grau I ou bem diferenciado quando se observa a queratinização 6 proeminente, poucas figuras mitóticas e mitoses atípicas ou células epidermóides 7 multinucleadas e, raramente pleomorfismo celular e nuclear. O grau II ou 8 moderadamente diferenciado é intermediário ao grau I e grau III. Há menos 9 queratinização, quando comparado ao CEC bem diferenciado, presença de mais 10 pleomorfismo celular e nuclear, figuras mitóticas e mitoses atípicas além da perda de 11 adesão intracelular. Já em grau III ou pobremente diferenciado, a queratinização é 12 extremamente rara com intensa perda de adesão intracelular além de frequentes 13 mitoses atípicas, pleomorfismo celular e nuclear e, ainda, presença de células 14 epidermóides multinucleadas (PINDBORG et al., 1997). 15 Além do sistema de classificação histológico preconizado pela OMS, outros 16 parâmetros microscópicos se fazem necessário com a finalidade tornar a 17 classificação 18 diagnosticado com CEC e obter um adequado planejamento terapêutico (LIAO et al., 19 2007; 2008; CAMISASCA et al., 2009; MOTTA RDA et al., 2009). Dentre eles, 20 destaca-se padrão de invasão tumoral, tumores satélites, invasão linfovascular e 21 perineural, infiltração muscular, extravasamento extracapsular, e por fim, reação 22 desmoplásica e inflamação peritumoral (FAN et al., 2011). Todos esses parâmetros 23 histológicos têm sido associados a menores taxas de sobrevida, com maior índice 24 de recorrência e metástase regional e um pior prognóstico em CEC de cavidade oral 25 (LEHN e RAPOPORT, 1994; FUKANO et al., 1997; PURI et al., 2003; PIMENTA 26 AMARAL et al., 2004; SPARANO et al., 2004; BRANDWEIN-GENSLER et al., 2005; 27 YANG, KO, et al., 2008; YANG, WANG, et al., 2008; HUANG et al., 2010; DE 28 MATOS et al., 2012) mais acurada para determinar o prognóstico de pacientes 29 Além disso, pacientes com metástase clínica ou histopatológica possuem um 30 pobre prognóstico, sendo a metástase, um fator determinante na sobrevida e 31 recorrência em câncer de cabeça e pescoço (PURI et al., 2003). Quando 32 envolvimento linfonodal regional se faz presente, há uma redução de sobrevida de 33 50% em 5 anos (PURI et al., 2003). O contrário também é observado em pacientes [Digite texto] 12 1 com linfonodos cervicais clinicamente ou histologicamente negativos no diagnóstico, 2 apresentando maior chance de sobrevivência (ZWETYENGA et al., 2003). Quando 3 comparado o envolvimento de linfonodo, a sobrevida é significativamente maior em 4 pacientes com linfonodo negativo CEC de cavidade oral (LAYLAND et al., 2005) 5 Baseado nesses aspectos acima descritos, o estadiamento clínico e 6 patológico da lesão associada aos parâmetros histopatológicos, sítio anatômico 7 envolvido, idade, gênero, opção do paciente pelo tratamento e recursos 8 institucionais 9 consequentemente determinará a cura e/ou aumentos de sobrevida do paciente 10 (PRIETO et al., 2005; PATRA et al., 2009; RAZAK et al., 2009; HOFFMANNOVA et 11 al., 2010). oferecidos a decisão terapêutica será estabelecida e 12 A terapia oncológica tem por finalidade a remoção do processo neoplásico 13 com o objetivo de cura e/ou controle da doença no indivíduo, entretanto, na 14 dependência da extensão da doença e, também, das modalidades terapêuticas 15 empregadas, tais como cirurgia, radioterapia (RT) e/ou quimioterapia (QT), podem- 16 se manifestar efeitos adversos locais e sistêmicos (CHAMBERS et al., 2004; PATRA 17 et al., 2009; RAZAK et al., 2009). 18 Dentre esses tratamentos, destaca-se a possibilidade de ressecções 19 cirúrgicas amplas com potencial para desfiguração facial do paciente gerando 20 instabilidade emocional e social durante todo o processo de diagnóstico e cura do 21 paciente (SPECHT, 2002; DE CASTRO e GUINDALINI, 2010). Não há dúvida que o 22 melhor tratamento a ser instituído para o paciente com câncer em cavidade oral é o 23 cirúrgico e que na dependência dos fatores acima citados pode ser associado às 24 terapias adjuvantes como RT e QT (DIRIX et al., 2006; GLENNY et al., 2010). 25 A RT constitui uma técnica de alta precisão que usa raio-x de alta tensão 26 através de um acelerador linear de fótons ou elétrons que promove a quebra do 27 ácido desoxirribonucleico celular (DNA), liberação de radicais livres e morte do tumor 28 na região irradiada (LESTER e YANG, 2012). Entretanto, diferentes regiões 29 adjacentes ao tumor de cavidade oral também são afetadas pela irradiação de 30 acordo com o modelo linear de Dose Biológica Efetiva (BED). Alguns tecidos como 31 tumor e mucosa, respondem rapidamente. Outros tecidos, tais como tecido 32 conjuntivo, 33 (MACIEJEWSKI et al., 1990; COOPER et al., 1995). Tecidos de mucosa possuem [Digite texto] respondem lentamente a RT, tendo efeitos menos severos 13 1 alta renovação celular, mas são susceptíveis a ulcerações com doses superiores a 2 50 Gy em radioterapia convencional (COOPER et al., 1995; VERA-LLONCH et al., 3 2006). 4 Em glândulas salivares os efeitos da irradiação podem ser observados 5 histologicamente em média 10 a 12 semanas após doses de 50 a 70 Gy. Esse dano 6 ocorre principalmente em células serosas, presentes em glândulas parótidas e 7 submandibulares, onde resultará em morte celular seguida de atrofia glandular 8 (STEPHENS et al., 1986). Os vasos sanguíneos também têm a sua permeabilidade 9 alterada pela irradiação. Doses únicas e superiores a 20 Gy promovem o aumento 10 de permeabilidade vascular que subsequentemente leva a maior deposição de 11 fibrina e substituição posterior por colágeno (COOPER et al., 1995). Esses eventos 12 levam a formação tardia de fibrose tanto em vasos quanto nos espaços intersticial 13 perivascular. Além disso, o extravasamento de proteínas do plasma e deposição de 14 fibrina leva a uma resposta inflamatória local que ocasiona no aumento de síntese 15 de colágeno e proliferação de fibroblastos que clinicamente resulta em fibrose local 16 (COOPER et al., 1995). 17 O tipo e a severidade destas alterações relacionam-se diretamente com a 18 dose da radiação, tamanho da fração e a duração do tratamento (OLMI et al., 2003; 19 CHAMBERS et al., 2004; BOURHIS et al., 2006; FALLAI et al., 2006; KELLY et al., 20 2007). Os efeitos adversos ou complicações provenientes da ação da RT sobre o 21 tumor e tecidos adjacentes, portanto, variam desde um leve desconforto, quando 22 apenas pequenas partes da boca são irradiadas até lesões mais agressivas com 23 sinais e sintomatologias mais severos, quando áreas de maior extensão estão 24 incluídas no campo a ser irradiado (SPECHT, 2002). 25 Quanto aos efeitos adversos mais comuns resultantes da terapia oncológica 26 podem ser destacados: mucosite, candidose, xerostomia, dor, disfagia, dermatite, 27 rouquidão, osteorradionecrose, fibrose, trismo, perda do paladar, disfunção da 28 tireóide, estenose esofágica, destruição dentária ou “cárie de radiação”, desnutrição, 29 perda de peso, dentre outros (COOPER et al., 1995; TROTTI, 2000; SPECHT, 2002; 30 CHAMBERS et al., 2004; DIRIX et al., 2006; DE CASTRO e GUINDALINI, 2010). 31 Alguns desses efeitos são considerados agudos, transitórios e tardios. Dentre os 32 efeitos agudos, podem ser observados os danos ou ulcerações em mucosa de [Digite texto] 14 1 revestimento da cavidade oral, como a mucosite, além da xerostomia e perda de 2 paladar, que pode ser transitória. (COOPER et al., 1995; SONIS, 2011). 3 A xerostomia pode ser irreversível e de difícil controle principalmente quando 4 as glândulas salivares maiores estão incluídas na área a ser irradiada, 5 consequentemente interferindo na qualidade de vida do paciente (SPECHT, 2002; 6 DIRIX et al., 2006). Outras toxicidades podem ser observadas tardiamente, após a 7 RT como, por exemplo, o trismo e osteorradionecrose (COOPER et al., 1995). 8 Neste contexto, é importante considerar que dentre os efeitos agudos, na 9 dependência da sua severidade, a mucosite pode comprometer a saúde geral do 10 indivíduo pela dificuldade de alimentação causando um maior comprometimento 11 sistêmico e, consequentemente pode ocasionar a interrupção da terapia adjuvante 12 (NAIDU et al., 2004; VERA-LLONCH et al., 2006; BESE et al., 2007; RUSSO et al., 13 2008; SONIS, 2011; TOLENTINO EDE et al., 2011). A mucosite oral ou 14 orofarigenana tem sido associada com maior possibilidade de interrupção de RT no 15 tratamento do câncer na região de cabeça e pescoço (VERA-LLONCH et al., 2006; 16 RUSSO et al., 2008). 17 Outros fatores têm sido relatados na interrupção da RT. Esses fatores 18 podem ser categorizados em interrupções programada as quais constituem RT em 19 curso descontínuo para maior controle do tumor com reações teciduais em níveis 20 aceitáveis, e interrupções não programadas na qual se destaca quadro de mucosite 21 severa, defeito e manutenção do aparelho radioterápico, feriados e outras 22 complicações clínicas, como por exemplo, hemorragias (AMDUR et al., 1989; 23 DUNCAN et al., 1996; KWONG et al., 1997; TARNAWSKI et al., 2002; BESE et al., 24 2007). Todavia, independente do motivo que levou a interrupção e do tempo da 25 mesma, constituem um problema na prática clínica de pacientes com câncer de 26 cabeça e pescoço. (MACIA et al., 2009). 27 Já é do conhecimento que a interrupção da RT, mesmo por poucos dias, é 28 suficiente para que as células tumorais presentes ou remanescentes em tumores 29 ressecados possam entrar em processo de diferenciação e proliferação celular 30 propiciando o crescimento tumoral e, por sua vez, aumentando as chances de 31 recidivas regionais. E dessa maneira reduzindo a chance de cura e sobrevida de 32 pacientes com CEC de cabeça e pescoço (HOLSTI e TASKINEN, 1964; LEIPZIG et 33 al., 1978; AMDUR et al., 1989; COX et al., 1992; ZELEFSKY et al., 1992; [Digite texto] 15 1 HERRMANN et al., 1994; SKLADOWSKI et al., 1994; DUNCAN et al., 1996; 2 NISHIMURA et al., 1996; KWONG et al., 1997; BHATTATHIRI, 2002; SUWINSKI et 3 al., 2003; LOHYNSKA et al., 2005; RUSSO et al., 2008; XU et al., 2010). 4 Há estudos que afirmam que para um dia de interrupção, há perda de 5 controle local de 1,4% a 3,3%, com aumento de recorrência local e redução de 6 sobrevida (BARTON et al., 1992; RUDOLTZ et al., 1993; HERRMANN et al., 1994; 7 DUNCAN et al., 1996; KWONG et al., 1997; ROBERTSON, C. et al., 1998; BESE et 8 al., 2007). Essa interrupção, por sua vez, resulta em prolongamento global da RT 9 com consequente perda de controle locorregional (MACIEJEWSKI et al., 1983; 10 AMDUR et al., 1989; MACIEJEWSKI et al., 1989; BARTON et al., 1992; WITHERS et 11 al., 1995; FEIN et al., 1996; VAN DER VOET et al., 1998; ROSENTHAL et al., 2002; 12 RADES et al., 2008). 13 A perda de controle locorregional em consequência da interrupção da RT 14 tem sido relatada em CEC bem e moderadamente diferenciados do ponto de vista 15 do grau histológico de malignidade e em tumores T2. Tumores bem e 16 moderadamente diferenciados tiveram taxas aumentadas de perda de controle do 17 tumor quando comparado ao grau III (HANSEN et al., 1997). Em pacientes com 18 tumores glóticos T2 houve maior perda de controle locorregional que T1 (VAN DEN 19 BOGAERT et al., 1995; LE et al., 1997; GROOME et al., 2006) 20 Além da perda de controle locorregional em pacientes com câncer de 21 cabeça e pescoço, com a ocorrência de interrupção de RT foi observada uma 22 redução de 50% nas taxas de sobrevida e a sobrevida reduz ainda mais quando a 23 quebra ocorre durante as últimas semanas de RT (HERRMANN et al., 1994). 24 Pacientes com tumores em laringe tem risco de morte aumentado em 68% quando 25 comparado aos pacientes sem interrupção radioterápica e uma tendência estatística 26 para o risco de morte de 41% para pacientes com neoplasia de glândulas salivares 27 (FESINMEYER et al., 2010). 28 Este fato é explicado pelo repovoamento de clones do tumor a partir da 29 apoptose em células tumorais induzidas pela RT e, também pela sobrevida de 30 células com ciclo celular acelerado enquanto não há a aplicação da RT ou QT 31 (HERRMANN et al., 1994; VAN DEN BOGAERT et al., 1995; SUWINSKI et al., 2003; 32 LOHYNSKA et al., 2005; MURPHY et al., 2007; LAUBER et al., 2011). [Digite texto] 16 1 Este processo, entretanto, a nível molecular ainda é pouco compreendido. 2 Huang e colaboradores (2011), em um estudo in vitro, demonstrou que a Caspase 3 3 faz a mediação direta das células tumorais sobreviventes com as células em 4 apoptose no estroma tumoral irradiado. Os autores explicam que as células mortas, 5 resultante da ação da RT e QT, liberam sinais como a Fosfolipase A2 intracelular 6 independente de Cálcio (iPLA2) e Prostaglandina E2 (PGE2) ativadas pela Caspase 7 3. Esses sinais estimulam as células sobreviventes a proliferarem no microambiente 8 tumoral. Adicionalmente, esses autores também verificaram a presença das células 9 guardiãs do sistema imunológico, os macrófagos, que foram presumivelmente 10 recrutados pelos sinais da Caspase 3, também facilitam o repovoamento e 11 consequentemente, a recorrência do tumor (HUANG et al., 2011). 12 Tarnawski e colaboradores (2002) demonstraram que durante a radioterapia 13 a taxa de repovoamento é maior durante os dias de interrupções não planejadas 14 quando comparado aos dias de irradiação ininterruptos. E esses valores tendem a 15 elevar quando se observa a dose perdida nos finais de semana e durante a 16 interrupção não planejada após 2 semanas de tratamento. Overgaard et al (1988) 17 em seus estudos demonstraram em carcinoma de laringe, um aumento de cerca de 18 100 vezes o número de células tumorais durante a quebra da RT. Somado a isso, 19 deve-se considerar que tumores de cabeça e pescoço apresentam alto potencial de 20 duplicação que varia de 2 a 30 dias reduzindo ainda mais a chance de controle do 21 tumor em decorrência da interrupção da RT (FOWLER e LINDSTROM, 1992; 22 LOCHRIN et al., 1992; MARGARINO et al., 1992; BOURHIS et al., 1993; 23 ROBERTSON, A. G. et al., 1998; TARNAWSKI et al., 2002). 24 Além da possibilidade do repovoamento celular durante a suspensão da RT, 25 há estudos demonstrando também a associação do nível de hemoglobina com 26 tratamento prolongado de pacientes que fazem radio/quimioterapia concomitante 27 (DENIS et al., 2004; RADES et al., 2008; MCCLOSKEY et al., 2009). Mccloskey e 28 colaboladores (2009) revelam que quanto maior a interrupção, menor a taxa de 29 hemoglobina. Isso pode ser explicado pela hipóxia levar à formação de mecanismos 30 subsequentes como a redução de oxigênio reativo, estimulação da angiogênese, 31 aumento de resistência a apoptose e desestabilização do genoma, promovendo 32 dessa forma a perda de controle do tumor (FEIN et al., 1995; CHO et al., 2004; 33 VARLOTTO e STEVENSON, 2005; MCCLOSKEY et al., 2009) e redução da [Digite texto] 17 1 sobrevida (FEIN et al., 1995; CHO et al., 2004; LOHYNSKA et al., 2005; XU et al., 2 2010). 3 A fim de evitar a perda de controle do tumor com consequente redução de 4 sobrevida devido ao prolongamento do tempo de tratamento, há necessidade de 5 reduzir ao mínimo a severidade dos efeitos adversos decorrentes de terapias 6 adjuvantes, portanto, é fundamental o preparo do paciente antes, durante e após o 7 início destas terapias adjuvantes, em especial a RT. (VAN DEN BOGAERT et al., 8 1995; LOHYNSKA et al., 2005). Para que isso ocorra, faz-se necessário a integração 9 de equipes transdisciplinares de saúde que buscam minimizar e controlar os efeitos 10 adversos decorrentes das terapias cirúrgicas e adjuvantes como RT e QT (SCHIODT 11 e HERMUND, 2002; SPECHT, 2002). Como parte integrante dessas equipes, a 12 odontologia tem um papel essencial na composição das equipes que atuam no 13 câncer da região de cabeça e pescoço, em especial a cavidade oral. A equipe 14 odontológica atua colaborando para a redução das complicações orais no intuito de 15 promover a qualidade de vida do paciente oncológico (JANSMA et al., 1992; KO e 16 CITRIN, 2009; ROGERS, 2010; MAINALI et al., 2011; TOLENTINO EDE et al., 2011; 17 OTON-LEITE et al., 2012; PATEL et al., 2012). 18 Neste contexto, em geral há um Protocolo Preventivo Odontológico (PPO) 19 utilizado para prevenir e controlar estas complicações como o emprego da 20 fluorterapia 21 analgésicos sistêmicos, sialogogos, laserterapia, acupuntura e prevenção de 22 infecções secundárias com agentes antimicrobianos e anti-fúngicos, além dos 23 procedimentos 24 LANGENDIJK et al., 2009; OTON-LEITE et al., 2012). Nos estudos de Oton-leite e 25 colaboradores (2012), por exemplo, foi observado que pacientes que receberam 26 laserterapia por meio do laser de baixa potência tiveram menos interrupção do 27 tratamento radioterápico quando comparado ao grupo que recebeu apenas os 28 procedimentos básicos sem a ação da do laser de baixa potência. em pacientes dentados, restauradores comuns anestésicos à tópicos, odontologia. anti-inflamatórios, (CHO et al., 2008; 29 Acredita-se, portanto, que quanto menor a severidade dos efeitos adversos 30 ou complicações na cavidade oral, menos chance haverá de ocorrer a interrupção 31 decorrente das terapias adjuvantes como a RT e/ou QT, o que certamente, resultará 32 em uma maior efetividade desses tratamentos oncológicos no controle e/ou cura da 33 doença, possibilitando um aumento da sobrevida e melhor qualidade de vida. [Digite texto] 18 1 Baseado na literatura atual não há estudo que tenha investigado a influência 2 da adesão do paciente portador de câncer de cavidade oral a um PPO sobre a 3 interrupção da RT e na sobrevida dos pacientes portadores de câncer de cavidade 4 oral submetidos a RT e/ou QT. 5 E neste contexto, o Hospital Araújo Jorge da Associação de Combate ao 6 Câncer de Goiás (HAJ/ACCG), por agregar equipes transdisciplinares de saúde, 7 desde 1988, conta com uma equipe de Cirurgiões-Dentistas que integram a equipe 8 transdisciplinar, 9 Fonoaudiólogos, Psicólogos, Assistentes Sociais, Fisioterapeutas e Assistentes 10 Espirituais, para o tratamento do câncer de cavidade oral. Nesta equipe o Cirurgião- 11 Dentista participa do processo de prevenção, diagnóstico e tratamento dessas 12 complicações orais durante as terapias adjuvantes e isto torna possível a 13 investigação da influência da adesão dos pacientes oncológicos ao PPO (Anexo A) 14 na redução da interrupção da RT por sintomas e da associação dessa adesão com a 15 sobrevida dos pacientes. 16 [Digite texto] constituída por Médicos, Enfermeiros, Nutricionistas, 19 1 2 JUSTIFICATIVA 2 3 Diante do exposto, este trabalho se justifica pelos seguintes aspectos: 4 Alta taxa de mortalidade e morbidade de câncer de cavidade oral 5 (RAZAK et al., 2009). 6 Modalidades terapêuticas empregadas como RT e/ou QT, em especial 7 a RT, podem promover alterações na mucosa de revestimento, na 8 dentição, no fluxo salivar, na microbiota oral, e comprometer a nutrição do 9 paciente (AGUIAR et al., 2009). Em consequência dessas alterações, o 10 paciente irradiado tem um risco aumentado de apresentar alterações 11 como mucosite, xerostomia, destruição dentária ou “cárie de radiação” e 12 outros (AGUIAR et al., 2009; DE CASTRO e GUINDALINI, 2010). 13 Cuidados preventivos são necessários a fim de reduzir esses efeitos 14 que podem interferir no tratamento resultando em interrupções das 15 terapias e consequente perda do controle do tumor (HERRMANN et al., 16 1994; VAN DEN BOGAERT et al., 1995; LOHYNSKA et al., 2005). 17 Redução de sobrevida de pacientes com câncer de cabeça e pescoço 18 que interrompem a RT (FESINMEYER et al., 2010). 19 A escassez de estudos investigando a influência da associação da 20 adesão da terapia odontológica em relação às interrupções da RT e à 21 sobrevida e dos pacientes portadores de câncer de cavidade oral 22 submetidos a RT. 23 [Digite texto] 20 1 3 OBJETIVOS 2 3 3.1 OBJETIVO GERAL 4 5 Verificar a adesão dos pacientes portadores de câncer de cavidade oral ao 6 protocolo preventivo odontológico e seu impacto na interrupção da radioterapia e 7 sobrevida do paciente. 8 9 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 10 11 Verificar a associação dos dados clínico-patológicos com o tempo de 12 adesão ao PPO, interrupção da terapia adjuvante e sobrevida global e 13 sobrevida livre de doença dos pacientes; 14 Verificar a associação da interrupção do tratamento com a sobrevida 15 global e sobrevida livre de doença dos pacientes submetidos à RT. 16 [Digite texto] 21 1 4 PACIENTES E MÉTODO 2 3 4.1 TIPO DE ESTUDO 4 5 Este é um estudo de coorte retrospectivo entre 1989 a 2009, de pacientes 6 diagnosticados com câncer de cavidade oral. Aprovado pelos Comitês de Ética em 7 Pesquisa da Universidade Federal de Goiás e HAJ/ACCG - (protocolos número 8 415/11 e 012/12 respectivamente – Anexo B). 9 10 4.2 OBTENÇÃO, SELEÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA. 11 12 Para obtenção da amostra foram consultados 825 prontuários clínicos 13 selecionados pelo Registro Hospitalar de Câncer do HAJ/ACCG de indivíduos com 14 diagnóstico histológico de CEC de tumores primários em cavidade oral. Ao final, de 15 acordo com os critérios de inclusão e exclusão deste estudo foram selecionados 133 16 pacientes. 17 Como critérios de inclusão para este estudo, foram selecionados os 18 pacientes com diagnóstico de CEC sem metástase regional e à distância na data do 19 diagnóstico do tumor e que foram submetidos a RT. Para o tratamento radioterápico, 20 os pacientes foram tratados através de um acelerador linear do HAJ, com feixes de 21 fótons de 600 MV, da Varian, do modelo CLINAC 600 C. Todos os pacientes 22 selecionados receberam irradiação individualizada em leito tumoral abrangendo os 23 campos cérvico-facial direito e esquerdo até três fases da RT. A dose total 24 programada variou de até 70 Gy com frações de 1,5 a 3 Gy durante 2 a 7,5 25 semanas. As doses recebidas foram expressas de acordo com o modelo quadrático 26 linear de BED: 27 BED= nd [1 + d/(α/β)] 28 Sendo: 29 BED= Dose Biológica Efetiva 30 n= número de aplicações de radioterapia em dias [Digite texto] 22 1 d= dose total de radioterapia em Gy/dia 2 α/β = dose na qual os componentes linear e quadrático da morte celular são 3 iguais. Para mucosa e o tumor valor α/β = 10. 4 A localização do tumor (Anexo C) foi definida, de acordo com os critérios da 5 União Internacional contra o Câncer (UICC), como mucosa bucal (superfície das 6 mucosas dos lábios superiores e inferiores, bochechas); áreas retromolares; sulcos 7 buco-alveolares, gengiva e alvéolos (superiores e inferiores); palato duro, língua 8 (dorso e bordas laterais anteriores a papilas caliciformes – dois terços anteriores e 9 superfície inferior) - e assoalho da boca (SOBIN e WITTEKIND, 2002). 10 Como critério de exclusão, não fizeram parte da amostra os prontuários que 11 não foram encontrados no arquivo médico do HAJ/ACCG e aqueles nos quais não 12 foi possível coletar os dados que constituíram o banco de dados estabelecido para o 13 desenvolvimento da investigação. 14 Os dados coletados dos prontuários compreenderam os dados da escala de 15 capacidade funcional, performance status Eastern Cooperative Oncology Group – 16 ECOG-OS-(OKEN et al., 1982) - Anexo D; os dados demográficos dos pacientes 17 (idade, gênero e etnia) e clínicos-patológicos como: fatores de risco (fumo e alcóol), 18 localização do tumor, estadiamento (tamanho – T; linfonodos regionais – N; 19 metástase à distância – M; Anexo C), tipo histológico do tumor, graduação 20 histológica (bem diferenciado, moderadamente diferenciado, pouco diferenciado, ou 21 não 22 quimioterápico) e necessidade de suporte nutricional. Foi registrado o tipo 23 (interrupção por sintomas ou por outras causas), a frequência e duração interrupção 24 de RT, e complicações decorrentes da RT, recidiva e metástase à distância do 25 tumor. Para análise da sobrevida foi considerada a data de diagnóstico e data da 26 primeira recidiva para sobrevida livre de doença; e data do último registro ou data do 27 óbito para sobrevida global. Os dados coletados estão representados no Apêndice 28 A. avaliado), tipo de tratamento realizado (cirúrgico, radioterápico ou 29 Nesse estudo, foi considerada como interrupção da RT, independente se por 30 sintomas ou outras causas, aquele paciente que excedeu tempo programado da [Digite texto] 23 1 terapia proposta a partir da primeira ausência do paciente à terapia adjuvante até o 2 dia que antecedeu a próxima dose de RT. Em relação à adesão do paciente ao PPO, a amostra foi dividida em três 3 4 grupos: 5 Grupo I – sem adesão ao PPO; 6 Grupo II – adesão dos pacientes ao PPO inferior ou igual a 6 meses 7 (0¬6 meses); 8 Grupo III – adesão dos pacientes ao PPO maior que seis meses (>6 9 meses). 10 O tempo mínimo de acompanhamento de seis meses estabelecido nesta 11 pesquisa foi equivalente à soma do tempo do diagnóstico (primeira consulta), 12 preparo do paciente, tratamento cirúrgico, RT/QT e avaliação da resposta ao 13 tratamento indicado. Esse é o tempo necessário para avaliação adequada da 14 resposta em neoplasias de cabeça e pescoço (KWONG et al., 1997; MALONE et al., 15 2009). Esta fase corresponde a fase de controle dos efeitos adversos agudos 16 (presentes nos primeiros 3 meses a partir das primeiras semanas da RT). O controle 17 superior a 6 meses visa o controle dos efeitos tardios da RT. 18 Embora todos os pacientes tenham recebido informação sobre a importância 19 do preparo odontológico, apenas os grupos que tiveram adesão ao PPO foram 20 atendidos pela equipe da odontologia e receberam orientações conforme o PPO 21 vigente do setor de Odontologia do HAJ/ACCG. O PPO é baseado na orientação 22 dos efeitos adversos, na remoção dos focos de infecção, procedimentos operatórios 23 restauradores, fluorterapia (bochecho de fluoreto de sódio a 0,05%); hidratação oral 24 e manutenção de uma boa higiene oral supervisionada semanalmente; antes, 25 durante e após o tratamento radioterápico enquanto recebendo acompanhamento 26 pelas equipes transdisciplinares de saúde do hospital (Anexo A). 27 28 [Digite texto] 24 1 4.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS 2 3 Os dados clínicos patológicos são apresentados na forma de uma análise 4 descritiva exploratória. O teste qui-quadrado foi utilizado para investigar a 5 associação das variáveis clínicas entre grupos de pacientes. Análise de Variância 6 simples (One-way ANOVA) foi utilizada para comparação das médias entre os 7 grupos. O método de Kaplan-Meier para análise de sobrevida livre de doença e 8 global. O teste log-rank para comparação entre os grupos e modelo de regressão de 9 Cox para análise múltipla da sobrevida. Para análise estatística foi utilizado o 10 software SPSS 17.0. O nível de significância estatística foi definido em p <0,05. 11 [Digite texto] 25 1 5 ARTIGO 2 3 Título da publicação: 4 5 ADESÃO DE PACIENTES COM CÂNCER ORAL A UM PROTOCOLO DE 6 PREPARO ODONTOLÓGICO: IMPACTO NA INTERRUPÇÃO DA RADIOTERAPIA 7 E NA SOBREVIDA. 8 9 10 ADHESION OF PATIENTS WITH ORAL CANCER TO A DENTAL CARE PROTOCOL: IMPACT IN THE INTERRUPTION AND SURVIVAL. 11 12 Formatação da publicação de acordo com as normas da Revista Brasileira de 13 Cancerologia. [Digite texto] 26 1 Adesão de Pacientes com Câncer Oral a um Protocolo de Preparo Odontológico: 2 Impacto na Interrupção da Radioterapia e na Sobrevida. 3 Adhesion of Patients with Oral Cancer to a Dental Care Protocol: Impact in the 4 Interruption and Survival. 5 Adesão ao Protocolo de Preparo Odontológico: Impacto no Tratamento no Câncer Oral. 6 Autores: Marilia Oliveira Morais1, Marcela Ramos Abrahão Elias2, Cláudio Rodrigues Leles3, 7 Juliana Castro Dourado Pinezi4, Elismauro Francisco Mendonça5 8 1 Cirurgiã-dentista. Mestranda em Clínica Odontológica. Universidade Federal de Goiás. Goiânia, Goiás, Brasil. Aluna de graduação de odontologia. Universidade Federal de Goiás. Goiânia, Goiás, Brasil. 3 Cirurgião-dentista. Doutor em Reabilitação Oral. Professor Associado. Universidade Federal de Goiás. Goiânia, Goiás, Brasil. 4 Médica. Doutoranda da Universidade de São Paulo. Professora da Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Goiânia, Goiás, Brasil. 5 Cirurgião-dentista. Doutor em Odontologia Diagnóstico Bucal. Professor titular. Universidade Federal de Goiás. Goiânia, Goiás, Brasil. E-mail: [email protected]. Correspondência para Dr. Elismauro Francisco Mendonça. Departamento de Patologia Geral e Bucal. Faculdade de Odontologia. Praça Universitária S/N Setor Universitário CEP: 74605-220 Phone/Fax: +55 62 32096067. 2 [Digite texto] 27 1 Resumo 2 Introdução: Modalidades terapêuticas para o tratamento do câncer de cavidade oral resultam 3 em efeitos adversos locais que podem gerar interrupções da radioterapia e consequentemente 4 influenciarem na sobrevida do paciente. Para a redução e controle dos efeitos adversos, 5 protocolos de preparo ao paciente oncológico são estabelecidos por equipes odontológicas 6 antes, durante e pós-tratamento radioterápico e quimioterápico. Objetivo: O objetivo desse 7 estudo foi verificar a adesão dos pacientes portadores de câncer de cavidade oral ao protocolo 8 preventivo odontológico e seu impacto na interrupção da radioterapia e sobrevida do paciente. 9 Pacientes e método: Neste estudo foram selecionados 133 casos de câncer de cavidade oral 10 submetidos à radioterapia. Os pacientes foram classificados de acordo com o tempo de adesão 11 odontológica: sem adesão (grupo I), adesão inferior ou igual a 6 meses (grupo II) e adesão 12 superior a 6 meses (grupo III). Resultados: A ocorrência de interrupção por sintomas foi 13 estatisticamente significante no grupo III quando comparado ao grupo I (p=0.01). A sobrevida 14 dos pacientes foi maior no grupo III (p=0,01) quando comparado aos demais grupos. 15 Conclusão: A adesão ao protocolo não teve impacto sobre interrupção da radioterapia devido 16 ocorrência da interrupção por sintomas, no entanto, pacientes que tiveram adesão ao protocolo 17 preventivo odontológico apresentaram um melhor índice de sobrevida livre de doença e de 18 sobrevida global. 19 Palavras-chaves: carcinoma espinocelular, odontologia preventiva, radioterapia, interrupção 20 do tratamento e taxa de sobrevida. 21 [Digite texto] 28 1 Introdução 2 O câncer de cavidade oral apresenta alta taxa de mortalidade e morbidade1 e, 3 atualmente representa o décimo-primeiro tipo de neoplasia mais comum no mundo, tendo sua 4 maior incidência em países como Índia, Austrália, Brasil, França e África do Sul1. A etiologia 5 é complexa e está associada ao tabagismo, etilismo, infecção pelo papiloma vírus humano, 6 deficiência de vitamina A, riboflavina e ferro, má higiene bucal, terapia imunossupressora e 7 até fatores genéticos tem sido demonstrados no processo de carcinogênese2. O tipo histológico 8 mais frequente é carcinoma espinocelular (CEC) que representa cerca de 90% a 95% das 9 neoplasias malignas de cavidade oral3. 10 Essas neoplasias, dependendo do estadiamento clínico e patológico, aspectos 11 microscópicos, idade do paciente e instituição, diversas modalidades terapêuticas em conjunto 12 são utilizadas para remoção ou controle da doença e aumento de sobrevida4,5. A radioterapia 13 (RT) é uma das terapias empregadas no tratamento de cavidade oral que pode ser exclusiva, 14 adjuvante ou paliativa, a depender dos aspectos clínicos e histopatológicos do paciente. 15 Entretanto, efeitos adversos locais e sistêmicos podem se manifestar durante a RT4,6. Algumas 16 dessas toxicidades podem ser irreversíveis e de difícil controle principalmente quando 17 cavidade oral e glândulas salivares maiores estão incluídas na área a ser irradiada, 18 consequentemente interferindo na qualidade de vida do paciente7,8. 19 Dentre os efeitos adversos decorrentes da RT destaca-se a mucosite que muitas 20 vezes, na dependência da sua severidade, pode comprometer a saúde geral do indivíduo pela 21 dificuldade de alimentação causando um maior comprometimento sistêmico e, em 22 consequência disso, pode ocasionar a interrupção da terapia adjuvante9-11. 23 Hoje é sabido que a interrupção da RT, mesmo por poucos dias, já é suficiente para 24 que as células neoplásicas remanescentes possam entrar em processo de diferenciação, 25 proliferação celular e migração levando ao crescimento tumoral e, por sua vez, aumentando as [Digite texto] 29 1 chances de recidivas regionais, reduzindo a chance de cura e sobrevida de pacientes com CEC 2 na região de cabeça e pescoço12-15. 3 Este repovoamento por clones tumorais tem sido justificado pela apoptose das 4 células neoplásicas que deveria ser induzida pela RT e, também pela sobrevida de células que 5 passam a entrar em um ciclo celular mais acelerado quando não há a aplicação da RT ou 6 quimioterapia (QT)13, 14, 16-18. Huang et al.19 explicam que as células mortas, resultante da ação 7 da RT e QT, liberam sinais como a Fosfolipase A2 intracelular independente de Cálcio 8 (iPLA2) e Prostaglandina E2 (PGE2) ativadas pela Caspase 3. Esses sinais estimulam as 9 células sobreviventes a proliferarem no microambiente tumoral promovendo o repovoamento 10 do tumor durante a RT. 11 No intuito, portanto, que a interrupção da RT por sintomas não aconteça, há a 12 necessidade do preparo da cavidade oral do paciente portador de neoplasia maligna região de 13 cabeça e pescoço. Com a indicação dessas terapias adjuvantes, este preparo deve ser realizado 14 antes, durante e após o início do tratamento oncológico através do esclarecimento do 15 indivíduo sobre os efeitos adversos dessas terapias nos tecidos moles e duros da cavidade 16 oral, glândulas salivares e pele. 17 Uma das funções principais deste preparo é a eliminação de focos de infecções que 18 possam comprometer o paciente no futuro (os efeitos tardios), redução das toxicidades agudas 19 (mucosite e dermatite) que possam interferir na terapêutica, resultando em interrupções 20 radioterápicas e consequente perda do controle do tumor11,16,18. 21 No preparo do paciente oncológico é empregada uma variedade de Protocolos 22 Preventivos Odontológicos (PPOs) que incluem a eliminação de lesões de cárie, restaurações 23 defeituosas, tratamento de periodontopatias, fluorterapia em pacientes dentados, anestésicos 24 tópicos, anti-inflamatórios, analgésicos sistêmicos, sialogogos, laserterapia, acupuntura e [Digite texto] 30 1 prevenção de infecções secundárias com agentes antimicrobianos e anti-fúngicos20-22 2 reduzindo assim a severidade das toxicidades orais em pacientes oncológicos. 3 Diante do exposto, foi observado que a literatura atual traz pouca informação sobre o 4 impacto da adesão desses PPOs no tratamento oncológico do paciente portador de câncer na 5 região de cabeça e pescoço. Há um consenso que quanto menor a severidade dos efeitos 6 adversos ou complicações na cavidade oral, menos chance haverá de ocorrer a interrupção das 7 terapias adjuvantes como a RT e/ou QT, o que certamente, resultará em uma maior 8 efetividade desses tratamentos oncológicos no controle e/ou cura da doença, possibilitando 9 um aumento da sobrevida e melhor qualidade de vida dos pacientes9,22. 10 Com base nisto, no Hospital Araújo Jorge da Associação de Combate ao Câncer em 11 Goiás (HAJ/ACCG), é utilizado um PPO, desde 1989, que prepara o paciente para receber RT 12 na região de cabeça e pescoço. E a hipótese que levou ao desenvolvimento deste estudo é que 13 pacientes com adesão ao PPO não tem interrupção da RT em decorrência de efeitos adversos 14 severos e, consequentemente terão um melhor controle locorregional da doença com maior 15 sobrevida livre de doença e global. 16 O objetivo desse estudo, portanto, foi verificar com base nessa premissa verificar a 17 adesão dos pacientes portadores de câncer de cavidade oral ao protocolo preventivo 18 odontológico e seu impacto na interrupção da radioterapia e sobrevida do paciente. 19 [Digite texto] 31 1 Pacientes e método 2 Tipo de estudo 3 Este é um estudo de coorte retrospectivo que compreendeu o período de 1989 a 2009, 4 de pacientes diagnosticados com câncer de cavidade oral. Aprovado pelos Comitês de Ética 5 em Pesquisa da Universidade Federal de Goiás e HAJ/ACCG - (protocolos número 415/11 e 6 012/12 respectivamente). 7 Obtenção, seleção e caracterização da amostra 8 Para obtenção da amostra foram recuperados do setor de arquivo de prontuários do 9 HAJ 825 prontuários, conforme informado pelo Setor de Registro Hospitalar de Câncer, e 10 após criteriosa análise foram selecionados 133 prontuários de indivíduos com diagnóstico 11 histológico de CEC de tumores primários em cavidade oral. 12 Como critérios de inclusão para este estudo, foram selecionados apenas prontuários 13 de pacientes sem metástase regional e à distância na data do diagnóstico do tumor e que foram 14 submetidos a RT. Todos os pacientes selecionados receberam irradiação individualizada em 15 leito tumoral abrangendo os campos cérvico-facial direito e esquerdo até três fases da RT com 16 dose total de até 70 Gy, fracionada em dose diária 1.5 Gy a 3 Gy durante o período de 1 17 semana a 7,5 semanas. Devido à variação do esquema de tratamento da RT, as doses foram 18 expressas de acordo com o modelo quadrático linear de Dose Biológica Efetiva (BED): 19 BED= nd [1 + d/(α/β)] 20 Sendo: BED= Dose Biológica Efetiva; n= número de aplicações de radioterapia em dias; d= 21 dose total de radioterapia em Gy/dia; α/β = dose na qual os componentes linear e quadrático 22 da morte celular são iguais, sendo α/β = 10 para mucosa e o tumor. 23 O sítio anatômico do tumor foi definido, de acordo com os critérios da União 24 Internacional contra o Câncer (UICC) como mucosa oral, rebordo alveolar, palato duro, 25 língua e assoalho da boca23. [Digite texto] 32 1 Como critério de exclusão estabelecido foram excluídos os casos de CEC de lábio, os 2 casos de indivíduos nos quais os prontuários que não estavam disponíveis no setor de arquivo 3 médico do HAJ/ACCG e aqueles nos quais não foi possível coletar os dados que constituíram 4 o banco de dados estabelecido para o desenvolvimento da investigação. 5 Os dados coletados dos prontuários compreenderam os dados da escala de 6 capacidade funcional, performance status Eastern Cooperative Oncology Group – ECOG- 7 PS24; dados demográficos dos pacientes (idade, gênero e etnia); e clínicos-patológicos como: 8 fatores de risco (hábitos de tabagismo e etilismo), sítio anatômico do tumor, estadiamento 9 clínico (tamanho – T; linfonodos regionais – N; metástase à distância – M), tipo histológico, 10 grau histológico de malignidade, tipo de tratamento realizado e necessidade de suporte 11 nutricional. A ocorrência, o tipo (interrupção por sintomas ou outra causas), a frequência, 12 duração e razão da interrupção da RT, complicações decorrentes da RT e após o tratamento 13 oncológico como recidiva e metástase à distância do tumor foram registrados. Para análise da 14 sobrevida foi considerada a data do diagnóstico e a data da primeira recidiva para sobrevida 15 livre de doença e para sobrevida global, data do último registro ou data do óbito. 16 Neste estudo foi considerada como interrupção da RT independente se por sintomas 17 ou outras causas, aquele paciente que excedeu o tempo programado da terapia proposta a 18 partir da primeira ausência do paciente à terapia adjuvante até o dia que antecedeu a próxima 19 dose de RT. 20 Em relação à adesão do paciente ao PPO, a amostra foi dividida em três grupos: 21 grupo I (sem adesão ao PPO); grupo II (adesão dos pacientes ao PPO inferior ou igual a 6 22 meses - 0¬6 meses) e grupo III (adesão dos pacientes ao PPO superior a seis meses - >6 23 meses). 24 O tempo mínimo de acompanhamento de seis meses estabelecido nesta pesquisa foi 25 equivalente à soma do tempo do diagnóstico (primeira consulta), preparo do paciente, [Digite texto] 33 1 tratamento cirúrgico, RT/QT e avaliação da resposta ao tratamento indicado25,26. Esta fase 2 corresponde a fase de controle dos efeitos adversos agudos (presentes nos primeiros 3 meses a 3 partir das primeiras semanas da RT). O controle superior a 6 meses visa o controle dos efeitos 4 tardios da RT. 5 Embora todos os pacientes tenham recebido informação sobre a importância do 6 preparo odontológico, apenas os grupos que tiveram adesão ao PPO foram atendidos pela 7 equipe da odontologia e receberam orientações conforme o PPO vigente do setor de 8 Odontologia do HAJ/ACCG. O PPO é baseado na orientação dos efeitos adversos, na 9 remoção dos focos de infecção, procedimentos operatórios restauradores, fluorterapia 10 (bochecho de fluoreto de sódio a 0,05%); hidratação oral e manutenção de uma boa higiene 11 oral supervisionada semanalmente; antes, durante e após o tratamento radioterápico enquanto 12 recebendo acompanhamento pelas equipes transdisciplinares de saúde do hospital. 13 Análise estatística dos dados 14 Os dados clínicos patológicos são apresentados na forma de uma análise descritiva 15 exploratória. O teste qui-quadrado foi utilizado para investigar a associação das variáveis 16 clínicas entre grupos de pacientes. Análise de Variância simples (One-way ANOVA) foi 17 utilizada para comparação das médias entre os grupos. O método de Kaplan-Meier para 18 análise de sobrevida livre de doença e global. O teste log-rank para comparação entre os 19 grupos e modelo de regressão de Cox para análise múltipla da sobrevida. Para análise 20 estatística foi utilizado o software SPSS 17.0. O nível de significância estatística foi definido 21 em p <0,05. 22 [Digite texto] 34 1 Resultados 2 Pacientes 3 4 As características clínico-patológicas, dados da escala de capacidade funcional ECOG-PS e de suporte profissional estão sumarizados nas Tabelas I e II. 5 Houve a predominância de gênero masculino em relação ao gênero feminino, 75,2% 6 e 24,8% respectivamente. O hábito de tabagismo foi registrado para 69,2% dos pacientes que 7 constituíram a amostra. Tumores com estadiamento T4 foram encontrados em 54,9 % dos 8 pacientes e o principal sítio anatômico comprometido foi o assoalho da boca com 30,1%. Na 9 análise comparativa entre os grupos, o tamanho do tumor e a terapêutica cirúrgica foram 10 estatisticamente significantes apenas no grupo II (p=0,05 e p=0,05, respectivamente), pois 11 nesse grupo havia um maior número de tumores T4, portanto, com casos em sua maioria 12 considerados inoperáveis. 13 14 Quando avaliado o grupo I foi observado que 91,4 % (n=58) não realizaram RT associado à QT e este dado foi estatisticamente significativo (p=0,001). 15 Com referência aos protocolos terapêuticos aplicados, o protocolo que realizou RT 16 adjuvante com ausência de QT foi estatisticamente significante no grupo que não teve 17 acompanhamento odontológico (grupo I), quando comparado aos demais grupos (p=0,001). 18 [Digite texto] 35 1 Interrupção 2 Para análise de interrupção foram considerados apenas os grupos que tiveram 3 resposta favorável a RT (n= 133/81). Do total de 81 pacientes, apenas 4,9% (n=4) não 4 interromperam a RT, sendo que desses apenas um paciente tinha acompanhamento 5 odontológico e 43,2% (n=35) interromperam a RT devido aos sintomas e 51,8 % (n=42) 6 interromperam devido a outras causas como as causas não programadas (feriados, 7 manutenção do aparelho), deficiência nutricional, fadiga e por complicações sistêmicas 8 inerentes a progressão da doença. 9 Os 42 pacientes que sofreram interrupções da RT por outras causas em 79% dos 10 prontuários não havia o registro do motivo da interrupção. A presença de interrupção devido 11 aos sintomas foi estatisticamente significante no grupo III quando comparado ao grupo I 12 (p=0,016). 13 As principais razões de interrupção da RT estão representadas na Tabela III de 14 acordo com os grupos. O grupo III (acompanhamento superior a 6 meses) apresentou a 15 mucosite (44,8%) como causa principal da interrupção da RT. Não houve associação entre os 16 grupos quanto à frequência e duração da interrupção da RT. 17 Complicações 18 Dos pacientes que tiveram resposta favorável a RT (n=81), as complicações orais 19 relatadas decorrentes da RT foram a mucosite (60,4%), xerostomia (53%), destruição dentária 20 (1,2%), perda de paladar (12,3%) e osteorradionecrose (2,4%). Outras complicações extra- 21 orais também foram observadas. Destacou-se dermatite (43,2%), odinofagia (34,5%) e 22 disfagia (35,8%). As complicações em seus respectivos grupos estão representadas na Tabela 23 III. 24 25 Não houve associação entre os grupos quanto à presença de recidiva locorregional e metástase à distância. [Digite texto] 36 1 Sobrevida livre de doença 2 Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em relação à 3 sobrevida livre de doença embora a presença de recidiva tivesse sido maior no grupo I (n= 4 58/15; 25,9%) comparado aos grupos II (n= 42/7; 16,7%) e III (n= 33/5, 15,2%), p=0,123. O 5 índice de sobrevida livre de doença por mais de 60 meses (5 anos) foi de 74,1% no intervalo 6 de confiança de 95% no grupo I (6,88 meses, IC95%=5,5 – 8,26); 83,3% no grupo II no 7 intervalo de confiança de 95% (7,21 meses, IC95%=5,37 – 9,05) e 84,8% no intervalo de 8 confiança de 95% (12,28 meses, IC95%=10,28 – 14,28) no grupo III. 9 Na análise do modelo de regressão de Cox, houve associação da sobrevida livre de 10 doença entre os grupos I e III (HR=0,36; IC95%= 0,13 – 0,99; p=0,049). 11 Sobrevida global 12 O índice de sobrevida global (n=133) em 5 anos foi de 60,9% com uma estimativa 13 média de sobrevida de 90,64 meses no intervalo de confiança de 95% (IC95%=73,05 – 14 108,24). 15 A análise de sobrevida de pacientes foi estatisticamente significante em relação à 16 presença interrupção devido aos sintomas quando comparado aos pacientes que não tiveram 17 interrupção da RT por sintomas, p=0,02 – Figura 1. 18 Na análise estratificada em grupos, o número de óbitos foi maior no grupo I (28/58; 19 51,7%) quando comparado ao grupo II (19/42; 54,8%) e grupo III (5/33; 84,8%). A sobrevida 20 foi maior nos pacientes com adesão ao PPO >6 meses – grupo III - (p=0,01) – Figura 2. 21 Na análise do modelo de regressão de Cox, houve associação da idade (HR=1.029; 22 IC95%= 1,004–1,055; p=0,007) e o tempo de acompanhamento odontológico (HR=0,119; 23 IC95%= 0,039–0,361; p<0,001) entre os grupos I e III na sobrevida dos pacientes. Enquanto o 24 protocolo terapêutico foi associado apenas entre o grupo I e II na análise de regressão de Cox 25 (HR=0,373; IC95%= 0,140–0,992; p=0,048). [Digite texto] 37 1 Considerando apenas os pacientes que tiveram resposta favorável a RT, o índice de 2 sobrevida no grupo III também foi estatisticamente significativo quando comparado aos 3 demais grupos (p=0,008). 4 Em uma análise mais detalhada, considerando apenas os pacientes que responderam 5 a RT e que tiveram interrupção por sintomas, a sobrevida do grupo com acompanhamento 6 superior a 6 meses (grupo III) foi estatisticamente significante quando comparado aos demais 7 grupos (p=0,016). Desses pacientes com resposta favorável a RT, com interrupção devido aos 8 sintomas e que concluíram a RT, o grupo I teve taxas de óbitos mais elevadas quando 9 comparado aos demais grupos (p=0,006). 10 Quando analisado especificamente os pacientes que responderam ao tratamento 11 radioterápico, dos 133 pacientes apenas 80 apresentaram resposta positiva para o controle da 12 doença superior a 6 meses. Destes apenas 59 pacientes estavam vivos. A análise desse grupo 13 indicou que 35 não tiveram adesão e 45 tiveram adesão ao PPO independente de ser grupo II 14 ou III e apresentaram menores índices de óbitos (p=0,003). 15 [Digite texto] 38 1 Discussão 2 No intuito de eliminar um fator que influencia fortemente no prognóstico do câncer 3 de cavidade oral e para verificar o impacto da adesão ao PPO na interrupção da RT e na 4 sobrevida foram selecionados apenas indivíduos portadores de CEC de cavidade oral sem 5 evidencia clínica e microscópica de metástase locorregional e à distância. De acordo com 6 PURI e colaboradores27 afirmaram que a presença de metástase reduz em 50% o índice de 7 sobrevida global dos pacientes. 8 E surpreendentemente mesmo com a seleção de pacientes sem metástase, que é um 9 fator que tem um papel importante no prognóstico e consequentemente na sobrevida, em 10 nosso estudo não foi possível verificar a adesão a um PPO no impacto da não interrupção por 11 sintomas adversos o que em nossa hipótese inicial seria um fator que possibilitaria uma 12 melhor taxa de sobrevida. Não fica dúvida para nós que outros fatores inerentes à patologia 13 podem ter interferido na sobrevida dos pacientes visto que a metástase foi excluída. 14 De uma maneira interessante, em geral os pacientes na sua totalidade submetidos a 15 RT apresentaram índice de sobrevida livre de doença e global maior quando a adesão ao PPO 16 foi superior a seis meses. E este aumento de sobrevida também foi confirmado mesmo quando 17 analisado apenas os pacientes que obtiveram resposta favorável após a RT dentro dos 18 primeiros 6 meses quando foram categorizados em com e sem adesão ao PPO. 19 Este achado de certa maneira corrobora com hipótese que levou ao desenvolvimento 20 desse estudo. Acreditamos que indivíduos com adesão a um PPO supervisionado por equipe 21 odontológica têm efeitos adversos de menor severidade possibilitando a continuidade e 22 conclusão da RT. E isso foi observado no grupo III, no qual os pacientes conseguiram 23 concluir a RT e consequentemente tendo uma maior efetividade da RT no controle da doença 24 possibilitando um maior tempo de sobrevida livre de doença nesse grupo. [Digite texto] 39 1 É importante aqui ressaltar que o tempo de adesão ao PPO não impediu a ocorrência 2 da interrupção por sintomas no grupo III, entretanto, a maioria desses pacientes conseguiram 3 receber a dose planejada para o controle da doença. Quando comparado com o grupo I, os 4 pacientes embora tenham interrompido menos por sintomas, nem todos conseguiram concluir 5 o protocolo estabelecido para RT. Portanto, a comparação entre os grupos III e I apresentou 6 resultados estatisticamente significantes. A explicação para que os indivíduos do grupo I 7 tenham tido esta dificuldade pode estar associada a outros fatores como idade avançada, 8 comprometimento sistêmico, déficit nutricional e até mesmo desordem emocional. 9 Um dado que chamou atenção foi que não houve diferença significativa entre os 10 grupos de pacientes que responderam favoravelmente a RT e que a interromperam em 11 decorrência de sintomas, tanto quanto ao número e duração das mesmas e o contrário foi 12 observado com relação à ocorrência simplesmente da interrupção. Diante disso, embora a 13 adesão ao PPO tenha apresentado resultados estatisticamente significantes entre os grupos 14 quando analisado a ocorrência de interrupção por sintomas, ficou evidente que a adesão ao 15 PPO no grupo III pode ter reduzido a severidade dos efeitos adversos contribuindo para que 16 os pacientes pudessem concluir o protocolo estabelecido da RT. 17 Com referência específica ao grupo II não houve diferenças significativas quanto à 18 ocorrência, frequência e duração da interrupção quando comparado aos outros grupos. Esse 19 resultado pode ter sido influenciado pelo maior número de tumores com estadiamento 20 avançado, menor números de cirurgias e consequentemente a associação ao protocolo de QT. 21 E é importante notar, também, que neste grupo houve menos conclusão da RT quando 22 comparada aos grupos I e III. Interessantemente, Fesinmeyer et al.28, também, verificaram em 23 seu estudo que pacientes com câncer na região de cabeça e pescoço não operados também 24 tiveram dificuldade de concluir o protocolo de RT associado ou não a QT, entretanto, os 25 autores não esclarecem as causas da não conclusão do protocolo. [Digite texto] 40 1 Quando investigada as causas de interrupção por sintomas foi constatado que a 2 mucosite foi a principal causa de interrupção de RT nos três grupos, com diferença 3 estatisticamente significativa no grupo III o que pode estar associado à dose recebida e as 4 condições sistêmicas do indivíduo. E este resultado esta de acordo com os trabalhos de CHEN 5 et al., VERA-LLONCH et al. e RUSSO et al.9,15,29. Outro fato notável e que pode também ter 6 influenciado neste resultado é que no grupo I embora tenha ocorrido interrupção, em 57,9% 7 das vezes a causa da interrupção da RT não havia sido registrada. 8 Todavia, quando analisado a dose recebida acreditamos que nesse grupo I também 9 tenha ocorrido a interrupção por sintomas com efeitos adversos agudos que podem influenciar 10 na interrupção. 11 Vários estudos têm demonstrado o efeito de interrupção da RT em pacientes com 12 câncer na região de cabeça e pescoço. Embora, todos esses trabalhos variam quanto aos 13 números e tipo de amostras, avaliação de formas distintas interrupção, tipo de interrupção em 14 esquemas de RT variados, há um consenso entre esses autores de que a da interrupção 15 constitui um problema na prática clínica de pacientes com câncer na região de cabeça e 16 pescoço25,30-33. 17 Os autores são unânimes em demonstrar que a interrupção da RT leva a perda de 18 controle do tumor, recorrência e redução de sobrevida13,31. Isso ocorre mesmo quando há a 19 suspensão por razões não planejadas tais como feriados, causas sociais, complicações clínicas, 20 manutenção e defeito do equipamento e outras33. Há evidências que a suspensão do 21 tratamento propicia o repovoamento de células tumorais durante a interrupção não 22 programada da RT seja por causas programadas ou não34. 23 O momento da interrupção também é importante. Bhattathiri35 observou que a 24 interrupção planejada ou não nas primeiras décimas frações reduziu o efeito da RT em 25 pacientes com tumores de cavidade oral, embora o prolongamento do tempo não resultasse [Digite texto] 41 1 em perda de controle local. Skladowski et al.30 notou que as interrupções nos primeiros 19 2 dias foi associada a perda de controle local. Quando esta interrupção ocorreu no final do 3 tratamento planejado a perda de controle da doença foi ainda maior. 4 Há relato que 1 dia de suspenção do tratamento em tumores de laringe é prejudicial 5 no controle do tumor, entretanto, o efeito dessa suspensão torna-se mais evidente a partir de 3 6 ou mais dias de suspensão. A extensão do tratamento por mais dias devido ao tempo da 7 interrupção passa a ser o fator que favorece a perda de controle da doença favorecendo a 8 recidiva e ou progressão da mesma31. 9 Em nosso estudo foi observado que os pacientes com interrupção por sintomas 10 apresentaram uma sobrevida global maior que os pacientes que tiveram interrupção por outras 11 causas, entretanto, esse resultado deve ser avaliado com certa cautela, pois os pacientes que 12 interromperam a RT devido aos sintomas também tiveram suspensão por outras causas. É 13 fato, portanto, neste estudo que nenhuma forma de interrupção é favorável. A sobrevida, por 14 exemplo, nos pacientes que tiveram interrupção por outras causas sem sintomas agudos em 15 cavidade oral apresentaram menor sobrevida. 16 Este é o primeiro estudo que investiga a interrupção da RT distinguindo as causas 17 por sintomas e as não programadas e sua associação com sobrevida livre de doença e global. 18 Revendo a literatura pode ser observado que os estudos publicados não fazem esta 19 distinção36,37. Não há duvida que seja importante definir as causas de interrupções e suas 20 consequências para que ações de intervenção sejam realizadas para minimizar ao máximo 21 estas interrupções e garantir o controle da doença. 22 Em relação à sobrevida livre de doença, embora não teve diferença estatisticamente 23 significativa entre os grupos, houve uma tendência indicando um aumento de sobrevida no 24 grupo III. Isso possivelmente pode ser explicado por esse grupo predominantemente ter 25 realizado a RT conforme proposto o que favorece a redução de recidiva nesse grupo. [Digite texto] 42 1 Com referência a sobrevida global nesse estudo foi observado que os pacientes do 2 grupo III tiveram uma melhor taxa de sobrevida quando comparado aos grupos I e II e da 3 mesma maneira este dado tem que ser avaliado considerando os protocolos de tratamento 4 empregados. Por exemplo, no grupo I a grande maioria dos pacientes não recebeu a 5 associação QT/RT ou Cirurgia/RT/QT. A ausência de QT ou cirurgia pode ter influenciado 6 nesse resultado e não somente a adesão ao PPO, pois é do conhecimento que a QT combinada 7 à cirurgia ou à RT apresentam taxas de sobrevida maiores na região do câncer de cabeça e 8 pescoço38. 9 O grupo II, por exemplo, apresentou taxas de sobrevida global semelhante ao grupo I 10 apesar de ter sido acompanhado por uma equipe odontológica e maiores percentuais na escala 11 de capacidade funcional (ECOG-PS >1) além de suporte nutricional. Provavelmente, isso 12 pode ser explicado pela presença predominante de tumores T4 no grupo II, uma vez que 13 tumores T4 comprometem o indivíduo de maneira sistêmica incluindo a imunidade e são 14 indicativos de um pior prognóstico39-41 necessitando ainda de mais cuidados médicos gerais e 15 nutricionais42. Isso está consonância com os estudos de Correa et al.43 os quais verificaram 16 que altas pontuações de ECOG-PS estão associadas a tumores T3 e T4, perda de peso e 17 impacto desfavorável na sobrevida de pacientes com câncer na região de cabeça e pescoço. 18 Até a presente data não há estudos que indicam a associação da adesão ao PPO na 19 interrupção da RT e na sobrevida em pacientes com câncer de cavidade oral. Os estudos de 20 Oton-Leite e colaboradores22 demonstraram que pacientes com câncer na região de cabeça e 21 pescoço submetidos à laserterapia, apresentaram menos interrupção de RT quando comparado 22 ao grupo sem o laserterapia. Vale destacar que 92% dessas interrupções nos estudos desses 23 autores foram justificadas por graus severos da mucosite. Em nosso estudo a contribuição da 24 laserterapia com laser de baixa potência não foi investigada, pois o período que compreendeu 25 a investigação foi anterior a implantação da laserterapia no PPO da Instituição. [Digite texto] 43 1 Com referência a adesão ao PPO em especial o grupo I que receberam orientação ao 2 programa e, no entanto, não tiveram adesão. Este fato pode ser explicado talvez pela 3 inexperiência do próprio indivíduo em entender a importância da saúde bucal no contexto do 4 tratamento oncológico como foi demonstrado por Corrigan e colaboradores44 em relação à 5 percepção da saúde bucal e o câncer. Outra explicação seria a condição física desfavorável, 6 idade avançada, desnutrição, caquexia, complicações sistêmicas, ausência de cuidador, 7 dificuldades do próprio sistema de acesso à saúde, entre outros, dificultando a adesão às 8 consultas odontológicas. Há, portanto, a necessidade de um melhor esclarecimento para o 9 paciente oncológico e seus cuidadores ou, também, melhorar a comunicação entre equipes 10 transdisciplinares conforme recomenda o estudo de PATEL et al45. 11 Diante do exposto não há dúvidas de que a equipe de odontologia tem um papel 12 importante nas equipes transdisciplinares de saúde que atuam diretamente com o paciente 13 oncológico7,45-47. Este estudo, por exemplo, mostra que a adesão a um PPO supervisionado 14 por uma equipe odontológica pode contribuir para que não haja interrupção nos protocolos de 15 RT e influenciar no controle da doença e na sobrevida do paciente oncológico podendo ser 16 mais um dos fatores que agrega a sobrevida com qualidade de vida aos indivíduos portadores 17 de neoplasias de cavidade oral. 18 Entretanto, esse é um estudo retrospectivo que apresenta limitações por não ser 19 controlado. O tamanho da amostra e a heterogeneidade dos grupos quanto ao tamanho do 20 tumor bem como o protocolo terapêutico utilizado podem ter influenciado nesses resultados. 21 Um ensaio clínico randomizado prospectivo poderá reforçar os nossos resultados no que se 22 refere à associação da adesão ao PPO na redução das complicações orais, na interrupção da 23 RT e na sobrevida de pacientes com câncer de cavidade oral. 24 [Digite texto] 44 1 Conclusão 2 Em síntese, embora este estudo indique que não houve uma associação os pacientes 3 com adesão ao PPO, independente do tempo de adesão com referência às interrupções por 4 sintomas foi possível observar um aumento tanto na sobrevida livre de doença quanto na 5 global. Outros fatores como estadiamento clínico, protocolo de tratamento, comprometimento 6 sistêmico e fatores inerentes ao próprio tumor contribuem para as interrupções e refletem nos 7 índices de sobrevida, portanto, estudos prospectivos controlados precisam ser realizados para 8 reforçar a importância da adesão a um PPO durante terapias adjuvantes. 9 [Digite texto] 45 1 Agradecimentos 2 Os autores agradecem ao Hospital Araújo Jorge – Associação de Combate ao Câncer (HAJ- 3 ACCG) e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). 4 Goiânia, Goiás, Brasil. 5 [Digite texto] 46 1 Referências6 2 3 1. Warnakulasuriya S. Global epidemiology of oral and oropharyngeal cancer. Oral 4 Oncol. 2009 Apr-May;45(4-5):309-16. 5 2. 6 Tobacco related habits among first degree relatives of patients undergoing surgery for 7 advanced head and neck malignancies in India. 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Grupo I Grupo II Grupo III Amostra total n= 58 n=42 n= 33 n= 133 65 (12,9) 57.3 (11,2) 54.2 (11,1) 59.9 (12,8) Masculino 39 (67,2%) 36 (85,7%) 25 (75,8%) 100 (75,2%) Feminino 19 (32,8%) 6 (14,3%) 8 (24,2%) 33 (24,8%) Leucoderma 28 (48,3%) 20 (47,6%) 17 (51,5%) 65 (48,9%) Feoderma 27 (46,6%) 19 (45,2%) 14 (42,4%) 60 (45,1%) 3 (5,2%) 3 (7,1) 2 (6,1%) 8 (6%) 39 (67,2%) 31 (73,8%) 22 (66,7%) 92 (69,2%) Ex-fumante 5 (8,6%) 8 (19%) 2 (6,1%) 15 (11,3%) Não 9 (15,5%) 2 (4,8%) 7 (21,2%) 18 (13,5%) Não informado 5 (8,6%) 1 (2,4%) 2 (6,1%) 8 (6%) 23 (39,7%) 20 (47,6%) 17 (51,5%) 60 (45,1%) 5 (8,6%) 5 (11,9%) 1 (3%) 11 (8,3%) 25 (43,1%) 16 (38,1%) 13 (39,4%) 54 (40,6%) 5 (8,6%) 1 (2,4%) 2 (6,1%) 8 (6%) 0 22 (37,9%) 21 (50%) 18 (85,7%) 61 (45,9%) >1 8 (13,8%) 1 (2,4%) 3 (14,3%) 12 (9%) Não informado 28 (48%) 20 (47,6%) 12 (36,4%) 60 (45,1%) Mucosa oral 10 (17,2%) 8 (19%) 6 (18,2%) 24 (18%) Rebordo alveolar 8 (13,8%) 7 (16,7%) 3 (9,1%) 18 (13,5%) Palato duro 7 (12,1%) 4 (9,5%) 3 (9,1%) 14 (10,5%) Língua 13 (22,4%) 10 (23,8%) 13 (39,4%) 36 (27,1%) Assoalho 19 (32,8%) 13 (31%) 8 (24,2%) 40 (30,1%) 1 (1,7%) 0 (0%) 0 (0%) 1 (0,8%) Características demográficas e clínicas p Idade (anos) Média (DP) <0,01* Gênero - nº (%) 0.10 Etnia - nº (%) Melanoderma 0,99 Fumante - nº (%) Sim 0.16 Etilista - nº (%) Sim Ex-etilista Não Não informado 0,64 ECOG 0,21 Localização do tumor nº (%) Cavidade oral 0,86 Abreviações: Grupo I= sem adesão. Grupo II = adesão ao PPO 0¬6 meses; Grupo III = adesão ao PPO >6 meses; DP = desvio padrão; ECOG-PS: escala de capacidade funcional performance status Eastern Cooperative Oncology Group: 0= Capacidade de executar as atividades normalmente sem restrições e >1= Capacidade de executar as atividades com restrições; RT = radioterapia; QT = quimioterapia. * = Valor de p estatisticamente significante entre os grupos (p<0,05). 2 Tabela II: Estágios do tumor, grau histológico e tratamento dos grupos em estudo. [Digite texto] 53 Grupo I Grupo II Grupo III Amostra total n= 58 n=42 n= 33 n= 133 T1 5 (8,6%) 0 (0%) 1 (3%) 6 (4,5%) T2 9 (15,5%) 5 (11,9%) 10 (30,3%) 24 (18%) T3 16 (27,6%) 7 (16,7%) 7 (21,2%) 30 (22,6%) T4 28 (48,3%) 30 (71,4%) 15 (45,5%) 73 (54,9%) Grau I 11 (19%) 8 (19%) 5 (15,2%) 24 (18%) Grau II 35 (60,3%) 27 (64,3%) 19 (57,6%) 81 (60,9%) Grau III 10 (17,2%) 6 (14,3%) 8 (24,2%) 24 (18,0%) 2 (3,4%) 1 (2,4%) 1 (3%) 4 (3%) RT exclusiva 8 (13,8%) 3 (7,1%) 2 (6,1%) 13 (9,8%) RT adjuvante 45 (77,6%) 20 (47,6%) 20 (60,6%) 85 (63,9%) 5 (8,6%) 19 (45,2%) 11 (33,3%) 35 (26,3%) Sim 44 (75,9%) 23 (54,8%) 25 (75,8%) 92 (69,2%) Não 14 (24,1%) 19 (45,2%) 8 (24,2%) 41 (30,8%) Sim 37 (63,8%) 21 (50%) 22 (66,7%) 80 (60,2%) Não 21 (36,2%) 21 (50%) 11 (33,3%) 53 (39,8%) Sim 5 (8,6%) 19 (45,2%) 11 (33,3%) 35 (26,3%) Não 53 (91,4%) 23 (54,8%) 22 (66,7%) 98 (73,7%) Estágios do tumor, grau histológico e tratamento p Estágios do tumor - nº (%) 0,05* Grau histológico - nº (%) Não informado 0,96 Protocolo - nº (%) RT/QT <0,01* Cirurgia - nº (%) 0,05* Esvaziamento - nº (%) 0,25 QT - nº (%) <0,01* Conclusão da RT –nº (%) Sim 42 (72,4%) 27 (64,3%) 30(90,0%) 99 (74,4%) Não 16 (27,6%) 15 (35,7%) 3 (9,1%) 34 (25,5%) BED – Gy10 Média (DP) 65,6 (16,7) 64,5 (22,2) 73,6 (9,1) 67,2 (17,6) Sim 26 (44,8%) 26 (61,9%) 18 (54,5%) 70 (52,6%) Não 32 (55,2%) 16 (38,1%) 15 (45,5%) 63 (47,4%) 0,02* 0,05* Nutrição 0,23 Abreviações: Grupo I= sem adesão. Grupo II = adesão ao PPO 0¬6 meses; Grupo III = adesão ao PPO >6 meses; DP = desvio padrão; T = tamanho do tumor; Grau histológico de acordo com a OMS; RT = radioterapia; QT = quimioterapia; BED = Dose Efetiva Biológica com α/β =10; * = Valor de p estatisticamente significante entre os grupos (p<0,05). 1 [Digite texto] 54 1 Tabela III: Razão de interrupção da RT de pacientes em terapia adjuvante. Grupo I Grupo II Grupo III n=35 n=16 n=27 n=78 8 (27,6%) 8 (27,6%) 13 (44,8%) 29 (100%) 1(20%) 1 (20%) 3 (60,0%) 5 (100%) Outras causas 4 (66,7%) 1 (16,7%) 1 (16,7%) 6 (100%) Não informado 22 (57,9%) 6 (15,8%) 10 (26,3%) 38 (100%) Motivo da interrupção Mucosite Outros sintomas da RT Amostra total Abreviações: Grupo I= sem adesão. Grupo II = adesão ao PPO 0¬6 meses; Grupo III = adesão ao PPO >6 meses; RT= radioterapia. 2 [Digite texto] 55 1 2 3 Figura 1: Curva de Kaplan-Meier da sobrevida dos pacientes avaliados de acordo com a 4 presença de interrupção da RT por sintomas (teste de log-rank, p=0,02). [Digite texto] 56 1 2 Figura 2: Curva de Kaplan-Meier da sobrevida dos pacientes avaliados de acordo tempo 3 definido na última consulta realizado (teste de log-rank, p=0,01). 4 [Digite texto] 57 1 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 2 3 Os resultados desse estudo trazem contribuições que fortalecerá a 4 importância da odontologia no contexto das equipes transdisciplinares para o 5 tratamento do câncer na região de cabeça e pescoço. Esse estudo indicou um 6 aumento da sobrevida dos pacientes com câncer de cavidade oral que tiveram 7 adesão ao protocolo preventivo odontológico favorecendo a continuidade e 8 conclusão do tratamento radioterápico embora a adesão ao protocolo não tivesse 9 impacto sobre a interrupção da RT. Outros fatores podem ter também influenciado 10 neste processo. 11 O PPO não influenciou na interrupção da RT por sintomas no grupo com 12 acompanhamento superior a 6 meses, mas pode ter reduzido as severidades das 13 complicações orais decorrentes da RT o que possivelmente favoreceu a finalização 14 do tratamento oncológico. Neste estudo não foi avaliada as severidades das 15 complicações orais em relação ao PPO, uma vez que nem sempre a severidade do 16 efeito havia sido registrada no prontuário dos pacientes envolvidos. Acreditamos que 17 um estudo prospectivo no qual o profissional seja orientado e preparado para 18 registrar a severidade de acordo os protocolos existentes como para avaliação da 19 mucosite e/ou xerostomia os resultados poderão ser diferentes. 20 Por se tratar de um estudo retrospectivo de 20 anos, as dificuldades foram 21 principalmente em relação ao acesso dos prontuários, pois a localização dos 22 prontuários era permitida apenas a equipe do Arquivo Médico do HAJ de acordo 23 com a disponibilidade do serviço. Além disso, devido aos critérios de inclusão e 24 exclusão, 692 prontuários de pacientes de câncer de cavidade oral foram excluídos 25 da pesquisa, visto que alguns dados como metástase patológica e tratamento 26 realizado (RT) não estavam dispostos no formulário eletrônico da Instituição e 27 consequentemente estavam registrados apenas no prontuário do paciente, 28 demandando ainda mais tempo para a execução da pesquisa. 29 Apesar disso, este trabalho viabilizará outras investigações nesta linha de 30 pesquisa. A ampliação desse estudo em indivíduos portadores de câncer na região 31 de cabeça e pescoço poderá ser conduzido e confrontado com esses achados 32 específicos em cavidade oral em um ensaio clínico randomizado para avaliação das 33 severidades das reações adversas decorrentes da RT em relação ao PPO e [Digite texto] 58 1 confirmação em relação a interrupção da RT e sobrevida em pacientes com câncer 2 de cavidade oral. Em nível molecular, uma avaliação da atividade de proliferação 3 celular e apoptótica em tumores recorrentes poderá ser investigado e até sua 4 possível associação com a interrupção da RT . 5 Um fato que precisa ser considerado é que a adesão a um PPO do paciente 6 portador de neoplasia maligna em cavidade oral e ou na região de cabeça e pescoço 7 com indicação para tratamento cirúrgico e radioterápico associado ou não a 8 quimioterapia é fundamental. Embora neste estudo não tenha sido observado este 9 impacto de maneira susbstancial na não interrupção da RT e na sobrevida podemos 10 observar que os pacientes em geral apresentaram melhor sobrevida do que aqueles 11 que não tiveram esse acompanhamento e com certeza melhor qualidade de vida. 12 Acreditamos, portanto, que mais estudos nessa linha de investigação deverão ser 13 continuadas em prol da cura e ou controle da doença propiciando melhor sobrevida 14 livre de doença e glogal do paciente. 15 [Digite texto] 59 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS7 AGUIAR, G. P.; JHAM, B. C.; MAGALHAES, C. S.; SENSI, L. G. et al. A review of the biological and clinical aspects of radiation caries. J Contemp Dent Pract, v. 10, n. 4, p. 83-9, 2009. AMDUR, R. J.; PARSONS, J. T.; MENDENHALL, W. M.; MILLION, R. R. et al. 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CASOS GRUPOS 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 66 67 68 69 70 71 72 73 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 121 122 123 124 125 126 127 128 129 130 131 132 133 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 65 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 62 63 64 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 IDADE (ANOS) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 GÊNERO 48 Masculino 53 Masculino 60 Masculino 51 Masculino 51 Masculino 61 Masculino 85 Masculino 62 Masculino 71 Masculino 80 Masculino 65 Masculino 92 Feminino 83 Masculino 75 Feminino 57 Feminino 44 Masculino 73 Masculino 77 Feminino 61 Masculino 60 Masculino 77 Feminino 81 Feminino 62 Masculino 81 Masculino 83 Feminino 81 Masculino 57 Masculino 65 Feminino 62 Masculino 53 Masculino 102 Feminino 49 Masculino 50 Masculino 50 Masculino 57 Masculino 63 Feminino 81 Masculino 67 Masculino 66 Feminino 76 Masculino 47 Masculino 61 Masculino 75 Masculino 48 Masculino 60 Masculino 78 Feminino 62 Feminino 72 Masculino 73 Masculino 65 Feminino 52 Feminino 48 Feminino 73 Masculino 49 Masculino 66 Masculino 63 Feminino 46 Feminino 65 Feminino 68 Masculino 53 Masculino 53 Feminino 67 Masculino 55 Masculino 58 Masculino 52 Masculino 45 Masculino 72 Feminino 53 Masculino 66 Masculino 68 Masculino 62 Masculino 66 Masculino 34 Masculino 64 Masculino 63 Masculino 56 Masculino 49 Masculino 37 Masculino 55 Masculino 41 Masculino 50 Masculino 68 Masculino 54 Masculino 51 Feminino 65 Masculino 55 Masculino 45 Masculino 51 Masculino 70 Masculino 62 Masculino 86 Masculino 80 Masculino 75 Feminino 55 Masculino 60 Masculino 45 Masculino 46 Masculino 40 Feminino 57 Feminino 57 Masculino 42 Masculino 55 Masculino 42 Masculino 42 Masculino 52 Feminino 60 Masculino 54 Masculino 48 Masculino 50 Masculino 57 Masculino 76 Masculino 54 Masculino 49 Feminino 65 Feminino 59 Masculino 50 Masculino 68 Masculino 53 Feminino 53 Masculino 22 Feminino 53 Feminino 66 Masculino 44 Masculino 52 Masculino 38 Masculino 80 Masculino 61 Masculino 55 Masculino 49 Masculino 66 Feminino 62 Masculino 52 Feminino 62 Masculino ETNIA Melanoderma Feoderma Feoderma Feoderma Leucoderma Feoderma Feoderma Leucoderma Leucoderma Feoderma Feoderma Leucoderma Leucoderma Leucoderma Feoderma Leucoderma Feoderma Leucoderma Leucoderma Feoderma Feoderma Feoderma Feoderma Leucoderma Feoderma Feoderma Feoderma Feoderma Feoderma Feoderma Feoderma Leucoderma Feoderma Feoderma Feoderma Leucoderma Leucoderma Leucoderma Leucoderma Feoderma Leucoderma Leucoderma Leucoderma Leucoderma Leucoderma Feoderma Feoderma Leucoderma Leucoderma Feoderma Leucoderma Leucoderma Melanoderma Feoderma Leucoderma Leucoderma Leucoderma Leucoderma Feoderma Melanoderma Feoderma Leucoderma Leucoderma Feoderma Leucoderma Leucoderma Feoderma Leucoderma Leucoderma Feoderma Leucoderma Feoderma Feoderma Feoderma Leucoderma Leucoderma Feoderma Leucoderma Feoderma Feoderma Feoderma Leucoderma Leucoderma Feoderma Feoderma Feoderma Leucoderma Leucoderma Leucoderma Melanoderma Feoderma Leucoderma Feoderma Feoderma Leucoderma Leucoderma Leucoderma Leucoderma Feoderma Leucoderma Feoderma Feoderma Leucoderma Leucoderma Leucoderma Leucoderma Feoderma Leucoderma Leucoderma Feoderma Leucoderma Leucoderma Feoderma Leucoderma Feoderma Leucoderma Feoderma Feoderma Feoderma Feoderma Melanoderma Feoderma Leucoderma Leucoderma Leucoderma Leucoderma Leucoderma Feoderma Feoderma Leucoderma Feoderma Leucoderma Leucoderma [Digite texto] FUMANTE ETILISTA ECOG-PS Fumante Etilista Fumante Etilista Fumante Etilista Não fumante Não etilista Fumante Etilista Fumante Não etilista Fumante Não etilista Fumante Etilista Fumante Etilista Ex-Fumante Não etilista Ex-Fumante Ex-etilista Fumante Não etilista Fumante Ex-etilista Não fumante Não etilista Fumante Não etilista Não informadoNão informado Fumante Etilista Fumante Etilista Fumante Não etilista Fumante Etilista Ex-Fumante Etilista Fumante Etilista Fumante Ex-etilista Fumante Não etilista Não informadoNão informado Fumante Etilista Fumante Etilista Não fumante Não etilista Fumante Etilista Fumante Etilista Fumante Não etilista Não fumante Etilista Fumante Etilista Fumante Etilista Fumante Etilista Não fumante Não etilista Fumante Etilista Fumante Não etilista Não fumante Não etilista Fumante Etilista Fumante Não etilista Fumante Não etilista Não fumante Não etilista Fumante Não etilista Fumante Etilista Não fumante Não etilista Fumante Etilista Não informadoNão informado Fumante Não etilista Fumante Ex-etilista Fumante Não etilista Não informadoNão informado Fumante Não etilista Não informadoNão informado Ex-Fumante Ex-etilista Não fumante Não etilista Fumante Não etilista Ex-Fumante Não etilista Fumante Etilista Fumante Etilista Fumante Não etilista Fumante Etilista Fumante Não etilista Fumante Etilista Fumante Etilista Fumante Etilista Fumante Não etilista Ex-Fumante Etilista Não fumante Não etilista Fumante Não etilista Fumante Não etilista Ex-Fumante Não etilista Fumante Etilista Não informadoNão informado Fumante Ex-etilista Fumante Etilista Fumante Etilista Não fumante Não etilista Fumante Etilista Fumante Etilista Fumante Não etilista Ex-Fumante Não etilista Fumante Etilista Fumante Etilista Fumante Não etilista Fumante Etilista Fumante Não etilista Fumante Etilista Ex-Fumante Ex-etilista Ex-Fumante Etilista Ex-Fumante Ex-etilista Fumante Não etilista Fumante Não etilista Fumante Etilista Fumante Ex-etilista Fumante Etilista Ex-Fumante Ex-etilista Fumante Etilista Fumante Não etilista Ex-Fumante Não etilista Fumante Etilista Não fumante Não etilista Não fumante Não etilista Fumante Etilista Fumante Etilista Ex-Fumante Etilista Fumante 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Palato duro 1 1 Comprometidas RT adjuvante Palato duro 4 2 Livres RT adjuvante 0 Língua 2 2 Livres RT adjuvante Mucosa oral 4 1 Exíguas RT adjuvante 0 Língua 3 3 Exíguas RT adjuvante Rebordo alveolar 4 2 Comprometidas RT adjuvante 0 Língua 4 2 Livres RT adjuvante 0 Assoalho 4 1 Livres RT adjuvante 0 Língua 3 2 Comprometidas RT adjuvante Rebordo alveolar 3 2 Livres RT adjuvante Língua 3 2 Comprometidas RT adjuvante 0 Assoalho 4 1 Livres RT adjuvante Mucosa oral 2 3 RT exclusiva 0 Mucosa oral 3 3 Livres RT adjuvante Mucosa oral 4 2 Livres RT adjuvante 1 Palato duro 4 2 RT/QT 0 Língua 4 1 RT/QT Assoalho 4 2 Livres RT/QT 0 Língua 4 2 Livres RT adjuvante Rebordo alveolar 2 2 RT exclusiva 0 Assoalho 4 1 Livres RT adjuvante 0 Língua 4 2 Livres RT adjuvante 0 Mucosa oral 3 2 Exíguas RT/QT Assoalho 4 2 Livres RT adjuvante Língua 2 2 Livres RT adjuvante 0 Mucosa oral 4 2 Comprometidas RT adjuvante 0 Assoalho 2 2 Livres RT adjuvante Rebordo alveolar 3 2 Comprometidas RT adjuvante 0 Assoalho 4 3 Livres RT adjuvante Assoalho 4 2 Comprometidas RT adjuvante 0 Assoalho 3 1 Livres RT adjuvante 0 Língua 4 1 Livres RT adjuvante 1 Língua 4 2 Livres RT adjuvante 1 Assoalho 3 2 Livres RT adjuvante Mucosa oral 4 2 RT exclusiva 0 Assoalho 4 3 Livres RT adjuvante Palato duro 4 2 Comprometidas RT adjuvante Palato duro 4 3 Comprometidas RT/QT 1 Assoalho 4 1 RT exclusiva 0 Cavidade oral 3 3 RT exclusiva 0 Assoalho 4 3 Comprometidas RT adjuvante 0 Mucosa oral 3 1 Livres RT adjuvante 0 Assoalho 2 2 Livres RT adjuvante Assoalho 4 2 Livres RT adjuvante 0 Rebordo alveolar 2 4 Livres RT adjuvante 0 Palato duro 2 2 Livres RT adjuvante Assoalho 1 2 Livres RT adjuvante 0 Língua 4 3 RT exclusiva 0 Rebordo alveolar 3 3 RT/QT 0 Rebordo alveolar 4 2 Comprometidas RT adjuvante 1 Rebordo alveolar 4 2 Exíguas RT/QT 0 Palato duro 4 2 RT/QT Mucosa oral 4 2 Livres RT adjuvante Assoalho 4 2 Livres RT adjuvante 2 Mucosa oral 2 2 Livres RT/QT Palato duro 2 3 Não informado RT adjuvante 0 Mucosa oral 2 3 RT/QT Língua 3 2 Livres RT adjuvante 0 Rebordo alveolar 3 3 Comprometidas RT adjuvante 4 Assoalho 4 2 Livres RT adjuvante 0 Mucosa oral 4 2 RT/QT Assoalho 2 2 Livres RT adjuvante 0 Língua 4 3 RT/QT 0 Assoalho 4 2 Livres RT adjuvante Assoalho 4 1 Livres RT adjuvante Rebordo alveolar 4 2 RT/QT Língua 4 2 Livres RT/QT 0 Língua 3 2 Livres RT adjuvante Palato duro 4 2 RT/QT 2 Mucosa oral 4 2 RT/QT 1 Rebordo alveolar 2 1 Comprometidas RT/QT Língua 4 4 Exíguas RT adjuvante 0 Mucosa oral 3 2 RT/QT Mucosa oral 2 2 Comprometidas RT adjuvante Assoalho 4 3 Livres RT adjuvante Assoalho 3 3 Livres RT adjuvante Língua 4 2 RT/QT 0 Assoalho 1 1 RT/QT Assoalho 4 2 Não informado RT/QT 0 Palato duro 4 1 Livres RT adjuvante 0 Rebordo alveolar 3 2 Livres RT adjuvante Assoalho 3 2 RT exclusiva 0 Assoalho 2 1 Livres RT/QT Assoalho 4 2 Livres RT adjuvante Língua 4 2 RT exclusiva 0 Língua 4 1 Livres RT adjuvante 0 Mucosa oral 2 2 RT/QT 1 Língua 4 1 RT/QT 0 Assoalho 1 3 Livres RT adjuvante 0 Língua 3 2 Livres RT/QT 0 Assoalho 4 2 Exíguas RT adjuvante Língua 4 2 Livres RT adjuvante Assoalho 4 2 Livres RT adjuvante Mucosa oral 4 4 Livres RT/QT 0 Língua 4 1 Livres RT adjuvante Língua 2 2 Livres RT adjuvante 0 Língua 4 2 Comprometidas RT adjuvante 0 Assoalho 4 2 Livres RT adjuvante Assoalho 3 2 RT/QT 1 Rebordo alveolar 3 2 Livres RT adjuvante Assoalho 3 2 RT/QT Língua 4 3 Livres RT adjuvante Mucosa oral 4 4 Livres RT adjuvante 0 Assoalho 3 2 Livres RT adjuvante 0 Assoalho 4 2 Livres RT/QT Mucosa oral 4 1 Exíguas RT adjuvante 0 Rebordo alveolar 4 2 Comprometidas RT/QT Língua 2 2 RT exclusiva 0 Língua 3 2 RT/QT 0 Palato duro 4 2 Livres RT adjuvante 0 Palato duro 3 3 Não informado RT/QT 0 Língua 4 1 Livres RT adjuvante Rebordo alveolar 4 2 RT exclusiva Mucosa oral 3 1 RT/QT Palato duro 2 2 Livres RT adjuvante 1 Mucosa oral 4 2 Livres RT adjuvante 0 Mucosa oral 4 2 Livres RT adjuvante Língua 4 1 Livres RT adjuvante Língua 4 3 Livres RT adjuvante 0 Língua 4 2 Livres RT/QT Língua 3 3 Livres RT adjuvante Assoalho 2 3 Livres RT/QT CIRURGIA não sim não sim não não não sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim não sim sim não não sim sim não não não sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim não sim sim sim não não sim sim sim sim sim sim sim não não sim não não sim sim sim sim não sim sim sim não sim não sim não não sim sim não não sim não não sim sim sim não não sim sim sim não sim sim não sim não não sim não sim sim sim sim sim sim sim sim não sim não sim sim sim sim sim sim não não sim sim não não não sim sim sim sim sim sim sim sim ESVAZIAMENTO QT sim não sim não sim não não não sim não não não não não sim não sim não não não sim não não não não não não não sim não sim não sim não sim não sim não sim não sim não sim não sim não não não não não sim não não sim não sim sim sim sim não não não sim não sim não sim sim sim não não não sim não sim não não não sim não sim não sim não não não sim não sim não não não sim não sim não não sim não não não não sim não não não sim não sim não sim não não não sim não não não não sim não não sim sim não sim sim não sim não sim sim não não não sim sim não sim não sim não não sim sim não não sim sim não sim não não sim sim sim sim não não sim não sim não sim sim não não sim sim não sim não sim não não sim não sim sim sim não não não não não não sim sim sim não não não sim não não sim não sim sim não sim sim sim não sim não sim não sim sim sim não sim não sim não sim não não sim sim não não sim sim não não não sim não sim sim sim não não sim não não não sim não não não sim sim não não não não sim não não sim não sim não sim não sim não sim sim sim não sim sim BED TUMOR INTERRUPÇÃO DE RT 76,464 sim 36 sim 59,472 sim 63,72 sim 77,1 não 60 sim 67,2 sim 84 sim 71,41 sim 69,6 sim 72 sim 79,11 não 76,464 sim 72 sim 4,8 sim 84 sim 67,2 sim 50,4 sim 62,4 sim 72 sim 76,8 sim 72 sim 79,2 sim 55,2 sim 76,8 sim 87,42 sim 93,6 sim 82,836 sim 76,8 sim 76,8 sim 84 sim 36 sim 76,8 sim 84 sim 40,356 sim 72 sim 24 sim 79,2 sim 60 sim 72 sim 79,2 sim 76,8 sim 72 sim 84 sim 67,2 sim 70,092 sim 79,2 sim 87,6 sim 64,8 não 70,092 não 81,6 sim 81,6 sim 70,4 sim 76,8 sim 72 não 72 sim 79,2 sim 64,8 sim 45,6 sim 24 não 67,2 sim 74,4 sim 72 sim 78,588 sim 84 sim 67,968 sim 84 sim 67,2 sim 79,2 sim 67,2 sim 79,2 sim 44,604 sim 57,348 sim 76,8 sim 55,224 sim 61,596 sim 67,2 sim 72 sim 72,216 sim 84 sim 59,47 sim 72 sim 7,8 sim 84 sim 72 sim 72 sim 48 não 4,8 sim 59,472 sim 76,8 sim 72 sim 76,8 sim 79,2 não 72 sim 74,4 sim 79,2 sim 64,8 sim 69,6 sim 84 sim 72 sim 81,6 sim 60 sim 84 sim 64,8 sim 21,6 sim 67,2 sim 64,8 não 72 sim 2,4 sim 84 sim 70,092 sim 65,844 sim 64,8 sim 59,472 sim 79,2 sim 79,2 sim 43,2 sim 72 sim 79,2 sim 72 sim 64,8 sim 14,868 sim 72 sim 72 sim 84 sim 76,8 sim 84 sim 59,472 sim 50,4 sim 59,472 sim 72 sim 74,34 sim 72,216 sim INTERRUPÇÃO DEVIDO A SINTOMAS INTER. POR OUTRAS CAUSAS não sim não sim não sim não sim sim não não não não não sim sim sim sim sim sim não não não não não sim não sim sim não sim não não não não sim não não não não sim sim sim não sim não não sim sim não sim sim não sim não não sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim não sim sim não sim sim sim sim não não não sim sim sim sim sim não não não sim não sim sim não não sim sim não não não sim sim sim sim não sim sim sim sim não não sim sim sim sim sim sim sim sim não sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim não não sim sim sim sim sim sim não não não não sim sim sim não sim sim não sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim não sim sim não não sim sim sim não sim sim sim não não sim sim não não não sim sim sim não não sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim CONCLUSÃO DA RT sim sim sim sim não sim não não sim sim sim não sim sim não sim sim sim sim sim sim sim sim não sim sim não sim sim sim não sim sim sim sim não não sim sim sim sim não sim sim sim sim sim sim não não não não não sim sim sim sim sim não não sim não sim sim sim não não sim sim sim sim não sim não sim não sim sim sim sim sim sim sim não sim sim não não sim sim sim sim não não não não sim sim sim sim sim sim não não sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim não sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim RESPOSTA LOCAL DA RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Ausência de resposta tumoral Resposta completa à RT Resposta completa à RT Ausência de resposta tumoral Ausência de resposta tumoral Resposta completa à RT Resposta parcial à RT Resposta completa à RT Ausência de resposta tumoral Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta parcial à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta parcial à RT Ausência de resposta tumoral Resposta completa à RT Ausência de resposta tumoral Resposta parcial à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta parcial à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Ausência de resposta tumoral Ausência de resposta tumoral Resposta parcial à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Ausência de resposta tumoral Resposta completa à RT Resposta completa à RT Ausência de resposta tumoral Resposta completa à RT Resposta completa à RT Ausência de resposta tumoral Ausência de resposta tumoral Ausência de resposta tumoral Ausência de resposta tumoral Resposta parcial à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta parcial à RT Ausência de resposta tumoral Resposta completa à RT Ausência de resposta tumoral Ausência de resposta tumoral Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta parcial à RT Ausência de resposta tumoral Resposta parcial à RT Resposta parcial à RT Resposta completa à RT Ausência de resposta tumoral Resposta completa à RT Ausência de resposta tumoral Ausência de resposta tumoral Resposta completa à RT Ausência de resposta tumoral Resposta completa à RT Resposta completa à RT Ausência de resposta tumoral Ausência de resposta tumoral Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta parcial à RT Resposta completa à RT Ausência de resposta tumoral Ausência de resposta tumoral Ausência de resposta tumoral Resposta parcial à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta parcial à RT Ausência de resposta tumoral Resposta parcial à RT Resposta parcial à RT Ausência de resposta tumoral Resposta completa à RT Resposta parcial à RT Ausência de resposta tumoral Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Ausência de resposta tumoral Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta parcial à RT Resposta completa à RT Ausência de resposta tumoral Resposta completa à RT Ausência de resposta tumoral Resposta parcial à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT Resposta completa à RT RECIDIVA não sim não sim não não não não sim não não não não sim não sim sim não não sim não não não não não sim não não não sim não não não não sim não sim não não não sim sim não sim não não não não não não não não não não sim não não não não não não não não não não não não não sim sim não não sim não sim sim sim não não não não não não não não não não não não sim não não não não não não não não não não não não não não não não não não não não não não não sim não não não sim não sim não não não sim não não não não não sim não não não DESFECHO CLÍNICO SOBREVIDA ODONTO Perda de seguimento 118,31 não óbito 15,87 não Perda de seguimento 29,17 não óbito 6,8 não Perda de seguimento 89,49 não Perda de seguimento 46,42 não Perda de seguimento 1,71 não óbito 3,52 não Perda de seguimento 99,02 não óbito 66,6 não óbito 79,93 não óbito 5,42 não óbito 6,47 não óbito 86,14 não Perda de seguimento 80,13 não óbito 14,06 não Perda de seguimento 43,86 não óbito 69,95 não óbito 31,05 não óbito 12,55 não óbito 23,89 não Perda de seguimento 19,19 não Perda de seguimento 63,18 não Perda de seguimento 15,61 não óbito 7,2 não óbito 122,94 não óbito 3,35 não óbito 38,14 não óbito 22,87 não óbito 55,36 não óbito 2,1 não Perda de seguimento 123,01 sim Perda de seguimento 122,09 não Perda de seguimento 22,24 não Perda de seguimento 43,83 não óbito 7,59 não Perda de seguimento 18,27 não Perda de seguimento 49,84 não óbito 36,99 não óbito 34,4 não Perda de seguimento 50,63 não óbito 48,16 não óbito 12,35 não Perda de seguimento 13,77 não Perda de seguimento 92,94 não Perda de seguimento 7 não Perda de seguimento 13,5 não óbito 5,65 não Perda de seguimento 5,98 não Perda de seguimento 0,72 não óbito 10,48 não Perda de seguimento 2,76 não Perda de seguimento 4,14 não Perda de seguimento 53,45 não Perda de seguimento 13,31 não Perda de seguimento 35,52 não óbito 15,24 não Perda de seguimento 12,39 não óbito 23,29 sim óbito 3,38 sim Perda de seguimento 110,65 sim óbito 5,22 sim óbito 11,5 sim Perda de seguimento 60,58 sim Perda de seguimento 16,03 sim óbito 27,5 sim Perda de seguimento 8,48 sim óbito 9,89 sim óbito 10,94 sim óbito 14,78 sim Perda de seguimento 69,06 sim óbito 1,31 sim Perda de seguimento 96,82 sim óbito 6,34 sim óbito 9,69 sim Perda de seguimento 85,49 sim Perda de seguimento 14,09 sim Perda de seguimento 50,1 sim óbito 75,86 sim Perda de seguimento 4,63 sim óbito 9,4 sim óbito 8,28 sim Perda de seguimento 77,83 sim óbito 9,36 sim óbito 121,36 sim Perda de seguimento 8,31 sim Perda de seguimento 7,39 sim Perda de seguimento 6,28 sim Perda de seguimento 25,17 sim Perda de seguimento 33,45 sim Perda de seguimento 6,6 sim Perda de seguimento 20,7 sim óbito 0,82 sim Perda de seguimento 7,33 sim Perda de seguimento 82,5 sim óbito 11,17 sim Perda de seguimento 23,72 sim óbito 13,54 sim Perda de seguimento 8,15 sim Perda de seguimento 79,38 sim Perda de seguimento 26,71 sim Perda de seguimento 76,58 sim Perda de seguimento 40,97 sim Perda de seguimento 110,32 sim Perda de seguimento 92,78 sim Perda de seguimento 177,77 sim óbito 32,69 sim Perda de seguimento 114 sim Perda de seguimento 94,78 sim Perda de seguimento 68,34 sim óbito 12,22 sim Perda de seguimento 36,76 sim Perda de seguimento 66,33 sim Perda de seguimento 48,36 sim Perda de seguimento 67,61 sim Perda de seguimento 20,44 sim Perda de seguimento 84,6 sim Perda de seguimento 34,5 sim Perda de seguimento 145,87 sim óbito 49,35 sim Perda de seguimento 62,69 sim óbito 12,58 sim Perda de seguimento 18,76 sim Perda de seguimento 35,91 sim óbito 15,34 sim Perda de seguimento 12,65 sim Perda de seguimento 63,44 sim Perda de seguimento 47,15 sim Perda de seguimento 44,16 sim Perda de seguimento 21,75 sim Perda de seguimento 36,3 sim Perda de seguimento 86,37 sim Perda de seguimento 59,47 sim NUTRIÇÃO sim sim não sim sim não não sim sim não sim não não sim sim não sim sim sim não sim não sim não não não sim não sim sim não sim sim não sim não não sim sim não não não não sim não não não sim não não não não não não sim não sim não não sim não sim sim sim não sim sim sim sim sim sim não sim não sim sim sim não sim não sim não sim não não sim sim não não não não não não sim sim sim sim sim sim sim sim não não sim sim sim não não não sim sim não sim sim não sim não sim sim sim sim não não não sim não não sim não sim sim sim não 1 2 3 71 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 ANEXOS 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 [Digite texto] 72 1 Anexo A: Protocolo Preventivo Odontológico (PPO) do HAJ/ACCG – Tabelas I e II. Tabela I: Estratégia de cuidados orais para pacientes antes, durante e após a RT e/ou QT. Antes da RT / QT Nota Diagnóstico definitivo Localização e tamanho do tumor. História Médica Exame clínico Fatores de riscos – tabagismo, etilismo, entre outros. Identificação dos focos de infecção; avaliação do periodonto, dentes e mucosa oral. Orientação de Higiene Oral Orientação de cuidados com a prótese Higiene e remoção da prótese ao dormir. Avaliação de exames radiográficos Radiografia panorâmica, radiografias periapicais e bite-wing, quando indicado. Prognóstico Cura ou paliativo. Proposta terapêutica QT, RT (dose, campos e duração). Orientação nutricional Redução de alimentos cariogênicos. Durante a RT / QT Orientação de uso de fator de proteção solar (FPS) Hidratação Ingestão frequente de água, no mínimo 1,5 litros / dia. Saliva artificial: Carmelose sódica. Fluorterapia Fluoreto de Sódio 0,05%. Eliminação de infecção Antimicrobianos, anti-fúngicos e anti-virais, solução salina. Laserterapia Laser de baixa potência. Aplicações semanais. Exercícios passivos de abertura de mandíbula para redução do trismo Orientação nutricional Redução de alimentos cariogênicos e derivados de ácidos cítricos. Após a RT / QT Finalização de tratamentos odontológicos adiados durante a RT. Seguimentos frequentes - proservação Orientação nutricional 2 [Digite texto] Reabilitação oral. Retornos: mensal, trimestral, semestral e anual. Avaliação da higiene oral, descalcificação dentária, xerostomia, osterradionecrose, doença em atividade (recidiva, metástase, presença de novos tumores primários). Redução de alimentos cariogênicos e derivados de ácidos cítricos. 73 1 Anexo A: Protocolo Preventivo Odontológico (PPO) do HAJ/ACCG – Tabelas I e II. Tabela II: Terapias para as complicações orais decorrentes das RT e QT. Terapêutica Laserterapia Posologia Laser de baixa potência. Aplicações semanais. Saliva artificial Carmelose sódica Até 8 vaporizações diárias. Agentes antimicrobianos Tetraciclina 1 cápsula/meia xícara de água. 3 vezes/dia. Agentes anti-fúngicos Tópico Nistatina 100.000UI 12 gotas/xícara de água; 3 a 4 vezes/dia. Sistêmico Fluconazol 150 mg 150 mg/semana;1 vezes/semana. Agentes anti-virais Aciclovir 200mg/5 vezes/dia; 10 dias. Agentes corticosteroides tópicos Triamcinolona em orabase 1 vez/dia antes de dormir. Enxaguatórios Fluoreto de Sódio 0,05% 3 vezes/dia/1 minuto. Enxague com água bicarbonatada 3 a 4 vezes/dia. Gluconato de Clorexidina a 0,12% 3 colheres/meia xícara de água; 3 vezes/dia. [Digite texto] 74 Anexo B: Pareceres do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Goiás e Hospital Araújo Jorge – Associação de Combate ao Câncer (HAJ/ACCG). [Digite texto] 75 [Digite texto] 76 [Digite texto] 77 Anexo C: Classificação clínica TNM e graduação histológica para carcinoma de cavidade oral (C02-C06), segundo UICC (SOBIN e WITTEKIND, 2002). Regras para Classificação A avaliação das categorias T,N e M é obtida por exame físico e diagnóstico por imagem. Localizações e sub-localizações anatômicas Cavidade oral (C02-06) 1. Mucosa oral i) Mucosa do lábio superior e inferior ii) Mucosa da bochecha (mucosa jugal) iii) Áreas retromolares iv) Sulcos buco-alveolares 2. Gengiva, alvéolos superiores (rebordo alveolar superior) 3. Gengiva, alvéolos inferiores (rebordo alveolar inferior) 4. Palato duro 5. Língua i) Superfície dorsal e bordas lateral anterior às papilas valadas (dois terços anteriores) ii) Superfície ventral da boca 6. Assoalho da boca Linfonodos Regionais Os linfonodos regionais são os linfonodos cervicais TNM – Classificação Clínica T – Tumor primário [Digite texto] 78 TX Tumor primário não pode ser avaliado T0 Não há evidência de tumor primário Tis Carcinoma in situ T1 Tumor de até 2 cm em sua maior dimensão T2 Tumor maior que 2 cm e até 4 cm em sua maior dimensão T3 Tumor maior que 4 cm em sua maior dimensão T4 Tumor invade estruturas adjacentes: cortical óssea, músculos profundos/extrínsecos da língua (genioglosso, hioglosso, palatoglosso e estiloglosso), seios maxilares ou pele da face. N – Linfonodos regionais NX Os linfonodos regionais não podem ser avaliados N0 Ausência de metástase em linfonodos regionais N1 Metástase em um único linfonodo homolateral, com 3 cm ou menos em sua maior dimensão N2 Metástase em um único linfonodo homolateral, com mais de 3 cm e até 6 cm em sua maior dimensão, ou linfonodos homolaterais múltiplos, nenhum deles com mais de 6 cm em sua maior dimensão; ou linfonodos bilaterais ou contralaterais, nenhum deles com mais de 6 cm em sua maior dimensão. N3 Metástase em linfonodo com mais de 6 cm em sua maior dimensão. M – Metástase à Distância MX A presença de metástase à distância não pode ser avaliada M0 Ausência de metástase à distância M1 Metástase à distância As categorias M1 podem ser mais especificadas de acordo com as seguintes notações: pulmonar, medula óssea, óssea, pleural, hepática, peritoneal, cerebral, supra-renal e linfonodal. [Digite texto] 79 Anexo D: Escala da escala de capacidade funcional performance status Eastern Cooperative Oncology Group (ECOG – PS) Grau 0 1 2 3 4 5 [Digite texto] ECOG Capacidade de executar as atividades normalmente sem restrições Capacidade de executar o trabalho de forma leve ou sedentária Capacidade de auto cuidado, mas incapaz de executar qualquer atividade de trabalho. Fora do leito mais de 50% das horas. Capacidade de auto cuidado limitado. Mais de 50% das horas no leito. Incapacidade total de autocuidado. Totalmente confinado ao leito Óbito