Volume 21 - Numero 1
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Volume 21 - Numero 1
Revista Educação Agrícola Superior Publicação da Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior- ABEAS .Vol. 21 Nº 01 - 2006 Produção e produtividade em floresta sob manejo sustentável em escala comercial na Amazônia Central 1 Eduardo Coutinho da Cruz Josué Rogério Souza; Leocinira Mendes dos Santos; Murayari Mario David Garcia; Mereide Xavier Fonseca; Fernanda de Asis Pimentel 1- Engenheiro Florestal, Doutor em Ciências Florestais pela UFPR, Professor Adjunto do Departamento de Ciências Florestais de UFAM; Líder do Grupo de Pesquisa em Métodos e Técnicas Aplicadas ao Manejo Sustentável de Florestas Tropicais. ([email protected]) Resumo Comparou-se a produção e a produtividade volumétrica de 22 unidades de produção anual do projeto de manejo florestal sustentável da fazenda 2000 pertencente ao grupo empresarial MIL - Madeireira Itacoatiara Ltda. / Precious Woods Amazon. Tomou-se como referência para essa comparação, o método fitocêntrico preditivo direto baseado no volumem, em uma única ocasião (estático), determinado por uma equação de simples entrada gerada com dados dendrométricos obtidos no local, verificou-se que a diferença entre os volumes obtidos entre os compartimentos deveu-se as variações edafo-climáticas não avaliadas e as delimitações dos compartimentos sem levar em consideração unidades de igual produtividade volumétrica. Palavras chave: Precious Woods Amazon, manejo florestal sustentável Introdução A produção de madeira pode ser o melhor indicador da produtividade do sitio para propósitos de manejo florestal. Alguns sítios suportam uma floresta luxuriante, enquanto que outros apenas são capazes de suportarem florestas pobres. Prodan et al. (1997) indicam que dois elementos básicos determinam o rendimento e o crescimento dos povoamentos: (1) a capacidade produtiva do sítio (produtividade); e (2) o aproveitamento que o povoamento faz da potencialidade do sítio. A qualidade do sítio se define como a capacidade de uma determinada área para o crescimento de árvores. É a resposta, no desenvolvimento de uma determinada espécie, á totalidade das condições ambientais (edáficas, climáticas e bióticas) existentes em um determinado lugar. Uma das primeiras tarefas para modelar o crescimento florestal é encontrar uma forma de quantificar as diferenças de sítio. Estas diferenças podem ser devido ao solo (p.ex. fertilidade e drenagem), ao clima (p.ex. temperatura e precipitação), as topografias (p.ex. altitude e feição do terreno) e a outros fatores, e podem refletir na composição de espécies e nos padrões de crescimento. Material e Método O estudo foi realizado na área do projeto de manejo florestal sustentável da fazenda 2000 / MIL Madeireira Itacoatiara Ltda., pertencente ao grupo empresarial suíço Precious Woods, está situada a altura do km 227 da rodovia Estadual Am-010 pela sua margem esquerda no sentido Manaus-Itacoatiara. A área total da Fazenda 2000 compreende 80.571ha, com área de produção de 61719ha dividida em 25 compartimentos de exploração anual com tamanho médio de 2.470ha. As informações foram obtidas através do banco de dados da empresa Mil Madeireira Itacoatiara, correspondentes aos compartimentos manejados entre 1995 a 2002. As informações da área, foram obtidas através de imagens Landsat 7. Por tanto, sendo importada todas as bandas e composição RGB em 8 bits (herdes color) para o Idrisi e a analise comparativa realizada no ArcView. O geo-referenciamento foi realizado através da base dados do IBGE. Todas as bandas, mais as composições foram digitalizadas em polígonos com as categorias para a classificação: 1) floresta primária, 2) floresta secundária, 3) material não-fotossintetizante (solo exposto, ocupação humana e asfalto) e 4) Água preta. Resultado e Discussão De acordo com Leary (1985) apud Vanclay (1994), segundo uma visão fitocêntrica, a avaliação do sítio florestal assume que a produção total em volume ou em fitomassa do povoamento é a medida final da produtividade do sítio. Essa avaliação da produtividade do sítio é estática por se basear em medições feitas numa única ocasião, embora seja mais prática para a maioria das aplicações. Os sistemas preditivos requerem a medição de algum atributo do sítio ou do povoamento, e daí modificando este atributo para obter uma estimativa da produtividade do sítio. Neste caso, estimou-se o volume como atributo do sítio para determinar a produção em m3 por compartimento. Geralmente, um projeto técnico de manejo florestal em escala empresarial envolve a alternativa do manejo sustentado 62 Produção e produtividade em floresta sob manejo sustentável em escala comercial na Amazônia Central extensivo, que consiste em explorar seletivamente, fixando uma determinada densidade florestal remanescente que permite a reposição natural das espécies considerando-se as possibilidades econômicas e a garantia da continuidade dos maciços florestais, sem interferir no dimensionamento do ciclo de corte, e, portanto sem definir as classes de manejo florestal. Conhecido o ciclo de corte, a utilização do maciço florestal em regime de rendimento sustentado deveria se dar dividindo a área em n unidades de igual produtividade quanto for o período quanto for o período da recomposição do maciço (n unidades de produção anual ou compartimentos). Entretanto, dada a dificuldade temporal e econômica para tal, essa divisão da área florestal total se dá em n unidades de “igual” tamanho, principalmente, levando em consideração, por exemplo, os acidentes naturais. Com isto, a cada ano, é extraída uma determinada quantidade de madeira que variam em função de diferentes condições de sítio que agem e agiram sobre cada compartimento. O clima da área é do tipo “Amw” de Koppen com estação seca de dois a três meses (com precipitação mensal nunca inferior a 50 mm), precipitação média anual de 2200 mm e temperatura média anual de 26° C. Os solos predominantes são do tipo Latossolo Amarelo Distrófico com pH variando entre 4,3 e 4,7, saturação de alumínio entre 85 e 90% e teor de fósforo abaixo de 4 mg/dm3. A vegetação predominante é classificada como Floresta Ombrófila Densa de Terra Firme. O inventário florestal prospectivo da área para árvores com DAP > 5 cm determinou valores totais médios de 981 árvores/ ha, área basal de 30,2 m2/ ha e volume de 303,6 m3/ ha. Por sua vez, os valores correspondentes às espécies comerciais totalizaram 404 árvores/ ha 17,6 m²/ha de área basal e 184,3 m3/ha de volume. O volume das espécies comerciais com DAP > 60 cm totalizou 59 árvores m3/ha (Precious Woods, 1997). Para a determinação do volume do fuste das árvores de espécies comerciais inventariadas a 100% para os Planos Operacionais Anuais, a empresa utilizou, indistintamente, a seguinte equação de simples entrada: V = 0,001602. D1.9, onde V é o volume comercial com casca em m3 e D é o diâmetro à altura do peito em centímetros. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AVERY, T.E., Burkhart, H.E. Forest Measurements. 4th ed. New York: McGraw-Hill, 1994. 408p. (McGraw-Hill series in Forest Resources). LEARY, R.A. Interaction theory in forest ecology and management. Dordrecht: Martinus Nijhoff/Junk/Kluwe academic, 1985. 219p. PRECIOUS WOODS. Management plan for sustained use of the forest of MIL Madeireira Itacoatiara Ltda. Itacoatiara: precious Woods, 1997. 117p. PRODAN, M.; PETERS, R.: COX, F.; REAL, P. Mensura forestal. San José, Costa Rica: Deutsche Geselischaft fur Technische Zusammnarbeit (GTZ) GmbH.: Instituto Interamericano de Cooperación para la Agricultura (IICA), 1997. 586p. (Serie investigación y Educación en Desarrollo Sostenible, n.1). VANCLAY, J.K. Modeling forest growth and yield applications to mixed tropical forests. Wallingford: CAB Internacional. 1994. 312p. CONCLUSÕES A diferença encontrada entre os volumes obtidos entre os compartimentos, deveu-se as variações edafo-climáticas não avaliadas na ocasião da realização inventário a 100% e com delimitações dos compartimentos sem levar em consideração unidades de igual produtividade volumétrica. Entretanto, há uma tendência de baixa produtividade, nas áreas com relevo mais acidentado, associado à existência de um solo relativamente pobre, como é o caso do Latossolo Amarelo Distrófico com pH variando entre 4,3 e 4,7, saturação de alumínio entre 85 e 90% e teor de fósforo abaixo de 4 mg/ dm³. Revista Educação Agrícola Superior - Vol. 21 Nº 01 - Janeiro / Junho - 2006
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