Jornal Notícias de Beja 09.12.2004
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Jornal Notícias de Beja 09.12.2004
9 de Dezembro de 2004 9 DEZEMBRO 2004 SEMANÁRIO REGIONALISTA Director: ALBERTO GERALDES BATISTA Ano LXXVI – N.º 3818 PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS 2350-999 TORRES NOVAS TAXA PAGA Preço 0,50 € c/ IVA Em Fevereiro de 2005 Legislativas antecipadas “Mistérios” do Natal neste País à beira mar plantado Nestes dias de Advento, que, supostamente, em países de tradição cristã, como Portugal, são de azáfama e preparação próxima para a Festa da família e para a celebração religiosa do Mistério do Verbo Incarnado, a nossa atenção está a ser desviada para outros “mistérios” terrenos, opacos e insondáveis, que baralham as nossas categorias mentais e afectam gravemente a nossa credibilidade política, a nossa maturidade cívica e a nossa auto-estima. Página 4 O Presidente da República, Jorge Sampaio, anunciou, no dia 30 de Novembro, que vai dissolver o Parlamento e convocar eleições antecipadas. O PSD manifestou a sua discordância com a decisão, que, no entanto, mereceu os aplausos dos partidos da Oposição. A decisão de Jorge Sampaio, justificada pelo Palácio de Belém com a “apreciação política global” que o Presidente fez da actual situação no país, ocorre apenas dois dias depois de uma nova crise no Governo, aberta com a demissão do ministro do Desporto, Henrique Chaves, e quatro meses e meio após o executivo liderado por Pedro Santana Lopes ter tomado posse. Na sequência desta decisão, as décima primeiras Legislativas em 29 anos de democracia – e quintas legislativas antecipadas - terão lugar no início de 2005, previsivelmente em Fevereiro. Em menos de um ano, entre Fevereiro de 2005 e Janeiro de 2006, os cerca de 10 milhões de eleitores portugueses serão assim chamados às urnas quatro vezes, face à realização de um referendo sobre questões europeias relacionado com a assinatura do Tratado da Constituição, provavelmente em Abril, às eleições autárquicas, que deverão ter lugar entre 14 de Setembro e 14 de Outubro, e, por fim, à eleição de um novo Presidente da República, em Janeiro de 2006. A Assembleia da República continua em actividade até o Presidente assinar o decreto para a sua dissolução, o que só poderá acontecer depois de ouvidos os partidos políticos e o Conselho de Estado. O Governo, por sua vez mantém-se em funções até à tomada de posse do novo Executivo. Opinião As más razões No Orçamento para 2005 esboça-se um combate, mais decidido do que até aqui, à evasão fiscal. É certo que algumas propostas iniciais foram depois amaciadas – por exemplo, no levantamento do sigilo bancário ou na avaliação indirecta da matéria tributável (por sinais exteriores de riqueza). Mas o que ainda lá está chega para incomodar muita gente, Cáritas adere à iniciativa “10 milhões de estrelas” Página 6 que -por motivos óbvios - preferiu o ataque indirecto, agitando questões macroeconómicas para, no fundo, afastar outras medidas. Veremos até quando terão conseguido adiar uma luta eficaz contra a fuga aos impostos. Aí está um bom teste ao próximo Governo, seja ele qual for. Página 3 Laicismo europeu Contra a tradição judaico-cristã da sua matriz cultural, o laxismo, o hedonismo e o relativismo ético e moral vêm fazendo caminho na vida dos povos da Europa, numa tendência demagógica de fractura com os mais elementares padrões e referências da civilização ocidental. Tome-se como exemplo o direito básico às crenças religiosas, garan- tido há mais de 50 anos, tanto pela Declaração Universal como pela Convenção Europeia dos Direitos do Homem, que ainda recentemente foi posto em causa pelo Parlamento Europeu, ao recusar para membro da Comissão o italiano Buttiglioni, por causa das suas convicções morais e religiosas de católico alinhado com o Vaticano! Página 3 Visita Pastoral do nosso Bispo a Serpa No domingo, dia 5, voltei a Serpa, acompanhado de D. Manuel Falcão, para celebrar a Eucaristia dominical de encerramento da Visita Pastoral. Igreja cheia, muita gente de pé, escuteiros fardados a rigor e um acólito, o Leopoldo, mais alto que qualquer dos celebrantes. Na homilia agradeci o acolhimento durante os dias da Visita Pastoral, lembrando que quem acolhe os apóstolos é ao próprio Cristo que acolhe e não ficará sem recompensa, mas alertando também para a necessidade de missão e de aprofundamento da vida cristã em Serpa, pois, embora quase toda a gente seja baptizada em criança e tenha funeral religioso, no entanto, entre o nascimento e a morte desenvolve-se a vida cristã, numa relação contínua entre os dons de Deus e a liberdade humana. Página 5 IGREJA 2 – Notícias de Beja 9 de Dezembro de 2004 Ética testemunhal A Eucaristia não é apenas celebração. Há-de ser também vivência É que existe uma tão estreita aliança entre sacramento e existência que a existência deve ser trazida para o sacramento e o sacramento deve ser levado para a existência. Não é isso, porém, o que se verifica. Muitas vezes, respira-se pouca vida na Eucaristia e respira-se pouca Eucaristia na vida. Ou seja, em vez da integração mútua, abrimos uma barreira recíproca, estabelecendo pólos de fricção e cavando zonas de ruptura. Já Luigi Giussani lastimava «a divisão entre a fé e a vida». Daí que a Igreja reze, na Liturgia das Horas, «para que se viva o que sacramentalmente se celebra», É que ela está firmemente persuadida de que só através desta vivência se ultrapassará a indiferença que se sente entre culto e cultura e o divórcio que se nota entre templo e tempo. Há, de facto, uma dupla dificuldade que urge vencer: a dificuldade em celebrar a vida e a dificuldade em viver a celebração. A primeira traduz-se no decréscimo da participação e na sua reduzida qualidade, mais conexa com uma assistência que com uma autêntica participação. A segunda revela-se na resistência a envolver a Missa na missão. O capítulo quarto da Carta Apostólica «Mane nobiscum, Domine» considera a Eucaristia precisamente como «principio e projecto de missão». «O fim da Missa – adverte João Paulo II – constitui um mandato, que há-de levar o cristão a empenhar-se na propagação do Evangelho e na animação cristã da sociedade». Só que, para muitos, o «ide em paz» continua a ser visto como despedida e não como envio. Esquecemos que o encontro com Cristo -prossegue o Santo Padre - «não é um talento para enterrar, mas para fazer frutificar em obras e palavras». É por tudo isto que se impõe desencadear uma «ética testemunhal», que não dispense ninguém de implicar a celebração na vida e de transformar a sociedade em função dos valores veiculados pela Eucaristia. Trata-se de uma transformação englobante, que não se limita à conversão da pessoa, mas que requer mudanças nas estruturas sociais, económicas e políticas. A missão – assegura o Papa – é justamente «levar Cristo, deforma credível aos ambientes da vida, do trabalho, do cansaço, do sofrimento, fazendo com que o espírito do Evangelho se torne fermento na história e “projecto” de relações humanas marcadas pela solidariedade e pela paz». Eis, portanto, aqui as bases de uma sólida «cultura da Eucaristia» concebida como «caminho para intensificar uma cultura do diálogo» que nada tem de alienante. Esta cultura torna-se solidariedade para com todos e faz-se serviço aos mais pobres. Com efeito, «o cristão que participa na Eucaristia aprende a ser promotor de comunhão, de paz, de solidariedade, em todas as circunstâncias da vida». As tragédias do nosso tempo «desafiam ainda mais fortemente os cristãos a viverem a Eucaristia como uma grande escola de paz, onde se Bispos franceses denunciam restrições à liberdade religiosa no país O presidente da Conferência Episcopal Francesa (CEF), arcebispo JeanPierre Ricard, denunciou as dificuldades encontradas pela Igreja Católica, desde que é aplicada a lei que interdita os símbolos religiosos ostensivo nas escolas públicas. “O medo de um islamismo militante tem sido acompanhado de uma vontade de restringir as expressões da liberdade religiosa para todas as religiões”, declarou D. Ricard na abertura da assembleia plenária de Outono da CEF. O prelado criticou ainda os partidários de uma “secularização completa da sociedade” e da expressão “escola pública, santuário da República, em que as religiões ficam à porta”. Paróquias espanholas recolhem assinaturas em favor da disciplina de Religião Mais de 20 mil paróquias espanholas estão a recolher assinaturas em favor da disciplina de Religião nas escolas públicas, esperando contar com o apoio de 2 milhões de pessoas. A maioria dos professores de Religião, cerca de 14 mil, e católicos dessas paróquias estão a colaborar com esta campanha, que tem o objectivo de apresentar ao primeiro ministro Zapatero a recusa das suas propostas, que pretendem tomar a disciplina opcional, não avaliável e sem alternativa no horário. De acordo com o jornal católico espanhol La Razón, 80% dos alunos escolhe frequentar a disciplina de Religião católica. formem homens e mulheres geradores de diálogo comunhão». Esta comunhão gera necessariamente um «impulso para um impulso para um compromisso real na edificação duma sociedade mais equitativa e fraterna». Já S. Paulo afirma vigorosamente que não é lícita uma celebração eucarística onde não resplandeça a caridade testemunhada pela partilha concreta com os mais pobres 1 Cor 11,1722.27-34). Quem, por isso, recebe o alimento tem a obrigação de se fazer. Ele mesmo, alimento. O Sumo Pontífice pensa concretamente «no drama da fome que atormenta centenas de milhões de seres humanos, nas doenças que flagelam os países em vias de desenvolvimento, na solidão dos idosos, nas dificuldades dos desempregados, nas desgraças dos imigrantes». Que não haja ilusões: «É do amor mútuo e, em particular, da solicitude por quem passa necessidade, que seremos reconhecidos como verdadeiros discípulos de Cristo. (cf Jo 35)». E é sob este critério que «será comprovada a autenticidade das nossas celebrações eucarísticas». João Teixeira Domingo III do Advento Ano A 9 de Dezembro de 2004 A alegria, que perpassa através do Advento e impregna os textos litúrgicos, nasce desta certeza consoladora: Deus, após o pecado, não abandona o homem, as encarnou e tornou-Se presente na história humana e na existência de cada homem, abrindo assim um novo caminho à humanidade. Esta alegria, por sabermos que Deus está próximo do homem com o Nascimento do Salvador, trazendo a todos, particularmente aos mais pobres e deserdados a esperança da felicidade plena, deve ser a atitude fundamental do cristão. I Leitura Is 2, 1-5 O texto desta leitura refere-se, em primeiro lugar, ao regresso do exílio do povo de Deus e descreve a atitude espiritual desses momentos numa explosão de alegria. As imagens que aparecem ao longo do texto são comparações; mas Jesus realizou algumas delas à letra e, a terceira leitura de hoje refere-as expressamente, mostrando assim que o verdadeiro regresso do exílio à pátria é Ele quem o realiza, em nosso favor, ao levar-nos consigo e em Si ao Pai. Leitura do Livro de Isaías Alegrem-se o deserto e o descampado, rejubile e floresça a terra árida, cubra-se de flores como o narciso, exulte com brados de alegria. Ser-lheá dada a glória do Líbano, o esplendor do Carmelo e do Saron. Verão a glória do Senhor, o esplendor do nosso Deus. Fortalecei as mãos fatigadas e robustecei os joelhos vacilantes. Dizei aos corações perturbados: «Tende coragem, não temais: Aí está o vosso Deus, vem para fazer justiça e dar a recompensa. Ele próprio vem salvarvos». Então se abrirão os olhos dos cegos e se desimpedirão os ouvidos dos surdos. Então o coxo saltará como um veado e a língua do mudo cantará de alegria. Voltarão os que o Senhor libertar, hão-de chegar a Sião com brados de alegria, com eterna felicidade a iluminar-lhes o rosto. Reinarão o prazer e o contentamento e acabarão a dor e os gemidos. Salmo Responsarial Salmo 121 (122) Refrão: Vinde, Senhor, e salvai-nos. II Leitura Col 1, 12-20 Dentro de toda a história da salvação, a vida de cada um de nós é uma gota de água no oceano ou um instante no meio de todo esse tempo. A hora da última vinda do Senhor, a pôr o ponto final nessa história e a consumá-la para todos os homens e para cada um deles, há-de ser aguardada na paciência e na fidelidade de cada momento, porque o Senhor virá. Sacerdote sul-africano lança novas denúncias sobre o tráfico de pessoas em Moçambique Um sacerdote sul-africano lançou novas denúncias sobre o tráfico de pessoas em Moçambique, uma semana depois de os religiosos da Congregação dos Servos de Maria responsáveis pela denúncia do tráfico de órgãos e pessoas na Província moçambicana de Nampula, terem referido que, noutras zonas de Moçambique, continuam os desaparecimentos. O Pe. Jean Lc Scour assegurou que “as pessoas chegam à África do Sul vindas de outros países, em especial de Moçambique”. ‘Precisamos de mais tempo para investigar, mas em cidades como Joanesburgo e Durban é possível ver chegar pessoas atraídas por falsas promessas de emprego, que vêm a ser vendidas”, revela. O Pe. Jea Lc Scour passou por Lisboa para participar no Seminário “A Luta contra a Escravatura e a sua Abolição”, promovido pela Fundação Pro Dignitate, em cooperação com as Nações Unidas. Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos Irmãos: Esperai com paciência a vinda do Senhor. Vede como o agricultor espera pacientemente o precioso fruto da terra, aguardando a chuva temporã e a tardia. Sede pacientes, vós também, e fortalecei os vossos corações, porque a vinda do Senhor está próxima. Não vos queixeis uns dos outros, a fim de não serdes julgados. Eis que o Juiz está à porta. Irmãos, tomai como modelos de sofrimento e de paciência os profetas, que falaram em nome do senhor. Evangelho Lc 23, 35-43 O sonho de Isaías, descrito na primeira leitura, aparece nesta leitura realizado por Jesus. E Ele que, finalmente, vem anunciar a Boa Nova do seu mistério Pascal, em que todos somos chamados a participar. Assim, o fim dos tempos e a sua última vinda já está, em certo modo, a realizar-se. Mas é preciso aguardar, na fidelidade e na vigilância, que ela se realize completamente. Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus Naquele tempo, João Baptista ouviu falar, na prisão, das obras de Cristo e mandou-Lhe dizer pelos discípulos: «És Tu Aquele que há-de vir, ou devemos esperar outro?». Jesus respondeulhes: «Ide contar a João o que vedes e ouvis: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e a Boa Nova é anunciada aos pobres. E bem-aventurado aquele que não encontrar em Mim motivo de escândalo». Quando os mensageiros partiram, Jesus começou a falar de João às multidões: «Que fostes ver ao deserto? Uma cana agitada pelo vento? Então que fôstes ver? Um homem vestido com roupas delicadas? Mas aqueles que usam roupas delicadas encontramse nos palácios dos reis. Que fostes ver então? Um profeta? Sim - Eu volo digo - e mais que profeta. E dele que está escrito: “Vou enviar à tua frente o meu mensageiro, para te preparar o caminho”. Em verdade vos digo: Entre os filhos de mulher, não apareceu ninguém maior do que João Baptista. Mas o menor no reino dos Céus é maior do que ele». OPINIÃO 9 de Dezembro de 2004 Advento e laicismo cultural europeu O Advento convida os católicos à meditação e à penitência como meio de preparação da festa do Natal. É, pois este, um tempo litúrgico especialmente adequado à reflexão sobre a mensagem de paz, esperança e de amor corporizada no nascimento de Cristo. E, também, à vigilância activa que ajude a evitar os perigos e a resolver os conflitos que afligem o mundo hodierno. Ora, um dos males que vem corroendo a civilização europeia é de raiz cultural e filosófica e traduz-se na negação da dimensão espiritual do homem e dos princípios morais e éticos que lhe estão associados. Na linha dos filósofos do século XVIII e dos pensadores políticos do liberalismo dos séculos XIX e XX, foi-se criando a convicção (errada) de que, à medida que aumentassem a liberdade e os conhecimentos científicos, as crenças religiosas tenderiam a enfraquecer ou até a desaparecer, enquanto a democracia se deixaria imbuir por uma ortodoxia moral, de tipo relativista, despida de qualquer concepção substantiva que não a da simples tolerância. Porém, como os factos mais recentes dos finais do século passado e do princípio deste terceiro milénio demonstram, o fenómeno religioso, com evidentes conotações políticas, eclodiu em várias e extensas partes do Mundo, com inusitado vigor, do Islão à América Latina, passando pela Ásia, África e índia. E isto apesar dos enormes progressos técnicos e científicos entretanto verificados e dos esforços do Ocidente no desenvolvimento de uma cultura de tolerância religiosa e cívica e no fomento de regimes políticos livres e democráticos. Por isso, impõe-se a constatação óbvia de que, em todos os tempos e lugares, a dimensão espiritual do homem e, consequentemente, das sociedades por ele formadas justifica o papel e a importância essenciais da religião na vida e governo dos povos. Assim sendo, nesta aldeia globalizada dos nossos dias, tenho como indubitável que só o diálogo ecuménico, o conhecimento recíproco e a tolerância inter-religiosa poderão representar o caminho seguro para que a humanidade possa aspirar aos desígnios divinos de paz e compreensão mundiais. Com este espírito, parece evidente que os valores religiosos e morais não só não são incompatíveis com a liberdade e a democracia, como devem ser incentivados e fomentados pelo poder político, sem prejuízo da salvaguarda do princípio fundamental da laicidade do Estado: “A Deus o que é de Deus, a César o que é de César”. Todavia, não tem sido este o entendimento da cultura europeia pós-moderna Ao fanatismo religioso, passou a responder-se com a inimizade pelas religiões, mesmo por aquelas que, como o Cristianismo, pregam os ideais do humanismo, da tolerância e da liberdade e se redimiram dos excessos do passado longínquo. Contra a tradição judaico-cristã da sua matriz cultural, o laxismo, o hedonismo e o relativismo ético e moral vêm fazendo caminho na vida dos povos da Europa, numa tendência demagógica de fractura com os mais elementares padrões e referências da civilização ocidental. Tome-se como exemplo o direito básico às crenças religiosas, garantido há mais de 50 anos, tanto pela Declaração Universal como pela Convenção Europeia dos Direitos do Homem, que ainda recentemente foi posto em causa pelo Parlamento Europeu, ao recusar para membro da Comissão o italiano Buttiglioni, por causa das suas convicções morais e religiosas de católico alinhado com o Vaticano! erafim da Silva Jerónimo & Filhos, Lda. S- Sinos - Órgãos - Relógios de Torre Importação Comércio e Indústria Rua Andrade Corvo, 78 4704 - 522 BRAGA Tel. 253 605 770 Fax 253 605 779 Notícias de Beja – 3 Registado Em nome da laicidade, alguns países europeus recusaram a inclusão, no preâmbulo do Tratado Constitucional Europeu, da referência ao Cristianismo como matriz histórica da cultura e identidade europeias, renegando, assim, uma das mais impressivas fontes dos seus valores humanistas! E em nome da liberdade, vai-se legalizando o aborto e a eutanásia, enquanto se tende a consagrar em letra de lei a identificação da família e do casamento à união de homossexuais! É sobre esta perigosa tendência do autoritarismo cultural das elites políticas da esquerda europeia que é preciso reflectir e agir seguindo o exemplo da Conferência Mundial das Mulheres Parlamentares para a Protecção de Crianças e Jovens que, há dias, em Roma, concluiu pela necessidade de “definir e defender uma visão da família como unidade fundamental para o desenvolvimento equilibrado dos filhos e de exigir aos Estados o desenvolvimento de políticas públicas de protecção e defesa da família. Que neste Natal de 2004 o Menino Jesus renasça nos corações dos cristãos portugueses e dos europeus e lhes dê ânimo e força para publicamente proclamarem a sua fé e agirem em conformidade com a reflexão que sobre ela são convidados a fazer, são os votos sinceros, que proponho à consideração dos meus estimados leitores. António Pedras As más razões No Parlamento acontece hoje algo insólito. Será debatido e aprovado o Orçamento para 2005, apresentado por um Governo que está de saída. Ora um dos motivos dessa saída terá sido a sua política orçamental, nomeadamente este Orçamento, por abrandar o ritmo de redução do défice estrutural das contas do Estado. Não tem lógica política esta aprovação do OE. O Orçamento foi muito criticado, até nesta coluna. Vários empresários de peso bramaram contra ele. Suspeito, porém, que boa parte da hostilidade à política orçamental de Bagão Félix tenha menos a ver com uma justificada preocupação com o persistente desequilíbrio das contas públicas do que com outras razões - más razões. No Orçamento para 2005 esboça-se um combate, mais decidido do que até aqui, à evasão fiscal. É certo que algumas propostas iniciais foram depois amaciadas – por exemplo, no levantamento do sigilo bancário ou na avaliação indirecta da matéria tributável (por sinais exteriores de riqueza). Mas o que ainda lá está chega para incomodar muita gente, que -por motivos óbvios - preferiu o ataque indirecto, agitando questões macroeconómicas para, no fundo, afastar outras medidas. Veremos até quando terão conseguido adiar uma luta eficaz contra a fuga aos impostos. Aí está um bom teste ao próximo Governo, seja ele qual for. Por outro lado, um ministro das Finanças percebeu finalmente que o sistemático atraso no pagamento das dívidas do Estado é um factor de desmoralização, encoraja a fuga aos impostos e acaba por aumentar a despesa pública. Por isso apresentou um Orçamento Rectificativo para 2004, já aprovado. No entanto, não se ouviram do lado empresarial grandes elogios a este esforço para tornar o Estado pessoa de bem. Talvez por haver quem se governe com a imoralidade dos atrasos. Francisco Sarsfield Cabral, Director de Informação da Rádio Renascença “Diário de Notícias” 6/12/2004 É tempo de darmos as mãos É tempo de Natal Descobrir um caminho novo E nunca ficarmos sós No meio do nosso povo É tempo de voltar a ser Homem-criança-crescida Poisar a arma do mal E sermos flores da vida É tempo de fazer a paz Num mundo que não tem fim Enquanto formos capazes Assis Portugal De pensar na vida assim. Dr. Rui Miguel Conduto CARDIOLOGISTA CONSULTAS: Sábados Rua Heróis Dadra, 5 - Beja – Telef. 284 327 175 Marcações das 17 às 19.30 h., pelo Telef. 284 322 973/914 874 486 Quartas-Feiras UNIMED Campo Grande, 46-A LISBOA Telefone 217 952 997 Sextas-Feiras CLÍNICA MÉD. CIRÚRGIA DO MARQUÊS Av. da Liberdade, 242 LISBOA Telef. 213 173 900 Campanha de novos assinantes Para chegarmos aos 5.000 precisamos também da sua colaboração. Leia e divulgue o “Notícias de Beja”, semanário regionalista de inspiração cristã. NACIONAL 4 – Notícias de Beja 9 de Dezembro de 2004 “Mistérios” do Natal... Nestes dias de Advento, que, supostamente, em países de tradição cristã, como Portugal, são de azáfama e preparação próxima para a Festa da família e para a celebração religiosa do Mistério do Verbo Incarnado, a nossa atenção está a ser desviada para outros “mistérios” terrenos, opacos e insondáveis, que baralham as nossas categorias mentais e afectam gravemente a nossa credibilidade política, a nossa maturidade cívica e a nossa auto-estima. Não nos referimos ao “mistério” da imbecilidade colectiva, manifestada no voyeurismo doentio de algumas pretensas “celebridades” a conviver bestialmente, em Quintas, com os irracionais, nem à alienação e alucinação provocadas por certas fenómenos desportivos e pseudoreligiosos, que redundam, quase sempre, em despersonalização degradante ou agressividade desmedida e ruidosa. Falamos do que toda a gente fala, dos espectáculos, para maiores e vacinados, que são vistos em directo e, a todas as horas, em doses industriais, e comentados, quase sempre de forma vesga, unilateral e facciosa, pelos analistas sabichões, com assento nas redacções televisivas e imprensa escrita, ou por escribas ocasionais, mandatados (e bem pagos) pelos seus patrões, sejam empresários, no sentido estrito do termo, sejam políticos ou centrais ideológicas, que se movimentam no escuro. Sejamos claros e deixemo-nos de discursos redondos: “mistérios” complicados e enigmáticos, trapalhadas, como agora é moda dizer, neste Advento, em Portugal, são os factos Casa Pia, Apito Dourado e crise política, com eleições antecipadas à vista. Os dois primeiros arrastam-se, há meses, com muitos capítulos repletos de densidade dramática, muitas surpresas, muitas cenas hard-core e o pressentimento generalizado, no cidadão comum, de que tudo aquilo é balão que se vai esvaziar em breve. Em português mais corrente: que tudo fica em águas de bacalhau, porque, justiça, essa, só existe para os pequeninos, os que não têm dinheiro nem bons advogados, para os livrarem das teias da lei. Com a procissão da Casa Pia e de alguns apitos dourados ainda na praça, eis-nos confrontados com o “mistério” de uma dissolução da Assembleia da República, a catedral da Democracia, dissolução só anunciada, e ainda não explicada. E com estes ingredientes picantes: os conselheiros presidenciais de Belém dizem que sim, que deve ser lançada a “bomba atómica”; os conselheiros oficiais da República, democraticamente escolhidos – Partidos Políticos e Conselho de Estado – vão ser chamados apenas, sublinhe-se, apenas, dia 10, para assistirem à retirada dos fios da “incubadora” do menino (não é o Menino Jesus …) e participarem no funeral do dito, melhor, da dita coligação maioritária, coerente e coesa; a Assembleia da República “ferida de morte”, segundo o seu Presidente, é aconselhada a fingir que está em plenitude de funções para aprovar um Orçamento, que algumas forças da Oposição, que produto. Entretanto, é também público e notório que o Presidente da Assembleia da República, soube, pela Comunicação Social, da dissolução da mesma Assembleia, porque o Presidente da República “se esqueceu” de o avisar e que, pelo menos, um partido político já sabia da dissolução, que ia acontecer dentro de horas e que, ironia das ironias, o próprio Primeiro-Ministro é que fez em Belém o anúncio da dissolução à saída da audiência em que ia apresentar a nome do novo ministro para remodelação do Governo, conforme estava ...neste País à beira mar plantado já pensam ser governo dentro de meses, fingem não querer e não aprovaram; os empresários (alguns, que se movem bem em águas turvas) contestam o tal Orçamento, que pode tocar nos seus privilégios (evasão e fraude fiscais), mas acham preferível, apesar de tudo, ter este Orçamento que não ter nenhum, e o malfadado Orçamento, em teoria, o instrumento “maldito” que ditaria a morte do Governo, lá foi aprovado com a certeza declarada ou tácita de que é um bom Orçamento, com a complacência hipócrita de habitantes de Belém e discípulos de S. Bento. E, pasme-se, tudo isto conhecido e apadrinhado por uma Comunicação Social que se arroga de isenta e séria, mas que, descaradamente, há muito se desmascarou porque é, na generalidade, vergonhosamente alinhada, anti-poder, sempre disponível para fazer campanhas de difamação e mentir, porque isso lhe traz dividendos, sobretudo na tesouraria Quanto mais mentiras e mais escândalos, mais se vende o combinado. E, caricatura suprema, 24 horas antes, o Presidente tinha prometido ao Primeiro-Ministro, por três vezes, que não havia dissolução. Chamase a isto uma Democracia de pernas para o ar. Por isso, o pacato cidadão, que assiste pasmado a este espectáculo indecoroso, que nada entende de politiquices e só deseja dinheiro no bolso, saúde no corpo e segurança nas ruas, cai numa onda de pessimismo e de descrença no futuro do país, interiorizando e proclamando este princípio da cultura popular: “Não vale a pena, são todos iguais.” E os políticos, com valor real, com currículo profissional, com espírito de missão e amor à causa pública, pensam duas vezes, quando convidados para servir o País em funções governativas e dizem, compreensivelmente: não quero entrar nesta arena de combate, onde todos os dias posso ser enxovalhado, onde não ganho nem honra nem dinheiro e donde posso sair, ao fim de alguns meses, com o estigma de incompetente e trapaceiro. É fácil fazer o apelo retórico e calculista: avancem os homens competentes, a boa moeda expulsa a má moeda, Portugal precisa de gente com espírito de missão. Quem pode, nas actuais circunstâncias, com a vida partidária tão “desinteressante”, seguir estes cânticos de sereia e oferecer-se para ser degolado por um qualquer Herodes que apareça por aí, nas ruas, nas altas instâncias públicas ou nos jornais? Em tempo de Advento cristão, vale a pena confrontar a nossa vida social e política com o grande pregador, precursor do Messias verdadeiro, figura típica e central na liturgia da Igreja, nestes dias, que foi João Baptista. “Raça de víboras”, chamava ele aos fariseus que o abordavam, nas margens do Jordão, com falas mansas e atitudes hipocritamente democráticas. Estamos certos de que se viesse hoje ao mundo, o Profeta havia de desmascarar muitos hipócritas que por aí se passeiam com cara de anjinhos e pastores ingénuos, a começar pelos “arautos” da mentira instalados na Comunicação Social, e exortaria a todos a testemunharem, como ele, a verdade, com palavras corajosas, atitudes transparentes, e, sobretudo, coerência de vida. Está-se mesmo a ver a sorte deste João Batista, em Portugal, em Dezembro de 2004: não chegava ao Natal, porque os políticos, os poderosos, os defensores do liberalismo de costumes (aborto, uniões de facto, divórcio, eutanásia, etc, etc) decretavam-lhe logo a sentença: fora de lei, proibição absoluta de falar, politicamente incorrecto, fascista-direitista, sem passaporte de cidadania, nesta sociedade que só presta culto às divindades laicas servidas por acólitos endinheirados. Nesta confusão em que vivemos, quando muitos se interrogam até se Portugal, como nação, será mesmo viável, com convicção, coerência e frontalidade, apoiada na força da fé, aquela fé transcendente no verdadeiro Messias, que um dia julgará a todos, mesmo os cínicos, os mentirosos, os laicos, os ídolos de pés de barro, que hoje nos amedrontam, saibamos manter a dignidade, lutar pela justiça, proclamar a Verdade, mesmo que isso nos custe a cabeça como sucedeu a João Batista. Vêm aí eleições – três no espaço de um ano! Vai haver festança e fartança, pelo menos de promessas. Haja Deus e valha-nos Santo Expedito! Alberto Batista Médicos pouco sensibilizados para assistência espiritual O presidente da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde, padre Vítor Feytor Pinto, defendeu, em Fátima, maior formação de médicos e enfermeiros para integrarem a assistência espiritual na terapêutica dos doentes. No entanto, o novo Plano Nacional de Saúde (PNS), que está em vigor até 2014, inclui a assistência espi- ritual e religiosa como uma acção terapêutica junto dos doentes. Opinião semelhante manifestou o presidente da Comissão Episcopal da Acção Social e Caritativa, D. José Alves, salientando a importância deste serviço. «Não se pode curar o corpo sem curar o espírito numa perspectiva antropológica global» salientou. Ministro quer Igreja mais activa nas estruturas da saúde O ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira, apelou, no dia 30 de Novembro, em Fátima, à sociedade civil, em particular as organizações católicas, para reforçar o seu papel em áreas como os cuidados continuados. «É uma tarefa que compete ao Estado mas não podemos excluir a sociedade civil», disse o ministro durante o 18.º Encontro Nacional da Pastoral da Saúde. De acordo com o recém aprovado Plano Nacional de Saúde (PNS), verificaram-se «mudanças estruturais na estratégia da saúde» que visam «dar melhores cuidados de saúde aos cidadãos». Mas para isso, considerou Luís Filipe Pereira, será necessário reforçar as parcerias com a sociedade civil em áreas como os cuidados continuados ou o apoio a idosos. Filipe Pereira considerou «fundamental» a participação das organizações católicas, como as Misericórdias, com a tutela, já que o «papel histórico da Igreja Católica» tem de ser valorizado nos dias de hoje. «O Estado tem o dever constitucional de garantir cuidados de saúde à população» mas «não tem que o prover na totalidade», salientou, defendendo a participação de estruturas externas em acções concretas. O novo PNS classifica ainda o apoio espiritual e religioso como uma dimensão terapêutica das estruturas da saúde, reforçando a ligação com os vários credos e agentes de apoio espiritual dos utentes. Além da «dimensão curativa das pessoas», há «outra dimensão que é transversal a todas as religiões: é dar apoio espiritual a quem requeira», sublinhou Luís Filipe Pereira, prometendo o reforço da ligação com as estruturas religiosas existentes nas unidades de saúde. Prática de medicina construtiva Na cerimónia oficial de abertura do encontro, que contou com mais de 800 participantes foi lido um texto do Cardeal Lozano Barrágan, presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde, que contestou as tentativas de criar uma nova ética no sector, que ignora os valores cristãos e humanos. Numa reflexão sobre os novos avanços na medicina na área genética, o cardeal mexicano rejeitou a ideia de que a «ética cristã está já obsoleta perante o «pluralismo actual» e a «novidade sempre crescente das ciências e técnicas de saúde». IGREJA 9 de Dezembro de 2004 Notícias de Beja – 5 A Igreja de Beja em marcha Encontro do Clero e Dia diocesano de Catequistas Na diocese de Beja é costume aproveitar o feriado nacional do dia 1 de Dezembro para a realização de vários encontros de formação. Já tradicional é o encontro do clero, que este ano teve a colaboração de D. Manuel Madureira Dias, bispo emérito do Algarve, para connosco aprofundar a teologia e a pastoral dos sacramentos de iniciação cristã. Foram horas preciosas de aprofundamento doutrinal. A parte da manhã contou também com a presença de D. Manuel Falcão, bispo emérito de Beja, que, de tarde, esteve ocupado na hemodiálise. Noutras instalações do Centro pastoral de Beja estiveram catequistas em jornada de formação, orientado pelo Pe. Pedro Rodrigues, pároco de Mértola. Presentes cerca de 50 catequistas, sobretudo dos arciprestados mais perto de Beja. Visita Pastoral a Serpa No dia 3, fui novamente até Serpa, para visitar a escola do 1º ciclo e a pré-primária de Santa Iria. De tarde continuei a visitar doentes e idosos no centro da cidade de Serpa e, depois, os doentes internados no hospital, provenientes das freguesias da margem esquerda do Gua- diana, desde Barrancos até Mértola. O dia terminou na igreja paroquial do Salvador com a novena da Imaculada Conceição e a celebração da Eucaristia. No Sábado e no domingo foram as celebrações festivas nas várias igrejas e lugares. Primeiro em Santa Iria, numa igreja histórica, com frescos meio descobertos por baixo de múltiplas caiações. Encheu-se a igreja, praticamente só com senhoras e crianças, que cantaram entusiasticamente apoiadas por uma parte do coro do Salvador. Depois da celebração dialoguei durante algum tempo com as pessoas, que insistentemente pediam ajuda para a conservação e beneficiação da sua linda igreja, pois a comunidade local é pobre, a maior parte pessoas idosas com reformas mínimas. A segunda celebração foi em Vale dos Mortos, já na fronteira com o concelho de Mértola. Aí a capela é nova e, apesar de não ser paróquia nem freguesia, o lugar conta com capela, casa mortuária, cemitério e um salão de festas e centro de convívio, onde a população se juntou depois da Missa para conviver e falar com o Bispo. Aí me comprometi a, no dia 6 de Janeiro, voltar a um lugar vizinho, Vale do Poço, para visitar a escola e celebrar na capela inaugurada no dia de Santo António do corrente ano. O dia terminou com a celebração da Eucaristia das comunidades neo-catecumenais, numa dependência da igreja de Santa Maria. No domingo, dia 5, voltei a Serpa, acompanhado de D. Manuel Falcão, para celebrar a Eucaristia dominical de encerramento da Visita Pastoral. Igreja cheia, muita gente de pé, escuteiros fardados a rigor e um acólito, o Leopoldo, mais alto que qualquer dos celebrantes. Na homilia agradeci o acolhimento durante os dias da Visita Pastoral, lembrando que quem acolhe os apóstolos é ao próprio Cristo que acolhe e não ficará sem recompensa, mas alertando também para a necessidade de missão e de aprofundamento da vida cristã em Serpa, pois, embora quase toda a gente seja baptizada em criança e tenha funeral religioso, no entanto, entre o nascimento e a morte desenvolve-se a vida cristã, numa relação contínua entre os dons de Deus e a liberdade humana. Durante a Eucaristia foram instituídos três novos ministros extraordinários da Eucaristia, para distribuírem a Comunhão aos muitos doentes e idosos, que já não podem ir à igreja paroquial. Depois da celebração fez-se um almoço partilhado no salão da Casa do Povo, aberto a toda a gente. Durante o almoço, os guitarristas que acompanham todas as celebrações paroquiais, deram um concerto de música alentejana, que envolveu toda a gente. De regresso a Beja, ainda passámos pelo monte do sobrinho do Pe. José Carvalho, todo servido por energias alternativas, eólica, solar e lenha e aí nos foi servido um café, num ambiente idílico e tranquilo, vocacionado para o turismo rural ecológico. Santa Bárbara e os mineiros da Somincor No dia 4, Sábado de manhã, fui até às minas da Somincor, em Neves Corvo, para aí celebrar com os trabalhadores e funcionários da Somincor a sua padroeira, Santa Bárbara. Depois da Eucaristia, foram dados prémios e medalhas a filhos de mineiros, a frequentar cursos universitários com bons resultados e agraciar trabalhadores da firma com 10 e 20 anos de casa. Nos tempos difíceis que correm, com tanta a gente a queixar-se de dificuldades económicas, a Somincor, agora pertencente maioritariamente a um grupo do Canadá, comunicou ter tido um ano bom e por isso pagou aos cerca de 700 trabalhadores dois salários mensais extra. Agenda dos próximos dias No dia 9 reúnem-se uma vez mais os párocos e vigários paroquiais da cidade de Beja, para definirem algumas acções de pastoral interparoquial. No dia 12 é a vez de S. João de Negrilhos festejar os 50 anos de sacerdócio do seu pároco, Pe. Olavo Dijkstra, completados e celebrados no dia 8, em Ervidel. Na semana de 12 a 19 de Dezembro o Bispo faz a Visita Pastoral às paróquias de Vila Nova de S. Bento e Vila Verde de Ficalho. No dia 18 de Dezembro, em Beja, nas Portas de Mértola, faz-se uma cerimónia alusiva aos Dez Milhões de Estrelas. No dia 20 o Instituto de Nossa Senhora de Fátima de Milfontes celebra a festa de Natal dos professores e funcionários, com Eucaristia presidida pelo Bispo e jantar de convívio. A Missa do Nascimento de Serpa, popularmente chamada do Galo, às 24,00 horas do dia 24, será presidida pelo Bispo, com acompanhamento da Banda e do Grupo Coral. No dia 25, ao meio-dia, o Bispo preside à celebração da Sé. † António Vitalino, Bispo de Beja SOCIEDADE 6 – Notícias de Beja Catequistas da Diocese de Beja em jornadas de reflexão Centrado na doutrina central da Vida da Igreja, a Eucaristia, que neste Ano Pastoral, o Papa João Paulo II deseja ver aprofundada, vivida e anunciada, realizou-se no passado dia 1 de Dezembro, no Centro Pastoral, o Dia Diocesano do Catequista. Compareceram à chamada quase meia centena de catequistas vindas de Moura, Odemira, Aljustrel, Castro Verde, Santa Bárbara dos Padrões, Mértola, Sines, Santiago do Cacém, Montes Velhos, Selmes, Albernoa, Santiago Maior e S. João Baptista, sendo o grupo mais numeroso de Aljustrel e Mértola, com um total de 15 catequistas. Um dia cheio e intensamente vivido por todos os participantes. Orientou a oração e a reflexão o Senhor Padre Pedro, um dos participantes no Congresso Eucarístico de Guadalajara, México, no passado mês de Outubro.A Eucaristia esteve sempre presente nesta reunião magna de catequistas. Após o acolhimento e apresentação dos participantes, o encontro teve início, na Capela, com a adoração, a Jesus Eucaristia. Sintonizando com o tempo litúrgico que a Igreja vive, a reflexão, por grupos, fez-se a partir do prólogo do Evangelho de S. João, procurando descobrir, as luzes e sombras do nosso mundo e propostas concretas para que as nossas comunidades cristãs vivam a sua vocação de “Filhos da Luz” e ofereçam ao mundo os frutos dessa Luz: Bondade, Santidade e Verdade. Após o almoço partilhado tivemos a preciosa colaboração do Senhor Padre Cartageno que veio ensaiar alguns cânticos de Advento e Natal, especialmente preparados para a Catequese e para a Eucaristia com crianças. De seguida a reflexão centrou-se no itinerário eucarístico dos discípulos de Emaús: Caminhantes na sua situação existencial, escutam atentos a Palavra de Deus e a sua explicação, tornam-se próximos do Outro que caminha com eles, partilham o pão e recebem o Dom Maior, Jesus Cristo, que se torna presente na fracção do Pão. Impulsionados com esta presença, vão ao encontro dos outros levar a alegria da experiência de Jesus Ressuscitado. Aí a sua Fé é confirmada e consolidada com a experiência de Fé dos irmãos. A fechar com selo de ouro, a celebração da Eucaristia, na qual foram entregues os certificados de participação nos Curso de Iniciação Catequética, realizados no ano transacto nos Arciprestados de Beja, Almodôvar e Santiago do Cacém e uma lembrança para recordar e prolongar este dia e sobretudo a realidade nele vivida: A Eucaristia. Aproveitamos a oportunidade, para lembrar aos Catequistas dos Arciprestados de Moura, Cuba, Almodôvar e Beja, a necessidade e urgência do envio da inscrição para a Acção de Formação dos Catequistas, orientada pela Irmã Isolinda, até ao dia 31 de Dezembro. 9 de Dezembro de 2004 Dez milhões de estrelas, um gesto de paz Num mundo dilacerado pela guerra, é mais do que necessário actuarmos em conjunto para promovermos a paz, a solidariedade e a reconciliação. Só unidos e com gestos concretos teremos capacidade para nos opormos à violência. Neste Natal, contrariando as tendências consumistas que desvirtuam o seu verdadeiro sentido, a Cáritas lança um desafio a todos os cidadãos, independentemente das suas convicções religiosas ou políticas: VAMOS JUNTOS ACENDER UMAVELA, SÍMBOLO DO NOSSO DESEJO DE PAZ PARA O MUNDO “10 Milhões de Estrelas “ teve a sua origem em França, tendo atingido uma dimensão mundial em 2003, ano em que Portugal também aderiu através da Cáritas. O objectivo desta operação é motivar cada cidadão para a aquisição de uma vela que, quando acesa (dia 18 de Dezembro em manifestação pública e dia 24 por iniciativa de cada pessoa ou família), simbolize a sua adesão à causa da Paz. NESTE NATAL ……. SEJA SOLIDÁRIO !!! Das verbas recolhidas pela campanha, 25% serão aplicadas através da Cáritas Portuguesa num projecto de apoio a crianças no Haiti. Os restantes 75% angariados pela Cáritas de Beja irão reverter a favor da Fundação Manuel Gerardo, que acolhe meninas, cujas famílias não têm possibilidade de as ter junto de si. BEJA PORTAS DE MÉRTOLA DIA 18 DE DEZEMBRO –17.00 PROGRAMA Venda de velas e Festa com a participação de crianças: Teatro - ATL Santa Maria – 2º e 3º ciclo – Centro Social Cultural e Recreativo do Bairro da Esperança; Dança Cigana – ATL Carrocel da Criança / Projecto de animação Infantil e Comunitário do Bairro da Esperança; Cântico de Natal – crianças de nacionalidade ucraniana; Cântico Natal – Centro Social do Salvador; Hino 10 Milhões de Estrelas – Colégio N. Sra. Conceição Maria José Cardoso PUB Cartório Notarial de Serpa Extracto Certifico para efeitos de publicação que, no dia 22 de Novembro de, 2004, lavrada a fls. 62 do livro de notas n.º 112-D deste Cartório, foi efectuada uma escritura de Justificação, pela qual José Francisco Machado, NU 144.770.458 e mulher Ana Abril dos Santos Baião, NIF 158.884.370, casados no regime da comunhão geral, naturais da freguesia de Vila Nova de S. 3ento, concelho de Serpa, residentes nessa freguesia na Rua Brigadeiro Tiago Pedro Martins, número 2, alegam que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrém, do prédio urbano de rés-do-chão e quintal, com a superfície coberta de sessenta e três vírgula sessenta e cinco metros quadrados, tendo o quintal a área de cinco vírgula cinquenta e cinco metros quadrados, destinado a habitação, sito na Rua Brigadeiro Tiago Pedro Martins, número 2, freguesia de Vila Nova de S. Bento, concelho de Serpa, inscrito na matriz, em nome do justificante marido sob o artigo 982, pendente de alteração, com o valor Patrimonial de 214,86 €, a que atribuem igual valor, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Serpa. Que o identificado imóvel veio à sua posse por o haverem adquirido, por compra meramente verbal a Manuel José, Torrão, viúvo, já falecido, residente que foi na aludida freguesia de Vila Nova de S. Bento, em dia e mês que ignoram do ano de mil novecentos e oitenta e dois, não tendo sido celebrada a respectiva escritura. Porém, desde aquele ano e sem interrupção, os justificantes entraram na posse do identificado imóvel, habitando-o e usufruindo todas as suas utilidades e suportando os respectivos Precisa-se licenciado em contabilidade ou gestão de empresas impostos e encargos, tendo adquirido e mantido a sua posse sem a menor oposição de quem quer que fosse e com conhecimento de toda a gente, agindo sempre por forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, tendo por isso uma posse pública, Pacífica, contínua e de boa fé, que dura há mais de vinte anos, pelo que o adquiriram por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, documento algum que lhes permita fazer a prova do seu direito de propriedade Que, desta forma, justificam a aquisição do aludido imóvel por usucapião Está conforme o original Cartório Notarial de Serpa, vinte e dois de Novembro de dois mil e quatro. O 1.º ajudante, (Vítor Manuel Soares) Empresa do ramo automóvel Concessionário de marca com sede em Beja, admite estagiário/a - jovem licenciado/a em contabilidade e ou gestão de empresas. Capacidade de análise e motivação para o sector automóvel. Apoio e formação do importador em gestão administrativa, contabilidade analítica, gestão de stock´s, peças e oficina. Planeamento e gestão orçamental. Entrada imediata (Janeiro de 2005). Contrato de trabalho a prazo, renovável de acordo com o desempenho e aptidões demonstradas. Marcar entrevista pelo T.m. 91 663 1694 REGIONAL 9 de Dezembro de 2004 Ao festejar 27 anos Cooperativa “Lar para Todos” inaugurou mais 20 habitações A Cooperativa de Habitação Económica “Lar para Todos” (Chelt) inaugurou, no dia 27 de Novembro, mais 20 habitações no Bairro Social, em Beja, ao comemorar o seu 27.º aniversário. Um investimento de um milhão e 200 mil euros, e tres lotes , nas ruas Salvador Allende, Pablo Neru-da e Dr. Marques da Costa. “Enquanto Cooperativa, o nosso papel é cooperar, dar as mãos e fazer com que a cooperativa e as pessoas se sintam interligadas e o nosso objectivo seja cada vez mais concretizado - construir habitações para pessoas com algumas carências”, disse na ocasião, o Presidente da Cooperativa Adriano Nascimento. Falando de outros projectos da Chelt, lembrou que, na área de reabilitação, a cooperativa já fez um edifício de seis fogos na Rua da Casa Pia. Ao mesmo tempo, a cooperativa está a reabilitar uma outra casa na Rua dos Infantes, com uma loja para a Rua do Touro. Novo loteamento junto à Quinta d’El-Rei terá 441 apartamentos e moradias Vai arrancar em breve na zona Nordeste de Beja um novo loteamento habitacional, uma parceria entre a Câmara Municipal, a Cooperativa de Habitação Económica “Lar para Todos” e cinco privados. Trata-se do Plano de Pormenor de Ligação do Bairro do Pelame à Quinta d’El Rei, que inclui no total dois lotes de comércio, três lotes de equi-pamento, 32 lotes de habitação plurifamiliar e 153 lotes de habitação unifamiliar, num total de 441 fogos. O presidente da Cooperativa “Lar para Todos”, Adriano Nascimento, revela que em reunião com os ser-viços técnicos da Câmara de Beja foi já divulgado todo o plano para aquela zona e a forma como se vai fazer o seu desenvolvimento. O plano será executado entre 2006 e 2009. O ano de 2005 será para elaborar os projectos e fazer todos os acertos necessários, obter alvarás e cumprir outras formalidades. Da parte da “Lar para Todos”, o terreno adqui-rido dá para 90 apartamentos e 41 moradias – é a sua 12.º fase de construção, mas através de um protocolo que vai estabelecer com a Câmara “será cedido mais terreno, devendo a cooperativa liderar o processo de construção, em toda aquela área, que poderá albergar, em breve, cerca de mil pessoas. Policiamento de proximidade em Beja Na senda das actividades de policiamento de proximidade o Serviço de Policiamento de Proximidade da PSP do Distrito de Beja vai organizar, no próximo dia 11 de Dezembro de 2004, o II Encontro Desportivo Beja I vs. Beja II, evento direccionado às crianças e adolescentes dos referidos bairros, na perspectiva de melhorar a inserção social mesmos e incrementar o gosto pela actividade desportiva. Pela sua saúde e pela saúde dos outros, não fume. Dizem os médicos que o tabaco mata Cartório Notarial de Serpa Extracto Certifico para efeitos de publicação que no dia 22 de Novembro de 2004, lavrada a fls. 60 do livro de notas n.º 112-D, deste Cartório, foi efectuada uma escritura de Justificação, pela qual António Correia Oliveira Ferreira, NIF 135.404.975, que outorga por si e como procurador de sua mulher Manuela Cataplana dos Santos Pepe, NIF 131.304.100, casados no Regime da comunhão de adquiridos, naturais, ele da freguesia de Vila Verde de Ficalho, concelho de Serpa, freguesia onde residem na Rua dos Moinhos e ela da freguesia de Guardão, concelho de Tondela, alega que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio rústico de cultura arvense, com a área de cinco mil seiscentos e vinte e cinco centíares, denominado “ Montarazes “, sito na freguesia de Vila Verde de Ficalho, concelho de Serpa, confrontando do norte, sul, nascente e poente com o justificante marido, inscrito na matriz, em nome do justificante marido sob o artigo 103, secção H, com o valor patrimonial de 9,566, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Serpa, a que atribuem o valor de quinhentos euros. Que o identificado imóvel Veio à Sua posse, por o haverem adquirido por compra meramente verbal, por volta do ano de mil novecentos e setenta e quatro, a Sebastião Oliveira Nogueira e mulher Teresa Luís, residentes que foram na aludida freguesia de Vila Verde de Ficalho, não tendo sido celebrada a respectiva escritura. Porém, desde aquele ano os sem interrupção, os justificantes entraram na posse do referido imóvel, cultivando-o e usufruindo todas as suas utilidades e suportando os respectivos impostos e encargos, tendo adquirido e mantido a sua posse sem a menor oposição de quem quer que fosse e com conhecimento de toda a gente, agindo sempre por forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, tendo por isso uma posse pública, pacífica, contínua e de boa fé, que dura há mais de vinte anos, pelo que o adquiriram por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, documento algum que lhes permita fazer a prova do seu direito de propriedade. Que, desta forma, justifica a aquisição do indicado imóvel por usucapião Está conforme o original Cartório Notarial de Serpa, vinte e dois de Novembro de dois mil quatro, O 1.º ajudante Vítor Manuel Soares Notícias de Beja – 7 Novo Parque de Estacionamento em Beja O novo parque de estacionamento subterrâneo da Avenida Miguel Fernandes, em Beja, com capacidade para 189 lugares, abriu ao público no passado dia 1 de Dezembro. Este parque estará aberto durante 24 horas por dia, dando resposta à falta de estacionamento na Praça da República. Segundo deliberação do executivo municipal, aprovada em Setembro, o primeiro mês de utilização do parque será gratuito para todos os seus utilizadores. A partir do próximo mês de Janeiro, o tarifário a cobrar pela autarquia, entidade que gere o parque de estacionamento, será o seguinte – Taxa horária das 9h às 19h: 1.ª meia hora – gratuita; 2.ª meia hora – 0,25 €, 2.ª hora – 0,55 €; 3.ª’ hora - 0,60 €; 4.ª hora e seguintes – 0,62 €. Taxa horária das 19h às 9h: 1.ª hora – 0,45 €; 2.ª hora – 0,62 €. Taxas de estacionamento periódico sem reserva de espaço: mensal – 73,12 €; nocturna – 45,71 €; residente – 29,25 € (zonas 1, 2, 6 e 7). O número de lugares para assinantes e residentes deve corresponder à capacidade aproximada de 50% do parque e devem ser reservados no piso 2. Os residentes com direito a uma taxa reduzida no parque são os moradores das zonas 1, 2, 6 e 7. À semelhança do que acontece no parque de estacionamento da Casa da Cultura, a autarquia bejense dará a possibilidade aos comerciantes das zonas 1, 2, 6 e 7 de poderem estacionar no parque mediante o pagamento de uma taxa mensal semelhante à existente para os residentes, no valor de 29,25 €, desde que adquiram previamente o mínimo de 100 módulos de estacionamento, pelo valor de 25 €, que poderão oferecer aos seus clientes. OPTOMETRIA ÓPTICA OCULAR CONTACTOLOGIA Sede: Rua da Infantaria 17, nº 3 (junto ao Correio) 7800-470 Beja Filial: Largo D. Nuno Álvares Pereira, nº 5 Ou à PSP) 7800-018 Beja Apartado 93 7801-902 Beja Telefs. SEDE: 284324085; FILIAL: 284324040,284325057; FAX: 284327041 www.mariooculista.pt Respostas às questões da última página 1. Bíblia. A mãe chamava-se Ana e os reis Saul e David. 2. Linguagem. Vela pode ser: pequeno círio, vela de barco ou de moinho, vigília ou trabalho nocturno e, na gíria popular, corpo sem roupa. 3. Geografia histórica. Babel fica no Iraque, a cerca de 100 km ao sul de Bagdade; era a antiga capital da região da Babilónia, onde estiveram deportados os judeus durante 40 anos, ficando símbolo de lugar de tormentos 09 DEZEMBRO 2004 P r o p r i e dade da D i o c e s e d e B e j a Contribuinte Nº 501 182 446 Director: Alberto Geraldes Batista Redacção e Administração: Rua Abel Viana, 2 - 7800-440 Beja Tel. 284 322 268 Fax: 284 322 386 E-mail: [email protected] http://www.ecclesia.pt/noticiasdebeja Assinatura 18 Euros anuais c/IVA Composição e Impressão: Gráfica Almondina - Torres Novas Tel. 249 830 130 - Zona Industrial - Torres Novas Registo N.º 102 028 Depósito Legal N.º 1961/83 Editado em Portugal Tiragem 3.000 ÚLTIMA PÁGINA Espaço Ludo-Cultural Curiosidades de Natal - Para a Igreja Católica latina, segundo o calendário tradicional, o Natal ocorre no Advento (do latim, adventus, “chegada”), o qual se inicia no quarto domingo antes do Natal. - O calendário litúrgico ortodoxo, difere na celebração do nascimento de Jesus, este fixa-o a 6 de janeiro. Até ao ano de 353 o nascimento de Jesus era celebrado a 6 de Janeiro. O dia 25 de Dezembro foi escolhido no Ocidente a fim de suplantar as festas pagãs dedicadas ao solstício de Inverno. Foi em meados do século IV d.C. que se começou a festejar o nascimento do Menino Jesus, tendo o Papa Júlio I fixado a data no dia 25 de Dezembro, já que se desconhece a verdadeira data do Seu nascimento. - Apesar de ser uma festa cristã, o Natal, com o passar do tempo, converteu-se numa festa familiar com tradições pagãs, em parte germânicas e em parte romanas. - A palavra “presépio” significa “um lugar onde se recolhe o gado; abrigo de animais = curral”. - Foi sob influência firanciscana, que se espalhou, a partir do séc. XI 11 o costume de, em toda a cristandade, se construírem presépios, já que estes reconstituíam a cena do nascimento de Jesus. - A árvore de Natal surge no século XVI, e era um ritual do final da Idade Média que simbolizava a árvore do paraíso, sendo hoje enfeitada com luzes símbolo de Cristo, Luz do Mundo. - As cores de Natal resultam de uma tradição que remonta aos festivais do solsticio. As civilizações pagãs, durante o solstício de Inverno, tinham por hábito decorar as casas com verdura que, segundo elas, tinham poderes mágicos. O verde é a cor das verdunas que tem uma grande importância na decoração. O vermelho apareceu por causa do azevinho, um arbusto que se dá ao longo do Inverno e cobrindo-se de bagas vermelhas. - O azevinho entre os Romanos era trocado como presente e, nos nossos dias, tornou-se a principal planta do Natal. - É costume pendurar no lado de fora da porta uma coroa durante os doze dias do Natal. O uso de coroas remonta à Roma antiga e para as tornar mais atraentes, tornou-se costume enrolar esses ramos numa coroa. Os romanos exibiam essas coroas nas portas para aumentar as possibilidades de todos os da casa terem saúde no ano seguinte. - O uso de velas no Natal, remonta às festas chamadas de Saturnais, nas quais os romanos acendiam velas para pedirem que o Sol brilhasse de novo (solsticio de Inverno). O cristianismo absorveu esse costume e tornou-o sagrado à sua maneira, dizendo que, dado que Cristo era a Luz do Mundo, a chama da vela simboliza a sua influência. - A figura do Pai Natal baseia-se em S. Nicolau, padroeiro da Rússia, da Grécia, dos marinheiros e das crianças. O S. Nicolau era conhecido por oferecer generosos presentes aos mais pobres. A única coisa que se sabe sobre a vida de S. Nicolau é que este nasceu, dizem uns, no ano de 280 d.C e outros, em 350 d.C., em Patara, foi bispo da Igreja Católica, de Mira na Licia, que se situa no sudoeste da Ásia Menor, (hoje, Turquia) no século IV d.C. -Foi Clement Clark Moore, um professor de literatura grega em Nova Iorque (1823) que, graças a um poema seu intitulado “Uma visita de S. Nicolau” deu grande popularidade ao Pai Natal, que era transportado por um trenó e puxado por renas. Na tradição anglo-saxónica existem oito renas: Dasher, Dancer, Prancer, Vixen, Comet, Cupid, Donder, Blitze, - Antigamente o Pai Natal vestiase de formas muito variadas, sendo, normalmente, os fatos de cores garridas e na cabeça usava um barrete ou uma coroa de azevinho. O uso do vermelho e branco das roupas do Pai Natal se deve ao facto de, no início do século passado, a empresa Coca-Cola durante as suas campanhas de Inverno ter usado a figura de S. Nicolau para promover a bebida, vestindo a um actor que representava o bispo, um fato vermelho, de calças e túnica e, na cabeça um barrete também ele vermelho, com um debruado a branco e um pompom na ponta, e que as duas cores foram escolhidas, porque eram as mesmas que a Coca-Cola era comercializada. - Os frutos secos que colocamos à mesa no Natal têm uma ligação muito forte e particular com o solstício do Inverno que, na antiga Roma, eram um presente habitual durante às celebrações porque cada tipo de fruto seco tinha um significado especial. As avelãs evitavam a fome, as nozes rela-cionavam-se com a abundância e prosperidade, as amêndoas prote-giam as pessoas dos efeitos da bebida. - Em Portugal, a ementa muda de província para província, mas sendo o bacalhau participa em todas as mesas. Entre os doces, a preferência vai para as rabanadas e a aletria, o bolorei, as filhós, os mexidos, a roupa velha, os sonhos e sopa dourada. 9 de Dezembro de 2004 Recordar é viver O que segue foi respigado de números antigos do Notícias de Beja. Há 75 anos (1929). O jornal traz o movimento do Hospital da Misericórdia de Beja e a lista das ofertas em dinheiro e géneros para o sustento do pessoal e dos doentes durante um mês. No dia 1 de Novembro estavam 66 doentes internados; ao longo do mês entraram mais 32, saíram curados ou melhorados 27 e faleceram 8. Quanto às ofertas, além de quantias em dinheiro, da ordem das dezenas de escudos cada, contavam-se ovos, pães, galinhas, lenha, vinho, etc. Era assim antigamente! Há 50 anos (1954). O jornal dedica grande espaço às celebrações em Beja da festa da Imaculada Conceição que encerraram o Ano Mariano. No dia 8 foi ordenado sacerdote, com especial dispensa de interstícios concedida pelo Santo Padre, o diácono Gaudêncio Manuel Fernandes. O tríduo preparatório foi pregado pelo Dr. Leite Rainho. Na tarde desse dia, à solene procissão com a imagem de N. Senhora que se venera na Sé associaram-se diversas peregrinações de terras da Diocese com as respectivas imagens da SS. Virgem. À passagem pelo largo do Carmo, o Prelado procedeu à bênção e colocação da primeira pedra do monumento a N. Senhora da Conceição. À noite, em sessão solene, falou o poeta Miguel Trigueiros. Há 25 anos (1979). 1. O CAJI (Centro de Acolhimento à Juventude Inquieta) celebrou o 4.º aniversário com missa, almoço partilhado e tempo de reflexão moderado pela Irmã Lina FFM, em que participaram 50 jovens e 15 pais. 2. João Paulo II visitou a Turquia 3. O mesmo Papa, em sessão da Academia Pontifícia das Ciências, propôs a reabilitação completa de Galileu. Enciclopédia A UCRÂNIA é uma das repúblicas federadas na União Soviética (URSS) que se tornaram independentes em 1991, ano do derrube do Muro de Berlim e da dissolução da URSS. É um grande país, tanto na área (603.700 km2, 6,5 vezes a área de Portugal) como em população (52 milhões de habitantes (5,2 vezes a de Portugal). A sua história nacional data do séc. XII (como a portuguesa), quando da fundação do Estado e de sua capital (Kiev) pelos Vikings, embora ao longo do séculos os Ucranianos dependessem da Polónia, da Áustria e da Rússia. Em 1917 o país proclamou a independência, mas foi logo integrado na URSS. É um dos maiores produtores de trigo da Europa, e grande exportador de minérios (ferro manganês, hulha...) O comércio com o exterior faz-se principalmente pelo Mar Negro, com o qual tem mais de 2.000 km de costa. A forte emigração dos últimos anos para países ricos da Europa, na procura de melhores condições de vida, tem sustido o crescimento demográfico da Ucrânia, aliás também devido a fraca natalidade. Com um nível cultural relativamente elevado, os emigrantes ucranianos adaptam-se facilmente aos novos ambientes de trabalho e de vida. No país, 72 % dos habitantes são ucranianos, 23 % russos e os restantes de várias etnias. Do ponto de vista religioso, a população é maioritariamente cristã, com predominância dos ortodoxos. Os católicos encontram-se enquadrados em 7 dioceses de rito bizantino, 6 de rito latino e uma de rito arménio. Os ucranianos imigrados em Portugal aprendem rapidamente o português (apesar da sua língua eslava) e enquadram-se facilmente nos trabalhos agrícolas, de construção civil e outros. E, apesar dos anos de cultura marxista, revelam boa abertura às Igrejas Ortodoxa e Católica quando vão ao seu encontro. Coisas e loisas 1. Calamidades naturais. Revela um relatório da Cruz Vermelha Internacional que o ano de 2003 foi um daqueles em que maior número de pessoas morreram devido a desastres naturais, cerca de 75 mil, das quais 26 mil no terramoto do Irão e 31 mil, sobretudos idosos, na onda de calor na Europa. Além dos mortos, foram afectadas por tais desastres (secas, cheias, tremores de terra, tempestades...) 255 milhões de pessoas. Tais de-sastres causaram prejuízos avaliados em cerca de 50 mil milhões de euros (10 mil milhões de contos). No relatório chama-se a atenção para a necessidade de acompanhar as pessoas idosas nas épocas de grandes calores e de grandes frios, ao verificar que são sobretudos as pessoas carecidas de enquadramento familiar ou comunitário as que mais estão sujeitas ao perigo de morte. No caso de ondas de calor, podem salvar-se vidas levando aos idosos doentes abandonados água potável, e no caso de ondas de frio, assegurando-lhes um ambiente minimamente aquecido. 2. MICROCRÉDITO. AONU agendou para 2005 o Ano Internacional do Microcrédito. Trata-se duma experiência, iniciada no Extremo Oriente que tem permitido a milhares de pessoas caídas na pobreza a refazerem a sua vida. Em Portugal mais de 350 pessoas desempregadas conseguiram pelo recurso ao microcrédito refazer a sua vida económica. A Associação Nacional de Direito ao Crédito (fundada há 5 anos) proporciona a pessoas sem crédito nos bancos pequenos empréstimos a baixos juros desde que nelas se encontrem condições mínimas para começarem ou recomeçarem uma actividade económica que lhes assegurem os necessários meios de vida. Entre nós realizou-se em princípios do mês passado uma conferência nacional sobre o micro-crédito, para que foi convidado o Presidente da República. Além do lançamento da ideia, teve em vista a preparação com tempo do referido Ano Internacional. Veja se sabe 1. Bíblia. Samuel, graças à piedade de sua mãe, veio a ser o primeiro profeta do Antigo Testamento, a quem coube consagrar os dois primeiros reis de Israel. Como se chamava sua mãe? Quais os dois reis por ele consagrados? 2. Linguagem. Quais os três ou quatro sentido diversos da palavra vela? 3. Geografia histórica. Em qual dos actuais países fica Babel, a antiga capital da Babilónia, região frequentemente citada na Bíblia? (Ver respostas na penúltima página) Bom humor 1. Sonhadores. «O meu sonho é vir a ganhar 5 mil euros por mês, como o meu pai.» «E teu pai ganha tudo isso por mês?» «Não, mas também tem esse sonho...» 2. Espertinho. «Vê lá, consegui compor o puzzle ao fim dum dia...» «E que tem isso de extraordinário?» «É que na caixa está escrito: De três a seis anos.» 3. Não o podiam ver. Numa casa de recolhimento de cegos, o director foi agredido pelos próprios cegos. A comunicação social soube e mandou uma jornalista que perguntou a um dos funcionários: «Porque é que agrediram o director?» Resposta: «Naturalmente porque o não podiam ver...» Manuel Falcão