igreja ministerial - Igreja Metodista no Porto

Transcrição

igreja ministerial - Igreja Metodista no Porto
MÓDULO
IGREJA MINISTERIAL
PROF. MÁRCIO GRÔPO TOLEDO
Instituto Metodista Teológico João Ramos Jr.
Muriaé, MG — Novembro de 2014
Igreja Ministerial
Curso para Formação de Evangelistas 2014 – Distrito Leste Zona da Mata
Márcio Grôpo Toledo
Márcio Grôpo Toledo
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Márcio Grôpo Toledo
INTRODUÇÃO
O objetivo disciplina IGREJA MINISTERIAL está na compreensão em ser uma igreja em “dons e
ministérios”. Ao mesmo tempo em que a igreja tem o desafio de encontrar o discipulado como
estilo de vida, entenderemos, portanto, a dinâmica de uma “Igreja em Grupos Pequenos” –
princípio bíblico e wesleyano.
Temos observado, por estudos ao redor do mundo, que uma “Igreja em Grupos Pequenos” tem
sido revitalizada por Deus em sua Igreja, como uma estratégia pastoral, de crescimento e
amadurecimento na fé, a fim de que os propósitos de Deus se cumpram.
Nos últimos anos, temos sido ministrados e orientados na busca desta igreja em discipulado.
Nessa direção, temos compreendido que esta igreja caminha no seguinte quadrilátero: GANHAR
– CONSOLIDAR – DISCIPULAR – ENVIAR. Podemos, assim, identificar esse quadrilátero como a espinha
dorsal de uma igreja discipuladora.
Portanto, revitalizarmos nossa igreja na visão de uma “Igreja em Grupos Pequenos” não nos
impedirá de sermos uma igreja em “dons e ministérios”. Uma Igreja Ministerial é um braço de
uma Igreja em Grupos Pequenos.
O QUE É IGREJA?
“A Igreja deve sair de sua estagnação. Devemos voltar ao ar livre do confronto
espiritual com o mundo. Devemos correr o risco inclusive de dizer coisas
contestáveis, se isso possibilita levantar questões de importância vital.” Dietrich
Bonhoeffer
Durante séculos o tema da igreja (eclesiologia – estudo da igreja) sempre foi, tanto no contexto
teológico como no pastoral, posto em questionamento e debate. Qualquer que seja o momento,
de “colheita ou plantio”, a igreja é questionada, desafiada, contestada e, muitas vezes,
permanece quieta no “seu mundo”.
Questionamentos quanto à igreja estão sempre diante de nós. COSTAS suscita preocupações
próximas em que a solução para a atual crise na igreja não se encontra na própria igreja. (...) a
solução da situação atual está, antes, em uma renovada inserção na missão de Jesus Cristo.?
Nos desenvolvimentos eclesiológicos, “um tema caracteristicamente seu é o da Igreja como
corpo de Cristo de clara origem paulina”.? Mas encontramos desenvolvimentos sobre questões
relativas a sacramentos e cristologia pela eclesiologia.
Porém, nos deparamos com um problema desde os tempos remotos:
Com uma freqüência cada vez maior, o termo “Igreja” indicará a hierarquia e,
nomeadamente, o papado. Essa Igreja será descrita mediante a noção da
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societas perfecta: ela possui em si mesma tudo aquilo de que tem necessida-de
para atingir seus próprios fins. ?
Nesta mesma direção, EMIL BRUNNER diz que
o conceito sobre “igreja” permanece irrevogavelmente por este processo histórico de 1500 anos: como resultado a “Ecclesia” – uma comunhão de pes-soas
– foi transformada em uma “igreja” institucional, e de fato, naquela i-greja
particular em que o momento do desenvolvimento institucional atingiu seu
clímax, esta igreja que interpreta a si mesma num sentido gravemente
institucional, visa a Igreja Romana. ?
Como observamos, há um sério problema quando falamos sobre a igreja ou como ser igreja. Este
problema, principalmente para nós brasileiros, soma-se com a dificuldade etimológica. Além de
muitos, se não todos, entenderem “igreja” num caráter institucional, quando deparam com o
significado da palavra em um dos maiores dicionários da língua portuguesa encontrarão a
definição como “templo cristão; autoridade eclesiástica” e como terceira definição:
“comunidade dos cristãos”. Outro renomado e mais recente dicionário de nossa língua traz uma
definição próxima apontando a “igreja” como “comunidade de cristãos, que forma um corpo
social organizado, instituído por Jesus Cristo”.
Portanto, nossos dicionários não desenvolvem, de imediato, o significado correto da palavra,
visto que “igreja” vem da palavra latim “ecclesiae” e esta, da palavra grega “” em que
é um substantivo deverbiado da palavra grega “” cujo significa-do é “chamar, chamar
para fora, chamar de”. A palavra que se encontra no Novo Testamen-to, “”, significa
“assembléia, convocação, reunião”.
Ainda:
Nos diversos usos neotestamentários do termo, a Igreja é entendida em sentido
particular (assembléia reunida para o serviço litúrgico mas principalmente para
a celebração da Ceia do Senhor e comunidade estabelecida em um lugar ou
território) e universal, ou seja, todo o povo que, disperso sobre a terra, é
reunido em nome da Trindade santa. ?
Por isso, ao se falar sobre eclesiologia – refletir sobre nossa realidade de ser e agir – precisamos
resgatar o sentido de ser igreja como reunião, encontro, comunidade etc.
Partindo destas dificuldades etimológica e contextual, dos desafios contemporâneos e de nossa
crise existencial eclesiástica, percorreremos referenciais em BONHOEFFER, nos es-critos de
WESLEY e na teologia wesleyana, principalmente latino-americana.
2 CONTRIBUIÇÕES ECLESIOLÓGICAS EM BONHOEFFER
Quais as contribuições eclesiológicas em BONHOEFFER na busca de elementos para uma
realidade latino-americana, especificamente brasileira? Quais as ligações para que dia-loguemos
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com um teólogo europeu? São várias para que dialoguemos com seus escritos e retiraremos
contribuições significativas para nossa realidade, dentre elas apontamos três motivos.
Primeiro, por ter desenvolvido uma “teologia da igreja”; segundo, apesar de seus escritos
acontecerem nas décadas de 30 e 40 do século XX, BONHOEFFER é um teólogo contemporâneo
e seus escritos são frutos de situações existenciais; terceiro, porque ele foi um teólogo que
assumiu uma posição de libertação diante do conflito que o mundo passava em virtude da
Segunda Guerra Mundial ao participar da Igreja Confessante: “parte da Igreja evangélica que se
recusara a colaborar com o nacional-socialismo e se vinha organizando também com estruturas
próprias”.
Portanto, tais características nos proporcionam condições para retirarmos grandes contribuições para nossa pesquisa. Outrossim, GIBELLINI ao caracterizar seus escritos, mencio-na
que eles caminham na direção de um cristianismo a ser re-interpretado pelo homem da modernidade; de um cristianismo não de fuga, mas da fidelidade ao mundo; de um cristianismo que
deve ser vivido na responsabilidade, na participação e na solidariedade; de um cristianismo
universal em processo de desocidentaliza-ção, que passa a outros povos e se torna capaz de
novas palavras e de novas ações, direções estas que buscamos para o ser-igreja em nosso país.
BONHOEFFER, em nenhum momento, caracteriza a igreja como uma organização institucional,
como muitas vezes nos acostumaram a enxergá-la. Para ele, a igreja é a própria forma do Cristo.
É o Cristo se fazendo humano e presente no mundo. “A Igreja, portanto, não é uma comunidade
religiosa de admiradores de Cristo, mas o Cristo que tomou forma entre os seres humanos”. A
igreja passa a ser uma pessoa física. Portanto, ela pode sentir os clamores do povo, devendo
viver sinais da graça libertadora de Deus. A igreja “terá de falar de moderação, autenticidade,
confiança, fidelidade, constância, paciência, disciplina, humildade, modéstia e comedimento”.
Outrossim, essa dimensão de que a igreja é o Cristo presente, isto é, Deus no meio do seu povo,
acarreta uma característica muito forte nos escritos de BONHOEFFER: a dimensão comunitária –
a comunhão.
O viver na dimensão comunitária, para ele, é um privilégio e uma dádiva de Deus. “É graça de
Deus uma comunidade poder reunir-se neste mundo, de maneira visível, em torno da Palavra de
Deus e dos Sacramentos”. Assim, ele evoca outro aspecto importantíssimo e deixado por
muitas, se não todas, comunidades cristãs de nosso tempo: o aspecto do sacramento como
elemento comunitário e festivo.
Observa-se, pela declaração acima, que o sacramento não somente é um passa-tempo na vida
eclesial, mas elemento de grande importância: “Onde quer que Deus habite através de sua
Palavra e sacramento junto à sua comunidade”, ali também encontra-se uma igreja.
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Para BONHOEFFER:
Sentido e origem dos sacramentos é o corpo de Cristo. Sacramento somente existe porque
existe corpo de Cristo. (...) Batismo é incorporação na unidade do corpo de Cristo; Santa Ceia é
conservação da comunhão no corpo (koino-nia).
Portanto, a presença de um cristão para o outro é de suma importância. Implica em crescimento,
troca de experiências etc. A celebração da Santa Ceia é festa. É celebrar a comunhão, a unidade.
“A comunhão da Santa Ceia é por excelência o cumprimento da comunhão Cristã”.
BONHOEFFER também reconhece e experimenta a dimensão comunitária na oração. Oração não
se restringe a aspectos individuais – a súplicas egoístas, mas a oração individual é uma parcela
da oração de toda a igreja, incitando-o a reconhecer que o bem comum a todos deve sobressair
aos desejos egoístas. Quanto ao aspecto comunitário, não somente será realizada com os
“maduros na fé”, mas esse sentido de pertença e dependência do outro é a todos.
Portanto, “toda comunhão cristã deve saber que não apenas os fracos necessitam dos fortes,
mas que também os fortes necessitam dos fracos. A exclusão dos fracos é a morte da
comunhão”, e que “a Igreja só é Igreja quando está aí para os outros”, assim como a vida do
cristão deve existir para os outros. Ainda expressa que
a igreja deve participar das tarefas mundanas da vida social humana, não dominando, mas
auxiliando e servindo. Ela deve dizer às pessoas de todas as profissões o que é uma vida com
Cristo, o que significa ‘existir para os ou-tros’”.
Por isso, em BONHOEFFER a expressão “uns pelos outros” toma, de fato, o caráter de “ajuda
material que necessitados e sofrentes dentro da comunidade podem receber. O traba-lho pelo
próximo, pelo seu bem estar, pela sua felicidade, é aqui incluído dentro deste pen-samento”. É
uma ética da vida objetivando “o discernimento da vontade de Deus em vista da ação concreta”.
Estas são concepções que BONHOEFFER tem sobre a igreja. Não somente restringidas a meros
conceitos, mas experimentadas na sua vivência teológico-pastoral. Concepções que são a base
de sua ética e teologia.
3 CONTRIBUIÇÕES ECLESIOLÓGICAS WESLEYANAS
Há contribuições eclesiológicas que poderemos encontrar num movimento do século XVIII? Será
possível traçar um paralelo após três séculos? Há algo significativo numa expe-riência ocorrida
em um país europeu para que assimilemos num contexto latino-americano?
Possivelmente estas são inquietações que vêm à nós mediante o que propomos em nossa
pesquisa. Entretanto, resguardada as proporções em seu devido tempo, poderemos encontrar
contribuições eclesiológicas ocorridas no movimento wesleyano no século XVIII e que servirá
para nós em pleno século XXI.
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Quanto os fatores que propiciaram e foram motivadores para que o movimento metodista
ocorresse, não adentraremos a estes aspectos, visto que há pesquisas que trarão melhores
detalhes quanto a estas questões.
Elencaremos contribuições eclesiológicas wesleyanas nos escritos de WESLEY e na te-ologia
wesleyana desenvolvida principalmente no contexto latino-americano.
Há nos últimos anos, principalmente em nossa América Latina, um forte movimento em busca
dos estudos wesleyanos. Portanto, ao irmos a WESLEY e nas teologias wesleyanas vigentes,
suscitaremos o cerne da eclesiologia ali existente procurando não cometer situações
distorcionantes de seu legado original como ocorreu com o metodismo estadunidense, quando
de sua implantação no Brasil, com pouca característica wesleyana e que o reduziu a “uma forma
especial de pietismo ”.
3.1 A CONCEPÇÃO DE “IGREJA”
Qual seria a concepção de “igreja” existente em WESLEY e nas teologias wesleyanas? Este será
o primeiro ponto que abordaremos. Compreender o significado de “igreja” na he-rança
wesleyana será fundamental para compreendermos o sentido que a igreja passou a ter para as
pessoas.
Ao se compreender a igreja apenas na dimensão institucional, uma séria questão, como expomos
no início deste capítulo, caímos no erro de esquecer-se de nossa origem: “instituições são
cristalizações de uma sabedoria que não tem consciência de suas origens”.
Por isso, compreender a origem de ser igreja será nosso primeiro passo. Na teologia wesleyana,
é inadmissível compreender a origem da igreja nos anseios do ser humano, em seu mero prazer,
na sua livre vontade etc. Sua origem de ser igreja está, unicamente, no desejo de Deus. Neste
desejo, a igreja cristã nasce. É na ação redentora e reconciliadora de Deus, em Cristo, para com
a sua criação.
Além de ser produto da ação de Deus, encontramos neste desejo do Deus trino, não somente
sua origem, mas, sobretudo, um elemento dinamizador contínuo que fará com que o povo –
homens mulheres – aceitando o convite de participarem deste projeto, sejam moti-vados e
alimentados pela ação de Deus.
CLÁUDIO RIBEIRO ainda nos situa que “a Igreja, antes de ser organização, instituição ou grupo
social, é um Corpo, um organismo vivo, uma comunidade de fé, adoração, crescimento,
testemunho, amor, apoio e serviço.”
Isto está claramente ligado à concepção que WESLEY tem sobre a igreja. Concepção esta que é
uma definição clássica protestante: “hemos visto pues en Wesley, una definición clásicamente
protestante de la Iglesia, pero aparentemente entendida de modo de colocar un énfasis
particular en el carácter de ‘congregación de los fieles’ (coetus credentium)”.
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Portanto, neste ponto entenderemos algo importantíssimo na eclesiologia wesleyana, visto que
a eclesiologia não é o cerne da preocupação ministerial e doutrinal em WESLEY, e sim, a
santificação.
WESLEY, ao comentar a respeito do artigo XIII que manteve sem alterações dos “Trinta e Nove
Artigos da Igreja da Inglaterra” diz o seguinte:
El artículo menciona tres cosas como esenciales a una Iglesia visible: una fe viva,
sin la cual no puede en verdad haber en manera alguna Iglesia, ni visi-ble ni
invisible. En segundo lugar: la Predicación, y por consiguiente el es-cuchar la
Palabra de Dios, pues de otra manera la fe se debilitará y moriría. Y, en tercer
lugar, la correcta administración de los sacramentos: los medios por los cuales
Dios ordinariamente aumenta la fe.
Assim, “a concepção eclesiológica wesleyana fundamenta-se na centralidade da fé (em Cristo),
da pregação da Palavra e da ministração dos sacramentos”.
3.2 A “COMUNHÃO” COMO ASPECTO DO AMOR DE DEUS.
A questão da comunhão é outro aspecto fundamental para a compreensão eclesiológi-ca na
teologia wesleyana. Não compreenderemos a ação da igreja, no seu caráter de corpo de Cristo,
se não estiver sendo vivenciada o aspecto da fraternidade – comunhão.
KLAIBER e MARQUARDT nos aborda o seguinte:
A comunidade de Jesus Cristo é viva quando a realidade do amor de Deus, do qual vive, é o que
determina a sua vida em comum. Ela só pode ser testemunha do amor de Deus quando este
amor é encontrável dentro dela mesma.
Portanto, o amor deve ser marca essencial desta comunidade cristã, visto que a edificação e a
comunhão de amor será o significado de si. Para WESLEY, a nova caminhada em Cristo só poderá
ser fortalecida na comunhão com outros irmãos e irmãs. Para ele, somente na comunidade que
poderemos receber o alimento de Cristo.
Além dos aspectos abordados, não há outra possibilidade de ser Igreja se esta não nascer, apesar
de sua origem divina, para atender as necessidades, anseios e lamentos da vida humana. Esta
característica da eclesiologia wesleyana ratifica a necessidade de entender a salvação como
caráter social e cósmico – comunitário. “Metodismo é, portanto, experiência comunitária”.
BONINO, ao abordar sobre o cerne do metodismo primitivo na ação pastoral de WES-LEY,
compartilha desta idéia em que “é na pastoral, com a qual responde às exigências do povo e aos
problemas que estas suscitam para a igreja, que encontraremos o verdadeiro gê-nio do
metodismo primitivo”.
WESLEY deixou clara sua definição quanto ao que haveria de ser igreja:
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La iglesia católica o universal es: Todas las personas a quienes Dios há llamado a salir del mundo
para concederles el derecho al carácter precedente, a ser <<um corpo>>, unidos por <<um
Espíritu>>, que tienen <<uma fe, uma esperanza, um bautismo; um Dios y Padre de todos, el cual
es sobre todos, y por todos, y em todos>>.
Na comunidade, no convívio com irmãos e irmãs, que encontraremos a ação deste Es-pírito
dinamizador na vida eclesial e pessoal para o fortalecimento de nossa vida.
RUNYON expressa que “todo membro do corpo é importante, porque o Espírito ministra por
meio de cada um ao outro”. O “estar junto” é uma condição para crescimento em Cristo. “Sólo
en comunidad se puede crecer en amor”.
Assim, toda essa busca de experimentar o amor de Cristo e sua Graça, ou seja, “o a-moroso
voltar-se de Deus para o homem”, serão como molas propulsoras na vida da co-munidade.
Tal era a importância do convívio comunitário que RUNYON indica que as pregações metodistas
ao ar livre sempre se encerravam com informações sobre o local e horários das reuniões das
sociedades, apontado-nos em que a “nova vida” inicia-se com a participação na comunidade de
fé, na relação com as pessoas, para o crescimento.
3.3 UM JEITO DE SER
Desde o início do movimento metodista, particularmente nas primeiras décadas do sé-culo XVIII,
encontramos uma postura muito forte não somente em atos de piedade – oração, jejum, estudos
bíblicos etc – como também em atos de misericórdia. Tanto que, na década de 30 do referido
século, o movimento já contava com visitas às prisões Castelo e Bocado, trabalhos com crianças,
pobres e idosos.
Como dito anteriormente, a igreja se origina do “desejo” divino, mas para atender os clamores
do povo. Assim, RUNYON compara o movimento metodista do século XVIII com as comunidades
eclesiais de base na América Latina. O povo, pobre e sofrido, reúne-se para ler a Bíblia, estudar,
orar e discutir as suas preocupações na busca de soluções à luz das Escrituras.
O jeito de ser-igreja na tradição wesleyana tem que compreender um evangelismo que encara o
ser humano na sua forma holística: na busca de levar uma palavra de conforto, esperança, mas
de trazer “respostas” às suas necessidades.
BONINO nos diz que “missão e comunidade se unem”, apontando-nos que na comunhão, no
seio do povo, encontramos os clamores e possíveis respostas para suas angústias. Clamores,
por estar no meio do povo e assim conhecer suas dores e seus sofrimentos; respostas, porque é
no suporte do outro, na caminhada com o outro que encontraremos as respostas e a ação de
Deus.
A igreja só dá testemunho de ser igreja de Jesus Cristo se, não somente só pela prega-ção,
expressar através de toda sua formação social e suas ordenanças jurídicas, o testemu-nho de sua
raiz.
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Outro aspecto de ser-igreja é quanto à evangelização. Em WESLEY, a evangelização não é
conseqüência, mas um convite a um modo de vida eclesial. Esta evangelização pas-sa por uma
compreensão do sentido de missão:
Missão no sentido mais amplo é, portanto, o testemunho da Igreja sobre Je-sus Cristo como
resposta de Deus presente no mundo e sinal do Reino de Deus.
Assim, as pessoas, que recebem a mensagem do evangelho pela evangelização, o que de fato
experimentam e observam é o agir de Cristo pelo mosaico formado na ação e exemplo de cada
cristão e cristã. “O estilo de vida dos crentes deve ser autêntico; a boa conduta deve basear-se
na bondade intrínseca da pessoa, que o Espírito Santo transformou e continua a transformar”.
É um estilo de vida que experimenta na comunhão (koinwni,a|), por meio do serviço (diakoni,a),
a Graça (ca,rij) de Deus.
Quando da implantação de “Dons e Ministérios” na Igreja Metodista brasileira, em 1987, no ano
posterior foi realizado um encontro nacional de pastores e pastoras. Nessa ocasião, o então
bispo ISAC AÇO proferiu um estudo em que conclama que as estruturas eclesiais vigentes não
sejam limites para a ação da Igreja e sim, sejam estas estruturas moldadas no ímpeto do clamor
que há do povo.
Ele conclama que a igreja seja moldada pela missão:
Uma Igreja não centralizadora é aquela onde as formas de ser igreja não se limitam às estruturas
consagradas por uma mentalidade e teologia eclesiocêntrica e templocêntrica onde o sagrado
está no local e não na vida, no sábado e não nas pessoas. Ao contrário, uma Igreja participativa
de ministérios está na escola, na creche, na fábrica, na rua, no campo, na família, nos sem-família.
É uma igreja-em-serviço não uma igreja-para-si.
Assim, a igreja é desafiada a compreender que o Reino de Deus é maior do que ela, assim como
é maior sobre as suas estruturas estáticas.
4 CONSIDERAÇÕES
Muitos são os desafios que se apresentam à nossa frente para um renovar do modo e-clesial de
ser. Primeiro, é preciso romper com definições clássicas e institucionalizadas, compreendendo
que fazemos parte e somos esta igreja que caminha. Nossas concepções devem romper com um
modo de ser atrelado nas estruturas institucionais.
Segundo, deve-se perceber que a origem de ser-igreja está no anseio do Deus Trino em
reconciliar-se com sua criação. E que sua existência é para atender os clamores do povo – pobre
e sofrido de nossa sociedade.
Terceiro, há de se ter em conta a importância e o valor da comunidade na nossa formação. É no,
com e sendo povo – comunidade – que encontraremos a ação de Deus. O aspecto da comunhão,
do compartilhar nossas dores e dificuldades, do sofrer com o outro é que teremos uma igreja
mais humana e sensível.
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Quarto, compreendermos que o que nos une é a centralidade da fé, a edificação na Pa-lavra e o
participar dos sacramentos. Este não deve ser entendido como ritualismo ou sa-cramentalismo,
mas evocar a comunhão e solidariedade como proposta comunitária.
E em quinto, procurarmos ser-igreja participativa. Uma igreja que se molda na missão. Não é a
missão que tem que ser moldada pelas nossas realidades eclesiais subjetivas, mas
compreendermos que a missão é de Deus e que, aceitando, fazemos parte dela.
Um dos grandes aspectos do metodismo foi sua ação por meio do povo – laicato. Para o
metodismo primitivo, a sociedade clamava por ajuda e a Igreja teve que se adaptar para atender
os clamores do povo.
Temos que apreender do “espírito” de ser igreja em nossa herança wesleyana, assim como as
comunidades eclesiais de base em nosso continente latino apreenderam: uma igreja que nasça
de baixo, da vida comunitária do povo.
BONINO expressa-se semelhantemente:
Potencialmente temos aqui o que Boff tem dito das comunidades eclesiais de base, uma
“reinvenção da igreja”, a dinâmica de uma igreja que nasce “de baixo”- não, por se tem dito
numa crítica superficial, como se pretendesse uma igreja formada pelo puro quefazer humano,
mas nascida do Espírito Santo a partir da vida comunitária do povo crente.
Seja nossa luta por uma igreja mais viva, humana e evangelizadora.
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O CRESCIMENTO NA PERSPECTIVA DE UMA IGREJA EM CÉLULAS
TEXTO MOTIVADOR: GN15.5, ÊX 18.13-27, AT 20.20S,
O crescimento da igreja é uma das temáticas mais latente nos dias de hoje. Principalmente num
contexto de consumo, de se ter mais as coisas materiais, etc., isso acaba por muitos sendo
trabalhado de maneira equivocada. Por outros, até mesmo rejeitada por não compreender bem
essa questão.
Por isso, queremos chegar ao final deste estudo repensando sobre o crescimento da igreja. De
maneira mais clara, compreender o que a Bíblia pode nos ajudar a clarear, assim como, encontrar
pistas para que isso ocorra no seio da igreja.
AS ESTRELAS DO CÉU
Cremos que todos nós concordamos que a mensagem da igreja deva ser a mensagem de Cristo.
E essa mensagem tem que ser proclamada e vivenciada. E o que Cristo ensinava? Qual o teor da
mensagem de Jesus? Para onde sua vida e obra nos direcionam? Veja o que a Palavra pode nos
esclarecer em alguns de seus textos: Mt 12.28, 21.43; Mc 1.15, 4.30; Lc 9.60, 13.18, 13.19, 21.31; Jo
3.3; At 14.22.
É claro a mensagem de Cristo: o Reino de Deus. Toda autoridade é dada à igreja, Seu corpo, para
anunciar o Reino de Deus: “reunindo os Doze, Jesus deu-lhes poder e autoridade para expulsar
todos os demônios e curar doenças, e os enviou a pregar o Reino de Deus e curar os enfermos” (Lc
9.1-2).
Nessa dimensão, a Igreja é herdeira de uma promessa abraâmica: “ Olha agora para o céu, e conta as
estrelas, se as podes contar; e acrescentou-lhe: Assim será a tua descendência.” (Gn 15.5). Como corpo vivo que
a igreja do Senhor é, como herdeira dessa promessa, há um princípio de crescimento em sua
vida.
Crescimento do Reino é uma vontade do Senhor. O crescimento faz parte de seu
desenvolvimento. Desenvolver-se é parte do processo do Corpo. Numa expressão paulina, a
Igreja do Senhor tem que buscar a edificação, o crescimento de si.
Edificação implica em crescimento, e a edificação da igreja do Senhor acontece a partir do
crescimento de cada cristão (Ef 4.12-13, 16). “Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em
tudo naquele que é a cabeça, Cristo,” (Ef 4.15).
O FERMENTO
A ilustração do fermento poderá nos auxiliar para compreendermos alguns processos. Toda
receita que consta o fermento, elemento para provocar o crescimento da massa, é claro que
esse efeito ocorrerá se nós colocarmos o fermento, mas será a reação química deste produto
que desencadeará o crescimento da massa.
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Assim, usamos essa figura para compreendermos o processo dentro de nossas igrejas. Não há
modelo, mágica, ou outra coisa mais, quando falamos em crescimento. Compreendendo que o
crescimento faz parte de nosso desenvolvimento, toda nossa ação é como permitir que o
fermento tenha contato com os outros ingredientes e, por si só, deixar que ele realize a levedura.
Na dimensão bíblica, o que dá crescimento à igreja é a presença de Deus “Eu plantei; Apolo regou;
mas Deus deu o crescimento” (1Co 3.6). Usando a expressão paulina, colocar o fermento é como
plantar, regar, etc., mas o crescimento, o efeito da química, é Deus quem dará (1Co 3.7).
Portanto, clamar, buscar e propiciar o crescimento da Igreja não fere o princípio da soberania de
Deus, pelo contrário, somos herdeiros de uma promessa sem limites, mas toma o princípio de
sermos colaboradores de seu Reino (1Co 3.9).
Contribuir e buscar o crescimento da igreja do Senhor, é permitir que o dinamismo do Espírito
Santo ocorra em sua vida trazendo a edificação, a formação de um novo homem, de uma nova
mulher. A igreja não é estática, mas na ação do Espírito Santo, dinâmica em todas as dimensões:
orgânica, estrutural, qualitativa e quantitativa.
A FERRAMENTA
Tudo bem! Compreendemos que o crescimento da igreja de Cristo é uma vontade do Senhor,
uma promessa. Entendemos que o crescimento não é algo mecânico, nem estático mas,
dinâmico. Então, como propiciar que o crescimento ocorra na igreja?
Não temos dúvidas que a estratégia de uma Igreja em Células é bíblica e uma direção do Espírito
para que ocorra a edificação de cada cristão em amor, uma vida de discipulado. Essa estratégia,
podemos assim chamar, é usada como ferramenta, como instrumentalização para que o
“fermento” realize sua obra.
Encontramos algumas referências bíblicas. Leia-as e reflita: Conselho de Jetro: Êx 18.13-27 –
quando Jetro percebe que a maneira que Moisés estava adotando para “julgar” as causas
acarretaria num desgaste, tanto para ele como para o povo, ele orienta que divida o povo em
grupos, a fim de auxiliá-lo; Ministério de Jesus: Mt 11.1, 26.20, 26.36; Mc 3.14, 6.7, 14.33; Lc 9.1, 9.28,
8.51; – esses textos, por exemplo, deixa-nos claro que o ministério de Jesus se deu no discipulado
em grupos pequenos (células). Jesus estava com a multidão, Jesus estava num grupo maior, mas
o espaço para formação de seus líderes, aqueles que continuariam sua obra, se deu na célula.
Jesus ora estava com os doze, ora, inclusive, num grupo menor ainda, com três.
No mais, na história da igreja cristã vemos esse princípio ser resgatado e contribuído para o
crescimento em diversos momentos. Encontramos com os morávios, um grupo pietista luterano,
e também encontramos, de forma muito forte e como princípio de ser igreja, no movimento
metodista do século XVIII. Wesley passa a adotar as classes e “bands” (nome utilizado no
movimento metodista para os grupos pequenos. As classes eram formadas com
aproximadamente 12 pessoas e as “bands” eram grupos menores ainda) como forma para um
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pastoreio mais presente e como espaço para consolidação daqueles que ainda não conhecem a
Graça de Deus. No movimento metodista do século XVIII, todo que desejar participar das
Sociedades Metodistas deveria fazer parte de uma classe. No final do século, o metodismo tinha
aproximadamente 10.000 classes espalhadas pelo Reino Unido.
Todas as literaturas em torno da temática de Células, ou pequenos grupos, apontam o
movimento metodista como precursor do resgate das células e, mais contemporâneo a nós, a
Igreja do Evangelho Pleno de Yoido, em Seul, pastoreada por David Paul Young Cho, considerada
a maior igreja do mundo no final do século XX a início do século XXI.
O PRINCÍPIO
Como é possível perceber, a célula é uma ferramenta, uma estratégia para crescimento na graça.
Mas há dois princípios nesse jeito de ser igreja que gostaríamos de mencionar: relacionamentos
e casa.
A célula recupera um espaço para ação da igreja, primordial na vida do cristão: a casa. A casa é o
espaço da família, do berço, da intimidade. A casa é o espaço primeiro que a igreja primitiva já
encontrava, veja bem: AT 2.2, 2.46, 5.42, 10.2SS, 10.23SS, 16.13-15, 18.7-8, 20.20S, Rm 16.3-5.
Assim, encontrar na casa o espaço para propagação do evangelho, da partilha da Graça, é
também propiciar um espaço onde amigos e amigas não encontrarão resistência. Afinal, eles não
irão a um templo, diferente talvez de sua tradição, mas irão à casa de um amigo e lá receberão a
boa nova de vida. A casa em nossos tempos também pode ser direcionada a outros espaços
singulares do nosso cotidiano como o local de trabalho, o condomínio, a associação de
moradores, os amigos do clube, e tantos outros.
Outro princípio fundamental que uma Igreja em Células revitaliza é o relacionamento. A maior
proporção de pessoas que se consolidam em nossas igrejas são frutos dos relacionamentos:
converteram a Cristo pelo/a amigo/a que é um cristão; se firmaram na fé em Cristo por causa do
vizinho, da amiga, do parente que compartilhou a fé em Cristo. As campanhas, os cultos ao ar
livre, as programações em mídia são importantes, mas correspondem a pouquíssimo percentual
de consolidação de vidas na fé em Cristo.
Será através da propagação e do testemunho pessoal, o diferencial para que as pessoas
encontrem suporte na caminhada cristã. O relacionamento dá segurança, traz suporte, traz
sentimento de partilha para o recém-convertido e novo na fé.
No mais, o relacionamento traz uma “certificação” daquilo que falamos. Relacionamentos
trazem as máscaras abaixo, se as temos. Por isso, o relacionar com as pessoas traz, na ação do
Espírito Santo, peso em nossa vida. Relacionamentos abrem portas para compartilharmos
esperança aos que nas a tem (1Pe 3.15).
Relacionamentos também propicia crescimento. Viu como o crescimento é apenas
consequência? Rm 15.1-2, Ef 4.16, 5.15-21, Cl 3. 12-17Hb 10. 24-25, 1Pe 2.9, 1Pe 3.8, 1Jo 3.11, os textos
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que lemos mostra-nos a importância de relacionamentos na vida espiritual. Esse é um princípio
que uma Igreja em Células enfatiza e propicia espaço para isso.
CONSTRUINDO UMA HISTÓRIA
Esperamos chegar aqui e termos a convicção de o crescimento da igreja deva ser um foco em
nosso jeito de ser igreja. Crescimento é agregar, a partir do compartilhar a fé em Cristo e o outro
aceitar essa nova vida, as pessoas no Reino de Deus. Vivamos a partir de hoje esse Reino e é aqui
o espaço para aceitarmos esse convite.
O texto da Grande Comissão, Mt 28.18-20, que muito provavelmente sabemos de cor, é
inspirador e norteador para o crescimento na perspectiva de uma Igreja em Células. Ser uma
Igreja em Células é ter o discipulado como estilo de vida que se realiza no contexto do cotidiano,
dos relacionamentos.
Uma Igreja em Células proporciona o ensinar da Palavra. O compartilhar as verdades bíblicas a
amigos/as, vizinhos/as, e tantos outros.
Uma Igreja em Células proporciona a consolidação das pessoas na fé cristã. Consolidá-las, na
dimensão de Mt 28.19 é batizá-las. Batizar é declarar que agora é parte do Corpo, parte da Igreja
do Senhor. Consolidar as pessoas é contribuir para o crescimento do Reino. São mais cidadãos
se inserindo no Corpo de Cristo.
Uma Igreja em Células, de maneira alguma descaracteriza a Igreja: a célula é um espaço, como a
casa, e o templo, a concentração das células em celebração ao Deus da salvação, da vida.
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SEÇÃO VI
DO MINISTÉRIO DO/A EVANGELISTA
Art. 15. O Ministério do/a Evangelista, exercido por membro leigo, homem ou mulher, é
reconhecido por sua Igreja Local e acolhido pela Igreja Metodista, com autoridade e direção do
Espírito Santo, para, em nome de Deus, auxiliar no desenvolvimento da evangelização.
§ 1º É admitido/a como evangelista o/a candidato/a que:
a) seja membro da Igreja Metodista por mais de 2 (dois) anos consecutivos;
b) tenha revelado, na Igreja Local onde está arrolado/a, dons e graça para os serviços que irá
executar;
c) tenha sido eleito/a pelo Concílio Local da igreja onde está arrolado/a;
d) tenha formação teológica oferecida pelas instituições regionais, de acordo com o
estabelecido pelo Plano Nacional de Educação Teológica;
e) seja consagrado/a pelo/a pastor/a titular nos termos do Ritual da Igreja Metodista.
§ 2º O/a pastor/a titular da Igreja Local é o/a responsável pela supervisão do trabalho do/a
evangelista.
§ 3º Para atender a eventuais necessidades dos campos missionários locais, distritais, regionais e
nacionais, os/as evangelistas podem ser designados/as, mediante votos religiosos, como
missionários/as.
REGULAMENTO PARA O MINISTÉRIO DE EVANGELISTAS DESIGNADOS/AS
MISSIONÁRIOS/AS DA IGREJA METODISTA
I. Regulamento do Ministério de Evangelistas da Igreja Metodista
DO EVANGELISTA
O ministério do/a Evangelista, definido no Art. 15 dos Cânones, exercido por membro leigo,
homem ou mulher, é reconhecido por sua Igreja Local e acolhido pela Igreja Metodista, com
autoridade e direção do Espírito Santo, para, em nome de Deus, auxiliar no desenvolvimento da
evangelização.
1. O/A evangelista deve observar os princípios, as tradições, e os costumes da Fé professada pelo
povo metodista, como também, cumprir e fazer cumprir, as leis canônicas, sempre utilizando no
seu trabalho, as orientações, a literatura, os materiais e as pastorais da Igreja metodista.
2. O/A Evangelista será consagrado (Art. 24 - Seção XV, Capítulo IV da Constituição da Igreja –
Cânones 2007).
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3. Para ser consagrado/a, o evangelista deve (Art. 15):
a. Ser membro da Igreja Metodista por mais de 2 (dois) anos consecutivos;
b. Ter revelado, na Igreja Local onde está arrolado/a, dons e graça para os serviços que irá
executar;
c. Possuir formação teológica oferecida pelas Instituições Regionais de Ensino Teológico,
vinculadas à CONET, de acordo com o estabelecido pelo Plano Nacional de Educação
Teológica;
d. Ter sido eleito/a pelo Concílio Local da igreja onde está arrolado/a.
4. A Consagração será realizada pelo/a pastor/a titular nos termos do Ritual da Igreja Metodista
(Art. 15).
5. No exercício do seu ministério é vedado ao evangelista realizar as celebrações de referências
canônicas: Eucaristia, Batismo, Profissão de Fé, Casamento e Bodas, pois são atos privativos de
Pastores/as.
6. O evangelista é um ministério desenvolvido na Igreja Local.
7. É exercido por um período de dois anos após o qual é submetido à avaliação da Igreja local.
DA SUPERVISÃO
8. O/A Evangelista será acompanhado/a pelo/a pastor/a de sua Igreja local.
II. REGULAMENTO ESPECIAL – DO/A EVANGELISTA DA IGREJA METODISTA DESIGNADO COMO
MISSIONÁRIO
9. Para atender a eventuais necessidades dos campos missionários locais, distritais, regionais e
Nacional, os/as evangelistas podem ser designados/as mediante votos religiosos, como
missionários/a (Art. 15, § 3).
Parágrafo único: O voto religioso e a designação acontecem em celebração pública presidida
pelo/a bispo/a ou por autoridade religiosa com delegação episcopal.
10. No exercício do seu ministério de evangelista designado missionário, é vedada a realização
de celebrações relativas ao ministério ordenado da Igreja: Santa Ceia; Batismo; Profissão de Fé;
Casamento; Bodas e outras.
Parágrafo Único: Visando atender situações excepcionais do desafio missionário, o/a Bispo/a
poderá autorizar que o/a evangelista designado/a como missionário/a celebre a Santa Ceia. Para
isso, haverá uma preparação prévia por parte do/a Bispo/a, ou um/a presbítero/a por ele/a
designado/a, para capacitar o/a evangelista a conhecer os princípios doutrinários, litúrgicos e os
rituais que cercam a Santa Ceia, com ênfase nos critérios que regulamentam a participação
infantil. A autorização se dará para a ministração da Santa Ceia na área a que for designado/a,
com duração determinada, sem mudar sua categoria de evangelista da igreja local. O batismo é
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realizado sempre com a presença e presidência do Presbítero/a ou Pastor/a nomeado/a pelo/a
bispo/a.
11. O/a evangelista designado/a como missionário/a continua arrolado como membro leigo em
sua igreja local de origem.
DO SUSTENTO
12. No caso de designação com ônus, o sustento do/a evangelista, no exercício da função de
missionário/a designado/a, é definido pela respectiva Região Eclesiástica ou ainda pela área geral
da Igreja Metodista, quando se tratar de projetos nacionais.
13. O/a Evangelista designado/a missionário/a fará com a Igreja Metodista, um Pacto Missionário,
de forma expressa, conforme modelo e teor aprovado pela COGEAM.
14. Entre o/a Evangelista designado Missionário e a Igreja Metodista não haverá qualquer vínculo
empregatício.
15. O/a evangelista, durante o período de designação, deverá estar filiado/a à Previdência Social
Oficial, nos termos da Lei. Os recolhimentos serão de sua responsabilidade.
16. Ao/À Evangelista designado missionário não se aplicam os benefícios canônicos previstos nos
Arts. 198, 199,200 e 214 dos Cânones, que regulamentam os direitos dos membros clérigos.
DA SUPERVISÃO
17. O/a Evangelista designado Missionário será acompanhado/a pelo MAE (Ministério de Ação
Episcopal), o qual pode designar um/a pastor/a da Igreja local para acompanhamento do
cotidiano da ação missionária.
DAS DISPOSIÇÕES COMPLEMENTARES
18. Os casos omissos ao Regimento do Ministério do Evangelista e do Evangelista designado
Missionário serão resolvidos pelo Colégio Episcopal e pela COGEAM, respeitadas as devidas
competências.
Revogam-se todas as disposições em contrário.
Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
São Paulo, 30 de agosto de 2007
Bispo João Carlos Lopes
Presidente do Colégio Episcopal
Bispo Adonias Pereira do Lago
Secretário do Colégio Episcopal
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