O poder persuasivo do product placement no cinema infantil
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O poder persuasivo do product placement no cinema infantil
Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas Universidade Técnica de Lisboa Seminário O poder persuasivo do product placement no cinema infantil Seminário Orientadora: Professora Doutora Raquel Ribeiro Licenciatura em Ciências da Comunicação – 3º ano Marta Miranda nº 209867 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação 2 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação ÍNDICE INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 6 1. O PRODUCT PLACEMENT E A CRIANÇA CONSUMIDORA-ESPETADORA: ENQUADRAMENTO ................................................................................................................................................................. 8 1.1. Product Placement ....................................................................................................................... 8 1.1.1. Definição do conceito ............................................................................................................. 8 1.1.2. Modalidades de product placement ....................................................................................... 8 1.2 Medidas da eficácia publicitária ................................................................................................... 12 1.2.1. Técnicas de medição da etapa cognitiva ............................................................................. 12 1.2.2 Técnicas de medição da etapa afetiva ................................................................................. 14 1.2.3. Técnicas de medição da etapa comportamental ................................................................. 14 1.3 O cinema infantil .......................................................................................................................... 15 1.3.1 Definição do conceito ............................................................................................................ 15 1.3.2 Product placement no cinema infantil – limites éticos e legais ............................................. 17 1.4. A criança e o consumo ............................................................................................................... 17 1.4.1. Definição do conceito ........................................................................................................... 17 1.4.2. O consumo infantil ............................................................................................................... 19 1.5. O product placement no cinema infantil: Feature This ............................................................... 20 2. METODOLOGIA ................................................................................................................................ 22 2.1. Investigação experimental .......................................................................................................... 23 2.2. Inquérito por questionário ........................................................................................................... 24 2.2.1. Inquérito: dados de caracterização sociodemográficos da amostra ................................... 25 2.3. Entrevista a agências, marcas e distribuidoras .......................................................................... 25 3. DISCUSSÃO DE RESULTADOS ...................................................................................................... 26 3.1. O product placement no cinema infantil: breve resumo dos principais resultados .................... 26 3.2. O product placement no cinema infantil: análise de resultados do inquérito ............................. 26 3.2.1. Uma primeira leitura dos dados: o product placement e as crianças .................................. 26 3.2.2. Uma primeira leitura dos dados: o product placement no cinema não infantil .................... 28 3.2.3. Uma primeira leitura dos dados: o product placement segundo o tipo de produto ............. 30 3.1.4. Um olhar segmentado sobre os dados: o product placement e as crianças ....................... 31 3 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação 3.2. O product placement no cinema infantil: Análise de resultados da investigação experimental . 38 3.3. O product placement no cinema infantil: análise final às hipóteses de investigação ................ 40 BIBLIOGRAFIA...................................................................................................................................... 45 ANEXOS ................................................................................................................................................ 51 Anexo 1 – Materiais de apoio à recolha metodológica ...................................................................... 52 Anexo 2 – Apresentação dos resultados da investigação empírica .................................................. 62 Anexo 3 – Apresentação dos resultados da investigação experimental com as crianças .............. 106 Anexo 4 – Entrevista à agência Feature This .................................................................................. 111 4 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação ÍNDICE DE ESQUEMAS Esquema 1: Modalidades de product placement .................................................................................... 9 Esquema 2: Modelo de equilíbrio dos efeitos do product placement ................................................... 11 Esquema 3: Exemplos de testes no âmbito do reconhecimento e recordação .................................... 13 Esquema 4: Técnicas de medição da etapa afectiva ........................................................................... 14 Esquema 5: Resultados obtidos com o grupo A ao nível da recordação dos placements e escolha do produto a consumir ................................................................................................................................ 38 Esquema 6: Resultados obtidos com o grupo B ao nível da recordação dos placements e escolha do produto a consumir ................................................................................................................................ 38 ÍNDICE DE GRÁFICOS Gráfico 1: Opinião dos inquiridos relativamente ao product placement em filmes infantis .................. 26 Gráfico 2: Opinião dos inquiridos relativamente ao product placement segundo o género cinematográfico. .................................................................................................................................... 27 Gráfico 3: Opinião dos inquiridos relativamente ao product placement nos filmes não infantis. .......... 28 Gráfico 4: Influência do product placement nos inquiridos. .................................................................. 29 Gráfico 5: Opinião dos inquiridos relativamente ao product placement segundo o tipo de produto. ... 30 Gráfico 6: Inquiridos que responderam “sim” às afirmações, segundo a convivência ou não com crianças. ................................................................................................................................................ 31 Gráfico 7: Inquiridos que responderam “sim” às afirmações relativas ao product placement no cinema não infantil, segundo a convivência ou não com crianças. ................................................................... 34 Gráfico 8: Inquiridos que responderam “sim” às afirmações relativas à influência do product placement no cinema não infantil, segundo a convivência ou não com crianças. ................................................. 35 Gráfico 9: Influência do product placement no cinema infantil nas crianças segundo a opinião dos inquiridos e diálogo sobre marcas......................................................................................................... 36 ÍNDICE DE QUADROS Quadro 1: Origem dos filmes estreados em Portugal de 2004 a 2010 ................................................. 16 5 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação INTRODUÇÃO O presente trabalho teve como objetivo estudar o product placement no cinema infantil. Neste sentido, procurou-se compreender a influência das marcas, nos filmes animados e não animados, nas crianças entre os 9 e os 11 anos. Paralelamente, estudou-se a perceção dos educadores sobre esta prática e a opinião das agências responsáveis pela realização do product placement no cinema. Para tal, recorreu-se à realização de um inquérito, entrevista e investigação experimental. Os resultados apontam para uma perceção negativa relativamente ao product placement no cinema por parte dos 1 indivíduos que convivem com crianças . Todavia, isto não leva os educadores a proibirem as crianças de verem filmes com marcas. Ao nível da investigação experimental junto das crianças, não foi possível verificar que a exposição ao product placement tenha influenciado a vontade de adquirir o produto. O product placement tem emergido em diversos meios de entretenimento, assumindo-se como uma forma vantajosa de as marcas comunicarem os seus produtos ou serviços (Dias, 2007; Lehu, 2005). De acordo com a PQ Media, no ano de 2009, cerca de 610 milhões de dólares foram investidos na prática de product placement na Europa, incluindo o cinema, televisão, internet, jogos, música e outros media. Nos Estados Unidos, o valor ascende os 3.61 biliões de dólares despendidos no mesmo período (PQ Media, 2009). Distribuído por diversas plataformas, como é o exemplo dos videojogos, obras literárias ou a rádio, o product placement começa a surgir agora nos filmes infantis, sejam de desenhos animados ou com pessoas reais. Atendendo ao público-alvo infantil a que esta ferramenta de comunicação se dirige, compreende-se a importância de analisar a influência do product placement na criança espetadora de filmes. A pergunta de partida da presente investigação foi a seguinte: “qual o efeito na criança espetadora do product placement em filmes infantis?”. Neste sentido, procurou-se compreender se a crianças reconhece a presença de marcas nos seus filmes infantis, animados e não animados, e se deseja adquiri-los por influência desta exposição. As principais hipóteses de investigação são: H1: A exposição ao product placement influencia positivamente a preferência pelo produto; H2: Os filmes de desenhos animados estimulam menos a memória implícita e explícita da criança do que os filmes com pessoas reais. A análise da eficácia comunicativa do product placement tem vindo a ser teorizada por diversos autores, que consideram importantes elementos como a modalidade do product placement (Russell, 1998; Auty e Lewis, 2004), grau de proeminência (Gupta e Lord, 1998), estratégias do placement (Lai-man e Wai-yee, 2008), modelo de equilíbrio dos efeitos do product placement (Russell e Stern, 2006), entre outros. No caso específico dos filmes infantis, é necessária mais investigação no 1 Por indivíduos que convivem com crianças compreende-se os respondentes que têm filhos e contactam regularmente com crianças, 6 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação âmbito da eficácia destes critérios ao público mais jovem. Entre os 9 e 11 anos, a criança adquire um pensamento simbólico, tornando-se capaz de analisar conceitos mais complexos como publicidade e marcas. Influenciada pelos pares, a criança é um mercado poderoso, na forma como utiliza o dinheiro que recebe e influencia as decisões de compra dos educadores (John, 1999; McNeal, 1999). Paralelamente, as crianças são também um mercado futuro, pois o gosto ou preferência por determinado produto ou serviço na infância pode perdurar até à fase adulta (John, 1999; Cook, 2008; McNeal, 1999). Para estudar a influência do product placement no público infantil, foi realizada uma investigação experimental. A experiência passou por demonstrar a um grupo de 20 crianças dois placements em filmes, um animado e outro não animado, de modo a avaliar os seus efeitos no reconhecimento e recordação (memória explícita) e vontade de adquirir as marcas (memória implícita). Sentiu-se também a necessidade de integrar as perspetivas dos educadores relativamente à utilização desta prática no cinema. Para tal, realizou-se um questionário online. Igualmente relevante foi compreender a perceção de agências de comunicação (especializadas na realização desta prática), pelo que foi realizada uma entrevista estruturada. O primeiro capítulo é composto por uma revisão da literatura que procede à operacionalização do conceito de product placement, uma análise as suas modalidades e pesquisa dos estudos teóricos e empíricos realizados sobre o tema. Paralelamente analisou-se a criança e o consumo, as medidas de eficácia publicitária e o cinema infantil, enquadrando este último ponto com as questões éticas e legais referentes ao product placement no cinema infantil. O segundo capítulo compreende uma definição da metodologia que foi utilizada para a prossecução dos objetivos propostos. No terceiro capítulo procedeu-se a uma discussão dos resultados obtidos junto dos educadores, crianças e agências responsáveis pela realização de product placement. Finalmente, na conclusão foi considerada uma súmula do projeto, reunindo deste modo as últimas considerações críticas e finais. 7 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação 1. O PRODUCT PLACEMENT E A CRIANÇA CONSUMIDORA-ESPETADORA: ENQUADRAMENTO 1.1. Product Placement 1.1.1. Definição do conceito A colocação de produtos em diversos formatos de entretenimento tem vindo a emergir enquanto técnica de marketing. Esta estratégia, denominada product placement, como referido em Cowley e Barron (2008: 89), “é uma combinação entre publicidade e divulgação desenhada para discretamente influenciar a audiência inserindo produtos de marcas em programas de entretenimento”. Neste sentido, a colocação não obstrutiva de marcas - produtos ou serviços enquadrados num ambiente natural e agregados a uma narrativa audiovisual, pode converter-se numa ferramenta eficaz na estratégia de comunicação das marcas (Karrh, McKee e Pardun, 2003: 141). De acordo com Kotler e Trías de Bes (2003: 11-12), a saturação dos estímulos publicitários, a disponibilidade de mecanismos de zapping e o reduzido visionamento de televisão por alguns públicos-alvo, bem como a fragmentação da audiência em consequência do aumento de canais por cabo (Waldt, Toit e Redelinghuys, 2007: 19), despoletou a necessidade de apostar em novas estratégias de marketing. O carácter subtil do product placement pode levar o espetador a não entender a prática como uma ação comercial, não desenvolvendo, por conseguinte, bloqueios em torno das marcas e dos produtos (Bô, 1997:6). O caráter alegadamente vantajoso desta técnica de marketing impulsionou o incremento da prática do product placement em diversas plataformas, tais como o cinema, televisão, videojogos, obras literárias, programas de rádios, entre outros. O product placement não pode ser confundido com a publicidade subliminar. A publicidade subliminar é uma técnica publicitária que consiste em inserir uma mensagem visual ou auditiva que não pode ser conscientemente percebida pelo espetador, mas que se mantém no subconsciente. Pelo contrário, o product placement procura assegurar que a marca é apresentada, ou mencionada, da forma mais clara possível. Contudo, como pode ter impacto na memória implícita, pode falar-se em persuasão subliminar (Lehu, 2007: 6-7). A prática de product placement no cinema, como referido em Rebelo (2009: 8-9) pode ser realizada de quatro formas distintas: a) os estúdios de produção utilizam os produtos ou marcas sem contactar os anunciantes, b) os estúdios dirigem-se aos anunciantes e solicitam produtos ou marcas para serem utilizadas no filme; c) os anunciantes solicitam aos estúdios de produção a colocação de produtos ou marcas com um orçamento e dirigem-se a empresas especialistas em product placement que representam os anunciantes a fim de se estabelecerem contratos. 1.1.2. Modalidades de product placement Auty e Lewis (2004: 699) evidenciam que um dos primeiros modelos de análise ao product placement distinguia os placements visual, áudio e combinado. Este paradigma foi posteriormente complementado por Russell (1998: 357), ao salientar o papel do produto no guião cinematográfico. A 8 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação estrutura tridimensional considerava a caracterização visual (screen placement), verbal (script placement) e audiovisual (plot placement). A dimensão visual encontra-se presente no momento em que a marca é exibida, sem todavia existir qualquer referência verbal que atraia a atenção sobre a mesma. De acordo com o autor, a dimensão visual pode ser praticada de duas formas distintas – o placement criativo (creative placement) pressupõe uma “insinuação” da marca no filme, como por exemplo através da colocação de outdoors em cenas filmadas na rua; por outro lado, o placement no cenário (on-set placement) corresponde à colocação da marca num ambiente plausível e lógico, como por exemplo marcas de alimentos em cenas gravadas numa cozinha (idem ibidem). A dimensão verbal implica uma menção da marca, sem mostrar no entanto o produto. De acordo com a autora, a avaliação do placement implica a análise a diversos fatores, nomeadamente o contexto, a frequência e a ênfase que envolvem a alusão ao produto. Neste último ponto, o tom de voz, a localização no diálogo e a personagem que o menciona são alguns dos agentes determinantes na apreciação da eficácia do product placement (idem ibidem). Por fim, a dimensão audiovisual caracteriza os placements em que, como o próprio nome indica, se verifica uma combinação entre a dimensão verbal e visual – nestes casos, a marca - produto ou serviço - é mostrada e mencionada. Este placement pode ser ainda analisado de acordo com o seu nível de intensidade: no caso de a marca ser mencionada paralelamente a uma breve aparição do produto no ecrã, considera-se um placement de baixa intensidade. Todavia, se o espetador associar a marca à personagem, ou a marca se tornar parte central do guião, estamos perante um placement de alta intensidade (idem: 358). Neste sentido, Santos (2009: 24) considera que “o objetivo é dar ao produto um papel genuíno que transforme a perceção em persuasão”. Esquema 1: Modalidades de product placement Criativo Visual No cenário Modalidade do product placement Verbal Alta intensidade Combinado Baixa Intensidade Adaptado de: Russell (1998) 9 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação A eficácia do product placement pode ser analisada de acordo com o seu grau de proeminência (Dias, 2007: 8; Gupta e Lord, 1998). No caso dos placements proeminentes, o produto ocupa uma posição central na cena, ou é altamente visível devido ao seu tamanho, valor e/ou posição no ecrã. Contrariamente, os placements subtis remetem o produto para segundo plano, fora do campo central de visão, passando desta forma quase despercebido, entre múltiplos objetos. Cowley e Barron (2008: 90) reuniram um conjunto de características levantadas por diversos autores, decisivas para a classificação de um placement proeminente: “o tamanho do produto ou logótipo, a centralidade no ecrã, integração no guião, centralidade no guião, número de menções, duração no ecrã, força do placement e/ou modalidade”. O placement combinado sobrepõe-se às restantes modalidades ao revelar uma maior eficácia comunicativa em termos de memorização (Lehu, 2005: 35). Por outro lado, o placement proeminente estimula mais a recordação da marca, contrariamente ao placement subtil (Babin e Carder, 1996). Todavia, a análise da eficácia comunicativa de um product placement, atendendo simultaneamente à modalidade e grau de proeminência da colocação de produto, revelou, num estudo realizado por Russell (2002: 314) que “product placements que eram meramente colocados em background eram tão persuasivos como placements verbais que eram altamente congruentes com o guião”. Neste sentido, os placements visuais subtis detêm a mesma eficácia comunicativa que placements verbais proeminentes. Importa ainda referir que um placement visual subtil tem maior impacto na memória implícita, que poderá traduzir um comportamento de compra. No âmbito das estratégias de placement, Lai-man e Wai-yee (2008: 16) definiram três estratégias: implícitas, explicitas integradas e explicitas não integradas. A primeira estratégia consiste na colocação de um produto, marca ou serviço no cenário, sem todavia apresentar qualquer tipo de contributo para a narrativa audiovisual. Pelo contrário, a estratégia explícita integrada passa pela colocação do produto na narrativa audiovisual, com um papel ativo através do manuseamento pelos atores. Finalmente, a última estratégia caracteriza-se pelo produto formalmente expresso, sem contudo estar integrado na narrativa. A estratégia de placement tem um impacto considerável na taxa de recordação. Nas estratégias explícitas não integradas e implícitas, apenas 28% dos inquiridos afirma ter visto o produto. No caso da estratégia explícita integrada, este número aumenta com um total de 70% dos inquiridos a declarar ter visto o placement. Os autores concluíram que “o fator mais crucial de eficácia de um product placement prende-se com os estilos de execução, explicito ou integrado, manuseados de forma a ser efetivos e persuasores”. O product placement de certas marcas mais controversas pode despoletar atitudes negativas no público. Gupta e Gould (1997) debruçaram-se sobre a ética dos placements, tendo concluído que independentemente do género, as avaliações ao nível de produtos considerados não éticos, com ênfase no tabaco, álcool e armas, eram considerados inaceitáveis para serem promovidos através de product placement. A colocação de produto pode ainda ser analisada de acordo com o modelo de equilíbrio dos efeitos do product placement que considera o papel central da personagem que utiliza a marca, produto ou serviço, num processo de influência em três estádios: a) relação entre a personagem e o 10 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação produto dentro do programa, b) relação entre o consumidor e a personagem e c) relação entre o consumidor e o produto (Russell e Stern, 2006). Ao nível do primeiro estádio, a atitude da personagem para com o produto pode ser analisada atendendo a duas dimensões: a valência (valence) e a força da relação/associação (association strength). A valência pode ser negativa ou positiva consoante a atitude da personagem para com o produto. Contudo, as personagens não devem automaticamente assumir uma atitude favorável em relação a determinado produto. Pelo contrário, a personagem deve adotar uma atitude mais discreta, ou caso contrário acabará por desencadear no espetador uma atitude de reactância. Ao nível da segunda dimensão, a força da relação, estas podem ser fortes ou fracas. Consideram-se associações fracas aquelas em que os produtos se encontram meramente dispostos em background para enaltecer o realismo da cena. Por outro lado, as associações fortes referem-se a produtos utilizados de forma mais explícita – estes podem transmitir informações ideológicas sobre uma personagem, enriquecendo a sua construção identitária e/ou refletindo os seus valores. Em segundo lugar, no concerne à relação entre o consumidor e a personagem, os autores consideraram a atitude do consumidor em relação à personagem, i.e., o sentimento que advém da postura global da personagem durante a sua atuação, e o relacionamento parassocial do consumidor em relação à personagem. Este último reflete o grau de identificação entre o consumidor e a personagem, i.e., a sensação de proximidade que o consumidor experimenta. Em terceiro lugar, na relação entre o consumidor e o produto os autores consideraram a atitude do consumidor em relação ao produto inserido no programa, por outras palavras, a predisposição do consumidor para responder favoravelmente ou desfavoravelmente ao produto, marca ou serviço inserido na narrativa audiovisual. Esquema 2: Modelo de equilíbrio dos efeitos do product placement Valência Personagemproduto Modelo de equilíbrio dos efeitos Força da relação Consumidorpersonagem Consumidorproduto Adaptado de: Russell, Cristel, Stern, Barbara (2006) Os autores concluíram que quando a atitude da personagem para com o produto é negativa, o relacionamento parassocial entre o consumidor e a personagem afeta significativamente a atitude do consumidor em relação ao produto, se a força da relação for forte. Por outro lado, quando a atitude da personagem para com o produto é positiva, o relacionamento parassocial entre o consumidor e a 11 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação personagem afeta significativamente a atitude do consumidor em relação ao produto, independentemente da força da relação. Por fim, a atitude do consumidor em relação à personagem pode influenciar a atitude do consumidor em relação ao produto se se verificar uma associação personagem-produto forte negativa. Finalmente, consideramos a classificação do product placement efetuada por Lehu (2005: 9-10). Não estando relacionada com a análise da eficácia dos placements, esta propõe antes uma classificação dos principais tipos de placement: clássico (classic placement), institucional (corporate placement), evocativo (evocative placement) e dissimulado/encoberto (stealth placement) (Lehu, 2005: 9-10). O primeiro tipo, clássico, caracteriza-se pela aparição do produto, marca ou serviço de uma forma mais tática do que estratégica, como é o exemplo do computador Apple no filme “Infiltrado”. Geralmente fácil de ser contextualizado no cenário, corre contudo o risco de passar despercebido, principalmente quando inserido em filmes com um elevado número de placements. O placement institucional caracteriza-se por privilegiar a marca em detrimento do produto. Este tipo de placement deve ser praticado por marcas com grande prestígio e reconhecimento por parte dos seus públicos-alvo, pois caso contrário os espetadores não conseguiram associar a marca aos seus produtos – inviabilizando, deste modo, o objetivo da prática de product placement (idem: 10). O terceiro tipo de placement, evocativo, implica um manuseamento do produto sem contudo haver qualquer indicação ou menção à marca: “no início do remake de «Um golpe em Itália» (2003), os atores principais (…) celebraram o seu sucesso a beber champanhe. Nenhuma marca é vista ou mencionada no ecrã (…) o champanhe é Moët & Chandon, um Dom Pérignon vintage: as formas da garrafa e do rótulo são suficientemente evocativas para que o público-alvo consiga identificar a marca sem hesitação” (idem: 11). Neste caso, o design do produto deve ser suficientemente específico para permitir rapidamente uma identificação do objeto retratado. Por fim, o placement dissimulado/encoberto é, como o próprio nome indica, uma placement extremamente discreto, quase indetetável. Integrado na cena, a sua presença deposita credibilidade e naturalidade ao cenário. A sua identificação pode gerar um poderoso impacto no espetador quando é por si descoberto, devido ao seu carácter oculto. Contudo, a sua deteção é geralmente difícil devido ao seu enquadramento no cenário fílmico (idem: 12). 1.2 Medidas da eficácia publicitária Atualmente, é possível agrupar as principais técnicas de eficácia publicitária de acordo com as três principais etapas que estão subjacentes a uma resposta ao estímulo: a etapa cognitiva, a etapa afetiva e a etapa comportamental. Devido à sua aplicabilidade na medição da eficácia do product placement, procedemos à sua análise de seguida. 1.2.1. Técnicas de medição da etapa cognitiva As técnicas de avaliação cognitiva permitem aferir a capacidade do anúncio em atrair a atenção, bem como avaliar o conhecimento e compreensão que os indivíduos possuem em relação aos 12 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação anúncios. Paralelamente, permitem avaliar a capacidade dos sujeitos em memorizar e transmitir a mensagem publicitária que se deseja comunicar. Neste estudo, destacamos as medidas baseadas na memória explícita. A memória explícita é a lembrança, consciente e voluntária, de uma informação. A grande maioria das investigações realizadas no campo de investigação de marketing tem assentado na análise da memória explícita, nomeadamente “quando o consumidor recorda conscientemente um anterior episódio de exposição e intencionalmente procura aceder à informação que foi apresentada” (Shaspiro e Krishnan, 2001: 1). A medição da memória explícita é realizada através de testes tradicionais como os de recordação e reconhecimento, que querem a deliberada recuperação de um episódio prévio (Botteri, 2001: 18). O estudo da memória explícita pode ser analisado de acordo com técnicas de recordação e reconhecimento. A recordação permite ao sujeito recuperar a informação pretendida quando intimado por um estímulo, compreendendo diversos testes tais como a) recordação espontânea, b) recordação sugerida, c) recordação verificada e d) teste DAR (Aparício, Casielles e Vijande, 2000: 9). Os testes de reconhecimento assistem o sujeito na escolha da resposta relacionada com o episódio vivido. Exigindo menor esforço cognitivo, verifica-se geralmente uma pontuação mais elevada neste tipo de testes comparativamente aos testes de recordação. Para se obter uma medida de reconhecimento de maior fiabilidade, o indivíduo deve ser igualmente submetido a estímulos falsos ou de distração. Podemos destacar a presença de dois testes: reconhecimento e reconhecimento de eleição forçada. Esquema 3: Exemplos de testes no âmbito do reconhecimento e recordação Recordação espontânea Recordação sugerida Recordação Recordação verificada Memória explícita Day after recall Teste de reconhecimento Reconhecimento Reconhecimento de eleição forçada Adaptado de: Aparicio, Casielles e Vijande (2000) e Rebelo, Rosa (2009) 13 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Estudos revelam que o reconhecimento e recordação apenas geram efeitos na memória a curto prazo. Todavia, quando conscientes de que o estão a fazer durante o processo, os indivíduos podem reter na memória de longo prazo alguns placements – mas quando estão conscientes de que o estão a fazer durante o processo (Lai-man e Wai-yee, 2008: 6). Russell (2002: 307) concluiu que “a relação entre memória e atitude não é direta: só porque uma pessoa se lembra de ver ou ouvir uma marca num programa não quer dizer que a sua atitude para com a marca vai mudar”. Partindo desta premissa, analisamos de seguida as técnicas de medição da etapa afetiva e comportamental. 1.2.2 Técnicas de medição da etapa afetiva As técnicas de medição da etapa afetiva permitem medir a atitude que um anúncio é capaz de gerar num indivíduo, independentemente de se tratar de uma nova atitude, de uma alteração à mesma ou um reforço da existente. Entre as diferentes técnicas, podemos distinguir a) medidas de opinião, b) medidas de atitude, c) medidas de nível de preferência face à marca e d) medidas de persuasão do anúncio (Aparício, Casielles e Vijande, 2000: 9). Esquema 4: Técnicas de medição da etapa afectiva Técnicas de medição da etapa afectiva Medidas de opinião Testam a opinião dos sujeitos expostos ao estímulo Medidas de atitude Incidem nas atitudes face ao anúncio ou marca Medidas de nível de preferência face à marca Visam auditar a preferência por uma dada marca Medidas de persuasão do anúncio Determinam a capacidade do anúncio para mudar a atitude do indivíduo Adaptado de: Aparicio, Casielles e Vijande (2000) 1.2.3. Técnicas de medição da etapa comportamental Nas técnicas de medição da etapa comportamental, destaca-se a intenção de compra que quantifica a probabilidade de um indivíduo adquirir a marca anunciada num futuro próximo, como consequência da exposição ao estímulo. De acordo com Rebelo (2009: 42-43), “uma vez que a intenção de compra é o culminar do processo persuasivo, reconhece-se, portanto, a complexidade do comportamento de compra, que está diretamente ligado à escolha de produto(s) em função da perceção e da atitude em relação ao anúncio”. 14 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação 1.3 O cinema infantil 1.3.1 Definição do conceito Atualmente, a classificação de espetáculos em Portugal é da responsabilidade da Comissão de Classificação de Espetáculos (CCE). De acordo com o decreto-lei n.º 396/82, alterado pelo decreto-lei n.º 116/83 a 24 de Fevereiro, os filmes destinados à exibição pública, os espetáculos de teatro e os videogramas (videocassetes, DVD, jogos digitais) são obrigatoriamente classificados pela CCE nos seguintes escalões etários: “Para maiores de 4 anos”, “Para maiores de 6 anos”, “Para maiores de 12 anos”, “Para maiores de 16 anos” e “Para maiores de 18 anos”. Em concretização do PRACE, Plano de Reestruturação da Administração Central do Estado, foi publicado o Decreto Regulamentar n.º 81/2007, de 30 de Julho, que aprova a nova lei orgânica da IGAC, Inspeção-geral das Atividades Culturais. Neste seguimento, a CCE é integrada na IGAC, passando a ter a designação de Comissão de Classificação. Todavia, até constituição da nova Comissão, vigora a legislação anteriormente referida, relativa à CCE. Neste sentido, e atendo à operacionalização do conceito de criança como todo o ser humano com idade igual ou inferior a 11 anos, considera-se como filmes infantis todos aqueles que sejam classificados de acordo com os dois primeiros escalões etários. Atender-se-á à classificação etária portuguesa salvo exceção de filmes que não tenham tido lançamento no país ou caso a informação não se encontre disponível nas fontes consideradas fidedignas. Nesse caso, será tida em conta a classificação norte-americana, gerida pela Motion Picture Association of America (MPAA): a letra G (filmes genéricos para todas as idades), PG (pais aconselhados a orientar os filhos durante a exibição), PG-13 (algum material pode ser inapropriada para crianças com idade inferior a 13 anos); R (restrito a crianças com idade inferior a 17 anos salvo quando acompanhadas por um adulto) e, por fim, NC-17 (não são admitidos jovens com 17 ou menos anos) (MPAA, 2010: 6). Atendendo ao facto de não existir uma definição de faixas etárias no caso dos dois primeiros grupos, consideram-se as classificações G e PG na presente investigação. Esta escolha prende-se com o facto de os filmes classificados PG nos EUA são geralmente classificados em Portugal com “Para maiores de 4 anos” ou “Para maiores de 6 anos”. O presente estudo incide sobre os filmes infantis, sejam deles animados ou não animados. A palavra animação provém do latim anima, que significa alma ou espírito. O verbo “animar” tem a tradução literal de “dar vida a” (AIM, 2011). Luz põe em evidência o debate atual em torno da definição do género de animação, no sentido em que a introdução de novas técnicas põe em causa a produção tradicional de animação. A título exemplificativo, o filme Polar Express de 2004 é ilustrativo da contradição atual na operacionalização do conceito de animação. Neste caso, foi utilizada uma tecnologia que permitiu incorporar os movimentos dos atores “reais” em personagens animadas, em oposição ao tradicional modo de desenho das mesmas (Luz, 2009: 920) No caso da presente investigação, considera-se como filme de animação todo aquele que, independentemente do seu modo de produção, seja composto na sua totalidade por personagens animadas. Por outro lado, considera-se como filmes com pessoas reais todas as obras cinematográficas que sejam inteiramente filmadas com seres humanos, excluindo-se assim géneros 15 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação considerados como híbridos, onde personagens animadas interagem com seres humanos. Paralelamente, serão considerados todos os filmes que tenham obtido classificações G ou PG nos Estados Unidos ou, no caso português, “Para maiores de 4 anos” ou “Para maiores de 6 anos”. Atualmente, a indústria cinematográfica norte-americana tem soberania na realização de filmes de desenhos animados. Assim sendo, foram considerados apenas os filmes com produção exclusiva por distribuidoras norte-americanas. A escolha do cinema norte-americano deveu-se, em primeiro lugar, à posição hegemónica do mercado norte-americano na distribuição de filmes em Portugal. Entre 2004 e 2010, a indústria cinematográfica dos Estados Unidos da América lançaram, em território nacional, uma média de 133 filmes por ano, um número elevado em comparação aos aproximadamente 44 filmes do continente europeu, que ocupa a segunda posição das propostas cinematográficas em Portugal. Paralelamente, no caso específico da animação, em Portugal apenas foram produzidas duas longas-metragens nos anos de 2006 e uma no ano de 2009 (Obercom, 2010: 19). Assim sendo, considera-se na presente investigação apenas o cinema infantil, animado ou não animado, norteamericano. Quadro 1: Origem dos filmes estreados em Portugal de 2004 a 2010 Fonte: ICA. Edição OberCom: http://www.obercom.pt/client/?newsId=28&fileName=anuario_comunicacao_09_10.pdf. Consultado a 16-10-2011. Na operacionalização do conceito de filme de animação, importa ainda referir que são excluídos os filmes com lançamento imediato para DVD. Esta decisão tem em conta o tipo de personagens, claramente direcionada para a cultura norte-americana onde predominam personagens relacionadas com os denominados comic-books. Paralelamente, estes filmes, com exceção de algumas obras cinematográficas elaboradas pela Walt Disney Pictures, não têm entrada em Portugal. Concluindo, compreende-se o conceito de cinema infantil como os filmes infantis, animados ou não animados, classificados “Para maiores de 4 anos” e “Para maiores de 6 anos”, lançados pela indústria cinematográfica norte-americana. 16 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação 1.3.2 Product placement no cinema infantil – limites éticos e legais Atualmente, a legislação referente à prática do product placement no cinema encontra-se referenciada na Lei de Arte Cinematográfica e do Audiovisual – Lei n.º 42/2004, de 18 de Agosto (Artigo 28º, n.º 1) e no Decreto-Lei n.º 227/2006, de 15 de Novembro (Artigo 50º, n.º 2). Todavia, a lei restringe-se a questões económicas e burocráticas, aludindo ao facto de a taxa de exibição corresponder a 4% do preço pago pelo anunciante. Neste sentido, não existem limitações diretas na utilização do product placement em obras cinematográficas que chegam ao público infantil. A diretiva “Televisão sem Fronteiras”, peça basilar da política audiovisual da União Europeia, implementa algumas restrições relativamente à utilização desta prática em conteúdos televisivos direcionados para o público infantil. O product placement, denominado “colocação do produto”, é definido como “qualquer forma de comunicação comercial audiovisual que consista na inclusão ou referência a um produto ou serviço ou à respetiva marca comercial num programa, a troco de pagamento ou retribuição similar. De acordo com a diretiva 2010/13/EU, Artigo n.º 11, n.º 2, é proibida a colocação de produto em programas infantis. Nos Estados Unidos, a Federal Communications Commission (FCC) é responsável pelo controlo desta prática sob os trâmites definidos pela Lei de Comunicações de 1934. Atualmente, a federação americana prevê a obrigação do espetador ser informado caso o programa de entretenimento tenha sido alvo de product placement. Em 2008, a FCC publicou os documentos “Aviso de inquérito” e “Aviso da proposta de regulamentação” com o intuito de obter comentários dos cidadãos norte-americanos sobre a aplicação de regras mais restritivas. Contudo, e à luz da Primeira Emenda, considerou-se que a criatividade e a qualidade da programação poderiam ser postas em causa perante uma legislação mais limitativa (Lewczak e DiGiovanni, 2010: 3). Neste sentido, a produção de determinado filme que recorra a esta prática tem apenas de colocar, no final do filme, as informações pertinentes relativas aos placements. 1.4. A criança e o consumo 1.4.1. Definição do conceito de criança Adotada pela Assembleia Geral nas Nações Unidas a 20 de Novembro de 1989, e ratificada por Portugal no dia 21 de Setembro de 1990, a convenção sobre os direitos da criança define no Artigo 1 a criança como “todo o ser humano menor de 18 anos, salvo se, nos termos da lei que lhe for aplicável, atingir a maioridade mais cedo” (Unicef, 2004). Por outro lado, o Instituto Nacional de Estatística definiu o conceito de criança como “pessoa com idade inferior a 15 anos” (INE, 2005). Na presente investigação, considera-se as crianças com idade compreendida entre os 9 e os 11 anos. Em primeiro lugar, e como analisaremos com mais detalhe de seguida, nesta fase a criança encontra-se em estádios de desenvolvimento cognitivo e de consumo social que lhe permitem compreender conceitos complexos como marcas e publicidade. Aos 9 anos, a criança consegue equilibrar a força da razão e o reino da infância, i.e., tem a capacidade de simultaneamente emergir no mundo dos sonhos e da fantasia, sem para tal se desprover da racionalidade que já adquiriu. Os 11 anos, por outro lado, anunciam a entrada na pré-adolescência que ocorrerá um ano depois 17 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação (Debray-Ritzen, 1979: 120-123). Assim sendo, considera-se que o estudo com crianças com idade igual ou superior a 12 anos deixaria de representar o impacto do product placement na infância, redirecionando-se para o início da adolescência. No âmbito dos estádios cognitivos, as crianças entre os 9 e os 11 anos inserem-se no estádio das operações concretas (John, 1999). Caracterizado pela flexibilização do raciocínio, a criança torna-se capaz de identificar diferentes aspetos de uma situação em simultâneo, apesar de ainda revelar dificuldades ao nível dos conceitos abstratos. Neste sentido, encontra-se limitada aos objetos presentes em seu redor, pois a sua inteligência apenas opera sobre o concreto. O último estádio apresentado pelo autor é o das operações formais, que ocorre em crianças com mais de 12 anos. Ao nível do consumo social, entre os 7 e os 11 anos a criança encontra-se num estádio analítico, caracterizado por uma mudança ao nível do pensamento percetual para um pensamento simbólico. Nesta fase, verifica-se um dramático aumento da capacidade de processar informação, o que resulta numa compreensão do mercado mais sofisticada. Paralelamente, conceitos mais complexos como publicidade e marcas, e novas perspetival para além dos seus próprios sentimentos e motivações, começam a ser tidos em consideração pela criança (idem ibidem). Para as crianças, os produtos e as marcas são provavelmente os aspetos mais salientes do mercado, sendo que destes conceitos existem dois tipos de conhecimentos importantes de serem analisados: o conhecimento estrutural e conhecimento simbólico (idem ibidem). Numa fase inicial da infância, a criança vai adquirindo conhecimento sobre a estrutura subjacente às categorias de produtos. Por volta do 3ª e 4ª ano, as crianças aprendem a agrupar os objetos de acordo com atributos específicos, com a relação entre categorias e de acordo com os atributos inerentes ao conceito central de categorias. Ao longo da evolução da criança, verifica-se um desenvolvimento ao nível das pistas percetuais que são analisadas. Esta perspetiva é consistente com a caracterização da criança nos estágios percetual e analítico ao nível da socialização do consumo. Neste sentido, a mudança para a utilização de pistas funcionais por volta dos 9/10 anos é consistente com o movimento em direção ao pensamento simbólico. O pensamento simbólico é caracterizado por uma maior compreensão dos significados simbólicos e de status concedidos por certos tipos de marcas ou produtos. Durante esta fase, as crianças desenvolvem preferências por certas marcas, mesmo quando são bastante semelhantes na sua natureza. Num estudo com crianças do 2º ano do ensino primário e 6º ano do ensino básico, que pretendia aferir as impressões das crianças sobre marcas preferenciais (por exemplo, a Nike) e nãopreferenciais (por exemplo, Kmart), John (1999) concluiu que as crianças mais novas não demonstravam significativas diferenças nas suas impressões entre as marcas. Todavia, o mesmo não acontecia com as crianças mais velhas. De acordo com a autora, as crianças do 6º ano já detêm a perceção de que certas marcas estão envolvidas em prestígio e significado social. Assim, não só essas marcas conferem status como também simbolizam a identidade do grupo e um sentimento de pertença a este. É precisamente sobre esta perspetival social do consumo que falaremos de seguida. 18 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação 1.4.2. O consumo infantil Atualmente os autores de diversas áreas de investigação parecem anuir em consenso relativamente à aparente invisibilidade da criança no mercado do consumo. Apesar de um extenso leque de complexos campos de investigação na área do consumo e cultura, os consumidores infantis raramente são reconhecidos. Na realidade, as temáticas da infância e da criança aparentemente têm servido de mero suporte a ideias já previamente configuradas, inserindo-se desta forma apenas com o intuito de reforçar o posicionamento teórico dos autores (Cook, 2008: 220-226). Na década de 90, o consumo e a infância começam a estabelecer-se enquanto projetos académicos, todavia os estudos sobre a criança e o consumo não conseguiram fundir-se num único campo de estudo. Os autores afirmam tratar o consumo infantil especificamente, todavia não atendem a diferenças de método, teoria ou abordagem (idem: 227). Martens, Southerton e Scott (2004: 158-159) consentem com a posição defendida por Cook, realçando que grande parte dos trabalhos realizados na área do consumo infantil partilha a negligência das relações sociais na relação entre o mercado e as crianças. Geralmente encaradas como um grupo social homogéneo, facilmente impressionável e hermético, verifica-se uma concentração na esfera da produção, distribuição e produtos, em exclusão dos utilizadores – crianças e pais. Para além disso, a construção do consumidor infantil como facilmente manipulado, necessitado de orientação, reflete o tom paternalista adotado na construção da imagem do pequeno consumidor. O tom paternalista apontado pelos autores é reforçado pela visão das crianças “endangered”, i.e., crianças ameaçadas. Reunindo consenso por entre diversos autores, esta teoria defende que o impacto dos media e da cultura de consumo na criança contribui para um estilo de vida sedentário – o que resulta em problemas de saúde como a obesidade e a depressão – e incita a uma constante necessidade de obter novos bens e novas experiências (Keller e Kalmus, 2009: 356). Todavia, nem todos os autores defendem esta visão dramática, quase catastrófica, da relação entre a cultura do consumo na criança e os media, surgindo em oposição o conceito da criança “empowered”, i.e., a criança com poder. Os autores que defendem esta visão consideram que atualmente as crianças são mais instruídas do que os seus pais e professores no que diz respeito às inovações centrais da sociedade, nomeadamente a Internet e aparelhos informáticos como o computador. As crianças competentes têm a capacidade de avaliar quais as marcas que verdadeiramente respondem às suas necessidades. No ponto de vista sociológico e antropológico, a criança é um ser com poder, autónomo e criativo (idem: 357-358). O consumo não é, todavia, uma atividade individual. Noções no âmbito da pressão dos grupos de pares sugerem que as crianças estão particularmente vulneráveis à necessidade de aceitação e pertença a grupos sociais. Neste sentido, por um lado as crianças utilizam o consumo como forma de serem reconhecidas dentro das suas redes sociais e, por outro, para se distinguirem de outros grupos de crianças (Martens, Southerton e Scott, 2004: 164). No âmbito de um estudo etnográfico de três anos a crianças, Pugh (2010) concluiu que muitas vezes as crianças utilizam a cultura do consumo para se relacionarem e pertencerem aos grupos sociais de que fazem parte (ou ambicionam fazer parte). Para as crianças, e à semelhança do que 19 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação sucede com os adultos, a ação de ter, de fazer, de comprar, de tirar sentido e de forjar identidades em grupos e relações são experiências carregadas de paixão e de desejo. Todavia, os desejos de consumo não estão apenas relacionados com o desejo de serem melhores do que os outros. Pelo contrário, as crianças temem a diferença, e procuram no consumo ser igual aos seus pares. Os pais representam claramente a maior fonte de influência para crianças, não só controlando aquilo que consomem como também cultivando formas de consumir. Importa contudo realçar que as crianças não podem ser encaradas como meras extensões dos seus pais. Tendo em conta que as crianças resistem ao controlo parental e entram em negociações ao nível do consumo e comportamentos, é possível afirmar que as crianças detêm poder nas relações familiares (Martens, Southerton e Scott, 2004: 164-166). O mercado infantil pode ser divido em três grupos: a) mercado primário, b) mercado de influenciadores e c) mercado futuro. Em primeiro lugar, a criança utiliza o dinheiro que recebe dos pais ou encarregados de educação para adquirir os produtos que deseja. Em segundo lugar, a criança é um influenciador das decisões de compra tomadas pelos pais: “elas são um mercado de influência, direcionando os gastos dos pais de acordo com as suas próprias vontades e necessidades através de solicitações, sugestões e absolutas exigências” (McNeal, 1999: 18-20). Por fim, o autor considera que as crianças detêm um papel preponderante no futuro do mercado. O gosto ou preferência por determinado produto ou serviço na infância pode perdurar até à fase adulta, gerando lucro para a marca a longo prazo. Em conclusão, o autor remata “coloquemos todos juntos – primário, influenciador e futuro consumidor – e as crianças têm mais potencial enquanto mercado do que qualquer outro grupo demográfico” (McNeal, 1999: 20-30). 1.5. O product placement no cinema infantil: comentários da agência Feature This A Feature This é uma agência norte-americana especializada na elaboração de product placement para o cinema, televisão e rádio. Através da realização de uma entrevista via e-mail no dia 30 de outubro de 2010, a empresa considerou como principais vantagens do product placement: (1) “quando uma marca se posiciona dentro de um filme, ela consegue relacionar-se à sua celebridade favorita”; e (2) “é para sempre…imagine só quantas pessoas ouviram falar da Macy´s pela primeira vez através do filme «Milagre em Manhattan»”. Neste sentido, a agência evidencia o fator da intemporalidade e a influência do ator/atriz como as duas principais vantagens da colocação de produto. Quando questionado se a agência acreditava que as vantagens do product placement poderiam ser aplicadas ao cinema infantil, esta disse que não: “não propriamente. O product placement foca-se mais no poder de compra da mãe”. Segundo a agência, a colocação de produto não é direcionada para o público infantil, mas sim para os adultos que as acompanham na visualização dos filmes. Por isso mesmo, a agência afirma: “os pais levam as crianças a verem esses filmes e os marketers sabem disso”. E acrescenta ainda: “os estúdios não têm como alvo as crianças, mas sim os adultos”. Neste sentido, segundo a Feature This cada vez mais as distribuidoras cinematográficas têm especial cuidado com a utilização do product placement no cinema infantil. E dá um exemplo: “a 20 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Disney é extremamente cuidadosa em relação ao que coloca no ecrã, assegurando-se sempre que não existem evidências de fast food. Ainda recentemente terminaram uma parceria com a McDonalds…eles iniciaram uma nova iniciativa de não ter novamente empresas de fast food como patrocinadoras…apenas comida saudável pode aparecer nos filmes da Disney”. 21 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação 2. METODOLOGIA Com o objetivo de compreender a influência do product placement em filmes infantis nas crianças, consideram-se os seguintes objetivos de pesquisa: Compreender se as crianças escolhem mais vezes o produto alvo de placement depois de verem o filme; Averiguar se as crianças que se lembram da marca no filme escolhem mais consumi-la do que as que não se lembram; Verificar se o facto de a criança já ter visto o filme antes a leva a escolher mais o produto do que aqueles que nunca tinham visto o filme; Provar que as crianças recordam mais as marcas nos filmes com pessoas reais do que nos filmes de animação; Investigar se as crianças escolhem mais as marcas que viram nos filmes com pessoas reais do que nos filmes de animação. Foram consideradas como hipóteses de investigação: H1: A exposição ao product placement influencia positivamente a preferência pelo produto (Auty e Lewis, 2004); A primeira hipótese procura compreender qual a influência do product placement nas crianças, recorrendo para tal a uma metodologia semelhante à utilizada por Auty e Lewis (2004). Todavia, para além de estudar a eficácia da colocação de produto apenas nos filmes com pessoas reais, à semelhança do que foi feito pelos autores, considera-se também a análise do product placement nos filmes de animação. H2: A recordação do product placement influencia positivamente a preferência pelo produto (Auty e Lewis, 2004; Babin e Carder, 1996; Lai-man e Wai-yee, 2008; Dias, 2007; Gupta e Lord, 1998); A segunda hipótese visa testar se pelo facto de as crianças se lembrarem do product placement tendem a escolher mais essa marca em detrimento de outra. Na análise da colocação de produto, foram vários os autores que consideraram a recordação como ilustrativa da eficácia comunicativa de um placement (Babin e Carder, 1996; Lai-man e Wai-yee, 2008; Dias, 2007; Gupta e Lord, 1998). Neste sentido, e apesar de Auty e Lewis (2004) não terem comprovado uma relação entre as duas variáveis, procura-se compreender se efetivamente a recordação poderá influenciar a escolha do produto. A diferença do presente estudo relativamente às investigações dos autores reside no facto de ser considerado também o género de animação, algo que não foi estudado anteriormente (a análise da recordação foi feita em filmes/séries com pessoas reais e não com personagens animadas). 22 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação H3: A frequência de visualização do product placement influencia positivamente a preferência pelo produto (conforme o estudo de Auty e Lewis, 2004; Law e Braun, 2000; Quitério, 2003); A terceira hipótese procura compreender se o facto de as crianças já terem visto o filme anteriormente as leva a escolherem mais a marca alvo de placement. A formulação desta hipótese segue o estudo realizado por Auty e Lewis (2004), Law e Braun (2000) e Quitério (2003). Todavia, enquanto os autores se debruçaram apenas sobre um género de filme (animado ou não animado), na investigação serão considerados ambos os géneros. H4: Os filmes de desenhos animados estimulam menos a memória implícita e explícita da criança do que os filmes com pessoas reais (Quitério, 2003). A presente investigação procura estabelecer diferenças entre os filmes animados e não animados ao nível da recordação e escolha do produto. Neste campo específico de análise, é de destacar a ausência de estudos na área. Quitério (2003) realizou um estudo sobre a eficácia do product placement nos filmes de desenhos animados ao nível da recordação das marcas por parte das crianças. 2.1. Investigação experimental Numa primeira parte metodológica foi realizada uma investigação experimental seguida de entrevista no dia 17 de março de 2012. Os vinte participantes tinham entre os 7 e os 11 anos, e pertenciam ao grupo de escuteiros da Igreja de Monte-Abraão. A escolha do grupo resultou de um contacto já existente com um outro membro da organização de escuteiros, o que facilitou a realização da experiência. As crianças foram divididas em dois grupos, sendo que o primeiro grupo (grupo experimental) foi exposto a dois clips de vídeo dos filmes “Sozinho em Casa” e o “Gru – O maldisposto”, ambos com referências a product placement. O segundo grupo (grupo controlo) foi exposto a excertos dos mesmos filmes, mas sem a presença de marcas. O clip do filme “Sozinho em Casa” tem uma duração de 46 segundos, e mostra uma família a jantar pizza e a beber Pepsi. O placement é audiovisual no sentido em que é possível ver o produto e existe uma menção verbal à marca (“Fuller, tem calma com a Pepsi”). No caso do clip do filme “Gru – O maldisposto”, a sequência tem 34 segundos e mostra a personagem mais nova a agarrar numa batata frita que encontra no chão e a dizer “oh, a minha lagarta nunca se transformou numa borboleta”, ao que a irmã responde “isso é um cheeto”. Neste sentido, o placement é novamente audiovisual, no sentido em que existe uma menção visual e verbal ao produto. Segundo os critérios de eficácia do product placement, podemos considerar que ambas as colocações de produto são eficazes. Em primeiro lugar, e como já foi referido, são ambos placements combinados (Russell, 1998). Em segundo lugar, e de acordo com a classificação de Gupta e Lord (1998), são placements proeminentes, uma vez que o produto ocupa uma posição central na cena. Finalmente, a estratégia da colocação de produto é explícita integrada, uma vez que o produto é 23 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação inerido na narrativa audiovisual de forma coerente, desempenhando um papel ativo através do manuseamento pelos atores (Lai-man e Wai-yee, 2008). Estas três características são apontadas pelos autores como determinantes na classificação de um placement eficaz. No caso do grupo controlo, i.e., o grupo de crianças que não é exposto a product placement, o clip do filme “Sozinho em Casa” tem 1 minuto e 3 segundos, e mostra a personagem principal a jantar 2 sozinha, sem ser evidente a presença de nenhuma marca . No caso do filme de desenhos animados, a sequência tem 58 segundos e apresenta uma conversa entre personagens, onde novamente não existe product placement. 3 No final da exposição ao estímulo, foi realizada uma entrevista semiestruturada a duas crianças de cada vez. Isolados do restante grupo, o grupo A (exposto ao placement) foi questionado: (1) já alguma vez viste um destes filmes?; (2) se sim, quantas vezes?; e (3) Lembraste de ver alguma coisa no primeiro e segundo filme que encontres normalmente no supermercado?. Por outro lado, aos membros do grupo B (não exposto ao placement) foi-lhes perguntado igualmente se já alguma vez tinham visto os filmes e se conseguiam lembrar-se do que acontecera em cada cena. No final, foi dito às crianças que optassem por uma bebida e um snack, em forma de agradecimento pelo facto de terem participado no estudo. Em cima da mesa estavam duas garrafas de refrigerante, uma da marca Coca-cola e outra da Pepsi, e dois pacotes de batatas fritas, uma da marca Ruffle e outra da marca Cheetos. A metodologia utilizada assemelhou-se à do estudo de Auty e Lewis (2004), que apresentaram exatamente os mesmos excertos de vídeo do filme “Sozinho em Casa” (um com um placement à marca Pepsi e outro sem referências a marcas), oferecendo no final os mesmos produtos. Contudo, e uma vez que o estudo pretendia analisar também os filmes de desenhos animados, incluiu-se um outro filme e, consequentemente, uma outra marca. 2.2. Inquérito por questionário Se no estudo do product placement em filmes infantis a perceção das crianças é importante, igualmente fundamental é a perspetiva dos educadores. Neste sentido, foi realizado um inquérito por questionário online, através do sítio de internet kwiksurveys. O questionário esteve disponível de 29 de outubro de 2011 a 2 de abril de 2012, tendo reunido um total de 411 respostas Composto por perguntas de resposta fechada, o questionário tinha como principais objetivos: (1) verificar se os inquiridos aceitam o product placement nos filmes infantis; (2) identificar possíveis diferenças entre os respondentes que convivem ou não com crianças; (3) investigar se a aceitabilidade é variável consoante o género cinematográfico. Numa metodologia semelhante a Brennan, Rosenberger e Hementera (2004), considerar-se-á também uma listagem de diversos produtos, com a finalidade de compreender se existem produtos 2 3 Anexo 1, imagem nº 1 Anexo 1, imagem nº 2 24 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação considerados mais aceitáveis em detrimento de outros. No estudo realizado por estes autores, concluiu-se uma inaceitabilidade da presença de placements a álcool, tabaco, armas e comida fast food. 2.2.1. Inquérito: dados de caracterização sociodemográficos da amostra 4 Do total de respondentes, 59% eram do sexo feminino e 41% do sexo masculino . Quase metade da amostra (40%) tinha idades compreendidas entre os 18 e os 24 anos, enquanto os indivíduos entre os 35 e 44 anos correspondiam a 26%. Dos restantes 34% da amostra, 1% tinha menos de 17 anos e os restantes tinham acima de 45 anos. No que diz respeito às habilitações literárias, os inquiridos tinham, em maioria, o ensino secundário e estudos superiores (98%). Finalmente, e ainda no âmbito dos dados de caracterização sociodemográficos, 19% dos respondentes tinha filhos até aos 12 anos de idade e 40% não tinha filhos mas convivia regularmente com crianças até essa mesma idade. De entre os que tinham filhos, os valores mais altos foram registados nos inquiridos que tinham filhos dos 8 aos 12 anos (9,5%). No caso dos inquiridos que não tinham filhos mas conviviam com crianças, a média mais alta de idades incidiu na faixa etária dos 4 aos 7 anos (24%). 2.3. Entrevista a agências, marcas e distribuidoras Clarificando desta forma a perceção das crianças e educadores sobre o product placement nos filmes infantis, considera-se finalmente a perceção de agências (especializadas na realização desta prática), marcas (que tenham promovido os seus produtos através da realização de product placement no cinema) e distribuidoras (de filmes infantis que tenham adotado, ou não, esta prática aos seus filmes. Neste sentido, será realizada uma entrevista estruturada por e-mail, atendendo ao facto destes três grupos serem maioritariamente norte-americanos. O objetivo principal passa por compreender a posição da distribuidora, marca ou agência relativamente ao product placement no 5 cinema infantil . 4 5 Anexo 2, gráfico nº 1 a 5. Anexo 1, entrevista nº 9 a nº 11 25 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação 3. DISCUSSÃO DE RESULTADOS 3.1. O product placement no cinema infantil: breve resumo dos principais resultados O total de 411 inquiridos evidenciou uma perspetiva negativa sobre o product placement no cinema infantil. Os inquiridos que convivem com crianças 6 afirmam mais o seu desagrado relativamente a esta técnica de marketing, comparativamente aos que não convivem. Os jovens são os mais recetivos à presença de marcas nos filmes infantis, independentemente de conviverem ou não com crianças. O género de animação foi o que revelou níveis mais altos de inaceitabilidade comparativamente aos restantes géneros cinematográficos. Apesar de se oporem ao product placement, a quase totalidade de respondentes nunca proibiu a criança de ver um filme com marcas. Finalmente, na sua generalidade os inquiridos demonstraram que aceitam melhor o product placement no cinema não infantil. Com a realização da investigação experimental efetuada às crianças, foi possível verificar que os filmes de desenhos animados têm uma menor influência na recordação do que os filmes com pessoas reais. Ao nível da influência do product placement na escolha da marca, contudo, os dados não foram suficientemente expressivos para evidenciar uma relação entre os dois fatores. A influência da recordação e frequência de visualização sobre a escolha do produto, à semelhança do que sucedeu no estudo replicado de Auty e Lewis (2004), também foram refutadas. 3.2. O product placement no cinema infantil: análise de resultados do inquérito 3.2.1. Uma primeira leitura dos dados: o product placement e as crianças Na análise dos resultados, a primeira questão que se coloca é qual a perceção dos inquiridos 7 sobre o product placement dirigido ao público infantil . Gráfico 1: Opinião dos inquiridos relativamente ao product placement em filmes infantis 7% 9% 84% 10% 14% 7% 59% 76% 70% 70% PP torna as crianças consumistas NS/NR Não 27% PP manipula as crianças 17% 21% 18% 13% Sim PP igual a PP inofensivo PP em desenhos passeio num para as crianças animados é centro comercial menos intrusivo Base: 411 inquiridos 6 Por indivíduos que convivem com crianças compreende-se os que têm filhos e os que contactam regularmente com crianças. 7 Por questões de gestão de espaço, nos gráficos recorre-se à sigla “PP” para denominar “product placement”. 26 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação A maioria dos respondentes considerou que o product placement torna as crianças consumistas: 70%. Do total de 411 inquiridos, aproximadamente 84% defendeu que as marcas no cinema infantil manipulam as crianças. Com uma perceção negativa sobre esta prática, quase 76% da amostra afirmou que o product placement não é inofensivo para as crianças. Esta visão do product placement em filmes infantis como capaz de manipular as crianças e tornalas consumistas vem ao encontro da perspetiva da criança “endangered”, i.e., a criança ameaçada pelo impacto dos media e da cultura de consumo (Keller e Kalmus, 2009). Mas seria assim tão diferente para uma criança ver um filme com marcas ou passear num centro comercial? Mais de metade dos inquiridos (59%) considerou que sim, sendo que apenas 27% disse que não existe diferença entre uma criança ver um filme com product placement e visitar um centro comercial. Quase 70% da amostra considerou que a colocação de produto nos filmes de desenhos animados não é menos intrusiva do que noutros géneros cinematográficos. Gráfico 2: Opinião dos inquiridos relativamente ao product placement segundo o género cinematográfico. Desenhos animados Documentário Cinema de autor/independente Drama 32% 52% 44% 15% 41% 39% 16% 40% 42% 21% 37% 21% Aceitável Musicais 47% 35% 18% Inaceitável Suspense/Terror 39% 28% 17% NS/NR Ação/Aventura 59% Comédia 62% Portugueses 40% 25% 22% 17% 16% 16% 17% Base: 411 inquiridos Os respondentes consideraram como aceitável a presença de marcas na grande maioria dos géneros cinematográficos, com exceção dos desenhos animados e documentário. Contudo, a diferença no caso do género documental não é expressiva: 41% da amostra considera inaceitável contra 39% que considera aceitável. Porém, no caso dos filmes de desenhos animados a diferença é estatisticamente significante: 52% dos inquiridos considera inaceitável o product placement neste género, contra 32% que considera aceitável. 27 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação 3.2.2. Uma primeira leitura dos dados: o product placement no cinema não infantil Nesta primeira fase, é possível averiguar que a maioria dos respondentes tem uma opinião negativa relativamente ao product placement nos conteúdos infantis. Todavia, teriam os inquiridos a mesma perceção ao nível dos filmes não infantis? Gráfico 3: Opinião dos inquiridos relativamente ao product placement nos filmes não infantis. 6% 11% 12% 19% 21% 18% 13% 47% 61% 66% 35% 46% 83% NS/NR Não 53% Sim 35% 22% 21% 21% PP não PP torna PP tem função Preferia que Prefere pp a PP moralmente incomoda se ambiente mais mais não existisse pp outras formas errado fizer sentido na real informativa do de publicidade história que persuasiva Base: 411 inquiridos Os valores demonstram uma maior aceitabilidade do product placement quando não estamos a 8 falar de conteúdos infantis : em primeiro lugar, 53% dos inquiridos é da opinião que a colocação de produto torna o ambiente dos filmes mais real. Quanto à possibilidade de não existir product placement, 47% discorda que gostava que isso acontecesse. Mas prefeririam os inquiridos o product placement a outras formas tradicionais de publicidade? 61% diz que não. Finalmente, 46% afirma ainda que o product placement não tem uma função mais informativa do que persuasiva. 9 A coerência da colocação de produto dentro da história é considerada como relevante para os inquiridos: 83% dos respondentes afirmou não se importar com a presença de marcas nos filmes desde que estas façam sentido na narrativa. Importa ressalvar que este aspeto tem sido apontado pelos teóricos como relevante para determinar a eficácia de um product placement. Russell (1998) realçara o relevo do papel do produto no guião cinematográfico, tendo inserido este elemento até então inexistente na avaliação da eficácia do product placement. Também Lai-man e Wai-yee (2008) concluíram mesmo que a colocação do produto na narrativa audiovisual (estratégia explícita integrada) estimulava mais a memória explícita. 8 9 Anexo 2, gráfico nº 6 a 9. Anexo 2, gráfico nº 10. 28 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Ainda no que diz respeito à perceção dos inquiridos relativamente à colocação de produto em filmes não infantis, 66% do total de respondentes foi da opinião que o product placement não é 10 moralmente errado . Gráfico 4: Influência do product placement nos inquiridos. 9% 5% 45% 58% 7% 69% 12% 8% 6% 66% 80% 90% NS/NR Não 46% Sim 37% Já quis Não costuma comprar um reparar no pp produto após pp 24% Influência ator/atriz 20% 12% 4% Recorda mais Já deixou de Já deixou de o pp do que gostar de uma ver um filme outras formas marca por pp por pp de pub Base: 411 inquiridos 11 Do total de 411 inquiridos, 58% afirma não reparar no product placement . Ainda assim, 66% considera não se lembrar mais do product placement do que de outras formas mais tradicionais de publicidade. 46% do total de inquiridos diz que já desejou adquirir um produto que viu num filme. 12 No âmbito da influência do manuseamento do produto pelo ator/atriz do filme , 69% dos respondentes discorda ser influenciado por esse fator. No modelo de equilíbrio de um product placement, Russell e Stern (2006) concluíram que a eficácia de um product placement estava dependente da relação entre o consumidor e a personagem. Neste sentido, é possível que os inquiridos sintam que a personagem poderá influenciá-los mais do que o ator/atriz que os/as encarna. Até aqui, os resultados apontam para uma perceção negativa dos inquiridos sobre o product placement. Mas levá-los-ia a sua opinião negativa sobre a prática a deixarem de gostar de uma marca ou deixarem de ver um filme? A resposta é negativa. Do total de inquiridos, 80% afirmou que nunca deixou de gostar de uma determinada prática devido a um product placement. 90% disse ainda que nunca tinha deixado de ver um filme por causa da existência de colocação de produto. 10 Anexo 2, gráfico nº 11. Anexo 2, gráfico 12 a 14. 12 Anexo 2, gráfico 15. 11 29 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação 3.2.3. Uma primeira leitura dos dados: o product placement segundo o tipo de produto Importava agora compreender de que forma diferentes categorias de produtos poderiam ser mais ou menos aceitáveis para os inquiridos. Gráfico 5: Opinião dos inquiridos relativamente ao product placement segundo o tipo de produto. Armas 65% Cigarros 27% 55% Álcool 37% 45% Fast Food 48% 40% Brinquedos 23% 55% 8% 7% 7% 6% 71% 7% Óculos de sol 17% 78% 6% Roupa 16% 79% 4% Telemóveis 16% 77% 6% Perfumes 15% 80% 5% Viagens e turismo 14% 78% Inaceitáveis Aceitáveis NS/NR 7% Alimentos saudáveis 9% 85% 6% Automóveis 9% 86% 5% Base: 411 inquiridos Em primeiro lugar, e em conformidade com o estudo de Gupta e Gould (1997), as armas e cigarros foram considerados pelos inquiridos como as tipologias de produtos mais inaceitáveis de 13 serem alvo de product placement (65% e 56%, respetivamente) . Na investigação realizada pelos autores, o álcool e a comida fast food tinham apresentado também valores de inaceitabilidade bastante elevados, contudo o mesmo não se verificou neste estudo. Apesar da diferença entre os respondentes ser menor nestes tipos de produtos, ainda assim estes foram considerados mais aceitáveis do que inaceitáveis de serem alvo de product placement. 13 Anexo 2, gráfico 16. 30 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação 3.1.4. Um olhar segmentado sobre os dados: o product placement e as crianças Importava agora compreender que diferenças poderiam existir entre os inquiridos na forma como percecionam o product placement no cinema infantil. Gráfico 6: Inquiridos que responderam “sim” às afirmações, segundo a convivência ou não com crianças. 89% 83% 65% 72% 32% 25% 16% 18% 15% 3% Convive Não Convive Não Convive Não Convive Não Convive Não convive convive convive convive convive PP manipula as crianças PP torna as crianças consumistas PP igual a passeio PP inofensivo para PP em desenhos no centro as crianças animados é menos comercial intrusivo Base: 243 inquiridos (168 convivem com crianças, 75 não convivem) Os inquiridos que convivem com crianças foram os que mais consideraram que: O product placement manipula o público infantil (89% contra 83% dos que não convivem); A colocação de produto não é inofensiva para as crianças (80% contra 77%); Os respondentes que não convivem com crianças afirmaram mais que: O product placement torna as crianças consumistas 14 (72% contra 65% dos que convivem com crianças); Existe diferença entre um passeio num centro comercial e um filme com marcas (62% contra 42%). O product placement é menos intrusivo nos filmes de animação (15% contra 3%). 14 Anexo 2 – gráfico 19. 31 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Ao nível da perceção dos inquiridos sobre o possível efeito de manipulação do product placement sobre as crianças, verificaram-se diferenças entre os inquiridos que têm filhos ou contactam 15 regularmente com crianças . Neste sentido, 98% dos respondentes com filhos consideraram que as marcas nos filmes manipulam as crianças, contra 87% dos que contactam regularmente com crianças. Através do teste qui-quadrado, verificou-se a existência de uma relação de dependência entre o facto de os inquiridos terem filhos e considerarem que o product placement manipula as 16 crianças, com um nível de significância de 0,27 . Ao nível do género, foram os indivíduos do sexo masculino os que mais defenderam que as marcas nos filmes manipulam as crianças: 91% dos homens contra apenas 83% das mulheres. 17 Ao nível da idade , constata-se que são os respondentes mais velhos os que mais concordam que o product placement manipula as crianças ou as torna consumistas. 32% dos inquiridos entre os 25 e 44 anos afirma que as marcas nos filmes torna as crianças consumistas; 57% dos inquiridos com 45 e mais anos acha que o product placement manipula o público infantil. Através do teste quiquadrado verificou-se a existência de uma relação de dependência entre a idade dos inquiridos e o facto de estes considerarem que o product placement manipula o público infantil (nível de 18 significância: 0,000) . 19 Ao nível das habilitações literárias , quando questionados se achavam a colocação de produto inofensiva para as crianças verificou-se que quanto mais habilitações os inquiridos tinham, mais tendiam a achar que a colocação de produto não era inofensiva para as crianças: 66% (até ao ensino secundário), 71% (bacharelato ou licenciatura) e 90% (pós-graduação, mestrado, doutoramento) discordaram com a ideia que o product placement é inofensivo para o público infantil. O teste qui-quadrado revelou uma relação de dependência entre as habilitações literárias dos indivíduos e a sua perceção sobre o caráter não inofensivo do product placement (nível de 20 significância: 0,000) . Quando convivem com crianças, são os respondentes do sexo masculino os que mais expressam 21 que o product placement não é a mesma coisa que um passeio num centro comercial : 56% dos homens contra 58% das mulheres. No caso dos inquiridos que não convivem com crianças, a situação inverte-se, sendo os respondentes do sexo feminino os que mais discordam que não exista diferença entre o product placement no cinema infantil e um passeio num centro comercial: 68% das mulheres contra 61% dos homens. 15 Anexo 2, gráfico 22. Anexo 2, tabela 1. 17 Anexo 2, gráfico 19 a 21. 18 Anexo 2, tabela 2. 19 Anexo 2, gráfico 23 e 24. 20 Anexo 2, tabela 3. 21 Anexo 2, gráfico 25 e 26. 16 32 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação 22 No que diz respeito ao carácter intrusivo das marcas nos filmes de animação , os respondentes que têm filhos discordam mais que o product placement seja menos intrusivo nos filmes de animação: 92% contra 83% dos que contactam regularmente com crianças. O teste qui-quadrado revelou uma relação de dependência entre o facto de os inquiridos terem filhos e considerarem o 23 product placement mais intrusivo nos filmes de animação (nível de significância: 0,046) . Os inquiridos com mais habilitações 24 (pós-graduação, mestrado ou doutoramento) foram os que percecionaram como mais inaceitável a presença de product placement em filmes de animação. Por 25 outro lado, e ao nível da idade , são os inquiridos com 45 e mais anos os que apresentam níveis mais baixos de aceitabilidade: no caso dos respondentes que convivem com crianças, apenas 20% considerou aceitável o product placement em filmes de animação, contra 31% dos inquiridos até aos 24 anos e 37% dos respondentes entre os 25 e 44 anos. Finalmente, e no que diz respeito ao 26 género , os inquiridos que convivem com crianças do sexo masculino são que consideram mais inaceitável a existência de marcas no género de animação: 59% contra 53%. 3.1.5. Um olhar segmentado sobre os dados: o product placement no cinema não infantil Na análise genérica dos dados foi possível compreender que os inquiridos tendem a ser mais recetivos ao product placement nos filmes não infantis. Todavia, os inquiridos que contactam com crianças tendem a apresentar algumas diferenças comparativamente aos que não convivem. Os inquiridos que convivem com crianças foram os que mais consideraram que: As marcas nos filmes tornam o ambiente mais real (55% contra 50% que não convivem com crianças); Preferia que não existissem marcas nos filmes (35% contra 25%); Product placement não é mais informativo do que persuasivo (48% contra 43%); Coerência do placement com a história é importante (84% contra 89%); Product placement é imoral (22% contra 20%); Não costuma reparar nas marcas (59% contra 58%); Os respondentes que não convivem com crianças afirmaram mais que: Não preferem o product placement a outras formas tradicionais de publicidade (64% contra 55% que convivem com crianças); Recordo menos o product placement do que outras formas mais tradicionais de publicidade (71% contra 63%). 22 Anexo 2, gráfico 27. Anexo 2, tabela 4. 24 Anexo 2, gráfico 28. 25 Anexo 2, gráfico 29. 26 Anexo 2, gráfico 30. 23 33 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Já desejou adquirir um produto alvo de product placement (53% contra 51%); Importância do ator/atriz (71% contra 67%). Gráfico 7: Inquiridos que responderam “sim” às afirmações relativas ao product placement no cinema não infantil, segundo a convivência ou não com crianças. 86% 78% 55% 50% 35% 34% 25% Convive 36% 22% 20% 19% 24% Não Convive Não Convive Não Convive Não Convive Não Convive Não convive convive convive convive convive convive PP não incomoda PP torna o se fizer sentido ambiente mais com a história real Preferia que não PP tem função PP moralmente Prefere pp a existisse pp mais informativa errado outras formas de do que persuasiva publicidade Base: 262 inquiridos (166 convive com crianças, 96 não convive) Através do teste qui-quadrado verificou-se uma relação de dependência entre o facto de os inquiridos acharem o product placement nos filmes de animação menos intrusivo e preferirem a 27 colocação de produto a outras formas de publicidade (nível de significância: 0,053) . No que diz respeito à possibilidade de não aparecerem marcas nos filmes, o teste qui-quadrado revelou uma relação de dependência: (1) entre os inquiridos que preferiam que não existisse product placement e os que acham que esta prática torna as crianças consumistas (nível de significância: 0,002); (2) os inquiridos preferiam que o product placement não existisse e a perceção que a técnica não é menos intrusivo nos filmes de animação nível de significância: 0,001); (3) os respondentes que preferiam que não existisse product placement nos filmes e os que achavam a prática inofensiva para 28 as crianças (nível de significância: 0,003) . Ao nível do carácter moral ou imoral da colocação de produto, verificou-se uma relação entre o facto de os inquiridos acharem que o product placement nos filmes de animação é menos intrusivo e 29 considerarem a prática moralmente errada (nível de significância: 0,031) . 27 Anexo 2, tabela 5. Anexo 2, tabela 6, 7 e 8. 29 Anexo 2, tabela 9. 28 34 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Gráfico 8: Inquiridos que responderam “sim” às afirmações relativas à influência do product placement no cinema não infantil, segundo a convivência ou não com crianças. 51% 39% 39% 35% 25% 23% 22% 18% Convive Não convive Convive Não convive Convive Não convive Convive Não convive Já quis comprar um produto alvo de pp Não costuma reparar no pp Influência ator/atriz Recorda mais o pp do que outras formas de pub Base: 305 inquiridos (169 convive com crianças, 108 não convive) Através do teste qui-quadrado foi possível descobrir uma relação de dependência entre o facto de os indivíduos recordarem mais o product placement do que outras formas mais tradicionais de 30 publicidade e considerarem a prática nociva para as crianças (nível de significância: 0,018) . Paralelamente, o teste revelou também uma relação de dependência entre o facto de os inquiridos terem filhos ou conviverem com crianças e já terem desejado adquirir um produto alvo de product 31 placement (nível de significância: 0,029) . A aceitabilidade do product placement segundo o tipo de produto não revelou diferenças significativas entre os inquiridos que conviviam ou não com crianças. Ao nível dos géneros, os inquiridos do sexo feminino avaliaram mais negativamente a aceitabilidade dos produtos serem alvo 32 de product placement – a única exceção ocorreu com a tipologia computadores e telemóveis . Na análise geral dos dados, concluiu-se que apesar da perceção sobre o product placement, quase a totalidade dos inquiridos nunca deixara de gostar de uma marca ou de ver um filme por causa do product placement. Constatou-se, contudo, algumas diferenças ao nível da idade e das habilitações literárias. Ao nível da idade, foram os indivíduos mais jovens os que afirmaram mais que nunca tinham 33 deixado de ver um filme por causa do product placement . Neste sentido, através do teste qui30 Anexo 2, tabela 10. Anexo 2, tabela 11. 32 Anexo 2, gráfico 41 e 42. 33 Anexo 2, gráfico 43. 31 35 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação quadrado verificou-se a existência de uma relação de dependência entre a idade dos inquiridos e o 34 facto de já terem deixado de ver um filme com product placement . No que diz respeito às habilitações literárias, verificou-se que foram os inquiridos com mais habilitações os que deixaram mais de gostar de uma marca e/ou de ver um filme por causa do product placement. 17% dos inquiridos com estudos superiores (pós-graduação, mestrado ou doutoramento) afirmou que já tinha deixado de gostar de uma determinada marca por causa desta prática, contra 7% (bacharelato ou licenciatura) e 12% (ensino secundário). Ao nível da possibilidade de já terem deixado de ver um filme por causa da colocação de produto, 8% afirmou que sim (pósgraduação, mestrado ou doutoramento), contra 1% (bacharelato ou licenciatura) e 3% (ensino 35 secundário) . Através do teste qui-quadrado verificou-se a existência de uma relação de dependência entra as habilitações literárias e o já ter deixado de ver um filme e já ter deixado de gostar de uma marca em 36 resultado do product placement (nível de significância: 0,029) . 3.1.6. Um olhar segmentado sobre os dados: a reação ao product placement segundo as crianças e os educadores Terminada a compreensão da forma como os inquiridos que convivem com crianças percecionam o product placement no cinema, infantil e não infantil, era ainda necessário compreender de que forma as crianças reagem à presença de marcas nos filmes infantis. Gráfico 9: Influência do product placement no cinema infantil nas crianças segundo a opinião dos inquiridos e diálogo sobre marcas. 98% 89% 68% 57% Sim 43% Não 32% 11% 2% Crianças falam sobre marcas Crianças pedem para comprar Adultos falam sobre marcas Adultos procuram informação Base: 124 inquiridos 34 Anexo 2, tabela 12. Anexo 2, gráfico 44 e 45. 36 Anexo 2, tabela 13 e 14. 35 36 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Aos inquiridos que convivem com crianças foi perguntado se as crianças costumam de falar de marcas, ao que 57% dos inquiridos respondeu que não. Por outro lado, 68% dos indivíduos que contactam com crianças afirmaram também que as crianças não pedem para comprar as marcas que veem. No que diz respeito ao diálogo sobre marcas entre os inquiridos e as crianças, 98% afirmou não procurar informação sobre marcas nos filmes que estas assistem. Por outro lado, 89% afirmou não conversar com as crianças sobre o product placement. Através da análise das idades das crianças verificou-se contudo uma tendência para aumentar o diálogo com as crianças sobre marcas à medida que estas são mais velhas: tanto no caso dos pais como no caso dos inquiridos que contactam regularmente com crianças, a conversa sobre as marcas acontece sobretudo nas idades 37 compreendidas entre os 8 e os 12 anos . O teste qui-quadrado revelou também uma relação de dependência entre as crianças que falam sobre marcas e os pais que falam igualmente sobre marcas com as crianças (nível de significância: 38 0,008) . Mas será então que a perceção negativa dos inquiridos relativamente ao product placement no cinema infantil os leva a proibirem as crianças de verem filmes com marcas? Apenas 5% dos respondentes afirmou já o ter feito em algum momento, contra 95% que responderam nunca ter 39 proibido as crianças de ver um filme por causa do product placement . 37 Anexo 2, gráfico 46. Anexo 2, tabela 15. 39 Anexo 2, gráfico 47. 38 37 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação 3.2. O product placement no cinema infantil: Análise de resultados da investigação experimental Esquema 5: Resultados obtidos com o grupo A ao nível da recordação dos placements e escolha do produto a consumir O que se lembra de ver no filme Nº Inquirido 1 Marca 1 Marca 2 Produto 2 3 Produto 4 Marca O que consumiu depois do filme Snack Bebida Cheetos Coca-Cola Ruffle Coca-Cola Cheetos Marca Cheetos 5 Marca Cheetos 6 Marca Cheetos Pepsi 7 Marca Cheetos Pepsi 8 Produto Marca Cheetos 9 Produto Marca Cheetos Coca-Cola Marca Cheetos Coca-Cola 10 Esquema 6: Resultados obtidos com o grupo B ao nível da recordação dos placements e escolha do produto a consumir O que consumiu depois do filme 1 Cheetos 2 Cheetos 3 Ruffle 4 Ruffle 5 Cheetos Coca-Cola 6 Cheetos Pepsi 7 Cheetos Coca-Cola 8 Cheetos Coca-Cola 9 Cheetos Pepsi 10 Cheetos Coca-Cola 38 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Em primeiro lugar, e no que diz respeito ao reconhecimento dos placements, verificou-se que as crianças foram capazes de identificar maioritariamente a existência de um product placement à marca 40 Pepsi (70%) . No caso do filme de animação, contudo, apenas uma criança foi capaz de nomear a marca alvo de placement (10%). Ainda assim, 44% dos restantes inquiridos, apesar de não saberem dizer o nome da marca, afirmaram que se tratava de uma batata frita, demonstrando assim saber reconhecer o produto. Mas iria traduzir-se este reconhecimento da marca/produto na escolha da bebida e comida a consumir? 41 Em primeiro lugar, e analisando os dados referentes ao placement à marca Cheetos no filme de animação “Gru – O Maldisposto”, verifica-se que 56% das crianças que reconheceram a 42 marca ou produto consumiram posteriormente os Cheetos . 43 Todavia, se atendermos aos valores globais do grupo A e B , verificamos que a escolha do produto de batatas fritas recaiu sempre de forma maioritária sobre a marca Cheetos: no grupo A 90% das crianças escolheu esta marca, e no grupo de controlo 70%. Neste seguimento, não é possível identificar com suficiente expressividade uma influência do product placement na escolha da marca a consumir. No caso dos dados relativos ao placement da marca Pepsi, verificou-se que a totalidade das crianças que escolheu beber esta marca havia reconhecido o placement no filme “Sozinho em Casa”. Por outro lado, das crianças que optaram por beber Coca-Cola, 50% havia identificado o product 44 placement da Pepsi . Contudo, os dados revelam que não é possível evidenciar uma influência entre a exposição ao placement e a escolha do produto. Tanto no primeiro grupo (exposto ao placement) como no segundo (grupo controlo), 40% das crianças optaram por beber Coca-cola, 20% escolheu a Pepsi e os 45 restantes 40% preferiram não beber nenhum dos refrigerantes . Relativamente à influência da idade na capacidade de reconhecer a marca, no caso do segundo filme (placement à Pepsi) verificou-se que todas as crianças que não foram capazes de identificar a 46 marca tinham a idade mais baixa do grupo – 7 anos . Contudo, não é possível constatar mais nenhuma influência ao nível da idade: no caso do placement aos Cheetos, 20% das crianças com 7 anos identifica o produto, enquanto nenhum dos inquiridos com 10 anos foi capaz de o reconhecer. Neste sentido, não é possível afirmar que existe uma relação de dependência entre as duas variáveis. Quando comparado se a criança já havia visto anteriormente o filme com a sua capacidade de reconhecer a marca, verificou-se que não existe uma relação direta entre as duas variáveis no caso 40 Anexo 3, gráfico 48 e tabela 16. De modo a simplificar a leitura dos dados, juntou-se os dados referentes às crianças que identificaram a marca e o produto num único grupo. 42 Anexo 3, gráfico 49. 43 Anexo 3, gráfico 50. 44 Anexo 3, gráfico 51. 45 Anexo 3, gráfico 52. 46 Anexo 3, gráfico 53. 41 39 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação 47 da marca Cheetos : apenas 40% das crianças que identificaram o placement já tinham visto o filme, contra 60% que, embora já tivessem visualizado o “Gru – O Maldisposto”, não foram capazes de reconhecer a marca. Pelo contrário, no caso do placement à Pepsi os resultados demonstraram de forma mais expressiva uma relação entre a frequência de visualização e a recordação da marca: das crianças que identificaram a marca Pepsi, 86% já tinha visualizado o filme “Sozinho em Casa”. Através do teste qui-quadrado constatou-se uma relação de dependência entre a visualização anterior do filme e a identificação da marca Pepsi (nível de significância: 0,011). Finalmente importa apenas referir que em ambos os filmes, o número de vezes que a criança tinha visualizado o filme não foi suficientemente expressivo para ser cruzado com as restantes variáveis. 3.3. O product placement no cinema infantil: análise final às hipóteses de investigação Perante a análise dos resultados, verificou-se que a primeira hipótese - a exposição ao product placement influencia positivamente a preferência pelo produto – foi refutada. Ao contrário do que sucedeu com o estudo de Auty e Lewis (2004), em ambos os filmes verificou-se que a exposição ao placement não influenciou a preferência pelo produto. A ausência de dados que permitissem comprovar a hipótese pode ser justificada por alguns fatores. Em primeiro lugar, o estudo de Auty e Lewis (2004) reuniu 105 participantes, um número bastante superior à amostra utilizada neste estudo. Uma vez que por questões de tempo não foi possível contemplar um grupo de crianças tão grande, optou-se pela replicação da investigação experimental apenas em 20 crianças. Esta poderá ser uma das razões que levou a que não fosse possível comprovar influência do product placement nas crianças. Por outro lado, é possível que existam diferenças culturais ao nível do consumo que não tenham sido tidas em consideração. O estudo de Auty e Lewis (2004) foi realizado em Inglaterra, e é possível que a marca Pepsi esteja mais enraizada na cultura inglesa do que portuguesa. Neste sentido, justificar-se-ia que em próximos estudos fosse tida em consideração a força da marca. No caso do estudo replicado este teste não foi efetuado, contudo a sua realização poderia ajudar a explicar algumas lacunas metodológicas verificadas no momento de replicar o estudo. Qual seria a fidelidade à marca Pepsi e Coca-Cola no caso da investigação inglesa? Se a força da marca da não Coca-Cola não fosse assim tão superior à da Pepsi, possivelmente estas estariam mais predispostas a ser influenciadas pelo product placement. Pelo contrário, a ligação à marca Coca-Cola no caso das crianças portuguesas poderia ser muito elevada, e por isso mesmo o product placement não tenha influenciado a sua escolha. A este respeito importa referir que algumas crianças, no momento em que puderam escolher que bebidas desejavam, afirmaram de imediato que preferiam a marca Coca-Cola. Paralelamente, os dados revelaram uma tendência para a marca Cheetos e Coca-Cola em ambos os grupos (expostos ou não ao placement), o que pode evidenciar uma fidelidade a estas marcas que não seria posta em causa após a exposição a uma colocação de produto. 47 Anexo 3, gráfico 54 e tabela 17. 40 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Ao nível da segunda hipótese – a recordação do product placement influencia positivamente a preferência pelo produto - verificou-se que em ambos os filmes os dados não foram significativos para evidenciar uma relação entre as variáveis. Assim, e à semelhança do estudo de Auty e Lewis (2004), a hipótese é refutada. Este resultado leva-nos a concluir que não é possível continuar a estudar a influência do product placement atendendo apenas aos seus efeitos na recordação. A revisão da literatura permitiu-nos concluir que a grande maioria dos estudos sobre a eficácia comunicativa do product placement assenta na recordação e reconhecimento da marca (Babin e Carder, 1996; Laiman e Wai-yee, 2008; Dias, 2007; Gupta e Lord, 1998). Contudo, seria este um elemento verdadeiramente preditor da escolha do produto? Os resultados apontam o contrário. O facto de um individuo recordar o produto poderá não influenciar a escolha do mesmo no momento de compra. Neste sentido, torna-se evidente que o estudo da eficácia do product placement não poderá continuar a incidir nos seus efeitos na memória explícita. Pelo contrário, é necessário avaliar se após a exposição a uma colocação de produto, o individuo será influenciado a consumir o produto. A terceira hipótese - a frequência de visualização do product placement influencia positivamente a preferência pelo produto – não foi possível constatar que existia efetivamente uma relação entre as duas variáveis. A hipótese é, deste modo, refutada, à semelhança do que sucedeu no estudo de Auty e Lewis (2004). O facto de as crianças já terem visto anteriormente o filme poderia levar, por um lado, a uma maior identificação com a marca alvo de placement, em resultado a envolvência criada no filme para estimular o consumo desta. Por outro, um número mais elevado de visualizações poderia levar a um aumento da recordação e, consequentemente, da vontade de consumir a marca. Todavia, conforme analisado na hipótese anterior, a recordação não influenciou a escolha da marca. Paralelamente, com a refutação da hipótese, concomitante com o que sucedeu no estudo replicado, podemos concluir que a repetição do placement dentro do filme também não influencia a vontade da criança consumir a marca. Finalmente, no âmbito da quarta hipótese - os filmes de desenhos animados estimulam menos a memória implícita e explícita da criança do que os filmes com pessoas reais - verificou-se que efetivamente o filme com pessoas reais influenciou mais a memória explícita das crianças do que o filme de animação. Ao nível da memória implícita, contudo, não é possível comprovar a hipótese, uma vez que em ambos os filmes não foi comprovada a influência do product placement na escolha da marca a consumir. Neste sentido, a hipótese é parcialmente comprovada. 41 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação CONCLUSÃO Ao longo dos últimos anos, os investigadores que se debruçaram sobre o estudo do product placement reuniram um conjunto de características consideradas capazes de prever a eficácia comunicativa de uma colocação de produto. Na realização da presente investigação, considerou-se a análise da eficácia comunicativa do product placement no âmbito da atitude do consumidor, isto é, da vontade de adquirir a marca. Atendendo como objeto de estudo as crianças entre os 9 e 11 anos, considerou-se a análise da eficácia do product placement no cinema animado e não animado. Foram considerados três eixos de análise: (1) realização de um inquérito aos pais ou indivíduos que convivem com crianças; (2) elaboração de uma investigação experimental com crianças; e (3) entrevista a uma agência especializada na elaboração de product placement. Através da realização de um inquérito por questionário, verificou-se que os respondentes tinham uma opinião maioritariamente negativa sobre o product placement no cinema infantil. Apesar de se mostrarem recetivos à utilização desta prática nos filmes a que eles próprios assistem, quando se falava especificamente de filmes para crianças os níveis de aceitabilidade eram muito menores. Os inquiridos que contactam regularmente com crianças foram os que mais afirmaram o seu desagrado relativamente a esta técnica de marketing, comparativamente aos que não convivem. Foram também os inquiridos mais velhos e com mais habilitações literárias os que se opuseram mais ao product placement no cinema infantil. Finalmente, os filmes de animação foram considerados pela generalidade dos inquiridos como o género cinematográfico mais inaceitável de conter product placement. Mas tomariam os indivíduos que convivem com crianças medidas relativamente ao product placement no cinema infantil? Os dados revelaram que a quase totalidade dos inquiridos que convive com crianças não conversa sobre marcas, nem procura informação sobre a existência de product placement nos filmes infantis. Mais do que isso, praticamente nenhum dos respondentes afirmou já ter proibido as crianças de ver um filme com marcas. Concluiu-se que apesar da perceção negativa que a maioria dos respondentes tem sobre o product placement, a quase totalidade dos inquiridos não toma nenhuma medida que vise prevenir o contacto das crianças com marcas no cinema. Neste sentido, sugere-se que no futuro sejam desenvolvidos mais estudos na área de modo a incorporar uma perspetiva mais qualitativa sobre os resultados do inquérito. A realização de entrevistas aprofundadas com pais, por exemplo, poderia permitir compreender, entre outros aspetos, (1) porque têm os adultos uma perceção tão negativa sobre o product placement; (2) porque consideram o género de animação menos aceitável para conter marcas; (3) o que os leva a não tomarem medidas que impeçam as crianças de ver filmes com product placement, quando têm uma opinião negativa sobre a prática. 42 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Numa segunda fase, considerou-se a realização de uma investigação experimental com um grupo de vinte crianças, de modo a compreender se o product placement influenciaria a sua vontade de consumir o produto alvo de placement. Utilizando uma metodologia semelhante à do estudo de Auty e Lewis (2004). Os dados revelaram que a escolha do produto não foi influenciada pelo facto de terem assistido ao product placement. A influência da recordação e idade sobre a memória implícita, à semelhança do que sucedeu no estudo replicado, também foi refutada. Finalmente, foi possível verificar que os filmes de desenhos animados têm uma menor influência na recordação do que os filmes com pessoas reais. Não se notou, contudo, os mesmos efeitos ao nível da escolha do produto a consumir. Mas então o que falhou na influência do product placement sobre a escolha do produto a consumir? Uma das crianças, quando questionada sobre que bebida gostaria de tomar, apontou para a garrafa de Coca-Cola e disse: “eu prefiro Coca-Cola. Não sei muito bem porquê, mas pronto”. Esta afirmação sugere que na avaliação da eficácia do product placement, é essencial averiguar a força da marca. Os Cheetos e a Coca-Cola foram os produtos favoritos das crianças, independentemente de terem ou não visto o excerto de filme com product placement. Neste sentido, não foi possível demonstrar a influência da colocação de produto. Todavia, não poderia ser este um resultado de uma preferência pelas marcas já estabelecida a priori nas crianças? Seriam as crianças fiéis à marca Coca-Cola e Cheetos? Poderia ser essa a razão que levou a que o product placement não fosse eficaz? Uma das limitações do presente estudo, e à semelhança da própria investigação de Auty e Lewis (2004), foi precisamente a ausência de testes sobre a força da marca. Neste sentido, considera-se essencial que em estudos futuros esta componente seja inserida, de modo a tentar dar resposta a estas questões. Paralelamente, considera-se igualmente pertinente que no âmbito da investigação experimental, seja incorporada uma vertente mais qualitativa. A realização de entrevistas aprofundadas com as crianças poderia permitir compreender as razões por detrás de cada uma das suas escolhas. Porque preferiam elas a Coca-Cola à Pepsi, por exemplo? O que as atraía mais em cada uma das marcas? Por questões de tempo não foi possível inserir uma análise verdadeiramente qualitativa, contudo sugere-se que em futuras investigações se procure atender a ambas as metodologias. Finalmente, a replicação da experiência a uma amostra maior de crianças poderia também revelar resultados mais significativos na análise das hipóteses. Importa realçar que a metodologia aplicada às crianças deve ser considerada como uma importante ferramenta de estudo para investigações futuras. Sem que as crianças se apercebessem, tornou-se possível compreender os efeitos do product placement ao nível da sua memória implícita, isto é, no que diz respeito à sua escolha do produto. Um dos obstáculos que atualmente os investigadores se deparam, e principalmente quando estão a estudar crianças, está relacionado com a dificuldade em compreender se os indivíduos foram efetivamente influenciados pelo placement. Na realização de um estudo que envolva a técnica de entrevista, por exemplo, existe uma tendência para o entrevistado se sentir intimidado e responder aquilo que considera desejável, o que exige um bom treino e preparação do entrevistador. Neste sentido, nem sempre a sua resposta 43 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação traduz a verdade das suas opiniões, comportamentos e atitudes. No contacto com crianças, esta limitação torna-se ainda mais forte. Todavia, o desenho da investigação de Auty e Lewis (2004) permite, sem que as crianças à partida se apercebam, aferir o modo como foram influenciadas pelo product placement. Em terceiro e último lugar, foi realizada uma entrevista à agência Feature This, responsável pela elaboração de product placement no cinema, rádio e televisão. Segundo esta, o product placement não é dirigido ao público infantil, mas pelo contrário tem como objetivo chegar aos adultos que acompanham as crianças na visualização dos filmes. Esta visão considera-se, contudo, um pouco restritiva, uma vez que a audiência infantil apresenta características específicas que não devem ser ignoradas. Conforme McNeal (1999), as crianças são, em primeiro lugar, consumidoras, uma vez que utilizam o dinheiro dos pais ou encarregados de educação para adquirir os produtos que desejam. Em segundo lugar, as crianças influenciam as decisões de consumo dos pais, uma vez que solicitam, sugerem ou exigem a compra de determinadas marcas. Finalmente, não é possível esquecer que as crianças são um mercado futuro. O gosto ou preferência por determinado produto ou serviço na infância pode perdurar até à fase adulta, gerando lucro para a marca a longo prazo. E considerando estas três características, as crianças têm mais potencial enquanto mercado do que qualquer outro grupo demográfico. Contudo, uma vez que apenas foi possível obter uma única resposta, considera-se importante tentar alcançar no futuro mais opiniões sobre esta prática. Após o envio de vários e-mails para agências, marcas e distribuidoras, apenas uma se mostrou disponível para responder. O contacto com estas empresas nem sempre é fácil, uma vez que geralmente se mostram pouco disponíveis para responder a este tipo de questões. Todavia, encontrar o ponto de vista de outras agências responsáveis pela elaboração de product placement, assim como das marcas e distribuidoras cinematográficas que recorram a esta prática, permitirá enriquecer o debate sobre esta temática. Importa ainda referir que deve existir um cuidado específico com o tipo de produtos que são alvo de placement, conforme salientou a agência. Categorias de produtos como o álcool, armas, cigarros e comida fast food levantam questões éticas e morais que não podem ser ignoradas. O product placement no cinema infantil (animado e não animado) ainda revela poucos estudos, principalmente ao nível da determinação da real eficácia da colocação de produto. A tendência para as marcas comunicarem nos filmes infantis, contudo, tem vindo a aumentar. Neste sentido, considera-se essencial que os investigadores, assim como as próprias marcas, continuem a procurar testar e discutir a eficácia comunicativa do product placement. 44 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação BIBLIOGRAFIA Artigos Científicos ACHENREINER, Gwen (1995), “Children’s Reliance on Brand Name Heuristics: A Developmental Investigation” Department of Marketing and Logistics Management. 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LEYENS, J., YZERBYT, V. (2008) Psicologia Social, Lisboa, Edições 70. 50 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação ANEXOS 51 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Anexo 1 – Materiais de apoio à recolha metodológica Imagem nº 1 – Imagem retirada do filme “Sozinho em Casa”, com presença de product placement Disponível em: ( http://notlikethecheese.tumblr.com/post/2337670582 ) Consultado a: 2-12-2011 Imagem nº 2 - Imagem retirada do filme “Gru – O Maldisposto”, com presença de product placement GRUPO A (exposto ao placement) Disponível em: ( http://www.stevenhumour.com/2011/11/07/random-funny-pictures-22-photos-2/thats-a-cheeto/2 ) Consultado a: 2-12-2011 52 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação 1. Já alguma vez viste este filme do Gru – O Maldisposto? 1.1 Se sim, quantas vezes? 2. As crianças pareciam entusiasmadas. Sabes dizer o porquê? 3. Reparaste em alguma marca no filme? 4.1 Se a criança responder não, passar à pergunta 5 4.2 Se a criança responder Cheetos, passar à pergunta 6 4.3 Se a criança responder Gomas de urso, passar à pergunta seguinte 4. A menina mais pequena encontrou alguma coisa no chão. Lembraste do quê? 5. A menina mais pequena gostava que a casa nova fosse feita de algo em particular. Lembraste do quê? 6. Já alguma vez reparaste em produtos nos filmes de desenhos animados que viste? 6.1 Se sim, que produtos? Entrevista nº 1 – Guião de entrevista para as crianças após a exposição ao clip “Gru – O Maldisposto” (Grupo A: exposto ao placement) 1. Já alguma vez viste este filme do Gru – O Maldisposto? 1.2 Se sim, quantas vezes? 2. Lembraste do que estava o Gru a fazer? 3. Já alguma vez reparaste em produtos nos filmes de desenhos animados que viste? 4.1 Se sim, que produtos? Entrevista nº 2 – Guião de entrevista para as crianças após a exposição ao clip “Gru – O Maldisposto” (Grupo B: não exposto ao placement) 53 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação 1. Já alguma vez viste este filme do Sozinho em Casa? 1.1 Se sim, quantas vezes? 2. Lembraste do que é que eles estavam a fazer? 3. O que é que eles estavam a comer e a beber? 4. Reparaste em alguma marca no filme? Em determinado momento, alguém pede ao rapaz mais pequeno para ter calma com o que está a beber. Lembraste do que era? Entrevista nº 3 – Guião de entrevista para as crianças após a exposição ao clip “Sozinho em Casa” (Grupo A: exposto ao placement) 1. Já alguma vez viste este filme do Sozinho em Casa? 1.1 Se sim, quantas vezes? 2. Lembraste do que é que eles estavam a fazer? 3. O que é que eles estavam a comer e a beber? Entrevista nº 4 – Guião de entrevista para as crianças após a exposição ao clip “Sozinho em Casa”” (Grupo B: não exposto ao placement) 54 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Este inquérito enquadra-se num estudo universitário sobre inovação na publicidade. O seu contributo é fundamental, para compreendermos a perspetival do espetador: a sua. Pedimos apenas 15 minutos do seu tempo e a sua sinceridade (não há respostas certas ou erradas). As respostas são voluntárias, confidenciais e anónimas. O estudo está a ser desenvolvido no ISCSP da Universidade Técnica de Lisboa, sob coordenação do Prof. Dra. Raquel Barbosa Ribeiro. Em caso de dúvida ou pedido de esclarecimento, por favor contacte: [email protected]. Muito obrigada! A equipa de investigação, Raquel Barbosa Ribeiro Marta Miranda Vanessa Dias NOTA: Se quiser ter acesso aos resultados do estudo, teremos gosto em enviar-lhos. Bastará que nos deixe o seu contacto, no final (facultativo e confidencial). 55 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação 56 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação 57 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Questionário nº 1 – Inquérito por questionário destinado aos pais, alojado no website kwicksurvey. 58 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação My name is Marta Miranda, I´m a Portuguese student in the degree of Media Studies at Institute of Political and Social Sciences. I am doing a research about the product placement in the cinema of the United States. I believe that when it comes to the discussion of product placement, the point of view of the distributors is neglected, and because of that I would like to make a few questions to (distribuidora). These will only be used to academic purposes only, and won´t take more than 2 minutes to reply. 1. What does (distribuidora) thinks about the product placement in the films for children? 2. In our days, people talk a lot about the product placement in children´s movies, however the animated movies don´t seem to be part of the discussion. What is (distribuidora) opinion about the potential of product placement in animated movies? 3. The communication for children raises some ethical discussion. What does (distribuidora) thinks about that? Yours cordially, Marta Miranda Entrevista nº9 – Guião de entrevista para as distribuidoras norte-americanas. 59 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação My name is Marta Miranda, I´m a Portuguese student in the degree of Media Studies at Institute of Political and Social Sciences. I am doing a research about the product placement in the cinema of the United States. I believe that when it comes to the discussion of product placement, the point of view of the brands is neglected, and because of that I would like to make a few questions. These will only be used to academic purposes only, and won´t take more than 2 minutes to reply. 1. What are the advantages of place brands, services or product in the film industry? 2. Do you believe that those advantages can fit into the children movies? 3. In the movie Caroline (2009), Volkswagen New Beetle is the only product placement in the entire movie. Do you believe that product placement in a children movie can reach the adult audience? And what about the children as future consumers? 4. In our days, we see that product placement predominates in non-animated movies. What is the brand opinion about the product placement in animated movies? 5. (agência) states that the one of the advantages to the brand is the opportunity of millions of viewers become aware the product. Do you believe that the effectiveness of product placement lies in awareness of the brand? 6. The communication for children raises some ethical questions. What is the company perspective about this? Grateful for your time, Yours cordially, Marta Miranda Entrevista nº 10 – Guião de entrevista para as agências responsáveis pela realização de product placement norte-americanas. 60 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação My name is Marta Miranda, I´m a Portuguese student in the degree of Media Studies at Institute of Political and Social Sciences. I am doing a research about the product placement in the cinema of the United States. I believe that when it comes to the discussion of product placement, the point of view of the brands is neglected, and because of that I would like to make a few questions. These will only be used to academic purposes only, and won´t take more than 2 minutes to reply. 1. In the communication for children, what are the reasons that lead the brand to the use of product placement in children movies? 2. In our days, we see that product placement predominates in non-animated movies. What is the brand opinion about the product placement in animated movies? 3. How does the brand measure the effectiveness of a product placement in a movie? 4. How would you classify a product placement has ideal to the brand? 5. The communication for children raises some ethical questions. What is the brand perspective about this? 6. In the movie “Cloudy Caroline”(2009), there is a product placement of Volkswagen new Beetle. This is the only product placement in the entire movie. With what purpose was this communication made? Did you want to communicate the brand to the parents or to the children? Grateful for your time, Yours cordially, Marta Miranda Entrevista nº 11 – Guião de entrevista para as marcas norte-americanas. 61 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Anexo 2 – Apresentação dos resultados da investigação empírica Gráfico nº 1 – Amostra do inquérito por questionário online segundo o género. Género dos inquiridos 41% Feminino Masculino 59% Base – 412 inquiridos. Gráfico nº 2 – Amostra do inquérito por questionário online segundo a idade. Idade dos inquiridos 100,000% 90,000% 80,000% 70,000% 60,000% 50,000% 40,000% 30,000% 20,000% 10,000% ,000% 40,050% 23,540% 25,730% 7,520% 1,210% Até aos 17 18-24 anos 25-34 anos 35-44 anos 45-54 anos 1,700% ,240% 55-64 anos 65 e mais anos Base – 412 inquiridos. 62 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Gráfico nº 3 – Amostra do inquérito por questionário online segundo habilitações literárias. Habilitações literárias dos inquiridos 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 33,250% 30,830% 1,940% ,240% 0% 33,740% Até ao 1º ciclo Até ao 2º ciclo Até ao 3º ciclo Ensino Bacharelato ou Pós-graduação, (4º ano) (6º ano) (9º ano) secundário (12º Licenciatura Mestrado ou ano) Doutoramento Base – 411 inquiridos. Gráfico nº 4 – Amostra do inquérito por questionário online segundo a convivência ou não com crianças. 100% 90% 81% 80% 70% 60% 60% 50% 40% 40% 30% 20% Sim Não 19% 10% 0% Tem filhos até aos 12 anos Convive com crianças até aos 12 anos Base – 411 inquiridos. 63 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Gráfico nº 5 – Inquiridos que convivem com crianças segundo as idades das crianças. Idade das crianças que contactam com os inquiridos 30% 24,300% 25% 20% 23,100% 19% 15% 10% 7,500% 7,300% 9,500% Convive com crianças Tem filhos 5% 0% Até aos 3 anos Dos 4 aos 7 anos Dos 8 anos 12 anos Base – 411 inquiridos. Gráfico nº 6 – Perceção dos inquiridos sobre a afirmação “a inserção de marcas torna o ambiente mais real”. A inserção de marcas torna o ambiente mais real 12% 11% Concordo totalmente 9% Concordo Discordo 26% 42% Discordo totalmente NS/NR Base: 298 inquiridos 64 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Gráfico nº 7: Total de inquiridos segundo a sua perceção sobre a frase: “prefiro ver marcas nos filmes do que noutras formas tradicionais de publicidade” Prefiro ver marcas nos filmes do que outras formas tradicionais de publicidade 18% 6% 15% Concordo totalmente Concordo Discordo 24% Discordo totalmente 37% NS/NR Base: 304 inquiridos Gráfico nº 8: Total de inquiridos segundo a sua opinião sobre se preferiam que não aparecessem marcas nos filmes. Preferia que não aparecessem marcas nos filmes 16% 21% Concordo totalmente Concordo 16% 12% Discordo Discordo totalmente NS/NR 35% Base: 305 inquiridos 65 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Gráfico nº 9: Total de inquiridos segundo a sua opinião sobre se consideram que a presença de marcas tem uma função mais informativa do que persuasiva. A presença de marcas é mais informativa do que persuasiva 4% 19% Concordo totalmente 31% Concordo Discordo 12% Discordo totalmente NS/NR 34% Base: 304 inquiridos Gráfico nº 10: Total de inquiridos segundo a sua opinião sobre se aceitam melhor a presença de marcas em filmes quando estas fazem sentido com a história. Product placement não me incomoda se fizer sentido na história 4% 6% 7% Concordo totalmente 32% Concordo Discordo Discordo totalmente NS/NR 51% Base: 305 inquiridos 66 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Gráfico nº 11: Total de inquiridos segundo a sua opinião sobre se consideram que a presença de marcas em filmes é moralmente errada. Product placement é moralmente errado 13% 5% Concordo totalmente 16% Concordo 18% Discordo Discordo totalmente NS/NR 48% Base: 305 inquiridos Gráfico nº 12: Total de inquiridos segundo a sua opinião sobre se costumam reparar na presença de marcas nos filmes. Não reparo no product placement 4% 8% 16% Concordo totalmente Concordo 29% Discordo Discordo totalmente NS/NR 43% Base: 305 inquiridos 67 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Gráfico nº 13: Total de inquiridos segundo a sua opinião sobre se recordam mais um product placement do que outras formas de publicidade. Recordo mais uma marca que vi num filme 2% 14% Concordo totalmente 18% Concordo 21% Discordo Discordo totalmente NS/NR 45% Gráfico nº 14: Total de inquiridos segundo a sua opinião sobre se já sentiram vontade de adquirir um produto alvo de product placement. Já me apeteceu comprar um produto que vi num filme 9% 8% Concordo totalmente Concordo 19% 38% Discordo Discordo totalmente NS/NR 26% Base: 305 inquiridos 68 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Gráfico nº 15: Total de inquiridos segundo a sua opinião sobre se têm mais tendência para querer experimentar um produto se o viram a ser utilizado por um(a) ator/atriz de que gostam Influência do ator/atriz 3% 7% 21% Concordo totalmente Concordo 28% Discordo Discordo totalmente NS/NR 41% Base: 305 inquiridos Gráfico nº 16: Aceitabilidade do product placement segundo o tipo de produto 100% 90% 80% 70% 60% 50% NS/NR 40% Totalmente aceitáveis 30% Aceitáveis 20% Inaceitáveis 10% Totalmente inaceitáveis 0% 69 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Base: 300 inquiridos Gráfico nº 17: Opinião dos inquiridos que convivem e não convivem com crianças relativamente à frase “as crianças são facilmente manipuladas pelas marcas nos filmes” 100% 6% 9% 2% 90% 9% 80% 70% 45% 60% NS/NR 47% Discordo totalmente 50% 40% Discordo 30% Concordo 44% 20% Concordo totalmente 36% 10% 0% Convive com crianças Não convive com crianças Base: 261 inquiridos Gráfico nº 18: Opinião dos inquiridos que convivem com crianças relativamente à frase “as crianças são facilmente manipuladas pelas marcas nos filmes” segundo o género. 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 42% 53% 47% 52% NS/NR Discordo totalmente Discordo 41% Feminino 38% Masculino Contacta com crianças Concordo 30% 33% Feminino Masculino Concordo totalmente Não contacta com crianças Base: 261 inquiridos 70 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Gráfico nº 19: Opinião dos inquiridos relativamente à frase “as crianças são facilmente manipuladas pelas marcas nos filmes” segundo o ter filhos ou conviver regularmente com crianças. 100% 90% 98% 87% 80% 70% 60% Tem filhos 50% Contacta com crianças regularmente 40% 30% 20% 13% 10% 2% 0% Concorda Discorda Base: 243 inquiridos 71 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Tabela nº 1: Teste qui-quadrado que comprova a existência de uma relação de dependência entre o facto dos inquiridos terem filhos e considerarem que o product placement manipula as crianças. Crosstab manipulam Concordo Temfilhosatéaos12anos Sim Count 1 53 47,8 5,2 53,0 Adjusted Residual 2,2 -2,2 Count 167 23 190 171,2 18,8 190,0 Adjusted Residual -2,2 2,2 Count 219 24 243 219,0 24,0 243,0 Expected Count Total Total 52 Expected Count Não Discordo Expected Count Chi-Square Tests Value Pearson Chi-Square Continuity Correction Likelihood Ratio Exact Sig. (2- Exact Sig. (1- sided) sided) sided) a 1 ,027 3,781 1 ,052 6,520 1 ,011 4,861 b df Asymp. Sig. (2- Fisher's Exact Test Linear-by-Linear ,034 4,841 1 ,017 ,028 Association N of Valid Cases 243 a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 5,23. b. Computed only for a 2x2 table 72 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Gráfico nº 20: Opinião dos inquiridos que convivem e não convivem com crianças relativamente à frase “a presença de marcas em filmes direcionados para as crianças torna-as consumistas” 100% 90% 17% 7% 3% 80% 2% 18% 70% 16% NS/NR 60% 50% 33% Discordo totalmente 49% 40% Discordo 30% Concordo 20% Concordo totalmente 32% 10% 23% 0% Convive com crianças Não convive com crianças Base: 261 inquiridos Gráfico nº 21: Opinião dos inquiridos que convivem com crianças relativamente à frase “a presença de marcas em filmes direcionados para as crianças torna-as consumistas” segundo a idade 100% 90% 80% 9% 24% 18% 23% 70% 60% 37% 50% 40% 9% NS/NR 52% 50% 72% 30% Discordo Concordo 20% 10% Discordo totalmente 41% 52% 32% 29% 14% 23% 26% Concordo totalmente 0% Até aos 24 anos 25-44 45 e mais Até aos anos anos 24 anos Convive com crianças 25-44 45 e mais anos anos Não convive com crianças Base: 261 inquiridos 73 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Gráfico nº 22: Opinião dos inquiridos que convivem com crianças relativamente à frase “as crianças são facilmente manipuladas pelas marcas nos filmes” segundo a idade. 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 38% 48% 38% 42% 32% NS/NR 56% 42% Até aos 24-44 24 anos anos 57% 57% 47% Discordo totalmente Discordo 20% 15% Concordo 45 e Até aos 24-44 mais 24 anos anos anos 45 e mais anos Concordo totalmente Convive com crianças Não convive com crianças Base: 261 inquiridos 74 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Tabela nº 2: Teste qui-quadrado que comprova a existência de uma relação de dependência entre a idade dos inquiridos e o facto de estes acharem que o product placement manipula as crianças. Crosstab manipulam Concordo Idade2 Até aos 24 25-44 Count 19 93 Expected Count 83,8 9,2 93,0 Adjusted Residual -4,3 4,3 Count 120 4 124 111,8 12,2 124,0 Adjusted Residual 3,5 -3,5 Count 25 1 26 23,4 2,6 26,0 Adjusted Residual 1,1 -1,1 Count 219 24 243 219,0 24,0 243,0 Expected Count Total Total 74 Expected Count 45 e mais anos Discordo Expected Count Chi-Square Tests Asymp. Sig. (2Value df sided) a 2 ,000 Likelihood Ratio 18,676 2 ,000 Linear-by-Linear 14,420 1 ,000 Pearson Chi-Square 18,861 Association N of Valid Cases 243 a. 1 cells (16,7%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 2,57. 75 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Gráfico nº 23: Opinião dos inquiridos que convivem ou não com crianças relativamente à frase “o product placement é inofensivo para as crianças”. 100% 4% 5% 43% 36% 90% 80% 70% NS/NR 60% Discordo totalmente 50% Discordo 40% 30% 41% 37% Concordo Concordo totalmente 20% 10% 16% 16% Convive Não convive 0% Base: 261 inquiridos Gráfico nº 24: Opinião dos inquiridos que convivem ou não com crianças relativamente à frase “o product placement é inofensivo para as crianças”. 100% 90% 7% 7% 66% 71% 6% 80% 70% 60% 50% 90% 40% Discordo 30% Concordo 20% 10% NS/NR 27% 22% 4% 0% Até ao ensino secundário (12ºano) Bacharelato ou Licenciatura Pós-graduação, Mestrado, Doutoramento Base: 261 inquiridos 76 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Tabela nº 3: Teste qui-quadrado que comprova a existência de uma relação de dependência entre as habilitações literárias dos inquiridos e o facto de acharem o product placement inofensivo para as crianças. Crosstab inofensivas Concordo Habilitações2 Até ao ensino secundário Count (12ºano) Expected Count Bacharelato ou Licenciatura Discordo Total 22 54 76 14,4 61,6 76,0 Adjusted Residual 2,7 -2,7 Count 20 64 84 15,9 68,1 84,0 1,4 -1,4 4 79 83 83,0 Expected Count Adjusted Residual Pós-graduação, Mestrado, Count Doutoramente Expected Count 15,7 67,3 Adjusted Residual -4,0 4,0 46 197 243 46,0 197,0 243,0 Total Count Expected Count Chi-Square Tests Asymp. Sig. (2Value df sided) a 2 ,000 Likelihood Ratio 20,080 2 ,000 Linear-by-Linear 15,261 1 ,000 Pearson Chi-Square 17,041 Association N of Valid Cases 243 a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 14,39. 77 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Gráfico nº 25: Opinião dos inquiridos que convivem e não convivem com crianças relativamente à frase “não há diferença entre as crianças que veem um filme com marcas e as que vão passear ao centro comercial” 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Convive com crianças Não convive com crianças Base: 261 inquiridos Gráfico nº 26: Opinião dos inquiridos que convivem e não convivem com crianças relativamente à frase “não há diferença entre as crianças que veem um filme com marcas e as que vão passear ao centro comercial” segundo o sexo 100% 90% 80% 9% 11% 70% 19% 15% NS/NR 60% 50% 45% 40% 52% 39% 53% Discordo 30% 20% Concordo 22% 10% 0% Discordo totalmente 7% Feminino 24% 2% Masculino Convive com crianças 13% 4% Feminino 27% Concordo totalmente 3% Masculino Não convive com crianças Base: 261 inquiridos 78 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Gráfico nº 27: Inquiridos que convivem ou não com crianças segundo a sua opinião sobre a presença de marcas no género de animação 100% 90% 14% 16% 53% 54% 80% 70% 60% 50% NS/NR 40% Marcas não são aceitáveis 30% Marcas são aceitáveis 20% 10% 33% 30% Sim Não 0% Convive com crianças Base: 303 inquiridos Gráfico nº 28: Opinião da presença de product placement no género de animação segundo as habilitações literárias 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Convive com crianças Pós-graduação, Mestrado,… Bacharelato ou Licenciatura Ensino secundário Pós-graduação, Mestrado,… Bacharelato ou Licenciatura Ensino secundário NS/NR Marcas não são aceitáveis Marcas são aceitáveis Não convive com crianças Base: 303 inquiridos 79 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Gráfico nº 28: Opinião sobre o carácter menos intrusivo do product placement no cinema de animação segundo o ter filhos com contactar regularmente com crianças. 100% 90% 80% 70% 60% Tem filhos 50% Contacta com crianças regularmente 40% 30% 20% 10% 0% Concorda Discorda Base: 216 inquiridos 80 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Tabela nº 4: Teste qui-quadrado que comprova a existência de uma relação de dependência entre o facto de os inquiridos terem filhos e considerarem que o product placement é menos intrusivo nos filmes de animação. Crosstab animaçãomenosintrusivo Concordo Temfilhosatéaos12anos Sim Count 44 47 7,4 39,6 47,0 -2,0 2,0 31 138 169 26,6 142,4 169,0 Adjusted Residual 2,0 -2,0 Count 34 182 216 34,0 182,0 216,0 Adjusted Residual Count Expected Count Total Total 3 Expected Count Não Discordo Expected Count Chi-Square Tests Value Pearson Chi-Square Continuity Correction Likelihood Ratio Exact Sig. (2- Exact Sig. (1- sided) sided) sided) a 1 ,046 3,116 1 ,078 4,679 1 ,031 3,966 b df Asymp. Sig. (2- Fisher's Exact Test Linear-by-Linear ,068 3,948 1 ,032 ,047 Association N of Valid Cases 216 a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 7,40. b. Computed only for a 2x2 table 81 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Gráfico nº 29: Opinião da presença de product placement no género de animação segundo a idade 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% NS/NR 31% Marcas não são aceitáveis 37% 20% Marcas são aceitáveis Até 25-44 45 e Até 25-44 45 e aos 24 anos mais aos 24 anos mais anos anos anos anos Convive com crianças Não convive com crianças Base: 303 inquiridos Gráfico nº 30: Opinião da presença de product placement no género de animação segundo o género 100% 90% 80% 70% 60% 53% 59% 53% 46% 50% NS/NR 40% Marcas não são aceitáveis 30% Marcas são aceitáveis 20% 10% 32% 29% Feminino Masculino 37% 31% Feminino Masculino 0% Contacta com crianças Não contacta com crianças Base: 303 inquiridos 82 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Gráfico nº 31: Inquiridos que convivem ou não com crianças segundo a sua opinião sobre se consideram que a inserção de marcas nos filmes torna o ambiente mais real. 100% 90% 80% 70% 11% 9% 14% 10% 25% 60% 26% Discordo totalmente 50% 40% 30% Discordo 42% 42% 20% 10% 0% NS/NR Concordo Concordo totalmente 13% 8% Sim Não Convive com crianças Base: 298 inquiridos Gráfico nº 32: Inquiridos que convivem ou não com crianças segundo a sua opinião sobre se preferem ver marcas nos filmes do que noutras formas tradicionais de publicidade 100% 90% 17% 21% 25% 22% 80% 70% 60% NS/NR 50% Discordo totalmente 40% 39% 33% 30% Discordo Concordo 20% 10% 13% 18% 0% 6% 6% Sim Não Concordo totalmente Convive com crianças Base: 304 inquiridos 83 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Tabela nº 5: Teste qui-quadrado que comprova a existência de uma relação de dependência entre o facto dos inquiridos acharem o product placement nos filmes de animação menos intrusivo e preferirem a colocação de produto a outras formas de publicidade. Crosstab Prefere product placement Concordo animaçãomenosintrusivo Concordo Discordo Total Discordo Total Count 12 17 29 Expected Count 7,8 21,2 29,0 Adjusted Residual 1,9 -1,9 Count 37 117 154 Expected Count 41,2 112,8 154,0 Adjusted Residual -1,9 1,9 49 134 183 49,0 134,0 183,0 Count Expected Count Chi-Square Tests Value Pearson Chi-Square Continuity Correction Likelihood Ratio Exact Sig. (2- Exact Sig. (1- sided) sided) sided) a 1 ,053 2,915 1 ,088 3,492 1 ,062 3,748 b df Asymp. Sig. (2- Fisher's Exact Test Linear-by-Linear ,067 3,728 1 ,047 ,054 Association N of Valid Cases 183 a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 7,77. b. Computed only for a 2x2 table 84 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Gráfico nº 33: Inquiridos que convivem ou não com crianças segundo a sua opinião sobre se preferiam que não aparecessem marcas nos filmes. 100% 90% 80% 70% 19% 25% 11% 13% 60% 50% 35% 30% 20% 10% Discordo totalmente 37% 40% 20% NS/NR Discordo Concordo 10% 15% 15% Sim Não Concordo totalmente 0% Convive com crianças Base: 305 inquiridos Gráfico nº 34: Inquiridos que convivem ou não com crianças segundo a sua opinião sobre se consideram que a presença de marcas tem uma função mais informativa do que persuasiva. 100% 90% 80% 70% 18% 21% 12% 11% NS/NR 60% 50% 36% 32% Discordo totalmente 40% Discordo 30% Concordo 20% 31% 32% 3% Sim 4% Concordo totalmente 10% 0% Não Convive com crianças Base: 304 inquiridos 85 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Tabela nº 6: Teste qui-quadrado que comprova a existência de uma relação de dependência entre o facto dos inquiridos acharem que o product placement torna as crianças consumistas e preferirem que a colocação de produto não existisse. Crosstab Preferia product placement não existisse Concordo consumistas Concordo Count 83 150 58,7 91,3 150,0 3,0 -3,0 7 32 39 Expected Count 15,3 23,7 39,0 Adjusted Residual -3,0 3,0 74 115 189 74,0 115,0 189,0 Adjusted Residual Count Total Total 67 Expected Count Discordo Discordo Count Expected Count Chi-Square Tests Value Pearson Chi-Square Continuity Correction Likelihood Ratio Exact Sig. (2- Exact Sig. (1- sided) sided) sided) a 1 ,002 8,187 1 ,004 10,102 1 ,001 9,275 b df Asymp. Sig. (2- Fisher's Exact Test Linear-by-Linear ,003 9,226 1 ,002 ,002 Association N of Valid Cases 189 a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 15,27. b. Computed only for a 2x2 table 86 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Tabela nº 7: Teste qui-quadrado que comprova a existência de uma relação de dependência entre o facto dos inquiridos acharem o product placement nos filmes de animação menos intrusivo e preferirem que a colocação de produto não existisse. osstab Preferiaproduct placementnaoexistisse Concordo animaçãomenosintrusivo Concordo Discordo Count Total 5 24 29 Expected Count 11,5 17,5 29,0 Adjusted Residual -2,7 2,7 65 82 147 58,5 88,5 147,0 Adjusted Residual 2,7 -2,7 Count 70 106 176 70,0 106,0 176,0 Count Expected Count Total Discordo Expected Count Chi-Square Tests Asymp. Sig. (2Value df sided) a 16 ,001 Likelihood Ratio 38,308 16 ,001 Linear-by-Linear ,278 1 ,598 Pearson Chi-Square 39,478 Association N of Valid Cases 259 a. 9 cells (36,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is ,69. 87 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Tabela nº 8: Teste qui-quadrado que comprova a existência de uma relação de dependência entre o facto dos inquiridos acharem o product placement inofensivo para as crianças e preferirem que não existisse. Crosstab Preferiaproductplacement naoexistisse Concordo inofensivas Concordo Discordo Count Total 6 29 35 Expected Count 13,7 21,3 35,0 Adjusted Residual -2,9 2,9 70 89 159 62,3 96,7 159,0 Adjusted Residual 2,9 -2,9 Count 76 118 194 76,0 118,0 194,0 Count Expected Count Total Discordo Expected Count Chi-Square Tests Value Pearson Chi-Square Continuity Correction Likelihood Ratio Exact Sig. (2- Exact Sig. (1- sided) sided) sided) a 1 ,003 7,608 1 ,006 9,561 1 ,002 8,700 b df Asymp. Sig. (2- Fisher's Exact Test Linear-by-Linear ,004 8,655 1 ,002 ,003 Association N of Valid Cases 194 a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 13,71. b. Computed only for a 2x2 table 88 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Gráfico nº 35: Inquiridos que convivem ou não com crianças segundo a sua opinião sobre se aceitam melhor a presença de marcas em filmes quando estas fazem sentido com a história. 100% 90% 7% 6% 80% 70% 60% 55% 50% NS/NR 45% Discordo totalmente 40% Discordo 30% Concordo 20% 10% 31% 34% Sim Não Concordo totalmente 0% Convive com crianças Base: 305 inquiridos Gráfico nº 36: Inquiridos que convivem ou não com crianças segundo a sua opinião sobre se consideram que a presença de marcas em filmes é moralmente errada. 100% 90% 80% 11% 19% 70% 16% 17% NS/NR 60% 50% 40% 48% Discordo totalmente 47% 30% Concordo 20% 10% 0% Discordo 17% 15% 5% 5% Sim Não Concordo totalmente Convive com crianças Base: 305 inquiridos 89 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Gráfico nº 37: Inquiridos que convivem ou não com crianças segundo a sua opinião sobre se costumam reparar na presença de marcas nos filmes. 100% 90% 80% 3% 14% 6% 17% 70% 60% 50% NS/NR 44% 42% Discordo totalmente 40% Discordo 30% 20% 27% 31% 8% 8% Sim Não Concordo Concordo totalmente 10% 0% Convive com crianças Base: 305 inquiridos Gráfico nº 38: Opinião dos inquiridos sobre se costumam reparar na presença de marcas nos filmes segundo as suas habilitações literárias. 100% 90% 7% 3% 4% 80% 70% 60% 45% 53% 70% 50% NS/NR 40% Discordo 30% 20% 51% 40% Concordo 27% 10% 0% Até ao ensino secundário (12ºano) Bacharelato ou Licenciatura Pós-graduação, Mestrado, Doutoramento Base: 305 inquiridos 90 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Tabela nº 9: Teste qui-quadrado que comprova a existência de uma relação de dependência entre o facto de os inquiridos acharem que o product placement nos filmes de animação é menos intrusivo e considerarem a prática moralmente errada animaçãomenosintrusivo * moralmenteerrado Crosstabulation moralmenteerrado Concordo animaçãomenosintrusivo Concordo Count 29 32 7,8 24,2 32,0 Residual -4,8 4,8 Adjusted Residual -2,2 2,2 44 117 161 39,2 121,8 161,0 Residual 4,8 -4,8 Adjusted Residual 2,2 -2,2 Count 47 146 193 47,0 146,0 193,0 Count Expected Count Total Total 3 Expected Count Discordo Discordo Expected Count Chi-Square Tests Value Pearson Chi-Square Continuity Correction Likelihood Ratio Exact Sig. (2- Exact Sig. (1- sided) sided) sided) a 1 ,031 3,747 1 ,053 5,504 1 ,019 4,671 b df Asymp. Sig. (2- Fisher's Exact Test Linear-by-Linear ,040 4,647 1 ,021 ,031 Association N of Valid Cases 193 a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 7,79. b. Computed only for a 2x2 table 91 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Gráfico nº 39: Inquiridos que convivem ou não com crianças segundo a sua opinião sobre se já sentiram vontade de adquirir um produto alvo de product placement. 100% 90% 80% 8% 10% 14% 25% 70% 60% 25% NS/NR 28% 50% 40% 30% Discordo 44% 20% 30% 10% 0% Discordo totalmente 7% 9% Sim Não Concordo Concordo totalmente Convive com crianças Base: 305 inquiridos 92 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Tabela nº 10: Teste qui-quadrado que comprova a existência de uma relação de dependência entre o facto dos inquiridos acharem o product placement inofensivo para as crianças e recordarem mais o product placement do que outras formas de publicidade. Crosstab Recordamaisproductplac ement Concordo inofensivas Concordo Discordo Total Discordo Total Count 14 26 40 Expected Count 9,0 31,0 40,0 Adjusted Residual 2,1 -2,1 Count 34 139 173 Expected Count 39,0 134,0 173,0 Adjusted Residual -2,1 2,1 48 165 213 48,0 165,0 213,0 Count Expected Count Chi-Square Tests Value Pearson Chi-Square Continuity Correction Likelihood Ratio Exact Sig. (2- Exact Sig. (1- sided) sided) sided) a 1 ,036 3,548 1 ,060 4,055 1 ,044 4,383 b df Asymp. Sig. (2- Fisher's Exact Test Linear-by-Linear ,057 4,363 1 ,033 ,037 Association N of Valid Cases 213 a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 9,01. b. Computed only for a 2x2 table 93 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Gráfico nº 40: Inquiridos que convivem ou não com crianças segundo a sua opinião sobre se têm mais tendência para querer experimentar um produto se o viram a ser utilizado por um(a) ator/atriz de que gostam 100% 90% 80% 27% 70% 31% NS/NR 60% 50% 40% Discordo totalmente 44% 36% 30% Concordo 20% 10% Discordo 21% 21% Sim Não Concordo totalmente 0% Convive com crianças Base: 305 inquiridos 94 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Tabela nº 11: Teste qui-quadrado que comprova a existência de uma relação de dependência entre o facto de os inquiridos conviverem com crianças e já terem desejado adquirir um produto alvo de product placement. Crosstab jaquiscomprar Concordo Temfilhosouconvivecomcria Sim Count nçasatéaos12anos Total Total 95 74 169 85,4 83,6 169,0 Adjusted Residual 2,4 -2,4 Count 45 63 108 Expected Count 54,6 53,4 108,0 Adjusted Residual -2,4 2,4 Count 140 137 277 140,0 137,0 277,0 Expected Count Não Discordo Expected Count Chi-Square Tests Value Pearson Chi-Square Continuity Correction Likelihood Ratio Exact Sig. (2- Exact Sig. (1- sided) sided) sided) a 1 ,018 5,011 1 ,025 5,598 1 ,018 5,578 b df Asymp. Sig. (2- Fisher's Exact Test Linear-by-Linear ,020 5,557 1 ,013 ,018 Association N of Valid Cases 277 a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 53,42. b. Computed only for a 2x2 table 95 Gráfico nº 41: Aceitabilidade do product placement segundo o tipo de produto de acordo com a convivência ou não com crianças. 100% 90% 80% 70% 60% NS/NR 50% Totalmente aceitáveis NS/NR 40% Aceitáveis Inaceitáveis 30% 20% 10% Álcool Armas Não Convive Convive Não Convive Convive Não Convive Convive Não Convive Convive Não Convive Convive Não Convive Convive Não Convive Convive Não Convive Convive Não Convive Convive Não Convive Convive Não Convive Convive Não Convive Convive Não convive Convive 0% CigarrosÓculos de solFast FoodTelemóveisPerfumes Computadores Alimentos saudáveis Roupa Brinquedos Automóveis Viagens e turismo Base: 300 inquiridos Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Gráfico nº 42: Aceitabilidade do product placement segundo o tipo de produto de acordo com o sexo dos inquiridos. NS/NR Totalmente aceitáveis Aceitáveis Inaceitáveis Álcool Armas Cigarros Óculos de sol Fast Food Telemóveis Perfumes Computadores Alimentos saudáveis Roupa Brinquedos Automóveis Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino Totalmente inaceitáveis Viagens e turismo 97 Tabela nº 43: Inquiridos que já terem deixado de ver um filme com product placement segundo a idade. 100% 5% 6% 94% 89% 13% 90% 80% 70% 60% 50% NS/NR 77% 40% Sim 30% 20% 10% 0% Não 1% Até aos 24 5% 10% 25-44 45 e mais anos Base: 305 inquiridos Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Tabela nº 12: Teste qui-quadrado que comprova a existência de uma relação de dependência entre a idade dos inquiridos e o facto de já terem deixado de ver um filme com product placement. Crosstab jadeixoudever Concordo Idade2 Até aos 24 Count 118 119 5,0 114,0 119,0 -2,4 2,4 8 132 140 Expected Count 5,9 134,1 140,0 Adjusted Residual 1,3 -1,3 3 24 27 Expected Count 1,1 25,9 27,0 Adjusted Residual 1,9 -1,9 Count 12 274 286 12,0 274,0 286,0 Adjusted Residual 45 e mais anos Total Total 1 Expected Count 25-44 Discordo Count Count Expected Count Chi-Square Tests Asymp. Sig. (2Value df sided) a 2 ,029 Likelihood Ratio 7,234 2 ,027 Linear-by-Linear 3,221 1 ,073 Pearson Chi-Square 7,094 Association N of Valid Cases 286 a. 3 cells (50,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 3,86. 99 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Tabela nº 44: Resposta sobre se já deixaram de gostar de uma marca por causa de product placement segundo as habilitações literárias dos inquiridos. 100% 90% 7% 7% 81% 86% 9% 80% 70% 60% 50% 74% NS/NR 40% Discordo 30% Concordo 20% 10% 12% 7% Até ao ensino secundário (12ºano) Bacharelato ou Licenciatura 0% 17% Pós-graduação, Mestrado, Doutoramento Base: 305 inquiridos Tabela nº 13: Teste qui-quadrado que comprova a existência de uma relação de dependência entre as habilitações literárias dos inquiridos e o facto de já terem deixado de gostar de uma marca alvo de product placement. Crosstab jadeixoudegostardemarca Concordo Habilitações2 Até ao ensino secundário Count (12ºano) Expected Count Bacharelato ou Licenciatura Total Discordo Total 12 78 90 11,5 78,5 90,0 Adjusted Residual ,2 -,2 Count 7 93 100 Expected Count 12,8 87,2 100,0 Adjusted Residual -2,2 2,2 17 74 91 11,7 79,3 91,0 Adjusted Residual 2,0 -2,0 Count 36 245 281 36,0 245,0 281,0 Pós-graduação, Mestrado, Count Doutoramente Expected Count Expected Count 100 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Chi-Square Tests Asymp. Sig. (2Value df sided) a 2 ,054 Likelihood Ratio 6,071 2 ,048 Linear-by-Linear 1,170 1 ,279 Pearson Chi-Square 5,852 Association N of Valid Cases 281 a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 11,53. Gráfico nº 45: Resposta sobre se já deixaram de ver um filme por causa de product placement segundo as habilitações literárias dos inquiridos. 100% 5% 6% 90% 80% 70% 60% 50% 92% 86% 99% 40% Discordo 30% Concordo 20% 10% 0% NS/NR 3% Até ao ensino secundário (12ºano) 1% Bacharelato ou Licenciatura 8% Pós-graduação, Mestrado, Doutoramento Base: 305 inquiridos 101 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Tabela nº 14: Teste qui-quadrado que comprova a existência de uma relação de dependência entre as habilitações literárias dos inquiridos e o facto de já terem deixado de ver um filme com product placement. Crosstab jadeixoudever Concordo Habilitações2 Até ao ensino secundário Count (12ºano) Bacharelato ou Licenciatura Discordo Total 3 89 92 Expected Count 3,9 88,1 92,0 Adjusted Residual -,5 ,5 1 99 100 4,2 95,8 100,0 -2,0 2,0 8 86 94 94,0 Count Expected Count Adjusted Residual Pós-graduação, Mestrado, Count Doutoramente Expected Count 3,9 90,1 Adjusted Residual 2,5 -2,5 Count 12 274 286 12,0 274,0 286,0 Total Expected Count Chi-Square Tests Asymp. Sig. (2Value df sided) a 2 ,029 Likelihood Ratio 7,234 2 ,027 Linear-by-Linear 3,221 1 ,073 Pearson Chi-Square 7,094 Association N of Valid Cases 286 a. 3 cells (50,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 3,86. 102 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Gráfico nº 46: Inquiridos que convivem com crianças segundo o facto de falarem ou não com este público sobre marcas. 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 86% 41% 37% 22% 36% 39% 29% 32% 18% 14% Fala sobre marcas 46% Dos 8 aos 12 anos Dos 4 aos 7 anos Até aos 3 anos Não fala sobre marcas Tem filhos Fala sobre marcas Não fala sobre marcas Convive com crianças Base: 124 inquiridos 103 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Tabela nº 15: Teste qui-quadrado que comprova a existência de uma relação de dependência entre o facto dos inquiridos falarem com as crianças sobre marcas e estas falarem também o fazerem. Crosstab Criançasfalamsobremarcas Sim Falacomcriançassobremarc Sim as Não Total Não Total Count 10 3 13 Expected Count 5,6 7,4 13,0 Adjusted Residual 2,6 -2,6 Count 43 68 111 Expected Count 47,4 63,6 111,0 Adjusted Residual -2,6 2,6 53 71 124 53,0 71,0 124,0 Count Expected Count Chi-Square Tests Value Pearson Chi-Square Continuity Correction Likelihood Ratio Exact Sig. (2- Exact Sig. (1- sided) sided) sided) a 1 ,008 5,461 1 ,019 7,034 1 ,008 6,933 b df Asymp. Sig. (2- Fisher's Exact Test Linear-by-Linear ,015 6,877 1 ,010 ,009 Association N of Valid Cases 124 a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 5,56. b. Computed only for a 2x2 table 104 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Gráfico nº 47: Inquiridos que convivem com crianças ou têm filhos segundo o facto de já terem ou não proibido as crianças de verem um filme com product placement 100% 90% 80% 70% 60% 50% 95% 100% Não Sim 40% 30% 20% 10% 0% 5% Tem filhos 0% Convive com crianças Base: 124 inquiridos 105 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Anexo 3 – Apresentação dos resultados da investigação experimental com as crianças Gráfico nº 48: Identificação das marcas (Grupo A) 100% 90% 80% 70% 60% Não 50% Sim 40% 70% 30% 20% 10% 10% 0% Cheetos Pepsi Base: 10 inquiridos Tabela nº 16: Identificação do produto no filme “Gru – O Maldisposto” por parte das crianças que não reconheceram a marca (grupo A) IdentificaProduto Cumulative Frequency Valid Missing Total Percent Valid Percent Percent Sim 4 40,0 44,4 44,4 Não 5 50,0 55,6 100,0 Total 9 90,0 100,0 System 1 10,0 10 100,0 Base: 9 inquiridos 106 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Gráfico nº 49: Identificação do produto no filme “Gru – O Maldisposto” segundo o produto posteriormente consumido (grupo A) 100% 90% 80% 70% 60% 50% Não 40% Sim 30% 56% 20% 10% 0% 0% Ruffle Cheetos Produto consumido Base: 10 inquiridos Gráfico nº 50: Escolha da marca de batatas fritas (grupo A e B) 100% 90% 90% 80% 70% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 20% 10% 10% 0% Cheetos Ruffle Cheetos Grupo A Ruffle Grupo B Base: 20 inquiridos 107 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Gráfico nº 51: Identificação do produto no filme “Sozinho em casa” segundo o produto posteriormente consumido (grupo A) 100% 0% 90% 25% 80% 50% 70% 60% 50% Não 40% Sim 30% 50% 20% 10% 0% Pepsi Coca-cola Não quis Produto consumido Base: 10 inquiridos Gráfico nº 52: Escolha da marca de refrigerantes (grupo A e B) 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 40% 40% 20% 40% 40% Coca-cola Não quis 20% 0% Pepsi Coca-cola Não quis Pepsi Grupo A Grupo B Base: 20 inquiridos 108 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Gráfico nº 53: Identificação dos placements (Cheetos e Pepsi) segundo a idade das crianças 100% 90% 14% 80% 14% 20% 20% 40% 40% 70% 60% 29% 11 anos 50% 10 anos 40% 9 anos 30% 20% 20% 43% 8 anos 7 anos 10% 0% Sim Não Sim Identifica Pepsi Não Identifica Cheetos Base: 10 inquiridos Gráfico nº 54: Identificação dos placements (Cheetos e Pepsi) segundo o facto de já terem ou não visto o filme antes. 100% 90% 86% 80% 75% 80% 70% 60% 60% 50% 40% Já tinha visto o filme 40% 30% 20% 20% 25% Nunca tinha visto o filme 14% 10% 0% Sim Não Sim Identifica Cheetos Não Identifica Pepsi Base: 10 inquiridos 109 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Tabela nº 17: Teste qui-quadrado que comprova a existência de uma relação de dependência entre a visualização do filme “Sozinho em Casa” e o reconhecimento da marca Pepsi. Chi-Square Tests Value Pearson Chi-Square Continuity Correction df Likelihood Ratio Exact Sig. (2- Exact Sig. (1- sided) sided) sided) a 1 ,011 3,353 1 ,067 7,719 1 ,005 6,429 b Asymp. Sig. (2- Fisher's Exact Test Linear-by-Linear ,033 5,786 1 ,033 ,016 Association N of Valid Cases 10 a. 4 cells (100,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 1,20. b. Computed only for a 2x2 table Base: 10 inquiridos 110 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas 3º Ano - Ciências da Comunicação Anexo 4 – Entrevista à agência Feature This Entrevista nº 12: Resposta à entrevista via e-mail à agência de product placement Feature This 1. What are the advantages of place brands, services or product in the film industry? A. When a brand positions themselves in a feature film they get an applied endorsement by their favorite celebrity B. In most cases it is a barter ( so coke will give 20 cases in exchange for the exposure C. Its forever… think about how many people first heard of Macy’s from “Miracle on 34 st” th 2. Do you believe that those advantages can fit into the children movies? Not really Branded entertainment has more of a focus on MOM the buying power ( in most cases) 3. In the movie Caroline (2009), Volkwagen New Beetle is the only product placement in the entire movie. Do you believe that product placement in a children movie can reach the adult audience? And what about the children as future consumers? Parents take the children to see these movies and the Marketers know that 4. In our days, we see that product placement predominates in non-animated movies. What is the brand opinion about the product placement in animated movies? That is happening …. However with kids shows they are more focused on the publicity in the 6 weeks before the film comes out with promotional partners 5. Feature This states that the one of the advantages to the brand is the opportuinity of millions of viewers become aware the product. Do you believe that the effectiveness of product placement lies in awareness of the brand? Very much so… 6. The communication for children raises some ethical questions. What is the company perspective about this? Studios do not target children… they target the parents… Disney is very very careful what the put on screen always making sure that there are no suggestions of junk food… They recently finished a partnership with McDonald… They started a policy of no longer using fast food companies as partners,,, Only healthy brands can be in a Disney film The industry is now aware of the power and are being more careful then in the past 111