SUBSTRATOS ALTERNATIVOS PARA PRODUÇÃO DE
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SUBSTRATOS ALTERNATIVOS PARA PRODUÇÃO DE
SUBSTRATOS ALTERNATIVOS PARA PRODUÇÃO DE MUDAS DE Carya illinoinensis (NOGUEIRA-PECÃ) EM TUBETES(1) Guilherme Henrique Veit da Silva(2), Carlos Eduardo Rocha Vinadé(3), Diego Adams Weiler(4), Tales Poletto(5), Igor Poletto(6) (1) Trabalho executado com recursos do Edital FAPERGS/UNIPAMPA - PROBIC - 05/2015 Estudante de Engenharia Florestal da Universidade Federal do Pampa; São Gabriel, Rio Grande do Sul; [email protected]; (3) Estudante de Engenharia Florestal da Universidade Federal do Pampa; São Gabriel, Rio Grande do Sul; [email protected]; (4) Estudante de Engenharia Florestal da Universidade Federal do Pampa; São Gabriel, Rio Grande do Sul; [email protected]; (5) Graduando em Engenharia Florestal da Universidade Federal de Santa Maria – UFSM, Av. Roraima, 1000–Santa Maria – RS; [email protected]; (6) Engenheiro Florestal, Prof. Dr. Universidade Federal do Pampa; Av. Antônio Trilha, 1847 - São Gabriel – RS; [email protected]; (2) RESUMO: A Carya illinoinensis (Wangenh) K. Koch (Nogueira-pecã) é uma espécie de grande importância econômica para o Rio Grande do Sul, podendo render ao produtor R$ 80mil/ha/ano. Contudo, existem poucas informações sobre a melhor forma de cultivo. Dentre as principais dificuldades enfrentadas dentro de sua cadeia produtiva, destaca-se a produção de mudas de qualidade que, geralmente, são cultivadas diretamente no solo. Em função disso este trabalho teve por objetivo testar substratos alternativos para produção de mudas de nogueira-pecã em tubetes. O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado (DIC), com um total de nove tratamentos (T1: solo; T2: solo + cinza; T3: substrato comercial; T4: solo + cama de cavalo; T5: substrato comercial + solo; T6: substrato comercial + solo + cama de cavalo; T7: Cama de cavalo + cinza; T8: cinza + substrato comercial; T9: cama de cavalo + cinza + substrato comercial), com dez repetições cada. As variáveis avaliadas foram altura, diâmetro do coleto e número de folhas. Os dados foram submetidos à análise de variância e ao teste de Tukey. O substrato que proporcionou melhor desenvolvimento das mudas foi o composto de cama de cavalo e solo, mostrando que o mesmo pode ser uma boa alternativa para viveiristas. Palavras-chave: viveiro, substratos orgânicos, resíduos, citrospote INTRODUÇÃO A Carya illinoinensis (Wangenh) K. Koch (Nogueira-pecã) é uma espécie originária dos Estados Unidos e México, sendo introduzida no Brasil por volta do ano de 1915. Hoje seu plantio se estende desde a região Sul até o estado de Minas Gerais (DUARTE; ORTIZ, 2001). A produção comercial de nozes na safra 2010-2011 chegou a aproximadamente 4,5 mil toneladas (IBGE, 2010), atendendo o mercado interno, sendo ainda exportada para o mercado europeu, norte-americano e chinês. A madeira é considerada de ótima qualidade e pode ser empregada na marcenaria. Mesmo a nogueira sendo uma cultura de muita importância para os estados produtores, existe uma falta de informações e pesquisas referentes a substratos que proporcionem germinação e desenvolvimento adequados das mudas. Normalmente, não é utilizado nenhum substrato específico, sendo que a forma mais utilizada pelos viveiristas para seu cultivo é a semeadura diretamente no solo, o chamado sistema de raiz nua, com uso de adubos orgânicos como cama de aviário ou cama de equinos. Em função disso, o objetivo deste trabalho foi avaliar substratos alternativos para a produção de mudas de nogueira-pecã em tubetes. METODOLOGIA O experimento foi conduzido em condições controladas sob casa de vegetação do viveiro florestal da Universidade Federal do Pampa, campus São Gabriel - RS (30°20’11” S e 54°19’11” W, 114 m de altitude). O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado (DIC), com nove tratamentos e dez repetições de uma muda cada, sendo que cada muda foi considerada uma repetição. Os tratamentos foram compostos pela mistura de diferentes substratos, nas seguintes proporções: T1: solo (100%); T2: Solo + Cinza de fornalha (50:50); T3: Substrato Comercial (SC) (100%); T4: Solo + Cama de Cavalo (CC) (50:50); T5: SC+ solo (50:50); T6: SC + Solo + CC (33:33:33); T7: CC + Cinza de fornalha (50:50); T8: SC + Cinza de fornalha (50:50) e T9: CC + SC + Cinza de fornalha (33:33:33). As sementes de nogueira-pecã são oriundas de uma planta matriz da cultivar importada, coletadas no município de Anta Gorda – RS. Estas, passaram por um processo de estratificação úmida a 4ºC por 90 dias, de setembro a dezembro de 2014, quando o experimento foi instalado. A semeadura foi realizada manualmente, a 2 cm de profundidade, em tubetes (Citrospote) com capacidade de 3,8 L. Foram colocadas duas sementes por recipiente e, assim que germinaram, a menos vigorosa foi retirada. Aos 104 dias após a semeadura foram medidos o diâmetro do coleto com paquímetro digital, a altura, com uma régua e foi contado o número de folhas. Os dados obtidos foram submetidos à análise da variância e ao teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro no software estatístico livre Assistat 7.7 Beta. RESULTADOS E DISCUSSÃO A Tabela 1 apresenta os resultados referentes à altura, diâmetro e número de folhas 104 dias após o plantio. Entre os nove tratamentos o T4 (CC+Solo) apresentou melhor média, nas três variáveis de estudo. Tabela 1. Médias da altura, diâmetro e número de folhas para cada tratamento. * Médias não seguidas de mesma letra diferem entre si a 5% de probabilidade de erro. Altura (cm) Diâmetro do coleto (mm) Número de folhas T1 23,4 bc 4,755 c 16 bc T2 28,45 abc 5,082 bc 20,6 abc T3 22,35 c 4,802 c 13,2 c T4 32,44 a* 7,33 a* 35,7 a* T5 29,4 abc 6,348 ab 29,6 ab T6 29,98 ab 6,389 ab 32,9 a T7 23,34 bc 5,787 bc 26,7 abc T8 28,15 abc 5,658 bc 34,4 a T9 22,995 c 4,619 c 12,9 c T1: Solo (100%); T2: Solo + Cinza de fornalha (50:50); T3: Substrato comercial (SC) (100%); T4: Solo + Cama de cavalo (CC) (50:50); T5: SC+ solo (50:50); T6: SC + Solo + CC (33:33:33); T7: CC + Cinza de fornalha (50:50); T8: SC + Cinza de fornalha (50:50) e T9: CC + SC + Cinza de fornalha (33:33:33). Fonte: Elaborado pelo autor. De modo geral, a cinza não foi um ingrediente interessante para a composição dos substratos. Além de proporcionar menor desenvolvimento das mudas, ocasionou o surgimento de necrose das folhas. Necrose das folhas ocasionadas pelo pH alto também foi observado por Poletto (2008). Segundo o autor, além de indicar teores excessivos de Ca e Mg, se tornando tóxico para as plantas, o pH muito alto é responsável pela indisponibilidade de alguns nutrientes como Fósforo (P) e Potássio (K), prejudicando o desenvolvimento das plantas. O substrato comercial, quando utilizado puro, não proporcionou bom desenvolvimento das mudas e as mesmas apresentaram sintomas de amarelecimento das folhas. Porém, quando misturado com solo, cinza ou cama de cavalo, melhorou a sua eficiência e não houve sintomas de excesso ou falta de nutrientes. Cabezas (2012) observou bons resultados no uso do Mecplant para produção de mudas de Eucalytus spp. em tubetes. No presente estudo, o longo período tempo de permanência das mudas no viveiro, bem como seu tamanho, esgotou os nutrientes do substrato pela absorção das mudas e por lixiviação. CONCLUSÕES A cama de cavalo misturada com solo ou substrato comercial é uma boa composição para a produção de mudas de nogueira-pecã em tubetes. A mistura de cinza, nas proporções deste estudo não proporcionou bom desenvolvimento de mudas de nogueira-pecã. O substrato comercial, quando utilizado puro, não foi eficiente para a produção de mudas de nogueirapecã. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CABEZAS, W. P. V. Desenvolvimento e qualidade de mudas clonais de Eucalyptus grandis x Eucalyptus urophylla em função da adubação fosfatada em substratos. 2012. 41 f. Dissertação (Mestrado em Ciência Florestal) - Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP, 2012. DUARTE, V.; ORTIZ, E. R. N. Podridão de Phytophthora da amêndoa e casca da Nogueira pecan. In: Luz, E. D. M. N., Santos, A. F., Matsuoka, K., Bezerra, J. L. Doenças causadas por Phytophthora no Brasil. Livraria Rural, Campinas. 2001. p. 493-508. IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Produção Agrícola Municipal 2009. Rio de Janeiro. 2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/estadosat/temas.php?sigla=rs&tema=lavourapermanete2009>. Acesso em: 08 jul. 2015. POLETTO, I. Nutrição, sombreamento e antagonismo biológico no controle da podridão-de-raízes da erva-mate (Ilex paraguariennsis A. St.-Hill). 2008. 123 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) - Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2008.
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