Doenças Transmitidas por Alimentos
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Doenças Transmitidas por Alimentos
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS – CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA DEPARTAMENTO DE MEDICINA VETERINÁRIA PREVENTIVA SAÚDE PÚBLICA DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS (DTA’S) Carolina Kist Traesel Santa Maria 2012 O QUE SÃO DTA`s? DTA`S Introdução Água e alimentos contaminados Campilo, salmonela , coli , stafilo Mais de 250 doenças Grupos de risco: crianças e idosos Hábitos dos manipuladores e conservação inadequada DTA`S Controle sanitário dos alimentos WHO, FAO, Anvisa (PAS –APPCC), MS/SVS (VE-DTA) Prevenção - fiscalização higiênico-sanitária DTA`S Características gerais Via de infecção Apresentação das manifestações (processo agudo) – P.I. Sinais/sintomas comuns: Falta de apetite, vômito, diarréia (sangue ou não), náuseas, febre (ou não), mal-estar, cefaléia, desidratação... Neurológico (Botulismo, Guillain-Barré) Renal (Estreptococose, SHU) Reprodutivo (Brucelose, Toxoplasmose) Hipersensibilidade/Intolerância DTA`S Fatores Microorganismos patogênicos Bactérias (83,5%) Vírus (14,1%) Parasitas (1,1%) Toxinas PRION Químicos (1,3%) Ignorado (50,3%) DTA`S Fatores Microorganismos patogênicos Quantidade DTA`S Fatores Microorganismos patogênicos Quantidade Toxinas Tipo e quantidade DTA`S Tipos: • Infecção: Ingestão de microrganismos patogênicos que se multiplicam no intestino (Ex: . Brucella spp, Salmonella spp, C. jejuni) • Intoxicação: Ingestão de toxina presente no alimento (Ex: Staphylococcus aureus, C. botulinum, B. cereus emética) • Toxinfecção: Ingestão de alimento com microrganismos patogênicos, que produzirá toxinas no intestino (Ex: V. cholerae, C. perfringens, E. coli O157:H7, B. cereus diarréica) DTA`S Tipos: Infecções: desenvolvimento tardio dos sintomas Intoxicações: ocorrência mais rápida Diarréia DTA`S Transmissão Matéria-prima e insumos alimentares Perda de qualidade nutricional, toxicoinfecções alimentares agudas, crônicas óbitos Consumo Transporte Processamento PERIGOS Químicos, Físicos e Biológicos Transporte Comercialização Transporte de Alimentos Armazenamento de Alimentos Transporte DTA`S Ocorrência das DTA’S 1- Higiene Manipulador Alimentos Ambiente Utensílios Equipamentos DTA`S Ocorrência das DTA’S 1- Higiene Manipulador Alimentos Ambiente Utensílios Equipamentos 2-Técnica Cardápio Pré-preparo Preparo final Temperatura Tempo DTA`S Ocorrência das DTA’S Armazenamento 3- Temperatura Quentes 70°C Frios: refrigeração 4°C Manipulação Distribuição Armazenamento 4- Tempo Manipulação Pré-preparo Preparo final Distribuição DTA`S Fatores predisponentes para os surtos refrigeração inadequada 70,8% mãos contaminadas 24,8% preparo inadequado 22,3% instalações deficientes 7,4% má higiene 5,2% utensílios contaminados 4,6% matéria prima contaminada 4,1% cozim/reaquec deficiente 3,3% contaminação por roedores 1,4% equipamentos inadequados 1,6% DTA`S Cuidados na distribuição dos alimentos Temperatura Alimento coberto Não reaproveitar alimentos não distribuídos Utensílios secos e limpos DTA`S Transporte de alimentos: – Impermeabilidade, ventilação, controle de temperatura, higiene, documentação Veículo isotérmico Veículo frigorífico Veículo calorífero DTA`S Recomendações Aves Pescados Viabilidade reduzida Higiene do ambiente Cuidados com a água DTA`S Situação epidemiológica 70% dos casos de diarréia são atribuídos a alimentos contaminados Morbidade e mortalidade no mundo (2 .2 milhões óbitos por DDA/ano) 1-10% é notificado EUA: 76 milhões casos, 325.000 hospitalizações, 5 mil mortes/ano Agente, veículo, local ignorado!! •8.663 surtos de DTA (VE-DTA) Fonte: COVEH/CGDT/DEVEP/SVS/MS *Dados sujeitos a alterações. Atualizado em 16.10.2007 •163.425 pessoas doentes e 112 óbitos ? typhi Local de ocorrência DTA’s (América Latina) Alimentos Nº surtos % Residências 1979 34,7 Restaurantes 852 14,9 Instituições de ensino 473 8,3 Refeitórios 457 8,0 Outros 364 6,4 Festas 151 2,6 Unidades de Saúde 72 1,3 Ambulantes 22 0,4 4370 76,7 Total Fonte: COVEH/CGDT/DEVEP/SVS/MS - *Dados sujeitos a alterações. Atualizado em 16.10.2007 DTA’S em Santa Maria DTA’S em Santa Maria Recomendações da OMS para evitar as DTA`S Escolher alimentos, trabalhar de forma higiênica Armazenar cuidadosamente os alimentos Proteger os alimentos de insetos, roedores e animais Cozinhar bem os alimentos Lavar as mãos constantemente Manter limpas as superfícies da cozinha Utilizar água pura/tratada Consumir imediatamente os alimentos cozidos Evitar o contato entre alimentos crus e cozidos Reaquecer bem os alimentos cozidos • Cloração da água (2 gtas/L hipoclorito sódio 2,5%) • Frutas, legumes e verduras: 1 c.(sopa)/L / 30 min PRINCIPAIS AGENTES DE DTA’S Escherichia coli Diarréia dos viajantes Salmonella Enteritidis Campylobacter jejuni Vibrio cholerae Salmonella tiphy SALMONELOSE Mais de 200 variantes Gastroenterite, dismotilidade e diarréia Salmonella enteritidis Período de incubação entre 12 e 36 horas Infecção células epiteliais Mais de 100.000 bactérias (septicemia) Mortalidade: 1% SALMONELOSE Fontes de infecção Fezes (água, solo e veg.) e produtos de origem animal Produtos cárneos, ovos, leite (contato com conteúdo intestinal) Pescados, aves e répteis Cozimento impróprio Carnes 60°C por 15 minutos, ovos 4 minutos Refrigeração inadequada Abaixo de 4°C não replica SALMONELOSE Fontes de infecção: mais frequente! AVES: abate OVOS: 300/500 Colonização do intestino com bactérias não-patogênicas FEBRE TIFÓIDE Salmonella typhi EUA: 350 – 500 casos anuais Viagens Período de incubação de 14 dias Febre alta e cefaléia Mortalidade 1 a 2% Multiplica em células fagocíticas Disseminação por sangue, fezes e urina de humanos !! Estado de portador Tratamento por semanas COLIBACILOSE Toxina da Escherichia coli Comum no intestino de humanos Maioria das cepas não são patogênicas Período de incubação: 8 a 72 horas Fontes de infecção Leite não-pasteurizado Carne mal cozida Gado Frango COLIBACILOSE Cepas enterotoxigênicas: maioria das cepas Gastroenterite aquosa Diarréia dos viajantes: 60 - 65% dos casos Cepas enteroinvasivas: raro Febre e disenteria Cepas enterohemorrágicas O157:H7 - 10 bactérias –bovinos Colite hemorrágica - toxina Síndrome hemolítica urêmica Crianças – 5 a 10% dos casos, 5% mortalidade CAMPILOBACTERIOSE Campylobacter spp. Maior causa de gastroenterite, considerada leve 2,4 milhões de casos nos EUA – Campylobacter jejuni Fontes de infecção Leite, carne contaminados Fezes de aves, fezes e leite de bovinos Contato entre alimentos crus e cozidos Período de incubação: 8 a 22 horas Síndrome Guillain-Barré – Paralisia -Ac ENTEROTOXICOSE STAFILOCOCAL Staphylococcus aureus Enterotoxina → 1 milhão de bactérias Tipo A Vômito –toxina-SNC Período de incubação: 1 a 6 horas Resistente a condições ambientais Em alimentos com alta pressão osmótica Contaminação de alimentos cozidos → proliferação e produção da toxina → reaquecimento do alimento presente após 30 minutos de fervura CÓLERA Vibrio cholerae - enterotoxina Doença infecciosa intestinal aguda Diarréia leve (90%) a gastroenterite grave (10%) Desidratação infantil - choque e morte Período de incubação de 2 a 3 dias Fontes: água, alimentos crus e mal cozidos Endêmica na Ásia Países ocidentais: ocorrência esporádica CÓLERA Prevenção Água fervida e tratada com cloro Alimentos bem cozidos Saneamento básico Água tratada Redes de esgoto Destino adequado do lixo 1 milhão casos 9.600 mortes BOTULISMO Clostridium botulinum Neurotoxina: sinais neurológicos Acetilcolina Paralisia flácida Elevada letalidade Período de incubação: 12 a 36 horas Ocorrência súbita Alimentos de risco EMBALAGENS SUBMETIDAS A VÁCUO – bacilo anaeróbico Embutidos de carne, conservas de palmito, champignon, pimentões, peixes e frutos do mar Prevenção Ferver conservas por 15 minutos antes do consumo DISENTERIA BACILAR Shigelose –diarréia severa Anaeróbica facultativa Exotoxina da Shigella spp. S. sonnei: diarréia dos viajantes -leve S. dysenteriae: shiga toxina, mortalidade de 20% em áreas tropicais Residentes no intestino do homem e macacos Período de incubação: 12 horas a 2 semanas Exotoxina: inibe síntese protéica cél. evasão sist. imune – cél.-cél. ENTEROCOLITE Yersinia enterocolitica Enterocolite e linfadenite mesentérica aguda Sintomas semelhantes à apendicite Período de incubação entre 3 e 7 dias Fontes Intestino de animais Tofu, leite e carne suína Doenças transmitidas por alimentos • Infecção X intoxicação X toxinfecção alimentar • Surtos notificados principalmente S e SE (RS e SP); • Surtos de DTA frequentemente associados com alimentos: • Preparados nas residências • Com ovos crus ou mal cozidos ou alimentos mistos • Salmonella spp Fonte: COVEH/CGDT/DEVEP/SVS/MS - *Dados sujeitos a alterações. Atualizado em 16.10.2007 Cinco pontos para manter os alimentos seguros - WHO 1) Higiene e limpeza Lavar mãos antes, durante preparação alimentos e após ir ao banheiro; Manter limpas as superfícies e equipam.; Manter cozinha livre de insetos e animais Cinco pontos para manter os alimentos seguros - WHO 1) Higiene e limpeza 2) Separação de alimentos crus e cozidos Evitar contato durante preparo e armazenamento, principalmente frango e pescado; Utilizar diferentes equipamentos e utensílios. Cinco pontos para manter os alimentos seguros - WHO 1) Higiene e limpeza 2) Separação de alimentos crus e cozidos Especialmente carnes e ovos; 3) Cozinhar, assar bem 70ºC Reaquecimento Cinco pontos para manter os alimentos seguros - WHO 1) Higiene e limpeza 2) Separação de alimentos crus e cozidos 3) Cozinhar, assar bem 4) Armazenar à Tº seguras Manter os alimentos cozidos à 60ºC antes de servir; Não deixar alimentos cozidos por mais de 2h à temperatura ambiente; Refrigerar (4ºC) alimentos perecíveis e não por muito tempo; Não descongelar alimentos à temperatura ambiente. Cinco pontos para manter os alimentos seguros - WHO 1) Higiene e limpeza 2) Separação de alimentos crus e cozidos 3) Cozinhar, assar bem 4) Armazenar à Tº seguras 5) Água e alimentos de qualidade, seguros Utilizar água pura/tratada no preparo dos alimentos; Dar preferência para produtos industrializados (leite pasteurizado); Lavar bem as frutas e vegetais, em especial se ingeridos crus; Não utilizar alimentos com prazo de validade vencido. Dúvidas?