O regresso do pequeno grande som ao vivo - Electro
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O regresso do pequeno grande som ao vivo - Electro
IMPRESSÕES Electro-Voice Live X Electro-Voice Live X O regresso do pequeno grande som ao vivo Por António Gil e João Martins | Fotografia: Carlos Mateus de Lima A Electro-Voice apresentou no final de 2011 o seu mais recente sistema de reforço sonoro compacto, o Live X. Representando um importante investimento para a marca, o pressuposto é o de um sistema de dimensões pequenas, contando com duas unidades de topos e uma de sub-graves, que servem para várias aplicações, desde som de frente, monitores ou side-fill, podendo montar-se o sistema somente com as unidades topo em full-range ou com os subs. Como sistemas desta gama existem muitos, quisemos perceber melhor o que poderia diferenciar estes Live X das restantes unidades no mercado, para além de sabermos que contam com componentes modernos e amplificação Classe D (embora também existam modelos passivos). E foi o que a Produção Áudio fez na prática, chegando a resultados que nos fazem entender melhor como a tecnologia tem evoluído no bom sentido. O Electro-Voice Live X é um sistema de reforço sonoro de dimensões compactas, capaz de responder a várias aplicações, desde servir como sistema de som de frente para pequenos eventos, tanto musicais como de apresentações em geral, servir como som para discoteca, servir como monitor de palco, seja deitado seja em posição side-fill, com construção em madeira laminada mas bastante leve, com escolha entre duas unidades de topo de duas vias, uma com altifalante de graves de 12” e outra com altifalante de 15”contando ambas com um driver de agudos de 1,5”, tendo ainda a possibilidade de se ter um subgrave com altifalante de 18”, disponíveis em versões passivas ou activas. Os modelos activos incluem duas colunas full-range (ELX112P, ELX115P) e um subwoofer ELX118P, todos sistemas equipados com módulos Classe D de 1000 e 700 watts, sendo as colunas de topo de 12 e 15 polegadas instaláveis em varas telescópicas sobre os subgraves ELX118P de 18”. 26 | | SETEMBRO ‘12 A gama passiva inclui colunas de 12 e 15 polegadas (modelos ELX112, ELX115), semelhantes aos modelos activos e que podem ser usadas como monitores de palco (ângulo de 60 graus com a coluna deitada), juntamente com um modelo de coluna com duplo woofer de 15” e um subgrave ELX118. O modelo ELX215 com dois woofers de 15” e dri- ver de agudos em titânio é uma coluna de elevada potência (2400 watts em pico, 600 watts em modo contínuo) que é capaz de reproduzir uma gama alargada de frequências com graves até aos 38 Hz, alcançando um SPL máximo nos 137 dB. Aquando da apresentação destes sistemas, tanto no NAMM como em Frankfurt e posteriormente na A coluna Live X de 12”, com o seu guia de onda proprietário e os três buracos existentes na parte frontal. Repare-se que na parte de trás se nota o corte angulado que permite à coluna ser colocada no chão e servir como monitor apresentação em Portugal, tínhamos ficado com uma excelente impressão destes sistemas da Electro-Voice, nomeadamente com música ao vivo. Mas a pergunta que nos ficava no ar era: “Actualmente já muito fabricantes comercializam sistemas deste tipo e todos alegam ser os melhores existentes. Até que ponto é que estas Live X são realmente uma boa alternativa para fazermos som ao vivo em espaços pequenos, sem usarmos a ‘artilharia pesada’ que hoje em dia é norma, como os line arrays?” Tendo a Produção Áudio já tido ocasião de provar as colunas da série ZX da Electro-Voice, sabíamos que a marca não faz as coisas por acaso e que toda a atenção aos pormenores e sobretudo o facto de a marca desenhar e fabricar os seus próprios drivers resulta normalmente em produtos que estão sempre um grau acima na escala, em cada segmento, acima da concorrência. No caso das ZX, talvez dois graus acima... Mas estas colunas Live X são uma das gamas mais acessíveis de sempre da marca para aplicações de palco e PA e, por isso, queríamos realmente verificar se existiam ali razões para admiração, ou se realmente não passava de mais um produto “igual aos outros”. Anualmente, o mercado vê aparecer várias dezenas de sistemas destes, mas depois só um ou dois é que são os escolhidos pelos utilizadores, porque apesar das características anunciadas, nem todos são o que exactamente dizem ser. E certamente não é mesmo esse o caso dos sistemas Live X da Electro-Voice, que testámos tanto em ambiente controlado como num espectáculo ao vivo, como sistema de som de frente, e que se revelaram uma solução de alta qualidade, aliando um conjunto de muito boas especificações a uma incrível simplicidade de utilização e a um som mesmo muito bom. E isto, mesmo depois de termos apanhado um pequeno susto, porque um dos nossos CDs de teste estava com problemas... Ideias de partida O conceito de um sistema de reforço sonoro que possa ser ao mesmo tempo portátil (para músicos ou bandas que andam de um lado para outro em bares e clubes), e também o sistema de som fixo de um des- A coluna Live X de 15” diferencia-se pelo altifalante maior de 15”, mas também por ter somente duas aberturas na sua parte frontal. Quando ao resto, visualmente, é semelhante à unidade de 12” ses locais, é algo já bastante conhecido e que fez com que praticamente todos os fabricantes de sistemas de som criem unidades deste tipo. A Electro-Voice é um dos mais conhecidos fabricantes de sistemas de reforço sonoro que assumiu criar colunas deste tipo quase desde que o conceito apareceu, tendo ao longo dos últimos anos apresentado algumas das melhores soluções existentes. Contando actualmente com cinco séries deste tipo de sistemas “Portable PA”, a série QRx, a Sx, a Tour X, as extremamente bem conseguidas Zx e ZxA e agora a Live X, a marca disponibiliza assim aos seus utilizadores uma enorme possibilidade de escolha entre sistemas mais ou menos complexos e com mais ou menos capacidades. A mais recente série, a Live X, junta algumas das melhores funcionalidades de praticamente todas as séries anteriores, contando com funções já bastante avançadas, mas a um preço acessível. Desta forma, responde às necessidades de muitos artistas e bandas que actuam nos circuitos de bares e clubes, e que não podem adquirir sistemas mais caros, mas que necessitam das funcionalidades e de alta qualidade sonora. Ao mesmo tempo, as Live X servem também como solução para essas mesmas bandas quando chegam a espaços onde já existe um sistema de som local, podendo utilizá-las como monitores e reforço em palco. Por outro lado, o sistema é também ideal para bares e clubes onde a situação de música ao vivo é algo que acontece esporadicamente, pelo que o investimento em sistemas mais caros não é uma solução. Com a escolha das unidades Live X, estas casas passam a contar com um sistema que responde a todas as necessidades básicas de sonorização, desde apresentações a festas, mas que servem também perfeitamente para colunas de som com um setup de DJ ou então para som de frente de uma banda. Especificações, montagens e afins… Os sistemas Live X são constituídos por duas unidades de topos, de duas vias, sendo que estas podem trabalhar em modo stand-alone, em full-range, ou então ligadas a unidades de subgraves, conseguindo-se assim sistemas de mini PA já bastante respeitáveis. A primeira unidade é a ELX 112P, que conta com um A unidade de sub-graves Live X de 18” permite uma maior pressão na zona das frequências baixas, tendo também dois buracos na sua zona frontal, para “trabalhar” a pressão de ar criada, ganhando assim maior SPL Os dois painéis de controlo e entradas/saídas das colunas Live X, onde se podem ver as várias entradas, as saídas de link, os selectores de corte e acerto de frequência, tudo muito bem delineado por cercaduras que enquadram cada secção individualmente driver de agudos de titânio DH-1K de 1,5” e um altifalante de graves de 12” EVS-12K. O driver de agudos está montado num guia de onda que conta com umas perfurações/recortes no próprio guia, que são, segundo palavras dos responsáveis da marca, “um dos truques para o excelente som destas colunas”. Este truque, apesar de não nos ter sido explicado de forma profunda, tem a ver com a forma como o driver de agudos consegue trabalhar com a sua própria compressão, ganhando uma pressão sonora maior e ganhando uma maior perceptibilidade na sua resposta de frequência. E na realidade é algo que mesmo só ouvindo é que se percebe. Fizemos um pequeno teste “tapando” essas perfurações (só por uns momentos) e quando as “destapámos”, a tal amplitude sonora, tanto a nível de frequência como de potência SETEMBRO ‘12 | | 27 IMPRESSÕES Electro-Voice Live X O sistema montado no espaço Musicais para o concerto de apresentação do DVD tutorial de Luiz Arantes: dois subs de 18” ELX118P e dois topos de 12” Live X ELX112P. Do outro lado do palco um sistema igual aconteceu algo imediatamente notável. Portanto, um a zero para esta novidade tecnológica da EV. A outra unidade de topo é a ELX 115P, que conta com o mesmo driver de agudos e o mesmo guia de onda, tendo já um altifalante de 15” EVS-15K. Para além destas diferenças nos altifalantes de graves, as outras existentes são somente a nível da pressão sonora debitada, que na unidade de 12” é de 132 dB máximos de SPL, com a unidade de 15” a debitar 134 dB, e a gama de resposta de frequências, que na unidade de 12” vai dos 50 Hz aos 20 kHz e na unidade de 15” desce até aos 44 Hz, indo depois até aos mesmos 20 kHz. Claro que também estas diferenças se verificam na capacidade de sonorização, com a unidade de 15” a conseguir um som mais cheio, mas também esta unidade é mais pesada que a de 12”. Na realidade a escolha entre uma e outra terá muito a ver com aquilo que o utilizador pretender. Se necessitarmos de um sistema capaz de uma suficiente potência e pressão sonora, que seja leve e que possa servir para umas vezes sonorizar uma sala e outras vezes servir como monitor, talvez a unidade de 12” seja a escolha. Mas se pensarmos que pode ser necessário trabalhar (leia-se tocar) numa diversidade de salas de maior dimensão e que em certas casas se pode encontrar um PA residente já de boa potência, pelo que o som de palco tem que ser “firme”, então a escolha recairá certamente na unidade de 15”. Podemos dizer que já ouvimos todos os modelos da série, incluindo as ELX215, passivas, com dois woofers de 15 (no caso alimentados por uma rack da própria EV) e que, ao contrário do que acontece nas gamas de outras marcas, os modelos de 12 e 15 polegadas são ambos bastante equilibrados e respondem de forma semelhante, salvaguardadas as diferenças de dinâmica e SPL. Deixando para trás estas considerações, importantes e a ter em conta por quem vai comprar o sistema, continuemos com as indicações técnicas fornecidas sobre as unidades que, para além das diferenças já indicadas, são no restante semelhantes. Sendo unidades activas, a amplificação é Classe D, com um amplificador que serve ambos os drivers, em desenho de bi-amplificação e que conta com 1000 Watts de potência disponível. Este amplificador tem ainda a mais-valia de ter um desenho próprio que lhe permite trabalhar sem necessidade de ventoinhas para o refrescar, o que, por sua vez, vem tornar o sistema praticamente “invisível” a nível de ruído. A separação de frequências é feita por um filtro de 24 dB de oitava, que conta ainda com uma protecção extra para cada altifalante/driver, de forma a que tudo corra sem problemas. Comum a ambas as unidades está um filtro seleccionável que faz o corte na zona dos 100 Hz, para quando se utilizam as unidades topo em conjunto com a unidade de subgraves. Este filtro é accionado por um pequeno selector que se auto-explica, tendo indicado de um lado “full range” e do outro “with sub” (com sub). Assim, torna-se desnecessário fazer contas e mexer em filtros de crossover, bastando colocar este selector para um lado ou para o outro. Este selector está colocado na parte de trás da coluna, onde se encontram os restantes controlos e liga- As ligações feitas e os níveis definidos. Mas, durante a tarde, António Gil e João Martins foram responsáveis por “acertar” o PA 28 | | SETEMBRO ‘12 ções. Por falar nestas, cada coluna de topo tem dois circuitos de entrada, sendo o primeiro com uma ficha combo XLR-Jack que permite a ligação balanceada ou não balanceada a uma mesa de mistura, tendo ainda em paralelo entradas em duas fichas RCA, que permitem a ligação a sistemas que utilizem estes conectores (para aplicações mais “caseiras”), como por exemplo ligar um leitor de CD ou um iPod ou qualquer outro aparelho deste tipo. A segunda entrada conta também com uma ficha combo e tem um selector que permite escolher o tipo de sinal que é colocado nesta entrada, se microfone, se linha. Ambas estas entradas contam com um potenciómetro rotativo para acerto do nível de sinal de entrada, indo até + 6dB. Por cima destas zonas de entradas (já agora, deve-se dizer que as várias zonas de ligações e controlos estão muito bem delineados por cercaduras desenhadas, que nos permitem saber em que zona estamos, sem qualquer confusão) está uma ficha XLR macho que permite fazer o link (ligação que envia o sinal de entrada dessa coluna em paralelo para outra), permitindo escolher se o sinal vem somente da entrada 1 ou se vem do conjunto formado pelas duas entradas (1 e 2). Escolhendo-se o primeiro, o sinal enviado é somente o que vem, por exemplo, da mesa de mistura, podendo ligar-se um microfone independente à coluna e o som deste microfone estar só disponível nesta coluna e não no sistema todo. Isto pode ser interessante para situações onde seja necessário termos uma maior pressão sonora e potência do som que vem da mesa, mas onde é preciso contar-se com um microfone para apresentações ou avisos que basta estar somente ligado a uma coluna. Algo que mostra que a EV sabe muito bem o que faz e que consegue dar resposta a muitas situações. Ao lado desta zona da ficha de link, encontram-se os controlos da coluna, com um potenciómetro para regular o nível de saída, um LED que se ilumina quando o limitador interno é activado (para proteger sinais demasiadamente “a estalar” que possam queimar componentes da coluna), e ainda dois selectores, o tal que permite escolher se a coluna trabalha em modo full-range ou com sub e outro que permite criar uma curva de equalização e que serve para criar um corte na zona de médios, acentuado mais a separação entre a resposta do subgrave e da coluna, mais adequado a reprodução de música gravada. Basicamente, este selector, quando na posição em que faz o corte, permite que os graves e agudos ganhem realce, dando assim uma percepção mais eficaz quando se trabalha, por exemplo, com um setup de DJ. Quando o selector está na posição flat (tipicamente linear), a zona média, e também por isso a voz, torna-se mais presente. Uma escolha que mais uma vez mostra que a EV sabe bem o que faz e que desenhou este sistema para “resultar bem” em inúmeras situações. Ainda na parte traseira encontra-se um último selector que serve unicamente para acender ou apagar o logótipo com iluminação LED que a Electro-Voice colocou na parte frontal da grelha de protecção de cada coluna. As unidades de topo estão preparadas para trabalhar tanto em modo stand-alone como com os subs e para isso vêm equipadas com um copo na sua base que serve para as colocar montadas numa vara, sendo que existem dois tipos de varas, uma de tripé, para utilização sozinha e outra que encaixa nas unidades de sub para utilização conjunta destas duas colunas. O guia de onda de agudos permite uma cobertura lateral de 45º e uma cobertura vertical de 90º, razão porque quando se utilizam as colunas como monito- João Bruno foi o homem responsável pelo som de frente (visto que não se chegou a montar monição) e foi também responsável pelo muito bom som que o sistema Live X da EV teve nessa noite res, estas ganham imediatamente as características necessárias de cobertura. Outro pormenor importante é o desenho das caixas, que tem um corte angulado de um dos lados (na parte traseira) pelo que quando se coloca a coluna no chão esta imediatamente passa a ser um monitor típico de chão, com uma inclinação de 60º. IMPRESSÕES Electro-Voice Live X O sistema montado ao fim da tarde, preparado para tocar antes do concerto e a equipa técnica a postos para tudo acontecer A caixa, como aliás já referimos, é construída em laminado de madeira, com 9 mm de espessura, sendo leve e de fácil manuseamento, devido às pegas laterais e ao peso de 16,8 kg para a unidade de 12”, e 22,5 kg para a unidade de 15” . Um pormenor interessante nestas duas unidades são uns buracos existentes na parte frontal da coluna, sendo que a unidade de 12” conta com três buracos (dois na base e um entre o altifalante de graves e o driver de agudos) e a unidade de 15” conta com dois buracos (situados entre o altifalante de graves e o driver de agudos). Segundo a EV, isto serve para compensar a pressão de ar criada internamente na caixa, ao mesmo tempo que serve também como entrada de ar, para arrefecer o amplificador digital e restantes componentes. Estando assim explicadas as unidades de topo, passemos à unidade de subgraves, a coluna ELX 118P, que é activa, conta com um altifalante de 18” e um amplificador de Classe D que debita 700 W, respondendo dos 32 Hz aos 130 Hz, com um SPL máximo de 134 dB. Trabalhando em conjunto com as unidades de topo, este sub vem trazer graves mais fortes e cheios ao sistema, contando com uma ficha combo de entrada na sua traseira, uma ficha XLR macho (link) para envio do sinal de entrada em paralelo, sendo que neste caso a entrada não tem potenciómetro de nível de sinal. O controlo de nível é feito somente no estágio de saída, com um potenciómetro para regular este nível, onde está também presente um limitador de protecção e um selector de filtro que permite escolher colocar a unidade em flat, que é a posição mais comum, ou então criar uma protecção de graves, fazendo um corte mais pronunciado, dando assim mais corpo a determinado conjunto de frequências graves, o que vai fazer com que se sintam mais os subgraves. Novamente, esta situação pode ser ideal para aplicações tipo DJ, sendo que a colocação em modo flat é mais adequada para aplicações de música ao vivo ou voz. Na zona frontal estão dois buracos para expulsão da pressão do ar que se forma dentro da coluna. 30 | | SETEMBRO ‘12 Também a caixa desta unidade de graves é feita no mesmo laminado de madeira, tendo, tal como as outras duas unidades de topo, uma finalização em pintura texturada, preparada para andar na estrada. No topo da caixa de graves está um copo que permite lá colocar a vara onde se vão instalar as unidades de topo. As dimensões são de 661 mm de altura, 507 mm de largura, e 574 de profundidade, para um peso de 31,3 kg. Um subwoofer extremamente compacto mas extremamente poderoso que surpreende desde logo pela diferença dinâmica que cria com qualquer uma das colunas de topo. Teste, som, teste... Para o teste a estes sistemas a Audium, representante da Electro-Voice, disponibilizou à Produção Áudio dois pares de colunas 12” ELX112P e quatro unidades subgrave ELX118P. A ideia era aproveitar a situação do teste para colocar os sistemas em aplicação real, num evento em que a Produção Áudio colaborou, a apresentação do DVD “Melodia, Textura & Groove” de Luiz Arantes, um trabalho tutorial de guitarra, cujo lançamento decorreu no espaço Musicais, em Lisboa. A Audium ainda nos disponibilizou uma mesa digital DiGiCo SD11 e uma unidade D Rack, o que nos permitiu assim garantir a resposta a qualquer necessidade. Até porque o “briefing” da apresentação do DVD – que contaria naturalmente com momentos em que se projectaram vídeos do trabalho assim como testemunhos gravados de diferentes pessoas no mercado – iria incluir também uma pequena actuação de Luiz Arantes, com temas instrumentais seus, acompanhado de uma banda de mais três elementos: guitarra ritmo, baixo e bateria. A situação parecia perfeita para o sistema Live X que tínhamos à disposição, tendo-nos sido explicado que o Musicais era um espaço essencialmente de discoteca, com um pequeno palco e sem PA residente. Como a equipa da Produção Áudio ocupa o seu tempo normalmente a escrever, não tínhamos tido oportunidade de visitar o espaço Musicais, na Doca do Jardim do Tabaco, em Lisboa... Lá chegados, deparámo-nos com uma sala de dimensões muito maiores do que aquilo que imaginámos (suficiente para ter um mini line-array residente, sem problemas), com uma acústica complicada embora não excessivamente reverberante e com um palco que, na verdade, era um “corredor”, mais comprido do que profundo mas também maior do que aquilo que imaginávamos. Enfim... Para complicar a coisa, em vez de um dia de montagem e testes ao sistema em ambiente relaxado, o Musicais estava reservado para uma festa privada na véspera do evento, o que nos deixou apenas o próprio dia para fazer tudo. It’s rock and roll... Além disso, a visita na véspera ao local serviu pelo menos para percebermos que Luiz Arantes trazia Luiz Arantes entrou em palco com a sua banda e mostrou porque é actualmente um dos mais consagrados guitarristas em Portugal. Tocando com alguns dos mais conceituados artistas nacionais, tanto em estúdio como ao vivo, Luiz Arantes é um mestre na arte da guitarra eléctrica, razão que o levou a criar este projecto de um DVD tutorial, de modo a mostrar a outros como tudo pode começar, sem no entanto fazer “um bicho-de-sete-cabeças” com o que a aprendizagem da guitarra deve ser consigo não apenas uma banda para “tocar uns temas”, mas sim um verdadeiro backline de sonho, composto por alguns dos seus modelos de amps favoritos e que a sua “banda” era na verdade uma super-banda que tocava em palco como tal, gerando um nível de decibéis que se faria sentir num grande festival ao ar livre, sem precisar de PA. Felizmente, contávamos com a preciosa colaboração de João Bruno, um técnico de som que aceitou “fazer a perninha” à apresentação de Luiz Arantes e que, no dia seguinte, em conjunto com o nosso experiente António Gil, lá se encarregou de colocar microfones e DIs para garantir a dinâmica necessária para actuar uma banda de rock, ocupando praticamente todas as vias disponíveis na rack de palco da SD11. No dia seguinte, qualquer pessoa que, ao início da tarde, se aproximasse do complexo de edifícios do Musicais (que felizmente fica junto ao rio) poderia pensar que se estavam a fazer testes de som para mais um festival de Verão, porque a música já se ouvia ao pé da Gare de Santa Apolónia, tal era o volume de decibéis gerado simplesmente pelo backline da banda de Luiz Arantes, com a ajuda das Electro-Voice Live X. Depois de feitas as misturas adequadas para o conjunto, tiveram lugar algumas ‘negociações’ com a banda, durante as quais Luiz Arantes teve que tocar a sua guitarra por momentos na zona de som de frente, para perceber que tinha que haver um compromisso. A banda teria que baixar o seu nível em palco, de forma a que o PA pudesse tocar alto, criando um reforço adequado à sala, mas sem afugentar o público convidado para essa noite. Experiente nestas coisas, Luiz Arantes, apesar da emoção e do sentido de responsabilidade de saber que iria apresentar um trabalho desenvolvido ao lon- go de um ano, acedeu a “limitar” o som. Curiosamente, enquanto decorriam os testes de som nessa tarde – onde os níveis atingidos foram os mais altos de sempre – o sistema Live X da EV esteve sempre com uma ampla margem de manobra e poderia ter soado bem mais alto do que soou. Primeira conclusão a tirar. Mesmo para um espaço de amplas dimensões como é o Musicais, as Live X em dupla configuração ELX112P/ELX118P por lado, chegavam e sobravam. Aliás, se a música fosse jazz ou acústica, nem seriam precisos os quatro subgraves, bastando dois. A instalação Live X ao vivo Para este desafio de uma apresentação que afinal foi um verdadeiro concerto de rock, as colunas Live X foram montadas em cima do “palco”, dois conjuntos de cada lado, sendo que as unidades de topos ELX112P foram colocadas nas varas em cima dos subs de 18”. O sinal da mesa vinha directamente da D-Rack a uma das colunas de graves (sendo o sinal Esquerdo enviado para uma coluna do lado esquerdo e o do lado Direito enviado para uma coluna do lado direito), tendo-se feito o link em cascata para as restantes colunas. Depois de várias movimentações e colocações, analisando a extensão da sala do Musical, optou-se por colocar as duas colunas que estavam a fazer os extremos laterais direito e esquerdo um pouco direccionadas para fora, com as outras duas colunas a ficarem centradas para o meio da sala. Ligámos todas as unidades à corrente, com todos os potenciómetros em baixo e depois de termos escolhido em todas as unidades de topo o selector “with sub”, começámos a abrir volumes. O acerto entre o correcto nível de entrada e o nível de saída levou alguns minutos, até se chegar a um consenso de nível correcto, tendo-se colocado as entradas a três quartos, as saídas ao máximo, e o nível dos subs a três quartos. Com tudo ligado e tendo estado a ouvir já algumas músicas e ligado alguns microfones, passámos para a fase de testes e foi aí que apanhámos o nosso susto. De repente, assim que se passava os 3 ou 4 kHz de frequência as colunas começavam a emitir um ruído estranho, cliques e estalos, e pensámos que tínhamos descoberto um erro... na realidade o que estava errado era o nosso velho e bem-amado CD de testes, que ao fim de vários anos começou a acusar a sua idade e utilização. Logo que podemos testar com um CD novo e em boas condições, o sistema mostrou estar perfeitamente à vontade em todas as gamas de frequências, mesmo as que não ouvíamos, mas que o nosso medidor indicava que estavam lá. Por isso, deixamos aqui também um aviso: acreditem nos vossos ouvidos e também no que um bom medidor mostra, mas sempre que possível testem o material com fontes que tenham a total certeza que estão em perfeitas condições. No nosso caso, se nos tivéssemos deixado levar pelo que o nosso velho CD fazia, teríamos ficado com uma ideia totalmente errada do que este sistema Live X permitia. Se acontecer algo semelhante ao que nos aconteceu, antes de culparem as colunas (ou outro equipamento) verifiquem a 100% que a culpa não é da fonte. Numa conversa que posteriormente tivemos com o Eng. Filipe Santos, responsável técnico da Audium, ele próprio nos confirmou que também já passou por situações semelhantes pelo que actualmente anda sempre com um leitor de CD de sua total confiança e um conjunto de CDs de igual confiança. SETEMBRO ‘12 | | 31 IMPRESSÕES Electro-Voice Live X Um muito bom espectáculo de um grande guitarrista, que com o seu DVD “Melodia, Textura & Groove” mostra que para além de saber tocar, também é importante saber passar o conhecimento Aquilo que, na ocasião, nos fez perceber que algo estava errado, era precisamente o facto de que, quando se passava para a música ao vivo, nada de errado existia na reprodução e a banda de Luiz Arantes proporcionava uma ampla resposta em frequências, com o baixo de Pedro Martinho bastante sólido e lim- po, a bateria tocada pelo experiente David Jerónimo a soar excelente e as guitarras competentes e brilhantes de Marco Reis e Luiz Arantes a oferecerem-nos toda uma ampla palete de sons. Nada de errado podia haver com as colunas... Assim, o sistema Live X fez de PA principal na noite de concerto de Luiz Arantes no espaço Musicais que era bem maior do que aquilo que tínhamos pensado. A mesa digital DiGiCo SD11 serviu como mesa de frente, operada pelo João Bruno. O sinal enviado para as primeiras colunas (subs) que depois distribuíam o sinal via link, vinha directamente da D-Rack, garantindo-se assim que o sinal que chegava às colunas não tinha nenhuma outra interferência ou adultera- Os companheiros de palco e de música de Luiz Arantes. Na guitarra está Marco Reis, no baixo Pedro Martinho e na bateria David Jerónimo. Houve ainda uma surpresa com a intervenção nas teclas do convidado Nuno Louro 32 | | SETEMBRO ‘12 ção externa. Todo o processamento foi feito internamente na mesa e o resultado final foi perfeito. O sistema Live X da Electro-Voice portou-se totalmente à altura, tendo sido utilizado tanto para as várias apresentações feitas no local, como para a apresentação do DVD e das várias entrevistas gravadas, assim como logo a seguir foi o sistema que serviu como PA para todo o espectáculo do mestre Luiz Arantes e da sua excelente banda. O espaço Musicais conta com uma zona de mezzanine frontal ao “palco” e com uma zona lateral toda envidraçada, mas com a colocação/montagem que se fez e com as muito boas capacidades que o sistema permite, foi possível criar uma cobertura quase uniforme de todo o espaço. A única zona que se deixou “em branco” foi a tal mezzanine, que estava fechada. Mas, mesmo assim, tivemos acesso a essa zona durante momentos do concerto e até aí o som era totalmente perceptível com muito boa pressão sonora. A zona por baixo da mezzanine seria uma zona que criaria algumas dificuldades, visto que o rebaixamento do tecto nessa zona poderia criar zonas de cancelamento e/ou reflexões, mas nada disso aconteceu. A projecção e potência das Live X e a mistura de João Bruno soavam uniformes em todo o espaço por onde o público se distribuiu, inclusivamente na zona de bar, bem ao fundo. Durante perto de duas horas, as mais de cem pessoas presentes puderam apreciar a espectacular técnica de Luiz Arantes na guitarra e ouvir alguns incríveis temas instrumentais, tanto tocados individualmente pelo guitarrista, como acompanhado pela sua banda. No fim da noite, outro pormenor importante também se revelou neste sistema: a facilidade de desmontagem. Bastou simplesmente desligar as colunas, desligar os cabos, enrolá-los e o palco ficou Já no fim da noite, Luiz Arantes e Vicky, um guitarrista e um baterista, ambos com os seus DVD tutoriais lançados pela Dread Monkey. Dois bons amigos e dois excelentes músicos limpo. Cada músico arrumou o seu equipamento, nós arrumámos o sistema de som e em menos de 15 minutos a sala estava pronta para qualquer outro evento. Mais-valias que sistemas deste tipo trazem. 10 em Live X Como dizíamos, o sistema Live X é o mais acessível da Electro-Voice neste tipo de sistemas de PA portáteis e é actualmente uma das melhores soluções que conhecemos, para o preço. Bastante simples de montar, com cada caixa suficientemente leve para uma pessoa transportar e montar sozinha, simples de perceber nas ligações, onde e quais são as entradas, simples de escolher se trabalha sozinha ou com sub e, finalmente, basta rodar dois potenciómetros para se pôr a tocar. E mesmo a situação de trabalhar em link e com sub é extremamente simples de perceber pelo que reconhecemos neste sistema a qualidade típica dos equipamentos Electro-Voice. Outros haverá da marca que permitem ainda muito mais, mas este é ideal para o tipo de utilizadores que fomos referindo. Certamente que qualquer banda de bares, músicos que trabalhem a solo em clubes, ou mesmo casas deste tipo que necessitem de um sistema de reforço sonoro frontal, têm no sistema Live X uma séria escolha. www.electrovoice.com Distribuição: www.audium.pt
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