(Aloe vera) EM PíTON-ALBINA

Transcrição

(Aloe vera) EM PíTON-ALBINA
MANEJO DE FERIDA COM DIGLUCONATO DE CLOREXIDINA E
BABOSA (Aloe vera) EM PíTON-ALBINA (Python molurus
bivitatus)
Ribeiro V.L¹, Riva H.G.¹,Kokubun H.S.¹, Comerlato A.T., .¹, Nunes A.L.V.¹ & Teixeira, R.H.F.¹.
¹Parque Zoológico Municipal “Quinzinho de Barros”
Contato: [email protected]
A píton-albina (Python molurus bivitatus) é um réptil pertencente à família
phytonidae, originária do continente Asiático. Os traumatismos em serpentes em
cativeiro podem ser causados por abrasões rostrais, mordidas de roedores,
lacerações por captura, agressão pelo ser humano e outros animais. Isso pode
levar a consequências como prostração, desidratação, anorexia comportamental
pelo estresse de captura, formação de abcessos, além de septicemia. O objetivo
deste trabalho foi descrever o manejo de ferida utilizando digluconato de
clorexidina e babosa (Aloe vera) em uma píton-albina (P. molurusbivitatus),
fêmea, adulta, 24kg, pertencente ao plantel do Parque Zoológico Municipal
“Quinzinho de Barros”, que foi atacada por contactante da mesma espécie. Isso
causou uma laceração próxima a cabeça do lado esquerdo de 8 cm de
comprimento por 6 cm de altura, sem exposição de cavidade celomática e com
lesão moderada de musculatura. Além disso, o animal apresentou uma lesão
lacerativa de aproximadamente 1 cm no final do terço inicial em dorso. Foi
realizada limpeza das feridas com solução fisiológica NaCl 0,9%, antissepsia com
digluconato de clorexidina e tratamento tópico com pomada de digluconato de
clorexidina e açúcar, SID, 4 dias. Foi realizada antibioticoterapia sistêmica com
amicacina, 5 mg.kg-1, IM, a cada 72h, totalizando 8 aplicações. No quarto dia de
tratamento, sob contenção física, foi iniciada limpeza e curativo com pomada de
digluconato de clorexidina e babosa, SID, por 20 dias. O animal foi mantido em
temperatura (26ºC) e umidade (60%) ideais para répteis. Após 15 dias do início do
tratamento, foi realizada contenção química para debridamento e limpeza da
ferida, além de realização de curativo fixando gazes umidificadas com solução
fisiológica e pomada de digluconato de clorexidina com babosa. Administrado
meloxicam 0,2mg.kg-1, IM, 5 dias. O manejo da ferida com utilização tópica de
digluconato de clorexidina e babosa apresentou resposta satisfatória com
cicatrização total da ferida em 3 meses e suspensão do tratamento após 2 meses
do início. O indivíduo em questão não era agressivo e sua contenção física era
um procedimento simples, apesar do grande porte. Isso ajudou muito no sucesso
do tratamento, permitindo o manejo diário da ferida. Portanto, o tratamento tópico
e sistêmico utilizado foi bastante efetivo para cicatrização da ferida. Entretanto,
mais estudos são necessários para estabelecer dose e frequência de utilização e
consagrar o tratamento utilizado.