39 ANÁLISE FINANCEIRA DE BALANÇO FINANCEIRO DA

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39 ANÁLISE FINANCEIRA DE BALANÇO FINANCEIRO DA
MARINGA MANAGEMENT
ISSN 1807-6467
ANÁLISE FINANCEIRA DE BALANÇO FINANCEIRO DA EMPRESA
COCAMAR - COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL DE MARINGÁ
RESUMO
O mercado muda a um ritmo acelerado. Com a globalização,
tendências que antes eram regionais agora se alastram pelo mundo
exigindo que as empresas sejam inovadoras e competitivas. No setor
financeiro não é diferente, modelos de gestão outrora satisfatórios
estão sendo substituídos por novos processos visando acelerar e
medir resultados com eficiência, onde informações precisas são
essenciais para tomada de decisões. Além disso, o êxito no processo
decisório mostra-se como um diferencial no mercado. Sendo assim,
este artigo apresenta a análise financeira da empresa Cooperativa
Agroindustrial de Maringá – COCAMAR, no Paraná, referente aos
períodos 2009/2010 com objetivo de identificar sua situação
financeira. Neste contexto, os índices de estrutura de capital, de
liquidez e de rentabilidade, quando cruzados com a Demonstração do
Resultado do Exercício e o Balanço Patrimonial, tornam-se
ferramentas concisas. Portanto, espera-se concluir que a situação
financeira da empresa está nos padrões atribuídos aos índices
conforme a teoria.
Francis Roberto Brito
(G - CESPAR)
Luciane Carvalho
(CESPAR)
Rosimeire Vieira Lima Brito
(G - CESPAR)
Victor Camilo
(G - CESPAR)
Palavras chave: financeiro; decisões; índices.
E-mail :
francis robertobri to@hotmail .com
lucca [email protected]
mei re_francis @hotmail.com
vi [email protected]
Maringá Management: Revista de Ciências Empresariais, v. 9, n.2, - p. 39-48, jul./dez. 2012.
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MARINGA MANAGEMENT
ARINGA MANAGEMENT
ANÁLISE FINANCEIRA DE BALANÇO FINANCIERO DA
EMPRESA COCAMAR – COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL DE MARINGÁ
INTRODUÇÃO
O mercado está mudando a um ritmo cada vez
mais acelerado. Sendo assim, a necessidade de
informações precisas e detalhadas sobre a
saúde financeira da empresa tem se tornado
essencial para a tomada de decisões dos
gestores e administradores. Além da qualidade
nos produtos e um preço acessível, o êxito no
processo decisório mostra-se como um
diferencial
competitivo
na
busca
da
permanência e crescimento em seu ramo de
atividade.
Para que os dados obtidos no processo contábil
de uma organização sejam transformados em
informações precisas e seguras, faze-se uso das
demonstrações contábeis, especialmente o
balanço patrimonial e a demonstração do
resultado do exercício que, quando cruzados em
forma de índices financeiros, revelam a real
situação financeira da empresa.
A análise das demonstrações financeiras visa
fundamentalmente ao estudo do desempenho
econômico-financeiro de uma empresa em
determinado período de tempo, para
diagnosticar sua posição atual e produzir
resultados que sirvam de base para a previsão
de tendências futuras.
Neste contexto, o artigo busca mostrar a análise
financeira a partir dos índices de estrutura de
capital, índices de liquidez e índices de
rentabilidade apresentados na seção seguinte,
com vistas ao estudo de caso da empresa
Cooperativa Agroindustrial de Maringá –
COCAMAR, no Paraná, no período de
2009/2010.
ANÁLISE DOS ÍNDICES FINANCEIROS
Analisar algo é o mesmo que decompor um todo
em seus elementos; é o exame minucioso de
cada uma das partes deste todo (Dicionário
brasileiro Globo, 1993). Conforme Hoji (2004),
os índices mostram a situação financeira da
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empresa. Como os valores se referem a
vencimentos de diferentes datas, um valor com
vencimento no primeiro dia de um ano pode
estar sendo comparado em igualdade de
condições com outro valor que vence no último
dia do mesmo ano. Os valores traduzidos a valor
presente minimizam esse tipo de problema.
Quanto maior o índice, melhor.
Para Gitman (2004), “a análise de índices
envolve métodos de cálculo e interpretação de
índices financeiros visando analisar e
acompanhar o desempenho da empresa”. Os
elementos básicos dessa análise são a
demonstração de resultados do exercício (DRE)
e o balanço patrimonial (BP) da empresa.
ESTRUTURA DE CAPITAL
Os índices de estrutura de capital são bastante
úteis em análise da estrutura de capital. Os
índices são calculados relacionando-se as fontes
de capitais entre si e com o Ativo Permanente
que indicam o grau de dependência da empresa
com relação à capital de terceiros e o nível de
imobilização do capital. (Hoji ,2004).
Gitman (2004) afirma que o analista financeiro
preocupa-se mais com as dívidas de longo prazo
porque elas comprometem a empresa com uma
série de pagamentos por muitos anos. Como é
necessário saldar as obrigações com os credores
antes de distribuir lucros aos acionistas atuais e
futuros, prestam atenção na capacidade de
pagamento de dívidas da empresa. Em geral,
quanto mais capital de terceiros é usado por
uma empresa em relação a seus ativos totais,
maior sua alavancagem financeira.
Assim tem-se a estrutura de capital como o
primeiro grupo de análise de balanço e é
composto pelos seguintes índices:
A) Participação de capitais de terceiros sobre
os recursos totais: Este índice relaciona os
capitais de terceiros ou Exigível total (Passivo
Circulante + Exigível a longo prazo) com os
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recursos totais obtidos para o financiamento do
Ativo (Hoji, 2004). Esta medida revela o nível de
endividamento (dependência) da empresa em
relação ao seu financiamento através de
recursos próprios;
B) Composição do endividamento (CE): O índice
composição do endividamento indica quanto da
dívida total vence no curto prazo (Hoji, 2004);
C) Imobilização do Capital Próprio (ICP):
Indica a parcela dos recursos próprios
investidos no Ativo Permanente (Hoji, 2004).
D) Imobilização dos recursos não correntes
(IRNC): Para Hoji (2004), este índice informa
quanto dos recursos permanentes e de longo
prazo está investido no Ativo Permanente. O
cálculo indica a porcentagem dos recursos
permanentes e de longo prazo que estão
“imobilizados” e, portanto, qual a porcentagem
desses recursos está sendo utilizados por ativos
realizáveis.
ANÁLISE DE LIQUIDEZ
A liquidez de uma empresa é medida por sua
capacidade de cumprir as obrigações de curto
prazo à medida que vencem. Corresponde à
solvência da posição financeira geral da
empresa – a facilidade com que pode pagar
suas contas. Como uma liquidez baixa ou
declinante é um precursor comum de
dificuldades financeiras e falência, esses
índices são vistos como bons indicadores de
problemas de fluxo de caixa. As duas medidas
básicas de liquidez são o índice de liquidez
corrente e o índice de liquidez seca (GITMAN,
2004).
De acordo com Hoji (2004), os índices mostram
a situação financeira da empresa. Como os
valores se referem a vencimentos de diferentes
datas, um valor com vencimento no primeiro dia
de um ano pode estar sendo comparado em
igualdade de condições com outro valor que
vence no último dia do mesmo ano. Os valores
traduzidos a valor presente minimizam esse tipo
de problema. Quanto maior o índice, melhor.
Hoji (2004) afirma ainda:
um aspecto importante que deve ser
considerado é que a empresa precisa ‘repor’
os ativos circulantes que converter em
dinheiro, para não interromper sua atividade
operacional. Nessas condições, os ativos
circulantes passam a ter características
permanentes. Portanto, os índices de liquidez
são válidos para as hipóteses em que a
empresa é ‘liquidada.’
Dessa forma apresenta-se os índices que
compõem esse grupo:
A) Índice de liquidez geral (LG): Esse índice
indica a capacidade de pagamento de dívida no
longo prazo. O principal problema deste índice é
que os diversos valores correntes de diferentes
datas se misturam (Hoji, 2004);
B) Índice de liquidez corrente (LC): É um dos
índices financeiros mais freqüentemente
citados. Este índice mede a capacidade de saldar
suas obrigações de curto. Em geral, quanto mais
alto o índice de liquidez corrente, mais a
empresa é considerada líquida. Um índice de
liquidez corrente igual a 2 é ocasionalmente
aceitável, mas a aceitação de um valor depende
do setor no qual a empresa atua (Gitman, 2004).
Segundo Hoji (2004), esse índice é considerado
como o melhor indicador da capacidade de
pagamento da empresa (Hoji, 2004);
C) Índice de liquidez seca (LS): O índice de
liquidez seca é semelhante ao índice de liquidez
corrente, exceto pelo fato de que exclui os
estoques, geralmente os ativos circulantes
menos líquidos de todos. A comum baixa dos
estoques resulta basicamente de dois fatores:
(1) muitos tipos de estoques não podem ser
vendidos com facilidade porque são itens
parcialmente acabados e/ou têm finalidades
específicas; (2) o produto estocado é
normalmente vendido a prazo, o que significa
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ANÁLISE FINANCEIRA DE BALANÇO FINANCIERO DA
EMPRESA COCAMAR – COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL DE MARINGÁ
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que se transforma em contas a receber antes de
ser convertido em caixa.
Esse índice fornece uma medida melhor da
liquidez geral quando o estoque de uma
empresa não pode ser facilmente convertido em
dinheiro. Se o estoque for líquido, o índice de
liquidez corrente será uma medida preferível de
liquidez (Gitman, 2004). Levando-se em conta
que, para continuar operando, a empresa
precisa ter pelo menos os estoques, e estes são
mais difíceis de serem transformados em
dinheiro imediatamente, ela consegue obter
recursos para liquidar 89% das dívidas de curto
prazo (Hoji, 2004).
ANÁLISE DA RENTABILIDADE
Existem inúmeras medições da rentabilidade.
Como grupo, essas medições permitem avaliar
os lucros da empresa em relação a certo nível
de vendas, a certo nível de ativos ou ao
volume
de
capital
investido
pelos
proprietários. Sem lucros, uma empresa não
poderia
atrair
capital
externo.
Os
proprietários, credores e administradores
preocupam-se muito com o aumento do lucro,
pois isso é visto como algo muito importante
no mercado (GITMAN, 2004).
dos produtos vendidos. Quanto mais alta essa
margem, melhor, ou seja, menor o custo
relativo dos produtos vendidos (Gitman, 2004).
Este índice indica quanto a empresa obtém de
Lucro bruto para cada $1,00 de Receita líquida
(Hoji, 2004);
B) Análise da margem líquida (ML): A margem
de lucro líquido representa a proporção de cada
unidade monetária de receita de vendas
restante após a dedução de todos os custos e
despesas, incluindo juros, impostos e dividendos
de ações preferenciais. Ela é frequentemente
considerada uma medida de sucesso da
empresa no que se refere a lucros obtidos em
suas vendas (GITMAN, 2004). Quanto mais alta
a margem de lucro líquido, melhor. Este índice
indica qual foi o Lucro líquido em relação à
Receita operacional líquida (HOJI, 2004).
C) Rentabilidade do capital próprio (RCP): O
retorno do capital próprio mede o retorno
obtido no investimento do capital dos acionistas
ordinários da empresa. Em geral, quanto mais
alto este índice, melhor para os acionistas
(GITMAN, 2004).
METODOLOGIA
De acordo com HOJI (2004), os índices de
rentabilidade medem quanto estão rendendo os
capitais investidos. São indicadores muito
importantes, pois evidenciam o sucesso (ou o
insucesso) empresarial. Os índices de
rentabilidade são calculados, geralmente, sobre
as Receitas líquidas (alguns índices podem já ter
sido calculados em análise vertical), mas, em
alguns casos, pode ser interessante calcular
sobre as Receitas brutas deduzidas somente das
vendas canceladas e Abatimentos.
Os principais índices desse grupo são:
A) Análise da margem
bruta ou margem de
porcentagem de cada
vendas que resta após
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bruta (MB): A margem
lucro bruto mede a
unidade monetária de
o pagamento do custo
O presente artigo tem por base o estudo de
caso da empresa Cooperativa Agroindustrial de
Maringá – COCAMAR, no Paraná, visando
mostrar a análise financeira a partir dos índices
de estrutura de capital, índices de liquidez e
índices de rentabilidade. Para tal, foram
utilizadas
as
demonstrações
contábeis,
especialmente o balanço patrimonial e a
demonstração do resultado do exercício, além
do fluxo de caixa referente aos períodos de
2009 e 2010, caracterizando a pesquisa como
quantitativa
explicativa
descritiva
e
bibliográfica.
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Símbolo
CT/PL
PC/CT
Índice
Fórmula
Estrutura de capital
Pa rti cipa ção de
Capi tal de Terceiros x 100
Pa tri mônio Líquido
Capi tais de Tercei ros
Composiçã o do
Passi vo Ci rculante x 100
Capi tal de Terceiros
Endi vi damento
AP/PL
Imobiliza ção do
Ati vo Permanente x 100
Pa tri mônio Líquido
Pa tri mônio Líquido
IRNC
Imobiliza ção dos
Ati vo Permanente x 100
Pa tri mônio Líquido +
Exigível a LP
Recursos Não
ÍNDICE
ANO 2010
ANO 2009
RT
0,63
0,54
CE
0,64
0,58
ICP
0,91
0,84
IRNC
0,56
0,56
LG
1,05
1,13
LC
1,5
1,76
LS
0,98
1,27
MB
0,13
0,16
ML
0,014
0,03
RCP
0,046
0,093
Quadro 2: Resultado do cálculo dos índices.
Fonte: Elaborada pelos autores a partir das demonstrações contábeis 2009-
Correntes
LG
LC
LS
MB
MO
ML
Liquidez
Liquidez Geral
Ati vo Ci rculante + Ati vo
Realizá vel a LP
Passi vo Ci rculante + Passivo
Exigível a LP
Liquidez Corrente
Ati vo Ci rculante
Passi vo Ci rculante
Liquidez Seca
Ati vo Ci rculante – Es toques
Passi vo Ci rculante
Rentabilidade
Ma rgem Bruta
_______Lucro
Bruto_______
Receita opera cional Líqui da
Ma rgem Opera cional
_______Lucro
Opera cional_______
Receita opera cional
Líquida
Ma rgem Líquida
______Lucro Líquido
após IR______
Receita opera cional
Líquida
Quadro 1: Índices de avaliação e desempenho.
Fonte: Elaborado pelos autores a partir de Matarazzo,
2007.
APRESENTAÇÃO
RESULTADOS
E
DISCUSSÃO
DOS
Para análise financeira foram utilizados os
índices estudados acima, calculados conforme
dados do Balanço Patrimonial e Demonstração
do Resultado do Exercício referentes ao período
2009 e 2010. Visando facilitar a visualização dos
resultados, segue quadro 2:
Após as análises percebe-se que na estrutura de
capital no índice de participação de capitais de
terceiros sobre os recursos totais no ano de
2009, para cada $100,00 de recursos totais, a
empresa COCAMAR possui 54% de capital de
terceiros e em 2010, houve um aumento, onde
o capital de terceiros financia 63% do ativo. Na
composição de endividamento percebe-se um
aumento do vencimento de dívidas no curto
prazo. De acordo com o índice, em 2009 a
empresa COCAMAR tinha 58% das dívidas que
vencia no curto prazo, em 2010 foi para 64%.
Com referencia a imobilização do capital
próprio, em 2010 o índice apresentou 91% dos
recursos próprios estão investidos no ativo
permanente e os 09% restantes estão investidos
em ativos realizáveis ou no curto prazo, o que
percebeu-se um aumento no de investimento
no ativo permanente era de 84% e 16% em
ativos realizáveis ou curto prazo. A imobilização
dos recursos não correntes não apresentou
alteração de 2009 para 2010. Foram usados 56%
dos recursos permanentes e de longo prazo
estão “imobilizados”, e, portanto, 44% desses
recursos estão sendo utilizados por ativos
realizáveis ou curto prazo.
Em relação à liquidez a empresa apresentou em
sua liquidez geral uma pequena queda de
capacidade de pagamento de dívida no longo
prazo, em relação a 2009 onde que, para cada
$1,00 de dívida ela possuía $1,13 de bens e
direitos suficientes para liquidar seus
compromissos financeiros a longo prazo. Já em
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ANÁLISE FINANCEIRA DE BALANÇO FINANCIERO DA
EMPRESA COCAMAR – COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL DE MARINGÁ
2010 esse índice diminuiu, mas não é
consideravelmente preocupante, pois, para
cada $1,00 a empresa possui $1,05 para quitar
suas obrigações.
A liquidez corrente em 2009, mostrava-se com
um melhor índice em relação a 2010, com
R$1,76 com queda para o ano seguinte par $
1,50. Mas não demonstra ser preocupante essa
diminuição no índice, pois a empresa ainda
possui folga financeira. Na liquidez seca em
2009, o índice mostrava-se 1,27%, e no ano de
2010 passa com um menor índice que é 0,98%,
apesar desse índice estar abaixo de $1,00 não é
preocupante, pois esse índice representa os
ativos líquidos da empresa e não há
endividamento que possa comprometer a saúde
financeira da mesma.
Em relação à rentabilidade ou lucratividade a
empresa apresentou em sua margem bruta ano
em 2009 de 16% e 2010, verificou-se uma queda
indicando que para cada $1,00 de vendas, a
Cocamar possui 13% de lucro bruto, quanto
maior for a margem bruta, melhor será para a
empresa, que produz ao menor custo possível.
Já na margem líquida o índice calculado mostra
que em 2009 a COCAMAR apresentou 3% de
sobras das vendas líquidas da empresa, depois
de deduzir todos os custos, despesas e impostos
inerentes a atividade. Já em 2010, para cada
$100 de vendas ela obteve 1,4% de lucro.
Na rentabilidade do capital próprio o índice
apresentou em 2009 a geração do lucro líquido
de 9,3% sobre o capital médio investido pelos
acionistas ou sócios, e que em 2010 apesar de
ter diminuído, rendeu lucro de 4,6% o que é
consideravelmente bom. Quanto maior o lucro,
maior os investimentos dos sócios ou acionistas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste artigo pretendeu-se apresentar a análise
financeira
da
empresa
Cooperativa
Agroindustrial de Maringá – COCAMAR, no
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Paraná, referente aos períodos 2009/2010 com
objetivo de identificar sua situação financeira.
Como descrito na metodologia, a análise foi
realizada a partir do estudo dos índices de
estrutura de capital, índices de liquidez e índices
de rentabilidade. Desta maneira pode-se
observar que a situação financeira da empresa
está nos padrões atribuídos aos índices
conforme a teoria.
CONCLUSÃO
Em um mercado capitalista, o lucro é
fundamental para a organização uma vez que
reflete no investimento direto dos sócios, nos
preços de ações e na capacidade de atrair novos
investidores.
Destaca-se a importância da administração
financeira, como instrumento ou técnica para
avaliação de desempenho na empresa, pois
dessa forma, proporciona maior liberdade na
tomada de decisão por parte do administrador
financeiro ou do empresário. Alcança-se com a
administração financeira o controle da saúde
financeira e a partir daí pode-se elaborar
planejamentos e orçamentos direcionando
melhor os investimentos, conforme as
necessidades ou oportunidades de interesse da
empresa.
Assim têm-se como consideração em relação à
participação de capitais de terceiros sobre os
recursos totais, composição do endividamento,
imobilização do capital próprio e imobilização
dos recursos não correntes nota-se pequenas
variações que podem ser avaliadas como não
preocupantes uma vez que a empresa está
gerando lucro, embora em menor percentual, e
possui recursos para pagamento de dívidas em
longo prazo, em contrapartida a estrutura de
capital não apresentou comprometimento, ou
seja, a empresa não adquiriu endividamento
elevado que necessitaria de recursos de
terceiros que pudesse comprometer sua
autonomia financeira.
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ISSN 1807-6467
Ao analisar os índices da empresa COCAMAR
nos períodos 2009 e 2010, percebe-se certa
discrepância em relação à liquidez geral, liquidez
corrente, liquidez seca, margem bruta, margem
líquida e rentabilidade do capital próprio uma
vez que, em relação ao ano anterior houve
pequena queda, porém, com boa administração
dos recursos isso pode mudar e até alavancar no
mercado sendo que, embora haja queda, a
situação está controlada e a COCAMAR tem
capital suficiente para quitar suas dívidas do
curto prazo.
Sendo assim, conclui-se que a situação
financeira da COCAMAR no ano de 2009 e 2010
está nos padrões atribuídos aos índices
conforme a teoria apresentada.
REFERÊNCIAS
GITMAN, Lawrence Jeffrey. Princípios de
administração financeira. 10ª edição /
Lawrence Jeffrey Gitman; tradução técnica
Antônio Zoratto Sanvicente. São Paulo: Pearson
Addison Wesley, 2004.
Hoji, Masakazu. Administração financeira: uma
abordagem prática: matemática financeira
aplicada, estratégias financeiras, análise,
planejamento e controle financeiro / Masakazu
Hoji. 5. Ed. São Paulo: atlas, 2004.
MATARAZZO, Dante Carmine. Análise financeira
de balanços: abordagem básica e gerencial.
6.ed.São Paulo: Atlas,2007.
Maringá Management: Revista de Ciências Empresariais, v. 9, n.2, - p. 39-48, jul./dez. 2012.
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ANEXO 1 - BALANÇO PATRIMON IAL 2009/2010
COCAMAR COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL E CONTROLADAS
(Valores expressos em milhares de reais)
Balanço Patrimonial Consolidado
ATIVO
Ativo Circulante
Caixa e equivalente de caixa
Contas a receber
Provisão para devedores duvidosos
Estoques
Créditos com cooperados
Créditos tributários a recuperar
Outros
Total dos Ativos Circulantes
2010
2009
01/01/2009
256.067
138.454
-3.207
250.005
58.101
6.543
7.975
713.938
224.286
79.915
-2.697
146.318
56.565
8.524
8.790
521.701
172.797
85.667
-2.126
154.487
68.489
11.561
9.872
500.747
10.474
32.543
0
909
21.267
65.193
11.024
31.622
0
952
3.761
47.359
12.384
14.898
0
947
1.419
29.648
2.672
381.973
6.164
4.767
395.576
460.769
1.174.707
2.645
348.158
6.974
1.876
359.653
407.012
928.713
3.602
335.539
6.612
7.205
352.958
382.606
883.353
PASSIVO
Passivos Circulantes
Empréstimos e Financiamentos
Fornecedores
Obrigações tributárias a recolher
Salários e encargos sociais
Parcelamento de impostos e encargos
Débitos com cooperados
Adiantamentos de clientes
Provisão para contigências
Sobras a pagar
Outros
Total do Circulante
213.689
76.931
3.462
7.674
347
134.594
7.629
1.790
11.236
16.356
473.708
134.098
44.492
4.816
5.187
649
77.379
1.636
2.087
11.106
14.101
295.551
106.042
19.209
5.181
6.640
695
126.124
6.338
1.998
10.301
12.734
295.262
Passivos não circulantes
Exigivel a longo prazo
Empréstimos e financiamentos
Parcelamento de impostos e encargos
Provisão para contigências
Provisão para passivo a descoberto
Outros
Total do passivo não circulante
242.622
5.991
16.962
0
860
266.435
183.234
6.058
18.711
0
1.248
209.251
164.147
6.410
19.150
0
934
190.641
44.628
759
283.103
123.506
382
-17.814
434.564
1.174.707
39.152
759
259.541
131.334
863
-7.738
423.911
928.713
34.330
759
227.511
140.510
2.101
-7.761
397.450
883.353
Ativos não circulantes
Realizável a longo prazo
Créditos com cooperados
Créditos tributários a recuperar
Mútuos com controladas e coligadas
Depósitos Judiciais
Outros
Total do realizável a longo prazo
Permanente
Investimentos
Imobilizado
Propriedade para investimento
Intangível
Total do permanente
Total dos Ativos não circulantes
TOTAL DO ATIVO
PATRIMÔNIO LIQUIDO
Capital Social
Reservas de capital
Reservas estatutárias
Reservas de reavaliação
Ajuste avaliação patrimonial
Prejuizos acumulados
Total do patrimônio liquido
TOTAL DO PASSIVO
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ANEXO II – Demonstração do resultado do exercício e Fluxo de Caixa: 2009 – 2010.
COCAMAR COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL E CONTROLADAS
DEMONSTRAÇÕES DE SOBRAS OU PERDAS (CONSOLIDADO)
(Valores expressos em milhares de reais)
2.010
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA
2.009
1.475.194
1.295.482
-1.269.459
-1.084.572
205.735
210.910
-53.862
-73.079
-72.073
-46.179
-62.674
-63.957
5.651
0
9.742
753
0
6.326
-183.621
-165.731
22.114
45.179
Despesas financieras
-45.160
-40.313
Receitas financeiras
45.060
38.021
Variação Cambial, líquida
Total
-924
-1.024
2.807
515
SOBRA LÍQUIDA ANTES DOS EFEITOS FISCAIS
21.090
45.694
-815
-6.199
20.275
39.495
CUSTO DOS PRODUTOS E SERVIÇOS VENDIDOS
Sobra bruta
(DESPESAS) RECEITAS OPERACIONAIS
Despesa com pessoal
Despesas técnicas
Despesas com vendas
Receitas com taxas de recepção e armazenamento
Resultado de equivalencia patrimonial
Reversão de provisões e outras
Total
Resultado operacional antes dos efeitos financeiros
EFEITOS FINANCEIROS
IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
SOBRA LÍQUIDA DO EXERCÍCIO
Maringá Management: Revista de Ciências Empresariais, v. 9, n.2, - p. 39-48, jul./dez. 2012.
47
ANÁLISE FINANCEIRA DE BALANÇO FINANCIERO DA
EMPRESA COCAMAR – COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL DE MARINGÁ
MARINGA MANAGEMENT
MARINGA MANAGEMENT
Demonstração do Fluxo de Caixa da empresa COCAMAR (consolidado)
(Valores expressos em milhares de reais)
2010
2009
sobra líquida do exercício
Depreciação e amortizações
20.275
28.536
39.495
28.238
Participação no resultado de controladas
Variações monetárias e juros de longo prazo
0
21.364
0
12.992
3.096
-783
-458
-2.111
72.488
78.156
-58.419
5.314
-103.687
-2.403
8.169
22.269
1.173
2.227
-13.653
2.809
FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS
(Ganhos) Perdas na venda de imobilizado
Provisões
Sobra Operacional Bruta antes das mudanças no capital de Giro
(AUMENTO) REDUÇÃO DOS ATIVOS OPERACONAIS
Contas a receber de clientes
Estoques
Créditos com cooperados
Créditos tributários à recuperar
Juros recebidos
48