39 ANÁLISE FINANCEIRA DE BALANÇO FINANCEIRO DA
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39 ANÁLISE FINANCEIRA DE BALANÇO FINANCEIRO DA
MARINGA MANAGEMENT ISSN 1807-6467 ANÁLISE FINANCEIRA DE BALANÇO FINANCEIRO DA EMPRESA COCAMAR - COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL DE MARINGÁ RESUMO O mercado muda a um ritmo acelerado. Com a globalização, tendências que antes eram regionais agora se alastram pelo mundo exigindo que as empresas sejam inovadoras e competitivas. No setor financeiro não é diferente, modelos de gestão outrora satisfatórios estão sendo substituídos por novos processos visando acelerar e medir resultados com eficiência, onde informações precisas são essenciais para tomada de decisões. Além disso, o êxito no processo decisório mostra-se como um diferencial no mercado. Sendo assim, este artigo apresenta a análise financeira da empresa Cooperativa Agroindustrial de Maringá – COCAMAR, no Paraná, referente aos períodos 2009/2010 com objetivo de identificar sua situação financeira. Neste contexto, os índices de estrutura de capital, de liquidez e de rentabilidade, quando cruzados com a Demonstração do Resultado do Exercício e o Balanço Patrimonial, tornam-se ferramentas concisas. Portanto, espera-se concluir que a situação financeira da empresa está nos padrões atribuídos aos índices conforme a teoria. Francis Roberto Brito (G - CESPAR) Luciane Carvalho (CESPAR) Rosimeire Vieira Lima Brito (G - CESPAR) Victor Camilo (G - CESPAR) Palavras chave: financeiro; decisões; índices. E-mail : francis robertobri to@hotmail .com lucca [email protected] mei re_francis @hotmail.com vi [email protected] Maringá Management: Revista de Ciências Empresariais, v. 9, n.2, - p. 39-48, jul./dez. 2012. 39 MARINGA MANAGEMENT ARINGA MANAGEMENT ANÁLISE FINANCEIRA DE BALANÇO FINANCIERO DA EMPRESA COCAMAR – COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL DE MARINGÁ INTRODUÇÃO O mercado está mudando a um ritmo cada vez mais acelerado. Sendo assim, a necessidade de informações precisas e detalhadas sobre a saúde financeira da empresa tem se tornado essencial para a tomada de decisões dos gestores e administradores. Além da qualidade nos produtos e um preço acessível, o êxito no processo decisório mostra-se como um diferencial competitivo na busca da permanência e crescimento em seu ramo de atividade. Para que os dados obtidos no processo contábil de uma organização sejam transformados em informações precisas e seguras, faze-se uso das demonstrações contábeis, especialmente o balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício que, quando cruzados em forma de índices financeiros, revelam a real situação financeira da empresa. A análise das demonstrações financeiras visa fundamentalmente ao estudo do desempenho econômico-financeiro de uma empresa em determinado período de tempo, para diagnosticar sua posição atual e produzir resultados que sirvam de base para a previsão de tendências futuras. Neste contexto, o artigo busca mostrar a análise financeira a partir dos índices de estrutura de capital, índices de liquidez e índices de rentabilidade apresentados na seção seguinte, com vistas ao estudo de caso da empresa Cooperativa Agroindustrial de Maringá – COCAMAR, no Paraná, no período de 2009/2010. ANÁLISE DOS ÍNDICES FINANCEIROS Analisar algo é o mesmo que decompor um todo em seus elementos; é o exame minucioso de cada uma das partes deste todo (Dicionário brasileiro Globo, 1993). Conforme Hoji (2004), os índices mostram a situação financeira da 40 empresa. Como os valores se referem a vencimentos de diferentes datas, um valor com vencimento no primeiro dia de um ano pode estar sendo comparado em igualdade de condições com outro valor que vence no último dia do mesmo ano. Os valores traduzidos a valor presente minimizam esse tipo de problema. Quanto maior o índice, melhor. Para Gitman (2004), “a análise de índices envolve métodos de cálculo e interpretação de índices financeiros visando analisar e acompanhar o desempenho da empresa”. Os elementos básicos dessa análise são a demonstração de resultados do exercício (DRE) e o balanço patrimonial (BP) da empresa. ESTRUTURA DE CAPITAL Os índices de estrutura de capital são bastante úteis em análise da estrutura de capital. Os índices são calculados relacionando-se as fontes de capitais entre si e com o Ativo Permanente que indicam o grau de dependência da empresa com relação à capital de terceiros e o nível de imobilização do capital. (Hoji ,2004). Gitman (2004) afirma que o analista financeiro preocupa-se mais com as dívidas de longo prazo porque elas comprometem a empresa com uma série de pagamentos por muitos anos. Como é necessário saldar as obrigações com os credores antes de distribuir lucros aos acionistas atuais e futuros, prestam atenção na capacidade de pagamento de dívidas da empresa. Em geral, quanto mais capital de terceiros é usado por uma empresa em relação a seus ativos totais, maior sua alavancagem financeira. Assim tem-se a estrutura de capital como o primeiro grupo de análise de balanço e é composto pelos seguintes índices: A) Participação de capitais de terceiros sobre os recursos totais: Este índice relaciona os capitais de terceiros ou Exigível total (Passivo Circulante + Exigível a longo prazo) com os MARINGA MANAGEMENT ISSN 1807-6467 recursos totais obtidos para o financiamento do Ativo (Hoji, 2004). Esta medida revela o nível de endividamento (dependência) da empresa em relação ao seu financiamento através de recursos próprios; B) Composição do endividamento (CE): O índice composição do endividamento indica quanto da dívida total vence no curto prazo (Hoji, 2004); C) Imobilização do Capital Próprio (ICP): Indica a parcela dos recursos próprios investidos no Ativo Permanente (Hoji, 2004). D) Imobilização dos recursos não correntes (IRNC): Para Hoji (2004), este índice informa quanto dos recursos permanentes e de longo prazo está investido no Ativo Permanente. O cálculo indica a porcentagem dos recursos permanentes e de longo prazo que estão “imobilizados” e, portanto, qual a porcentagem desses recursos está sendo utilizados por ativos realizáveis. ANÁLISE DE LIQUIDEZ A liquidez de uma empresa é medida por sua capacidade de cumprir as obrigações de curto prazo à medida que vencem. Corresponde à solvência da posição financeira geral da empresa – a facilidade com que pode pagar suas contas. Como uma liquidez baixa ou declinante é um precursor comum de dificuldades financeiras e falência, esses índices são vistos como bons indicadores de problemas de fluxo de caixa. As duas medidas básicas de liquidez são o índice de liquidez corrente e o índice de liquidez seca (GITMAN, 2004). De acordo com Hoji (2004), os índices mostram a situação financeira da empresa. Como os valores se referem a vencimentos de diferentes datas, um valor com vencimento no primeiro dia de um ano pode estar sendo comparado em igualdade de condições com outro valor que vence no último dia do mesmo ano. Os valores traduzidos a valor presente minimizam esse tipo de problema. Quanto maior o índice, melhor. Hoji (2004) afirma ainda: um aspecto importante que deve ser considerado é que a empresa precisa ‘repor’ os ativos circulantes que converter em dinheiro, para não interromper sua atividade operacional. Nessas condições, os ativos circulantes passam a ter características permanentes. Portanto, os índices de liquidez são válidos para as hipóteses em que a empresa é ‘liquidada.’ Dessa forma apresenta-se os índices que compõem esse grupo: A) Índice de liquidez geral (LG): Esse índice indica a capacidade de pagamento de dívida no longo prazo. O principal problema deste índice é que os diversos valores correntes de diferentes datas se misturam (Hoji, 2004); B) Índice de liquidez corrente (LC): É um dos índices financeiros mais freqüentemente citados. Este índice mede a capacidade de saldar suas obrigações de curto. Em geral, quanto mais alto o índice de liquidez corrente, mais a empresa é considerada líquida. Um índice de liquidez corrente igual a 2 é ocasionalmente aceitável, mas a aceitação de um valor depende do setor no qual a empresa atua (Gitman, 2004). Segundo Hoji (2004), esse índice é considerado como o melhor indicador da capacidade de pagamento da empresa (Hoji, 2004); C) Índice de liquidez seca (LS): O índice de liquidez seca é semelhante ao índice de liquidez corrente, exceto pelo fato de que exclui os estoques, geralmente os ativos circulantes menos líquidos de todos. A comum baixa dos estoques resulta basicamente de dois fatores: (1) muitos tipos de estoques não podem ser vendidos com facilidade porque são itens parcialmente acabados e/ou têm finalidades específicas; (2) o produto estocado é normalmente vendido a prazo, o que significa Maringá Management: Revista de Ciências Empresariais, v. 9, n.2, - p. 39-48, jul./dez. 2012. 41 ANÁLISE FINANCEIRA DE BALANÇO FINANCIERO DA EMPRESA COCAMAR – COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL DE MARINGÁ MARINGA MANAGEMENT ARINGA MANAGEMENT que se transforma em contas a receber antes de ser convertido em caixa. Esse índice fornece uma medida melhor da liquidez geral quando o estoque de uma empresa não pode ser facilmente convertido em dinheiro. Se o estoque for líquido, o índice de liquidez corrente será uma medida preferível de liquidez (Gitman, 2004). Levando-se em conta que, para continuar operando, a empresa precisa ter pelo menos os estoques, e estes são mais difíceis de serem transformados em dinheiro imediatamente, ela consegue obter recursos para liquidar 89% das dívidas de curto prazo (Hoji, 2004). ANÁLISE DA RENTABILIDADE Existem inúmeras medições da rentabilidade. Como grupo, essas medições permitem avaliar os lucros da empresa em relação a certo nível de vendas, a certo nível de ativos ou ao volume de capital investido pelos proprietários. Sem lucros, uma empresa não poderia atrair capital externo. Os proprietários, credores e administradores preocupam-se muito com o aumento do lucro, pois isso é visto como algo muito importante no mercado (GITMAN, 2004). dos produtos vendidos. Quanto mais alta essa margem, melhor, ou seja, menor o custo relativo dos produtos vendidos (Gitman, 2004). Este índice indica quanto a empresa obtém de Lucro bruto para cada $1,00 de Receita líquida (Hoji, 2004); B) Análise da margem líquida (ML): A margem de lucro líquido representa a proporção de cada unidade monetária de receita de vendas restante após a dedução de todos os custos e despesas, incluindo juros, impostos e dividendos de ações preferenciais. Ela é frequentemente considerada uma medida de sucesso da empresa no que se refere a lucros obtidos em suas vendas (GITMAN, 2004). Quanto mais alta a margem de lucro líquido, melhor. Este índice indica qual foi o Lucro líquido em relação à Receita operacional líquida (HOJI, 2004). C) Rentabilidade do capital próprio (RCP): O retorno do capital próprio mede o retorno obtido no investimento do capital dos acionistas ordinários da empresa. Em geral, quanto mais alto este índice, melhor para os acionistas (GITMAN, 2004). METODOLOGIA De acordo com HOJI (2004), os índices de rentabilidade medem quanto estão rendendo os capitais investidos. São indicadores muito importantes, pois evidenciam o sucesso (ou o insucesso) empresarial. Os índices de rentabilidade são calculados, geralmente, sobre as Receitas líquidas (alguns índices podem já ter sido calculados em análise vertical), mas, em alguns casos, pode ser interessante calcular sobre as Receitas brutas deduzidas somente das vendas canceladas e Abatimentos. Os principais índices desse grupo são: A) Análise da margem bruta ou margem de porcentagem de cada vendas que resta após 42 bruta (MB): A margem lucro bruto mede a unidade monetária de o pagamento do custo O presente artigo tem por base o estudo de caso da empresa Cooperativa Agroindustrial de Maringá – COCAMAR, no Paraná, visando mostrar a análise financeira a partir dos índices de estrutura de capital, índices de liquidez e índices de rentabilidade. Para tal, foram utilizadas as demonstrações contábeis, especialmente o balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício, além do fluxo de caixa referente aos períodos de 2009 e 2010, caracterizando a pesquisa como quantitativa explicativa descritiva e bibliográfica. MARINGA MANAGEMENT ISSN 1807-6467 Símbolo CT/PL PC/CT Índice Fórmula Estrutura de capital Pa rti cipa ção de Capi tal de Terceiros x 100 Pa tri mônio Líquido Capi tais de Tercei ros Composiçã o do Passi vo Ci rculante x 100 Capi tal de Terceiros Endi vi damento AP/PL Imobiliza ção do Ati vo Permanente x 100 Pa tri mônio Líquido Pa tri mônio Líquido IRNC Imobiliza ção dos Ati vo Permanente x 100 Pa tri mônio Líquido + Exigível a LP Recursos Não ÍNDICE ANO 2010 ANO 2009 RT 0,63 0,54 CE 0,64 0,58 ICP 0,91 0,84 IRNC 0,56 0,56 LG 1,05 1,13 LC 1,5 1,76 LS 0,98 1,27 MB 0,13 0,16 ML 0,014 0,03 RCP 0,046 0,093 Quadro 2: Resultado do cálculo dos índices. Fonte: Elaborada pelos autores a partir das demonstrações contábeis 2009- Correntes LG LC LS MB MO ML Liquidez Liquidez Geral Ati vo Ci rculante + Ati vo Realizá vel a LP Passi vo Ci rculante + Passivo Exigível a LP Liquidez Corrente Ati vo Ci rculante Passi vo Ci rculante Liquidez Seca Ati vo Ci rculante – Es toques Passi vo Ci rculante Rentabilidade Ma rgem Bruta _______Lucro Bruto_______ Receita opera cional Líqui da Ma rgem Opera cional _______Lucro Opera cional_______ Receita opera cional Líquida Ma rgem Líquida ______Lucro Líquido após IR______ Receita opera cional Líquida Quadro 1: Índices de avaliação e desempenho. Fonte: Elaborado pelos autores a partir de Matarazzo, 2007. APRESENTAÇÃO RESULTADOS E DISCUSSÃO DOS Para análise financeira foram utilizados os índices estudados acima, calculados conforme dados do Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício referentes ao período 2009 e 2010. Visando facilitar a visualização dos resultados, segue quadro 2: Após as análises percebe-se que na estrutura de capital no índice de participação de capitais de terceiros sobre os recursos totais no ano de 2009, para cada $100,00 de recursos totais, a empresa COCAMAR possui 54% de capital de terceiros e em 2010, houve um aumento, onde o capital de terceiros financia 63% do ativo. Na composição de endividamento percebe-se um aumento do vencimento de dívidas no curto prazo. De acordo com o índice, em 2009 a empresa COCAMAR tinha 58% das dívidas que vencia no curto prazo, em 2010 foi para 64%. Com referencia a imobilização do capital próprio, em 2010 o índice apresentou 91% dos recursos próprios estão investidos no ativo permanente e os 09% restantes estão investidos em ativos realizáveis ou no curto prazo, o que percebeu-se um aumento no de investimento no ativo permanente era de 84% e 16% em ativos realizáveis ou curto prazo. A imobilização dos recursos não correntes não apresentou alteração de 2009 para 2010. Foram usados 56% dos recursos permanentes e de longo prazo estão “imobilizados”, e, portanto, 44% desses recursos estão sendo utilizados por ativos realizáveis ou curto prazo. Em relação à liquidez a empresa apresentou em sua liquidez geral uma pequena queda de capacidade de pagamento de dívida no longo prazo, em relação a 2009 onde que, para cada $1,00 de dívida ela possuía $1,13 de bens e direitos suficientes para liquidar seus compromissos financeiros a longo prazo. Já em Maringá Management: Revista de Ciências Empresariais, v. 9, n.2, - p. 39-48, jul./dez. 2012. 43 MARINGA MANAGEMENT ARINGA MANAGEMENT ANÁLISE FINANCEIRA DE BALANÇO FINANCIERO DA EMPRESA COCAMAR – COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL DE MARINGÁ 2010 esse índice diminuiu, mas não é consideravelmente preocupante, pois, para cada $1,00 a empresa possui $1,05 para quitar suas obrigações. A liquidez corrente em 2009, mostrava-se com um melhor índice em relação a 2010, com R$1,76 com queda para o ano seguinte par $ 1,50. Mas não demonstra ser preocupante essa diminuição no índice, pois a empresa ainda possui folga financeira. Na liquidez seca em 2009, o índice mostrava-se 1,27%, e no ano de 2010 passa com um menor índice que é 0,98%, apesar desse índice estar abaixo de $1,00 não é preocupante, pois esse índice representa os ativos líquidos da empresa e não há endividamento que possa comprometer a saúde financeira da mesma. Em relação à rentabilidade ou lucratividade a empresa apresentou em sua margem bruta ano em 2009 de 16% e 2010, verificou-se uma queda indicando que para cada $1,00 de vendas, a Cocamar possui 13% de lucro bruto, quanto maior for a margem bruta, melhor será para a empresa, que produz ao menor custo possível. Já na margem líquida o índice calculado mostra que em 2009 a COCAMAR apresentou 3% de sobras das vendas líquidas da empresa, depois de deduzir todos os custos, despesas e impostos inerentes a atividade. Já em 2010, para cada $100 de vendas ela obteve 1,4% de lucro. Na rentabilidade do capital próprio o índice apresentou em 2009 a geração do lucro líquido de 9,3% sobre o capital médio investido pelos acionistas ou sócios, e que em 2010 apesar de ter diminuído, rendeu lucro de 4,6% o que é consideravelmente bom. Quanto maior o lucro, maior os investimentos dos sócios ou acionistas. CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste artigo pretendeu-se apresentar a análise financeira da empresa Cooperativa Agroindustrial de Maringá – COCAMAR, no 44 Paraná, referente aos períodos 2009/2010 com objetivo de identificar sua situação financeira. Como descrito na metodologia, a análise foi realizada a partir do estudo dos índices de estrutura de capital, índices de liquidez e índices de rentabilidade. Desta maneira pode-se observar que a situação financeira da empresa está nos padrões atribuídos aos índices conforme a teoria. CONCLUSÃO Em um mercado capitalista, o lucro é fundamental para a organização uma vez que reflete no investimento direto dos sócios, nos preços de ações e na capacidade de atrair novos investidores. Destaca-se a importância da administração financeira, como instrumento ou técnica para avaliação de desempenho na empresa, pois dessa forma, proporciona maior liberdade na tomada de decisão por parte do administrador financeiro ou do empresário. Alcança-se com a administração financeira o controle da saúde financeira e a partir daí pode-se elaborar planejamentos e orçamentos direcionando melhor os investimentos, conforme as necessidades ou oportunidades de interesse da empresa. Assim têm-se como consideração em relação à participação de capitais de terceiros sobre os recursos totais, composição do endividamento, imobilização do capital próprio e imobilização dos recursos não correntes nota-se pequenas variações que podem ser avaliadas como não preocupantes uma vez que a empresa está gerando lucro, embora em menor percentual, e possui recursos para pagamento de dívidas em longo prazo, em contrapartida a estrutura de capital não apresentou comprometimento, ou seja, a empresa não adquiriu endividamento elevado que necessitaria de recursos de terceiros que pudesse comprometer sua autonomia financeira. MARINGA MANAGEMENT ISSN 1807-6467 Ao analisar os índices da empresa COCAMAR nos períodos 2009 e 2010, percebe-se certa discrepância em relação à liquidez geral, liquidez corrente, liquidez seca, margem bruta, margem líquida e rentabilidade do capital próprio uma vez que, em relação ao ano anterior houve pequena queda, porém, com boa administração dos recursos isso pode mudar e até alavancar no mercado sendo que, embora haja queda, a situação está controlada e a COCAMAR tem capital suficiente para quitar suas dívidas do curto prazo. Sendo assim, conclui-se que a situação financeira da COCAMAR no ano de 2009 e 2010 está nos padrões atribuídos aos índices conforme a teoria apresentada. REFERÊNCIAS GITMAN, Lawrence Jeffrey. Princípios de administração financeira. 10ª edição / Lawrence Jeffrey Gitman; tradução técnica Antônio Zoratto Sanvicente. São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2004. Hoji, Masakazu. Administração financeira: uma abordagem prática: matemática financeira aplicada, estratégias financeiras, análise, planejamento e controle financeiro / Masakazu Hoji. 5. Ed. São Paulo: atlas, 2004. MATARAZZO, Dante Carmine. Análise financeira de balanços: abordagem básica e gerencial. 6.ed.São Paulo: Atlas,2007. Maringá Management: Revista de Ciências Empresariais, v. 9, n.2, - p. 39-48, jul./dez. 2012. 45 ANEXO 1 - BALANÇO PATRIMON IAL 2009/2010 COCAMAR COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL E CONTROLADAS (Valores expressos em milhares de reais) Balanço Patrimonial Consolidado ATIVO Ativo Circulante Caixa e equivalente de caixa Contas a receber Provisão para devedores duvidosos Estoques Créditos com cooperados Créditos tributários a recuperar Outros Total dos Ativos Circulantes 2010 2009 01/01/2009 256.067 138.454 -3.207 250.005 58.101 6.543 7.975 713.938 224.286 79.915 -2.697 146.318 56.565 8.524 8.790 521.701 172.797 85.667 -2.126 154.487 68.489 11.561 9.872 500.747 10.474 32.543 0 909 21.267 65.193 11.024 31.622 0 952 3.761 47.359 12.384 14.898 0 947 1.419 29.648 2.672 381.973 6.164 4.767 395.576 460.769 1.174.707 2.645 348.158 6.974 1.876 359.653 407.012 928.713 3.602 335.539 6.612 7.205 352.958 382.606 883.353 PASSIVO Passivos Circulantes Empréstimos e Financiamentos Fornecedores Obrigações tributárias a recolher Salários e encargos sociais Parcelamento de impostos e encargos Débitos com cooperados Adiantamentos de clientes Provisão para contigências Sobras a pagar Outros Total do Circulante 213.689 76.931 3.462 7.674 347 134.594 7.629 1.790 11.236 16.356 473.708 134.098 44.492 4.816 5.187 649 77.379 1.636 2.087 11.106 14.101 295.551 106.042 19.209 5.181 6.640 695 126.124 6.338 1.998 10.301 12.734 295.262 Passivos não circulantes Exigivel a longo prazo Empréstimos e financiamentos Parcelamento de impostos e encargos Provisão para contigências Provisão para passivo a descoberto Outros Total do passivo não circulante 242.622 5.991 16.962 0 860 266.435 183.234 6.058 18.711 0 1.248 209.251 164.147 6.410 19.150 0 934 190.641 44.628 759 283.103 123.506 382 -17.814 434.564 1.174.707 39.152 759 259.541 131.334 863 -7.738 423.911 928.713 34.330 759 227.511 140.510 2.101 -7.761 397.450 883.353 Ativos não circulantes Realizável a longo prazo Créditos com cooperados Créditos tributários a recuperar Mútuos com controladas e coligadas Depósitos Judiciais Outros Total do realizável a longo prazo Permanente Investimentos Imobilizado Propriedade para investimento Intangível Total do permanente Total dos Ativos não circulantes TOTAL DO ATIVO PATRIMÔNIO LIQUIDO Capital Social Reservas de capital Reservas estatutárias Reservas de reavaliação Ajuste avaliação patrimonial Prejuizos acumulados Total do patrimônio liquido TOTAL DO PASSIVO 47 ANEXO II – Demonstração do resultado do exercício e Fluxo de Caixa: 2009 – 2010. COCAMAR COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL E CONTROLADAS DEMONSTRAÇÕES DE SOBRAS OU PERDAS (CONSOLIDADO) (Valores expressos em milhares de reais) 2.010 RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 2.009 1.475.194 1.295.482 -1.269.459 -1.084.572 205.735 210.910 -53.862 -73.079 -72.073 -46.179 -62.674 -63.957 5.651 0 9.742 753 0 6.326 -183.621 -165.731 22.114 45.179 Despesas financieras -45.160 -40.313 Receitas financeiras 45.060 38.021 Variação Cambial, líquida Total -924 -1.024 2.807 515 SOBRA LÍQUIDA ANTES DOS EFEITOS FISCAIS 21.090 45.694 -815 -6.199 20.275 39.495 CUSTO DOS PRODUTOS E SERVIÇOS VENDIDOS Sobra bruta (DESPESAS) RECEITAS OPERACIONAIS Despesa com pessoal Despesas técnicas Despesas com vendas Receitas com taxas de recepção e armazenamento Resultado de equivalencia patrimonial Reversão de provisões e outras Total Resultado operacional antes dos efeitos financeiros EFEITOS FINANCEIROS IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRA LÍQUIDA DO EXERCÍCIO Maringá Management: Revista de Ciências Empresariais, v. 9, n.2, - p. 39-48, jul./dez. 2012. 47 ANÁLISE FINANCEIRA DE BALANÇO FINANCIERO DA EMPRESA COCAMAR – COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL DE MARINGÁ MARINGA MANAGEMENT MARINGA MANAGEMENT Demonstração do Fluxo de Caixa da empresa COCAMAR (consolidado) (Valores expressos em milhares de reais) 2010 2009 sobra líquida do exercício Depreciação e amortizações 20.275 28.536 39.495 28.238 Participação no resultado de controladas Variações monetárias e juros de longo prazo 0 21.364 0 12.992 3.096 -783 -458 -2.111 72.488 78.156 -58.419 5.314 -103.687 -2.403 8.169 22.269 1.173 2.227 -13.653 2.809 FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS (Ganhos) Perdas na venda de imobilizado Provisões Sobra Operacional Bruta antes das mudanças no capital de Giro (AUMENTO) REDUÇÃO DOS ATIVOS OPERACONAIS Contas a receber de clientes Estoques Créditos com cooperados Créditos tributários à recuperar Juros recebidos 48
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