Congresso "Portos" juntou mais de mil
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Congresso "Portos" juntou mais de mil
Revista CARGO www.cargoedicoes.pt ANO XX * Nº 215 * SETEMBRO 2010 * MENSAL * 4 EUR Transpor tes & Logística Congresso "Portos" juntou mais de mil EMEF levou bogie inteligente à Innotrans Poças Esteves: O mar é obrigação Porto de Leixões inaugura Multiusos setembro 2010 CARGO 1 CARGO Ano XX • Nº 215 • SETEMBRO 2010 Editorial O desígnio nacional Portugal viveu nos últimos dias um momento único no que respeita ao setor marítimo – a celebração do Dia Mundial do Mar prolongou-se por mais de uma semana, se tivermos em conta a conferência “O Mar como Opção Estratégica”, que uma firma de advogados da capital em boa hora promoveu, e quatro dias depois o Congresso Portos e Transportes Marítimos”, dois eventos de que nestas páginas damos conta. Como se disse em ambos, urge que se faça, porque, em boa verdade, até agora apenas se tem dito. Lá por fora, é notícia o lançamento da nova auto-estrada do mar entre o porto francês de Saint-Nazaire (perto de Nantes) e Gijon, no norte da Espanha, mas pelos piores motivos: um dos dois transportadores, o armador italiano Grimaldi, retirou-se do projeto ainda antes da primeira viagem, alegando que estava demasiado ocupado a explorar serviços idênticos no Báltico e no Mediterrâneo. O embaraço das instâncias europeias foi notório. Mais uma vez veio ao de cima a dificuldade em estabelecer serviços marítimos pendulares rápidos, fiáveis e atrativos para os carregadores e transportadores terrestres, que permitam retirar das estradas os pesados camiões que congestionam as vias rodoviárias, e para os armadores, que se recusam, e estão no seu direito, a pagar do seu bolso o funcionamento desta A.E. salgada. Aparentemente, alguém chamou os bois pelo nome – tem que se criar uma cintura virtual dentro da qual a navegação seja considerada “intra-europeia”. Os navios que mantiverem a rota nessa cintura, passam a ser dispensados de toda a panóplia de controlos de segurança e sanitários que retiram a réstea de competitividade comparada ao marítimo, sobretudo no cotejo com o rodoviário. E com isso, de uma penada, todos os serviços intra-europeus passam a pertencer ao cenceito A.E. do Mar. Sem isso, que se reivindica há mais de duas décadas, o navio nunca mais largará verdadeiramente as amarras. O diretor Índice Cavaco Silva: Portugal arrisca-se a ver os seus recursos explorados por terceiros .......................................... Poças Esteves: “O Mar é uma obrigação” ............... O mais assinalado Dia Mundial do Mar .................... A.E. do Mar Gijón-Nantes arrancou mas Grimaldi saltou fora .......................................... Funchalense 5 da ENM já está ao serviço................ Estaleiros de Viana com nova gestão ...................... Tela vai tapar estilha no porto de Leixões ................. Gestão da APDL certificada pelo Lloyd's ................. Porto de Leixões inaugurou terminal multiusos ....... Porto de Aveiro cresceu quase 20% entre abril e junho .................................. Bruxelas poderá lançar obrigações para financiar infra-estruturas de transporte ............ Portos de Setúbal e Emden mais próximos ............. Setúbal ganhou um milhão até agosto ..................... Plataforma Logístico-Portuária de Setúbal por Vítor Caldeirinha ............................................... A logística e o porto centro de negócios (FIM) por Prof. J. Augusto Felício ...................................... A CARGO há 15 anos .............................................. RODOFERROVIÁRIO & LOGÍSTICA Ponte ferroviária sobre o Sado passou nos ensaios de carga .................................. EMEF mostrou vagão na Innotrans ............................... Transportes Paulo Duarte reforça frota .................... Fiege inaugura plataforma ...................................... Já arrancou o IP-8 entre Sines e Beja ...................... 4 8 10 14 15 16 18 18 19 20 20 21 21 22 24 29 30 32 34 35 36 AÉREO INAC aprova utilização de Beja ............................... 38 A errada privatização da ANA e TAP por J. Martins Pereira Coutinho ............................... 40 Carga ajudou aos lucros da ANA ............................. 42 Já conhece o Portal de Notícias cargoedicoes.pt? 2 CARGO setembro 2010 setembro 2010 CARGO 3 O congresso Portos e Transportes Marítimos, cuja segunda edição ocorrerá em 2012, teve como ponto de partida o estudo "Hipercluster do Mar", coordenado pelo ex-ministro das Finanças Ernâni Lopes, e pretendeu alertar os empresários para a importância do mar. E estes acorreram em força. Cavaco Silva: Portugal arrisca-se a ver os seus recursos explorados por terceiros O grande auditório da antiga FIL foi pequeno para acolher todos os que se associaram ao congresso "Portos e Transportes Marítimos" organizado pela Associação Comercial de Lisboa (ACL), em parceria com as confederações patronais, e que teve o alto patrocíno do Presidente da República. Depois de palavras de enquadramento do evento, por Bruno Bobone, presidente da associação organizadora, de que abaixo apresentamos um resumo, Cavaco Silva proferiu um discurso em que não se coibiu de desafiar todos os agentes económicos a arregaçar as mangas em prol da exploração da que será a maior oportunidade económica do país neste início de século. O mais alto magistrado da nação invocou o estudo do professor Ernâni Lopes "Hipercluster do Mar", que originou a criação recente do Forum da economia do Mar, para louvar a organização do evento, bem como os esforços da ACL, "juntandose a todos aqueles que têm uma noção clara da relevância do mar para a economia portuguesa no futuro". O Presidente de República continuou na mesma linha: "Não só tenho mostrado a minha inquietação pelo alheamento de Portugal relativamente à exploração do mar, como também o mar deve consti- tuir uma verdadeira prioridade na agenda política nacional. Deacordo com estudos efectuados pela comissão europeia, dos setores marítimos tradicionais, isto é, os transportes, portos e construção naval, Portugal gera um valor que é mais de três vezes inferior ao valor gerado pela Bélgica, um país que tem apenas 98km de costa e Portugal gera igualmente três vezes menos emprego do que a Grécia. A Espanha, no seu cluster marítimo, gera sete vezes mais o valor do que Portugal e a Dinamarca, um país com bastante menos população do que o nosso, produz seis vezes mais valor e três vezes mais emprego nos setores marítimos do u Bruno Bobone: Dividir algo que valha a pena Bruno Bobone, a alma deste congresso e, também, o agregador de esforços que permitiram levar por diante a realização do estudo Hipercluster do Mar", centrou a intervenção nos motivos da realização deste evento: "Pretendeu-se levar o mar a todos os setores da economia portuguesa. É que não basta a Portugal que os entendidos nos assuntos do mar estejam motivados a desenvolver todos estes trabalhos. É fundamental que o mar passe a fazer parte da cultura portuguesa. É fundamental que os industriais portugueses aprendam a pensar que o mar pode ser um bom foco para os seus investimentos, que os prestadores de serviço se reinventem para aproveitar tudo o quanto está relacionado com o mar, tornando-o num novo potencial de negócio, e ainda que os nossos exploradores dos recursos da terra se lembrem que também no mar existem recursos 4 CARGO que podem ser aproveitados". Bobone concluiu defendendo que "chega de nos preocuparmos em saber como vamos dividir o pouco que temos. É fundamental encontrar mais para que possamos dividir algo que valha a pena e para que possamos entregar mais a quantos precisam. A Associação Comercial de Lisboa, através da sua colaboração com Fórum Empresarial para a economia do mar, propõe-se dar continuidade à implementação de todos os projetos 5.58, que de bom grado oferecemos ao nosso Primeiro-ministro. Mas para isso, precisamos de quem investe. Em particular precisamos dos empresários dos diversos setores da economia nacional que estão hoje aqui e a quem esperamos conseguir cativar para ajudar Portugal, sabendo que estão a dar de si mesmos e a todos os portugueses. n setembro 2010 setembro 2010 CARGO 5 u que Portugal". "Esta minha preocupação, é tanto mais forte quanto, perante a situação económica do país e a persistência dos problemas estruturais da nossa economia, necessitamos de encontrar novas vias de desenvolvimento económico, vias que conduzam a novas oportunidades de negócio e, mais ainda, a novos setores de actividades económicas, geradores de elevado valor acrescentado". Não podemos ficar amarrados à inércia do passado, e limitarmo-nos a fazer mais do mesmo. Se o desafio é reinventar a nossa economia, produzindo cada vez mais aquilo que o exterior quer comprar e a que atribui valor considerável, que o façamos em setores em que dispomos de vantagens comparativas. E Portugal, em virtude dos excepcionais condicionalismos geográficos e históricos, disfruta à partida, no mundo marítimo de uma considerada imagem de marca criada pela percepção positiva que lá fora se tem da nossa ligação com o mar. Cabenos a nós abrir rumos que permitam a exploração cabal do mar, com políticas públicas destinadas a fomentar o inves- timento privado nos setores marítimos e a tornar esses setores competitivos com os seus homólogos europeus. Todos temos de facto uma missão importante se quisermos dar corpo à visão de Portugal como uma nação economicamente sustentável pela sua geografia e pela grande região marítima de que dispomos. É importante que não fiquemos todos a olhar uns para os outros para ver quem começa". Mais à frente, o Presidente da República criticou o peso excessivo do debate em torno de investimentos como o TGV e o novo aeroporto de Lisboa em contraponto com a quase ausência de discussão da aposta nas infra-estruturas portuárias: "Espanta muitos, dada a importância estratégica dos nossos portos, que possamos discutir meses e anos a fio o TGV ou o novo aeroporto de Lisboa sem que paremos um pouco para pensar nos portos do futuro". Cavaco Silva não concluiu sem considerar necessário que o programa europeu das "auto-estradas do mar" saia do papel e se transforme numa realidade e que a União Europeia apoie de forma "generosa e sustentada" estas vias de comunicação intra-europeias". Competitividade nacional: uma necessidade A tarde começou com uma sessão sobre “A Competitividade dos Portos Portugueses”, presidida por António Saraiva, da CIP) e moderada por Filipe Coelho, do semanário Sol. Frederico Spranger, da Associação das Indústrias Navais, falou sobre “Os Estaleiros Navais: um Pilar dos Portos e Transportes Marítimos”, referindo que em 2009 a construção e a manutenção navais contribuíram com 244 milhões de euros para a economia nacional. O orador apontou como um dos problemas da área o facto de “a cadeia a montante ser praticamente inexistente”, isto é, praticamente não usarmos material nenhum de origem portuguesa. Depois, Spranger afirmou que a estratégia nacional para a indústria naval passa por apostas nos domínios da pesca, turismo na vertente marítima, proteção, controlo e defesa das águas na Zona Económica Exclusiva e manutenção e reparação naval. Seguiu-se uma intervenção de Carlos Figueiredo, diretor de Desenvolvimento de Novos Negócios da Tertir, que falou em lugar de Jorge Coelho, da Mota-Engil, destacando que o crescimento expetável para o sector marítimo-portuário motivará a necessidade de expansão da actividade, através da criação de novos terminais, melhoria dos existentes e desenvolvimento de plataformas logísticas associadas. “O que tem sido feito não é suficiente”, afirmou, acrescentado que “a competitividade é determinante para o sucesso ou insucesso dos portos portugueses. Para Carlos Figueiredo, é aqui que fica visível o papel do transhipment. O especialista lembrou ainda que, atualmente, o cenário de predominância dos portos portugueses foi alterado com os investimentos em Tanger Medi I e Med II, sendo que em Espanha foram já tomadas medidas para aumentar a competitividade e em Portugal ainda nada se fez nesse sentido. Vitor Pereira, do Hotel Ritz, analisou a vertente turística do setor, apresentando comparações sobre os nossos principais portos e alguns europeus, revelando que, em 2009, Barcelona recebeu cinco vezes mais passageiros do que Lisboa. Ainda assim, o porto da capital está nomeado para várias categorias do “World Travel Awards”, o que deve ser encarado como uma oportunidade. Auto-Estradas do Mar: o que ainda falta fazer? A representante da CTP - Confederação do Turismo Português, Adília Lisboa, orientou a sessão dedicada às Auto-Estradas do Mar (AEM), contando com a ajuda de Luís Ferreira Lopes, da SIC Notícias, a moderar. António Stock da Cunha, da Transinsular, brindou os presentes com uma visão sobre o que são as AEM, quais as suas vantagens e o que pode ser feito para o seu desenvolvimento, salientando neste aspecto o programa Marco Pólo, as medidas de apoio para o transporte ecológico do Governo italiano, o incremento da competição e cooperação entre armadores para partilha de riscos e o envolvimento dos rodoviários, transportadores e exportadores nacionais. Matos Fernandes, presidente da APDL, enunciou aqueles que são os factores essenciais ao sucesso das AEM, a saber: fluxos equilibrados, capacidade de concentração de carga, grandes quantidades de tráfego, grandes ganhos de transit-time e um bom cliente. “Para atender a tudo isto, não podemos dizer que Portugal está numa situação privilegiada”, declarou, apontando que têm de ser tomadas medidas, por exemplo, ao nível dos apoios comunitários, da relação com a rodovia e da capacidade para concentrar carga. A existência de um sistema de informação completo desde ao carregador final até ao destino final também é algo que Matos Fernandes considera fundamental. José Castro, da Grimaldi, apresentou a forma como a empresa italiana tem apostado neste tipo de transporte, revelando que existem muitas oportunidades, mas também desafios, como a criação de rotas marítimas de alta qualidade e competitivas e o envolvimento de todos os atores nos projetos. “Existem condições para que as Auto-Estradas do Mar sejam desenvolvidas de forma sustentável desde que sejam criadas condições de competitividade (preço/quantidade/ qualidade”, afirmou. Resultados a médio prazo O autor do estudo do Hypercluster do Mar, Ernâni Lopes, participou na sessão de encerramento, destacando a importância do empenho do tecido empresarial para que o setor realmente evolua. “Sem atores empresariais, tudo isto não passa de um jogo de almocinhos e jantarinhos”, provocou. Para Ernâni Lopes, o desenvolvimento do setor e da própria economia do mar passa por quatro acções específicas: desencadear uma política de desenvolvimento da economia do mar, promover os componentes “Cultura Marítima” e “pensamento estratégico”, agir firmemente na componente “Portos, Transportes e Logística”, e apostar no Fórum Empresarial da Economia do Mar. “Tenho confiança no Fórum”, afirmou. No entanto, o antigo ministro lembrou que tudo isto apresentará resultados a médio prazo e não no imediato. O ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, António Mendonça, encerrou os trabalhos, mostrando o quão importante é o mar para Portugal. “Portugal é um país de mar e ao mar não pode fugir”, referiu. A aposta que o atual Executivo tem vindo a fazer foi o tema central da intervenção do ministro, que enunciou obras como o Terminal de Cruzeiros de Leixões, o Centro de Investigação e Tecnologias do Mar de Leixões, o futuro Terminal de Cruzeiros de Lisboa, a requalificação da Doca de Pedrouços ou a Janela Única Portuária. António Mendonça não deixou de fora a intermodalidade, afirmando que a ligação de alta velocidade Lisboa-Madrid é um “projeto verdadeiramente estruturante” para o país e para os portos, uma vez que conta com uma linha mista e permite a ligação do sistema ferroviário português ao espanhol e à Europa. Além disso, Mendonça apontou ainda como vantagens o alargamento do hinterland dos portos, a articulação entre Lisboa, Setúbal e Sines e a valorização das regiões do interior. O Congresso foi organizado pela Associação Comercial de Lisboa – Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (ACL – CCIP), Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), e Confederação do Turismo Português. n Carlos Vasconcelos: tarifas discriminativas de e para Espanha Carlos Vasconcelos, diretor-geral da MSC Portugal, defendeu neste congresso a discriminação tarifária positiva da utilização da estrutura ferroviária de tráfegos com origem e destino em Espanha que entrem pelos portos portugueses. Vasconcelos, advogou uma estratégia de exportação de serviços portuários nacionais para Espanha em oposição à concessão de subsídios, advogou a referida discrimina- 6 CARGO setembro 2010 setembro 2010 ção recordando que essa seria uma maneira de contrariar o conhecido nacionalismo dos nossos vizinhos. “Com um preço mais atrativo do que o praticado na ligação MadridValência, estou certo que poderíamos aspirar a realizar o transporte de 200 mil teu/ano nos dois sentidos, entre os portos nacionais e Madrid, referiu Carlos Vasconcelos na sua intervenção. n CARGO 7 Poças Esteves: “O Mar não é opção, é uma obrigação” “O Mar não é uma opção estratégica, o mar é uma obrigação, é uma questão prioritária”, defendeu Poças Esteves, coautor do estudo Hipercluster da Economia do Mar, durante a tertúlia “O Mar como Opção Estratégica”. Perante uma pequena mas atenta audiência, esta tertúlia organizada por um escritório de advogados da capital juntou os oradores João Soares, deputado do Partido Socialista, Nuno Lourenço, da Estrutura de Missão para a Plataforma Continental, e Fernando Ribeiro e Castro, presidente do Forum Empresarial do Mar, para além do orador de cuja intervenção retirámos a entrada deste texto. Poças Esteves foi, aliás, o orador em destaque, pelo que não resistimos a passar algumas das afirmações ali proferidas: “Portugal identifica-se com o mar. Depois do estudo [Hipercluster da Economia do Mar] feito, a reação da grande maioria das pessoas é esta: Pois é, é óbvio, claro. Mas há dois anos o Mar estava esquecido nas grandes orientações estratégicas deste país. Havia uns louquinhos que andavam por aí a estudar e se preocupavam com a parte científica de investigação, outros com a parte económica e a importância que isso poderia ter na transformação da economia portuguesa para eliminar esta situação de definhamento em que estamos, mas a sociedade civil, e o próprio poder político instituído, desconheciam todo este potencial”. Outra constatação de Poças Esteves: “Se olharmos para Portugal sem mar, vemos um país pequenino, periférico da Europa, que já sugou o que tinha a sugar da Europa. Mas se lhe juntarmos o mar, estamos a falar do quarto maior país da Europa, e do 26º maior país do mundo. O lado terrestre em termos de riqueza mineral, energética e biotecnologias é o que começa a ficar esgotado/ explorado. Mas o Mar, esse tem todo um potencial que suscita a cobiça dos países mais desenvolvidos. A própria EU sabe da importância do nosso Mar, até para o 8 CARGO Aspecto da mesa da Tertúlia “O Mar como Opção Estratégica”, que pugnou pela valorização do Mar crescimento dela própria!” O economista alertou para “a importância que isso poderia ter na transformação da economia portuguesa para eliminar esta situação de definhamento em que estamos”, avançando que, ao contrário do lado terrestre, que “em termos de riqueza mineral, energética e biotecnologias começa a ficar esgotado/explorado, o mar tem as grandes riquezas do futuro, e as indústrias do futuro. A afirmação e o poderio económico do futuro vai acontecer fundamentalmente do lado do mar e Portugal já percebeu, o mar tem que estar do nosso lado. Poças Esteves receia que o país venha a perder a riqueza que o mar encerra: “Não podemos entregar o mar e a sua exploração à União Europeia, e há fortes expectativas de que isso possa vir a acontecer porque a Europa já percebeu a importância que o mar poderá ter para a própria Europa. Mas há esperança que essa situação seja acautelada: “Do lado do Estado, começa a perceber-se. Atentese nos discursos recentes do secretário de Estado, do Primeiro-ministro. E, desde logo, o Presidente da República, que desde o primeiro minuto que o estudo foi apresentado, nunca mais deixou de se lhe referir nos discursos”. O economista recordou que o estudo “Hypercluster” demonstrou que grande parte dos sectores das atividades económicas do mar tem fortes condições de competitividade no quadro global e com grande capacidade de gerar riqueza para o país: “Temos é que pegar nisso e demonstrá-lo. Há atividades mais maduras que têm maiores condições de atratividade e competitividade”. Poças Esteves aludiu às quatro grandes atividades identificadas, os designados “quatro clusters da linha da frente", dos quais três "perfeitamente maduros: o cluster dos portos, da logística e dos transportes - a riqueza que este cluster tem para o país é fruta madura. E pensando que este é um ativo estratégico nacional, há muitas políticas que podem mudar. Uma delas é toda a política de transporte por ferrovia, por exemplo. E as opções e as prioridades dos investimentos mudam quando se olha para os portos. Quando se olha para isso de uma forma holística, isto é importante e arrasta todas as políticas, nomeadamente as políticas de transportes. A opção entre o TGV (N.R.: linha de bitola UIC) para pessoas e a grande velocidade misto, já ninguém tem dúvidas. Urge posicionar os portos nacionais como grandes hubs da logística internacional. A globalização é isto. O que a economia mundial quer é isto: hubs logísticos para fazer as movimentações das cargas. setembro 2010 E nós temos que aproveitar um dom natural que é a posição geoestratégica. Esta visão já começa a ficar consolidada. Outra que está praticamente a zeros e tem uma possibilidade de crescimento incrível, é toda a parte da navegação, da náutica de recreio, o turismo náutico. Só um breve exemplo. Existem neste momento em França mais de 50.000 iates sem posto de amarração. No total da Europa há mais de 135.000 donos de iates, pessoas com poder económico que se deslocam com a família, que não têm onde encostar os barcos nem quem lhes faça a manutenção. Esse é o cluster maduro que temos que aproveitar. Depois, pesca e aquacultura e toda a cadeia de valor do pescado português. É impressionante e chocame como cidadão que gosta de Portugal e quer ver Portugal a afirmar-se ir a um restaurante caro em Lisboa e saber que aquele peixe vem do Chile. Este país com este mar todo que tem, importa peixe! Se fazermos quintas terrestres, por que é que não fazemos quintas marítimas? O quarto grande cluster, e esse mais difícil, tem provavelmente um crescimento muito maior que os outros todos, que é a questão ligada às biotecnologias e setembro 2010 energias do mar. Sabemos que há muita riqueza, muito diversificada. Há que concretizar. Esse de facto não é fruta madura, é fruta ainda verde, mas quando amadurecer é fruta incrível em termos de poder e competitividade internacional. Não falo dos outros sectores porque estão lá no cluster para dar apoio para que tudo funcione bem. As construções, a reparação naval… tudo isto precisa de barcos, de repaPoças Esteves é co-autor do estudo "Hipercluster ração, de plataforma, de obras da Economia do Mar" marítimas, de plataformas, serviços, investigação. Cada um deles tem o seu papel. rial do Mar); e, finalmente, a discriminação O orador não concluio sem lançar um positiva destas atividades e destas iniciatidesafio: Há três medidas que nós considevas em termos de legislação. Se este país ramos fundamentais. Uma é que o Estado teve a coragem para criar uma legislação assuma isto como um desígnio nacional, específica discriminatória relativamente à e de facto, hoje, já há um conselho de Expo 98, então porque não há-de fazer ministros para os assuntos do mar. Ainessa discriminação positiva em termos de da não reuniram, mas existe formalmente legislação especial para algo que é 10 a essa possibilidade desde Dezembro de 15 vezes mais importante para o país? 2009. Outro, a criação de um fórum emTemo que, na lógica habitual da burocrapresarial que fizesse a mesma dinâmica cia e dos entraves entre departamentos, de cooperação junto das empresas, que esta última medida seja muito difícil de também já existe (FEM, Forum Empresaconcretizar”. n CARGO 9 Dia Mundial do Mar Parceiros assinam memorando para mais emprego de marítimos A assinatura de um memorando de entendimento entre os parceiros sociais com vista ao desenvolvimento do emprego dos marítimos portugueses e a potenciar a profissão, entre os três sindicatos de marítimos (FESMAR, SOEMMM e OFICIAISMAR), a Escola Náutica (ENIDH), e a Associação dos Armadores da Marinha de Comércio (AAMC), foi o ponto alto da sessão solene das comemorações do Dia Mundial do Mar. A sessão decorreu no auditório do Centro de Controlo do Tráfego Marítimo do Continente – Paço d’Arcos, e prolongou-se por todo o dia, com os painéis “Convenção STCW Revista” (manhã), com intervenções de Jaime Leça da Veiga, em representação da EMSA, António Caneco, pelo IPTM, e Sousa Coutinho, pela Escola Náutica, e, da parte da tarde, “Convenção do Trabalho Marítimo” , com representantes dos três sindicatos acima referidos, Fernando Ribeiro Lopes director geral da DGERT, Direcção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho, e António Maia Seco, por parte da AAMC. Sousa Coutinho fez retrato do ensino náutico O ensino náutico em Portugal, reza a história, teve no Infante D. Henrique o percursor. O professor da Escola Superior Náutica Infante D. Henrique 10 CARGO Carlos Correia da Fonseca anunciou que a reestruturação da governância do setor, a cargo do IPTM, vai avançar de imediato (ENIDH), Sousa Coutinho, referiu-se ao indesmentível definhamento da nossa marinha mercante, que não o do ensino da arte da marinhagem, que já vem, institucionalmente, de 1803, quando foi formada a Academia Real de Marinha de Comércio, que ministrvava cursos de pilotagem. Recentemente "tem-se feito algum esforço complementar na malha portuária. Hoje ainda há muitos formandos na nossa escola, e por isso intensificámos a nossa formação em gestão portuária e transportes e logística, e já temos muitos licenciados da escola também neste setor. Mas o desejável é que tivéssemos cargas e navios, que tivéssemos mari- nha marcante que apoiasse o ensino que temos hoje. Temos oficiais no mar, na Venezuela, na Grécia, no Brasil, em Angola, no norte da Europa. Ainda agora um colega meu me disse: vão montar 170 plataformas de petróleo no Brasil e precisamos de oficiais. Onde é que eles estão? Eles querem portugueses". Sousa Coutinho voltou à história, para referir a criação da Escola Naval em 1845, a comemorar hoje 165 anos. A Escola Auxiliar da Marinha tem um curso de pilotagem que, a partir das instalações da rua do Arsenal, já minstra há 123 anos consecutivos; o curso de máquinas tem 107 anos, embora a Escola Náuti- u setembro 2010 setembro 2010 CARGO 11 u ca com essa designação seja mais recente: tem só 86 anos, é de 1924. O curso de radiotelegrafista aparece logo a seguir, tem 84 anos. A actual Escola Náutica tem 38 anos. Iniciou-se com um plano curricular de 2 anos mais 1 até 1977, eram os cursos de pilotagem e de máquinas. Até ao 25 de abril de 1974 estivemos sob a tutela do ministério da marinha, depois passámos para o ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações. Ao longo dos anos os nossos planos curriculares foram evoluindo e passaram a ser de 3 anos (bacharelato, o primeiro ciclo) mais 1 (licenciatura). Hoje, após Bolonha, temos três mais mais um, e os graus são, respetivamente, de licenciatura, comando e chefia, e mestrado. Deste último ainda não temos ninguém com ele concluído. Temos também algumas indicações que nos permitem pensar em desenvolver o grau de Doutoramento em articulação com a Universidade. As últimas palavras do professor Sousa Coutinho foram dirigidas aos alunos: "A escola só existe porque eles (alunos) existem. Estamos empenhados, e também todos os parceiros da ENIDH, no seu êxito. Portugal tem que ter futuro, e a economia tem que criar riqueza e o mar pode contribuir para a riqueza e eliminação de desemprego e para a afirmação de um Portugal com uma perspetiva de independência criada desde 1143". Correia da Fonseca: O mar pode ser o salto em frente A sessão, que incluiu a entrega dos prémios do concurso de fotografia “Uma história de mar”, promovido pelo IPTM, viria a culminar com a mensagem de Carlos Correia da Fonseca, secretário de Estado dos Transportes, que após um breve historial sobre as condições que levaram ao início da saga marítima dos portugueses, no século XV, sob o comando do sagaz Infante D. Henrique, encontrou alguns pontos comuns com "o momento de crise grave que o mundo atravessa e os seus reflexos em Portugal não podem deixar de nos trazer à consciência eventuais similitudes, salvaguardadas as devidas distâncias: É de novo o mar que hoje oferece a Portugal e aos portugueses a saída para se ultrapassarem com criatividade os constrangimentos, dando mais uma vez o salto em frente quando as vias do presente parecem comprometidas, ou mesmo esgotadas”. IPTM vai reestruturar a governância do setor Depois de enunciar os avanços recentes do setor, tanto a nível ferroviário como logístico, Carlos Correia da Fonseca anunciou "o início imediato da reestruturação da governância do setor, que numa primeira fase, a começar imediatamente, passa pelo reforço da capacidade de intervenção do IPTM na área do planeamento global do setor e da regulação marítima e portuária". Os novos desafios estiveram presentes no discurso do secretário de Estado dos Transportes: "Após a conclusão das obras de alargamento e aprofundamento do canal do Panamá, Portugal será a primeira costa para os navios das Amé- Mais de 50 iniciativas no continente e ilhas As comemorações portuguesas do Dia Mundial do Mar não se esgotaram nesta sessão solene - durante toda a semana continuou a haver mais de meia centena de iniciativas, desde exposições, concursos, seminários, congressos, provas desportivas, ações dedicadas à promoção das profissões marítimas junto dos jovens – sessões temáticas e uma Mostra de Oferta Formativa que terá lugar na Exponor. A iniciativa “Baptismos de Mar”, de âmbito Nacional, envolveu a quase totalidade dos portos portugueses, foi desencadeada pela Associação dos Portos de Portugal (APP) e pretendeu dar também o seu contributo para a comemoração do Ano Europeu de Luta contra a Pobreza e a Exclusão Social. Tratou-se de proporcionar um dia diferente a crianças e jovens de Instituições Particulares de Solidariedade Social, levando-as ao contacto com o Mar e as atividades nele desenvolvidas. Este vasto conjunto de iniciativas terá provavelmente dado a Portugal o título de país que mais iniciativas levou a efeito, a nível europeu, se não mesmo planetário, do Dia Mundial do Mar 2010. n Os ministros dos transportes da UE decidiram em meados deste mês lançar um projeto-piloto para a facilitação do transporte marítimo intra-europeu de curta duração. A decisão de criar uma "faixa azul" (Blue Belt), foi tomada em reunião informal do Conselho em Antuérpia, e deverá ser ratificada em dezembro. Um papel importante será concedido, neste âmbito, à Agência Europeia de Segurança Marítima (EMSA). O projeto-piloto, anunciado pelo secretário de Estado belga dos Transportes, Stephen Schouppe, foi projetado para tornar o modo marítimo de curta distância intra-europeu de transporte tão eficaz quanto os transportes terrestres, minimizando as formalidades para o navio entrar num porto sempre que a sua rota o mantenha na Europa. O projeto-piloto, que envolverá cerca de 200 navios, fará apelo à tecnologia já disponível. Por conseguinte, poderá ser implementado a curto prazo, permitindo a implementação de um verdadeiro espaço europeu de transporte marítimo sem barreiras. 12 CARGO Santa Maria Manuela já navega ricas do oeste que se dirigem à Europa. Como encaminhá-los para cá? Esta é a questão que temos coletivamente que responder." Carlos Correia da Fonseca incluiu ainda no seu discurso uma alusão ao setor da pesca e ao setor da náutica de recreio. setembro 2010 Estaleiros de Viana com nova gestão C arlos Veiga Anjos, antigo administrador da Hidroeléctrica de Cahora Bassa, Moçambique, foi eleito presidente do Conselho de Administração dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC). O engenheiro naval Óscar Mota foi eleito vogal do mesmo Conselho de Administração. Tanto Veiga Anjos como Óscar Mota não têm funções executivas. O Conselho de Administração integra ainda três elementos executivos, que já tinham sido eleitos a 5 de julho. O almirante Victor Gonçalves de Brito, ex-administrador do Arsenal do Alfeite, é o presidente executivo dos ENVC, ficando a equipa completa com o economista José Luís Serra, ex-presidente da Câmara de Valença, e com o engenheiro naval Francisco Gallardo Duran. A primeira tarefa da nova administração será apresentar, num prazo de dois meses, um plano de viabilização dos ENVC, que fecharam as contas de 2009 com um prejuízo de 22,2 milhões de euros, sendo o passivo acumulado da empresa de 137 milhões de euros. Os setembro 2010 ENVC pertencem ao universo de empresas da holding estatal Empordef. A Comissão Europeia reconhece os problemas financeiros dos estaleiros navais do velho continente, mas tarda a acorrer em seu auxílio. Observadores referem que os auxílios ao setor já estão planeados, mas parece haver pouco entusiasmo em Bruxelas para o passo decisivo. António Tajani, comissário da indústria, reconheceu que a CE poderia sentirse obrigada a lançar uma “linha de vida” para os estaleiros. A questão é saber se estes têm tempo para esperar, tanto mais que o governo chinês irá em breve subsidiar os proprietários para incentiválos a fazer encomendas aos estaleiros do País, o que poderá ser o começo do fim para a indústria naval europeia. Os governos europeus assistem passivamente. Apesar da situação de urgência, parecem preferir aguardar uma iniciativa do italiano Andrea Cozzolino em sede do Parlamento Europeu, que já prometeu defender um debate sobre o apoio ao setor, numa próxima sessão plenária. n O navio histórico Santa Maria Manuela promove relações económicas entre Portugal e a Noruega. O navio fez recentemente um périplo que o levou pelo Norte da Europa. O Santa Maria Manuela, irmão gémeo do Creoula, é um lugre de quatro mastros que iniciou a existência na safra do bacalhau na primeira metade do século passado. Em 2007 a empresa Pascoal, sediada na Gafanha da Nazaré, Ílhavo, iniciou o processo de recuperação do lugre bacalhoeiro, que foi originalmente lançado às águas do Tejo há precisamente 73 anos. Fez agora a sua (re)apresentação mundial, e após um mês a navegar por toda a região norte da Europa, durante o qual participou em diversos eventos náuticos, lançou amarras no porto norueguês de Akerhus Nord, onde recebeu a bordo diversas individualidades ligadas ao turismo e à indústria do bacalhau. Na sua rimeira viagem após a recuperação, representou o País na North Sea Tall Ships Reggata, entre os portos inglês de Hartpool e holandês de Ijmuiden, bem como na Sail Amsterdam 2010 e no sail Bremerhaven 2010, onde foi o único navio a arvorar a bandeira portuguesa. O navio, garboso testemunho da heróica safra dos pescadores de bacalhau dos bancos da Terra Nova, onde tantos deixaram a vida, irá no futuro próximo realizar viagens temáticas de cariz comercial (turismo cultural de vocação marítima). n CARGO 13 A.E. do Mar Gijón-Nantes arrancou mas Grimaldi saltou fora A primeira A.E. do Mar franco-espanhola, entre Nantes e Gijon, arrancou no passado dia 9, com o navio "Norman Bridge", da LD Lines, mas o início foi ofuscado pelo alegado abandono da Grimaldi Lines, parceiro da LD no consórcio GLD Atlantique. O ro-pax "Norman Bridge" da empresa francesa Louis Dreyfus Lines ( LD Lines) saiu do porto de Nantes Saint-Nazaire pelas 21:15 horas do dia 9, com apenas quinze minutos atraso, o que não é grave. Já o mesmo não se pode dizar da retirada da Grimaldi do consórcio que formava juntamente com LD Lines. A Grimaldi justificou a desistência com a necessidade de "concentrar os seus esforços na atividade desenvolvida no Báltico e no Mediterrâneo”. Fonte do armador italiano confessou que a decisão já tinha sido tomada há um par de semanas, quando a Grimaldi constatou que não tinha "tempo e recursos para se envolver no arranque de uma nova linha, sem experiência". A mesma fonte acrescentou que as relações com a companhia de navegação Louis Dreyfus são "excelentes. Simplesmente não temos os mesmos objetivos, e por isso vai sair". Uma decisão de que o presidente da Autoridade Portuária de Gijón, Fernando Menéndez Rexach - que detém 5% no consórcio, como a autoridade portuária de Nantes -, admitiu ter tomado conhecimento apenas no próprio dia do arranque do serviço, pela imprensa. Carlo Tamagni, diretor comercial do serviço, confessou não ter confirmação oficial da desistência da Grimaldi, que, a ser verdade, seria “uma decisão precipitada da Grimaldi porque há muitas pessoas envolvidas, pessoas que trabalham há muito tempo para chegar a este dia. "Entrei no último momento, só aqui estou há dois meses, mas sei que há muitas pessoas a trabalhar arduamente para este primeiro navio”. Em qualquer caso, de acordo com Tamagni, a renúncia da Grimaldi "não terá impacto, porque o serviço vai conti- 14 CARGO Confrontada com a desistência da Grimaldi, a Louis Dreyfus já procura novo parceiro para explorar a A.E. do Mar entre Gijon e Nantes nuar. O armador Louis Dreyfus tem uma experiência de mais de um século nesta indústria, e está perfeitamente qualificado para operar este serviço com todas as garantias." Por seu turno, o presidente do porto de Gijón permaneceu cauteloso na avaliação da notícia, enquanto se aguarda a confirmação. Em qualquer caso, Menéndez Rexach disse que a oferta que foi apresentada a concurso tinha o nome da empresa GLD Lines, detida a 50% pela Grimaldi e o restante pela Louis Dreyfus. "É tudo uma questão de negócios, deve ser dado tempo para ver como é resolvida. A comercialização do serviço está a desenvolver-se normalmente e serviço não vai ser afetado." Até agora, a Grimaldi mantém a sua participação na GLD Atlantique , a concessionária da auto-estrada do mar que vai receber até 30 milhões de euros de subvenção ao longo dos próximos cinco anos e 4,2 milhões da União Europeia, através do programa Marco Polo. A chegada do navio "Norman Bride " Gijón conseguiu, de alguma forma, deixar em segundo plano a preocupação causada pela alegada desistência de Grimaldi. Chegou a Gijón com 45 minutos de atraso, trazendo a bordo sete camiões articulados, três semi-reboques, 17 veículos ligeiros, duas caravanas e 49 passageiros. Para a história fica o registo da nacionalidade dos países de matrícula dos sete camiões: Portugal (um camião de Transportes Henrique & Catarina), Irlanda, Espanha e França.O "Norman Bridge" fez a viagem de regresso a Nantes pelas 21:00 horas, com uma carga composta por seis camiões, três semi-reboques, cinco auto-caravanas e 17 veículos ligeiros, além de 55 passageiros. Carlo Tamagni fez um balanço positivo desta primeira ronda. "Estamos a começar e estamos animados, porque tem havido um pouco mais de carga do que o esperado, pois nestas datas é muito difícil angariar carga devido aos feriados e às férias. "Além disso, o representante da LD Lines em Espanha diz-nos que o nível de reservas para o que resta do mês é promissor e confirmou a meta de um nível de ocupação de 50 % no final do primeiro ano da linha”. O fantasma da A.E. do mar de Vigo Apesar de fonte de Puertos del Estado (instituto governamental que suprintende no transporte marítimo e portos em Espanha) ter sublinhado que a alegada decisão setembro 2010 da Grimaldi de abandonar o projeto não implica "qualquer alteração no funcionamento" da auto-estrada do mar nem mexe com a adjudicação do tempo - a partida da Grimaldi afeta a composição interna de um consórcio de parceiros, mas não a composição do próprio consórcio – o certo é que se teme o pior, ou seja, a interrupção do serviço. Quando o Governo espanhol anunciou o resultado do concurso realizado em conjunto com a França para construir auto-estradas do mar entre os dois países, foram anunciados dois projetos: um com sede em Gijón e outro em Vigo. Era fácil prever que o êxito de ambas só muito dificilmente poderia ocorrer, em razão da forte concorrência que suscitariam entre si. Uma situação agravada pelo facto de ambas disputarem uma área geográfica de influência quase coincidente (norte de Espanha e norte de Portugal) no destino e na procedência. Aparentemente, a GLD Atlantique não está preocupada com a possibilidade do arranque da A.E. do Mar de Vigo, pelo menos a curto ou médio prazo, e por isso a Galiza é uma região incluída entre as que podem usar o navio que escala Gijón. O mesmo com o Norte de Portugal. A verdade é que o projeto da A.E. Marítima a partir de Vigo, que uma comissão franco-espanhola ministerial aprovou, e que (ainda) é liderado por uma companhia de navegação, a Acciona Trasmediterránea, nunca chegou a iniciar-se. A empresa demonstrou inicialmente interesse, mas o projeto permanece na gaveta, por, alegadamente, o subsídio não ser atrativo para o operador, que ainda aguarda que se alterem as condições. Apesar de nunca mais ter havido notícia da sua ativação, o ministro espanhol das Obras Públicas, José Blanco, prevê que entrará em serviço este ano. Quando a Acciona Trasmediterránea se apresentou a concurso escolheu uma auto-estrada do mar que tinha um tráfego regular entre Vigo e Nantes de veículos novos Peugeot-Citroën. A crise que afetou o setor automóvel esteve na base da renúncia do armador. A Acciona admitiu, na altura, que a perda do tráfego de automóveis novos retirou sustentabilidade ao projeto de Vigo, em termos de receitas. n Funchalense 5 da ENM já está ao serviço O mais recente navio da Empresa de Navegação Madeirense (ENM), o 'Funchalense 5', já está ao serviço. O navio viajou dos estaleiros alemães Cassens Werft rumo a Leixões, numa primeira escala da sua viagem inaugural, antes de chegar à Região Autónoma da Madeira, mais concretamente ao porto do Caniçal. Podendo transportar 470 teu cheios, dos quais 155 frigoríficos de 40 pés, ou 724 contentores vazios, cruza a uma velocidade de 18,5 nós. Tem 126,87 metros de comprimento, 20,40 de boca, 7,75 de calado e uma arqueação bruta de 8.700 toneladas, passando a ser o maior e mais moderno porta-contentores da frota portuguesa. A ENM mandou entretanto instalar duas modernas gruas com capacidade de elevação de 40 toneladas, permitindo com isso autonomia operacional do porta-contentores independentemente dos equipamentos portuários. A Empresa Madeirense de Navegação, pertencente ao Grupo Sousa, foi constituída há 103 anos. É a mais antiga armadora em actividade. O seu primeiro navio foi o veleiro 'Senhora da Conceição'. setembro 2010 Box Lines já pertence ao grupo Sousa A Sonae Capital, através da Spred, alienou à Via Marítima, sociedade detida pelo grupo Sousa Investimentos, a "totalidade do capital social da Box Lines". Este negócio, ainda sujeito à aprovação da Autoridade da Concorrência, representará "um representará um encaixe de cerca de 10,5 milhões de euros, a ocorrer parte em 2010 e parte em 2011, e um impacto estimado nos resultados consolidados de 2010 da Sonae Capital, baseado em informação contabilística a 30 de Junho de 2010, de cerca de 7 milhões de euros", refere o comunicado da empresa à CMVM. A Sonae Capital explica, no mesmo comunicado, que esta "transacção enquadra-se no âmbito do programa da empresa de alienação de activos não estratégicos disponíveis para venda". O Conselho da Autoridade da Concorrência deliberou, no dia 16 de Setembro, não se opor à operação de compra da Box Line pelo Grupo Sousa, proprietário da Empresa de Navegação Madeirense. n CARGO 15 9 de Novembro de 2010 Novotel Setúbal Programa 09.00h – Recepção dos participantes 09.15h – Abertura | Carlos Gouveia Lopes | Presidente da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra | Maria das Dores Meira | Presidente da Câmara Municipal de Setúbal (a confirmar) | Carlos Correia da Fonseca | Secretário de Estado dos Transportes (a confirmar) Parte I – O Mercado Ibérico | moderador, Luís Filipe Duarte, Cargo Edições 09.45h – O Mercado Logístico de Mérida | Antonio Rodriguez Ceballos | Ayuntamiento de Mérida 10.00h – Factores de competitividade na logística do SE | Juan Romero Miranda | Plataforma Logística del Suroeste Europeu 10.15h – O Papel das Plataformas Logísticas | Antonio Ruiz Romero | Expacio 10.30h – Portos Atlânticos e os Poligonos Empresariais | Rosa Redondo | CEPE – C. E. Poligonos Empresariales 10.45h – Debate 11.15h – coffe-break Parte II – O Mercado Africano | moderador, Luís Filipe Duarte, Cargo Edições 11.30h – Potencialidades com os portos Africanos | Artur Alves | FORDESI 11.45h – Potencial da ligação Atlântica | | Enapor 12.00h – Necessidades da Costa Atlântica de África | Pedro Galvão | Secil 12.15h – Serviços Portuários Competitivos | Moutinho Neves | Sadoport 12.30h – Debate 13.00h – Almoço (no Novotel) Parte III - O Mercado do Mediterrâneo | moderador 14.30h – O Mercado de Contentores | Giovani Bandini | Tarros 14.45h – O Mercado Roll-on Roll-off | Marcello di Fraia | Grimaldi 15.00h – Integração na Rede de Portos de Contentores do Mediterrâneo | | Autoridade de La Spezia 15.15h – Debate 15.45h – coffe-break Parte IV - O Mercado Automóvel | moderador 16.00h – O Potencial de Setúbal como Hub Atlântico | Ricardo Felix | Logistema 16.15h – A logística automóvel | | FIAPAL 16.30h – A logística marítima ro-ro | Isidro Bernardino | Mitsubishi Fuso Trucks Europe 16.45h – Debate 17.15h – Encerramento dos Trabalhos | Governo Civil de Setúbal (a confirmar) 16 CARGO setembro 2010 setembro 2010 CARGO 17 Parede em tela vai tapar estilha no porto de Leixões A Administração dos Portos do Douro e Leixões (APDL) vai construir, no prazo máximo de três meses, uma estrutura em lona de cobertura às aparas de madeira e as sucatas do porto de Leixões, do lado de Matosinhos. A garantia foi deixada pelo presidente do porto de Leixões, Matos Fernandes, ao presidente da Junta de Freguesia de Matosinhos, António Parada. A APDL tem por norma enviar jatos de água sobre estilha (aparas de madeira), sucata e vidro, sempre que são efectuados movimentos de descarga e armazenamento daqueles produtos, mas tal não tem evitado a contestação de alguns moradores. Recentemente, o próprio presidente da Câmara de Matosinhos, Guilherme Pinto, avisava a APDL que podia ser travada judicialmente se a estilha continuasse a ser movimentada em ambiente não controlado. Em reunião com António Parada, a APDL revelou que já está projetada Comunidade portuária apela à solução do problema dos poluentes A A estrutura de lona, que à noite será iluminada, estará em pé dentro de pouco mais de dois meses, acabando com o problema das poeiras da operação portuária uma solução para o problema e comprometeu-se a efetuar a obra no prazo de três meses. Trata-se de uma estrutura metálica, revestida a lona e que à noite será iluminada. Essa espécie de “muro” será colocada ao longo de todo o corredor do porto de Leixões, onde são efetuadas as operações de estiva, à face da Avenida do Engenheiro Duarte Pacheco (lado de Matosinhos). Os depósitos ficarão todos tapados, garante Matos Fernandes. n Gestão de qualidade da APDL certificada pelo Lloyd's A Administração dos Portos do Douro e Leixões (APDL) obteve a Certificação do Sistema de Gestão da Qualidade, pela Lloyd's Register, na Norma NP EN ISO 9001:2008, para o âmbito da gestão do navio em porto, pilotagem, reboque, amarração, protecção e segurança, recolha de resíduos, mercadoria perigosa (hazmat) e hidrografia. "É a primeira vez em Portugal que uma administração portuária obtém a certficação ISO 9001:2008 para a totalidade do processo de transporte por navio, integrando todas as atividades operacionais e de suporte associadas", sublinha o porto de Matos Fernandes, acrescentando que "a obtenção desta certificação permite demonstrar o compromisso daquele porto com a Qualidade dos seus serviços e processos, visando a contínua satisfação dos seus clientes, reforçando a imagem institucional e acompanhamento do mercado em permanente mudança. Simultaneamente, proporciona a melhoria contínua 18 CARGO Discordando de posições públicas que não concedem espaço ao diálogo dos processos e da eficácia do Sistema de Gestão de Qualidade, o que se traduz na melhoria geral da performance da APDL". O porto de Leixões passa assim a dispor de mais uma ferramenta de gestão na monitorização de processos organizacionais, no quadro de uma política de melhoria contínua e valorização dos serviços prestados. n setembro 2010 Comunidade Portuária do Porto de Leixões (CPPL) convida, em comunicado, “a comunidade cívica a concentrar-se mais na solução e menos no problema de modo a continuarem a resolver-se os impactos negativos da descarga da estilha”. Congregando várias organizações representativas de “agentes económicos diversos, cuja atividade recebe impacto muito positivo da existência deste porto e do seu bom desempenho”, a CPPL debruça-se no referido comunicado sobre o facto do porto de Leixões ser “nestes últimos dias (…) objecto de notícia na imprensa devido à descarga de estilha”. Pugnando por uma inserção de qualidade da movimentação das cargas no porto de Leixões na malha urbana envolvente do porto, sempre respeitando os melhores procedimentos ambientais, a CPPL salienta o facto do presidente da estrutura ter apresentado “um conjunto de medidas para resolver os problemas da descarga da estilha que merecem o nosso acordo”. A CPPL alude à “desconfiança de um grupo de cidadãos so- bre as explicações” dadas pela APDL e sobre a implementação da solução para o problema, desconfiança essa de que tomou conhecimento pela Imprensa, e a que a mais recente alusão terá sido a de Guilherme Pinto, presidente da autarquia, de que neste espaço demos conta. Salientando que o porto é “uma infra-estrutura fundamental para o desenvolvimento da economia nacional com relevante destaque para a economia da Região Norte, por aqui passando 25% do comércio externo português”, a CPPL recorda que “a Autoridade Portuária investiu milhões de euros na construção de um acesso rodoviário ao porto, exclusivo, de modo a retirar da malha urbana de Matosinhos milhares de camiões”. Discorda, por tal facto, de “posições públicas que não concedem ao diálogo o espaço que as circunstâncias exigem”. Este comunicado da CPPL surgiu em pleno mês de Agosto, pouco após um aviso público de Guilherme Pinto, presidente da C.M. de Matosinhos, de que damos conta na pagina anterior. n Porto de Leixões inaugurou terminal multiusos O porto de Leixões passou a dispor de um novo Terminal Multiusos, um investimento de 19,5 milhões de euros que constitui a maior obra de construção de novos cais acostáveis no porto de Leixões desde a década de 80. Esta nova estrutura vai dotar Leixões de novas competências e condições melhoradas de movimentação do tráfego de mercadorias Ro-Ro, ficando dedicado aos serviços de Transporte Marítimo de Curta Distância e às Auto-Estradas do Mar. Com este investimento a Administração dos Portos do Douro e Leixões(APDL) pretende dar resposta ao forte impulso que a Comissão Europeia pretende dar às Auto-Estradas do Mar no espaço comunitário e ao elevado potencial de desenvolvimento deste tipo de tráfego no futuro, que se prevê poder vir a transferir para o mar uma larga fatia do transporte de mercadorias entre países da União Europeia que actualmente se faz por via rodoviária. A construção deste novo Terminal Multiusos realizou-se através de duas obras principais. A primeira obra compreendeu a construção de um cais de avanço do Molhe Sul, de uma rampa Ro-Ro com 26 m de largura, de um novo novo cais perpendicular ao molhe sul e de uma rampa de varadouro. A segunda obra consistiu na ampliação, em cerca de cinco setembro 2010 hectares, do terrapleno do Terminal Multiusos, que funcionará como área de apoio. A cerimónia de inauguração do novo terminal constituiu o momento mais formal do programa de comemorações do Dia do Porto de Leixões, celebrado hoje. Milhares de pessoas aproveitaram as portas abertas para conhecer o Porto por dentro, através das visitas guiadas e das várias atividades gratuitas de animação para miúdos e graúdos organizadas pela APDL. n CARGO 19 Dados do INE Porto de Aveiro cresceu quase 20% entre abril e junho O Instituto Nacional de Estatísticas (INE) salienta o crescimento de 19,1% no movimento de mercadorias em Aveiro entre abril e junho no seu relatório «Actividade dos Transportes - 2.º Trimestre de 2010». "[No segundo trimestre] o transporte de mercadorias apresentou um crescimento nos diferentes modos, com variações de 3,5% no modo marítimo, 12% no aéreo e 8,9% no ferroviário face ao período homólogo", refere aquele instituto. “Os três principais portos nacionais apresentaram diferentes comportamentos no movimento total de mercadorias, em termos homólogos, registando-se ligeiros aumentos em Lisboa (mais 1,7%) e Leixões (1,3%), mas um decréscimo no porto de Sines (menos 2,6%)", acrescenta o INE. Por via aérea, o movimento de carga e correio no conjunto da infra-estrutura aeroportuária do país aumentou 12% em relação ao segundo trimestre de 2009. No transporte ferroviário o movimento de mercadorias continuou a registar um aumento homólogo, tendo crescido 8,9%, um valor superior em 2,2 pontos percen- Tudo se conjuga para que o porto dirigido por José Luís Cacho ultrapasse em 2010 os quatro milhões de toneladas, que ficarão a constituir um novo máximo tuais em relação ao trimestre anterior. Por via rodoviária, o INE apresenta apenas os dados do primeiro trimestre deste ano, de acordo com os quais o total de mercadorias transportadas ascendeu a 56.471 milhares de toneladas, uma queda de 2,1% face ao mesmo período do ano passado. No mesmo período o transporte ro- doviário de mercadorias realizado por veículos nacionais (incluindo a totalidade do transporte por conta própria e por conta de outrem) recuou 14,8% face aos primeiros três meses de 2008. O INE salienta que o transporte rodoviário de mercadorias está em queda desde o primeiro trimestre de 2008. n Bruxelas poderá lançar obrigações para financiar infra-estruturas de transporte José Manuel Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, defendeu a emissão de títulos em nome da UE para financiar projetos de grandes infra-estruturas de transporte. O porta-voz de Durão Barroso afirmou que as verbas se destinam a projetos de infra-estruturas num sentido amplo, não referindo quais. Algumas fontes na Comissão avançam que o dinheiro será aplicado, entre outros projetos, nas ligações ferroviárias transfronteiriças. A Comissão Europeia espera efetuar a emissão dos títulos em cooperação com o Banco Europeu de Investimento (BEI). Uma variedade de empresas já hoje utilizam os montantes disponibilizados pelo BEI, de que 27 Estados-membros são fiadores. A esmagadora maioria dos membros da Comissão de Trans- 20 CARGO portes do Parlamento Europeu considera que Bruxelas deve aumentar os fundos operacionais para a política de transporte no próximo ano. E é especialmente o transporte ferroviário e o aéreo os que merecem uma maior flexibilidade orçamental, dizem os deputados. Nada menos que 31 membros da Comissão dos Transportes votaram a favor das dotações de exploração mais elevadosA maioria opõem-se frontalmente ao Conselho, a quem critica a pretendão de economizar nos orçamentos das agências dos setores ferroviário e aéreo. Os deputados exigem mais recursos para essas posições. O Parlamento Europeu vai votar em plenário sobre o assunto, em outubro. n setembro 2010 Portos de Setúbal e Emden mais próximos N o passado dia 2 de setembro os portos de Setúbal e de Emden, na Alemanha (Estado da Baixa Saxónia), estabeleceram um protocolo com vista à cooperação interportuária. Se até aqui o elo era a Volkswagen e a movimentação por transporte marítimo das suas viaturas, a partir de agora as relações entre os dois portos passam a ter um caráter institucional com a celebração deste protocolo, cuja celebração foi integrada no programa da visita ao porto de Emden por uma delegação da APSS composta por Ricardo Roque, administrador da APSS, e Vítor Caldeirinha, diretor de Desenvolvimento Estratégico e Logístico. O ato teve lugar na Câmara Municipal desta cidade e foi “apadrinhado” pelo presidente da edilidade (Oberburgermeister), Alwin Brinkmann, tendo outorgado em representação da APSS, o seu administrador Ricardo Roque, e do porto de Emden, Jens-Albert Oppel (CEO dos portos da Baixa Saxónia) e Berend Snippe (Administrador-Delegado do porto de Emden). Estiveram presentes diversos membros da comunidade de Emden ligados à atividade portuária e da Câmara de Comércio locais, bem como de diretores da fábrica da Volkswagen, contou ainda com as presenças do diretor geral da Volkswagen Logistics, Thomas Zernechel, e do presidente do clube da comunidade portuária de Emden, designada “Mercamini et Navigate”, Frank Wessels. O protocolo prevê a cooperação entre os dois portos nos domínios comercial de incremento dos tráfegos, da formação e da troca de conhecimentos, dos estudos técnico-portuários e científicos, da relação entre as comunidades portuárias, no campo cultural e de promoção das duas regiões junto dos seus habitantes, sendo estabelecido um programa de ações e de visitas com vista a colocar em prática e a dar vida ao acordo. Na génese desta iniciativa está a forte presença da Volskswagen nos dois portos cooperantes, através de terminais portuários e de fábricas locais (no caso de Portugal a fábrica da Volskswagen Autoeuropa em Palmela), os mais importantes nos respetivos países para este fabricante de automóveis no que ao transporte marítimo diz respeito. Pelo porto de Emden são carregadas e descarregadas cerca de um milhão de viaturas por ano, de e para todo o mundo, de todo o grupo Volkswagen (as empresas do grupo produzem, além de Volkswagen, Volkswagen Comercial, Audi, Bentley, Bugatti, Skoda, Seat, Lamborghini e Scania). n Setúbal ganhou um milhão de tons. até agosto O movimento de mercadorias no porto de Setúbal até ao mês de agosto fez subir a média mensal para 600 mil toneladas, elevando o crescimento, nos primeiros oito meses do ano, para 28% acima do verificado no período homólogo do ano anterior. Em termos absolutos, isto representou um acréscimo de mais de um milhão de toneladas ao tráfego de mercadorias registado em 2009, até final de agosto. Os terminais portuários de Setúbal movimentaram mais de 4,7 milhões de toneladas, situando-se em primeiro lugar, em termos de volume de cargas movimentadas, o terminal Termitrena, sendo seguido do terminal Tersado, Secil e terminal Sadoport. Este crescimento tem vindo, progressivamente, a consolidarse, tendo sido o porto de Setúbal, na primeira metade do ano, o 6.º maior porto da Península Ibérica no movimento de carga geral fraccionada e carga roll-on roll-off, segmentos onde já é líder no contexto nacional, tendo sido apenas ultrapassado pelos portos de Valência, Barcelona, Algeciras, Pasajes e Bilbao. n setembro 2010 CARGO 21 Para além do porto de Setúbal e da futura LOG Z, Plataforma logística do Poceirão, existem já hoje parques logísticos na região com importantes infraestruturas, designadamente na área da Plataforma LogísticoPortuária de Setúbal. Plataforma LogísticoPortuária de Setúbal: Parque Sapec BAY e BlueBiz Global Parques primas e acesso fácil ao mar e aos portos do norte da Europa, A distância de Setúbal a Lisboa é em particular à região mineira do norte de França da Bélgica, pouco mais do que a distância entre e mão-de-obra abundante com experiência industrial. O neVila Franca e o centro da cidade de gócio com Henrique Augusto Pereira, abastado proprietário, Lisboa, ou de Cascais à ponte Vasco fica apalavrado.” (Frédéric Velge, 1926-2002, Fotobiografia da Gama, no entanto, a percepção de Pedro Leite). de quem vive na margem Norte do Tratou-se de facto de uma manhã visionária, pois a PeTejo é de que Setúbal é muito mais Vítor Caldeirinha* distante. nínsula da Mitrena, com a ligação ferroviária e portuária viria a tornar-se uma zona logístico-industrial de excelência na Na verdade, tendo em conta as região de Lisboa, com a construção de inúmeras unidades dificuldades de trânsito no interior de industriais e terminais portuários públicos e privados. Lisboa, vastas regiões a norte do Tejo podem ser servidas O Parque Industrial e Logístico Sapec Bay, com cerca de com igual custo e tempo a partir da cidade de Lisboa ou de 360 hectares, encontra-se localizado junto ao porto de Setúbal, Setúbal. A Península de Setúbal está integrada na Região de Lisboa e Vale do Tejo e tem potencial logístico para servir uma boa parte das necessidades de toda a região e das suas cargas, incluindo a Extremadura Espanhola, possuindo uma posição estratégica privilegiada na relação da Capital portuguesa com o país vizinho. Para além do porto de Setúbal e da futura LOG Z, Plataforma logística do Poceirão, existem já hoje parques logísticos na região com importantes infraestruturas, designadamente na área da Plataforma Logístico-Portuária de Setúbal. Estes parques logísticos proporcionam uma posi- O Sapec Bay está intimamente ligada com duas outras plataformas, com terminais ferroviários, operadas pelo SPC, localizadas ção interessante no interface com Espanha e com o em Valongo, Zona Industrial de Campo, e Bobadela/Póvoa de transporte marítimo, numa região onde a qualidade de Santa Iria vida se alia à beleza da Serra da Arrábida, do Estuário a cerca de 40 Km de Lisboa, tendo instaladas 20 unidades do Sado e do complexo turístico renovado de Tróia. industriais e outras, com actividades diversas, e uma zona Plataforma Logística da Sapec interrmodal e logística de interface entre o caminho-de-ferro, “Numa Manhã ensolarada de 1924, um carro percorre a o porto de Setúbal e as indústrias da zona, onde se realizam estrada de macadame, chamada da Graça, bordejando o rio operações de valor acrescentado. Sado em direcção ao sol nascente. No seu interior os Srs. Além da excelência da sua localização e intermodalidade, Frédéric Jacobs, banqueiro de Antuérpia e António Velge, seu o Parque dispõe de um conjunto de infra-estruturas em galeria genro, visitam a herdade das Praias. Procuram uma localizatécnica e de todas as facilidades de forma a proporcionar o ção para concretizar a instalação das unidades industriais de desenvolvimento e a competitividade das empresas instaladas transformação de minério das planícies do Sul. e das novas empresas. A localização desta propriedade, com cerca de 400 hecA entidade gestora do Parque, ao abrigo da Portaria nº tares, a 7 km da então cidade conserveira de Setúbal, com 63/94, exerce a gestão das zonas comuns do Parque, numa acesso ao rio e à recém construída linha de caminho-de-ferro lógica de qualidade, desenvolvimento sustentável e de resdo Vale do Sado, cumpria os requisitos essenciais. Boas coponsabilidade social. municações por caminho-de-ferro com as fontes de matériasOperado pelo SPC, Serviço Português de Contentores, o 22 CARGO setembro 2010 espaços verdes dotados de arruamentos internos, dispondo de uma área comercializável de cerca de 23ha, repartidos por 8,5ha de área coberta e 14,5ha de área descoberta. Sob propriedade e gestão da AICEP Global Parques, o BlueBiz está pronto a acolher, em condições de investimento atractivas, empresas que procurem potenciar o seu investimento e aumentar as sinergias do seu negócio. Está vocacionado para a instalação de indústria ligeira, tais como, automotive, aeronáutica, electromecânica, assemblagem final, distribuição e logística. n O BlueBiz é uma área privilegiada para a localização empresarial, tanto pelas condições infra-estruturais proporcionadas, como pelas suas características geográficas Terminal Multiusos do SPC localizado no interior do Parque Sapec Bay, com cerca de 10,4 hectares, e uma área coberta de 6.300 m2, com armazéns para vários usos, Parque de Contentores com correspondentes áreas de reparação e manutenção, dispõe ainda de uma capacidade ferroviária e de equipamentos afectos para movimentar 10 comboios-bloco por dia, proporcionando já um importante movimento de cargas. Esta plataforma logística, que opera todo o tipo de cargas (aços, inertes, carvões, material de construção civil, madeiras, adubos, químicos diversos), está intimamente ligada com duas outras plataformas, com terminais ferroviários, operadas pelo SPC, localizadas em Valongo, Zona Industrial de Campo, e Bobadela/Póvoa de Santa Iria. * Professor de Marketing Portuário no ISEG http://sites.google.com/site/vitorcaldeirinha/ (Novo Site – com os textos traduzidos em Inglês) BlueBiz Global Parques Situado no Vale da Rosa, na Península de Setúbal, o BlueBiz é uma área privilegiada para a localização empresarial, tanto pelas condições infra-estruturais proporcionadas, como pelas suas características geográficas, modeladas pela sua riqueza patrimonial, ambiental e cultural. A 40 km de Lisboa, o BlueBiz ocupa uma área de 56 hectares totalmente infraestruturada e integra amplos setembro 2010 CARGO 23 Dispõe-se de diferentes tipologias de porto e percebe-se a sua importância e implicações no modelo económico. O seu relevo aumentou com a sua integração nas cadeias logísticas regionais e internacionais. Porém, a definição do modelo de porto e do sistema portuário são centrais para que os sistemas sejam eficazes e eficientes ao mais baixo custo. O modelo «porto centro de negócios» exige a integração de múltiplos agentes e uma adequada arquitectura de porto Plataforma logística é uma zona delimitada no interior da qual são exercidas por diferentes operadores as actividades relativas ao transporte, à logística e à distribuição de mercadorias, tanto para o trânsito nacional como para o internacional. Estes operadores podem ser J. Augusto Felício* proprietários, arrendatários dos edifícios, equipamentos e instalações, por exemplo, armazéns, áreas de stockagem, escritórios, parques de estacionamento, etc. Deve assegurar-se o regime de livre concorrência para todas as empresas interessadas nas actividades. A plataforma logística deve, também, estar equipada com os equipamentos colectivos necessários ao bom funcionamento das actividades descritas e integrar serviços comuns para utentes e respectivos veículos e ser gerida obrigatoriamente por entidade única, pública ou privada (Europlatforms, 1992) . No essencial, a definição aplica-se ao que se entende, hoje em dia, por porto de terceira geração, salvo, em alguma medida, no que respeita aos serviços comuns a prestar aos utentes do porto e quanto à concorrência entre agentes que operam no porto. Sem dúvida que a transferência das mercadorias ou cargas operadas entre o navio e os carregadores ganhou nova abordagem, visando a celeridade do processo, o que tem obrigado os portos a dispor de condições técnicas de equipamentos, espaços de manobra e estacionamento na área do porto, capazes de proporcionar fluência aos tráfegos. No entanto, verifica-se, em diversos casos, não dispor o porto de áreas suficientes para se adequar a diferentes exigências de vocação e ao aumento dos volumes movimentados, com implicação nas condições logísticas internas, a navios tecnologicamente mais evoluídos, a diferentes necessidades dos carregadores com efeitos ao nível da acção dos agentes e às condições de acessibilidade ao porto. A par de muitas destas mudanças devem tomar-se em conta as alterações de comportamento dos carregadores no que respeita, por um lado, ao recurso que fazem cada vez mais ao 'outsourcing' para operações que não tenham directamente a ver com o essencial do negócio, o que implica diferente forma de tratar as mercadorias no trajecto da fábrica ou armazém até casa do cliente. Por outro lado, por parte dos empresários e industriais, o repensar como estruturar e organizar a actividade e a própria relocalização das suas unidades de produção, 24 CARGO A logística e o porto centro de negócios (FIM) dependentes não tanto da produtividade mas das condições de competitividade decorrentes do contexto em que se enquadram, nomeadamente das infra-estruturas físicas, das comunicações e da telemática. Por tudo isto, o sistema logístico no qual desempenham papel relevante as plataformas logísticas, nomeadamente portuárias, têm vindo a assumir protagonismo crescente, actualmente de primeiro plano. O porto centro de negócios Os portos e o sistema portuário exigem grande atenção dadas as suas implicações económicas, devendo assumir-se numa perspectiva ampla e central ao nível do país. Confrontados com a premente necessidade de realizar investimentos vultuosos, verifica-se que em grande parte não estão a resolver as verdadeiras dificuldades, por se tratar de sector estrutural, cujo modelo de arquitectura suporta o sistema logístico nacional. Neste quadro, o modelo marítimo-portuário deverá ser dotado de condições ao encontro de soluções para enfrentar os desafios do sistema, no quadro ibérico, europeu e internacional. O porto de terceira geração já não responde às exigências. Torna-se necessário que o «porto plataforma marítimo» responda com novas soluções. É o mercado quem dita as regras, levando a que o Estado passe de agente interventor para entidade reguladora. Os empresários concorrem num mercado aberto, exigente e competitivo. A diferença competitiva baseada na produtividade coloca-se cada vez mais ao nível das condições proporcionadas pelas infra-estruturas, numa lógica avassaladora, em que o cliente ou consumidor exige produtos de qualidade, a baixo preço e no local certo. O cidadão comum não tem tempo para pensar, vive sujeito a enorme pressão e não quer perder tempo. Adquire os bens de determinada marca ou tipo em função das condições oferecidas de comodidade, preço e funcionalidade, o que leva os agentes empresariais a procurar a sua fidelização recorrendo a técnicas e instrumentos sofisticados. Sendo essas exigências do negócio de nível elevado, os empresários e carregadores impõem condições de fiabilidade, rapidez no transporte dos produtos, baixo custo de operação e cumprimento de prazos só possíveis dispondo de adequado sistema logístico. Para assegurar a funcionalidade dos portos verifica-se a necessidade em dispor de diferentes portos, o que leva a repensar o modelo de porto e o sistema portuário setembro 2010 para que possa responder capazmente. Está-se no âmbito do denominado «porto centro de negócios». No essencial, integra o conceito de plataforma logística, áreas para a instalação de indústrias ou outras unidades empresariais, centros de serviços e adequada articulação estratégica no seio do sistema macro e meso-logístico. Trata-se de uma diferente filosofia de porto quanto à construção, estrutura e organização do seu espaço, da área portuária e do 'hinterland'. Em suma, tem a ver com distinto modelo de porto para responder, no quadro do sistema logístico, a diferentes exigências dos carregadores e dos cidadãos. Conclusões Vive-se numa época de grandes mudanças com a clara sensação de que aquilo que hoje foi realizado pertence ao passado, quando nem sequer a resposta está completamente. Trata-se de novo paradigma, uma forma diferente de encarar soluções, com novos conceitos e ferramentas de avaliação. A noção de sistema logístico surge impetuosa associada a informação, telemática e outras. Os fluxos e processos cada vez mais terão de integrar-se em sistemas crescentemente complexos, exigindo conhecimento e novas aptidões. Tudo muito rápido. O modelo marítimo-portuário tem de adequar-se a novas exigências de integração, eficiência e eficácia, com qualida- setembro 2010 de. O porto cada vez mais se assume um centro de negócios inserido no sistema macro-logístico com articulação a nível superior. Se é assim, alguém deverá reflectir, desde já, sobre que o modelo de porto, exigente em investimentos com implicações a longo prazo. Decisões erradas têm consequências para diferentes gerações. Na lógica do mercado muito competitivo a principal diferença não advém da produtividade mas de factores de competitividade derivados da qualidade das infra-estruturas e do sistema, nomeadamente, do sistema logístico que integra como componente relevante os portos. Deverão concentrar-se esforços em construir um adequado sistema portuário. n *Presidente do Centro de Estudos de Gestão (CEGE) do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa (ISEG/UTL) e diretor científico do curso de Pós-Graduação em Gestão do Transporte Marítimo e Gestão Portuária CARGO 25 Investigadores são unânimes Triângulo das Bermudas tem explicação científica D e acordo com dois pesquisadores australianos, que publicaram a tese no prestigiado American Journal of Physics, o mistério de navios e aviões desaparecidos na região apelidada "O Triângulo das Bermudas" está resolvido. O imaginário dos Homens tinha já encontrado uma miríade de explicações, desde extraterrestres a anomalias de universos paralelos, de habitantes da submersa Atlântida a bizarros fenómenos meteorológicos. Afinal, o "Triângulo" sofre simplesmente de um caso agudo de gás, à luz desta nova teoria. O metano, um gás natural combustível que aquece fornos e ferve a água, parece ser o grande culpado dos desaparecimentos misteriosos de navios e aviões que permitiram best-sellers e campeões de bilheteira ao longo de quase todo o século passado, apaixonando a opinião pública pelo mistério que encerravam. E que agora pura e simplesmente desaparece, como antes sucedeu com os igualmente misteriosos habitantes da lua. E os culpados são o estudante David May, que elaborou a tese, e o professor Joseph Monaghan, 26 CARGO que a testou com aparente sucesso, ambos da Universidade Monash, em Melbourne, na Austrália. Uma tese também seguida por Paulo César Boggianni, da Universidade de S. Paulo. Segundo estes académicos, grandes bolhas de metano desprendidas do fundo do oceano esclarecem muitos, se não todos, os desaparecimentos misteriosos de navios e aeronaves em locais específicos ao redor do mundo. Há mais "triângulos das bermudas" no planeta O pesquisador Ivan T. Sanderson identificou estas áreas mistério durante a década de 1960. Sanderson descreveu a forma efetiva destas regiões, mais parecida com um losango, em vez de um triângulo. Alguns dos pontos mais famosos incluem uma área no Mar do Japão, o Mar do Norte, e, claro, o famoso "Triângulo das Bermuda (ou do Diabo)". Observadores oceanográficos do fundo do mar na área do Triângulo das Bermudas e do Mar do Norte entre a Europa continental e a Grã-Bretanha descobriram uma quantidade significa- tiva de hidratos de metano e vestígios antigos de erupções. Correlacionando os dados existentes, os dois investigadores simularam o que aconteceria às bolhas de metano gigantescas originadas por explosões de fissuras naturais no fundo do mar. O metano, normalmente congelado a uma grande pressão como hidrato de gás incorporado no subsolo rochoso oceânico, pode libertar-se, transformando-se em bolhas gasosas que se expandem geometricamente à medida que vão subindo desde o fundo do oceano. Quando estas bolhas chegam à superfície da água, sobem na atmosfera, ainda em expansão para cima e para os lados. As embarcações capturadas na mega-bolha de metano perdem imediatamente a flutuabilidade e o naufrágio é inevitável. Se as bolhas são suficientemente grandes e possuem uma alta densidade, podem também derrubar aviões, de forma quase instantânea, por perda dos seus motores – provavelmente o metano incendeia-se em contacto com eles, fazendo o avião entrar em queda e mergulhar rapidamente no oceano. n setembro 2010 setembro 2010 CARGO 27 Lidas & ouvidas Aumentar os impostos, podendo parecer que resolve o problema, não fará mais do que agravá-lo. Daniel Bessa Professor universitário Ainda nenhum de nós falou que o Estado português vai começar a pagar o que deve. Quando falamos em reduzir o défice é endividar menos. Para o Estado português começar a pagar o que deve é preciso que deixe de ter défice. Ainda não ouvi ninguém em Portugal preocupado em pagar um cêntimo da dívida do Estado". idem Os intrujões sabem que os anéis [de Portugal] já se foram e que a mesa só é composta porque a dívida engorda dia a dia. João Duque Professor universitário " Os norte-americanos têm muita inveja de nós - não têm nem um quilômetro de alta velocidade,e a Espanha vai tornar-se este ano no país da UE com mais quilómetros de AVE". José Blanco Ministro espanhol das O. Públicas “A consciência cívica das pessoas [acerca das SCUT] vai acabar por se impor” António Mendonça Ministro das Obras Públicas O estado está a financiar-se a níveis recorde, em termos de custo, unica e exclusiva ente porque o Banco Central Europeu tem em funcionamento um regime excepcional. Sem esse mecanismo, estou plenamente convencido que hoje não só o estado como a economia não se financiava" António Nogueira Leite Professor universitário [O Governo] já o devia ter feito antes [anulação do concurso da linha UIC entre Lisboa e Poceirão e Terceira Travessia do Tejo] Ernâni Lopes Ex-ministro das Finanças Marítimo A CARGO há 15 anos Nos oito primeiros meses do ano corrente, o Terminal de Contentores de Leixões (TCL) movimentou 317.380 teu, 6% mais do que no período homólogo do ano anterior. Mantém-se, assim, a expetativa de, uma vez mais, o TCL terminar o ano com um novo máximo. Uma tradição que se repete, ano após ano, desde o arranque da concessão, refere o serviço de comunicação do terminal de Lopo Feijó no seu sítio da Internet. Em agosto, o TCL movimentou 42.256 TEU, o que constitui o melhor resultado mensal desde o início do ano. Na comparação com o mesmo mês de 2009, porém, o saldo desliza uns quase imperceptíveis 3%, mas deve levar-se em conta que o mês de agosto do ano passado foi de longe, o melhor mês do exercício e um dos melhores do passado recente da concessão, recorda o TCL. Porto de Lisboa em maré alta Os bons resultados alcançados pelo porto de Lisboa durante os meses de verão de 1995 faziam a grande manchete da CARGO nº 50. As expectativas em redor do congresso da ANTRAM e da I Semana do Transporte e da Logística e o aumento do transporte intermodal também surgiam em destaque. Os portos nacionais conseguiam em julho mais carga, embora menos navios. Sines registava um aumento de carga na ordem dos 15% entre janeiro e julho, ultrapassando os 14 milhões de toneladas. Setúbal iniciava um investimento de 17 milhões de euros nos quatro anos que se seguiriam, na expectativa de ganhar três novos postos de acostagem e de modernizar o velhinho Cais das Fontainhas. Leixões também investia, mas no combate à poluição e à insegurança. A Ria de Aveiro ia ser desassoreada, o que era essencial para o desenvolvimento daquele porto. Em Lisboa, previa-se que o Terminal de Contentores de Xabregas viesse a ter capacidade para movimentar 400 mil Teus’s/ano, tendo fundos de 13 metros. Que nunca chegaria a ter. O Barreiro recebia uma nova estação fluvial. A agência ICC Navegação inaugurava, em parceria com a brasileira BEL, uma linha Portugal-Brasil, com o navio "Tolis". Lá por fora, em Inglaterra, os portos temiam a competição do Eurotúnel. Na ferrovia, o destaque ia para a Bobadela, um terminal de mercadorias rodo-ferroviário que vinha substituir o da Matinha, entretanto desmantelado por exigências da edificação da futura Expo-98. A CP investia na eletrificação das linhas de transporte de carga, de que é exemplo a ligação Sines-Pego. Na rodovia, a DAF revelava os seus bons resultados, numa altura em que o futuro era muito tremido para a marca holandesa. No setor aéreo, a carga crescia um pouco por todo o mundo. A Lufthansa renascia graças, por exemplo, à sua filosofia competitiva agora que era uma empresa privada. Os novos aviões da Airbus já circulavam. O transitário MSAS duplicava os seus lucros. n Agenda 12.10.2010 - 13.10.2010 XIII Congresso APLOG Lisboa 19.10.2010 Seminário “Seguro Marítimo” iirPortugal Lisboa 22.10.2010 XI Jornadas ANTRAM Portimão 09.11.2010 V Seminário Plataformas Logísticas Ibéricas: Crescer para Novos Mercados Setúbal LÁ FORA 25.11.2010 VI Edição Debates ICIL Madrid Mais Agenda em www.cargoedicoes.pt 28 CARGO setembro 2010 A Navex passa a ser AEO – “Authorised Economic Operator”, um estatuto que privilegia os seus detentores em matéria aduaneira, permitindo-lhes as autorizações necessárias das autoridades alfandegárias à movimentação das cargas em trânsito de uma forma mais expedita e simplificada. Com este reconhecimento a Navex diferencia-se no mercado, obtendo uma qualificação relevante em matéria comercial, sendo patente o interesse que vários armadores têm colocado relativamente a esta matéria. Paralelamente espera-se que as novas exigências europeias de caráter declarativo, associadas a motivos de segurança e previstas entrar em funcionamento a partir de 1 de janeiro 2011, possam de certa forma ser atenuadas para os detentores do estatuto AEO. A Navex vê desta maneira complementado o seu reconhecimento a par da certificação ISO 9001: 2008 que já detinha, sendo um dos primeiros a entes de navegação do mercado a atingir essa dupla certificação, que contribui para o aumento dos padrões internos em termos de rapidez e simplificação na movimentação das cargas. A Navex encabeça a área dos agentes de navegação dentro do Grupo E.T.E., u dos principais grupos marítimo-portuários portugueses. setembro 2010 A atuação da Navex centrase na assistência a navios mas também nos serviços de linhas regulares, exportação e importação, cargas de projecto e afretamentos de navios. A Sociedade Comercial Orey Antunes (SCOA) atingiu lucros de 4,005 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, o montante mais elevado de sempre alcançado pela empresa. No mesmo período do ano passado a empresa tinha obtido lucros de 215 mil euros, pelo que os resultados dos primeiros seis meses do ano aumentaram 19 vezes. “Os resultados do primeiro semestre de 2010 são sinónimo da nossa força e de que o processo de reestruturação iniciado em 2009 segue na direção certa”, refere o grupo na apresentação de resultados. A Orey salienta que todos os negócios do Grupo – área financeira e de logística - contribuíram para a melhoria dos resultados. Já a presença em Espanha - onde detém uma participação de 50% na Agemasa, operadora portuária de Bilbau - continua a pesar de forma negativa nas contas. Os resultados operacionais subiram de 415 mil euros para 4,63 milhões de euros e o EBITDA aumentou 514% para 5,05 milhões. As vendas e prestações de serviços cresceram 32% para 37,86 milhões de euros. O Luxemburgo tornou-se o 22º país a assinar as "Regras de Roterdão". O novo acordo ainda aguarda o número necessário de ratificações para entrar em vigor. A nova convenção internacional que regulamenta as questões de responsabilidade no transporte de mercadorias realizadas total ou parcialmente, por mar, entra em vigor quando vinte países já o tiverem ratificado (e não apenas assinado). Nenhum dos 22 países signatários (principalmente europeus e africanos) já fez tal ratificação. A Agepor vai ministrar, a partir de 12 de outubro, em Lisboa, e 14 de outubro, no Porto, novos cursos de Formação Profissional, especialmente direcionados a todos os profissi nais ligados à indústria do shipping. Estes cursos agora criados debruçar-se-ão essencialmente sobre as diferentes valências, tanto teóricas como práticas, da atividade de Shippin , mormente no que respeita aos Agentes de Navegação, num ação que procura proporcionar de forma determinante uma abordagem transversal a todos os componentes da atividade logística marítima e da cadeia de valor. Apesar de ter sido pensado e orientado essencialmente na ótica do Agente de Navegação, o curso está aberto a todos os profissionais interessados nestas matérias. Neste momento, já se encontram inscritos cerca de 40 formandos em Lisboa e vinte no Porto, números que garantem a realização de dois cursos em Lisboa e um no Porto. Os detalhes do Curso de Formação Profissional em shipping (horários e locais) podem ser obtidos junto da Agepor. O porto de Lisboa recolheu cerca de quatro toneladas de livros em língua Portuguesa para a comunidade estudantil de Timor. A entrega simbólica desta oferta conteceu em Díli, através do comandante do navio-escola Sagres, que fundeou ao largo da capital timorense, no âmbito da sua viagem de circum-navegação. Aproveitando a permanência da Sagres ancorada, por três dias, ao largo de Dili, o comandante do navio-escola, Pedro Proença Mendes, fez a entrega dos livros a Kirsti Gusmão, embaixadora da Boa Vontade, para posterior distribuição pela comunidade estudantil de Timor. São, na maioria, manuais escolares e livros infanto-juvenis, que vão contribuir para que mais crianças e jovens possam contactar de forma mais regular com a língua portuguesa. CARGO 29 Primeiro troço da linha UIC prestes a avançar Pires da Fonseca, Takargo: Linha UIC deve ligar Poceirão a Bobadela, Setúbal e Sines O Governo português vai avançar com as obras do troço de alta velocidade (bitola UIC) Poceirão-Caia, na ligação Lisboa-Madrid, em setembro, anunciou António Mendonça, ministro das Obras Públicas, em Alcazaba (Espanha). Mendonça falava após a realização dos testes de arga no viaduto de Alcazaba, naquele que é o primeiro teste da linha de alta velocidade na Extremadura. O governante português, na presença do seu homólogo espanhol, o ministro do Fomento de Espanha, José Blanco Lopéz, reconheceu que do lado de lá da fronteira os trabalhos vão mais adiantados. "Constatamos hoje que o projeto de alta velocidade em Espanha está no terreno e a desenvolver-se. Mais de 100 quilómetros já estão em construção. Tam ém têm um conjunto muito significativo de outros troços em estudo, execução e adjudicação". António Mendonça garantiu que em Portugal os trabalhos têm iní io em setembro e que o arranque oficial será dado na Cimeira Ibérica a realizar na cidade fronteiriça de Elvas. "Em Portugal as coisas estão A António Mendonça, ministro da tutela, mantém a construção do troço Poceirão-Caia, e espera anunciar o início da obra na próxima cimeira ibérica, que terá lugar ainda este ano ligeiramente mais atrasadas, até porque a metodologia que nós seguimos é diferente. Nesta ligação Lisboa-Madrid optámos por duas grandes parcerias público-privadas. Em setembro vamos ter a oportunidade, talvez quem sabe, no âmbito da Cimeira Ibérica, de marcar no terreno o arranque da obra na ligação entre o Poceirão-Caia (fronteira espanhola)", anunciou o ministro português. Relativamente à outra parceria públicoprivada que faz a ligação entre Lisboa e o Poceirão, que inclui a terceira travessia do Tejo, António Mendonça adiantou que, devido à crise internacional, houve necessidade de rep nsar o modelo de financiamento do projeto. "Era uma parceria que necessitava de recurso a um elevado crédito bancário e neste momento estamos a tentar canalizar um conjunto de verbas comunitárias que podem ser utilizadas no âmbito desse projeto e dessa maneira aliviar significativamente os encargos financeiros do Estado". n Ponte ferroviária sobre o Sado passou nos ensaios de carga A variante a linha ferroviária que passa perto de Alcácer, e que inclui a nova ponte sobre o Sado, passou com distinção os ensaios de carga a que já foi submetida. O investimento ascendeu a €159 milhões, mas o resultado obtido com a apelidada Nova Travessia Ferroviária do Sado é evidente: ao permitir a ligação de Sines às plataformas logísticas do Poceirão e de Elvas, articulando-as com os portos de Setúb l e Lisboa e com a ligação à linha de bitola UIC entre Lisboa e Madrid, este pequeno troço vem dar um trunfo competitivo inquestionavelmente decisivo aos três portos do sul na sua ligação ao vasto histerland espanhol que se estende por bons quilómetros para lá da fronteira do Caia. Mas para além dos três portos, a variante ferroviária de Alcácer facilita i ualmente a interoperabilidade da rede ferroviária nacional com as redes transeuropeias de transporte de mercadorias, através da sua inserção nos corredores ferroviários Sines-Elvas e Sines-Algeciras-Madrid-Paris, que mantiveram 30 CARGO o carácter prioritário à luz da revisão das RTE-T. A Rede Ferroviária Nacional - Refer, avança que a realização dos "ensaios de carga" é uma forma de caracterizar "o seu estado inicial, que poderá ser utilizado como uma referência o longo da sua vida". Foi utilizada uma composição constituída por uma locomotiva e oito balastreiros. Durante os ensaios esta composição foi colocada em diversas posições ao longo do tabuleiro da ponte, medindo-se a resposta da estrutura para cada posição de carga. n setembro 2010 linha ferroviária de Lisboa a Madrid aceita comboios de mercadorias, e não apenas passageiros. Mas deste lado da fronteira esta vantagem competitiva poderá ser desaproveitada, se a linha mista "morrer" no Poceirão, como está previsto. Pires da Fonseca, presidente do CA da Takargo, diz que é um erro e um desperdício de dinheiros públicos deixar a linha UIC no Poceirão, ao invés de a fazer seguir para Bobadela, Setúbal e Sines, tornando estes portos mais competitivos do que o de Valência para servir a região de Madrid. A diferença é, "apenas", um ganho superior a 200 km na ligação entre as duas capitais, para as mercadorias; e deveria obrigar à revisão do plano português de efectuar uma via dedicada de bitola ibé ica entre Évora e Caia, que após a fronteira se dirige, já do lado espanhol, em direcção a Puertollano, onde entronca com a linha Madrid-Algeciras. Por outras palavras, essa linha seria dinheiro deitado à rua, porque, com ela, Valência será um porto ainda mais prioritário para alimentar Madrid. O presidente da Takargo afiançou à CARGO que, a não ser feita a ligação aos três portos, a empresa que dirige não utilizará essa nova via UIC, porque a ruptura de carga que forçosamente existirá no Poceirão lhe retira a vantagem competitiva, inviabilizando a sua exploração comercial. Pires da Fonseca defende que a verba que irá ser g sta na ligação em bitola ibérica entre Poceirão-Caia, e Sines-Poceirão mais o desperdício feito na variante de Alcácer do Sal, permitiria ligar ao Poceirão os portos de Sines, Setúbal e Lisboa (Bobadela) em bitola UIC. n Linha do Oeste: petição pela requalificação juntou 4 000 assinaturas A "Petição pela requalificação e modernização da infraestrutura e pela int odução de um serviço ferroviário de qualidade na Linha do Oeste", que recolheu mais de 4000 assinaturas, foi lançada pelo BE, mas assume-se como um documento supra partidário que c nta entre os promotores representantes do PS, PSD e CDS-PP, referiu o deputado bolquista Heitor Sousa. A ação destinase a suscitar a respetiva discussão no parlamento. A Linha do Oeste é um troço ferroviário que liga a estação de Agualva-Cacém, na Linha de S ntra, à estação de Figueira da Foz, em Portugal, servindo setembro 2010 o porto da foz do Mondego, bem assim como a procura de transporte ferroviário de passageiros. Apesar de se tratar de uma linha em via única, não electrificada, detém uma importância elevada para a CP Carga, devido ao facto de concentrar 13% do tráfego de mercadorias e 10% das receitas totais desta entidade. Por diversas vezes a su modernização foi anunciada ao longo das duas últimas décadas, mas foi a própria Refer quem mais recentemente solicitou o adiamento do investimento na requalificação da linha do Oeste por força da política de restrição orçamental a que o país está submetido. n CARGO 31 EMEF levou a Berlim vagão com bogie inteligente A EMEF, empresa de construção de material ferroviário que integra o universo da CP, expôs em Belim, na Innotrans, o seu vagão mais recente, de que neste momento prepara uma encomenda de 400 destinados à CP Carga. Trata-se de um vagão em que os responsáveis da EMEF depositam grandes expectativas, por se tratar de um produto inovador que integra sof sticados sensores de deteção de avarias e de registo de cargas, entre outros parâmetros, Este modelo está a ser produzido em duas capacidades – uma de 60 pés, para aco- modar três contentores de 20 pés ou um de 40 e outro de 20, que dispõe de boggies, e outro de menor capacidade, para um contentor de 40 pés ou dois de 20, equipado com rodados. Ambos cumprem as normas europeias de “gabarit” e têm o sistema de rodagem intercambiável, por forma a poderem rolar seja em bitola ibérica, seja em bitola UIC, o que pode ser feito em cerca de 20 minutos, dependendo apenas dos meios existentes nos locais de troca. Este modelo está preparado para rolar em toda a rede europeia, cumprindo para tal as ormativas impostas pelas diversas redes no que se refere ao ruído, à carga, etc.., e está a ser produzido pela unidade de novos projetos EMEF. O responsável pelo seu fabrico é o engº Lami Figueiras (também professor no Instituto Superior Técnico), à frente de uma equipa de 61 pessoas, a produzir a um ritmo de 14 vagões/mê . Neste momento, da encomenda de 400 vagões para a CP Carga, já estão produzidas 85 unidades, pelo que a produção deverá prolongar-se até 2012. O vagão EMEF vem dar continuidade à tradição de construção ferroviária que tem permitido à indústria naci nal colocar Ferrovia ganha quota de mercado no porto de Setúbal 32 CARGO A Unidade de Inovação Ferroviária e Tecnologia Ferroviária (UITF), responsável pelo desenvolvimento tecnológico do vagão de que a CP Carga encomendou 400 unidades, foi formalmente criada pela EMEF em Dezembro de 2007 apenas na Europa, onde se estima haver necessidade de 100 mil novos vagões para atender ao surto de desenvolvimento que a ferrovia atravessa. Com efeito, o mais recente projeto apresentado neste âmbito diz respeito a uma ligação ferroviária entre Marrocos e Turquia, atravessando toda a orla litoral norte do continente africano. A fazer fé nos responsáveis dos países que esta futura linha atravessa, as necessidades de mate- rial rolante – vagões – cifra-se em algo aproximado a um milhão de unidades. A isto, juntam-se as boas perspetivas de desenvolvimento de mais fornecimentos para a Bósnia, numa primeira fase, e, também, para Angola e Moçambique, países que têm vindo a proceder à recuperação da rede ferroviária. n Para que serve a bogie inteligente? O aumento da utilização da ferrovia na ligação do porto de Setúbal ao seu hinterland confirmou-se no primeiro semestre de 2010, continuando uma tendência já registada no ano anterior. Na repartição por modos de transporte, a ferrovia já representa 22% do volum total de mercadorias que entram ou saem dos terminais portuários de Setúbal via terrestre (face aos 12% do período homólogo de 2009), por contraposição à descida verificada no modo rodoviário, que passou de uma quota de 74% para 68%. Este crescimento resulta em inúmeros bene ícios, não só em termos de eficiência e rapidez na ligação entre os modos marítimo e terrestre, mas também, no que respeita ao alargamento do hinterland e à protecção do ambiente, pois representa uma solução mais equilibrada, traduzindo-se numa redução nas emissões de CO2 e do tráfego rodoviário, com a consequen- encomendas em países como Bósnia (de que a mais recente encomenda respeitou a 356 aqui fabricados e 211 reabilitados em Sarajevo) e Argentina. A vertente atual da EMEF tem a particularidade de desenvolver uma importante cooperação, no âmbito da pesquisa de novas tecnologias aplicáveis a este tipo de material circulante, com diversas universidades - entre a rede e parceiros tecnológicos, destacam-se as Universidades do Minho, Porto, Coimbra e Aveiro, Instituto Superior de Engenharia de Lisboa e o Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa - e que já permitiram a produção da boggie (apelidada “inteligente”, pela panóplia de sensores de que dispõe) do vagão de 60 pés da EMEF. O presidente da empresa, Costa Franco, adiantou à CARGO que, caso a recetividade do vagão suscite encomendas de operadores ferroviários, a EMEF arrancará para a construção de uma fábrica de raiz (a atual, apesar de dotada de material moderno e de robots de soldadura, está a f ncionar em instalações adaptadas). Esse cenário tem fortes possibilidades de se concretizar, tanto mais que a falta de material ferroviário circulante para o transporte de mercadorias é algo que não se verifica te diminuição dos congestionamentos e acidentes nas estradas. Esta tendên ia resulta do esforço, tanto dos concessionários como da administração portuária, em melhorar e incentivar as ligações terrestres aos terminais comerciais do porto de Setúbal, privilegiando as ligações ferroviárias diretas. No entanto, também as ligações rodoviárias diretas ao porto têm vindo a ser melhoradas, sendo exemplo disso a ligação da auto-estrada A2 à Península da Mitrena, atualmente em curso. n setembro 2010 Através do bogie Inteligente, que a EMEF desenvolveu e que equipa os novos vagões encomendados pela CP Carga, será possível a monitorização/análise do risco de descarrilamento de material rebocado e efetuar manutenção sobre condição do material ferroviário, inserindo-o no Projecto de Telemanutenção. O sistema permite a monitorização/análise da condição activa dos rolamentos do conjunto roda/veio; a estabilidade estrutural do bogie; e a condição dos sistemas de propulsão setembro 2010 CARGO 33 O Grupo Paulo Duarte investiu 3,5 milhões de euros em material rolante, aumentando o parque para um total de 595 viuaturas e 620 reboques. Os 43 veículos adquiridos apresentam características que lhes permitem reduzir as emissões de dióxido de carbono” Grupo Paulo Duarte reforça frota com 43 novos veículos O Grupo Paulo Duarte, do sector de logística e transportes rodoviários de mercadorias nacional e internacional, investiu recentemente 3,5 milhões de euros na renovação da frota. O Grupo acaba de adquirir 21 tractores, dois camiões de dois eixos, 10 cisternas e 10 reboques frigoríficos, reforçando desta forma o número de veículos disponíveis, que totalizam agora um total de 595 viaturas e de 620 reboques. A empresa refere que “o investimento em novas viaturas foi acompanhado pela contratação de 57 novos colaboradores na área de transportes, nomeadamente motoristas. Importa destacar que o Grupo é constituído por sete empresas de transportes e está cada vez mais atento às questões ambientais, procurando sempre que possível adoptar posturas ecológicas. É o caso do investimento agora concretizado, uma vez que os 43 veículos adquiridos apresentam características que lhes permitem reduzir as emissões de dióxido de carbono”. Líder em transporte de cisternas de matérias perigosas - área que constitui 70 por cento da facturação geral -, o Grupo Paulo Duarte desenvolve igualmente a sua actividade com cisternas de produtos alimentares, frigoríficos e alguma carga em geral. Modelo Continente, Cepsa, Repsol e Petrogal fazem parte da lista dos seus principais clientes. Primeiro semestre: Facturação de 23 milhões O Grupo Paulo Duarte, que desenvolve a actividade de logística e transportes rodoviários de mercadorias (nacional e internacional), fechou o primeiro semestre de 2010 com uma faturação aproximada de 23 milhões de euros. Com este resultado, o Grupo assinala um crescimento de cerca de 11 por cento em relação ao período homólogo, no qual alcançou um volume de negócios de cerca de 20 milhões de euros. A Transportes Paulo Duarte, que actua na área da logística de distribuição a nível nacional e internacional, foi aquela que mais contribuiu para o alcance do resultado global. Entre janeiro e junho, a maior empresa do Grupo registou uma faturação que ronda os 15,5 milhões de euros, um milhão a mais face ao primeiro semestre de 2009. Para José Paulo Duarte, presidente do Grupo, “estes resultados e este crescimento são extremamente importantes, sobretudo num ano em que tanto se falou de crise”. E acrescenta: “Numa conjuntura adversa conseguimos aumentar a frota, investir em estruturas operacionais e aumentar os postos de trabalho. Em suma, ultrapassamos as metas traçadas”. Com instalações em Torres Vedras, Alverca, Setúbal, Matosinhos, Pinhão, o Grupo Paulo Duarte possui 595 viaturas e mais de 620 reboques e conta com cerca de 650 colaboradores, tendo já iniciado a expansão internacional, estando presente em Espanha (Huelva e Almendralejo) e em Angola. Em atividade desde 1946, possuiu atualmente várias certificações. Em 2009, facturou 45 milhões de euros. n Localizado na Azambuja Fiege investe 11 milhões em centro logístico O Grupo Fiege, a operar no sector da logística e sedeado em Greven, na Alemanha, inaugurou um novo centro de logística em Portugal, localizado junto à auto-estrada Porto-Lisboa (A1), na zona logística de Vila Nova da Rainha, na Azambuja, num investimento de cerca de 11 milhões de euros. Na ocasião Correia da Fonseca, secretário de Estado dos Transportes referiu que «uma empresa que tem como lema querer oferecer o máximo valor acrescentado é, sem dúvida, um parceiro estratégico. Espero que a Fiege venha a ter um papel importante na cadeia logística e na malha económica deste país». O grupo fatura globalmente 1,5 mil milhões de euros e gere 3 milhões de metros quadrados de área de armazenagem e logística, em 18 países. O centro logístico da Azambuja representa um marco importante na estratégia de expansão europeia do grupo alemão. Como explica Stefano Vincinelli, CEO Europa do Sul e Leste e Membro do Extended Board do Grupo Fiege, «planeámos e construímos este centro, acreditando firmemente no desenvolvimento do mercado português. Este investimento reflete a estratégia do Grupo Fiege de continuar a posicionar-se em setores de actividade específicos que valorizem a qualidade e distinção do serviço». A entrada do Grupo alemão em Portugal fez-se através da aquisição da A aposta em Portugal levou a germânica Fiege a investir em novas instalações em Vila Nova da Rainha, arredores de Lisboa totalidade do capital da ASER Espanha, em 2001, que desenvolvia a actividade logística em Espanha e Portugal. Entre os objectivos a médio-prazo da Fiege em Portugal está a «solidificação da actual operação de forma a garantir sustentabilidade e rentabilidade dos recentes investimentos, para além, de estar atenta a oportunidades em setores emergentes no mercado nacional, nos quais o grupo detém já ampla competência noutros países mais desenvolvidos». O Grupo Fiege desenvolve a sua actividade na área da consultoria, planeamento e implementação de sistemas logísticos integrados, e está focado, maioritariamente, em sectores de actividade específicos e complexos, onde a estreita parceria estratégica é bastante valorizada e fomentada. Quanto a projetos futuros, Jorge Franco, Managing Director do grupo para Portugal, explica que «serão sempre equacionados numa óptica global de grupo, bem como em cada situação particular» adiantando que «é política transversal do grupo Fiege, dispor de capitais de investimento sempre que cada análise de rentabilidade se demonstre adequada». n Directório Portos & Transportes 2009-2010 Por Albano T. do Carmo Encomendas: Rua Rebelo da Silva, 12 - 2790-428 Queijas * Tel/Fax: 214 186 400 E-mail: [email protected] * www.directorioportostransportes.pt 34 CARGO setembro 2010 setembro 2010 CARGO 35 Já arrancaram as obras do IP-8 entre Sines e Beja A construção efetiva do Itinerário Principal (IP) 8, entre Sines e Beja, com perfil de uto-estrada e portagens, num investimento de 257 milhões de euros, já começou, prevendose que a via abra ao tráfego em 2012. O IP8 (A26) entre Sines e Beja, cuja construção está incluída na concessão rodoviária Baixo Alentejo, adjudicada à Estradas da Planície, vai ter 95 quilómetros, em perfil de auto-estrada e portagens entre Santiago do Cacém e Beja. A partir de Beja e até Vila Verde de Ficalho, o IP8 vai ter características de um IP, mas não de uma auto-estrada, uma decisão contestada por autarcas locais e que motivou a criação de uma comissão de utentes, que exige "a construção do IP8 entre Sines e Espanha com características de auto-estrada e sem amputações, nem remendos". A primeira empreitada do IP8, que quando entrar em funcionamento será denominada de auto-estrada 26 (A26), relativa ao l nço A - Nó de Roncão (IC33)/Nó de Grândola Sul (IP1), arrancou ontem, A importância do porto de Sines no panorama portuário nacional é acrescida pela boa ligação rodoviária que o IP8 proporcionará num investimento superior a 68 milhões de euros, disse à agência Lusa fonte da concessionária Estradas da Planície. A obra deverá dura 17 meses e o lanço A, com 23,2 quilómetros, deverá entrar ao serviço a 31 de Janeiro de 2012. A empreitada do lanço A tinha sido lançada a 31 de Julho de 2009, mas só foram efectuados trabalhos preliminares, tendo as obras efectivas arrancado ontem, após o Tribunal de Contas ter atribuído, em Julho, o visto prévio a contrato da concessão rodoviária Baixo Alentejo, que inclui a construção do IP8 (A26) entre Sines e Beja. n Andaluzia abre concurso para otimizar oferta intermodal Sines-Paris O governo da provincia espanhola da Andaluzia abriu um concurso para a elaboração de um estudo sobre a otimização do transporte intermodal na Andaluzia e melhoria da sua ligação com eixo ferroviário Sines/AlgecirasMadrid-Paris. Com o estudo, que terá o prémio de 188 mil euros, a região pretende "identificar os setores de produção que possam estar interessados em utilizar o eixo central do caminho de ferro para o transporte de bens ou produtos, ajudando a determinar que tipo de sistemas de transporte intermodal deve ser estabelecido para atender a esta potencial procura". As candidaturas estão abertas até 6 de setembro. O vencedor terá um prazo de 12 meses de desenvolvimen- 36 CARGO to, que se encaixa no Projeto Comunitário Pirene IV, financiado por fundos europeus e regiões participantes de França, Espanha e Portugal com o objectivo de melhorar a infra-estrutura rodoviária e ferroviária do sudoeste da Europa. O estudo é apoiado pelo acordo assinado no ano passado entre a Agência Pública Puertos de Andalucía e a Fundación Transpirenáica, que gere a o desenvolvimento e o financiamento do Pirene IV. O estudo assume que a ligação ferroviária que liga os portos de Sines e Algeciras com os nós logísticos de Madrid e Paris está operativo tendo em conta que, mesmo antes de construído o novo túnel através dos Pirinéus central, é possivel cruzar a fronteira com a França tanto por Irún como por Girona. n setembro 2010 rodoferroviário & logística A Takargo, empresa feroviária do grupo Tertir, efetuou, a inícios de setembro, a sua primeira operação integrada ferro-marítima, um transporte de madeira a partir do porto de Setúbal. O navio, proveniente do Uruguai com uma carga de 40 mil toneladas de madeira destinada à Altri, na Figueira da Foz, atracou no terminal da Sadoport, concessonado à Tertir. O volume de madeira a transportar para a Figueira da Foz representou uma operação ferroviária de cerca de 60 composições, tratando-se da primeira operação integrada ferro-marítima do operador ferroviário privado. O consórcio Elos, responsável pela construção do troço de alta velocidade ferroviária Poceirão-Caia, já está a trabalhar no terreno, mas a obra física só começa no início de 2011. O contrato aguarda a aprovação do Tribunal de Contas. Em declarações à agência Lusa, o diretor-geral da concessionária Elos, Pinho Martins, disse que decorrem trabalhos de prospeção geotécnica e geológica desde a assinatura do contrato de concessão, em maio. A concessionária está a fazer o anteprojeto, ao qual se seguirá o projeto de execução e fase de expropriações, explicou o responsável. A DHL Portugal re-inaugurou recent mente os seus terminais de Covilhã e Évora investimento que orçou em 230 Mil Euros. Situado no coração da Beira Interior, o novo terminal da Covilhã encontra-se inserido no Parque Industrial do Canhoso e esta localização estratégica permite servir os distritos de Castelo Branco (cerca de 7.000 km2) e Guarda (cerca de 5.500 km2). Com uma área total de cerca de 900m2, o terminal DHL da Covilhã inclui 10 portas de embarque, 9 veículos e um cais com plataforma hidráulica para camiões, bem como uma balança volumétrica, "o que tornou possível melhorar todos os processos setembro 2010 operacionais de chegadas e saídas, bem como o manuseamento e controlo dos envios", refere a DHL. Quanto ao terminal de Évora, que cobre uma zona geográfica bastante alargada, dispõe de uma área total de cerca de 600m2, 9 cais de acostagem /portas de embarque, e efetua os serviços utilizando 13 viaturas (entre as quais três camiões semireboque). Diariamente, neste terminal são movimentadas em média entre 18 a 22 toneladas. No passado dia 7 de setembro começou a segunda edição do Curso de Especialização Tecnológica em Exploração do Transporte Rodoviário de Mercadorias (CET-ETRM). Na sessão de boas vindas, realizada na Sala Polivalente do IPTrans, com a presença de 19 alunos, o coordenador do curso e representante da Escola Superior Náutica Infante Dom Henrique (ENIDH), Fernando Cruz Gonçalves, saudou todos os participantes, valorizando a importância destas ofertas tecnológicas do ponto de vista das empresas. Em igual sentido se manifestou Alexandra Costa Artur, representa te da ANTRAM na comissão de coordenação do curso, a qual desafiou os alunos a ajudarem-nos no processo de melhoria contínua do curso, fazendo chegar os seus comentários e sugestões. José Bourbon, em representação do IPTrans, apresentou algumas informações sobre o funcionamento do curso e colocou os serviços do Iptrans à disposição dos alunos. A Galp Energia chegou a acordo com a CUF para a venda de um parque logístico em Aveiro, que tem como principal cliente a própria CUF. Segundo revela o Jornal de Negócios, a transação do ativo foi feita por 750 mil euros. Embora nos últimos anos tenham sido registadas melhorias na operação daquele parque, o resultado operacional da infra-estrutura era negativo. "A venda deste parque resulta da revisão que tanto a Galp Energia como os restantes operadores do mercado efetuam de forma permanente aos seus portfolios de ativos logísticos", explica fonte oficial da petrolífera portuguesa A Garland Logística, empresa subsidiária de um dos principais grupos portugueses da área de transporte e logística – Grupo Garland, acaba de ganhar um novo cliente na área dos artigos de papelaria e material de escritório: a Ambar. A operação realizada pressupõe uma atuação “inhouse” nas instalações da Ambar, no Porto. Trata-se de uma parceria estratégica de longo prazo que permite à Ambar uma redução significativa do seus custos logísticos e um consequente aumento do nível de serviço prestado aos seus clientes. Para Ricardo Costa, diretor geral da Garland Logística, “esta operação é de importância fundamental para a Garland Logística, por permitir continuar a expandir o negócio da empresa, em volume e na diversificação de setores de atividade, mas também por acrescentar mais uma relevante referência da indústria nacional ao seu portfolio de clientes.” A ADFERSIT - Associação Portuguesa para o Desenvolvimento dos Sistemas Integrados de Transportes (ex-ADFER), já tem novos corpos sociais, eleitos no passado mês de julho. A Direcção é presidida por Joaquim Polido (CP), tendo como vice-presidentes Ana Paula Coelho (REFER), e Mário Lopes (IST), sendo vogais António Cerdeira Baptista (ML), Vitor Martins da Silva(CP), João Grossinho (FERTAGUS), Vitor Caldeirinha (APSS), Fát ma Rodrigues (ANA) e José Almada (RODOVIA); a Assembleia Geral é presidida por Miguel Anacoreta Correia (CE) e o Conselho Fiscal por José Augusto Felício (ISEG). CARGO 37 Acessos rodoviários ao NAL já têm enquadramento legal O Ministério do Ambiente deu "luz verde" aos acessos rodoviários ao novo aeroporto de Lisboa, tendo dado um paecer "favorável condicionado", segundo a Declaração de Impacto Ambiental (DIA) a que a Lusa teve acesso. O secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, faz dpender a "luz verde" dada ao projeto, que abrange os concelhos de Alcochete, Palmela, Montijo e Coruche, do cumprimento de várias condicionantes, bem como de um conjunto de medidas de minimização e compensação. De acordo com a DIA, "a altura dos viadutos deve permitir a passagem e funcionamento da maquinaria agrícla", sendo ainda definidas medidas de minimização para a fase de execução da obra: "A localização dos estaleiros, parqueamento de veículos, depósitos de terras e materiais de obra deve evitar a afetação de solos de maior potencial e uso agrícola, especialmente os solos classificados como Reserva Agrícola Nacional (RAN), de modo a evitar a deterioração da sua qualidade". O novo aeroporto deverá ser servido também pela rede ferroviária convencional e de alta velocidade. Será construído na zona do Campo de Tiro de Alcochete, representa um investimento de cerca de 4,9 mil milhões de euros (inluindo a construção e o valor a investir no período da concessão) e tem o seu projecto em fase de Estudo de Impacto Ambiental, cuja consulta pública termina a 24 de setembro. n INAC aprova utilização permanente de Beja por aeronaves civis O Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC) aprovou a utilização permnente da infra-estrutura aeronáutica da Base Aérea n.º 11, em Beja, por aeronaves civis, na sequência do protocolo assinado com a Força Aérea Portuguesa, e dos trabalhos de preparação realizados com a Força Aérea Portuguesa e com a ANA Aeroportos de Portugal. O INAC refere que "a atual autorização é válida para operações de voos domésticos sem passageiros, para efeitos de estacionamento,manutenção ou outras atividades, com utilização exclusiva de infra-estruturas militares e nas condições operacionais a divulgar, numa primeira fase, no sítio electrónico deste Instituto (www.inac.pt) e, posteriormente, no AIP (Aeronautical Information Publication) e no MVFR (Manual de Visual Flight Rules)". "Esta utilização deverá evoluir por fases", esclarece o INAC, "incluindo a aprovação de novas valências. 38 CARGO A operação de vos charter no aeroporto de Beja deverá começar a partir de março de 2011, mas ainda este ano será possível o tráfego de aviões sem passageiros para estacionamento e manutenção, admitiu fonte da ANA citada pela Lusa. O processo de certificação do aeroporto de Beja, que inclui três fases, "está a decorrer normalmente" e deverá ficar concluído "no final do primeiro trimestre de 211", disse à Lusa o diretor de estratégia e marketing aeroportuário da ANA - Aeroportos de Portugal, Leonel Horta Ribeiro. A confirmar-se esta previsão, a operação de voos chartr poderá começar "a partir de março de 2011" e durante o verão da Associação Internacional de Transporte Aéreo, que vai de março a outubro. "Haja procura que justifique, porque o facto de haver condições não significa que haja procura", sublinhou o responsável, garantindo que a ANA "tudo TAP a viver bom momento também na carga aérea T AP transportou, de janeiro a agosto, 44,3 mil toneladas de carga aérea, o que reflete um crescimento de mais 24 por cento do que em período homólgo de 2009. No que se refere aos passageiros, a companhia transportou quase um milhão de passageiros (998.544) e atingiu uma taxa de ocupação de 81,1 por cento. Em termos de passageiros transportados, os números registados em agosto de 2010 representa um crescimento de 6,3 por cento relativamente ao mesmo mês do ano passado. Já na comparação da taxa de ocupação para iguais períodos, o aumento foi de 7,3 pontos percentuais. A TAP Portugal é a companhia aérea portuguesa líder de mecado e membro da Star Alliance, a maior aliança verdadeiramente global do mundo, desde 14 março de 2005. A operar desde 1945, tem o seu hub em Lisboa, plataforma privilegiada de acesso na Europa, na encruzilhada com África, América do Norte e do Sul. A rede da TAP, líder n operação entre a Europa e o Brasil, cobre 65 destinos em 31 países a nível mundial. Operando em média mais de 1.850 voos por semana, dispõe de uma moderna frota de 55 aviões de fabrico Airbus, mais 16 ao serviço da PGA, sua companhia regional, totalizando 71 aeronaves. n fará" para que o aeroporto de Beja "seja atrativo o suficiente", mas "não pode obrigar as companhias aéreas a operarem" a partir da infraestrutura aeroportuária alentejana. A primeira fase de certificação, que vai permitir otráfego de aviões civis sem passeiros e carga na plataforma militar, ou seja, na pista da Base Aérea n.º 11, para estacionamento e manutenção, deverá terminar "ainda durante este mês". As companhias aéreas, sobretudo "por razões de congestionamento noutro aeroportos", como o da Portela, em Lisboa, "terão no aeroporto de Beja condições adequadas de segurança para estacionar" aeronaves, disse Leonel Horta Ribeiro. Segundo o responsável, o aeroporto de Lisboa "tem uma limitação conhecida e um dos subsistmas mais congestionado é o estacionamento" de aeronaves. n setembro 2010 setembro 2010 CARGO 39 Se o Governo não recuar na entrega de todos os aeroportos a um único concessionário privado, o Estado perderá o controlo de uma infra-estrutura de extraordinária importância estratégica e económica para o nosso País e ficará dependente de um consórcio privado, que pode ser nacional ou estrangeiro. O Estado, através de várias privatizações, tem obtido valiosas receitas que têm servido de paliativo para evitar que o peso da dívida pública no PIB se torne num monstro incontrolável. Esta artimanha governamental, no entanto, não tem tido sucesso no controlo da descontrolada J. Martins Pereira dívida pública do nosso País. Por isso, Coutinho* o Governo inventou um vasto plano de privatizações para executar até 2013, numa tentativa de controlar a evolução da dívida pública que, diariamente, está a aumentar cerca de 75 milhões de euros! Este plano, além de concessionar a exploração das linhas da CP, inclui a privatização de várias empresas, entre as quais a Empordef, EDP, REN, GALP, CTT, INAPA, ENVC, seguros da CGD, EMEF, CP Carga, ANA E TAP. Daí, estarem orçamentadas receitas até 2013 no valor de 6 mil milhões de euros! Além deste fabuloso “jackpot”, o Governo prevê receber mais 5 mil milhões de euros com outras privatizações, que serão adicionadas a este plano. Segundo alguns economistas, esta gigantesca receita extraordinária apenas serve para reduzir os encargos com a dívida pública e não para diminuir o escandaloso défice orçamental. Ou seja, é para pagar aos credores e não para ficar nos cofres do Estado. A prova desta situação foi feita pelo ministro Teixeira dos Santos, que afirmou publicamente: “isso vai nos permitir controlar o andamento de dívida pública, que irá subir gradualmente por efeito do défice elevado que teremos nos próximos anos, até ao nível de 90,1% do PIB em 2012.” Esta confissão do ministro das Finanças põe em evidência a falta de competência e de visão estratégica do Governo, para gerir o País e evitar a sua insolvência. Entretanto, aumenta a pobreza, o desemprego, a insegurança, a desordem na Justiça, a emigração de jovens talentos, o endividamento externo, a dependência económica de Espanha, o descrédito internacional de Portugal, etc. A propósito do recente negócio da PT, Freitas do Amaral, ex-ministro e conselheiro de José Sócrates, afirmou que Portugal não pode ficar sem algumas empresas, incluindo a TAP, pois, segundo ele, “são para nós empresas estratégicas, são o melhor que fomos capazes de pôr de pé nas últimas décadas.” E no caso da UE acabar com as “golden shares”, Freitas do Amaral, do alto do seu pedestal, ditou: “Então haverá que caminhar sem receios para a nacionalização de 50,01% do capital das empresas que não estamos dispostos a perder.” Estas descabidas afirmações de quem foi ministro de governos CDS e do PS têm um forte cheiro a esturro, dado que podem ter sido 40 CARGO A errada privatização da ANA e TAP encomendadas… Além disso, considerar que empresas do Estado falidas ou a caminho da falência são o melhor que os governantes do chamado regime democrático foram capazes de pôr de pé nas últimas décadas, leva-nos a concluir que, desde o 25 de Abril de 1974, Portugal tem sido governado por políticos incompetentes e sem o mínimo respeito pelo dinheiro do Estado. Ao incluir a TAP no seu pacote de empresas a nacionalizar, Freitas do Amaral prova desconhecer que a TAP continua a ser uma empresa do Estado e que - por ser dirigida por políticos medíocres - está na falência. Por isso, este Governo, ao privatizar a TAP para ajudar a financiar o desnecessário novo Aeroporto de Lisboa, está a cometer mais um crime de lesa-Pátria. Numa carta enviada ao BE, o Gabinete do ministro António Mendonça confirmou a dramática situação financeira da TAP e referiu que “a recapitalização da TAP é uma necessidade urgente e sem ela a empresa encontra-se numa situação fragilizada, correndo riscos de a empresa ser arrastada para uma ruptura financeira e da impossibilidade de, por si só, solver compromissos.” Depois desta resposta e de considerar urgente a privatização da TAP, o ministro António Mendonça deu uma cambalhota e afirmou que “a privatização não era urgente.” No entanto, nomeou uma comissão para fazer uma análise das alternativas de recapitalização, para satisfazer o pedido de ajuda financeira apresentado pela TAP, no valor de 297,5 milhões de euros. Mas, para mostrar quem manda no Ministério, o secretário de Estado Paulo Campos apressou-se a desmentir o ministro e garantiu que o Governo não ia dar 300 milhões de euros à TAP… Paulo Campos também esclareceu que “essa situação (necessidade de mais capitais) vem expressa já em vários relatórios de contas relativamente à necessidade de a companhia aérea reforçar os seus capitais próprios.” Ou seja, Paulo Campos confirmou a falência da TAP e a indisciplina que reina no Ministério das Obras Públicas e Transportes. Apesar desta inacreditável situação, o primeiro-ministro insiste em vender a falida TAP ao desbarato! É uma estranha decisão política, quando os prejuízos da TAP aumentam escandalosamente e os seus capitais próprios são negativos, em mais de 306 milhões de euros! No caso da privatização da ANA – Aeroportos, a exploração aeroportuária deixa de ser um monopólio do Estado e passa a ser um monopólio privado. Assim, continua a não haver concorrência entre os aeroportos nacionais e os seus clientes vão continuar a ser explorados e a não poderem escolher o aeroporto A ou B, em função de melhores preços ou de melhores condições operacionais. Assim, nada se altera em termos de monopólio aeroportuário. No entanto, tudo pode agravar-se porque um proprietário privado setembro 2010 pode recusar manter aeroportos em pleno funcionamento, se os seus resultados operacionais forem sistematicamente negativos. De facto, uma empresa privada bem gerida não aceita ter prejuízos crónicos, mas apenas lucros e sucesso empresarial. Entre todos os aeroportos nacionais, o Aeroporto de Lisboa, cujos terrenos valem ouro…, é o que tem mais movimentos e mais receitas geradas pela aviação e negócios não-aviação, nomeadamente imobiliários. Dado haver uma gestão aeroportuária centralizada, uma parte dos lucros obtidos por este aeroporto serve para cobrir os prejuízos dos aeroportos que têm menos tráfego e menos receitas. Perante estes factos, é óbvio que uma empresa privada teria de rever os planos de gestão da ANA e de todos os seus aeroportos, para poder tomar uma decisão correcta sobre o funcionamento dos aeroportos que dão prejuízo. Se a decisão não fosse radical, possivelmente aumentaria as taxas aeroportuárias, reduziria pessoal e acabaria com as mordomias na empresa… Inesperadamente, o Governo integrou o Aeroporto do Porto na privatização da ANA e recusou a proposta do consórcio Sonae/ Soares da Costa para a concessão do aeroporto, que passaria a ter uma gestão privada e autónoma. Numa iniciativa empresarial do Norte de Portugal, esta proposta era apoiada por toda a região nortenha, pela Junta Metropolitana do Porto e pelas associações empresariais AEP, ACP, AIMinho, e AIDA. Esta movimentação começou num jantar do primeiro-ministro com empresários no Palácio da Bolsa, no Porto, onde José Sócrates lhes lançou um repto: “a Região Norte devia mobilizar-se e apresentar propostas para a gestão privada e autónoma do aeroporto Sá Carneiro.” O repto foi aceite, mas o primeiro-ministro não honrou os seus compromissos e parece que também não respondeu à carta enviada pela Junta Metropolitana do Porto e associações empresariais. Ao confirmar-se esta reprovável atitude, confirma-se também a falta de credibilidade do primeiro-ministro, que devia ser um exemplo de honorabilidade e de respeito pela palavra dada. E quando isso não acontece, torna-se uma figura desprezível e deixa de merecer o respeito daqueles que consideram um primeiroministro como alguém responsável e idóneo. Na opinião do presidente da ACP, “a transferência do monopólio do Estado para os privados, como está previsto no âmbito da privatização da ANA, não salvaguarda o interesse público e o interesse regional do aeroporto Sá Carneiro.” Além disso, a ACP e a JMP defendem que “o aeroporto Sá Carneiro deve ser transformado numa empresa de âmbito regional e a concessão da sua gestão dada a uma entidade privada.” Por fim, afirmou que “se o Sá Carneiro for gerido de forma central pela ANA privatizada, o principal objectivo é o de rentabilizar o novo aeroporto de Lisboa. É esse o motivo pelo qual os investidores comprarão a ANA. O aeroporto Sá Carneiro é um estorvo ou, no melhor das hipóteses, uma irrelevância.” Estamos de acordo com esta ideia, dado que o Governo, erradamente, decidiu incluir a construção do novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete, na privatização da ANA. Além desta inconcebível decisão, estão por explicar as razões de não haver concurso público para a privatização individual dos aeroportos. Estranhamente, tudo foi feito no maior secretismo e à revelia do interesse nacional. O Aeroporto do Porto, além dos voos domésticos, tem sido utilizado como escala para outros destinos. No entanto, desde a sua modernização e ligação ao Metro do Porto, este aeroporto tem todas as condições para ser uma base importante de tráfego aéreo, não só do Norte do País, como também da Galiza e Corunha. Por alguma razão, a Raynair passou a utilizá-lo como uma das suas bases. No entanto, o modelo do Governo, para privatizar a ANA e financiar a construção do novo aeroporto, condena os aeroportos do Porto e de Faro ao risco de passarem a ser aeroportos secundários e de retrocederem no seu desenvolvimento, devido aos interesses e prioridades financeiras do monopólio privado na gestão do novo Aeroporto de Lisboa, no Campo de Tiro de Alcochete. Em Março de 2008, Belmiro de Azevedo anunciou a possibilidade de criar uma entidade para a gestão do Aeroporto do Porto. Nessa altura, os empresários hoteleiros algarvios também se mostraram disponíveis para concorrer à privatização do Aeroporto de Faro. Isto prova que há vários empresários portugueses interessados na gestão dos nossos aeroportos, mas são desprezados pelo Governo... Entretanto, se o Governo não recuar na entrega de todos os aeroportos a um único concessionário privado, o Estado perderá o controlo de uma infra-estrutura de extraordinária importância estratégica e económica para o nosso País e ficará dependente de um consórcio privado, que pode ser nacional ou estrangeiro. Perante esta operação anti-soberania nacional, defendemos uma urgente investigação a este polémico processo de privatizações, de modo a apurar-se a verdade sobre esta negociata aeroportuária e para se conhecer o mistério que levou o Governo a incluir todos os aeroportos nacionais na errada privatização da ANA e TAP. [email protected] Especialista em Carga Aérea Transporte Aéreo, Exportação e Aeroportos Da autoria do nosso distinto colaborador J. Martins Pereira Coutinho, está já nos escaparates das livrarias a obra "Transporte Aéreo, Exportação e Aeroportos". Trata-se da segunda obra do autor, uma actualização de textos recentemente editados na CARGO e noutras publicações. "O J. Martins Pereira é, de facto, um especialista e um assíduo estudioso das matérias que se prendem com o Transporte Aéreo" - José S. Celestino - Advogado 15 euros Pedidos a Cargo Edições Lda setembro 2010 "... está escrito de uma forma leve e agradável que aproxima o leitor das questões tratadas, sem ser monótono, enfadonho ou demasiado superficial" - J. Paulino Pereira, professor (IST) CARGO 41 Aéreo A Comissão Executiva da Associação Empresarial de Portugal (AEP) defende o «urgente» início das obras de expansão do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, infra-estrutura que considerou «essencial para a região e o turismo nortenho. «A tendência positiva de desenvolvimento do turismo do Norte de Portugal, potenciada pela profunda remodelação do aeroporto na primeira metade da década, não pode agora ser travada pelo esgotamento da sua capacidade operacional», refere a AEP, em comunicado enviado à agência Lusa. A AEP lembra que, «nos primeiros sete meses do ano, o tráfego comercial de passageiros no aeroporto Francisco Sá Carneiro aumentou 15,3% em termos homólogos», evolução que «assenta no aumento da capacidade instalada e no sucesso na atração de rotas 'low cost'». INAC publica estudo do Sá Carneiro Instituto Nacional de Aviação Civil, I.P. publicou um Estudo sobre a Evolução do Transprte Aéreo no Aeroport Francisco Sá Carneiro, entre 1990 e 2009. Em síntese, o Estudo destaca cinco pontos principais: 1. O número de passageiros quase quadruplicou em vinte anos; 2. O aumento do volume de tráfego não se reflectiu no aumento do número de rotas regulares; 3. O tráfego não regular é tendencialmente menos representativo; 4. As quinze principais rotas operadas em 2009 tiveram como origem ou destino uma cidade europeia; 5. A entrada das low-cost reforçou o crescimento d tráfego nas grandes rotas europeias. A publicação está disponível para consulta na página do Instituto em http://www. inac.pt/VPT/GENERICO/ PUBLICACOESINAC/ESTUDOS/Paginas/Estudos. aspx n A Emirates afirmou que os 90 Airbus A380 que encomendou não serão suficientes para fazer face à procura estimada. Tim Clark, presidente da maior transportadora do mundo em tráfego internacional, afirmou em entrevista à agência Bloomberg que “a procura pelos nossos serviços parece continuar a crescer sustentadamente. Estamos a avançar de forma muito robusta”. A agência refere que a maior cliente do avião de 517 lugares da Airbus multiplicou por seis o tráfego na última década através das ligações internacionais no hub do Dubai. Tim Clark adiantou que um dos maiores obstáculos ao crescimento prende-se com o ritmo de desenvolvimento do aeroporto do Dubai, que deverá receber 100 milhões de passageiros no final desta década. O fabricante norte-americano de aviões Boeing subiu a sua estimativa de procura mundial de novos aviões comerciais para 30.900 novas unidades em 2029. É um número 6,5% mais alto em relação à previsão de do ano passado, que foi fixada em 29 mil aviões, graças a um aumento no número de aviões adquiridos pelas companhias low-cost, a substituição dos aparelhos menos eficientes em consumos de combustível e à recuperação económica. O grupo Boeing aponta agora para um crescimento do tráfego aéreo de 5,3% por ano até 2029, com o número transporte de passageiros a registar um aumento de 4,2 % ao ano durante esse período. A ANA - Aeroportos de Portugal anunciou hoje o lançamento de três projetos no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, Porto, que vão aumentar em mais de 50 por cento a resposta à procura prevista para o final de 2012. Trata-se, segundo um comunicado da empresa, de um Centro Logístico de Carga Aérea, o prolongamento do caminho de circulação nascente (taxiway Fox) e a introdução de novos sistemas de aterragem na cabeceira sul da pista. Estes investimentos «estão em curso há já algum tempo» e, uma vez terminados, «vão criar as condições adequadas a um aumento de mais de 50 por cento da capacidade de servir a procura, que se espera venha a verificar-se no final de 2012», sublinha o comunicado da ANA. Carga ajudou aos lucros da ANA O grupo ANA - Aeroportos de Portugal encerrou o primeio semestre deste ano com um lucro de 25,3 milhões de euros, mais 39,6% do que no período homólogo, com a carga aérea a progredir 18,4%. Segundoo relatório com os resultados semestrais da Parpública, que detém 68,56% do capital da ANA, a gestora dos aeroportos portugueses "atingiu um volume d negócios de 186 milhões de euros e um EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 77,5 milhões de euros, mais 18,3% que em 2009". O lucro subiu 39,6% no primeiro semstre, ascendendo a 25,3 milhões de euros, "beneficiando não só do aumento das vendas mas também da redução dos custos oeracionais (menos 1,4 milhões de euros)", segundo a Parpública. "Dada a performance do semestre estar em consonância com o que foi orçamentado, e traduzir a adoção de uma política de racionalização de custos efetiva, é de prever que este alcance no final do ano pelo menos os resultados previstos no seu orçamento de 40,2 milhões de euros", refere a Parpública. n Diretor Luís Filipe Duarte * CHEFE DE REDACÇÃO Raquel Sales * REDACÇÃO Joaquim Fonseca, João Cerqueira, Romeu Barroca * COLABORADORES ESPECIAIS A. 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