edition speciale 101109
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edition speciale 101109
2009 BULLETIN SCAC SALVADOR – ANTENA DE RECIFE Bulletin Edition Spéciale 10/11/2009 EDIÇÃO ESPECIAL DO FESTIVAL MÚSICAS MESTIÇAS NO MUSEU DU RITMO Evento que já acontece há 34 anos na França, tem sua primeira edição brasileira de 13 a 15 de novembro O traço de mestiçagem que atravessou a programação na Bahia do Ano da França no Brasil ganha reforço definitivo com o Festival Músicas Mestiças Salvador, que acontece de 13 a 15 de novembro, no Museu du Ritmo, encerrando a temporada francesa na Bahia do acordo de cooperação cultural entre os dois países. O Festival reúne artistas da música contemporânea francófona, com suas diversas influências culturais, que se apresentam junto a cantores e instrumentistas da Bahia, reforçando o diálogo musical a partir de uma matriz negra. Tocam e cantam no palco do Museu do Ritmo estrelas como Didier Awadi (Senegal), Mounira Mitchala (Chade), Les Tambours de Brazza (Congo), Bélo (Haiti) e Tiken Jah Fakoly (Costa do Marfim), além de Tcheka (Cabo Verde), único representante africano que não tem o francês como língua oficial, e sim o português. Os artistas baianos que contribuem para a diversidade sonora e a proposta de intercâmbio do Festival, em participações especiais nos shows são: Carlinhos Brown, Margareth Menezes, a percussão do Olodum, Mariene de Castro, Mariella Santiago, Lazzo Matumbi, Percussivo Mundo Novo e Letieres Leite e Orkestra Rumpilezz, que, com sua mistura de jazz e percussão afro-baiana, abre o encontro. Além da programação de shows, o evento oferece também oficinas musicais e uma conferência organizada pela Sociedade de Autores, Compositores e Editores de Música (SACEM), da França. Tiken Jah Fakoli/foto divulgação Tiken Jah Fakoly cresceu em uma família de griots, os contadores de histórias, na Costa do Marfim. Descobriu o reggae muito cedo, criando sua primeira banda em 1987. Se Alpha Blondy foi o iniciador de um reggae africano reivindicativo, a juventude africana encontrou em Tiken Jah Fakoly novo arauto. Ele canta em diola (dialeto) e em francês. Showman formidável, não come palavras. Seus posicionamentos contra o caos político do seu país o forçaram a partir em exílio para o Mali. Nascido em Dakar no Senegal, Didier Awadi é considerado uma das figuras mais talentosas do rap africano francófono. Ele apresenta uma música universalista, alimentada por letras inteligentes e engajadas com mensagens que visam a influenciar de modo positivo a sociedade africana. Com sua banda −percussão, teclado, guitarra e cora, um instrumento tipicamente africano muito usado pelos griots, os contadores de história− ele passa uma mensagem de esperança. Virtuosos, explosivos, Les Tambours de Brazza pregam a essência do ritmo. O grupo reproduz as formas tradicionais misturando instrumentos ocidentais como baterias, baixo e a participação de um rapper e ritmos de tambores ngour e mwama ngoma, lokolé, sinos... Essas sonoridades expressam toda a riqueza rítmica do Congo e dialogam com a bateria, inventando uma linguagem estética contemporânea. Exilados na França, desde a guerra civil de seu país, Les Tambours de Brazza celebram, com uma convicção tenaz, a união livre e radiante da tradição e da modernidade. Entre tradição e modernidade, a jovem Mounira Mitchala canta o Chade, no coração do Sahel, o amor, a guerra, a dor do mundo. Autora, compositora e intérprete excepcional, com melodias fortes, uma voz excepcional e uma presença cênica extraordinária Mounira, a “pantera doce de NDjaména”, possui um jogo de cena animado pela vontade feroz de valorizar suas músicas e suas letras. Mounira Mitchala/foto René Worms Tcheka vem da mais africana das ilhas do arquipélago de Cabo Verde, Santiago. Desde muito cedo, mergulhou nas tradições musicais de seu país. De voz rouca e doce, Tcheka, autor e compositor, autodidata na arte de dedilhar, desenvolveu na guitarra um estilo pessoal baseado no batuque (ritmo popular local) que se tornou a pedra angular de seu repertório e de suas composições. Interessado pelas diferenças, espaços, épocas e sonoridades, soube criar pontes entre tradição e modernidade, entre sua ilha natal e o resto do mundo. Ao contrário de muitos de seus compatriotas no Port-au-Prince (Haiti) que face à adversidade optem pela emigração, Bélo não pretende deixar a ilha da qual se orgulha e que considera, como um centro cultural e geográfico entre a África, as Américas e a Europa. Inventor do raggaganga, um estilo musical que mistura reggae, música vodu, rara e soul e flerta com o jazz, ele se inspira em Bob Marley, cantores raízes de sua ilha, na música francesa ou nos grooves afro-americanos. Criado por Christian Mousset, em 1976, em Angoulême, na região de Poitou-Charentes, o Festival Musiques Métisses reúne a cada ano 60 000 pessoas em torno de seu palco. Musiques Métisses tem como objetivos descobrir novos talentos, apoiar a carreira de jovens artistas, ajudar o desenvolvimento das identidades e intercâmbios culturais usando a música como linguagem universal (promoção de residências artísticas em áreas urbanas e rurais) e levar a cultura à população e às comunidades desfavorecidas. Por isso, Musiques Métisses é um festival gratuito. Musiques Métisses tem agora sua primeira edição no Brasil. Não percam! O MUSEU DU RITMO ACOLHE O CENTRO DE MÚSICA NEGRA Como parte dos eventos do Ano da França no Brasil, o Centro de Música Negra abre suas portas, no Museu du Ritmo com exposição multimídia e apresentaçao do projeto final. O Centro de Música Negra é o primeiro museu multimídia internacional dedicado às músicas negras brasileiras e do mundo. Inovador e ambicioso, o Centro de Música Negra será um lugar de inovações tecnológicas, um museu sem objetos, com acervo exibido através de instalações sensoriais e interativas e um espaço lúdico de divulgação do conhecimento e da democratização da cultura através da música. Integrado ao Museu du Ritmo, o Centro de Música Negra propõe salas de exposição permanentes e temporárias, um centro de pesquisa e documentação on-line, café, restaurante, espaço para shows, palestras, workshops... O Centro de Música Negra, de Salvador, é o primeiro do gênero no mundo. (c)Mondomix/Pracatum - arquiteto Pedro Mendes da Rocha Acessível a todo tipo de público, o Centro de Música Negra quer valorizar e divulgar o patrimônio musical e cultural, bem como a história da população negra de Salvador e do mundo, dinamizar a atividade cultural e turística da cidade de Salvador e consagrar a cidade de Salvador como a capital cultural da Música Negra. A música negra inclui, principalmente, as músicas atuais e tradicionais africanas, afroamericanas, afrocaribenhas, afrobrasileiras, assim como as músicas africanas e americanas herdadas da escravidão, da colonização e da independência. O Centro de Música Negra visa reposicionar a música negra no centro da história mundial e colocar a música afrobrasileira no coração desta grande epopéia. Vejam, entre outros, quem esta nessa história: Bob Marley, Miles Davis, Louis Armstrong, Fela Kuti, Carlinhos Brown, Ali Farka Touré, Ibrahim Ferrer, Gilberto Gil, Cesaria Evora, Youssou N’Dour, Alpha Blondy, Nina Simone, Mickael Jackson, Maria Bethânia, Manu Dibango, Salif Keïta, James Brown, Compay Segundo, Miriam Makeba, Aretha Franklin, Pablo Milanez, Ray Charles… As instalações multimídias interativas serão acessíveis através de interfaces individuais. O deslocamento do público será acompanhado por um universo sonoro e musical. A exposição irá integrar, ao longo dos anos, novos conteúdos musicais e desenvolver novas extensões multimídias. A criação de um centro de pesquisas e documentação on-line permitirá aos visitantes aprofundar as informações propostas nas instalações interativas e tornará as atividades do Centro de Música Negra conhecidas em todo o mundo. Parte do Museu du Ritmo, espaço criado por Carlinhos Brown, o Centro de Música Negra se beneficia do dinamismo permanente de um espaço dedicado à formação musical de jovens de baixa renda e à criação contemporânea. No decorrer dos anos, a programação do Centro de Música Negra contará com diversos eventos que serão organizados em parceria com o Museu du Ritmo. O Museu du Ritmo, inugurado em 2007 ocupa as dependências do antigo Mercado do Ouro, edifício tombado pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, e abriga projetos de diversas áreas e pretende se tornar o principal centro cultural de Salvador. A restauração do local criou um novo espaço para shows e espetáculos, salas de exposição, espaços para formação digital, restaurantes e lojas que irão oferecer produtos feitos nas oficinas instaladas no local. De novembro a janeiro, o Museu du Ritmo é um espaço aberto para a cultura e manifestações artísticas como música, teatro, moda, artes plásticas. Na sua última edição, o local contou com grandes participações como Caetano Veloso, Marisa Monte, Margareth Menezes, Arnaldo Antunes, Armandinho... Carlinhos Brown/Foto João Meirelles O Museu du Ritmo tem como objetivo melhorar a qualidade de vida dos moradores locais através do desenvolvimento de projetos que gerem empregos e que participem na integração social, especialmente de crianças e jovens. Além do Museu du Ritmo, Carlinhos Brown, participa de vários outros projetos ambiciosos marcados pela generosidade e a inteligência, como a Escola Pracatum desenvolvida no Candeal Pequeno. O Centro de Música Negra é uma parceria francobrasileira entre a Mondomix, CulturesFrance, Carlinhos Brown (Pracatum) e a Secretaria de Cultura da Bahia com apoio do Ministério da Cultura do Brasil. A projeção de filmes, plantas e desenhos do projeto arquitetônico e cenográfico criado pelo arquiteto Pedro Mendes da Rocha, assim como instalações criadas pelo do diretor de Desenvolvimento Tecnológico Thierry Codouis permitirão ao visitante uma viagem virtual através do museu e de suas futuras instalações. TEATRO NA ALIANCA FRANCESA: CAHIER D’UN IMPOSSIBLE RETOUR A Aliança Francesa de Salvador encerra sua programação do Ano da França no Brasil com o espetáculo Cahier d’un impossible retour (Caderno de um retorno impossível) da companhia francesa de teatro La Ruch, estabelecida na Guiana Francesa. Cahier d’un Impossible Retour conta a história de Djib, um jovem negro que, após ter de seu visto de permanência na França negado, parte à deriva, sem destino. Enquanto isso, em uma outra região do mundo, sua velha mãe sonha em revê-lo antes da morte, mas é surpreendida pela aproximação providencial de um amigo. A peça, resultado de um intercâmbio intercultural entre artistas de Camarões, Burkina Faso, Guiana Francesa e França, tem como tema central questões de identidade, relacionadas principalmente à combinação entre identidade negra e a composição da sociedade francesa. Buscando o sensível e uma identidade vivida por dentro, Cahier d’un impossible retour traz indagações sobre como acabar com o maniqueísmo fácil e o racismo banal, além de suscitar debate sobre minorias visíveis ignoradas e reduzidas ao silêncio. La Ruch, companhia francesa estabelecida na Guiana Francesa, se aproximou de companhias amigas para dar vida à realização deste projeto. Assim, associou-se à Companhia Feugham, do Camarões, à Companhia Teatral Guianense e às Companhias Falinga e Théâtr'Evasion de Burkina Faso. A primeira etapa de montagem do espetáculo aconteceu em Burkina Faso, em de 2006, e foi finalizada na Guiana Francesa, em 2007. FOTOGRAFIAS DE CHARLES PLACIDE EM BUSCA DE PIERRE VERGER A residência de dois meses em Salvador do fotógrafo africano Charles Placide resulta na exposição do seu trabalho na Galeria da Fundação Pierre Verger a partir do dia 12. Durante a residência, e também no Benin, antes de vir para Salvador, o fotógrafo foi em busca de pessoas, conhecidas ou anônimas, que tiveram contato, estreito ou não, com Pierre Verger. Assim, ele registrou rostos de homens e mulheres que cruzaram pelo caminho de Verger no Brasil, na África ou na França. Partes desses rostos e corpos fotografados compõem a mostra de 35 fotografias apresentadas na Galeria da Fundação Pierre Verger. Charles Placide conseguiu assim, encontrar herdeiros do babalaô que iniciou Verger, na África, assim como estudiosos africanos e brasileiros, amigos de sempre como Nancy ou Solange Bernabó, colaboradores de Verger na Fundação, amigos fotógrafos franceses, artistas, vizinhos e crianças que na época de Verger pediam bombom ou trocados ao fotógrafo. Esse evento, organizado no âmbito do Ano da França no Brasil, além de dar nascimento a uma criação artística e mergulhar no passado de Verger, manifesta a política da Fundação Pierre Verger de reforçar a ligação entre o continente africano, especialmente o Benin, e o Brasil, particularmente a Bahia, numa tentativa de continuação de aproximação entre os dois continentes, aproximação essa, a qual Verger dedicou a sua vida. AGENDA DE 10 A 17 DE NOVEMBRO Exposição: Em busca de Pierre Verger, Charles Placide Vernissage: 12.11, 19h, Galeria da Fundação Pierre Verger, Portal da Misericórdia, 9 (Centro Histórico) 13.11 a 05.12, Galeria da Fundação Pierre Verger Séminaire Malraux: Economia da Cultura e as Políticas de Apoio às Indústrias Culturais 10.11, 9h às 18h, Auditório do SEBRAE (rua Horácio Cezar, nº 64–Dois de Julho) Seminário: Os Desafios do Urbanismo na França e no Brasil até 13.11, Faculdade de Arquitetura da UFBA (campus Federação) maiores informações: www.ppgau.ufba.br/www_desafios_.swf Música: Centro de Músicas Negras, Mondomix a partir de 12.11, Museu du Ritmo (Av. Jequitaia, 01 – Água de Meninos (antigo Mercado do Ouro) Moda: Exposição e desfile de moda martinicana 12.11, 17h, Centro Cultura da Câmara de Vereadores de Salvador e Praça Municipal/Thomé de Souza Música: Festival Músicas Mestiças Salvador 13 a 15.11, 18h, Museu du Ritmo (Av. Jequitaia, 01 – Água de Meninos (antigo Mercado do Ouro) R$10 (inteira) e R$5 (meia), vendas Ticketmix (4003-1212) Exposição coletiva: Muitos destinos uma só Bahia até 14.11, Vitória da Conquista, Feira de Santana, Andaraí, Juazeiro, São Félix Teatro: Cahier d’un Impossible Retour 14 e 15.11, 20h, Aliança Francesa Exposição: Prenez soin de vous, Sophie Calle até 22.11, Museu de Arte Moderna maiores informações: www.mam.ba.gov.br Exposiçao: Auguste Rodin, homem e gênio Palacete das Artes maiores informações: http://palacetedasartesrodinbahia.blogspot.com/ Irène KIRSCH Serviço de Cooperação e Ação Cultural da Embaixada da França em Salvador – Antena de Recife Secretaria da Educação – 6ª avenida, 600 – C.A.B. - 41745-900 Salvador – BA Tel.: 71-31 15 91 95 / 31 15 14 82 / Fax: 71-31 15 91 88 Contato: Ana Maria Franco Teles, [email protected] http://scacsalvador.blogspot.com http://www.anodafrancanobrasil.cultura.gov.br http://www.cultura.ba.gov.br