Alvoco da Serra - Câmara Municipal de Seia
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Alvoco da Serra - Câmara Municipal de Seia
Alvoco da Serra Roteiro da Freguesia Caminhos pela História e pela Natureza Alvoco da Serra Roteiro da Freguesia LH Caminhos pela História e pela Natureza Este roteiro insere-se numa estratégia de valorização de Alvoco da Serra numa vertente de divulgação e fruição do seu património, com várias abordagens e possibilidades, convidativa à permanência por alguns dias, num ambiente de tranquilidade, entre paisagens naturais de excepcional valor e onde a presença humana na agricultura tradicional e no pastoreio é ainda bem notória. Alguns equipamentos existem já, quer de iniciativa autárquica quer da iniciativa privada; uma piscina com todas as estruturas de apoio, diversas áreas de lazer, e algumas unidades de alojamento são uma realidade. Um museu de carácter etnográfico instalado numa casa típica retrata a realidade social de Alvoco da Serra e, em breve, um Museu de Arte Sacra, divulgará um interessante e invulgar acervo. Com esta iniciativa pretende-se dinamizar a freguesia, atraindo visitantes e investimento, contrariando desta forma um processo de desertificação que pode pôr em risco uma boa parte do património. LH O Executivo da Freguesia de Alvoco da Serra Índice Armas – Escudo de prata, ponte de um arco de negro, lavrada do campo, firmada nos flancos e movente de um contra-chefe de três burelas ondadas de azul e prata; em chefe, estrela de vermelho entre duas espigas folhadas de verde. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco com a legenda a negro: “ALVOCO DA SERRA”. Bandeira – Esquartelada de verde e amarelo, cordões e borlas de ouro e verde. Haste e lança de ouro. Alvoco da Serra a terra 7 Mapa da Freguesia 10 Mapa dos Percursos 11 Percurso 1 Junta de Freguesia de Alvoco da Serra Rua do Correio, 8 6270-012 Alvoco da Serra Tel.: 238 953 886 - Fax: 238 951 189 E-mail: [email protected] Web-site: www.jf-alvocodaserra.pt Alvoco - as pedras vividas 12 Percurso 2 Pelas aldeias - os lugares dos homens 28 Percurso 3 Caminhos da água - pelos milheirais Fotografias: Daniel Monteiro (DM), Junta de Freguesia de Alvoco da Serra (JFAS), Lhansol (LH), Renato Neves - Mãe d’água (RN) Ilustração: José dos Santos Marques (JSM) Texto: Mãe d’água (www.maedagua.pt) Design e execução gráfica: Medialand - Audiovisuais (www.medialand.pt) 42 Percurso 4 Caminhos de pastoreio 52 Mapa da Aldeia 62 Informações úteis 64 Alvoco da Serra Roteiro da Freguesia Caminhos pela História e pela Natureza LH DM DM Alvoco da Serra - A terra D o ponto de vista geográfico, a área da freguesia de Alvoco da Serra possui a influência de três factores determinantes que condicionaram a evolução das suas paisagens; por um lado a altitude, que varia entre os 400 e os 1.993 metros, correspondentes à Torre, ponto culminante de Portugal Continental e que constitui um dos limites da freguesia. Semelhante variação introduz cambiantes climáticas e orográficas fortemente restritivas à agricultura, pois uma boa parte das áreas mais elevadas é constituída por baldios onde apenas a actividade da pastorícia pode ter lugar. LH Por outro lado, a presença da Ribeira de Alvoco, que constitui o eixo fulcral do povoamento, pois nos seus aluviões e socalcos faz-se o essencial da actividade agrícola que alimentou a população, num sistema aparentemente simples, em que a água é represada aproveitando fundões ou poços nas ribeiras, desviando uma parte do caudal para jusante através de uma levada. Depois abrem-se socalcos nas encostas em cotas inferiores à represa, nivela-se o terreno e rega-se numa boa parte do ano, fazendo rotações culturais em que o milho é a principal cultura. Frequentemente o caudal da levada é ainda aproveitado para mover as mós dos moinhos de água, dos pisões e lagares. Porém esta simplicidade é apenas aparente. É necessário engenho e muito trabalho, um trabalho diligente de gerações, que vão construindo e reparando. 6/7 LH DM Ribeira de Alvoco - o eixo principal do povoamento da freguesia Igreja Matriz de Alvoco da Serra Na época em que todos os terrenos estavam aproveitados tinha de se fazer uma gestão rigorosa da água, através de regras e horários que todos tinham de cumprir – eram os giros da água – que além da rega tinham ainda de ter em conta as necessidades das fábricas. O pastoreio e os lanifícios trouxeram um desenvolvimento que fez durante alguns séculos Alvoco da Serra sede de um concelho que extravasava os actuais limites da freguesia. Os caminhos da fé Finalmente, nesta breve caracterização, é de assinalar também a constituição geológica, pois uma parte da freguesia pertence ao domínio do granito e a restante ao xisto, facto que influencia a ocupação do solo e outros aspectos da paisagem como a tipologia das construções e os muros de suporte (socalcos) ou de divisão da propriedade. Assim, do ponto de vista da fisionomia da paisagem, podemos considerar que a freguesia é dominada também por três grandes unidades, respectivamente, o domínio serrano que corresponde às áreas mais elevadas, onde principalmente na zona do granito abundam os grandes afloramentos rochosos, os matos rasteiros e os prados de altitude, correspondendo a área dos xistos, normalmente a altitudes menos elevadas, com matagais mais desenvolvidos e uma presença menos expressiva dos afloramentos rochosos. Em cotas inferiores surge uma ocupação florestal actualmente dominada pelo pinheiro-bravo, mas onde em épocas anteriores aos grandes projectos de florestação do Estado Novo, os carvalhos eram dominantes. Finalmente, junto à rede hidrográfica surge uma paisagem agrícola, ora com lameiros, ora com socalcos, em que a presença e a convivência de oliveiras e castanheiros, mostra que Alvoco da Serra está na transição entre climas de diferentes feições. Em Alvoco, como em muitos outros locais rurais, as expressões da fé manifestam-se de muitas formas, umas vezes mais eloquentemente em locais de grande visibilidade como as igrejas, capelas e santuários; outras de forma mais discreta, nas chamadas alminhas, à beira dos caminhos, que convidam quem passa a uma oração pelos que morreram. Porém, em Alvoco, as expressões da fé surgem também em marcas mágico-religiosas em forma de cruzes latinas, por vezes datadas (maioritariamente do século XVIII) e com inscrições de nomes, cujas funções e origens não são ainda conhecidas, sendo no entanto plausível que possam estar relacionadas com comunidades judaicas, facto que deverá vir a ser estudado a breve trecho. Nestes caminhos da fé, como nota final, deve referir-se o conjunto de capelas existentes nas restantes aldeias da freguesia. No caso de Aguincho e Outeiro da Vinha tratam-se de construções relativamente recentes cujo valor reside mais no seu significado do que nos aspectos puramente formais e patrimoniais. No caso de Vasco Esteves de Cima e Vasco Esteves de Baixo as suas capelas estavam já referenciadas em meados do século XVII. Os percursos que agora propomos permitem também compreender estas diferentes realidades e nuances, que imprimem às paisagens e aos lugares uma forte diversidade e dinamismo, sempre interessante para quem caminha. 8/9 TORRE SEIA Limite da Freguesia E.N. 231 4 4 4 4 4 4 4 ALVOCO DA SERRA 3 Ribeira de Alvoco 2 2 1,5km AGUINCHO 3 3 3 3 2,5km 4 1 2 2,5km OUTEIRO DA VINHA 2 VASCO ESTEVES DE BAIXO LH 3 1,5km Ribeira de Teixeira 3 VASCO ESTEVES DE CIMA 2 Ribeiro das Mestras TORRE SEIA E.N. 231 E.N. 231 Limite da Freguesia COVILHÃ Limite da Freguesia Mapa dos Percursos Piscina da Eira Percurso 1 ALVOCO DA SERRA Alvoco - as pedras vividas Ribeira de Alvoco 2,5km Poço do Lagar 2,5km OUTEIRO DA VINHA 1,5km AGUINCHO Viveiro de Trutas Caminho pedonal (Percurso 3) VASCO ESTEVES DE BAIXO Parque de Miradouro e Merendas Parque de Merendas 1,5km Ribeira de Teixeira VASCO ESTEVES DE CIMA Ribeiro das Mestras Percursos na Freguesia Jardim do Brasão Percurso 2 Pelas aldeias - os lugares dos homens Percurso 3 Caminhos da água - pelos milheirais Percurso 4 / 4 Capela do Cabeço Caminhos de pastoreio Limite da Freguesia E.N. 231 COVILHÃ Mapa da Freguesia 10/11 Percurso 1 LH Alvoco - as pedras vividas LH LH LH A lvoco da Serra é um local de história, com ciclos de crescimento e de estagnação, onde as pedras nos retratam épocas e personagens, umas mais distantes no tempo, outras mais próximas de nós. Porém seja nas casas humildes dos antigos operários das fábricas e dos jornaleiros ou pastores, seja nas casas mais opulentas dos proprietários, seja nas calçadas, é notória a habilidade das várias gerações de canteiros e pedreiros, numa sobreposição de materiais e linguagens. orto L do P Rua do Purgatório Ru Antiga fábrica de lanifícios Núcleo primitivo iro Ribe 11 Capela de Stº António 1 23 nal acio Est. N obo Ponte romano-medieval ad as 12 La jes Rua do Vinho da erna da C Bairro Forno comunitário Rua dos Beneméritos Eira ad Ru 2 1 Rua do Sr. Barão oC orr eio Rua das Flores 10 8 9 Ru 5 ad e 4 S. Pedro 6 3 Casa-Museu de Alvoco da Serra Capela de São Pedro 7 eA ira d Ribe co lvo Casa do Barão Casa da Câmara a Est. N l 231 ciona 13 Capela de São Sebastião Igreja Matriz Monumento ao Sagrado Coração de Jesus Planta do percurso 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 pág. 14 pág. 15 pág. 16 pág. 17 pág. 18 pág. 20 pág. 21 pág. 22 pág. 24 pág. 24 pág. 25 pág. 26 pág. 27 12/13 LH DM 1 2 Alvoco - as pedras vividas Ponte romano-medieval Capela de Santo António E Capela de Santo António é um monumento de estilo barroco, muito harmonioso, com janelas e portal com cantarias em granito. A sta sóbria ponte é atribuída ao período romano, sendo visível ainda o vestígio de uma calçada igualmente romana que faria parte da estrada da Egitânea (Idanha) a Viseu. RN Actualmente o acervo do Museu de Arte Sacra encontra-se aqui depositado. LH Pensa-se, no entanto, que originalmente tratar-se-ia de um monumento românico, profundamente alterado em meados do século XVIII. A solidez destas estruturas e a sua antiguidade não deixa ninguém indiferente e constitui um excelente ponto de partida para este percurso. Altar da capela Do lado oposto da ponte romano-medieval, no início da calçada romana, é bem visível uma alminha em granito igualmente muito bem trabalhada. Visitas: Tel: 238 953 886 Alminha Calçada romana LH LH RN Horário: Segunda a Domingo 09:00h - 19:00h Duas imagens do Museu de Arte Sacra 14/15 LH LH 3 4 Alvoco - as pedras vividas A robustez e sobriedade do granito Antiga fábrica de lanifícios Núcleo primitivo A este conjunto do núcleo primitivo, notam-se diversos aspectos particularmente interessantes, como sejam uma certa construção em “altura” com casas de três pisos que coexistem com pequeníssimas habitações em que o desnível permite ter o piso superior ao nível de uma rua e o piso inferior ao nível de uma outra situada em cota inferior. Embora raras, surgem também habitações com quintal, que abrem uma malha urbana muito apertada, cujo adensamento poderá ter sido originado pelo passado “operário” de Alvoco da Serra. LH Em Alvoco chegaram a laborar simultaneamente três fábricas e várias oficinas que empregavam largas dezenas de operários. Trecho da ribeira junto à fábrica JFAS Vista geral de Alvoco da Serra no período áureo dos lanifícios Esta fábrica de lanifícios, um imponente edifício em granito, data provavelmente de meados do século XIX. LH Todas utilizavam a força motriz das águas da ribeira, obrigando a uma gestão muito cuidadosa dos caudais que eram também utilizados para a rega e moínhos. Modelo de habitação com dois pisos bem definidos LH N lvoco fez parte integrante da chamada corda dos lanifícios da serra da Estrela, um conjunto de localidades ao redor da serra onde esta indústria teve grande expressão. Exemplo de habitação modesta Em termos de materiais, o granito surge aqui com grande expressão, quer nos blocos das casas, muros ou nas calçadas, estando o xisto representado sobretudo nas coberturas. Este núcleo urbano primitivo estende-se até à rua que actualmente pode ser considerada o eixo principal de Alvoco, sendo interessante notar a existência de uma casa agrícola, que com os seus pilares, alpendre, loja e casa de habitação, formam um sólido e sóbrio conjunto em excelente estado de conservação. 16/17 LH LH 5 Alvoco - as pedras vividas Casa-Museu de Alvoco da Serra Conjunto de objectos de uso corrente A Casa-Museu está instalada naquilo que foi uma habitação modesta, composta por três unidades funcionais. Visitas: Tel: 238 953 886 A loja no piso térreo, era destinada ao armazenamento de cereais, vinho, azeite e outros bens alimentares, bem como a lenha indispensável para a cozinha e o aquecimento. LH LH Horário: Segunda a Domingo 09:00h - 19:00h Pormenor das roupas Edifício da Casa-Museu O piso superior correspondia à zona habitacional e, finalmente uma terceira área destinada ao trabalho de um artífice, que no caso era o ferreiro da aldeia. Saco de merenda LH LH O acervo do museu e a própria casa testemunham a vida quotidiana e toda uma vivência simples e humilde, baseada numa economia de auto-suficiência. Detalhe da fachada 18/19 DM RN 6 7 Alvoco - as pedras vividas Enquadramento do forno no núcleo urbano (edifício em pedra junto ao rio) Forno Comunitário Eira U eira insere-se também num esquema agro-pastoril comunitário, muito antigo, pois uma inscrição de 1793 atesta eventuais obras de beneficiação nessa data. LH As suas características de espaço amplo e plano deram-lhe desde sempre uma dupla função, um local de trabalho para a seca e debulha de cereais e leguminosas, mas ao mesmo tempo um local de convívio, de assembleias e de festa. A partilha das águas, as actividades agrícolas comunitárias e a cozedura do pão no forno comum são disso excelentes exemplos. A característica broa Neste forno comunitário, cozia-se e coze-se ainda, o pão do milho produzido nos aluviões e socalcos das encostas das ribeiras e o centeio dos planaltos e prados serranos. Os pequenos palheiros e celeiros ao seu redor constituem um conjunto arquitectónico muito Visitas: LH A ma das peculiaridades de Alvoco da Serra é o facto de ter sido simultaneamente uma terra de pastores-operários-lavradores, onde os usos e hábitos do Portugal das montanhas estiveram bem vivos até épocas relativamente recentes. Conjunto de edifícios (celeiros ou tulhas) junto à eira interessante, testemunhando a malha do centeio, um dos grandes momentos da vida colectiva do passado de Alvoco, com tradições e preceitos bem determinados que, tal como acontecia com as águas, geriam os bens e as estruturas de utilização comunal. Tel: 238 953 886 Espaço público junto ao forno LH LH Horário: Segunda a Domingo 09:00h - 19:00h Piscina A utilização da eira como área de lazer anexa à piscina é, de alguma forma, uma continuidade do seu papel na história de Alvoco, como ponto de reunião e de festa. 20/21 LH 8 Alvoco - as pedras vividas Chaves de S. Pedro, pormenor da cantaria Capela de São Pedro C LH ompanheiro dilecto de Jesus Cristo e primeiro Papa, S. Pedro é uma figura proeminente da história da Igreja a que o imaginário religioso reservou o papel de guardião do Céu, estando por isso o seu culto muito difundido e enraizado desde os primórdios do cristianismo. Fachada da capela Altar As obras actualmente em curso na Capela de São Pedro, têm posto a descoberto elementos que sustentam esta possibilidade. LH LH A actual capela de S. Pedro é um monumento que foi profundamente alterado e adulterado no final do século XIX. Pensa-se que terá sido uma primitiva igreja românica. Detalhe da pintura ingénua do altar 22/23 RN RN 9 10 11 Alvoco - as pedras vividas Casa da antiga Câmara de Alvoco da Serra Casa do Barão e Casa da Câmara Capela de São Sebastião O ingelo monumento de cariz popular, provavelmente datado do século XVI, dedicado pelas gentes humildes à sua protecção contra a peste, a fome e a guerra. A localização da Capela de São Sebastião na saída da aldeia, à beira do caminho, assume um carácter de protecção divina para quem parte, seja em viagem, seja para as simples rotinas do dia-a-dia. RN A casa do Barão, apesar de opulenta, não possui as características dos verdadeiros solares das antigas famílias nobres da Beira, no entanto, esta, pela volumetria e tipologia, destaca-se claramente do edificado. Marca cruciforme DM S s Barões de Alvoco constituíam uma aristocracia recente, fruto já do liberalismo. Calçada junto à capela Visitas: Tel: 238 953 886 N Entrada da Casa do Barão Horário: Segunda a Domingo 09:00h - 19:00h Situada já na saída da povoação, a calçada junto à Capela de São Sebastião, é um excelente exemplo desta tipologia construtiva e por ela temos a noção do que eram as vias de comunicação até ao início do século XX, mesmo na ligação às sedes das freguesias. DM LH o antigo edifício da Câmara de Alvoco – Alvoco foi concelho entre 1514 e 1836 – surge uma interessante marca com uma cruz associada a uma âncora e a inscrição “costa”. É apenas uma das muitas marcas que existem no núcleo urbano mais antigo de Alvoco, muitas delas são muito pouco perceptíveis e a sua procura e descoberta é sempre uma actividade interessante. Caminho secular entre muros 24/25 LH RN 12 13 Alvoco - as pedras vividas Igreja Matriz Monumento ao Sagrado Coração de Jesus S bra dos fiéis, o monumento ao Sagrado Coração de Jesus foi inaugurado em 1994. O egundo a tradição, a Igreja Matriz foi construída sobre uma capela dedicada ao culto do Divino Espírito Santo. A data da edificação é de 1724 sendo Nossa Senhora do Rosário o Orago da paróquia. No acesso, a partir da Estrada Nacional, existe ainda uma interessante alminha em granito. LH As talhas, imagens, retábulos e altares, constituem um património valioso e invulgar no conjunto de idênticos monumentos regionais. Esta riqueza Interior da Matriz LH Aqui, poderá desfrutar de uma excelente panorâmica sobre a aldeia. Espaço público junto ao monumento Visitas: Tel: 238 953 886 Horário: Segunda a Domingo 09:00h - 19:00h Torre sineira De referir que ao nível da vida espiritual colectiva, a paróquia de Alvoco perpetua tradições ancestrais, através de cânticos e procissões, especialmente solenes na Semana Santa. LH LH da ornamentação provavelmente terá a ver com o estatuto de sede de concelho de que o Alvoco na época beneficiava. Panorama a partir do monumento 26/27 Percurso 2 LH Pelas aldeias os lugares dos homens E LH RN DM sta proposta de percurso visa dar ao visitante uma panorâmica geral da freguesia, que lhe permitirá depois uma melhor orientação. Trata-se pois de um percurso motorizado, organizado a partir da sede da freguesia e que nos levará às diferentes aldeias. TORRE SEIA Limite da Freguesia E.N. 231 Ponte da EN sobre a ribeira de Alvoco Outeiro da Vinha ALVOCO DA SERRA 1 Ribeira de Alvoco 2,5km 6 4 1,5km AGUINCHO 2,5km VASCO ESTEVES DE BAIXO 5 Vasco Esteves de Cima Vasco Esteves de Baixo OUTEIRO DA VINHA 2 Ponte sobre a ribeira de Alvoco Aguincho 1 2 3 4 5 6 pág. 30 pág. 32 pág. 34 pág. 36 pág. 38 pág. 40 1,5km Ribeira de Teixeira VASCO ESTEVES DE CIMA 3 Ribeiro das Mestras E.R. 231 COVILHÃ Planta do percurso 2 Limite da Freguesia 28/29 LH DM 1 Pelas aldeias - o lugar dos homens Brasão da Freguesia Ponte da EN sobre a Ribeira de Alvoco Ponte da Estrada Nacional D aqui temos uma excelente panorâmica pois para montante da ribeira, temos a visão das cumeadas da Estrela, atrás das quais se eleva a Torre, o ponto mais elevado de Portugal Continental e que constitui também o limite da freguesia. LH No brasão, podem ver-se três elementos muito distintivos da identidade de Alvoco: a ribeira, a ponte romana e as espigas de milho. Cumeadas da Torre LH Numa área de lazer junto à ponte, ergue-se um marco com o brasão da freguesia estando também esculpido um mapa de enquadramento da freguesia. Jardim do Brasão Alvoco da Serra à noite LH LH Para jusante nota-se a ocupação florestal pelas encostas e a organização do povoamento da sede da freguesia, que teve de lutar com a orografia, dando assim uma identidade de “presépio”, particularmente interessante de observar com a iluminação nocturna. A ponte e a ribeira de Alvoco da Serra 30/31 LH 2 Pelas aldeias - o lugar dos homens Alvoco da Serra Outeiro da Vinha O Outeiro da Vinha 2,5 kms Além desta, faz-se também a chamada festa das chouriças que tem lugar no domingo anterior ao Domingo Magro. uteiro da Vinha surge já referenciado como um lugar em meados do século XVIII, no entanto a sua igreja foi construída apenas nos anos trinta do século XX. LH A visita à aldeia justifica-se sobretudo para captar o ambiente de um pequeno lugar, em que algumas casas de xisto relembram uma vivência com parcos recursos e que durante muito tempo pautou a vida destes lugares. Campos agrícolas Fonte Outeiro da Vinha tem como padroeira Nossa Senhora de Fátima, celebrando-se uma festa anual no dia 15 de Agosto. O labor da construção de socalcos é bem visível nas encostas ao redor do Outeiro da Vinha, numa luta para obter alguma terra arável levantaram-se muros para colocar um ou dois pés de oliveiras ou vinhas. LH LH Em escassas centenas de metros passámos do domínio do granito para o domínio do xisto. Enquadramento de Outeiro da Vinha 32/33 LH LH 3 Pelas aldeias - o lugar dos homens Vasco Esteves de Cima Alvoco da Serra Vasco Esteves de Cima 6,5 kms Enquadramento da aldeia J cursos de água subsidiários do curso de água principal. Algumas das casas de xisto RN RN Em Vasco Esteves de Cima a festa das chouriças é celebrada no Domingo Magro. LH LH Vasco Esteves de Cima é também a aldeia mais afastada da ribeira do Alvoco, mas nem por isso deixa de ter uma actividade agrícola que aproveita toda a água disponível dos pequenos Igreja nova A sua capela setecentista tem como Orago Nossa Senhora da Conceição, que se celebra a 8 de Dezembro e a capela nova é dedicada a Nossa Senhora do Bom Parto, cuja festa é no segundo Domingo de Julho. Um dos aspectos mais interessantes desta aldeia, é o facto de ter sido parcialmente instalada sob um afloramento xistoso de dimensões consideráveis, piçarra na terminologia regional; assim, na área da aldeia conhecida por esse nome, as casas erguem-se e sustêm-se na rocha e as calçadas e escadarias são talhadas na própria piçarra. Casa sobre a piçarra LH á foi Vasco Esteves de Lá, do Cabo e d’Além, topónimos que atestam bem o seu carácter mais isolado numa época em que as vias de comunicação se resumiam a caminhos de pé posto. Escadaria talhada na piçarra A envolvente 34/35 LH LH 4 Pelas aldeias - o lugar dos homens Vasco Esteves de Baixo Alvoco da Serra Vasco Esteves de Baixo 5 kms Enquadramento de Vasco Esteves de Baixo N as inquirições paroquiais do século XVIII a aldeia é referida como Vasco Esteves d’Áquém, mais tarde é referida como Vasco Esteves de Cá, sendo a fixação do topónimo de Baixo, relativamente mais recente. RN Forno comunitário Torre da igreja Em Vasco Esteves de Baixo, são dignas de nota algumas habitações em que embora o xisto seja o material dominante, a aplicação do granito e da madeira surge em determinados detalhes construtivos, guarnecendo portas e janelas. Não são RN LH O forno comunitário testemunha outro aspecto da vida colectiva, com as suas regras próprias assentes no respeito mútuo e espírito de entreajuda. Aqui se cozia a broa de milho e o pão-burro, pão sem fermento, cuja origem poderá estar relacionada também com um passado judaico. Casa com lajedo em ardósia Bica da Fonte do Soito, fontanário de água fresca a brotar da nascente, na rocha de xisto. Foi em tempos a fonte principal de abastecimento da povoação continuando, ainda hoje, a refrescar os que por ali passam. LH A sua capela é dedicada a Nossa Senhora das Preces, cuja festa é no Sábado de Carnaval. Como em todas as aldeias a festa das chouriças é um momento alto da sua vida colectiva, celebrando-se no Domingo Gordo. Uma pequena vereda a partir do centro da aldeia leva-nos a uma represa, cuja nascente parece brotar de um tronco de um velho azereiro. Daqui parte um fio de água que vivifica as pequenas hortas, verdadeiros jardins de frutas e legumes, enquadrados por uma densa vegetação mediterrânica pontuada pelos medronheiros. LH também raras as lajes de ardósia de grandes dimensões que pavimentam degraus e alpendres, ou áreas de pátios. Pequena represa para rega 36/37 RN RN 5 Pelas aldeias - o lugar dos homens Casa de apoio junto a terrenos agrícolas Ponte sobre a Ribeira de Alvoco D RN A velha sabedoria dos pescadores diz-nos que onde há uma ponte há uma truta e vale a pena contemplar as águas límpidas e perscrutar a sombra das pedras submersas à procura desta espécie, a rainha das espécies piscícolas da Ribeira de Alvoco. Aspecto do vale LH Quinta na encosta do vale da ribeira de Alvoco este local antevemos uma outra realidade do povoamento da freguesia – as quintas e os casais – que nem sempre eram utilizadas como residências permanentes, mas sim como locais de habitação temporários, por norma quando os trabalhos do campo e os dias eram mais prolongados, havendo também a necessidade de gerir a água para a rega durante a noite. Trutas Por norma têm dois pisos que frequentemente aproveitam o desnível do terreno. O piso térreo guarda alfaias e forragens, ou é utilizado como corte (curral) para o gado caprino ou ovino. O piso superior serve de cozinha e abrigo. Ribeira com afloramentos xistosos RN RN Sendo construções muito funcionais, são aparelhadas por pedra de xisto tosco, e telhados de ardósia. Pesqueiro "Poço do Lagar" 38/39 LH 4 Pelas aldeias - o lugar dos homens Alvoco da Serra Aguincho Aguincho 8 kms a mais distante das povoações e também a menos populosa, tendo sido até há relativamente pouco tempo um local extremamente isolado. É LH Nas inquirições do século XVIII não surge mencionada como aldeia, sendo nessa época provavelmente apenas um casal ou quinta isolada. A parte baixa da aldeia Casa com cobertura em lousa (ardósia) A sua capela é dedicada a Nossa Senhora da Agonia, celebrada no primeiro Domingo de Setembro e a tradicional festa das chouriças é celebrada na segunda-feira de Carnaval. LH LH Em meados do século XIX deverá ter ocorrido a fixação de vários habitantes, pois nessa época os Barões de S. Domingos e Alvito constroem uma magnífica quinta de recreio neste local, o que terá contribuído para a elevação do lugar a aldeia. A envolvente 40/41 Percurso 3 LH Caminhos da água pelos milheirais DM RN RN O percurso que propomos segue a ribeira de Alvoco a meia encosta e inicia-se um pouco acima do acesso à Casa da Ponte e à Casa da Ribeira. Era o ancestral caminho de ligação dos povos da actual freguesia. Apesar de alguns sintomas de abandono, presentes nas casas isoladas e nos terrenos incultos que o mato vai conquistando, existe ainda em alguns locais uma intensa actividade agrícola tradicional, que mantém a paisagem de mosaicos ao longo da ribeira, acima dos quais dominam as florestas e os matagais. TORRE SEIA Limite da Freguesia E.N. 231 Caminho da ribeira de Alvoco Início do domínio do xisto ALVOCO DA SERRA 1 Ribeira de Alvoco 4 3 2 5 2,5km 2,5km OUTEIRO DA VINHA Pontão do Muro Bouqueira Maceiras 1,5km AGUINCHO 6 VASCO ESTEVES DE BAIXO 7 1,5km Ribeira de Teixeira 8 Lugar do Ribeiro das Mestras Aguincho Vasco Esteves de Cima 1 2 3 4 5 6 7 8 pág. 44 pág. 45 pág. 45 pág. 46 pág. 47 pág. 48 pág. 49 pág. 50 VASCO ESTEVES DE CIMA Ribeiro das Mestras E.R. 231 COVILHÃ Planta do percurso 3 Limite da Freguesia 42/43 DM DM 2 3 1 Pelos milheirais Início do caminho Pontão do Muro Caminho da ribeira de Alvoco Início do domínio do xisto e Pontão do Muro N este ponto o traçado da ribeira altera-se c o n s i d e r ave l m e n t e . Daqui para jusante inicia-se um longo serpentear, através de meandros sinuosos. N este início de percurso deveremos deter-nos em vários aspectos: por um lado o vale com um traçado relativamente rectilíneo, típico do domínio do granito e das áreas ainda sob a influência do chamado glaciar de Alvoco, que modelou fortemente a morfologia desta área. Leito da ribeira no domínio do granito O vale da ribeira de Alvoco Final do domínio do granito Por outro, a disseminação de construções de “quintas”, “cortes” ou “palheiros”, destinados essencialmente ao apoio às actividades agrícolas, mas que em alguns casos eram também habitações de carácter permanente. Outro apontamento a registar é a expressiva presença de moinhos de água. nas construções e nos socalcos das cotas superiores. Para vencer o cavado vale do Ribeiro de Vale Cova, o caminho tem de inflectir um pouco para o seu interior, atravessando a ribeira através de uma interessante ponte em xisto, conhecida como Pontão do Muro. RN RN LH RN O granito ainda está bem presente no leito, mas já não nas encostas, por isso esse material surge ainda nos muros de protecção aos terrenos de aluvião, mas está praticamente ausente Preparação para o Inverno - forragem e lenha para armazenamento no palheiro 44/45 RN RN 5 4 Pelos milheirais Poço Actividade agrícola no Verão Bouqueira Maceiras O ste local fica na margem esquerda e serve aqui como mera referência geográfica. Neste ponto a ribeira forma um largo poço convidativo, se a temperatura o permitir, a um banho retemperador. As encostas junto a Vasco Esteves de Baixo apresentam declives acentuados e a vegetação é também bastante densa o que dificulta a progressão pela vereda. No entanto a ri- E RN extenso aluvião da margem esquerda e a escadaria de socalcos da margem direita, são pontos dignos de nota. Muro de protecção contra as cheias Um pouco adiante avista-se a Quinta do Governas, com os fortes muros de suporte que Em certo momento é necessário chegar à estrada que liga a EN 231 ao Aguincho / Barriosa, fazendo um ligeiro desvio para uma paragem junto ao Poço do Lagar, local muito aprazível para banhos. RN RN protegem os aluviões das enxurradas das ribeiras de Alvoco e de Vale Cova. RN Vista sobre o vale e conjunto de socalcos beira apresenta aqui alguns dos seus mais espectaculares meandros. Pormenor da ribeira no Verão 46/47 RN RN 6 7 Pelos milheirais A limpidez da ribeira de Alvoco Data e marca cruciforme Lagar do Ribeiro das Mestras Aguincho A o término da freguesia, onde se abre um extenso aluvião sobre a margem direita. partir do Outeiro da Vinha e Vasco Esteves de Baixo, a cultura da oliveira vai conhecendo maior expressão. No chamado Outeiro da Ponte (na encosta da margem esquerda), são visíveis os matagais de características mediterrânicas. LH Justifica-se a continuação para jusante, pois aí vamos encontrar um viveiro de trutas, bem como algumas obras hidráu- Oliveira LH O monumental lagar da Barroca Escura terá sido até determinada época o principal local para a obtenção do azeite destes povos. Na soleira da porta ostenta uma data gravada e uma marca cruciforme. É Aguincho, uma pequena aldeia na natureza RN licas do engenho popular praticamente sem paralelo em Portugal: os desvios e cortes dos meandros, para o aproveitamento do antigo leito da ribeira, como terreno arável. RN Obra hidráulica a jusante de Aguincho Vara e fuso do lagar 48/49 RN LH 8 Pelos milheirais Poço na foz da Barroca Escura, Ribeiro das Mestras Vasco Esteves de Cima Aluviões a montante de Aguincho O percurso proposto parte do Aguincho, pela margem esquerda da Ribeira de Alvoco e vai até Vasco Esteves de Cima acompanhando o Ribeiro das Mestras/Barroca Escura, desde a sua confluência com a Ribeira de Alvoco. Fazer este percurso é efectuar um verdadeiro caminho de descoberta, pois sucedem-se troços de características diferentes e as paisagens e cenários abrem-se e fecham-se, permitindo descortinar o que é a realidade geográfica da freguesia, desde um primeiro tempo em que se caminha ao longo dos aluviões da Ribeira de Alvoco. corrente calma, que mal agita a vegetação aquática, mas que é a estação ideal para observar o melro-de-água, uma pequena e rara ave dos cursos de água de montanha. Durante o Inverno e o início da Primavera as águas correrão em cachões nas curvas e meandros, no Verão passa uma Junto à ponte entramos na Barroca Escura cujo topónimo nos diz tudo acerca das suas características, barroca por ser terreno pedregoso com afloramentos de rocha, escura por ser abrupta e fechada, com fraca exposição solar. Aqui os matagais convivem com os socalcos e a vereda deixa apenas descobrir o horizonte imediato. Uma quinta LH RN Neste troço é bem patente a necessidade do aproveitamento de todos os terrenos passíveis de serem agricultados, e da água para os vivificar, o que levou a que mesmo nos vales mais fechados e íngremes, como na Barroca Escura, se conduzisse a água e se criassem socalcos. Milheiral 50/51 Percurso 4 DM Caminhos de pastoreio LH DM DM A montante da ponte da EN 231 sobre a ribeira de Alvoco entramos no verdadeiro domínio daquilo que foi, num distante período geológico, o glaciar de Alvoco, uma enorme massa de gelo que deslizava permanentemente desde a Torre, arrastando enormes blocos graníticos, que tiveram um efeito modelador sobre este vale. Os percursos que propomos acompanham os lameiros, cruzam-se com o gado, os pastores e os cães, permitindo ter uma ideia desta realidade pastoril que constitui o marco identitário mais forte da serra da Estrela. TORRE SEIA Limite da Freguesia E.N. 231 3 4 5 3 Corgos 2 2 Aziral 1 ALVOCO DA SERRA 2A 1 2B Base do Cerro dos Pardieiros Fraga do Covão do Martinho Torre Ribeira de Alvoco 1 2 3 4 5 pág. 54 1 2 3 pág. 58 pág. 55 pág. 56 pág. 57 pág. 57 2,5km 2,5km OUTEIRO DA VINHA 1,5km AGUINCHO VASCO ESTEVES DE BAIXO 1,5km Calçada romana Malhão Cama da Moura Ribeira de Teixeira pág. 59 pág. 60 VASCO ESTEVES DE CIMA Ribeiro das Mestras E.R. 231 COVILHÃ Planta do percurso 4 Limite da Freguesia 52/53 RN LH 2 1 Caminhos de pastoreio Socalcos destinados a pastagem Afloramentos graníticos Aziral Corgos O partir deste ponto os aluviões e socalcos começam-se a fechar, o povoamento vai também rareando, pois a cota dos 1000 metros está já muito próxima. LH Várias opções podem ser tomadas, continuar nos caminhos do pastoreio até à Torre, e optar ou por uma visita à Ribeira das Forjas, às suas cascatas e ao Poço Escuro (ponto 2A) ou seguir para a Fonte da Pedra já quase na cumeada da Serra da Alvoaça (ponto 2B). Aqui o aproveitamento dos terrenos é essencialmente para pasto e forragem, num sistema muito semelhante aos lamei- Cabras em pastagem ros de Trás-os-Montes e Alto Minho, pelo que todos estes terrenos desempenham ainda um papel crucial na vida pastoril que Alvoco ainda possui. RN A topónimo poderá estar relacionado com os azereiros, árvores que, com os sabugueiros, formam parte do elenco florístico dos cursos de água serranos, ou com uma designação antiga que constitui um sinónimo regional para lameiro. O vale glaciar LH A vereda para os Corgos DM Pelas encostas, os castanheiros e cerejeiras dizem-nos que não estamos a uma altitude elevada. DM Esta é uma das áreas de lameiros mais extensas, por isso a propriedade apresenta-se muito dividida, separada por muros. Cada unidade tem por norma o seu palheiro e corte, onde o gado se recolhe nos períodos em que não anda pela serra. Bloco granítico de grande dimensão Cascatas 54/55 RN RN 4 5 3 Caminhos de pastoreio Aspecto da erosão da água sobre o granito (de origem pluvial e nival) Zona superior da ribeira de Alvoco Base do Cerro dos Pardieiros Fraga do Covão do Martinho e Torre A stamos já no planalto da Torre a uma altitude que ronda os 1800 metros. É o domínio das pastagens e dos matos rasteiros, pois esta vegetação tem de resistir a longos períodos debaixo de um manto de neve. É uma paisagem de extremos, de longos horizontes, mas também das brumas cerradas, por isso é recomendável fazer este percurso com alguma garantia de tempo estável e, de preferência, na companhia de quem conheça o terreno. RN À esquerda e à direita as linhas de água afundam-se em vales que parecem intermináveis. Enormes blocos de granito abandonados pelo glaciar surgem isolados pelas encostas. Nesta encosta a urze predomina no coberto vegetal, sustentando a produção de mel de muita qualidade e garantindo uma dedicação à apicultura, ainda muito activa. LH E qui inicia-se a ascensão, é o derradeiro local onde o povoamento existiu. Num espaço de uma linha recta de pouco mais de um quilómetro, vencem-se cerca de 700 metros de desnível. A Torre com neve JFAS O DM Cumeadas da Torre ponto mais elevado de Portugal culmina um extenso planalto de altitudes superiores a 1500 metros, com uma fauna e flora muito particular, que praticamente só aqui ocorre, como é o caso da lagartixa-da-montanha e do melro-das-rochas. Limite da zona povoada 56/57 RN DM 2 1 Caminhos de pastoreio Calçada e fontanário Bloco granítico Calçada romana Malhão O desnível sobre a ribeira de Cabrum e as encostas da ribeira de Alvoco é aqui muito pronunciado, permitindo também um largo panorama sobre a serra de Alvoaça. Os percursos propostos seguem essas grandes rotas da transumância, que assumiu muito mais do que um carácter local (do sopé da serra para os cumes), pois havia gado que utilizava pastagens de inverno em locais tão distantes como a campina da Idanha, o Baixo-Alentejo ou os campos de Coimbra. Muitas destas deambulações anuais passaram pelas calçadas e caminhos que agora iremos cruzar. Subindo a encosta na margem esquerda, numa perspectiva de corte, conseguimos ter a noção das três grandes unidades da paisagem de Alvoco: as paisagens agrícolas, os habitats florestais acima delas e a linha de cumeadas de matos e afloramentos rochosos. A partir da capela de S. Sebastião existe um troço de calçada que segue em paralelo à estrada de Loriga. Trata-se da antiga ligação a Loriga e Seia, mas que era simultaneamente um caminho de gado que subindo aos Arcazes atingia também o planalto da Torre e as suas pastagens de altitude. Dele obtém-se um magnífico panorama sobre os meandros da Ribeira de Alvoco. Parte superior da ribeira de Cabrum Todas elas paisagens dinâmicas, sempre diferentes ao longo das estações do ano, consoante o ritmo do clima e dos trabalhos dos homens. RN DM Calçada no limite da área urbana de Alvoco DM A lvoco está intimamente ligado ao pastoreio e aos lanifícios e, se como vimos, os segundos fazem hoje apenas parte da história, o pastoreio é ainda uma realidade, que embora diferente da época das grandes transumâncias, molda ainda a paisagem e o modo de vida destas aldeias. Afloramentos graníticos nas imediações da Cama da Moura Deste ponto haverá que atingir a estrada nacional, subindo até à placa “Cama da Moura”. 58/59 DM 3 Caminhos de pastoreio Cama da Moura A Afloramentos da área LH Enquadramento do sítio arqueológico DM A larga panorâmica é, talvez, a razão para a existência de vestígios arqueológicos, atribuídos erradamente pelo povo, aos mouros. DM cota dos 1000 metros e a forte exposição aos ventos permite apenas a sobrevivência de alguns pinheiros rasteiros. Rochas e matos dominam esta paisagem, utilizada ainda por cabradas numerosas. Alvoco da Serra - ares e horizontes amplos 60/61 1 - Edifício da Junta de Freguesia 2 - Posto Médico 3 - Parque Infantil 4 - Área de lazer do lavadouro 5 - Área de lazer da Eira 6 - Piscina Ilustração: JSM 1 2 3 4 6 5 i Informações úteis Posto Médico de Alvoco da Serra Atendimento: Segunda e Quinta-Feira Telef. 238 953 136 Médico: Dr. António Nolasco Missa Dominical Alvoco da Serra Pároco: Padre Dr. João Barroso Telef. 238 953 204 Festas e Romarias Sagrado Coração de Jesus (2.º Domingo de Agosto) Santíssimo Sacramento (Agosto) S. José (Maio) N. Sra. do Bom Parto (Julho) N. Sra. de Fátima (Agosto) Romarias de Verão (Agosto) Festas das Chouriças N. Sra. de Fátima Outeiro da Vinha (Domingo anterior ao Domingo Magro) N. Sra. da Conceição Vasco Esteves de Cima (Domingo Magro) N. Sra. das Preces Vasco Esteves de Baixo (Sábado de Carnaval e Domingo Gordo) N. Sra. da Agonia Aguincho (Segunda-feira de Carnaval) Confraria do Cabrito Restaurante “Du Adilar” (por marcação) Matança do Porco LAVEB - Vasco Esteves de Baixo (Agosto) Festival das Sopas Vasco Esteves de Cima (14 de Agosto) Alojamentos – Turismo Rural Casa da Ponte e Casa da Ribeira Telef. 238 953 351 / 238 954 253 Casa das Lages Telef. 238 953 278 / 238 953 217 Quinta de Cabrum Telef. 238 949 000 / 238 951 098 Associações e Colectividades Centro Paroquial de Assistência e Formação Social da Freguesia de Alvoco da Serra Telef. 238 954 129 Sociedade Recreativa de Alvoco da Serra Telef. 238 953 849 Liga dos Amigos da Freguesia de Alvoco da Serra (LAFAS) Sociedade Desportiva e Recreativa de Outeiro da Vinha Liga dos Amigos de Vasco Esteves de Baixo (LAVEB) Telef. 238 951 137/8/9 Eventos Caminhada do Lampião (anualmente, na Lua Cheia de Junho) Centro Cultural de Vasco Esteves de Cima Telef. 238 953 716 Alvoco Dance Festival (Agosto) Associação Cultural Recreativa e Social do Aguincho