Yitzhak Rabin Político e líder militar israelense. Em março de

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Yitzhak Rabin Político e líder militar israelense. Em março de
Yitzhak Rabin
Político e líder militar israelense. Em março de 1922, nasceu em Jerusalém. Seu
pai, Nechemia, imigrara dos E.U.A. para Israel, tendo servido como voluntário na
Legião Judaica durante a 1ª Guerra Mundial. Sua mãe, Rosa, fora um dos
primeiros membros da Haganá. Yitzhak Rabin cursou a escola primária em Tel
Aviv e foi aluno do Colégio Agrícola Kaduri, na Baixa Galiléia, tendo-se graduado
com distinção.
A partir de 1943, integrou o comando militar Palmach, que lutava contra o
domínio da Inglaterra na Palestina. Participou da defesa de Jerusalém na guerra
pela criação do Estado de Israel (1947-1949). Alcançando o posto de chefe do
Estado-Maior do Exército, foi um dos militares responsáveis pela vitória de Israel
na Guerra dos Seis Dias (1967).
Foi Embaixador de Israel nos E.U.A de 1968 a 1973, quando retornou a
Jerusalém
e
se
tornou
ativo
no
Partido
Trabalhista.
Em 1974, foi eleito para o Parlamento israelense pelo Partido Trabalhista
para substituir Golda Meir no cargo de primeiro-ministro. Durante seu governo,
conduziu as negociações que, por intermédio de mediação americana,
resultaram no acordo interino entre Israel e o Egito.
Em 1976, seu governo ordenou a execução da Operação Entebe, que liberta
na Uganda os reféns judeus do seqüestro do avião da Air France.
Como ministro da Defesa (1985-1990), comanda a repressão à rebelião
palestina nos territórios ocupados, a Intifada.
Em 1992, foi eleito novamente primeiro-ministro. Após negociações secretas,
assinou um acordo de paz com os palestinos em Washington (EUA), em 1993. E
por isso, ganhou o Prêmio Nobel da Paz, em 1994, ao lado do chanceler Shimon
Peres e do líder da extinta Organização para a Libertação da Palestina (OLP),
Yasser Arafat.
Em 24 de julho de1994, assinou a declaração do fim do estado de guerra
com a Jordânia. No dia 28 de setembro de 1995, assinou o acordo de paz com
os Palestinos.
4 de novembro de 1995: Liderou uma grande manifestação, 100.000
israelenses pela paz em Tel Aviv. Ao término do evento, Rabin desce as
escadas do pavilhão, rodeado por seus assessores e seguranças. Uma multidão
o esperava lá embaixo, quando Yigal Amir, um ativista de extrema-direita, se
aproxima e, às 21:40h do dia 4 de novembro de 1995, dispara três tiros nas
costas de Rabin.
O último discurso de Rabin
04 de novembro de 1995
Tel Aviv City Hall Plaza
“Permitam-me
dizer
que
estou
profundamente
emocionado.
Eu quero agradecer a cada um e a todos vocês, que vieram aqui hoje
manifestar-se contra a violência e a favor da paz. Este governo, que eu tenho a
honra de dirigir, ao lado de meu amigo Shimon Peres, decidiu dar uma chance à
paz - uma paz que resolverá a maioria dos problemas de Israel.
Eu fui um militar durante 27 anos. Lutei enquanto não havia chances para a paz.
Eu acredito que agora existe uma chance para a paz, uma grande chance. Nós
precisamos aproveitá-la pelo bem daqueles que aqui estão, e também pelo bem
daqueles que não estão aqui - e existem muitos deles.
Eu sempre acreditei que a maioria das pessoas quer a paz e está pronta para
assumir riscos para a paz. Ao virem aqui hoje, vocês demonstram que, juntos
àqueles muitos outros que não vieram, as pessoas realmente desejam a paz e
se opõem à violência. A violência destrói a base da democracia israelense. A
violência deve ser condenada e isolada.
Este não é o modo do Estado de Israel. Numa democracia pode haver
diferenças, mas a decisão final será tomada em eleições democráticas, como as
eleições de 1992 que nos deram o mandato para fazermos o que estamos
fazendo, e para continuarmos este curso.
Eu quero dizer que estou orgulhoso do fato de representantes de países com
quem estamos vivendo em paz estão presentes conosco aqui, e continuarão a
estar aqui: Egito, Jordânia e Marrocos, que abriram a estrada da paz para nós.
Eu quero agradecer ao Presidente do Egito, ao Rei da Jordânia e ao Rei do
Marrocos, representados hoje aqui, pela sua parceria conosco em nossa marcha
a caminho da paz.
E, mais do que qualquer outra coisa, nos mais de três anos de existência deste
governo, o povo de Israel provou que é possível fazer a paz, que a paz abre
portas para uma melhor economia e sociedade; que a paz não é somente uma
bênção.
A paz é a primeira de todas em nossas rezas, mas também é a aspiração do
povo judeu, uma aspiração genuína pela paz.
Há inimigos para a paz que estão tentando nos ferir, para bombardear o
processo de paz. Eu quero dizer, diretamente, que nós encontramos um parceiro
para a paz entre os palestinos também: a OLP, que era um inimigo, e que
deixou de se engajar no terrorismo. Sem parceiros para a paz, não pode haver
paz.
Nós demandaremos que eles façam a sua parte para a paz, assim como nós
faremos a nossa parte para a paz, com o intuito de resolver o aspecto mais
complicado, prolongado e carregado emocionalmente do conflito árabeisraelense: o conflito palestino-israelense. Este é um caminho carregado de
dificuldades e dor.
Israel não conhece o caminho sem dor. Mas o caminho da paz é preferível ao
caminho da guerra.
Eu digo isto a vocês como um militar, alguém que é hoje o Ministro da Defesa e
vê a dor da família dos soldados do Tzahal. Por eles, por nossos filhos, no meu
caso por nossos netos, eu quero que este governo exauste todas as aberturas,
todas as possibilidades, para promover e atingir uma paz completa. Até mesmo
com a Síria será possível fazermos a paz.
Este esforço deve mandar uma mensagem ao povo de Israel, ao povo judeu ao
redor do mundo, às muitas pessoas no mundo árabe e, de fato, ao mundo
inteiro, de que o povo de Israel quer a paz, apóia a paz.
Por isso, obrigado.”
Produzido por:
Denis Strum – Coordenador Eitan São Paulo – 2007