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Ano V • no 15 Jul/Ago/Set 2007 Revolução no tratamento do Parkinson Implante de neuroestimulador permite que pacientes apresentem significativa redução dos sintomas É hora de agir Conheça o Programa Social Medtronic Foundation ESTUDO: RESSINCRONIZAÇÃO CARDÍACA EM PORTADORES DE CARDIODESFIBRILADOR SUMÁRIO Editorial 3 Fazendo a diferença Matéria de capa 4 Revolução no tratamento do mal de Parkinson Depoimento 6 Uma operação de estimulação profunda bem-sucedida É hora de agir 7 Programa social investirá em saúde, educação e comunidades carentes no Brasil Medtronic em destaque 8 • Trabalho reconhecido • Governador do Rio de Janeiro visita Medtronic • Eventos médicos Tecnologia médica 9 Imagens cirúrgicas intra-operatórias Tecnologia médica 10 Novo tratamento para bexiga hiperativa Novidades Medtronic 12 Endeavor comprova eficiência Estudo clínico 14 Terapia de ressincronização cardíaca em pacientes portadores de cardiodesfibrilador Entretenimento 15 Inverno é ideal para consumir queijos Diabetes 16 Eficácia do sistema de monitorização contínua de glicose (CGMS) na detecção de hiperglicemia pós-prandial e hipoglicemia silenciosa em pacientes com diabetes melito tipo 1 (DM1) Saiba mais 18 Atualização tecnológica Caso clínico 19 Marcapasso não tem idade Cirurgia cardíaca 20 Novos dispositivos para anastomoses arteriais Editada por Segmento Farma Editores. Avenida Vereador José Diniz, 3.300, 15º andar, Campo Belo – 04604-006 São Paulo, SP. Tel.: (11) 3093-3300 é uma publicação trimestral da Medtronic Comercial Ltda. Rua Joaquim Floriano, 100, 7o andar 04534-000 – São Paulo, SP Tel.: (11) 2182-9200 E-mail: [email protected] Site: www.medtronicbrasil.com.br www.segmentofarma.com.br • [email protected] Diretor geral: Idelcio D. Patricio Diretor executivo: Jorge Rangel Controller: Antonio Carlos Alves Dias Diretor médico: Dr. Marcello Pedreira (CRM 65.377-SP) Editor de arte: Maurício Domingues Gerente de negócios: Eli Proença Edição: Zenilda Gil e David dos Santos Reportagem: Andrea Polimeno (MTB 32.125) e Giuliano Agmont Coordenadora de projetos internacionais: Valéria dos Santos Silva Coordenadora editorial: Caline Devèze Assistente editorial: Fabiana Souza Projeto gráfico: Eduardo Magno Diagramação: Carlos Eduardo Müller Revisão: Patrizia Zagni e Renata Del Nero Produção gráfica: Fabio Rangel Cód. da publicação: 3615.07.07 EDITORIAL Fazendo a diferença É com satisfação e com a certeza de que temos um grande trabalho pela frente que assumo a direção geral da Medtronic no Brasil. Será um desafio enriquecedor e espero poder compartilhar e contribuir com todos com a experiência de mercado que adquiri no Brasil e na América Latina. Uma parte essencial na missão da Medtronic é “manter uma boa cidadania como empresa”. Tanto a Medtronic como a Medtronic Foundation suportam um número significativo de iniciativas que contribuem para a vitalidade das comunidades locais e melhora a saúde das pessoas das regiões onde a empresa atua. A Medtronic Foundation passa a ser cada vez mais atuante no Brasil e tem como objetivo apoiar pacientes, familiares, profissionais da saúde e instituições que precisam de incentivos para continuar atendendo esse público. A Medtronic é líder mundial em tecnologia médica, e liderar é dar o exemplo e mostrar o caminho. O trabalho com as comunidades que atuamos é uma maneira de trazer para nossa realidade os valores da empresa. Seja por intermédio da empresa, da fundação ou do voluntariado de cada um, é tomando a iniciativa que podemos fazer a diferença na comunidade onde vivemos. Oscar Porto Diretor geral da Medtronic Brasil MATÉRIA DE CAPA Revolução no tratamento do mal de Parkinson Dr. Manoel Jacobsen Teixeira O implante de neuroestimuladores permite que os portadores da doença apresentem significativa redução dos sintomas ou voltem a ter uma vida normal. Além disso, preserva o sistema nervoso e dá ao paciente a chance de se beneficiar com tratamentos que ainda estão por vir, como a regeneração por células-tronco 4 • Destaque O mal de Parkinson é uma doença degenerativa que compromete estruturas do sistema nervoso envolvidas na organização do ato motor de um indivíduo. Não existem números epidemiológicos oficiais no Brasil, mas estima-se que afete uma em cada cem pessoas com mais de 50 anos em regiões como o Sul e o Sudeste do País. Ou seja, há uma crescente ocorrência da doença possivelmente em função do aumento da longevidade observado a partir da década de 1960. Os médicos acreditam que o mal de Parkinson esteja relacionado a fatores genéticos, embora haja uma identificação de tais anormalidades em apenas 10% dos casos. O neurocirurgião funcional Manoel Jacobsen Teixeira, professor titular da disciplina de Neurocirurgia do Departamento de Neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), garante que a medicina hoje dispõe de recursos capazes de melhorar significativamente a qualidade de vida do paciente com mal de Parkinson e até reverter os sintomas da doença. “Além de medicações e técnicas de reabilitação, dispomos de um método bastante eficaz no combate ao Parkinson, que é a cirurgia não-ablativa com uso de neuroestimuladores”, informa o também diretor da Divisão de Neurocirurgia e Neurocirurgia Funcional do Hospital das Clínicas da FMUSP. “É o método mais seguro e eficiente no tratamento da doença de Parkinson”. O uso da neuroestimulação em pacientes com Parkinson ocorre há mais de uma década. Os únicos equipamentos aprovados no mundo inteiro para implantes destinados a tratamentos de movimentos anormais são os da Medtronic. O mais utilizado é o Kinetra, um gerador de pulsos que permite a estimulação dos dois lados do cérebro com um único aparelho (leia mais no box da página 6). O Soletra (unilateral) é menos utilizado em pacientes com Parkinson porque a doença costuma ser bilateral. “A principal vantagem dos neuroestimuladores é que o tratamento reverte os sintomas do Parkinson sem efeitos colaterais, ou seja, controlam o processo degenerativo e preservam a integridade do sistema nervoso”, explica Dr. Jacobsen. “As cirurgias ablativas, que também são utilizadas no tratamento da doença, acabam interrompendo estruturas nervosas e comprometendo as funções do paciente”. Vantagens da neuroestimulação Existem dois métodos de operação para tratar o Parkinson: os ablativos, que interrompem uma estrutura nervosa no tálamo (talamotomia), no globo pálido (palidotomia) ou nas fibras que alcançam o tálamo (campotomia); e os métodos que estimulam eletricamente o tálamo, o globo pálido, o campo de Forel e o núcleo subtalâmico. “A neuroestimulação do núcleo subtalâmico é a mais aplicada, tendo em vista que melhora todos os sintomas da doença de Parkinson, inclusive algumas questões relacionadas à memória”, aponta o neurocirurgião Manoel Jacobsen. “A expectativa é que a estimulação do núcleo pedúnculo-pontino também possa ser utilizada no futuro para tratar alterações de marcha em pessoas com doença de Parkinson”. A neuroestimulação é mais vantajosa que os métodos ablativos porque reverte os sintomas da doença, oferece a possibilidade de tratar de forma bilateral o problema e não interrompe nenhuma estrutura nervosa, permitindo que no futuro o sistema nervoso esteja intacto para o uso de novas tecnologias, como o implante de células-tronco regenerativas. A propriedade de reversibilidade dos neuroestimuladores da Medtronic está comprovada. Os pacientes recuperam a qualidade de vida. “Alguns até voltam a ter uma vida normal, sem os sintomas do Parkinson. Os demais obtêm redução importante das dificuldades de marcha e equilíbrio, permitindo diminuição na dosagem dos medicamentos”, informa o neurocirurgião. “Conseguimos aliviar de modo significativo e global a sintomatologia em mais de 70% dos pacientes do Hospital das Clínicas que receberam neuroestimulação”. A maioria dos implantes é feita em pacientes em estado crítico e, por isso, o resultado mais freqüente é a melhora dos sintomas. Mas o que aconteceria se a neuroestimulação fosse utilizada de modo mais precoce? “Possivelmente evitaríamos o efeito agressivo da medicação e prolongaríamos a sobrevida útil do doente, uma vez que os neurotransmissores que causam a degeneração do sistema nervoso deixariam de atuar de modo tão liberal”, acredita Dr. Jacobsen. “Por isso, sou favorável ao uso mais precoce dos neuroestimuladores. Poderíamos ter um número crescente de parkinsonianos que voltariam a ter uma vida normal, já que a degeneração aparentemente não evolui tão rapidamente com o uso dos neuroestimuladores. Mas essa é uma impressão clínica que faço ao comparar a qualidade de vida de pacientes operados com não-operados. Os estudos sobre a utilização precoce estão em fase intermediária, ou seja, precisaremos de mais alguns anos até que isso seja comprovado cientificamente”. As características da doença Os sintomas clássicos da doença de Parkinson são tremores, movimentos lentos (acinesia) e rigidez muscular, por isso recebeu o nome de “paralisia agitante”. Os portadores do distúrbio apresentam também alterações importantes em algumas ações, tais como equilíbrio, fala, controle da diurese, transpiração, deglutição, produção de gordura da pele, sensibilidade (dor e olfato), psíquicas (depressão), tônus (distonia) e caminhar (marcha em passos pequenos e dificuldade para iniciar o movimento). “Na doença de Parkinson predomina a degeneração de uma região chamada ‘substância negra’, que é onde se produz grande parte da dopamina no sistema nervoso central”, explica professor Jacobsen. A dopamina é um neurotransmissor, precursor natural da adrenalina e da noradrenalina. O diagnóstico do mal de Parkinson é feito com exame físico. O clínico nota a presença de sinais característicos da doença de Parkinson, como tremor e movimentos lentos. Muitas vezes também observa alterações em alguns reflexos no organismo, Destaque • 5 MATÉRIA DE CAPA perda da espontaneidade da face (o chamado rosto hipomínico), traços de depressão, caligrafia menos legível ou com tamanho diminuído, fala monótona e menos articulada (voz hipofônica), eliminação abundante de saliva, entre outras anormalidades. “Exames bioquímicos, radiográficos, ressonância e mesmo os que utilizam radioisótopos não mostram anormalidades decorrentes do Parkinson”, revela Jacobsen. O tratamento deve-se iniciar com o uso de remédios. A medicina de reabilitação também DEPOIMENTO é uma importante aliada dos médicos. Fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia e psicologia oferecem aos pacientes com Parkinson um importante suporte. Com o tempo, porém, nem todos os doentes apresentam boa evolução. Alguns reagem de modo insatisfatório ao tratamento, outros apresentam diminuição da eficácia da terapia e há ainda aqueles que sofrem efeitos colaterais induzidos pelos medicamentos, como o surgimento de movimentos anormais. E são justamente esses pacientes que precisarão de tratamento cirúrgico. COMO FUNCIONA O KINETRA O neuroestimulador de dois canais Kinetra, da Medtronic, é similar a um marcapasso cardíaco. Implantado na região subcutânea do peito, o gerador libera pulsos elétricos para os dois lados do cérebro do paciente, através de eletrodos implantados cerca de 10 centímetros abaixo do osso do crânio. Os principais alvos das estimulações elétricas são o núcleo subtalâmico e o globo pálido do cérebro. A neuroestimulação controla principalmente a rigidez muscular, a lentidão nos movimentos e os tremores. O ajuste da estimulação é feito por telemetria de acordo com as necessidades do paciente. O implante do Kinetra pode durar de 4 a 8 horas. “Se a demanda não for grande, é possível que o aparelho dure até 10 anos. Em breve, devem chegar ao Brasil modelos com baterias recarregáveis”, antecipa o neurocirurgião funcional Manoel Jacobsen, diretor do HC. Brasília, 21 de abril de 2007. Do presidente da Associação Parkinson Brasília (APB) Aos amigos e a todos os portadores da doença de Parkinson (PDP) Uma operação de estimulação profunda bem-sucedida Estou com 60 anos, casado, tenho dois filhos, uma nora e um neto. Fui piloto da Força Aérea Brasileira (FAB) por 34 anos e comandei helicópteros em diversas missões. Escrevi um livro e já plantei muitas árvores. Recebi o diagnóstico da doença de Parkinson há 17 anos. Cheguei a ter mais de 20 sintomas motores e não-motores, fenômenos on/off e freezing, problemas com a fala e a deglutição, dores e dificuldade para levantar e iniciar a marcha. Em um dia, realizei ressonância magnética, em outro, fui sedado e, com um aro metálico preso à cabeça, realizei tomografia computadorizada. Com esses dois exames, a equipe de neurocirurgia realizou os cálculos necessários para colocar os eletrodos. Numa primeira etapa, em que permaneci sedado, realizaram-se a trepanação e, a seguir, a condução dos eletrodos até os alvos, por meio de varetas, as quais foram posteriormente retiradas. Numa segunda etapa, já anestesiado, a equipe colocou debaixo da pele de meu peito o neuroestimulador. Passei a noite no centro de terapia intensiva, em Goiânia, como procedimento de rotina, e recebi alta em menos de dois dias. A operação foi um sucesso absoluto. Recomendo-a àqueles que apresentarem pouca resposta à levodopa. Hoje estou sem tremor, sem rigidez e com o distúrbio da marcha sob controle. O neuroestimulador é uma excelente opção para prolongar a longevidade com qualidade de vida, ao lado de outros cuidados conhecidos dos portadores da doença de Parkinson. Carlos Anibal Pyles Patto Presidente da Associação Parkinson Brasília (APB) 6 • Destaque É HORA DE AGIR Xênia Quirino Programa social investirá em saúde, educação e comunidades carentes no Brasil Ao redor do mundo, a Medtronic beneficia comunidades carentes há quase 60 anos, por meio da Medtronic Foundation, em parceria com a United Way International (UWI). O programa filantrópico, que já atende a países da América do Norte, da Europa, do Oriente Médio, da África e da Ásia, agora chega ao Brasil. A responsável por esse trabalho é a assistente executiva Xênia Quirino, que o explica na entrevista a seguir: REVISTA DESTAQUE: O QUE FAZ A MEDTRONIC FOUNDATION? XÊNIA QUIRINO: Nossa missão é melhorar a saúde das pessoas e das comunidades alocando recursos onde puderem ser úteis. Temos um compromisso com nossa responsabilidade social, e por isso investimos em nossa atuação como empresa cidadã. que diz respeito às diretrizes, indicando e encaminhando os projetos que estão dentro do foco do programa. MUITAS EMPRESAS BENEFICIAM-SE COM ESSE PROGRAMA? Sim, somente entre maio de 2006 e abril deste ano a Medtronic Foundation alocou cerca de US$ 2,5 milhões em 58 instituições de 23 países. Apoiamos campanhas de conscientização de prevenção e tratamento de doenças crônicas para comunidades e profissionais de saúde nas áreas de cardiologia, cardiovascular, neurologia, diabetes, dor crônica e coluna, apoiando programas de educação de cuidadores (familiares de pacientes); capacitação de equipes multidisciplinares; treinamentos em desfibrilação e ressuscitação. O Brasil ainda não tem nenhuma associação contemplada pelo programa, mas estamos trabalhando para mudar isso. QUAL O INTUITO DA PARCERIA COM A UNITED WAY INTERNATIONAL? A Medtronic Foundation estabeleceu uma parceria de concessão de fundos com a UWI com o intuito de fazer doações a organizações estabelecidas fora dos Estados Unidos. Nós criamos um fundo do tipo donor advised gift na UWI. Todas as doações internacionais da Medtronic são realizadas por intermédio desse fundo. As propostas de solicitação de apoio da Medtronic Foundation seguem um processo composto por duas fases. Na primeira, as propostas são analisadas pelos colaboradores da Medtronic Foundation em seus escritórios internacionais, bem como pelos colaboradores nos Estados Unidos. Posteriormente, são recomendadas para fundos pela Medtronic Foundation e enviadas a UWI, que conduzirá a análise com autoridade para liberar a aprovação final. Uma vez confirmada a aprovação, a UWI se encarregará de supervisionar o andamento dos trâmites da doação e o órgão para o qual deverá ser encaminhada toda a documentação e relatórios envolvidos. QUAL É EXATAMENTE SEU TRABALHO NO BRASIL? Entrar em contato com associações de pacientes e entidades sem fins lucrativos e intermediar o contato dessas instituições com a Medtronic Foundation. A decisão sobre a doação dos recursos depende da matriz da fundação nos Estados Unidos e aprovação final da United Way International (UWI). O meu trabalho é orientar as organizações no COMO UMA INSTITUIÇÃO FAZ PARA OBTER DOAÇÕES? Caso haja interesse em solicitar à Medtronic doação de fundos, a instituição deverá preencher um formulário próprio da UWI, em inglês, enviando-o (preferencialmente por e-mail) aos cuidados do contato do escritório regional da Medtronic Foundation. Destaque • 7 MEDTRONIC EM DESTAQUE Trabalho reconhecido Medtronic recebe prêmio em homenagem aos profissionais da área de diabetes A Medtronic recebeu o Prêmio Lions de Empresa Cidadã, em reconhecimento a seu trabalho voltado para pessoas com diabetes, com ênfase na participação da II Campanha Gratuita de Detecção e Educação em Diabetes dos Lions Clubes e do I Congresso Lions para Diabéticos do Rio de Janeiro, referente ao Dia Mundial do Diabetes de 2006. O prêmio fez menção especial ao trabalho do representante Mário Alves, da Medtronic, e foi entregue em cerimônia no dia 14 de maio na Confederação Nacional do Comércio, na Capital do Rio de Janeiro. A Medtronic parabeniza todos os profissionais envolvidos nesse trabalho e comunica sua grata satisfação por esse reconhecimento. Governador do Rio de Janeiro visita Medtronic Sérgio Cabral esteve com o diretor da Medtronic para América Latina, Joaquin Azpilicueta, em Miami, para entrega simbólica de um dos equipamentos para controle de diabetes que serão doados aos cariocas O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, durante sua visita aos Estados Unidos em abril deste ano para atrair investimentos, fortalecer parcerias em andamento e trazer novos negócios e oportunidades de investimento para o Estado, esteve na Medtronic, em Miami. O diretor da Medtronic para América Latina, Joaquin Azpilicueta, fez a entrega simbólica de um dos equipamentos de controle do diabetes que serão doados para a Secretaria de Saúde e Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro. “É muito importante contar com uma empresa que tem produtos com inovação tecnológica, que pode melhorar significativamente a qualidade de vida de pessoas com doenças crônicas, como o diabetes”, afirmou o secretário de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro, Sérgio Côrtes, que também participou do encontro. Durante a visita aos Estados Unidos, o governador manteve contato com outras empresas que possuem negócios no País, como Exxon, FedEx, SAIC, Transamerica Insurance, Oracle, Prudential, Standard & Poor’s e Taylor-DeJongh. EVENTOS MÉDICOS JULHO 4a6 • XIII Solaci (Sociedade Latinoamericana de Cardiologia Intervencionista) Local: Hotel Hilton Buenos Aires, Argentina 27 a 29 • Associação Nacional de Assistência ao Diabético (Anad) Local: São Paulo (SP) 8 • Destaque SETEMBRO 31 AGO a 1 SET • XIII Encontro Gaúcho de Diabetes/ V Simpósio de Obesidade Mercosul Local: Bento Gonçalves (RS) 1a5 • Congresso ESC Gerenciamento do distúrbio do ritmo cardíaco (CRDM) Local: Viena, Áustria 2a6 • 37o Congresso Brasileiro de Angiologia e Cirurgia Vascular Local: Goiânia (GO) 7 a 11 • 62o Congresso da Sociedade Brasileira de Cardiologia 2– Gerenciamento do distúrbio do ritmo cardíaco (CRDM) Local: Transamérica Expo Center São Paulo (SP) TECNOLOGIA MÉDICA IMAGENS CIRÚRGICAS intra-operatórias Medtronic lança no Brasil o O-arm, plataforma que permite ao cirurgião fazer a integração das imagens de raio X intra-operatórias com o procedimento de navegação cirúrgica A Medtronic disponibilizará no mercado brasileiro, a partir do segundo semestre de 2007, um equipamento revolucionário, o O-arm, que consolidará a Medtronic Navigation como líder mundial em tecnologia para cirurgias assistidas por computador, contando com mais de 2 mil sistemas instalados no mundo, servindo várias especialidades médicas, as quais incluem-se neurocirurgia, coluna, ortopedia e otorrino. Desde 2005, a Medtronic possui exclusividade na tecnologia intra-operatória que permite a realização de imagens bidimensionais (fluoroscopia), bidimensionais em vários planos e tridimensionais, tal qual um sistema de tomografia computadorizada. O O-arm é atualmente o mais avançado e mais completo sistema de imagens existente no mercado mundial e a única plataforma capaz de realizar toda essa gama de imagens em tempo real durante o procedimento cirúrgico. Essa tecnologia foi concebida originalmente para a utilização em procedimentos de neurocirurgia e de ortopedia, mas seu uso provou ser extremamente eficiente nas cirurgias assistidas por computador. O O-arm permite que o cirurgião faça a integração das imagens de raio X intra-operatórias com o procedimento de navegação cirúrgica. A cirurgia navegada por computador (CAS) é um dos grandes focos de investimento da Medtronic, pois possibilita maior precisão cirúrgica nos procedimentos minimamente invasivos. Essa integração representa uma oportunidade significativa de introduzir O-arm é a primeira inovação baseada em imagens cirúrgicas intra-operatórias uma inovação tecnológica que não somente possibilita a realização de novos procedimentos, mas também aumenta a eficiência da utilização do bloco cirúrgico e melhora o resultado final dos pacientes. O O-arm é a primeira inovação baseada em imagens cirúrgicas intra-operatórias desde a introdução do arco em C. Além das vantagens citadas acima, o O-arm possui outras vantagens sobre o arco em C, tais como maior qualidade e rapidez na aquisição das imagens e emissão consideravelmente menor de radiação, além da possibilidade de posicionar a fonte de raio X na posição oposta ao cirurgião, reduzindo também a exposição do operador. Destaque • 9 TECNOLOGIA MÉDICA Novo tratamento para bexiga hiperativa Dr. Carlos Arturo Levi D’Ancona, professor titular e chefe da disciplina de Urologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Terapia InterStim, da Medtronic, é o método mais avançado para diminuir ou reverter os desconfortáveis sintomas dessa alteração funcional. Um pequeno implante cirúrgico envia pulsos elétricos para o nervo sacral e neutraliza as contrações involuntárias da bexiga 10 • Destaque A síndrome da bexiga hiperativa é uma das alterações funcionais que mais compromete a qualidade de vida das pessoas, pois interfere na saúde, na higiene e na convivência social. O indivíduo passa a urinar mais vezes do que estava acostumado (freqüência), tem pressa de ir ao banheiro (urgência) e, em alguns casos, perde urina na roupa antes de chegar ao sanitário (urgeincontinência). Isso acontece porque a bexiga torna-se ativa demais e acaba contraindo-se antes de estar cheia. Estima-se que esse distúrbio atinja pelo menos 15% da população adulta brasileira, embora seja mais prevalente em homens e mulheres com mais de 55 anos de idade. Até pouco tempo, o tratamento da bexiga hiperativa consistia em mudanças de hábitos, medicamentos, fisioterapia e, nos casos mais graves, cirurgia. Mais recentemente surgiu um novo método em que o paciente recebe injeções de drogas como a toxina botulínica diretamente na bexiga através de uma sonda. Porém, a principal novidade no tratamento da bexiga hiperativa é a terapia InterStim, da Medtronic. “Trata-se de um avanço médico importante, com sucesso em mais de 70% dos casos. Fazemos o implante cirúrgico de um gerador que envia pulsos elétricos através de eletrodos para o nervo sacral, que controla a bexiga”, explica o urologista Carlos Arturo Levi D’Ancona, professor titular e chefe da disciplina de Urologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O InterStim estimula eletricamente as raízes nervosas que inervam a bexiga. Conforme a freqüência dos pulsos, a terapia pode inibir as contrações da bexiga, melhorando os casos de incontinência de urgência. O implante ocorre em duas etapas. Na primeira, um eletrodo é colocado por punção com agulha na região do osso sacro, que fica no final da coluna vertebral. Esse cabo-eletrodo é ligado inicialmente a um estimulador portátil externo, preso à cintura do paciente. Se os sintomas melhorarem ou desaparecem, um estimulador definitivo é implantado internamente acima da região glútea ou no abdômen. Os ajustes da intensidade da estimulação podem ser feitos no consultório médico com um programador de mão que transmite as informações para o estimulador via telemetria, e o paciente pode ligar e desligar o gerador de pulso com esse mesmo controle remoto. Segundo Dr. D’Ancona, cerca de 50% dos pacientes com bexiga hiperativa abandonam o tratamento medicamentoso, muitas vezes por causa de efeitos colaterais. “O InterStim é uma terapia intermediária entre os remédios e a cirurgia”, diz o urologista da Unicamp. “As principais vantagens do tratamento com estimulação nervosa são a segurança e a perspectiva de bons resultados”. Na cirurgia convencional, a bexiga do paciente é ampliada com a colocação de tecido de outra região do corpo. “É uma intervenção de grande porte que pode acabar com as contrações espontâneas da bexiga, obrigando a pessoa a retirar a urina por sonda, além de aumentar o risco de infecção urinária, formação de cálculos e tumores”, explica Dr. D’Ancona. O diagnóstico da bexiga hiperativa é clínico. Na verdade, como não se trata de uma doença, o que o médico faz é identificar os sintomas a partir do relato do paciente. Mas para receber o implante do sistema InterStim, é necessário se submeter a uma avaliação urodinâmica, isto é, um estudo funcional do trato urinário inferior que inclui a medição das pressões vesical, uretral e abdominal. “Diante da constatação de que o paciente apresenta hiperatividade do detrusor (o músculo da bexiga), o médico pode submetê-lo à terapia InterStim”, esclarece o urologista. Na prática, há uma diferença entre a bexiga hiperativa e a hiperatividade do detrusor: a primeira é identificada a partir de relatos do paciente, e a segunda, por meio de exame urológico. A principal novidade no tratamento da bexiga hiperativa é a terapia InterStim, da Medtronic DIÁRIO MICCIONAL O diagnóstico da bexiga hiperativa é clínico e o diário miccional de 24 horas feito pelo paciente ajuda a quantificar as queixas do paciente. Isso porque a avaliação do médico está relacionada ao grau de incômodo causado pelo distúrbio. “Quando o desejo de urinar começa a interferir na vida da pessoa, seja em reuniões de trabalho, sessões de cinema, em viagens de carro, é provável que ela tenha bexiga hiperativa”, explica o urologista. Nesse diário a pessoa deve anotar a quantidade de vezes que precisou ir ao banheiro e o volume de urina que elimina em cada episódio. Deve ainda registrar a quantidade e o que bebeu durante o período. As respostas para as perguntas a seguir também podem ajudar o médico a diagnosticar com segurança a bexiga hiperativa: 1. Urino freqüentemente durante o dia? 2. Tenho vontade urgente e desconfortável de urinar? 3. Tenho vontade repentina e urgente de urinar sem aviso prévio? 4. Perco acidentalmente pequenas quantidades de urina na roupa? 5. Acordo durante a noite para urinar? 6. Urino na cama durante a noite? 7. Tenho uma vontade incontrolável e urgente de urinar? 8. Perco urina e tenho forte vontade de urinar? Destaque • 11 NOVIDADES MEDTRONIC Endeavor comprova eficiência Medtronic atualiza os dados clínicos de longo prazo sobre tecnologia, apresentando segurança sustentável e significativa redução do índice de reoperações O estudo Endeavor II demonstrou também que o stent de cromo-cobalto Driver da Medtronic oferece resultados clínicos de longo prazo consistentes e duráveis 12 • Destaque A Medtronic apresenta novas informações de longo prazo do programa clínico Endeavor, reforçando o perfil já existente de segurança e eficácia do sistema de stent coronário farmacológico Endeavor. O anúncio aconteceu em maio, em Barcelona, Espanha. Resultados de quatro anos do estudo first-in-man (primeiro em homens) Endeavor I com cem pacientes e os resultados de três anos do estudo Endeavor II com quase 1.200 pacientes demonstram que o Endeavor está associado a uma segurança sustentável, a uma significante redução na incidência de reoperações, e à ausência de trombose por stent em ambos os estudos, tendo sido utilizadas definições pré-estipuladas por protocolo. O estudo Endeavor II demonstrou também que o stent de cromo-cobalto Driver da Medtronic oferece resultados clínicos de longo prazo consistentes e duráveis. EXCELENTES RESULTADOS DE LONGO PRAZO As informações foram apresentadas por Andreas Zeiher, M.D., da J.W. Goethe-University de Frankfurt, Alemanha, durante a sessão de estudos clínicos mais recente da EuroPCR. O stent Endeavor é aprovado em mais de cem países ao redor do mundo e encontra-se atualmente sob análise pela U.S. Food and Drug Administration (FDA), cuja aprovação está prevista para o segundo semestre de 2007. As estatísticas do Endeavor I continuam a apresentar excelentes resultados de longo prazo, com apenas um evento clínico ocorrido entre os anos três e quatro, um óbito não-cardíaco causado por câncer. O índice de revascularização da lesão-alvo (TLR) aos quatro anos foi de 3,1% e o de revascularização do vaso-alvo (TVR), de 5,2%. A taxa de eventos cardíacos adversos maiores (MACE), um dos desfechos primários do estudo, foi de 7,2% sem eventos de trombose tardia nesta coorte de pacientes. O índice de TLR ao longo dos três anos de acompanhamento do estudo Endeavor II foi de 7,3%, comparado aos 14,7% do braço-controle de metal não-revestido Driver (p = 0,001), representando uma redução de 50% da necessidade de reoperações. A falência do vaso-alvo, o desfecho primário do estudo, foi de 12,8% para o Endeavor e 21,4% para o Driver, uma redução de 40% (p ≤ 0,001). O Endeavor apresentou uma taxa de MACE de 12,0% aos três anos, comparada aos 20,7% do Driver (p ≤ 0,001), enquanto que a taxa de infarto do miocárdio (IM)/óbito cardíaco do Endeavor foi de 4,5% e do Driver, 6,7% (p = 0,125). Comparado ao Driver, o Endeavor apresentou menor incidência de óbitos totais, óbitos cardíacos e de IMs aos três anos. OPINIÃO DOS ESPECIALISTAS “Estes estudos clínicos são bem concebidos e bem gerenciados. Os resultados são excelentes e os investigadores clínicos atingiram um nível admirável de acompanhamento do paciente”, Jean Fajadet, M.D., da Clinique Pasteur Unité de Cardiologie Interventionelle em Toulouse, França, e um dos principais investigadores do estudo Endeavor II. Prosseguiu: “O número de reoperações é baixo, existem poucos eventos cardíacos adversos e a ausência de trombose tardia por stent é verdadeiramente extraordinária”. SOCIEDADE DE PESQUISA ACADÊMICA (ARC) Utilizando-se dados pré-especificados definidos por protocolo adjudicados pelo Instituto de Pesquisa Clínica de Harvard, constatou-se não ter havido instâncias de trombose tardia ou muito tardia por stent entre os mais de 1.300 pacientes que receberam o stent Endeavor. Durante sessão mais recente, o Dr. Zeiher também apresentou dados do Endeavor com uso das definições mais amplas da Sociedade de Pesquisa Acadêmica (ARC) sobre trombose por stent. Dentro das definições de trombose por stent positiva e provável, o índice cumulativo do Endeavor nos estudos Endeavor I-III é de 0,5% aos três anos enquanto o stent de metal nãorevestido Driver apresenta um índice de 1,5%. Além disso, uma análise composta com infarto do miocárdio e mortalidade cardíaca apresentou uma não-suscetibilidade ao óbito e ao IM de 96,0% no caso do Endeavor e de 93,4% para o stent de metal não-revestido Driver. “A maior parte dos dados agora disponíveis sobre o Endeavor é significativa, e os resultados são impressionantes”, disse Scott Ward, vice-presidente sênior da divisão cardiovascular da Medtronic. “Fizemos diversas apresentações de porte sobre os dados do Endeavor durante o ano passado, com resultados previsíveis e consistentes. Seja com a utilização das definições pré-especificadas por protocolo ou as novas definições da ARC, esses dados demonstram que o Endeavor é altamente efetivo na prevenção de reoperações sem aumento de risco em segurança, e com uma incidência favoravelmente baixa de óbito e infarto do miocárdio”. Estes estudos clínicos são bem concebidos e bem gerenciados. Os resultados são excelentes e os investigadores clínicos atingiram um nível admirável de acompanhamento do paciente Jean Fajadet, M.D., da Clinique Pasteur Unité de Cardiologie Interventionelle em Toulouse, França, e um dos principais investigadores do estudo Endeavor II Destaque • 13 ESTUDO CLÍNICO Terapia de ressincronização cardíaca em pacientes portadores de cardiodesfibrilador Estudos recentes sugerem que a terapia de ressincronização cardíaca (TRC) é uma opção bastante eficaz no tratamento de pacientes com grau avançado de insuficiência cardíaca. Esses ensaios clínicos demonstraram que a terapia de TRC melhora o desempenho cardíaco, diminui o risco de internações e a incidência de mortalidade. Nesse contexto, a Medtronic, por meio do Departamento de Estudos Clínicos da América Latina, propôs o estudo “ICD Registry” que incluiu 500 pacientes em sua primeira fase (de 2004 a 2007), em centros de pesquisa na América Latina. Os resultados preliminares foram divulgados no XXI Congresso Interamericano de Cardiologia no Peru, em abril de 2007. O cardiologista brasileiro Dr. Mitermayer Reis Brito, especialista em estimulação cardíaca artificial e eletrofisiologia, representando os pesquisadores do estudo, apresentou o trabalho na sessão de Tema Livre Oral do Congresso. A seguir, o médico dos hospitais Madre Teresa, Socor e Prontocor, todos de Belo Horizonte (MG), dá detalhes sobre esse trabalho. 14 • Destaque REVISTA DESTAQUE: No que consistiu o trabalho apresentado no XXI Congresso Interamericano de Cardiologia? Dr. Mitermayer Reis Brito: Foi apresentada uma análise preliminar realizada a partir dos dados dos 318 pacientes que receberam cardiodesfibriladores implantáveis (CDIs) entre dezembro de 2004 e dezembro de 2006, nos 75 centros médicos de 12 países da América Latina. Observamos o quadro clínico desses pacientes e procuramos identificar em quais casos era necessário o uso de terapias de ressincronização cardíaca. Isso nos possibilitou conhecer a taxa efetiva de implante de CDI combinados com a terapia de ressincronização cardíaca (CRT-D). Quais foram os resultados dessa análise? Observamos que 34 pacientes, ou seja, 11%, cumpriram todos os critérios para implante do dispositivo de CRT-D, mas que, destes, apenas 13 (38%) receberam efetivamente CRT-D. Isto é, mais de 60% dos pa- cientes que deveriam dispor desse tratamento não o receberam. O dispositivo CRT-D permite que a arritmia cardíaca maligna seja tratada e também promove melhor desempenho do coração dilatado do paciente. Já é possível saber a conclusão desse trabalho? Os resultados são preliminares, mas demonstram que os médicos devem utilizar mais adequadamente os critérios de diagnóstico para que um maior número de pessoas se beneficie das terapias de ressincronização cardíaca. O custo-benefício é bastante favorável aos pacientes. E quais seriam esses benefícios? Segundo a literatura médica mundial, mais de 70% dos pacientes que preenchem os critérios para utilizar terapia de ressincronização cardíaca e recebem o dispositivo CRT-D apresentam melhor qualidade de vida, aumentam a capacidade funcional do coração, cansam-se menos diante dos esforços, ampliam a sincronia de contração entre os ventrículos, são internados com menor freqüência e têm menos chance de sofrer morte súbita. ENTRETENIMENTO INVERNO É IDEAL PARA CONSUMIR Na terra do Tio Sam, os americanos estão se iniciando na arte de produzir e consumir queijos ao modo da tradição européia. Aqui no Brasil, na terra dos populares queijos “de Minas”, “de coalho” e do requeijão, uma parcela de brasileiros já aderiu à moda dos queijos de fama internacional. Para se ter uma idéia, redes de supermercados populares promovem por aqui festivais de queijos com descontos especiais durante este inverno. Além de ser um alimento muito conceituado, o queijo é também uma arte milenar. Cada cultura desenvolveu técnicas próprias de fabricação, o que, por consequência gerou diversos tipos de queijos. São centenas produzidos ao redor do mundo hoje. Diferentes estilos e sabores são resultado da utilização do leite de diversas espécies de mamíferos (como ovelha, vaca, cabra, búfala), com diferentes conteúdos de gordura. O queijo é um alimento rico em proteínas e vitaminas, muito concentradas, quando comparado com a carne de qualquer espécie animal de consumo humano. Deguste esses queijos! Camembert É macio e cremoso, produzido com leite de vaca. É originário da vila de Camembert, na França. Dica de degustação: retirar da geladeira com antecedência de uma hora. Na temperatura ambiente, fatie sempre do centro para a extremidade. Sirva com vinho tinto leve. Brie De sabor delicado, é produzido com leite de vaca. Seu nome vem da província Brie, na França, da qual é originário. Dica de degustação: retirar da refrigeração 30 minutos antes de ser servido. Pode ser acompanhado de um bom vinho tinto. Gouda Queijo holandês, também feito de leite de vaca, de massa semico- zida e consistência semidura, cremosa e gorda. Tem sabor suave. Combina com azeitonas e carnes vermelhas e um bom vinho tinto. Emmental Originário da Suíça, apresenta cor amarelada, consistência média e característicos buracos internos. É geralmente conhecido apenas como “queijo suíço”. Dica de degustação: sirva com um bom vinho tinto frutado. Gruyère O nome vem da cidade de Gruyères na Suíça. É duro, levemente salgado e picante. Quando totalmente maturado (três a doze meses) tende a ter pequenos buracos. Dica de degustação: pode ser servido tanto com vinhos brancos ou tintos. Destaque • 15 DIABETES Dr. Levimar Araújo Eficácia do sistema de monitorização contínua de glicose (CGMS) na detecção de hiperglicemia pós-prandial e hipoglicemia silenciosa em pacientes com diabetes melito tipo 1 (DM1) Dr. Levimar Araújo - Endocrinologista, Belo Horizonte, MG e Dr. Frederico Maia - Endocrinologista, Belo Horizonte, MG A monitorização do DM1 pela glicemia capilar (GC) fornece apenas dados intermitentes do controle metabólico, impedindo uma visão completa do perDr. Frederico Maia fil glicêmico do paciente. Com o sistema de monitorização contínua da glicose (CGMS) tem sido possível avaliar com exatidão as variações glicêmicas ao longo do dia, com intervenção terapêutica mais eficaz e redução da glicohemoglobina (A1c). Estima-se que as mensurações constantes da glicose durante esse procedimento, em relação às medidas episódicas de glicemia capilar, proporcionam otimização do controle glicêmico em pacientes com DM1 e diabetes melito tipo 2 (DM2). Diversos estudos internacionais têm demonstrado a eficácia desse método de monitoramento da glicose, com repercussões importantes sobre o perfil metabólico dos pacientes. Dada a escassez de dados de base populacional em nosso país, procuramos avaliar a eficácia desse método de monitorização na detecção de hipoglicemia silenciosa e hiperglicemia pós-prandial (HPP) em pacientes com DM1, atendidos em um centro de diabetes, em Belo Horizonte/MG, dados disponíveis na íntegra em Diabetes Res Clin Pract 2007; 75(1):30-4. 16 • Destaque OBJETIVOS RESULTADOS Primários • Número de leituras pelo CGMS significativo em 92% (837,3 ± 235,6; VR > 680); • Avaliar a eficácia do CGMS na detecção de HPP em pacientes com DM1; • Avaliar a eficácia do CGMS na identificação de hipoglicemia assintomática (silenciosa) em pacientes com DM1; • Observar a sensibilidade do sensor CGMS para estados de hipo, normo e hiperglicemia em portadores de DM1. Secundários • Avaliar a acurácia do CGMS em relação à GC em portadores de DM1; • Duração média do exame de 69,1 ± 10,5 horas; • Alta correlação entre GC e sensor CGMS: 191,8 ± 46,2 versus 190,9 ± 42,1 mg/dL (p = 0.001); • Maior identificação de excursões glicêmicas pelo CGMS versus GC (p = 0.001); • Avaliar possíveis complicações técnicas/ clínicas do método. • Detecção de hiperglicemia duas horas pós-prandial (HPP) em 76,9% dos pacientes com DM1; PACIENTES E MÉTODOS • Valor médio da glicose duas horas pós-prandial: 172,2 ± 50,8 mg/dL; (VR < 140mg/dL); • Quarenta e seis pacientes com DM1, sendo 43,4% do sexo masculino e 56,6% do sexo feminino; • Idade de 1 a 20 anos, com média de 25,9 ± 12,8 anos; • Usuários de múltiplas doses de insulina (MDI) em 75% e 25% em uso de bomba de infusão; • Controle glicêmico inadequado (A1c > 7%; variação de 7% a 10,5%) antes do CGMS; • Uso do CGMS por 72 horas, aplicação de quatro glicemias capilares ao dia no mínimo; • Preenchimento do diário do paciente e orientações alimentares e de tratamento; • Hipoglicemia silenciosa detectada em 58,2% dos pacientes (Figura 1); • Os pacientes permaneceram 46,2% ± 20,9% do tempo de CGMS em hiperglicemia; • O sensor CGMS apresentou menor sensibilidade para estado de hipoglicemia versus normo e hiperglicemia (Tabela 1); • Não houve complicações importantes em nenhum caso; complicações leves ocorreram em 6% dos casos; • Foram avaliadas a presença de hipoglicemia silenciosa, HPP, A1c e complicações; • O sinal de desconexão foi a complicação mais comum (10,1%); • Foram avaliadas excursões glicêmicas e sensibilidade do sensor para hipo e hiperglicemia. • O ajuste terapêutico foi realizado em 100% dos casos. 400 mg/dL 300 200 180 100 70 0 0 6 9 12 15 18 21 Figura 1. Hipoglicemia silenciosa em paciente com DM1 Tabela 1. Sensibilidade e especificidade da monitorização contínua de glicose (CGMS) na detecção de hipo, hiper e normoglicemia em pacientes com DM1 Glicemia Sensibilidade (%) Especificidade (%) Valor de p Hipoglicemia 79,1 97,5 0,16 Normoglicemia 94,5 93,2 0,05 Hiperglicemia 96,8 95,4 0,002 COMENTÁRIOS FINAIS Os achados de nosso grupo, publicados na Revista Diabetes Research and Clinical Practice, jan. 2007 (index Medicus/Medline), comprovam para nossa população uma tendência de alguns estudos internacionais. Verificamos maior capacidade do método na detecção de hipoglicemia silenciosa e hiperglicemia pós-prandial, além de excursões glicêmicas, com baixo índice de complicações e alta taxa de ajuste terapêutico (100%), sendo mais uma importante ferramenta para monitoramento e controle metabólico de pacientes com DM1. Tais achados são bem semelhantes aos demonstrados por Sachedina & Pickup e Steil GM et al. Em outras duas análises de nosso grupo, verificamos também impacto na redução da A1c em um período de três meses, inclusive em crianças e adolescentes (p = 0.034). Nessa população, o método também se mostra eficaz na detecção de hipoglicemia silenciosa, excursões glicêmicas e HPP, com baixa taxa de complicações, achados semelhantes aos da população adulta (tanto DM1 quanto DM2). Quanto à eficácia do sensor CGMS na identificação de excursões glicêmicas, observamos alta eficácia do CGMS em relação à GC episódica na casuística apresentada (p < 0,01), o que vem sendo amplamente comprovado pela literatura. Guerci et al. evidenciaram uma sensibilidade de 33% do sensor para detecção de hipoglicemia. Dados recentes comprovam menor eficácia do CGMS para detectar níveis glicêmicos reduzidos, sendo a principal indicação do CGMS a melhora do controle metabólico (redução de A1c) nesses pacientes. Chico et al. observaram hipoglicemia assintomática em 62,5% dos pacientes com DM1 (n = 40) e 46,6% (n = 30) dos pacientes com DM2, sendo que 73,7% dos eventos ocorreram no período noturno, dados semelhantes aos observados nesse estudo. Kovatchev et al. observaram baixa sensibilidade do sensor para hipoglicemia (76%) versus hiperglicemia (99%). Em estudo recente do JCEM 2005, verificou-se que apenas 10% dos pacientes diabéticos conseguiram manter a GC oito vezes ao dia versus uso do CGMS. Em resumo, o CGMS mostrou-se um método seguro e com alta acurácia nos valores glicêmicos detectados. Verificou-se maior eficiência na detecção de excursões glicêmicas em relação à GC, na detecção de hipoglicemia noturna assintomática e da hiperglicemia pós-prandial, com baixo índice de complicações e nenhum caso de abandono dentre os 46 portadores de DM1. As referências bibliográficas podem ser obtidas com os autores: [email protected] • [email protected] Destaque • 17 SAIBA MAIS Atualização tecnológica Um grupo de dez cardiologistas brasileiros participou de 12 horas de treinamento sobre estimulação cardíaca na sede da Medtronic, em Minneapolis, nos Estados Unidos. O encontro ocorreu entre os dias 8 e 9 de maio último e contou com a presença dos supervisores de vendas da Medtronic do Brasil. De acordo com Walter Furia, gerente de vendas do CRDM (Gerenciamento do Distúrbio do Ritmo Cardíaco), além Médicos e funcionários da Medtronic do Brasil participam de treinamento sobre estimulação cardíaca em Minneapolis, nos Estados Unidos 18 • Destaque da atualização tecnológica, o evento teve como objetivo apresentar a estrutura da empresa para os visitantes e promover o trabalho dos médicos brasileiros e da equipe de vendas da Medtronic para os norteamericanos. “Hoje nossos produtos implantáveis e serviços prestados na área de estimulação cardíaca estão igualados com os de qualquer lugar do mundo”, garante Furia. O principal destaque do treinamento foi o sistema de telemetria sem fio (wireless) dos novos aparelhos Concerto e Virtuoso, da Medtronic. O Virtuoso é um cardiodesfibrilador implantável (CDI) para pessoas com taquiarritmias, como taquicardia e fibrilação ventricular. Já o Concerto incorpora, além do CDI, um marcapasso multissítio para pacientes com insuficiência cardíaca. “São os únicos do mercado com a tecnologia wireless, reduzindo o risco de contaminação durante o implante e facilitando as avaliações futuras no consultório, em virtude da velocidade e praticidade”, ressalta Walter Furia. As novas terapias OptiVol, PainFree e MVP, que são utilizadas nos aparelhos de gerenciamento de doenças cardíacas, também chamaram bastante atenção durante o encontro. OptiVol faz o monitoramento da impedância intratorácica, permitindo um diagnóstico precoce de congestões pulmonares e evitando possíveis internações. Já o PainFree monitora a ação do desfibrilador com o objetivo de evitar choques desnecessários e, assim, melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Por fim, a nova terapia MVP reduz ao máximo a estimulação no ventrículo direito em pacientes com condução intrínseca, minimizando o risco de fibrilação atrial, mortalidade e internação por insuficiência cardíaca. Os médicos tiveram ainda a oportunidade de conversar com executivos da Medtronic. Sara Rottunda, diretora de Soluções de Sistema de Qualidade, falou sobre o compromisso da empresa não só com o controle de qualidade na produção, mas também com a eficácia de cada aparelho vendido no mundo. Eddy Warmam, diretor de Pesquisa, conversou sobre fibrilação atrial. Após a visita à sede da Medtronic, os médicos seguiram para The 27th Annual Scientific Sessions of the Heart Rhythm Society, que ocorreu em Denver, Colorado. Os presentes no evento Médicos Dr. Eduardo Bartholomay, Dr. Eduardo Costa, Dr. Júlio César Oliveira, Dra. Kátia Nascimento Couceiro, Dr. Luiz Antonio B. Sá, Dr. Marcos Guimarães, Dr. Ricardo Teixeira, Dr. Rogério Gaspar, Dra. Érika Olivier V. Bragança e Dr. Luis Eduardo Camanho. Medtronic Eder Mota, Luiz Villela, Lúcio Ávila, Ione Albrecht, Walter Furia e Rose Ometo. CASO CLÍNICO MARCAPASSO não tem idade A dona de casa Virgínia Felipe Ferreira da Silva é um exemplo de vida. Aos 104 anos de idade, esta goiana, filha de agricultor, ouve bem, enxerga melhor ainda, anda sem ajuda de bengalas ou andadores, passeia sozinha, tem discernimento para escolher o que vestir, come o que tem vontade e vai aonde decidir. Aprendeu a ler sozinha quando tinha 90 anos e viu o mar pela primeira vez ao completar sua centésima primavera. Problemas de saúde? Somente um bloqueio atrioventricular total intermitente. Um problema grave que poderia ser fatal. Surgiu subitamente, em abril de 2004. Dona Virgínia teve um desmaio e foi parar no Hospital de Base de Brasília. Na ocasião, não detectaram o bloqueio, justamente por ser uma alteração intermitente. Mas o quadro se agravou e os episódios de tontura e mal-estar Dona Virgínia, de 104 anos, usa um modelo fisiológico dupla-câmara desde 2004, que garante qualidade de vida a esta senhora que esbanja saúde e energia passaram a se suceder. De volta ao hospital, os médicos diagnosticaram o bloqueio e, finalmente, decidiram pelo implante de um marcapasso, o Sigma, da Medtronic, realizado por Dr. José Joaquim. “Trata-se de um modelo duplacâmara que mantém a sincronia do ritmo atrioventricular. É um marcapasso fisiológico, pois adapta a freqüência cardíaca à atividade que seu usuário está praticando”, explica a cardiologista Lucia Cristina Dumaresq Sobral, responsável pelo acompanhamento da dona de casa. “A história de Dona Virgínia é importante para mostrar que a idade não deve ser um impedimento para usarmos o que a medicina tem de mais sofisticado no tratamento de um paciente. Não basta às pessoas sobreviver, e sim viver bem, com qualidade”. Dona Virgínia está com o marcapasso há dois anos e as únicas restrições que têm são próprias da idade. Continua lúcida: conversa com todo mundo e dirige magistralmente sua casa. Tem filhos, netos, bisnetos e trinetos. Visita Dra. Lucia de seis em seis meses. “Se ela estiver como está hoje daqui cinco anos, em 2012, poderá trocar o marcapasso por um novo, ainda mais sofisticado. A cirurgia é de pequeno porte e a terapia bastante segura”, opina a médica. Moradora de Taguatinga (DF), Dona Virgínia tem uma vida simples. Nunca faltou nada, é verdade. Mas sua trajetória é de uma mulher humilde. O que não significa triste. Ela esbanja alegria e bom humor. Talvez seja esse o segredo de tanta longevidade. E, se depender do coração centenário dela, tudo indica que ainda vai longe. Destaque • 19 CIRURGIA CARDÍACA NOVOS DISPOSITIVOS PARA anastomoses arteriais Desde o advento da cirurgia de revascularização do miocárdio há mais de 50 anos, os cirurgiões cardíacos têm empregado, à custa de muito esforço, suturas delicadas nas anastomoses entre o enxerto e a artéria coronária, um dos aspectos mais desafiadores da cirurgia. A qualidade dessa conexão é o ponto-chave para o sucesso desse tipo de cirurgia no longo prazo. Empenhada mais uma vez em ajudar os cirurgiões a reduzir riscos para seus pacientes submetidos à revascularização e a outros procedimentos cirúrgicos, a Medtronic lançou uma série de novas tecnologias projetadas especialmente para realizar anastomoses dos vasos sanguíneos com segurança. A tecnologia U-Clip é um dispositivo alternativo à sutura convencional e aos grampos cirúrgicos que permite realizar anastomoses de alta qualidade. A nova tecnologia é composta por um grampo self-closing unido por uma haste flexível a uma agulha cirúrgica convencional. É fácil de usar e requer apenas a técnica cirúrgica padrão. O grampo self-closing dispensa o nó para amarrar a sutura e o manuseio. O dispositivo está sendo utilizado, a princípio, para a cirurgia de revascularização do miocárdio e, futuramente, será destinado a outras aplicações nas áreas cardíaca, vascular periférica, de transplantes, de cirurgia geral e plástica. PREVENÇÃO DE EMBOLIAS CEREBRAIS Diversos estudos recentes demonstram que as complicações embólicas têm sido uma realidade na cirurgia cardíaca. Por isso, juntamente com a tecnologia U-Clip, a Medtronic também lança o Spyder que, com uma simples rotação, cria uma anastomose proximal sem clampeamento aórtico com a liberação simultânea de seis U-Clips em menos de um segundo. O resultado é a criação de uma anastomose complacente e flexível, reduzindo a quantidade de material estranho. Mesmo com ou sem o auxílio de circulação extracorpórea, o aparelho Spyder permite a opção de rapidez durante a anastomose proximal. 1 2 3 4 5 6
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