Volume 1 - Prefeitura Municipal de Irati
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Volume 1 - Prefeitura Municipal de Irati
PREFEITURA MUNICIPAL DE IRATI PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE IRATI VOLUME I (Plano de Trabalho e Análise Temática Integrada) IRATI, 25 DE JUNHO DE 2010 GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ ORLANDO PESSUTI Governador SECRETARIA DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO URBANO WILSON BLEY LIPSKI Secretário MÁRIO JOÃO FIGUEIREDO Diretor Geral SERVIÇO SOCIAL AUTÔNOMO PARANACIDADE WILSON BLEY LIPSKI Superintendente LUIZ EDUARDO MARQUES HALILA Diretor de Administração e Finanças MIRYAN KRAVCHYCHYN Diretora de Operação VIRGÍNIA THEREZA NALINI Coordenadora de Projetos KAREN BARRETO CAMPÊLO Coordenadora de Operações ALBARI ALVES DE MEDEIROS Coordenador ER Maringá EDGARD VIRMOND ARRUDA FILHO Coordenador ER Ponta Grossa GERALDO LUIZ FARIAS Coordenador ER Região Metropolitana e Litoral HÉLIO SABINO DEITOS Coordenador ER Cascavel UBIRAJARA CEBULSKI Coordenador ER Guarapuava VALTER OGUIDO MORISHIGUE Coordenador ER Londrina MUNICÍPIO DE IRATI SÉRGIO LUIZ STOKLOS Prefeito Municipal SUPERVISÃO CARLOS AUGUSTO STORER GLAUCO PEREIRA JUNIOR SERVIÇO SOCIAL AUTÔNOMO PARANACIDADE DIRETORIA DE OPERAÇÕES 2 APRESENTAÇÃO O presente volume é parte integrante do Plano Diretor Municipal de Irati, que tem por objetivo a proposição de estratégias, medidas e ações para orientar a gestão e o ordenamento do território municipal, segundo os objetivos da Política de Desenvolvimento Urbano e Regional para o Estado do Paraná. Este volume contém o capítulo referente à etapa do Plano de Trabalho, destinado a instrumentalizar a elaboração do Plano Diretor Municipal de Irati através da definição da sua natureza e das suas características, bem como do conjunto de atividades necessárias à sua elaboração, compreendendo o rol dos levantamentos, análises e estudos a serem efetuados, da mesma forma que os produtos a serem entregues. O Plano de Trabalho explicita também o modus operandi das atividades desenvolvidas, incluindo a metodologia geral do trabalho e as metodologias específicas das tarefas setoriais necessárias à compreensão da realidade e à formulação das propostas para o desenvolvimento municipal. Finalmente, expõe o roteiro seqüencial das tarefas a serem desempenhadas durante a elaboração do Plano Diretor, expresso na forma de cronograma de atividades, visando possibilitar o adequado andamento do trabalho. O volume contém ainda as informações levantadas e as análises desenvolvidas na etapa de Avaliação Temática Integrada, destinadas a subsidiar a elaboração das propostas e a tomada de decisões voltadas à operacionalização do sistema de planejamento municipal. A etapa de Avaliação Temática Integrada contém informações espacializadas sobre diversos aspectos da realidade do Município, bem como a análise inter-relacionada desses vários aspectos, permitindo uma ampla visão das condicionantes, deficiências e potencialidades da realidade local. 3 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 3 SUMÁRIO............................................................................................................................................... 4 ÍNDICE DE MAPAS................................................................................................................................ 6 ÍNDICE DE FIGURAS ............................................................................................................................ 7 ÍNDICE DE TABELAS ............................................................................................................................ 8 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ................................................................................................. 9 PLANO DE TRABALHO....................................................................................................................... 11 1. FASES DO TRABALHO................................................................................................................... 11 2. METODOLOGIA............................................................................................................................... 12 3. PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO ................................................................................................... 13 3.1. Equipe Técnica Municipal .......................................................................................................... 13 3.2. Comissão de Acompanhamento da Elaboração do Plano Diretor............................................. 13 3.3. Audiências Públicas................................................................................................................... 14 3.4. Conferência Municipal da Cidade .............................................................................................. 14 3.5. Conselho de Desenvolvimento Municipal .................................................................................. 14 3.6. Publicidade e Acesso à Informação........................................................................................... 15 4. PROCESSO DE ELABORAÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO E CONTROLE ............................................ 15 4.1. Organograma............................................................................................................................. 15 4.2. Treinamentos ............................................................................................................................. 16 5. ROTEIRO DE ATIVIDADES............................................................................................................. 17 5.1. Análise Temática Integrada ....................................................................................................... 17 5.1.1. Sistema de Sustentação Natural - SSN .............................................................................. 17 5.1.2. Sistema de Atividades Produtivas - SAP ............................................................................ 17 5.1.3. Sistema de Atividades Humanas - SAH .............................................................................. 19 5.1.4. Sistema de Sustentação Adaptado - SSA........................................................................... 19 5.1.5. Sistema de Controle de Informações - SCI ......................................................................... 22 5.1.6. Sistema de Controle de Decisões - SCD ............................................................................ 23 5.1.7. Análise Inter-relacionada de Sistemas ................................................................................ 23 5.2. Definição de Diretrizes e Proposições ....................................................................................... 25 5.3. Proposições para a Legislação Básica ...................................................................................... 26 5.4. Plano de Ação e Investimentos ................................................................................................. 26 6. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES................................................................................................... 27 7. SISTEMA DE SUSTENTAÇÃO NATURAL ...................................................................................... 31 7.1. LOCALIZAÇÃO FISIOGRÁFICA ............................................................................................... 31 7.2. CARACTERÍSTICAS FÍSICO-AMBIENTAIS ............................................................................. 35 7.2.1. Geologia .............................................................................................................................. 35 7.2.2. Solos ................................................................................................................................... 41 7.2.3. Geomorfologia..................................................................................................................... 43 7.2.4. Clima ................................................................................................................................... 50 7.2.5. Hidrografia........................................................................................................................... 52 7.2.6. Vegetação ........................................................................................................................... 56 8. SISTEMA DE ATIVIDADES PRODUTIVAS ..................................................................................... 59 8. SISTEMA DE ATIVIDADES PRODUTIVAS ..................................................................................... 59 8.1. GÊNESE DA REGIÃO ............................................................................................................... 59 8.2. RELAÇÕES REGIONAIS .......................................................................................................... 61 8.3. EVOLUÇÃO ECONÔMICA DO MUNICÍPIO DE IRATI ............................................................. 69 8.4. SETOR PRIMÁRIO.................................................................................................................... 70 8.4.1. Agricultura ........................................................................................................................... 71 8.4.2. Pecuária .............................................................................................................................. 74 8.4.3. Silvicultura ........................................................................................................................... 74 8.4.4. Recursos Minerais............................................................................................................... 75 8.5. SETOR SECUNDÁRIO.............................................................................................................. 75 8.6. SETOR TERCIÁRIO .................................................................................................................. 77 8.6.1. Comércio e Serviços ........................................................................................................... 77 8.6.2. Turismo ............................................................................................................................... 77 9. SISTEMA DE ATIVIDADES HUMANAS .......................................................................................... 79 9.1. EVOLUÇÃO DEMOGRÁFICA ................................................................................................... 79 9.1.1. Evolução Demográfica Recente no Brasil ........................................................................... 79 9.1.2. Evolução Demográfica no Estado ....................................................................................... 80 9.1.3. Evolução da População Urbana no Estado......................................................................... 82 9.1.4. Evolução Demográfica na Microrregião de Irati .................................................................. 83 4 9.2. ESTRUTURA DEMOGRÁFICA ................................................................................................. 85 9.2.1. Estrutura Etária da População ............................................................................................ 85 9.2.2. População em Idade Escolar .............................................................................................. 86 9.2.3. População Jovem................................................................................................................ 87 9.2.4. População em Idade Ativa .................................................................................................. 87 9.2.5. População Senil .................................................................................................................. 87 9.3. ESTIMATIVA DE CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO ................................................................ 88 9.4. DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA POPULAÇÃO.......................................................................... 88 9.5. QUALIDADE DE VIDA DA POPULAÇÃO ................................................................................. 88 9.5.1. Expectativa de Vida............................................................................................................. 90 9.5.2. Escolaridade........................................................................................................................ 91 9.5.3. Renda.................................................................................................................................. 92 9.5.4. Habitação ............................................................................................................................ 93 10. SISTEMA DE SUSTENTAÇÃO ADAPTADO ................................................................................. 95 10.1. GÊNESE DO MUNICÍPIO........................................................................................................ 95 10.1.1. Sede Municipal.................................................................................................................. 95 10.1.2. Distrito de Gonçalves Junior ............................................................................................. 95 10.1.3. Distrito de Guamirim.......................................................................................................... 96 10.1.4. Distrito de Itapará .............................................................................................................. 96 10.2. OCUPAÇÃO DO SOLO ........................................................................................................... 96 10.2.1. Evolução da Ocupação Urbana ........................................................................................ 96 10.2.2. Demanda de Área para Expansão Urbana ..................................................................... 101 10.3. USO DO SOLO...................................................................................................................... 102 10.3.1. Uso de Comércio e Serviços........................................................................................... 102 10.3.2. Uso Industrial .................................................................................................................. 103 10.3.3. Uso Residencial .............................................................................................................. 103 10.3.4. Uso Especial ................................................................................................................... 103 10.3.5. Áreas Verdes................................................................................................................... 103 10.3.6. Uso do Solo nos Distritos ................................................................................................ 104 10.4. SISTEMA VIÁRIO .................................................................................................................. 106 10.4.1. Modelo de Circulação Viária ........................................................................................... 106 10.4.2. Modelo de Circulação Viária nos Distritos....................................................................... 106 10.5. INFRA-ESTRUTURA URBANA ............................................................................................. 108 10.5.1. Sistema de Abastecimento de Água ............................................................................... 108 10.5.2. Sistema de Coleta e Depuração de Esgotos................................................................... 112 10.5.3. Sistema de Drenagem Pluvial ......................................................................................... 114 10.5.4. Pavimentação Viária ....................................................................................................... 114 10.5.5. Sistema de Distribuição de Energia Elétrica e Iluminação Pública ................................. 116 10.5.6. Comunicações................................................................................................................. 118 10.6. SERVIÇOS PÚBLICOS ......................................................................................................... 118 10.6.1. Transportes Coletivos ..................................................................................................... 118 10.6.2. Coleta e Deposição de Resíduos Sólidos e Varrição de Ruas ....................................... 119 10.6.3. Cemitério ......................................................................................................................... 121 10.6.4. Educação ........................................................................................................................ 121 10.6.5. Saúde e Assistência Social ............................................................................................. 124 10.6.6. Cultura, Esporte e Lazer ................................................................................................. 127 10.6.7. Segurança Pública e Defesa Civil ................................................................................... 132 11. SISTEMA DE CONTROLE DE DECISÕES ................................................................................. 135 11.1. LEGISLAÇÃO VIGENTE ....................................................................................................... 135 11.1.1. Lei Orgânica do Município............................................................................................... 135 11.1.2. Plano Diretor Municipal ................................................................................................... 137 11.2. ESTRUTURA ADMINISTRATIVA PARA O PLANEJAMENTO ............................................. 140 11.3. CAPACIDADE DE INVESTIMENTO E DE ENDIVIDAMENTO DO MUNICÍPIO ................... 142 11.3.1. Situação Atual das Finanças Municipais ......................................................................... 142 11.3.2. Capacidade de Investimento e Endividamento ............................................................... 143 12. SISTEMA DE CONTROLE DE INFORMAÇÕES ......................................................................... 149 13. SÍNTESE DA AVALIAÇÃO TEMÁTICA INTEGRADA.................................................................. 150 13.1. CONDICIONANTES .............................................................................................................. 150 13.2. DEFICIÊNCIAS...................................................................................................................... 153 13.3. POTENCIALIDADES ............................................................................................................. 154 REFERÊNCIAS.................................................................................................................................. 156 EQUIPE DE TRABALHO ................................................................................................................... 157 5 ÍNDICE DE MAPAS MAPA 1 – MUNICÍPIO .......................................................................................................................... 34 MAPA 2 – GEOLOGIA DA MESORREGIÃO ........................................................................................ 36 MAPA 3 – GEOLOGIA DO MUNICÍPIO ................................................................................................ 39 MAPA 4 – VULNERABILIDADE À DENUDAÇÃO DA MESORREGIÃO ............................................... 40 MAPA 5 – SOLOS DO MUNICÍPIO....................................................................................................... 42 MAPA 6 – HIPSOMETRIA DO MUNICÍPIO .......................................................................................... 44 MAPA 7 – DECLIVIDADE DO MUNICÍPIO ........................................................................................... 45 MAPA 8 – DECLIVIDADE URBANA ..................................................................................................... 49 MAPA 9 – HIDROGRAFIA DO MUNICÍPIO .......................................................................................... 54 MAPA 10 – HIDROGRAFIA URBANA .................................................................................................. 55 MAPA 11 – USO DO SOLO RURAL ..................................................................................................... 73 MAPA 12 – EVOLUÇÃO URBANA ....................................................................................................... 99 MAPA 13 – USO DO SOLO URBANO ................................................................................................ 105 MAPA 14 – HIERARQUIA VIÁRIA URBANA ...................................................................................... 107 MAPA 15 – REDE DE ÁGUA .............................................................................................................. 111 MAPA 16 – REDE DE ESGOTO ......................................................................................................... 113 MAPA 17 – PAVIMENTAÇÃO VIÁRIA................................................................................................ 115 MAPA 18 – REDE DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA .................................................................................. 117 MAPA 19 – EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS PÚBLICOS................................................................... 134 6 ÍNDICE DE FIGURAS FIGURA 1 – ORGANOGRAMA DO PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO PLANO DIRETOR MUNICIPAL................................................................................................................................... 16 FIGURA 2 – LOCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO NO ESTADO................................................................. 31 FIGURA 3 – MALHA RODOFERROVIÁRIA REGIONAL ...................................................................... 32 FIGURA 4 – REGIÕES GEOLÓGICO-GEOTÉCNICAS DO ESTADO DO PARANÁ............................ 35 FIGURA 5 – VISTA GERAL DA SERRA DA ESPERANÇA................................................................... 43 FIGURA 6 – VISTA GERAL DA CIDADE DE IRATI – RIO DAS ANTAS ............................................... 46 FIGURA 7 – VISTA GERAL DA CIDADE DE IRATI – PARQUE AQUÁTICO E SERRA DO ARROIO GRANDE AO FUNDO ................................................................................................................... 47 FIGURA 8 – VISTA GERAL DO DISTRITO DE GONÇALVES JUNIOR ............................................... 47 FIGURA 9 – VISTA GERAL DO DISTRITO DE GUAMIRIM.................................................................. 48 FIGURA 10 – VISTA GERAL DO DISTRITO DE ITAPARÁ................................................................... 48 FIGURA 11 – CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA SEGUNDO KÖPPEN .................................................... 50 FIGURA 12 – TEMPERATURA MÉDIA ANUAL ................................................................................... 51 FIGURA 13 – PRECIPITAÇÃO MÉDIA ANUAL .................................................................................... 51 FIGURA 14 – UMIDADE RELATIVA ANUAL ........................................................................................ 52 FIGURA 15 – CLASSIFICAÇÃO DA COBERTURA VEGETAL ORIGINAL NO PARANÁ..................... 56 FIGURA 16 – REMANESCENTES FLORESTAIS DA MATA ATLÂNTICA NO PARANÁ. 2002............ 57 FIGURA 17 – ESTAÇÃO FERROVIÁRIA. 1899 ................................................................................... 60 FIGURA 18 – MICRORREGIÕES DA MESORREGIÃO SUDESTE PARANAENSE. 2000 .................. 62 FIGURA 19 – DINÂMICA DEMOGRÁFICA DOS MUNICÍPIOS DA MESORREGIÃO SUDESTE PARANAENSE. 1991/2000 ........................................................................................................... 66 FIGURA 20 – MESORREGIÃO SUDESTE PARANAENSE SEGUNDO O NÍVEL DE CENTRALIDADE E RELAÇÕES ENTRE CENTRALIDADES. 1993 .......................................................................... 67 FIGURA 21 – CACHOEIRA DE ITAPARÁ ............................................................................................ 78 FIGURA 22 – CACHOEIRA DO FILLUS ............................................................................................... 78 FIGURA 23 – DIVISÃO TERRITORIAL DO ESTADO. 1940/1960/1980 ............................................... 80 FIGURA 24 – EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO TOTAL, URBANA E RURAL DO PARANÁ. 1960/2000. 81 FIGURA 25 – EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO TOTAL, URBANA E RURAL DE IRATI. 1991/2000 ....... 84 FIGURA 26 – EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO TOTAL DE IRATI POR DISTRITOS. 1970/2000 ........... 85 FIGURA 27 – PIRÂMIDE ETÁRIA POPULAÇÃO TOTAL DE IRATI. 1991/2000 .................................. 86 FIGURA 28 – PROJEÇÃO DEMOGRÁFICA NO MUNICÍPIO DE IRATI. 2000/2017 ............................ 88 FIGURA 29 – ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO MUNICIPAL NO PARANÁ. 2000 ............ 89 FIGURA 30 – ESPERANÇA DE VIDA AO NASCER NO PARANÁ. 2000 ............................................. 91 FIGURA 31 – ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS NO PARANÁ. 2000 ................................................... 92 FIGURA 32 – FREQUÊNCIA ESCOLAR NO PARANÁ. 2000............................................................... 92 FIGURA 33 – RENDA MUNICIPAL PER CAPITA NO PARANÁ. 2000 ................................................. 93 FIGURA 34 – VISTA PARCIAL. 1907 ................................................................................................... 97 FIGURA 35 – VISTA PARCIAL. 1957 ................................................................................................... 97 FIGURA 36 – VISTA PARCIAL. 2007 ................................................................................................... 97 FIGURA 37 – ARTICULAÇÃO DOS BAIRROS EM IRATI. 2004......................................................... 100 FIGURA 38 – EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE ALVARÁS DE CONSTRUÇÃO. 2000/2007................. 101 FIGURA 39 – PARQUE AQUÁTICO E DE EXPOSIÇÕES SANTA TEREZINHA................................ 104 FIGURA 40 – AUSÊNCIA DE IMPERMEABILIZAÇÃO NO ATERRO SANITÁRIO DE IRATI ............. 120 FIGURA 41 – AUSÊNCIA DE CANALETAS DE ESCOAMENTO NO ATERRO SANITÁRIO DE IRATI .................................................................................................................................................... 120 FIGURA 42 – COBERTURA VACINA TETRAVALENTE EM MENORES DE UM ANO. 2003/2006 ... 126 FIGURA 43 – COBERTURA VACINA HEPATITE B EM MENORES DE UM ANO. 2003/2006........... 126 FIGURA 44 – COBERTURA VACINA BCG EM MENORES DE UM ANO. 2003/2006........................ 126 FIGURA 45 – COBERTURA VACINA POLIO EM MENORES DE UM ANO. 2003/2006..................... 126 FIGURA 46 – KARTÓDROMO ILDEFONSO ZANETTI ...................................................................... 128 FIGURA 47 – IRATY SPORT CLUB ................................................................................................... 128 FIGURA 48 – CLUBE ATLÉTICO UNIÃO OLÍMPICO......................................................................... 129 FIGURA 49 – GINÁSIO DE ESPORTES AGOSTINHO ZARPELLON JUNIOR .................................. 129 FIGURA 50 – PRAÇA DA BANDEIRA ................................................................................................ 130 FIGURA 51 – PRAÇA ETELVINA ANDRADE GOMES....................................................................... 130 FIGURA 52 – CASA DA CULTURA .................................................................................................... 131 FIGURA 53 – CASA DA MEMÓRIA ÉTNICA EM GONÇALVES JUNIOR........................................... 131 7 ÍNDICE DE TABELAS TABELA 1 – CRONOGRAMA DE ATIVIDADES ................................................................................... 28 TABELA 2 – ÁREA TOTAL, COBERTURA FLORESTAL E REFLORESTAMENTO POR MESORREGIÃO E ESTADO DO PARANÁ. 2002 ......................................................................... 57 TABELA 3 – PARTICIPAÇÃO DAS MESORREGIÕES NO VALOR ADICIONADO FISCAL TOTAL E SETORIAL DO PARANÁ. 2000 ..................................................................................................... 64 TABELA 4 – RELAÇÃO ORDEM-TAMANHO DA POPULAÇÃO URBANA DA MESORREGIÃO SUDESTE PARANAENSE. 1991/2000 ......................................................................................... 65 TABELA 5 – EVOLUÇÃO DO PIB EM IRATI, MICRORREGIÃO, CURITIBA E PARANÁ. 1990/2004 .. 69 TABELA 6 – EVOLUÇÃO DO PIB PER CAPITA EM IRATI, MESORREGIÃO, CURITIBA E PARANÁ. 1990/2000 ..................................................................................................................................... 69 TABELA 7 – EVOLUÇÃO DA COMPOSIÇÃO SETORIAL DO PIB EM IRATI. 1990/2004 .................... 70 TABELA 8 – CLASSES DE PRODUTORES EM IRATI. 2006 ............................................................... 70 TABELA 9 – EVOLUÇÃO DA OCUPAÇÃO DO SOLO RURAL EM IRATI. 2005/2006.......................... 71 TABELA 10 – PRINCIPAIS CULTURAS EM IRATI. 2000-2005............................................................ 71 TABELA 11 – PRINCIPAIS REBANHOS EM IRATI. 2005-2006 ........................................................... 74 TABELA 12 – NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS INDUSTRIAIS EM IRATI. 2006 .......................... 76 TABELA 13 – EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO TOTAL, URBANA E RURAL DO PARANÁ. 1960/2000. 81 TABELA 14 – CIDADES COM POPULAÇÃO SUPERIOR A 50.000 HABITANTES. 1980/2000........... 82 TABELA 15 – POPULAÇÃO TOTAL, URBANA E RURAL DA MICRORREGIÃO DE IRATI. 1991-2000 ...................................................................................................................................................... 83 TABELA 16 – EVOLUÇÃO DEMOGRÁFICA NO MUNICÍPIO DE IRATI. 1970/2000 ........................... 84 TABELA 17 – EVOLUÇÃO DEMOGRÁFICA NO MUNICÍPIO DE IRATI POR DISTRITOS. 1970/200085 TABELA 18 – COMPOSIÇÃO ETÁRIA DA POPULAÇÃO TOTAL DE IRATI. 1991/2000 ..................... 86 TABELA 19 – ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL E COMPONEN TES DAS MESORREGIÕES PARANAENSES (MEDIANA). 2000................................................................ 90 TABELA 20 – ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO DOS MUNICÍPIOS DA MICRORREGIÃO DE IRATI. 2000............................................................................................................................. 90 TABELA 21 – RENDA FAMILIAR EM INTERVALOS DE SALÁRIOS MÍNIMOS. 2000 ......................... 93 TABELA 22 – LIGAÇÕES DE ÁGUA NA CIDADE DE IRATI. 1999/2007............................................ 110 TABELA 23 – LIGAÇÕES DE ESGOTO NA CIDADE DE IRATI. 1999/2007 ...................................... 112 TABELA 24 – LIGAÇÕES E CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA EM IRATI. 2003/2005/2007 ....... 116 TABELA 25 – CLASSES E ESCOLAS POR LOCALIDADE EM IRATI. 2007...................................... 122 TABELA 26 – ALUNOS EM ESTABELECIMENTOS MUNICIPAIS DE ENSINO EM IRATI. 2005/2007 .................................................................................................................................................... 124 TABELA 27 – USO E OCUPAÇÃO DO SOLO URBANO E DA ZONA DE TRANSIÇÃO URBANORURAL. 2006 .............................................................................................................................. 139 TABELA 28 – PARÂMETROS DE OCUPAÇÃO DO SOLO URBANO. 2004 ...................................... 139 TABELA 29 – RECEITAS ................................................................................................................... 145 TABELA 30 – DESPESAS E CAPACIDADE DE INVESTIMENTOS................................................... 146 TABELA 31 – DÍVIDAS ....................................................................................................................... 147 TABELA 32 – CAPACIDADE DE ENDIVIDAMENTO.......................................................................... 148 8 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas ART – Anotação de Responsabilidade Técnica CAGED – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados CBUQ – Concreto Betuminoso Usinado a Quente CEPAM – Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal COHAPAR – Companhia de Habitação do Paraná COPEL – Companhia Paranaense de Energia CREA – Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia CVCO – Certidão de Vistoria e Conclusão de Obra DCL – Dívida Consolidada Líquida DER – Departamento de Estradas de Rodagem ECT – Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos EIV – Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança EMATER – Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural FPM – Fundo de Participação dos Municípios FUNASA – Fundação Nacional da Saúde FUNDEB – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação FUNDEF – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento de Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério FUNRURAL – Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural GPS – Sistema de Posicionamento Global IAP – Instituto Ambiental do Paraná IAPAR – Instituto Agronômico do Paraná IBAM – Instituto Brasileiro de Administração Municipal IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços IDH – Índice de Desenvolvimento Humano IDH-E – Índice de Desenvolvimento Humano - Educação IDH-L – Índice de Desenvolvimento Humano - Longevidade IDH-M – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal IDH-R – Índice de Desenvolvimento Humano – Renda INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais INSS – Instituto Nacional de Seguridade Social IPARDES – Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados IPTU – Imposto Predial e Territorial Urbano IPVA – Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores IRRF – Imposto de Renda Retido na Fonte ISS – Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza ITBI – Imposto Sobre a Transmissão de Bens Imóveis ITR – Imposto Territorial Rural LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias LOA – Lei do Orçamento Anual MINEROPAR – Minerais do Paraná S/A MTE – Ministério do Trabalho e Emprego NBR – Norma Brasileira OMS – Organização Mundial da Saúde ONU – Organização das Nações Unidas PARANATUR – Paraná Turismo PEA – População Economicamente Ativa PIA – População em Idade Ativa PIB – Produto Interno Bruto PPA – Plano Plurianual PSF – Programa Saúde da Família PSM – Produtores de Simples Mercadorias RAIS – Relação Anual de Informações Sociais RCL – Receita Corrente Líquida RIV – Relatório de Impacto de Vizinhança 9 SANEPAR – Companhia de Saneamento do Paraná SEAB – Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SENAC – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural SEDU – Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano SEEC – Secretaria de Estado da Cultura SEED – Secretaria de Estado da Educação SEIM – Secretaria de Estado da Industria, do Comércio e Assuntos do Mercosul SEMA – Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos SESA – Secretaria de Estado da Saúde SESP – Secretaria de Estado da Segurança Pública SUS – Sistema Único de Saúde UFM – Unidade Fiscal Municipal UFPR – Universidade Federal do Paraná UTM – Universal Transversal Mercator ZEE – Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado do Paraná 10 PLANO DE TRABALHO O presente Plano de Trabalho partiu da premissa de que o Plano Diretor Municipal constitui um conjunto de normas, projetos e diretrizes, destinado a disciplinar, orientar e estimular o desenvolvimento sócio-econômico e físico-territorial do Município, representando um instrumento de natureza eminentemente política. Em sua concepção e implementação, o Plano Diretor deve estar em consonância com os demais instrumentos de gestão municipal, tais como a Lei Orgânica do Município, o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei do Orçamento Anual, bem como obedecer às diretrizes estabelecidas nos Planos Setoriais e Regionais do Estado do Paraná para a região em que se insere o Município. Deve ser compatível com as determinações das Agendas 21 estadual e local, particularmente no que se refere à promoção da sustentabilidade sócio-ambiental dos assentamentos humanos, e com as recomendações das Conferências das Cidades, devendo compatibilizar-se também com os Planos Diretores dos municípios vizinhos, de modo a promover o desenvolvimento integrado da microrregião a que pertence. Apesar de ser elaborado como serviço técnico, o Plano Diretor vai muito além dessa condição, tendo sido definido pela Constituição Federal e pelo Estatuto da Cidade como o instrumento básico das políticas de gestão e desenvolvimento municipal. Do ponto de vista prático, o Plano Diretor apresenta-se como um documento de natureza complexa, composto por conteúdos de tipologias diversas. Pelo fato de procurar ordenar o processo de desenvolvimento do município no seu todo, deve conter um amplo espectro de proposições, as quais envolvem desde aspectos legais vinculados aos ramos de direito urbanístico, ambiental e patrimonial, até projetos de ampliação e melhoria de infra-estrutura e serviços urbanos, passando por propostas de reformulação de procedimentos e normas na esfera da administração municipal. Por isso, a elaboração do Plano Diretor envolve numerosos levantamentos e estudos voltados à caracterização do território, através de uma abordagem de caráter estrutural, da mesma forma que investigações sobre os processos de desenvolvimento do município e de evolução das condições de vida da sua população, constituindo abordagem de cunho histórico. Finalmente, a elaboração do Plano Diretor deve contemplar o cruzamento dessas duas linhas de abordagem, para efeito de aquilatar a compatibilidade e adequação das estruturas físicas do território às demandas da sua população e da sua economia, resultando em uma síntese das principais condicionantes, deficiências e potencialidades do Município, para então definir as diretrizes e metas necessárias à promoção do desenvolvimento municipal. Assim, este Plano de Trabalho, pretende traduzir a complexidade das múltiplas abordagens do Plano Diretor, estando estruturado de forma a ensejar o adequado cumprimento das atividades voltadas à consecução dos objetivos para ele estabelecidos. Estes foram definidos a partir dos anseios e reivindicações da comunidade, cabendo à Consultora adotar procedimentos operacionais tais que permitam cumprir cabal e tempestivamente os requisitos dessa empreitada. De forma sucinta são explicitadas a seguir as fases do trabalho, a descrição dos métodos empregados na execução das atividades, a forma de participação no trabalho da comunidade e dos agentes governamentais envolvidos com o planejamento, bem como o modelo de elaboração, implementação e controle do Plano Diretor. 1. FASES DO TRABALHO A elaboração do Plano Diretor Municipal de Irati envolverá cinco fases de execução, a saber: • Plano de Trabalho: contendo o detalhamento da metodologia a ser utilizada, e mais especificamente daquela prevista para garantir a participação popular no processo de elaboração do Plano Diretor, a definição dos objetivos e atividades a serem desenvolvidos, o cronograma de atividades para cada fase do trabalho e o organograma com os atores envolvidos e as atribuições de cada um deles durante o processo de elaboração do Plano Diretor; • Análise Temática Integrada: contendo a caracterização do objeto de trabalho, no caso o Município de Irati, analisado no seu contexto regional, resultando em um diagnóstico da realidade municipal e na identificação das condicionantes, deficiências e potencialidades, as quais subsidiarão a formulação de diretrizes e proposições; 11 • Diretrizes e Proposições: contendo a estratégia a ser adotada para transformação da realidade local, mediante propostas de intervenção sobre o Município, nos mais diversos setores, de curto, médio e longo prazos; • Legislação Básica e Processo de Planejamento e Gestão Municipal: contendo o anteprojeto das leis necessárias ao embasamento legal para o desenvolvimento do Município, tais como a Lei do Plano Diretor, Lei dos Perímetros Urbanos, Lei de Parcelamento do Solo Urbano, Lei de Uso e Ocupação do Solo Urbano e Rural, Lei do Sistema Viário, Lei do Código de Edificações e Lei do Código de Posturas, e ainda as propostas para a implantação e/ou aperfeiçoamento do processo de planejamento e gestão municipal. • Plano de Ação e Investimentos: contendo a definição do montante e do escalonamento temporal dos recursos a serem alocados para a execução das ações e projetos considerados prioritários para a consecução dos objetivos do Plano Diretor Municipal, em compatibilidade com a capacidade de investimento e endividamento do Município. 2. METODOLOGIA A elaboração de um Plano Diretor Municipal requer a utilização de um processo intelectual sistematizado que assegure o conhecimento ordenado da realidade do Município objeto de estudo. Como essa realidade se apresenta de forma multifacetada e complexa, através de seus diversos componentes e suas inter-relações - tanto em escala espacial como temporal - é indispensável dispor de um instrumental cognitivo preciso para se navegar com segurança através dos aspectos aparentemente caóticos que a realidade abordada inicialmente revela. Para que essa abordagem resulte em conhecimento organizado, utiliza-se um modelo interpretativo da realidade segundo o qual o espaço antrópico é o resultado do trabalho produtivo humano acumulado no tempo sobre um determinado lugar, sendo esse trabalho regulado por mediações moduladas pela avaliação das condições de sustentabilidade do lugar, frente às demandas da sociedade em seu processo de reprodução. O teor da mediação é fruto do aprendizado da sociedade sobre a natureza, engendrando tal processo a cultura dessa sociedade quanto ao território e à sua relação com ele. Evoluindo no tempo, o processo dá origem aos diversos modos de regulação do comportamento humano em convívio social no território, dentre os quais inscreve-se o planejamento, em suas múltiplas formas, como atividade reguladora de cunho governamental. Seguindo esse marco conceitual, o processo cognitivo adotado para a caracterização do objeto de trabalho pressupõe a existência de seis sistemas, a saber: • Sistema de Atividades Humanas (SAH): envolvendo aspectos relativos à formação do território, à contextualização regional, à demografia e à qualidade de vida da população; • Sistema de Atividades Produtivas (SAP): expresso pelas atividades econômicas dessa população; • Sistema de Sustentação Natural (SSN): dado pela base física natural, envolvendo aspectos geomorfológicos, hidrológicos e climáticos, dentre outros; • Sistema de Sustentação Adaptado (SSA): representado pelas estruturas físicas construídas pelo homem; • Sistema de Controle de Informações (SCI): identificado pela atividade intelectual de produção de saber sistemático sobre a realidade; • Sistema de Controle de Decisões (SCD): traduzido na atividade intelectual, política e institucional de mediação das ações humanas, consideradas em todos os seus campos de manifestação. Na fase de Análise Temática Integrada, são caracterizados inicialmente os seis sistemas supra-referidos, procurando-se identificar neles as variáveis que constituem condicionantes, deficiências ou potencialidades da realidade. A seguir, efetua-se o cruzamento das informações levantadas em cada um dos sistemas analisados, para determinar o grau de compatibilidade entre eles e, ao final, o prognóstico da evolução dessas relações, para avaliar a propensão de agravamento ou resolução dos conflitos observados. Já na fase de Definição de Diretrizes e Proposições, são formuladas as medidas apropriadas para superar deficiências e aproveitar potencialidades identificadas, estabelecendo-se uma hierarquia entre as propostas segundo a qual são consideradas prioritárias aquelas cuja adoção criará condições 12 para a implementação do maior número de outras, ou para a solução da maior quantidade possível de problemas. Em seguida, passa-se à fase de Legislação Básica, na qual são elaboradas as minutas dos anteprojetos das leis destinadas a institucionalizar o Plano Diretor Municipal e a ordenar, disciplinar e orientar os processos de apropriação, uso e ocupação do solo, tanto nas áreas urbanas como no meio rural do município. Esse conjunto de leis inicia-se pela Lei do Plano Diretor, e completa-se com as leis dos perímetros urbanos, do uso e ocupação do solo, do sistema viário, do parcelamento do solo, de edificações e das posturas municipais. Na seqüência, procura-se, a partir de análises sobre a estrutura organizacional e o quadro funcional da Administração Pública, definir os requisitos necessários à implementação do processo de planejamento e gestão municipal. Trata-se da proposição de unidade ou instância administrativa a ser criada no organograma do Poder Executivo, definindo suas atribuições e competências, determinando os requisitos para a constituição do seu corpo técnico e administrativo e estabelecendo seu perfil operacional, sobretudo quanto ao relacionamento com a sociedade e seus atores. Por último, com base na avaliação da capacidade de investimento e endividamento do Município e no orçamento preliminar do custo de implementação dos projetos e medidas propostos, será elaborado o Plano de Ação e Investimentos, no qual é definido o montante de recursos a ser investido na execução das propostas do Plano Diretor Municipal e o seu escalonamento no tempo, vinculado às fases de implantação previstas, possibilitando a instrumentalização da montagem do Plano Plurianual de investimentos e demais peças orçamentárias do Município, bem como para informar a necessidade de aporte de recursos externos a fundo perdido ou via financiamento. 3. PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO Como o Plano Diretor Municipal constitui o instrumento legal de política que rege o processo de desenvolvimento do Município, é elaborado de forma a integrar de maneira a mais completa possível a comunidade, refletindo tão fielmente quanto possível seus anseios. Assim, tendo em vista o fato de que o Plano Diretor Municipal deve obrigatoriamente ser transformado em lei, a prévia aprovação das diretrizes nele contidas pela sociedade aumenta o seu grau de incolumidade na passagem pelo processo de aprovação no Legislativo Municipal. Na prática, a participação da população no processo de elaboração do Plano Diretor Municipal envolverá desde consultas aleatórias, na etapa de levantamento de informações, até procedimentos sistematizados e formais, a exemplo de reuniões de discussão e audiências públicas realizadas em momentos estratégicos da elaboração do Plano, ou ainda da distribuição de questionários junto a alunos da rede pública municipal de ensino, visando à coleta de dados sobre aspectos diversos do Município, tais como serviços e infra-estrutura públicos. Também se fará imprescindível a inclusão no processo de elaboração do Plano Diretor Municipal de representantes de órgãos estaduais e/ou federais com atuação no município, tais como EMATER, COHAPAR, MINEROPAR, IAP, Defesa Civil, SANEPAR, COPEL, Corpo de Bombeiros da Polícia Militar e Ministério Público, dentre outros, cuja participação muito contribuirá para o conhecimento da realidade municipal e regional, bem como para a elaboração de diretrizes e proposições do Plano. 3.1. Equipe Técnica Municipal Do ponto de vista da participação dos funcionários municipais na elaboração do Plano Diretor Municipal, essa prática começa pela constituição de uma Equipe Técnica Municipal composta por servidores do Município, cujas especialidades profissionais e funções possuam afinidade com a gestão do processo de planejamento. Essa equipe será parceira da Consultora não só para o levantamento de dados e fornecimento de informações, mas, principalmente, para discutir e avaliar os produtos parciais e finais obtidos durante a elaboração do Plano. 3.2. Comissão de Acompanhamento da Elaboração do Plano Diretor Juntamente com a criação da Equipe Técnica Municipal, será constituída pela Administração Municipal, na fase inicial dos trabalhos, uma Comissão de Acompanhamento da Elaboração do Plano Diretor, integrada por representantes dos segmentos organizados da sociedade civil. Tal Comissão, 13 em conjunto com a Equipe Técnica Municipal, acompanhará e avaliará as atividades desenvolvidas durante a elaboração do Plano Diretor Municipal, opinando sobre os produtos obtidos e, no final dos trabalhos, participará na criação do Conselho de Desenvolvimento Municipal, contribuindo para a definição da sua composição, atribuições e funcionamento. 3.3. Audiências Públicas A par do concurso de funcionários públicos e de representantes da sociedade civil na elaboração do Plano Diretor Municipal, buscar-se-á a ampla participação da população nesse processo. Tal participação será assegurada através de Audiências Públicas, patrocinadas pelo Município e realizadas sob a responsabilidade conjunta da Equipe Técnica Municipal e da Consultora. As audiências públicas serão convocadas oficialmente pela Prefeitura com antecedência mínima de 15 (quinze) dias da data da sua realização, sendo precedidas de ampla divulgação no rádio, nos jornais de maior circulação local, em serviço móvel de alto-falante e através de convites e ofícios, visando atingir o maior número possível de pessoas. Durante a elaboração do Plano Diretor Municipal estão previstas 3 (três) Audiências Públicas, a saber: • Primeira Audiência Pública: a ser realizada logo no início dos trabalhos, terá como objetivo esclarecer a população sobre a natureza e objetivos do Plano Diretor Municipal, a importância da instauração de um processo local de planejamento e gestão municipal e a necessidade de mobilização e participação da população nesse processo, desde a fase preliminar de elaboração do Plano. • Segunda Audiência Pública: a ser realizada ao final da fase de Definição de Diretrizes e Proposições, terá por objeto a apresentação à população dos produtos obtidos nas fases de Análise Temática Integrada e de Diretrizes e Proposições, além da apresentação, em caráter preliminar, da etapa de Legislação Básica. Na oportunidade serão colhidas as opiniões da comunidade sobre os conteúdos apresentados, as quais, em seguida, serão analisadas conjuntamente pela Consultora, pela Equipe Técnica Municipal e pela Comissão de Acompanhamento da Elaboração do Plano Diretor para avaliar a sua pertinência e possibilidade de incorporação ao trabalho. • Terceira Audiência Pública: a ser realizada no final da fase do Plano de Ação e Investimentos, terá como finalidade expor à comunidade, para sua apreciação, as proposições definitivas para a Legislação Básica e o Plano de Ação e Investimentos, sendo a parte final da Audiência dedicada à explanação aos presentes de como se dará a continuidade do processo de planejamento iniciado com o presente Plano Diretor Municipal. 3.4. Conferência Municipal da Cidade Após o término dos serviços, o Município deverá realizar, com apoio da Consultora, uma Conferência Municipal da Cidade, que terá como objetivo a criação do Conselho de Desenvolvimento Municipal, a instauração de um processo permanente de planejamento e gestão e o comprometimento do Poder Legislativo local com a aprovação do Plano Diretor Municipal. 3.5. Conselho de Desenvolvimento Municipal A participação popular durante a elaboração do Plano Diretor Municipal culminará com a constituição do Conselho de Desenvolvimento Municipal, cujas atribuições e composição serão definidas por ocasião da Conferência Municipal da Cidade. O Conselho tem como escopo não só assegurar o acesso formal da comunidade às decisões ligadas ao sistema local de planejamento e ao processo de desenvolvimento físico-territorial e sócio-econômico do Município, mas também contribuir para resguardar a integridade do Plano Diretor Municipal, em especial as suas leis urbanísticas, de eventuais ataques predadores por parte de interesses corporativos. Por outro lado, quando se estruturar a criação do órgão municipal de planejamento, completando o arcabouço institucional e operacional do sistema local de planejamento, o Conselho assumirá automaticamente o papel do órgão de decisão superior desse sistema, com a competência para deliberar sobre possíveis dúvidas relacionadas com a legislação urbanística, opinar a respeito de casos omissos do Plano Diretor Municipal, assessorar o Poder Executivo em matéria de planejamento e investimentos quando solicitado, opinar sobre temas estratégicos para o desenvolvimento municipal 14 e aprovar os planos de trabalho e as prestações de contas anuais do órgão de planejamento, entre outras atribuições que se julgar pertinentes. 3.6. Publicidade e Acesso à Informação A garantia de acesso à informação é uma premissa do Plano Diretor Municipal e deve ser implementada em conjunto com a Administração Municipal e a sociedade civil organizada. Assim, ao término de cada etapa do Plano Diretor Municipal, cópias dos documentos produzidos até então serão disponibilizadas à comunidade para consulta na sede da Administração Municipal, onde também deverão estar afixados os editais de convocação para as audiências e reuniões promovidas no decorrer da elaboração do Plano. Outras formas de publicidade também serão adotadas, tais como a fixação de faixas nas ruas e de cartazes em locais estratégicos - igrejas, clubes, postos de saúde, escolas, estabelecimentos comerciais de porte, entre outros - esclarecendo a população sobre a elaboração do Plano Diretor Municipal e sua importância para a comunidade. Após a entrega definitiva do Plano, e sua aprovação pela Prefeitura Municipal e pela SEDU/PARANACIDADE, cópias de todos os documentos e informações relativas ao mesmo deverão ter publicidade e ficar à disposição de quem queira acessá-los, em observação ao artigo 40, § 4°, incisos I e II do Estatuto da Cidade. Para tanto, sugere-se que sejam deixadas cópias do Plano não apenas na sede da Administração Municipal, mas também em bibliotecas e demais espaços públicos destinados à informação e cultura, bem como uma versão digital, em formato PDF ou similar, no site oficial do Município na internet. 4. PROCESSO DE ELABORAÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO E CONTROLE O trabalho partiu da premissa de que o Plano Diretor Municipal constitui um “momento” no processo de planejamento, que pode coincidir com o seu ponto de partida, ou representar um elo na sua corrente, a exemplo do que ocorre quando da revisão de diretrizes de planejamento préexistentes. Porém, em qualquer dessas situações, o Plano representa um corte temporal na realidade, como se ao longo de uma película de cinema fosse retirado um dos seus fotogramas para exame em maior nível de detalhe. Mais importante que o Plano, portanto, é a implementação do processo de planejamento e da estrutura institucional destinados a colocá-lo em prática e a proceder à sua contínua avaliação e realimentação. Para tanto, é fundamental que tão logo se iniciem os trabalhos de elaboração do Plano seja definido o órgão da estrutura administrativa que será responsável pela continuidade do processo de planejamento no Município, bem como a identificação dos recursos humanos necessários a essa tarefa, os quais deverão acompanhar de perto a elaboração do Plano, preferencialmente integrando a Equipe Técnica Municipal. 4.1. Organograma A elaboração do Plano Diretor Municipal de Irati pressupõe a participação dos vários atores mencionados no item anterior, os quais terão importante papel em cada uma das etapas de construção do Plano. Para melhor ilustrar a integração entre esses atores, segue o organograma abaixo. Ver FIGURA 1. 15 FIGURA 1 – ORGANOGRAMA DO PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO PLANO DIRETOR MUNICIPAL PODER PÚBLICO SEDU/PARANACIDADE Fiscaliza e supervisiona a elaboração do Plano Diretor, sendo ainda responsável pelos recursos para os serviços, mediante financiamento. EXECUTIVO MUNICIPAL (EQUIPE TÉCNICA MUNICIPAL) Coordena a elaboração do Plano Diretor, realiza as audiências públicas e demais reuniões, e encaminha os projetos de lei para a Câmara Municipal. LEGISLATIVO MUNICIPAL Aprova as leis do Plano Diretor, sendo fundamental sua participação durante o processo de construção do Plano, desde as fases iniciais. MINISTÉRIO PÚBLICO Fiscaliza o processo de elaboração e aprovação do Plano Diretor quanto à legislação vigente, principalmente no que tange à participação popular. OUTROS ÓRGÃOS PÚBLICOS Auxiliam na elaboração do Plano Diretor mediante subsídio de dados diversos, tais como EMATER, Defesa Civil, IAP, IPARDES, IBGE, etc. CONSULTORIA Elabora o Plano Diretor, reportando-se à Equipe Técnica Municipal, à Comissão de Acompanhamento do Plano Diretor e à SEDU/PARANACIDADE. CONCESSIONÁRIAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS Auxiliam na elaboração do Plano Diretor mediante subsídios de dados diversos, tais como COPEL, SANEPAR, etc. COMISSÃO DE ACOMPANHAM. DO PLANO DIRETOR Acompanha a elaboração do Plano Diretor, analisando os produtos apresentados em cada fase juntamente com a Equipe Técnica Municipal. POPULAÇÃO Participa da elaboração do Plano Diretor através das audiências públicas e demais reuniões, bem como de outras formas de discussão. INICIATIVA PRIVADA SOCIEDADE CIVIL 4.2. Treinamentos De modo a otimizar a participação de seus membros na elaboração do Plano Diretor Municipal de Irati, e em obediência ao Termo de Referência, tanto a Equipe Técnica Municipal quanto a Comissão de Acompanhamento da Elaboração do Plano Diretor receberão treinamentos referentes à cada fase do Plano, os quais ocorrerão à mesma época das audiências públicas, a saber: • Treinamento 1: Embasamento técnico, administrativo e legal do Plano Diretor Municipal, bem como as competências da Equipe Técnica Municipal e da Comissão de Acompanhamento durante a elaboração do Plano Diretor Municipal, tratando ainda dos aspectos relacionados às etapas de Análise Temática Integrada e de Definição de Diretrizes e Proposições, sendo este treinamento realizado concomitante à Primeira Audiência Pública; • Treinamento 2: Aspectos relacionados às etapas de Legislação Básica e Plano de Ação e Investimentos, incluindo um tópico específico a respeito dos instrumentos do Estatuto da Cidade, sendo este treinamento realizado concomitante à Segunda Audiência Pública; • Treinamento 3: Implementação do Plano Diretor Municipal, bem como criação, atribuições, composição e funcionamento do Conselho de Desenvolvimento Municipal, sendo este treinamento realizado concomitante à Terceira Audiência Pública, ao término dos serviços da consultora. 16 A metodologia utilizada nos treinamentos será a exposição dialogada, através de leitura e compreensão de textos, elaboração e apresentação de análises e sínteses, trabalhos em grupo e debates, de modo a garantir a participação e a motivação de todos os participantes. As mídias utilizadas envolverão slides, transparências e material impresso, com carga horária de 4 (quatro) horas por treinamento. 5. ROTEIRO DE ATIVIDADES Conforme citado no item 1 do presente documento, a elaboração do Plano Diretor Municipal de Irati compreenderá cinco fases de trabalho, sendo a primeira delas constituída pelo presente Plano de Trabalho. A seguir, são descritas as atividades pertinentes a cada uma das fases seguintes do Plano Diretor Municipal, com a respectiva metodologia, produtos esperados e fontes de consulta. 5.1. Análise Temática Integrada A fase da Análise Temática Integrada se iniciará pela caracterização dos seis sistemas descritos no item 2, com vistas a conhecer de forma ordenada os elementos da base antrópica e da paisagem natural que possuem maior poder de explicação sobre as condicionantes, deficiências e potencialidades presentes no processo de desenvolvimento do Município de Irati. 5.1.1. Sistema de Sustentação Natural - SSN • Com relação ao Sistema de Sustentação Natural, serão tratados os seguintes temas: Aspectos geológicos, pedológicos, geomorfológicos e hidrográficos: têm como objetivo conhecer as características de subsolo, solo, relevo e rios do Município, para determinar os condicionantes físicos ao desenvolvimento das atividades agropecuárias e extrativas e da urbanização. O método utilizado será de levantamento bibliográfico junto à MINEROPAR, EMATER, SEMA e Instituto das Águas do Paraná; levantamento in loco e trabalho analítico da Consultora, gerando um relatório com a avaliação sobre as características geológicas, pedológicas, geomorfológicas, e hidrográficas do território municipal, considerando eventuais restrições à urbanização que necessitem de especial atenção. Com relação aos produtos gráficos, serão confeccionados mapas com os seguintes temas: - geologia do território do Município; - classes de solos do território do Município; - hipsometria do território do Município e do sítio urbano e periurbano; - intervalos de declividade do território do Município e dos sítios urbano e periurbano; - bacias hidrográficas do território do Município. • Aspectos climáticos: tem como objetivo conhecer as características climáticas da região, para identificar os condicionantes climáticos no Município, através de levantamento bibliográfico, gerando um relatório contendo avaliação sobre as temperaturas médias anuais, o regime pluvial, os ventos dominantes e a ocorrência de geadas. Fonte: MAACK, Reinhard. Geografia Física do Estado do Paraná. 3. ed. Curitiba : Imprensa Oficial, 2002. • Aspectos fitoterápicos: tem como objetivo conhecer a situação das matas nativas no Município, para identificar possíveis deficiências quanto à cobertura arbórea de áreas de preservação natural. O método utilizado será de fotointerpretação de imagens de satélite, levantamento bibliográfico e entrevistas com funcionários da EMATER, do IAP e do órgão municipal do meio ambiente, bem como trabalho de campo e analítico por parte da Consultora, gerando um relatório contendo avaliação sobre espécies características da região, reservas de matas nativas e situação das matas ciliares ao longo dos cursos d’água que cortam o quadro urbano. 5.1.1. Sistema de Atividades Humanas - SAH 5.1.2. Sistema de Atividades Produtivas - SAP Com relação ao Sistema de Atividades Produtivas, serão tratados os seguintes temas: • Colonização e histórico da região: tem como objetivo conhecer as características da ocupação da região e o processo de desenvolvimento do Município e de formação da Cidade. O método utilizado será de levantamento bibliográfico e trabalho analítico da Consultora, dando origem aos seguintes produtos: 17 - relatório contendo a avaliação sobre o processo de ocupação da região, a criação do Município e a evolução da Cidade; - mapa de localização do Município dentro do Estado do Paraná; - mapa de toda a extensão municipal, com a localização da sede municipal, das sedes de distrito e demais localidades rurais, além das principais rodovias, acidentes geográficos e outras informações pertinentes; As fontes de pesquisa foram referências bibliográficas sobre a história do Município, do Paraná e da região. • Relações regionais: tem como objetivo conhecer a posição relativa do Município no contexto da Mesorregião, em vista da evolução do processo de desenvolvimento regional. O método utilizado será de levantamento bibliográfico e trabalho analítico da Consultora, levando em conta dados do IBGE, IPARDES e IPEA, resultando em mapas e em um relatório contendo avaliação da situação do Município quanto aos seguintes aspectos: - fluxos e intensidade de relacionamentos intra-regionais; - geomorfologia e condicionantes ambientais; - infra-estrutura física, com ênfase para a questão relacionada aos transportes; - setor econômico e produtivo; - evolução e distribuição espacial da população; - situação do Município no contexto da Associação de Municípios e da Mesorregião. • Produto Interno Bruto – PIB: tem como objetivo conhecer a evolução do PIB do Município, através de levantamento de dados e trabalho analítico da Consultora, gerando um relatório contendo avaliação da evolução do PIB total, setorial e per capita do Município, no período de 1991 a 2000, tendo como fonte de consulta os dados do IPEA/IPARDES. • Setor primário: tem como objetivo conhecer as características e potencialidades das atividades extrativas, agrícolas e pecuárias no Município, através do levantamento de dados junto à SEAG e à EMATER, de entrevistas com funcionários da Prefeitura e de trabalho analítico da Consultora. Desse levantamento resultará um relatório contendo uma avaliação sobre as principais condicionantes, deficiências e potencialidades do setor primário, bem como sobre a evolução dos seguintes aspectos: - composição do uso do solo rural (áreas de lavouras permanentes e temporárias, pastagens, florestas nativas ou reflorestamentos e áreas improdutivas); - composição da estrutura fundiária por classe de tamanho dos estabelecimentos agrícolas; - regime de posse da terra; - volume, área de produção e rendimento dos principais produtos agropecuários; - estrutura de comercialização. • Setor secundário: tem como objetivo conhecer as características e potencialidades das atividades de transformação no Município. A metodologia utilizada será de levantamento de dados junto ao IBGE, IPARDES e SEIM, entrevistas com funcionários do órgão municipal de fomento à indústria e trabalho analítico da Consultora, resultando em um relatório contendo uma avaliação sobre as principais condicionantes, deficiências e potencialidades do setor secundário, sobre os instrumentos regionais/locais para fomento ao desenvolvimento industrial e também sobre a evolução dos seguintes aspectos: - número de estabelecimentos por gênero industrial; - volume de produção por gênero; - número de alvarás de construção e funcionamento de estabelecimentos industriais. • Setor terciário: tem como objetivo conhecer as características e potencialidades das atividades atacadistas, varejistas, de prestação de serviços e de turismo no Município. A metodologia utilizada será de levantamento de dados junto ao IBGE, IPARDES, SEIC e PARANÁ Turismo, entrevistas com funcionários do órgão municipal de fomento ao comércio, serviços e turismo e trabalho analítico da Consultora, resultando em um relatório contendo uma avaliação sobre as principais condicionantes, deficiências e potencialidades ligadas às atividades terciárias, bem como sobre a evolução dos seguintes aspectos: - número de estabelecimentos de comércio atacadista, varejista e de prestação de serviços por gênero; número de alvarás de construção e funcionamento de estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços. 18 Emprego: tem como objetivo conhecer a situação da população do Município quanto à variação do nível de emprego, utilizando como metodologia o levantamento de dados e trabalho analítico da Consultora e como fonte de consulta dados do IBGE e do CAGED quanto às admissões e desligamentos de pessoal nos setores rural, industrial, comercial, de serviços e público. Desse levantamento, resultará um relatório contendo avaliação da evolução da composição setorial do emprego no Município e do emprego formal frente ao crescimento da população para avaliar a ocorrência, ou não, de desemprego estrutural no Município. • 5.1.3. Sistema de Atividades Humanas - SAH Com relação ao Sistema de Atividades Humanas, serão tratados os seguintes temas: • Demografia: tem como objetivo conhecer as características da população do Município quanto à sua evolução, estrutura etária, distribuição espacial e estimativa de crescimento futuro. O método utilizado será de levantamento de dados e trabalho analítico da Consultora, utilizando como fonte os censos demográficos de 1980, 1991 e 2000 do IBGE, resultando em um relatório contendo avaliação da evolução dos seguintes aspectos: - população total do Município no contexto regional; - composição da população total, urbana e rural do Município; - número de moradores por domicílio; - estrutura etária da população; - densidades demográficas urbanas em 1991 e 2000; - variação demográfica entre 1991 e 2000; - projeções demográficas para os próximos dez anos. • Qualidade de vida da população: tem como objetivo conhecer a situação da população do Município quanto aos aspectos de escolaridade, renda e expectativa de vida, sendo utilizada para tanto a metodologia de levantamento de dados e trabalho analítico da Consultora, que gerará um relatório contendo avaliação da qualidade de vida da população do Município em 2000, cuja fonte será o Índice de Desenvolvimento Humano - IDH - disponibilizado pelo IPEA/IPARDES, além de informações complementares do Censo de 2000, do IBGE. 5.1.4. Sistema de Sustentação Adaptado - SSA Com relação ao Sistema de Sustentação Adaptado, serão tratados os seguintes temas: • Ocupação do solo: tem como objetivo conhecer a evolução e as características da ocupação do solo na Cidade, identificando os padrões de ocupação, problemas quanto à rarefação urbana e tendências de expansão. A metodologia utilizada será de levantamento de dados e entrevistas com funcionários do órgão de controle do uso e ocupação do solo no Município, além de trabalho de campo e analítico da Consultora, gerando um relatório contendo avaliação sobre: - projeto urbanístico original da Cidade; - evolução dos loteamentos no período 1990-2000; - eventos importantes ocorridos na estrutura urbana tais como a construção de acessos ou contornos rodoviários, terminais rodoviários, distritos industriais, etc; - identificação e localização dos lotes vagos e dos vazios urbanos; - tipologia dos padrões construtivos segundo a altura de edificação; - tipologia e localização de assentamentos irregulares; - direção das tendências espontâneas de expansão. O produto gráfico gerado quanto a este tema será um mapa contendo a evolução da ocupação e as tendências de expansão urbana, tendo como fontes referências bibliográficas, dados recentes da Prefeitura Municipal e pesquisas de campo da Consultora. • Uso do solo: tem como objetivo conhecer as características da tipologia dos usos do solo, visando determinar o zoneamento existente e identificar possíveis problemas de conflitos entre usos na Cidade. A metodologia utilizada será de levantamento de dados e entrevistas com funcionários do órgão de controle do uso e ocupação do solo no Município, bem como trabalho de campo e analítico da Consultora. As fontes de pesquisa incluirão levantamentos atuais da Prefeitura Municipal, bem como pesquisas de campo da Consultora, gerando um mapa contendo 19 a tipologia dos usos do solo, áreas verdes e áreas de preservação ambiental na Cidade, bem como um relatório contendo avaliação sobre: - estrutura de polarização intra-urbana, com a delimitação da área de comércio central e de eventuais sub-pólos de comércio e serviços de bairro - localização e delimitação das áreas de comércio atacadista, se houver; - localização e delimitação das zonas, parques ou distritos industriais; - localização dos equipamentos de prestação de serviços públicos; - localização de conjuntos habitacionais populares; - localização de áreas verdes de propriedade pública e particular; - localização de parques e praças equipadas. • Sistema viário: tem como objetivo conhecer as características do sistema viário do Município e, em específico da Cidade, de modo a identificar possíveis problemas de circulação. Para tanto serão efetuados levantamento de dados e entrevistas com funcionários no órgão municipal de obras públicas e viação, além de trabalho de campo e analítico da Consultora. Além de um mapa com a hierarquia de vias da Cidade, será gerado um relatório contendo avaliação sobre: - modelo geral de circulação na Cidade, identificando as vias arteriais, coletoras (de ligações centro-bairros ortogonais às arteriais), conectoras (de ligações inter-bairros tangenciais ao centro) e acessos ou contornos rodoviários; - principais pólos geradores de tráfego urbano e pontos de conflito de tráfego na Cidade; - planos e projetos existentes de novas obras viárias na Cidade e no Município. • Infra-estrutura de drenagem pluvial: tem como objetivo identificar possíveis problemas sanitários e ambientais quanto à ausência ou inadequação da drenagem pluvial e conhecer os planos e projetos existentes de ampliação dessa benfeitoria no Município. O método utilizado será de levantamento de dados e entrevistas com funcionários no órgão municipal de meio ambiente e serviços urbanos, além de trabalho analítico da Consultora, gerando um mapa com a rede de drenagem da Cidade e a localização dos pontos de lançamento dos seus emissários e eventuais focos de erosão, bem como um relatório contendo avaliação sobre: - drenagem pluvial das áreas urbanas e periurbanas; - rede de galerias de águas pluviais, com a localização de seus emissários, identificando se providos ou não de dissipadores de energia; - caracterização dos corpos receptores quanto a processos erosivos; - áreas com possíveis problemas de alagamentos ou enchentes; - planos e projetos existentes de expansão da rede de drenagem ou de obras de controle da erosão ou inundações. • Infra-estrutura de abastecimento de água: tem como objetivo identificar possíveis problemas sanitários quanto à ausência de rede de abastecimento de água potável em áreas da Cidade, através do levantamento de dados junto à SANEPAR, de entrevistas com funcionários da Prefeitura Municipal e de trabalho analítico da Consultora. O produto gerado será um mapa com a rede de abastecimento de água da Cidade e a localização dos pontos de captação, da estação de tratamento e dos reservatórios existentes, bem como um relatório contendo informações sobre: - sistema de produção-adução-tratamento-reservação de água; - rede de distribuição; - evolução do número de consumidores por categoria; - planos e projetos existentes de expansão da rede de distribuição e de ampliação da capacidade de produção de água. • Infra-estrutura de esgoto domiciliar: tem como objetivo identificar possíveis problemas sanitários quanto à falta de sistema de coleta e tratamento de esgoto e conhecer os planos e projetos existentes para implantação desse serviço na Cidade, através de levantamentos de dados junto à SANEPAR, de entrevistas com funcionários da Prefeitura Municipal e de trabalho analítico da Consultora. O produto gerado será um mapa contendo a atual rede coletora de esgoto da Cidade e a localização da estação de tratamento, bem como um relatório contendo avaliação sobre: - sistema de captação e tratamento do esgoto; - rede de coleta; - evolução do número de consumidores por categoria; - planos e projetos existentes de expansão da rede de coleta e do sistema de tratamento de esgoto. 20 • Infra-estrutura viária: tem como objetivo analisar as condições da pavimentação no Município, bem como a capacidade do serviço municipal de conservação e pavimentação no que diz respeito à manutenção e à ampliação da malha de vias pavimentadas na Cidade. A metodologia utilizada será de levantamento de dados e entrevistas com funcionários no órgão municipal de obras públicas e viação, além de trabalho analítico da Consultora, gerando um relatório contendo avaliação sobre as vias pavimentadas segundo o tipo de pavimento, bem como os projetos de obras viárias existentes. Será também gerado um mapa contendo a malha de vias pavimentadas da Cidade, por tipo de pavimento. • Infra-estrutura de energia elétrica e iluminação pública: tem como objetivo analisar o sistema de distribuição de energia elétrica e iluminação pública no Município para identificar eventuais carências nesse serviço. Para tanto, serão feitos levantamento de dados e entrevistas com funcionários da COPEL e da Prefeitura Municipal, além de trabalho analítico da Consultora, gerando um mapa com a rede de energia elétrica da Cidade, bem como um relatório contendo avaliação sobre: - sistema de alimentação-rebaixamento de tensão de energia; - rede de distribuição de energia elétrica e de iluminação pública; - evolução do número e da quantidade de consumidores por categoria; - planos e projetos existentes quanto à ampliação da capacidade instalada do sistema de distribuição de energia elétrica. • Infra-estrutura de comunicações: tem como objetivo conhecer o sistema de comunicações no Município, para se avaliar as carências e a possibilidade de melhorias nesse aspecto. Para tanto, serão feitos levantamentos de dados junto às empresas de telefonia fixa e/ou móvel que operam na região, aos funcionários da agência local da EBCT e aos funcionários da Prefeitura Municipal, bem como trabalho analítico da Consultora. Os produtos resultarão em um relatório contendo avaliação sobre a situação atual da telefonia fixa e móvel, do acesso à internet, do sistema postal e dos jornais e rádios existentes no Município. • Serviço de eliminação de resíduos sólidos: tem como objetivo analisar a coleta e deposição de resíduos sólidos, para avaliar a existência de possíveis problemas sanitários quanto à ausência ou deficiências desse serviço no Município, através de levantamento de dados junto aos funcionários do órgão municipal de meio-ambiente e serviços urbanos e de trabalho analítico da Consultora. Desse levantamento resultará um relatório contendo avaliação sobre: - coleta e deposição de resíduos sólidos (se diretamente ou mediante concessão), indicando se existe tratamento diferenciado do lixo hospitalar e industrial; - abrangência da coleta segundo a freqüência do serviço - localização do vazadouro dos resíduos urbanos; - tecnologia de manejo do lixo empregada no vazadouro municipal; - separação do lixo reciclável e aproveitamento do lixo orgânico. • Serviço de limpeza urbana: tem como objetivo analisar o serviço de limpeza de logradouros e terrenos baldios para avaliar a existência de possíveis problemas sanitários quanto à ausência ou deficiências desse serviço, através de levantamento de dados e entrevistas com funcionários no órgão municipal de meio-ambiente e serviços urbanos e de trabalho analítico da Consultora. Desse levantamento resultará um relatório contendo avaliação sobre: - varrição de logradouros e limpeza de terrenos baldios, se diretamente ou mediante concessão; - abrangência da varrição segundo a freqüência do serviço. • Serviço de arborização pública: tem como objetivo analisar o serviço municipal responsável pela manutenção e reposição da arborização em parques, logradouros públicos e fundos de vales, para avaliar a existência de possíveis problemas ambientais quanto à ausência de cobertura vegetal nesses locais. O método utilizado será de levantamento de dados e entrevistas com funcionários no órgão municipal de meio ambiente e serviços urbanos, além de trabalho analítico da Consultora, resultando em um relatório contendo avaliação sobre: - conservação de parques, praças, logradouros e fundos de vales; - prática de manutenção, recuperação e plantio ou replantio de árvores nos logradouros e áreas de preservação ambiental; - projetos existentes quanto à reforma e implantação de parques e praças, bem como quanto à adoção de mobiliário urbano em logradouros. 21 • Serviço de transporte coletivo: tem como objetivo analisar o sistema de transporte coletivo existente para avaliar a suficiência e adequação da oferta desse serviço à população, através do levantamento de dados junto à Prefeitura Municipal, de entrevistas com funcionários das empresas rodoviárias e de trabalho analítico da Consultora. Desse levantamento resultará um mapa com a localização dos terminais rodoviários existentes na Cidade, além de um relatório contendo avaliação sobre: - linhas de transporte intermunicipal que servem o Município, contendo a localização do terminal rodoviário e dos pontos intermediários de parada; - transporte coletivo urbano, se houver, explicitando se diretamente ou mediante concessão, com a indicação das linhas, pontos de parada, etc; - existência de tarifas sociais unificadas, passes de estudantes, etc. • Serviço de educação: tem como objetivo analisar o sistema educacional existente para avaliar a suficiência e adequação da oferta desse serviço à população. A metodologia utilizada será de levantamento de dados junto ao INEP, à SEED e à Prefeitura Municipal, além de entrevistas com funcionários dos órgãos voltados ao ensino formal e de trabalho analítico da Consultora. Os produtos gerados serão um mapa com a localização dos estabelecimentos de ensino da Cidade e um relatório contendo avaliação sobre o sistema educacional existente no Município, segundo a natureza e os níveis de ensino, bem como aspectos referentes à infra-estrutura física dos estabelecimentos municipais e ao transporte escolar. • Serviço de saúde: tem como objetivo analisar o sistema de saúde existente para avaliar a suficiência e adequação da oferta dos seus serviços à população, através de levantamento de dados e entrevistas com funcionários nos órgãos de saúde e de trabalho analítico da Consultora. Para tanto serão considerados dados da SESA, da Prefeitura Municipal e dos demais órgãos ligados à área de saúde. Os produtos gerados serão um mapa com a localização dos estabelecimentos de saúde da Cidade, além de relatório contendo avaliação sobre o sistema de saúde existente, segundo sua natureza e tipo de estabelecimento, bem como aspectos referentes aos índices de morbidade por tipo de enfermidade, às principais causas de mortalidade e aos índices de vacinação. • Serviço de fomento à cultura, recreação e lazer: tem como objetivo analisar os espaços culturais e de recreação e lazer existentes, para avaliar a suficiência e adequação da oferta desses equipamentos à população. A metodologia utilizada será de levantamento de dados junto à SEEC, à Prefeitura Municipal e aos demais órgãos públicos ligados à área de cultura, recreação e lazer, e de trabalho analítico da Consultora. Os produtos gerados serão um mapa com a localização dos estabelecimentos destinados a atividades culturais, de recreação e de lazer, bem como um relatório contendo avaliação sobre os equipamentos existentes no Município e na Cidade, segundo sua natureza e tipo. • Serviço de segurança pública e defesa civil: tem como objetivo analisar os sistemas policial e de defesa civil no Município, para avaliar a segurança e a capacidade da administração municipal de se mobilizar em calamidades públicas e emergências. Para tanto, serão feitos levantamento de dados junto à SESP, à Prefeitura Municipal e aos órgãos policiais e de defesa civil no Município, além de trabalho analítico da Consultora. Os produtos gerados serão um mapa com a localização das unidades policiais existentes na Cidade, além de um relatório contendo avaliação sobre o sistema de segurança pública e de defesa civil existente, indicando o contingente de pessoal e os equipamentos empregados nas diversas áreas, bem como aspectos referentes aos índices de criminalidade e às principais ocorrências, segundo sua natureza e tipo. 5.1.5. Sistema de Controle de Informações - SCI Com relação ao Sistema de Controle de Informações, serão tratados os seguintes temas: • Cadastro imobiliário municipal: tem como objetivo analisar o sistema de registro e recuperação de dados do cadastro imobiliário e avaliar a necessidade de aperfeiçoamento desse instrumental, visando evitar a evasão e a injustiça fiscal e conhecer o universo de imóveis territoriais e prediais na sede municipal. Para tanto, serão efetuados levantamentos de dados e entrevistas com funcionários no órgão municipal incumbido do cadastro imobiliário, além de trabalho analítico da Consultora, culminando com um relatório contendo avaliação sobre o sistema de arquivamento e recuperação de informações cadastrais. 22 • Cadastro econômico municipal: tem como objetivo analisar o sistema de registro e recuperação de dados do cadastro de produtores e avaliar a necessidade de aperfeiçoamento desse instrumental, visando evitar a evasão e a injustiça fiscal e conhecer o universo de produtores e prestadores de serviços do Município. Para tanto, serão efetuados levantamentos de dados e entrevistas com funcionários no órgão municipal incumbido do cadastro de produtores, bem como trabalho analítico da Consultora, culminando com um relatório contendo avaliação sobre o sistema de arquivamento e recuperação de informações cadastrais. 5.1.6. Sistema de Controle de Decisões - SCD • Com relação ao Sistema de Controle de Decisões, serão tratados os seguintes temas: Legislação urbanística: tem como objetivo analisar o arcabouço legal à disposição da administração municipal para orientar, disciplinar e controlar o desenvolvimento urbano do Município. A metodologia utilizada será de levantamento de dados e entrevistas com funcionários dos órgãos municipais competentes, bem como trabalho analítico da Consultora, gerando um relatório contendo avaliação sobre as seguintes leis: - Lei do Plano Diretor; - Lei do Perímetro Urbano; - Lei de Uso e Ocupação do Solo; - Lei do Sistema Viário; - Lei de Loteamentos; - Lei de Edificações; - Código de Posturas; - Lei de Preservação Ambiental. • Instrumentos legais para o desenvolvimento: tem como objetivo analisar o arcabouço legal à disposição da administração municipal para alavancar o desenvolvimento econômico do Município, através de levantamento de dados e entrevistas com funcionários no órgão municipal de fomento à agricultura, à indústria e ao comércio e de trabalho analítico da Consultora, gerando um relatório contendo avaliação sobre as leis de fomento do Município. • Estrutura administrativa municipal: tem como objetivo analisar a estrutura da administração municipal para avaliar a sua capacidade de responder aos desafios do desenvolvimento sócioeconômico e à gestão do processo de planejamento a implementar. O método utilizado será de levantamento de dados e entrevistas com funcionários no órgão administrativo do Município, bem como de trabalho analítico da Consultora, gerando um quadro com o organograma da Prefeitura Municipal e um relatório contendo avaliação sobre: - estrutura administrativa da Prefeitura Municipal, com a definição das competências e atribuições das suas unidades funcionais; - identificação dos órgãos potencialmente aptos a cuidar da implementação do Plano Diretor Municipal e posterior gestão do processo local de planejamento; - identificação da necessidade de contratação e/ou treinamento de pessoal para a gestão do processo local de planejamento. • Finanças municipais: tem como objetivo analisar a situação fiscal e financeira do Município para avaliar a sua capacidade de investimento e de endividamento, com vistas à implementação dos programas, obras e diretrizes propostas pelo Plano Diretor Municipal, o que se dará através de levantamento de dados junto ao órgão fazendário municipal, à Secretaria do Tesouro Nacional e de trabalho analítico da Consultora. Os produtos gerados incluirão quadros sobre os aspectos fiscais e financeiros da administração municipal e um relatório contendo avaliação sobre: - evolução e composição das receitas e despesas do Município; - perfil da dívida consolidada; - capacidade de endividamento/investimento do Município. 5.1.7. Análise Inter-relacionada de Sistemas Completada a fase de caracterização e avaliação dos sistemas que compõem a realidade municipal, a fase seguinte de Análise Temática Integrada consistirá em confrontar esses sistemas entre si, através da análise das relações bi-unívocas estabelecidas pelos pares de sistemas. O estudo dessas relações será feito com base em perguntas a respeito da interferência que cada sistema exerce sobre o outro, sendo tais perguntas formuladas com finalidade prospectiva, ou seja, com vistas 23 ao encaminhamento das propostas necessárias à superação das disfunções identificadas na etapa anterior de caracterização dos sistemas. Essas relações serão investigadas a partir de perguntas tais como as listadas a seguir. • Relação SAH X SAP - As características culturais da população que colonizou a região constituem elemento redutor ou acelerador do potencial de desenvolvimento econômico? - As atividades produtivas estão gerando postos de trabalho na quantidade necessária para ocupar a população em idade ativa? - A remuneração média do trabalho assalariado nas atividades produtivas é suficiente para assegurar a sobrevivência da população? - O comércio e os serviços locais têm condições de suprir adequadamente as necessidades de consumo da população? - Quais municípios a população procura para adquirir os bens e serviços não encontrados em Irati? - O sistema de ensino local está formando mão-de-obra suficientemente qualificada para atender à demanda dos setores produtivos? • Relação SAH X SSN - O processo de colonização da região provocou distúrbios na base física natural, a exemplo de desertificação, erosão, eliminação de fauna, ou assoreamento de rios? - Qual a densidade demográfica no território municipal? - Qual a densidade demográfica na sede municipal? - Quais características da base física natural condicionam, restringem ou favorecem o assentamento humano no território regional? • Relação SAH X SSA - As correntes migratórias para o Município e para a Cidade têm gerado assentamentos irregulares? - A infra-estrutura sanitária urbana atende satisfatoriamente às necessidades da população? - Os serviços públicos de educação, saúde e segurança são adequados à demanda da população? - Qual o consumo de área necessário para abrigar o crescimento da população da Cidade nos próximos dez anos? - O quadro urbano está sub ou superdimensionado para abrigar o crescimento projetado da população? • Relação SAH X SCI - Existem informações atualizadas, confiáveis e utilizáveis sobre a população? - Existe um cadastro atualizado de informações sobre as condições de vida da população, sobretudo de baixa renda? • Relação SAH X SCD - Existe pessoal qualificado na administração municipal para a gestão do processo de planejamento urbano? - A legislação urbanística existente tem representado um fator de estímulo, ou de desestímulo, ao assentamento de populações de baixa renda na Cidade? • Relação SAP X SSN - Quais as restrições do clima e do solo às atividades agrárias e extrativas? - As atividades produtivas agrícolas estão utilizando técnicas conservacionistas do solo e da água? - As atividades produtivas estão aproveitando plenamente as potencialidades da base física natural da região e do Município? - O Município possui ocorrências minerais passíveis de exploração em escala econômica? - A base física natural favorece a atividade de exploração florestal? - As atividades produtivas industriais e de serviços estão gerando algum processo de poluição do solo, da água, ou do ar? • Relação SAP X SSA - A infra-estrutura urbana e regional existente constitui deficiência ou potencialidade para alavancar o desenvolvimento econômico? 24 - Quais os requisitos do desenvolvimento econômico em termos de necessidade de ampliação da infra-estrutura urbana? Relação SAP X SCI - Existem informações atualizadas e confiáveis sobre a evolução quantitativa das atividades produtivas no Município? O cadastro municipal de produtores está atualizado? • • Relação SAP X SCD - A Lei de Uso e Ocupação do Solo está sendo observada no que se refere aos ordenamentos a respeito da localização e funcionamento dos estabelecimentos industriais, comerciais e de prestação de serviços? - Existe lei de incentivo ao desenvolvimento econômico? • Relação SSN X SSA - A base física natural, pelas suas características geotécnicas, opõe alguma restrição à urbanização ou à edificação? - A ocupação urbana respeitou as características de relevo, solos e hidrografia da base natural? - A ocupação urbana provocou efeitos deletérios sobre a base natural, a exemplo de desmatamento, erosão, poluição, instabilidade de encostas ou assoreamento de cursos d’água? • Relação SSN X SCI - Existe conhecimento suficientemente consolidado sobre a base natural na administração municipal, para possibilitar que a gestão do meio físico preserve a sua sustentabilidade? • Relação SSN X SCD - Existe legislação específica no Município destinada à preservação ambiental? • Relação SSA X SCI - O cadastro imobiliário municipal encontra-se atualizado? • Relação SSA X SCD - A legislação urbanística vigente possibilita efetivo controle do uso e ocupação do solo no Município? - A aprovação de loteamentos nas áreas urbanas está sendo feita em conformidade com a Lei 6.766/79 e a legislação posterior? • Relação SCI X SCD - Existe sistema de avaliação da legislação urbanística em vigor com vistas ao seu permanente aperfeiçoamento? Identificadas estas situações, são analisadas as tendências de evolução das mesmas, para efeito de avaliar se algumas delas poderiam vir a se transformar em problemas no futuro, ou de que maneira poderiam se agravar determinados conflitos hoje já detectados. Concluídas tais investigações, a Análise Temática Integrada se encerra com a elaboração de um relatório contendo as principais condicionantes, deficiências e potencialidades diagnosticadas no Município. 5.2. Definição de Diretrizes e Proposições O trabalho terá continuidade com a fase de Definição de Diretrizes e Proposições, na qual serão formuladas as propostas destinadas a viabilizar a superação das deficiências e o aproveitamento das potencialidades identificadas na fase anterior, para serem implementadas segundo um escalonamento a curto, médio e longo prazos. A partir das conclusões acerca do território municipal, referendadas pela comunidade em audiência pública, será formulado um modelo prospectivo quanto ao tipo de Município e de Cidade em que Irati deverá se transformar, para atender aos anseios da sua população. A construção desse modelo envolverá um elenco de proposições de diversas naturezas, cuja implementação conjunta destina-se a dar operacionalidade ao processo de gestão que, a partir do 25 presente Plano Diretor Municipal, se pretende institucionalizar. Esse elenco de proposições incluirá diretrizes tais como: • • • • • • • • • o estabelecimento de uma Política de Desenvolvimento Urbano Municipal; a implantação de uma sistemática permanente de planejamento e de procedimentos adotados para aprovação de projetos de parcelamento do solo e de edificações; a dinamização e ampliação das atividades econômicas do Município, nos setores primário, secundário e terciário; a racionalização do uso e ocupação do solo municipal, incluindo a solução de ocupações irregulares e clandestinas e ações para regularização fundiária urbana; a estruturação do sistema viário, bem como sua hierarquização e dimensionamento; a distribuição eqüitativa dos equipamentos e serviços urbanos, em atendimento à demanda existente, visando a melhoria integral da qualidade de vida da população; o incremento da infra-estrutura existente, possibilitando o desenvolvimento do Município, com ênfase para aspectos referentes ao transporte, às telecomunicações e à energia; o controle sanitário e a proteção ambiental, incluindo a coleta e destinação de resíduos sólidos e de esgoto, bem como a preservação de mananciais de captação e a recomposição das matas ciliares; a proteção do patrimônio histórico, paisagístico e cultural. 5.3. Proposições para a Legislação Básica Nessa fase serão apresentadas as minutas de anteprojetos de leis e respectivos anexos, sendo a primeira delas referente à institucionalização do Plano Diretor como instrumento legal de implementação da gestão urbana e do desenvolvimento municipal, em obediência ao contido na Constituição Federal, no Estatuto da Cidade, na Constituição Estadual e na Lei Orgânica Municipal. Em seguida serão apresentadas as minutas dos anteprojetos das leis urbanísticas referentes aos perímetros urbanos, ao uso e ocupação do solo, ao sistema viário, ao parcelamento do solo, às edificações e às posturas. Esse instrumental legal visa a assegurar o desenvolvimento sustentado do Município, a função social da cidade e da propriedade, além de permitir ao Município aplicar os instrumentos de gestão aportados pelo Estatuto da Cidade. A metodologia utilizada pela Consultora para elaboração das minutas de anteprojeto de lei envolverá a conversão das diretrizes propostas em linguagem jurídica, de modo a possibilitar sua aprovação pelo Poder Legislativo Municipal. Tal fase contempla também medidas destinadas à instauração do processo local de planejamento, traduzidas nas propostas de inserção institucional dessa atividade na estrutura administrativa do Município, de definição do pessoal a compor a equipe técnica dedicada ao planejamento, em especial à implementação, avaliação e realimentação do Plano Diretor Municipal. Esta etapa do Plano Diretor Municipal incluirá também a proposição de um conjunto de indicadores para avaliação sistemática da realidade e do desempenho da administração pública na aplicação das políticas de desenvolvimento físico-territorial e sócio-econômico do Município. 5.4. Plano de Ação e Investimentos Esta fase compreende as propostas relativas à implementação do Plano Diretor Municipal, através da avaliação aproximada dos custos de execução e da definição das prioridades de ação e de investimento, em correspondência à projeção das finanças municipais, para o período dos cinco anos subseqüentes à aprovação do Plano. O Plano de Ação e Investimentos visa a orientar os investimentos do Município na manutenção, ampliação e melhoria da infra-estrutura e dos serviços públicos, para efeito de se alcançar os padrões de qualidade estabelecidos a partir de requisitos técnicos e da vontade da comunidade manifestada em consulta popular, incluindo projetos relativos ao sistema de drenagem pluvial, pavimentação, obras viárias e aos serviços públicos de transportes, educação, saúde, promoção e assistência social, habitação, segurança, cultura, recreação, lazer, coleta e tratamento de resíduos, limpeza pública, conservação e arborização de parques, logradouros e fundos de vales, entre outras, os quais visam garantir significativa melhora na qualidade de vida da população. Cabe lembrar ainda que o Plano de Ação e Investimentos permitirá aos municípios atenderem ao disposto na Lei Estadual n°. 15.229 de 25/06/2006, que substituiu e revogou o Decreto Estadual nº. 2.581 de 17/02/04, obtendo acesso aos investimentos disponibilizados pelo Governo Estadual. 26 6. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES O cronograma de atividades a seguir ilustra cada fase dos trabalhos do Plano Diretor Municipal de Irati, bem como os métodos e resultados esperados de cada uma dessas atividades. O prazo de conclusão do trabalho é de 270 (duzentos e setenta) dias, conforme mostra o cronograma na TABELA 1 a seguir. 27 TABELA 1 – CRONOGRAMA DE ATIVIDADES FASES ATIVIDADES Criação do fluxo de informações Estratégias de comunicação Nivelamento de conhecimentos Atendimento a normas técnicas Documento do Plano de Trabalho e Relatório Parcial 1 Processo de Participação Definição de estratégias de apresentação Realização da 1ª Audiência Pública Treinamento da Equipe Técnica Municipal Exposição dialogada Debates Treinamento da Comissão de Acompanhamento Identificação da base de dados Levantamento de dados Análise Temática Integrada RESULTADOS/ PRODUTOS ESPERADOS Definição do modus operandi Preparação dos produtos finais Plano de Trabalho e Atividades Preliminares MÉTODOS Exposição dialogada Debates Modelagem de base de dados georreferenciada Pesquisa bibliográfica e de campo Criação e ordenamento de banco de dados Análise de sistemas Geoprocessamento Preparação dos produtos finais Atendimento a normas técnicas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Conhecimento de aspectos da Análise Temática Integrada, Diretrizes e Legislação Básica Conhecimento da organização, funcionamento e competências da Comissão Definição de sistema de informações Análise Temática Integrada MESES Identificação de condicionantes, deficiências e potencialidades Mapas Temáticos Documento da Análise Temática Integrada e Relatório Parcial 2 28 TABELA 1 – CRONOGRAMA DE ATIVIDADES (continuação) FASES ATIVIDADES Definição de diretrizes e propostas Definição de Diretrizes e Proposições Preparação dos produtos finais Análise de sistemas Estratégia prospectiva RESULTADOS/ PRODUTOS ESPERADOS Documento da Definição de Diretrizes e Relatório Parcial 3 Processo de Participação Definição de estratégias de apresentação Realização da 2ª Audiência Pública Treinamento da Equipe Técnica Municipal Exposição dialogada Debates Conhecimento do processo de planejamento, indicadores e plano de ação e investimentos Elaboração de texto jurídico Minuta de Anteprojeto de Lei do Plano Diretor Elaboração de texto jurídico Minuta de Anteprojeto de Lei do Perímetro Urbano Elaboração de texto jurídico Minuta de Anteprojeto de Lei do Parcelamento do Solo Elaboração de texto jurídico Minuta de Anteprojeto de Lei do Uso e Ocupação do Solo Elaboração de texto jurídico Minuta de Anteprojeto de Lei do Sistema Viário Elaboração de texto jurídico Minuta de Anteprojeto da Lei do Código de Edificações e Obras Elaboração de texto jurídico Minuta de Anteprojeto da Lei do Código de Posturas Elaboração de texto jurídico Minuta de Anteprojeto de leis específicas Elaboração da Lei do Perímetro Urbano Elaboração da Lei do Parcelamento do Solo Elaboração da Lei do Uso e Ocupação do Solo Elaboração da Lei do Sistema Viário Elaboração da Lei do Código de Edificações e Obras Elaboração da Lei do Código de Posturas Elaboração de leis específicas MESES 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Diretrizes e propostas de curto, médio e longo prazo Atendimento a normas técnicas Elaboração da Lei do Plano Diretor Legislação Básica MÉTODOS 29 TABELA 1 – CRONOGRAMA DE ATIVIDADES (continuação) FASES ATIVIDADES Adequação da estrutura administrativa Legislação Básica (cont.) Construção de indicadores Preparação dos produtos finais Indicação de ações e projetos MÉTODOS Planejamento estratégico Definição de instrumentos para planejamento e gestão municipal Planejamento estratégico Indicadores Atendimento a normas técnicas Legislação Básica e Processo de Planejamento e Gestão e Relatório Parcial 4 Planejamento estratégico Cronograma físico-financeiro de ações e investimentos Preparação dos produtos Atendimento a normas finais técnicas Plano de Ação e de Investimentos RESULTADOS/ PRODUTOS ESPERADOS Estratégias de Processo de Participação apresentação Treinamento da Equipe Técnica Exposição dialogada Debates Treinamento da Comissão de Acompanhamento Exposição dialogada Debates MESES 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Documento do Plano de Ação e Investimentos e Relatório Parcial 5 Realização da 3ª Audiência Pública e Criação do Conselho de Desenvolvimento Municipal Criação do Conselho de Desenvolvimento Municipal Implementação do Plano Diretor Criação do Conselho de Desenvolvimento Municipal Implementação do Plano Diretor 30 7. SISTEMA DE SUSTENTAÇÃO NATURAL 7.1. LOCALIZAÇÃO FISIOGRÁFICA O Estado do Paraná faz parte da Região Sul do Brasil e seu território, com uma superfície de 199.314,85km², está dividido em uma planície litorânea e um altiplano interior, separados entre si pela escarpa da Serra do Mar. Esse altiplano faz parte do Planalto Meridional Brasileiro e compõe-se de três sub-planaltos, contando-se sucessivamente de leste para oeste: o Primeiro Planalto, também conhecido como Planalto de Curitiba; o Segundo Planalto, ou de Ponta Grossa; e o Terceiro Planalto, que abriga as regiões nordeste, norte, noroeste, oeste e sudoeste do Estado. O Município de Irati está localizado no Segundo Planalto Paranaense e é sede da microrregião de mesmo nome, que faz parte da Mesorregião Geográfica do Sudeste Paranaense. Integra e sedia a Associação dos Municípios do Centro Sul do Paraná – AMCESPAR, que congrega também os municípios de Fernandes Pinheiro, Guamiranga, Imbituva, Inácio Martins, Mallet, Prudentópolis, Rebouças, Rio Azul e Teixeira Soares. Seu território, de acordo com a Resolução do IBGE nº. 05, de 10 de outubro de 2002, possui uma superfície de 999,5m², situando-se na parte norte-central da Mesorregião, onde faz fronteira com os municípios de Prudentópolis e Imbituva ao norte; Fernandes Pinheiro a leste; Rebouças e Rio Azul ao sul; e Inácio Martins a oeste. Cabe comentar que em 21 de dezembro de 1995, através da Lei Estadual n°. 11.164, foi incorporada ao Município de Irati a área de 5.569,76m2 correspondente às localidades de Pinho de Baixo e Pinho de Cima, até então pertencentes ao Município de Imbituva. Ver FIGURA 2. FIGURA 2 – LOCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO NO ESTADO A sede municipal é delimitada pelas rodovias federais BR-153 e BR-277, bem como pela rodovia estadual PR-364, sendo cortada também pela ferrovia Ferroeste. A BR-153 - conhecida como Transbrasiliana - atravessa o País de norte a sul, sendo que a partir de Irati, em sentido sul, dá acesso aos municípios de Rebouças e Rio Azul, e, em sentido norte, faz a ligação com a BR-373 na Cidade de Imbituva. Partindo-se desta última, em sentido leste, alcança-se a BR-376, também chamada Rodovia do Café, a qual leva ao Norte do Paraná e à Cidade de Ponta Grossa. Já a BR-277 em sentido oeste faz a ligação com Cascavel e Foz do Iguaçu, e em sentido leste com a Capital do Estado e o Porto de Paranaguá, enquanto a PR-364 liga Irati a Inácio Martins, em sentido oeste, e a São Mateus do Sul, em sentido sudeste. Ver FIGURA 3. 31 FIGURA 3 – MALHA RODOFERROVIÁRIA REGIONAL FONTE: DER. A Ferroeste faz a conexão entre Cascavel e Ponta Grossa, a partir da qual se liga à malha ferroviária nacional, permitindo também o acesso a Curitiba e ao Porto de Paranaguá. Em função disso, o Município desfruta de excelente acessibilidade nas malhas rodo-ferroviárias regional e nacional, distando a sede municipal por rodovia cerca de 150 km de Curitiba e 260 km do Porto de Paranaguá. Até 1997 estava em atividade o Aeroporto Municipal Alfredo Leite, mas atualmente o Município não dispõe de um aeródromo aberto ao tráfego aéreo. A Cidade de Irati está situada nas coordenadas 25º28’02” de Latitude Sul e 50º39’04” de Longitude Oeste, e desenvolve-se em torno dos 812,00m de altitude s.n.m. A criação do Município ocorreu em 2 de abril de 1907, através da Lei Estadual n°. 716, tendo o mesmo sido desmembrado de Imbituva e instalado oficialmente em 15/07/1907, data em que se comemora seu aniversário. O Município é sede de comarca desde 1927 e conta, além do distrito sede, com mais três distritos administrativos. O Distrito de Gonçalves Junior foi criado com o nome de Barra Mansa, através da Lei n°. 1.878 de 9 de abril de 1919, tendo sido instalado em 20 de outubro de 1920. O Distrito de Guamirim foi criado com o nome de Bom Retiro em 2 de agosto de 1904, tendo sido instalado em 1º de outubro do mesmo ano. E o Distrito de Itapará foi criado através da Lei n°. 1.919 de 23 de fevereiro de 1920, tendo sido instalado em 20 de outubro do mesmo ano. Além desses núcleos urbanos, conta também com uma Vila Rural em Covalzinho, inaugurada em 1997, com 37 unidades residenciais. Ver MAPA 1 – MUNICÍPIO. Afora as sedes distritais e a Vila Rural, cabe dizer que o território municipal comporta ainda os chamados “faxinais”, comunidades tradicionais em que se destaca o uso coletivo da terra para a criação de animais, a produção agrícola de base familiar e o extrativismo florestal de baixo impacto. A organização do espaço nos faxinais é bastante singular, dividida em espaços privados (moradias, quintais, jardins e mangueirões) e de uso coletivo, destinado à criação dos animais e à preservação da mata nativa. As áreas dos faxinais são cercadas externamente, sendo que junto aos portões de acesso geralmente existem mata-burros para evitar a saída dos animais. Os faxinais no Paraná foram regulamentados pelo Decreto Estadual n°. 3.446/97, sendo considerados como Áreas Especiais de Uso Regulamentado – ARESUR, seguindo as mesmas diretrizes de utilização das Áreas de Proteção Ambiental – APA e prevendo o repasse do ICMS 32 Ecológico para as comunidades. Em 2007, o Governo Estadual promulgou a Lei n°. 15.673/07 que reconhece a territorialidade dos faxinais. Segundo relatório elaborado pelo IAP em 2004, apenas 44 das áreas mapeadas como faxinal no Estado podiam ser consideradas “remanescentes”, ou seja, mantinham a organização social típica do faxinal e a paisagem de matas de araucária. Outras 56 áreas estavam desativadas, isto é, preservavam apenas a paisagem de florestas nativas, enquanto 52 podiam ser consideradas extintas, uma vez que perderam totalmente suas características originais. Dentre os 44 faxinais remanescentes, 15 situam-se na região de Irati, abrangendo também os municípios de Rebouças, Rio Azul, Mallet e Inácio Martins. Desses, porém, apenas 10 constam oficialmente como Áreas Especiais de Uso Regulamentado – ARESUR, sendo dois em Irati: Faxinal dos Mellos e Faxinal do Rio do Couro. 33 MAPA 1 – MUNICÍPIO 34 7.2. CARACTERÍSTICAS FÍSICO-AMBIENTAIS 7.2.1. Geologia O Município de Irati está localizado no extremo oeste do Segundo Planalto Paranaense, no sopé da Escarpa da Serra Geral, que o separa do Terceiro Planalto, a qual localmente recebe o nome de Serra da Esperança. O território municipal integra a Mesorregião Sudeste Paranaense, cujo substrato rochoso compreende desde os derrames basálticos da Formação Serra Geral até as rochas sedimentares da Bacia do Paraná. Ver FIGURA 4. Sua formação geológica é bastante complexa, sendo que, a contar de oeste para leste, o Município apresenta em seu subsolo rochas das formações Serra Geral e Pirambóia-Botucatu, pertencentes ao Grupo São Bento, e das formações Rio do Rasto, Teresina, Serra Alta e Irati, do Grupo Passa Dois. No extremo leste encontram-se as formações Palermo e Rio Bonito, do Grupo Guatá. Ver MAPA 2 – GEOLOGIA DA MESORREGIÃO. FIGURA 4 – REGIÕES GEOLÓGICO-GEOTÉCNICAS DO ESTADO DO PARANÁ FONTE: MINEROPAR A Formação Serra Geral, que cobre grande parte da Bacia Sedimentar do Rio Paraná, ocupando 53,0% do território paranaense, é composta por camadas de sucessivos derrames basálticos, ocorridos no período Jurássico-Triássico, com espessuras variando de 30,0m a 40,0m. Esses derrames compõem-se de três partes principais: base, zona central e topo. Na base encontrase uma zona vítrea e vesicular, facilmente alterável, enquanto a porção central é mais espessa, formada por basalto maciço recortado por fraturas verticais e/ou horizontais. No topo sobressaem bolhas formadas quando da expulsão dos gases vulcânicos, as quais podem ser preenchidas (“amídalas”) ou não (“vesículas”), resultando em pedras soltas nas encostas das mesetas, de formato esferoidal. As rochas da Formação Serra Geral encontradas no Município são do tipo efusivas básicas toleíticas, compostas por basaltos maciços e amigdalóides, afaníticos, variando de cinzentos a pretos, com intercalação de arenitos finos. De modo geral, as rochas da Formação Serra Geral possuem baixa vulnerabilidade ao intemperismo e à erosão, apresentando como principal entrave ao uso e ocupação do solo a presença de solos litólicos e de afloramentos de rochas, principalmente em zonas de relevo ondulado e montanhoso, com declividades acima de 20,0%. 35 MAPA 2 – GEOLOGIA DA MESORREGIÃO 36 De acordo com a MINEROPAR, é comum que a erosão e a decomposição seletivas das rochas basálticas ressaltem na topografia as unidades de derrames, formando verdadeiras escarpas, representadas por áreas com declividades acima de 20,0%, as quais são delimitadas por quebras de relevo positivas e negativas, aproximadamente coincidentes com os planos de contato entre os derrames. O padrão de fraturas, juntamente com as zonas vesiculares do topo dos derrames, podem funcionar como canal alimentador de aqüíferos subterrâneos, necessitando medidas de monitoramento da descarga de efluentes químicos, industriais e domésticos para evitar a contaminação das águas superficiais e subterrâneas nesses compartimentos. As rochas sedimentares, por sua vez, ocupam cerca de 25,0% do território paranaense, compreendendo uma faixa com largura média de 130,0km que corta o Estado de norte a sul, sendo formada pelos grupos Passa Dois, Guatá, Itararé e Paraná. Tal compartimento geológico-geotécnico corresponde à principal produção de insumos energéticos do Estado - carvão e xisto - além de apresentar expressivas reservas de urânio e de calcário e grandes explorações de argila e areia para construção civil. Predominam nessa região geológica arenitos, siltitos e folhelhos com índices médios a altos de vulnerabilidade ao intemperismo e à erosão, requerendo cuidados específicos para uso e ocupação do solo, conforme recomendações da MINEROPAR, a saber: - implantação de sistemas distintos de escoamento de águas pluviais e servidas, integrados aos sistemas a jusante; - adoção de sistema eficiente de coleta, deposição e manejo de lixo; - implantação de tubulações em todas as linhas de drenagem ou concentração de fluxo com declividade superior a 2,5%, através de dispositivos de dissipação de energia nos pontos de lançamento; - orientação da ocupação urbana, através da implantação de lotes com sua maior dimensão paralela às curvas de nível nas encostas com declividade superior a 25,0%; - orientação da ocupação urbana, através da implantação de lotes com sua maior dimensão ortogonal à linha de enchente nos fundos de vale; - limitação da ocupação urbana através de exigências quanto à drenagem e à terraplenagem prévia, estimulando a preservação permanente de fundos de vale; - exigência de planejamento prévio de projetos de exploração e recuperação para atividades de extração mineral. A Formação Pirambóia consiste de arenitos finos a médios, esbranquiçados, intercalados por siltitos avermelhados, correspondendo a depósitos aluviais. Já as rochas da Formação Botucatu são constituídas de arenitos de granulação fina a média e bem selecionados, cujas características sedimentares apontam para uma deposição eólica em ambiente desértico. Sob essas rochas encontra-se o chamado “Aqüífero Botucatu”, ou “Guarani”, cuja disponibilidade de água subterrânea está relacionada à porosidade e permeabilidade dos arenitos. A Formação Botucatu ocorre na base da Serra da Esperança, localizada entre os municípios de Irati e Inácio Martins, sendo que sua espessura pode alcançar 200m, porém a faixa de afloramentos exibe espessura média de 50m, raramente ultrapassando os 100m. A Formação Rio do Rasto ocorre a oeste do Município, entre as divisas com Prudentópolis e Rio Azul, e compreende duas sub-formações: Membro Serrinha, formada por siltitos e arenitos esverdeados, muito finos, micríticos e calcarenitos; e Membro Morro Pelado, constituída por siltitos e argilitos avermelhados, intercalados com arenitos finos. A Formação Rio do Rasto demarca o início da transição entre o ambiente marinho raso de planícies de marés - Membro Serrinha - e os depósitos continentais fluviais e de planície deltaica - Membro Morro Pelado. Sua espessura supera 800m no interior da bacia e cerca de 400m em afloramentos, sendo que dentre os fósseis encontrados nesta unidade predominam anfíbios, pelecípodos, conchostráceos e palinomorfos. A Formação Teresina, situada a oeste da sede municipal, ocupa a maior parte do território iratiense, consistindo de argilitos cinza-escuros a esverdeados, com intercalações rítmicas de siltitos cinza-escuros, róseos a avermelhados e camadas (ou lentes) de calcário. Como estrutura primária característica desta unidade ocorrem laminações flaser, além de laminação ondulada, microlaminação cruzada, gretas de contração, marcas onduladas e diques de arenitos. Nas camadas calcíferas é comum a ocorrência de oólitos e estruturas estromatolíticas. Esta formação é originada por depósitos de transição entre os ambientes marinhos profundo e raso de planície de marés, com potencial para calcário e argila vermelha. Sua espessura alcança entre 600 e 650m no centro da bacia, enquanto nos afloramentos não ultrapassa os 240m. Os fósseis mais comuns encontrados são restos de plantas, bivalves e palinomorfos. 37 A Formação Serra Alta compreende uma seqüência pelítica formada por folhelhos, argilitos e siltitos cinza-escuros a pretos, maciços e microlaminados, originários de depósitos de plataforma epinerítica. Na região de Irati esta unidade está localizada sobre as intrusões básicas que formam os morros ao redor da sede municipal. A espessura média da unidade aflorante é de cerca de 85m, com máximo de 120m em subsuperfície, sendo seu conteúdo fossilífero formado por peixes, pelecípodes, conchostráceos e palinomorfos. A Formação Irati, Membro Taquaral, ocorre em uma faixa de cerca de 350m que atravessa o centro do Município. É caracterizada por uma faciologia bastante complexa, com argilitos, folhelhos e siltitos fossilíferos, cinza escuros, sucedidos por folhelhos escuros e folhelhos pirobetuminosos fossilíferos, associados a calcários e margas, formados em plataforma rasa. Em algumas porções da faixa de afloramentos ocorrem interestratificações de leitos de folhelho pirobetuminoso com calcários, como resultado de uma ritmicidade das condições ambientais. Uma característica marcante da Formação Irati, segundo a MINEROPAR, é a sua fragilidade geotécnica, uma vez que os folhelhos apresentam-se intensamente pastilhados e com um perfil de alteração raso, ou seja, solo pouco espesso. Estas propriedades conferem a esse folhelho grande instabilidade, dificultando a execução de qualquer obra sobre essa litologia. Localizada no extremo leste do Município, a Formação Palermo abrange siltitos arenosos cinzentos, com laminação paralela, flaser e bioturbação, formados em ambiente de plataforma epinerítica e planície litorânea, sendo sua espessura regular, da ordem de 100m, não ultrapassando 300m de subsuperfície. Seu conteúdo fossilífero é muito restrito, sendo encontrados troncos fósseis e palinomorfos. Já a Formação Rio Bonito, que ocupa uma pequena porção no extremo leste do território municipal, consiste de arenitos, siltitos e folhelhos, além de carvões e calcários. Ver MAPA 3 – GEOLOGIA DO MUNICÍPIO. De acordo com a MINEROPAR (2005), o índice de vulnerabilidade à denudação no Município de Irati varia conforme o substrato rochoso, sendo de 2,7 nos siltitos, argilitos, arenitos e calcarenitos da Formação Rio do Rasto; de 2,4 nos arenitos com camadas de argilito, siltito e conglomerado intercalado das Formações Pirambóia e Botucatu; e de 1,5 nos basaltos, andesitos e tufos ácidos dos derrames da Formação Serra Geral, lembrando que quanto maior o índice mais alta a vulnerabilidade à denudação e à erosão do solo. Os diferentes índices de denudação na região foram responsáveis pelas feições geomorfológicas peculiares do terreno, tais como o desenvolvimento do relevo escarpado que delimita o Segundo Planalto e o Terceiro Planalto, conhecido localmente como Serra da Esperança. Ver MAPA 4 – VULNERABILIDADE À DENUDAÇÃO DA MESORREGIÃO. 38 MAPA 3 – GEOLOGIA DO MUNICÍPIO 39 MAPA 4 – VULNERABILIDADE À DENUDAÇÃO DA MESORREGIÃO 40 7.2.2. Solos A variedade de solos encontrados no Município de Irati representa a interação entre o clima mesotérmico úmido subtropical e as rochas do seu substrato. Predominam no território municipal os argissolos vermelhos amarelos distróficos, os quais ocupam as porções central, centro-sul e oeste do Município, mas também se encontram cambissolos, latossolos, neossolos e nitossolos. Os argissolos vermelhos amarelos do tipo distrófico têm textura média argilosa a argilosa, sendo ácidos e pouco férteis, o que implica na necessidade de correção e manejo adequado. Nas áreas de relevo suave ondulado, os argissolos são aptos à mecanização e apresentam melhores condições de conservação, enquanto nos terrenos ondulados há maiores obstáculos à mecanização e conservação, com tendência de moderada a alta ao desencadeamento de processos erosivos. As atividades produtivas mais indicadas para esses solos referem-se a culturas perenes, pastagens e reflorestamentos nas áreas menos acidentadas, devendo ser preservada a vegetação natural nos vales e encostas de inclinação mais pronunciada. Quanto aos cambissolos, estes são dos tipos háplicos alumínicos, háplicos distróficos e húmicos alumínicos, tendo em comum a pouca profundidade, alta acidez e baixa fertilidade natural, além da textura argilosa. Os cambissolos háplicos alumínicos ocorrem na porção sudeste do Município, em terrenos com topografia forte ondulada a ondulada, sendo inaptos à mecanização. Os háplicos distróficos ocupam pequena porção no extremo leste municipal, enquanto os húmicos alumínicos situam-se em uma pequena área no extremo sudoeste, ambos em terrenos suave ondulados e pouco aptos à mecanização. Os latossolos vermelhos distróficos apresentam textura argilosa, com alta porosidade e permeabilidade, ocorrendo em áreas de relevo suave ondulado na porção leste do Município. Apresentam aptidão à mecanização e melhores condições de conservação, embora necessitem de corretivos devido à baixa fertilidade. Apesar da menor vulnerabilidade dos latossolos à erosão, recomenda-se não executar movimentos de terra mal planejados, especialmente em regiões de maior declividade, desprovidas de cobertura vegetal, para evitar o desencadeamento de processos erosivos. No caso da ocupação urbana, cabe mencionar que os latossolos não suportam fundações rasas em edificações de maior altura, devido à possibilidade de recalque, sendo recomendada sua compactação e o emprego de estacas profundas. Já os neossolos litólicos são constituídos de dois tipos: distróficos e eutróficos, ambos encontrados em terrenos fortemente ondulados a montanhosos, com textura argilosa, inaptos à mecanização e de difícil conservação. Os distróficos ocorrem nas porções centro-oeste e extremo sudeste do Município, enquanto os eutróficos localizam-se na porção sudoeste, sendo ambos de baixíssima fertilidade. De modo geral, os solos litólicos são rasos, com até um metro de profundidade, com grande quantidade de cascalho e matacões, sem fração de areia. São aptos à ocupação urbana desde que com critérios técnicos adequados, já que a pouca profundidade desfavorece a instalação de infra-estrutura subterrânea. Por fim, os nitossolos háplicos alumínicos são solos de textura argilosa, encontrados em terrenos de relevo suave ondulado nas porções norte e sul do Município, sendo aptos à mecanização e de fácil manejo, embora necessitem de corretivos. Devido à porosidade e permeabilidade, apresentam fácil desagregação mecânica, estando sujeitos à erosão nas superfícies com declividades superiores a 10,0% desprovidas de cobertura vegetal, enquanto naquelas com mais de 20,0%, podem sofrer rastejo e escorregamento. De maneira geral, pode-se concluir que os solos encontrados em Irati são de baixa fertilidade e com suscetibilidade média a alta à erosão, o que, associado ao relevo acidentado que caracteriza a maior parte do território municipal, opõe severas restrições à atividade agrícola, principalmente àquelas culturas que demandam o emprego de mecanização. Ademais, a necessidade de utilização de corretivos e de adoção de cuidados especiais quanto ao manejo, encarece a produção e limita o leque de culturas passíveis de serem desenvolvidas pelos produtores no Município. Ver MAPA 5 – SOLOS DO MUNICÍPIO. 41 MAPA 5 – SOLOS DO MUNICÍPIO 42 7.2.3. Geomorfologia O Município de Irati tem sua altitude máxima na cota de 1.296,00m, localizada no topo da Serra da Esperança, que delimita os extremos sudoeste e oeste do território municipal. Destacam-se na paisagem o Cerro da Nhá Cota, com 1.024,00m de altitude, e o Morro da Ordenança, com 950,00m. As cotas mais baixas, por outro lado, situam-se em torno de 760,00m e são encontradas em diversos pontos, sobretudo ao longo dos rios que fazem divisa entre Irati e os municípios de Imbituva e Prudentópolis. A configuração do relevo ao longo do território municipal de Irati é representada por cerca de 46,0% de áreas planas, ou suavemente onduladas, e 54,0% de áreas com declividades variando de médias a altas. Ver FIGURA 5. FIGURA 5 – VISTA GERAL DA SERRA DA ESPERANÇA FONTE: MAXPLAN Localizado no Segundo Planalto Paranaense, o Município de Irati é cortado pelos divisores de águas das bacias hidrográficas dos rios Ivaí, Tibagi e Iguaçu, os quais se interceptam na porção norte do seu território. De uma maneira geral, as áreas de topografia mais plana do Município situam-se no seu quadrante leste, na bacia do Rio das Antas, onde está localizada a sede municipal, bem como na bacia do Rio do Pinho, na porção centro-leste do seu território. A porção centro-oeste do território municipal possui relevo bastante ondulado, o qual se torna montanhoso à medida que se aproxima da escarpa da Serra da Esperança, junto às divisas com os municípios de Prudentópolis e Inácio Martins. Ver MAPA 6 – HIPSOMETRIA DO MUNICÍPIO e MAPA 7 – DECLIVIDADE DO MUNICÍPIO. 43 MAPA 6 – HIPSOMETRIA DO MUNICÍPIO 44 MAPA 7 – DECLIVIDADE DO MUNICÍPIO 45 A Cidade de Irati encontra-se a uma altitude média de 812,00m acima do nível do mar, estando localizada no extremo leste do território municipal. Sua malha urbana, ao cobrir uma extensão de quase 10,0km em sentido norte-sul, incorpora uma grande variedade de situações quanto à interação com a base física natural, qual seja a ocupação do solo em áreas de relevo acidentado, leitos de cursos d’água encaixados e áreas de banhado. Cada uma dessas situações, de acordo com suas especificidades, coloca determinados tipos de problemas, tais como a possibilidade de deslizamentos de terra, dificuldade de conexão entre setores da malha urbana situados em vertentes opostas de fundos de vales e a eventualidade de enchentes localizadas e inundações. A topografia da Cidade caracteriza-se por áreas com declividade suave ondulada, variando de 20 a 30%, entremeadas por áreas planas correspondentes ao vale do Rio das Antas e de seus afluentes, que drenam toda a porção centro-norte do quadro urbano. O percurso deste rio, que pertence à Bacia do Rio Tibagi, forma um arco com início a sudeste da Cidade, onde localizam-se suas nascentes, passando pelos bairros Fósforo e Rio Bonito, a oeste, Nossa Senhora das Graças e Vila Nova, ao norte, e Nhapindazal, a nordeste. Já a porção sul do quadro urbano é banhada pelo Rio Riozinho, pertencente à Bacia do Rio Iguaçu, que tem suas nascentes no Bairro da Lagoa e ruma em direção ao sul. Ver MAPA 8 – DECLIVIDADE URBANA. As áreas planas da Cidade, com declividades abaixo de 2%, abrangem toda a margem direita do Rio das Antas, desde a foz do Rio Bonito até o Arroio Nhapindazal, contendo boa parte do Centro da Cidade. Há ainda uma grande planície compreendida entre o Arroio do Meio, o Rio Bonito e o Rio das Antas, na porção noroeste do quadro urbano, e outra localizada na margem direita do Arroio da Lagoa, na porção oeste da Cidade. São planas também as faixas ao longo dos rios Bonito, das Antas e Riozinho, dos arroios do Meio, da Lagoa, dos Pereira e Nhapindazal, e de seus respectivos afluentes. Ver FIGURA 6. Nas porções oeste e norte do quadro urbano situam-se áreas com declividades superiores a 30%, com destaque para a Serra do Arroio Grande, que delimita a ocupação da Cidade ao norte. Há também áreas de declividade superior a 30% localizadas nos setores leste e sul do quadro urbano, em sua maioria correspondentes a cabeceiras de drenagem. Ver FIGURA 7. FIGURA 6 – VISTA GERAL DA CIDADE DE IRATI – RIO DAS ANTAS FONTE: PREFEITURA MUNICIPAL DE IRATI 46 FIGURA 7 – VISTA GERAL DA CIDADE DE IRATI – PARQUE AQUÁTICO E SERRA DO ARROIO GRANDE AO FUNDO FONTE: PREFEITURA MUNICIPAL DE IRATI A sede do Distrito de Gonçalves Junior situa-se a cerca de 800 m s.n.m., em área de relevo suave ondulado, com declividades variando de 20 a 45%. O quadro urbano é limitado a oeste pelo Rio Caçador, a norte por um afluente deste, e a leste por áreas de maior declividade, superiores a 45%, o que dificulta sua expansão. Ver FIGURA 8. FIGURA 8 – VISTA GERAL DO DISTRITO DE GONÇALVES JUNIOR FONTE: MAXPLAN A sede do Distrito de Guamirim situa-se a cerca de 810 m s.n.m., em áreas com declividade suave ondulada, variando de 10% a 20% com vergência predominante nordeste, em direção à calha do Rio do Guamirim. Ver FIGURA 9. 47 FIGURA 9 – VISTA GERAL DO DISTRITO DE GUAMIRIM FONTE: MAXPLAN A sede do Distrito de Itapará localiza-se a cerca de 860 m s.n.m., em encosta de topografia acidentada, variando de 10 a 45%, com vergência predominante noroeste, em direção à calha do Rio dos Patos. Nota-se no quadro urbano a ocorrência de processos erosivos, o que demanda medidas de contenção. Ver FIGURA 10. FIGURA 10 – VISTA GERAL DO DISTRITO DE ITAPARÁ FONTE: MAXPLAN 48 MAPA 8 – DECLIVIDADE URBANA 49 7.2.4. Clima Segundo a classificação climática de Wladimir KÖPPEN, a Mesorregião do Sudeste paranaense, onde se situa Irati, possui clima tipo Cfb - que se caracteriza por ser sub-tropical, mesotérmico úmido e sem estação seca definida. Os verões são frescos, com maior propensão à ocorrência de chuvas, ao passo que os invernos são frios, com geadas severas freqüentes, sem estação seca. Ver FIGURA 11. FIGURA 11 – CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA SEGUNDO KÖPPEN FONTE: IAPAR. De acordo com dados da estação experimental do IAPAR para o período 1963-2007, a temperatura média anual na região de Irati é de 17,5°C, sendo a média máxima anual de 23,9°C e a média mínima anual de 12,9°C. As maiores temperaturas costumam ocorrer no mês de janeiro, que apresenta média máxima de 27,5°C no período, sendo a máxima absoluta registrada nesse de 35,6°C, em janeiro de 2006. As menores temperaturas ocorrem em julho, que apresenta média mínima de 8,3°C, sendo a mínima absoluta de -5,7°C, em julho de 1975. Ver FIGURA 12. As precipitações pluviométricas são bem distribuídas ao longo do ano, sendo a precipitação pluviométrica anual da ordem de 1.582mm. Janeiro é o mês mais chuvoso, com 180,1mm e média de 16 dias de chuva, enquanto agosto é o mês mais seco, com 78,8mm e média de 8 dias de chuva. A umidade relativa do ar média em Irati é de 80,3%, sendo maior nos meses de março, maio e junho, com uma média de 83%, e menor nos meses de agosto e novembro, com uma média de 77%. Ver FIGURA 13 e FIGURA 14. Dados do mesmo período indicam que os índices de evaporação são maiores em novembro, atingindo 74,5mm, e menores em junho, quando chegam a 44,4mm. Já a insolação é maior em novembro, com uma média de 179,7 horas de sol, e menor em setembro, com uma média de 146,0 horas. 50 FIGURA 12 – TEMPERATURA MÉDIA ANUAL FONTE: IAPAR. FIGURA 13 – PRECIPITAÇÃO MÉDIA ANUAL FONTE: IAPAR. 51 FIGURA 14 – UMIDADE RELATIVA ANUAL FONTE: IAPAR. 7.2.5. Hidrografia O território paranaense compreende duas grandes bacias hidrográficas, quais sejam a do Oceano Atlântico e a do Rio Paraná. Esta última faz parte do sistema do Rio da Prata e tem como maiores tributários no Estado os rios Paranapanema, Tibagi, Ivaí, Piquiri e Iguaçu, que são afluentes pela sua margem esquerda. Os rios Tibagi, Ivaí e Iguaçu nascem no Segundo Planalto Paranaense e seguindo em sentidos que vão desde sul-norte, como o Rio Tibagi, até leste-oeste, como o Iguaçu, transpõem a Escarpa da Serra Geral e percorrem o Terceiro Planalto Paranaense, desaguando no Rio Paranapanema, ou diretamente no Rio Paraná. O território municipal de Irati possui uma extensa e densa rede de drenagem, dividida em três grandes bacias hidrográficas, sendo as suas porções oeste e noroeste tributárias da bacia do Rio Ivaí; as suas regiões norte, nordeste e leste contribuintes da bacia do Rio Tibagi; e a sua parte centrosul integrante da bacia do Rio Iguaçu. Os rios da bacia do Ivaí possuem vergência na direção geral SE-NW, enquanto os da bacia do Tibagi têm vergência na direção geral SW-NE, sendo que os da bacia do Iguaçu apresentam vergência na direção geral N-S. O principal curso d’água do Município pertencente à bacia do Ivaí é o Rio dos Patos, que tem vergência para noroeste e é afluente direto do primeiro. Na bacia do Rio Tibagi o curso d’água mais importante é o Rio das Antas, que corre para nordeste e deságua no Rio Imbituva, que, por sua vez, é afluente do Rio Tibagi. Já na bacia do Rio Iguaçu destacam-se os rios Preto, Corrente, Cachoeira e Riozinho, cujas águas se dirigem para o sul e confluem para o Rio Potinga, que é tributário do Iguaçu. Quanto aos afluentes de segunda, terceira e quarta ordens desses três cursos d’água, sua classificação, de jusante para montante, é mostrada no esquema abaixo. Ver MAPA 9 – HIDROGRAFIA DO MUNICÍPIO. 52 Rio Ivaí Rio dos Patos Rio Ponte Alta Rio Pinhal Preto Rio Valeiros Rio Tibagi Rio Imbituva Rio do Cobre Rio da Areia Rio Perdido Rio das Antas Rio Iguaçu Rio Potinga Rio Guamirim Rio Água Quente Rio Preto Rio Corrente Rio Cachoeiro Riozinho Rio Cachoeira Rio Guabiroba Rio do Canhadão Rio do Couro Rio Barreiro Rio do Cocho Rio dos Antônios Rio da Prata Rio Linha B Rio do Pinho Rio Caratuva Rio Bonito Rio Imbituvinha Rio Taquari Rio Campinas Rio Caçador A Cidade de Irati localiza-se a cavaleiro sobre o divisor de águas das bacias hidrográficas dos rios Tibagi e Iguaçu, estando a porção centro-norte do seu quadro urbano localizada na primeira, enquanto a porção sul pertence à segunda. A área compreendida entre o centro da Cidade e a Vila São João está inteiramente contida na bacia do Rio das Antas, que juntamente com seus inúmeros afluentes permeia toda essa porção da malha urbana. Já a área pertencente à bacia do Rio Iguaçu, e que compreende o Bairro da Lagoa, a Vila Raquel e a localidade de Engenheiro Gutierrez, faz parte da bacia hidrográfica do Riozinho, sendo banhada por vários de seus afluentes. Quanto aos afluentes de segunda, terceira e quarta ordens dos cursos d’água presentes no quadro urbano da Cidade de Irati e respectivo entorno, sua classificação, de jusante para montante, é mostrada no esquema abaixo. Ver MAPA 10 – HIDROGRAFIA URBANA. Rio Tibagi Rio Imbituva Rio das Antas Rio Iguaçu Rio Potinga Rio Riozinho Arroio do Saldanha Arroio Nhapindazal Arroio da Cascata Arroio dos Pereira Rio Bonito Arroio do Meio Arroio da Lagoa Arroio do Pessegueiro Pelo fato da Cidade estar localizada em um alto topográfico, os cursos d’água que nascem próximos à zona urbana apresentam volume e dimensões reduzidos, o que, de um lado, limita a oferta de água para abastecimento da população e, de outro, impõe a necessidade de se adotar critérios rigorosos quanto às descargas de águas pluviais e servidas nesses corpos receptores, para evitar, respectivamente, a detonação de processos erosivos nas suas cabeceiras e leitos e/ou a poluição de seus mananciais. 53 MAPA 9 – HIDROGRAFIA DO MUNICÍPIO 54 MAPA 10 – HIDROGRAFIA URBANA 55 7.2.6. Vegetação A vegetação é reflexo da interação de um conjunto de fatores naturais, dentre os quais notadamente a latitude, a altitude, o clima e a formação pedológica. A Mesorregião Sudeste Paranaense encontra-se em zona de clima sub-tropical, situada na região fitogeográfica da chamada Floresta Ombrófila Mista. Esta, também chamada Floresta de Araucária, estende-se pelos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, correspondendo a áreas de altitude em torno de 600m s.n.m. No Paraná, essa formação se estende do Primeiro Planalto, desde o sopé da Serra do Mar, até o Terceiro Planalto, na região de Laranjeiras do Sul, ocupando toda a porção centro-sul do Estado. Ver FIGURA 15. FIGURA 15 – CLASSIFICAÇÃO DA COBERTURA VEGETAL ORIGINAL NO PARANÁ A Floresta de Araucária ou Floresta Ombrófila Mista apresenta em sua composição florísticas espécies de lauráceas tais como a imbuia (Ocotea porosa), o sassafrás (Ocotea odorifera) e a canelalageana (Ocotea pulchella). Merecem destaque também a erva-mate (Ilex paraguariensis) e a caúna (Ilex theezans), entre outras aqüifoliáceas. Diversas espécies de leguminosas (jacarandá, caviúna e monjoleiro) e mirtáceas (sete-capotes, guabiroba, pitanga) também são encontradas, além de coníferas (pinheiro-bravo), rutáceas (pau-marfim), euforbiáceas (tapexingüí) e solanáceas (fumo bravo), dentre outras espécies. É um dos ecossistemas mais ricos em relação à biodiversidade animal, contando com muitas espécies ameaçadas de extinção, algumas endêmicas. Dentre os mamíferos constam a onça-pintada, a jaguatirica, o mono-carvoeiro, o macaco-prego, o guariba, o mico-leão-dourado, a preguiça-decoleira, o caxinguelê, o tamanduá e várias espécies de sagüis. Entre as aves destacam-se o jacu, o macuco, a jacutinga, a araponga e o sanhaço, além de beija-flores, tucanos, saíras e gaturamos, enquanto entre os répteis se contam lagartos, jibóias, jararacas e corais verdadeiras. Em 2002, de acordo com o IAP, a Mesorregião Sudeste Paranaense apresentava pouco mais de 312 mil hectares de cobertura florestal e de 60 mil hectares de reflorestamento, equivalentes respectivamente a 18,4% e 3,5% do território mesorregional. A cobertura florestal deste último correspondia a 12,2% da cobertura estadual, que em 2002 era de aproximadamente 2,5 milhões de hectares, enquanto a área reflorestada da Mesorregião equivalia a 11,6% dos reflorestamentos do Estado, que naquele ano somavam 518 mil hectares. Ver TABELA 2 e FIGURA 16. 56 TABELA 2 – ÁREA TOTAL, COBERTURA FLORESTAL E REFLORESTAMENTO POR MESORREGIÃO E ESTADO DO PARANÁ. 2002 MESORREGIÃO CENTRO-OCIDENTAL CENTRO-ORIENTAL CENTRO-SUL METROPOLITANA NOROESTE NORTE PIONEIRO NORTE-CENTRAL OESTE SUDESTE SUDOESTE PARANÁ FONTE: SEMA ÁREA COBERTURA FLORESTAL REFLORESTAMENTO TOTAL % ÁREA ÁREA (ha) % ÁREA % COB. FLOR. ÁREA (ha) % ÁREA % REFL. (ha) ESTADO TERRIT. ESTADO TERRIT. ESTADO 1.191.894 5,97 63.444 5,32 2,50 6.967 0,58 1,34 2.178.254 10,91 264.539 12,14 10,40 238.171 10,90 45,98 2.638.105 13,21 390.137 14,79 15,35 32.072 1,21 6,20 2.301.512 11,52 859.299 37,33 33,80 128.605 5,58 2,83 2.481.602 12,43 101.876 4,10 4,00 4.593 0,18 0,88 1.572.706 7,87 82.793 5,26 3,26 12.689 0,80 2,45 2.453.217 12,28 134.399 5,47 5,29 12.976 0,52 2,50 2.290.856 11,47 264.421 11,54 10,40 14.506 0,63 2,80 1.700.649 8,51 312.056 18,35 12,27 60.059 3,53 11,60 1.163.843 5,83 68.973 5,92 2,71 7.286 0,62 1,40 19.972.637 100,00 2.541.935 12,72 100,00 517.925,00 2,59 100,00 FIGURA 16 – REMANESCENTES FLORESTAIS DA MATA ATLÂNTICA NO PARANÁ. 2002 Quanto ao Município de Irati, este apresentava em 2003 cerca de 10.298,7 hectares de cobertura florestal e 1.385,8 hectares de reflorestamento, equivalentes respectivamente a 11,4% e 1,5% do território municipal. No entanto, a cobertura florestal do Município correspondia a apenas 3,3% da cobertura da Mesorregião, enquanto sua área reflorestada equivalia a 2,3% dos reflorestamentos da região. A composição vegetal do Município, segundo dados do IAP de 2005, dividia-se nos seguintes estágios: - inicial (capoeira): 9.485ha, correspondentes a 11% do Município; - médio (capoeirão e florestas em formação): 11.432ha, correspondentes a 14% do Município; - avançado (florestas formadas): 3.630ha, correspondentes a 4% do Município; - reflorestamento: 4.746ha, correspondentes a 5% do Município; - agricultura, pastagem e outros: 59.887ha, correspondente a 66% do Município. Cabe comentar que o Município conta em seu território com a Área de Proteção Ambiental da Serra da Esperança, criada através do Decreto Estadual n°. 9.905, de 27 de janeiro de 1992. A Serra divide o segundo e o terceiro planaltos do Paraná, perfazendo o limite entre os municípios de Inácio Martins e Irati, no extremo oeste deste último. 57 O Município apresenta ainda em seu território a Floresta Nacional de Irati – FLONA, reserva do IBAMA criada pela Portaria n°. 559, de 25/10/1968, que abrange áreas também do Município de Fernandes Pinheiro. A reserva possui um total 3.495ha de área de mata nativa, com destaque para as espécies araucária, imbuia, erva-mate, bracatinga, cedro e carvalho, além de outros 1.308,71ha reflorestados com araucárias, pinus e eucalipto, onde é feita exploração sustentada da madeira. A fauna local compreende aves como a gralha azul, sabiá, tiriva e periquito, além de mamíferos como o veado, o macaco-prego, a paca, a cotia e a capivara, entre outros. Quanto aos faxinais, importantes remanescentes da fauna local, estudo elaborado pelo IAP em 2004 verificou uma crescente desagregação das comunidades locais, devido ao incremento da agricultura convencional, principalmente da produção do fumo e carvão, e das atividades de reflorestamento, com o conseqüente desmatamento e contaminação do meio ambiente. Além disso, nota-se a ausência de políticas públicas direcionadas aos faxinalenses, visando sua sustentabilidade econômica e seu fortalecimento organizacional, o que tem motivado a implementação de ações nesse sentido por parte do Governo. Conforme comentado anteriormente, os faxinais no Paraná foram regulamentados pelo Decreto Estadual n°. 3.446/97, sendo considerados como Áreas Especiais de Uso Regulamentado – ARESUR, com as mesmas diretrizes de utilização das Áreas de Proteção Ambiental – APA. Quanto às áreas urbana e periurbana de Irati, nota-se a existência de extensos remanescentes de matas nativas, principalmente nas suas porções norte, oeste e sul, sendo que no espaço rural periférico ao quadro urbano há uma ocorrência mais significativa de reservas de florestas nativas e de reflorestamentos. Já com relação à arborização nos logradouros públicos, esta é praticamente inexistente, tanto nas vias dos loteamentos mais recentes quanto na área central, justamente onde se verifica a maior concentração de pedestres e nas quais seria mais necessária a proteção contra o sol proporcionada pelas árvores. Tal insuficiência constitui uma carência considerável em termos da qualidade do espaço urbano, demandando a execução urgente de um projeto de arborização por parte do Poder Público Municipal, no sentido de empreender o plantio de árvores nos passeios laterais das ruas e praças da Cidade. 58 8. SISTEMA DE ATIVIDADES PRODUTIVAS 8.1. GÊNESE DA REGIÃO De acordo com o historiador José Maria Orreda, no período pré-cabralino as terras da região de Irati eram habitadas por índios Caigangues, pertencentes à nação tupi. Esses habitantes deixaram inúmeros vestígios de sua civilização, a exemplo de pedaços de vasos de barro, machados de pedra, tigelas, pilões, braços de pilão e pontas de flechas, os quais podem ser encontrados ainda hoje em torno da sede municipal e em outras localidades, tais como Itapará, Gonçalves Junior e Rio Bonito. Segundo esse autor, a primeira incursão conhecida do homem branco no território do atual Município de Irati teria ocorrido entre 1829 e 1830, quando Cipriano Francisco Ferraz e Pacífico de Souza Borges, partindo de Teixeira Soares, penetraram na região seguindo os vales dos rios Imbituva, Imbituvinha e Assunguizinho. Deixando o curso deste último, embrenharam-se pela mata, vindo a ter a um lugar onde havia uma colméia de abelhas irati, o que os levou a batizá-lo com o nome desse inseto, o qual passou a chamar-se Irati. Segundo estudiosos, o vocábulo Irati é de origem guarani e resulta da contração das palavras “ira”, que significa mel e ”ti”, que quer dizer abundante, ou seja: terra de bastante mel. Depois dessa primeira incursão no território do Município, merece destaque a chegada em 1839 de duas bandeiras provenientes de Sorocaba, tendo aquela chefiada por José Domingues da Trindade, conhecido como “Juca Paulista”, se fixado no local que depois deu origem ao povoado de Bom Retiro (hoje Guamirim), enquanto a de João Pereira de Jesus estabeleceu-se nas terras onde atualmente situa-se a localidade de Pirapó. As primeiras famílias que habitaram o território do atual Município de Irati teriam vindo de Palmeira, Campo Largo, Lapa, Açungui e Curitiba, entre os anos de 1860 e 1870, fixando-se na primitiva localidade de Irati. No último quartel do Século XIX surgiu um povoado situado a cerca de 3,5 km ao norte do núcleo inicial de Irati, o qual ficou conhecido com o nome de Covalzinho. Em 1899 chegaram a esse núcleo urbano os trilhos da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande e, em dezembro desse mesmo ano, foi ali inaugurada a estação ferroviária, que recebeu o nome de Irati. A estrada de ferro São Paulo-Rio Grande teve sua construção iniciada em 1896, sendo o primeiro trecho aberto em 1900, entre Piraí do Sul e Rebouças. Em 1905, os trilhos alcançaram Porto União, em Santa Catarina, da onde se prolongaram até a divisa com o Rio Grande do Sul. Em 1909, os trilhos chegaram a Itararé, no Estado de São Paulo, onde entroncavam-se com a Estrada de Ferro Sorocabana, em direção à capital paulista. Ver FIGURA 17. A linha, conhecida como Itararé-Uruguai, comportava o famoso Trem Internacional São Paulo-Montevideo, trem de passageiros que operou entre 1943 e 1954. Em 1994, o trecho entre Itararé e Jaguariaíva foi erradicado, e um ano depois o trecho Engenheiro Gutierrez-Porto União também o foi. O trecho entre Jaguariaíva e Engenheiro Gutierrez, passando por Irati, ainda tem movimento de cargueiros da ALL, enquanto o trecho entre Porto União e Marcelino Ramos, no Rio Grande do Sul, é utilizado eventualmente por trens turísticos de periodicidade irregular e trens de capina da ALL. Nos anos 30, foi iniciada a construção do ramal de Guarapuava, a partir da Estação de Engenheiro Gutierrez, situada um pouco ao sul da Estação de Irati. O ramal chegou a Guarapuava em 1954, com o objetivo de alcançar Foz do Iguaçu, mas somente em 1996 é que o projeto teve uma parcial continuidade, através da inauguração da Ferropar, ligando Guarapuava a Cascavel. A inauguração da Estação de Irati, ao facilitar o transporte e as comunicações, tornou-se pólo de atração de atividades comerciais e de novos moradores em seu entorno, passando seu nome a representar a designação oficial do lugar pela população, em substituição a Covalzinho, que gradativamente caiu em desuso. Com o tempo, este núcleo urbano se tornou maior e mais importante que o povoado primitivo de Irati e a população, para diferenciar a designação de ambos, passou a chamar este último de “Irati Velho", que mais tarde veio a ter seu nome alterado para Vila São João. Contribuíram para o processo de desenvolvimento do novo núcleo de Irati o fato de, junto com a estação ferroviária, ter sido inaugurado em 1899 o serviço de telégrafo, o qual foi seguido em 1900 pela inauguração da agência postal e do distrito policial, sendo em 1901 aberta a primeira escola e em 1903 criado o Distrito Judiciário, o qual foi instalado em 1904. Nesse mesmo ano foi inaugurada a capela de Nossa Senhora da Luz, localizada na atual Praça da Bandeira, e também o Distrito Judiciário de Bom Retiro. O povoado de Irati nesse período cresceu de forma bastante acelerada e, embora começasse a transformar-se em centro polarizador de toda a sua região, era subordinado ao Município de Imbituva, ao qual pertencia administrativamente. 59 FIGURA 17 – ESTAÇÃO FERROVIÁRIA. 1899 FONTE: PREFEITURA MUNICIPAL DE IRATI. Os sacrifícios impostos à população de Irati, que era obrigada a enfrentar a precariedade das estradas de acesso a Imbituva para o pagamento de impostos, atos judiciais, casamentos, e regularização de documentos, foi gerando um descontentamento crescente entre a sua população, o qual tomou corpo e gerou um movimento cada vez mais forte pela emancipação política do então Distrito Judiciário de Irati. O intento surtiu efeito com a aprovação, em 2 de abril de 1907, da Lei nº. 716 criando o Município de Irati, o qual foi instalado oficialmente no dia 15 de julho do mesmo ano, com os distritos judiciários de Irati, Bom Retiro e Imbituvinha. A prosperidade de Irati no início do Século XX atraiu, além de famílias de outras regiões do Paraná, migrantes de vários países, através de programas promovidos pelo Governo Federal. Assim, em 1904 vieram os poloneses, que formaram um núcleo colonial na Serra dos Nogueira, e em 1908 chegaram os holandeses, que foram assentados no então chamado Núcleo Irati. Ainda nesse ano foram trazidos por lideranças de Prudentópolis colonos poloneses e ucranianos, que se estabeleceram em Itapará, e em 1909 chegaram colonos alemães ao Núcleo Irati, o qual mais tarde veio a ser rebatizado como Colônia Gonçalves Junior. Entre 1910 e 1912 vieram mais levas de poloneses e ucranianos, tendo, depois de 1913, começado a chegar migrantes italianos provenientes de Campo Largo, os quais se distribuíram por várias localidades do Município, como Rio do Couro, Mato Queimado e a própria sede municipal. Os núcleos coloniais formados por esses migrantes eram constituídos por pequenas propriedades e tal fato, associado à baixa fertilidade do solo, ao relevo montanhoso do Município e à precariedade das ligações com a sede municipal, impuseram a essas comunidades enormes dificuldades para conseguir sobreviver no sertão, em meio a endemias, isolamento e falta de mercado para seus produtos. Em virtude desses obstáculos, muitos colonos deixaram Irati, ou mudaram-se para a sua sede municipal, enquanto dentre aqueles que decidiram permanecer, poucos conseguiram realizar o sonho de enriquecer na nova terra que haviam escolhido para viver. No final do Século XIX e primeira metade do Século XX, o Município de Irati esteve ligado a dois dos grandes ciclos que sucessivamente dominaram a economia paranaense: o da erva-mate e o da madeira. A erva-mate era desenvolvida à sombra dos pinheiros, sendo ambas as plantas nativas do Paraná. Depois dos ciclos do ouro e do gado (tropeirismo), a produção e exportação de erva-mate representou o terceiro ciclo econômico do Estado, tornando-se o mate a maior fonte de riqueza da Província em 1853. Irati situava-se no centro da região produtora da erva, a qual exerceu um papel fundamental no seu desenvolvimento social e econômico. Esse papel, contudo, começou a declinar depois de 1928, quando a Argentina - principal mercado da erva paranaense - passou a abastecer-se com sua própria produção. 60 A exploração da madeira de pinho no Paraná recebeu um grande impulso a partir da eclosão da Primeira Guerra Mundial em 1914. Na região de Irati as serrarias vieram a proliferar às margens da ferrovia a partir de 1930, quando o aparecimento do caminhão veio a possibilitar a exploração de pinheirais mais afastados da estrada de ferro. Esse fato aumentou consideravelmente o potencial produtivo da região, tendo a exploração da madeira ultrapassado a receita do mate e ocupado a mãode-obra liberada dos ervais, com a crise que estes últimos enfrentavam. A deflagração da Segunda Guerra Mundial em 1939 deu novo impulso à comercialização da madeira, tendo Irati se transformado, nos anos 40 e 50, em um dos maiores centros de produção e comercialização madeireira no Brasil. A partir de 1925 inicia-se o plantio da batata inglesa em Irati, dando origem a uma atividade que tomou corpo e se transformou em um dos esteios da economia iratiense, a ponto de em 1942 o Município ter exportado 1.120 vagões de bata inglesa para os grandes centros do País. Essa atividade, contudo, entrou em crise no final dos anos 40, tendo praticamente desaparecido nos primeiros anos da década de 50. Em 1935 teve início a cultura do trigo, porém a mesma também entrou em declínio quando, a partir de 1958, o minifúndio e as condições desfavoráveis de relevo e de fertilidade do solo do Município passaram a não suportar a concorrência da triticultura de outras regiões de solos mais férteis e onde era viável a mecanização do plantio e da colheita. A partir dos anos 60 a economia de Irati passou a buscar novas alternativas econômicas, tendo-se iniciado o cultivo do feijão, do milho, do fumo e, mais recentemente, da soja, além da implantação da pecuária leiteira, sobretudo depois da criação da cooperativa de laticínios Lactisul, em 1970. Na atualidade, como já visto, a economia rural de Irati vem se desenvolvendo satisfatoriamente, pois a despeito de ocupar o terceiro lugar na composição setorial do PIB, sua representatividade na economia municipal tem crescido ano após ano, tendo passado de 13,9% do PIB em 1990 para 24,4% em 2004, com uma expansão de 337,2% em 14 anos. 8.2. RELAÇÕES REGIONAIS O Município de Irati está inserido na Mesorregião Geográfica 09 do Sudeste Paranaense, que abrange um total de 21 municípios, dentre os quais se sobressaem Irati, Prudentópolis, São Mateus do Sul e União da Vitória, cada qual constituindo-se em pólo de uma microrregião, conforme classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, a saber: - Microrregião 31, de Prudentópolis, composta pelos municípios de Fernandes Pinheiro, Guamiranga, Imbituva, Ipiranga, Ivaí, Prudentópolis e Teixeira Soares; - Microrregião 32, de Irati, composta pelos municípios de Irati, Mallet, Rebouças e Rio Azul; - Microrregião 33, de União da Vitória, composta pelos municípios de Bituruna, Cruz Machado, General Carneiro, Paula Freitas, Paulo Frontin, Porto Vitória e União da Vitória; - Microrregião 34, de São Mateus do Sul, composta pelos municípios de Antônio Olinto, São João do Triunfo e São Mateus do Sul. Ver FIGURA 18. Segundo o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas - IPEA, a Mesorregião Sudeste Paranaense ocupa uma área de 16.977km² e abriga um dos menores contingentes populacionais do Estado, o que se traduziu em uma densidade demográfica média de 21,3hab/km² em 1996. É composta por 21 municípios, predominantemente rurais, com exceção de União da Vitória e Irati, que se destacam como os principais centros urbanos da região. O índice de urbanização, de 49,4% em 1996, era o mais baixo dentre as mesorregiões do Estado, sendo que somente 6 de seus municípios possuíam mais de 50,0% de população vivendo em meio urbano naquele ano. No conjunto dos municípios com população majoritariamente urbana, sobressaíam União da Vitória, principal centro da Mesorregião, com um nível de centralidade de médio para forte, e Irati, com nível de centralidade médio, cujo papel de subcentro regional é beneficiado pela distância geográfica relativamente grande que o separa de centros mais fortes como Guarapuava, Ponta Grossa e União da Vitória, o que faz o Município dominar o seu espaço circundante praticamente sem concorrência. Em 2000, segundo dados do IBGE, o índice de urbanização da Mesorregião subiu para 53,6%, mas mesmo assim continuou sendo o menor dentre as mesorregiões do Estado. 61 FIGURA 18 – MICRORREGIÕES DA MESORREGIÃO SUDESTE PARANAENSE. 2000 A Mesorregião Sudeste Paranaense caracteriza-se por uma grande estabilidade quanto à evolução demográfica, não apresentando nem absorção nem esvaziamento, mas sim uma lenta redução no ritmo de crescimento, a qual está relacionada à retração da população rural, fruto do frágil processo de sustentação de sua economia agrária. As taxas anuais de crescimento demográfico da população total foram de 1,2% nos anos 70; 1,3% nos 80; e de 0,7% entre 1991 e 1996 e, enquanto a partir do início da década de 90 a população rural começou a diminuir, a urbana nesse período passou a crescer com maior intensidade, pela absorção da migração rural da própria região. O Sudeste Paranaense tem as maiores áreas de florestas naturais do Paraná, com grandes reservas de araucária e de erva-mate, tendo a exploração de ambas se constituído historicamente na base econômica regional. É uma das regiões mais tradicionais do Estado, cuja colonização foi feita por migrantes eslavos (poloneses, ucranianos e russos) que, vivendo em pequenas propriedades desde o tempo da colonização, vêm desenvolvendo uma agricultura alimentar em meio a grandes dificuldades, em função das características impróprias de suas terras para a agricultura. Dentre as 10 mesorregiões do Paraná, a Sudeste possui uma das menores participações no valor adicionado total do Estado (2,7% em 1996), com a menor participação no valor adicionado dos setores agropecuário (4,2%); comercial (1,6%); e de serviços (1,3%), enquanto no do industrial 62 detinha 3,0% de participação. Apesar disso, respondia em 1996 por 17,6% da produção estadual de alimentos, com base na produção de feijão, arroz e batata, destacando-se na produção do feijão os municípios de Irati e Prudentópolis. Com atuação restrita à comercialização do feijão e do milho sobressaem três pequenas cooperativas: a Cooperativa Agrícola Mista de Prudentópolis - CAMP; a Cooperativa Agrícola de Bituruna - COABIL; e a Cooperativa Agrícola Irati - COOPERATI, enquanto na comercialização da produção leiteira atua a Cooperativa Produtora de Leite de Irati - LACTISUL. Ao lado da produção alimentar, o fumo constitui uma cultura importante na Mesorregião, representando 57,2% da área colhida no Paraná entre 1992 e 1994, a qual, embora desenvolvida em praticamente todos os seus municípios, ocorre mais intensamente em Rio Azul, Imbituva, Ipiranga, São João do Triunfo e Prudentópolis. Como particularidade da região e de significativa importância na complementação da renda agrícola, a extração da erva-mate se dá na forma de faxinais, onde é feita a conservação conjunta e o uso comum de áreas de matas nativas, as quais também são usadas para pastagem pelos seus moradores. A atividade industrial associada ao extrativismo florestal respondia em 1996 por 13,6% do valor adicionado da indústria da madeira no Estado, integrando a mesorregião às áreas madeireiras mais importantes do Paraná. Cinco de seus municípios tinham expressiva participação no valor adicionado do gênero, sendo eles: União da Vitória, com 4,9%; Bituruna (1,6%); Imbituva (1,5%); General Carneiro (1,5%) e Irati, com 1,4%. A grande disponibilidade de matéria-prima, contudo, inibiu o desenvolvimento tecnológico da indústria madeireira, sobretudo frente à pressão da legislação ambiental, o que fez a região passar a sofrer desvantagens comparativas frente a outras regiões em anos recentes. Todavia, a mesma ainda ostenta uma posição proeminente no setor no âmbito estadual, com o maior número de madeireiras concentradas em União da Vitória, Irati, Prudentópolis e General Carneiro. Conquanto predominem os desdobramentos e os beneficiamentos iniciais, começam a se destacar os processamentos de maior agregação de valor, como a fabricação de placas, compensados e outros, mas não o gênero do mobiliário, que ainda é incipiente na região. A atividade papeleira, que em 1996 representava 6,0% do valor adicionado do gênero madeira no Estado, era composta por pequenas unidades de produção de pasta mecânica e outros artefatos, estando as principais unidades instaladas em União da Vitória, Irati, Rio Azul e Prudentópolis. As perspectivas para tal atividade na região repousam nos reflorestamentos com pinus, que permitiriam a produção de madeira de boa qualidade tanto para a indústria madeireira, como para a de papel. O atraso tecnológico no gênero madeireiro tem como compensação a manutenção de um mercado de trabalho mais dinâmico, como atesta o fato de que embora em 1996 a Mesorregião Sudeste tivesse a metade do valor adicionado da indústria da Mesorregião Centro-sul, aquela ofertava uma quantidade maior de postos de trabalho na indústria do que esta. A atividade madeireira da região tinha o segundo maior mercado de trabalho no gênero no Estado, sendo que 4 outros gêneros também apresentavam uma absorção expressiva de mão-de-obra, sendo eles os de papelpapelão, alimentos, minerais não metálicos e têxtil. A estrutura ocupacional na região demonstra predomínio da absorção pelo setor primário, tendo o emprego urbano na atividade industrial um peso relativamente grande também em mais da metade dos seus municípios. Já o emprego no setor terciário, é pouco expressivo, representado nos pequenos municípios quase que exclusivamente pela administração pública municipal, sendo que apenas em União da Vitória e Irati o mesmo é mais desenvolvido e diversificado. Segundo dados do IPARDES, no ano 2000 a Mesorregião Sudeste Paranaense participava com 2,3% do valor adicionado total do Estado, figurando em 9º. lugar entre as 10 mesorregiões do Paraná. No setor primário, a região também ocupava a 9ª. posição, com 4,4% do valor adicionado estadual, à frente apenas da Mesorregião Centro-Ocidental Paranaense; no setor industrial aparecia em 6º. lugar, com 2,5% de participação; no setor comercial ocupava a última posição, com 1,3% de participação, enquanto no de serviços estava em penúltimo lugar, com 0,6% do valor adicionado setorial do Estado. Ver TABELA 3. 63 TABELA 3 – PARTICIPAÇÃO DAS MESORREGIÕES NO VALOR ADICIONADO FISCAL TOTAL E SETORIAL DO PARANÁ. 2000 MESORREGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA NORTE-CENTRAL PARANAENSE OESTE PARANAENSE CENTRO-ORIENTAL PARANAENSE CENTRO-SUL PARANAENSE NOROESTE PARANAENSE SUDOESTE PARANAENSE NORTE PIONEIRO PARANAENSE SUDESTE PARANAENSE CENTRO-OCIDENTAL PARANAENSE PARANÁ Fonte: IPARDES. VALOR ADICIONADO FISCAL 2000/TOTAL SETORIAL DO ESTADO (%) COMÉRCIO SERVIÇOS TOTAL PRIMÁRIO SECUNDÁRIO 3,74 52,73 50,41 68,39 45,86 15,79 10,95 18,67 16,47 14,32 24,41 13,78 10,64 4,28 13,84 10,21 8,96 5,09 2,43 7,61 7,92 3,62 2,94 1,47 3,91 9,69 2,30 3,27 2,47 3,65 9,01 2,44 2,94 1,66 3,48 6,63 1,93 2,80 1,36 2,84 4,37 2,55 1,33 0,63 2,33 8,24 0,74 1,90 0,84 2,16 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 Dada a predominância de atividades rurais tradicionais, a região possuía em 1996 a menor renda familiar média per capita no Estado, com a maior proporção de chefes de domicílio com rendimento até 2 salários mínimos (65,7%). Em virtude da sua colonização de origem européia, a importância dada à escolarização reflete-se em uma média de anos de estudos relativamente elevada - 4,3 anos - e na maior proporção de adultos alfabetizados do interior do Estado (85,7%). Suas condições de saneamento básico, porém, demonstram precariedade dos serviços, com apenas 76,6% dos domicílios abastecidos por água; 57,4% servidos por rede de esgotos e 71,8% atendidos pela coleta de lixo. O Sudeste Paranaense, com sua fraca urbanização, possui uma economia frágil, baseada em atividades pouco competitivas, a qual começa a dar sinais de esgotamento, induzindo a um lento movimento migratório rural em direção às suas áreas urbanas e à região metropolitana de Curitiba. A Mesorregião caracteriza-se pela inexistência de centros de destaque na rede urbana paranaense, sobressaindo-se apenas União da Vitória, devido à conurbação estabelecida com a cidade catarinense de Porto União, enquanto os seus demais municípios destacam-se pelo elevado crescimento da população urbana, em um comportamento de retenção provisória do esvaziamento rural, como Prudentópolis, Irati, Cruz Machado e Paula Freitas. Segundo dados do IPEA, o atual grau de urbanização da Mesorregião Sudeste Paranaense resulta de um processo gradativo ocorrido a partir de 1970, Essa retração homogênea da população rural, somada à sua participação minoritária na população total a desqualifica como elemento de comparação entre os diversos subespaços da Região, motivo pelo qual utilizou-se a população dos seus centros urbanos para essa finalidade. Para se efetuar tal comparação, tomou-se por base a população das 21 cidades que compõem a Mesorregião, montando-se um quadro com a relação dessas localidades segundo a ordem decrescente de suas populações em 1991 e 2000. Comparando essas populações, percebe-se que apesar do aumento do contingente demográfico urbano na Mesorregião (média de 31,2% no período), a grande maioria das cidades manteve as respectivas posições ao longo da década, demonstrando uma relativa estabilidade da rede urbana regional Os cinco maiores centros urbanos da Mesorregião - União da Vitória, Irati, São Mateus do Sul, Prudentópolis e Imbituva - que potencialmente apresentam maior capacidade de atrair migrantes, mantiveram suas posições no ranking no período considerado. Entretanto, nos dois primeiros a taxa de crescimento da população urbana, de 13,4% em União da Vitória e de 25,7% em Irati, foi menor do que a média mesorregional. Já nos outros três centros urbanos a taxa foi superior, sendo de 32,7% em São Mateus do Sul, de 60,4% em Prudentópolis e de 87,7% em Imbituva - esta última a maior da Mesorregião. Dentre as cidades de menor porte, apenas General Carneiro, Bituruna, Rio Azul, Cruz Machado e Paula Freitas ostentaram taxas superiores à média regional, tendo as demais cidades apresentado taxas bastante modestas ou até mesmo negativas, como Antônio Olinto (-1,0%) e Teixeira Soares (-16,9%). Ver TABELA 4. 64 TABELA 4 – RELAÇÃO ORDEM-TAMANHO DA POPULAÇÃO URBANA DA MESORREGIÃO SUDESTE PARANAENSE. 1991/2000 CIDADE 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 POP. 1991 40.201 31.278 15.927 11.392 7.874 6.078 5.575 5.528 5.396 4.556 3.214 3.206 2.958 2.830 2.473 1.854 1.573 1.549 1.473 1.420 618 VARIAÇÃO CIDADE UNIÃO DA VITÓRIA UNIÃO DA VITÓRIA IRATI IRATI SÃO MATEUS DO SUL SÃO MATEUS DO SUL PRUDENTÓPOLIS PRUDENTÓPOLIS IMBITUVA IMBITUVA GENERAL CARNEIRO GENERAL CARNEIRO BITURUNA BITURUNA MALLET MALLET REBOUÇAS REBOUÇAS TEIXEIRA SOARES RIO AZUL IPIRANGA IPIRANGA RIO AZUL TEIXEIRA SOARES IVAÍ IVAÍ SÃO JOÃO DO TRIUNFO SÃO JOÃO DO TRIUNFO CRUZ MACHADO CRUZ MACHADO PORTO VITÓRIA PORTO VITÓRIA PAULO FRONTIN PAULA FREITAS FERNANDES PINHEIRO (*) FERNANDES PINHEIRO (*) PAULA FREITAS PAULO FRONTIN GUAMIRANGA (*) GUAMIRANGA (*) ANTÔNIO OLINTO ANTÔNIO OLINTO TOTAL MESORREGIÃO TOTAL MESORREGIÃO 154.004 SUDESTE PARANAENSE SUDESTE PARANAENSE FONTE: IBGE, CENSOS DEMOGRÁFICOS DE 1991 E 2000. (*) Sedes de distritos que se transformaram em municípios depois de 1991. - POP. 2000 45.591 39.306 21.131 18.276 14.781 8.903 7.506 6.862 6.570 4.334 3.996 3.785 3.708 3.503 3.459 2.216 2.200 1.965 1.752 1.628 612 202.084 ∆% 13,4 25,7 32,7 60,4 87,7 46,5 34,6 24,1 21,8 35,2 24,3 -16,9 25,4 23,8 39,9 19,5 49,4 26,9 11,4 14,6 -1,0 31,2 De modo geral, analisando-se o ranking das 21 cidades da Microrregião percebe-se que: 17 cidades mantiveram em 2000 as posições que ocupavam em 1991, destacando-se em ordem decrescente os pólos microrregionais de União da Vitória, Irati, São Mateus do Sul e Prudentópolis, além de Imbituva; 2 cidades perderam posições: Paulo Frontin e Teixeira Soares, sendo que esta última teve uma perda absoluta de população urbana, que em parte se deveu ao desmembramento do então Distrito de Fernandes Pinheiro; 2 cidades ganharam posições: Paula Freitas e Rio Azul, que apresentou crescimento significativo devido ao processo de industrialização experimentado pelo Município. A ordem decrescente desses centros pelo tamanho de suas populações em 2000, permite identificar a existência dos seguintes níveis hierárquicos: - Em um 1º nível situam-se as cidades de União da Vitória e Irati, com populações de 45.591 e 39.306 habitantes, respectivamente, as quais somadas representavam 42,0% da população urbana da Mesorregião, participação inferior à de 1991, quando as populações de ambas somavam 46,4% da urbana total; - Em um 2º nível, com populações variando de 21.131 a 14.781 habitantes, sucediam-se as cidades de São Mateus do Sul, Prudentópolis e Imbituva, cujos contingentes demográficos somados aumentaram sua participação no total de 22,8% para 26,8% no período; - Em um 3º nível, com populações variando de 8.903 a 6.570 habitantes, situavam-se as cidades de General Carneiro, Bituruna, Mallet e Rebouças, as quais mantiveram suas posições no ranking entre 1991 e 2000; - Em um 4º nível, com populações variando de 4.334 a 3.459 habitantes, posicionavam-se 6 cidades, tendo havido alternância de posições entre Rio Azul e Teixeira Soares, podendo esta última vir a perder sua posição em breve para as cidades de Ivaí e São João do Triunfo; - Em um 5º nível, com populações entre 2.216 e 612 habitantes, situavam-se 6 cidades, sendo que a maioria manteve suas posições no ranking, exceto Paula Freitas e Paulo Frontin, que trocaram de posição no período. Transpondo-se para o mapa da Microrregião as informações relativas às permutas de posição e aos índices de variação demográfica dos seus centros urbanos entre 1991 e 2000, observa-se que o pano de fundo do território regional, quanto ao comportamento demográfico da sua rede urbana, é caracterizado por cidades que mantiveram suas posições no conjunto. Ver FIGURA 19. 65 FIGURA 19 – DINÂMICA DEMOGRÁFICA DOS MUNICÍPIOS DA MESORREGIÃO SUDESTE PARANAENSE. 1991/2000 Com relação ao nível de centralidade e às relações entre centralidades na Mesorregião do Sudeste Paranaense, destacam-se União da Vitória e Irati que possuem níveis de centralidade, respectivamente, de médio a forte e médio, exercendo influência sobre vários municípios em seus entornos, enquanto os demais municípios da Mesorregião apresentam nível de centralidade fraco. Por outro lado, a população de toda a Mesorregião recorre a Curitiba para a aquisição de bens e serviços mais especializados, sendo que no caso de Irati seus moradores se voltam mais frequentemente a Ponta Grossa, principalmente pela maior proximidade, sendo Curitiba procurada apenas para a aquisição de bens e serviços mais raros, complexos ou sofisticados, em virtude da maior diversidade do comércio e dos serviços nela ofertados. Ver FIGURA 20. 66 FIGURA 20 – MESORREGIÃO SUDESTE PARANAENSE SEGUNDO O NÍVEL DE CENTRALIDADE E RELAÇÕES ENTRE CENTRALIDADES. 1993 Com respeito às ligações com outros centros urbanos, verifica-se que o Município de Irati encontra-se bem servido com relação ao transporte rodoviário, beneficiando-se da vantagem de localizar-se sobre o principal tronco viário do sul do Paraná, a rodovia BR-277, que constitui o corredor de exportação dos países do MERCOSUL e das regiões sudoeste e oeste do Paraná via Porto de Paranaguá. Nas suas ligações com as demais cidades da Mesorregião Sudeste Paranaense através de transporte coletivo rodoviário intermunicipal, Irati é servido pelas empresas Expresso Princesa dos Campos e Viação J. Araújo Ltda., que mantém diversas linhas com viagens diárias para Curitiba, Guarapuava, Imbituva, Inácio Martins, Palmeira, Ponta Grossa e União da Vitória, de acordo com o seguinte esquema: 67 a) Expresso Princesa dos Campos Linha Irati-Ponta Grossa: Dias de semana: 8h15, 10h25, 14h20 e 18h20 Domingos: 10h25, 18h20, 19h00 e 20h15 Linha Irati-União da Vitória, com origem em Ponta Grossa, passando por Irati: Diariamente: 7h30, 9h30, 13h00 e 17h00 Linha Irati-Imbituva: Diariamente: 10h30 e 17h15 Linha Irati-Rio Azul: Diariamente: 19h20 Linha Irati-Teixeira Soares: Diariamente: 16h00 b) Viação J. Araújo Ltda. Linha Guarapuava-Curitiba, passando por Irati: Diariamente: 9h40, 11h10, 13h40, 15h40 e 19h10 Linha Curitiba-Guarapuava, passando por Irati: Diariamente: 10h20, 14h20, 16h20 e 21h50 Linha Irati-Prudentópolis: Diariamente: 6h30, 12h00 e 15h45 Linha Irati-Palmeira: Diariamente: 6h30 e 15h15 Linha Irati-Inácio Martins: Dias de semana: 12h15 e 17h00 Domingos: 18h15 Considerando-se os destinos finais e o total de 28 horários diários durante os dias úteis, Irati mantém 5 horários com Curitiba (17,9% do total); 4 horários com Ponta Grossa, União da Vitória e Guarapuava (14,3% cada); 3 horários com Prudentópolis (10,7%); 2 horários com Imbituva, Palmeira e Inácio Martins (7,1% cada) e 1 horário com Teixeira Soares e Rio Azul (3,6% cada). O maior número de ligações diárias da população de Irati com Curitiba, Ponta Grossa, União da Vitória e Guarapuava (60,8% do total), está baseado na procura da população de Irati pelo comércio e serviços mais diversificados ou especializados oferecidos nessas cidades. Com base em informações do agente responsável pelo terminal rodoviário local, o número de passageiros em todas as linhas é equivalente, mas bastante variável, havendo dias em que os ônibus saem vazios, enquanto em outros partem lotados, principalmente nos fins-de-semana e nos feriados prolongados, ocasião em que frequentemente são utilizados ônibus extras. De maneira geral, podese estimar que em média os ônibus viajem com 25,0% da sua lotação de 40 lugares, o que resulta em 10 passageiros por viagem. Tomando-se por base o número de 1.664 paradas mensais em viagens de ida e de volta no terminal rodoviário da Cidade, pode-se concluir que, em média, cerca de 17.000 pessoas se desloquem mensalmente entre Irati e outras localidades, e vice-versa. Os dados acima demonstram que Irati se encontra muito bem situada na rede de transporte de passageiros do sul do Paraná, com alta acessibilidade para quem procede dos municípios limítrofes e próximos, fato esse que decorre, em grande parte, da sua posição favorável na malha rodoviária da Região, mas também pelo porte e diversificação de seu setor terciário, o que lhe permite atuar como pólo de prestação de serviços, principalmente para os municípios de sua microrregião. No âmbito da Associação dos Municípios do Centro Sul do Paraná – AMCESPAR, que congrega os municípios de Fernandes Pinheiro, Guamiranga, Imbituva, Inácio Martins, Irati, Mallet, Prudentópolis, Rebouças, Rio Azul e Teixeira Soares, o Município desempenha um papel fundamental, tendo em vista que abriga a sede da Associação. Esta desempenha forte papel de integração regional, através de consórcios tais como o Consórcio Intermunicipal de Saúde – CIS/AMCESPAR e o Consórcio Intermunicipal para o Desenvolvimento Regional – CONDER. Cabe comentar que Irati sedia também a Agência de Desenvolvimento das Regiões Sul e Centro Sul do Estado do Paraná – ADECSUL, criada com o objetivo de fomentar o desenvolvimento regional sustentável, com o apoio da AMCESPAR e da Associação dos Municípios do Sul Paranaense – AMSULPAR. As ações da Agência visam ainda reduzir a pobreza através da melhoria da produtividade do setor agropecuário e do incentivo à agroindustrialização e ao turismo, abrangendo 22 municípios (Antônio Olinto, Bituruna, Cruz Machado, Fernandes Pinheiro, General Carneiro, Guamiranga, Imbituva, Inácio Martins, Ipiranga, Irati, Ivaí, Mallet, Paula Freitas, Paulo 68 Frontin, Porto Vitória, Prudentópolis, Rebouças, Rio Azul, São João do Triunfo, São Mateus do Sul, Teixeira Soares e União da Vitória). 8.3. EVOLUÇÃO ECONÔMICA DO MUNICÍPIO DE IRATI A variação do Produto Interno Bruto - PIB de Irati no período 1990/2000, em comparação com a variação do PIB da sua microrregião, do Município de Curitiba e do Estado, revela um crescimento modesto de 41,4% em 10 anos - praticamente igual ao de 41,0% da sua microrregião. Embora nesse mesmo intervalo o PIB de Curitiba tenha crescido apenas 7,5%, o do Estado aumentou 63,6%, o que fez a participação do PIB de Irati cair de 0,4% para 0,3% e o da sua microrregião baixar de 0,7% para 0,6% no conjunto do PIB estadual. Ver TABELA 5. TABELA 5 – EVOLUÇÃO DO PIB EM IRATI, MICRORREGIÃO, CURITIBA E PARANÁ. 1990/2004 ESPAÇO 1990 R$ 1.000 158.096 IRATI 283.206 MICRORREGIAO CURITIBA 12.068.915 PARANÁ 40.315.824 FONTE: IBGE E IPEA. % 0,4 0.7 29,9 100,0 2000 R$ 1.000 223.555 399.409 12.978.342 65.968.713 % 0,3 0,6 19,7 100,0 ∆% 98/90 41,4 41,0 7,5 63,6 2004 R$ 1.000 392.147 706.369 19.109.743 108.698.901 % 0,4 0,7 17,6 100,0 ∆% 04/98 75,4 78,9 47,2 64,8 A partir do final da década de 90, contudo, verificou-se uma retomada no dinamismo da economia da Microrregião de Irati, o que fez seu PIB experimentar um crescimento médio de 78,9% entre 2000 e 2004, com aumentos de 106,6% em Rio Azul, 102,9% em Rebouças, 75,4% em Irati e 64,6% em Mallet. O índice de Irati é 10,7% superior àquele verificado no Estado e cerca de 5 vezes maior do que o de Curitiba, sendo apenas 4,5% menor do que o registrado na sua microrregião, ilustrando o dinamismo econômico do Município e do espaço por ele polarizado. Em virtude desse desempenho, Irati conseguiu aumentar a participação de 0,3% que possuía no PIB estadual em 2000, para 0,4% em 2004, o mesmo acontecendo com a da sua microrregião, que passou de 0,6% para 0,7% nesse período, recuperando ambos esses espaços os níveis de representatividade que possuíam na economia estadual em 1990. A capital paranaense, que contribuía com 29,9% do PIB estadual em 1990 e que havia reduzido essa participação para 7,5% em 2000, viu a mesma aumentar para 17,6% em 2004, revelando certo grau de recuperação em suas atividades produtivas em anos recentes. Para se avaliar a evolução do PIB per capita no Município, na Microrregião de Irati, no Município de Curitiba e no Estado, entre 1990 e 2004, utilizou-se as populações do censo de 1991, por não haver informação demográficas censitárias disponíveis para o ano de 1990. Tal correlação poderia produzir distorções caso se analisasse cada um desses espaços isoladamente, mas é aceitável para se comparar seu comportamento relativo, caso os valores de produção e população sejam tomados para os mesmos anos em todos esses espaços simultaneamente. Ver TABELA 6. TABELA 6 – EVOLUÇÃO DO PIB PER CAPITA EM IRATI, MESORREGIÃO, CURITIBA E PARANÁ. 1990/2000 ESPAÇO 1990 (*) R$1,00 3.304,00 3.331,00 9.178,00 4.772,00 R$ 69,2 69,8 192,3 100,0 2000 R$1,00 4.253,00 4.358,00 8.087,00 6.847,00 ∆% % 62,1 63,6 118,1 100,0 IRATI MICRORREGIÃO CURITIBA PARANÁ FONTES: IBGE E IPEA. (*) Foram considerados os PIB’s de 1990 em relação à população de 1991. 28,7 30,8 -11,9 42,6 2004 R$1,00 7.324,00 7.477,00 11.065,00 10.724,00 ∆% % 68,3 69,7 103,2 100,0 72,2 71,6 36,8 56,6 O PIB per capita de Irati experimentou um crescimento de 28,7% entre 1990 e 2000, o que em grande parte se explica pelo crescimento de apenas 9,4% da população total do Município no período. Esse incremento foi ligeiramente inferior ao de 30,8% da sua microrregião - onde o crescimento demográfico foi de apenas 7,8% na década - mas bastante mais fraco que aquele registrado no Estado, onde a expansão do PIB per capita foi de 42,6% no mesmo intervalo. Com isso, o valor do PIB per capita de Irati, que representava 69,2% do valor do PIB estadual em 1990, caiu para 62,1% deste último em 2000, o mesmo acontecendo com a sua microrregião, onde o valor do PIB per capita passou de 69,8% para 63,6% do valor do PIB per capita do Estado entre 1990 e 2000. No período 2000/2004, por outro lado, PIB per capita de Irati apresentou uma expansão considerável, acompanhada de perto pela da sua microrregião, mas tendo aumentado 69 significativamente mais que os do Município de Curitiba e do Paraná, o que evidencia uma rápida expansão de suas atividades produtivas. Com isso, o valor do PIB per capita de Irati, que representava 62,1% daquele do Estado em 2000, passou a corresponder a 68,3% do mesmo em 2004, enquanto o PIB per capita microrregional, no mesmo período, passou de 63,6% para 69,7% do valor do PIB per capita estadual, recuperando ambos esses espaços praticamente os mesmos níveis de representatividade de 1990, o que evidencia uma clara melhoria na dinâmica dos setores produtivos de toda a microrregião no início do presente decênio. Para o cálculo da evolução setorial do PIB de Irati, foram considerados dados de 1990, 1998 e 2004, os quais indicam ter ocorrido significativas transformações na economia do Município. De fato, conquanto o PIB total no período 1990/98 tenha crescido apenas 2,9%, o do setor primário experimentou uma expansão de 50,9%, o que fez a sua participação no conjunto passar de 13,9% em 1990 para 20,3% em 1998. Por outro lado, o PIB da indústria sofreu uma retração de 19,0% e o dos serviços teve um crescimento de 6,4% no período, o que fez a representatividade do primeiro baixar de 37,9% para 29,8% e o dos serviços subir de 48,2% para 49,9%, entre 1990 e 1998. Ver TABELA 7. TABELA 7 – EVOLUÇÃO DA COMPOSIÇÃO SETORIAL DO PIB EM IRATI. 1990/2004 SETOR AGROPECUÁRIA INDÚSTRIA SERVIÇOS TOTAL FONTES: IPEA. 1990 R$1.000,00 21.908 59.906 76.280 158.094 % 13,9 37,9 48,2 100,0 1998 R$1.000,00 33.055 48.544 81.150 162.749 ∆% % 20,3 29,8 49,9 100,0 50,9 -19,0 6,4 2,9 2004 R$1.000,00 95.779 133.618 162.750 392.147 ∆% % 24,4 34,1 41,5 100,0 189,8 175,3 100,5 140,9 No período entre 1998 e 2004, contudo, os dados do PIB revelam uma expansão de 140,9% nas atividades produtivas do Município, destacando-se novamente o crescimento do setor primário, ao lado de uma forte recuperação do setor industrial e de um aumento menos expressivo do setor de serviços. Com isso, a representatividade da agropecuária chegou a 24,4% do PIB total em 2004, tendo a da indústria se elevado a 34,1%, enquanto a dos serviços caiu para 41,5% nesse ano. A análise da composição setorial do PIB de Irati no intervalo 1990/2004 revela que o desempenho positivo das atividades agropecuárias tem sido acompanhado de paralela expansão das industriais, sobretudo em anos recentes, o que evidencia a ligação estreita entre ambas e o peso da transformação de produtos silviagropastorís no âmbito do setor secundário. Entretanto, a economia do Município continua sendo eminentemente urbana e, a despeito dos serviços terem perdido parte da sua representatividade na década atual, ainda continuam sendo o setor de maior peso relativo na economia local. 8.4. SETOR PRIMÁRIO Conforme visto acima, o setor primário em Irati vem aumentando sua participação na economia municipal, muito em função do arrefecimento do setor de comércio e serviços, sendo o milho e o feijão os principais produtos agrícolas do Município. De acordo com dados da EMATER relativos a 2006, predomina no Município o sistema minifundiário, perfazendo os produtores de pequeno porte – Produtores Simples de Mercadorias – 87,8% do total de 3.895 propriedades contabilizadas naquele ano. Ver TABELA 8. TABELA 8 – CLASSES DE PRODUTORES EM IRATI. 2006 CLASSE PRODUTORES SIMPLES DE MERCADORIAS UM – PSM1 (até 25,0ha) PRODUTORES SIMPLES DE MERCADORIAS DOIS – PSM2 (de 25,0ha a 50,0ha) PRODUTORES SIMPLES DE MERCADORIAS TRÊS – PSM3 (de 50,0ha a 100,0ha) EMPRESÁRIOS FAMILIARES (mais de 100,0ha exclusivos agropecuária) EMPRESÁRIOS RURAIS (mais de 100,0ha diversificados) TOTAL FONTE: EMATER, 2006 NÚMERO 1.310 1.184 925 450 26 3.895 % 33,6 30,4 23,8 11,5 0,7 100,0 Nos anos de 2005 a 2006, houve poucas mudanças na composição da ocupação do solo, pois, tomando-se apenas os dois maiores grupos de atividade - cuja participação conjunta somava mais de 73,0% da pauta produtiva local - verifica-se que houve um aumento de 2,0% na área plantada das lavouras temporárias e de 1,5% na de reflorestamentos, enquanto as áreas das lavouras permanentes e das matas naturais permaneceram praticamente inalteradas. Ver TABELA 9. 70 TABELA 9 – EVOLUÇÃO DA OCUPAÇÃO DO SOLO RURAL EM IRATI. 2005/2006 2005 TIPO DE OCUPAÇÃO LAVOURAS TEMPORÁRIAS LAVOURAS PERMANENTES PASTAGENS NATURAIS PASTAGENS CULTIVADAS MATAS NATURAIS / PRESERV. REFLORESTAMENTO OUTRAS ÁREAS TOTAL FONTE: EMATER HA 53.600 100 8.000 3.800 20.010 4.800 9.642 99.952 % 53,6 0,1 8,0 3,8 20,0 4,8 9,7 100,0 HA 54.672 105 7.950 3.750 19.970 4.870 8.635 99.952 2006 % 54,7 0,1 8,0 3,7 20,0 4,9 8,6 100,0 ∆% 2,0 0,0 0,0 -1,4 0,0 1,5 -10,4 0,0 Segundo dados do Zoneamento Ecológico Econômico do Estado, a maior parte do território municipal, em sua porção centro-oeste, apresenta uso misto, compreendendo simultaneamente agricultura, pastagem, capoeira, reflorestamento e/ou desmatamentos. Já as regiões norte, leste e centro-sul são ocupadas predominantemente pela agricultura intensiva, enquanto uma pequena mancha na porção nordeste dedica-se preferencialmente ao reflorestamento e outras manchas de pequena dimensão, nos extremos leste e sudeste do Município apresentam remanescentes da cobertura florestal original. Ver MAPA 11 – USO DO SOLO RURAL. 8.4.1. Agricultura Comparando os dados da produção agrícola municipal de 2005 e 2006, verifica-se que a soma da produção do feijão das águas, do milho safra normal, da soja e do fumo - os quatro principais produtos agrícolas do Município - caiu de 150,9 mil toneladas em 2005 para 143,8 mil em 2006, com uma redução de 4,5%, em apenas um ano. Entretanto, enquanto o milho safra normal, a soja e o fumo experimentaram aumento na área plantada com redução no volume produzido, sobretudo em função da estiagem verificada no período 2005/06, o feijão das águas teve um aumento em ambos esses indicadores, graças a ganhos de produtividade em suas lavouras. Com exceção do trigo, que sofreu uma redução de 9,8% em sua área plantada, todas as demais culturas tiveram aumento de área entre 2005 e 2006, com destaque para o feijão das secas (mais 25,5%), o feijão das águas (mais 10,0%) e a soja (mais 6,0%). Comparando-se as áreas plantadas dessas lavouras entre 2005 e 2006, obtém-se um acréscimo de 3.406ha, que corresponde a uma ampliação de 22,1% no período. Ver TABELA 10. TABELA 10 – PRINCIPAIS CULTURAS EM IRATI. 2000-2005 CULTURA ARROZ DE SEQ. FEIJÃO DAS ÁGUAS MILHO S. NORMAL SOJA TRIGO FEIJÃO DAS SECAS FUMO FONTE: EMATER. ÁREA (HA) 595 15.650 24.100 9.274 1.020 518 3.242 2005 PRODUÇÃO (TON) 981,7 20.345,0 103.630,0 20.402,8 2.856,0 569,8 6.516,4 RENDIM. (KG/HA) 1.650 1.300 4.300 2.200 1.800 1.100 2.010 ÁREA (HA) 605 17.215 25.550 9.580 920 650 3.285 2006 PRODUÇÃO (TON) 998,3 20.658,0 97.090,0 20.118,0 1.380,0 877,5 5.913,0 RENDIM. (KG/HA) 1.650 1.200 3.800 2.100 1.500 1.350 1.800 ∆% ÁREA (HA) 1,7 10,0 6,0 3,3 -9,8 25,5 1,3 Por outro lado, com exceção do arroz de sequeiro, que manteve o mesmo nível de rendimento, e do feijão das secas, que teve um ganho de produtividade de 22,7% entre 2005 e 2006, todas as demais culturas tiveram queda de rendimento nesse período, sendo de se destacar aquelas ocorridas no trigo, que experimentou uma perda de produtividade de 16,7%, no milho safra normal, de 11,6%, e no fumo, de 10,4%. Com respeito ao rendimento das lavouras, cabe comparar aquelas assistidas pela EMATER e as que não contam com essa orientação. Chama a atenção o caso do milho safra normal em que o rendimento das lavouras assistidas chegou a 6.000kg/ha, mesmo em um ano de estiagem, enquanto a produtividade nas demais não passou de 3.800kg/ha. Verifica-se atualmente no setor rural do Município uma excessiva concentração em um pequeno número de produtos, em especial o feijão e o milho, enquanto o fumo e a soja envolvem um número menor de produtores. Esse estreito leque de opções é bastante perigoso, principalmente para os pequenos produtores, pois os riscos de prejuízo e endividamento aumentam quando algum dos poucos produtos que cultivam sofre quebra de safra ou queda de preço. É o caso do feijão, para o 71 qual hoje a pequena propriedade não apresenta escala econômica, em função da produção mecanizada, em grande volume e durante o ano todo, praticada no Centro Oeste do Brasil. Em função dessa realidade, decidiu a EMATER, no seu trabalho de orientação aos produtores, concentrar o foco na agricultura familiar que, em Irati, é em grande parte desenvolvida por produtores descendentes de imigrantes de origem polonesa, ucraniana, russa, alemã e italiana. Segundo essa política a assistência técnica prestada pela EMATER aos produtores está assentada em três linhas básicas de atuação, quais sejam: a reconversão do fumo, a diversificação produtiva e o fomento à pecuária leiteira. A lavoura do fumo ainda é explorada em aproximadamente 50,0% das propriedades do Município. De acordo com a política do Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA de reduzir a área plantada dessa cultura no País foi criado o Projeto Mutirão, que tem como objetivo estimular a substituição dessas lavouras por outras atividades agrícolas e pecuárias, sobretudo nas pequenas propriedades. Tendo em vista, porém, a boa rentabilidade da fumicultura e o conservadorismo dos pequenos produtores de origem européia, a política de reconversão do fumo não tem apresentado ainda o sucesso esperado, demandando grandes esforços por parte da EMATER para convencer esses produtores quanto aos benefícios da reconversão. No que se refere à diversificação agrícola, em função das condições locais de solo e clima, as alternativas julgadas mais promissoras pela EMATER, mormente para as pequenas propriedades, são a fruticultura, baseada principalmente no pêssego, morango, ameixa, kiwi e uva para vinho, e a olericultura, envolvendo o plantio da cebola, repolho e batata salsa. Atualmente, em função dos elevados preços alcançados pela soja, essa cultura está entrando também na agricultura familiar, inclusive em terrenos mais íngremes, onde o maquinário agrícola procura trabalhar na diagonal em relação às curvas de nível. No que se refere à terceira linha de atuação da EMATER - a pecuária leiteira - a mesma é bastante forte em Irati, tendo começado a se desenvolver ainda na década de 70, com a criação da cooperativa Lactisul, que atualmente, entretanto, não está conseguindo acompanhar o dinamismo dessa atividade no Município. O objetivo da EMATER é consolidar e ampliar ainda mais a bovinocultura leiteira em Irati, principalmente no âmbito das pequenas propriedades, como uma alternativa consistente de aumento e estabilização da renda dos produtores. Com relação ao “agronegócio”, a produção de grãos em Irati tem mostrado uma evolução crescente, em torno da batata inglesa, da soja, do milho e do trigo, a qual tem sido apoiada pela atuação forte de cooperativas como a Solorrico, a Deforti e a Bom Jesus da Lapa, a qual abriu recentemente uma filial em Irati e já conta com cerca de 70 produtores associados, apresentando um significativo índice de crescimento. A tendência é a expansão consistente desse segmento, principalmente em vista da elevação do preço dessas comodities no mercado internacional no presente, o que se afigura como uma tendência que deverá perdurar por muito tempo ainda. Nas áreas mais dobradas do Município, como na região de Itapará, o preço da terra é em média de R$8.000,00 por alqueire paulista, enquanto nas áreas mais planas e de latossolo, como nas regiões de Pinho de Cima e Pinho de Baixo, o preço do alqueire pode chegar a R$30.000,00, inclusive porque nelas predominam médias propriedades e produtores altamente tecnificados. De acordo com os técnicos do escritório local da EMATER, os ganhos de produtividade alcançados por lavouras como a soja e o milho, associados à elevação dos preços desses produtos no mercado internacional, tem proporcionado uma significativa elevação da renda auferida na atividade agropecuária, o que está possibilitando aos produtores saldar as dívidas contraídas nos dois anos anteriores, quando houve grande frustração nas safras, por conta da estiagem e da queda no preço dos produtos agrícolas. Ainda segundo aquele órgão, levando-se em conta as limitações na aptidão física do Município quanto às condições de solos, relevo e clima, bem como as demandas atuais dos mercados nacional e internacional, o modelo ideal a ser perseguido na área da agricultura familiar em Irati, no presente e no futuro próximo, deve se assentar na exploração da fruticultura, na produção de grãos, na bovinocultura de leite e na produção de biodiesel. 72 MAPA 11 – USO DO SOLO RURAL 73 8.4.2. Pecuária A atividade pecuária está presente em Irati, principalmente através da bovinocultura mista, da avicultura e da suinocultura. A bovinocultura de leite e mista possui uma expressão significativa no Município, sendo desenvolvida em 1.825 propriedades e congregando em 2006 um plantel de 12.580 animais que, nesse ano, chegaram a produzir quase 1,7 milhões de litros de leite. Apesar do rebanho de aves ser muitas vezes superior ao de bovinos, é pouco expressivo em termos de plantel avícola, sobretudo se levarmos em conta a área de praticamente mil quilômetros quadrados do Município e o seu efetivo de quase quatro mil produtores. A suinocultura, apesar de ter experimentado um aumento de aproximadamente 5,0% em seu contingente, é pouco representativa, com o rebanho de pouco mais de 4.500 animais sendo destinado em grande parte ao auto-consumo. Ver TABELA 11. TABELA 11 – PRINCIPAIS REBANHOS EM IRATI. 2005-2006 REBANHO APICULTURA(*) AVICULTURA BOVINOCULTURA DE CORTE BOVINOCULTURA DE LEITE BOVINOCULTURA MISTA CAPRINOCULTURA OVINOCULTURA SUINOCULTURA TOTAL FONTE: IBGE. PRODUÇÃO AGRÍCOLA MUNICIPAL. (*) Número de colméias. ANO 2005 2.400 72.000 1.065 1.065 11.450 600 1.070 4.315 93.975 2006 2.400 72.000 1.100 1.130 11.450 550 950 4.520 94.100 ∆% REBANHO 0,0 0,0 3,3 6,1 0,0 -8,3 -11,2 4,7 0,1 Observando os dados acima verifica-se que houve poucas variações nos plantéis das diversas espécies de criações, o que certamente se deve ao fato de estar sendo comparados apenas dois anos consecutivos em relação à produção pecuária local, o que limitou a possibilidade de se registrar possíveis variações nas quantidades de animais de cada rebanho, nesse período. A bovinocultura de corte é explorada majoritariamente nas grandes propriedades, havendo cerca de 12 pecuaristas, cujos rebanhos são compostos principalmente de gado nelore, enquanto nas pequenas propriedades predomina o gado de raças mistas. A bovinocultura de leite, por sua vez, está tendo um desempenho muito favorável no Município, principalmente nas pequenas propriedades, onde ocupa mão-de-obra familiar. Apesar de a cooperativa Lactisul estar com suas operações quase paralisadas, outras empresas, como a Frimesa e a Líder têm atuado de maneira bastante eficaz no Município, oferecendo um grande apoio aos seus produtores de leite, o que constitui uma alternativa extremamente interessante em termos de renda, sobretudo para o pequeno produtor, podendo representar também uma opção válida para o projeto de reconversão da cultura do fumo. 8.4.3. Silvicultura Segundo a EMATER, a atividade de exploração florestal seria altamente recomendável em Irati, principalmente nos terrenos de relevo fortemente ondulado a montanhoso, onde são limitadas ou nulas as possibilidades de desenvolvimento de lavouras. A atividade, entretanto, não tem merecido o devido interesse por parte dos produtores, possivelmente pelo fato de só apresentar retorno no médio prazo, o que coloca um problema de subsistência, sobretudo para o pequeno produtor, durante o período de crescimento das árvores. Apesar disso, nota-se que o plantio destas está se expandindo nas áreas mais íngremes das propriedades onde existem outras áreas mais favoráveis à exploração agropecuária. Para que houvesse maior disposição dos produtores em implantar reflorestamentos seria necessária uma linha de crédito com prazo mais dilatado, pois o programa Pronaf Floresta atualmente só concede 8 anos para o resgate do financiamento, enquanto o período para o retorno final do investimento não se dá com menos de 12 anos. No caso do pinus, ocorre um primeiro desbaste aos 5 anos, um segundo corte aos 12 anos e o definitivo só aos 16 ou 18 anos; no caso do eucalipto pode ser feito um corte raso aos 7 anos para a produção de carvão, mas o corte definitivo para produção de madeira também só se dá aos 16 anos. Esse perfil modesto da silvicultura é conseqüência da pequena área reflorestada do Município, já que, conforme comentado anteriormente, o território municipal contava em 2006 com aproximadamente 19.970 hectares de mata nativa e 4.870 hectares de reflorestamento, equivalentes 74 respectivamente a 20,0% e 4,9% do território municipal. O primeiro desses números é bastante significativo, pois equivale ao mínimo exigido por lei como reserva legal nas propriedades rurais, enquanto o segundo ainda é bastante modesto, em vista do bom potencial que essa atividade possui no Município. Em 2006 existiam 660 produtores com reflorestamentos de eucalipto, abrangendo 665 hectares; 750 com reflorestamentos de pinus, envolvendo 1.100 hectares e 65 com reflorestamentos de bracatinga, totalizando 82 hectares. 8.4.4. Recursos Minerais De acordo com levantamentos efetuados pela MINEROPAR (2005), no subsolo da Mesorregião Sudeste encontram-se muitas riquezas, tais como calcário, xisto pirobetuminoso, urânio, carvão, argila refratária e caulínica, areia para indústria e construção civil, rochas ornamentais, pedra britada, argila vermelha e ainda água mineral. O xisto encontrado na área de abrangência da Formação Irati, é explorado pela Petrobrás no Município de São Mateus do Sul, gerando a produção de óleo, gás e enxofre. O território municipal de Irati apresenta um ótimo potencial para a exploração de água subterrânea, basalto para blocos, brita e saibro. Potencial de moderado a alto para a exploração de argila destinada à indústria de cerâmica vermelha, mas baixo em relação às argilas voltadas para a indústria de cerâmica branca e ao carvão mineral. Recentemente, tramitavam no Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM, nove processos referentes à concessão de títulos minerários no Município de Irati, os quais encontravam-se em várias fases de andamento, desde requerimento de pesquisa até concessão de lavra. As principais substâncias de interesse nesses processos eram: basalto para a transformação em brita, argila para a indústria cerâmica, carvão e água mineral. Verificou-se a existência no Município de algumas ocorrências de argila, normalmente com pequena expressão espacial, embora depósitos de médio a grande porte tenham sido encontrados. Esta argila é oriunda do transporte e sedimentação de partículas argilosas pelos rios, ou simplesmente da alteração in situ de rochas pelíticas, sendo que algumas dessas ocorrências já possuem requerimentos para exploração junto ao DNPM. Entretanto, em algumas das jazidas encontradas, ocorrem fragmentos de rocha junto à argila, o que dificulta a sua utilização pelas olarias da região, as quais não costumam utilizá-las como matéria-prima em seus processos produtivos. A existência de areia em depósitos aluvionares nos rios da região configura um bom potencial para sua utilização como agregado para a construção civil, embora não existam requerimentos para sua exploração comercial junto ao DNPM. Já a presença de rochas basálticas na porção oeste do Município, assim como nos morros que circundam a sede municipal, possibilita a sua utilização como pavimento para as estradas da região, principalmente naquelas áreas com declividades mais altas na área rural. Alguns tipos de materiais e rochas alteradas, encontrados em Irati, podem ser utilizados também na pavimentação e conservação das estradas secundárias. As saibreiras, ou cascalheiras, são exploradas pelo Município e por particulares, normalmente na posição de meia encosta. No caso de exploração pelo Poder Público as lavras são temporárias, abertas em acordo com os proprietários de terras ao longo das estradas, que cedem o material em troca do conforto em ter o acesso a suas propriedades melhorado. Com relação à água, recurso mineral mais utilizado no mundo, estudos hidrogeológicos realizados por Reinhard Maack revelam que existe um elevado potencial para a exploração econômica dos aqüíferos subterrâneos na região abrangida pelo território municipal de Irati. No entanto, antes de recorrer ao aproveitamento dos mananciais subterrâneos, faz-se necessária promover também a preservação dos mananciais superficiais, evitando o esgotamento dos aqüíferos e garantindo sua capacidade de recarga. Outra medida importante é o estímulo à economia por parte dos cidadãos, evitando o mau uso (como lavar calçadas e automóveis com água tratada) e o desperdício (as perdas médias são de 40,0% nas redes de água das cidades brasileiras). 8.5. SETOR SECUNDÁRIO A produção industrial em Irati experimentou uma expressiva expansão em seus níveis de atividade, conseguindo não só reverter a tendência de queda verificada no período 1990/98, mas quase igualar o nível de participação que detinha em 1990. Além da atividade industrial ter aumentado significativamente nos primeiros anos da presente década, as suas perspectivas de 75 expansão no curto prazo são bastante promissoras, pelo fato de estar centrada em gêneros com excelente potencial de crescimento, quais sejam o de minerais não metálicos, o de madeira e mobiliário e o de alimentos. Os gêneros de minerais não metálicos e de madeira e mobiliário, deparam-se com um panorama bastante favorável, em vista do setor da construção civil estar em franca expansão no País, graças à ampliação da oferta de crédito, ao aumento do emprego formal e à estabilização monetária, o que fará aumentar significativamente a demanda por materiais de construção no curto prazo. Já o de produtos alimentares, desfruta de um grande potencial de crescimento, em função da expansão do consumo, determinada pelo aumento do poder de compra da população em anos recentes, sobretudo das suas camadas de menor poder aquisitivo. Segundo dados do Ministério do Trabalho e do Emprego - MTE de 2006, existiam 190 indústrias no Município nesse ano, as quais empregavam um total de 3.882 pessoas. Dentre essas, 14 estavam relacionadas à produção de minerais não metálicos, com 173 postos de trabalho (4,5% do total); 49 ligadas ao gênero de madeira e mobiliário, com 824 empregados (21,2%); e 37 ligadas à produção de alimentos, bebidas e álcool, que ofertavam 301 vagas (7,7%). Havia ainda 2 indústrias do gênero de materiais elétricos e de comunicação, ofertando 1.318 postos de trabalho (33,9%), 17 indústrias metalúrgicas, com 77 empregados (2,0%) e 31 empresas de construção civil, empregando 684 operários (17,6%). Ver TABELA 12. TABELA 12 – NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS INDUSTRIAIS EM IRATI. 2006 GÊNEROS INDUSTRIAIS INDÚSTRIA DE EXTRAÇÃO DE MINERAIS INDÚSTRIA DE PRODUTOS MINERAIS NÃO METÁLICOS INDÚSTRIA METALÚRGICA INDÚSTRIA MECÂNICA INDÚSTRIA DE MATERIAIS ELÉTRICOS E DE COMUNICAÇÃO INDÚSTRIA DE MATERIAIS DE TRANSPORTE INDÚSTRIA DA MADEIRA E DO MOBILIÁRIO INDÚSTRIA DE PAPEL, PAPELÃO, EDITORIAL E GRÁFICA INDÚSTRIA DA BORRACHA, FUMO, COUROS, PELES, PROD. SIM. E IND. DIV. INDÚSTRIA QUÍM., FARM., VETERIN., SABÕES, VELAS E MAT. PLÁST. INDÚSTRIA TÊXTIL, DO VESTUÁRIO E DE ARTEFATOS DE TECIDOS INDÚSTRIA DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS, DE BEBIDAS E ÁLCOOL ETÍLICO SERVIÇOS INDUSTRIAIS DE UTILIDADE PÚBLICA CONSTRUÇÃO CIVIL TOTAL FONTE: MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO - RAIS, 31/12/2006 INDÚSTRIAS 3 14 17 5 2 3 49 6 4 8 10 37 1 31 190 EMPREGOS 29 173 77 57 1.318 11 824 90 23 228 65 301 2 684 3.882 Observa-se o grande peso relativo dos gêneros dos produtos de minerais não metálicos, da madeira e do mobiliário e dos produtos alimentícios, destacando-se também os da indústria metalúrgica, de comunicações e de materiais elétricos, sendo digno de nota o fato de que este último ocupa mais de um terço dos empregos industriais no Município. A maior empresa do setor é a Yazaki Autoparts do Brasil Ltda., fabricante japonesa de chicotes elétricos para indústria automotiva, presente desde 1997 no Município, com sede na Vila São João. Outra empresa de destaque é a Fobras – Fosforeira Brasileira S. A., anteriormente denominada Fósforos Irati, localizada no centro da Cidade. A indústria, em funcionamento desde 1954, ocupa área de 18.000 m2 e tem capacidade para produzir cerca de 300 milhões de palitos de fósforo por dia, sendo uma das maiores do ramo no Brasil. Existem dois parques industriais na Cidade, um deles localizado junto à BR-277, no trevo com a BR-153, denominado Condomínio Industrial de Irati, com 15,8 hectares e 28 lotes. O outro, denominado Parque Industrial, situa-se na Vila São João, com 24 hectares e 40 lotes. Este conta com espaço suficiente para expansão, sendo que, no caso de instalação de novas empresas, a Comissão de Desenvolvimento da Prefeitura Municipal cede o lote em concessão para que a empresa construa a edificação. Há ainda alguns estabelecimentos industriais localizados na parte central da Cidade, muitos deles desativados, o que deverá ser contemplado pelo presente Plano Diretor, tendo em vista destinar suas instalações para outra finalidade, compatível com o uso residencial e comercial circundante. 76 8.6. SETOR TERCIÁRIO 8.6.1. Comércio e Serviços O setor terciário em Irati responde pela maior participação na economia local, representando 41,5% do PIB municipal em 2004. De acordo com dados do MTE de 2006, extraídos da RAIS, havia em Irati naquele ano 478 estabelecimentos comerciais, ocupando 2.152 pessoas. Dentre esses, 54 eram de comércio atacadista, com 307 empregados (14,3% do total), e 424 de comércio varejista, ocupando 1.845 pessoas (85,7% do total). Compunham esse universo de unidades comerciais varejistas bares, lanchonetes, açougues, padarias, farmácias, lojas de confecções e armarinhos, lojas de calçados, lojas de materiais de construção, lojas de móveis, postos de combustíveis, lojas de autopeças e supermercados, entre outros. Os serviços contavam com 252 estabelecimentos, ocupando 2.429 funcionários, sendo de se destacar a participação do setor público que, com apenas 4 entidades, empregava 987 pessoas, ou seja, 40,6% de todos os empregados dos estabelecimentos de prestação de serviços existentes no Município naquele ano. De acordo com informações do Cadastro Técnico Municipal, dentre os estabelecimentos de natureza jurídica prestadores de serviços contam-se hotéis, bancos, escolas, empresas de transporte, escritórios de contabilidade, lotéricas, oficinas mecânicas, entre outros, sendo seis instituições financeiras (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú, HSBC, Bradesco e SICREDI). Já entre os profissionais prestadores de serviços contam-se médicos, dentistas, cabeleireiras, barbearias, manicures, pedreiros, pintores, encanadores, eletricistas e eletrotécnicos, dentre outros. Como referido anteriormente, o comércio e os serviços em Irati atendem satisfatoriamente à população local nas suas necessidades básicas e quotidianas, mas, pelo tamanho desse mercado, não conseguem ofertar a variedade necessária para atender completamente à demanda de seus habitantes e de sua economia, o que os obriga a procurar Curitiba, Ponta Grossa ou Guarapuava para adquirir bens e serviços mais caros, raros ou especializados de que necessitam. Um fator importante para o dinamismo da economia municipal é a atuação da Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Irati – ACIAI – junto aos empresários locais. A ACIAI funciona como posto avançado da Junta Comercial do Paraná em Irati, prestando serviços de constituição e cancelamento de empresas, além de oferecer apoio à exportação, mediante a emissão de Certificados de Origem. Desenvolve cursos, treinamentos e palestras para seus associados, bem como disponibiliza aos mesmos convênios com órgãos públicos e instituições financeiras visando à redução de custos. Também organiza, em parceria com a Prefeitura Municipal de Irati, o Salão de Negócios, evento voltado a mostrar o potencial econômico do Município que acontece no mês de dezembro, juntamente com a Festa do Pêssego. 8.6.2. Turismo O turismo no Município é bastante favorecido pelo fato das rodovias federais BR-153 e BR277 tangenciarem a malha urbana da sede municipal, porém ainda é pouco explorado, apesar de possuir riquezas naturais, como inúmeras nascentes e quedas d’águas, que se destacam por suas águas límpidas e cristalinas, sem nenhuma poluição. Ver FIGURA 21 e FIGURA 22. Com relação ao turismo rural, o mesmo também ainda é pouco explorado, embora exista um grande potencial representado pelas propriedades de descendentes dos antigos migrantes de origem européia, que ainda preservam suas tradições, seus costumes e suas comidas típicas. Recentemente foi retomado o transporte ferroviário de passageiros, ainda que esporádico, dentro de um pacote voltado a estrangeiros. Tal pacote se inicia no Rio de Janeiro, seguindo para Curitiba, onde os turistas embarcam em um trem com destino a Cascavel, passando por Irati e Guarapuava. De Cascavel os turistas rumam a Foz do Iguaçu para visita às cataratas, e voltam a Curitiba, daonde seguem ao litoral paranaense também de trem. Em Irati há uma parada para refeição, evento por enquanto subsidiado pela Prefeitura Municipal, devendo ser estimulada a qualificação da rede de estabelecimentos de alimentação e hospedagem para que os mesmos possam futuramente atender à esta demanda. 77 FIGURA 21 – CACHOEIRA DE ITAPARÁ FONTE: PREFEITURA MUNICIPAL DE IRATI FIGURA 22 – CACHOEIRA DO FILLUS FONTE: PREFEITURA MUNICIPAL DE IRATI 78 9. SISTEMA DE ATIVIDADES HUMANAS 9.1. EVOLUÇÃO DEMOGRÁFICA 9.1.1. Evolução Demográfica Recente no Brasil No intervalo de 9 anos compreendido entre os censos demográficos de 1991 e 2000, observou-se a recorrência de determinados fenômenos que já haviam sido detectados na década de 80, ao lado de outros de manifestação mais recente, sendo dignos de registro: a) o decréscimo na taxa anual de crescimento demográfico de 1,9% para 1,6%, produzido pela diminuição da fecundidade em todo o País, tendo a taxa da Região Sul, sido de apenas 1,4% no período; b) o incremento da urbanização, cujo índice passou de 74,1% para 81,2%, em vista da redução de 4,2 milhões de habitantes na população rural e do acréscimo de 27,1 milhões na urbana, retratando, além do êxodo rural, um intenso crescimento urbano, que, entretanto, não teve mais os pólos metropolitanos como palco principal e, sim os municípios satélites dentro dos aglomerados urbanos e as cidades de porte médio do interior; c) o envelhecimento da população, fruto do declínio da fecundidade e do aumento da longevidade, expresso pela redução do grupo de 0-14 anos de 34,7% para 29,6% e pelo aumento do contingente com mais de 65 anos de 4,8% para 5,9% no total, o que fez a idade mediana da população subir de 21,7 para 24,2 anos e a participação da População em Idade Ativa (15-64 anos), elevar-se de 60,5% para 64,5%, com o que, inversamente, a razão de dependência (número de pessoas inativas por pessoa ativa), baixou de 65/100 para 55/100 no período; d) a inversão no comportamento demográfico do Paraná, o qual, depois de funcionar durante duas décadas como emissor de população, voltou a atrair migrantes, inclusive paranaenses que haviam se transferido para outras regiões do País em décadas anteriores, tendo a sua taxa anual de crescimento demográfico subido de 0,9% no período 1980/1991 para 1,4% no intervalo 1991/2000. Essas observações permitem concluir que a evolução do quadro populacional no Brasil deverá tornar-se menos preocupante no futuro, devido à queda no índice de crescimento da população, em que pese o fato das migrações no País ainda serem significativas, sobretudo aquelas no sentido rural-urbano. A urbanização, contudo, representa fator potencialmente positivo para a elevação dos padrões de qualidade de vida, o mesmo podendo ser dito quanto à redução na razão de dependência, a qual contribui para o incremento da renda per capita. Porém, os benefícios que a melhoria nesse último indicador poderia trazer acabaram não se materializando completamente no último decênio do Século XX porque, frente ao aumento da demanda de emprego - via crescimento da urbanização e da População em Idade Ativa - houve redução dos postos de trabalho, derivada da recessão e do desemprego estrutural induzido pela globalização da economia. A diminuição relativa do grupo das crianças e jovens permitirá transferir parte dos recursos que antes eram aplicados na ampliação física da rede escolar para o aumento da qualidade do ensino, além de possibilitar investimentos em outras áreas sociais, visando à elevação da renda indireta e a melhoria da qualidade de vida no País. Em princípio, a população em idade ativa e a da terceira idade possuem renda para ter acesso aos bens e serviços de que necessitam, entretanto, tal condição só acontece na prática quando co-existem oferta de emprego pleno e de aposentadoria satisfatória, respectivamente, para cada um desses grupos, o que hoje, infelizmente, ainda não se verifica. Desta forma, colocam-se como desafios prioritários para a sociedade brasileira, a instauração de políticas destinadas à geração de empregos e à implementação de um sistema previdenciário que ofereça melhores condições de vida ao trabalhador ao encerrar seu ciclo produtivo. Na esfera municipal, conclui-se que tenderá a diminuir a intensidade na demanda por novas creches e escolas, ao mesmo tempo em que será preciso ampliar os programas de assistência à velhice e aumentar o número de abrigos para idosos. Da mesma forma, pode-se prever a paulatina mudança de ênfase nas especialidades da medicina social, com alívio da pressão sobre as áreas de acompanhamento pré-natal, obstetrícia e pediatria e aumento da demanda em campos como cardiologia, oncologia e de outras enfermidades degenerativas, o mesmo podendo ser dito quanto à necessidade de se implantar programas para difusão de procedimentos preventivos de saúde voltados à população da terceira idade. 79 9.1.2. Evolução Demográfica no Estado Entre o início do Século XX e o decênio 1960/70, o crescimento demográfico no Paraná refletiu o processo de colonização das vastas regiões na época ainda inexploradas do seu território, traduzido no extraordinário aumento da população rural, fruto das levas de migrantes que aqui chegavam para engajar-se nas frentes agrícolas que cruzavam o Estado, e no enorme crescimento da população urbana em centenas de cidades e vilas que iam sendo criadas no rastro do movimento de apropriação territorial. O avanço da ocupação em direção ao interior do Estado pode ser visualizado através do progressivo desmembramento territorial ocorrido entre as décadas de 1940 e 1980. Ver FIGURA 23. FIGURA 23 – DIVISÃO TERRITORIAL DO ESTADO. 1940/1960/1980 FONTE: IPARDES, 2003. 80 No período 1970/80, completada a colonização de todas as regiões do Estado, ocorreram profundas alterações na estrutura produtiva de alguns desses espaços, as quais acabaram provocando significativa retração em seus contingentes populacionais. A década de 70 marcou o ponto de inflexão no modelo demográfico que vigorava no Paraná até o final dos anos 60, tendo a zona rural do Estado passado de receptora a emissora de população, com a perda de 40,2% do seu efetivo no decênio, o que significou um total de quase 1,3 milhões de pessoas. Enquanto isso, o meio urbano incorporava aproximadamente 2 milhões de habitantes, com um incremento de 78,6%, que elevou o índice de urbanização a 58,6% em 1980. Assim, se em 1970 de cada 10 paranaenses cerca de 6 viviam no campo e 4 nas cidades, ao cabo de dez anos essa relação praticamente se inverteu, caracterizando a década de 70 como a da transformação da população do Paraná de majoritariamente rural para predominantemente urbana. Ver TABELA 13 e FIGURA 24. TABELA 13 – EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO TOTAL, URBANA E RURAL DO PARANÁ. 1960/2000 CENSO POPULAÇÃO TOTAL POPULAÇÃO URBANA HABITANTES % HABITANTES % 1960 4.268.239 100,0 1.305.927 30,6 1970 6.929.868 100,0 2.504.378 36,1 VARIAÇÃO 2.661.629 62,4 1.198.451 91,8 1980 7.629.392 100,0 4.472.561 58,6 VARIAÇÃO 699.524 10,1 1.968,183 78,6 1991 8.448.713 100,0 6.197.953 73,4 VARIAÇÃO 819.321 10,7 1.725.392 38,6 2000 9.563.458 100,0 7.786.084 81,4 VARIAÇÃO 1.114.745 13,2 1.588.131 25,6 FONTE: IBGE - CENSOS DEMOGRÁFICOS DE 1960, 1970, 1980, 1991 E 2000. POPULAÇÃO RURAL HABITANTES % 2.962.312 69,4 4.425.490 63,9 1.463.178 49,4 3.156.831 41,4 -1.268.659 -28,7 2.250.760 26,6 -906.071 -28,7 1.777.374 18,6 -473.386 - 21,0 FIGURA 24 – EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO TOTAL, URBANA E RURAL DO PARANÁ. 1960/2000. 10000000 8000000 TOTAL 6000000 URBANA 4000000 RURAL 2000000 0 1960 1970 1980 1991 2000 FONTE: IBGE, CENSOS DEMOGRÁFICOS DE 1960, 1970, 1980, 1991 E 2000. No intervalo 1980/91, a população do Paraná cresceu apenas 10,7%. Esse modesto resultado, porém não traduz a magnitude das transformações ocorridas no seu quadro demográfico, uma vez que houve um ganho de 1.725.392 novos habitantes no meio urbano e a perda de 906.071 no rural, fazendo com que o índice de urbanização chegasse a 73,4% em 1991. Esses dados revelam a recorrência do fenômeno observado na década de 70, indicando a consolidação definitiva do processo de urbanização do Estado. Nos nove anos compreendidos entre 1991 e 2000 houve uma aceleração na taxa de crescimento da população paranaense, que atingiu a 13,2%, fazendo do Paraná um dos 7 únicos estados do País com tal desempenho no período. Persistiu o crescimento das cidades versus esvaziamento do campo, que fez o índice de urbanização chegar a 81,4%, significando que, no ano 2000, de cada 10 paranaenses, cerca de 8 moravam em cidades e só 2 no campo. Tais números indicam ter se esgotado no Paraná o ciclo de intenso êxodo rural que provocou inchaço em suas maiores cidades e que, doravante, o crescimento destas deverá basear-se majoritariamente em migrações externas e no crescimento vegetativo da população. A dinâmica demográfica recente no Paraná reproduziu o processo verificado em outros estados de ocupação consolidada e comportamento afluente, em que o predomínio da população urbana sobre a rural reflete a elevada ponderação das atividades industriais e de comércio e serviços, 81 além da modernização do setor agropastoril. No caso paranaense, porém, surpreendem a velocidade e a magnitude desse processo, pois, entre 1970 e 2000 sua população urbana mais que triplicou, com um aumento superior a 5,3 milhões de pessoas em apenas 3 décadas, colocando em evidência a pressão demográfica sobre a infra-estrutura e os serviços urbanos, cuja expansão não conseguiu acompanhar a da demanda, o que, em grande parte, explica o fato de alguns dos indicadores de qualidade de vida no Paraná ainda situarem-se aquém daqueles registrados nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. 9.1.3. Evolução da População Urbana no Estado O crescimento acelerado da população urbana do Estado em anos recentes, não ocorreu mais de maneira espacialmente dispersa, como na época da colonização do território, porém concentradamente, com a aglutinação cada vez maior da população em um número cada vez menor de cidades. Tomando-se apenas os municípios com mais de 50.000 habitantes urbanos, verifica-se que em 1980 havia 14 deles no Paraná, abrigando 2.366.993 pessoas, que somavam 52,9% da população urbana e 31,0% da população total do Estado. Em 1991 contavam-se já 22 cidades nessa condição, com 3.747.610 habitantes, correspondendo a 60,5% da população urbana e a 44,3% da população total, enquanto no ano 2000 o número desses municípios chegava a 26, com 4.904.017 habitantes, que representavam 63,0% da população urbana e 51,3% da população total paranaense. Vale dizer que, em 2000, de cada 10 paranaenses 5 viviam nas suas 26 maiores cidades e que, na década de 90, de cada 10 novos habitantes urbanos no Paraná nada menos que 7 nasceram ou fixaram-se nessas 26 cidades. Ver TABELA 14. TABELA 14 – CIDADES COM POPULAÇÃO SUPERIOR A 50.000 HABITANTES. 1980/2000 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 1980 MUNICÍPIO POP. Curitiba 1.024.975 Londrina 266.940 P. Grossa 172.946 Maringá 160.689 Cascavel 123.698 Foz Iguaçu 101.330 Guarapuava 89.951 Paranaguá 72.066 Apucarana 67.161 Piraquara 60.927 Umuarama 59.861 S.J. Pinhais 56.804 Colombo 54.979 Paranavaí 54.666 TOTAL 2.366.993 MUNICÍPIO Curitiba Londrina Maringá P. Grossa Foz Iguaçu Cascavel Guarapuava S.J. Pinhais Colombo Paranaguá Piraquara Apucarana Umuarama Toledo C. Mourão Cambé Paranavaí Arapongas A. Tamandaré Telem. Borba Araucária Campo Largo 1991 POP. 1.315.035 366.676 234.079 221.671 186.385 177.766 116.210 111.952 110.273 94.689 91.438 86.079 77.541 72.402 72.335 66.817 64.354 60.025 59.080 54.649 54.262 53.892 ∆% 28,3 37,4 45,7 28,2 83,9 43,7 29,2 97,1 100.6 31,4 50,0 28,2 29,5 68,4 46,4 49,1 17,7 24,5 118,3 51,0 100,0 44,1 3.747.610 58,3 MUNICÍPIO Curitiba Londrina Maringá P. Grossa Foz do Iguaçu Cascavel S.J. Pinhais Colombo Guarapuava Paranaguá Pinhais* Apucarana Araucária Toledo A. Tamandaré Umuarama Cambé Arapongas Campo Largo C. Mourão Paranavaí Sarandi Faz. R. Gde.* Telem. Borba Pato Branco Fco. Beltrão 2000 POP. 1.587.315 433.369 283.978 266.686 256.524 228.673 183.366 174.962 141.694 122.347 100.726 100.249 86.111 85.920 84.755 82.625 81.942 81.790 77.223 74.754 70.329 69.493 59.196 58.354 56.805 54.831 4.904.017 ∆ % 20,7 18,2 21,3 20,3 37,6 28,6 63,8 58,7 21,9 29,2 16,5 58,7 18,7 43,5 6,5 22,6 36,3 43,3 3,3 9,3 18,3 6,8 30,9 ª(*) Os municípios de Pinhais e Fazenda Rio Grande foram criados depois do Censo de 1991, a partir de Piraquara e Mandirituba, respectivamente. Entre 1991 e 2000, as cidades da Região Metropolitana de Curitiba passaram de 7 para 8 no conjunto, porém, com uma participação constante em torno de 48,0% da população total do mesmo, consolidando sua condição de maior aglomerado urbano do Estado. No subconjunto do Norte do Paraná, embora o número de cidades tivesse aumentado de 8 para 9, a participação de sua população caiu de 27,4% para 26,1% do total, enquanto as cidades das regiões sudoeste e oeste passaram de 3 para 5, aumentando sua representatividade de 11,6% para 13,9% na população urbana total do Estado. Nesse conjunto entre 1991 e 2000, sobressaem os seguintes aspectos: a) os maiores índices de crescimento, dentre os 26 centros urbanos com mais de 50.000 habitantes no período, ocorreram nas cidades satélites da Região Metropolitana de Curitiba; 82 b) dentre as grandes cidades do interior do Estado, Foz do Iguaçu e Cascavel, ao lado de Arapongas e Paranaguá, foram as que apresentaram os maiores índices de crescimento; c) A Mesorregião do Sudeste Paranaense não comparecia com nenhum centro urbano no conjunto das cidades do Paraná com mais de 50.000 habitantes no Censo Demográfico de 2000, o que reflete a falta de dinamismo com que a sua base produtiva sempre se debateu e com a qual ainda continua a se defrontar, não tendo conseguido engendrar uma rede urbana de magnitude significativa no espaço paranaense ao longo do tempo. No intervalo 1991/00 mantiveram-se inalteradas as posições dos seis maiores centros na rede urbana paranaense, parecendo cristalizar-se no Estado uma estrutura de polarização interna que confirma o modelo de organização espacial proposto no documento “Política de Desenvolvimento Urbano do Paraná - PDU”, elaborado pela UFPR em 1972, no qual é concebida a estruturação da rede urbana paranaense em três grandes eixos, sendo o Eixo Sul composto por Paranaguá, Curitiba e Ponta Grossa, o Eixo Norte constituído pelo aglomerado urbano linear entre Londrina e Maringá e o Eixo Oeste representado pelo colar de cidades entre Cascavel e Foz do Iguaçu. No presente, esse modelo tri-axial é completado por Guarapuava, na qualidade de pólo da região centro-sul, bem como por centros de porte médio que consolidaram o papel de sub-pólos regionais no passado, a saber: Paranaguá no litoral, Telêmaco Borba na região centro-leste, Pato Branco e Francisco Beltrão no Sudoeste, Toledo no Oeste, além de Campo Mourão, Umuarama e Paranavaí no Noroeste. 9.1.4. Evolução Demográfica na Microrregião de Irati A Microrregião de Irati experimentou, no período de 1991 a 2000, um crescimento demográfico médio de apenas 7,8%, passando a contar com uma população total de 91.640 habitantes no final da década passada. Essa estagnação foi provocada pelo fato da região não vir se caracterizando como área de atração demográfica dentro do Estado, tendo a perda de população rural em seus 4 municípios sido compensada com uma certa folga pelo crescimento das respectivas populações urbanas. De fato, a população rural da região se retraiu em 12,7%, enquanto a urbana cresceu 25,7% entre 1991 e 2000, o que fez o índice de urbanização chegar a 62,3% em 2000, colocando em relevo o caráter ainda fortemente rural da população e da economia da Microrregião. Nesses 4 municípios o processo de contração da população rural se deu com maior ou menor intensidade em todos eles, sendo de -21,3% em Irati, -8,6% em Mallet, -6,1% em Rebouças e -5,5% em Rio Azul. Apesar disso, a microrregião pode ser considerada como predominantemente rural, pois excluindo-se a população rural de Irati do conjunto, a população rural dos outros três municípios respondia por 54,8% da sua população total, configurando essas duas situações um fenômeno tardio de esvaziamento demográfico do campo, em relação a outros espaços do Estado do Paraná, onde o êxodo rural começou já na década de 70. A diminuição da população rural em relação à total resultou no aumento da taxa de urbanização na região, que passou de 53,4% em 1991 para 62,3% em 2000. No entanto, o padrão de urbanização não se apresenta de maneira uniforme no território microrregional, variando de um patamar de 75,1% de índice de urbanização em Irati para apenas 33,3% em Rio Azul. No caso de Irati, houve um incremento significativo no índice de urbanização, que subiu de 67,5% em 1991 para 75,1% em 2000, podendo-se dizer que atualmente é o único dos 4 municípios da microrregião que pode ser considerado como urbano, enquanto os demais encontram-se em lenta transição de rurais para urbanos. Ver TABELA 15. TABELA 15 – POPULAÇÃO TOTAL, URBANA E RURAL DA MICRORREGIÃO DE IRATI. 19912000 1991 TOTAL URBANA % RURAL (HAB) (HAB) (HAB) IRATI 47.854 31.278 67,5 16.576 MALLET 11.808 5.528 46,8 6,280 REBOUÇAS 12.948 5.396 41,7 7.552 RIO AZUL 12.406 3.202 25,8 9,200 TOTAL 85.016 45.408 53,4 39.608 FONTE: IBGE, CENSOS DEMOGRÁFICOS DE 1991 E 2000. MUNICÍPIO TOTAL (HAB) 52.352 12.602 13.663 13.023 91.640 2000 URBANA (HAB) 39.306 6.862 6.570 4.334 57.072 % 75,1 54,5 48,1 33,3 62,3 RURAL (HAB) 13.046 5.740 7.093 8.689 34.568 ∆% POP. TOT 9,4 6,7 5,5 5,0 7,8 ∆% POP. URB 25,7 24,1 21,8 35,3 25,7 ∆% POP. RUR -21,3 -8,6 -6,1 -5,5 -12,7 83 9.1.5. Evolução Demográfica no Município de Irati Embora os dados sobre a dinâmica populacional do Município já tenham sido retratados nos itens anteriores, é necessário ressaltar alguns aspectos dessa dinâmica que interessam ao escopo do presente trabalho. Dentre estes, destaca-se o fato do acelerado aumento da população urbana no período 1970/2000 ter sido suficiente para compensar o decréscimo da população rural, o que fez a população total do município expandir-se em 9,4% nesse intervalo. Percebe-se que desde a década de 1970, a população rural vem diminuindo em ritmo crescente, com variação de -6,1% entre 1970 e 1980, de -14,8% na década seguinte e, por fim, de -21,3% entre 1991 e 2000. Com isso, a população do Município residente no campo, que era de 20.705 habitantes em 1970, caiu para apenas 13.046 em 2000, com um decréscimo total de 37,0% em 30 anos. A década de 70 foi o período em que ocorreram as maiores transformações na estrutura produtiva do Paraná, no qual a lavouras permanentes deram lugar a pastagens extensivas ou a lavouras temporárias, deprimindo severamente as relações de produção no campo. Essas atividades passaram a ser praticadas em propriedades cada vez maiores e com menos emprego de mão-de-obra, o que veio a provocar a expulsão de pequenos produtores e a maciça migração de trabalhadores rurais do campo. No caso de Irati, o decréscimo da população rural sofrido desde os anos 70 só não causou maior impacto na população total por causa do intenso crescimento experimentado pela sua população urbana, a qual passou de um acréscimo de 43,9% no período 1970/80 para um incremento de 35,3% no intervalo 1980/91 e uma expansão de 25,7%, entre 1991 e 2000. Em virtude desse comportamento, a população urbana do Município cresceu 148,3% entre 1970 e 2000, envolvendo a incorporação de um contingente de 23.479 habitantes em apenas 30 anos, ou seja, quase uma vez e meia a população urbana registrada em 1970. O crescimento da população urbana foi provocado não só pela migração da população rural para a sede municipal, mas também pela atração migrantes externos provocada pelo aumento da oferta de emprego nesta última, induzida pela instalação de indústrias e estabelecimentos de comércio e serviços na sua malha urbana nesse período. Ver TABELA 16 e FIGURA 25. TABELA 16 – EVOLUÇÃO DEMOGRÁFICA NO MUNICÍPIO DE IRATI. 1970/2000 POPULAÇÃO 1970 1980 HAB. % HAB. % ∆% HAB. TOTAL 36.532 100,0 42.227 100,0 15,6 47.854 URBANA 15.827 43,3 22.781 53,9 43,9 31.278 RURAL 20.705 56,7 19.446 46,1 -6,1 16.576 FONTE: IBGE, CENSOS DEMOGRÁFICOS DE 1970, 1980, 1991 E 2000. 1991 % 100,0 65,4 34,6 ∆% 13,3 35,3 -14,8 HAB. 52.352 39.306 13.046 2000 % 100,0 75,1 24,9 ∆% 9,4 25,7 -21,3 FIGURA 25 – EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO TOTAL, URBANA E RURAL DE IRATI. 1991/2000 55000 50000 45000 40000 35000 TOTAL 30000 URBANA 25000 RURAL 20000 15000 10000 5000 0 1970 1980 1991 2000 FONTE: IBGE, CENSOS DEMOGRÁFICOS DE 1970, 1980, 1991 E 2000. Ao analisar a evolução demográfica do Município por distritos entre 1970 e 2000, percebe-se que tem havido diminuição drástica do contingente populacional em todos os distritos do interior, em oposição ao crescimento demográfico acelerado do Distrito Sede. No ano 2000 a população total do deste era de 43.224 habitantes, dos quais 88,7% viviam em área urbana, representando um acréscimo de 80,8% em relação à população total de 1970, quando foram contabilizados 23.911 84 pessoas no Distrito Sede, sendo 62,0% em área urbana. Contabilizando apenas a população urbana do Distrito Sede, correspondente à Cidade de Irati, o aumento entre 1970 e 2000 foi de 158,7%, tendo alcançado 38.334 pessoas nesse último ano. No caso de Gonçalves Junior a população total caiu -25,7% no período 1970-2000, chegando a 3.575 habitantes nesse último ano. A taxa de urbanização também teve queda, passando de 6,7% para 6,6% no período. Em Guamirim, o mais urbanizado dos distritos do interior, a população total caiu -26,4% no período 1970-2000, alcançando 2.794 habitantes em 2000. Já a taxa de urbanização teve ligeiro aumento, passando de 11,0% para 15,5%. Em Itapará a queda do contingente demográfico foi ainda maior, da ordem de -31,3%, tendo a população total sido de 2.759 habitantes em 2000. A taxa de urbanização, porém, que era de apenas 6,8% em 1970, passou para 10,9% no último Censo, demonstrando que a maior perda populacional desse distrito ocorreu no estrato rural. Ver TABELA 17 e FIGURA 26. TABELA 17 – EVOLUÇÃO DEMOGRÁFICA NO MUNICÍPIO DE IRATI POR DISTRITOS. 1970/2000 POPULAÇÃO 1970 1980 TOT URB % TOT URB % TOT (HAB) (HAB) (HAB) (HAB) (HAB) GONÇALVES JR 4.812 322 6,7 4.415 209 4,7 4.042 GUAMIRIM 3.794 416 11,0 3.357 353 10,5 3.267 IRATI (SEDE) 23.911 14.818 62,0 31.126 21.956 70,5 36.939 ITAPARÁ 4.015 271 6,8 3.329 263 7,9 3.606 TOTAL 36.532 15.827 43,3 42.227 22.781 53,9 47.854 FONTE: IBGE, CENSOS DEMOGRÁFICOS DE 1970, 1980, 1991 E 2000. 1991 URB (HAB) 234 399 30.295 350 31.278 % 5,8 12,2 82,0 9,7 65,4 TOT (HAB) 3.575 2.794 43.224 2.759 52.352 2000 URB (HAB) 236 434 38.334 302 39.306 % ∆% 70/00 TOT URB 6,6 -25,7 -26,7 15,5 -26,4 4,3 88,7 80,8 158,7 10,9 -31,3 11,4 75,1 43,3 148,3 FIGURA 26 – EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO TOTAL DE IRATI POR DISTRITOS. 1970/2000 5000 4500 4000 GONÇALVES JUNIOR 3500 GUAMIRIM 3000 ITAPARÁ 2500 2000 1970 1980 1991 2000 FONTE: IBGE, CENSOS DEMOGRÁFICOS DE 1970, 1980, 1991 E 2000. OBS: EXCETO DISTRITO-SEDE. 9.2. ESTRUTURA DEMOGRÁFICA 9.2.1. Estrutura Etária da População De maneira semelhante ao que ocorre no Estado e no País, onde se verifica o envelhecimento da população pela ação combinada da queda da natalidade e do aumento da longevidade, observa-se na estrutura demográfica de Irati, a redução da população no estrato de 0 a 4 anos - onde são contados os recém nascidos - entre 1991 e 2000, o que caracteriza uma desaceleração do crescimento vegetativo da população, típica de sociedades em processo avançado de urbanização. Ademais, percebe-se a redução do contingente do estrato de 0-4 anos frente ao de 5-9 anos e deste em relação ao de 10-14, tanto no Censo de 1991 como no de 2000, evidenciando que o fenômeno não é recente, estando presente na estrutura demográfica do Município provavelmente desde a década de 80. Por outro lado, ao mesmo tempo em que a população total do Município cresceu 9,4% entre 1991 e 2000, o crescimento nos estratos de população acima de 30 anos foi bem mais intenso, chegando a 40,0% naquele de idades acima de 65 anos, o que revela uma expansão nos segmentos de idades mais elevadas da população. Por outro lado, tanto no censo de 1991 como no de 2000, observa-se uma estagnação significativa da população dos estratos de 20 a 24 anos e de 25 a 29 anos, o que é indício de emigração de jovens em busca de oportunidades de estudo ou de emprego 85 fora do Município. Essas mudanças provocaram reflexos no seu perfil demográfico, tais como a redução do número de pessoas por família e, conseqüentemente, do número de residentes por domicílio, bem como o aumento da idade mediana da população, que é definida como aquela que a divide em dois blocos de 50,0%. Com respeito ao número de moradores por domicílio, em 1991 contavam-se 11.825 habitações no Município, com a média de 4,05 moradores por residência, enquanto em 2000 eram encontradas 14.474 moradias, com a média de 3,62 pessoas por domicílio, o que fez a taxa de ocupação em cada moradia cair 10,6% entre 1991 e 2000, indicando paralela redução do número de pessoas por família. Quanto à idade mediana da população, seu valor passou de 22,8 anos em 1991 para 26,0 em 2000, com um aumento de 3,2 anos (14,0%) em apenas 9 anos. Ver TABELA 18 e FIGURA 27. TABELA 18 – COMPOSIÇÃO ETÁRIA DA POPULAÇÃO TOTAL DE IRATI. 1991/2000 FAIXA ETÁRIA POP. 1991 % POP. 2000 % ∆ (%) 0 - 04 ANOS 05 - 09 ANOS 10 - 14 ANOS 15 - 19 ANOS 20 - 24 ANOS 25 - 29 ANOS 30 - 34 ANOS 35 - 39 ANOS 40 - 44 ANOS 45 - 49 ANOS 50 - 54 ANOS 55 - 59 ANOS 60 - 64 ANOS + 65 ANOS TOTAL 5.028 5.142 5.234 5.059 4.514 4.185 3.652 3.169 2.551 2.162 1.811 1.575 1.402 2.370 47.854 10,5 10,7 10,9 10,6 9,4 8,7 7,6 6,6 5,3 4,5 3,8 3,3 2,9 4,9 100,0 4.763 5.047 5.120 5.003 4.538 4.184 4.248 3.949 3.414 2.946 2.232 1.963 1.628 3.317 52.352 9,1 9,6 9,8 9,5 8,7 8,0 8,1 7,5 6,5 5,6 4,3 3,7 3,1 6,3 100,0 -5,3 -1,8 -2,2 -1,1 0,5 0,0 16,3 24,6 33,8 36,3 23,2 24,6 16,1 40,0 9,4 FONTE: IBGE - CENSOS DEMOGRÁFICOS DE 1991 E 2000. FIGURA 27 – PIRÂMIDE ETÁRIA POPULAÇÃO TOTAL DE IRATI. 1991/2000 0 500 1.000 1.500 2.000 2.500 3.000 3.500 4.000 4.500 5.000 5.500 + de 65 60 a 64 55 a 59 50 a 54 45 a 49 40 a 44 35 a 39 2000 1991 30 a 34 25 a 29 20 a 24 15 a 19 10 a 14 5a9 0a4 FONTE: IBGE - CENSOS DEMOGRÁFICOS DE 1991 E 2000. 9.2.2. População em Idade Escolar Define-se como População em Idade Escolar aquela situada na faixa entre 6 e 14 anos, que compreende a clientela do Ensino Fundamental, a qual, segundo a legislação vigente, é considerada como de freqüência obrigatória. Entretanto, como os dados demográficos referentes à composição 86 etária da população apresentam-se desagregados em intervalos de 5 anos, considerou-se como População em Idade Escolar a contida na faixa dos 5 aos 14 anos de idade, incluindo-se aí a população em idade pré-escolar. Em 1991 esse estrato compreendia 10.376 crianças, correspondendo a 21,7% da população total, enquanto em 2000 baixava para 10.167 crianças, representando 19,4% do total, o que significou uma queda de 2,0% no próprio estrato, mas de 2,3% em sua participação no total da população, valendo dizer que além da população em idade escolar ter diminuído em números absolutos, essa redução foi maior ainda em relação ao total da população no período. Tendo em vista o encolhimento progressivo da população no estrato de 0 a 4 anos, é possível prever a retração de tal contingente demográfico no futuro, indicando que a solicitação por novas vagas na rede pública do ensino fundamental e em creches deverá tornar-se menos aguda, bem como a demanda por serviços médico-odontológicos pediátricos nos postos de saúde do Município. 9.2.3. População Jovem Entende-se por População Jovem a das pessoas com idades entre 15 e 19 anos, que corresponde à fase da adolescência e da pré-maturidade. Entre 1991 e 2000 a população desse estrato passou de 5.059 para 5.003 habitantes, com uma redução de 56 jovens, o que equivale a uma queda de 1,1% dentro do próprio estrato, da mesma forma que no conjunto da população, o que acentua a constatação anterior quanto ao envelhecimento progressivo do contingente demográfico do Município no período. As demandas desse grupo etário expressam-se, ao nível dos equipamentos e serviços públicos, em centros esportivos, ginásios de esportes, canchas polivalentes para a prática de esportes, locais para atividades de lazer ao ar livre e em equipamentos culturais, tais como bibliotecas, teatros, salas de reuniões, etc. A par disso, esse grupo requer programas de educação sexual e prevenção à gravidez precoce, de esclarecimento quanto aos riscos do uso de drogas, de formação esportiva e de preparação para o trabalho, dentre outros. 9.2.4. População em Idade Ativa Considera-se como População em Idade Ativa - PIA, aquela potencialmente apta para o trabalho, compreendida no intervalo entre 15 e 64 anos de idade. No Censo de 1991, esse estrato em Irati congregava 30.080 pessoas, representando 61,6% do total da população, enquanto no ano 2000 o mesmo abrangia 34.105 pessoas, correspondendo a 65,1% desse total. Verifica-se que em 9 anos houve um acréscimo de 4.025 pessoas nesse estrato, com uma variação de 13,4% dentro do próprio estrato e de 3,5% no total da população. A participação da PIA em relação à população total deverá aumentar em futuro próximo, como resultado da presença crescente de estratos de idades mais elevadas, sendo previsível, entretanto, a sua estabilização a longo prazo, fruto da ação combinada da redução proporcional de jovens que ingressam na idade ativa e da diminuição do grupo dos trabalhadores de idade mais avançada que passam à inatividade. Isso significa que há necessidade de se ampliar de imediato a oferta de empregos no Município, para atender a demanda da população por novos postos no mercado de trabalho, seja em função de jovens que atingem a idade mínima para ingresso na vida produtiva ou daqueles que perderam seus empregos e não conseguem mais encontrar colocação em suas ocupações originais. 9.2.5. População Senil População Senil é a de idade superior a 65 anos, compreendendo as pessoas que ingressam no período da Terceira Idade e praticamente a totalidade dos aposentados. Tal grupo apresentou forte crescimento no intervalo 1991/2000, passando de 2.370 para 3.317 pessoas, o que significou um aumento de 947 pessoas, ou 39,9% no período, suficiente para fazer sua representatividade no total da população subir de 4,9% para 6,3%, tendo ultrapassado largamente o índice de 5,9% registrado na média do País no censo de 2000. As perspectivas são de crescimento progressivo para esse grupo etário no conjunto da população, sublinhando a necessidade de oferta crescente de equipamentos e serviços públicos voltados às suas demandas, tais como casas de abrigo e repouso, programas de assistência à Terceira Idade e campanhas para difusão de procedimentos preventivos de doenças próprias da população dessa faixa etária. 87 9.3. ESTIMATIVA DE CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO As projeções demográficas para o ano de 2017 - adotado como horizonte de projeto em função do estabelecido no Estatuto da Cidade – foram feitas com base na taxa anual de incremento populacional verificada no Município no intervalo 2000-2007. Esta taxa, de 0,490%ªª, foi calculada em função da Contagem Populacional efetuada pelo IBGE em 2007, que estipulou uma população total de 54.151 habitantes. Com base nesses valores, e a permanecer o atual ritmo de crescimento demográfico no Município, estima-se que a população total seja de 56.885 habitantes em 2017. Como não foi realizada a contagem parcial da população urbana e rural em 2007, foram feitas estimativas a partir das populações computadas em 1991 e 2000, chegando-se a uma população de aproximadamente 49.016 habitantes na área urbana e 7.869 na área rural em 2017. Desses 49.016 habitantes, aproximadamente 47.937 deverão se concentrar na Cidade. Ver FIGURA 28. FIGURA 28 – PROJEÇÃO DEMOGRÁFICA NO MUNICÍPIO DE IRATI. 2000/2017 60000 55000 50000 45000 40000 35000 30000 25000 20000 15000 10000 5000 0 TOTAL URBANA RURAL 2000 2007 2017 FONTE: INTERACTO 9.4. DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA POPULAÇÃO No Censo de 1991, a população total do Município de 47.854 habitantes, referida à superfície de 999,5km² do território municipal, correspondia a uma densidade média de 47,9 habitantes por km². Em 2000, com o aumento da população para 52.352 pessoas, a densidade subiu para 52,4 habitantes por km², fazendo aumentar a intensividade na ocupação do solo. Em termos de zona rural, esses números, seriam indício de uma ocupação razoavelmente densa do território, porém, ao se considerar que essa população em 1991 era de somente 16.576 habitantes, o valor da densidade demográfica cai para apenas 16,6hab/km², enquanto que, em relação aos 13.046 habitantes da zona rural do Censo de 2000, essa densidade fica ainda menor, chegando a 13,1 habitantes por km², o que configura uma ocupação pouco densa do espaço rural. Quanto à zona urbana, por sua vez, traduzindo-se o indicador da densidade demográfica para a escala urbana (em hectares e não quilômetros quadrados) e tomando por base a superfície do perímetro urbano legal em vigor de 3.352ha, resulta para a população urbana de 30.295 habitantes, segundo o Censo de 1991, a densidade de 9,0hab/ha. Tomando por base a população de 38.334 habitantes do Censo de 2000, em relação à mesma superfície, resulta em uma densidade de 11,4hab/ha, valor superior ao de 1991 mais ainda assim correspondente a uma ocupação bastante rarefeita do espaço, em comparação com o indicador de 60,0hab/ha, recomendado pelo Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal – CEPAM, de São Paulo. Este valor indica a densidade demográfica mínima necessária para conferir a necessária funcionalidade e economicidade a assentamentos urbanos do porte de Irati. 9.5. QUALIDADE DE VIDA DA POPULAÇÃO Para se avaliar a qualidade de vida da população de Irati utilizou-se o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - IDH-M, divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA e pela Fundação 88 João Pinheiro. O IDH-M é medido com base em indicadores de educação (alfabetização e taxa de freqüência escolar), longevidade (esperança de vida ao nascer) e renda da população. Esses indicadores compõem, respectivamente, os índices IDH-E (educação), IDH-L (longevidade) e IDH-R (renda), cuja média aritmética simples resulta no IDH-M. Esses índices variam de 0 a 1, sendo que municípios com IDH-M até 0,499 têm desenvolvimento humano considerado baixo; aqueles com índices entre 0,500 e 0,799 são considerados de médio desenvolvimento humano; e aqueles cujo IDH-M é igual ou superior a 0,800 têm desenvolvimento humano considerado alto. Publicação do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social - IPARDES, divulgada em 2003, mostra que o IDH do Estado em 1970 era de 0,440, representando um baixo nível de desenvolvimento humano. Durante a década de 70, o Estado apresentou elevado índice de crescimento econômico e de urbanização, acompanhado de investimentos em infra-estrutura econômica e social, atingindo um valor do IDH de 0,700 em 1980. Em 1991 o índice chegou a 0,760, alcançando 0,786 em 2000, o que representa um nível médio de desenvolvimento humano para o Estado como um todo. No entanto, apesar da melhoria geral do nível qualidade de vida, a situação do Paraná ainda é desfavorável em relação a São Paulo e aos demais estados da Região Sul. Ocorre que 33,0% da população paranaense vivem em municípios cujo IDH-M é inferior à média brasileira, enquanto nos estados de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, essa porcentagem não chega a 10,0%. Por outro lado, enquanto apenas 36,0% dos paranaenses vivem em municípios com alto índice de desenvolvimento, essa proporção chega a 72,0% em São Paulo e Santa Catarina e a 60,0% no Rio Grande do Sul. Na década de 1970, a maioria dos municípios paranaenses apresentava baixos índices de desenvolvimento, sobressaindo com índice médio apenas alguns pólos regionais, correspondentes às atuais aglomerações urbanas, com destaque para Curitiba, cujo índice atingia 0,713. Nos anos 80, muitos municípios melhoraram significativamente sua posição, formando manchas contínuas ao redor dos pólos regionais e igualando-se a Curitiba no patamar de índices médios de desenvolvimento. No período 1980/91, ocorreu nova elevação no índice dos municípios paranaenses, porém de forma mais discreta, pois, à exceção de Curitiba, que chegou à marca de 0,819, 13 municípios, localizados sobretudo na região central do Estado, ainda apresentavam baixos índices de desenvolvimento. Entre 1991 e 2000, praticamente todos os municípios atingiram índices entre médio e alto, excetuando-se municípios situados no Vale do Ribeira e, novamente, na região central do Estado. Ver FIGURA 29. FIGURA 29 – ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO MUNICIPAL NO PARANÁ. 2000 Ao analisar o IDH-M mediano, nota-se que o desempenho da Mesorregião Sudeste Paranaense em relação às demais mesorregiões do Estado é pouco expressivo, figurando a região 89 em 7°. lugar no Estado, com índice de 0,728. Esse resultado se deve em grande parte à baixa taxa de esperança de vida (67,4 anos), à baixa taxa de freqüência escolar (72,66%) e à incipiente renda municipal per capita, com resultados pouco satisfatórios nos quesitos IDH-L (0,707) e IDH-R (0,627), alcançando nestes a 7ª e 9ª posição, respectivamente. Por outro lado, a Mesorregião apresenta uma boa posição em relação às demais no tocante à taxa de alfabetização de adultos, ocupando a 2ª. posição. Ver TABELA 19. TABELA 19 – ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL E COMPONEN TES DAS MESORREGIÕES PARANAENSES (MEDIANA). 2000 MESORREGIÃO ESPERANÇA ALFABETIZ. FREQUENCIA RENDA (*) VIDA (ANOS) ADULTOS (%) ESCOLAR (%) PER CAPITA 71,5 87,55 82,01 202,36 69,5 87,32 83,49 235,69 69,2 91,43 74,84 212,54 69,7 84,14 81,58 208,60 69,8 83,23 81,61 186,93 66,1 88,26 73,11 224,27 67,4 90,63 72,66 167,32 68,1 82,41 77,26 189,42 66,6 81,40 84,66 173,32 66,9 85,18 72,48 151,39 SUDOESTE OESTE METROPOLITANA CURITIBA NORTE-CENTRAL NOROESTE CENTRO ORIENTAL SUDESTE NORTE PIONEIRO CENTRO OCIDENTAL CENTRO SUL FONTE: IPARDES, 2003. Obs. Valores em R$, pela cotação de 01/08/2000, sendo o salário mínimo igual a R$ 151,00. IDH-L IDH-E IDH-R IDH-M 0,774 0,742 0,737 0,744 0,747 0,686 0,707 0,719 0,694 0,698 0,854 0,869 0,859 0,836 0,825 0,841 0,840 0,809 0,824 0,806 0,659 0,685 0,667 0,664 0,646 0,676 0,627 0,648 0,633 0,611 0,767 0,766 0,760 0,747 0,741 0,733 0,728 0,722 0,710 0,708 No entanto há grandes contrastes intra-regionais na Mesorregião Sudeste Paranaense no que se refere à qualidade de vida, como pode ser percebido ao se comparar o IDH-M dos seus 21 municípios no ano 2000. Enquanto União da Vitória apresentava um IDH-M de 0,793, destacando-se em primeiro lugar, São João do Triunfo vinha em última posição, com apenas 0,679, ocupando Irati a 4ª. posição na região, com um índice de 0,743. Ver TABELA 20. TABELA 20 – ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO DOS MUNICÍPIOS DA MICRORREGIÃO DE IRATI. 2000 MUNICÍPIO ESPERANÇA ALFABETIZ. FREQUENCIA RENDA (*) VIDA (ANOS) ADULTOS (%) ESCOLAR (%) PER CAPITA 70,5 93,99 83,40 285,77 68,8 93,75 73,81 252,00 69,5 94,39 76,02 201,33 66,1 93,15 76,49 213,04 70,1 93,43 70,01 148,01 68,1 90,63 75,28 181,09 67,1 91,18 78,40 175,28 67,1 93,54 72,66 177,66 71,6 90,00 67,15 139,94 66,0 91,73 76,17 187,66 69,9 89,50 63,56 167,32 67,5 92,80 62,41 187,69 66,0 88,78 73,93 161,79 66,9 91,69 68,06 141,64 69,9 86,91 63,22 137,40 67,6 88,77 74,56 127,93 67,1 86,92 64,23 177,49 66,1 90,30 75,69 137,70 67,4 90,49 69,18 115,00 66,3 87,75 68,84 142,50 62,1 88,85 71,57 131,44 UNIÃO DA VITÓRIA SÃO MATEUS DO SUL MALLET IRATI RIO AZUL TEIXEIRA SOARES PAULA FREITAS PAULO FRONTIN PRUDENTÓPOLIS PORTO VITÓRIA IPIRANGA IMBITUVA BITURUNA CRUZ MACHADO FERNANDES PINHEIRO ANTÔNIO OLINTO GENERAL CARNEIRO REBOUÇAS GUAMIRANGA IVAÍ SÃO JOÃO DO TRIUNFO FONTE: IPARDES, 2003. * Valores em R$, pela cotação de 01/08/2000, sendo o salário mínimo = R$ 151,00. IDH-L IDH-E IDH-R IDH-M 0,758 0,731 0,742 0,685 0,751 0,718 0,702 0,702 0,776 0,684 0,748 0,708 0,684 0,698 0,748 0,711 0,702 0,685 0,707 0,689 0,618 0,905 0,871 0,883 0,876 0,856 0,855 0,869 0,866 0,824 0,865 0,809 0,827 0,838 0,838 0,790 0,840 0,794 0,854 0,834 0,814 0,831 0,717 0,696 0,658 0,668 0,607 0,641 0,635 0,637 0,598 0,647 0,627 0,647 0,622 0,600 0,594 0,583 0,637 0,595 0,565 0,601 0,587 0,793 0,766 0,761 0,743 0,738 0,738 0,736 0,735 0,733 0,732 0,728 0,727 0,715 0,712 0,711 0,711 0,711 0,711 0,702 0,701 0,679 9.5.1. Expectativa de Vida Dentre os componentes do IDH-M, o IDH-L está relacionado à longevidade, através da medição dos níveis de mortalidade da população. À medida que decrescem as taxas de mortalidade, esse indicador aumenta, sinalizando uma melhoria na expectativa de vida. A longevidade estimada no ano 2000 para o Brasil era de 68,1 anos e de 69,6 anos para o Paraná, colocando o Estado em boa posição, se comparado aos países em desenvolvimento. Ver FIGURA 30. 90 FIGURA 30 – ESPERANÇA DE VIDA AO NASCER NO PARANÁ. 2000 A longevidade mediana dos municípios da Mesorregião Sudeste Paranaense apresentava valor de 67,4 anos, inferior ao nacional, resultando em um IDH-L de 0,707, o que a colocava em 7º. lugar entre as Mesorregiões do Paraná. No caso de Irati, com uma expectativa de vida de apenas 66,1 anos, inferior às médias nacional e estadual, o IDH-L chegava a 0,685, correspondendo ao 17º. lugar entre os 21 municípios da Mesorregião. 9.5.2. Escolaridade O IDH-E, componente do IDH-M que mede aspectos relativos à escolaridade, leva em conta a alfabetização de adultos e a taxa de freqüência escolar. Enquanto cerca de 90,0% da população paranaense estava alfabetizada em 2000, em alguns municípios esse número era bem menor, principalmente naqueles situados na região central do Estado e no Vale do Ribeira. No caso de Irati, o índice de alfabetização em 2000 era de 93,15%, enquanto a taxa mediana na Mesorregião situava-se em 90,63 %, demonstrando um bom desempenho do município neste quesito. Com relação à freqüência escolar, a mediana mesorregional era de 72,66%, situando-se a taxa de Irati em 76,49%. Comparado com os demais integrantes da Mesorregião, o Município de Irati apresentava índices bons em termos de escolaridade, situando-se em 3º lugar na taxa de freqüência escolar e em 6º no quesito alfabetização de adultos, alcançando IDH-E de 0,876. Segundo dados do Censo de 2000, em Irati, dentre os chefes de domicílio 32,40% não tinham instrução ou cursaram apenas três anos de estudo, enquanto 15,48% tinham estudado onze anos ou mais. Dentre a população com mais de dez anos, a taxa de analfabetismo apresentava-se baixa com 6,19%. Ver FIGURA 31 e FIGURA 32. 91 FIGURA 31 – ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS NO PARANÁ. 2000 FIGURA 32 – FREQUÊNCIA ESCOLAR NO PARANÁ. 2000 9.5.3. Renda Segundo o IPARDES, a renda municipal per capita é o indicador do IDH-M que melhor identifica a precariedade do desenvolvimento humano no Paraná, onde a maioria dos municípios apresenta renda média mensal da população abaixo de 1,5 salários mínimos. Apesar da melhoria nos índices relacionados à educação e à longevidade, o IDH-R não tem apresentado o mesmo ritmo de elevação e tem sido responsável pelas maiores desigualdades entre os municípios do Estado. Ver FIGURA 33. 92 FIGURA 33 – RENDA MUNICIPAL PER CAPITA NO PARANÁ. 2000 Em Irati a renda per capita em 2000 era de R$ 213,04 e, considerando que o salário mínimo à época era de R$ 151,00, aquele valor representava uma renda mensal de 1,4 salários mínimos. Comparado à Mesorregião, cuja renda mediana era de R$ 167,32, correspondente a 1,1 salários mínimos, o Município achava-se em situação favorável. Considerando os demais municípios da mesorregião, Irati encontrava-se em 3º lugar, com IDH-R de 0,668. No mesmo ano, 34,68% dos chefes de domicílio em Irati ganhavam menos de 1 salário mínimo, ou não tinham renda, enquanto 2,70% ganhavam mais do que 15 salários mínimos, resultando em um índice de desigualdade de renda da ordem de 0,59. Cabe lembrar que quanto menor esse índice - que vai de 0 a 1 - maior a desigualdade existente no território analisado. Ainda com relação à composição da renda familiar, os dados do Censo de 2000 mostram que 58,1% da população do Município percebiam até 2 salários mínimos por mês, índice bem maior que o do Estado para a mesma faixa de renda (41,1%) e 13,3% da população situavam-se na faixa de 2 a 3 salários mínimos, índice quase igual ao estadual (13,2%). Nos demais intervalos, a parcela de população de Irati era menor que a do Estado. Em relação à Mesorregião, o índice de 58,1% do Município na faixa de até 2 salários mínimos encontrava-se abaixo do apresentado pela mesma (64,3%), aumentando nas faixas seguintes, de 2 a 3 salários mínimos (13,3% contra 12,0%), de 3 a 5 salários mínimos (12,5% contra 11,0%), e permanecendo acima nos demais intervalos, demonstrando uma posição favorável do Município na mesorregião. Ver TABELA 21. TABELA 21 – RENDA FAMILIAR EM INTERVALOS DE SALÁRIOS MÍNIMOS. 2000 ESPAÇO POPULAÇÃO SEGUNDO A RENDA EM INTERVALOS DE SALÁRIOS MÍNIMOS ATÉ 1 1A2 2A3 3A5 5 A 10 10 A 20 + DE 20 TOTAL PARANÁ 1.746.968 2.154.647 1.271.349 1.458.377 1.304.597 578.809 319.755 9.471.669 18,4% 22,7% 13,4% 15,4% 13,8% 6,1% 3,4% 100,0% MESORREGIÃO 125.390 101.106 42.298 38.755 28.995 10.812 4.482 351.838 SUDESTE PARANAENSE 35,6% 28,7% 12,0% 11,0% 8,3% 3,1% 1,3 100,0% IRATI 14.413 14.042 6.524 6.105 5.217 1.919 755 48.975 29,4% 28,7% 13,3% 12.5% 10,7% 3,9% 1,5% 100,0% FONTE: IBGE, CENSOS DEMOGRÁFICOS DE 2000. 9.5.4. Habitação Tendo em vista o crescimento populacional da Cidade, tem aumentado também a demanda por habitação em Irati. No entanto, para implementação de um programa habitacional eficiente por parte do Poder Público, é necessário quantificar a população-alvo e conhecer o seu perfil, o que vem sendo levado a cabo pela atual Administração Municipal através da elaboração do Plano Municipal de 93 Habitação de Interesse Social (PMHIS), que teve início em abril do presente ano. Sua realização vem de encontro às diretrizes da política nacional para a habitação, que instituiu o Sistema e o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social através da Lei Federal n°. 11.124/2005 e definiu a data limite de dezembro de 2008 para que municípios do porte de Irati elaborem seu Plano Municipal. A elaboração do Plano Municipal de Habitação de Interesse Social englobará a realização de um diagnóstico da situação habitacional no Município e a definição de estratégias de ação, visando orientar os investimentos do Poder Público Municipal no setor. O Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social, responsável por centralizar e gerenciar os recursos para os programas destinados à implementação de políticas habitacionais no Município, foi criado através da Lei Municipal n°. 2.698/2007. A mesma lei instituiu o Conselho Gestor do Fundo, constituído por representantes da Prefeitura Municipal, da sociedade civil, das entidades de classe e dos movimentos populares. De qualquer modo, mesmo antes da conclusão do Plano, os investimentos em habitação por parte do Município têm continuado. Em março de 2008 foi inaugurado o Conjunto Habitacional Vereador João Vieira da Rosa, no Bairro Nhapindazal, com 92 casas de 33 m2. Construído em parceria com a COHAPAR e a Caixa Econômica Federal, o conjunto beneficiou mutuários sem renda fixa ou com renda de até um salário mínimo, fazendo parte do Programa Casa da Família, em que o mutuário paga metade das prestações enquanto a outra metade é subsidiada pelo Governo do Estado. Após seis anos o imóvel passará a ser do mutuário. No momento, está em fase de implantação, também em parceria com a COHAPAR, um conjunto habitacional na Vila São João, que atenderá 433 famílias com renda de um a cinco salários mínimos. O conjunto será instalado em área de aproximadamente 31,3 hectares adquirida pela Prefeitura, localizada próxima ao Colégio Florestal. Além das casas, a área abrigará um Parque Aquático, oferecendo mais uma alternativa de lazer para a comunidade, estando previstas quadras poliesportivas, churrasqueiras, parque infantil, pista de caminhada, equipamentos para ginástica e lago artificial. De acordo com a Secretaria Municipal de Planejamento, entre 1970 e 2007 já foram contempladas 2.427 famílias por programas habitacionais no Município, seja através de casas ou lotes, através de parcerias entre a Administração Municipal e órgãos estaduais e/ou federais. 94 10. SISTEMA DE SUSTENTAÇÃO ADAPTADO 10.1. GÊNESE DO MUNICÍPIO 10.1.1. Sede Municipal Como já referido no item 8, o processo de apropriação espacial pelo uso urbano em Irati começou no período 1860/70 com a chegada das primeiras famílias de moradores no local que havia sido batizado em 1830 com o nome de “Irati” pelos exploradores Cipriano Francisco Ferraz e Pacífico de Souza Borges. No final do Século XIX surgiu a cerca de 3,5 km ao norte desse núcleo inicial um povoado que veio a se tornar conhecido como “Covalzinho”, o qual foi beneficiado pela passagem dos trilhos da estrada de ferro São Paulo-Rio Grande em 1899, cuja estação foi ali inaugurada nesse mesmo ano, com o nome de Irati. A partir de então esse núcleo urbano experimentou um acelerado crescimento e o nome da estação passou a identificar o lugar, em substituição a Covalzinho, que logo caiu em desuso. O mesmo aconteceu com o nome da antiga localidade de Irati, que passou então a ser chamada de “Irati Velho” e que hoje corresponde à Vila São João. As terras da antiga localidade de Covalzinho pertenciam à Fazenda Floresta, porém no ano de 1907, quando da emancipação política de Irati, já estavam ocupadas a justo título. O Município, logo após o desmembramento de Imbituva, adquiriu por escritura pública cinco alqueires de Pedro Laurentino Bonfim, dois alqueires de Basílio Sapla e dois alqueires de José Monteiro, para a constituição e estruturação do quadro urbano da nova sede municipal. Os recursos para a compra, ultrapassando a soma de mil contos de réis, foram emprestados pelo comerciante Manoel Gracia, tendo a Câmara Municipal mais tarde restituído ao mesmo o dinheiro do empréstimo, porém sem o pagamento de juros. No seu livro “Irati”, o historiador José Maria Orreda escreve: “O desenvolvimento se intensificou em todos os setores. Foram destocados os caminhos que tinham como eixo a antiga Rua Velha, hoje denominada Quinze de Julho. Através de cargueiros (carroções), único meio de transporte existente na época, chegavam os produtos agrícolas, erva mate, farinha de milho, toicinho, charque e outros. A ferrovia fez de Irati um grande entreposto comercial, aonde moradores de lugares longínquos vinham vender e embarcar seus produtos. No retorno, esses cargueiros levavam sal, tecidos, ferramentas e mercadorias necessárias à produção e sobrevivência no sertão”. Com o correr do tempo e o dinamismo do Município, associados a dois ciclos econômicos consecutivos da história paranaense, nos quais ocupou um papel preponderante – os ciclos do mate e da madeira – a sede municipal de Irati beneficiou-se de um acelerado processo de desenvolvimento, consolidando-se como pólo microrregional e expandindo o seu quadro urbano de forma rápida e contínua. Conforme comentado anteriormente, em 1904 foi criado o Distrito de Guamirim, em 1919 o de Gonçalves Junior e em 1920 o de Itapará, além do Distrito Sede, ficando o território municipal dividido em quatro distritos administrativos. O Distrito Sede tem área de 298,49km2 e compreende, além da Cidade de Irati e da área de transição urbano-rural, as localidades de Pinho de Cima, Pinho de Baixo, Caratuva I, Caratuva II, Cochinhos, Serra do Papuã, Serra dos Nogueiras, Camacuã, Pedra Preta e Monjolo. 10.1.2. Distrito de Gonçalves Junior Os primeiros imigrantes a se instalarem na localidade de Gonçalves Junior, segundo informações do historiador iratiense José Maria Orreda, foram holandeses, em 30 de agosto de 1908. A localidade, então chamada Núcleo Irati, recebeu entre 1909 e 1912 imigrantes alemães, poloneses e ucranianos, sendo que nesse último ano contavam-se na colônia 1.358 habitantes, ocupando uma área de 6.240 hectares. Entre 1910 e 1918 chegaram à região imigrantes italianos, que se instalaram nas localidades de Rio do Couro e Mato Queimado, que viriam a fazer parte do atual Distrito de Gonçalves Junior. Este foi oficialmente criado através da Lei n°. 1.878 de 9 de abril de 1919, tendo sido instalado em 20 de outubro de 1920, com o nome de Barra Mansa, tendo recebido a atual denominação em 1938, em homenagem a Joaquim Ferreira Gonçalves Junior, diretor do Serviço de Colonização do Governo Federal à época de instalação do Núcleo Irati. 95 O Distrito de Gonçalves Junior tem área de 257,07km2 e compreende as comunidades de Colônia Gonçalves Junior, Barra Mansa, Campina, Linha B de Gonçalves Junior, Linha C, Linha 5, Linha 13, Linha Ordenança, Linha Velha, Alvorada, Invernadinha, Faxinal do Rio do Couro, Rio do Couro, Faxinal dos Mellos, Cerro da Ponte Alta, Cerro do Canhadão, Volta Grande, Mato Queimado, Coloninha e Bairro dos da Luz. 10.1.3. Distrito de Guamirim As primeiras ocupações na região do atual Distrito de Guamirim datam de 1839, fruto de bandeiras paulistas, responsáveis pela criação das localidades de Bom Retiro e Pirapó. O Distrito foi criado em 2 de agosto de 1904, com o nome de Bom Retiro, tendo sido instalado oficialmente em 1º de outubro do mesmo ano. Em 1936 chegam ao Distrito os trilhos da estrada de ferro RiozinhoGuarapuava, tendo a estação sido inaugurada em 1938, com o nome de Governador Ribas. A ferrovia trouxe grande progresso à localidade, que passou a ser o maior produtor de batata de Irati, auxiliando o Município a ser o maior produtor do País. Em 1944 seu nome foi alterado para Guamirim, em 1946 foi construído o Clube Guamiriense, em 1947 o Grupo Escolar e em 1948 a Capela de São Pedro, padroeiro da comunidade. Cabe lembrar que o Distrito é atravessado pela PR364, único acesso pavimentado ao Município de Inácio Martins, o que lhe confere relativa importância no território municipal. O Distrito de Guamirim tem área de 189,68km2 e compreende as localidades de Guamirim, Rio Corrente I e II, Rio Preto I e II, Guaçatunga, Água Clara, Cerro do Leão, Pirapó, Boa Vista do Pirapó, Empossados, Barra do Gavião, Governador Ribas, Faxinal dos Ferreiras, Taquari, Coloninha de Guamirim, Campina de Guamirim, Água Quente, Arroio Grande, Rio Corrente dos Cabral e Rio Corrente dos Pedroso. 10.1.4. Distrito de Itapará A colonização do Distrito de Itapará ocorreu em 1908, mesmo ano da fundação de Gonçalves Junior, com a chegada de 300 famílias de origem polonesa e ucraniana, provenientes de Prudentópolis. Inicialmente não havia ligação entre Itapará e Irati, tendo as obras de construção da estrada início em 1909. O Distrito de Itapará foi criado através da Lei n°. 1.919 de 23 de fevereiro de 1920, tendo sido instalado em 20 de outubro do mesmo ano. O Distrito de Itapará tem área de 253,06km2 e compreende as localidades de Itapará, Rio da Prata, Valeiros, Água Clara dos Baran, Faxinal dos Ferreira, Papuã dos Fiori, Cadeadinho, Linha F de Itapará, Campina Branca, Linha B de Itapará, Linha E de Itapará, Vista Alegre, Água Mineral, Faxinal dos Neves, Cachoeira do Cadeadinho, Faxinal dos Antônios, , Pinhal Preto, Pinheiro Machado, Cadeado Santana, Cachoeira do Palmital, Cadeado Grande e Palmital. 10.2. OCUPAÇÃO DO SOLO 10.2.1. Evolução da Ocupação Urbana De acordo com informações constantes do Plano Diretor de 2004, quando da inauguração da ferrovia, em 1899, havia cerca de 240 pessoas morando em torno da estação ferroviária. Em 1907, por ocasião da emancipação política do Município, a população do povoado era de aproximadamente 1.000 pessoas, sendo que a área urbanizada abrangia um polígono compreendendo uma superfície de cerca de 22,0ha, resultando em uma densidade populacional de 45,5hab/ha. O polígono em questão era delimitado pelas ruas Quinze de Julho, Coronel Pires, Coronel Gracia, Sete de Setembro, dos Operários, Marechal Floriano e da Liberdade, as quais estão contidas quase que integralmente no sítio conhecido como “parte baixa” da Cidade. Em 1937, de acordo com o historiador José Maria Orreda, a população estimada era de 4.000 moradores na Cidade, para uma área urbana de aproximadamente 41,4ha, resultando em uma densidade de 96,6 hab/ha. Com o passar do tempo, a ocupação já não se limitava à parte baixa da Cidade, espraiando-se em direção às partes altas circundantes, onde se instalaram edificações marcantes da paisagem, tais como a Igreja Matriz de São Miguel, a Igreja Nossa Senhora da Luz e o Colégio São Vicente de Paula, além da imagem de Nossa Senhora das Graças, inaugurada em 1957, ano do cinqüentenário municipal. Ver FIGURA 34, FIGURA 35 e FIGURA 36. 96 FIGURA 34 – VISTA PARCIAL. 1907 FONTE: JOSÉ MARIA ORREDA FIGURA 35 – VISTA PARCIAL. 1957 FONTE: PREFEITURA MUNICIPAL DE IRATI FIGURA 36 – VISTA PARCIAL. 2007 FONTE: PREFEITURA MUNICIPAL DE IRATI 97 Como a área limítrofe à malha urbana situada na vertente da margem esquerda da bacia do Rio das Antas apresenta relevo fortemente ondulado, correspondente à Serra do Arroio Grande, a expansão urbana rumou em direção à vertente da margem direita daquele curso d’água, subindo os cursos do Rio das Antas, do Arroio da Lagoa, do Arroio do Meio e do Arroio dos Pereira. Outros elementos norteadores da expansão urbana foram a linha férrea e as rodovias BR-277 e BR-153, com predominância desta última, que delimita o quadro urbano a leste, e da ferrovia, ao longo da qual se estruturou a ocupação nos setores oeste e sul da Cidade. Com isso, o uso urbano veio a ocupar uma porção cada vez maior de terra em direção ao sul, preenchendo os espaços entre o Centro e o núcleo de “Irati Velho”, embora ainda existam muitos vazios intersticiais na malha urbana, notadamente em sua porção centro-sul. Ver MAPA 12 – EVOLUÇÃO URBANA. 98 MAPA 12 – EVOLUÇÃO URBANA 99 Atualmente, o perímetro urbano da Cidade abrange 3.352ha, na qual habitavam 38.334 moradores de acordo com o Censo de 2000, resultando em uma densidade de 11,4 hab/ha. A Cidade é dividida em 19 bairros, sendo Alto da Glória, Alto da Lagoa, Canisianas, Centro, Colina Nossa Senhora das Graças, DER, Engenheiro Gutierrez, Fósforo, Jardim Aeroporto, Jardim Califórnia, Jardim Virgínia, Lagoa, Nhapindazal, Rio Bonito, Riozinho, Stroparo, Vila Nova, Vila Raquel e Vila São João. Ver FIGURA 37. FIGURA 37 – ARTICULAÇÃO DOS BAIRROS EM IRATI. 2004 FONTE: JOSÉ MARIA ORREDA A ocupação se limita ao sul no pelo campus da Unicentro, no Bairro Riozinho, enquanto a leste o quadro urbano é delimitado pela BR-153, apesar da implantação de loteamentos recentes na outra margem desta rodovia, muito em função do relevo favorável desta porção da malha urbana, tais como os loteamentos Fragata e Tucholka, no setor nordeste da Cidade. Ao norte,a ocupação limita-se pela rodovia BR-277 e pela Serra do Arroio Grande, enquanto a oeste se limita pelas áreas de alta declividade na vertente esquerda dos arroios do Meio e da Lagoa. No entanto, a topografia íngreme presente nos setores norte e oeste da malha urbana não foi suficiente para impedir o avanço da ocupação nessa direção, com a implantação de loteamentos em áreas inaptas à urbanização. 100 O formato alongado e a grande extensão da malha urbana em Irati se traduz em falta de economicidade e funcionalidade, onerando os custos da Administração Pública com relação à conservação viária, implantação de infra-estrutura, instalação de equipamentos públicos, dentre outros. Tal fato, somado à quantidade de lotes e glebas desocupadas na região central da Cidade e à implantação recente de loteamentos fora do perímetro urbano, remete à demanda por medidas destinadas a conter o processo de espraiamento da área urbana e promover seu adensamento. Na última década, a Cidade tem experimentado um momento de expansão no setor da construção civil, revelando a urgência na implementação de políticas públicas voltadas ao ordenamento territorial, e mais especificamente ao seu adensamento. Dados da Prefeitura Municipal relativos ao número de alvarás informam que entre 2000 e 2007 foi concedido um total de 2.511 alvarás de construção residencial, numa média de 314 ao ano, e um total de 324 alvarás de construção comercial, numa média de 40 ao ano. No mesmo período foram autorizadas 158 demolições, 457 desmembramentos e 5 loteamentos. Embora os dados apresentem queda no número de alvarás de construção residencial de 2003 a 2007, sabe-se que o ano de 2008 iniciou com uma retomada do setor, que deverá se refletir no aumento de autorizações concedidas por parte da Prefeitura Municipal. O mesmo ocorre com relação aos alvarás de construção comercial, que tiveram ligeira queda entre 2005 e 2007. No entanto, basta percorrer a Cidade para perceber o grande número de obras comerciais sendo executadas no momento. Ver FIGURA 38. FIGURA 38 – EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE ALVARÁS DE CONSTRUÇÃO. 2000/2007 500 450 400 350 300 CONSTRUÇÃO RESIDENCIAL 250 200 CONSTRUÇÃO COMERCIAL 150 100 50 0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 FONTE: PREFEITURA MUNICIPAL DE IRATI Nesse sentido, cabe ressaltar a necessidade de efetuar um levantamento para identificar e quantificar os lotes e glebas vagos ou subutilizados existentes na Cidade, o que auxiliará na implantação dos instrumentos do Estatuto da Cidade que visam otimizar a ocupação do espaço urbano, tais como a edificação, a utilização e o parcelamento compulsórios. Da mesma forma, deverá se proceder a uma atualização da planta cadastral, visando incluir os loteamentos implantados recentemente, o que deverá levar à readequação do perímetro urbano visando incorporar essas áreas. Ao promover a readequação do perímetro, porém, será preciso subtrair do conjunto de áreas urbanizáveis aquelas cujas características geomorfológicas se revelam inaptas à ocupação, tais como as áreas de alta declividade, as faixas de preservação dos fundos de vale, a bacia de captação ou os remanescentes florestais significativos. 10.2.2. Demanda de Área para Expansão Urbana Tendo em vista que o ano de 2017 corresponde ao alcance do presente Plano, faz-se necessário avaliar qual a demanda do uso residencial, para se ter uma projeção da área requerida para abrigar o crescimento da Cidade nesse intervalo de tempo. Toma-se o uso residencial como parâmetro porque é ele que condiciona a expansão do uso de comércio e serviços, bem como a demanda de áreas verdes, enquanto o uso industrial, quase sempre, apresenta comportamento aleatório em relação à população urbana. Para se conhecer o consumo de área residencial para o horizonte do Plano Diretor, faz-se necessário estimar o número de pessoas por domicílio, valor este que vem caindo nos últimos anos, face à diminuição da taxa de natalidade no País. Em 2000, de acordo com o Censo do IBGE, a média 101 de moradores por domicílio na área urbana do Distrito Sede era de 3,47. Subtraindo-se dos 47.937 habitantes estimados para a Cidade em 2017 a população de 38.334 moradores contabilizados em 2000, obtém-se um acréscimo de 9.603 novos habitantes que deverão se instalar na sede municipal até o horizonte do Plano Diretor Municipal. Considerando que o coeficiente de 3,47 pessoas por domicílio e o padrão atual de ocupação unifamiliar por lote permaneçam inalterados até 2017, resulta a necessidade de 2.767 lotes para abrigar esse aumento populacional. Admitindo-se que os lotes hoje existentes em Jandaia do Sul possuam área média de 300,00m² (0,03ha), esse acréscimo de 2.767 lotes deverá perfazer uma área de aproximadamente 83,0ha. Estudos realizados sobre a rede urbana brasileira indicam que o uso residencial, em média, responde por 50% do consumo de área nas cidades, ao passo que os demais usos, ruas e áreas verdes consomem, juntos, os restantes 50%, por isso, para o aumento de cada unidade de área residencial, deve-se prever o acréscimo de mais uma unidade de área para a cidade como um todo. Tendo em vista tal colocação, deve-se multiplicar por dois a demanda de área para expansão, resultando em 166,0ha para absorver o crescimento demográfico da Cidade até 2017. Atualmente, o perímetro urbano da Cidade abrange 3.352ha, diante da qual a área supra de 166,0ha afigura-se como desprezível se considerada a necessidade de adensamento demográfico da Cidade acima do nível hoje encontrado, de 11,4 hab/ha. Para se ter uma idéia da baixa intensividade na ocupação do território que esse número traduz pode-se imaginar a seguinte simulação: considerando que um hectare (100,00m x 100,00m), corresponde aproximadamente à superfície de uma quadra, e descontando-se desse montante 50,0% referentes ao sistema viário e aos demais usos, obtém-se uma área líquida de lotes de 5.000,00m² que, dividida pela área média de 300,00m² por lote, resulta em um total de aproximadamente 16 lotes por quadra. Considerando que esses lotes sejam ocupados por uso residencial unifamiliar, com a média de 3,47 habitantes por domicílio, resulta uma população mínima de aproximadamente 55,5 hab/ha, valor esse que ainda poderia ser muito maior em caso de ocupação bifamiliar ou multifamiliar por lote. Comparando-se essa densidade com a de 11,4hab/ha encontrada em 2000, pode-se afirmar que, dentro dos 3.352 hectares da área urbanizada atualmente caberiam, com folga, quase 5 cidades de porte igual ao de Irati e com densidade demográfica média ainda abaixo da recomendada. Tal conclusão indica não ser necessária, dentro do horizonte do presente Plano Diretor Municipal, a apropriação de novas áreas para expansão urbana. Ao contrário, aponta para a conveniência de se adequar e reduzir a abrangência do perímetro urbano, excluindo-se do mesmo as áreas inaptas e as menos aptas à ocupação urbana. 10.3. USO DO SOLO O arranjo espacial dos diversos tipos de uso do solo em Irati ocorreu inicialmente de forma espontânea, com a concentração do comércio ao longo dos principais eixos viários, estando os usos industriais e de serviços gerais próximos à ferrovia. Em 2004 foi elaborada pela Administração Municipal a 1ª Edição do Plano Diretor Municipal, o qual estabeleceu um zoneamento de uso e ocupação do solo para a Cidade, que veio consolidar o padrão de ocupação e os usos existentes até aquele momento, dando origem à legislação que se encontra em vigor atualmente, através da Lei n°. 2.512/2006. 10.3.1. Uso de Comércio e Serviços Os estabelecimentos de comércio varejista e de prestação de serviços do tipo vicinal e central em Irati estão concentrados na chamada Zona de Comércio, Serviço e Manufaturados – ZCSM, localizada no Centro da Cidade. Esta Zona é formada por dois polígonos, sendo o maior delimitado pelas ruas Dr. Munhoz da Rocha, Dr. Correia, Nossa Senhora de Fátima, Abílio Carvalho Bastos, Antônio Cândido Cavalin, Trajano Gracia, Dezenove de Dezembro, Quinze de Julho, Coronel Pires e Coronel Gracia. O menor, separado do primeiro pela Zona de Interesse Histórico-Cultural – ZIHC, é formado pelas ruas Quinze de Julho, Alfredo Bufrem, Carlos Tholis, Augusto Tholis e Conselheiro Zacarias. 102 As atividades de comércio e serviço também são permitidas em vias de comércio vicinal e em vias de comércio específico localizadas nos bairros, com destaque para o eixo viário composto pelas ruas Dezenove de Dezembro e Trajano Gracia, que comporta inúmeros estabelecimentos comerciais. Afora isso, é permitido o comércio e o serviço de bairro e vicinal nas zonas residenciais ZRMD I e ZRMD II, sendo que nessa última também se permitem atividades de comércio e serviço específico. 10.3.2. Uso Industrial Existem duas áreas destinadas exclusivamente ao uso industrial em Irati, sendo a Zona Industrial Um – ZI I – localizada no Bairro Nhapindazal, junto ao trevo de acesso principal à Cidade, e a Zona Industrial Dois – ZI II – localizada próxima à Vila São João, onde se encontram as instalações da Yazaki Autoparts do Brasil Ltda., fabricante japonesa de chicotes elétricos para indústria automotiva. A Lei de Zoneamento também previu uma Zona Industrial de Expansão – ZIE na porção sul da Cidade, às margens da BR-153 sentido Rebouças. No entanto, há muitas indústrias situadas em zonas residenciais, como a Fobras – Fosforeira Brasileira S. A. ou a Dallegrave S.A. Madeiras e Papel, além de muitas edificações industriais abandonadas, principalmente do ramo madeireiro, localizadas no Centro da Cidade. Tais edificações devem ser objeto de políticas de revitalização por parte da municipalidade, sendo destinadas a outros usos ou demolidas para dar lugar a atividades compatíveis com a zona à qual pertencem. 10.3.3. Uso Residencial O uso residencial em Irati, como ocorre em qualquer cidade, compõe o pano de fundo da malha urbana. De acordo com a Lei de Zoneamento, existem três zonas residenciais na Cidade, sendo a Zona Residencial de Baixa Densidade – ZRBD, que abrange predominantemente a porção sul do quadro urbano, destinada exclusivamente a residências unifamiliares. Na Zona Residencial de Média Densidade Dois – ZRMD II, que abrange a porção norte da Cidade, é permitida a habitação unifamiliar, sendo permissível também a construção de habitações geminadas e coletivas, com no máximo 4 pavimentos. Já a Zona Residencial de Média Densidade Um – ZRMD I, localizada no entorno do Centro da Cidade, concentra residências unifamiliares e geminadas, permitindo ainda habitações coletivas de até 8 pavimentos, estando localizada na região central da Cidade. A habitação coletiva também é permitida na Zona de Comércio, Serviço e Manufaturados – ZCSM, em meio às atividades comerciais características da região central. Apesar da restrição de altura imposta pela atual Lei de Zoneamento, há um edifício residencial de grande porte, com quase 20 andares, localizado na região central da Cidade. 10.3.4. Uso Especial Em Irati, tendo em vista a existência de edificações de relevância histórica, foi instituída uma Zona de Interesse Histórico-Cultural – ZIHC, além de um Eixo de Interesse Histórico, ao longo de todo o trecho urbano da ferrovia. Há ainda várias áreas destinadas a usos institucionais, mas não foram determinadas zonas específicas para tanto. Atualmente, está sendo implantada uma área exclusiva para edifícios cívicos, que deverá ser transformada em zona de uso específico. 10.3.5. Áreas Verdes Tendo em vista as características geomorfológicas do sítio urbano, a Lei de Zoneamento estipulou três zonas para proteção de áreas verdes. Nas áreas de encosta da Serra do Arroio Grande, foi estipulada uma Zona Especial de Proteção Paisagística – ZEPPA – na qual são permitidas apenas chácaras, cujos lotes devem ter área mínima de 2.500m2. Ao longo dos cursos d’água, foi definida a faixa de preservação permanente, em obediência à legislação federal, denominada Zona Especial de Preservação Permanente – ZEPP, onde não é permitida a ocupação. Por fim, foram definidas ainda as chamadas Áreas de Restrição de Uso – ARU, onde se permite a construção de escolas, cinemas, teatros, bibliotecas, museus e afins, as quais são localizadas em muitos locais do quadro urbano. Ver MAPA 13 – USO DO SOLO URBANO. Algumas dessas áreas de proteção destinam-se ao lazer e recreação da população, embora a quantidade de espaços públicos pudesse ser maior, principalmente nos bairros periféricos. A Cidade conta com um parque, denominado Parque Aquático e de Exposições Santa Terezinha, 103 compreendendo 79 mil m2 de área. O parque conta com lago, canchas cobertas, pista de caminhada e ciclismo, playground e churrasqueiras, além de abrigar um pavilhão para exposições. Segundo informações da Prefeitura Municipal, o terreno que atualmente compreende o parque pertencia até junho de 1987 à Olaria Santa Terezinha, daí a origem de seu nome. Ver FIGURA 39. FIGURA 39 – PARQUE AQUÁTICO E DE EXPOSIÇÕES SANTA TEREZINHA FONTE: PREFEITURA MUNICIPAL DE IRATI 10.3.6. Uso do Solo nos Distritos De modo geral, todos os distritos carecem de regulamentação do zoneamento de uso e ocupação do solo, bem como de delimitação de áreas verdes e institucionais voltadas ao lazer e à recreação de seus moradores. O uso do solo nas sedes distritais é predominantemente residencial, com a presença de alguns estabelecimentos comerciais e de serviços de caráter vicinal, para atender tão somente às necessidades diárias de seus moradores. Em Gonçalves Junior destaca-se uma praça central, que interrompe o curso da rua principal, cujo traçado coincide com o da estrada que liga Irati a Itapará e ao longo da qual se encontram posto de saúde, escola, supermercado e correio, além da Casa da Memória Étnica, antiga residência que hoje abriga um museu. Em Guamirim, a avenida principal coincide com o leito da PR-364, que liga Irati a Inácio Martins, ao longo da qual também se encontram estabelecimentos comerciais e de serviços. Já em Itapará, o comércio é insipiente, destacando-se os usos religiosos, com ênfase para a edificação da Igreja Assunção de Nossa Senhora. 104 MAPA 13 – USO DO SOLO URBANO 105 10.4. SISTEMA VIÁRIO 10.4.1. Modelo de Circulação Viária A Cidade de Irati, conforme comentado anteriormente, apresenta uma configuração longilínea, no sentido norte-sul, fortemente condicionada pela topografia acidentada e pela presença de elementos viários importantes como a ferrovia e a rodovia BR-153. Tendo em vista os condicionantes naturais e antrópicos que nortearam sua expansão, a malha viária de Irati acabou por adquirir uma conformação bastante irregular, resultante da somatória de vários loteamentos justapostos ao longo do tempo, sem continuidade do arruamento. A porção antiga do Centro da Cidade tem como principal eixo viário a Rua Quinze de Novembro, com direção NE-SW, a qual, em seu extremo sudoeste, se liga à Rua Dezenove de Dezembro. Esta, ao lado da Avenida Presidente Getúlio Vargas, estrutura a malha ortogonal regular, de orientação N-S, que abrange toda a porção centro-oeste do quadro urbano, que abrange os bairros Centro, Fósforo e Rio Bonito. Já os demais loteamentos periféricos, em sua maioria, apresentam configuração ortogonal, sendo as ruas, porém, orientadas de forma aleatória, muito em função da topografia local. Tanto a Rua Dezenove de Dezembro quanto a Avenida Presidente Getúlio Vargas são importantes vias de ligação entre os setores norte e sul da Cidade, sendo que esta última se prolonga em linha reta até o Parque Industrial da Vila São João, mais a oeste, enquanto a primeira situa-se mais a leste, ligando-se através da Rua Trajano Gracia à BR-153. Esta, que em seu trecho urbano tem as denominações de Avenida Expedicionário João Protzek e Avenida José Galicioli, comporta não apenas o tráfego rodoviário, mas também o tráfego local entre os setores norte e sul da Cidade, acarretando graves conflitos, principalmente nas imediações da Vila São João, em que há ocupação em ambos os lados da rodovia e maior adensamento populacional. Outro eixo viário que promove a ligação N-S dentro do quadro urbano é aquele configurado pelas avenidas Noé Rebesco e Francisco Setnarski, daonde se alcança a PR-364 sentido Inácio Martins, no setor sudoeste da Cidade. Destacam-se ainda a Rua Coronel Pires, que promove a ligação entre o Centro da Cidade e a PR-364, que leva ao Município de São Mateus, e o eixo viário composto pelas ruas Abib Mansur e Camacuã e pelas avenidas Teixeira Soares e das Torres, ligando os setores noroeste e oeste da Cidade. Tendo em vista os condicionantes representados pelo traçado da ferrovia e pelo vale do Rio das Antas, as ligações no sentido E-W são bem mais escassas dentro do quadro urbano, configurando grande obstáculo às ligações inter-bairros em Irati. Dentre essas ligações, destaca-se o eixo formado pela Alameda Virgílio Moreira, Rua Benjamin Constant, Rua Doutor Munhoz da Rocha, Avenida Doutor Vicente Machado e Rua Prefeito Doutor Ildefonso Zanetti, que liga os setores nordeste e noroeste da Cidade. Mais ao sul, encontra-se a Rua Abílio Carvalho Bastos, de orientação E-W, sendo esta uma das poucas vias a transpor tanto a ferrovia quanto o Rio das Antas na região central, perfazendo a ligação entre a Rua Dezenove de Dezembro e o extremo oeste da Cidade. Ver MAPA 14 – HIERARQUIA VIÁRIA URBANA. 10.4.2. Modelo de Circulação Viária nos Distritos Nas sedes distritais o arruamento é bastante simplificado, tendo em vista o pequeno porte desses núcleos urbanos, sendo o arruamento ortogonal, com quadras de formato irregular. Em Gonçalves Junior a rua principal corresponde à estrada que liga Irati ao Distrito de Itapará, enquanto em Guamirim, a avenida principal corresponde à rodovia PR-364, que liga Irati a Inácio Martins. 106 MAPA 14 – HIERARQUIA VIÁRIA URBANA 107 10.5. INFRA-ESTRUTURA URBANA 10.5.1. Sistema de Abastecimento de Água O abastecimento de água em Irati é de responsabilidade da SANEPAR, que atende praticamente 100% do quadro urbano da sede municipal. A água para abastecimento é proveniente de captação superficial no Rio Imbituva, em um ponto distante cerca de 13 km da Cidade, complementada por dois poços artesianos, perfurados respectivamente em 1998 e 1999, e pela captação superficial no Rio Nhapindazal. No caso do Rio Imbituva, de acordo com informações constantes em estudo elaborado pela SANEPAR em 2001, a produção era de 55,55 l/s, sendo a produção máxima de 109,95 l/s, resultando num total mensal de 144 mil m3, considerando seu funcionamento durante 20 horas/dia. O poço P1 produzia 12,15 l/s, com produção máxima estimada de 18,52 l/s, resultando num total mensal de 31,5 mil m3, funcionando 21 horas/dia. Já o poço P2 produzia 25,45 l/s, estando no limite de sua capacidade máxima, resultando num total mensal de 66 mil m3, funcionando 20 horas/dia. Considerando uma produção de 60,00 l/s para o manancial superficial e as capacidades atuais dos poços P1 e P2, de respectivamente 12,15 l/s e 25,45 l/s, a capacidade total do sistema seria de 97,60 l/s. Tendo em vista a demanda projetada de consumo para o ano de 2020, horizonte do estudo elaborado pela SANEPAR, seria necessária uma produção de 112,67 l/s, valor 15,4% maior do que a capacidade total do sistema, que, de acordo com os cálculos elaborados, deve entrar em colapso em 2013. No entanto, tal projeção previa uma população de 53.511 habitantes para a Cidade de Irati em 2017, contra os 47.937 moradores previstos no presente Plano Diretor Municipal, calculados em função da Contagem Populacional efetuada pelo IBGE em 2007. Uma previsão mais modesta de crescimento demográfico, porém, não deve inibir decisões no sentido de ampliar a capacidade do sistema de abastecimento de Irati, tendo em vista que já ocorrem situações de falta de água em alguns bairros. Tal fato, segundo o estudo da SANEPAR, é agravado pela complexidade da topografia local, que acarreta na existência de muitas zonas de pressão diferenciadas, pela falta de reservatórios em determinados setores da malha urbana e pelo subdimensionamento de muitos boosters. Além disso, a perda calculada no sistema é de 40%, superior à meta desejável de 30%. Cabe lembrar que à época do estudo o poço P2 ainda não estava em operação. As alternativas apresentadas consideraram a possibilidade de separar o abastecimento de água na Cidade, sendo a porção norte atendida pelos poços artesianos e a porção sul pelo manancial superficial. Uma medida seria o aumento da captação junto ao Rio Imbituva, que passaria de 60,00 l/s para 75,00 l/s, enquanto outra compreenderia a perfuração de mais um poço artesiano, com vazão prevista de 16,67 l/s, tendo sido descartada a utilização de outro manancial superficial, já que a Cidade se encontra em uma região alta, junto a nascentes, não havendo em seu entorno outros rios com vazão suficiente para aproveitamento hídrico. O Rio Imbituva foi classificado pelo CONAMA como sendo “classe II”, portanto apropriado para consumo humano após tratamento convencional. No entanto, como o ponto de captação situase a jusante da BR-277, há sempre o risco de contaminação do manancial em caso de acidentes com derramamento de produtos tóxicos. De qualquer modo, o estudo elaborado pela SANEPAR não recomenda a relocação da captação para montante da referida rodovia, tendo em vista a topografia local. Quanto à ampliação da capacidade de captação junto a este rio, de 60,00 l/s para 75,00 l/s, haveria apenas necessidade de readequação dos conjuntos de motor-bomba, não sendo preciso modificar a rede adutora nem tampouco a infra-estrutura da Estação de Tratamento de Água – ETA, que já possui capacidade para tratar até 88,00 l/s. O aumento do volume captado no Rio Imbituva também estaria dentro do valor outorgado pelo Instituto das Águas do Paraná, que é de 132,00 l/s para funcionamento 24 horas/dia. Já no que diz respeito à captação subterrânea, permaneceriam em funcionamento os poços P1 e P2, no regime de produção atual, com a possibilidade de perfuração de um terceiro poço, provavelmente situado na porção norte, onde já se situam os outros dois poços, ou noroeste da Cidade, sendo que em ambas as localizações a profundidade seria de 300 m e a vazão de 16,67 l/s. 108 Cabe lembrar que a água proveniente dos poços dispensa passagem pela ETA, uma vez que é de excelente qualidade. Quanto à estações elevatórias, a capacidade da EEB-1, de captação do Rio Imbituva, deveria ser ampliada – tendo em vista o aumento da produção – enquanto as estações EEB-2, EEB-3 e EEB4, da antiga captação junto ao Rio Nhapindazal, deveriam ser desativadas. No que trata das adutoras, a AAB-1, que faz a ligação entre a ETA e a EEB-1, tem 10.480 m de extensão, sendo a tubulação de ferro fundido DN300 mm no primeiro trecho, de 6.520 m, e de DN250 mm no segundo trecho, de 3.960 m, não havendo necessidade de substituição ante a ampliação da capacidade do sistema. A AAB-2, que transportava água bruta do Rio Nhapindazal até a AAB-1, deverá ser desativada. A AAB-3, adutora de recalque que faz a ligação entre o poço P1 e o reservatório apoiado RAP-2, situado junto à ETA, tem 1.475 m de extensão e tubulação de ferro fundido DN250 mm, também dispensando modificações. Já a AAB-4, que à época do estudo elaborado pela SANEPAR não estava concluída, liga o poço P2 ao reservatório apoiado RAP-8, tendo 1.400 m de extensão em tubulação em PEAD (polietileno de alta densidade) com DN200 mm, sendo que esta adutora igualmente não sofrerá alteração. Tendo em vista os dois locais possíveis para implantação de um terceiro poço artesiano, previram-se duas alternativas de adutoras. No primeiro caso, a AAB-5 teria cerca de 1.138 m, ligando o poço P3 ao reservatório apoiado RAP-7 em PVC DN140 mm. No segundo, teria 8.225 m, ligando o poço P3 ao reservatório apoiado RAP-2, igualmente em PVC DN140 mm. Quanto às unidades de reservação, estas se dividem em sete regiões, a saber: Jardim Califórnia, ETA, Alto da Lagoa, Engenheiro Gutierrez, Escritório Central, Alto Dallegrave e ETE-1. No Jardim Califórnia, o reservatório apoiado RAP-1, com capacidade de 1.000 m3, não sofrerá modificação, o mesmo acontecendo com o reservatório apoiado RAP-2, com 200 m3, situado junto à ETA, e com o reservatório apoiado RAP-5, com 300 m3, situado no Bairro Alto da Lagoa. Em Engenheiro Gutierrez, deverá ser prevista ampliação na capacidade de reservação da região, tendo em vista que a capacidade do reservatório apoiado RAP-6, de 100 m3, não será suficiente para atender à demanda prevista para 2020, gerando um déficit de 179,4 m3. Uma alternativa seria a construção futura de um reservatório elevado REL-2, com 300 m3, na região do antigo aeroporto, visando suprir essa deficiência. Junto ao Escritório Central da SANEPAR existem um reservatório elevado REL-1, com capacidade de 20 m3, dois reservatórios apoiados RAP-3 e RAP-4, ambos com 75 m3, e um reservatório enterrado REN-1, com 1.000 m3. O reservatório REL-1 deverá ser desativado dentro do horizonte do estudo elaborado pela SANEPAR, tendo em vista sua pequena capacidade. Os reservatórios RAP-3, RAP-4 e REN-1 não deverão sofrer alteração, continuando a abastecer as zonas alta e média do Centro da Cidade. Na região do Alto Dallegrave o reservatório apoiado RAP-7, com 50 m3, também não deverá sofrer modificação, embora possa vir a armazenar a água proveniente do poço P3, dependendo do local de perfuração. Por fim, na área da ETE-1 existe um reservatório apoiado RAP-8, projetado recentemente e com capacidade de 60 m3 que igualmente não deverá ter alteração. De acordo com o estudo elaborado pela SANEPAR, o sistema de reservação existente, cuja capacidade total é de 2.880 m3, poderá suportar a demanda até 2012, quando esta alcançará 2.747 m3, desde que modificados os boosters e anéis principais do sistema. Em 2020, quando a demanda chegará a 3.358 m3, haverá um déficit de 538 m3, levando à necessidade de construção de dois novos reservatórios. Um deles, mencionado acima, será o reservatório elevado REL-2, localizado na região do aeroporto, que suprirá por gravidade a demanda do RAP-6 localizado em Engenheiro Gutierrez. O outro será o reservatório apoiado RAP-9, com 500 m3, a ser construído junto ao Escritório Central da SANEPAR, suprindo a demanda no setor central da Cidade. No que tange às estações elevatórias de água tratada – EET, Irati conta com 13 unidades, sendo que a maioria delas deverá continuar operando normalmente ante a ampliação da capacidade do sistema de abastecimento. Ao mesmo tempo, se propõe a construção de três novas elevatórias – EET-14, EET-15 e EET-16, que auxiliarão no funcionamento do sistema. 109 A estação EET-3, que atende aos bairros Lagoa, Vila São João, Stroparo e parte do Rio Bonito, está operando com pressões acima do limite, devendo sofrer modificações em função da implantação da EET-16 visando diminuir a altura manométrica. A construção desta última, por sua vez, levará à desativação das estações EET-11, localizada no Bairro da Lagoa, e EET-12, localizada na Vila São João. Por ocasião da implantação do poço P3, deverão ser desativadas também as EET2 e EET-5. No que diz respeito à rede de abastecimento, por ocasião da elaboração do estudo da SANEPAR, em 2001, havia 222.198 m de rede, dividida em 18 zonas de pressão. Tendo em vista as alternativas propostas para ampliação do sistema de abastecimento, foram previstas 21 zonas de pressão, divididas em 5 setores. A partir de 2012, após a implantação do reservatório elevado REL-2, a região sul da Cidade deverá ser subdividida em duas, ficando assim o quadro urbano dividido em 6 setores. O critério de divisão por zonas de pressão, definidas em função da topografia acidentada, teve como objetivo evitar pontos com pressões acima de 30 m.c.a. e reduzir a perda de 40% para 30%, otimizando o sistema de abastecimento. Ver MAPA 15 – REDE DE ÁGUA. Quanto ao número de ligações de água na Cidade de Irati, em dezembro de 1999 havia um total de 10.529 consumidores, dos quais 9.695 (92,1%) residenciais, 608 (5,8%) comerciais, 57 (0,5%) industriais, 121 (1,1%) do poder público e 48 (0,5%) de utilidade pública. Em dezembro de 2007, de um total de 13.667 ligações, 12.560 (91,9%) eram residenciais, 822 (6,0%) comerciais, 64 (0,5%) industriais, 141 (1,0%) do poder público e 80 (0,6%) de utilidade pública, revelando um aumento na participação das ligações comerciais entre 1999 e 2007. De 1999 para 2003 houve um aumento de 18,4% no total de ligações, sendo o maior aumento nas ligações de utilidade pública (64,6%) e naquelas comerciais (33,6%), enquanto as ligações residenciais aumentaram 17,4% e as industriais 12,3%. Já entre o período 2003-2007 o aumento no total de ligações foi menor, de 9,6%, com destaque para o incremento das ligações residenciais, de 10,4%, e para as do poder público, de 6,8%. O aumento das ligações de utilidade pública (1,3%) e comerciais (1,2%) foi bem mais modesto, enquanto as ligações industriais não apresentaram acréscimo, revelando certa estagnação econômica do setor. Ver TABELA 22. TABELA 22 – LIGAÇÕES DE ÁGUA NA CIDADE DE IRATI. 1999/2007 LIGAÇÕES RESIDENCIAIS COMERCIAIS INDUSTRIAIS PODER PÚBLICO UTILIDADE PÚBLICA TOTAL FONTE: SANEPAR. 1999 9.695 608 57 121 48 10.529 2003 11.380 812 64 132 79 12.467 ∆ % 1999-2003 17,4 33,6 12,3 9,1 64,6 18,4 2007 12.560 822 64 141 80 13.667 ∆ % 2003-2007 10,4 1,2 0,0 6,8 1,3 9,6 Com respeito à tarifa social, essa passou a vigorar em 2001, com 546 economias beneficiadas, representando 5,2% das ligações residenciais naquele ano. Em 2003, das 11.380 residências atendidas, 8,2% (930 residências) usufruíam do benefício, número que subiu para 16,6% em 2007, quando havia 2.079 beneficiários para 12.560 residências atendidas. No interior do Município a SANEPAR atende as localidades de Gonçalves Junior, Guamirim, Itapará e Pinho de Baixo, onde a água é captada através de poços artesianos, sofrendo posterior cloração. Nas localidades de Linha B, Rio do Couro, Cerro da Ponte Alta, Rio Corrente, Barra Mansa, Pirapó,Cerro do Canhadão e Pinho de Cima os sistemas de abastecimento são geridos pela Prefeitura ou pela própria comunidade. 110 MAPA 15 – REDE DE ÁGUA 111 10.5.2. Sistema de Coleta e Depuração de Esgotos A Cidade de Irati possui conta com sistema de coleta e tratamento de esgotos, de responsabilidade da SANEPAR, que atende 71,8% do quadro urbano na sede municipal. O tratamento é efetuado por 8 reatores anaeróbios de lodo fluidizado – RALF, cuja eficiência é de 70 a 80% na remoção de DQO (demanda química de oxigênio) e de 75 a 85% na remoção de DBO (demanda bioquímica de oxigênio). Além do reator, o sistema contava com três estações elevatórias, responsáveis por trazer para a Estação de Tratamento de Esgoto – ETE – o esgoto das regiões mais baixas. A vazão do efluente tratado, segundo dados de 2004, era da ordem de 16,20 l/s, mas em dias de chuva o volume superava em muito a capacidade do reator, sendo o excedente lançado no corpo receptor sem nenhum tratamento. Ver MAPA 16 – REDE DE ESGOTO. Quanto ao número de ligações de esgoto na Cidade de Irati, em dezembro de 1999 havia um total de 5.606 consumidores, dos quais 5.076 (90,5%) residenciais, 425 (7,6%) comerciais, 22 (0,4%) industriais, 63 (1,1%) do poder público e 20 (0,4%) de utilidade pública. Em dezembro de 2007, de um total de 9.843 ligações, 9.025 (91,7%) eram residenciais, 648 (6,6%) comerciais, 24 (0,2%) industriais, 100 (1,0%) do poder público e 46 (0,5%) de utilidade pública, revelando um aumento na participação das ligações residenciais entre 1999 e 2007. De 1999 para 2003 houve um aumento de 46,0% no total de ligações, sendo o maior aumento nas ligações de utilidade pública (110,0%) e naquelas comerciais (46,6%) e residenciais (45,9%), enquanto as ligações do poder público aumentaram 39,7% e as industriais 9,1%. Já entre o período 2003-2007 o aumento no total de ligações foi menor, de 20,3%, com destaque para o incremento das ligações residenciais, de 21,9%, e para as do poder público, de 13,6%. O aumento das ligações de utilidade pública foi de 9,5% e das comerciais de 4,0%, enquanto as ligações industriais não apresentaram acréscimo, revelando certa estagnação econômica do setor. Ver TABELA 23. TABELA 23 – LIGAÇÕES DE ESGOTO NA CIDADE DE IRATI. 1999/2007 LIGAÇÕES RESIDENCIAIS COMERCIAIS INDUSTRIAIS PODER PÚBLICO UTILIDADE PÚBLICA TOTAL FONTE: SANEPAR. 1999 5.076 425 22 63 20 5.606 2003 7.406 623 24 88 42 8.183 ∆ % 1999-2003 45,9 46,6 9,1 39,7 110,0 46,0 2007 9.025 648 24 100 46 9.843 ∆ % 2003-2007 21,9 4,0 0,0 13,6 9,5 20,3 Com respeito à tarifa social, essa passou a vigorar em 2001, com 361 economias beneficiadas, representando 5,5% das ligações residenciais naquele ano. Em 2003, das 7.406 residências atendidas, 7,7% (572 residências) usufruíam do benefício, número que subiu para 16,5% em 2007, quando havia 1.490 beneficiários para 9.025 residências atendidas. Onde não há esgoto, bem como nos distritos e demais localidades do interior, utiliza-se fossa séptica e sumidouro, embora muitas residências ainda se utilizem de fossas negras ou lancem seus dejetos diretamente nos rios, comprometendo o meio ambiente. 112 MAPA 16 – REDE DE ESGOTO 113 10.5.3. Sistema de Drenagem Pluvial O sítio urbano de Irati, com uma área urbana de 3.352 hectares, está dividido em duas grandes bacias hidrográficas, a do Rio das Antas, ocupando sua porção centro-norte e do Rio Riozinho, ocupando sua porção sul, tendo elas aproximadamente as seguintes superfícies: O sistema de drenagem pluvial da sede municipal de Irati conta com cerca de 60 km de galerias de águas pluviais, correspondendo a cerca de 10% do total de vias urbanas, valor este aproximado, carecendo de atualização. 10.5.4. Pavimentação Viária A Cidade de Irati conta com cerca de 652 km de vias urbanas, dos quais cerca de 525 km são pavimentadas, representando 80,5% do total. No Centro da Cidade as ruas são calçadas com paralelepípedo, enquanto na Vila São João, em partes dos bairros Canisianas, Alto da Glória e Rio Bonito, e em alguns loteamentos esparsos, é utilizada a pavimentação poliédrica. No restante das vias pavimentadas, abrangendo parte dos bairros Centro, Alto da Glória, Fósforo, Stroparo, Rio Bonito e DER, além de eixos viários principais como a Rua Trajano Gracia e Avenida Noé Rebesco, é utilizado o asfalto. Nas ruas não pavimentadas há apenas o cascalhamento. Ver MAPA 17 – PAVIMENTAÇÃO VIÁRIA. O Município tem uma fábrica própria de tubos, meio fios e bocas de lobo. Em 2007 a produção era de 18 tubos de 60 cm de diâmetro por dia, e de 34 tubos de 40 cm de diâmetro por dia. A Prefeitura Municipal possui ainda uma usina de asfalto, com capacidade para aproximadamente 200 m3 de CBUQ por dia. A manutenção dos próprios municipais compreende uma equipe com um encanador, dois eletricistas, dois marceneiros, dois carpinteiros, dois pedreiros e um pintor, contando com uma marcenaria responsável pelo concerto e manutenção de carteiras e móveis. - O pátio de máquinas da Prefeitura Municipal conta com os seguintes equipamentos: 5 patrolas; 2 rolos compressores; 2 pás carregadeiras; 2 tratores de esteira, sendo um utilizado na coleta de lixo e outro nos serviços gerais; 3 retro-escavadeiras; 4 tratores agrícolas; 1 escavadeira hidráulica; 23 caminhões, sendo 5 compactadores de lixo. Dentre as necessidades para o futuro elencadas pelos funcionários do setor, constam os seguintes: - 2 patrolas; - 1 rolo compressor; - 1 pá carregadeira; - 1 trator de esteira; - 1 retro-escavadeira; - 1 caminhão caçamba. 114 MAPA 17 – PAVIMENTAÇÃO VIÁRIA 115 10.5.5. Sistema de Distribuição de Energia Elétrica e Iluminação Pública O sistema de fornecimento de energia elétrica no Município é composto por uma subestação de 138 KV, interligada ao sistema de Transmissão da COPEL com as Subestações Sabará, em Ponta Grossa, Guarapuava e Rio Azul. A subestação, localizada no Bairro Rio Bonito, conta com dois transformadores de três enrolamentos (138 x 34,5 x 13,8 KV) com potência de 41,67 MVA em todos os enrolamentos. O Município é atendido em tensão de 13,8 kV, sendo o sistema de distribuição é formado por mais de 2.500 km de linhas e redes nas tensões de 13,8 KV e 34,5 KV, compreendendo 100% dos domicílios urbanos e aproximadamente 95% dos rurais. De acordo com a COPEL, a demanda foi de 15 MW no ano de 2006, estando dentro da capacidade da subestação, não havendo previsão de grandes investimentos na subestação existente ou na implantação de novas subestações. Assim, futuramente deverão apenas ser executadas obras de expansão na rede de distribuição, mediante ampliação, reconfiguração e implantação de circuitos. Ainda de acordo com essa concessionária, havia no ano de 2003 em Irati um total de 15.360 ligações, das quais 11.632 (75,7%) residenciais, 265 (1,7%) industriais, 945 (6,2%) comerciais, 2.273 (14,8%) rurais, 187 (1,2%) do poder público e 58 (0,4%) relacionadas a outras atividades, incluindo iluminação pública. Em 2007, de um total de 17.423 ligações, havia 12.986 (74,5%) residenciais, 250 (1,4%) industriais, 1.135 (6,5%) comerciais, 2.763 (15,9%) rurais, 220 (1,3%) do poder público e 69 (0,4%) de outras atividades, revelando um crescimento de 13,4% no total de ligações em relação a 2003. O maior aumento se deu no número de ligações rurais, da ordem de 21,6%, seguidas das ligações comerciais (20,1%). As ligações residenciais cresceram 11,6% e as do poder público 17,6%, enquanto as industriais diminuíram -5,7%, que demonstra o arrefecimento das atividades secundárias em Irati. Quanto ao consumo, o total em 2003 foi de 68.354 MWh, sendo 17.166 MWh na categoria residencial, 28.874 MWh no setor industrial, 7.711 MWh no comercial, 5.634 MWh no rural, 1.783 MWh no poder público e 7.186 MWh em outros setores. Em 2007 o consumo total foi de 76.532 MWh, dos quais 20.388 MWh na categoria residencial, 27.089 MWh no setor industrial, 10.409 MWh no comercial, 8.508 MWh no rural, 2.238 MWh no poder público e 7.900 MWh em outras categorias, demonstrando um aumento de 12,0% no consumo entre 2003 e 2007, aumento este maior do que o de número de consumidores no mesmo período. Ver TABELA 24. TABELA 24 – LIGAÇÕES E CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA EM IRATI. 2003/2005/2007 CATEGORIA 2003 LIGAÇÕES CONSUMO (MWH) RESIDENCIAIS 11.632 17.166 COMERCIAIS 945 7.711 INDUSTRIAIS 265 28.874 RURAIS 2.273 5.634 PODER PÚBL. 187 1.783 OUTROS 58 7.186 TOTAL 15.360 68.354 FONTE: COPEL. 2005 LIGAÇÕES CONSUMO (MWH) 12.344 18.756 1.071 8.781 250 27.407 2.707 7.196 217 1.959 48 7.468 16.637 71.567 2007 LIGAÇÕES CONSUMO (MWH) 12.986 20.388 1.135 10.409 250 27.089 2.763 8.508 220 2.238 69 7.900 17.423 76.532 ∆% ∆% LIGAÇÕES CONSUMO 2003/2007 2003/2007 11,6 18,8 20,1 35,0 -5,7 -6,2 21,6 51,0 17,6 25,5 19,0 9,9 13,4 12,0 O maior aumento se deu no setor rural, da ordem de 51,0%, seguido do setor comercial (35,0%), do poder público (25,5%) e residencial (18,8%). No setor industrial, a queda no consumo foi de -6,2%, maior do que a diminuição no número de consumidores, que foi de -5,7% no período. Com respeito à iluminação pública, em geral, praticamente todo quadro urbano é atendido, sendo que a grande maioria das ruas conta com lâmpadas de vapor de sódio. Do mesmo modo que ocorre quanto à coleta de esgoto e à drenagem pluvial, a Lei nº. 9.785/99 também exige a implantação de rede de distribuição de energia elétrica nos novos parcelamentos, o que deverá contribuir para que o nível de qualidade urbana encontrado nas áreas mais centrais da Cidade também seja estendido às áreas que vierem a ser loteadas no futuro. Ver MAPA 18 – REDE DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA. 116 MAPA 18 – REDE DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA 117 10.5.6. Comunicações O Município conta com duas rádios AM, a Difusora e a Najuá, duas rádios FM, a Vale do Mel e a Najuá, e dois jornais de circulação semanal: Folha de Irati e Hoje Centro-Sul. Apresenta antena repetidora de cinco canais de televisão: Band, Globo, Record, Rede Vida e SBT. Existem duas agências de correio na Cidade, sendo uma delas franqueada, além de três agências comunitárias, localizadas em Gonçalves Junior, Guamirim e Engenheiro Gutierrez. Há ainda uma caixa postal comunitária no Bairro Riozinho e cinco caixas de coleta. Quanto à telefonia fixa, prestada pela Brasil Telecom, o Município contava em 2000 com 128 telefones públicos e 3.400 terminais de telefonia fixa em serviço, números que em 2006 subiram para 333 telefones públicos e 10.777 terminais. A telefonia móvel é prestada pelas empresas Brasil Telecom, Tim, Vivo e Claro, enquanto o acesso à internet é prestado pelos provedores Irati On Line, Onda e Terra. Ver MAPA 19 – EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS PÚBLICOS. 10.6. SERVIÇOS PÚBLICOS 10.6.1. Transportes Coletivos O Município encontra-se bem servido quanto às ligações de transporte coletivo intermunicipal, sendo atendido pelas empresas Expresso Princesa dos Campos e Viação J. Araújo Ltda. que promovem a ligação de Irati com as cidades de Curitiba, Ponta Grossa, Guarapuava, União da Vitória, Palmeira e demais municípios da sua própria microrregião, conforme segue: a) Expresso Princesa dos Campos Linha Irati-Ponta Grossa: Dias de semana: 8h15, 10h25, 14h20 e 18h20 Domingos: 10h25, 18h20, 19h00 e 20h15 Linha Irati-União da Vitória, com origem em Ponta Grossa, passando por Irati: Diariamente: 7h30, 9h30, 13h00 e 17h00 Linha Irati-Imbituva: Diariamente: 10h30 e 17h15 Linha Irati-Rio Azul: Diariamente: 19h20 Linha Irati-Teixeira Soares: Diariamente: 16h00 b) Viação J. Araújo Ltda. Linha Guarapuava-Curitiba, passando por Irati: Diariamente: 9h40, 11h10, 13h40, 15h40 e 19h10 Linha Curitiba-Guarapuava, passando por Irati: Diariamente: 10h20, 14h20, 16h20 e 21h50 Linha Irati-Prudentópolis: Diariamente: 6h30, 12h00 e 15h45 Linha Irati-Palmeira: Diariamente: 6h30 e 15h15 Linha Irati-Inácio Martins: Dias de semana: 12h15 e 17h00 Domingos: 18h15 O terminal rodoviário, situado na Rua Dona Noca, que é a principal via de acesso à Cidade para quem procede da rodovia BR-277, encontra-se bem localizado, sendo bastante acessível aos seus usuários e aos ônibus que a ele chegam provenientes da referida rodovia, ou que para esta se dirigem partindo do terminal. Este último está bem dimensionado para o movimento atual de chegada e partida de ônibus, bem como para atender os passageiros que embarram e desembarcam diariamente na Cidade, numa média de 15.000/mês. O terminal dispõe de 6 plataformas cobertas para estacionamento de ônibus, guichês de venda de passagens, sala de espera, lanchonetes, instalações sanitárias para ambos os sexos, sala de administração, além de amplo espaço para estacionamento de veículos na sua área externa. Ver MAPA 19 – EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS PÚBLICOS. 118 O transporte municipal é prestado pela J. Araújo, que passa pelo Distrito de Guamirim em sua linha Irati-Inácio Martins, e pela empresa Turisbueno, que promove a ligação entre Irati e Itapará. O transporte urbano é efetuado pela empresa Transiratiense, atendendo os bairros Riozinho, Vila Raquel, Engenheiro Gutierrez, São Francisco, Nhapindazal, Cruzeiro do Sul, Rio Bonito, Lagoa, Vila Nova, Vila São João e o Conjunto Residencial Luiz Fernando Gomes. O serviço de táxi em Irati abrange 12 pontos, sendo 10 na Cidade, um em Gonçalves Junior e um em Guamirim, contando-se 45 veículos em atividade. 10.6.2. Coleta e Deposição de Resíduos Sólidos e Varrição de Ruas O serviço de coleta de lixo em Irati é realizado pela Prefeitura Municipal, atendendo 100% da área urbana da Cidade. A frota de veículos compreende cinco caminhões compactadores, sendo quatro em uso e um de reserva, e o serviço é executado por quatro equipes, cada uma contando com um motorista e dois coletores. A coleta ocorre das 7h às 11h e das 13h à 17h, sendo diária na região central e variando de uma a duas vezes por semana nos bairros mais afastados. A coleta do lixo reciclável, iniciada no Município em 1999, é realizada por um caminhão próprio, uma vez por semana, sendo o mesmo encaminhado para um galpão onde é feita a separação e prensagem. Existe no Município uma cooperativa de catadores, que também realiza a coleta do lixo reciclável. O lixo industrial é despejado no aterro juntamente com o lixo doméstico. Já os resíduos hospitalares até bem pouco tempo eram depositados também no aterro sanitário, acondicionados em células sem impermeabilização, em contato com a rocha pouco alterada, favorecendo a percolação de efluentes sépticos através de fraturas. Atualmente, porém, a coleta do lixo hospitalar foi terceirizada, sendo efetuado por uma empresa que encaminha os resíduos a Ponta Grossa. Os resíduos domésticos, somando aproximadamente 24 mil kg/dia, são levados para o aterro sanitário de Irati, distante 21 km da Cidade, próximo à localidade de Pinho de Cima. Apesar da distância em relação ao núcleo urbano ser maior do que o recomendado e da legalização junto ao IAP, o local não se apresenta como o mais indicado para receber esse tipo de instalação, estando assentado sobre solo residual pouco espesso (0,5 m), com baixa declividade e próximo a vertentes de água. O aterro tem como substrato rochoso a Formação Teresina, que é composta por uma alternância de argilitos, folhelhos e siltitos. Estas rochas apresentam uma certa impermeabilidade, contudo vale ressaltar que por ser o solo pouco espesso, o risco de infiltração do chorume através de estruturas geológicas, tais como fraturas e falhas nas rochas, é considerável. A proximidade das células de acondicionamento dos resíduos com a rocha sã, intensamente fraturada, favorece a contaminação do aqüífero subterrâneo. Outro fato que favorece a contaminação do lençol freático, localizado a mais de 5 metros de profundidade, é a falta de impermeabilização das células de acondicionamento bem como a ausência de poços de monitoramento das águas do lençol freático e de canais de escoamento do chorume, líquido decorrente da decomposição do material armazenado. Por fim, cabe comentar a ausência de canais para o disciplinar o escoamento das águas superficiais da área do aterro, o que também representa risco potencial de contaminação dos rios e do aqüífero subterrâneo. Ver FIGURA 40 e FIGURA 41. Apesar dos problemas encontrados no aterro sanitário, pode-se encontrar algumas benfeitorias, tais como o sistema de drenagem de chorume que já está instalado e pode ser utilizado de maneira mais eficaz mediante uma adequada impermeabilização do solo e a instalação de poços de monitoramento das condições do lençol freático. Recomenda-se ainda que o Município adote campanhas permanentes para estimular a separação do lixo, visando prolongar a vida útil do aterro, que é de mais 9 anos. Outra ação importante, de acordo com o Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos de Irati, elaborado em 2004, é a eliminação dos depósitos clandestinos de lixo, os chamados “lixões”, geralmente em terrenos baldios onde são lançados resíduos provenientes de estabelecimentos comerciais, industriais ou da população em geral. Um desses lixões situa-se em Engenheiro Gutierrez, em uma cascalheira abandonada, onde se lançam frequentemente resíduos de capina, varrição e poda, além de dejetos clandestinos provenientes de açougues, constituindo grave problema sanitário e ambiental. 119 FIGURA 40 – AUSÊNCIA DE IMPERMEABILIZAÇÃO NO ATERRO SANITÁRIO DE IRATI FONTE: MINEROPAR. FIGURA 41 – AUSÊNCIA DE CANALETAS DE ESCOAMENTO NO ATERRO SANITÁRIO DE IRATI FONTE: MINEROPAR. Com respeito à varrição de ruas, o Município conta com uma equipe composta por seis funcionários, além de um conjunto de trator e carreta, que trabalha de segunda a sábado. O serviço atende toda a área central, bem como as principais vias de comércio da Cidade, sendo feito de uma a 120 duas vezes por semana. O fato de muitas ruas serem de paralelepípedo constitui em obstáculo à varrição, sendo necessário aplicar herbicidas para eliminar o mato que cresce em meio às pedras. O serviço de coleta de entulhos, poda e roçada é executado por uma equipe composta de seis funcionários, contando com dois conjuntos de trator e carreta, sendo um apenas para a coleta de entulho. A poda de grama é executada em aproximadamente 50 locais da Cidade que requerem tal serviço, tais como canteiros centrais e jardins de creches e escolas. 10.6.3. Cemitério O serviço funerário em Irati é de responsabilidade do Município, sendo que a Cidade conta com dois cemitérios públicos e dois particulares, o Cemitério Jardim das Paineiras, no bairro Rio Bonito e o Cemitério Riozinho, no bairro de mesmo nome. No interior há 11 cemitérios, sendo um no Distrito de Gonçalves Junior, um em Guamirim e um em Itapará. O Cemitério Municipal Prefeito Sabiá, localizado no Centro, conta com cinco funcionários, enquanto o Cemitério Municipal da Vila São João conta com um funcionário, tendo auxílio da equipe responsável pela coleta de entulho quando necessário. A capacidade dos cemitérios municipais da Cidade está esgotada, sendo urgente a necessidade de provisão de um novo local para sepultamentos, tendo em vista que os atuais não dispõem de área para ampliação. Ver MAPA 19 – EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS PÚBLICOS. 10.6.4. Educação O Município de Irati conta com um sistema de ensino que contempla desde a pré-escola até o ensino superior. Segundo dados da SEED, há 57 estabelecimentos dedicados à educação infantil e aos ensinos fundamental e médio no Município, sendo 17 escolas estaduais, 33 municipais e oito particulares. Todas as escolas particulares situam-se na sede municipal, sendo que o Colégio SESI Irati e o Colégio São Pedro Canisio oferecem desde educação infantil até os ensinos fundamental e médio, o Centro de Educação Infantil Anjo da Guarda é dedicado apenas à educação infantil e as demais escolas particulares são dedicadas simultaneamente à educação infantil e ao ensino fundamental. Já a Nossa Escola, da APAE, é voltada à educação especial, oferecendo classes de educação pré-escolar e fundamental, para crianças de 0 a 16 anos, e educação profissional, para alunos acima de 16 anos. Dentre 33 as escolas municipais, 19 localizam-se na Cidade, sendo uma no Bairro Alto da Lagoa, uma no Conjunto Luiz Fernando Gomes, três no Centro, duas no DER, uma em Engenheiro Gutierrez, duas na Lagoa, três em Rio Bonito, uma no São Francisco, uma no Stroparo, uma na Vila Nova, uma na Vila Raquel e duas na Vila São João. As demais escolas municipais localizam-se na área rural ou periurbana, sendo uma em Água Clara, uma no Cerro da Ponte Alta, uma em Camacuã, duas em Gonçalves Junior (sendo uma na sede do Distrito e outra na Linha B), uma em Guamirim, uma em Itapará, uma em Monjolo, uma em Nhapindazal, uma em Pinho de Baixo, uma em Pinho de Cima, uma em Pirapó, uma em Rio do Couro e uma em Riozinho. Ver MAPA 19 – EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS PÚBLICOS. A maioria das escolas municipais oferece classes de educação infantil e ensino fundamental de 1ª a 4ª séries, sendo que quatro oferecem apenas o ensino fundamental de 1ª a 4ª série (Água Clara, DER, Nhapindazal e Pinho de Cima) e uma oferece apenas educação infantil, o Centro Municipal de Educação Infantil Alexandre Iarema, no Rio Bonito. Doze escolas oferecem também classes para alunos especiais, com deficiências mental, auditiva e visual, enquanto outras seis oferecem classes para educação de jovens e adultos (EJA). Dentre as 17 escolas estaduais, 13 localizam-se na Cidade, sendo uma no Bairro Canesianas, cinco no Centro, uma em Engenheiro Gutierrez, uma na Lagoa, uma em Rio Bonito, uma no Stroparo e três na Vila São João. As demais localizam-se na área rural, sendo uma em Gonçalves Junior, uma em Guamirim, uma em Itapará e uma em Rio do Couro. Nove escolas estaduais oferecem simultaneamente ensino fundamental de 5ª a 8ª série e ensino médio, sendo que três delas, localizadas na Cidade, disponibilizam também o ensino médio profissionalizante e uma é dedicada ao ensino supletivo (CEEBJA). Outras sete escolas estaduais oferecem apenas ensino fundamental de 5ª a 8ª série, contando-se dentre essas a dos distritos de Gonçalves Junior e Itapará. Já o Colégio Estadual Presidente Costa e Silva, situado na Vila São João, oferece apenas ensino médio e 121 profissionalizante, sendo o único no País com o curso de Técnico Florestal. Além desse, o Colégio oferece o curso de Técnico em Segurança do Trabalho, estando em implantação os cursos técnicos em Gestão Ambiental, Gestão Empresarial, Fruticultura e Floricultura. Ver TABELA 25. TABELA 25 – CLASSES E ESCOLAS POR LOCALIDADE EM IRATI. 2007 LOCAL ÁGUA CLARA ALTO DA LAGOA CERRO DA PONTE ALTA CONJ. LUIZ FERNANDO GOMES CENTRO CAMACUà CANESIANAS DER ENGENHEIRO GUTIERREZ GONÇALVES JUNIOR GUAMIRIM ITAPARÁ LAGOA MONJOLO NHAPINDAZAL PINHO DE BAIXO PINHO DE CIMA PIRAPÓ RIO BONITO RIO DO COURO RIOZINHO SÃO FRANCISCO STROPARO VILA NOVA VILA RAQUEL VILA SÃO JOÃO ESCOLA ESC RURAL MUN ÁGUA CLARA ESC MUN MERCEDES BRAGA ESC RURAL MUN DE CERRO DA PONTE ALTA ESC MUN JOSÉ SIQUEIRA ROSAS COL EST ANTÔNIO XAVIER DA SILVEIRA COL EST DUQUE DE CAXIAS COL EST SÃO VICENTE DE PAULO ESC EST N. SRA. DAS GRAÇAS CEEBJA IRATI ESC MUN FRANCISCO VIEIRA DE ARAÚJO ESC MUN IRMà HELENA OLEK ESC MUN PEQUENO DUQUE CEI ANJO DA GUARDA ESC CASTELINHO ESC LÁPIS DE COR ESC PEQUENO PRÍNCIPE ESC SEMENTINHA COL SESI IRATI ESC NOSSA ESCOLA (APAE) ESC RURAL MUN CAMACUà EDUARDO LAARS ESC EST PIO XII COL SÃO PEDRO CANISIO ESC MUN PADRE SEBASTIÃO MENDES ESC MUN PLÍNIO ANCIUTTI PESSOA COL EST TRAJANO GRACIA ESC MUN VER. JOÃO MARIA PEDROSO ESC EST GONÇALVES JUNIOR ESC MUN DOS COLONIZADORES ESC MUN LINHA B GONÇALVES JUNIOR COL EST N. SRA. DE FÁTIMA ESC MUN DE GUAMIRIM ESC EST DE ITAPARÁ ESC RURAL MUN SÃO MIGUEL DE ITAPARÁ ESC EST PROF. LUIZA ROSA PINTO ESC MUN DA LAGOA ESC MUN SÃO VALDOMIRO ESC RURAL MUN MONJOLO ESC RURAL MUN OLARIA FILIPAK ESC RURAL MUN PINHO DE BAIXO ESC RURAL MUN PINHO DE CIMA ESC RURAL MUN DE PIRAPÓ COL EST JOÃO DE MATTOS PESSOA ESC MUN TANCREDO MARTINS ESC MUN PADRE WENCESLAU CMEI ALEXANDRE IAREMA COL EST DE RIO DO COURO ESC MUN OLAVO ANSELMO SANTINI ESC RURAL MUN JOÃO B. ANCIUTTI ESC MUN ANA AMARAL GRUBER ESC EST N. SRA. APARECIDA ESC MUN FRANCISCO STROPARO ESC MUN PROF ANTONINA FILLUS PANKA ESC MUN PROF MAFALDA SOTTI LOPES ESC EST ANTÔNIO LOPES JUNIOR (CAIC) COL FLORESTAL EST PRES COSTA E SILVA COL EST JOÃO XXIII ESC MUN JOÃO PAULO II (CAIC) ESC MUN ROSALINA CORDEIRO DE ARAÚJO CLASSES FUNDAM. INFANTIL E FUNDAM. INFANTIL E FUNDAM. INFANTIL E FUNDAM. FUNDAM, E MÉDIO FUNDAM., MÉDIO E PROFISS. FUNDAM., MÉDIO E PROFISS. FUNDAM. FUNDAM, E MÉDIO INFANTIL E FUNDAM. INFANTIL E FUNDAM. INFANTIL E FUNDAM. INFANTIL INFANTIL E FUNDAM. INFANTIL E FUNDAM. INFANTIL E FUNDAM. INFANTIL E FUNDAM. INFANTIL, FUNDAM. E MÉDIO EDUC ESPECIAL INFANTIL E FUNDAM. FUNDAM. INFANTIL, FUNDAM. E MÉDIO FUNDAM. INFANTIL E FUNDAM. FUNDAM. E MÉDIO INFANTIL E FUNDAM. FUNDAM. INFANTIL E FUNDAM. FUNDAM. FUNDAM, E MÉDIO INFANTIL E FUNDAM. FUNDAM. INFANTIL E FUNDAM. FUNDAM. INFANTIL E FUNDAM. INFANTIL E FUNDAM. FUNDAM. INFANTIL E FUNDAM. INFANTIL E FUNDAM. FUNDAM. INFANTIL E FUNDAM. FUNDAM. E MÉDIO INFANTIL E FUNDAM. INFANTIL E FUNDAM. INFANTIL FUNDAM, E MÉDIO INFANTIL E FUNDAM. INFANTIL E FUNDAM. INFANTIL E FUNDAM. FUNDAM, INFANTIL E FUNDAM. INFANTIL E FUNDAM. INFANTIL E FUNDAM. FUNDAM. MÉDIO E PROFISS. FUNDAM., MÉDIO E PROFISS. INFANTIL E FUNDAM. INFANTIL E FUNDAM. FONTE: SEED 122 Com respeito à infra-estrutura física da rede de ensino municipal, cabe comentar que sete escolas do Município utilizam prédios da rede estadual, a saber: - Escola Municipal dos Colonizadores, em Gonçalves Junior, que funciona junto com a Escola Estadual Gonçalves Junior; - Escola Municipal Francisco Stroparo, no Bairro Stroparo, que funciona junto com a Escola Estadual Nossa Senhora Aparecida; - Escola Municipal Francisco Vieira de Araújo, no Centro; - Escola Municipal Ver. João Maria Pedroso, em Engenheiro Gutierrez, que funciona junto com a Escola Estadual Trajano Gracia; - Escola Municipal Padre Wenceslau, em Rio Bonito; - Escola Municipal Pequeno Duque, no Centro, que funciona junto com a Escola Estadual Duque de Caxias; - Escola Municipal Tancredo Martins, em Rio Bonito. - Da mesma forma, cinco escolas do Estado funcionam em prédios da rede municipal, a saber: Escola Estadual Nossa Senhora de Fátima, em Guamirim, que funciona junto com a Escola Municipal de Guamirim; Escola Estadual Antônio Lopes Junior, na Vila São João, que funciona junto com a Escola Municipal João Paulo II; Escola Estadual Luiza Rosa Pinto, na Lagoa, que funciona junto com a Escola Municipal da Lagoa; Colégio Estadual de Rio do Couro, em Rio do Couro, que funciona junto com a Escola Rural Municipal Olavo Anselmo Santini; Escola Estadual de Itapará, em Itapará, que funciona junto com a Escola Rural Municipal São Miguel de Itapará. Em 2007 foram desativadas três escolas municipais. A Escola Rural Municipal Água Mineral e a Escola Rural Municipal Faxinal dos Neves tiveram seus alunos incorporados à Escola Rural Municipal de São Miguel de Itapará, enquanto a Pré Escola Sonho Meu, de educação infantil, teve seus alunos incorporados à Escola Municipal Padre Sebastião Mendes, construída em 2006. As principais demandas na educação, segundo funcionários do setor, referem-se à necessidade de construção de novos centros municipais de educação infantil, visando atender à demanda existente. Quanto ao ensino superior, Irati destaca-se por abrigar um campus da Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO, localizado no Bairro Riozinho, na sede municipal. A então Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Irati – FECLI – foi criada pela Lei Municipal n°. 420, de 16/07/1974, tendo sido integrada à Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Guarapuava em 1990. A UNICENTRO, com sede em Guarapuava, também tem um campus em Prudentópolis e três campi avançados em Chopinzinho, Laranjeiras do Sul e Pitanga. Na sede de Irati, a Unicentro oferece cursos de graduação em Ciências, Engenharia Ambiental, Engenharia Florestal, Geografia, História, Letras Português, Letras Inglês, Letras Espanhol, Pedagogia, Educação Física, Fonoaudiologia, Psicologia, Administração, Ciências Contábeis e Turismo. Oferece ainda cursos de especialização em Gestão Financeira e História, além de Mestrado em Ciências Florestais. Outra instituição de ensino superior presente no Município é a UNIRATI – Instituição de Ensino Superior de Irati Ltda. – com sede no Centro da Cidade. Através de ensino à distância, oferece cursos de graduação nas áreas de Normal Superior, Comércio Exterior, Gestão Financeira, Gestão de Logística, Gestão de Serviços Públicos, Marketing e Propaganda, Pedagogia e Secretariado executivo, além de cursos de especialização na área de educação e direito. Além disso, está em vias de implantação no Município um campus do Instituto Federal de Educação Tecnológica – IFET, o qual deverá oferecer cursos profissionalizantes de ensino pós-médio e superior, nas áreas de agroindústria e indústria madeireira, devendo se instalar em uma área de 6 alqueires localizada na Vila São João. Com relação ao número de alunos matriculados nos estabelecimentos municipais de ensino, em 2007 contabilizava-se um total de 5.017 alunos, valor 3,1% menor do que em 2005, quando se registravam 5.178 alunos. O número de alunos decresceu em todos os estratos, à exceção da 2ª série, em que houve aumento de 6,1%, sendo a maior queda registrada na educação infantil, de 16,4%. Ver TABELA 26. 123 TABELA 26 – ALUNOS EM ESTABELECIMENTOS MUNICIPAIS DE ENSINO EM IRATI. 2005/2007 CLASSE 2005 ALUNOS EDUCAÇÃO INFANTIL 836 FUNDAM. 1ª SÉRIE 963 FUNDAM. 2ª SÉRIE 1.093 FUNDAM. 3ª SÉRIE 1.091 FUNDAM. 4ª SÉRIE 1.021 CLASSE ESPECIAL 174 TOTAL 5.178 FONTE: PREFEITURA MUNICIPAL DE IRATI. % 16,1 18,6 21,1 21,1 19,7 3,4 100,0 2007 ALUNOS 699 934 1.160 1.049 996 179 5.017 % 13,9 18,6 23,1 20,9 19,9 3,6 100,0 ∆% 2005/2007 -16,4 -3,0 6,1 -3,8 -2,4 2,9 -3,1 No que diz respeito ao transporte escolar, no interior do Município 22 linhas são atendidas por frota terceirizada, que contam com 20 ônibus para fazer os trajetos, enquanto a frota própria é responsável pelas linhas Pirapó e Cerro da Ponte Alta, com um ônibus de 31 lugares cada, e pelas linhas Pinho de Cima e Pinho de Baixo, com um microônibus de 19 lugares cada. Na área urbana o transporte é inteiramente atendido por frota própria, que utiliza sete ônibus, uma van e duas kombis. O Departamento conta ainda com dois veículos de passeio para as atividades administrativas. 10.6.5. Saúde e Assistência Social A rede pública municipal de assistência à saúde em Irati é composta por 23 Unidades Básicas de Saúde – UBS, um Pronto Atendimento Municipal 24 horas, quatro clínicas odontológicas, três consultórios odontológicos isolados e uma clínica de fisioterapia. Dentre as 23 UBSs, seis localizamse na Cidade e 17 na área rural, sendo uma em Gonçalves Junior, uma em Guamirim e uma em Itapará. O Programa Saúde da Família – PSF – funciona com cinco equipes, sendo uma na UBS do Rio Bonito, uma na Vila Nova, uma na Vila São João, uma em Gonçalves Junior e uma em Guamirim. Ver MAPA 19 – EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS PÚBLICOS. Dentre os profissionais de saúde da rede municipal constam cinco clínicos gerais, quatro ginecologistas obstetras, dois pediatras, dois ortopedistas, um gastroenterologista, quatro médicos do Programa Saúde da Família, oito enfermeiros, 55 auxiliares de enfermagem, 18 cirurgiões dentistas, quatro técnicos em higiene dental, sete auxiliares de consultório dentário, dois farmacêuticos, dois fisioterapeutas, uma assistente social, 21 agentes comunitários de saúde, quatro agentes da Vigilância Sanitária e 20 agentes da Dengue. A frota de veículos da Secretaria Municipal de Saúde é composta por um ônibus e uma van, que encaminham diariamente pacientes para tratamento em Curitiba, além de sete ambulâncias, uma moto e 11 veículos de passeio, os quais se destinam ao Programa Saúde da Família, à Vigilância Sanitária, à Vigilância Epidemiológica e às atividades administrativas. O atendimento hospitalar é prestado pela Santa Casa de Irati, entidade filantrópica que disponibiliza atendimento 24 horas ambulatorial de média complexidade e hospitalar de alta complexidade, com 145 leitos para internamento, sendo 20 de cirurgia geral, 40 de clínica geral, 26 de obstetrícia, 24 de pediatria, 13 de psiquiatria, 11 de UTI adulto e 11 de UTI neonatal. Do total de leitos, 120 são destinados a pacientes do SUS, sendo 11 de cirurgia geral, 35 de clínica geral, 19 de obstetrícia, 22 de pediatria e 13 de psiquiatria e 10 de UTI adulto, 10 de UTI neonatal. Este estabelecimento dispõe de 27 clínicos gerais, três cardiologistas, nove cirurgiões gerais, sete ginecologistas, quatro ortopedistas, um oftalmologista, dois gastroenterologistas, um urologista, seis pediatras, um neurologista, um neurocirurgião, um psiquiatra, um dermatologista, um nefrologista, dois fisioterapeutas, um psicólogo, dois anestesistas, um cirurgião dentista, dois radiologistas e dois médicos intensivistas, além de enfermeiros, técnicos de enfermagem, farmacêuticos, nutricionista e assistente social. Realiza ainda exames tais como eletrocardiograma, radiologia, tomografia computadorizada e ultrassonografia, dentre outros. Há ainda o Centro Médico Hospitalar Irati, que presta atendimento hospitalar particular ou através de planos de saúde privados nas especialidades de cirurgia geral, clínica geral, obstetrícia e pediatria, dispondo de 35 leitos para internamento. O estabelecimento dispõe de quatro médicos ginecologistas, um radiologista, um otorrinolaringologista, quatro anestesistas, um cirurgião cardiovascular, dois ortopedistas, um cirurgião geral e dois pediatras, além de enfermeiros e técnicos em enfermagem. 124 O Município é sede da 4ª Regional de Saúde do Estado, que congrega os municípios de Fernandes Pinheiro, Guamiranga, Imbituva, Inácio Martins, Irati, Mallet, Rebouças, Rio Azul e Teixeira Soares. É também sede do Consórcio Intermunicipal de Saúde da AMCESPAR – Associação dos Municípios da Região Centro Sul do Paraná, que abrange os mesmos nove municípios. O Consórcio Intermunicipal de Saúde da AMCESPAR foi institucionalizado em 1994, visando assegurar a prestação de serviços médicos nas mais diversas especialidades à população dos municípios consorciados. O CIS/AMCESPAR atualmente oferece atendimento nas seguintes especialidades: cardiologia, oftalmologia, ortopedia, neurocirurgia, endocrinologia, urologia, cirurgia geral, cirurgia vascular, psiquiatria, cirurgia torácica, dermatologia, ginecologia, obstetrícia, pediatria e psicologia. Além disso, presta atendimento odontológico através do CEO – Centro de Especialidades Odontológicas e está implantando atendimento de saúde mental através do CAPS – Centro de Atenção Psicossocial. Dentre outros estabelecimentos particulares de saúde em Irati constam clínicas de cardiologia, oftalmologia, traumatologia e ortopedia, nefrologia e fisioterapia, dentre outras especialidades, além de laboratórios de análises clínicas e consultórios médicos e odontológicos particulares. Dados da SESA informam que em 2002 contabilizaram-se 18 óbitos de menores de um ano, para 852 nascidos vivos, resultando em um coeficiente de mortalidade infantil de 21,13 para cada 1.000 nascidos vivos. Em 2005 contabilizaram-se 17 óbitos de menores de um ano, para 908 nascidos vivos, resultando em um coeficiente de mortalidade infantil de 18,72 para cada 1.000 nascidos vivos, índices melhores dos que em 2002. Com relação à maternidade materna, a mesma fonte indica que no ano de 2002, dentre 852 nascidos vivos, não foi computado nenhum óbito materno, resultando em um coeficiente de mortalidade materna de 0,00 naquele ano. Em 2005, dentre 908 nascidos vivos também não se computou óbito materno, resultando em um coeficiente nulo de mortalidade materna. Do total de partos em 2002, 62,68% foram vaginais e 37,32% de cesarianas, enquanto o índice de gravidez na adolescência foi de 20,07%. Em 2005, 55,9% dos partos foram vaginais e 44,1% de cesarianas, enquanto o índice de gravidez na adolescência foi de 18,5%. No que diz respeito à mortalidade externa, dados da SESA indicam em 2002 que o coeficiente de mortalidade por 100.000 habitantes foi de 1,9 para tuberculose, 0,0 para AIDS e 11,3 para doenças infecciosas e parasitárias. O coeficiente para neoplasias foi de 152,7, o de acidentes 24,5, o de suicídios 3,8 e o de homicídios 9,4. No caso da hanseníase, o coeficiente de mortalidade em 2002 foi de 1,9 para 10.000 habitantes. Em 2005 a mesma fonte informa que o coeficiente de mortalidade por tuberculose foi de 7,3, de AIDS 0,0 e de doenças infecciosas parasitárias de 20,2. O de neoplasias foi de 124,8, o de acidentes 11,0, o de suicídios 11,0 e o de homicídios 33,0. No caso da hanseníase, o coeficiente de mortalidade em 2005 foi de 0,0 para 10.000 habitantes. Quanto à cobertura vacinal no Município, dados da SESA indicam que para vacina tetravalente em menores de um ano, contra difteria, tétano, coqueluche e meningite, foi de 77,32% em 2003, subindo para 108,78% em 2006. Contra hepatite B a cobertura aumentou de 76,08% para 109,15% no período 2003-2006. A cobertura da imunização contra tuberculose (BCG) teve aumento de 82,78% contra 113,72% e a contra poliomielite de 76,70% contra 108,30% no mesmo período. Ver FIGURA 42, FIGURA 43, FIGURA 44 e FIGURA 45. 125 FIGURA 42 – COBERTURA VACINA TETRAVALENTE EM MENORES DE UM ANO. 2003/2006 120 115 110 105 100 95 90 85 80 75 70 TETRAVALENTE 2003 2004 2005 2006 FONTE: SESA. FIGURA 43 – COBERTURA VACINA HEPATITE B EM MENORES DE UM ANO. 2003/2006 120 115 110 105 100 95 90 85 80 75 70 HEPATITE B 2003 2004 2005 2006 FONTE: SESA. FIGURA 44 – COBERTURA VACINA BCG EM MENORES DE UM ANO. 2003/2006 120 115 110 105 100 95 90 85 80 75 70 BCG 2003 2004 2005 2006 FONTE: SESA FIGURA 45 – COBERTURA VACINA POLIO EM MENORES DE UM ANO. 2003/2006 120 115 110 105 100 95 90 85 80 75 70 POLIO 2003 2004 2005 2006 FONTE: SESA 126 A assistência social está a cargo da Secretaria Municipal do Bem Estar Social, Habitação e Cidadania, que conta com cinco unidades de atendimento, nos bairros Centro, Engenheiro Gutierrez, Rio Bonito, Riozinho e Vila Nova. A Secretaria conta com três veículos, sendo necessária a aquisição de mais quatro, sendo um exclusivamente para o Programa do Leite. Outra demanda é a construção de local para encaminhamento de crianças e adolescentes dependentes químicos. Ver MAPA 19 – EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS PÚBLICOS. Dentre as ações executadas na área social consta o Programa Sentinela, de proteção e combate à violência contra a criança e o adolescente, em parceria com o Conselho Tutelar e o Governo Federal. O programa conta com uma psicóloga, uma assistente social e uma pedagoga, tendo atendido 69 pessoas em 2007. Há também o programa de combate à violência contra a mulher, com apoio de advogados da Prefeitura Municipal, que dão atendimento duas vezes por semana. Já o Bolsa Família atendia cerca de 1.800 famílias em 2007, contando com cinco funcionários encarregados de realizar visitas às famílias cadastradas, enquanto o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI, no âmbito do Sistema Único de Assistência Social – SUAS, atendeu 495 crianças em 2007, com atividades no contra-turno, realizadas em 12 locais no Município. Outro programa assistencial é o Programa Valorizando a Vida, com recursos do Fundo para Infância e Adolescência – FIA – do Governo Estadual, voltado à prevenção ao uso de drogas. Os objetivos principais deste programa são estimular o desenvolvimento de atividades artísticas e esportivas de crianças e adolescentes em situações de risco social e marginalidade. As atividades são desenvolvidas nos bairros Vila São João, Engenheiro Gutierrez, Lagoa, Rio Bonito e Canisianas, atendendo também os moradores dos bairros Vila Matilde, Promorar, Fernando Gomes, Jardim Aeroporto, Riozinho, Vila Raquel, Alto da Lagoa, Jardim das Orquídeas, Fósforo, Jardim Planalto, DER, Pedreira, Dallegrave, Santo Antonio, Nossa Senhora da Luz, Choma, Vila Nova, Nhapindazal e Alto da Glória. Há ainda o Programa Vivendo nos Bairros, em parceria com o PROVOPAR, para realização de atividades culturais e esportivas em cinco bairros da Cidade. O projeto oferece oficinas de dança, teatro, esportes e música para as crianças e adolescentes, buscando desenvolver a vivência em comunidade e a prevenção da violência. Por fim, consta o Projeto Jovem Aprendiz, voltado aos alunos na faixa de 14 a 18 anos, em convênio com o SENAI, que pretende capacitar os jovens para o dia-a-dia no campo, com enfoque no empresariado rural. Dentre as solicitações do setor constam a implementação de programas voltados à terceira idade, tendo em vista o aumento da população nessa faixa etária. Tais programas poderiam ter apoio do PROVOPAR, que já disponibiliza vários cursos à comunidade, tais como bordado, tricô, crochê, patchwork, pintura, costura e manicure. 10.6.6. Cultura, Esporte e Lazer O Município de Irati apresenta vários equipamentos voltados à cultura, à prática de esportes e ao lazer, tendo muitos deles sido inaugurados por ocasião de seu centenário, em 2007. Conforme comentado anteriormente, a Cidade conta com o Parque Aquático e de Exposições Santa Terezinha, compreendendo, além do pavilhão de exposições, lago, canchas cobertas, pista de caminhada e ciclismo, playground, churrasqueiras e um circuito de trem que percorre o parque, somando 870 m de trilhos. Ver MAPA 19 – EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS PÚBLICOS. Outro espaço público dedicado a eventos é o Centro de Tradições Willy Laars, voltado à realização de rodeios e competições afins. Surgido em função do crescimento do movimento tradicionalista gaúcho em Irati, a área, de aproximadamente 103 mil m2, foi adquirida em 1988 e hoje abriga o Rodeio de Irati, o maior rodeio crioulo do Estado. Destaca-se também o Kartódromo Ildefonso Zanetti, inaugurado em 1974 e objeto de reforma em 2002. O Kartódromo de Irati foi o segundo no Estado construído para esse fim, tendo sua pista 824 m de comprimento e 6 m de largura. Ver FIGURA 46. A Cidade conta com três estádios de futebol, sendo um municipal, o Estádio Abraham Nagib Nejm, e dois particulares: o Estádio Coronel Emílio Gomes, localizado em Rio Bonito e pertencente ao Iraty Sport Club, clube de futebol profissional fundado em 21/04/1914, um dos mais antigos do Estado, e o Estádio Fioravante Slavieiro localizado no Centro e pertencente ao Clube Atlético União Olímpico – CAUO, clube de futebol amador fundado em 18/05/1951. Outros clubes de futebol amador são o América Esporte Clube, Clube Rio Bonito – CRB, Guarani Futebol Clube, Guarany Esporte 127 Clube, Guamirim Esporte Clube, Associação Atlética Pinho de Baixo, União Esporte Clube, Juventus Futebol Clube e Sanhaço Sport Club. Ver FIGURA 47 e FIGURA 48. FIGURA 46 – KARTÓDROMO ILDEFONSO ZANETTI FONTE: PREFEITURA MUNICIPAL DE IRATI FIGURA 47 – IRATY SPORT CLUB FONTE: PREFEITURA MUNICIPAL DE IRATI Existem ainda 5 ginásios de esportes, sendo o maior deles o Ginásio Municipal Agostinho Zarpellon Junior, com capacidade para 2.800 pessoas, seguido pelo Ginásio do SESI, com capacidade para 1.000 pessoas. Há ainda o ginásio da Praça Etelvina Gomes de Andrade, para 600 pessoas, o do Rio Bonito, para 500 pessoas, e o do CAIC, para 400 pessoas. Além disso, contam-se 20 quadras poliesportivas, localizadas nos diversos bairros da Cidade. Ver FIGURA 49. 128 FIGURA 48 – CLUBE ATLÉTICO UNIÃO OLÍMPICO FONTE: PREFEITURA MUNICIPAL DE IRATI FIGURA 49 – GINÁSIO DE ESPORTES AGOSTINHO ZARPELLON JUNIOR FONTE: PREFEITURA MUNICIPAL DE IRATI Dentre as praças, destacam-se a Praça da Bandeira, palco da realização de atos cívicos, a Praça Edgard Andrade Gomes, dotada de playground, pista de skate, cancha de futebol e área de lazer, e a Praça Etelvina de Andrade Gomes, localizada em frente à Igreja Nossa Senhora da Luz e dotada de playground, sanitários, ginásio de esportes e lanchonete. Ver FIGURA 50 e FIGURA 51. 129 FIGURA 50 – PRAÇA DA BANDEIRA FONTE: PREFEITURA MUNICIPAL DE IRATI FIGURA 51 – PRAÇA ETELVINA ANDRADE GOMES FONTE: PREFEITURA MUNICIPAL DE IRATI No que tange aos estabelecimentos culturais, conta com a Casa da Cultura, instalada na Cidade em um antigo casarão do início do século XX e que guarda em seu acervo parte da história do Município, e com a Casa da Memória Étnica, localizada no Distrito de Gonçalves Junior. Está em construção o Centro Cultural Denise Stoklos, na região central da Cidade, com 4.726m2 de área, abrigando teatro e espaço para cursos e oficinas. Ver FIGURA 52 e FIGURA 53. 130 FIGURA 52 – CASA DA CULTURA FONTE: PREFEITURA MUNICIPAL DE IRATI FIGURA 53 – CASA DA MEMÓRIA ÉTNICA EM GONÇALVES JUNIOR FONTE: MAXPLAN Em 2005 foi inaugurada a Casa do Artesão, espaço para divulgação do artesanato local, que compreende peças de entalhe em madeira, porcelana, brolha, sabonetes, velas aromáticas, chinelos, sandálias, conservas, geléias e bolachas entre outros itens. Há também na Cidade a Biblioteca Pública Municipal, que conta com acervo de aproximadamente 30 mil livros e, além de disponibilizar seu acervo para consulta, também desenvolve projetos tais como Hora do Conto e Biblioteca Itinerante, de incentivo à leitura. O Município conta com ainda com o Cine Irati Unicentro, fruto de convênio entre a Prefeitura Municipal e a Unicentro. O projeto prevê sessões gratuitas para estudantes de escolas municipais e 131 preços reduzidos para os demais estudantes, compreendendo sala de exibições com capacidade para 130 pessoas. Atualmente são oferecidas sessões diárias às 20h30, sendo que aos domingos há sessões extras às 18h. Está em projeto a construção de um centro cultural com teatro, tendo sido adquirida a área para tal, o que suprirá uma importante lacuna para a comunidade iratiense. Dentre os grupos de folclore do Município constam o Centro de Tradições Polonesas Três de Maio, fundado em 1986, e o Grupo Folclórico Ucraniano Ivan Kupalo, fundado em 1976, destacandose ambos pelas apresentações de dança, trajes típicos e demais manifestações artísticas e culturais de suas etnias. Há ainda o Centro de Tradições Gaúchas Esteio da Esperança, fundado em 2001, e o Centro de Tradições Gaúchas XV de Julho, fundado em 1998, sendo ambos voltados à dança, declamação e demais manifestações do folclore gaúcho. - Há também outros clubes e associações culturais e recreativos na Cidade, tais como: Sociedade Beneficente Cultural Iratiense, fundado em 1916 por integrantes da colônia polonesa; Sociedade União Operária Beneficente e Recreativa de Irati, fundada em 1921; Clube do Comércio, fundado em 1924, onde atualmente funcionam a Academia de Letras, Artes e Ciências do Centro-Sul do Paraná – ALACS; Clube União Recreativo Sete de Setembro, fundado em 1925; Samuara Clube de Campo, fundado em 1963; Associação Atlética Banco do Brasil, fundada em 1965; Associação Banestado, fundada em 1967; Clube Pérola da Serra, fundado em 1967; Associação dos Funcionários Públicos Municipais, fundada em 1984; Associação Copel, fundada em 1989; Associação da Polícia Militar, fundada em 1993; Associação dos Contabilistas, fundada em 1999. No que diz respeito aos eventos comemorativos, destacam-se o Aniversário do Município, dia 15 de julho, e a Festa da Padroeira, Nossa Senhora da Luz, dia 08 de setembro. Também há comemorações nos dias de São Cristóvão, 27 de julho, de São Miguel, 29 de setembro, e de Nossa Senhora das Graças, 27 de novembro. Outras festas religiosas realizadas em Irati são a Romaria e a Via Sacra em Itapará, durante a quaresma, e o Teatro da Paixão de Cristo. Destacam-se ainda a Festa Polonesa, no 1º domingo de maio, a Feira do Kiwi, naquele mesmo mês, o Rodeio de Irati, como parte dos festejos de aniversário do Município, em julho, a Festa das Nações, em agosto, a Deutsches Fest, com o Baile do Chope e da Lingüiça, em novembro, e a Festa do Pêssego, em dezembro. 10.6.7. Segurança Pública e Defesa Civil A segurança pública no Município é feita através da Delegacia de Polícia Civil, da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, além de um posto da Polícia Rodoviária Estadual, localizado na BR277, km 245. A 41ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Irati é subordinada à 13ª Subdivisão Policial de Ponta Grossa, contando com um quadro de quatro investigadores, três escrivães, um delegado e dois agentes, que dispõem de 5 viaturas. Ver MAPA 19 – EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS PÚBLICOS. Atualmente há cerca de 55 presos na Delegacia, sendo a maioria por crimes contra o patrimônio, tais como furtos, roubos e estelionatos, muitos deles relacionados ao consumo de drogas. Os bairros Alto da Lagoa e Vila Raquel são os mais atingidos pelo tráfico de drogas, principalmente de crack e maconha, mas mesmo assim a criminalidade ainda é considerada baixa no Município. De acordo com policiais, a maior necessidade da Polícia Civil seria o aumento do efetivo, com a contratação de mais oito investigadores e quatro escrivães. A 2ª Companhia de Polícia Militar de Irati está subordinada ao 1º Batalhão de Polícia Militar do Paraná, com sede em Ponta Grossa. Atualmente, o 1º BPM cobre 19 municípios da Região dos Campos Gerais, estando dividido em três Companhias, sendo a 1ª Companhia sediada em Ponta Grossa, a 2ª Companhia em Irati e a 3ª Companhia em Castro. A 2ª Companhia atende outros dez municípios além de Irati (Rio Azul, Rebouças, Fernandes Pinheiro, Teixeira Soares, Imbituva, Guamiranga, Ivaí, Ipiranga, Palmeira e Porto Amazonas), bem como o Distrito de Witmarsun. 132 Até 1971, a 2ª Companhia funcionava junto à Delegacia de Polícia Civil, passando a partir desta data a ocupar um prédio cedido pela Prefeitura Municipal, no Centro da Cidade, onde permaneceu até 1998. Atualmente ocupa outro prédio também cedido pela Prefeitura Municipal, situado no Bairro Rio Bonito. Informações da Polícia Militar dão conta de que é grande o número de acidentes de trânsito em Irati, principalmente nos cruzamentos da Cidade. O Corpo de Bombeiros de Irati está subordinado ao 2º Grupamento de Bombeiros de Ponta Grossa. Além do posto localizado no Centro da Cidade, há também um posto na Vila São João, junto ao Jardim Aeroporto. Em 2006 foram registradas 1.634 ocorrências atendidas pelo Corpo de Bombeiros, sendo 316 acidentes de trânsito, 206 agressões, 56 buscas e salvamentos, 530 casos clínicos, 48 incêndios, 181 incêndios florestais, 293 quedas e três casos de queimadura ou choque elétrico, além de 174 ações de prevenção e auxílio à população. Em 2007 foram registradas 1.578 ocorrências, sendo 352 acidentes de trânsito, 184 agressões, 58 buscas e salvamentos, 499 casos clínicos, 54 incêndios, 122 incêndios florestais, 302 quedas e sete casos de queimadura ou choque elétrico, além de 243 ações de prevenção e auxilio à população. Apesar da diminuição de -3,4% no total de atendimentos em relação ao ano anterior, percebe-se que os acidentes de trânsito aumentaram 11,4%, assim como as buscas e salvamentos, os incêndios, as quedas e os casos de queimadura ou choque elétrico. 133 MAPA 19 – EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS PÚBLICOS 134 11. SISTEMA DE CONTROLE DE DECISÕES 11.1. LEGISLAÇÃO VIGENTE A legislação urbanística constitui o meio pelo qual o poder público municipal estabelece as normas que orientam, condicionam e disciplinam o relacionamento da população com a sua cidade, no que se refere ao uso e à ocupação do solo. Porém, mais do que estabelecer normas disciplinadoras para a convivência harmoniosa da sociedade com e no habitat urbano, essa legislação deve propor um modelo de organização e construção da cidade capaz de promover a adesão e constituir um projeto comum de toda a sociedade. Por isso, a legislação de controle do uso do solo tem que traduzir com clareza qual o tipo de projeto urbanístico proposto para a cidade e qual a forma de inserção dos cidadãos na consecução desse projeto ao longo do tempo. Para tanto, as leis urbanísticas devem ser discutidas e amadurecidas amplamente antes de serem aprovadas, de sorte que, uma vez colocadas em vigor, não venham a sofrer alterações a todo instante, para não gerar descrédito e perda de adesão por parte da sociedade, bem como para não estimular grupos sociais e econômicos a tentarem modificá-las em favor de interesses subalternos. Soma-se a isso o fato de que as mudanças na legislação urbanística, quando freqüentes, desorganizam o funcionamento da cidade, deixando-a sem diretrizes definidas de desenvolvimento, desestimulam e paralisam os investimentos privados, geram insegurança na população e, não raro, ferem direito adquirido, provocando ações judiciais contra a Municipalidade. Apesar disso, quando as leis urbanísticas revelam deficiências tais que, comprovadamente, introduzem distorções no processo de desenvolvimento da cidade, pondo em risco a desejada qualidade do território e do espaço construído, justifica-se a sua revisão e, se necessário for, a sua completa substituição. Contudo, é preciso um tempo razoável de observação para verificar os efeitos dela decorrentes e construir juízo de valor acerca de sua correção técnica e da sua eficácia em sanar deficiências, aproveitar potencialidades e implementar o modelo de desenvolvimento proposto. A experiência mostra que as cidades cujas administrações municipais trocam sua legislação urbanística com freqüência acabam sem nenhuma. Por isso, os especialistas recomendam que 5 anos seria o prazo mínimo para se poder aquilatar convenientemente a validade de uma legislação urbanística, antes de alterá-la. 11.1.1. Lei Orgânica do Município A Lei Orgânica do Município de Irati que se encontra em vigor foi promulgada em 15 de julho de 1990. Em seu Título I, Capítulo II, que trata das Competências do Município, a Lei abrange questões relativas ao planejamento e ordenamento territorial, à proteção do patrimônio e do meio ambiente, ao regulamento de edificações e atividades, e a outros tópicos relacionados ao Plano Diretor Municipal, nos seguintes artigos: “Art. 7º. Compete ao Município: (...) VIII – Promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, parcelamento e da ocupação do solo urbano e rural; IX – Promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual; (...) XIII – Elaborar o Plano Diretor da cidade; (...) XV – Instituir normas de edificação, loteamento, arruamento e zoneamento urbano, fixando limitações urbanísticas; (...) XXV – Garantir a defesa do meio ambiente e da qualidade de vida; (...) XXXII – Ordenar as atividades urbanas, fixando condições e horários para funcionamento de estabelecimentos; (...) Art. 8º. É de competência do Município, juntamente com a União e o Estado: (...) 135 III – Proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; (...) VI – Proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII – Preservar a floresta, a fauna e a flora; (...) IX – Promover programas de construção de moradias e melhorias das condições habitacionais e de saneamento básico;” Já no Título III, Capítulo I, que trata do Planejamento Municipal, a Lei cita a necessidade de um processo permanente de gestão, mediante a implantação de um Sistema de Planejamento, em obediência aos objetivos e diretrizes do Plano Diretor, conforme segue: “Art. 82. O Município deverá organizar sua Administração, exercer suas atividades e promover sua política de desenvolvimento urbano dentro de um processo de planejamento permanente, atendendo aos objetivos e diretrizes estabelecidas no Plano Diretor e mediante um adequado Sistema de Planejamento. Parágrafo Único: O Plano Diretor é o instrumento orientador e básico dos processos de transformação do espaço urbano e de sua estrutura territorial, servindo de referência para todos os agentes públicos e privados que atuam na cidade. (...) Art. 84. Lei Municipal definirá o sistema, as diretrizes e bases do planejamento e desenvolvimento municipal equilibrado, harmonizando-o ao planejamento estadual e nacional e visando: I – Ao desenvolvimento social e econômico; II – Ao desenvolvimento urbano e rural; III – À ordenação do território; (...) Art. 86. O planejamento municipal será realizado por intermédio de um órgão municipal único, o qual sistematizará as informações básicas, coordenará os estudos e elaborará os planos e projetos relativos ao planejamento do desenvolvimento municipal, e supervisionará a implantação do Plano Diretor da Cidade. Art. 87. O planejamento municipal terá a cooperação das associações representativas de classes, de profissionais e comunitárias, mediante encaminhamento de projetos e reivindicações, diretamente ao órgão de planejamento do Poder Executivo.” Em seu Título III, Capítulo II, que trata das obras e serviços municipais, a Lei Orgânica Municipal determina que as obras e serviços públicos deverão ser executados em conformidade com o Plano Diretor da Cidade, conforme segue: “Art. 89. As obras e serviços públicos serão executados de conformidade com o planejamento do desenvolvimento integrado do Município. (...) § 2º. As obras públicas realizadas em Irati seguirão estritamente o Plano Diretor da Cidade.” Mais adiante, em seu Título V, Capítulo II, que trata da Política Urbana, a Lei estabelece a política urbana do Município e dispõe sobre o Plano Diretor da Cidade, mencionando aspectos referentes ao cumprimento da função social da propriedade urbana. A Lei garante a possibilidade de aplicação dos instrumentos de parcelamento compulsório, IPTU progressivo no tempo e desapropriação em casos de imóveis não edificados, sub-utilizados ou não utilizados, a saber: “Art. 138. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público Municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em Lei Federal, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes. § 1º. O Plano Diretor, aprovado em Câmara Municipal, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana. § 2º. A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no Plano Diretor. (...) 136 § 4º. É facultado ao Poder Público Municipal, mediante lei específica para área incluída no Plano Diretor, exigir, nos termos da Lei Federal, do proprietário do solo urbano não edificado, sub-utilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente de: I – Parcelamento ou edificação compulsória; II – Impostos sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo; III – Desapropriação com pagamento mediante título da dívida pública (...). § 5º. O disposto no parágrafo anterior só será aplicável a áreas incluídas no Plano Diretor da Cidade como destinadas a: I – Construção de conjuntos habitacionais pra residências populares; II – Implantação de vias urbanas ou logradouros públicos; III – Edificação de hospitais, escolas, postos de saúde, creches ou outras construções de relevante interesse social. Art. 139. A política municipal de desenvolvimento urbano visa a assegurar, dentre outros objetivos: I – A urbanização e a regularização de loteamentos de áreas fundiárias e urbanas; II – A cooperação das associações representativas no planejamento urbano municipal; III – O estímulo à preservação de áreas periféricas de produção agrícola e pecuária; IV – A garantia de preservação, da proteção e da recuperação do meio ambiente; V – A criação e manutenção de parques de especial interesse urbanístico, social, ambiental, turístico e de utilização pública; VI – A utilização racional do território e dos recursos naturais, mediante controle da implantação e do funcionamento de atividades industriais, comerciais, residenciais e viárias. Art. 140. O Plano Diretor disporá, além de outros, sobre: I – Normas relativas ao desenvolvimento urbano; II – Política de formulação de planos setoriais; III – Critério de parcelamento, uso e ocupação do solo e zoneamento, prevendo áreas destinadas a moradias populares, com facilidades de acesso aos locais de trabalho, serviços e lazer; IV – Proteção ambiental; V – A ordenação de usos, atividades e funções de interesse zonal; VI – A segurança dos edifícios, sua harmonia arquitetônica, alinhamento, nivelamento, ingressos, saídas, arejamento, número de pavimentos e sua conservação; VII – Delimitação da zona urbana e de expansão urbana; VIII – Traçado urbano, com arruamentos, alinhamentos, nivelamento das vias públicas, circulação, salubridade, segurança, funcionalidade e estética da cidade. § 1º I controle do uso e ocupação do solo urbano implica, dentre outras, nas seguintes medidas: I – Regulamentação do zoneamento, definindo-se as áreas residenciais, comerciais, industriais, institucionais e mistas; II – Especificação dos usos conformes, desconformes e tolerados em relação a cada área, zona ou bairro da cidade; III – Aprovação ou restrição dos loteamento; IV – Controle das construções urbanas; V – Proteção estética da cidade; VI – Preservação paisagística, monumental, histórica e cultural da cidade; VII – Controle da poluição. 11.1.2. Plano Diretor Municipal Com respeito ao instrumental de leis destinadas a disciplinar a gestão territorial no Município, cabe comentar a Lei n°. 2.161, de 21 de dezembro de 2004, que aprovou o Plano Diretor Municipal de Irati, em conformidade com os princípios do Estatuto da Cidade. O Plano Diretor Municipal de Irati promoveu adaptação no instrumental legal existente, referentes às seguintes leis e códigos municipais: - Lei do Plano Diretor Municipal, que encaminha as sucessivas edições do Plano Diretor Municipal para aprovação; - Lei de Zoneamento, Uso e Ocupação do Solo, que classifica e regulamenta a destinação de uso e ocupação do solo urbano e a hierarquia viária, especialmente quanto às atividades permitidas e à densidade de ocupação; 137 - Lei de Parcelamento do Solo, que regula os loteamentos, desmembramentos e remembramentos na zona urbana; Lei Municipal das Unidades Territoriais, que define os perímetros urbanos, a zona de transição urbano-rural e os limites entre bairros e distritos municipais; Código de Arquitetura, Obras e Edificações, que regulamenta as construções, especialmente com vistas à sua habitabilidade, segurança, higiene e inserção na paisagem urbana; Código Municipal de Posturas, que regulamenta as ações dos munícipes com vistas ao convívio comunitário, à salubridade, ao bem estar e à segurança públicos; Lei Municipal da Planta Genérica de Valores, que trata dos valores de referência para efeito do cálculo dos impostos municipais como o IPTU e o ITBI; Código Tributário Municipal, que regulamenta a incidência dos tributos municipais; Lei Municipal do ISS, que regulamenta a aplicação do Imposto Sobre Serviços. Também propôs a implantação gradativa de outras leis, tais como: Lei Municipal de Impacto de Vizinhança, que disciplina a implantação de empreendimentos geradores de impacto; Lei Municipal do Patrimônio Histórico, Artístico, Cultural e Paisagístico, que garante a preservação, manutenção, valorização e recuperação do patrimônio histórico-cultural, artístico e paisagístico do Município; Lei de Zoneamento e das Atividades e Edificações nos Distritos Rurais, que define o zoneamento das sedes distritais na área rural; Lei Municipal de Resíduos Sólidos Urbanos e Rurais, que regulamenta a geração, coleta, destinação final, aterro e reciclagem de resíduos sólidos urbanos e rurais; Código Sanitário Municipal, que regulamenta sobre a produção, distribuição e consumo de produtos alimentícios, serviços de saúde e segurança no trabalho, garantindo a segurança da população. A Lei de Zoneamento, Uso e Ocupação do Solo aprovada em 2004, por ocasião do Plano Diretor Municipal, definiu as seguintes zonas: - ZCS – Zona de Comércio e Serviço; - ZRDM I – Zona Residencial de Média Densidade 1; - ZRMD II – Zona Residencial de Média Densidade 2; - ZRBD – Zona Residencial de Baixa Densidade; - ZEPPA – Zona Especial de Proteção Paisagística; - ZEPP – Zona Especial de Proteção Permanente; - ZI – Zona Industrial; - VCVB – Via de Comércio Vicinal e de Bairros; - VCE – Via de Comércio Especifico. Recentemente foi alterado o zoneamento de uso e ocupação do solo urbano, através da Lei n°. 2.512, de 22 de dezembro de 2006. Esta alteração, em vigor até hoje, veio a acrescer novas zonas e alterar as existentes, a saber: - ZCSM – Zona de Comércio, Serviço e Manufaturados; - ZRMD I – Zona Residencial de Média Densidade 1; - ZRMD II – Zona Residencial de Média Densidade 2; - ZRBD – Zona Residencial de Baixa Densidade; - ZEPPA – Zona Especial de Preservação Paisagística; - ZEPP – Zona Especial de Preservação Permanente; - ZIHC – Zona de Interesse Histórico-Cultural; - ZI I – Zona Industrial 1; - ZI II – Zona Industrial 2; - ZIE – Zona Industrial de Expansão; - VCSVB ZRMD I – Via de Comércio e Serviço Vicinal de Bairro Zona Residencial de Média Densidade 1; - VCSVB ZRMD II - Via de Comércio e Serviço Vicinal de Bairro Zona Residencial de Média Densidade 2; - VCSVB ZRBD - Via de Comércio e Serviço Vicinal de Bairro Zona Residencial de Baixa Densidade - VCE – Via de Comércio Específico; - ARU – Área com Restrição de Uso; - ZT – Zona de Transição Urbano-Rural. 138 O uso e a ocupação do solo permitidos e permissíveis em cada uma das zonas foram definidos no Anexo I da referida Lei, enquanto os parâmetros de ocupação constam do Anexo II. Ver TABELA 27 e TABELA 28. TABELA 27 – USO E OCUPAÇÃO DO SOLO URBANO E DA ZONA DE TRANSIÇÃO URBANORURAL. 2006 ZONA ZCSM ZRMD I ZRMD II ZRBD ZEPPA ZEPP ZIHC ZI I ZI II ZIE VCSVB ZRMD I VCSVB ZRMD II VCSVB ZRBD VCE ARU PERMITIDO Habitação coletiva Comércio e serviço de bairro Comércio e serviço vicinal Habitação unifamiliar Habitação geminada Habitação coletiva Habitação unifamiliar Habitação unifamiliar Chácaras Observar legislação específica Indústrias e agroindústrias Comércio e serviço vicinal Comércio e serviço vicinal Comércio e serviço vicinal Comércio e serviço geral Escola, cinema, teatro, biblioteca, museu ZT Observar legislação específica FONTE: PREFEITURA MUNICIPAL DE IRATI PERMISSÍVEL Habitação unifamiliar Habitação geminada Estacionamento de veículos Comércio e serviço de bairro Comércio e serviço vicinal Habitação geminada Habitação coletiva Posto de abastecimento e lava rápido Comércio e serviço de bairro Comércio e serviço vicinal Comércio e serviço específico Atividades não incômodas realizadas na própria residência Observar legislação específica Comércio e serviço geral Transportadoras Hotel, restaurante, lanchonete, motel e posto de abastecimento Comércio e serviço de bairro Comércio e serviço de bairro Comércio e serviço específico Comércio e serviço de bairro Comércio e serviço específico Transportadora, editora e gráfica Comércio e serviço de bairro Comércio e serviço vicinal Outras finalidades aprovadas pelo Conselho Municipal de Urbanismo Observar legislação específica TABELA 28 – PARÂMETROS DE OCUPAÇÃO DO SOLO URBANO. 2004 ZONA ÁREA MÍNIMA TESTADA MINIMA TAXA DE OCUPAÇÃO Nº COEFICIENTE DE (m2) (m) (%) PAVIMENTOS APROVEITAMENTO ZCSM 300 10 100% 8 8 ZRMD I 300 10 70% 8 5,6 ZRMD II 360 10 60% 4 2,4 ZRBD 450 12 50% 2 1,0 ZI I e ZI II 2.500 40 ZEPPA 2500 40 2 ZEPP VCSVB 300 10 100% 2 2 VCE 300 10 100% 2 2 Obs: 1 – A ocupação de 100% só é válida até 6,00m (seis metros) de altura (loja e sobreloja), a partir daí a taxa de ocupação é de 70%. 2 – Os lotes de esquina devem possuir área 30% maior que o especificado acima. O recuo frontal, na sua maior dimensão, poderá ser reduzido para 3,00m. 3 – Na ZRMD I e ZCSM poderão ser construídos edifícios com até 8 (oito) pavimentos. Acima desse número somente autorização com anuência do Conselho Municipal de Urbanismo. 4 – Para o caso específico de projetos habitacionais de interesse social, a municipalidade, juntamente com o Conselho Municipal de Urbanismo, poderá autorizar o desmembramento em lotes menores. 5 – Na ZEPP não serão permitidas novas áreas de ocupação. 6 – Para edificações geminadas, a testada mínima para cada unidade será de 7,00m (sete) metros, não considerando terrenos de esquina para esse caso. FONTE: PREFEITURA MUNICIPAL DE IRATI A Lei de Parcelamento do Solo em vigor ainda é a Lei n°. 2.166, de 21/12/04, instituída por ocasião do Plano Diretor Municipal de 2004. O mesmo ocorre com o Código de Arquitetura, Obras e Edificações, instituído através da Lei n°. 2.163/04, com o Código de Posturas, instituído através da Lei n°. 2.162/04, e com a Lei Municipal das Unidades Territoriais, instituída através da Lei n°. 2.164. 139 11.2. ESTRUTURA ADMINISTRATIVA PARA O PLANEJAMENTO A estrutura administrativa da Prefeitura Municipal de Irati, instituída pela Lei Municipal n°. 2.176 de 28 de dezembro de 2004, é constituída dos seguintes órgãos: I. Órgão Colegiado Superior – Gabinete do Prefeito a. COMDEG – Conselho Municipal de Desenvolvimento e Gestão Participativa II. Órgãos Colegiados de Aconselhamento Técnico e Político a. Comissão da Carta Genérica de Valores b. Comissão de Trânsito c. Comissão Municipal de Defesa Civil d. Conselho de Alimentação Escolar e. Conselho Diretor do FUNREBOM f. Conselho Municipal Antidrogas g. Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle Social do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério h. Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle Social do Programa de Garantia de Renda Mínima i. Conselho Municipal de Assistência Social j. Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável k. Conselho Municipal da Saúde l. Conselho Municipal de Segurança m. Conselho Municipal de Turismo n. Conselho Municipal de Urbanismo o. Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente p. Conselho Municipal do Trabalho III. Órgãos de Assessoramento Direto a. Gabinete b. Ouvidoria Pública Municipal c. Procuradoria Geral d. Assessoria Social e Imprensa e. Assessoria Especial de Segurança Pública e Defesa Civil IV. Órgão Especial de Controle Interno a. Unidade de Controle Interno V. Órgãos de Administração Auxiliar a. Secretaria de Administração e Recursos Humanos i. Departamento de Administração Geral ii. Departamento de Recursos Humanos e Pessoal iii. Departamento de Patrimônio iv. Departamento de Arquivo e Documentação v. Departamento de Serviços Gerais vi. Departamento de Informática e Processamento de Dados b. Secretaria de Finanças e Tributação i. Departamento de Tributação ii. Departamento de Fiscalização iii. Departamento de Tesouraria iv. Departamento de Contabilidade v. Departamento de Licitação e Compras c. Secretaria de Planejamento e Coordenação i. Departamento de Planejamento Físico Territorial e Desenho Urbano ii. Departamento de Planejamento Estratégico e Econômico Financeiro iii. Departamento de Cartografia e Geoprocessamento iv. Coordenadoria Especial de Atendimento ao Público d. Coordenadoria Especial de Órgãos Colegiados VI. Órgãos de Administração Específica a. Secretaria de Arquitetura, Engenharia e Obras i. Departamento de Obras e Conservação Predial ii. Departamento de Projetos de Arquitetura e Engenharia iii. Departamento de Controle, Licenciamento e Fiscalização b. Secretaria de Viação e Serviços Urbanos i. Departamento de Serviços Urbanos ii. Departamento de Resíduos Sólidos iii. Departamento Rodoviário Municipal iv. Departamento de Trânsito e Fiscalização Rodoviária 140 c. Secretaria de Agricultura e Abastecimento i. Departamento de Produção Vegetal, Agricultura e Abastecimento ii. Departamento de Pecuária iii. Departamento de Arrecadação e Tributos Rurais d. Secretaria de Educação i. Departamento de Educação Infantil ii. Departamento de Educação de Jovens e Adultos iii. Departamento de Ensino Fundamental iv. Departamento de Educação Especial v. Departamento de Esportes e Recreação Escolar vi. Departamento de Transporte Escolar vii. Departamento de Documentação Escolar viii. Departamento de Educação Extracurricular ix. Departamento de Capacitação Profissional x. Departamento de Almoxarifado e Intendência Geral e. Secretaria de Saúde i. Departamento Médico ii. Departamento de Odontologia iii. Departamento de Enfermagem iv. Departamento de Medicina Preventiva e Terapias Complementares v. Departamento de Educação e Vigilância Sanitária f. Secretaria do Bem Estar Social, Habitação e Cidadania i. Departamento de Atendimento e Serviço Social Integrado ii. Departamento de Programas e Projetos de Resgate e Promoção Social iii. Departamento de Habitação de Interesse Social g. Secretaria do Patrimônio Histórico, Turismo, Cultura, Lazer e Desportos i. Departamento de Cultura e Legado Étnico ii. Departamento de Turismo iii. Departamento de Museus e Patrimônio Histórico iv. Departamento de Desportos, Lazer e Recreação h. Secretaria de Ecologia e Meio Ambiente i. Departamento de Estudos e Pesquisas Ecológicas ii. Departamento de Preservação e Educação Ambiental iii. Departamento de Meio Ambiente e Controle da Poluição i. Secretaria de Indústria, Comércio, Serviços e Artesanato i. Departamento de Indústria ii. Departamento de Comércio e Serviços iii. Departamento de Artesanato Utilitário, Fomento e Empreendedorismo VII. Órgãos de Colaboração com o Governo Federal a. Junta do Serviço Militar b. Unidade Municipal de Cadastramento – INCRA VIII. Órgão de Colaboração com a Caixa de Aposentadoria e Pensão dos Servidores Municipais de Irati – CAPSIRATI De acordo com o texto da lei, a Secretaria de Planejamento e Coordenação – SEPLANC – tem como finalidade articular as atividades de planejamento de todas as secretarias setoriais, otimizando meios e resultados de modo continuado, através da manutenção de um banco de dados cartográficos e sócio-econômicos georreferenciados. É também o órgão responsável por elaborar e implementar o Plano Diretor Municipal, sob as diretrizes do Conselho Municipal de Desenvolvimento e Gestão Participativa – COMDEG. O COMDEG é o órgão colegiado máximo do Sistema de Planejamento Municipal – SisPlam, sendo responsável pelo permanente aperfeiçoamento dos instrumentos legais relativos à implementação do Plano Diretor Municipal, em consonância com as demais secretarias municipais e conselhos instituídos. Tem entre suas atribuições examinar e dar pareceres sobre programas e projetos públicos e privados encaminhados, bem como dirimir dúvidas e omissões no âmbito da legislação do Plano Diretor Municipal. - Já a Secretaria de Arquitetura, Engenharia e Obras tem as seguintes atribuições: Executar os serviços de manutenção de parques, praças e jardins públicos e arborização; Fiscalizar as atividades permitidas e concedidas pelo Município; Fiscalizar os loteamentos; Promover a execução de aterros e terraplenagens para construções; 141 - Executar serviços de topografia; Manter atualizada a planta cadastral do Município; Promover a elaboração de projetos de obras públicas; Promover a construção e a conservação dos próprios municipais; Executar ou coordenar a construção de obras públicas e de programas habitacionais. 11.3. CAPACIDADE DE INVESTIMENTO E DE ENDIVIDAMENTO DO MUNICÍPIO Para efetuar a análise da capacidade de investimento e de endividamento do Município de Irati, foram utilizados os elementos contábeis indicados na Lei Federal nº. 4320/64, sendo eles: o Anexo 2, contendo as receitas e despesas por categorias; o Anexo 14, retratando o balanço patrimonial, incluindo os ativos e passivos; o Anexo 16, com o demonstrativo da dívida fundada; e o Anexo 17, que traz o demonstrativo da dívida flutuante. Além desses anexos da lei, foram considerados também o cronograma de recebimento das operações de crédito em processo de liberação, ou a liberar, e o cronograma de pagamentos dos juros e amortizações das dívidas constantes do Anexo 16 e das operações de crédito em processo de liberação, ou a liberar. A partir desses elementos, foram construídas quatro tabelas analíticas, sendo a primeira com as receitas por fontes; a segunda com as despesas por tipos de usos e a capacidade de investimento; a terceira com a composição das dívidas; e a quarta com a capacidade de endividamento. A abordagem da capacidade de investimento e de endividamento do Município realizada a seguir será iniciada com a análise da situação atual, para efeito de se efetuar o diagnóstico da saúde financeira do Município e, em seqüência, passará a projetar a capacidade de investimento com recursos próprios e de contrair empréstimos, no horizonte de abrangência do presente plano. 11.3.1. Situação Atual das Finanças Municipais Dados históricos do período 1997-2007 apontam para uma alternância de superávits e déficits primários no Município ao longo dos anos, apesar do aumento havido na arrecadação, principalmente no que se refere às receitas próprias, provenientes de tributos e serviços prestados. No entanto, as despesas totais diminuíram muito pouco no período, sendo principalmente os investimentos a variável de ajuste das contas públicas no período analisado, fato esse que demanda ajustes por parte da Adminstração Municipal. Observando-se a TABELA 29 que contém as receitas do Município, percebe-se que receitas correntes cresceram 89,3% entre 2003 e 2007, passando de R$ 26,8 milhões para R$ 50,8 milhões nesse último ano. Nesse período observa-se que a proporção das transferências em relação às receitas correntes diminuiu de 75,8% para 71,7%, o mesmo ocorrendo com a receita tributária, cuja participação caiu de 15,5% para 11,1%, e patrimonial, de 2,9% para 2,8%. Já a receita proveniente de contribuições teve aumento, passando de 2,5% para 6,5% no período, o mesmo ocorrendo com as chamadas “outras receitas correntes”, cuja participação subiu de 2,7% para 7,6%, as quais envolvem multas, juros, restituições e a receita proveniente da dívida ativa. Apesar de ter havido aumento considerável das receitas correntes entre 2003 e 2007, queda na participação das receitas tributárias, de apenas 35,6% no período, demonstra necessidade urgente de aumentar a eficácia na cobrança dos impostos municipais, para que Prefeitura possa implementar medidas destinadas a alavancar o desenvolvimento do Município atender aos reclamos da sua população. a a a e Ao examinar-se a TABELA 30 referente às despesas, nota-se que as despesas correntes aumentaram 71,1% entre 2003 e 2007, aumento este menor do que aquele referente às receitas correntes no mesmo período. Analisando a relação das despesas, verifica-se que os gastos com pessoal aumentaram 50,7%, enquanto as chamadas “outras despesas correntes”, tais como aquelas destinadas a material de consumo e serviços terceirizados, cresceram 99,1%. Em termos relativos, no ano 2003 as despesas com pessoal representavam 52,1% do total de despesas, proporção que caiu para 45,9% em 2007. Já os gastos com material de consumo e serviços de terceiros tiveram sua participação aumentada de 45,8% para 53,3% no mesmo período. A amortização de dívidas manteve-se numa média de R$ 1,4 milhões ao ano entre 2003 e 2007. Após esse ano, tendo em vista os contratos realizados, deverá manter-se na faixa de R$ 990 mil anuais até 2016, quando se encerra o último contrato em vigor atualmente. Enquanto isso, os 142 investimentos efetuados com recursos próprios foram de aproximadamente R$ 3,8 milhões ao ano entre 2003 e 2007, tendo sido maior nesse último ano, quando chegou a R$ 6,8 milhões. Com respeito à TABELA 31 que mostra a evolução das dívidas do Município considerando os contratos e parcelamentos existentes no presente momento, nota-se uma queda de -24,0% entre 2003 e 2007, tendo a dívida fundada diminuído de R$ 7,9 milhões para R$ 6,0 milhões no período, fato este bastante positivo. Dentre as dívidas contratadas, a maioria corresponde a empréstimos junto ao Programa Paraná Urbano e á Agência de Fomento do Governo Estadual, sendo que os contratos mais longos vão até 2015. Já os parcelamentos referem-se a uma dívida com o INSS, a qual deverá ser quitada em 2012 caso os pagamentos sejam pontuais e não se façam novas dívidas junto àquele órgão. O Município dispõe de baixo grau de endividamento, com sua dívida consolidada situando-se na faixa de 16% da receita corrente líquida no período 2003-2007 e decrescente até chegar em 0% durante o período projetado dentro do horizonte do Plano Diretor. Caso a Administração Municipal opte por realizar seus investimentos com base em operações de crédito, esse índice deverá aumentar, devendo portanto ser observado o limite máximo para endividamento, de 120% da receita corrente líquida. A TABELA 32, por sua vez, retrata a capacidade de endividamento do Município, envolvendo duas modalidades de cálculo. A primeira, chamada de capacidade de endividamento bruta, é obtida considerando-se 120,0% da receita corrente líquida menos a despesa corrente líquida (Resolução SF nº. 40/2001), enquanto a segunda, denominada capacidade de endividamento ajustada, é obtida considerando-se que o pagamento do serviço da dívida não pode ultrapassar 11,5% da receita corrente líquida (Resolução SF nº 43/2001). Tendo em vista que a primeira quase sempre é menos restritiva que a segunda, esta última será escolhida como parâmetro decisório para estabelecer a capacidade do Município de tomar empréstimos. A capacidade de endividamento bruta do Município entre 2003 e 2007 aumentou 92,6%, passando de R$ 24,8 milhões para R$ 51,3 milhões no período, enquanto a capacidade de endividamento ajustada cresceu 174,4%, subindo de R$ 9,8 milhões para R$ 26,8 milhões. A diferença considerável entre o acréscimo das capacidades bruta e ajustada se deve às oscilações das receitas, despesas e dívidas contraídas e pagas no período considerado. 11.3.2. Capacidade de Investimento e Endividamento Com relação à capacidade de endividamento do Município no período de 2008 a 2017, as projeções contidas na TABELA 32 permitem prever que a capacidade de endividamento bruta nesse período será de R$ 69,5 milhões (média do período), que constitui o valor máximo com que o mesmo pode se endividar, já descontando o saldo da dívida atual e prevista. O limite de endividamento nesse caso é aquele de 120,0% da receita corrente líquida, de acordo com a Resolução SF nº. 40/2001. Já a capacidade de endividamento ajustada, que desconta da capacidade de endividamento bruta o efeito do limite de 11,5% para pagamento do serviço da dívida (juros e amortizações), é de R$ 40,5 milhões (média do período). Isso significa que a partir desse saldo da dívida, o Município aumentaria a probabilidade de descumprimento do limite de 11,5%, representando impedimento para contratar operações de crédito. Cabe lembrar que a capacidade de endividamento funciona como um estoque de recursos, ou seja, se o Município ocupar toda a sua capacidade de endividamento em um determinado ano, nos anos seguintes só poderá utilizar os acréscimos que porventura vierem a ocorrer nesses anos. No que diz respeito aos investimentos com recursos próprios, tendo em vista o comprometimento dos recursos do Município com o pagamento de pessoal e o custeio das atividades da Administração Municipal, a previsão para o horizonte do Plano Diretor foi de R$ 9,2 milhões/ano, somando um montante de R$ 91,9 milhões no período 2008-2017. As opções para melhorar a capacidade de realizar investimentos seriam incrementar a arrecadação de impostos e controlar os gastos com pessoal e custeio, para ao longo do tempo redirecionar os recursos gerados para a realização de investimentos com recursos próprios. Ver TABELA 30. 143 Esses resultados foram obtidos, considerando-se as seguintes hipóteses: a) Para as receitas: - arrecadação de impostos e receitas de transferências proporcionais ao crescimento real do PIB Brasil projetado para o período de análise; - transferências do FPM proporcionais ao crescimento real do PIB do Paraná projetado para o período de análise; - transferências do ICMS proporcionais ao crescimento real do PIB Brasil, da taxa de câmbio e das taxas de juros para o período de análise; - transferências do FUNDEF/FUNDEB proporcionais ao número de matrículas e ao valor médio por aluno, sendo o aumento do número de matrículas equivalente ao crescimento vegetativo da população municipal e o valor médio por aluno idêntico aos valores constantes em 2007; b) Para as despesas: - despesas de pessoal mantendo-se em torno de 41% da receita corrente líquida, ou seja, aumentos nessas despesas ocorrerão somente se houver aumentos permanentes nas receitas; - crescimento anual das chamadas “outras despesas correntes” proporcional ao do PIB municipal; c) Para déficit e dívida: - resultado nominal no mesmo montante das suas fontes de financiamento; - não haverá confissões adicionais de dívidas junto ao INSS. Caso o Município opte por realizar investimentos por meio de financiamentos, uma das alternativas de ajuste poderá ser a redução dos investimentos com recursos próprios, quando se iniciar o período de pagamento das prestações, no mesmo montante das parcelas dos financiamentos. Nesse sentido, investimentos com recursos próprios são alternativas de financiamento concorrentes com as operações de crédito. Como o montante de recursos próprios para o período é maior do que a capacidade de endividamento ajustada, o Município poderá combinar a utilização das duas fontes de financiamento para realizar seus investimentos. 144 TABELA 29 – RECEITAS Receita 1- Receitas Correntes Receita Tributária IPTU IRRF ITBI ISS Outras receitas tributárias Receita de Contribuições Receita Patrimonial Receita de Serviços Transferências Correntes Transferências da União Transferências do Estado Transferências do FUNDEF/FUNDEB Transferências de convênios Outras Receitas Correntes Multas e juros de mora Indenizações e restituições Compensações financeiras Receita da dívida ativa Receitas diversas 2 - Receitas de capital R$ Mil (Preços Correntes) 2003 26.818 4.151 1.018 148 243 1.432 1.309 674 774 149 20.334 9.520 6.879 3.911 25 735 25 104 0 315 291 2004 30.263 3.734 1.049 269 244 1.317 854 1.602 655 181 23.232 10.600 7.502 4.543 587 860 92 115 115 277 376 2005 34.558 3.785 1.043 389 262 1.450 641 1.942 1.357 122 26.473 12.338 8.137 5.025 973 878 210 140 140 378 149 2006 42.529 4.578 1.281 323 250 1.958 766 3.125 1.416 230 32.182 15.007 10.078 5.343 1.754 998 199 171 171 431 196 R$ Mil (Preços de Dez/2007) 2007 50.754 5.631 1.379 406 370 2.381 1.095 3.321 1.404 127 36.389 17.952 11.098 6.151 1.189 3.882 320 0 181 693 2.869 2008 51.715 5.939 1.662 485 394 2.474 924 3.527 1.208 182 39.066 19.338 11.797 6.531 1.400 1.792 223 118 166 485 966 2009 54.374 6.404 1.805 527 428 2.687 957 3.654 1.346 189 40.924 20.354 12.353 6.766 1.451 1.857 231 122 172 502 1.001 2010 57.391 6.959 1.976 576 468 2.941 997 3.807 1.344 197 43.150 21.569 13.020 7.050 1.511 1.935 241 128 180 524 1.043 2011 60.530 7.539 2.154 628 511 3.207 1.039 3.967 1.326 205 45.477 22.840 13.716 7.347 1.575 2.016 251 133 187 546 1.086 2012 63.884 8.160 2.345 684 556 3.491 1.084 4.138 1.306 214 47.964 24.198 14.461 7.662 1.643 2.103 262 139 195 569 1.133 2013 67.591 8.838 2.554 745 606 3.801 1.132 4.324 1.330 223 50.678 25.682 15.273 8.007 1.717 2.197 273 145 204 595 1.184 2014 71.448 9.549 2.773 809 657 4.127 1.183 4.518 1.326 233 53.524 27.238 16.125 8.368 1.794 2.296 286 151 213 621 1.237 2015 75.700 10.333 3.014 879 715 4.486 1.240 4.733 1.322 245 56.662 28.954 17.063 8.765 1.879 2.405 299 159 223 651 1.296 2016 80.173 11.159 3.268 953 775 4.864 1.298 4.958 1.321 256 59.959 30.760 18.050 9.181 1.968 2.519 314 166 234 682 1.358 2017 85.109 12.068 3.548 1.035 841 5.281 1.363 5.206 1.325 269 63.595 32.750 19.138 9.640 2.067 2.645 329 174 245 716 1.426 2.764 304 216 298 3.281 3.029 106 110 115 120 125 131 137 143 151 -2.044 -2.084 -2.487 -3.183 -4.048 -4.766 -5.454 -5.757 -6.074 -6.414 -6.784 -7.173 -7.602 -8.053 -8.551 4 - Receita Total (1 + 2) 29.582 30.567 5 - Receita Total Líquida (1 + 2 - 3) 27.538 28.483 6 - Receita Corrente Líquida (1 - 3) 24.773 28.179 Fonte: Prefeitura Municipal de Irati e Secretaria do Tesouro Nacional. 34.774 32.287 32.071 42.827 39.645 39.346 54.035 49.987 46.706 54.744 49.978 46.949 54.479 49.026 48.920 57.501 51.744 51.634 60.645 54.571 54.456 64.004 57.590 57.471 67.716 60.932 60.807 71.578 64.405 64.275 75.837 68.235 68.098 80.316 72.263 72.119 85.259 76.709 76.558 3 - Deduções para o FUNDEF 145 TABELA 30 – DESPESAS E CAPACIDADE DE INVESTIMENTOS Despesa R$ Mil (Preços Correntes) R$ Mil (Preços de Dez/2007) 2003 21.270 11.082 8.663 360 87 990 982 450 9.739 4.239 4.637 222 0 641 2004 24.473 12.973 11.232 484 139 0 1.117 527 10.973 4.142 5.001 247 0 1.583 2005 26.837 14.061 10.964 602 182 606 1.708 391 12.385 4.312 5.903 335 16 1.818 2006 32.067 15.132 12.334 365 133 519 1.780 240 16.696 5.001 8.241 342 76 3.035 2007 36.384 16.705 13.104 0 0 611 2.991 285 19.394 5.290 9.316 466 296 4.026 2008 39.799 19.261 15.109 0 0 362 3.448 0 20.538 5.677 9.998 500 42 4.321 2009 42.386 20.070 15.743 0 0 381 3.593 690 21.626 5.978 10.528 526 44 4.550 2010 44.328 21.184 16.617 0 0 402 3.793 632 22.513 6.223 10.959 548 46 4.736 2011 46.479 22.341 17.525 0 0 424 4.000 567 23.571 6.516 11.474 574 48 4.959 2012 48.752 23.578 18.495 0 0 447 4.221 496 24.679 6.822 12.014 601 50 5.192 2013 51.226 24.947 19.569 0 0 473 4.466 416 25.863 7.150 12.590 630 53 5.441 2014 53.854 26.369 20.684 0 0 500 4.721 328 27.157 7.507 13.220 661 56 5.713 2015 56.682 27.938 21.915 0 0 530 5.002 230 28.514 7.882 13.881 694 58 5.999 2016 59.720 29.588 23.209 0 0 561 5.297 121 30.011 8.296 14.609 731 61 6.314 2017 62.996 31.409 24.637 0 0 596 5.623 0 31.587 8.732 15.376 769 65 6.645 3.862 2.717 114 1.031 4.246 2.930 0 1.316 4.139 2.317 222 1.600 6.605 4.482 608 1.515 8.372 6.827 211 1.333 10.298 9.695 0 603 6.761 5.540 0 1.221 7.548 6.482 0 1.066 8.233 7.245 0 988 8.991 7.931 0 1.060 9.871 8.846 0 1.026 10.730 9.838 0 891 11.745 10.756 0 989 12.750 11.651 0 1.098 13.936 13.936 0 0 3-Despesa Total (1+2) 25.132 28.719 30.976 38.672 44.756 50.097 49.147 51.876 54.713 57.743 61.097 Fonte: Prefeitura Municipal de Irati e Secretaria do Tesouro Nacional. (1) A projeção de investimento considera o pagamento pontual e integral do Serviço da Dívida, sem necessidade de financiamento para tal pagamento. 64.583 68.427 72.470 76.932 1-Despesas Correntes Pessoal Ativos Inativos Pensionistas Obrigações Patronais Demais Despesas Pessoais Juros e Encargos da Dívida Outras Despesas Correntes Material de Consumo Serviços de Terceiros Obrigações Tributárias Sentenças Judiciais Demais ODC 2-Despesas de Capital Investimentos (1) Inversões Financeiras Amortização da Dívida 146 TABELA 31 – DÍVIDAS Dívida 1-Dívida Fundada Dívida Contratual PR URB 2074/97 V08/05 PR URB 382 V09/04 PR URB 1859 V07/08 PR URB 2331/99 V01/07 PR URB 1861 V07/06 PPU 49 V06/06 PPU 58 V06/04 FDU 2075 V09/05 FDU 2029 V10/04 IPAS PMAT V11/08 AG FOM 65/02 V12/07 AG FOM 66/02 V12/07 AG FOM 67/02 V12/07 AG FOM 85/02 V12/07 AG FOM 87/02 V12/07 AG FOM 198/02 V02/08 AG FOM 1134/06 AG FOM 1165/06 AG FOM 1459/07 AG FOM 1473/07 IPA SFPM PPU2 1346 PROMAP 1642 PROMAP 1644 Outras Dívidas Parcelamento INSS 2 - Restos à Pagar Processados 3 - Disponibilidade 4 - Dívida Consolidada Líquida (1+2-3) R$ Mil (Preços Correntes) 2003 7.912 4.943 275 46 99 539 70 53 55 349 13 580 462 544 361 140 645 165 549 R$ Mil (Preços de Dez/2007) 2004 6.594 4.153 117 2005 5.272 2.897 2006 4.022 1.832 2007 6.015 4.104 2008 8.339 6.771 2009 7.119 5.887 82 386 45 34 63 216 18 12 41 18 16 12 12 499 591 340 222 86 397 103 350 368 477 182 119 46 212 55 201 38 62 2010 6.052 5.157 2011 5.064 4.505 2012 4.004 3.782 2013 2.979 2.979 2014 2.087 2.087 2015 1.098 1.098 347 353 326 173 143 1.607 2.612 999 15 157 541 341 1.568 1.568 1.472 2.392 914 14 144 495 313 1.232 1.232 1.321 2.147 821 13 129 445 281 895 895 1.154 1.876 717 11 113 388 245 559 559 969 1.575 602 9 95 326 206 223 223 763 1.240 474 7 75 257 162 0 535 869 332 5 52 180 114 0 2016 2017 0 0 0 0 281 457 175 3 28 95 60 0 0 0 159 565 688 475 309 120 553 144 475 2.969 2.969 2.441 2.441 2.375 2.375 2.191 2.191 31 853 1.399 525 8 84 292 184 1.911 1.911 995 1.475 1.664 3.402 1.884 2.152 2.289 2.432 2.189 2.265 2.294 2.295 2.261 2.279 2.282 3.824 5.083 1.617 6.452 3.541 3.395 3.696 3.728 3.169 4.730 3.070 7.422 3.397 6.010 3.333 5.151 3.242 4.011 3.261 3.009 3.308 1.964 3.286 1.096 3.274 85 3.282 -1.004 3.288 -1.006 Fonte: Prefeitura Municipal de Irati e Secretaria do Tesouro Nacional. Obs: (ni) = não informado 147 TABELA 32 – CAPACIDADE DE ENDIVIDAMENTO Discriminação R$ Mil (Preços Correntes) R$ Mil (a preços de Dez/2007) 1-Receita Corrente Líquida - RCL 2-Dívida Consolidada Líquida - DCL 2003 24.773 5.083 2004 28.179 6.452 2005 32.071 3.395 2006 39.346 3.728 2007 46.706 4.730 2008 46.949 7.422 2009 48.920 6.010 2010 51.634 5.151 2011 54.456 4.011 2012 57.471 3.009 2013 60.807 1.964 2014 64.275 1.096 2015 68.098 85 2016 72.119 -1.004 2017 76.558 -1.006 3-Cap Endividamento Bruta (120% RCL - DCL) 24.645 27.363 35.090 43.488 51.318 48.917 52.694 56.811 61.337 65.956 71.004 76.033 81.633 87.547 92.875 2.849 3.241 3.688 4.525 5.371 5.399 5.626 5.938 6.262 6.609 6.993 7.392 7.831 8.294 8.804 5-Serviço da Divida 1.481 1.843 6-Diferença entre Dívida Max e Serviço da Dívida 1.368 1.398 7-Capacidade de Endividamento Ajustada (1) 9.771 9.983 Fonte: Prefeitura Municipal de Irati e Secretaria do Tesouro Nacional. (1) Considerando taxa de juros de 14%ªª. 1.991 1.697 12.123 1.755 2.770 19.788 1.618 3.753 26.808 603 4.796 34.260 1.911 3.715 26.535 1.698 4.240 30.283 1.555 4.707 33.622 1.555 5.054 36.099 1.442 5.551 39.652 1.219 6.173 44.091 1.219 6.612 47.232 1.219 7.075 50.535 0 8.804 62.887 4-Dívida Máxima Admitida (11,5% RCL) 148 12. SISTEMA DE CONTROLE DE INFORMAÇÕES Dentre os sistemas de informações disponíveis para o conhecimento sistemático da realidade e para instrumentar a tomada de decisões pelo Poder Público, quanto ao processo de desenvolvimento do Município, destacam-se aqueles a seguir apresentados. Com respeito ao conhecimento sobre a população, a fonte de dados mais confiável é aquela constituída pelos censos demográficos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, sendo utilizadas, no momento, as informações do Censo Demográfico de 2000, que ainda permitem um conhecimento atualizado sobre o crescimento, a estrutura e a distribuição espacial da população no Município. Para efeito de melhor instrumentalizar a elaboração dos próximos Censos, é conveniente a celebração de um acordo de cooperação entre os técnicos da Prefeitura Municipal e do escritório regional daquele Instituto, para compatibilizar o mapa do zoneamento do uso e ocupação do solo de Irati com o mapa dos setores censitários empregado pelo IBGE. Isto visa tornar possível aos órgãos municipais de planejamento espacializar de modo mais rápido e preciso os dados oriundos da tabulação dos censos demográficos a serem realizados no futuro. Quanto às informações sobre o território, a Administração Municipal dispõe de um software de geoprocessamento, mas ainda não está usufruindo de todo o potencial que um sistema de informações georreferenciadas pode trazer para o planejamento e a gestão municipal. Assim, apesar de contar com um mapeamento digital atualizado dos imóveis urbanos, este ainda não está vinculado a um banco de dados com informações cadastrais sobre o lote, seu proprietário e a situação fiscal do imóvel. Assim, sugere-se que por ocasião da atualização do Cadastro Técnico Econômico Imobiliário se proceda ao georreferenciamento das informações coletadas, em conjunto com informações de cunho fiscal e tributário, possibilitando otimizar o planejamento e a gestão do território municipal. Quanto à Planta Genérica de Valores, embora essa tenha sido atualizada em 2007, haverá necessidade de uma futura adequação ao zoneamento que será definido pelo presente Plano Diretor Municipal, tendo em vista compatibilizar os limites entre cada alíquota e as zonas propostas. 149 13. SÍNTESE DA AVALIAÇÃO TEMÁTICA INTEGRADA Completada a fase de Avaliação Temática Integrada, que consiste em confrontar os vários sistemas entre si – sistema de atividades humanas, de atividades produtivas, de sustentação natural, de sustentação adaptado, de controle de informações, e de controle de decisões – e analisar as suas inter-relações, chegou-se a um quadro-síntese contendo as principais condicionantes, deficiências e potencialidades diagnosticados no Município. 13.1. CONDICIONANTES São elementos da base física natural ou da estrutura urbana, bem como planos, projetos e programas, que condicionaram a evolução do objeto de estudo no passado, ou que influenciam seu comportamento no presente, e, ainda, que podem vir a direcioná-lo no futuro. Dada a sua importância para a compreensão do processo de desenvolvimento do objeto e o fato de, muitas vezes, não poderem ser modificados, é fundamental compreender sua natureza e poder de indução de efeitos sobre o objeto de trabalho, para se poder formular diretrizes de planejamento que envolvam práticas de preservação, manutenção e conservação desses elementos. Em Irati os condicionantes identificados foram: 1. Município localizado no Segundo Planalto Paranaense, com superfície de 999,5m²; 2. É sede da microrregião de mesmo nome, integrando a Mesorregião do Sudeste Paranaense; 3. Faz divisa com os municípios de Prudentópolis e Imbituva ao norte; Fernandes Pinheiro a leste; Rebouças e Rio Azul ao sul; e Inácio Martins a oeste; 4. Sede municipal situada nas coordenadas 25º28’02” S e 50º39’04” W, a 812,00m s.n.m.; 5. Município é sede de comarca desde 1927 e conta, além do Distrito Sede, com os distritos administrativos de Guamirim, Gonçalves Júnior e Itapará; 6. Base geológica complexa, constituída por rochas do grupo São Bento, Passa Dois e Guatá; 7. Predomínio de argissolos vermelhos amarelos distróficos; , sendo encontrados também cambissolos, latossolos, neossolos e nitossolos 8. Topografia ondulada, sendo mais plana nas porções leste e centro-leste do Município; 9. Sede municipal com áreas planas ao longo do Rio das Antas, além das porções noroeste e oeste do quadro urbano; 10. Clima do tipo Cfb - subtropical mesotérmico úmido e sem estação seca definida, com verões frescos e chuvosos, ao passo que os invernos são frios, com geadas severas freqüentes; 11. Temperatura média anual na região de Irati é de 17,5°C e as precipitações pluviométricas são bem distribuídas ao longo do ano; 12. Densa e extensa rede de drenagem, dividida em três grandes bacias hidrográficas, sendo as porções oeste e noroeste são tributárias da bacia do Rio Ivaí, as regiões norte, nordeste e leste são contribuintes da bacia do Rio Tibagi e a sua parte centro-sul integra a bacia do Rio Iguaçu; 13. Sede municipal localizada sobre o divisor de águas das bacias hidrográficas dos rios Tibagi e Iguaçu, estando as porções central e norte do seu quadro urbano localizadas na primeira, representada pelo Rio das Antas, e a porção sul situada na segunda, representada pelo Rio Riozinho; 14. Município situado na região fitogeográfica da Floresta Ombrófila Mista, também chamada de Floresta de Araucária; 15. Mesorregião Sudeste Paranaense em 9º. Lugar no ano 2000, entre as 10 mesorregiões do Paraná, no que se refere à atividade produtiva; 16. Mesorregião em 9ª. Posição no setor primário naquele mesmo ano, em 6º. Lugar no setor industrial, em última posição no setor comercial e em penúltimo lugar no de serviços; 17. Predomínio do gênero madeireiro na Mesorregião, em que predomina o beneficiamento inicial, e papeleiro, representado por pequenas unidades de produção de pasta mecânica; 18. Maior parcela da mão-de-obra absorvida pelo setor primário; 19. Menor renda familiar média per capita no Estado, com a maior proporção de chefes de domicílio com rendimento até 2 salários mínimos (65,7%); 20. Crescimento médio do PIB municipal de 78,9% no período 2000/04, sendo 10,7% superior àquele verificado no Estado e apenas 4,5% menor do que o registrado na sua microrregião, ilustrando o dinamismo econômico do Município e do espaço por ele polarizado; 21. Expansão considerável do per capita no mesmo período; 22. Crescimento do setor primário entre 1998 e 2004, ao lado de uma forte recuperação do setor industrial e de um aumento menos expressivo do setor de comércio e serviços; 150 23. Economia do Município baseada no feijão, milho, soja e fumo, além da bovinocultura de leite, sendo que as lavouras temporárias e os reflorestamentos somam mais de 73,0% da pauta produtiva local; 24. Predomínio do sistema minifundiário, perfazendo os produtores de pequeno porte 87,8% do total das 3.895 propriedades rurais existentes; 25. Mesorregião com um um dos menores contingentes populacionais do Estado; 26. Crescimento demográfico médio da Microrregião de Irati de apenas 7,8%, passando a contar com uma população total de 91.640 habitantes em 2000; 27. Estagnação demográfica provocada pelo fato da região não se constituir em área de atração demográfica dentro do Estado, tendo a perda de população rural sido fracamente compensada pelo crescimento das respectivas populações urbanas; 28. Microrregião predominantemente rural, pois excluindo-se Irati do conjunto, as populações rurais dos outros três municípios respondiam por 54,8% da sua população total; 29. Aumento da taxa de urbanização da Microrregião, que passou de 53,4% em 1991 para 62,3% em 2000; 30. Padrão de urbanização desigual na Microrregião, variando de um índice de urbanização de 75,1% em Irati para apenas 33,3% em Rio Azul; 31. População rural do Município diminuindo em ritmo crescente, caindo de 20.705 habitantes em 1970 para 13.046 em 2000; 32. Crescimento da população urbana do Município de 148,3% entre 1970 e 2000; 33. Diminuição do contingente populacional em todos os distritos do interior, evidenciando o esvaziamento do interior; 34. Envelhecimento da população pela ação combinada da queda da natalidade e do aumento da longevidade; 35. Redução do contingente do estrato de 0-4 anos frente ao de 5-9 anos e deste em relação ao de 10-14, tanto no Censo de 1991 como no de 2000, evidenciando que o fenômeno de envelhecimento não é recente; 36. Média de 4,05 moradores por residência em 1991 passou para 3,62 em 2000, com queda de -10,6% no período, indicando paralela redução do número de pessoas por família; 37. Crescimento nos estratos de população acima de 30 anos foi intenso, chegando a 40,0% naquele de idades acima de 65 anos, o que revela uma expansão nos segmentos de idades mais elevadas da população; 38. Estagnação significativa da população nos estratos de 20 a 24 anos e de 25 a 29 anos, o que indica a emigração de jovens em busca de oportunidades de estudo ou de emprego fora do Município; 39. Estimativa de que em 2017 a população total seja de 56.885 habitantes, com 7.869 na área rural e 49.016 na urbana, dos quais 47.937 na sede municipal; 40. Densidade demográfica de 11,4hab/ha, valor que traduz uma ocupação bastante rarefeita do espaço; 41. Grandes contrastes intra-regionais na Mesorregião Sudeste Paranaense no que se refere à qualidade de vida, ao se comparar o IDH-M dos seus 21 municípios no ano 2000; 42. Irati ocupava em 2000 a 4ª. Posição na Mesorregião, com um índice de 0,743; 43. Expectativa de vida de 66,1 anos - inferior às médias nacional e estadual – e IDH-L de 0,685, correspondendo ao 17º. Lugar entre os 21 municípios da Mesorregião; 44. Bons índices de escolaridade, situando-se em 3º lugar na taxa de freqüência escolar e em 6º no quesito alfabetização de adultos, alcançando IDH-E de 0,876; 45. Renda per capita maior do que os demais municípios da Mesorregião; 46. Município desenvolvido a partir da inauguração da estrada de ferro São Paulo-Rio Grande, em 1899; 47. Emancipação do Município em 1907, após o que consolidou-se como pólo microrregional e expandiu o seu quadro urbano de forma acelerada; 48. Expansão urbana rumou em direção ao sul, devido ao relevo fortemente ondulado das áreas limítrofes ao norte e a oeste da Cidade e à presença das rodovias BR-277 e BR-153 e da ferrovia; 49. Malha urbana com muitos espaços vazios, notadamente em sua porção centro-sul; 50. Estabelecimentos de comércio varejista e de prestação de serviços do tipo vicinal e central concentrados no Centro da Cidade; 51. Uso industrial em caráter exclusivo distribuído em duas zonas, sendo a Zona Industrial Um ZI I - localizada junto ao trevo de acesso principal à Cidade, e a Zona Industrial Dois - ZI II localizada no terreno onde ficava o antigo aeroporto; 52. Três zonas para proteção de áreas verdes, sendo a Zona Especial de Proteção Paisagística – ZEPP nas áreas da encosta da Serra do Arroio Grande, a Zona Especial de Preservação Permanente - ZEPP longo dos cursos d’água e as chamadas Áreas de Restrição de Uso 151 53. 54. 55. 56. 57. 58. 59. 60. 61. 62. 63. 64. 65. 66. 67. 68. 69. 70. 71. 72. 73. 74. 75. 76. 77. 78. 79. ARU, onde se permite a construção de escolas, cinemas, teatros, bibliotecas, museus e afins, as quais são localizadas em muitos locais do quadro urbano; Todos os distritos carecem de regulamentação quanto ao zoneamento do uso e ocupação do solo, bem como de delimitação de áreas verdes e institucionais voltadas ao lazer e à recreação de seus moradores; Uso do solo nas sedes distritais é predominantemente residencial, com a presença de alguns estabelecimentos comerciais e de serviços de caráter vicinal; Principal eixo viário da Cidade formado pelas ruas Quinze de Julho e Dezenove de Dezembro, além da Avenida Presidente Getúlio Vargas; Ligações em sentido leste-oeste são bastante escassas no quadro urbano, configurando grande obstáculo à comunicação inter-bairros; Geometria dos arruamentos é bastante simples nas sedes distritais, apresentando, em geral, traçado em retícula, mas com quadras de formato irregular; Abastecimento de água atende praticamente 100% do quadro urbano na sede municipal, sendo proveniente de captação superficial no Rio Imbituva, complementada por dois poços artesianos; Sistema de coleta e tratamento de esgotos atende 71,8% do quadro urbano na sede municipal, sendo o tratamento efetuado por 8 reatores anaeróbios de lodo fluidizado – RALF; Sede municipal com cerca de 650 km de vias urbanas, dos quais aproximadamente 80% são pavimentadas, sendo que no Centro as ruas são calçadas com paralelepípedo, em alguns outros bairros é utilizada a pavimentação poliédrica, e nas demais vias pavimentadas é utilizado o asfalto; Sistema de drenagem pluvial da sede municipal com cerca de 60 km de galerias de águas pluviais, correspondendo a cerca de 10% do total de vias urbanas; Sistema de fornecimento de energia elétrica no Município composto por uma subestação de 138 KV, sendo o sistema de distribuição formado por mais de 2.500km de linhas e redes que atendem a 100% dos domicílios urbanos e aproximadamente 95% dos rurais; Praticamente todo quadro urbano é atendido por iluminação pública, sendo que a grande maioria das ruas conta com lâmpadas de vapor de sódio; Município encontra-se bem servido quanto às ligações de transporte coletivo intermunicipal; Serviço de coleta de lixo atende 100% da área urbana da Cidade; Coleta do lixo reciclável é realizada uma vez por semana, sendo o mesmo encaminhado para um galpão, onde é feita a separação e prensagem; Varrição de ruas atende toda a área central, bem como as principais vias de comércio da Cidade, de uma a duas vezes por semana; Sede municipal conta com dois cemitérios públicos e um particular, sendo que no interior há 11 cemitérios, sendo um em cada distrito e os demais em outras comunidades; Sistema de ensino contempla desde a pré-escola até o ensino superior, havendo um total de 17 escolas estaduais, 33 municipais e 8 particulares; Rede pública municipal de assistência à saúde composta por 23 Unidades Básicas de Saúde – UBS – das quais seis na Cidade e 17 na área rural, e um Pronto Atendimento Municipal com atendimento 24 horas; Atendimento hospitalar prestado pela Santa Casa de Irati, entidade filantrópica que disponibiliza atendimento ambulatorial e hospitalar 24 horas, além do Centro Médico Hospitalar Irati, que presta atendimento hospitalar particular ou através de planos de saúde privados; Município é sede da 4ª Regional de Saúde do Estado, que congrega nove municípios, bem como do Consórcio Intermunicipal de Saúde da AMCESPAR - Associação dos Municípios da Região Centro Sul do Paraná, que abrange os mesmos municípios; assistência social conta com cinco unidades de atendimento; Município com vários equipamentos voltados à cultura, à prática de esportes e ao lazer; segurança pública a cargo da Delegacia de Polícia Civil e da Polícia Militar, além de um posto da Polícia Rodoviária Estadual, e dois postos do Corpo de Bombeiros; Lei Orgânica do Município promulgada em 1990, abrange questões relativas ao planejamento e ordenamento territorial; Plano Diretor Municipal aprovado através da Lei n°. 2.161, de 2004, em conformidade com os princípios do Estatuto da Cidade e promovendo adaptação nas leis de Zoneamento, Uso e Ocupação do Solo e de Parcelamento do Solo e nos códigos de Obras e Posturas; Zoneamento de uso e ocupação do solo urbano alterado, através da Lei n°. 2.512, de 2006, que veio acrescer novas zonas e alterar algumas das existentes; Município dispõe de baixo grau de endividamento, com sua dívida consolidada situando-se na faixa de 16% da receita corrente líquida no período 2003-2007; 152 80. Município dispõe de uma base informacional georreferenciada, mas ainda não está usufruindo de todo o potencial que um sistema como esse pode trazer para o planejamento e a gestão municipal. 13.2. DEFICIÊNCIAS São disfunções que precisam ser corrigidas, bem como eventos que implicam em risco para a saúde ou o bem-estar da população, podendo ser, ainda, ameaça para a estrutura urbana, para o meio ambiente ou para o desenvolvimento em geral, cuja superação normalmente exige investimentos significativos. Em Irati as deficiências identificadas foram: 1. Alta suscetibilidade à erosão das rochas encontradas em 80% do território municipal; 2. Solos pouco férteis, requerendo o emprego de corretivos e/ou fertilizantes; 3. Maioria dos solos apresenta suscetibilidade de média a alta à erosão, exigindo técnicas conservacionistas no manejo para prevenir o desencadeamento de processos erosivos; 4. Porção centro-oeste do território municipal de Irati possui relevo bastante ondulado; 5. Porções leste, oeste e norte do quadro urbano de Irati apresentam áreas com declividades superiores a 30,0%, em sua maioria correspondentes a cabeceiras de drenagem; 6. Invernos com geadas severas freqüentes, sem estação seca definida; 7. Áreas de banhado sujeitas a inundações na Cidade; 8. Vales encaixados que dificultam as ligações entre bairros na Cidade; 9. Arborização inexistente em muitos logradouros públicos da Cidade; 10. Mesorregião possui uma economia frágil, baseada em atividades pouco competitivas, a qual começa a dar sinais de esgotamento; 11. Lento movimento migratório rural em direção às áreas urbanas e à região metropolitana de Curitiba; 12. Mesorregião Sudeste possui uma das menores participações no valor adicionado total do Estado; 13. Mesorregião Sudeste possui a menor participação no total do Estado no valor adicionado dos setores agropecuário (4,2%); comercial (1,6%); e de serviços (1,3%); 14. Indústria madeireira restrita aos gêneros primários, não sendo presente no gênero mobiliário; 15. Mesorregião Sudeste com a menor renda familiar média per capita no Estado em 1996, com a maior proporção de chefes de domicílio com rendimento até 2 salários mínimos (65,7%); 16. Pouca diversificação da produção agrícola; 17. Pauta de culturas agrícolas em Irati é baseada em produtos com baixa densidade de valor no mercado; 18. Microrregião de Irati experimentou, no período de 1991 a 2000, um crescimento demográfico médio de apenas 7,8%; 19. Índice de urbanização na Microrregião de 62,3% em 2000, sublinhando o caráter ainda fortemente rural da sua população; 20. População rural de Irati vem diminuindo em ritmo progressivo desde a década de 1970, com um decréscimo total de 37,0% em 30 anos; 21. Diminuição brusca das populações totais dos distritos de Gonçalves Junior, Guamirim e Itapará, reforçando o fenômeno de esvaziamento do campo; 22. Redução da população no estrato de 0 a 4 anos - onde são contados os recém nascidos -, caracterizando uma desaceleração do crescimento vegetativo da população; 23. Redução do contingente de 0-4 anos frente ao de 5-9 anos e deste em relação ao de 10-14, fenômeno verificado desde a década de 80; 24. Estagnação significativa da população dos estratos de 20 a 24 anos e de 25 a 29 anos, o que é indício de emigração de jovens em busca de oportunidades de estudo ou de emprego fora do Município; 25. Queda de 10,6% da taxa de ocupação por moradia entre 1991 e 2000; 26. Idade mediana da população passou de 22,8 anos para 26,0 entre 1991 e 2000, com um aumento de 14,0% que evidencia o envelhecimento da população; 27. Ocupação pouco densa do espaço rural, de 13,1 habitantes por km²; 28. Densidade de apenas 11,4hab/há na Cidade, que corresponde a uma ocupação bastante rarefeita do espaço urbano; 29. IDH-L de 0,707 da Mesorregião Sudeste Paranaense, com longevidade mediana de 67,4 anos, que a colocava em 7º. lugar entre as Mesorregiões do Paraná; 153 30. IDH-L de 0,685 de Irati, com uma expectativa de vida de apenas 66,1 anos, inferior às médias nacional e estadual, correspondendo ao 17º. lugar entre os 21 municípios da Mesorregião; 31. 32,40% dos chefes de domicílio de Irati não tinham instrução ou cursaram apenas três anos de estudo, enquanto apenas 15,48% tinham estudado onze anos ou mais; 32. Implantação de loteamentos em áreas inaptas à urbanização, de topografia íngreme, nos setores norte e oeste da malha urbana de Irati; 33. Quadro urbano de Irati cortado por inúmeros fundos de vales, cujas faixas de preservação permanente foram desmatadas ou ocupadas indevidamente; 34. Malha urbana de Irati com formato alongado e de grande extensão, traduzindo-se em falta de economicidade e funcionalidade; 35. Grande quantidade de lotes e glebas desocupadas no perímetro urbano, ao mesmo tempo em houve implantação recente de loteamentos fora deste, exigindo a aplicação de medidas destinadas a conter o processo de espraiamento da área urbana e a promover seu adensamento; 36. Sistema viário de Irati caracterizado por um arruamento truncado, sem continuidade das vias, dificultando as ligações diametrais na Cidade, principalmente em sentido leste-oeste; 37. Necessidade de ampliar as ações da Secretaria do Bem Estar Social, Habitação e Cidadania, através da aquisição de veículos e equipamentos, da construção de locais para atendimento ao público alvo e da implementação de programas sociais e assistenciais diversos; 38. Necessidade de ampliar o serviço de transporte coletivo urbano, que é deficiente quanto aos bairros atendidos e à freqüência dos ônibus; 39. Necessidade de aumento do efetivo policial e da segurança pública em geral. 13.3. POTENCIALIDADES São situações ou condições que constituem vantagens não plenamente aproveitadas, as quais poderiam alavancar o desenvolvimento do Município, envolvendo a possibilidade de expansão ou intensificação das funções de determinados setores ou atividades, normalmente sem a necessidade de grandes investimentos. Em Irati as potencialidades identificadas foram: 1. Potencial alto para a exploração de água subterrânea, basalto para blocos, brita e saibro, potencial de moderado a alto para a exploração de argila destinada à indústria de cerâmica vermelha; 2. Existência de areia em depósitos aluvionares nos rios da região configura um bom potencial para sua utilização como agregado para a construção civil; 3. Presença de rochas basálticas na porção oeste do Município, assim como nos morros que circundam a sede municipal, possibilitando sua utilização como pavimento para as estradas; 4. A exploração florestal altamente recomendável em Irati, principalmente nos terrenos de relevo fortemente ondulado a montanhoso, onde são limitadas ou nulas as possibilidades de desenvolvimento de lavouras; 5. Extensos remanescentes de matas nativas na área urbana, principalmente nas suas porções norte, oeste e sul da Cidade, o que constitui um bom potencial de desenvolvimento de atividades turísticas e de lazer; 6. Sudeste Paranaense com as maiores áreas de florestas naturais do Paraná, com grandes reservas de araucária e de erva-mate; 7. Possibilidade de maior agregação de valor na atividade madeireira, como a fabricação de placas, compensados e outros, possibilitando uma boa alternativa de desenvolvimento econômico baseado no gênero madeira; 8. Emprego no setor terciário mais desenvolvido e diversificado em Irati do que no restante dos municípios da Mesorregião; 9. Sudeste Paranaense apresenta média de anos de estudos relativamente elevada (4,3 anos) e grande proporção de adultos alfabetizados (85,7%) em relação à media do Estado; 10. Município bem servido com relação ao transporte rodoferroviário, o que confere a Irati uma boa acessibilidade no espaço regional que lhe permite atuar como pólo de prestação de serviços, principalmente para os municípios situados na sua região de influência; 11. Cidade é um subcentro regional com nível de centralidade médio, o que é favorecido pela grande distância geográfica que a separa de centros economicamente mais fortes como Guarapuava, Ponta Grossa e União da Vitória, permitindo-lhe dominar seu espaço circundante praticamente sem concorrência; 154 12. Irati é sede da Associação dos Municípios do Centro Sul do Paraná - AMCESPAR, que desempenha forte papel de integração regional; 13. Município sedia a Agência de Desenvolvimento das Regiões Sul e Centro Sul do Estado do Paraná – ADECSUL; 14. Desempenho positivo das atividades agropecuárias em Irati tem sido acompanhado de paralela expansão das industriais no intervalo 1990/2004, o que evidencia a ligação estreita entre ambas e o peso da transformação de produtos primários no âmbito do setor secundário; 15. Economia do Município eminentemente urbana, sendo os serviços o setor de maior peso relativo na economia local; 16. Bovinocultura de leite está tendo um desempenho muito favorável, indicando a possibilidade de expansão da indústria de laticínios no Município; 17. O índice de alfabetização em Irati no ano 2000 era de 93,15%, enquanto a taxa mediana na Mesorregião situava-se em 90,63 %, demonstrando um bom desempenho do Município; 18. Irati apresentava índices bons em termos de escolaridade, situando-se em 3º lugar na taxa de freqüência escolar e em 6º no quesito alfabetização de adultos, alcançando IDH-E de 0,876; 19. Renda mensal de 1,4 salários mínimos em 2000, contra 1,1 salários mínimos da Mesorregião; 20. Perímetro urbano apto a abrigar o crescimento demográfico até o horizonte do Plano Diretor Municipal; 21. As ruas na Cidade de Irati em geral apresentam largura satisfatória, assegurando boa capacidade de escoamento de tráfego de veículos; 22. Demanda do fornecimento de energia elétrica está dentro da capacidade da subestação existente; 23. Irati destaca-se por abrigar duas instituições de ensino superior, estando em vias de implantação mais um estabelecimento federal. 155 REFERÊNCIAS BRASIL. Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001. Cria o Estatuto da Cidade. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 2001. FERRARI, Celson. Curso de planejamento municipal integrado: urbanismo. São Paulo: Pioneira, 1991. HEEMANN, Ademar; VIEIRA, Leociléa A. A roupagem do texto científico: estrutura, citações e fontes bibliográficas. Curitiba : Ed. IBPEX, 1998. IBGE. Censo demográfico 1991. IBGE, Rio de Janeiro : 1991. _____. Mapa de Vegetação do BrasiI. 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Curitiba : Ed. da UFPR, 1994. v. 6: Referências bibliográficas. 156 EQUIPE DE TRABALHO CONSULTORA CONTRATADA (Contrato nº. 046/2007 – PMI) MAXPLAN PLANEJAMENTO ARQUITETURA E CONSULTORIA LTDA. COORDENAÇÃO GERAL JOSÉ VICENTE ALVES DO SOCCORRO Arquiteto CREA 2.147/D-PR EQUIPE TÉCNICA BEATRIZ ACCIOLY ALVES Arquiteta Urbanista CREA 28.390/D-PR ELMO SAID DIAS Advogado OAB 37.300-PR EVANDRO LUIZ MASCHIO Engenheiro Civil CREA 75.084/D-PR LUIZ CARLOS MARUCCI Economista CORECON 3.830-PR MARIA LUCIA ACCIOLY TEIXEIRA PINTO Pedagoga PREFEITURA MUNICIPAL DE IRATI COORDENAÇÃO MUNICIPAL DIÓRGENES FERREIRA DITRICH Arquiteto EQUIPE TÉCNICA (Portaria nº. 078/2007) ANA MARIA BIDA DE OLIVEIRA BORGES Auditora Fiscal DIÓRGENES FERREIRA DITRICH Arquiteto GERSON RIBEIRO SOBRINHO Engenheiro Agrônomo JOSÉ BODNAR Engenheiro Civil LAURO LACHOUSKI Assistente Administrativo ROSENILDA ROMANIW BÁRBARA Engenheira Agrônoma SANDRO MÁRCIO FERREIRA Técnico em Geoprocessamento SÉRGIO LUIS CAETANO Técnico em Geoprocessamento SILMAR FERREIRA DITRICH Advogado ULYSSES DE MATTOS Advogado VANESSA RAFAELA TOBERA Desenhista Industrial COMISSÃO DE ACOMPANHAMENTO SUPERVISÃO SEDU/PARANACIDADE CARLOS AUGUSTO STORER Analista de Desenvolvimento Municipal GLAUCO PEREIRA JUNIOR Analista de Desenvolvimento Municipal 157