Jornal Avante de maio e junho
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Jornal Avante de maio e junho
IMPRESSO ESPECIAL CONTRATO Nº 9912208223/2008 ECT/DR/RJ ASSOCIAÇÃO DA IGREJA METODISTA DEVOLUÇÃO GARANTIDA CORREIOS Publicação mensal da Igreja Metodista no Estado do Rio de Janeiro – 1ª RE Ano XXXVII • Nº 429 • maio/junho de 2012 LEIA O cial no espe cader Meio sobre nte Ambie Palavra do Bispo Lockmann expõe sobre Pentecostes e missão da Igreja Página 3 Entrevista Rui Josgrilberg fala sobre o Coração Aquecido Página 5 Região Primeira turma de Diaconato é ordenada Página 8 Região Federação de Homens promove seminário Página 12 Igrejas em Ação Vilar Novo faz campanha de expansão Página 10 Primeira Região investe em missões transculturais Com missionários dentro e fora do país, Imform incentiva o envolvimento em trabalhos além-fronteiras treinando e enviando obreiros C om obreiros fora do país, o Instituto Metodista de Formação Missionária (Imform), mais conhecido como Escola de Missões, confirma investimento em missões transculturais. Por meio da Agência Imform, dirigida pelo pastor Benjamin Reys-Santiago, além de treinar, a Escola irá encaminhar missionários ao campo. Embora a Agência tenha sido criada há um ano, desde 2009 o Imform vem enviando obreiros para regiões de culturas diferentes. Depois de três anos, Alessandra Ferreira, primeira missionária enviada pelo Imform, volta de Bom Jesus da Lapa, na Bahia. Nesta edição, ela compartilha a experiência vivida no nordeste baiano. Já para Paris foi enviado o casal Gustavo e Dalila Faleiro. Usando um centro cultural como ponto estratégico, eles estão levando Cristo aos artistas franceses. Bolívia e Paraguai também contam com missionários metodistas. A Região Missionária do Nordeste (REMNE) também obteve novas conquistas por meio dos Pontos Missionários em Porto Seguro e Feira de Santana. Páginas 4, 6 e 7. Imag e Carlota comemoram mais um ano de trabalhos sociais O Instituto Metodista Ana Gonzaga (Imag) e o Instituto Metodista Carlota Pereira Louro (IMCPL) da 1ªRE comemoraram mais um ano de atividades. Um grande palco foi preparado para receber os convidados para os 80 anos do Imag. Música, esportes e as famosas barraquinhas fizeram parte da programação. Nos 52 anos do Carlota Pereira Louro, houve homenagens. Igrejas e pessoas que colaboram com a instituição foram premiadas. “São anos e anos de doações para a manutenção desta casa. Só estamos aqui hoje graças à ajuda dessas pessoas e igrejas”, disse o diretor do Carlota, Marcos José da Silva Mesquita. Página 9. Pessoas e igrejas homenageadas na festa do Carlota ME TO D I S MO N O MU N D O E DITO RIA L Na trilha da Missão M issão, em todos os sentidos, é um traço marcante da caminhada da Igreja Metodista da 1ªRE. Logo, investir nessa área, além de necessário, é sempre uma iniciativa louvável. Por isso, a notícia de que, além de treinar, o Instituto Metodista de Formação Missionária (Imform) irá encaminhar missionários ao campo foi recebida com alegria. Com a criação da Agência Imform há um ano, obreiros poderão chegar aos lugares mais carentes do Brasil e do mundo. Nordeste baiano, centro parisiene e terras hispanas, como Bolívia e Paraguai, já foram alcançados pela Escola de Missões. Nessa área, a Região Missionária do Nordeste (REMNE) também tem avançado em seus desafios regionais (Páginas 4, 6 e 7). Não podemos ver essas conquistas sem voltar às bases da Igreja Metodista. Nessa busca, chegamos obrigatoriamente à experiência de John Wesley. Como um dos grandes conhecedores do Metodismo, reverendo Rui Josgrilberg falou sobre o Coração Aquecido. Embora a data seja comemorada em maio, os trabalhos realizados pela 1ªRE são resultados de corações que se mantêm aquecidos durante o ano todo. Como o do bispo Paulo Lockmann, que discorreu sobre Pentecostes e a missão da Igreja. Confira nas páginas 3 e 5. Essa missão também está bem clara na mente e no coração da primeira turma de Diaconato da Região. Cientes de seus desafios, eles assumiram o serviço da diaconia durante a cerimônia de ordenação. Também conversamos com a pastora Carla Alves. Em entrevista, ela partilhou conosco os frutos colhidos durante o período em que esteve à frente do Ministério Regional do Discipulado. Este mês, inclusive, será realizado o Congresso Regional de Discipulado. Anote na agenda. Outro evento que entrou na agenda do mundo inteiro foi a Rio+20. Vinte anos depois da ECO-92, líderes e organizações mundiais participarão da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. A ideia é encontrar caminhos que levem à salvação do planeta. Para tanto, editamos um caderno especial sobre o Meio Ambiente. Nele, além de incentivar a participação ativa da comunidade metodista num evento de tamanha envergadura, mostramos que essa preocupação ecológica já era evidente na vida de John Wesley. O que a Igreja Metodista na Primeira Região tem feito é dar continuidade à caminhada missionária que teve início no século 18, sob a inspiração da visão wesleyana e da vida de Jesus Cristo. E, dessa forma, ao folhear este exemplar, o leitor poderá constatar que efetivamente os metodistas têm feito do mundo a sua paróquia. Metodistas da Inglaterra visitam o Brasil O presidente da Igreja Metodista na Inglaterra, reverendo Lionel Osborn, acompanhado de sua esposa, Charlotte, e do secretário-geral Joaquim Thomas Quenet, esteve no Brasil, em abril. O grupo, que permaneceu no país por 14 dias, visitou a Região Missionária da Amazônia (Rema), São Paulo e Rio de Janeiro. Na 1ªRE, eles foram ao Instituto Central do Povo (ICP) e à Igreja de Vila Isabel acompanhados pelo pastor Edson Sardinha e a responsável pelo Projeto Sombra e Água Fresca, Elisabeth Silva. Na ocasião, conheceram ainda o Imform, onde tiveram um encontro com o bispo Paulo Lockmann e os superintendentes distritais da região. Em seu agradecimento pela acolhida, o reverendo Osborn disse estar muito contente em constatar que a missão de John Wesley voltada para uma educação integral e igualitária pautada nos princípios cristãos continua viva e muito presente nas ins- D Adeus a João Wesley Dornellas urante o fechamento desta edição, recebemos a notícias do falecimento de João Wesley Dornellas. Trata-se de um servo de Deus que teve participação marcante na história da 1ªRE. Ele, inclusive, participou do processo de criação deste jornal. “Um homem com caráter de Deus”, podemos assim defini-lo. Além da homenagem no site da sede regional, iremos falar sobre ele na próxima edição da revista Fé e Nexo. A equipe do Avante sentirá falta desse grande homem de Deus, que descansa no Senhor. Publicação mensal da Igreja Metodista na 1ª Região Eclesiástica Fundado em maio de 1973 Ano XXXVII nº 429 Rua Marquês de Abrantes, 55 – Flamengo 22.230-061 – Rio de Janeiro – RJ Tel.: (21) 2557-3542 / 3509-1074 Fax: (21) 2557-7048 [email protected] www.metodista-rio.org.br 2 Cerimônia do lava-pés em Miami Metodistas da Primeira Igreja Unida de Miami reproduziram a cerimônia do lava-pés, assim como Jesus fez com seus discípulos, lavando os pés de pessoas desamparadas que vivem na cidade. O ato simbólico chamou a atenção para essas centenas rejeitados pela sociedade norte-americana. Cerca de 150 jovens da Igreja participaram do evento. Além disso, estudantes de Podologia, da Universidade Barry, que é católica, ofereceram cuidados gratuitos aos pobres de Miami. A população carente ainda ganhou comida, meias e um par de sapatos doados por comerciantes locais. Hoje com 400 membros, a Primeira Igreja Metodista em Miami foi fundada em 1896. Ciemal avalia Plano Estratégico Comitê Diretivo e Conselho de Bispos do Ciemal (Conselho de Igrejas Evangélicas Metodistas da América Latina e Caribe) se reuniram em abril para avaliar e planejar as ações do Plano Estratégico para o próximo ano. O encontro aconteceu na Faculdade de Teologia, em São Bernardo do Campo. Dezessete países da América Latina foram representados no encontro. O bispo da Igreja Metodista do Panamá e presidente do Concílio de Bispos do Ciemal, Pablo Morales, acredita que as Igrejas estão passando por um período de transformação. Já o presidente da Igreja Evangélica Metodista em El Salvador, reverendo Juan de Dios Peña Gallego, acredita na educação como um caminho a ser trilhado para combater a violência familiar. C A RTA S Matérias Sou da igreja Metodista de Itaipu, Niterói. Gostaria de saber como faço para enviar uma matéria com fotos. Obrigada. Magnólia Secretária da IM em Itaipu Via email Avante responde: Olá, Magnólia! Obrigado por sua participação. Para que a notícia seja divulgada, é necessário que você nos encaminhe todo o material para o e-mail [email protected], de preferência até o dia 10 de cada mês, com texto e fotos (em formato JPG com resolução mínima de 300dpi). A matéria será analisada por nossa equipe e também poderá ser divulgada no site, programa de TV Vida e Missão e redes sociais. Deus a abençoe! Assinatura Quero assinar o Jornal Avante. Como devo proceder? Acy Silva, via email Avante responde: Para assinar o Avante, basta depositar o valor de R$ 20,00, referente à assinatura anual, no Banco Bradesco –Agência 1414-1– Conta 931-8, e nos enviar cópia do depósito por e-mail ou para o endereço da Sede Regional da Igreja Metodista (Rua Marques de Abrantes, 55, Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, CEP 22230-061). Envie também nome completo do assinante, telefone, e-mail e o endereço para onde o jornal deve ser enviado. Metodista em Santa Bárbara pede ajuda NÁDIA MELLO EDITORA tituições metodistas. O grupo ainda conheceu diversos pontos turísticos do Rio, entre eles Cristo Redentor, Pão de Açúcar e algumas praias cariocas. Atualmente, a Igreja da Inglaterra tem aproximadamente 260 mil membros. Em território inglês, são cerca de 6 mil igrejas e 2 mil pastores. A Igreja Metodista Central em Santa Bárbara, Niteró (RJ), está precisando de ajuda. Segundo o pastor titular, reverendo Heraldo Costa, o templo vem sofrendo várias deteriorações ao longo dos anos. Quando chove, as paredes ficam cheias de manchas de infiltrações, chegando a parecer uma “esponja”. E a água acaba passando para o interior do templo. “Uma das razões desse problema é o fato de o terreno já ter sido um pântano”, explicou. De acordo com o pastor Heraldo, além dos custos com o material para a reforma do templo, ainda serão necessários gastos com a contratação de mão de obra. Quem quiser colaborar pode fazer um depósito na conta da Igreja: Banco Bradesco, Conta Poupança 100555-4, agência 2809. F azendo valer seu perfil missionário, a Igreja Metodista da 1ªRE lançou mais uma campanha para arrecadar fundos para missões. Trata-se da Oferta Missionária Nacional. Em 2011, muitas igrejas e campos missionários ultrapassaram o alvo estabelecido. Até dezembro, foram arrecadados R$ 461 mil, valor superior em 15% ao alvo regional, estabelecido em R$ 400 mil. Para 2012, a meta é R$ 480 Oferta missionária mil. Essa oferta será investida em campos missionários e regionais. Entre os campos estão Cerâmica, Quatis, Quissamã e Vilar dos Teles, além do Programa Vida e Missão. Em carta ao Avante, o subsecretário de Expansão Missionária da 1ªRE, pastor Cesar dos Santos Silva, expressou sua gratidão pelo envolvimento da Igreja na campanha. “É gratificante ouvir testemunhos de pastores quanto à resposta de suas igrejas locais a esse desafio”, disse. E completou: “Em nossa região, já estamos com a presença metodista em praticamente todos os municípios. Algumas parcerias com outras regiões também estão sendo alinhavadas. Outros reconhecem o chamado para ir além de nossas fronteiras nacionais”. O pastor ainda lembrou do alvo da 1ªRE de alcançar um milhão de discípulos. BISPO DA 1ª REGIÃO ECLESIÁSTICA Matos, Luciano Vergara e Nádia Mello REVISÃO DA PALAVRA DO BISPO Os artigos são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do jornal ou da Igreja Metodista. EDITORA E JORNALISTA RESPONSÁVEL Fotografias Nádia Mello (MTb 19.333) Henrique Moraes REDAÇÃO E REVISÃO DIAGRAMAÇÃO: www.estudiomatiz.com.br ASSISTENTES DE REDAÇÃO TIRAGEM: 10.500 exemplares ASSINATURA INDIVIDUAL: Paulo Tarso de Oliveira Lockmann CONSELHO EDITORIAL Ronan Boechat de Amorim (coordenador), Selma Antunes da Costa, Deise Luce de Sousa Marques, Pablo Massolar, Giselma Evandro Teixeira Camila Alves e Carla Tavares Filipe Pereira Mesquita R$ 20,00 PA L AV RA DO BI SPO C omo Igreja Metodista, somos uma das primeiras Igrejas Evangélicas plantadas no Brasil. O reverendo James L. Kennedy, em sua obra clássica 50 Anos de Metodismo no Brasil, registrou a motivação dos primeiros missionários da seguinte forma: “Mr. Pitts partiu de Nashville em maio de 1835 [...] No dia 28 de junho, ele partiu da cidade de Baltimore para o Brasil, e no dia 19 de agosto, desembarcou no Rio de Janeiro. Encetou logo seus trabalhos ministeriais naquela grande cidade, pregando em algumas casas particulares. Assim foi iniciada a pregação do Evangelho pelo primeiro ministro metodista que implantou o Reino de Deus naquela região ...”[1] Sabemos que houve descontinuidade entre este início e outras retomadas da evangelização do Brasil. O certo é que fomos um dos primeiros a realizar esforços missionários no país. Vejamos à luz da Parábola da Figueira o quanto temos frutificado. A tenah (figueira) era, juntamente com a videira, uma das árvores frutíferas mais populares em Israel. Ela crescia, dava frutos muito rápido, duas vezes por ano. A primeira colheita era em junho, chamada em hebraico de bikkûrah (Jr 24.2; Os 9.10), e a segunda colheita, em agosto, chamado o figo segundo o tenah[2]. Daí que aquele momento era certamente a época de colheita de fruto, a surpresa e indignação do dono foram grandes em novamente vir e não encontrar fruto na figueira. A figueira foi identificada em alguns momentos com Israel, o povo de Deus, à semelhança da videira (Os 9.10). Sem dúvida, Jesus usa esta comparação ao contar esta parábola. Neste caso, o Senhor é novamente o agricultor que planta e sustenta a figueira, tudo para vê-la dar fruto e glorificá-lo com eles. O que se aprende com isso é que a Igreja é essa figueira, e precisamos frutificar. A conhecida Parábola do Semeador nos dá a medida do frutificar. Nela, o objetivo é sublinhar que podemos colher a 30, a 60 e a 100 por um[3]. Daí, podemos tirar duas lições: a) A primeira é que quem está fazendo a obra de semeador da Palavra de Deus com integridade e santidade de vida deve produzir fruto. Se estivermos trabalhando e nosso ministério não está produzindo, algo está errado conosco, e não com Deus. Temos que avaliar melhor nosso ministério. b) Em segundo lugar, quando estamos cumprindo corretamente a tarefa de semeador, temos frutos em três diferentes proporções, o que indica três solos diferentes, produzindo em quantidades diferentes, mas dando frutos! Qual a proporção que estamos colhendo? Traba- Pentecostes e Missão lhemos para colher a medida de 100 por um. O Senhor da Seara deseja ver-nos colhendo frutos em abundância. Ele é parte desta obra, e por isso está pronto a nos abençoar. O Pentecostes é a celebração da colheita. Em Jerusalém, foram três mil vidas no dia de Pentecostes. E igrejas. Em um ano inteiro de trabalho, uma igreja receber um membro à comunhão da igreja; outras, 2, 3, 5, 8, a metade por transferência ou assunção de votos. Perdoem-me, mas isso indica que o pastor ou a pastora e a igreja como um todo não é ganhadora de vidas para Cristo. des improdutivas para o Reino de Deus. Anote esta frase que o Espírito Santo colocou no meu coração: “A bênção não vem sobre nós, porque estamos cumprindo o nosso próprio programa: muito louvor, muito festival de pizza e pouca obediência à ordem de Jesus, de fazer dis- Uma igreja na unção do Espírito do Pentecostes tem esta paixão que John Wesley definia de modo claro e radical: ‘... nada saber senão ganhar almas’ a nossa festa da colheita é este grande desafio: queremos apresentar vidas convertidas como resultado do nosso empenho no anúncio do Evangelho. Pentecostes e Missão Estou convencido de que parte da razão de não frutificarmos hoje como a Igreja do Pentecostes tem muito a ver com nossa submissão às ordenanças de Jesus, nossa obediência à “grande comissão” (Mt 28.1820; Mc 16.15-18; Lc 24.46-49; Jo 20.21-23). A ordem é ir e fazer discípulos, batizando, ensinando o evangelho. Noutra, diz que devemos pregar a toda criatura. Noutro, diz que devemos pregar o arrependimento para a remissão de pecados, que devemos orar pelos enfermos, expulsar demônios, enfim estender o Reino de Deus em nosso estado e nação. Celebramos o Pentecostes. É uma festa cujo sentido simbólico é a colheita e da visitação do Espírito Santo; sim, Deus derramando de sua presença. No dia de Pentecostes, esta presença foi vista como línguas de fogo, acontecimento que gerou um ardor missionário que redundou em 3 mil vidas como colheita (At 2.41); logo em seguida, mais 5 mil (At 4.4). A pregação era clara: “Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos? Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo” (At 2.37-38). A pregação também era centrada em Jesus: “Este Jesus é pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou a pedra angular. E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At 4.11-12). Hoje fico envergonhado ao ver as estatísticas de algumas Irmãos e irmãs, se fôssemos uma empresa, alguns pastores e líderes seriam mandados embora por descumprimento das ordens recebidas. Sim, temos muitas atividades nas igrejas, mas não paramos para avaliar se elas realmente concorrem para o cumprimento da ordenança de Jesus, que é ide e fazei discípulos, batizando-os [...] etc. Vamos parar com ativida- cípulos, pregar o Evangelho a toda criatura.” Nosso problema é que estamos desobedecendo a Deus. Como é que vamos ser abençoados? Alguém poderia dizer: “O bispo está radicalizando. Afinal, visito enfermos, aconselho as ovelhas, há muitas outras atividades pastorais a serem cumpridas. É verdade, mas, quando vai ao hospital, você distribui folhetos, fala com os outros enfermos do amor de Deus? Enfim, a razão de ser da Igreja é o anúncio do Evangelho e o convite aos pecadores. Uma igreja na unção do Espírito do Pentecostes tem esta paixão que John Wesley definia de modo claro e radical: “... nada saber senão ganhar almas.” Esperando no Senhor que este Pentecostes seja um tempo abençoado para você e sua igreja, estou, como bispo e companheiro de missão, orando por vós, para que frutifiqueis em vidas convertidas a Cristo. Aproveito para tornar a enviar a convocação de oração feita em outubro de 2006 para que a fogueira de oração não se apague em nenhuma igreja local da 1ª Região Eclesiástica. Em Cristo, Bispo Paulo Lockmann [1] Kennedy, J – Cinquenta Anos de Metodismo no Brasil. São Paulo: Imprensa Metodista, 1927. p. 13. [2] Harris, Laird – Dicionário Internacional de Teologia do A.T.. São Paulo: Vida Nova, 1998. p. 1627. [3] Dodd, C.H – Las Parábolas del Reino. Madrid: Cristiandad, 1981.p. 173. 3 M ISSÕ ES Pontos missionários avançam na REMNE Novos trabalhos na Bahia confirmam frutos dos projetos da Região Missionária do Nordeste n Camila Alves destino olo nor s m e s o Trabalh utos bons fr o d a d têm A Região Missionária do Nordeste (REMNE) lançou um novo desafio missionário com o propósito de alcançar mais uma cidade baiana. Presente em apenas 9 dos 417 municípios da Bahia, a REMNE pretende mudar essa estatística e implantar mais Igrejas Metodistas na região. Somente neste primeiro semestre de 2012, foram instalados dois novos pontos missionários no estado, nas cidades de Porto Seguro e Gongogi. A missão agora é conquistar o segundo município mais populoso da Bahia, Feira de Santana. Porto Seguro Em fevereiro, cerca de 50 pessoas se reuniram na casa do pastor Rui Sérgio Dantas para o culto de inauguração de mais um Ponto Missionário em Porto Seguro. “Esse trabalho é fruto de um projeto que vem sendo desenvolvido desde 2011. Estamos iniciando a caminhada com boa disposição, parcerias e muita fé nas promessas do Senhor”, contou o pastor Rui Sérgio. Esse projeto missionário nasceu a partir do XII Congresso da Confederação de Homens, realizado em junho do ano passado. Pastor Rui, então, aceitou o desafio de servir a Deus no Ponto Missionário em Porto Seguro, que está ligado à Metodista em Vitória da Conquista. Com sua esposa, Cleide Nazareth, e sua filha Sara Rebeca, ele deixou a Igreja em Paracatu, no noroeste de Minas Gerais, rumo à cidade baiana. No Ponto Missionário, os cultos acontecem duas vezes na semana. Em média, 15 pessoas comparecem por reunião. O culto dominical ocorre na residência do casal Dênis e Raquel. Eles moram na Bahia, mas são oficialmente membros da Igreja Metodista em Isabela Hendrix, em Belo Horizonte. O casal já demonstrou interesse em se transferir para o Ponto Missionário em Porto Seguro. Para isso, se tornariam membros da Igreja Metodista em Vitória da Conquista. Já as noites de terça-feira são dedicadas ao Discipulado. O encontro é realizado na casa pastoral. Vizinhos e amigos são convidados para integrar o grupo que participa de estudo e meditação da Palavra de Deus. “O desejo é expandir o trabalho para além das casas, ganhando ruas e centros urbanos”, revelou pastor Rui Sérgio. Para isso, segundo ele, criatividade e estratégias bem definidas são indispensáveis. “O objetivo para o primeiro semestre é dar ênfase na divulgação da presença metodista na cidade de Porto Seguro”, informou. Para fazer o nome de Jesus conhecido por meio da Igreja Metodista, pastor Rui tem investido em comunicação. “Temos ministrado a Palavra de Deus na rádio 88,7FM, durante o programa Jesus e Você, com o lema: ‘Jesus, meu Porto Seguro’”, informou o líder. Disposto a aproveitar todas as oportunidades em prol da missão, ele conta que colocou um adesivo no seu carro com a logomarca da igreja. “Meu carro funciona como um outdoor móvel. Também fizemos cartões de visita que são entregues pessoalmente”, completou. Feira de Santana Também conhecida como “Princesinha do Sertão”, Feira de Santana, com mais de 600 mil habitantes, é o próximo alvo do projeto. Segundo o coordenador do Ministério de Expansão Missionária da Primeira Região, pastor Ronan Boechat, a presença metodista na cidade auxilia no crescimento do evangelho. “De tão grande e importante que é o município de Feira de Santana, esse projeto deveria ser prioritário para toda a Igreja, um projeto da área nacional”, comentou. Atualmente o Ponto Missionário em Feira de Santana está sob a responsabilidade do evangelista Gilmar Medeiros, da Igreja de Alagoinhas, designado pela REMNE para dar início ao trabalho missionário na cidade. Voluntariamente, ele viaja 75 quilômetros até Feira de Santana para se reunir com um pequeno grupo de dis- Q Ajudando os pontos missionários uem quiser ajudar a Missão Metodista em Porto Seguro poderá fazer doações por meio de depósito no Banco Bradesco, agência 3206-9, conta corrente 444942-8, em favor da Associação da Igreja Metodista. Por ser uma conta já existente, utilizada pela AIM, o superintendente do Distrito III (REMNE), pastor Dilson Dias, faz algumas recomendações: “Na hora do depósito, a pessoa deverá acrescentar R$ 0,07 (sete centavos) em cada depósito destinado a Porto Seguro. Por exemplo, em vez de R$ 100,00, R$ 100,07”, detalhou. A sua ajuda pode ser a resposta de oração dos irmãos metodistas que estão investindo tempo, fé e amor no trabalho de missões em Porto Seguro. “Temos orado para que o Senhor coloque pessoas que venham somar no avanço missionário com a visão de Reino. E isso tem sido experimentado aqui”, finalizou o pastor. Já para contribuir para o desenvolvimento do Projeto Missionário em Feira de Santana, anote os dados da conta para doações: Banco Itaú, agência 0934, conta poupança 00857-4/500 em nome da Associação da Igreja Metodista. cipulado e compartilhar ensinamentos bíblicos. De acordo com o evangelista, as reuniões acontecem semanalmente em locais públicos, como shoppings centers, ou nas casas de participantes do grupo. Por estar ainda no início, o projeto missionário de Feira de Santana precisa de parcerias e contribuições financeiras para galgar passos maiores e fincar raízes na cidade baiana. “Contamos sempre com as orações dos amados irmãos, bem como toda e qualquer ajuda para esse projeto, que nasceu no co- ração de Deus”, contou Gilmar Medeiros. Para ajudar o Ponto Missionário em Feira de Santana, a Igreja Metodista em Vila Isabel, por iniciativa do pastor Ronan Boechat, pastor titular da igreja na época, criou uma conta específica para receber ofertas e doações para o projeto missionário em Feira de Santana. “Fui nomeado para a Igreja do Jardim Botânico, mas o meu compromisso de oração e busca por ofertas em prol desse trabalho missionário continua”, comentou. Novo horário todos os sábados, às 12h:30, na CNT 4 E NTREV ISTA O coração que aqueceu corações Reverendo Rui Josgrilberg fala sobre os frutos da experiência religiosa de John Wesley O mote de Wesley não era formar uma nova seita, mas renovar a nação, especialmente a igreja, e espalhar a santidade bíblica por toda a Terra N o mês em que foi comemorado o Dia do Metodismo, em 24 de maio, o reitor da Faculdade de Teologia e coordenador do Centro de Estudos Wesleyanos da Universidade Metodista de São Paulo (Umesp), reverendo Rui de Souza Josgrilberg, relembrou os desdobramentos da experiência do “coração aquecido” vivida por John Wesley. Essa data tornou-se referência para o Metodismo e base para visão de evangelismo integral pregado pela Igreja Metodista no Brasil e no mundo. Avante: O dia 24 de maio de 1738 é lembrado pela experiência do “coração aquecido” vivida por John Wesley. Qual a importância desse episódio para o povo Metodista? Reverendo Rui Josgrilberg: Essa data é muito importante para o povo metodista, não só no Brasil, mas no mundo, pois toda a igreja celebra a experiência religiosa de Wesley. Mas também é importante lembrar que ele próprio situou esse episódio no conjunto de sua vida ministerial. E essa experiência não tem que ser interpretada isoladamente. À luz da Bíblia, da tradição viva da Igreja e de nosso perfil como grupo de estudos, deve ser vista como o fato que levou ao nascimento do metodismo. Avante: Quais as mudanças que essa experiência gerou na vida John Wesley? Reverendo Rui: Na verdade, ela gerou em Wesley crescentes inquietações e dúvidas. Esse momento, no entanto, foi importante para assegurá-lo de sua fé e presença da graça de Deus em sua vida. Também fez com que ele procurasse exercer seu ministério, trabalho missionário, evangelização e pregações ao ar livre com o objetivo de alcançar o povo que estava esquecido pela igreja oficial da época, a Anglicana. Avante: Podemos afirmar que a visão de Wesley não mudou apenas a Inglaterra, mas o mundo? E essa experiência ajuda ainda hoje no processo de transformação social? Reverendo Rui: Deveria mudar. Acredito que o mundo todo deveria ter uma presença social muito grande. Esse é o espírito do Metodismo. Ou seja, uma salvação integral, que inclui a criação e o social. Wesley sempre entendeu a fé cristã não só como experiência individual, mas sim comunitária, que envolve a sociedade. Faz parte da ideia de salvação de Wesley essa preocupação com o social. Avante: O senhor poderia fa- lar sobre essa preocupação? Reverendo Rui: Wesley sempre se preocupou com a salvação pessoal. Ele, porém, teve um conselheiro que lhe dizia: “A Bíblia não sabe nada de uma religião solitária, mas de uma religião social”. O que isso significa? Que a nossa fé tem que ser comunitária. Na convivência com o próximo, ela se abre também para outros aspectos da sociedade, como a preocupação que Wesley tinha com saúde e educação. Isso envolve a salvação integral. Não se trata de acréscimo à evangelização, e sim parte da salvação. Avante: A paixão evangelística em Wesley, sobretudo com os pobres, caracteriza o movimento metodista? Reverendo Rui: É o espírito metodista. O Metodismo é caracterizado por essa paixão evangelística, mas que atinge a pessoa no seu todo. Wesley pregou para multidões. Porém, organizou essa multidão preocupando-se muito com as crianças carentes de escolas e orfanatos. Ele se preocupou bastante com a saúde do povo. Foi a primeira e pioneira iniciativa em Londres de atendimento gratuito para consulta médicas e distribuição de remédios. E foi essa preocupação com o social que levou a Igreja Metodista a ter um credo social. Avante: Podemos também di- zer que John Wesley teve uma vida de disciplina em busca de santidade? Reverendo Rui: A vida san- ta para Wesley é essencial. O metodismo de Wesley é prático. Isso significa que devemos viver e praticar a salvação. Não devemos apenas recebê-la, mas também praticá-la. Quando pensou em uma vida santa, Wesley sabia que nós até poderíamos buscar a perfeição. Ela, porém, não é alcançável por nossos esforços. Vem somente pela graça. É Deus que age e possibilita em algum momento essa perfeição. Avante: Falar da Teologia Wesleyana é falar de elementos básicos como Bíblia, razão, tradição e experiência. Mas ainda podemos falar de outro elemento, a criação. Como encaixá-lo nesse quadrilátero? Reverendo Rui: Isso é muito interessante, porque Wesley percebeu que a Bíblia diz com toda a clareza que a criação também aguarda a salvação. Na carta aos Efésios, é dito que Cristo vai recapitular toda a criação. Então, Ele percebeu que ela é essencial. Podemos dizer que não vamos ser salvos sem a criação; só o podemos ser juntos com ela. Essa perspectiva fez com que a criação Acredito que o mundo todo deveria ter uma presença social muito grande. Esse é o espírito do Metodismo fosse incluída no quadrilátero wesleyano: Bíblia no centro, criação, experiência, razão e tradição viva da igreja. Avante: O senhor já está há algum tempo à frente do Centro de Estudos Wesleyanos da Umesp. Que projetos têm sido desenvolvidos? Reverendo Rui: Fizemos uma pesquisa sobre a memória wesleyana. Para obtermos uma identidade metodista, temos que saber contar a nossa historia. Trata-se também de uma pesquisa da teologia metodista no contexto brasileiro. Além disso, temos um grande interesse em publicar textos para uso do povo, igrejas, seminários e pastores. Avante: O credo social é uma característica do metodista. Fale um pouco sobre isso? Reverendo Rui: Nós, metodis- ta, trazemos em nosso DNA a salvação integral. Wesley se preocupou com crianças, saúde e educação do povo. A igreja tomou a iniciativa de mostrar que a fé se estende não somente a um indivíduo, mas à sociedade. Aí vem a necessidade do credo social. Ele foi criado em 1908. E quando a Igreja no Brasil se tornou autônoma, em 1930, ela adotou e adaptou o credo social para a nossa realidade. Não podemos esquecer isso. É uma de nossas marcas mais diferenciadoras. Os metodistas devem se orgulhar de ser uma igreja que tem uma dimensão pública preocupada também com questões sociais envolvendo a nação. O mote de John Wesley não era formar uma nova seita, mas renovar a nação, especialmente a igreja, e espalhar a santidade bíblica por toda a Terra. 5 M ISSÕ ES Imform além das fronteiras Com missionários fora do país, Instituto confirma investimento em missões transculturais n Paula Damas Participantes do Projeto Missionária no Paraguai: incentivo a missões transculturais O Instituto Metodista de Formação Missionária (Imform), também conhecido como Escola de Missões, em Teresópolis, começou em março mais um treinamento de missionários pela Agência Missionária Imform, dirigida pelo pastor Benjamin Reys-Santiago. Por meio dessa Agência, além de treinar o obreiro, a Escola irá enviá-lo ao campo missionário. Leigos e clérigos de diferentes denominações evangélicas fazem parte da equipe de treinamento. Embora a Agência tenha sido criada há um ano, desde 2009, o Imform vem enviando obreiros em missões transculturais. “Em 2010, conseguimos uma parceria com uma instituição dos EUA chamada Mission Society. Desde então, temos treinado as pessoas na área de Missiologia. Mas agora queremos treiná-las e encaminhá-las por meio da Agência Missionária. Hoje, temos a abertura de enviar missionários não apenas para as diversas regiões brasileiras, mas também para fora do país”, disse o diretor do Imform, pastor Régison Coutinho. O Inform já enviou quatro missionários para o campo: o casal Gustavo e Dalila Faleiro está na França, e a jovem Alessandra Ferreira volta ao Rio de Janeiro depois de três anos em Bom Jesus da Lapa, na Bahia (veja nesta edição matérias sobre esses trabalhos). “Para a Bolívia e Paraguai também foram enviados missionários da 1ªRE. Outros dois estão ansiosos para ir para o Quênia e o Senegal”, comentou o diretor da Agência, pastor Benjamin, que, mestrando em Missiologia, conta com mais de trinta anos de experiência em missões. O treinamento na Escola de Missões funciona em tempo integral e regime intensivo (seis meses). Por isso, de acordo com a Agência, o candidato deve iniciar o treinamento já com parte do valor necessário para seu sustento garantida. O objetivo é enviá-lo diretamente para o campo logo após as fases de treinamento. Os interessados precisam preencher um formulário disponível no site da Escola de Missões. “Não se trata de um formulário que garanta aos candidatos vínculo ministerial com a Agência Missionária. Ele serve como fonte de informação para que possamos orar, dialogar e explorar opções ministeriais. Já a orientação para os casados é de que cada um dos cônjuges preencha um documento separadamente”, explicou o pastor Benjamin. A Agência informou ainda que os candidatos, sendo formados em Teologia ou não, além de passarem pelo treinamento, por ser pré-requisito para o campo, deverão apresentar um histórico de prática ministerial e ter recomendação de sua igreja local. “Além de capacitar indivíduos, trabalhamos também com igrejas, buscando ajudá-las a encontrar e cumprir a missão, seja ela local, nacional ou internacional”, comentou o diretor da Agência. Os interessados podem entrar em contato para outras informações com a Escola de Missões pelo telefone (21) 3641-6535 ou e-mail [email protected]. Missões no nordeste baiano Missionária enviada pelo Imform retorna da Bahia e compartilha experiências n Evandro Teixeira A 6 pós três anos, a missionária Alessandra Ferreira volta do nordeste com a certeza de dever cumprido. Enviada pelo Instituto Metodista de Formação Missionária (Imform) em parceria com a Região Missionária do Nordeste (REMNE), ela serviu em Bom Jesus da Lapa, na Bahia. Durante essa experiência, viu Deus transformar em alegria as dores de uma população carente de ajuda espiritual e material. “O Senhor operou maravilhas. A igreja local passou por renovação. O templo foi restaurado e vidas, transformadas pelo poder do evangelho”, testificou. Bom Jesus da Lapa, com mais de 60 mil habitantes, fica a 790 quilômetros de Salvador. A igreja local tem pelo menos 15 anos de existência. Assim que a missionária chegou à cidade, havia apenas 15 membros adultos, além de 10 crianças e 9 juvenis. O catolicismo e o candomblé são reli- giões predominantes na região e constituem um dos desafios missionários. Além disso, os jovens da cidade vivem em meio a drogas e prostituição. O primeiro desafio de Alessandra veio assim que ela chegou. A cidade estava vivendo um surto de dengue. Mais cedo do que esperava, teve de colocar em prática seus conhecimentos de enfermagem. Nessa área também foi feito um trabalho de orientação sobre saúde, além do serviço de aferição de pressão arterial em idosos. Para a realização desse trabalho, a missionária contou também com o apoio das igrejas da 1ªRE, que enviaram recursos financeiros para as reformas e construções, e voluntários para capacitação de membros por meio de seminários, além de material didático, roupas, Bíblias e brinquedos. A obra missionária em Bom Jesus da Lapa foi desenvolvida por meio de visitas aos lares, evangelismo e ação social. Na Casa de Passagem, que abriga crianças em situação de risco, foram desenvolvidas diversas atividades escolares. Na comunidade quilombola, conhecida como Vila das Piranhas, em parceria com a Pastoral da Criança, foi realizada uma campanha de combate à desnutrição infantil com bons resultados. “Deus tinha colocado em meu coração que cada criança alcançada seria uma família restaurada”, comentou uma de suas estratégias evangelísticas. Durante esses três anos, a igreja recebeu novos membros. Atualmente, a igreja tem 35 membros, sendo 90% compostos de crianças e juvenis comprometidos com a Palavra de Deus. Por meio deles, as famí- lias têm sido alcançadas. “Ainda realizamos retiro espiritual duas vezes no ano”, acrescentou Alessandra. Ela disse ainda que, ao chegar em Bom Jesus da Lapa, o Senhor a fez refletir sobre a história de Neemias. “Quando vi a situação do povo, tive a mesma reação do profeta de chorar, lamentar, orar e jejuar. Também estava fazendo uma grande obra”, comentou. Essa primeira experiência de Alessandra serviu de estímulo para ela se dedicar ainda mais à obra missionária. “Estou retornando com a alegria de ter tido a oportunidade de ser usada por Deus para ajudar a população do Nordeste brasileiro. O trabalho terá continuidade com um casal nativo. Creio que será uma bênção. Uns semeiam, outros regam e o Senhor trará o crescimento. Passarei um tempo com a família, compartilhando essa experiência com a igreja, orando e aguardando o próximo desafio”, concluiu. M I S SÕ ES A arte de evangelizar em Paris Casais de missionários usam eventos culturais como estratégia para alcançar artistas franceses n Evandro Teixeira Dalila, Pedro Henrique e Gustavo Faleiro: família em missão Centro cultural abre as portas para os artistas franceses P aris é uma das capitais culturais do mundo. No entanto, o glamour da cidade esconde um lado pouco conhecido: os parisienses são carentes de Deus. Em 2006, o casal de missionários Gustavo e Dalila Faleiro chegou à cidade luz ciente do desafio que iria enfrentar. Eles colocaram em prática o Projeto Missão Paris, dando continuidade ao Ministério La Fonderie (A Fundição em francês), idealizado há 12 anos por um casal de pastores também metodistas dos Estados Unidos, que teve de voltar para o seu país. Atualmente, o trabalho é desenvolvido por quatro famílias de missionários. Usar a arte para evangelizar e discipular artistas franceses. Esse é o objetivo desse trabalho. Uma galeria de arte no centro de Paris virou espaço cultural, onde são realizados vários eventos artísticos por meio dos quais são estabelecidos laços de amizade com pessoas envolvidas direta e indiretamente com a arte. “Temos a oportunidade de conhecer muita gente e iniciar um processo profundo de relacionamento e discipulado, que é a base de nosso trabalho”, comentou pastor Gustavo. De acordo com o casal de missionários, o índice de depressão e suicídio entre os franceses é enorme. No Brasil, o pastor, que faz da galeria de arte uma extensão de seu gabinete pastoral, desenvolveu várias trabalhos de batalha espiritual, experiência que levou para Paris. “Lidamos em solo parisiense diretamente com alcoólatras, homossexuais e dependentes químicos. Isso nos coloca sempre numa posição de batalha e conflitos diariamente”, disse o pastor. Na verdade, a meta da Missão Paris é mais ousada: estabelecer uma igreja na cidade. Música é usada como estratégia para falar de Deus Galeria de artes A criação da galeria de arte é fruto de oração. Os missionários conheceram uma Igreja Batista, no coração da cidade, que possuía duas lojas, estando uma delas praticamente abandonada. “Conversamos muito com a liderança daquela denominação, apresentamos nossa proposta e alugamos o espaço. Por desenvolvermos um ministério interdenominacional, temos uma relação muito saudável com as diversas denominações que se encontram em Paris”, testificou o casal Faleiro. Sem placas de igreja e alusões diretas ao evangelho, o centro cultural funciona como uma ONG, promovendo diversos eventos culturais em prol dos artistas da cidade. “Realizamos exposições, shows, cursos, workshops e outras atividades culturais voltadas para comunidade artística de Paris. Com isso, temos uma rotatividade enorme de pessoas em nossos eventos”, disse o pastor. Segundo ele, isso acontece devido ao fato de o povo parisiense ser aberto a novos relacionamentos, principalmente com os brasileiros. O cinema, por exemplo, é uma das áreas usadas como estratégias pelos missionários. Com o apoio de dois voluntários franceses, profissionais desse segmento, o centro cultural promove debates sobre a sétima arte. “Sempre exibimos filmes que dão margem para falarmos sobre espiritualidade e vida cristã. E temos realizado debates profundos e frutíferos ao fim de cada exibição”, comentou pastor Gustavo. Algumas igrejas de Paris também entraram nesse projeto. As pessoas que revelam o desejo de seguir a Cristo ou que já se entregaram a Ele são encaminhadas para essas comunidades cristãs. Os missionários ainda têm recebido o apoio de algumas igrejas metodista e batista, além de outras denominações do Brasil. Como o orçamento é muito alto, a questão financeira é sempre motivo de oração. “Fomos enviados pelo Instituto Metodista de Formação Missionária (Imform). E temos o grande desafio de participar da criação de uma agência missionária nos moldes da Escola de Missões da Igreja Metodista da 1ª RE. Assim, mais brasileiros serão enviados em missão para os quatro cantos do mundo. Além disso, estamos engajados no processo de consolidação de uma igreja no centro de Paris”, declarou. Embora tenha citado a questão financeira, o casal coloca a cobertura espiritual como maior necessidade. “Muitos pensam que a principal preocupação dos missionários é a falta de recursos financeiros. Realmente, isso é muito importante. No entanto, se não tivermos um grupo de oração e intercessão forte, não teremos êxito”, disse o pastor. E acrescentou: “Em alguns momentos, porém, os limites financeiros nos impedem de investir em novos projetos. Por isso, estamos orando para que o Senhor desperte no coração de igrejas, homens, mulheres e empresas o desejo de se tornarem parceiros neste projeto”. Duplamente chamados O chamado do casal Faleiro aconteceu quando eles ainda eram namorados. Deus começou a despertar no coração deles o desejo missionário. No entanto, quando aceitou esse desafio, além de liderar a Igreja Metodista em Botafogo, pastor Gustavo trabalhava como músico profissional na área de publicidade. Já sua esposa é fisioterapeuta. Ambos tiveram que redirecionar suas vidas para atender ao Ide de Jesus. Para o casal, Deus chama todos os crentes para fazer missões. Alguns, porém, de forma mais específica. “O Senhor não chama cem por cento do seu povo a sair do emprego e viver uma experiência missionária. No entanto, Ele chama cem por cento de seu povo para fazer missões”, declararam. E concluíram: “A obra missionária é feita pelos pés dos que vão, os joelhos dos que oram e as mãos dos que doam. Por isso, desde que entendemos a real necessidade de fazer missões, escolhemos um casal para sustentá-lo financeiramente. Hoje estamos do outro lado, sendo sustentados por outras famílias”. Mais informações sobre o projeto no site www. missaoparis.com. R EG IÃ O O desafio de fazer discípulos Pastora Carla Alves fala de suas conquistas no Ministério Regional do Discipulado n Redação F ocada no alvo da 1ªRE de alcançar um milhão de discípulos, pastora Carla Simone Ferreira Alves obteve grandes conquistas à frente da Secretaria Executiva do Ministério Regional do Discipulado. Embora tenha passado a pasta para o pastor Marcos Vinicius Pimenta Fraga, ela continua em plena atividade. No mês em que a Igreja Metodista comemora o Dia Nacional do Discipulado, em entrevista ao Avante, ela compartilhou os frutos de seu trabalho. Avante: Como a senhora desenvolveu as atividades do Ministério tendo como alvo a visão da 1ª RE de conquistar 1 milhão de discícupulos? Pastor Carla Alves: Essa é a visão que recebemos do Senhor por meio do bispo Paulo Lockmann. Estamos participando da ação de Deus no propósito eterno de salvar o mundo, e, em particular, o povo do estado do Rio de Janeiro. Durante minha jornada no Ministério do Discipulado, esse foi o tem mais de 25 espalhados por toda a Região. Todos formados por equipes dos distritos, com exceção de Cascadura, Pádua e Santa Cruz, que, abertos recentemente, ainda vão passar pelo processo de multiplicação. Ainda no ano passado, foi aberta a primeira turma do TDM Teens, voltado para realidade dos adolescentes. Embora seja um projeto-piloto, houve muitos frutos. Pastora Carla compartilhou os frutos do Ministério encargo principal de nossas atividades. Unimos forças a fim de ser fiéis e zelosos nessa tarefa e ainda estimular muitos para que tenham o mesmo foco em sua caminhada cristã. Avante: A senhora destacaria alguma atividade? Pastora Carla: Podemos dizer que o último biênio ficou caracterizado como um tempo de ex- pansão e multiplicação do Treinamento de Discípulos e Mestres (TDM). Trata-se de um projeto de capacitação para a liderança e tem percorrido toda a Região com o propósito de levantar líderes preparados e engajados na visão do discipulado. Avante: Quantos polos foram consolidados? Pastor Carla: Atualmente exis- Avante: Quais os resultados alcançados em termos de liderança? Pastora Carla: Até o biênio 2008-2009, já havíamos alcançado mais de 540 líderes em toda a nossa Região com o Treinamento de Discípulos e Mestres. No último biênio, atingimos mais de 970 líderes. Tivemos também a oportunidade de conhecer a realidade do discipulado em nossa Região. Lançamos ainda mais um volume da série Pão da Vida - Lições para Grupos de Discipulado, do bispo Paulo Lockmann. Além disso, foram realizados retiros com os pastores e o bispo Paulo Lockmann. O objetivo foi contribuir para o crescimento orgânico da nossa igreja e alavancar o discipulado na Região. Avante: Qual foi o diferencial do Ministério durante sua gestão? Pastora Carla: Durante o período em que estive à frente, optamos por trabalhar com um público-alvo específico de pastores com até cinco anos de ministério. Por isso, todas as convocações para participação em retiros visaram fortalecer esses novos líderes dentro da visão do discipulado. Todos os encontros buscaram promover um tempo de aprendizado, motivação e fortalecimento do que já havia sido alcançado. O Ministério também teve a oportunidade de promover viagens para participação em congressos de liderança nos Estados Unidos a fim de que eles conhecessem a realidade de outras igrejas que têm crescido com uma base sólida no discipulado, entre outras atividades. Primeira turma de Diaconato Metodistas e familiares marcam presença na ordenação dos novos diáconos da 1ªRE n Redação Pastor da Catedral do Catete, Marco Antonio, e bispo Paulo consagram novos diáconos: Casemiro Neto, Deise Marques, Marcelo Moraes, Suely Mattos, Vera Cardoso e Wilson Bonfim (abaixo) 8 N o final de abril, conforme a regulamentação da Ordem Diaconal, foi ordenada a primeira turma do curso de Diaconato da 1ªRE. A cerimônia aconteceu na Catedral do Catete e contou com a presença de metodistas, familiares e amigos dos ordenados. O bispo Paulo Lockmann ficou responsável pela mensagem oficial. Ele tomou com base a passagem de João 1.15-28. Cânticos, oração, confissão, edificação e leitura da Palavra fizeram parte da liturgia. Ao final do culto, os novos diáconos foram chamados ao altar, quando foram oficialmente consagrados e ordenados. Em seguida, cada um recebeu a estola da diaconia. Na ocasião, bispo Paulo Lockmann também destacou o valor desse serviço. “O diaconato foi a primeira ordem instituída na Igreja Primitiva”, comentou. Para Livingstone dos Santos Silva, diácono e coordenador do Núcleo de Capacitação Missionária, trata-se de um ministério especial. “A pessoa precisa ter vocação para o serviço na igreja. O termo diaconia significa serviço. E esse serviço é fundamental. Quando o diaconato nasceu, na Igreja Primitiva havia uma grande inquietação com a expansão da igreja. Por isso, os apóstolos não podiam se preocupar com a execução de outras tarefas, pois precisavam estar focados na propagação da Palavra e do Rei- no”, ensinou o coordenador. De acordo com a coordenação do curso, já existem novas turmas fechadas. Futuramente, novos diáconos irão reforçar o ministério metodista. Os candidatos ao diaconato, no entanto, devem estar dispostos colocar suas profissões a serviço da igreja. A grade curricular do curso está estruturada em 360 horas. Os interessados devem entrar em contato pelo telefone (21) 2205-1210 ou e-mail livingstone@utopia-edu. com. A seguir, a relação dos novos diáconos: Casemiro Silva Neto, Deise de Souza Marques, Marcelo Moraes Gonçalves, Suely Peixoto de Mattos, Vera Cardoso dos Santos e Wilson Barbosa Bonfim Filho. R EG IÃ O Imag: 80 anos a serviço do povo Metodistas se reuniram para celebrar oito décadas de trabalhos oferecidos à comunidade n Diego Luis O Instituto Metodista Ana Gonzaga (Imag) comemorou, em 1º de maio, mais um ano de existência. São oito décadas de serviço à comunidade. Para celebrar, metodistas de todo o estado estiveram presentes no Imag, em Inhoaíba, Zona Oeste do Rio de Janeiro, celebrando a Deus com muita música, oração e pregação da Palavra. Em um grande palco, o Instituto recebeu cantores da MK e ministérios de louvor da Igreja Metodista, que louvaram a Deus em agradecimento por mais um ano de trabalho. Com o objetivo de apoiar os serviços oferecidos, as igrejas locais montaram barraquinhas de lanches no terreno da instituição para arrecadar fundos. De acordo com o diretor do Imag, Ronaldo Pereira, parte do valor arrecadado será aplicado na construção de uma área de lazer no Instituto. “Os recursos não são tantos, mas, com certeza, vão contribuir para que isso aconteça”, garantiu o diretor. A grande festa não deixou de lado a preocupação com a comunidade. Foram montados também estandes de empregos e capacitação profissional, como o da Universidade Estácio de Sá, que ofereceu descontos para metodistas. Em parceria com o Projeto Dando as Mãos (Prodam), a empresa Mazza, que atua há dez anos na área de ensino profissionalizante, também esteve presente divulgando opor- tunidades de formação e inserção no mercado de trabalho. “A função do Prodam é dar oportunidade de emprego e de inserção no mercado de trabalho. Então, quem está fora e não possui curso técnico tem agora a oportunidade de se formar e ingressar no mercado”, explicou o coordenador de Comunicação da Mazza, Daniel Vilanova, que representou a empresa no evento. Serviços oferecidos pelo Imag O compromisso do Imag com a comunidade é traduzido em forma de serviços gratuitos oferecidos durante todo o ano a crianças e adolescentes, incentivando a prática de esportes e cursos de capacitação. “Além disso, o Instituto possui uma creche que atende 240 crianças em tempo integral, com todas as condições peda- Música, esporte e ação social marcaram o evento gógicas”, comentou Ronaldo Pereira. E explicou: “Queremos que as crianças atendidas pelo Imag tenham as mesmas oportunidades que aquelas com maior poder aquisitivo”. A ação social, de fato, marca a trajetória da Igreja Metodista. O pastor Paulo Vieira, superintendente distrital que esteve presente na comemoração, afirmou que “a igreja metodista é pioneira na questão da obra social”. Convocação aos metodistas Aproveitando a ocasião, o presidente do Conselho Diretor das Instituições Metodistas, Ronaldo Simões, adiantou o lema que irá era nortear o segundo semestre das atividades sociais do Imag. “Levar as instituições para dentro das igrejas e trazer as igrejas para dentro das instituições”. Simões também convocou os pastores a acompanharem de perto os serviços oferecidos pela instituição. Pensando na maior participação das igrejas em prol dos projetos sociais do Imag, Ronaldo Pereira, diretor-geral do Instituto, também convidou os pastores a estarem mais presentes. “Primeiro de Maio é a festa da família metodista e as igrejas devem participar. A única forma que a gente tem de criticar ou trazer melhorias para a instituição é participando”, finalizou. Festa do Carlota Pereira Louro Com muito louvor, Instituto Metodista comemora 52 anos de amparo à terceira idade n Eveline Ventura Homenagens e barraquinhas deram o tom da festa V árias igrejas se mobilizaram para participar dos 52 anos do Instituto Metodista Carlota Pereira Louro (IMCPL), da Igreja Metodista da Primeira Região, em Três Rios. O evento começou com um culto de abertura pela manhã, que contou com a participação de grupos de louvores e a mensagem do bispo Paulo Lockmann. Durante a preleção, ele ressaltou o bom trabalho desenvolvido pela instituição que, há mais de meio século, dedica-se a cuidar de idosos. “O Carlota Pereira Louro tem o dom de abraçar as pessoas da terceira idade que não têm, muitas vezes, quem cuide delas e lhes dê amor e carinho. Essa é uma obra que tem sido muito bem-sucedida. É reconhecida em todo Sul Fluminense, de modo muito especial em Três Rios e Paraíba do Sul”, destacou. A programação contou também com torneio de futebol infantil e adulto, e apresentação de grupos de louvor das igrejas participantes. Diversas barracas foram montadas. Além disso, igrejas e pessoas que colaboram com a instituição foram homenageadas pela direção do Carlota Pereira Louro. “São anos e anos de doações para a manutenção desta casa. Só estamos aqui hoje graças à ajuda dessas pessoas e igrejas. Então, acredito que essa homenagem tenha sido um dos pontos altos da programação”, enfatizou o diretor do abrigo, Marcos José da Silva Mesquita. O clima de festa contagiou os idosos, que aproveitaram o dia de sol e se divertiram. Uma das residentes destacou o carinho que recebe da equipe do Carlota. “É a terceira festa de que participo. Estou gostando muito. Eles nos tratam muito bem e com muito amor. Muitos filhos não tratam os pais com tanto carinho. Muitas vezes, sem que eu precise falar nada, eles parecem adivinhar o que preciso e me dão”, destaca Altina Dias de Oliveira, que celebrou a festividade na companhia de filho e nora. O bispo aproveitou a oportunidade para deixar uma mensagem aos que valorizam a importância da obra realizada pela instituição. “Nossa oração é que esse trabalho continue se multiplicando, dando o melhor de si para o atendimento dessas pessoas. Minha expectativa é que você, membro da igreja, que tem um coração sensível, possa fazer sua doação para o sustento do Carlota Pereira Louro”, concluiu. O IMCPL atende atualmente 60 idosos e oferece, além dos cuidados médicos, cursos de artesanato e informática aos residentes. Toda a arrecadação do evento será revertida para os projetos desenvolvidos pelo instituto, além de melhorias na qualidade de vida dos abrigados. O Instituto fica na Estrada Isaltino Siqueira, 689 – Centro – Três Rios (RJ). Contato pelos telefones (24) 2255-5086 / 2252-0906 ou e-mail: [email protected]. 9 I GREJ A EM A ÇÕES Templo lotado confirma crescimento da Metodista de Vilar Novo... ...que investe na qualidade de vida dos membros oferecendo atividades alternativas Igreja em fase de expansão Focada no crescimento da cidade, IM de Belford Roxo lança campanha para compra de terreno n Redação D Testemunho &Fé iante do crescimento imobiliário da cidade de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, a Igreja Metodista em Vilar Novo decidiu investir na construção de um novo templo. Segundo informação do pastor Wilson Borely Albernaz, atual líder do ministério, com 20 empreendimentos imobiliários, o município irá receber cerca de 20 mil novas famílias, sem contar os quais 500 mil habitantes que já residem no município, conforme dados do IBGE de 2008. Assim que foi nomeado para Vilar Novo, em 2009, uma das primeiras providências do pastor Wilson Borely foi iniciar uma campanha para a compra de um terreno para a construção da sede da igreja. “Há três anos, estamos vendendo latinhas, papelão, garrafa pet, e fazendo almoços e cantinas. Já conseguimos juntar 40 mil reais”, contou. 10 10 Irmã Elvira entre filhas e netas: família dada por Deus O pastor pretende adquirir um espaço perto do local onde a igreja funciona atualmente. “O proprietário pediu 90 mil reais à vista. Estamos precisando dos 50 mil restantes”, concluiu o líder de Vilar Novo. Com um templo maior, o ministério de Vilar Novo pretende se dedicar ainda mais à ação social, que sempre foi motivo de preocupação para a liderança local. “Fizemos doações para os desabrigados do Morro do Bumba, em Niterói, e da Região Serrana”, lembrou pastor Wilson, acrescentando que a igreja desenvolve outros trabalhos voltados para a população de Belford Roxo. “Oferecemos assistência jurídica, corte de cabelo, aplicação de flúor para crianças, balcão de empregos, atendimentos médico e oftalmológico totalmente gratuitos”, compartilhou. E acrescentou: “Temos certeza de que, com uma sede própria, poderemos fazer salas apropriadas para esses serviços. E, além disso, realizar o sonho de construir uma creche para atender as crianças da comunidade e ajudar as mães que precisam trabalhar fora”. História da igreja O ministério de Vilar Novo começou na residência de um casal metodista, em agosto de 1997. Com o crescimento do trabalho, numa loja alugada, foi inaugurado o ponto de pregação, em abril de 1998. Na época, tratava-se de um trabalho ligado à Metodista de São João de Meriti, então liderada pelo pastor Olmar Cardoso. O ponto de pregação cresceu e passou por várias lideranças. Dois anos depois, foi preciso alugar mais uma loja para comportar as pessoas que frequentavam o trabalho. Em outubro de 2002, foram nomeados os primeiros pastores de Vilar Novo. E a obra continuou crescendo. Em 2009, o pastor Wilson Borely assumiu o ministério. “A igreja continuava próspera. Muitas vidas haviam se entregado a Cristo. E as salas tornaram-se insuficientes para acomodar as classes de Escola Dominical. Nos cultos, os visitantes ficavam num ambiente muito apertado”, lembrou o pastor. Diante desse quadro, ele lançou a campanha para comprar o terreno. “Vamos construir um templo que atenda às necessidades da comunidade de Vilar Novo e sair do aluguel”, completou. Outras informações sobre essa campanha e os projetos da igreja com o pastor Wilson Borely pelos telefones (21) 26613364/3771-0787/8567-3206 ou e-mail pr.borely@yahoo. com.br. Já as doações podem ser feitas no Banco Bradesco, agência 2079, conta corrente 0027330-9, em favor da Igreja. A Igreja também fez doações para vítimas das chuvas Irmã Elvira: testemunho vivo do poder de Deus C om 68 anos, viúva e mãe de Marluce e Patrícia, irmã Elvira Lia da Silva é membro da Metodista Central de São João de Meriti. Convertida há 34 anos, ela também é avó de Ana Sofia e Estella Rara. A partir de sua conversão, Elvira passou a fazer de sua vida um testemunho vivo. A primeira superação foi quando ficou sa- bendo que tinha hipogonadismo hipotrófico, popularmente conhecido como “útero infantil”. As primeiras linhas dessa história, no entanto, já anteciparam uma das conquistas dessa serva de Deus: ela deu à luz duas meninas perfeitas. Logo após sua conversão, Elvira também sentiu a necessidade e o desejo de ga- nhar suas irmãs espíritas para Jesus. Todos os dias, ela ia vê-las. “Clamava o sangue de Jesus pelo caminho. Quando chegava no portão, ouvia a voz do inimigo falando que ele não podia permanecer ali porque chegara alguém que pertencia ‘aquele lá de cima’”, relatou. Esse vitória, porém, só veio depois de 19 anos de perseverança em oração. E tudo começou numa vigília. “Durante a madrugada, orei insistentemente pedindo a Deus que enviasse fogo do céu no quintal de minhas irmãs para queimar os demônios e tirá-las das trevas”, lembrou. No dia seguinte, irmã Elvira foi visitá-las. Assim que chegou, uma das irmãs pediu que ela a acompanhasse até o quartinho onde guardavam as imagens religiosas. O lugar ha- via pegado fogo naquela madrugada. “Glorifiquei a Deus em espírito, pois sabia que, mais uma vez, o Senhor atendeu ao meu clamor”, alegrou-se. Hoje todas elas são servas de Deus. Muito ativa na igreja local, Elvira participa do ministério de oração e ajuda na reunião da família. Além disso, dirige o culto de libertação semanalmente. Já passou por várias experiências do mover de Deus em sua vida. Para reforçar seu orçamento, também vende doces em uma barraquinha, na qual recebeu muitas bênçãos e teve muitos livramentos de assaltos e balas perdidas. Muitos milagres aconteceram em sua caminhada. Fiel ao propósito de seu coração, ela faz de sua vida um testemunho vivo do poder de Deus. I grejas em ação I Notas que trouxe a mensagem da Palavra de Deus em um dos cultos. No segundo dia, a ministração ficou sob a responsabilidade do reverendo Maximiliano Miller. Ação Social em Austin Comemoração do Desperta Débora em Três Rios Desperta Débora em Três Rios n A Igreja Metodista em Três Rios organizou uma reunião para comemorar o aniversário do Projeto Desperta Débora. Cerca de 100 pessoas compareceram ao local. Segundo a coordenadora, Elzenir Gomes, as mães que participam das reuniões dão testemunhos de vitórias alcançadas por meio da intercessão. “Este ano será de crescimento. Esperamos que outras mães se juntem a nós nesse mover de oração”, ressaltou a coordenadora. As reuniões das Déboras acontecem semanalmente, todas as quartas-feiras, às 19h30, na Igreja Metodista de Cantagalo, zona sul carioca. Retiro espiritual em Boca do Mato n O campo missionário em Boca do Mato, em Valença (RJ), realizou um retiro espiritual. Sob o tema Arrependimento, o local escolhido para o evento foi um sítio cedido por uma evangelista da própria igreja. O encontro teve como alvo principal despertar a juventude. Segundo um dos organizadores, Paulo Cesar Dones, os participantes declararam sentir a graça de Deus durante o retiro. Além disso, uma tenda de oração e busca de poder foi erguida. “O Senhor esteve presente em todos os momentos. Esse encontro espiritual ficará marcado para sempre em nossas vidas”, ressaltou Paulo Cesar. Jubileu de ouro no Lote XV n A Metodista no Lote XV, em Belford Roxo, Distrito de Caxias, comemorou 50 anos de existência. A celebração do jubileu de ouro, que durou dois dias, aconteceu na própria igreja. “Esse momento festivo me deixou bastante satisfeito”, declarou o reverendo Urias Fuly Vieira, pastor titular do ministério de Lote XV. A comemoração contou com a presença do bispo Paulo Lockmann, Retiro espiritual reúne igreja em sítio para despertar os jovens Atos & Fatos Elaboração de Projetos Sociais n Cerca de 30 pessoas participaram do 2º Curso de Elaboração de Projetos Sociais, realizado pela Secretaria Executiva de Ação Social em parceria com o Instituto Central do Povo (ICP). De acordo com pastor Edvandro Machado, secretário-executivo de Ação Social, cada aula foi uma oportunidade para troca de experiências. “Foram momentos ricos de aprendizado e partilha de conhecimentos”, afirmou o pastor. n O sentimento de ajuda ao próximo tomou conta da Metodista em Austin no mês de março. Para comemorar o 20º aniversário da igreja e alcançar a comunidade local, vários serviços foram prestados à população durante todo o dia. Atendimentos nas áreas social, jurídica, médica e odontológica, além de cuidados com beleza, entre outras atividades, foram oferecidos gratuitamente por profissionais voluntários. Cerca de 560 pessoas foram beneficiadas com os serviços, que também incluíram palestras com orientações sobre saúde e geração de renda. Ainda foi separado um espaço para re- Corte de cabelo fez parte de ação social Formatura de novos pastores O curso foi dividido em três módulos e ministrado de março a abril pelo professor Juca, mestre em Ciências Sociais e ex-gerente regional da Visão Mundial. O objetivo é capacitar os representantes das igrejas que veem suas comunidades como é um espaço onde as pessoas podem ser transformadas pelo evangelho. O curso foi encerrado com um Impacto Jovem em Niterói n Os jovens da Igreja Metodista em Itaipu, Região Oceânica de Niterói, realizaram um evangelismo diferente. Enquanto aproveitavam o sol quente de verão para ir à praia, algumas pessoas eram abordadas nas calçadas e em seus carros no sinal de trânsito. Com um copo de água mineral e uma mensagem da Palavra de Deus, a juventude divulgava o Evangelho. “O plano é alcançar vidas, e a estratégia foi impactante”, avaliou Alexandre Pimentel, líder dos jovens. A concentração foi em frente ao Shopping Multicenter, no Trevo de Piratininga. Bandeiras e faixas foram exibidas durante todo o evangelismo com os dizeres: “O preço já foi pago por você” e “Jesus é a água da vida”. O evento contou com a participação de jovens, juvenis e intercessores, e o apoio dos pastores Jamerson Rosa e William Sardinha. Foram distribuídos mil copinhos de água mineral em duas horas de evangelismo. Ao final, foi servido aos participantes um almoço na igreja. “Foi uma experiência muito boa. Agradecemos a Deus por este dia e já estamos nos preparando para o próximo Impacto Jovem”, declarou Alexandre. Casal assume trabalho em Realengo Novo campo missionário em Realengo n Recentemente, foi inaugurado mais um campo missionário da Primeira Região no bairro de Realengo. Na ocasião, foi realizado um culto em agradecimento a Deus por mais uma vitória. “Agradecemos ao Senhor por inaugurar mais um campo missionário em nosso estado. Estamos contribuindo para o crescimento da meta lançada pelo bispo Paulo Lockmann de alcançar um milhão de discípulos e discípulas”, declarou o pastor Marcio Saraiva, responsável pelo campo. “O culto foi preparado com muita dedicação e empenho dos membros. Temos a certeza de que esse projeto nasceu no coração de Deus, e iremos concretizá-lo”, declarou. Jovens Metodistas em Itaipu anunciam Jesus no trânsito da localidade culto. A terceira edição já está prevista para setembro. Para o mesmo mês, está sendo elaborado o 1º Curso de Captação de Recursos. Participantes do curso de Projetos Sociais creação infantil. Aproveitando a ocasião, um grande evangelismo foi realizado com direito à distribuição de Bíblias. n No final de abril, mais uma formatura de pastores e pastoras movimentou o Salão Tucker, do Instituto Metodista Bennett. O evento contou com a presença do bispo Paulo Lockmann, reverendos Marcos Torres e Nelson Marriel, e diácono Linvingston dos Santos, entre outros da coordenação do Núcleo de Capacitação Missionária. Segundo os organizadores do evento, a mensagem do Paulo Lockmann levou os formandos a sentir a responsabilidade de ser pastor nesta sociedade. Ele citou ainda o fato de hoje o evangelho ser confrontado por outras manifestações de culto contrárias à adoração plena e verdadeira a Deus. “Agora a Igreja Metodista conta com mais um grupo de guerreiros preparados para a missão de pregar o evangelho, vivendo o bom combate da fé”, ressaltaram. Projeto prevê incentivos para templos religiosos n Com a aprovação do Projeto 158/09, do vereador Jorge Braz (PMDB), todos os templos religiosos serão inseridos no contexto cultural do Município do Rio de Janeiro. A proposta considera as práticas religiosas representações culturais e, como tais, deverão, segundo o documento, receber o mesmo tratamento dos outros valores culturais. O projeto prevê ainda incentivos para os templos. Hoje, apenas a Igreja Católica recebe esse tipo de apoio do governo. Pela proposta do vereador Jorge Braz, as práticas religiosas de qualquer natureza serão consideradas representações do patrimônio cultural do município. “Não há registro em qualquer estudo por parte da História, Antropologia, Sociologia ou qualquer ciência social de um grupamento humano, em qualquer época, que não tenha professado algum tipo de crença. Os templos estão inseridos no contexto cultural brasileiro”, justificou o vereador. O projeto segue à sanção do prefeito Eduardo Paes. 11 R EG IÃ O Homens capacitados para liderar Federação Metodista promove seminário de capacitação para secretários distritais da Primeira Região A n Paula Damas Federação Metodista de Homens reuniu seus secretários distritais para um seminário de capacitação em 14 de abril. Com esse encontro, a Federação visa marcar presença como agente de evangelização, comunhão e capacitação de homens na Primeira Região Eclesiástica, que compreende todo o estado do Rio de Janeiro. Durante o encontro foram abordados os seguintes temas: Princípios de Liderança Eficaz, Integridade do Líder e Criatividade no Evangelismo. Todos os 27 participantes, entre secretários distritais e membros da mesa diretora, receberam material de apoio e didático. O evento, que aconteceu durante todo o dia, na Igreja Metodista Central em Duque de Caxias, foi ministrado pelo Instituto Haggai do Brasil. “Convidamos a equipe do Instituto Haggai em razão de possuírem uma proposta interessante de capacitação de líderes cristãos”, explicou o presidente da Federação, Marcus Vinicius da Costa Silva. Ainda segundo ele, o líder tem o poder de influenciar pessoas e levá-las a se envolverem com o evangelismo com fidelidade bíblica e sensibilidade cultu- ral. E, além disso, conduzir a uma liderança eficiente, exercida com excelência e responsabilidade. “O instituto faz isso independente do vínculo denominacional”, informou. O objetivo do evento foi trazer instrumentos que ajudem o secretário distrital a liderar de forma mais afetiva, fazendo-o entender a necessidade de ter uma vida cristã íntegra, buscando a santidade e cumprindo a missão de evangelizar de forma eficiente. “Primeiro temos que ganhar o não crente para nós e depois para Jesus. Ele dará mais credibilidade à palavra de salvação ministrada por um amigo”, explicou o presidente. A Federação de Homens quer ainda dar continuidade ao processo de capacitação em toda a Região. “Houve uma receptividade muito grande por parte dos líderes que participaram desse seminário. Isso gera a expectativa de um grupo maior no próximo encontro. Todos os participantes demonstraram-se satisfeitos inclusive nas redes sociais por meio de vários depoimentos”, disse o presidente da Federação. “Ao chegar ao encontro, esperava outro tipo de ministração, mas fui surpreendido e fiquei muito feliz por ter Secretários distritais da 1 ªRE reunidos para aprender a liderar participado de momentos que me deram novos instrumentos de trabalho junto aos homens de meu distrito”, revelou o secretário distrital de Jacarepaguá, Gabriel Fernandes de Carvalho. O secretário distrital de Duque de Caxias, Hélio Dias, disse que saiu motivado e com uma nova visão sobre o poder da liderança. Já o vice-presidente da Federação, Celso Teixeira, disse que saiu do encontro ciente de que Deus capacitou os escolhidos durante o seminário. “É importante evidenciar que cada secretário distrital tomou conhecimento de que, fazendo parte da Federação, ele é um agente multiplicador e facilitador, tendo a responsabilidade de fazer chegar essas orientações aos líderes das sociedades locais a fim de que o processo de multiplicação seja eficaz, produzindo frutos que serão colhidos ao mesmo tempo em todo o estado”, enfatizou Marcus Vinicius. Como ênfase dessa visão, a Federação Metodista de Homens já fechou sua programação para este ano. No segundo sábado de julho, acontecerá o Encontro Regional, na Igreja Central de Santa Cruz. De 7 a 9 de setembro, o Encontro Nacional de Liderança das Federações de Homens. No dia 24 de novembro, será realizado o Culto Regional, na Igreja do Retiro, em Volta Redonda, em comemoração ao Dia das Sociedades Metodistas de Homens. A liderança da Federação avisa que está realizando vários encontros com os líderes das sociedades de homens dos diversos distritos na 1ª Região. Para mais informações, basta entrar em contato pelo e-mail [email protected]. br ou pelo site homensmetodistas.wordpress.com. Experiências compartilhadas a distância Encontro da Confederação de Mulheres reúne participantes de todo o país por meio de conferência on-line A 12 Federação das Sociedades Metodistas de Mulheres do Estado do Rio de Janeiro mobilzou-se para participar do 5º Encontro de Mulheres Metodistas a Distância. O tema foi Nossas raízes... Nosso cotidiano, baseado em Salmos 78.3-4. O evento, realizado em 14 de abril, foi promovido pela Confederação de Mulheres em parceria com o Centro Otília Chaves e a Universidade Metodista em São Paulo (Umesp). No Rio de Janeiro, cerca de mil mulheres se reuniram em grupos distritais, num total de 26 polos, em locais com acesso à internet. “O encontro nasceu do desejo de irmãs espalhadas pelo Brasil que não podiam participar dos eventos presenciais. O objetivo, único para todas as Federações, é capacitar as mulheres e incluí-las nos avanços que a tecnologia oferece”, explicou a presidente da Federa- Mulheres buscam eficiência em conferência a distância ção, Tânia Lúcia Borges Vieira. E acrescentou: “Dessa forma, elas estarão aptas a assumir seu papel na sociedade, família e igreja, resgatando sua consciência como filhas de Deus capazes e dispostas para a obra transformadora deste mundo”, afirmou Tânia. Antes da transmissão ao vivo, os grupos realizaram momentos de oração e troca de experiências. “Sempre estimulamos todas as sociedades, por meio de seus distritos, a estarem envolvidas nesta programação, que começou em 2010 e já está na quinta edição”, disse a presidente da Federação. Às 10h, do estúdio da Umesp, teve início a transmissão. Participaram da conferência on-line a presidente da Confederação Metodista de Mulheres, Sonia Palmeira; bispa Marisa de Freitas; e os professores da Umesp José Carlos de Souza e a reverenda Margarida Ribeiro. Ele falou sobre as raízes do Metodismo, destacando a participação ativa das mulheres; e ela apresentou o trabalho constante das mulheres metodista brasileiras. Num segundo momento, palestraram o reverendo Paulo Garcia, da Faculdade de Teologia (Fateo), o professor Marcio de Moraes, da Umesp; a reverenda Amélia Tavares, editora da Voz Missionária; e a psicóloga Janice Bicudo (5ª RE). Mulheres de todo o Brasil participaram ativamente enviando depoimentos e perguntas, que foram respondidas ao longo da transmissão. Segundo a presidente da Federação de Mulheres, o Rio de Janeiro conta com o apoio dos pastores e igrejas locais, que sempre abrem as portas para o evento. Em alguns casos, os polos são organizados na casa das sócias, o que amplia ainda mais a consciência de parceria e unidade entre as participantes. “Para nós, este evento é importantíssimo, porque promove a inclusão. Mulheres que não tiveram a oportunidade de frequentar o ensino superior podem ter acesso a uma capacitação de alto nível, ministrada de forma objetiva e eficiente. Elas sempre interagem com alegria e visão abrangente, buscando adequar ao seu dia a dia às informações recebidas”, destacou Tânia Lúcia. Ainda este ano, no dia 25 de agosto, acontecerá mais um Encontro a Distância. Outras informações com os grupos societários das igrejas locais ou as secretárias distritais. Meio ambiente Publicação da Igreja Metodista no Estado do Rio de Janeiro – 1ª RE Encarte nº 429 • maio/junho de 2012 Por um planeta sustentável Além de autoridades mundiais, Rio+20 mobiliza a Igreja Metodista em torno de questões ambientais N os últimos anos, o Rio de Janeiro permaneceu sob os olhares de autoridades mundiais e sociedades civis na expectativa da conferência que pretende aprumar o rumo das políticas sócioambientais dos países pertencentes à ONU. Trata-se da Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. Esse evento marca os vinte anos da realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a ECO-92, realizada também no Rio. Desenvolvimento sustentável, tema deste ano, entrou oficialmente na agenda dos países participantes. O encontro reunirá 102 chefes de Estado e de Governo, representantes internacionais, grupos empresariais, autoridades locais, entre outros setores da sociedade civil. Todos reunidos em torno de um objetivo: estabelecer, por meio de um consenso, um documento que defina metas concretas para conciliar desenvolvimento com proteção ambiental. Pode-se dizer, de forma simplificada, que a Rio+20 é uma reunião da cúpula da ONU, cujo discurso está baseado em três pilares: renovação do compromisso com o meio ambiente e revisão das práticas desenvolvidas durante essas duas décadas; a transição para uma Economia Verde, que busca integrar os pilares econômico, social e ambiental no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza mundial; e a estrutura institucional para que o desenvolvimento sustentável seja uma realidade em todos os países. “Dessa forma, a Rio+20 configura-se muito além de uma força que prega a proteção ambiental, sendo, na prática, uma oportunidade para traçar um futuro sustentável para o planeta”, comentaram especialistas. A conferência será composta de três momentos. De 13 a 15 de junho, está prevista a III Reunião do Comitê Preparatório, no qual irão reunir-se representantes governamentais para negociações dos documentos a serem adotados na Conferência. Em seguida, entre 16 e 19 de junho, serão programados paralelamente à Rio+20 eventos com a sociedade civil, como os Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável. Esses encontros serão em espaços abertos para uma discussão franca e inovadora sobre dez temas prioritários da agenda internacional relacionados ao desenvolvimento sustentável. São eles: Combate à pobreza, economia, segurança alimentar, cidades, água, oceanos, florestas, emprego decente, energia e as crises do capitalismo. Cada tema levará três recomendações para as mesas-redondas dos chefes de Estado. Simultaneamente, o Comitê Facilitador da Sociedade Civil Brasileira para a Rio+20 promoverá um evento autônomo e paralelo à Conferência, que acontecerá entre os dias 15 a 23 de junho, no Aterro do Flamengo. Trata-se da Cúpula dos Povos por Justiça Social e Ambiental, que reunirá ONGs, movimentos sociais e indivíduos interessados em denunciar as causas da crise socioambiental, apresentar soluções práticas e fortalecer movimentos sociais do Brasil. Ponto alto do encontro De 20 a 22 de junho, ocorrerá o Segmento de Alto Nível da Conferência, no Centro de Convenções do Riocentro. Esse momento é o mais aguardado. Os líderes discursarão sobre a importância do desenvolvimento sustentável e participarão de mesas-redondas sobre temas como energia, cidades sustentáveis, água, florestas e segurança alimentar. E ainda terão de aprovar o texto final da conferência intitulado O Futuro que Queremos. Esse documento oficial irá conter as metas para serem cumpridas até 2015 pelos estados-membros nas áreas de transporte, indústria, pesca, energia, agricultura, turismo, florestas, edificações, água e gerenciamento de lixo, tudo baseado no modelo financeiro que será estabelecido na conferência. De fato, entrar em consenso em meio ao atual cenário econômico mundial é um dos desafios da Rio+20. Devido à degradação ambiental em busca de desenvolvimento econômico, a Economia Verde surgiu como uma solução para reverter os danos e manter o progresso. “Os objetivos dessa economia são dois: deter a destruição do meio ambiente e assegurar bem-estar à população. As duas coisas estão interligadas e devem caminhar juntas para que possamos alcançar o modelo de desenvolvimento sustentável que almejamos”, esclareceu o diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Stainer, em entrevista à Revista Veja (edição de fevereiro/2012). Igreja e a Rio+20 A Igreja Metodista sempre esteve envolvida com a obra missionária no que se refere ao evangelho como um todo. Questões sociais e ambientais também fazem parte dos projetos desenvolvidos pela igreja. Às vésperas da Conferência, metodistas têm se mobilizado em ações sociais, a exemplo da ECO-92, quando a igreja teve participação ativa. De acordo com o bispo Paulo Lockmann, a preocupação da igreja com a preservação do meio ambiente, bem como sua utilização de maneira consciente, já existe desde os tempos do fundador do metodismo. “Como Igreja, precisamos nos despertar em relação ao cuidado com a criação. A Igreja Metodista tem tido tradição no envolvimento com as questões ligadas ao meio ambiente, desde o tempo de John Wesley”, relembrou o bispo. Pensando numa aproximação mais efetiva da igreja com a Rio+20, o bispo Paulo Lockmann indicou um grupo de trabalho que tem como recomendação pensar em ações em conjunto com as igrejas locais visando à conscientização de cada um com o meio ambiente. Isso seria desenvolvido por meio de eventos, palestras e ações ambientais internas e externas. O grupo, que está sob a coordenação da diaconisa Deise Marques, já se reuniu algumas vezes para traçar as metas de ação. Fazem parte também da equipe os pastores Marcos Torres, Paulo Welte e Ronan Boechat, além dos diáconos Marcelo Gonçalves e Wilson Bonfim. Uma das ações sugeridas é a abordagem de temas relacionados ao meio ambiente durante a Escola Dominical, com o intuito de esclarecer a importância de utilizar os recursos naturais de forma eficiente, sem degradar a natureza, mas incentivando atitudes ecológicas. Outra iniciativa proposta é a de que as igrejas realizem um culto, no dia 17 de junho, que tenha esse tema como mensagem, com base na reflexão bíblica do bispo Paulo Lockmann enviada aos pastores (também nas páginas centrais deste caderno). Recentemente, o Colégio Episcopal e o bispo Paulo Lockmann utilizaram os meios de comunicação da igreja para mobilizar os metodistas a favor de um abaixo-assinado contra o projeto de lei do novo Código Florestal. Vale lembrar que ações como esta têm sido frequentes na igreja, que tem se engajado nas questões sociais e ambientais. A agenda completa do evento está disponível no site oficial: www.rio20.gov.br. O que diz a Bíblia sobre Ecologia? Uma exposição sobre cuidado com a natureza a partir da Palavra e experiências pessoais Q uando abrimos o livro de Gênesis, ou “livro do começo”, a narrativa nos enche de alegria e espanto, pois. ao recordar-nos cada dia da criação, nos traz à memória a natureza criada por Deus. Em Gênesis 1.3, é dito: “Disse Deus: Haja luz e houve luz.” Ah! O sol. Que delícia! Após um longo tempo de frio e chuva, como vivi na minha terra, de repente brilha o sol, saímos à rua e sentimos aquele calor agradável que fortalece os ossos. Ou no verão, junto ao mar, levanto cedo e vejo o nascer astro-rei subindo do mar. Ah! É pura poesia, inspira e comove. Sim, o sol é obra do Deus da luz, o Criador. “E viu Deus que a luz era boa.” Sim, não há vida sem o sol. Em Gênesis 1.6: “E disse Deus: ...Haja separação entre águas e águas.” Nasci em Porto Alegre, diferente de outros lugares, temos as águas do Guaíba a nos cercar de diferentes partes. A cidade é atravessada por diversos riachos, hoje, todos poluídos, mas como é agradável mergulhar nas águas da Pedra Redonda, ou outras de nossas praias do Rio de Janeiro. Olhar as águas aquieta a alma, tranquiliza o coração. Mergulhar nas águas energiza os músculos, o cérebro, dá uma sensação de bem-estar. “E viu Deus, que isso era bom.” Em Gênesis 1.11: “E disse Deus: Produza a terra, relva, ervas e árvores que deem frutos.” Aprendi desde menino a conhecer ervas para os nossos chás. Havia nelas cura para tudo. Losna para fígado e estômago, quebra-pedra para os rins, jurubeba para o fígado, e tantos outros. Aprendi que tudo que precisávamos para ser curados estava na natureza. E as árvores com seus frutos, ah! Que saudade das árvores da minha infância. Passei boa parte subindo no abacateiro, na goiabeira e na pereira. O que fizeram com as nossas árvores? Tenho pena das nossas crianças que quase não veem árvores, só prédios; ou as veem de longe. Poderia descrever o restante da criação, pois emociona, motiva. Toda natureza criada por Deus não é nossa, somos apenas mordomos do que Deus criou: “Ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam. Fundou-a ele sobre os mares e sobre as correntes a estabeleceu” (Sl 24.1-2). A narrativa do dilúvio mostra também Deus orientando Noé para resgatar e preservar a criação: “De toda carne, em que havia fôlego de vida, entraram de dois em dois para Noé na arca; eram macho e fêmea os que entraram de toda carne, como Deus lhe havia ordenado; e o Senhor fechou a porta após ele” (Gn 7.15-16). Exaltando o Criador e a criação “...pois expusestes nos céus a tua majestade”, registra Salmos 18.1. A soberania de Deus é ilustrada nesse livro. No Salmo 19, por exemplo, há uma exaltação da natureza ao Criador: “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos.” (Sl 19.1). Ou a sua grandeza e juízo é exaltada em Salmos 33. 6-9. O culto a Deus, conforme o salmista, obedece a um processo de reconhecimento de que Ele é Deus Criador, em Salmos 50. 1-5. Por fim, exalta o poder de Deus, dizendo: “Ó Senhor, Deus dos Exércitos, quem é poderoso como tu és, Senhor, com a tua fidelidade ao redor de ti? Dominas a fúria do mar; quando as suas ondas se levantam, tu as amainas. Calcaste a Raabe, como um ferido de morte;com o teu poderoso braço dispersaste os teus inimigos. Teus são os céus, tua, a terra; o mundo e a sua plenitude, tu os fundaste. O Norte e o Sul, tu os criaste; o Tabor e o Hermom exultam em teu nome. O teu braço é armado de poder, forte é a tua mão, e elevada, a tua destra” (Sl 89. 8-13). Os Salmos que reproduzem o culto, os cânticos, a poesia e a sabedoria do caminhar com Deus reconhecem que Ele é o Criador, Senhor e sustentador do universo. E nós, criaturas suas, responsáveis por sua criação, que anuncia seu domínio e poder. Jesus e os Evangelhos: lições de meio ambiente Alguém poderia dizer: “Ecologia é tema dos nossos dias. O que pode Jesus e os Evangelhos dizer sobre isso?” Na verdade o que podemos encontrar são conceitos que, uma vez seguidos, ajudam-nos a cuidar do meio ambiente. Deixe-me mostrar dois momentos que nos ensinam sobre princípios de vida em comunidade. a) A pesca maravilhosa (Lc 5. 1-11) Essa narrativa nos confronta ao mostrar que a pesca artesanal pode sustentar milhares de famílias no mundo. No entanto, a vida marinha está acabando por causa da pesca predatória, que transformou os peixes e moluscos em produtos de enriquecimento de grandes indústrias de pescados. É a acumulação em detrimento do compartilhamento comunitário e sustentável. Veja o que chama atenção no texto de Lucas 5. 5-7. A pesquisa nos ensina que a pesca segue ciclos de procriação dos peixes. A grande pesca, narrada em Lucas 5.5-7, obedece a tais períodos do mar da Galileia. A grande lição é partilhar com os companheiros a grande pescaria. Poderiam levar tudo para a praia e fazer a secagem do excedente e vender mais do que conseguiriam ao ter dividido. Essa noção de partilha comunitária mostrada no texto ainda é parte da prática das populações ribeirinha em redor do mundo. Reconheço que é também importante a pesca em navios maiores e industriais, desde que siga os ciclos da natureza, repeitando-a, sem explorá-la ao ponto de por em risco a existência de certas espécies, como as baleias. O cuidado com o meio ambiente tornou-se pauta de inúmeras discussões pelo mundo. No entanto, a História do Metodismo mostra que essa preocupação ecológica já era evidente na vida de John Wesley. “A Igreja Metodista tem tradição no envolvimento com questões ligadas ao meio ambiente. Wesley chegou a desenvolver um Manual de Medicina baseado em plantas medicinais. Além disso, o Plano para Vida e Missão da Igreja visa à restauração da pessoa na sua integridade e seu ambiente de vida”, comentou bispo Paulo Lockmann, da 1ªRE, em documento dirigido aos superintendentes distritais convocando a participação na Rio+20. Ele ainda lembrou que, em 1982, no âmbito do Concílio Geral, foi aprovado o Plano Nacional de Missão. Nesse documento, no item Área de Ação Social, foi apresentada a necessidade de “apoiar, incentivar e participar das iniciativas em defesa da preservação do meio am- b) A ansiosa solicitude pela vida (Lc 12.22-34) Há quatro meses não como carne bovina, por razões médicas e também por propósito. Para mim, gaúcho, no início foi difícil. Agora como sem a carne o feijão, arroz, salada, de vez em quando peixe ou frango. Neste tempo quebrei o propósito, por falta de opção, poucas vezes. O que estou defendendo é uma vida mais simples. Outro dia Glaucia, minha esposa, disse-me: “É impressionante a quantidade de amigos e conhecidos que tiveram ou têm câncer. Não seriam as químicas e conservantes, ou agrotóxicos?” A verdade é que a necessidade de grandes produções e lucros faz com que não meçam os meios para produzir mais alimentos, ainda que tragam riscos à vida. Nossa saúde tem sido vítima dos grandes lucros! Junto a isso entra a advertência que Jesus fez sobre as “vestimentas”. Quando, em Mateus 10, envia os discípulos para a missão, Ele adverte: “nem de alforje para o caminho, nem de duas túnicas, nem de sandálias, nem de bordão; porque digno é o trabalhador do seu alimento” (v.10). A corrida à monocultura do algodão não dá espaço na maioria das grandes fazendas, nem para os funcionários plantarem uma horta, feijão ou algo semelhante. Sem falar da rápida exaustão da terra. Pessoas se endividam para comprar as marcas da moda, jovens roubam ou se prostituem para usar roupas de grife. Esse consumismo está destruindo todos nós e o meio ambiente. Que mundo vão herdar nossos netos? É profundamente evangélico sairmos dessa corrida ao consumo e optarmos por uma vida simples como recomendou Jesus em Lucas 12.27-28. A razão desta reflexão é que estamos à beira do caos no que tange ao meio ambiente. Cidades como São Paulo se tornam não habitáveis, há colapso em vários setores. Os dados apontam que no Brasil menos da metade dos domicílios tem conexão com serviço de esgoto; a maioria lança in natura nas redes fluviais, contaminam os mananciais de águas. Como Igreja, precisamos nos despertar em relação ao cuidado da criação. Estamos com um grupo de trabalho que irá propor ações que levem nosso povo a cooperar com o cuidado do meio ambiente. Diante da Rio + 20, conferencia que ocorrerá em nosso meio, a Igreja precisa ser vanguarda, assumindo posturas e cuidados que cooperem para o bem-estar do nosso planeta. Deus nos ajude nesta tarefa. “A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus. Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeito, na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus” (Rm 8.19-21). Bispo Paulo Lockmann Cuidar do planeta faz parte do Metodismo biente” (PVN, 1982, p.20). Na área acadêmica, o pensamento de Wesley também foi discutido. Durante a 9ª Mostra Acadêmica da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep), realizada no final do ano passado, sob o tema Ambiente e Sustentabilidade, o professor Ismael Forte Valentim, da Faculdade de Ciências Humanas da Unimep, propôs uma pesquisa sobre Metodismo e Ecologia. Segundo ele, uma leitura das pesquisas e escritos de Wesley revela a preocupação do fundador do Metodismo a respeito das questões naturais. Na análise do professor, um exemplo desse interesse pode ser visto na obra Uma Investigação sobre a Sabedoria de Deus na Criação. “Wesley apresenta o resultado da investigação, a qual passava das complexidades físicas do corpo humano até o reino animal, com observações sobre a ecologia, especificamente na capacidade de convivência harmoniosa entre os seres vivos e a natureza”, comentou. O teólogo Leonardo Boff é outro defensor das questões ecológicas. Durante palestra no Centro Universitário Bennett, numa aula inaugural que tinha Ecologia como um dos temas, ele disse: “Hoje precisamos ter a consciência da urgência em que a situação da humanidade se encontra. Nunca antes na história a nossa vida esteve tão ameaçada”. Já, numa ocasião anterior, ele declarou: “No texto bíblico que diz: ‘Povoem a Terra e a subjuguem’, o termo ‘subjugar” foi mal traduzido. No original, refere-se a cuidar; no sentido de cuidar de uma herança. Tratamos a Terra como se fosse uma mina de onde podemos tirar todas as riquezas e depois abandoná-la. Nós que somos a Terra. Transformemos com a paz e a Palavra esse sistema explorador.” Iniciativas metodistas Fazendo valer a orientação do Plano de Vida e Missão, a Igreja Metodista, por meio da Secretaria Regional de Ação Social da 1ªRE, sob a responsabilidade do pastor Edvandro Machado, em parceria com a Visão Mundial do Brasil, promoveu o Seminário Impacto das Mudanças Climáticas e Exclusão Social. O evento aconteceu em outubro do ano passado, no Instituto Central do Povo (ICP), reunindo líderes evangélicos e especialistas. O objetivo do encontro foi conscientizar as igrejas e a sociedade de que as consequências das mudanças climáticas atingem todo o planeta. “Por isso, essa tarefa não só do estado, mas de toda a sociedade.”, completou pastor Edvandro. Os temas discutidos no seminário viraram o documento que foi entregue ao poder público. Pastor Edvandro também encontrou uma forma prática de colaborar com a saúde do meio ambiente. Ele coordena a campanha de recolhimento de óleo usado. Para incentivar a participação, a empresa Disque Óleo Vegetal, parceira neste projeto, paga à igreja participante da campanha o valor de 30 centavos para cada litro de óleo usado. A entidade coleta e transporta todo o material. Além disso, disponibiliza para as igrejas o recipiente para armazenar o produto. O pastor Ricardo Lisboa, da Metodista em Mariópolis, informou que “um litro de óleo usado polui cerca de 20 mil litros de água”. Segundo ele, há ainda outras estimativas que dão conta de que o número seria bem maior, um milhão de litros. Fato é: de uma forma ou de outra o meio ambiente sai perdendo. “Nós, seres humanos, estamos, gradativamente, nos distanciando do carinho divino com a natureza ao destruir a criação por meio de atos particulares ou coletivos. Precisamos fazer algo”, alertou o pasto. Os interessados em colaborar com a saúde do planeta dando o direcionamento correto ao óleo usado devem entrar em contatos com a Disque Óleo Usado pelo telefone (21) 2660-3326 ou e-mail [email protected]. 3 Cemag e a missão de preservar a natureza A Centro Ecológico Metodista contribui com o meio ambiente desde a década de 90 preocupação com o desmatamento e a visão de que “a Igreja deve ser elemento de solução para os problemas da ecologia” levaram à criação, na década de 90, do Centro Ecológico Metodista Ana Gonzaga (Cemag). Foram reservados cerca de 70 hectares, separados nos fundos das terras do Instituto Metodista Ana Gonzaga (Imag), na zona oeste do Rio de Janeiro, com a finalidade de preservar o meio ambiente. De lá para cá, o Cemag plantou um total de 40 mil árvores típicas da Mata Atlântica, por meio de um convênio com o Governo Federal. Hoje, o mesmo esforço para o reflorestamento se repete. Está sendo formado um grupo para retomar as ações e programações do Centro Ecológico em busca também de um trabalho de educação ambiental e conservação. Na época em que o Cemag nasceu, além da parceria com o Ministério do Meio Ambiente, uma séria de medidas foi realizada para conscientizar a respeito da importância da preservação da natureza. “Oferecemos aos alunos das escolas públicas um passeio com direito à trilha no meio da Mata. Naquela época, chegamos a contar com a ajuda de um agrônomo e um educador ambiental, formados pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)”, lembrou o missionário e reverendo James Edwin Tims, que durante anos ficou à frente do Centro Ecológico. Daquele tempo até os dias de hoje, o Cemag passou por várias transições e teve, depois do reverendo Tims, outras pessoas nomeadas para o mesmo trabalho. No entanto, ele garante que nunca deixou de se O Centro Ecológico replantou 40 mil árvores típicas da Mata Atlântica preocupar com a questão do meio ambiente e da vida. “Vejo o Brasil como uma potência mundial. Não há país que tenha mais recursos naturais e condições para fazer com que todas as pessoas tenham saúde, alimentação, moradia e educação”. A Semana do Meio Ambiente, por exemplo, era uma das programações. Comemorado pelo Centro Ecológico em junho, o evento sempre contou com a participação da comunidade local. O Cemag possuía uma horta orgânica, e os vizinhos eram convidados para plantar em suas próprias casas, recebendo orientações quanto à forma de aproveitar melhor os alimentos. “Tivemos um trabalho muito abençoado na área de conscientização”, atestou. No ano em que foi criado, o Centro recebeu apoio do Rotary Club de Campo Grande para organizar o 1º Eco Oeste. O evento envolveu 10 escolas e cerca de 30 alunos, que participaram apresentando trabalhos sobre o tema. Ainda segundo ele, há a intenção de se retomar alguns trabalhos interrompidos e dar prosseguimento a proposta de enfatizar colaboração individual na solução dos problemas ambientais. Em 1999, o Centro Ecológico Metodista recebeu o título de Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), a partir do decreto 1922/96 assinado pelo ministro do Meio Ambiente na ocasião, José Sarney Filho. Para fazer valer esse título, devem ser cumpridas inúmeras obrigações para a manutenção de toda a área, preservando-a e reflorestando as espaços degradados anteriormente. “Embora haja dificuldades para mantê-lo e a necessidade de parceiros para investir, o Cemag tem cumprido sua missão”, informou o diretor-geral Ronaldo Pereira, acrescentando que, além do plantio de muda de espécies nativas da Mata Atlântica, há ainda a produção de mel puro. Cemag e Rio+20 As discussões que levaram à reAs discussões que levaram à realização da ECO-92 e que hoje são novamente contempladas na Rio+20 também são preocupações dos metodistas e do Cemag. Mais uma vez a Igreja busca se engajar, conscientizando e orientando seus membros e a sociedade a res- peito da importância do tema. “Embora pareça tarde, os grandes grupos econômicos e os países desenvolvidos já sabem que grande parte dos problemas climáticos e naturais que têm ocorrido são respostas às ações por nós desenvolvidas. Temos um papel importante neste trabalho de proteção ao meio ambiente. E nossa Igreja saiu na frente ao separar parte de sua propriedade para essa finalidade. Esse compromisso é com o ser humano e com Deus”, comentou o diretor-geral Ronaldo Pereira. D O reverendo Tims participou da ECO-92. Segundo ele, foi uma excelente oportunidade de conhecer os projetos de Organizações Não Governamentais e de ganhar mais experiência. “Espero que os resultados desses últimos 20 anos sejam suficientes para se perceber que a falta de decisões nessa área está atropelando o meio ambiente. O que está acontecendo na natureza por causa da poluição é dramático. Mas acredito que as pessoas estejam mais conscientes hoje”, afirmou. Ele falou ainda sobre a importância das propostas definidas no documento O futuro que nós queremos, que sairá do Rio+20. “Eu gostaria que elas fossem levadas a sério e possam ser tomadas, a partir disso, as devidas providências para problemas como a escassez da água, que já afeta diversos países. Há muitos projetos que favorecem as indústrias na exploração de alumínios e outros elementos da natureza”, criticou. O Cemag fica na Estrada do Cantagalo, 378, Campo Grande. Telefone: (21)2413-9047. Mata Atlântica corre risco e acordo com a Fundação SOS Mata Atlântica, com a aprovação do novo Código Florestal, que teve 12 vetos e 32 modificações da presidenta Dilma Rousseff, os 7,9% que restam da Mata no Brasil podem estar ainda mais ameaçados. Essa informação foi passada pela Fundação durante a divulgação do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, que mostra as alterações no bioma* no período de maio de 2010 a maio de 2011. De acordo com o estudo, o Brasil perdeu mais de 13 mil hectares de sua Mata Atlântica em apenas um ano. O Atlas, que teve sua primeira edição em 1990, mostra a redução dos níveis de desmatamento ao longo de 25 anos. No período de 1985 a 1990, a média anual era de cerca de 93 mil hectares devastados. Em 2010, o volume foi de 13 mil hectares. “Apesar da diminuição, o desmatamento não deixou de acontecer e nos fez chegar à marca de apenas 7,9% de remanescentes florestais”, disse a coordenadora do Atlas, que foi produzido em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Márcia Hirota. E completou: “A Mata Atlântica é o bioma mais ameaçado do Brasil”. Fonte: Agência Brasil *Bioma é do conjunto de ecossistemas constituído por características (fauna e flora) fisionômicas de vegetação semelhantes em determinada região. No Brasil, os conhecidos são Mata Atlântica, Amazônico, Caatinga, Cerrado, Pantanal e Pampa.