Jornal Avante de maio e junho

Transcrição

Jornal Avante de maio e junho
IMPRESSO ESPECIAL
CONTRATO
Nº 9912208223/2008
ECT/DR/RJ
ASSOCIAÇÃO DA
IGREJA METODISTA
DEVOLUÇÃO
GARANTIDA
CORREIOS
Publicação mensal da Igreja Metodista no Estado do Rio de Janeiro – 1ª RE
Ano XXXVII • Nº 429 • maio/junho de 2012
LEIA O cial
no espe
cader
Meio
sobre nte
Ambie
Palavra do Bispo
Lockmann expõe
sobre Pentecostes e
missão da Igreja
Página 3
Entrevista
Rui Josgrilberg
fala sobre o Coração
Aquecido
Página 5
Região
Primeira turma
de Diaconato é
ordenada
Página 8
Região
Federação de
Homens promove
seminário
Página 12
Igrejas em Ação
Vilar Novo
faz campanha
de expansão
Página 10
Primeira Região investe em
missões transculturais
Com missionários dentro e fora do país, Imform incentiva o envolvimento
em trabalhos além-fronteiras treinando e enviando obreiros
C
om obreiros fora do país, o Instituto Metodista de Formação Missionária (Imform),
mais conhecido como Escola de Missões,
confirma investimento em missões transculturais.
Por meio da Agência Imform, dirigida pelo pastor
Benjamin Reys-Santiago, além de treinar, a Escola
irá encaminhar missionários ao campo. Embora a
Agência tenha sido criada há um ano, desde 2009
o Imform vem enviando obreiros para regiões de
culturas diferentes. Depois de três anos, Alessandra Ferreira, primeira missionária enviada pelo
Imform, volta de Bom Jesus da Lapa, na Bahia.
Nesta edição, ela compartilha a experiência vivida no nordeste baiano. Já para Paris foi enviado o
casal Gustavo e Dalila Faleiro. Usando um centro
cultural como ponto estratégico, eles estão levando Cristo aos artistas franceses. Bolívia e Paraguai
também contam com missionários metodistas. A
Região Missionária do Nordeste (REMNE) também obteve novas conquistas por meio dos Pontos
Missionários em Porto Seguro e Feira de Santana.
Páginas 4, 6 e 7.
Imag e Carlota comemoram mais
um ano de trabalhos sociais
O
Instituto Metodista Ana Gonzaga (Imag) e
o Instituto Metodista Carlota Pereira Louro
(IMCPL) da 1ªRE comemoraram mais um
ano de atividades. Um grande palco foi preparado
para receber os convidados para os 80 anos do Imag.
Música, esportes e as famosas barraquinhas fizeram
parte da programação. Nos 52 anos do Carlota Pereira Louro, houve homenagens. Igrejas e pessoas
que colaboram com a instituição foram premiadas.
“São anos e anos de doações para a manutenção desta casa. Só estamos aqui hoje graças à ajuda dessas
pessoas e igrejas”, disse o diretor do Carlota, Marcos
José da Silva Mesquita. Página 9.
Pessoas e igrejas homenageadas na festa do Carlota
ME TO D I S MO N O MU N D O
E DITO RIA L
Na trilha da Missão
M
issão, em todos os sentidos, é um traço marcante
da caminhada da Igreja Metodista da 1ªRE. Logo,
investir nessa área, além de necessário, é sempre uma iniciativa louvável. Por isso, a notícia de que, além
de treinar, o Instituto Metodista de Formação Missionária
(Imform) irá encaminhar missionários ao campo foi recebida
com alegria. Com a criação da Agência Imform há um ano,
obreiros poderão chegar aos lugares mais carentes do Brasil e
do mundo. Nordeste baiano, centro parisiene e terras hispanas, como Bolívia e Paraguai, já foram alcançados pela Escola de Missões. Nessa área, a Região Missionária do Nordeste
(REMNE) também tem avançado em seus desafios regionais
(Páginas 4, 6 e 7).
Não podemos ver essas conquistas sem voltar às bases da
Igreja Metodista. Nessa busca, chegamos obrigatoriamente à
experiência de John Wesley. Como um dos grandes conhecedores do Metodismo, reverendo Rui Josgrilberg falou sobre
o Coração Aquecido. Embora a data seja comemorada em
maio, os trabalhos realizados pela 1ªRE são resultados de corações que se mantêm aquecidos durante o ano todo. Como
o do bispo Paulo Lockmann, que discorreu sobre Pentecostes e a missão da Igreja. Confira nas páginas 3 e 5.
Essa missão também está bem clara na mente e no coração da primeira turma de Diaconato da Região. Cientes
de seus desafios, eles assumiram o serviço da diaconia durante a cerimônia de ordenação. Também conversamos com
a pastora Carla Alves. Em entrevista, ela partilhou conosco
os frutos colhidos durante o período em que esteve à frente
do Ministério Regional do Discipulado. Este mês, inclusive,
será realizado o Congresso Regional de Discipulado. Anote
na agenda.
Outro evento que entrou na agenda do mundo inteiro foi a
Rio+20. Vinte anos depois da ECO-92, líderes e organizações
mundiais participarão da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. A ideia é encontrar caminhos que levem à salvação do planeta. Para tanto, editamos
um caderno especial sobre o Meio Ambiente. Nele, além de
incentivar a participação ativa da comunidade metodista num
evento de tamanha envergadura, mostramos que essa preocupação ecológica já era evidente na vida de John Wesley.
O que a Igreja Metodista na Primeira Região tem feito
é dar continuidade à caminhada missionária que teve início
no século 18, sob a inspiração da visão wesleyana e da vida
de Jesus Cristo. E, dessa forma, ao folhear este exemplar, o
leitor poderá constatar que efetivamente os metodistas têm
feito do mundo a sua paróquia.
Metodistas da Inglaterra
visitam o Brasil
O presidente da Igreja Metodista na Inglaterra, reverendo
Lionel Osborn, acompanhado
de sua esposa, Charlotte, e do
secretário-geral Joaquim Thomas Quenet, esteve no Brasil,
em abril. O grupo, que permaneceu no país por 14 dias, visitou
a Região Missionária da Amazônia (Rema), São Paulo e Rio de
Janeiro. Na 1ªRE, eles foram ao
Instituto Central do Povo (ICP)
e à Igreja de Vila Isabel acompanhados pelo pastor Edson
Sardinha e a responsável pelo
Projeto Sombra e Água Fresca,
Elisabeth Silva. Na ocasião, conheceram ainda o Imform, onde
tiveram um encontro com o bispo Paulo Lockmann e os superintendentes distritais da região.
Em seu agradecimento pela
acolhida, o reverendo Osborn
disse estar muito contente em
constatar que a missão de John
Wesley voltada para uma educação integral e igualitária pautada
nos princípios cristãos continua
viva e muito presente nas ins-
D
Adeus a João Wesley Dornellas
urante o fechamento
desta edição, recebemos a notícias do falecimento de João Wesley Dornellas.
Trata-se de um servo de Deus
que teve participação marcante na história da 1ªRE. Ele,
inclusive, participou do processo de criação deste jornal.
“Um homem com caráter de Deus”, podemos assim defini-lo. Além da homenagem no site da sede regional, iremos
falar sobre ele na próxima edição da revista Fé e Nexo. A
equipe do Avante sentirá falta desse grande homem de Deus,
que descansa no Senhor.
Publicação mensal da Igreja Metodista
na 1ª Região Eclesiástica
Fundado em maio de 1973
Ano XXXVII nº 429
Rua Marquês de Abrantes, 55 – Flamengo
22.230-061 – Rio de Janeiro – RJ
Tel.: (21) 2557-3542 / 3509-1074
Fax: (21) 2557-7048
[email protected]
www.metodista-rio.org.br
2
Cerimônia do lava-pés
em Miami
Metodistas da Primeira Igreja
Unida de Miami reproduziram
a cerimônia do lava-pés, assim
como Jesus fez com seus discípulos, lavando os pés de pessoas
desamparadas que vivem na cidade. O ato simbólico chamou
a atenção para essas centenas
rejeitados pela sociedade norte-americana. Cerca de 150 jovens
da Igreja participaram do evento.
Além disso, estudantes de Podologia, da Universidade Barry, que
é católica, ofereceram cuidados
gratuitos aos pobres de Miami. A
população carente ainda ganhou
comida, meias e um par de sapatos doados por comerciantes
locais. Hoje com 400 membros,
a Primeira Igreja Metodista em
Miami foi fundada em 1896.
Ciemal avalia
Plano Estratégico
Comitê Diretivo e Conselho de
Bispos do Ciemal (Conselho de
Igrejas Evangélicas Metodistas
da América Latina e Caribe) se
reuniram em abril para avaliar e
planejar as ações do Plano Estratégico para o próximo ano. O
encontro aconteceu na Faculdade de Teologia, em São Bernardo
do Campo. Dezessete países da
América Latina foram representados no encontro.
O bispo da Igreja Metodista do
Panamá e presidente do Concílio de Bispos do Ciemal, Pablo
Morales, acredita que as Igrejas
estão passando por um período
de transformação. Já o presidente da Igreja Evangélica Metodista em El Salvador, reverendo Juan de Dios Peña Gallego,
acredita na educação como um
caminho a ser trilhado para combater a violência familiar.
C A RTA S
Matérias
Sou da igreja Metodista de Itaipu,
Niterói. Gostaria de saber como
faço para enviar uma matéria com
fotos. Obrigada.
Magnólia
Secretária da IM em Itaipu
Via email
Avante responde: Olá, Magnólia!
Obrigado por sua participação.
Para que a notícia seja divulgada, é
necessário que você nos encaminhe todo o material para o e-mail
[email protected], de
preferência até o dia 10 de cada
mês, com texto e fotos (em formato JPG com resolução mínima de
300dpi). A matéria será analisada
por nossa equipe e também poderá ser divulgada no site, programa
de TV Vida e Missão e redes sociais. Deus a abençoe!
Assinatura
Quero assinar o Jornal Avante.
Como devo proceder?
Acy Silva, via email
Avante responde: Para assinar o
Avante, basta depositar o valor de
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enviar cópia do depósito por e-mail ou para o endereço da Sede
Regional da Igreja Metodista (Rua
Marques de Abrantes, 55, Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, CEP
22230-061). Envie também nome
completo do assinante, telefone,
e-mail e o endereço para onde o
jornal deve ser enviado.
Metodista em Santa Bárbara pede ajuda
NÁDIA MELLO
EDITORA
tituições metodistas. O grupo
ainda conheceu diversos pontos turísticos do Rio, entre eles
Cristo Redentor, Pão de Açúcar
e algumas praias cariocas. Atualmente, a Igreja da Inglaterra
tem aproximadamente 260 mil
membros. Em território inglês,
são cerca de 6 mil igrejas e 2 mil
pastores.
A Igreja Metodista Central em Santa Bárbara, Niteró (RJ), está precisando de ajuda. Segundo o pastor titular,
reverendo Heraldo Costa, o templo vem sofrendo várias deteriorações ao longo dos anos. Quando chove, as paredes
ficam cheias de manchas de infiltrações, chegando a parecer uma “esponja”. E a água acaba passando para o interior do templo. “Uma das razões desse problema é o fato de o terreno já ter sido um pântano”, explicou.
De acordo com o pastor Heraldo, além dos custos com o material para a reforma do templo, ainda serão necessários gastos com a contratação de mão de obra. Quem quiser colaborar pode fazer um depósito na conta da Igreja:
Banco Bradesco, Conta Poupança 100555-4, agência 2809.
F
azendo valer seu perfil missionário, a Igreja Metodista
da 1ªRE lançou mais uma campanha para arrecadar fundos
para missões. Trata-se da Oferta
Missionária Nacional. Em 2011,
muitas igrejas e campos missionários ultrapassaram o alvo estabelecido. Até dezembro, foram
arrecadados R$ 461 mil, valor
superior em 15% ao alvo regional, estabelecido em R$ 400
mil. Para 2012, a meta é R$ 480
Oferta missionária
mil. Essa oferta será investida
em campos missionários e regionais. Entre os campos estão
Cerâmica, Quatis, Quissamã e
Vilar dos Teles, além do Programa Vida e Missão.
Em carta ao Avante, o subsecretário de Expansão Missionária da 1ªRE, pastor Cesar dos
Santos Silva, expressou sua gratidão pelo envolvimento da Igreja na campanha. “É gratificante
ouvir testemunhos de pastores
quanto à resposta de suas igrejas locais a esse desafio”, disse.
E completou: “Em nossa região,
já estamos com a presença metodista em praticamente todos
os municípios. Algumas parcerias com outras regiões também
estão sendo alinhavadas. Outros
reconhecem o chamado para ir
além de nossas fronteiras nacionais”. O pastor ainda lembrou
do alvo da 1ªRE de alcançar um
milhão de discípulos.
BISPO DA 1ª REGIÃO ECLESIÁSTICA
Matos, Luciano Vergara e
Nádia Mello
REVISÃO DA PALAVRA DO BISPO
Os artigos são de responsabilidade dos
autores e não refletem necessariamente a
opinião do jornal ou da Igreja Metodista.
EDITORA E JORNALISTA RESPONSÁVEL
Fotografias
Nádia Mello (MTb 19.333)
Henrique Moraes
REDAÇÃO E REVISÃO
DIAGRAMAÇÃO: www.estudiomatiz.com.br
ASSISTENTES DE REDAÇÃO
TIRAGEM: 10.500 exemplares
ASSINATURA INDIVIDUAL:
Paulo Tarso de Oliveira Lockmann
CONSELHO EDITORIAL
Ronan Boechat de Amorim (coordenador),
Selma Antunes da Costa, Deise Luce de
Sousa Marques, Pablo Massolar, Giselma
Evandro Teixeira
Camila Alves e Carla Tavares
Filipe Pereira Mesquita
R$ 20,00
PA L AV RA DO BI SPO
C
omo Igreja Metodista,
somos uma das primeiras
Igrejas Evangélicas plantadas no Brasil. O reverendo
James L. Kennedy, em sua obra
clássica 50 Anos de Metodismo
no Brasil, registrou a motivação
dos primeiros missionários da
seguinte forma: “Mr. Pitts partiu
de Nashville em maio de 1835
[...] No dia 28 de junho, ele partiu da cidade de Baltimore para
o Brasil, e no dia 19 de agosto,
desembarcou no Rio de Janeiro.
Encetou logo seus trabalhos ministeriais naquela grande cidade, pregando em algumas casas
particulares. Assim foi iniciada
a pregação do Evangelho pelo
primeiro ministro metodista que
implantou o Reino de Deus naquela região ...”[1] Sabemos que
houve descontinuidade entre
este início e outras retomadas da
evangelização do Brasil. O certo
é que fomos um dos primeiros
a realizar esforços missionários
no país. Vejamos à luz da Parábola da Figueira o quanto temos
frutificado.
A tenah (figueira) era, juntamente com a videira, uma das
árvores frutíferas mais populares em Israel. Ela crescia, dava
frutos muito rápido, duas vezes
por ano. A primeira colheita
era em junho, chamada em hebraico de bikkûrah (Jr 24.2; Os
9.10), e a segunda colheita, em
agosto, chamado o figo segundo
o tenah[2]. Daí que aquele momento era certamente a época
de colheita de fruto, a surpresa e indignação do dono foram
grandes em novamente vir e
não encontrar fruto na figueira.
A figueira foi identificada
em alguns momentos com Israel, o povo de Deus, à semelhança da videira (Os 9.10). Sem
dúvida, Jesus usa esta comparação ao contar esta parábola.
Neste caso, o Senhor é novamente o agricultor que planta
e sustenta a figueira, tudo para
vê-la dar fruto e glorificá-lo com
eles. O que se aprende com isso
é que a Igreja é essa figueira, e
precisamos frutificar. A conhecida Parábola do Semeador nos
dá a medida do frutificar. Nela,
o objetivo é sublinhar que podemos colher a 30, a 60 e a 100
por um[3]. Daí, podemos tirar
duas lições: a) A primeira é que
quem está fazendo a obra de semeador da Palavra de Deus com
integridade e santidade de vida
deve produzir fruto. Se estivermos trabalhando e nosso ministério não está produzindo, algo está
errado conosco, e não com Deus.
Temos que avaliar melhor nosso
ministério. b) Em segundo lugar, quando estamos cumprindo
corretamente a tarefa de semeador, temos frutos em três diferentes proporções, o que indica
três solos diferentes, produzindo
em quantidades diferentes, mas
dando frutos! Qual a proporção
que estamos colhendo? Traba-
Pentecostes e Missão
lhemos para colher a medida de
100 por um. O Senhor da Seara
deseja ver-nos colhendo frutos
em abundância. Ele é parte
desta obra, e por isso está pronto a nos abençoar. O Pentecostes é a celebração da colheita.
Em Jerusalém, foram três mil
vidas no dia de Pentecostes. E
igrejas. Em um ano inteiro de
trabalho, uma igreja receber um
membro à comunhão da igreja;
outras, 2, 3, 5, 8, a metade por
transferência ou assunção de
votos. Perdoem-me, mas isso
indica que o pastor ou a pastora
e a igreja como um todo não é
ganhadora de vidas para Cristo.
des improdutivas para o Reino
de Deus. Anote esta frase que o
Espírito Santo colocou no meu
coração: “A bênção não vem sobre nós, porque estamos cumprindo o nosso próprio programa: muito louvor, muito festival
de pizza e pouca obediência à
ordem de Jesus, de fazer dis-
Uma igreja na unção do Espírito do
Pentecostes tem esta paixão que John
Wesley definia de modo claro e radical:
‘... nada saber senão ganhar almas’
a nossa festa da colheita é este
grande desafio: queremos apresentar vidas convertidas como
resultado do nosso empenho no
anúncio do Evangelho.
Pentecostes e Missão
Estou convencido de que
parte da razão de não frutificarmos hoje como a Igreja do Pentecostes tem muito a ver com
nossa submissão às ordenanças
de Jesus, nossa obediência à
“grande comissão” (Mt 28.1820; Mc 16.15-18; Lc 24.46-49;
Jo 20.21-23). A ordem é ir e
fazer discípulos, batizando, ensinando o evangelho. Noutra,
diz que devemos pregar a toda
criatura. Noutro, diz que devemos pregar o arrependimento
para a remissão de pecados,
que devemos orar pelos enfermos, expulsar demônios, enfim
estender o Reino de Deus em
nosso estado e nação.
Celebramos o Pentecostes. É uma festa cujo sentido
simbólico é a colheita e da visitação do Espírito Santo; sim,
Deus derramando de sua presença. No dia de Pentecostes,
esta presença foi vista como
línguas de fogo, acontecimento
que gerou um ardor missionário
que redundou em 3 mil vidas
como colheita (At 2.41); logo
em seguida, mais 5 mil (At 4.4).
A pregação era clara: “Ouvindo
eles estas coisas, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos?
Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós
seja batizado em nome de Jesus
Cristo para remissão dos vossos
pecados, e recebereis o dom do
Espírito Santo” (At 2.37-38). A
pregação também era centrada
em Jesus: “Este Jesus é pedra
rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou a pedra angular. E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do
céu não existe nenhum outro
nome, dado entre os homens,
pelo qual importa que sejamos
salvos” (At 4.11-12).
Hoje fico envergonhado ao
ver as estatísticas de algumas
Irmãos e irmãs, se fôssemos
uma empresa, alguns pastores
e líderes seriam mandados embora por descumprimento das
ordens recebidas. Sim, temos
muitas atividades nas igrejas,
mas não paramos para avaliar
se elas realmente concorrem
para o cumprimento da ordenança de Jesus, que é ide e fazei discípulos, batizando-os [...]
etc. Vamos parar com ativida-
cípulos, pregar o Evangelho a
toda criatura.” Nosso problema
é que estamos desobedecendo
a Deus. Como é que vamos ser
abençoados?
Alguém poderia dizer: “O
bispo está radicalizando. Afinal,
visito enfermos, aconselho as
ovelhas, há muitas outras atividades pastorais a serem cumpridas. É verdade, mas, quando
vai ao hospital, você distribui
folhetos, fala com os outros enfermos do amor de Deus? Enfim, a razão de ser da Igreja é o
anúncio do Evangelho e o convite aos pecadores. Uma igreja
na unção do Espírito do Pentecostes tem esta paixão que John
Wesley definia de modo claro e
radical: “... nada saber senão
ganhar almas.”
Esperando no Senhor que
este Pentecostes seja um tempo abençoado para você e sua
igreja, estou, como bispo e
companheiro de missão, orando por vós, para que frutifiqueis
em vidas convertidas a Cristo.
Aproveito para tornar a enviar a
convocação de oração feita em
outubro de 2006 para que a fogueira de oração não se apague
em nenhuma igreja local da 1ª
Região Eclesiástica.
Em Cristo,
Bispo Paulo Lockmann
[1]
Kennedy, J – Cinquenta Anos de Metodismo no Brasil. São Paulo: Imprensa Metodista, 1927. p. 13.
[2]
Harris, Laird – Dicionário Internacional
de Teologia do A.T.. São Paulo: Vida Nova,
1998. p. 1627.
[3]
Dodd, C.H – Las Parábolas del Reino. Madrid: Cristiandad, 1981.p. 173.
3
M ISSÕ ES
Pontos missionários avançam na REMNE
Novos trabalhos na Bahia confirmam frutos dos projetos da Região Missionária do Nordeste
n Camila Alves
destino
olo nor
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Trabalh
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a
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têm
A
Região Missionária do
Nordeste (REMNE) lançou um novo desafio
missionário com o propósito de
alcançar mais uma cidade baiana. Presente em apenas 9 dos
417 municípios da Bahia, a
REMNE pretende mudar essa
estatística e implantar mais
Igrejas Metodistas na região.
Somente neste primeiro semestre de 2012, foram instalados
dois novos pontos missionários
no estado, nas cidades de Porto Seguro e Gongogi. A missão
agora é conquistar o segundo
município mais populoso da
Bahia, Feira de Santana.
Porto Seguro
Em fevereiro, cerca de 50
pessoas se reuniram na casa
do pastor Rui Sérgio Dantas
para o culto de inauguração
de mais um Ponto Missionário
em Porto Seguro. “Esse trabalho é fruto de um projeto que
vem sendo desenvolvido desde
2011. Estamos iniciando a caminhada com boa disposição,
parcerias e muita fé nas promessas do Senhor”, contou o
pastor Rui Sérgio. Esse projeto
missionário nasceu a partir do
XII Congresso da Confederação de Homens, realizado em
junho do ano passado. Pastor
Rui, então, aceitou o desafio de servir a Deus no Ponto
Missionário em Porto Seguro,
que está ligado à Metodista em
Vitória da Conquista. Com sua
esposa, Cleide Nazareth, e sua
filha Sara Rebeca, ele deixou
a Igreja em Paracatu, no noroeste de Minas Gerais, rumo à
cidade baiana.
No Ponto Missionário, os
cultos acontecem duas vezes
na semana. Em média, 15 pessoas comparecem por reunião.
O culto dominical ocorre na
residência do casal Dênis e
Raquel. Eles moram na Bahia,
mas são oficialmente membros
da Igreja Metodista em Isabela
Hendrix, em Belo Horizonte.
O casal já demonstrou interesse em se transferir para o
Ponto Missionário em Porto
Seguro. Para isso, se tornariam
membros da Igreja Metodista em Vitória da Conquista.
Já as noites de terça-feira são
dedicadas ao Discipulado. O
encontro é realizado na casa
pastoral. Vizinhos e amigos são
convidados para integrar o grupo que participa de estudo e
meditação da Palavra de Deus.
“O desejo é expandir o trabalho
para além das casas, ganhando
ruas e centros urbanos”, revelou pastor Rui Sérgio. Para
isso, segundo ele, criatividade
e estratégias bem definidas
são indispensáveis. “O objetivo
para o primeiro semestre é dar
ênfase na divulgação da presença metodista na cidade de
Porto Seguro”, informou.
Para fazer o nome de Jesus
conhecido por meio da Igreja Metodista, pastor Rui tem
investido em comunicação.
“Temos ministrado a Palavra
de Deus na rádio 88,7FM, durante o programa Jesus e Você,
com o lema: ‘Jesus, meu Porto Seguro’”, informou o líder.
Disposto a aproveitar todas
as oportunidades em prol da
missão, ele conta que colocou
um adesivo no seu carro com a
logomarca da igreja. “Meu carro funciona como um outdoor
móvel. Também fizemos cartões de visita que são entregues
pessoalmente”, completou.
Feira de Santana
Também conhecida como
“Princesinha do Sertão”, Feira de Santana, com mais de
600 mil habitantes, é o próximo alvo do projeto. Segundo
o coordenador do Ministério
de Expansão Missionária da
Primeira Região, pastor Ronan
Boechat, a presença metodista na cidade auxilia no crescimento do evangelho. “De tão
grande e importante que é o
município de Feira de Santana, esse projeto deveria ser
prioritário para toda a Igreja,
um projeto da área nacional”,
comentou.
Atualmente o Ponto Missionário em Feira de Santana
está sob a responsabilidade do
evangelista Gilmar Medeiros,
da Igreja de Alagoinhas, designado pela REMNE para dar
início ao trabalho missionário
na cidade. Voluntariamente,
ele viaja 75 quilômetros até
Feira de Santana para se reunir
com um pequeno grupo de dis-
Q
Ajudando os pontos
missionários
uem quiser ajudar a Missão Metodista em Porto Seguro poderá fazer doações por meio de depósito no Banco Bradesco,
agência 3206-9, conta corrente 444942-8, em favor da Associação
da Igreja Metodista. Por ser uma conta já existente, utilizada pela
AIM, o superintendente do Distrito III (REMNE), pastor Dilson Dias,
faz algumas recomendações: “Na hora do depósito, a pessoa deverá acrescentar R$ 0,07 (sete centavos) em cada depósito destinado
a Porto Seguro. Por exemplo, em vez de R$ 100,00, R$ 100,07”,
detalhou. A sua ajuda pode ser a resposta de oração dos irmãos
metodistas que estão investindo tempo, fé e amor no trabalho
de missões em Porto Seguro. “Temos orado para que o Senhor
coloque pessoas que venham somar no avanço missionário com
a visão de Reino. E isso tem sido experimentado aqui”, finalizou
o pastor.
Já para contribuir para o desenvolvimento do Projeto Missionário em Feira de Santana, anote os dados da conta para doações:
Banco Itaú, agência 0934, conta poupança 00857-4/500 em nome
da Associação da Igreja Metodista.
cipulado e compartilhar ensinamentos bíblicos. De acordo
com o evangelista, as reuniões
acontecem semanalmente em
locais públicos, como shoppings centers, ou nas casas de
participantes do grupo.
Por estar ainda no início, o
projeto missionário de Feira de
Santana precisa de parcerias e
contribuições financeiras para
galgar passos maiores e fincar
raízes na cidade baiana. “Contamos sempre com as orações
dos amados irmãos, bem como
toda e qualquer ajuda para
esse projeto, que nasceu no co-
ração de Deus”, contou Gilmar
Medeiros.
Para ajudar o Ponto Missionário em Feira de Santana,
a Igreja Metodista em Vila
Isabel, por iniciativa do pastor
Ronan Boechat, pastor titular
da igreja na época, criou uma
conta específica para receber
ofertas e doações para o projeto missionário em Feira de
Santana. “Fui nomeado para
a Igreja do Jardim Botânico,
mas o meu compromisso de
oração e busca por ofertas em
prol desse trabalho missionário
continua”, comentou.
Novo horário
todos os sábados,
às 12h:30, na CNT
4
E NTREV ISTA
O coração que aqueceu corações
Reverendo Rui Josgrilberg fala sobre os frutos da experiência religiosa de John Wesley
O mote de Wesley não
era formar uma nova seita, mas
renovar a nação, especialmente
a igreja, e espalhar a santidade
bíblica por toda a Terra
N
o mês em que foi comemorado o Dia do
Metodismo, em 24 de
maio, o reitor da Faculdade
de Teologia e coordenador do
Centro de Estudos Wesleyanos
da Universidade Metodista de
São Paulo (Umesp), reverendo
Rui de Souza Josgrilberg, relembrou os desdobramentos da
experiência do “coração aquecido” vivida por John Wesley.
Essa data tornou-se referência
para o Metodismo e base para
visão de evangelismo integral
pregado pela Igreja Metodista
no Brasil e no mundo.
Avante: O dia 24 de maio de
1738 é lembrado pela experiência do “coração aquecido”
vivida por John Wesley. Qual
a importância desse episódio
para o povo Metodista?
Reverendo
Rui
Josgrilberg:
Essa data é muito importante
para o povo metodista, não só
no Brasil, mas no mundo, pois
toda a igreja celebra a experiência religiosa de Wesley. Mas
também é importante lembrar
que ele próprio situou esse episódio no conjunto de sua vida
ministerial. E essa experiência
não tem que ser interpretada
isoladamente. À luz da Bíblia,
da tradição viva da Igreja e de
nosso perfil como grupo de
estudos, deve ser vista como o
fato que levou ao nascimento
do metodismo.
Avante: Quais as mudanças
que essa experiência gerou
na vida John Wesley?
Reverendo Rui: Na verdade,
ela gerou em Wesley crescentes
inquietações e dúvidas. Esse
momento, no entanto, foi importante para assegurá-lo de
sua fé e presença da graça de
Deus em sua vida. Também fez
com que ele procurasse exercer
seu ministério, trabalho missionário, evangelização e pregações ao ar livre com o objetivo
de alcançar o povo que estava
esquecido pela igreja oficial da
época, a Anglicana.
Avante: Podemos afirmar que
a visão de Wesley não mudou apenas a Inglaterra, mas
o mundo? E essa experiência
ajuda ainda hoje no processo
de transformação social?
Reverendo Rui: Deveria mudar.
Acredito que o mundo todo deveria ter uma presença social
muito grande. Esse é o espírito
do Metodismo. Ou seja, uma
salvação integral, que inclui a
criação e o social. Wesley sempre entendeu a fé cristã não
só como experiência individual, mas sim comunitária, que
envolve a sociedade. Faz parte
da ideia de salvação de Wesley
essa preocupação com o social.
Avante: O senhor poderia fa-
lar sobre essa preocupação?
Reverendo Rui: Wesley sempre
se preocupou com a salvação
pessoal. Ele, porém, teve um
conselheiro que lhe dizia: “A
Bíblia não sabe nada de uma
religião solitária, mas de uma
religião social”. O que isso significa? Que a nossa fé tem que
ser comunitária. Na convivência com o próximo, ela se abre
também para outros aspectos
da sociedade, como a preocupação que Wesley tinha com
saúde e educação. Isso envolve
a salvação integral. Não se trata
de acréscimo à evangelização, e
sim parte da salvação.
Avante: A paixão evangelística em Wesley, sobretudo com
os pobres, caracteriza o movimento metodista?
Reverendo Rui: É o espírito
metodista. O Metodismo é caracterizado por essa paixão
evangelística, mas que atinge
a pessoa no seu todo. Wesley
pregou para multidões. Porém, organizou essa multidão
preocupando-se muito com as
crianças carentes de escolas
e orfanatos. Ele se preocupou
bastante com a saúde do povo.
Foi a primeira e pioneira iniciativa em Londres de atendimento gratuito para consulta médicas e distribuição de remédios.
E foi essa preocupação com o
social que levou a Igreja Metodista a ter um credo social.
Avante: Podemos também di-
zer que John Wesley teve uma
vida de disciplina em busca
de santidade?
Reverendo Rui: A vida san-
ta para Wesley é essencial. O
metodismo de Wesley é prático. Isso significa que devemos
viver e praticar a salvação. Não
devemos apenas recebê-la, mas
também praticá-la. Quando pensou em uma vida santa, Wesley
sabia que nós até poderíamos
buscar a perfeição. Ela, porém,
não é alcançável por nossos
esforços. Vem somente pela
graça. É Deus que age e possibilita em algum momento essa
perfeição.
Avante: Falar da Teologia
Wesleyana é falar de elementos básicos como Bíblia,
razão, tradição e experiência.
Mas ainda podemos falar de
outro elemento, a criação.
Como encaixá-lo nesse quadrilátero?
Reverendo Rui: Isso é muito
interessante, porque Wesley
percebeu que a Bíblia diz com
toda a clareza que a criação
também aguarda a salvação.
Na carta aos Efésios, é dito
que Cristo vai recapitular toda
a criação. Então, Ele percebeu
que ela é essencial. Podemos
dizer que não vamos ser salvos
sem a criação; só o podemos
ser juntos com ela. Essa perspectiva fez com que a criação
Acredito que o mundo
todo deveria ter uma presença
social muito grande. Esse é o
espírito do Metodismo
fosse incluída no quadrilátero
wesleyano: Bíblia no centro,
criação, experiência, razão e
tradição viva da igreja.
Avante: O senhor já está há
algum tempo à frente do Centro de Estudos Wesleyanos
da Umesp. Que projetos têm
sido desenvolvidos?
Reverendo Rui: Fizemos uma
pesquisa sobre a memória wesleyana. Para obtermos uma identidade metodista, temos que saber contar a nossa historia. Trata-se também de uma pesquisa da
teologia metodista no contexto
brasileiro. Além disso, temos
um grande interesse em publicar textos para uso do povo,
igrejas, seminários e pastores.
Avante: O credo social é uma
característica do metodista.
Fale um pouco sobre isso?
Reverendo Rui: Nós, metodis-
ta, trazemos em nosso DNA
a salvação integral. Wesley se
preocupou com crianças, saúde e educação do povo. A igreja
tomou a iniciativa de mostrar
que a fé se estende não somente a um indivíduo, mas à
sociedade. Aí vem a necessidade do credo social. Ele foi criado em 1908. E quando a Igreja
no Brasil se tornou autônoma,
em 1930, ela adotou e adaptou
o credo social para a nossa realidade. Não podemos esquecer
isso. É uma de nossas marcas
mais diferenciadoras. Os metodistas devem se orgulhar de
ser uma igreja que tem uma
dimensão pública preocupada
também com questões sociais
envolvendo a nação. O mote
de John Wesley não era formar
uma nova seita, mas renovar a
nação, especialmente a igreja,
e espalhar a santidade bíblica
por toda a Terra.
5
M ISSÕ ES
Imform além das fronteiras
Com missionários fora do país, Instituto confirma investimento em missões transculturais
n Paula Damas
Participantes do Projeto Missionária no Paraguai: incentivo a missões transculturais
O
Instituto Metodista de
Formação Missionária
(Imform), também conhecido como Escola de Missões, em Teresópolis, começou
em março mais um treinamento de missionários pela Agência
Missionária Imform, dirigida
pelo pastor Benjamin Reys-Santiago. Por meio dessa
Agência, além de treinar o
obreiro, a Escola irá enviá-lo ao
campo missionário. Leigos e
clérigos de diferentes denominações evangélicas fazem parte
da equipe de treinamento. Embora a Agência tenha sido criada há um ano, desde 2009, o
Imform vem enviando obreiros
em missões transculturais.
“Em 2010, conseguimos
uma parceria com uma instituição dos EUA chamada Mission
Society. Desde então, temos
treinado as pessoas na área de
Missiologia. Mas agora queremos treiná-las e encaminhá-las
por meio da Agência Missionária. Hoje, temos a abertura de
enviar missionários não apenas
para as diversas regiões brasileiras, mas também para fora do
país”, disse o diretor do Imform,
pastor Régison Coutinho.
O Inform já enviou quatro
missionários para o campo: o
casal Gustavo e Dalila Faleiro
está na França, e a jovem Alessandra Ferreira volta ao Rio de
Janeiro depois de três anos em
Bom Jesus da Lapa, na Bahia
(veja nesta edição matérias sobre esses trabalhos). “Para a Bolívia e Paraguai também foram
enviados missionários da 1ªRE.
Outros dois estão ansiosos para
ir para o Quênia e o Senegal”,
comentou o diretor da Agência,
pastor Benjamin, que, mestrando em Missiologia, conta com
mais de trinta anos de experiência em missões.
O treinamento na Escola
de Missões funciona em tempo integral e regime intensivo
(seis meses). Por isso, de acordo com a Agência, o candidato
deve iniciar o treinamento já
com parte do valor necessário
para seu sustento garantida.
O objetivo é enviá-lo diretamente para o campo logo após
as fases de treinamento. Os
interessados precisam preencher um formulário disponível
no site da Escola de Missões.
“Não se trata de um formulário que garanta aos candidatos vínculo ministerial com a
Agência Missionária. Ele serve
como fonte de informação para
que possamos orar, dialogar e
explorar opções ministeriais. Já
a orientação para os casados é
de que cada um dos cônjuges
preencha um documento separadamente”, explicou o pastor
Benjamin.
A Agência informou ainda
que os candidatos, sendo formados em Teologia ou não,
além de passarem pelo treinamento, por ser pré-requisito
para o campo, deverão apresentar um histórico de prática
ministerial e ter recomendação
de sua igreja local. “Além de
capacitar indivíduos, trabalhamos também com igrejas, buscando ajudá-las a encontrar e
cumprir a missão, seja ela local, nacional ou internacional”,
comentou o diretor da Agência. Os interessados podem
entrar em contato para outras
informações com a Escola de
Missões pelo telefone (21)
3641-6535 ou e-mail [email protected].
Missões no nordeste baiano
Missionária enviada pelo Imform retorna da Bahia e compartilha experiências
n Evandro Teixeira
A
6
pós três anos, a missionária Alessandra Ferreira volta do nordeste com
a certeza de dever cumprido.
Enviada pelo Instituto Metodista de Formação Missionária
(Imform) em parceria com a
Região Missionária do Nordeste (REMNE), ela serviu em
Bom Jesus da Lapa, na Bahia.
Durante essa experiência, viu
Deus transformar em alegria as
dores de uma população carente de ajuda espiritual e material. “O Senhor operou maravilhas. A igreja local passou por
renovação. O templo foi restaurado e vidas, transformadas
pelo poder do evangelho”, testificou.
Bom Jesus da Lapa, com
mais de 60 mil habitantes,
fica a 790 quilômetros de Salvador. A igreja local tem pelo
menos 15 anos de existência.
Assim que a missionária chegou à cidade, havia apenas 15
membros adultos, além de 10
crianças e 9 juvenis. O catolicismo e o candomblé são reli-
giões predominantes na região
e constituem um dos desafios
missionários. Além disso, os jovens da cidade vivem em meio
a drogas e prostituição.
O primeiro desafio de
Alessandra veio assim que ela
chegou. A cidade estava vivendo um surto de dengue. Mais
cedo do que esperava, teve de
colocar em prática seus conhecimentos de enfermagem.
Nessa área também foi feito
um trabalho de orientação sobre saúde, além do serviço de
aferição de pressão arterial em
idosos.
Para a realização desse
trabalho, a missionária contou também com o apoio das
igrejas da 1ªRE, que enviaram
recursos financeiros para as
reformas e construções, e voluntários para capacitação de
membros por meio de seminários, além de material didático,
roupas, Bíblias e brinquedos.
A obra missionária em Bom
Jesus da Lapa foi desenvolvida
por meio de visitas aos lares,
evangelismo e ação social. Na
Casa de Passagem, que abriga
crianças em situação de risco,
foram desenvolvidas diversas
atividades escolares. Na comunidade quilombola, conhecida como Vila das Piranhas,
em parceria com a Pastoral
da Criança, foi realizada uma
campanha de combate à desnutrição infantil com bons resultados. “Deus tinha colocado em meu coração que cada
criança alcançada seria uma
família restaurada”, comentou
uma de suas estratégias evangelísticas.
Durante esses três anos, a
igreja recebeu novos membros.
Atualmente, a igreja tem 35
membros, sendo 90% compostos de crianças e juvenis comprometidos com a Palavra de
Deus. Por meio deles, as famí-
lias têm sido alcançadas. “Ainda realizamos retiro espiritual
duas vezes no ano”, acrescentou Alessandra. Ela disse ainda
que, ao chegar em Bom Jesus
da Lapa, o Senhor a fez refletir
sobre a história de Neemias.
“Quando vi a situação do povo,
tive a mesma reação do profeta
de chorar, lamentar, orar e jejuar. Também estava fazendo
uma grande obra”, comentou.
Essa primeira experiência
de Alessandra serviu de estímulo para ela se dedicar ainda
mais à obra missionária. “Estou retornando com a alegria
de ter tido a oportunidade de
ser usada por Deus para ajudar
a população do Nordeste brasileiro. O trabalho terá continuidade com um casal nativo.
Creio que será uma bênção.
Uns semeiam, outros regam e
o Senhor trará o crescimento.
Passarei um tempo com a família, compartilhando essa experiência com a igreja, orando
e aguardando o próximo desafio”, concluiu.
M I S SÕ ES
A arte de evangelizar em Paris
Casais de missionários usam eventos culturais como estratégia para alcançar artistas franceses
n Evandro Teixeira
Dalila, Pedro Henrique e Gustavo Faleiro: família em missão
Centro cultural abre as portas para os artistas franceses
P
aris é uma das capitais
culturais do mundo. No
entanto, o glamour da cidade esconde um lado pouco
conhecido: os parisienses são
carentes de Deus. Em 2006, o
casal de missionários Gustavo
e Dalila Faleiro chegou à cidade luz ciente do desafio que
iria enfrentar. Eles colocaram
em prática o Projeto Missão
Paris, dando continuidade ao
Ministério La Fonderie (A Fundição em francês), idealizado
há 12 anos por um casal de pastores também metodistas dos
Estados Unidos, que teve de
voltar para o seu país. Atualmente, o trabalho é desenvolvido por quatro famílias de
missionários.
Usar a arte para evangelizar
e discipular artistas franceses.
Esse é o objetivo desse trabalho. Uma galeria de arte no centro de Paris virou espaço cultural, onde são realizados vários
eventos artísticos por meio dos
quais são estabelecidos laços de
amizade com pessoas envolvidas direta e indiretamente com
a arte. “Temos a oportunidade
de conhecer muita gente e iniciar um processo profundo de
relacionamento e discipulado,
que é a base de nosso trabalho”,
comentou pastor Gustavo.
De acordo com o casal de
missionários, o índice de depressão e suicídio entre os
franceses é enorme. No Brasil,
o pastor, que faz da galeria de
arte uma extensão de seu gabinete pastoral, desenvolveu
várias trabalhos de batalha espiritual, experiência que levou
para Paris. “Lidamos em solo
parisiense diretamente com alcoólatras, homossexuais e dependentes químicos. Isso nos
coloca sempre numa posição
de batalha e conflitos diariamente”, disse o pastor. Na verdade, a meta da Missão Paris é
mais ousada: estabelecer uma
igreja na cidade.
Música é usada como estratégia para falar de Deus
Galeria de artes
A criação da galeria de arte
é fruto de oração. Os missionários conheceram uma Igreja
Batista, no coração da cidade,
que possuía duas lojas, estando uma delas praticamente
abandonada.
“Conversamos
muito com a liderança daquela
denominação, apresentamos
nossa proposta e alugamos o
espaço. Por desenvolvermos
um ministério interdenominacional, temos uma relação
muito saudável com as diversas denominações que se encontram em Paris”, testificou o
casal Faleiro.
Sem placas de igreja e alusões diretas ao evangelho, o
centro cultural funciona como
uma ONG, promovendo diversos eventos culturais em prol
dos artistas da cidade. “Realizamos exposições, shows, cursos,
workshops e outras atividades
culturais voltadas para comunidade artística de Paris. Com
isso, temos uma rotatividade
enorme de pessoas em nossos
eventos”, disse o pastor. Segundo ele, isso acontece devido ao fato de o povo parisiense
ser aberto a novos relacionamentos, principalmente com
os brasileiros.
O cinema, por exemplo, é
uma das áreas usadas como
estratégias pelos missionários.
Com o apoio de dois voluntários franceses, profissionais
desse segmento, o centro cultural promove debates sobre a
sétima arte. “Sempre exibimos
filmes que dão margem para
falarmos sobre espiritualidade
e vida cristã. E temos realizado
debates profundos e frutíferos
ao fim de cada exibição”, comentou pastor Gustavo.
Algumas igrejas de Paris
também entraram nesse projeto. As pessoas que revelam
o desejo de seguir a Cristo
ou que já se entregaram a Ele
são encaminhadas para essas
comunidades cristãs. Os missionários ainda têm recebido
o apoio de algumas igrejas
metodista e batista, além de
outras denominações do Brasil. Como o orçamento é muito alto, a questão financeira
é sempre motivo de oração.
“Fomos enviados pelo Instituto
Metodista de Formação Missionária (Imform). E temos o
grande desafio de participar da
criação de uma agência missionária nos moldes da Escola de
Missões da Igreja Metodista da
1ª RE. Assim, mais brasileiros
serão enviados em missão para
os quatro cantos do mundo.
Além disso, estamos engajados
no processo de consolidação
de uma igreja no centro de Paris”, declarou.
Embora tenha citado a
questão financeira, o casal coloca a cobertura espiritual como
maior necessidade. “Muitos pensam que a principal preocupação
dos missionários é a falta de recursos financeiros. Realmente,
isso é muito importante. No entanto, se não tivermos um grupo
de oração e intercessão forte,
não teremos êxito”, disse o pastor. E acrescentou: “Em alguns
momentos, porém, os limites
financeiros nos impedem de
investir em novos projetos. Por
isso, estamos orando para que
o Senhor desperte no coração
de igrejas, homens, mulheres e
empresas o desejo de se tornarem parceiros neste projeto”.
Duplamente
chamados
O chamado do casal Faleiro aconteceu quando eles ainda eram namorados. Deus começou a despertar no coração
deles o desejo missionário. No
entanto, quando aceitou esse
desafio, além de liderar a Igreja
Metodista em Botafogo, pastor Gustavo trabalhava como
músico profissional na área de
publicidade. Já sua esposa é
fisioterapeuta. Ambos tiveram
que redirecionar suas vidas
para atender ao Ide de Jesus.
Para o casal, Deus chama
todos os crentes para fazer missões. Alguns, porém, de forma
mais específica. “O Senhor não
chama cem por cento do seu
povo a sair do emprego e viver
uma experiência missionária.
No entanto, Ele chama cem
por cento de seu povo para fazer
missões”, declararam. E concluíram: “A obra missionária é feita
pelos pés dos que vão, os joelhos
dos que oram e as mãos dos que
doam. Por isso, desde que entendemos a real necessidade de
fazer missões, escolhemos um
casal para sustentá-lo financeiramente. Hoje estamos do outro
lado, sendo sustentados por outras famílias”. Mais informações
sobre o projeto no site www.
missaoparis.com.
R EG IÃ O
O desafio de fazer discípulos
Pastora Carla Alves fala de suas conquistas no Ministério Regional do Discipulado
n Redação
F
ocada no alvo da 1ªRE de
alcançar um milhão de
discípulos, pastora Carla
Simone Ferreira Alves obteve
grandes conquistas à frente da
Secretaria Executiva do Ministério Regional do Discipulado.
Embora tenha passado a pasta
para o pastor Marcos Vinicius
Pimenta Fraga, ela continua
em plena atividade. No mês
em que a Igreja Metodista comemora o Dia Nacional do
Discipulado, em entrevista ao
Avante, ela compartilhou os
frutos de seu trabalho.
Avante: Como a senhora desenvolveu as atividades do
Ministério tendo como alvo a
visão da 1ª RE de conquistar
1 milhão de discícupulos?
Pastor Carla Alves: Essa é a
visão que recebemos do Senhor por meio do bispo Paulo
Lockmann. Estamos participando da ação de Deus no propósito eterno de salvar o mundo, e, em particular, o povo do
estado do Rio de Janeiro. Durante minha jornada no Ministério do Discipulado, esse foi o
tem mais de 25 espalhados por
toda a Região. Todos formados
por equipes dos distritos, com
exceção de Cascadura, Pádua
e Santa Cruz, que, abertos recentemente, ainda vão passar
pelo processo de multiplicação. Ainda no ano passado, foi
aberta a primeira turma do
TDM Teens, voltado para realidade dos adolescentes. Embora seja um projeto-piloto,
houve muitos frutos.
Pastora Carla compartilhou os frutos do Ministério
encargo principal de nossas
atividades. Unimos forças a
fim de ser fiéis e zelosos nessa
tarefa e ainda estimular muitos
para que tenham o mesmo
foco em sua caminhada cristã.
Avante: A senhora destacaria
alguma atividade?
Pastora Carla: Podemos dizer
que o último biênio ficou caracterizado como um tempo de ex-
pansão e multiplicação do Treinamento de Discípulos e Mestres (TDM). Trata-se de um
projeto de capacitação para a
liderança e tem percorrido toda
a Região com o propósito de levantar líderes preparados e engajados na visão do discipulado.
Avante: Quantos polos foram
consolidados?
Pastor Carla: Atualmente exis-
Avante: Quais os resultados
alcançados em termos de liderança?
Pastora Carla: Até o biênio
2008-2009, já havíamos alcançado mais de 540 líderes em
toda a nossa Região com o Treinamento de Discípulos e Mestres. No último biênio, atingimos mais de 970 líderes. Tivemos também a oportunidade
de conhecer a realidade do
discipulado em nossa Região.
Lançamos ainda mais um volume da série Pão da Vida - Lições
para Grupos de Discipulado, do
bispo Paulo Lockmann. Além
disso, foram realizados retiros
com os pastores e o bispo Paulo
Lockmann. O objetivo foi contribuir para o crescimento orgânico da nossa igreja e alavancar
o discipulado na Região.
Avante: Qual foi o diferencial
do Ministério durante sua
gestão?
Pastora Carla: Durante o período em que estive à frente, optamos por trabalhar com um
público-alvo específico de pastores com até cinco anos de ministério. Por isso, todas as convocações para participação em
retiros visaram fortalecer esses
novos líderes dentro da visão do
discipulado. Todos os encontros buscaram promover um
tempo de aprendizado, motivação e fortalecimento do que já
havia sido alcançado. O Ministério também teve a oportunidade de promover viagens para
participação em congressos de
liderança nos Estados Unidos a
fim de que eles conhecessem a
realidade de outras igrejas que
têm crescido com uma base sólida no discipulado, entre outras atividades.
Primeira turma de Diaconato
Metodistas e familiares marcam presença na ordenação dos novos diáconos da 1ªRE
n Redação
Pastor da Catedral do Catete, Marco Antonio, e bispo
Paulo consagram novos diáconos: Casemiro Neto, Deise
Marques, Marcelo Moraes, Suely Mattos, Vera Cardoso e
Wilson Bonfim (abaixo)
8
N
o final de abril, conforme a regulamentação
da Ordem Diaconal, foi
ordenada a primeira turma do
curso de Diaconato da 1ªRE. A
cerimônia aconteceu na Catedral do Catete e contou com a
presença de metodistas, familiares e amigos dos ordenados.
O bispo Paulo Lockmann ficou
responsável pela mensagem oficial. Ele tomou com base a passagem de João 1.15-28.
Cânticos, oração, confissão,
edificação e leitura da Palavra
fizeram parte da liturgia. Ao final do culto, os novos diáconos foram chamados ao altar,
quando foram oficialmente
consagrados e ordenados. Em
seguida, cada um recebeu a
estola da diaconia. Na ocasião,
bispo Paulo Lockmann também destacou o valor desse serviço. “O diaconato foi a primeira ordem instituída na Igreja
Primitiva”, comentou.
Para Livingstone dos Santos
Silva, diácono e coordenador
do Núcleo de Capacitação
Missionária, trata-se de um ministério especial. “A pessoa
precisa ter vocação para o serviço na igreja. O termo diaconia
significa serviço. E esse serviço
é fundamental. Quando o diaconato nasceu, na Igreja Primitiva havia uma grande inquietação com a expansão da igreja.
Por isso, os apóstolos não podiam se preocupar com a execução de outras tarefas, pois
precisavam estar focados na
propagação da Palavra e do Rei-
no”, ensinou o coordenador.
De acordo com a coordenação do curso, já existem novas
turmas fechadas. Futuramente, novos diáconos irão reforçar
o ministério metodista. Os
candidatos ao diaconato, no
entanto, devem estar dispostos
colocar suas profissões a serviço da igreja. A grade curricular
do curso está estruturada em
360 horas. Os interessados devem entrar em contato pelo
telefone (21) 2205-1210 ou e-mail livingstone@utopia-edu.
com. A seguir, a relação dos
novos diáconos: Casemiro Silva Neto, Deise de Souza Marques, Marcelo Moraes Gonçalves, Suely Peixoto de Mattos, Vera Cardoso dos Santos e
Wilson Barbosa Bonfim Filho.
R EG IÃ O
Imag: 80 anos a serviço do povo
Metodistas se reuniram para celebrar oito décadas de trabalhos oferecidos à comunidade
n Diego Luis
O
Instituto
Metodista
Ana Gonzaga (Imag)
comemorou, em 1º de
maio, mais um ano de existência. São oito décadas de serviço à comunidade. Para celebrar, metodistas de todo o estado estiveram presentes no
Imag, em Inhoaíba, Zona Oeste do Rio de Janeiro, celebrando a Deus com muita música,
oração e pregação da Palavra.
Em um grande palco, o Instituto recebeu cantores da MK e
ministérios de louvor da Igreja
Metodista, que louvaram a
Deus em agradecimento por
mais um ano de trabalho.
Com o objetivo de apoiar os
serviços oferecidos, as igrejas
locais montaram barraquinhas
de lanches no terreno da instituição para arrecadar fundos.
De acordo com o diretor do
Imag, Ronaldo Pereira, parte do
valor arrecadado será aplicado
na construção de uma área de
lazer no Instituto. “Os recursos
não são tantos, mas, com certeza, vão contribuir para que isso
aconteça”, garantiu o diretor.
A grande festa não deixou
de lado a preocupação com a
comunidade. Foram montados
também estandes de empregos
e capacitação profissional, como
o da Universidade Estácio de
Sá, que ofereceu descontos
para metodistas. Em parceria
com o Projeto Dando as Mãos
(Prodam), a empresa Mazza,
que atua há dez anos na área
de ensino profissionalizante,
também esteve presente divulgando opor- tunidades de formação e inserção no mercado
de trabalho.
“A função do Prodam é dar
oportunidade de emprego e de
inserção no mercado de trabalho. Então, quem está fora e
não possui curso técnico tem
agora a oportunidade de se formar e ingressar no mercado”,
explicou o coordenador de Comunicação da Mazza, Daniel
Vilanova, que representou a
empresa no evento.
Serviços oferecidos
pelo Imag
O compromisso do Imag
com a comunidade é traduzido
em forma de serviços gratuitos
oferecidos durante todo o ano
a crianças e adolescentes, incentivando a prática de esportes e cursos de capacitação.
“Além disso, o Instituto possui
uma creche que atende 240
crianças em tempo integral,
com todas as condições peda-
Música, esporte
e ação social
marcaram o
evento
gógicas”, comentou Ronaldo
Pereira. E explicou: “Queremos que as crianças atendidas
pelo Imag tenham as mesmas
oportunidades que aquelas
com maior poder aquisitivo”.
A ação social, de fato, marca a trajetória da Igreja Metodista. O pastor Paulo Vieira,
superintendente distrital que
esteve presente na comemoração, afirmou que “a igreja metodista é pioneira na questão
da obra social”.
Convocação
aos metodistas
Aproveitando a ocasião, o
presidente do Conselho Diretor
das Instituições Metodistas,
Ronaldo Simões, adiantou o
lema que irá era nortear o segundo semestre das atividades
sociais do Imag. “Levar as instituições para dentro das igrejas e
trazer as igrejas para dentro das
instituições”. Simões também
convocou os pastores a acompanharem de perto os serviços
oferecidos pela instituição.
Pensando na maior participação das igrejas em prol dos
projetos sociais do Imag, Ronaldo Pereira, diretor-geral do
Instituto, também convidou os
pastores a estarem mais presentes. “Primeiro de Maio é a
festa da família metodista e as
igrejas devem participar. A única forma que a gente tem de
criticar ou trazer melhorias
para a instituição é participando”, finalizou.
Festa do Carlota Pereira Louro
Com muito louvor, Instituto Metodista comemora 52 anos de amparo à terceira idade
n Eveline Ventura
Homenagens e
barraquinhas deram o
tom da festa
V
árias igrejas se mobilizaram para participar
dos 52 anos do Instituto Metodista Carlota Pereira
Louro (IMCPL), da Igreja
Metodista da Primeira Região,
em Três Rios. O evento começou com um culto de abertura
pela manhã, que contou com a
participação de grupos de louvores e a mensagem do bispo
Paulo Lockmann. Durante a
preleção, ele ressaltou o bom
trabalho desenvolvido pela
instituição que, há mais de
meio século, dedica-se a cuidar de idosos. “O Carlota Pereira Louro tem o dom de
abraçar as pessoas da terceira
idade que não têm, muitas vezes, quem cuide delas e lhes
dê amor e carinho. Essa é uma
obra que tem sido muito bem-sucedida. É reconhecida em
todo Sul Fluminense, de modo
muito especial em Três Rios e
Paraíba do Sul”, destacou.
A programação contou
também com torneio de futebol infantil e adulto, e apresentação de grupos de louvor das
igrejas participantes. Diversas
barracas foram montadas.
Além disso, igrejas e pessoas
que colaboram com a instituição foram homenageadas pela
direção do Carlota Pereira
Louro. “São anos e anos de doações para a manutenção desta casa. Só estamos aqui hoje
graças à ajuda dessas pessoas e igrejas. Então, acredito
que essa homenagem tenha
sido um dos pontos altos da
programação”, enfatizou o
diretor do abrigo, Marcos
José da Silva Mesquita.
O clima de festa contagiou os idosos, que
aproveitaram o dia de
sol e se divertiram.
Uma das residentes
destacou o carinho que recebe
da equipe do Carlota. “É a terceira festa de que participo.
Estou gostando muito. Eles
nos tratam muito bem e com
muito amor. Muitos filhos não
tratam os pais com tanto carinho. Muitas vezes, sem que eu
precise falar nada, eles parecem adivinhar o que preciso e
me dão”, destaca Altina Dias
de Oliveira, que celebrou a
festividade na companhia de
filho e nora.
O bispo aproveitou a oportunidade para deixar uma mensagem aos que valorizam a importância da obra realizada pela
instituição. “Nossa oração é
que esse trabalho continue se
multiplicando, dando o melhor
de si para o atendimento dessas
pessoas. Minha expectativa é
que você, membro da igreja,
que tem um coração sensível,
possa fazer sua doação para o
sustento do Carlota Pereira
Louro”, concluiu.
O IMCPL atende atualmente 60 idosos e oferece,
além dos cuidados médicos,
cursos de artesanato e informática aos residentes. Toda a arrecadação do evento será revertida para os projetos desenvolvidos pelo instituto, além de melhorias na qualidade de vida
dos abrigados.
O Instituto fica na Estrada
Isaltino Siqueira, 689 – Centro
– Três Rios (RJ). Contato pelos
telefones (24) 2255-5086 /
2252-0906 ou e-mail: [email protected].
9
I GREJ A EM A ÇÕES
Templo lotado confirma crescimento da Metodista de Vilar Novo...
...que investe na qualidade de vida dos membros oferecendo atividades alternativas
Igreja em fase de expansão
Focada no crescimento da cidade, IM de Belford Roxo lança campanha para compra de terreno
n Redação
D
Testemunho
&Fé
iante do crescimento
imobiliário da cidade
de Belford Roxo, na
Baixada Fluminense, a Igreja
Metodista em Vilar Novo decidiu investir na construção de
um novo templo. Segundo informação do pastor Wilson Borely Albernaz, atual líder do
ministério, com 20 empreendimentos imobiliários, o município irá receber cerca de 20 mil
novas famílias, sem contar os
quais 500 mil habitantes que
já residem no município, conforme dados do IBGE de 2008.
Assim que foi nomeado
para Vilar Novo, em 2009,
uma das primeiras providências do pastor Wilson Borely foi iniciar uma campanha
para a compra de um terreno
para a construção da sede da
igreja. “Há três anos, estamos
vendendo latinhas, papelão,
garrafa pet, e fazendo almoços
e cantinas. Já conseguimos
juntar 40 mil reais”, contou.
10
10
Irmã Elvira
entre filhas e
netas: família
dada por Deus
O pastor pretende adquirir um
espaço perto do local onde a
igreja funciona atualmente. “O
proprietário pediu 90 mil reais
à vista. Estamos precisando
dos 50 mil restantes”, concluiu
o líder de Vilar Novo.
Com um templo maior, o
ministério de Vilar Novo pretende se dedicar ainda mais
à ação social, que sempre foi
motivo de preocupação para a
liderança local. “Fizemos doações para os desabrigados do
Morro do Bumba, em Niterói,
e da Região Serrana”, lembrou
pastor Wilson, acrescentando
que a igreja desenvolve outros
trabalhos voltados para a população de Belford Roxo. “Oferecemos assistência jurídica,
corte de cabelo, aplicação de
flúor para crianças, balcão de
empregos, atendimentos médico e oftalmológico totalmente gratuitos”, compartilhou. E
acrescentou: “Temos certeza
de que, com uma sede própria,
poderemos fazer salas apropriadas para esses serviços. E,
além disso, realizar o sonho
de construir uma creche para
atender as crianças da comunidade e ajudar as mães que
precisam trabalhar fora”.
História da igreja
O ministério de Vilar Novo
começou na residência de um
casal metodista, em agosto de
1997. Com o crescimento do
trabalho, numa loja alugada,
foi inaugurado o ponto de pregação, em abril de 1998. Na
época, tratava-se de um trabalho ligado à Metodista de São
João de Meriti, então liderada
pelo pastor Olmar Cardoso.
O ponto de pregação cresceu e passou por várias lideranças. Dois anos depois, foi
preciso alugar mais uma loja
para comportar as pessoas que
frequentavam o trabalho. Em
outubro de 2002, foram nomeados os primeiros pastores de
Vilar Novo. E a obra continuou
crescendo. Em 2009, o pastor
Wilson Borely assumiu o ministério. “A igreja continuava
próspera. Muitas vidas haviam
se entregado a Cristo. E as salas tornaram-se insuficientes
para acomodar as classes de
Escola Dominical. Nos cultos, os visitantes ficavam num
ambiente muito apertado”,
lembrou o pastor. Diante desse
quadro, ele lançou a campanha
para comprar o terreno. “Vamos
construir um templo que atenda às necessidades da comunidade de Vilar Novo e sair do
aluguel”, completou.
Outras informações sobre
essa campanha e os projetos da
igreja com o pastor Wilson Borely pelos telefones (21) 26613364/3771-0787/8567-3206
ou e-mail pr.borely@yahoo.
com.br. Já as doações podem
ser feitas no Banco Bradesco,
agência 2079, conta corrente
0027330-9, em favor da Igreja.
A Igreja também fez doações para vítimas das chuvas
Irmã Elvira: testemunho vivo do poder de Deus
C
om 68 anos, viúva e mãe de
Marluce e Patrícia, irmã
Elvira Lia da Silva é membro
da Metodista Central de São
João de Meriti. Convertida
há 34 anos, ela também é avó
de Ana Sofia e Estella Rara. A
partir de sua conversão, Elvira
passou a fazer de sua vida um
testemunho vivo. A primeira
superação foi quando ficou sa-
bendo que tinha hipogonadismo hipotrófico, popularmente
conhecido como “útero infantil”. As primeiras linhas dessa
história, no entanto, já anteciparam uma das conquistas
dessa serva de Deus: ela deu
à luz duas meninas perfeitas.
Logo após sua conversão,
Elvira também sentiu a necessidade e o desejo de ga-
nhar suas irmãs espíritas para
Jesus. Todos os dias, ela ia
vê-las. “Clamava o sangue de
Jesus pelo caminho. Quando chegava no portão, ouvia
a voz do inimigo falando que
ele não podia permanecer ali
porque chegara alguém que
pertencia ‘aquele lá de cima’”,
relatou. Esse vitória, porém, só
veio depois de 19 anos de perseverança em oração. E tudo
começou numa vigília.
“Durante a madrugada, orei
insistentemente pedindo a
Deus que enviasse fogo do céu
no quintal de minhas irmãs
para queimar os demônios
e tirá-las das trevas”, lembrou.
No dia seguinte, irmã Elvira
foi visitá-las. Assim que chegou, uma das irmãs pediu que
ela a acompanhasse até o
quartinho onde guardavam as
imagens religiosas. O lugar ha-
via pegado fogo naquela madrugada. “Glorifiquei a Deus
em espírito, pois sabia que,
mais uma vez, o Senhor atendeu ao meu clamor”, alegrou-se. Hoje todas elas são servas
de Deus.
Muito ativa na igreja local,
Elvira participa do ministério
de oração e ajuda na reunião
da família. Além disso, dirige
o culto de libertação semanalmente. Já passou por várias experiências do mover de Deus
em sua vida. Para reforçar seu
orçamento, também vende doces em uma barraquinha, na
qual recebeu muitas bênçãos e
teve muitos livramentos de assaltos e balas perdidas. Muitos
milagres aconteceram em sua
caminhada. Fiel ao propósito
de seu coração, ela faz de sua
vida um testemunho vivo do
poder de Deus.
I grejas em ação I Notas
que trouxe a mensagem da Palavra de Deus em um dos cultos.
No segundo dia, a ministração
ficou sob a responsabilidade do
reverendo Maximiliano Miller.
Ação Social em Austin
Comemoração do Desperta Débora em Três Rios
Desperta Débora
em Três Rios
n A Igreja Metodista em Três
Rios organizou uma reunião
para comemorar o aniversário do
Projeto Desperta Débora. Cerca
de 100 pessoas compareceram
ao local. Segundo a coordenadora, Elzenir Gomes, as mães
que participam das reuniões dão
testemunhos de vitórias alcançadas por meio da intercessão.
“Este ano será de crescimento.
Esperamos que outras mães se
juntem a nós nesse mover de
oração”, ressaltou a coordenadora. As reuniões das Déboras
acontecem semanalmente, todas as quartas-feiras, às 19h30,
na Igreja Metodista de Cantagalo, zona sul carioca.
Retiro espiritual em
Boca do Mato
n O campo missionário em
Boca do Mato, em Valença (RJ),
realizou um retiro espiritual. Sob
o tema Arrependimento, o local
escolhido para o evento foi um
sítio cedido por uma evangelista da própria igreja. O encontro
teve como alvo principal despertar a juventude. Segundo um dos
organizadores, Paulo Cesar Dones, os participantes declararam
sentir a graça de Deus durante
o retiro. Além disso, uma tenda
de oração e busca de poder foi
erguida. “O Senhor esteve presente em todos os momentos.
Esse encontro espiritual ficará
marcado para sempre em nossas
vidas”, ressaltou Paulo Cesar.
Jubileu de ouro
no Lote XV
n A Metodista no Lote XV, em
Belford Roxo, Distrito de Caxias,
comemorou 50 anos de existência. A celebração do jubileu de
ouro, que durou dois dias, aconteceu na própria igreja. “Esse momento festivo me deixou bastante
satisfeito”, declarou o reverendo
Urias Fuly Vieira, pastor titular
do ministério de Lote XV. A comemoração contou com a presença do bispo Paulo Lockmann,
Retiro espiritual reúne igreja em sítio para despertar os jovens
Atos &
Fatos
Elaboração de
Projetos Sociais
n Cerca de 30 pessoas participaram do 2º Curso de Elaboração de Projetos Sociais, realizado pela Secretaria Executiva de
Ação Social em parceria com
o Instituto Central do Povo
(ICP). De acordo com pastor
Edvandro Machado, secretário-executivo de Ação Social, cada
aula foi uma oportunidade para
troca de experiências. “Foram
momentos ricos de aprendizado
e partilha de conhecimentos”,
afirmou o pastor.
n O sentimento de ajuda ao
próximo tomou conta da Metodista em Austin no mês de
março. Para comemorar o 20º
aniversário da igreja e alcançar
a comunidade local, vários serviços foram prestados à população
durante todo o dia. Atendimentos nas áreas social, jurídica,
médica e odontológica, além de
cuidados com beleza, entre outras atividades, foram oferecidos
gratuitamente por profissionais
voluntários. Cerca de 560 pessoas foram beneficiadas com os
serviços, que também incluíram
palestras com orientações sobre
saúde e geração de renda. Ainda
foi separado um espaço para re-
Corte de cabelo fez parte
de ação social
Formatura de
novos pastores
O curso foi dividido em três
módulos e ministrado de março a abril pelo professor Juca,
mestre em Ciências Sociais e
ex-gerente regional da Visão
Mundial. O objetivo é capacitar os representantes das igrejas
que veem suas comunidades
como é um espaço onde as pessoas podem ser transformadas
pelo evangelho.
O curso foi encerrado com um
Impacto Jovem
em Niterói
n Os jovens da Igreja Metodista
em Itaipu, Região Oceânica de
Niterói, realizaram um evangelismo diferente. Enquanto
aproveitavam o sol quente de
verão para ir à praia, algumas
pessoas eram abordadas nas calçadas e em seus carros no sinal
de trânsito. Com um copo de
água mineral e uma mensagem
da Palavra de Deus, a juventude
divulgava o Evangelho. “O plano
é alcançar vidas, e a estratégia
foi impactante”, avaliou Alexandre Pimentel, líder dos jovens.
A concentração foi em frente ao
Shopping Multicenter, no Trevo
de Piratininga. Bandeiras e faixas foram exibidas durante todo
o evangelismo com os dizeres:
“O preço já foi pago por você” e
“Jesus é a água da vida”. O evento contou com a participação de
jovens, juvenis e intercessores,
e o apoio dos pastores Jamerson
Rosa e William Sardinha. Foram
distribuídos mil copinhos de
água mineral em duas horas de
evangelismo. Ao final, foi servido aos participantes um almoço
na igreja. “Foi uma experiência
muito boa. Agradecemos a Deus
por este dia e já estamos nos preparando para o próximo Impacto
Jovem”, declarou Alexandre.
Casal assume trabalho
em Realengo
Novo campo missionário
em Realengo
n Recentemente, foi inaugurado mais um campo missionário
da Primeira Região no bairro
de Realengo. Na ocasião, foi
realizado um culto em agradecimento a Deus por mais uma
vitória. “Agradecemos ao Senhor
por inaugurar mais um campo
missionário em nosso estado.
Estamos contribuindo para o
crescimento da meta lançada
pelo bispo Paulo Lockmann de
alcançar um milhão de discípulos e discípulas”, declarou o pastor Marcio Saraiva, responsável
pelo campo. “O culto foi preparado com muita dedicação e
empenho dos membros. Temos
a certeza de que esse projeto
nasceu no coração de Deus, e
iremos concretizá-lo”, declarou.
Jovens Metodistas em Itaipu anunciam Jesus no trânsito da localidade
culto. A terceira edição já está
prevista para setembro. Para o
mesmo mês, está sendo elaborado o 1º Curso de Captação de
Recursos.
Participantes do curso
de Projetos Sociais
creação infantil. Aproveitando a
ocasião, um grande evangelismo
foi realizado com direito à distribuição de Bíblias.
n No final de abril, mais uma
formatura de pastores e pastoras movimentou o Salão Tucker, do Instituto Metodista
Bennett. O evento contou com
a presença do bispo Paulo Lockmann, reverendos Marcos
Torres e Nelson Marriel, e diácono Linvingston dos Santos,
entre outros da coordenação do
Núcleo de Capacitação Missionária. Segundo os organizadores do evento, a mensagem
do Paulo Lockmann levou os
formandos a sentir a responsabilidade de ser pastor nesta
sociedade. Ele citou ainda o
fato de hoje o evangelho ser
confrontado por outras manifestações de culto contrárias
à adoração plena e verdadeira
a Deus. “Agora a Igreja Metodista conta com mais um grupo
de guerreiros preparados para a
missão de pregar o evangelho,
vivendo o bom combate da fé”,
ressaltaram.
Projeto prevê
incentivos para
templos religiosos
n Com a aprovação do Projeto
158/09, do vereador Jorge Braz
(PMDB), todos os templos religiosos serão inseridos no contexto cultural do Município
do Rio de Janeiro. A proposta
considera as práticas religiosas representações culturais e,
como tais, deverão, segundo o
documento, receber o mesmo
tratamento dos outros valores
culturais.
O projeto prevê ainda incentivos para os templos. Hoje,
apenas a Igreja Católica recebe
esse tipo de apoio do governo.
Pela proposta do vereador Jorge
Braz, as práticas religiosas de
qualquer natureza serão consideradas representações do patrimônio cultural do município.
“Não há registro em qualquer estudo por parte da História, Antropologia, Sociologia
ou qualquer ciência social de
um grupamento humano, em
qualquer época, que não tenha
professado algum tipo de crença. Os templos estão inseridos
no contexto cultural brasileiro”,
justificou o vereador. O projeto segue à sanção do prefeito
Eduardo Paes.
11
R EG IÃ O
Homens capacitados para liderar
Federação Metodista promove seminário de capacitação para secretários distritais da Primeira Região
A
n Paula Damas
Federação Metodista de
Homens reuniu seus secretários distritais para
um seminário de capacitação
em 14 de abril. Com esse encontro, a Federação visa marcar presença como agente de
evangelização, comunhão e capacitação de homens na Primeira Região Eclesiástica, que
compreende todo o estado do
Rio de Janeiro. Durante o encontro foram abordados os seguintes temas: Princípios de
Liderança Eficaz, Integridade
do Líder e Criatividade no
Evangelismo. Todos os 27 participantes, entre secretários
distritais e membros da mesa
diretora, receberam material
de apoio e didático. O evento,
que aconteceu durante todo o
dia, na Igreja Metodista Central em Duque de Caxias, foi
ministrado pelo Instituto Haggai do Brasil.
“Convidamos a equipe do
Instituto Haggai em razão de
possuírem uma proposta interessante de capacitação de
líderes cristãos”, explicou o
presidente da Federação, Marcus Vinicius da Costa Silva.
Ainda segundo ele, o líder tem
o poder de influenciar pessoas
e levá-las a se envolverem com
o evangelismo com fidelidade
bíblica e sensibilidade cultu-
ral. E, além disso, conduzir a
uma liderança eficiente, exercida com excelência e responsabilidade. “O instituto faz isso
independente do vínculo denominacional”, informou.
O objetivo do evento foi trazer instrumentos que ajudem o
secretário distrital a liderar de
forma mais afetiva, fazendo-o
entender a necessidade de ter
uma vida cristã íntegra, buscando a santidade e cumprindo a
missão de evangelizar de forma
eficiente. “Primeiro temos que
ganhar o não crente para nós
e depois para Jesus. Ele dará
mais credibilidade à palavra
de salvação ministrada por um
amigo”, explicou o presidente.
A Federação de Homens
quer ainda dar continuidade
ao processo de capacitação em
toda a Região. “Houve uma receptividade muito grande por
parte dos líderes que participaram desse seminário. Isso gera a
expectativa de um grupo maior
no próximo encontro. Todos os
participantes demonstraram-se
satisfeitos inclusive nas redes
sociais por meio de vários depoimentos”, disse o presidente
da Federação.
“Ao chegar ao encontro,
esperava outro tipo de ministração, mas fui surpreendido
e fiquei muito feliz por ter
Secretários distritais
da 1 ªRE reunidos para
aprender a liderar
participado de momentos que
me deram novos instrumentos
de trabalho junto aos homens
de meu distrito”, revelou o
secretário distrital de Jacarepaguá, Gabriel Fernandes de
Carvalho. O secretário distrital de Duque de Caxias, Hélio
Dias, disse que saiu motivado
e com uma nova visão sobre o
poder da liderança. Já o vice-presidente da Federação, Celso Teixeira, disse que saiu do
encontro ciente de que Deus
capacitou os escolhidos durante o seminário.
“É importante evidenciar
que cada secretário distrital
tomou conhecimento de que,
fazendo parte da Federação,
ele é um agente multiplicador
e facilitador, tendo a responsabilidade de fazer chegar essas orientações aos líderes das
sociedades locais a fim de que
o processo de multiplicação
seja eficaz, produzindo frutos
que serão colhidos ao mesmo
tempo em todo o estado”, enfatizou Marcus Vinicius.
Como ênfase dessa visão,
a Federação Metodista de Homens já fechou sua programação para este ano. No segundo
sábado de julho, acontecerá o
Encontro Regional, na Igreja
Central de Santa Cruz. De 7
a 9 de setembro, o Encontro
Nacional de Liderança das Federações de Homens. No dia
24 de novembro, será realizado o Culto Regional, na Igreja
do Retiro, em Volta Redonda,
em comemoração ao Dia das
Sociedades Metodistas de Homens.
A liderança da Federação
avisa que está realizando vários encontros com os líderes
das sociedades de homens dos
diversos distritos na 1ª Região.
Para mais informações, basta
entrar em contato pelo e-mail
[email protected].
br ou pelo site homensmetodistas.wordpress.com.
Experiências compartilhadas a distância
Encontro da Confederação de Mulheres reúne participantes de todo o país por meio de conferência on-line
A
12
Federação das Sociedades Metodistas de Mulheres do Estado do Rio
de Janeiro mobilzou-se para
participar do 5º Encontro de
Mulheres Metodistas a Distância. O tema foi Nossas raízes...
Nosso cotidiano, baseado em
Salmos 78.3-4. O evento, realizado em 14 de abril, foi promovido pela Confederação de Mulheres em parceria com o Centro Otília Chaves e a Universidade Metodista em São Paulo
(Umesp). No Rio de Janeiro,
cerca de mil mulheres se reuniram em grupos distritais, num
total de 26 polos, em locais
com acesso à internet.
“O encontro nasceu do desejo de irmãs espalhadas pelo
Brasil que não podiam participar dos eventos presenciais.
O objetivo, único para todas as
Federações, é capacitar as mulheres e incluí-las nos avanços
que a tecnologia oferece”, explicou a presidente da Federa-
Mulheres
buscam eficiência
em conferência
a distância
ção, Tânia Lúcia Borges Vieira.
E acrescentou: “Dessa forma,
elas estarão aptas a assumir
seu papel na sociedade, família
e igreja, resgatando sua consciência como filhas de Deus
capazes e dispostas para a obra
transformadora deste mundo”,
afirmou Tânia.
Antes da transmissão ao
vivo, os grupos realizaram momentos de oração e troca de
experiências. “Sempre estimulamos todas as sociedades, por
meio de seus distritos, a estarem envolvidas nesta programação, que começou em 2010
e já está na quinta edição”, disse a presidente da Federação.
Às 10h, do estúdio da
Umesp, teve início a transmissão. Participaram da conferência on-line a presidente da
Confederação Metodista de
Mulheres, Sonia Palmeira; bispa Marisa de Freitas; e os professores da Umesp José Carlos
de Souza e a reverenda Margarida Ribeiro. Ele falou sobre
as raízes do Metodismo, destacando a participação ativa das
mulheres; e ela apresentou o
trabalho constante das mulheres metodista brasileiras. Num
segundo momento, palestraram
o reverendo Paulo Garcia, da
Faculdade de Teologia (Fateo),
o professor Marcio de Moraes,
da Umesp; a reverenda Amélia
Tavares, editora da Voz Missionária; e a psicóloga Janice Bicudo (5ª RE). Mulheres de todo o
Brasil participaram ativamente
enviando depoimentos e perguntas, que foram respondidas
ao longo da transmissão.
Segundo a presidente da Federação de Mulheres, o Rio de
Janeiro conta com o apoio dos
pastores e igrejas locais, que
sempre abrem as portas para
o evento. Em alguns casos, os
polos são organizados na casa
das sócias, o que amplia ainda
mais a consciência de parceria
e unidade entre as participantes. “Para nós, este evento é
importantíssimo, porque promove a inclusão. Mulheres que
não tiveram a oportunidade de
frequentar o ensino superior
podem ter acesso a uma capacitação de alto nível, ministrada de forma objetiva e eficiente. Elas sempre interagem
com alegria e visão abrangente,
buscando adequar ao seu dia a
dia às informações recebidas”,
destacou Tânia Lúcia.
Ainda este ano, no dia 25
de agosto, acontecerá mais um
Encontro a Distância. Outras
informações com os grupos
societários das igrejas locais ou
as secretárias distritais.
Meio ambiente
Publicação da
Igreja Metodista no
Estado do Rio de
Janeiro – 1ª RE
Encarte nº 429 •
maio/junho de 2012
Por um planeta sustentável
Além de autoridades mundiais, Rio+20 mobiliza a Igreja Metodista em torno de questões ambientais
N
os últimos anos, o Rio
de Janeiro permaneceu
sob os olhares de autoridades mundiais e sociedades
civis na expectativa da conferência que pretende aprumar
o rumo das políticas sócioambientais dos países pertencentes à ONU. Trata-se da Rio+20,
a Conferência das Nações
Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável. Esse evento marca os vinte anos da realização
da Conferência das Nações
Unidas sobre Meio Ambiente
e Desenvolvimento, a ECO-92,
realizada também no Rio. Desenvolvimento sustentável, tema
deste ano, entrou oficialmente
na agenda dos países participantes. O encontro reunirá 102
chefes de Estado e de Governo,
representantes internacionais,
grupos empresariais, autoridades locais, entre outros setores
da sociedade civil. Todos reunidos em torno de um objetivo:
estabelecer, por meio de um
consenso, um documento que
defina metas concretas para
conciliar desenvolvimento com
proteção ambiental.
Pode-se dizer, de forma simplificada, que a Rio+20 é uma
reunião da cúpula da ONU,
cujo discurso está baseado em
três pilares: renovação do compromisso com o meio ambiente
e revisão das práticas desenvolvidas durante essas duas
décadas; a transição para uma
Economia Verde, que busca integrar os pilares econômico, social e ambiental no contexto do
desenvolvimento sustentável e
da erradicação da pobreza mundial; e a estrutura institucional
para que o desenvolvimento
sustentável seja uma realidade
em todos os países. “Dessa forma, a Rio+20 configura-se muito além de uma força que prega
a proteção ambiental, sendo, na
prática, uma oportunidade para
traçar um futuro sustentável
para o planeta”, comentaram
especialistas.
A conferência será composta de três momentos. De 13 a
15 de junho, está prevista a III
Reunião do Comitê Preparatório, no qual irão reunir-se representantes governamentais para
negociações dos documentos a
serem adotados na Conferência. Em seguida, entre 16 e 19
de junho, serão programados
paralelamente à Rio+20 eventos com a sociedade civil, como
os Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável. Esses encontros serão em espaços abertos para uma discussão franca e
inovadora sobre dez temas prioritários da agenda internacional relacionados ao desenvolvimento sustentável. São eles:
Combate à pobreza, economia,
segurança alimentar, cidades,
água, oceanos, florestas, emprego decente, energia e as crises
do capitalismo. Cada tema levará três recomendações para as
mesas-redondas dos chefes de
Estado.
Simultaneamente, o Comitê Facilitador da Sociedade
Civil Brasileira para a Rio+20
promoverá um evento autônomo e paralelo à Conferência,
que acontecerá entre os dias
15 a 23 de junho, no Aterro do
Flamengo. Trata-se da Cúpula
dos Povos por Justiça Social e
Ambiental, que reunirá ONGs,
movimentos sociais e indivíduos interessados em denunciar as
causas da crise socioambiental,
apresentar soluções práticas e
fortalecer movimentos sociais
do Brasil.
Ponto alto do encontro
De 20 a 22 de junho, ocorrerá o Segmento de Alto Nível
da Conferência, no Centro de
Convenções do Riocentro. Esse
momento é o mais aguardado.
Os líderes discursarão sobre a
importância do desenvolvimento sustentável e participarão de
mesas-redondas sobre temas
como energia, cidades sustentáveis, água, florestas e segurança alimentar. E ainda terão de
aprovar o texto final da conferência intitulado O Futuro que
Queremos. Esse documento
oficial irá conter as metas para
serem cumpridas até 2015 pelos estados-membros nas áreas
de transporte, indústria, pesca,
energia, agricultura, turismo,
florestas, edificações, água e
gerenciamento de lixo, tudo
baseado no modelo financeiro
que será estabelecido na conferência.
De fato, entrar em consenso em meio ao atual cenário
econômico mundial é um dos
desafios da Rio+20. Devido à
degradação ambiental em busca
de desenvolvimento econômico, a Economia Verde surgiu
como uma solução para reverter
os danos e manter o progresso.
“Os objetivos dessa economia
são dois: deter a destruição
do meio ambiente e assegurar
bem-estar à população. As duas
coisas estão interligadas e devem caminhar juntas para que
possamos alcançar o modelo de
desenvolvimento sustentável
que almejamos”, esclareceu o
diretor-executivo do Programa
das Nações Unidas para o Meio
Ambiente (Pnuma), Achim
Stainer, em entrevista à Revista
Veja (edição de fevereiro/2012).
Igreja e a Rio+20
A Igreja Metodista sempre
esteve envolvida com a obra
missionária no que se refere
ao evangelho como um todo.
Questões sociais e ambientais
também fazem parte dos projetos desenvolvidos pela igreja.
Às vésperas da Conferência,
metodistas têm se mobilizado
em ações sociais, a exemplo da
ECO-92, quando a igreja teve
participação ativa.
De acordo com o bispo Paulo Lockmann, a preocupação
da igreja com a preservação do
meio ambiente, bem como sua
utilização de maneira consciente, já existe desde os tempos do
fundador do metodismo. “Como
Igreja, precisamos nos despertar
em relação ao cuidado com a
criação. A Igreja Metodista tem
tido tradição no envolvimento
com as questões ligadas ao meio
ambiente, desde o tempo de John
Wesley”, relembrou o bispo.
Pensando numa aproximação mais efetiva da igreja com
a Rio+20, o bispo Paulo Lockmann indicou um grupo de
trabalho que tem como recomendação pensar em ações em
conjunto com as igrejas locais
visando à conscientização de
cada um com o meio ambiente. Isso seria desenvolvido por
meio de eventos, palestras e
ações ambientais internas e externas. O grupo, que está sob a
coordenação da diaconisa Deise
Marques, já se reuniu algumas
vezes para traçar as metas de
ação. Fazem parte também da
equipe os pastores Marcos Torres, Paulo Welte e Ronan Boechat, além dos diáconos Marcelo Gonçalves e Wilson Bonfim.
Uma das ações sugeridas é a
abordagem de temas relacionados ao meio ambiente durante a
Escola Dominical, com o intuito
de esclarecer a importância de
utilizar os recursos naturais de
forma eficiente, sem degradar a
natureza, mas incentivando atitudes ecológicas. Outra iniciativa proposta é a de que as igrejas
realizem um culto, no dia 17
de junho, que tenha esse tema
como mensagem, com base na
reflexão bíblica do bispo Paulo
Lockmann enviada aos pastores
(também nas páginas centrais
deste caderno). Recentemente,
o Colégio Episcopal e o bispo
Paulo Lockmann utilizaram os
meios de comunicação da igreja para mobilizar os metodistas
a favor de um abaixo-assinado
contra o projeto de lei do novo
Código Florestal. Vale lembrar
que ações como esta têm sido
frequentes na igreja, que tem se
engajado nas questões sociais e
ambientais. A agenda completa
do evento está disponível no
site oficial: www.rio20.gov.br.
O que diz a Bíblia sobre Ecologia?
Uma exposição sobre cuidado com a natureza a partir da Palavra e experiências pessoais
Q
uando abrimos o livro de Gênesis, ou
“livro do começo”,
a narrativa nos enche de alegria e espanto, pois.
ao recordar-nos cada dia da
criação, nos traz à memória a
natureza criada por Deus.
Em Gênesis 1.3, é dito:
“Disse Deus: Haja luz e houve
luz.” Ah! O sol. Que delícia!
Após um longo tempo de frio
e chuva, como vivi na minha
terra, de repente brilha o sol,
saímos à rua e sentimos aquele
calor agradável que fortalece
os ossos. Ou no verão, junto
ao mar, levanto cedo e vejo o
nascer astro-rei subindo do
mar. Ah! É pura poesia, inspira
e comove. Sim, o sol é obra do
Deus da luz, o Criador. “E viu
Deus que a luz era boa.” Sim,
não há vida sem o sol.
Em Gênesis 1.6: “E disse
Deus: ...Haja separação entre
águas e águas.” Nasci em Porto Alegre, diferente de outros
lugares, temos as águas do
Guaíba a nos cercar de diferentes partes. A cidade é atravessada por diversos riachos,
hoje, todos poluídos, mas
como é agradável mergulhar
nas águas da Pedra Redonda,
ou outras de nossas praias do
Rio de Janeiro. Olhar as águas
aquieta a alma, tranquiliza o
coração. Mergulhar nas águas
energiza os músculos, o cérebro, dá uma sensação de bem-estar. “E viu Deus, que isso
era bom.”
Em Gênesis 1.11: “E disse
Deus: Produza a terra, relva,
ervas e árvores que deem frutos.” Aprendi desde menino a
conhecer ervas para os nossos
chás. Havia nelas cura para
tudo. Losna para fígado e estômago, quebra-pedra para os
rins, jurubeba para o fígado,
e tantos outros. Aprendi que
tudo que precisávamos para
ser curados estava na natureza. E as árvores com seus frutos, ah! Que saudade das árvores da minha infância. Passei
boa parte subindo no abacateiro, na goiabeira e na pereira. O
que fizeram com as nossas árvores? Tenho pena das nossas
crianças que quase não veem
árvores, só prédios; ou as veem
de longe.
Poderia descrever o restante da criação, pois emociona,
motiva. Toda natureza criada
por Deus não é nossa, somos
apenas mordomos do que Deus
criou: “Ao Senhor pertence a
terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele
habitam. Fundou-a ele sobre
os mares e sobre as correntes a
estabeleceu” (Sl 24.1-2).
A narrativa do dilúvio mostra também Deus orientando
Noé para resgatar e preservar
a criação: “De toda carne, em
que havia fôlego de vida, entraram de dois em dois para
Noé na arca; eram macho e fêmea os que entraram de toda
carne, como Deus lhe havia
ordenado; e o Senhor fechou
a porta após ele” (Gn 7.15-16).
Exaltando o
Criador e a criação
“...pois expusestes nos
céus a tua majestade”, registra
Salmos 18.1. A soberania de
Deus é ilustrada nesse livro.
No Salmo 19, por exemplo, há
uma exaltação da natureza ao
Criador: “Os céus proclamam a
glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas
mãos.” (Sl 19.1). Ou a sua grandeza e juízo é exaltada em Salmos 33. 6-9. O culto a Deus,
conforme o salmista, obedece a
um processo de reconhecimento de que Ele é Deus Criador,
em Salmos 50. 1-5.
Por fim, exalta o poder de
Deus, dizendo: “Ó Senhor,
Deus dos Exércitos, quem é
poderoso como tu és, Senhor,
com a tua fidelidade ao redor
de ti? Dominas a fúria do mar;
quando as suas ondas se levantam, tu as amainas. Calcaste
a Raabe, como um ferido de
morte;com o teu poderoso braço dispersaste os teus inimigos.
Teus são os céus, tua, a terra; o
mundo e a sua plenitude, tu os
fundaste. O Norte e o Sul, tu
os criaste; o Tabor e o Hermom
exultam em teu nome. O teu
braço é armado de poder, forte
é a tua mão, e elevada, a tua
destra” (Sl 89. 8-13).
Os Salmos que reproduzem
o culto, os cânticos, a poesia e
a sabedoria do caminhar com
Deus reconhecem que Ele é o
Criador, Senhor e sustentador
do universo. E nós, criaturas
suas, responsáveis por sua criação, que anuncia seu domínio
e poder.
Jesus e os Evangelhos:
lições de meio ambiente
Alguém poderia dizer: “Ecologia é tema dos nossos dias. O
que pode Jesus e os Evangelhos
dizer sobre isso?” Na verdade
o que podemos encontrar são
conceitos que, uma vez seguidos, ajudam-nos a cuidar
do meio ambiente. Deixe-me
mostrar dois momentos que
nos ensinam sobre princípios
de vida em comunidade.
a) A pesca maravilhosa
(Lc 5. 1-11)
Essa narrativa nos confronta
ao mostrar que a pesca artesanal
pode sustentar milhares de famílias no mundo. No entanto, a
vida marinha está acabando por
causa da pesca predatória, que
transformou os peixes e moluscos em produtos de enriquecimento de grandes indústrias
de pescados. É a acumulação
em detrimento do compartilhamento comunitário e sustentável. Veja o que chama atenção
no texto de Lucas 5. 5-7.
A pesquisa nos ensina que
a pesca segue ciclos de procriação dos peixes. A grande pesca,
narrada em Lucas 5.5-7, obedece a tais períodos do mar
da Galileia. A grande lição é
partilhar com os companheiros
a grande pescaria. Poderiam
levar tudo para a praia e fazer
a secagem do excedente e vender mais do que conseguiriam
ao ter dividido. Essa noção de
partilha comunitária mostrada
no texto ainda é parte da prática das populações ribeirinha
em redor do mundo. Reconheço que é também importante a
pesca em navios maiores e industriais, desde que siga os ciclos da natureza, repeitando-a,
sem explorá-la ao ponto de por
em risco a existência de certas
espécies, como as baleias.
O
cuidado com o meio ambiente tornou-se pauta
de inúmeras discussões pelo mundo. No entanto, a História do Metodismo
mostra que essa preocupação
ecológica já era evidente na
vida de John Wesley. “A Igreja Metodista tem tradição no
envolvimento com questões
ligadas ao meio ambiente.
Wesley chegou a desenvolver um Manual de Medicina
baseado em plantas medicinais. Além disso, o Plano para
Vida e Missão da Igreja visa à
restauração da pessoa na sua
integridade e seu ambiente de
vida”, comentou bispo Paulo
Lockmann, da 1ªRE, em documento dirigido aos superintendentes distritais convocando
a participação na Rio+20. Ele
ainda lembrou que, em 1982,
no âmbito do Concílio Geral,
foi aprovado o Plano Nacional
de Missão. Nesse documento,
no item Área de Ação Social,
foi apresentada a necessidade
de “apoiar, incentivar e participar das iniciativas em defesa
da preservação do meio am-
b) A ansiosa solicitude pela
vida (Lc 12.22-34)
Há quatro meses não como
carne bovina, por razões médicas e também por propósito.
Para mim, gaúcho, no início
foi difícil. Agora como sem a
carne o feijão, arroz, salada, de
vez em quando peixe ou frango.
Neste tempo quebrei o propósito, por falta de opção, poucas
vezes. O que estou defendendo
é uma vida mais simples. Outro dia Glaucia, minha esposa,
disse-me: “É impressionante a
quantidade de amigos e conhecidos que tiveram ou têm câncer. Não seriam as químicas e
conservantes, ou agrotóxicos?”
A verdade é que a necessidade de grandes produções e
lucros faz com que não meçam
os meios para produzir mais
alimentos, ainda que tragam
riscos à vida. Nossa saúde tem
sido vítima dos grandes lucros!
Junto a isso entra a advertência
que Jesus fez sobre as “vestimentas”. Quando, em Mateus
10, envia os discípulos para a
missão, Ele adverte: “nem de
alforje para o caminho, nem
de duas túnicas, nem de sandálias, nem de bordão; porque
digno é o trabalhador do seu
alimento” (v.10).
A corrida à monocultura
do algodão não dá espaço na
maioria das grandes fazendas,
nem para os funcionários plantarem uma horta, feijão ou algo
semelhante. Sem falar da rápida exaustão da terra. Pessoas
se endividam para comprar as
marcas da moda, jovens roubam ou se prostituem para
usar roupas de grife. Esse
consumismo está destruindo
todos nós e o meio ambiente.
Que mundo vão herdar nossos
netos? É profundamente evangélico sairmos dessa corrida ao
consumo e optarmos por uma
vida simples como recomendou Jesus em Lucas 12.27-28.
A razão desta reflexão é que
estamos à beira do caos no que
tange ao meio ambiente. Cidades como São Paulo se tornam
não habitáveis, há colapso em
vários setores. Os dados apontam que no Brasil menos da
metade dos domicílios tem conexão com serviço de esgoto;
a maioria lança in natura nas
redes fluviais, contaminam os
mananciais de águas. Como
Igreja, precisamos nos despertar em relação ao cuidado da
criação. Estamos com um grupo de trabalho que irá propor
ações que levem nosso povo
a cooperar com o cuidado do
meio ambiente. Diante da Rio
+ 20, conferencia que ocorrerá
em nosso meio, a Igreja precisa
ser vanguarda, assumindo posturas e cuidados que cooperem para o bem-estar do nosso
planeta. Deus nos ajude nesta
tarefa. “A ardente expectativa
da criação aguarda a revelação
dos filhos de Deus. Pois a criação está sujeita à vaidade, não
voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeito, na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro
da corrupção, para a liberdade
da glória dos filhos de Deus”
(Rm 8.19-21).
Bispo Paulo Lockmann
Cuidar do planeta
faz parte do Metodismo
biente” (PVN, 1982, p.20).
Na área acadêmica, o pensamento de Wesley também
foi discutido. Durante a 9ª
Mostra Acadêmica da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep), realizada
no final do ano passado, sob o
tema Ambiente e Sustentabilidade, o professor Ismael Forte
Valentim, da Faculdade de Ciências Humanas da Unimep,
propôs uma pesquisa sobre
Metodismo e Ecologia. Segundo ele, uma leitura das pesquisas e escritos de Wesley revela
a preocupação do fundador
do Metodismo a respeito das
questões naturais. Na análise
do professor, um exemplo desse interesse pode ser visto na
obra Uma Investigação sobre a
Sabedoria de Deus na Criação.
“Wesley apresenta o resultado
da investigação, a qual passava
das complexidades físicas do
corpo humano até o reino animal, com observações sobre
a ecologia, especificamente
na capacidade de convivência
harmoniosa entre os seres vivos e a natureza”, comentou.
O teólogo Leonardo Boff
é outro defensor das questões
ecológicas. Durante palestra
no Centro Universitário Bennett, numa aula inaugural que
tinha Ecologia como um dos
temas, ele disse: “Hoje precisamos ter a consciência da
urgência em que a situação
da humanidade se encontra.
Nunca antes na história a nossa vida esteve tão ameaçada”.
Já, numa ocasião anterior, ele
declarou: “No texto bíblico
que diz: ‘Povoem a Terra e a
subjuguem’, o termo ‘subjugar”
foi mal traduzido. No original,
refere-se a cuidar; no sentido
de cuidar de uma herança.
Tratamos a Terra como se fosse uma mina de onde podemos
tirar todas as riquezas e depois
abandoná-la. Nós que somos
a Terra. Transformemos com
a paz e a Palavra esse sistema
explorador.”
Iniciativas metodistas
Fazendo valer a orientação do Plano de Vida e Missão, a Igreja Metodista, por
meio da Secretaria Regional
de Ação Social da 1ªRE, sob
a responsabilidade do pastor
Edvandro Machado, em parceria com a Visão Mundial do
Brasil, promoveu o Seminário
Impacto das Mudanças Climáticas e Exclusão Social. O
evento aconteceu em outubro
do ano passado, no Instituto
Central do Povo (ICP), reunindo líderes evangélicos e
especialistas. O objetivo do
encontro foi conscientizar as
igrejas e a sociedade de que
as consequências das mudanças climáticas atingem todo o
planeta. “Por isso, essa tarefa
não só do estado, mas de toda
a sociedade.”, completou pastor Edvandro. Os temas discutidos no seminário viraram
o documento que foi entregue
ao poder público.
Pastor Edvandro também
encontrou uma forma prática
de colaborar com a saúde do
meio ambiente. Ele coordena
a campanha de recolhimento
de óleo usado. Para incentivar a participação, a empresa
Disque Óleo Vegetal, parceira neste projeto, paga à igreja
participante da campanha o
valor de 30 centavos para cada
litro de óleo usado. A entidade
coleta e transporta todo o material. Além disso, disponibiliza para as igrejas o recipiente
para armazenar o produto.
O pastor Ricardo Lisboa, da
Metodista em Mariópolis, informou que “um litro de óleo
usado polui cerca de 20 mil litros de água”. Segundo ele, há
ainda outras estimativas que
dão conta de que o número seria bem maior, um milhão de
litros. Fato é: de uma forma ou
de outra o meio ambiente sai
perdendo. “Nós, seres humanos, estamos, gradativamente,
nos distanciando do carinho
divino com a natureza ao destruir a criação por meio de
atos particulares ou coletivos.
Precisamos fazer algo”, alertou
o pasto. Os interessados em
colaborar com a saúde do planeta dando o direcionamento
correto ao óleo usado devem
entrar em contatos com a Disque Óleo Usado pelo telefone (21) 2660-3326 ou e-mail
[email protected].
3
Cemag e a missão de preservar a natureza
A
Centro Ecológico Metodista contribui com o meio ambiente desde a década de 90
preocupação com o
desmatamento e a
visão de que “a Igreja
deve ser elemento de
solução para os problemas da
ecologia” levaram à criação, na
década de 90, do Centro Ecológico Metodista Ana Gonzaga
(Cemag). Foram reservados
cerca de 70 hectares, separados
nos fundos das terras do Instituto Metodista Ana Gonzaga
(Imag), na zona oeste do Rio
de Janeiro, com a finalidade de
preservar o meio ambiente. De
lá para cá, o Cemag plantou um
total de 40 mil árvores típicas
da Mata Atlântica, por meio de
um convênio com o Governo
Federal. Hoje, o mesmo esforço para o reflorestamento se
repete. Está sendo formado um
grupo para retomar as ações e
programações do Centro Ecológico em busca também de
um trabalho de educação ambiental e conservação.
Na época em que o Cemag
nasceu, além da parceria com
o Ministério do Meio Ambiente, uma séria de medidas foi
realizada para conscientizar a
respeito da importância da preservação da natureza. “Oferecemos aos alunos das escolas públicas um passeio com direito
à trilha no meio da Mata. Naquela época, chegamos a contar com a ajuda de um agrônomo e um educador ambiental,
formados pela Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro
(UFRRJ)”, lembrou o missionário e reverendo James Edwin
Tims, que durante anos ficou à
frente do Centro Ecológico.
Daquele tempo até os dias
de hoje, o Cemag passou por
várias transições e teve, depois
do reverendo Tims, outras pessoas nomeadas para o mesmo
trabalho. No entanto, ele garante que nunca deixou de se
O Centro Ecológico replantou 40 mil árvores típicas da Mata Atlântica
preocupar com a questão do
meio ambiente e da vida. “Vejo
o Brasil como uma potência
mundial. Não há país que tenha mais recursos naturais e
condições para fazer com que
todas as pessoas tenham saúde, alimentação, moradia e
educação”.
A Semana do Meio Ambiente, por exemplo, era uma
das programações. Comemorado pelo Centro Ecológico em
junho, o evento sempre contou
com a participação da comunidade local. O Cemag possuía uma horta orgânica, e os
vizinhos eram convidados para
plantar em suas próprias casas,
recebendo orientações quanto
à forma de aproveitar melhor
os alimentos. “Tivemos um trabalho muito abençoado na área
de conscientização”, atestou.
No ano em que foi criado, o
Centro recebeu apoio do Rotary Club de Campo Grande
para organizar o 1º Eco Oeste.
O evento envolveu 10 escolas e
cerca de 30 alunos, que participaram apresentando trabalhos
sobre o tema. Ainda segundo
ele, há a intenção de se retomar
alguns trabalhos interrompidos
e dar prosseguimento a proposta de enfatizar colaboração
individual na solução dos problemas ambientais.
Em 1999, o Centro Ecológico Metodista recebeu o título
de Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), a partir do decreto 1922/96 assinado
pelo ministro do Meio Ambiente na ocasião, José Sarney Filho. Para fazer valer esse título,
devem ser cumpridas inúmeras
obrigações para a manutenção
de toda a área, preservando-a e
reflorestando as espaços degradados anteriormente. “Embora
haja dificuldades para mantê-lo e a necessidade de parceiros para investir, o Cemag tem
cumprido sua missão”, informou o diretor-geral Ronaldo Pereira, acrescentando que, além
do plantio de muda de espécies
nativas da Mata Atlântica, há
ainda a produção de mel puro.
Cemag e Rio+20
As discussões que levaram
à reAs discussões que levaram
à realização da ECO-92 e que
hoje são novamente contempladas na Rio+20 também são
preocupações dos metodistas
e do Cemag. Mais uma vez a
Igreja busca se engajar, conscientizando e orientando seus
membros e a sociedade a res-
peito da importância do tema.
“Embora pareça tarde, os grandes grupos econômicos e os
países desenvolvidos já sabem
que grande parte dos problemas
climáticos e naturais que têm
ocorrido são respostas às ações
por nós desenvolvidas. Temos
um papel importante neste trabalho de proteção ao meio ambiente. E nossa Igreja saiu na
frente ao separar parte de sua
propriedade para essa finalidade. Esse compromisso é com o
ser humano e com Deus”, comentou o diretor-geral Ronaldo
Pereira.
D
O reverendo Tims participou da ECO-92. Segundo ele,
foi uma excelente oportunidade de conhecer os projetos
de Organizações Não Governamentais e de ganhar mais
experiência. “Espero que os
resultados desses últimos 20
anos sejam suficientes para
se perceber que a falta de decisões nessa área está atropelando o meio ambiente. O que
está acontecendo na natureza
por causa da poluição é dramático. Mas acredito que as pessoas estejam mais conscientes
hoje”, afirmou.
Ele falou ainda sobre a importância das propostas definidas no documento O futuro
que nós queremos, que sairá do
Rio+20. “Eu gostaria que elas
fossem levadas a sério e possam ser tomadas, a partir disso,
as devidas providências para
problemas como a escassez da
água, que já afeta diversos países. Há muitos projetos que favorecem as indústrias na exploração de alumínios e outros elementos da natureza”, criticou.
O Cemag fica na Estrada do
Cantagalo, 378, Campo Grande. Telefone: (21)2413-9047.
Mata Atlântica
corre risco
e acordo com a Fundação SOS Mata Atlântica, com a
aprovação do novo Código Florestal, que teve 12 vetos e
32 modificações da presidenta Dilma Rousseff, os 7,9% que
restam da Mata no Brasil podem estar ainda mais ameaçados. Essa informação foi passada pela Fundação durante a
divulgação do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata
Atlântica, que mostra as alterações no bioma* no período de
maio de 2010 a maio de 2011. De acordo com o estudo, o
Brasil perdeu mais de 13 mil hectares de sua Mata Atlântica
em apenas um ano.
O Atlas, que teve sua primeira edição em 1990, mostra
a redução dos níveis de desmatamento ao longo de 25 anos.
No período de 1985 a 1990, a média anual era de cerca de
93 mil hectares devastados. Em 2010, o volume foi de 13 mil
hectares. “Apesar da diminuição, o desmatamento não deixou
de acontecer e nos fez chegar à marca de apenas 7,9% de remanescentes florestais”, disse a coordenadora do Atlas, que foi
produzido em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe), Márcia Hirota. E completou: “A Mata Atlântica é o bioma mais ameaçado do Brasil”.
Fonte: Agência Brasil
*Bioma é do conjunto de ecossistemas constituído por características (fauna e flora) fisionômicas de vegetação semelhantes em determinada região.
No Brasil, os conhecidos são Mata Atlântica, Amazônico, Caatinga, Cerrado,
Pantanal e Pampa.