Guia de estudos anexo do CPS/UA (2016)
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Guia de estudos anexo do CPS/UA (2016)
1 “No one is born hating another person because of the color of his skin, or his background, or his religion. People must learn to hate, and if they can learn to hate, they can be taught to love.” (Nelson Mandela) 2 AMISOM – Missão da União Africana na Somália CPS – Conselho de Paz e Segurança da União Africana CSNU – Conselho de Segurança das Nações Unidas Frente Polisário – Frente Popular de Libertação de Saguía el Hamra e Río de Oro MINURSO – Missão das Nações Unidas para a Organização de um Referendo no Saara Ocidental ONU – Organização das Nações Unidas OUA – Organização da Unidade Africana RASD ou República Saharauí – República Árabe Saharauí Democrática SOI – Simulação de Organizações Internacionais UA – União Africana 3 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO.....................................................................................................................5 ÁFRICA DO SUL.......................................................................................................................6 ARGÉLIA...................................................................................................................................6 BOTSWANA..............................................................................................................................7 BURUNDI..................................................................................................................................8 CHADE.......................................................................................................................................8 EGITO.........................................................................................................................................9 HUMAN RIGHTS WATCH…………………………………………………………………10 MARROCOS………………………………………………………………………………....11 MAURITÂNIA….…................................................................................………………....…12 NÍGER………………………..................................................................................................13 NIGÉRIA..................................................................................................................................14 ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO ISLÂMICA.....................................................15 ORGANIZAÇÃO DO TRATADO DO ATLÂNTICO NORTE.............................................16 QUÊNIA...................................................................................................................................17 REPÚBLICA ÁRABE SAARAUI DEMOCRÁTICA.............................................................17 REPÚBLICA DO CONGO......................................................................................................18 RUANDA..................................................................................................................................20 SERRA LEOA..........................................................................................................................20 TOGO........................................................................................................................................21 UGANDA.................................................................................................................................22 ZÂMBIA...................................................................................................................................22 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................................23 REFERÊNCIAS........................................................................................................................24 4 APRESENTAÇÃO Senhoras delegadas e senhores delegados, é uma imensa satisfação que nós, diretores acadêmicos e assistentes do comitê “Conselho de Paz e Segurança da União Africana (CPS/UA), apresentamos o Guia Auxiliar de Estudos, carinhosamente conhecido como o “Dossiê das Representações”. Inicialmente, é de suma importância destacar que a finalidade essencial do presente escrito é a de complementação ao já conhecido Guia de Estudos do CPS. Trata-se, pois, da apresentação de um perfil básico, realizado a partir de um levantamento genérico dos principais aspectos que envolvem as delegações que participarão dos debates vinculados ao Conselho. Sendo assim, as senhoras e os senhores deverão proceder à continuação e ao aperfeiçoamento das pesquisas ligadas à representação que irão desenvolver na 13ª Sessão Ordinária do CPS, incorporada à XVI Simulação de Organizações Internacionais, a ser simulada em outubro de 2016. Desejamos, em finalização, muita sorte e desenvoltura na construção da delegação. Até breve! Atenciosamente, A Diretoria do CPS. 5 DOSSIÊ DAS REPRESENTAÇÕES – CONSELHO DE PAZ E SEGURANÇA DA UNIÃO AFRICANA ÁFRICA DO SUL Republic of South Africa* Sendo o país mais austral do continente africano, a África do Sul ocupa quase a totalidade da costa sul da África, do oceano atlântico ao índico. Por conta de sua diversidade étnica e social, o país possui 11 línguas oficiais e é conhecido como “nação arco-íris”. Dada a sua localização privilegiada para as rotas de comércio intercontinentais, a partir do século XVII deu-se o início da colonização europeia na região, a qual já tinha sido explorada pelos portugueses desde o fim do século XV. De início, os holandeses estabeleceram colônias no território – já habitado por grupos étnicos locais –, sendo chamados de “boers” os colonos provenientes dos Países Baixos e de regiões próximas. Da mesma forma, os ingleses também estabeleceram suas colônias, tornando o território ainda mais fragmentado. Em busca de maior independência no território, os boers fundaram repúblicas, como a República Sul-Africana e o Estado Livre de Orange. Esse fenômeno findou por ocasionar duas guerras com os ingleses pelo controle territorial da colônia, os quais venceram os conflitos e instituíram a União Sul-Africana. Ademais, já independente do Reino Unido, a República da África do Sul – como passou a ser chamada pós-independência – conviveu por cerca de cinquenta anos sob o regime de segregação institucionalizada conhecido como apartheid, no qual a população negra do país era excluída nas mais diversas esferas da sociedade, da economia e da política. Somente em 1994 deu-se a primeira eleição geral após o fim do regime, instaurando-se no país um Governo plural sob a liderança do presidente Nelson Mandela. Membro-fundador da União Africana, a África do Sul representa a segunda maior economia do bloco. Além disso, o país consiste em uma potência regional e suas forças armadas – a South African National Defence Force – são protagonistas em diversas missões de contenção ao terrorismo e de manutenção da paz na África e no mundo. 6 ARGÉLIA Algérie Localizada na porção norte do continente africano, a República Argelina Democrática e Popular – nome oficial – é uma integrante da região do magrebe. Nos moldes de uma república semipresidencialista unitária, a Argélia é o maior país em extensão territorial na África, tendo recebido tal título após a divisão do Sudão em duas porções geográficas, desmembramento esse ocorrido em 2011. Membro fundador da Organização da Unidade Africana (OUA), a Argélia obteve a sua independência da França em 1962. Anos mais tarde, em 1969, passou a integrar o seleto grupo da OPEP, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo, alcançando, ainda no mesmo espaço temporal, o status de integrante na Liga dos Estados Árabes (LEA). O país sofreu uma grave crise institucional durante toda a década de 1990, quando a Frente Islâmica de Salvação (FIS) obteve êxito nas eleições gerais de 1991. Na época, o Exército declarou Estado de Exceção, anulando o processo eleitoral daquele ano e dando início ao maior conflito da história da localidade, episódio mundialmente conhecido como a Guerra Civil da Argélia. No que diz respeito à situação da soberania do Saara Ocidental, tem-se que a Argélia se apresenta como um dos seus maiores parceiros, tendo efetivado o seu reconhecimento em 6 de março de 1976. Na província argelina de Tidouf, milhares de saharauís ocupam campos de refugiados administrados pelo ACNUR, o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, com o auxílio e apoio governamental da república argelina, conferindo, dessa forma, todo o suporte à Frente Polisário. Em relação aos aspectos fáticos vivenciados no território nigeriano, a Argélia manifesta, repetidamente, a sua intenção1 na finalização das práticas terroristas regionais e globais, a partir dos procedimentos de restauração da segurança e de promoção da paz nas localidades mais atingidas pelos embates. BOTSWANA Republic of Botswana O Botswana é uma república presidencialista localizada no sul do continente africano com capital na cidade de Gaborone, cujo nome oficial é República do Botswana. Os idiomas 1 ALGERIA PRESS SERVICE. Fight against terrorism: Algeria underlines need to continue global efforts. Disponível em: <http://www.aps.dz/en/algeria/10395-fight-against-terrorism-algeria-underlines-need-tocontinue-global-efforts>. Acesso em: 2 jul. 2016. 7 oficiais do país são o setswana e o inglês, que, por sua vez, é oriundo do período de protetorado britânico2. Sobre a questão do Saara Ocidental, Botswana reconhece sua soberania, mas não mantém relações diplomáticas com a República Saaraui, hora dando suporte à pretensão marroquina sobre o território na forma de um governo autônomo, hora dando suporte ao direito de autodeterminação do povo do Saara Ocidental3. Acerca da atuação dos grupos terroristas na Nigéria, Botswana tem se engajado na guerra contra o terror e repudiado toda e qualquer ação proveniente de terroristas em seu território. BURUNDI République du Burundi* A República do Burundi localiza-se na África central e tem sido o território por centenas de anos dos povos twas, hutus e tutsis. Antiga colônia alemã, foi cedida ao Reino da Bélgica em decorrência da derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial. A administração belga do território – denominado Ruanda-Urundi – foi facilitada por causa das diferenças sociais entre hutus e tutsis, fato institucionalmente explorado pela Bélgica com o propósito de manter mais facilmente a estrutura colonial apesar das diferenças étnicas entre os povos subordinados. Em 1972, com o território de Burundi já separado de Ruanda, ocorreu o Primeiro Genocídio de Burundi liderado pelos hutus contra o povo tutsi e dissidentes hutus. Já em 1993, ocorreu um Segundo Genocídio, dessa vez liderado pelos tutsis contra os hutus. Ambos os eventos, juntamente às guerras civis pelo controle do país deixaram um saldo de centenas de milhares de mortos. Desde então, o país tenta se reconstruir tanto econômica quanto socialmente. Atualmente, no contexto da União Africana, o Burundi participa de missões de peacekeeping, como a Missão da União Africana na Somália (AMISOM). CHADE République du Tchad A República do Chade, localizada no centro do continente africano, absorve o seu nome do lago com o qual estabelece região fronteiriça: o Lago Chade. Possui uma área total 2 GOOD, Kenneth. Diamonds, Disposession & Democracy in Botswana. Suffolk: Boydell & Brewer, 2008. AFRICAN UNION. Botswana. Disponível em: <http://www.au.int/en/countryprofiles/republic-botswana>. Acesso em: 25 jun. 2016. 3 8 de 1.284.000 km² e uma população de aproximadamente 12.825.000 habitantes, em consonância com as estatísticas de 2013. Sua capital é a cidade de N’Djamena e suas línguas oficiais são o francês e árabe, sem prejuízo dos diversos dialetos que são falados na região. O Chade possui uma rica história, que vai desde a época dos grandes impérios tribais até os dias de hoje, passando pelo período de colonização francesa (e a captura de mão-deobra e extração de algodão barato, por parte da França), as tensões da descolonização e a proclamação da independência. A importância dessa área é tão grande que existe um brocardo em francês que diz “Qui tient le Tchad, tient l’Afrique” (“quem tem o Chade, tem a Africa”). Após esse período, o Chade passou por um grande momento de crise interna, culminando em conflitos envolvendo a população do Norte, do Sul e do Centro. No que tange à problemática da soberania do Saara Ocidental, o governo em exílio da República Árabe Saaraui Democrática, instalado pela Frente Polisário, não detém o reconhecimento por parte do governo do Chade, que se mantém apoiando as reivindicações marroquinas sobre o território. O governo de N'Djamena, inclusive, já solicitou a presença pessoal do Secretário-Geral das Nações Unidas para tentar por fim ao conflito4. Ademais, junto aos outros Estados africanos, criou o Groupe Africain de Solidarité et Soutien au Maroc – Grupo Africano de Solidariedade e Auxílio ao Marrocos, que defende a indivisibilidade do Saara Ocidental e a sua permanência sob a soberania marroquina. Em relação à questão da ameaça terrorista na Nigéria, o Chade vem sendo vítima dos ataques do grupo armado Boko Haram5. EGITO Arab Republic of Egypt A República Árabe do Egito, localizado no nordeste africano, possui, também, territórios na Ásia, o que absorve a caracterização de um país transcontinental. Sua área é de aproximadamente 1.000.000 km² e sua população é estimada em 82.056.000 habitantes,em consonância com os dados do ano de 2013. Sua capital é a cidade do Cairo e sua língua oficial é o árabe. Nascido na beira do Rio Nilo, o Egito ainda o tem como o centro de todo o desenvolvimento do país. A quase totalidade da população egípcia ainda vive no vale do Nilo, que representa uma porcentagem ínfima de 5% do território do país. A importância estratégica ALL AFRICA. Sahara Occidental: L'Algérie et le Tchad réitèrent leur soutien aux efforts de l'envoyé personnel du SG des Nations unies. Disponível em: <http://fr.allafrica.com/stories/201403200645.html>. Acesso em: 1 jul. 2016. 5 RFI. Au Tchad et au Nigeria, un Noël calme mais sous surveillance. Disponível em: <http://www.rfi.fr/afrique/20151225-tchad-nigeria-noel-boko-haram-attentats-terrorisme-calme-surveillance>. Acesso em: 1 jul. 16. 4 9 e militar do Egito se dá pelas suas reservas petrolíferas, sua posição geográfica privilegiada no nordeste africano, sua proximidade com os continentes europeu e asiático, bem como pelo seu domínio sobre a Península do Sinai e o Canal de Suez, que liga o Mediterrâneo ao Mar Vermelho. Em maio de 2013, após o golpe de estado militar que derrubou o presidente egípcio Mohamed Morsi, democraticamente eleito em junho de 2012, o Egito foi suspenso da União Africana, com base no princípio de que a organização deve suspender todos os membros onde se efetiva uma mudança inconstitucional de poder6. Contudo, em junho de 2014, a decisão foi revista e Egito voltou à suas atividades ordinárias dentro da UA, após uma decisão unânime e polêmica tomada no Conselho de Paz e Segurança, órgão de cúpula da União Africana7. No que tange à problemática da soberania do Saara Ocidental, o governo em exílio da República Árabe Saaraui Democrática, instalado pela Frente Polisário, não detém o reconhecimento por parte do governo egípcio. Sobre a questão da ameaça terrorista na Nigéria, o Egito vem condenando os ataques, tendo inclusive, por algumas ocasiões, manifestado seus sentimentos de solidariedade com as famílias das vítimas8. HUMAN RIGHTS WATCH A Human Rights Watch (HRW) é uma organização não governamental, sem fins lucrativos e com abrangência internacional. Fundada em 1978, o organismo é reconhecido por investigar violações de direitos humanos, elaborar relatórios sobre as investigações realizadas e usar, efetivamente, os meios de comunicação locais e internacionais para informar e sensibilizar a comunidade global9. Frente a casos concretos de violações de direitos humanos, a HRW realiza reuniões com governos e outras organizações internacionais e propõe políticas públicas e reformas legais necessárias para proteger e promover os direitos violados, com o fim último de prevenir novas violações e garantir que sejam reparadas as vítimas das violações já ocorridas. FRANCE TV INFO. L'Egypte suspendue de l'Union africaine après la destitution du président Morsi. Disponível em: <http://www.francetvinfo.fr/monde/egypte/l-egypte-suspendue-de-l-union-africaine-apres-ladestitution-du-president-morsi_363598.html>. Acesso em: 27 jun. 2016. 7 LIBÉRATION. L'Egypte réintègre l'Union africaine. Disponível em: <http://www.liberation.fr/planete/2014/06/18/l-egypte-reintegre-l-union-africaine_1044252>. Acesso em 27 jun. 2016. 8 ALL AFRICA. Egypte: Le pays condamne l'attaque de Boko Haram au Nigéria. Disponível em: <http://fr.allafrica.com/stories/201602011996.html>. Acesso em: 27 jun. 2016. 9 HUMAN RIGHTS WATCH. Sobre a Human Rights Watch. Disponível em: <https://www.hrw.org/pt/sobrehuman-rights-watch>. Acesso em: 3 jul. 2016. 6 10 É importante ressaltar que a Human Rights Watch é uma organização independente e não aceita qualquer espécie de financiamento, seja público ou privado, direto ou indireto, que possa comprometer sua objetividade e independência. Ainda, trata-se de organismo apartidário e imparcial, que busca manter a neutralidade em casos que envolvam conflitos armados. No que concerne à questão da soberania do Saara Ocidental, a HRW denuncia o fato da Missão das Nações Unidas para o Referendo no Saara Ocidental (MINURSO) ser a única missão das Nações Unidas cujo mandato não inclui a observância dos direitos humanos10, motivo pelo qual pugna para que tal mandato seja ampliado. No mesmo sentido, a organização elaborou relatórios11 apontando que no Marrocos existem leis e práticas repressivas que limitam o exercício dos direitos de liberdade de expressão, reunião e associação pacífica quando estes são buscados para criticar ou por em questão temas fundamentais como a religião, a monarquia ou a soberania do país sobre o Saara Ocidental. No que se refere ao terrorismo na África, a Human Rights Watch já investigou diversas violações a direitos humanos, praticadas tanto pelos grupos extremistas quanto pelas forças armadas que visam combater os atos radicais. Na Nigéria, a organização denunciou as atrocidades cometidas pelo grupo militante islâmico Boko Haram, conhecido por sua crueldade contra civis, e, por outro lado, criticou os abusos cometidos – sob a justificativa da luta contra o terror – pelas forças de segurança do país12. De modo semelhante, a HRW denunciou a atuação do grupo somaliano radical islâmico Al-Shabaab e a forma de atuação – violadora de direitos humanos – que a força armada do Quênia responde aos seus ataques13. MARROCOS al-Mamlakah al-Maghribiyah* O Reino do Marrocos é, historicamente, uma potência regional africana. É, como expresso em seu nome, uma monarquia constitucional com capital em Rabat. Ainda, as 10 OLIVEIRA, Natalia Carrusca Alvim de. As tensões entre o Marrocos e a ONU: a MINURSO e o futuro do Saara Ocidental. Disponível em: <https://pucminasconjuntura.wordpress.com/2016/05/16/as-tensoes-entre-omarrocos-e-a-onu-a-minurso-e-o-futuro-do-saara-ocidental/#_edn6>. Acesso em: 3 jul. 2016. 11 HUMAN RIGHTS WATCH. World Report 2015: Marrocos/Saara Ocidental. Disponível em: <https://www.hrw.org/world-report/2014/country-chapters/morocco/western-sahara>>. Acesso em: 3 jul. 2016. 12 HUMAN RIGHTS WATCH. Relatório Mundial 2015: A Proteção de Direitos em Tempos de Crise Não é Decisão Equivocada. Disponível em: <https://www.hrw.org/pt/news/2015/01/28/266538>. Acesso em: 3 jul. 2016. 13 ROTH, Keneth. O Falso Conforto da Tirania. Human Rights Watch. Disponível em: <https://www.hrw.org/pt/world-report/2015/country-chapters/268172>. Acesso em: 3 jul. 2016. 11 línguas oficiais são o árabe e o berber, sendo também reconhecido o francês, fato que reflete as relações socioculturais e históricas entre os povos que habitam esse país. Um dos protagonistas da Guerra do Saara Ocidental, o Marrocos declara a região em disputa como suas Províncias do Sul, mantendo esse entendimento até os dias atuais. Por essa razão, não reconhece a independência da República Árabe Saharauí Democrática. Recentemente, o Marrocos sugeriu a concessão de autonomia à região, oferta prontamente recusada pela RASD. A situação da soberania do Saara Ocidental, assim, permanece um impasse. Em 1984, o Marrocos decidiu se retirar da Organização da Unidade Africana como forma de retaliar a entrada da República Árabe Saharauí Democrática. Até hoje, já no contexto da União Africana, o Marrocos permanece o único país africano que não é membro da União. MAURITÂNIA République Islamique de Mauritanie A Mauritânia, oficialmente República Islâmica da Mauritânia, é uma república islâmica semipresidencialista que obteve independência da França em 1960, com capital na cidade de Nouakchott. O país é majoritariamente habitado pelo povo berbere e culturalmente influenciado por árabes e franceses14, embora a cultura dos próprios berberes seja predominante. O Islão é a religião oficial do país, enquanto as prescrições jurídico-legais islâmicas (a xaria) fazem parte das leis do país, havendo ainda liberdade religiosa e tolerância para com as minorias religiosas. A Mauritânia e todas as suas atividades no contexto da União Africana foram suspensas no ano de 2005, em virtude de um golpe de estado que depôs o presidente democraticamente eleito. Em 2007, novas eleições foram realizadas e a União Africana teve seu status restaurado, mas um novo golpe em 2008 colocou-a novamente em situação de suspensão15, somente corrigida com a realização de novas eleições presidenciais, em 2009, finalmente consideradas satisfatórias pela União Africana16. 14 BLAUER, Ettagale; LAURÉ, Jason. Mauritania. Nova York: Marshall Cavendish, 1997. REUTERS. African Union lifts sanctions on Mauritania. Reuters, Nova York, 1 de julho de 2009. Disponível em: <http://www.reuters.com/article/us-mauritania-sanctions-idUSTRE56021Z20090701>. Acesso em: 24 jun. 2016. 16 AFRICAN UNION. Mauritania. Disponível em: <http://www.au.int/en/focus-countries/mauritania>. Acesso em: 24 jun. 2016. 15 12 Acerca da temática da situação da soberania do Saara Ocidental, a Mauritânia reconhece a soberania da República Saaraui desde os anos 1990, mas não mantém quaisquer relação diplomática bilateral com os saarauienses em virtude do histórico conflituoso vivenciado na região – considerando-se que a própria Mauritânia esteve envolvida nas diversas conflagrações que tiveram lugar na região do Saara Ocidental. Com relação ao terrorismo na Nigéria, existem, extraoficialmente, relatos de que uma força terrorista mantida conjuntamente17 pela Al Qaeda de Osama Bin Laden, pelo Daesh (Estado Islâmico do Iraque e do Levante, vulgarmente conhecido como ISIS) e pelo Boko Haram da Nigéria está treinando nos desertos da Mauritânia. NÍGER République du Niger Localizada na África Oriental, a República de Níger, independente da França desde 1960, é um dos países mais pobres do planeta, evidenciando graves falhas estruturais na composição de suas políticas públicas e no relacionamento estatal populacional. Estabelecendo fronteiras imediatas com a Nigéria, Chade, Mali, Argélia, Líbia, Burkina Faso e Benin, o país ocupa, atualmente, a última posição18 (188º) da lista vinculada ao IDH, de autoria do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Apresentando-se, hodiernamente, nos moldes semipresidencialistas republicanos, Níger foi um dos membros originários do bloco integracionista da Organização da Unidade Africana (OUA) que, como já se sabe, é entidade precursora da atual União Africana (UA). Nesse sentido, a partir da constituição organizacional, ocorrida em 1964, o país se engajou no processo de integração regional, a partir da assinatura de diversos tratados e documentos internacionais e na participação das agências regionais vinculadas à OAU e à UA. Até 28 de fevereiro de 2018, Níger tem cadeira, espaço e voz no Conselho de Paz e Segurança da União Africana (CPS/UA). A partir da declaração da sua independência e da quebra formal de laços com a França, começou a vivenciar um sistema unipartidário comandado por uma cúpula militar, aspecto 17 ZIMMERMAN, Malia. Terror triumvirate: ISIS, Al Qaeda, Boko Haram training together in Mauritania: analyst. Fox News, Nova York, 23 mar. 2015. Disponível em: <http://www.foxnews.com/world/2015/03/24/terror-triumvirate-isis-al-qaeda-boko-haram-training-together-inmauritania.html>. Acesso em: 24 jun. 2016. 18 PNUD (PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO). Ranking IDH Global 2014. Disponível em: <http://www.pnud.org.br/atlas/ranking/Ranking-IDH-Global-2014.aspx>. Acesso em: 1 jul. 2016. 13 fático que perdurou até o ano de 1991. Em 2010, foi editada uma nova Constituição e, um ano mais tarde, em abril de 2011, Mahamadou Issoufou foi eleito. Em março de 201619, Issoufou foi reeleito com mais de 4 milhões de votos. Nas circunstâncias atuais, Níger enfrenta graves problemas estruturais, com serviços públicos defasados e uma economia enfraquecida diante dos períodos estendidos de seca da região. Na temática do terrorismo na extensão territorial nigeriana, Níger é um dos países diretamente afetados em razão do contato fronteiriço estabelecido com a Nigéria. Assim, a região divisória é local para a circulação de armamentos, utensílios e instrumentos vinculados às organizações terroristas instaladas naquelas proximidades, o que gera uma situação delicada para o relacionamento diplomático bilateral dos dois atores estatais envolvidos. Dessa forma, o caso necessita de atenção internacional específica vinculada a órgãos supranacionais regionais com temáticas delimitadas (o Conselho de Paz e Segurança da União Africana), tendo em vista o detalhamento e as especificidades que a concretude fática exige. Em sede de finalização, no que se refere à temática da soberania do Saara Ocidental, não há posicionamento de reconhecimento oficial, por parte da República de Níger, acerca da situação. NIGÉRIA Federal Republic of Nigeria Localizada na costa oeste africana, a Nigéria, ou oficialmente República Federal da Nigéria, compõe hoje a sétima maior população do mundo e a vigésima economia global, razão pela qual é conhecida como o Gigante da África. A região ao norte do país é majoritariamente muçulmana, enquanto o Sul, a região costeira20, tem predominância cristã. A língua oficial do país é o inglês, uma herança da colonização inglesa, embora muitos dialetos sejam falados ao longo do país, que é reconhecidamente plurinacional, com uma imensa variedade de grupos étnicos diversos. A capital do país é Abuja, na região central do país, enquanto a maior cidade nigeriana, Lagos, se localiza ao sul, na costa atlântica. De acordo com as disposições constitucionais e as leis da Nigéria, o ordenamento jurídico dos 36 estados não é uniforme para todo o país. O Sul é regulado pela lei secular, enquanto a lei islâmica (xaria) é aplicada no Norte, ainda que de duas formas distintas: em BBC NEWS. Niger’s President Issoufou wins landslide. Disponível em: <http://www.bbc.com/news/worldafrica-35876692>. Acesso em: 1 jul. 2016. 20 IHONVBERE, Julius Omozuanvbo. Nigeria: The Politics of Adjustment and Democracy. Londres: Transaction Publishers, 1994. 19 14 parte da região, a menor, ao nordeste, a xaria é válida apenas para as questões civis, enquanto, na parte restante, a xaria prevalece sobre questões civis e penais. A Nigéria pode ser considerada como entusiasta da União Africana, tendo em vista seus sucessivos engajamentos em diversas das atividades desempenhadas pela organização desde o seu advento, como o empenho nas diversas missões de peaceekeeping, como a da Missão da União Africana no Sudão21. Hoje, contudo, seus esforços estão mais voltados para a situação interna vivenciada em virtude do número crescente de grupos rebeldes armados e extremistas, como o Boko Haram. Acerca da temática da soberania no Saara Ocidental, a Nigéria mantém relações diplomáticas e reconhece a soberania da República Saaraui. A ascensão de grupos rebeldes na Nigéria é fruto de um quadro amplificado de diferenças socioeconômicas, políticas, culturais, étnicas e religiosas. O movimento pode ser dividido em duas frontes reconhecíveis: a insurgência islâmica no Norte e a insurgência separatista na região Sul, no delta do Rio Niger. Contudo, os grupos rebeldes sulistas se engajaram em uma luta política por sua autodeterminação, com independência ou autonomia regional, uma demanda que orbita em torno de seus caráteres peculiares – sejam étnicos, sociais, econômicos ou religiosos – razão pela qual não devem ser considerados grupos terroristas22, ao contrário de outros grupos rebeldes, como o Boko Haram, em especial. No Norte, os grupos rebeldes, tais quais o Yan Tatsine e o Ansaru, são formados por religiosos fundamentalistas e existem no país há mais de vinte anos, embora somente nos anos 2000 a situação tenha tomado proporções imensamente atrozes, com a realização de diversas ações terroristas pelo Boko Haram que logo assumiram dimensões extraterritoriais, adentrando as fronteiras com os países vizinhos, como o Chade e Camarões, e firmando alianças com outras organizações similares, como a Al Qaeda e o Daesh (Estado Islâmico do Iraque e do Levante). O Boko Haram tem por objetivo a implementação da xaria sobre todo o território Nigeriano, assim como o combate às influências ocidentais e a predominância cristã no sul do país. ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO ISLÂMICA A OCI é organização intergovernamental fundada em setembro de 1969, na cidade de 21 AFRICAN UNION. Nigeria. Disponível em: <http://www.au.int/en/focus-countries/nigeria>. Acesso em: 26 jun. 2016. 22 VANGUARD. US cautions against militancy in Niger-Delta. Vanguard, Lagos, 28 de junho de 2016. Disponível em: <http://www.vanguardngr.com/2016/06/us-cautions-militancy-niger-delta/>. Acesso em: 28 jun. 2016. 15 Rabat, Marrocos, sob o nome de Organização da Conferência Islâmica, com o fim de promover a solidariedade islâmica entre seus membros. Em 2011, ela tomou seu nome atual. Adota como línguas oficiais o inglês, o francês e o árabe. Possui assento fixo junto às Nações Unidas e à União Europeia. Redigida em 1972, a Carta da OCI definiu os objetivos da organização, principalmente no que concerne à cooperação econômica, política, social, cultural e científica, a proteção dos locais santos e o auxílio à luta do povo palestino. Uma nova carta foi adotada em março de 2008, durante o 11º Encontro da OCI, reunida em Dakar. Ao longo dos quarenta últimos anos, o número de Estados membros aumentou passando dos 24 Estados membros fundadores a 57 países, aos quais se juntaram a Organização da Libertação da Palestina (OLP). Em agosto de 2012, a Síria foi suspensa da OCI. Constitui a segunda maior organização internacional do mundo, atrás apenas da Organização das Nações Unidas, estando espalhada, inclusive, por quatro continentes. Caracteriza-se como o porta-voz do mundo islâmico nos dias de hoje. Atualmente, o Secretariado da Organização, instituído após a 1ª Conferência Islâmica dos Ministros das Relações Exteriores, foi fixado na cidade de Gidá, na Arábia Saudita. ORGANIZAÇÃO DO TRATADO DO ATLÂNTICO NORTE Instituída em 4 de abril de 1949, nos moldes de uma aliança militar multilateral do ocidente, a Organização do Tratado do Atlântico Norte, mais conhecida pela sua sigla OTAN, é uma entidade de defesa coletiva composta por 28 membros distribuídos geograficamente pela América do Norte e Europa. Estabelecendo a sua sede em Bruxelas, na Bélgica, a organização prima pela efetivação de um sistema de resposta a qualquer tipo de agressão sofrida por um dos seus membros, assimilando o ideal defensivo comunitário. Assim, nos termos do artigo 5º do Tratado do Atlântico Norte, um ataque armado contra um dos integrantes da Organização, é considerado uma ofensiva a todos23. O sistema de defesa coletiva instituído pela OTAN – que serviu de base para inúmeras organizações da mesma natureza – é compatível ao que estabelece uma série de dispositivos da Carta das Nações Unidas (1945), mais precisamente o seu artigo 51, concernente à garantia estatal comunitária de proteção contra uma agressão externa (ou seja, fora dos limites regionais organizacionais estabelecidos por determinado grupo multilateral ou organização 23 NORTH ATLANTIC TREATY ORGANIZATION. The North Atlantic Treaty (1949). Disponível em: <http://www.nato.int/nato_static/assets/pdf/stock_publications/20120822_nato_treaty_en_light_2009.pdf>. Acesso em: 1 jul. 2016. 16 intergovernamental). Os ataques de 11 de setembro de 2001 permanecem com o título vinculado à primeira e única oportunidade na qual a cláusula de defesa coletiva da OTAN foi invocada. No que se refere à situação no Saara Ocidental, a OTAN estabeleceu, em 1994, o programa “Diálogo mediterrâneo”, assumindo a função de estabilização e promoção da paz e segurança na região norte da África, segundo a descrição oficial da iniciativa. Marrocos, Mauritânia e Argélia (além de outros países) entraram na abrangência organizacional em 1995. Atualmente, Marrocos é um grande parceiro da OTAN, tendo sido, inclusive, firmado, no início de 201624, um acordo ligado à cooperação na disposição de forças militares entre os dois atores internacionais. Em relação à temática do terrorismo, a organização se posiciona, na sua integralidade, contrária à expansão da atuação de entidades terroristas no continente africano, promovendo, pois, o apoio a todos os países diretamente envolvidos em situações de combate a ações vinculadas à tal natureza. QUÊNIA Republic of Kenya* A República do Quênia localiza-se na região dos Grandes Lagos Africanos, na porção leste do continente. Dada a proximidade da região com rotas comerciais no Oceano Índico, a presença árabe e europeia na costa queniana existiu desde o início da Idade Moderna. No início do século XIX, deu-se o estabelecimento de uma colônia britânica no território, o qual atingiu sua independência em 1963. Por esse motivo, o inglês, juntamente ao kiswahili, são as línguas oficiais do país, apesar de serem falados diversos outros dialetos e línguas minoritárias. Ademais, Nairóbi, a capital do Quênia, é um importante hub comercial regional. Outrossim, além de fazer parte da União Africana, o Quênia é também membro da Comunidade da África Oriental. No que se refere à sua atuação na União Africana, o Quênia, da mesma maneira que diversos outros países africanos, colabora para as missões de manutenção da paz da UA, podendo citar a Missão da União Africana na Somália – país fronteiriço ao Quênia. 24 NORTH ATLANTIC TREATY ORGANIZATION. NATO-Morocco Cooperation in the 21st century. Disponível em: <http://www.nato.int/cps/en/natohq/opinions_128284.htm?selectedLocale=en>. Acesso em: 1 jul. 2016. 17 REPÚBLICA ÁRABE SAARAUI DEMOCRÁTICA Sahrawi Arab Democratic Republic O Saara Ocidental25 é um território litorâneo na região do Magrebe, norte da África, envolvido em disputa territorial acerca de sua soberania, com o Marrocos o compreendendo como uma de suas províncias e a reivindicação feita pela República Árabe Saaraui Democrática (الجمهورية العربية الصحراوية الديمقراطية, em árabe), ou RASD. Em 1976, a RASD foi proclamada pela Frente Polisário e controla cerca de 25% do território do Saara Ocidental atualmente, considerando a área remanescente como de ocupação ilegal pelo governo marroquino. O conflito se iniciou com os Acordos de Madri, firmados entre a Espanha, o Marrocos e a Mauritânia, estabelecendo que estes deteriam o direito de administrar e anexar a região do Saara Ocidental. Em retaliação, a Frente Polisário, que havia sido instituída em 1973 para expulsar os colonos espanhóis, entrou em guerra por independência contra o Estado marroquino, proclamando a RASD. A região disputada se encontra em cessar-fogo promovido pela Organização das Nações Unidas, à espera de um referendo26 (o United Nations Mission for the Referendum in Western Sahara, MINURSO) que afirme ou negue sua soberania, o que gera debates no cenário internacional. Acerca da temática do terrorismo, note-se que o governo marroquino considera as ações da Frente Polisário como terrorismo, clamando para que a comunidade internacional assim também o reconheça, ocorrendo, em contrapartida, a crítica por órgãos como a Anistia Internacional27 e o Human Rights Watch28 por violações a direitos humanos no território do Saara Ocidental. A RASD considera, oficialmente, protestos pacíficos como legítimos, seguindo a linha da visão ocidental da busca pelo direito à autodeterminação. 25 DELEGACIÓN SAHARAUI PARA ESPAÑA: GOBIERNO DE LA REPÚBLICA ÁRABE SAHARAUI DEMOCRATICA. Historia de la República Árabe Saharaui Democrática. Disponível em: <http://delsah.polisario.es/historia-de-la-republia-arabe-saharaui-democratica/>. Acesso em: 3 jul. 2016. 26 UNITED NATIONS MISSION FOR THE REFERENDUM IN WESTERN SAHARA. MINURSO background. Disponível em: < http://www.un.org/en/peacekeeping/missions/minurso/background.shtml />. Acesso em: 3 jul. 2016. 27 AMNESTY INTERNATIONAL. Morocco/ Western Sahara: Further information on UA 16/08 – fear of unfair imprisonment/ prisoners of conscience/ health concern. Disponível em: <http://www.amnesty.org/en/documents/MDE29/004/2008/en/>. Acesso em: 1 jul. 2016. 28 HUMAN RIGHTS WATCH. Morocco/Western Sahara: Activists Need Fair Trial Disponível em: <https://www.hrw.org/legacy/english/docs/2005/12/10/morocc12183.htm>. Acesso em: 1 jul. 2016. 18 REPÚBLICA DO CONGO République du Congo A República do Congo29 (République du Congo, em francês) é uma república presidencialista localizada no oeste da África subsaariana que, frequentemente, é denominada Congo-Brazzaville para ser melhor diferenciada da República Democrática do Congo. O país fazia parte das colônias francesas no continente africano e, com sua população de 79 milhões de habitantes, é o país francófono mais populoso do mundo, sendo notável que foi a capital simbólica da “França livre” durante a ocupação nazista. Após sua independência em 1960, em meio aos movimentos de descolonização da África, a República do Congo entrou em um período de instabilidade política, também havendo se aliado ao Bloco Oriental durante a Guerra Fria, denominando-se República Popular do Congo, até a promulgação de nova constituição, ocorrida em 1992, e a instauração do multipartidarismo30. A situação tornou-se insustentável quando, em decorrência dos resultados eleitorais, se sucederam duas guerras civis em um intervalo de cinco anos31. Em 2015, uma série de conflitos pontuais se originou do referendo32 que retirou a proibição da reeleição por mais de dois mandados, permitindo mais um mandato do atual presidente Denis Sassou Nguesso, o qual governou de 1979 a 1992, e de 1997 em diante. Hodiernamente, percebe-se um país relativamente mais estável na política e próspero na economia. Na temática da soberania do Saara Ocidental, tem-se que a República do Congo reconheceu, oficialmente, a República Árabe Saaraui Democrática em 1978, enquanto República Popular do Congo revogou tal ato em 199633, na transição para a nova estruturação do Estado. Acerca do terrorismo, o governo congolês condena atos de terrorismo34 e a LE CONGO SUR INTERNET. CONGO-SITE: Portail National d’Information et de Conseils sur le Congo Brazzaville. Disponível em: <http://www.congo.cg/>. Acesso em: 3 jul. 2016. 30 AFRICAN ELECTIONS DATABASE. Elections in Congo-Brazzaville [Republic of the Congo]. Disponível em: <http://africanelections.tripod.com/cg.html>. Acesso em: 3 jul. 2016. 31 GLOBAL SECURITY. Republic of Congo Civil War. Disponível em: <http://www.globalsecurity.org/military/world/war/congo-b.htm>. Acesso em: 3 jul. 2016. 32 LE MONDE DIPLOMATIQUE. Référendum au Congo : victoire écrasante du oui, l’opposition dénonce une « tricherie ». Disponível em: <http://www.lemonde.fr/afrique/article/2015/10/27/referendumconstitutionnel-au-congo-victoire-ecrasante-du-oui_4797517_3212.html>. Acesso em: 3 jul. 2016. 33 WIKILEAKS. MOROCCO'S TALLY OF COUNTRIES REJECTING/SUPPORTING RECOGNITION OF INDEPENDENT SAHARA. Disponível em: <https://wikileaks.org/plusd/cables/09RABAT195_a.html>. Acesso em: 1 jul. 2016. 34 ENCA. Congo slams 'terrorist' attack on Paris embassy. Disponível em: <https://www.enca.com/africa/congo-slams-terrorist-attack-on-paris-embassy/>. Acesso em: 1 jul. 2016. 29 19 violência contra a população civil em conflitos armados35, bem como urge a necessidade do envolvimento de tropas internacionais no combate ao grupo Boko Haram36. RUANDA République du Rwanda Localizada na região dos Grandes Lagos africanos, a República semipresidencialista unitária obteve, em 1962, a sua independência da Bélgica. Os anos seguintes foram marcados por uma constante atmosfera de tensão edificada entre os dois principais grupos étnicos do país: os tutsis e os hutus. Anos mais tarde, mais precisamente na década de 1990, o país sofreu os abalos de uma guerra civil, culminando com a morte de mais de 900 mil integrantes do grupo tutsi, episódio que ficou conhecido mundialmente como o "Genocídio de Ruanda". Atualmente, a política ruandesa apresenta relativo grau de estabilidade. Em 2009, o Estado ruandês aderiu à Comunidade Britânica de Nações37, apresentando-se, dessa forma, como um dos dois únicos integrantes da organização que não carregam uma história colonial britânica (o outro caso é o de Moçambique). Em 2012, Ruanda foi escolhida para assumir cadeira não permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas para o biênio 2013-14. No âmbito do Conselho de Paz e Segurança da União Africana (CPS/UA), até 28 de fevereiro de 2018, terá espaço, cadeira, voz e iniciativa na entidade multilateral. Ademais, no dia 1º de abril de 1976, Ruanda reconheceu a República Árabe Saaraui Democrática, não tendo estabelecido qualquer revogação ou modificação posterior dos termos de reconhecimento, revelando-se, pois, como uma das declarações mais antigas atinentes ao caso concreto. No que se refere à expansão da atuação de grupos terroristas no território nigeriano, a República de Ruanda é favorável ao fortalecimento do relacionamento multilateral38 para a consolidação de forças conjuntas ao combate às ações terroristas no continente africano, em consonância com o posicionamento firmado pela Comunidade da África Oriental39. 35 REUTERS. Central African Republic groups sign ceasefire after talks. Disponível em: <http://uk.reuters.com/article/uk-centralafrica-talks-idUKKBN0FS2GJ20140723>. Acesso em: 1 jul. 2016. 36 BLOOMBERG. Congo’s Leader Says Boko Haram Fight Needs Foreign Armies. Disponível em: <http://www.bloomberg.com/news/articles/2015-03-29/congo-republic-leader-says-boko-haram-fight-needsforeign-armies>. Acesso em: 1 jul. 2016. 37 Originalmente, Commonwealth of Nations. 38 THE NEW TIMES. Rwanda, Uganda in joint efforts against terrorism. Disponível em: <http://www.newtimes.co.rw/section/article/2014-12-17/184127/>. Acesso em: 4 jul. 2016. 39 Originalmente, East African Community (EAC). Desde 30 de novembro de 2006, Ruanda faz parte da entidade regional. 20 SERRA LEOA Republic of Sierra Leone A República da Serra Leoa é um pequeno país localizado à África Ocidental, delimitado pela Guiné para o norte e nordeste, pela Libéria ao sul e sudeste, e pelo Oceano Atlântico para oeste. Freetown, sua capital, encontra-se em uma península costeira situada junto ao terceiro maior porto natural do mundo, tendo essa localização privilegiada feito de Serra Leoa um centro histórico de comércio e administração colonial. Serra Leoa foi colônia da Grã-Bretanha até 1961, quando conquistou sua independência. Dez anos depois, o país se tornou uma república, elegendo pela primeira vez um presidente para chefiar o Estado. Como consequência da influência colonial britânica, a língua oficial de Serra Leoa é o inglês, contudo, o idioma franco é o krio, dialeto materno dos serra-leoneses. Ademais, o país é hoje marcado pelas consequências de uma guerra civil que se estendeu de 1991 até 2002. O conflito interno em comento é considerado um dos mais sangrentos do continente africano e causou cerca de 30 mil mortes, além de mutilações em milhares de pessoas. Finda a guerra, Serra Leoa passou a tentar recuperar sua economia e reorganizar sua atividade militar, quadro que se mantém até os dias atuais. Serra Leoa é membro rotativo do Conselho de Paz e Segurança da União Africana e está com o seu mandato em vigência até fevereiro de 2018. TOGO République togolaise A República Togolesa está localizada a oeste da África e é constituída por um pequeno território, limitado a norte por Burkina Faso, a leste pelo Benin, a oeste por Gana e ao sul pelo Oceano Atlântico. O país reúne povos das mais diferentes etnias, motivo pelo qual existe uma rica diversidade cultural na região. Sua capital é Lomé e o seu idioma oficial é o francês. Conhecido como uma “África em miniatura”, o Togo apresenta uma topografia bastante diversificada, possuindo desde praias rodeadas por coqueiros até savanas abundantes de animais selvagens40. A economia do país se baseia principalmente na agricultura de subsistência e de exportação (café, cacau e, especialmente, algodão) e na produção de fosfato. 40 AFRICAN UNION. Togo. Disponível em: <http://www.african-union-togo2015.com/pt/togo/about>. Acesso em: 29 jun. 2016. 21 Localizado próximo à Nigéria, o Togo é um dos países que reconhece e teme a ameaça do grupo terrorista Boko Haram. O presidente do país, Faure Gnassingbé, manifestou sua solidariedade com os territórios africanos afetados pelas práticas terroristas41 e expressou sua indignação, afirmando que a luta do Togo conta o grupo Boko Haram, assim como contra o terrorismo e o racismo, deve continuar42. UGANDA Republic of Uganda Uganda é um país da África Oriental, oficialmente conhecido como República de Uganda, localizado às margens setentrionais do Lago Vitória e com capital na cidade Kampala. O país é uma república semipresidencialista com sistema vigente de partidodominante, onde o partido no governo se mantém incólume frente aos outros partidos existentes em virtude da esmagadora maioria dos votos nas eleições43. A língua oficial de Uganda é o inglês, mas diversos idiomas e dialetos são falados no território ugandês, tendo em vista que o país é habitado por uma imensa variedade de diferentes grupos étnicos. O país teve grande participação na série de acontecimentos que culminaram no estabelecimento da União Africana e continua empenhado em sua manutenção44, tendo inclusive contribuído para com as missões de paz na Somália e no Sudão. Em se tratando da contenda acerca do Saara Ocidental, a República de Uganda mantém relações diplomáticas e reconhece a soberania da República Saaraui sobre o território. Com relação ao terrorismo na Nigéria, o governo de Uganda vem se mostrado solícito e disposto ao auxílio, haja vista que também enfrenta uma situação similar em seu território, a ameaça do grupo rebelde fundamentalista cristão intitulado “Exército da Salvação do Senhor”45, que tem por objetivo instalar uma teocracia em Uganda. ZÂMBIA Republic of Zambia 41 DEUTSCHE WELLE (Alemanha). África Ocidental num ponto de viragem na luta contra a Boko Haram? Disponível em: <http://www.dw.com/en/west-africa-at-a-turning-point-in-the-fight-against-bokoharam/a-18277195>. Acesso em: 29 jun. 2016. 42 ALL AFRICA. Togo: "luta contra o Boko Haram, terrorismo e ao racismo deve continuar", Faure. Disponível em: <http://allafrica.com/stories/201510011008.html>. Acesso em: 29 jun. 2016. 43 BAKAMANUME, Bakama B. A Contemporary Geography of Uganda. Dar es Salaam: Mkuki na Nyota, 2010. 44 AFRICAN UNION. Uganda. Disponível em: <http://www.au.int/en/focus-countries/uganda>. Acesso em: 25 jun. 2016. 45 UNITED STATES OF AMERICA. LRA, Boko Haram, Al-Shabaab, Aqim and Other Sources of Instabilty in Africa. Washington D.C.: U.S. Government Printing Office, 2012. 22 A Zâmbia46, de nome oficial “República da Zâmbia” (Republic of Zambia, em inglês), é um país presidencialista de origem colonial britânica, permanecendo com o inglês como língua oficial. Seu território, repleto de recursos naturais, foi, a partir do final do século XIX, administrado pela British South Africa Company47, uma companhia majestática que detinha a autorização, dada pela Coroa Inglesa, de colonizar, povoar e explorar áreas do continente africano, inclusive de manter força policial. Após o término da autorização real, e a período de colonização direta pelo Colonial Office britânico, foi estabelecida a Federação da Rodésia e da Niassalândia em 1953, que comportava os territórios hoje conhecidos como a Zâmbia, o Zimbábue e o Malawi, com status de semi-independência. Em meio à onda de descolonização e ao crescente nacionalismo africano, a Federação foi dissolvida e, em 1964, a Rodésia do Norte declarou sua independência, chamando-se oficialmente de República da Zâmbia. A Zâmbia, desde sua independência, passou a fazer parte da OUA, e permanece na União Africana como um dos países mais colaborativos, sobretudo nas questões concernentes à liberação e a descolonização dos demais países africanos. Apesar dessa nuance em suas relações exteriores, é notável que a Zâmbia revogou, em 2011, seu reconhecimento ao Saara Ocidental, previamente concedido em 1979, para maior aproximação com o governo marroquino48. Um ano depois, com a mudança presidencial, o reconhecimento foi reafirmado, sob o argumento de que, se o país participa de uma organização que reconhece o governo soberano da RASD (União Africana), assim a Zâmbia deverá proceder. Acerca da temática do terrorismo, a Zâmbia repudia publicamente as práticas terroristas49, sendo um dos países que mais recebe refugiados na sua extensão territorial, principalmente oriundos de Ruanda e do Burundi. O Supremo Conselho Islâmico da Zâmbia igualmente repudia, fortemente, as atitudes do grupo terrorista Boko Haram, destacando que 46 AFRICAN UNION. Republic of Zambia. Disponível em: <http://www.au.int/en/focus-countries/zambia>. Acesso em: 28 jun. 2016. 47 SOUTH AFRICAN HISTORY ONLINE. Charter of the British South Africa Company, (London Gazette), 20 December 1889. Disponível em: < http://www.sahistory.org.za/archive/charter-british-southafrica-company-london-gazette-20-december-1889>. Acesso em: 3 jul. 2016. 48 MIDDLE EAST ONLINE. Zambia withdraws recognition of 'Sahrawi Republic'. Disponível em: <http://www.middle-east-online.com/english/?id=45304>. Acesso em: 1 jul. 2016. 49 MWANSA, Kalombo T. TO THE GENERAL DEBATE OF THE 58TH SESSION OF THE UNITED NATIONS GENERAL ASSEMBLY. Nova Iorque: ONU, 01 out. 2003. Disponível em: <http://www.un.org/webcast/ga/58/statements/zambeng031002.htm>. Acesso em: 1 jul. 2016. 23 devem haver esforços conjuntos de líderes mundiais para conter o caos instaurado no nordeste nigeriano50. CONSIDERAÇÕES FINAIS Apresentadas todas as delegações, nós, diretores acadêmicos e assistentes do Conselho de Paz e Segurança da União Africana (CPS/UA), estamos felizes por sua escolha e confiança depositada no nosso comitê e na XVI Simulação de Organizações Internacionais (SOI). Mais uma vez, destacamos o caráter complementar do presente documento, razão pela qual as pesquisas vinculadas às delegações não podem parar. Desejamos a todas e todos uma ótima simulação. Esse é o nosso desejo e a nossa torcida. E que comece a SOI 2016! 50 LUSAKA TIMES. Islamic Council of Zambia condemns Boko Haram attacks. Disponível em: <https://www.lusakatimes.com/2014/07/09/islamic-council-zambia-condemns-boko-haram-attacks/>. Acesso em: 28 jun. 2016. 24 REFERÊNCIAS AFRICAN ELECTIONS DATABASE. Elections in Congo-Brazzaville [Republic of the Congo]. Disponível em: <http://africanelections.tripod.com/cg.html>. Acesso em: 3 jul. 2016. AFRICAN UNION. Botswana. Disponível em: <http://www.au.int/en/countryprofiles/republic-botswana>. Acesso em: 25 jun. 2016. AFRICAN UNION. Nigeria. Disponível em: <http://www.au.int/en/focus-countries/nigeria>. Acesso em: 26 jun. 2016. AFRICAN UNION. Mauritania. Disponível em: <http://www.au.int/en/focuscountries/mauritania>. Acesso em: 24 jun. 2016. AFRICAN UNION. Republic of Zambia. Disponível em: <http://www.au.int/en/focuscountries/zambia>. Acesso em: 28 jun. 2016. AFRICAN UNION. Togo. Disponível em: <http://www.african-uniontogo2015.com/pt/togo/about>. Acesso em: 29 jun. 2016. AFRICAN UNION. Uganda. Disponível em: <http://www.au.int/en/focuscountries/uganda>. Acesso em: 25 jun. 2016. ALL AFRICA. Egypte: Le pays condamne l'attaque de Boko Haram au Nigéria. Disponível em: <http://fr.allafrica.com/stories/201602011996.html>. Acesso em: 27 jun. 2016. ALL AFRICA. Sahara Occidental: L'Algérie et le Tchad réitèrent leur soutien aux efforts de l'envoyé personnel du SG des Nations unies. Disponível em: <http://fr.allafrica.com/stories/201403200645.html>. Acesso em: 1 jul. 2016. ALL AFRICA. Togo: "luta contra o Boko Haram, terrorismo e ao racismo deve continuar", Faure. Disponível em: <http://allafrica.com/stories/201510011008.html>. Acesso em: 29 jun. 2016. ALGERIA PRESS SERVICE. Fight against terrorism: Algeria underlines need to continue global efforts. Disponível em: <http://www.aps.dz/en/algeria/10395-fight-againstterrorism-algeria-underlines-need-to-continue-global-efforts>. Acesso em: 2 jul. 2016. AMNESTY INTERNATIONAL. Morocco/ Western Sahara: Further information on UA 16/08 – fear of unfair imprisonment/ prisoners of conscience/ health concern. Disponível em: <http://www.amnesty.org/en/documents/MDE29/004/2008/en/>. Acesso em: 1 jul. 2016. 25 BAKAMANUME, Bakama B. A Contemporary Geography of Uganda. Dar es Salaam: Mkuki na Nyota, 2010. 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