Mirian Patrícia Burgos Joaquim Luís Coimbra Pedro Ferreira
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Mirian Patrícia Burgos Joaquim Luís Coimbra Pedro Ferreira
Democracia, Participação Social E Controle Social De Políticas Públicas No Brasil: A Experiência Dos Fóruns Da Educação De Jovens E Adultos Do Brasil Democracy, Social Participation and Social Control of Public Policy in Brazil: The Experience of Forums for the Education of Young People and Adults of Brazil Mirian Patrícia Burgos Joaquim Luís Coimbra Pedro Ferreira Universidade do Porto Palavras-chave: controle social, advocacy, movimento social, fóruns da educação de jovens e adultos, políticas públicas, relação estado - sociedade civil Key-words: social control, advocacy, social movement, forums for the education of young people and adults of Brazil, public policy, state - civil society relationship Autor Biografias: Mirian Patrícia Burgos Doutoranda em Ciências da Educação na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto; Foi Diretora do Centro Paulo Freire – Estudos e Pesquisas por duas Gestões consecutivas; Foi Representante do Fórum da Educação de Jovens e Adultos do Estado de Pernambuco, também por duas gestões; Diretora do Instituto Paulo Freire Portugal; e Formadora de Professores e Gestores da Rede Pública de Ensino com o segmento da EJA, desde 2001. Joaquim Luís Coimbra Professor Associado da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação FPCE-UP; Diretor do Curso de Mestrado em Educação e Formação de Adultos da FPCE-UP. Pedro Ferreira Professor Auxiliar da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto. Citar: Burgos, M.P., Coimbra, J.L., and Ferreira, P. (2016). Democracia, Participação Social E Controle Social De Políticas Públicas No Brasil: A Experiência Dos Fóruns Da Educação De Jovens E Adultos Do Brasil. Global Journal of Community Psychology Practice, 7(1S), 1-22. Retrieved Day/Month/Year, from (http://www.gjcpp.org) Global Journal of Community Psychology Practice Volume 7, Issue 1S February 2016 Democracia,ParticipaçãoSocialEControleSocialDePolíticasPúblicasNoBrasil:A ExperiênciaDosFórunsDaEducaçãoDeJovensEAdultosDoBrasil Resumo OartigoapresentaosurgimentoeatrajetóriadomovimentosocialdosFórunsdaEducação deJovenseAdultosdoBrasil(FórunsdaEJAdoBrasil),apartirdadécadade1990,como dispositivo de controle social exercido pela sociedade civil organizada frente às ações do Estado nesse campo. A investigação analisa inicialmente a conjuntura em que surge uma novaedistintacompreensãoeusoconceitualnasciênciassociaisdosignificante“controle social”, dando ênfase à relação entre Estado e sociedade civil no período da redemocratizaçãobrasileirapós-ditaduramilitarapartirdadécadade1980.Emseguida,o artigosituaosposicionamentoscontemporâneosemtornodosconceitos“controlesocial”e de“Advocacy”.Taisconceitostêmsuasexpressõesanalisadasnocontextobrasileiroe,mais especificamente, no campo da Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos e em experiências de participação no movimento social que se organizou para intervir nesse campo.ComumaporteteóricoancoradonasideiasdeCoutinho(2006),Freire(1987;2000; 2005), Lima (2009), Pontual (2008) e Warren (2014), o estudo visa a identificar as conquistas,osdesafioseaspossibilidadesdosFórunsdaEJAdoBrasilnocampodaspolíticas públicas,comocontribuiçãoparaaefetivaçãodeumasociedadejusta,livreepluralista,a partirdoconceitofreireanodeparticipação. Democracy,SocialParticipationandSocialControlofPublicPolicyinBrazil:The ExperienceofForumsfortheEducationofYoungPeopleandAdultsofBrazil Abstract This paper presents how the social movement of the Forums for the Education of Young PeopleandAdultsofBrasil(ForumsEJAofBrazil)cametobeanddeveloped,fromthe1990s on,asaninstanceofcontrolofstateactionsinthefieldbyorganizedgroupsofcivilsociety. Thisresearchstartsbyanalyzingthecontexthowanewunderstandinganduseofthe'social control'conceptemerged,oneemphasizingthecontrolbycivilsocietyofstateactions,inthe redemocratization period, after the military dictatorship, and since the 1980s. It then situatesthosethatarethecontemporaryunderstandingsof'socialcontrol'and'advocacy'. These concepts are analyzed for the Brazilian context specifically in the field of alphabetizationandeducationofyoungpeopleandadultsandinexperiencesofparticipation inthesocialmovementwhichorganizedtoactinthisfield.Withtheoreticalcontributions anchoredintheworksbyCoutinho(2006),Freire(1987;2000;2005),Lima(2009),Pontual (2008)andWarren(2014),thisstudyidentifiestheconquests,challengesandpossibilities oftheForumsEJAofBrazilintermsofpublicpolicies,ascontributiontothemakingofafree, fairandpluralistsociety,followingtheFreirianconceptofparticipation. Global Journal of Community Psychology Practice, http://www.gjcpp.org/ Page 2 Global Journal of Community Psychology Practice Volume 7, Issue 1S February 2016 Introdução AEducaçãodeJovenseAdultos(EJA)é umdireitosubjetivopostoparaomundo desdeaDeclaraçãodosDireitos Humanos,aindanadécadade1940eque noBrasil,maisrecentemente,foi instituídocomaConstituiçãoFederal Brasileiradatadade1988. “OdeverdoEstadocomaeducaçãoserá efetivadomedianteagarantiade:I– educaçãobásicaobrigatóriaegratuitados 4aos17anosdeidade,assegurada inclusivesuaofertagratuitaparatodosos queaelanãotiveramacessonaidade própria”;(artº.208º.Redaçãodadapela EmendaConstitucionaln.59,de2009) Brasil,ConstituiçãoFederal.EstaEmenda queconsideraodireitoàeducaçãobásica egratuita,independentementedaidade, deacordocom(Lázaro,2014,p.53), “resultouemumimportanteavançopara osegmentodaEJA”. Emtermosconceituaisapartirda ConstituiçãoFederalde1988édeclarado quea“educaçãodejovenseadultos” refere-seatodasaspessoasacimade15 anosquenãoconcluíramoensino primárionaidade“certa”.Jáa alfabetizaçãodeadultos,refere-seao públicodepessoasapartirde15anosde idade,cujainstruçãoestejaabaixodeum anoescolar. NoBrasil,adesignadaagendaneoliberal começaaserefetivadaapartirdo GovernoCollor,sendoretomada fortementenoGovernoFernando HenriqueCardoso(GovernoFHC) caracterizado,principalmente,por privatizações,peloprocessoderetirada delegitimidadedossindicatosepela tentativadedesmoralizaçãodos movimentossociais,própriosdesta revoluçãoconservadora.Marcadamente comesteGovernoFHC,deparamo-nos comodescasocomoqualaEJAfoi tratada,tendoficadodeforadaspolíticas educacionaisprioritáriasdestegoverno.A políticaeconômicadereduçãodegastose atuaçãomínimadoEstadonosetor educacionalafetoucontundentementea EJA.“Deacordominimalista,apolíticada EJAsebaseouemaçõesvoltadas essencialmenteparaaalfabetizaçãoem umaperspectivaclientelistae compensatória”(Paiva,2006,p.59).Essa posturadedescasodoEstadoparacoma EJAtornou-se,infelizmente,umforte exemploqueacabouporserseguidopela sociedade. NoBrasil,nasduasúltimasdécadastem havidoumadiscussãointensaemtorno daEJA.Entreasváriaspautasde discussãopodemoscitaraLeide DiretrizeseBasesdaEducaçãoNacional (LDBENnº.9394/96).EssaLeique integraaEJAaosistemaformalcomouma modalidadedaeducaçãobásica,foium importantepassoparaoseu reconhecimentocomodireito. ALDBENemseucapítuloIIIartigo4º, repeteoqueéafirmadonaConstituição relativamenteaodeverdoEstadopara comaeducaçãopúblicanagarantiade ensinofundamentalobrigatórioe gratuito,inclusiveparaosqueaelenão tiveramacessonaidadeprópria.Nessa mesmalinhadepensamento,emseu artigo37-§1ºafirmaqueossistemasde ensinopúblicosassegurarão gratuitamenteaosjovenseaosadultos quenãopuderamefetuarosestudosna idaderegularoportunidadeseducacionais apropriadas,consideradasas característicasdoaluno,seusinteresses, condiçõesdevidaedetrabalho,mediante cursoseexames. Adécadade2000,maisexatamentea Global Journal of Community Psychology Practice, http://www.gjcpp.org/ Page 3 Global Journal of Community Psychology Practice Volume 7, Issue 1S February 2016 partirdoanode2003,destaca-sepelo forteinvestimentonaspolíticaspúblicas nocampodaEJA,comoexpressãoe resultadodoesforçopolíticoematenderà agendadecompromissosimposta historicamentepelosmovimentossociais. “Atrocadegovernoem2003provocou umamudançanofocodapolítica educativa.OapeloàEducaçãoparaTodos éinterpretadocomodireitodetodaa cidadaniaàeducação,independenteda idadeoudeoutrasvariáveis(...)”(Ireland, 2009,p.51).Até2006,comacriaçãodo FUNDEF,iaEJAeraatendidapor programasfederais,estaduaise municipais,entretantocontinuavaforada políticadefinanciamentosdoEstado.A partirde2007, Areformaconstitucionalquecriouo FUNDEFincluiuofinanciamentoda EJAnoconjuntodaspolíticasparaa educaçãobásica,agregando progressivamenterecursosparao materialdidáticoeliterário,a merendaeotransporteescolarde estudantesdaEJA.(Lázaro,2014,p. 53) Entretantonosdeparamoscomdados apontadospelaPesquisaNacionalpor AmostradeDomicílio-PNAD(IBGE, 2013),queindicaramqueopercentualde pessoasanalfabetasnoBrasilgiravaem tornode8,5%entreapopulaçãode15 anosoumais.Emumtotalde13,04 milhõesdepessoasanalfabetas,7milhões viviamnaregiãoNordeste.Considerando apenasafaixaetáriadosadultoscom25 anosoumais,ataxadeanalfabetismo, apontara10,2%.Apartirdaanálisefeita nestamesmafaixaetária,constatou-se que12,63milhõesdebrasileirosnão sabiamlereescrever,oqueindicaqueos resultados,apartirdapublicaçãodo FUNDEF,nãotêmsidoosesperados.Pode questionar-seporqueestedireito,que estáinstituídoeregulamentado,nãotem sidorespeitadoesefigura,namaioriadas vezesapenasnopapel.Onúmeroé alarmanteerevela-nosqueocombateà privaçãodosdireitosessenciaisdavida precisadeavançar.Essacondiçãodevida, postulaLafer(2006),amparadonas reflexõesdeHannahArendt“(...)retirado homem(sic)asuacondiçãohumana” sendoassim,tratadocomo“umser descartávelquepodesertrocadopor outro,substituídoouigualadoauma coisa”(Lafer,2006,p.22). Poressasrazões,podemosperceberquea realidadeimpostaàEJAnoBrasil ultrapassaasquestõeslegais.Paraesta modalidadedaeducaçãoestão asseguradosseusdireitoslegaisacima apresentados;noentanto,issonãotem sidoosuficienteparaqueestesdireitos sejamefetivados:“Assimopaísganhapor umlado,aoampliardireitoseconquistas, eperde-seemtergiversaçõesporoutro, aonãogarantirascondiçõesparaquea sociedadecomoumtodoexperimenteos ganhoseducacionais(...)”(Lázaro,2014, p.54). OBrasilComoBerçoDaExperiência RevolucionariaNoCampoDa AlfabetizaçãoDeAdultos Em2013,oBrasilcomemorouos50anos danotávelexperiênciadeAlfabetização deAdultosrealizadaporPauloFreireem Angicos,nonordestebrasileiro,onde foramalfabetizados300camponesesem 40horas.Essaexperiênciasedeuporque desdeadécadade1950,quandodasua experiêncianoSESI,PauloFreire percebeuqueosadultosestavamsendo Global Journal of Community Psychology Practice, http://www.gjcpp.org/ Page 4 Global Journal of Community Psychology Practice Volume 7, Issue 1S February 2016 alfabetizadosdamesmamaneiraquese alfabetizavamascrianças.Asensibilidade eosentidocríticodesseeducador apontavamquetalmododealfabetizaros adultoserapedagogicamenteinadequado pornãorespeitarasespecificidadesdos estudantesepor,entreoutrascoisas,os humilhar.Em1963,PauloFreire vivenciouaaulainauguraldessa experiência,utilizandocomotemacentral oconceitoantropológicodecultura.Os princípioscientíficosefilosóficosdoseu métodoancoravamedavamformaàsua propostadeumaeducaçãocrítica conscientizadora. Gadotti(2014,p.28),fazendoreferênciaà obradoprofessorCarlosAlbertoTorres, afirmaque“Angicosnãoeraapenasum símbolodalutacontraoanalfabetismono Brasil,maseraummarcoemfavorda universalizaçãodaeducaçãoemtodosos graus,superandoavisãoelitista”.Nesta mesmaperspectivadizque“Angicosfoia fermentaçãodeumprocessodemudança pedagógica,alémdeanunciara possibilidadedemudançaspolíticase sociais”(Gadotti,2014,p.31). Angicosrepresentaumconvitepara enfrentarmos,commaisurgênciae responsabilidade,asituaçãode analfabetismonopaís.Maisdemeio séculodepois,aexperiênciadeFreireé ummarcopertinentenalutapelofimdo analfabetismobrasileiro. PercebemosquenoBrasilaindahá instaladaumaculturadequeinvestirna alfabetizaçãoenaEJAé“doar”alguns “favores”,éusarda“benevolência”.Em muitoscasos,aindasevêemos investimentosnaEJAcomoações supletivasqueseconcentram,sobretudo, emanoseleitoraisepré-eleitorais.Nesse sentido,nospareceurgenteampliarmosa compreensãodeque,aocontráriodoque estáposto,investirnessesegmentoda educação,alémdeserumaobrigaçãodos governos,significainvestirno desenvolvimentodopaís.Reconhecera relevânciadaEJAéacreditarnofuturode cidadãosecidadãsquepodemcontribuir deformamaissignificativacoma construçãosocialcoletiva. Aheterogeneidadeéumacaracterística daEJA.Osjovens,osadultoseosidosos quebuscamaEJAintegramogrupodos “negros,quilombolas,docampo,sem terra,semteto,semuniversidade,sem transporteetodosos‘sem’.Sua proximidade,portanto,écomtodose todasaqueleseaquelasaquemfoi negadoodireitoasergente”(Arroyo, 2005,p.3).Assim,ossujeitosaquemse destinaaEJAestãonessemodode inserçãonomundo,homensemulheres todosetodasinseridoseinseridas perversamentenestemundo, caracterizadopelaprecarizaçãodaforça detrabalho,quetemimplicaçõesem todasasdimensõesdesuasvidas. Oconceitode“educaçãoaolongodavida” alémdesernorteadordaEJAtambém orientouosdebatesdaConferência InternacionaldeEducaçãodeAdultos- CONFINTEAVI.Eleexigeoempenhode todososesforçoseducacionaisparapôr emrelevoadiversidadedesaberes.Estes devemincluir,entreseusobjetivos,as competênciasrequeridaspelasociedade, necessáriasaumaconstruçãoda autonomiadoeducandoequefacilitema suatransiçãoentreosváriosníveisde ensinoereinserçãoemprocessos educativosformaisenão-formais.De acordocomLicínioLima,(2007,p.14)a educaçãoaolongodavida:“(...)assumiu objetivosquevisavamoesclarecimentoe aautonomiadosindivíduos,bemcomoa transformaçãosocialatravésdoexercício Global Journal of Community Psychology Practice, http://www.gjcpp.org/ Page 5 Global Journal of Community Psychology Practice Volume 7, Issue 1S February 2016 deumacidadaniaactivaecrítica”.A educação,aoassumir-separaalémda escola,situa-senocentrodavidacidadã, comoumapráticaquebuscao conhecimento,acompreensãoeaação sobreomundo.Conhecerétransformarseasimesmoeaomundoemquesevive. Diantedoreferidocontextodeexclusão,a EJApassaportransformaçõesquese situamemníveldeumanovapropostade reestruturaçãonaRedeEstadualde Ensino,evaiatéàinstituiçãode DiretrizesOperacionaisdeâmbito nacional.Tambémvêmacontecendoà esferaglobaldiscussõeseredefinições dosrumosdaeducaçãodeadultos,como demonstraarealizaçãodaVICONFINTEA, umaconferênciacujoobjetivofoi “debatereavaliaraspolíticas implementadasemâmbitointernacional paraessamodalidadedeeducaçãoe traçarasprincipaisdiretrizesque nortearãoasaçõesnestecampo”(Lázaro, 2009,p.5). Realizadaem2009emBelémdoPará,na regiãoNortedoBrasil,aVICONFINTEA, marcouahistóriadasconferências internacionaisdeeducaçãodeadultos, entreoutrosmotivos,portersidooBrasil oprimeiropaísdohemisfériosulasediar estaconferência,oqueresultouparaa nação,nosaldopositivodaoportunidade históricadepoderenvolverdiversos atoresdasociedade,governoesociedade civilorganizadanumespaçodereflexão sobreaEJA.Permitiutambém,duranteos encontrospreparatóriosàVICONFINTEA, umdiálogoprofícuoanívelnacional sobreaspolíticasprevistasaserem implementadasnocampodaEJA,afimde garantiracesso,permanênciaequalidade socialdessamodalidadedaeducação. OSurgimentoEAtuaçãoDosFórunsDa EducaçãoDeJovensEAdultosDo Brasil AconfiguraçãodaEJAnoBrasilvem-se constituindopelasaçõesdegovernoe pelaparticipaçãodasociedadecivil, notadamente,naáreadaEducação Popular.AinstituiçãodaEJAcomodireito ecampoderesponsabilidadepúblicatem sidoabraçadapelosmovimentosdos FórunsdaEJAdoBrasilemmeioa avançoseretrocessos.OsFórunstêma “suaorigememconfluênciacoma atuaçãodasociedadecivilnalutapelo direitoàeducaçãoparatodos,resulta[m] dofortalecimentodarelaçãoentreos protagonistas,objetivandoaintervenção naproposiçãodepolíticaseducacionais dejovenseadultos”(Soares,2004,p.28). Pelasrazõesdaconjunturadopaísna décadade1990,osFórunsiniciamsua histórianoBrasil,quandodaconvocação daUNESCOparaarealizaçãodos encontrosestaduais,recomendadospela ComissãoNacionaldeEducaçãodeJovens eAdultos–CNAEJA,faceaosEncontros PreparatóriosparaaVConferência InternacionaldeEducaçãodeAdultos-V CONFINTEA,realizadaemHamburgona Alemanha,emJulhode1996,quandose colocaparaomundoqueaEJA correspondeao“conjuntodeprocessos deaprendizagemformaisounãoformais, pelosquaisaspessoasdesenvolvemsuas capacidadestécnicaseprofissionais,bem comoasreorientamafimdeatenderàs demandasdasociedade”(UNESCO,1997). OsFóruns“iniciaramaorganizaçãodeum movimentoquepretendiaestabelecer resistênciasaodesmontedodireitoà educação,quehaviasidoconquistadono processodetransiçãodemocrática expressopelaConstituiçãode1988”(Di Pierro,2005).Aospoucos,todosos Global Journal of Community Psychology Practice, http://www.gjcpp.org/ Page 6 Global Journal of Community Psychology Practice Volume 7, Issue 1S February 2016 estadoseoDistritoFederalforam aderindoaomovimento.Atualmente temosvinteeseisFórunsestaduaiseum DistritaldaEducaçãodeJovenseAdultos quecompõemoFórumdaEJAdoBrasilii. OsFórunscriaramumdiferencialno tocanteàspráticaseducacionaisdopaís. Aprincípiohaviaumembatemuito acirradocomospoderes constituídos/governos,noentanto,como decorrerdotempo,oGovernoFederal, sobretudoapartirde2003,passoua reconheceroFórumcomoumimportante interlocutornaconstruçãodaspolíticas públicasparaaEJA.Começou,então,a haverumdiálogosistemáticocomo movimentodosfórunsestaduaiscom encontros/reuniõestécnicasregularese até2009comumencontroacada semestre.Em2010,houveumalacuna nestaarticulaçãocomogoverno,noque serefereàrealizaçãodasreuniões ordinárias,talvezpelanãorealizaçãodo ENEJAnesteanoe,pelaprópriareestruturaçãodosFórunsquepassarama terencontrosregionaisintercaladoscom osnacionais.Apartirde2011aconteceu emmédiaumareuniãoanual. Osdiálogosforamecontinuamsendo, muitasvezes,tensosmasnecessários,à construçãodeumademocracia participativaemnossopaís.Assimo FórumdaEJAdoBrasilcompostopor seus26Fórunsestaduaise1distrital, conquistoulugarprivilegiadopara interferirnaspolíticasgovernamentaisdo MinistériodeEducaçãoatravésda SecretariadeEducaçãoContinuada, Alfabetização,DiversidadeeInclusão MEC-SECAD(I)iii.Alémdisso,assumiuo lugardeinterlocutornalinhadoembate, datensão,mascomapossibilidadede representaçãodosegmentoorganizado dasociedadecivil.OFórumbusca contribuirparaaconstruçãodepolíticas públicascomopautadomovimentoedos profissionaisdaEJA,numexercícioclaro dademocraciaquedeacordocomo pensamentodePauloFreire,sósefaz, exercendo-se.Énoexercíciocotidiano quesefazaformaçãodocidadão.Nãose faz/vivedemocraciafalandosobreela. Faz-semister,vivênciae,assim,exercício docontrolesocialivdaspolíticaspúblicas pelosFórunsdaEJAdoBrasil. OsFórunscongregamdiversosatoresda EJA:alunos,gestores,técnicos, professores,movimentossociaise pesquisadoresquepressionampor políticapúblicaparaaEJA.OsFóruns consistemeconstituem-seemuma demandacoletiva,representam,enquanto movimentosocial,umainstânciade mobilizaçãoediscussãodepolíticaspara aEJA,econstituem-secomtemposde existênciadiferentesecomnatureza, formaeprocessosdecomposição tambémdiferentesnumainstância coletivaparadiscussãoeconstruçãodos rumosdapolítica. NocoletivodosfórunsdaEJAdoBrasil estãoassentadas,alémdasociedadecivil organizada,representantesdediferentes esferasdosgovernoscomoassecretarias estaduaisemunicipaisdeeducação.Isto permiteaestessujeitos,apartirdos modosorganizadosdese“associarem” institucionalmente,oexercíciode Advocacyatravésdeumamesa permanentedediálogoeembate,também comosrepresentantesdosgovernos, estrategicamenteorientadasparaa construçãodeplanosdeaçãopolíticaque articulemmudançasreaiseeficazespara estesegmentodaeducação. Estapossibilidadedediálogoentre Estadoesociedadecivilnaproposiçãode políticaspúblicasparaaEJAéumaparte Global Journal of Community Psychology Practice, http://www.gjcpp.org/ Page 7 Global Journal of Community Psychology Practice Volume 7, Issue 1S February 2016 importantedoqueosFórunstêm permitidofazer(umdiálogodifícil,tenso, quenãoaconteceránecessariamenteem todososFórunsdamesmamaneiranem nasmesmascondições). OqueaproximaocoletivodosFóruns estaduaisedistritalenquantocoletivoéo desejodetrilharumcaminhodiferentena construçãodapolíticapúblicaparaaEJA. Issofazcomqueodiálogocríticosejaa marcadominantedestecontínuo processodenegociaçãoeimplica coragem/disponibilidadeparaenfrentar osconflitosquesãooriundosdecadaum dossegmentosquecompõemosFóruns daEJA. OFórumdaEJAdoBrasiléumainstância quetemsuaimportânciareconhecida peloGovernobrasileironaconstruçãodas políticasdaEJA,peloqueestão conseguindoconstruiremcadaestado, pelasuaintervençãodiretanaconstrução destamodalidadedaeducação.Nesse intento,constitui-seumgrupode representantesporestadoscomsua organizaçãodefinida,afimde, coletivamente,segeraremamobilização easaçõesnecessáriasquepressionemos governoseprovoquemastransformações indispensáveisnasesferaspúblicasda EJAdopaís. Arelevânciadessemovimentotemsido reafirmadaquandoseobservaasua capacidadedearticulaçãoentreestadose comoDistritoFederal,atravésdeuma comunicaçãoemrede,cujaorganização dosfórunsmantémdesdeadécadade 1990:encontrosmunicipais,estaduais, regionaisenacionaiseminterlocução comoMEC-SECAD(I)eSecretarias EstaduaiseMunicipaisdeEducação. OsdesdobramentosdosEncontrosdos FórunsEstaduaisdaEJAocorremcomos EncontrosRegionais–EREJAecomo EncontroNacionaldaEducaçãodeJovens eAdultos–ENEJA.Apartirde2009,com oobjetivodefortaleceromovimento,o ENEJApassouaaconteceracadadois anosintercalando-secomoEREJAque abrangemascincoregiõesdopaís: (Norte,Sul,Sudeste,Centro-Oestee Nordeste)equeestáatualmenteemsua 3ºedição.AprimeiraediçãodoEREJA aconteceunoestadodaParaíba(nordeste doBrasil),emnovembro2010.Apauta principalfoiavaliaratrajetóriaea organizaçãodomovimentosocialdos FórunsdaEJAdurantearealizaçãodoX ENEJA.Estaavaliaçãofezcomqueo coletivodosFórunspudesse(re)pensar suapautadelutadesdeseusurgimento, cujaconstruçãocoletivanacional acontecenoENEJA. Aestratégiadeavaliação,quepermitiuao movimentopensarrespectivamenteoque quer,comoeondedesejachegar,éum sinaldeamadurecimento.Avaliara práticadeconstruçãocoletivadosfóruns estaduais,noprocessodeavaliação, proposiçãoeacompanhamentodas políticaspúblicasparaaEJAapontando desafioseavanços,fezcomqueo movimentomudasseasestratégiasde sistematizareproporaçõesde implementaçõesdepolíticasduranteas realizaçõesdeseusencontrosestaduais, regionaisenacionaisapartirdoanode 2011. Osfóruns,utilizandodeestratégiaspara democratizaroacessoaomovimento,têm procuradofortaleceradiversidadede sujeitosenvolvidosnosfóruns.Têmassim realizadoseusencontrosnacionais- ENEJA-emdiversosestadosdopaíse mobilizadoumnúmeroexpressivode participantesfixos,visitantese“curiosos” paraconheceremdepertocomooFórum Global Journal of Community Psychology Practice, http://www.gjcpp.org/ Page 8 Global Journal of Community Psychology Practice Volume 7, Issue 1S February 2016 seorganizav.Osencontrosregionaise nacionaistêmtambémmobilizadomuitos “delegados”econvidados,tendoomesmo cuidadodediversificaralocalizaçãode realizaçãodosencontros,afimde democratizaraparticipaçãovi. Taiseventosseconstituemcomooutro espaçodemocráticodeexercíciodo convíviocomasváriasformasde conceberaEJA,resultandonaprodução dediscussões,avaliações,indagaçõese documentospropositivosderespostasàs questõesrelevantesquenecessitamde umadiscussãonoâmbitonacional.No finaldoENEJA,umrelatórioéconstruído eencaminhadoaoMEC-SECAD(I),como reivindicaçãodomovimentopara implementaçãodepolíticaspúblicasno campodaEJA,emtodooterritório brasileiro.Outraaçãorelevantedos FórunsdaEJAdoBrasil,juntamentecom algumasuniversidadespúblicasfederais, oMEC-SECAD(I)eaUNESCO,temsidoa realizaçãodosSemináriosdeFormação dosEducadoresdeJovenseAdultoscom suaprimeiraediçãorealizadaem2006, emMinasGerais,sobotema:“Seminário NacionalsobreaFormaçãodoEducador deJovenseAdultos”.Umdosobjetivosfoi odecolocaraformaçãocomoumadas estratégiasparaseavançarnaqualidade doprocessoeresultadodaintervenção educacional.Osegundo,realizadoem Goiânia,tevecomoobjetivo,discutiros “Desafioseasperspectivasdaformação deeducadores”;oterceiro,realizou-seno RioGrandedoSulsobotema“Políticas PúblicasdeFormaçãodeEducadoresem EducaçãodeJovenseAdultos”.Oquarto, aconteceunoDistritoFederalem2012, comfoconadiscussãodos“Processos FormativosemEJA:práticas,saberese novosolhares”;oquinto,realizadoem SãoPauloem2015,privilegiouotema: “FormaçãodeEducadoresdeJovense Adultos:embuscadesentidosna perspectivadaeducaçãopopular”.Este últimoeventopermitiurefletirsobreas especificidadesdaformaçãodos educadoresdejovens,adultoseidosos. Alémdisso,eletambémpossuíaointento deintegrarexperiênciasformativas, promovernovaspesquisas,compartilhar resultadosdeinvestigações,de experiênciasdeeducaçãoeformular propostasparapromoveràformaçãodos educadoresdaEJA. Damosrelevotambémàparticipaçãoque osfórunstêmdemaneiramuito articuladanaproposição,elaboração, acompanhamentoeavaliaçãodevários documentosquesãoreferênciasno campodaEJA,taiscomo:LeideDiretrizes eBasesNacional,DiretrizesCurriculares Nacional;Diretrizesoperacionaisparaa educaçãobásica;Documento preparatórioparaaVICONFINTEA; MarcodaaçãodeBelém–Documento síntesequeapontaoresultadodesta conferência;PlanodeDesenvolvimento daEducação;Documentofinalda ConferênciaNacional-CONAE;ePlanode AçõesArticuladas–PAR-instrumentode financiamentodasaçõeseducacionaisque atualmentecontemplaaEJAvia municípios. DeacordocomIreland(2000)esses Fóruns: (...)formamumespaçodemocrático, críticoepluralparaaarticulação, ondeasprincipaisdiscussõesse centramnaconstruçãodepolíticas nacionaiselocaisparaaEJA,também propiciandooportunidades importantesparaointercâmbiode experiênciasnoscamposdaformação emetodologias.(Ireland,2000,p.15) Global Journal of Community Psychology Practice, http://www.gjcpp.org/ Page 9 Global Journal of Community Psychology Practice Volume 7, Issue 1S February 2016 Assim,emboracadafórumestadualtenha suasespecificidades,estruturaetempode criaçãodiferente,todossebaseiamem umaarticulaçãoentreosdiferentes segmentoscomprometidosnocampoda EJA(ogoverno,asuniversidadespúblicas, asempresasprivadasqueatuamcoma EJAenoensinoprofissional),quefazem partedoSistemaSvii. Comoesforçoparaenvolveroseducandos nocentrodoprocesso,damosdestaque aoFórumEstadualdePernambuco.Em 2014,foiinstaladooFórumRegionaldos EstudantesdaEJAdoAgresteCentro Norte.EsteFórumrealizouem2015seu segundoencontroondeamesadediálogo principalcomotema“Educação Transformadora:Medo,Ousadiae Desafios”foiprotagonizadapelos própriosestudantes.Comessaação,os estudantes,passaramdacondiçãode serem“simplesmente”representados pelosmembrosdosFóruns,parase assumiremcomosujeitosativosdo processo,dizendo,elesmesmos,assuas compreensões,necessidades, reivindicaçõeseproposiçõessobreseus direitos.ComestaexperiênciaosFóruns vãocriandoumoutromundopossívele expõemàsociedadeosseusanseios,ou seja,lutamcontraasinjustiçassociais, peloseuespaçonomundo;destemodo, deacordocomFreire,vãocriandoum novomundopossível.Poiscomojános alertavaoautor,“oamanhãnãoéalgo inexorável”(Freire,2000,p.23).Afirmao autor“Apráticapolíticaquesefundana compreensãomecanicistadaHistória, redutoradofuturoaalgoinexorável, “castra”asmulhereseoshomensnasua capacidadededecidir,deoptar,masnão temforçasuficienteparamudara naturezamesmadaHistória”(...).Freire, 2003,p.13). DeacordocomLima(2009)oFórumda EJAdePernambuco: Éumorganismodeparticipaçãosocial emrede,comafinalidadedecriar espaçodemocráticoepluralde discussão,formação,informaçãoe intercâmbiodeexperiências,agindo, também,noâmbitodaspolíticas públicasdeEJA,nosentidode efetivaçãodasmesmas.(Lima,2009, p.20) Pernambucorepresentaumlastrode conhecimentos,acumuladosaolongoda históriasobre,alfabetizaçãoeeducação dejovenseadultos,quesão extremamentereveladoresdaposiçãode vanguardaporpartedoestadonesse campo.Essaposiçãoéreforçadapor Carvalho,aoprefaciarolivro“OFórumde EducaçãodeJovenseAdultosde Pernambuco–registroshistóricos”, quandoafirma: OdiscursodaEJAemPernambuco aparececomoacontecimento discursivonosanos1960,como MovimentodeCulturaPopular,aos quaisdiversosediferentes educadores(as)seassociam.Dosanos 1960paraosanosatuais, educadores(as)comoPauloFreire, SilkeWeber,JoãoFranciscodeSouza, AdosindaCosta,PauloRosas,Tereza Barros,JaciremaBernardobrilhamna constelaçãodiscursivaquefaza históriadoconhecimentodaEJA. SujeitoscoletivoscomoaRedede AlfabetizaçãodeCasaAmarela,a SecretariadeEducaçãodoEstado,a SecretariadeEducaçãoMunicipaldo Global Journal of Community Psychology Practice, http://www.gjcpp.org/ Page 10 Global Journal of Community Psychology Practice Volume 7, Issue 1S February 2016 Cabo,SecretariadeEducaçãodo Recife,SecretariadeEducaçãode Camaragibe,oCentroJosuédeCastro, oCentroLuizFreire,oNúcleode Pesquisa,EnsinoeExtensãoem EducaçãodeJovenseAdultoseem EducaçãoPopulardaUFPE,oCentro PauloFreire–EstudosePesquisase outrasinstituições,entramnarede discursivadaEJAereconstroeme ressignificamosCírculosdeCultura, movimentopopulardeeducação. Nessarecriaçãodesenvolvemformas singularesdedizerdaEducaçãode JovenseAdultos(...).(Carvalho,2009, pp.11-12) AssimcomoacontecenoFórumde Pernambuco,osFórunsdaEJApretendem sernãosómobilizadoresdasociedade civilorganizada,mas,sobretudo,colocar oeducandocomosujeitodoprocesso.Tal açãofuncionacomoestratégiadecontrole social,comafinalidadedeenfrentar váriosproblemasqueafetamaEJAno país,sejamelesnocampodo analfabetismo,daqualidadesocialda alfabetizaçãoeEJA,dasubescolarização, doacesso,dapermanência,e/ouda elevaçãodaescolaridade. OpoderdemobilizaçãodosFórunsé consolidadocomaexperiênciadaRedede ApoioàAçãoAlfabetizadoradoBrasil (RAAAB)etambémcomaredevirtualviii quefortaleceascoordenaçõesnacional, distritaleestaduais,socializando informaçõesedeliberações.Aconquista deumlugarnaComissãoNacionalda AlfabetizaçãoeEducaçãodeJovense Adultos–CNAEJA-éumexemplodos resultadosexpressivosdesseembate. AreflexãoacercadaEJA,naperspectiva decompreenderporqueaeducação, comoumdireitojáinstituído,nãotem sidoefetivadoparatodososindivíduos, independentementedeseutempode vivência-quersejaodajuventude,oda vidaadultaouodavelhice-,noslevaa refletirsobreaslutasempreendidaspela sociedadecivilemproldessaquestão. ControleSocialDePolíticasPúblicas DeEducaçãoDeJovensEAdultosPelos FórunsDaEJA Porexcelência,oFórumdaEJAse constituiemumespaçodecontrolesocial edeinvestigaçãosobreos desdobramentosconcretosdaluta empreendidapelasociedadecivil organizadaparaaefetivaçãododireitoà educaçãoparaoscoletivossociais formadosporjovens,adultoseidososdas classespopulares.Nessesentido,a trajetóriadoFórumdaEJA,representada pelaaçãocoletiva,assumecomo propósitocentraladefiniçãodepolíticas públicasvoltadasparaaestesegmentoda educação. NahistóriarecentedoBrasiloconceitode controlesocialtemsidoalvodeum processoevolutivocaracterizadopor muitasdiscussõesemudanças.Portanto, serãoabordadasaqui,duasconcepções distintasdecontrolesocial:adoBrasildo passado,queentendiaocontrolesocial comoaçãodoEstadosobreosindivíduos comoestratégiademanteraordem social,ouseja,asociedade“controlada” peloEstadoemnomedeumaharmonia social;earecente,queestá intrinsecamentearticuladaaoconceitode “espaçopúblico”eaode“democracia participativa”,cujosprincípiosforam firmadosealgunsinstrumentos asseguradosnaConstituiçãoFederal Brasileirade1988. Global Journal of Community Psychology Practice, http://www.gjcpp.org/ Page 11 Global Journal of Community Psychology Practice Volume 7, Issue 1S February 2016 Aexpressãocontrolesocialtemorigem nasociologianomeadamentenos trabalhosdeDurkheim(e.g.Durkheim, 1998)naformacomo,apartirdassuas preocupaçõescomacoesãoeintegração sociais,serefereaosmecanismossociais dereforçodasnormassociaisede controlodasameaçasàordem.O significadodestaexpressãonãoéno entantounívocoetemsofridodiversas alteraçõesrelevantes(Alvarez,2004).Nas compreensõesqueemergemjánopós SegundaGuerraMundialsobressaiaideia docontrolesocialenquantoalgoqueestá associadoàestratégiaempregadapelo Estadoepelasclassesdominantespara estabelecercertaordemsocialepara produzirumasociedadenaqualos indivíduosseafinemacertospadrões sociais,moraisepolíticos.Esta compreensãodisciplinardocontrole social,importanteporexemploem Foucault(e.g.Foucault,1977),ligao controlesocialaumconjuntodeposições eimposiçõesdoEstadoedopoder exercidossobreosdiferentescorpos sociais. NoBrasil,aexpressãocontrolesocialtem sidoutilizadadesdeadécadade1980 comumsignificadoparticularemparte devidoàformacomofoiintroduzidano própriotextoconstitucional.Apareceaí comosinônimodecontrole(nosentidode fiscalização,verificação)dos/as cidadãos/ãsedasociedadecivilsobreas açõesdoEstado,especificamentena formacomopodemfiscalizaro cumprimentodasobrigaçõesqueo Estadoseimpõe(Britto,1992),oquetem consequênciastambémnocampodas políticassociais,edesafiaoconceito tradicionaldedemocraciarepresentativa valorizandoelementosqueaampliamno sentidodeumademocraciamais participativa(Britto,1992). Aindanestadireção,Pontual(2008) destacaaConstituiçãoFederalBrasileira de1988emseuartigoV,quegaranteque “aparticipaçãocontínuadasociedadena gestãopúblicaéumdireitoassegurado, permitindoqueos(as)cidadãos(ãs)não sóparticipemdaformulaçãodaspolíticas públicas,mas,também,fiscalizemde formapermanenteaaplicaçãodos recursospúblicos”.Autilizaçãoda expressãocomestesentidofoipropiciada pelaconjunturadelutaspolíticas,pela democratizaçãodopaísfrenteaoEstado autoritário,implantadoapartirda ditaduramilitar. Coutinho(2006)elucidaaconjunturaem queaexpressão“controlesocial”passaa serdesignadacomocontroledasociedade civilsobreasaçõesdoEstado,no contextodaslutassociaisemtornoda redemocratizaçãodopaís.Oteórico afirmaquea“sociedadecivil”tornou-se sinônimodetudoaquiloquese contrapunhaaoEstadoditatorial: Essaidentificaçãofoifacilitadanãosó porque,nalinguagemcorrente,“civil” significaocontráriodemilitar,mas, sobretudo,porque,noperíodofinalda ditadura,atémesmoosorganismos ligadosàgrandeburguesia começaramprogressivamente(...)ase desligaremdoregimemilitar, adotandoumaposturadeoposição moderada.(Coutinho,2006,p.46) Oresultadodesseprocesso,segundo Coutinho(2006),foiumainterpretação problemáticadoconceitodesociedade civil:ospólosdoparsociedadecivilEstadoforamsendointerpretadoscomo opostos,comohavendoentreelesuma Global Journal of Community Psychology Practice, http://www.gjcpp.org/ Page 12 Global Journal of Community Psychology Practice Volume 7, Issue 1S February 2016 cisão.Coutinho(2006)reiterasuaposição quando,sobreestarelação,diz: Assumiuostraçosdeumadicotomia marcadaporumaênfasemaniqueísta (...)tudooqueprovinhada“sociedade civil”eravistodemodopositivo, enquantotudooquediziarespeitoao Estadoapareciamarcadoporumsinal fortementenegativo;afinal,a sociedadecivileraidentificadaem blococomaoposição,enquantoo Estadoeraaexpressãodaditadurajá entãomoribunda.(Coutinho,2006,p. 47) Ámedidaqueforamsurgindoos movimentossociaisqueseposicionavam emdesacordocomosgovernos autoritáriosecomaebuliçãopolíticaque acendeuaredemocratizaçãodopaís, anunciou-sedecisivamenteumadefinição políticamuitoclaraeacirradaentreum Estadoautoritárioeaumasociedadecivil organizadaquealmejavamudanças significativas. OsmovimentossociaisnoBrasilsurgem apartirdeumademandasocialdebase,e, portanto,emsuagrandemaiorianascem debaixoparacimacomumperfilmais político.Comoexemplocitamoso MovimentodosTrabalhadoresRurais SemTerra–MSTatravésdealgoem tornode1500assentamentos.Esse movimento,nãosópropõecomopõeem práticaumanovapropostadesociedade, anunciandoaopaís,mesmocom pequenospassoselongasmarchas,uma novaformadeconvivênciasocial. Valeapenasalientarqueaexpressão controlesocialjáfoimarcadamente conflituosanoseiodoprópriomovimento socialdosFórunsdaEJA,sobretudo,entre osanosde2010e2011,épocaemqueos fórunstiveramaoportunidadedese debruçarcommaisdedicaçãosobreessa temáticaatravésdaparticipaçãonocurso deGestãoSocialdePolíticasEducacionais emEJAoferecidopelaUNESCO/ICAE,o MEC-SECAD(I),eaUniversidadede Brasíliaix. OutroforteindíciodaaçãodosFóruns comomecanismoquenosremetemparao exercíciodeAdvocacynoBrasiléa implantaçãodapolíticapúblicaintitulada AgendaTerritorialdeDesenvolvimento IntegradodeAlfabetizaçãoeEJA(Agenda Territorial)criadanoBrasildesdeofinal de2008epostaempráticanosestados emdiferentesmomentos.Estapolítica representaumimportanteinstrumento defortalecimentodaEJAtendocomo objectivopromoverodiálogocríticoentre osestadoseosmunicípiosatravésde comissões,envolvendoosdiversos sujeitosqueatuamnosegmentodaEJA. Estaaçãodeparceriastemgerado tensõese,emboraosFórunssejam apenasumdostiposdemembrosque compõemestascomissõesporEstado, têmconseguidoimpulsionar,emcerta medida,oavançodasAgendas Territoriais,compermanentepautade lutaemdefesadaEJAfrenteàsaçõesdo Estado.Espera-se,destaesferade parcerias,oesforçoepluralismoqueessa diversidadedesujeitosrepresentantesda sociedadepodemoferecercomo contribuiçãoparaqueopaísacompanhe suacolocaçãodedesenvolvimentono rankingdaeconomiamundial,também, nocampoeducacional. AEJAapresentacaracterística intersetorialx,oquejustificaoesforçodo Governoemmanterumaredede parceriasparaqueaEJAsedesenvolvano paísdeumaformaquepossagarantir Global Journal of Community Psychology Practice, http://www.gjcpp.org/ Page 13 Global Journal of Community Psychology Practice Volume 7, Issue 1S February 2016 acesso,qualidadesocialeelevaçãode escolaridade,alicerçadanoconceitode educaçãopermanente,oquesignifica aprenderportodaavida.Deacordocom Freire(1987)osentidodeaprender significaomovimentodosujeitono mundoecomomundo,queimplicaa consciênciadanecessidadedo conhecimento.OMEC-SECAD(I)tem insistidoemmobilizarosestadoseos municípiospara participarem/atuarem/protagonizarem estapolíticapúblicaterritorialquevisaa mantermesaspermanentesdediálogo emtornodaEJA,construirumplano estratégicodeação,construiro diagnósticodaEJAporestados– financiadospeloMEC-SECAD(I), fortaleceroregimedeparceriasentreos governosfederal,distrital,estaduais, municipais,organizaçõesnão governamentais,sindicatosemovimentos sociaisecomotal,modificararealidade daEJAnopaís(Lima,Correia,&Burgos, 2014). Aaçãodecooperaçãoentreasinstituições envolvidasnaAgendaTerritorialestá ancoradanoconceitodeeducaçãoqueos Fórunsdefendemdefendendo,alémdo direitoàeducação,outrosdireitos essenciaisàvida.Deverãotambém,estas comissões,sobretudo,proporalternativas paraaEJA.Trabalharaeducaçãonuma perspectivaintersetorialedeparceria implicacompreenderqueaeducação deveultrapassarasvertentesdosociale percebê-lacomodireitohumano.Esta estratégiadogovernodeestimular políticasdecolaboraçãosefazmister, umavezqueoEstadoéumindutordas políticasenãooexecutor.Sendoassim,os Fórunsreconhecemaimportânciade manterestaarticulação/diálogo,queé tenso,poisétemadedisputas permanentesehistóricassobreas condiçõesnecessáriasàeducação. Entretanto,devidoàdiversidadede sujeitosestasAgendasTerritoriaistêm sido,umelementopolíticoessencialde pressão/avaliação/proposiçãoeuma formadecontrolesocialdaspolíticas públicasparaEducaçãodeJovense AdultospelosFórunsdaEJA. OsFórunsdaEJAtêmcomoprincipal característicaapráticadeAdvocacy,que, “naliteraturadosmovimentossociais, refere-seàsaçõesdedefesae argumentaçãoemfavordeumacausa socialoudeumademandaparaa efetivaçãooucriaçãodedireitos humanos”(Warren,2011,p.69).Neste sentido,osFórunsdaEJAdoBrasiltêmse utilizadodesterecursodialógicopara atuarcoletivamentenadefesadeumdos direitosessenciaisávida,odireitoà educaçãoparahomensemulheresjovens, e/ouadultosdasclassespopulares.Para talação,osFórunsseutilizamdediversas estratégiasparaampliarodebatepolítico paraalémdasinstituições governamentais,mobilizandodiversos segmentosdasociedadeligadosaesta esferadaeducação,eestimulando estratégiasdeAdvocacyporentenderem serumdoselementoslegitimadoresda democraciabrasileira. Estecaminholegitimadordeumaação coletivaembuscadeassegurara igualdadededireitoaestesegmentoda educação,exigedapartedequemo promoveadisponibilidadeparaodiálogo críticoe,sobretudo,parareconheceros sujeitoscomo“pares”nesteprocessopara construirpolíticaspúblicasqueatendam àsdemandaseàsnecessidades educacionaispresentes.Esseéum exercícioqueosFórunstêmfeito: democratizarademocracia,oqueimplica Global Journal of Community Psychology Practice, http://www.gjcpp.org/ Page 14 Global Journal of Community Psychology Practice Volume 7, Issue 1S February 2016 incluirváriosbrasileirosebrasileiras comprometidosecomprometidasem lutarporjustiçasocialepelaefetivação dodireitoàeducaçãoparaosjovense adultosdopaís. pelomodocomocontribuemparaa efetivaçãododireitoexplicitadona ConstituiçãoFederalde1988,naLeide DiretrizeseBasesNacional–LDBEN 9394/96enaleiqueregulaoFUNDEF. NestesentidoafirmaUrbinati, OFórumdaEJAdoBrasilvemassim imprimindoesforçosparaqueatravésde suaintervenção,epelaefectivaçãodeste direitosejaproporcionandaaos indivíduosumaformadeinclusãoqueé essencialaoexercíciodacidadaniae,que deacordoHannahArendt(2004)dará acessoaoutrosdireitos.Ouseja,oacesso àeducaçãopossibilitadarconhecimento aocidadãododireitoaterváriosoutros direitosessenciaisàvidaeàparticipação social,cívicaepolítica. assimcomooexercícioda democracia,oAdvocacyatestaa tensãoestruturaldadeliberação democrática:interessesdiversos(e muitasvezesrivais),diferentesvisões subjetivaseaspiraçõescompetemem umespaçopolíticoabertonointuito dechegaraumadecisãoquenãodeve estaraserviçodeinteresses partidáriosnemencerrara deliberação.(Urbinati,2010,p.51) Nessesentido,deacordocomPontual (2008) Assim,osFóruns,porsuacaracterística dedenunciar,propor,avaliare, sobretudo,intervirnaspolíticaspúblicas paraestesegmentodaeducação, interagindojuntoaoGovernoemtodasas suasinstâncias-municipais,estaduaise Federal-,sãoconsideradoscomoum mecanismodecontrolesocial,aqui entendidocomoumaconquistada sociedadecivil,enquantoinstrumentoe expressãodeumademocracia participativaqueutilizaodiálogoeoutras formasdepressãojuntoaosgovernos visandoatransformaçãosocial. DiantedeumEstadoineficazeineficiente nocampodaEducaçãodeJovense Adultos,otrabalhoderepresentaçãodos estudantesdeEJAqueérealizadopelos FórunsdaEJAdoBrasiléimportante sobretudopeloacompanhamentodas açõesdoEstadoquefazemepelomodo comosebatemparaqueestasresultem embenefíciosparaapopulaçãoque demandaessamodalidadedeeducaçãoe Asideiasdeparticipaçãoecontrole socialestãointimamente relacionadas:pormeioda participaçãonagestãopública,os cidadãospoderemintervirnatomada dadecisãoadministrativa,orientando aAdministraçãoparaqueadote medidasquerealmenteatendamao interessepúblicoe,aomesmotempo, poderemexercercontrolesobrea açãodoEstado,exigindoqueogestor públicoprestecontadesuaatuação. (Portaldatransparência-Governo Federal). Comoumaexpressãosignificativado controlesocialtecidopelomovimentodos Fórunspodemoscitar,entreoutros,ofato deestemovimentonãoterabertomãodo direitodeparticiparativamenteda construçãodoDocumentoNacional PreparatóriodaVICONFINTEA,por entenderquesetratariadeum Global Journal of Community Psychology Practice, http://www.gjcpp.org/ Page 15 Global Journal of Community Psychology Practice Volume 7, Issue 1S February 2016 documentoquepautariaaAgendadaEJA doBrasilparaosdezanosseguintes (2009-2019),ecomotal,sefaziamister, garantirquefossemcontempladasas necessidadesreaisdestamodalidadede educação,e,sobretudo,assuas especificidadesesingularidades. AatuaçãodosFórunsnosEncontros PreparatórioseaparticipaçãonaVI CONFINTEAmostraram,tantoaforça mobilizadoraquetêmemâmbito nacional,quantoapossibilidadede estabelecerumacompanhamento próximodasaçõespropostaspeloEstado paraestesegmentodaeducação.Como consequênciadestaaçãoconcertadaentre órgãosgovernamentaiseorganizaçõesda sociedade,inclusivemovimentossociais, odocumentobasepreparatórioàVI CONFINTEAapontavárias recomendaçõesaosFórunsdaEJAdo Brasilxi. Concordamoscom(Lázaro,2009,p.6) quandoafirmaqueaconstruçãodaVI CONFINTEAnopaís“ desencadeouumricoedemocrático processodediscussãoeconstrução dosdocumentosbásicosdopaís. Duranteosdoisúltimosanoso MinistériodaEducação,emparceria emparceriacomossistemasde ensinoemovimentossociais vinculadosàeducaçãopopular, promoveu33encontrospreparatório àVICONFINTEA–27estaduais,cinco regionaiseumnacional.Apartir desseamplodebatecomasociedade, noqualinteragiramgestores, educadores,alunos,organizaçõesnãogovernamentaisesindicais, universidades,coletivosecolegiados vinculadosàeducação,entreoutros, foipossívelobterumdiagnóstico aprofundadoemapearasituaçãoda EJAemtodopaís. DuranteessesEncontroscongregaram-se forçassociaisepolíticas,debruçando-se, sobremaneira,nasquestõesprioritárias daEducaçãodeJovenseAdultos.Destes Encontrosresultou,também,aconstrução doDocumento“Brasil–Educaçãoe AprendizagensdeJovenseAdultosao LongodaVida”,compostoportrêspartes: DiagnósticoNacional,Desafiose RecomendaçõesparaaEJA.“Odocumento reafirmaocompromissopolíticodo Estadobrasileirodeavançarnagarantia dodireitoàEJA”(MEC-SECAD,2009, p.10)eapontamarcasexpressivasda participaçãoativadasociedadecivil exercendoocontrolesocialqueresultou, entreoutros,naconstruçãodeum diagnósticoaprofundadoenomapada situaçãodaEJAemtodoopaís. Pensarasociedadecivilorganizadafrente àsaçõesdoEstadoembuscadeum direitopúblicoparahomensemulheres quevivemnasmargensdasociedadeéde fundamentalimportânciaparao reconhecimentodacondiçãodemocrática. Apartirdestesargumentos,concordamos comRaichelis(1998),quandoconcebea constituiçãodo“espaçopúblico”: (…)suaconstituiçãoéparte integrantedoprocessode democratização,pelaviado fortalecimentodoEstadoeda sociedadecivil,expresso fundamentalmentepelainscriçãodos interessesdasmaioriasnosprocessos dedecisãopolítica.Inerenteatal movimento,encontra-seodesafiode construirespaçosdeinterlocução entresujeitossociaisqueimprimam Global Journal of Community Psychology Practice, http://www.gjcpp.org/ Page 16 Global Journal of Community Psychology Practice Volume 7, Issue 1S February 2016 níveiscrescentesdepublicizaçãono âmbitodasociedadepolíticaeda sociedadecivil,nosentidodacriação deumanovaordemdemocrática valorizadoradauniversalizaçãodos direitosdecidadania.(Raichelis1998, p.25) EstainterlocuçãodosFórunsjuntoao MEC–SECAD(I)antes,duranteeapósa VICONFINTEArepresentaumimportante passonaconstruçãodepolíticaspúblicas dealfabetizaçãoeEJA.Torna-seagora necessárioproduzirresultadosque ultrapassemaVICONFINTEA,ese configuremcomoestratégiasde fortalecimentoeconsolidaçãodaPolítica NacionaldaEducaçãodeJovenseAdultos ecomoexpressãodocontrolesocialdos FórunsfrenteàsaçõesdoEstadonesse campo. AatuaçãodaComissãoNacionalde AlfabetizaçãoeEducaçãodeJovense Adultos-CNAEJAtemsidocrucialnos debates,nasanálises,nos encaminhamentosenasorientaçõespara aspolíticaspúblicasdeeducaçãode jovenseadultos,bemcomoparao posicionamentodopaísnocenário internacional.Porexemplo,nosdebates comoConselhoNacionaldeEducação– CNE,queresultaramnaResoluçãoCNEnº 3,de15dejunhode2010,que“institui DiretrizesOperacionaisparaaEducação deJovenseAdultosnosaspectosrelativos àduraçãodoscursoseidademínimapara ingressonoscursosdeEJA;idademínima ecertificaçãonosexamesdaEJA;e EducaçãodeJovenseAdultos desenvolvidapormeiodaEducaçãoà Distância”. AparticipaçãodoBrasilnaConferência Latino-americanaenaprópriaVI CONFINTEAfoimarcadapelapresença atuantedosmembrosdaCNAEJAepor umaparceriaentreGovernoesociedade civil,queresultouemdestaquepela UNESCOdaexperiênciabrasileiracomo “exemplo”paraosoutrospaíses. Apontamosestefatosemapretensãode acharmosqueoBrasildeveservirde modelo,tampouco,determosailusãode queopaísestáemumpatamarideal.Ao contrário!Percebemosomovimento socialdoFórumcomoumpovoquevive cadadiaoexercíciodetentaroutravez, do(re)começaracadadia,a (re)construçãodemaisumpassoem buscadeumacidadaniaativanuma democraciaparticipativae,portanto,da construçãodeumaparticipaçãosocial pulsante.Mesmoqueissoaindanãosejao suficientepararesolvertodosos problemasqueacometemaEJAnoBrasil, inspiradosem(Freire,2005b)osFóruns lutampelodireitodedizerasuapalavra, apalavra-mundo,apalavra-ação,e atravésdeladizeremosseusanseios,suas necessidades,assuasespecificidadese, sobretudo,enquantopares,partici(par). AsexperiênciasdaatuaçãodosFórunsda EJAnoBrasildemonstramqueoexercício departicipaçãosocialnãoéalgoprontoa exercer.Exigedequemofazumtempode aprendizagem.Énecessárioinvestirnesse exercíciodeaprendizagem.Ouseja,estes espaçosdediálogosobrepolíticas públicastambémseconstituemcomo espaçoseducativos,propiciandoo exercíciodaconsciênciacríticae igualmentecontribuindoparaquecada participantetomemaiorconsciênciade seupapelnomundo(Freire,2005a). Conclusão Aspolíticassãohistoricamente Global Journal of Community Psychology Practice, http://www.gjcpp.org/ Page 17 Global Journal of Community Psychology Practice Volume 7, Issue 1S February 2016 construídaspelossujeitoshistóricos. Entretanto,osatoresquecompõemo FórumdaEducaçãodeJovenseAdultos doBrasilentendemserfundamentalcriar umeloentreasociedadecivileoEstado, afimdepossibilitarmecanismosde participação,essenciaisparao acompanhamento,afiscalizaçãoe, sobretudo,paraaexecução (com)partilhadadaspolíticaspúblicas.A participaçãosocialalémdelegítimae legitimadora,porqueinegavelmente fortaleceademocracia,temprestado notáveisserviçosaoPaís.Dandoespaço aoexercíciodeumacidadaniaativa, desdeoanode1990osFórunsestaduais buscamsoluçõesparaenfrentar problemaseducacionaisnoBrasil. Desdeadécadade2000,mais especificamenteapartirdeanode2003, noBrasil,arelaçãoentreoGoverno Federaleasociedadecivilorganizadatem passadoporalgumasmudanças relevantes.Facultou-seodiálogocoma sociedadeemdiferentesáreasdo GovernoFederal.Aolongodesteperíodo tem-seestabelecidodiálogocomos diversosmovimentossociais,sobretudo, atravésdaSecretariadeParticipação Social–órgãodaSecretariaGeralda PresidênciadaRepúblicadoBrasil. Decisõesestruturaistêmsidogeridase analisadasjuntoàsociedadecivilatravés dealgunscanaisdeinterlocução. Estaexperiênciadeparticipaçãosocial coroaoprocessoqueseestabelece atravésdarelaçãodoEstadocoma sociedadecivil,conferindoplena efetividadeaosprincípiosdademocracia participativaprevistosnaConstituição Federal.NessesentidoosFórunstêm-se organizadoaolongodosanospara acompanhar,proporeimplementar políticaspúblicasparaaEducaçãode JovenseAdultosjuntosaosGovernos, assumindo-separaalémdapráticade controlesocialdaspolíticaspúblicas, comoco-responsáveisdessesprocessos. ComobalançohistóricodosFórunsda EJA,podemosperceberavançosno tocanteàarticulaçãoentreosdiversos sujeitosinteressados,pessoase instituições.Percebemostambémque, apesardeemalgummomentooFórum terestadomenosativooumaisapagado, aolongodosanosnuncadeixoudeexistir edepautaraEJAcomodiálogocrítico. OsFórunsmantiveram,também,aolongo desuatrajetória,acesaadiscussãoem tornodatemáticadaEJAcomo permanentepautadeluta,articulando-se e,transitandopelosdiferentessetoresda sociedadeatravésdasmesasdediálogo, transformando-osemespaçosde formaçãocontinuada.Esteesforço ancora-senavontade-açãoexpressae exercidapelosseusmembrosemnão deixarqueaEJAcaianoesquecimento. Mas,sobretudo,trata-sedelembrar permanentementequeaEducaçãode JovenseAdultoséumdireitoConstituído e,portanto,precisaserefetivadopara todoequalquercidadãooucidadã, independentedeseugênero,cor,raça, religião,idadeelocalizaçãogeográfica. Vislumbra-sequeumdiaoBrasilesteja emumpatamardeinvestimentona educação,tãodigno,quenãotenha analfabetosabsolutosefuncionais,subescolarização,baixaqualidadesocialda educaçãoeque,portanto,estesFóruns possamfigurarnahistóriacomoum exercíciodeAdvocacyedecontrolesocial queatingiuemsuaplenitudeseus objetivos. Referências Global Journal of Community Psychology Practice, http://www.gjcpp.org/ Page 18 Global Journal of Community Psychology Practice Volume 7, Issue 1S February 2016 Alvarez,M.C.(2004).Controlesocial: Notasemtornodeumanoção polémica.SãoPauloem Perspectiva,18(1),168-176. Arendt,H.(2004).Acondiçãohumana (10aEd.).RiodeJaneiro:Editora ForenseUniversitária. Arroyo,G.(2005).Educaçãodejovense adultos:umcampode responsabilidadepublica.InG. Arroyo,L.Soares,M.A.Giovanetti, &N.L.Gomes(Eds.),Diálogosna educaçãodosjovenseadultos(pp. 19-50).SãoPaulo:Autêntica. Brasil(1988).ConstituiçãodaRepública FederativadoBrasil. Brasil(2009).PresidênciadaRepública FederativadoBrasil–CasaCivil. EmendaConstitucionalN.59de11 denovembro. Lein.9394/96doConselhoFederalde Educação(CFR),LeideDiretrizese BasesdaEducaçãoNacional LDBEN.Brasília:Ministérioda EducaçãodoBrasil. Britto,C.A.(1992).Distinçãoentre “controlesocialdopoder”e “participaçãopopular”.Revistade DireitoAdministrativo,189,114122. 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Global Journal of Community Psychology Practice, http://www.gjcpp.org/ Page 20 Global Journal of Community Psychology Practice Volume 7, Issue 1S February 2016 NOTAS i FUNDEF-FundodeManutençãodoEnsinoFundamentaledeValorizaçãodoMagistério.Instituído pelaEmendaConstitucionaln.º14,desetembrode1996,regulamentadopelaLeinº9424,dedezembrodo mesmoanoepeloDecretonº2264,dejunhode1997. ii Osfórunsestãolocalizadosnosseguintesestadoseregiões:Sudeste:(RiodeJaneiro,MinasGerais, EspíritoSanto,SãoPaulo);Sul(RioGrandedoSul,SantaCatarina,Paraná);Nordeste(Paraíba,RioGrandedo Norte,Ceará,Alagoas,Bahia,Sergipe,Pernambuco,PiauíeMaranhão);Centro-Oeste(Tocantins,Goiás,Mato Grosso,MatoGrossodoSul,DistritoFederal);Norte:(Acre,Amapá,Amazonas,Pará,Rondônia,Roraima)e maisde60FórunsRegionais. iii Apartirde2011aSecretariadeEducaçãoContinuada,AlfabetizaçãoeDiversidade(SECAD)do MinistériodeEducação,passouaadotartambémoIdeInclusão.Atualmenteadota-seasiglaSECADI. iv NoBrasil,aexpressãocontrolesocialdesdeadécadadeoitentatemsidoutilizadacomosinônimode controledasociedadecivilsobreasaçõesdoEstado,especificamentenocampodaspolíticassociais,desdeo períododaredemocratizaçãonosanosoitenta. v OsEncontrosNacionaisaconteceramnosseguintesestadoseanosqueseapresentam:oI-1999no RiodeJaneiro;II-2000naParaíba;III-2001emSãoPaulo;IV-2002emBeloHorizonte;V-2003emMato Grosso;VI-2004noRioGrandedoSul;VII-2005emGoiás;VIII-2006emPernambuco;IX-2007noParaná; X-2008noRiodeJaneiro;XI-2009noPará;XII-2013naBahia;oXIIInoRioGrandedoNorteeoXIV-2015 emnovembrode2015seráemGoiânia. vi OIENEJA,em1999,mobilizou298pessoas;oIII,emSãoPaulo,contoucom1300pessoas;oVIII,em Pernambuco,registraaparticipaçãode598pessoas;oIX,noPará,regiãoNortedopaís,cujaparticipaçãodos representantesdosFóruns,tambémfoifacultadaaoFórumSocialMundial–FMSeàVIConferência InternacionaldeAdultos,nestamesmacidadeeemdatasmuitopróximas,contoucomumadelegaçãode510 pessoas;oXII,naBahia,comonúmeroemtornode500participantes;e,porfim,oXV,queseráemGoiânia, em2015,contará440participantes,entredelegados,representantesdoMinistériodaEducaçãoe convidados.Estesnúmerosmostramque,mesmoemdiversoscontextossociaisepolíticosqueacometemo país,comonaatualconjunturadoBrasil,crisepolíticaeeconômica,omovimentodosfóruns,semantémem seusencontrosnacionaismobilizandoinstituiçõesepessoasparadarrelevoàsuapautadeluta. vii ComoéocasodoServiçoSocialdaIndústria-SESI,oServiçoNacionaldeAprendizagemComercial- SENAC,oServiçoNacionaldeAprendizagemIndustrial–SENAI;oCentrodeIntegraçãoEmpresaEscola– CIEE;ONGsaexemplodoCentroPauloFreire–EstudosePesquisas,movimentossociais;Sindicatosdos Professores;ConselhosEstaduaisdeEducação;UniãodosDirigentesMunicipais–UNDIME;Uniãodos ConselhosMunicipaisdeEducação–UNCME;SecretariasMunicipaiseEstaduaisdeEducação;eos estudantesdaEJA.Contudoapresençadosegmentodoseducandos,principaissujeitosdoprocesso,aindaé umdesafioparatodososFóruns. viii PortaldosFórunsdaEducaçãodeJovenseAdultosdoBrasil:fórunsEJABrasil: www.forumeja.org.br. ix OcursodeextensãoparaRepresentantesdosFórunseCoordenadoresestaduaisdaEducaçãode JovenseAdultosquetinhamassentonaAgendaTerritorialtevecomoprincipalobjetivo“formarsujeitos sociaisdaeducaçãodejovenseadultosparaqueatuassemcomomultiplicadoresdeaçõesdegestãosocialde políticaspúblicas,comvistasafortaleceraagendaterritorialdeEJA,naperspectivadaformaçãodeuma ComunidadedeTrabalho/AprendizagememRedeemgestãodaEJA;delimitarosmarcosestratégicosdas açõesdaEducaçãodeJovenseAdultos;propiciarespaçosdereflexão,emambientevirtualdeaprendizageme emmomentopresencial,paraaprimoramentodeconhecimentosepráticasdegestãosocialdepolíticas educacionais;favoreceraanálisedeexperiênciasdegestãosocialdepolíticaseducacionaisdeEJAque Global Journal of Community Psychology Practice, http://www.gjcpp.org/ Page 21 Global Journal of Community Psychology Practice Volume 7, Issue 1S February 2016 subsidiassemoPlanoEstratégicodaAgendaTerritoriallocal”.Alémdefacultaraosrepresentantesdos Fórunsedemaisparticipantesapossibilidadedeumaapropriaçãomaisalargadadatemática,afimde empoderarossujeitosparaquemelhorpudessemdesenvolverseusargumentosemdefesadaEJA. x Pelascaracterísticasqueenvolvemestesegmentodaeducação,sefaznecessário,ainterlocuçãocom diversosministériosesecretariascomo,porexemplo:dotrabalhoeemprego,poismuitasvezes,aescolavai paradentrodasempresas;dasaúde–necessidadedeexamesoftalmológicoseofertadeóculos;desegurança –manterpoliciaisnasescolas,tentandoevitaroabandonopelosestudantesporfaltadesegurança;com estadosemunicípios-porvezesamesmaescolaatendearedemunicipaleestadualdeensinonomesmo espaçofísicoe,nestecaso,éimportanteestaparceriaafimdegarantiracessoepermanência. xi “contribuirparamaiordivulgaçãoeconscientizaçãodapopulaçãoquantoaodireitoàeducaçãode jovenseadultos;mobilizarasociedadecivilparaparticiparnaconstrução,monitoramento,fiscalizaçãoe controlesocialdaspolíticaspúblicas,emespecialnoquetangeàeducaçãoparajovenseadultos;contribuir paraamobilizaçãoemtornodeumapolíticanacionaldevalorizaçãodaEJA;discutireparticiparda formulaçãodepolíticaspúblicaselaboradasporConselhosdeEducação;estimularacriaçãodemecanismos deincentivoàentradaouretornoàEJA,emparceriacomacomunidadeemgeral,assegurandoamobilização dosalunosnalutaporseusdireitos;fomentaraampliaçãodaparticipaçãodegestorespúblicosnosFóruns, contribuindoparaefetivarodiálogoepromoveraintersetorialidade;estimularapresençaderepresentantes domovimentodocamponosFórunsdaEJA,fomentandoadiscussãodaeducaçãono/docamponosFóruns; contribuirparaamobilizaçãoefortalecimentodascomunidadeslocais,estimulandoacriaçãodegruposde apoio,centroscomunitárioseafins;apoiarreivindicaçõesdaUniãoNacionaldosConselhosMunicipaisde EducaçãoquantoàcriaçãodesistemasmunicipaisefortalecimentodaautonomiafinanceiradosConselhos Municipaisjáexistentes;fortalecerocaráterformativodasatividadesdesenvolvidaspelosFórunsdeEJA; pautaradiscussãodacertificaçãodeeducandosdaEJAemeventos,seminárioseencontros,estimulandoque oConselhoNacionaldeEducaçãoaproveparecerquetratesobreatemáticaeodocumentoMarcodaAçãode Belém,resultantedestamesmaConferência”(MEC-SECAD,2009). 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Sociais e Culturais. 1992. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/19901994/D0591.htm, Acesso 27/05/2015.
DI PIERRO, Maria Clara. As políticas públicas de educação básica de jov...