INFORME TÉCNICO REDE DE DIAGNÓSTICO PARASITOLOGICO
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INFORME TÉCNICO REDE DE DIAGNÓSTICO PARASITOLOGICO
INFORME TÉCNICO REDE DE DIAGNÓSTICO PARASITOLOGICO PARA ESQUISTOSSOMOSE INTRODUÇÃO As primeiras notificações da esquistossomose no estado do Ceará datam de 1925, com a positividade de 2,8%, de 114 marinheiros cearenses examinados no Hospital Naval do Rio de Janeiro. Posteriormente, em 1934, com análise de 7.387 amostras de fígado para diagnóstico da febre amarela, encontrou-se a positividade de 0,66% para Schistosoma mansoni; e também Evandro Chagas, 1938, diagnosticou o agravo na região sul do estado, no município de Crato (ALENCAR, 1950). As primeiras investigações epidemiológicas de casos de esquistossomose no Estado do Ceará ocorreram através de inquérito coproscópico: o primeiro foi realizado por ALENCAR, 1940, em que foi encontrada uma positividade de 12,2% de casos autóctones, das 199 amostras de fezes. O Ministério da Saúde realizou o Inquérito Helmintológico Escolar, em 1950 a 1953, no Estado do Ceará, com a realização de 40.462 exames de fezes, com 390 casos positivos de esquistossomose. O inquérito de maior importância para espacialização do agravo no estado do Ceará ocorreu nos anos de 1977 a 1978, quando foram classificadas as áreas consideradas endêmicas para a esquistossomose no Ceará (PONTES et al, 1999). Delimitaram-se, então, 16 municípios como endêmicos, apresentando, alguns deles, percentuais de positividade bem significativos como: Baturité (31,0%), Pacoti (21,4%), Redenção (16,20%), Aracoiaba (13,2%), Guaramiranga (10,3%), Palmácia (21,4%) e Pacatuba (10,0%). De acordo com Pontes e colaboradores (1999), a delimitação geográfica das áreas endêmicas, de acordo com a hidrografia regional, ficou da seguinte forma: Região hidrográfica I – Pacoti, Choró, Pirangi; Região hidrográfica II – Rio Curu e Região hidrográfica III – Quixadá e localidades periféricas, que tinham seus focos alimentados pelos canais de irrigação que provinham do açude Cedro. A Região hidrográfica IV – abrange o Rio Jaguaribe, expandindo-se para os municípios de Barbalha, Crato, Juazeiro do Norte e Missão Velha (PONTES et al, 1999). 1 O Programa de Vigilância e Controle da Esquistossomose – PCE no Estado do Ceará, trabalhou 60 municípios, no período de 1977 a 2011. No período de 1997 a 2011 foram realizados 1.041.880 exames coproscópicos, detectando 12.665 portadores de Schistosoma mansoni, com um percentual de positividade de 0,82%. Atualmente o PCE atua em municípios de áreas endêmicas, localizadas em três regiões do estado do Ceará: região do Cariri, Maciço de Baturité e Serra da Ibiapaba. O PCE tem ampliado a vigilância do agravo através das buscas ativas nas áreas não trabalhadas, mas que apresentam casos suspeitos e fatores ambientais (coleções hídricas, falta de saneamento básico e presença do hospedeiro), que contribuem fortemente para transmissão e dispersão de casos (SESA, 2011). Positividade por Esquistossomose mansoni no Ceará de 2006 a 2013. Fonte: Secretaria da Saúde do Estado do Ceará 2013. 2 JUSTIFICATIVA DA REDE DE DIAGNÓSTICO O diagnóstico para a presença de ovos de Schistosoma mansoni nas lâminas de fezes são realizados pela técnica de Kato Katz, método indicado pela OMS. Por um período de 35 anos a preparação das lâminas e o diagnóstico ficou sob responsabilidade dos servidores da FUNASA, que com a descentralização foram cedidos aos municípios, onde diante da demanda de ações de vigilância muitos destes sofreram desvio de suas funções. Situação que agravou-se com o passar dos anos pois muitos solicitaram seus direitos previdenciários, reduzindo, assim, o quadro de servidores, comprometendo o desempenho das ações de vigilância, em especial o diagnóstico parasitológico da esquistossomose. Antes da descentralização realizavam em torno de 100.000 exames anuais, após este processo este número caiu pra 40.000 exames anuais. Diante da impossibilidade da contratação de funcionários, a Coordenação de Promoção e Proteção à Saúde - COPROM, através do Núcleo de Controle de Vetores – NUVET, em parceria com a Laboratório Central de Saúde Pública – LACEN, desenvolveram uma rede de diagnóstico com os Farmacêuticos bioquímicos da rede do LACEN central e regional, com a Certificação do serviço de referência do Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães CpqAM. OBJETIVO DA REDE Realizar o diagnóstico parasitológico da esquistossomose. Realizar o controle de qualidade das lâminas. Implantar o Sistema Gerenciador de Ambiente Laboratorial – GAL nos laboratórios da Rede de Esquistossomose. REDE DE DIAGNÓSTICO PARASITOLÓGICO PARA ESQUISTOSSOMOSE. 1 - Solicitação dos Kits KATO KATZ O município deverá enviar a planilha das atividades de diagnóstico laboratorial da Esquistossomose (Anexo I) para a CRES, até o dia 25 de cada mês. A CRES, por sua vez, consolidará estas solicitações e enviará ao NUVET/COPROM até o dia 30 de cada mês, que consolidará as informações das CRES e enviará para o LACEN, até o 1º dia útil de cada mês. O LACEN, enviará o consolidado das informações e a quantidade de kits necessários para a CGLAB/MS, até o 5º dia útil de cada mês. 3 Fluxograma da Distribuição dos Kits Município – Envia planilha padronizada para a CRES (Anexo I) até o dia 25 de cada mês. CRES – Consolida as planilhas dos municípios e envia o consolidado para o NUVET/COPROM até o dia 30 de cada mês. NUVET/COPROM – Consolida as planilhas das CRES, enviando o consolidado para o LACEN até o 1º dia útil de cada mês. LACEN – Envia o consolidado para a CGLAB/MS até o 5º dia útil de cada mês. CGLAB/ MS Recebe as informações e encaminha os kits para o NUVET/ COPROM. LACEN – Realiza a dispensação dos Kits para o NUVET / COPROM. NUVET/ COPROM Realiza a dispensação dos Kits para as CRES. CRES – Realiza a dispensação dos Kits para os municípios. 4 1- Fluxo dos Insumos para preparação das lâminas. CGLAB LACEN CENTRAL NUVET COPROM CRES MUNICÍPIOS 2- Rede de diagnóstico parasitológico. PARTICIPANTES: LACEN-CE, LACEN TAUÁ, LACEN CRATO, LACEN SENADOR POMPEU, LACEN ICO, LACEN JUAZEIRO DO NORTE. E os farmacêuticos bioquímicos dos municípios de Beberibe, Maracanaú, Sobral, Ibiapina, Caucaia, Camocim, Limoeiro do Norte, São Benedito. Fluxo de Envio de lâminas para o Diagnóstico Laboratorial de Esquistossomose LACEN - CENTRAL LACEN TAUÁ LACEN CRATO LÂMINAS DE FEZES DOS MUNICÍPIOS CRES LACEN SENADORPOMPEU LACEN ICO LACEN JUAZEIRO DO NORTE 5 Fluxo de lâminas para diagnóstico laboratorial de Esquistossomose Laboratório de Destino LACEN Crato CRES de Origem da Amostra Crato Municípios de Origem da Amostra Altaneira, Antonina do Norte, Araripe, Assaré, Campos Sales, Crato, Farias Brito, Nova Olinda, Potengi, Salitre, Santana do Cariri, Tarrafas, Várzea Alegre, LACEN Juazeiro do Norte Brejo Santo e Juazeiro do Norte Barbalha, Caririaçu, Granjeiro, Jardim, Juazeiro do Norte, Missão Velha, Abaiara, Aurora, Barro, Brejo Santo, Jati, Mauriti, Milagres, Penaforte e Porteiras. LACEN de Senador Pompeu Quixadá Banabuiú, Choró, Ibaretama, Ibicuitinga, Milhã, Pedra Quixeramobim, Branca, Senador Quixadá, Pompeu e Solonópole. LACEN de Icó Icó e Iguatu Baixio, Cedro, Icó, Ipaumirim, Lavras da Mangabeira, Orós, Umari, Acopiara, Cariús, Catarina, Iguatu, Irapuan Pinheiro, Jucás, Mombaça, Piquet Carneiro, Quixelô e Saboeiro LACEN de Tauá Tauá e Crateús. Aiuaba, Arneiroz, Parambu, Tauá, Ararendá, Crateús, Independência, Ipaporanga, Ipueiras, Monsenhor Tabosa, Nova Russas, Novo Oriente, Poranga, 6 Quiterianópolis, Tamboril. LACEN Central Fortaleza, Caucaia, Fortaleza, Aquiraz, Cascavel, Chorozinho, Maracanaú, Baturité, Eusébio, Fortaleza, Horizonte, Itaitinga, Canindé, Russas, Itapipoca, Ocara, Pacajus, Pindoretama, Apuiarés, Limoeiro do Caucaia, General Norte, Sobral, Acaraú e Paracuru, Tianguá. Sampaio, Paraipaba, Itapagé, Pentecoste, São Gonçalo do Amarante, São Luis do Curu, Tejussuoca, Acarape, Barreira, Guaiúba, Maracanaú, Maranguape, Pacatuba, Palmácia, Redenção, Aracoiaba, Aratuba, Baturité, Capistrano, Guaramiranga, Itapiúna, Mulungu, Pacoti, Boa Viagem, Canindé, Caridade, Itatira, Madalena, Paramonti, Amontada, Itapipoca, Miraíma, Trairi, Tururu, Umirim, Uruburetama, Aracati, Beberibe, Fortim, Icapuí, Itaiçaba, Jaguaretama, Jaguaruana, Morada Nova, Palhano, Russas, Alto Santo, Ererê, Iracema, Jaguaribara, Jaguaribe, Limoeiro do Norte, Pereiro, Potiretama, Quixeré, São João do Jaguaribe, Tabuleiro do Norte, Alcântara, Cariré, Catunda, Coreaú, Forquilha, Frecheirinha, Graça, Groaíras, Hidrolândia, Ipú, Irauçuba, Massapé, Meruoca, Moraújo, Mucambo, Pacujá, Pires Ferreira, Reriutaba, Santa Quitéria, Santana do Acaraú, Senador Sá, Sobral, Uruoca, Varjota, Acaraú, Bela Cruz, Cruz, Jijoca de Jericoacoara, Itarema, Marco, Morrinho, Guaraciaba do Carnaubal, Norte, Croata, Ibiapina, São 7 Benedito, Tianguá, Ubajara, Viçosa do Ceará, Barroquinha, Camocim, Chaval, Granja e Martinópole. 8