benedita em movimento

Transcrição

benedita em movimento
DESTAQUES
MEDEIA
A NOVA PEÇA DOS
GAMBUZINOS
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UNIDOS
APRENDEMOS MAIS
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externatobenedita.net
O QUE PENSAM PAIS
E ALUNOS ACERCA
DA ESCOLA
BENEDITA EM MOVIMENTO
Realizou-se na manhã do dia 16 de Maio, domingo, mais uma edição do projecto “Benedita em
Movimento”, organizado pelo Grupo de Educação
Física, coadjuvado pelos alunos do 11º I do Curso
Tecnológico de Desporto, com a colaboração dos
Bombeiros Voluntários da Benedita.
A actividade realizou-se na Avenida Padre Inácio Antunes e zonas envolventes e contou com a
presença de várias empresas e instituições ligadas ao Desporto e à Saúde.
Nesta manhã de convívio e boa disposição, foram muitas as famílias que aproveitaram para fazer algum exercício, aderindo em pleno ao apelo
“Mexa-se pela sua Saúde”. A oferta de actividades
foi diversa e alargada, destinada a pessoas de
todas as idades, que tiveram a possibilidade de
experimentar Cycling, Bodybalance, Danças, Xadrez, Natação, Hidroginástica…
Esta iniciativa permite fomentar práticas saudáveis de actividade física junto da população,
bem como promover o convívio entre os membros
da comunidade beneditense e ainda divulgar os
serviços das empresas e instituições da região.
Professora Estela Santana
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WALK IN ALCOBAÇA
UM PROJECTO
EMBRIONÁRIO
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ENTREVISTA
AO PROFESSOR
AUGUSTO COUTINHO
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O DESAFIO DE BEM
ESCREVER
A MINHA ESCOLA FAZ
45 ANOS
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O PEQUENO VULCÃO
QUE PAROU A
EUROPA
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ECB REALIZA 8ª FEIRA DO LIVRO
MAIS DO QUE UMA FEIRA,
UMA FESTA DO LIVRO E DA LEITURA
O Externato Cooperativo da Benedita promoveu a 8ª Feira do Livro, entre os dias 21 e 25 de
Abril, um evento que ao longo de cinco dias foi visitado por centenas de pessoas, alunos, professores e comunidade educativa, envolvendo também
muitos alunos de outras escolas da freguesia.
A 8ª edição foi associada à comemoração do
Centenário da República, e os alunos do Agrupamento de Escolas da Benedita tiveram a oportunidade de dar a conhecer os seus trabalhos sobre
esta efeméride. Contou igualmente com a presença de duas instituições com as quais se solidarizou – a Associação de Solidariedade Sorriso Amigo e o C.E.E.R.I.A.
Nas várias bancas, representando mais de 65
editoras, eram visíveis diversos géneros literários,
fazendo as delícias de miúdos e graúdos, sendo o
balanço final muito positivo, com um crescimento
de visitantes e, apesar da actual conjuntura económica, um aumento de vendas.
(continua)
VII NOITE
ESTAPAFÚRDIA
Página 23
TOQUE DE SAÍDA
Trianual - Junho de 2010
Ano 5 - Número 14 - 1,00 €
Director
Alfredo Lopes
Chefe de Redacção
Soledade Santos
Externato Cooperativo da Benedita
Rua do Externato Cooperativo
Apartado 197 2476-901 Benedita
[email protected]
TOQUE DE SAÍDA
ANO 5 - Nº 14
EDITORIAL
Este ano lectivo foi tempo de visitarmos a
nossa própria história, no ECB, desde a fundação da cooperativa, passando pelos anos que
assistiram ao grande impulso do Externato, até
às transformações mais recentes e ao convívio
dos antigos alunos que regressaram à escola
para partilhar memórias e nos darem notícia
dos caminhos que trilham no grande mundo lá
fora.
Esta revisitação levou a que alguns de nós
se indagassem acerca da origem da escola, tal
como a conhecemos hoje. E o que achei pareceu-me tão curioso que decidi partilhá-lo convosco.
É no século XVI, após o Concílio de Trento, que a escola moderna nasce, em França. O
seu desígnio – possibilitar a todos os cristãos
o conhecimento, sem desvios, da verdadeira e
única doutrina pela qual poderiam ser salvos.
Assim se ergueu uma escola da catequização
e da alfabetização, na qual se memorizavam os
textos sagrados e se aprendia a ler. Mas a escrita não foi contemplada, dado não constituir
necessidade funcional. Além disso, a separação entre saber ler e saber escrever permitia
distinguir os grupos sociais.
A partir do século XVII, contudo, as escolas
compreenderam que tinham de fornecer outras
competências de que artesãos e mercadores
necessitavam na vida quotidiana, o que incluía
a leitura, sim, e a catequese, mas também a
escrita e o cálculo. Contudo, os instrumentos
requeridos – papel, pena e tinta – eram demasiado caros e delicados de manipular.
Sem material de escrita, e com turmas que
ultrapassavam a centena e meia de alunos nas
escolas gratuitas dos centros urbanos, como
implementar aulas práticas? Os frades franceses inventaram então um instrumento de que
ainda hoje nos servimos: o quadro preto, no
qual os alunos podiam traçar letras e números, exercitando-se, apagando e recomeçando.
Nesta superfície “apagável”, as escolas puderam ensinar duas lições inestimáveis aos seus
alunos: por um lado, a economizar; por outro,
a aprender através do exercício. A invenção
do quadro preto foi uma revolução pedagógica
maior.
Uma outra invenção, desta feita em Inglaterra, veio reconfigurar o método didáctico: iniciouse a produção de papel em folhas contínuas, a
preços acessíveis. O papel, cosido em cadernos, tornou-se, a partir de meados do século
XIX, o instrumento privilegiado do treino escolar. Permitindo o registo de uma sequência de
exercícios ordenados, o caderno testemunha os
esforços realizados pelo aluno para aprender a
saber fazer. Por outro lado, propicia uma acção
didáctica fundamental: a correcção escrita do
exercício.
Expor o momento e o processo da aprendizagem, muito mais do que seu produto: é isso o
exercício. E o exercício é aquilo que, segundo
Jean Hébrard, educador e historiador francês,
constitui o fundamento da escola de hoje. Onde
quadros interactivos e computadores vão substituindo quadros pretos e cadernos, mas não os
gestos pedagógicos basilares.
O TOQUE DE SAÍDA ERROU
Na edição anterior, o nome da entrevistada e vencedora do Concurso Nacional
Escrita em Dia foi escrito incorrectamente.
Onde se lê Juliana Martins deveria ler-se
Juliana Costa. Pelo lapso apresentamos as
nossas desculpas.
QUADRO DE MÉRITO
Nesta edição do Toque de Saída, o grande número de matérias que publicamos
impossibilita-nos a divulgação do quadro
de mérito do 2º período. Assim, remetemos
para a página do ECB (www.externatobenedita.net).
Quanto ao quadro de mérito final do ano,
será publicado na próxima edição do jornal.
SUMÁRIO
Escola viva
ECB realiza VIII Feira do Livro
1
Medeia - Nova peça dos Gambuzinos
3
Dramatização de Frei Luís de Sousa
4
Festteatro
4
Palestra de astromonia
4
Unidos aprendemos mais
5
O que pensam pais e alunos da escola
5
Colaborar para crescer
5
Walk in Alcobaça
6
Redescobrir Rotas de Cister
6
Escola e empregabilidade
6
O consumo de estupefacientes
7
Na Semana da Informática
7
Ao encontro dos Antigos Alunos
7
Viagem ao Futuroscope, França
8
Visita de estudo a Sintra
8
Visita à Assembleia da República
9
Dia do Francês no Externato
9
A Fonte Mariana
9
A VII Noite Estapafúrdia
23
Arte e Cultura
CONDOLÊNCIAS
Às professoras Deolinda Castelhano e
Dalila Barreiro os seus colegas do Toque
de Saída apresentam sentidas condolências pelo falecimento dos seus familiares.
Director do Jornal:
Alfredo Lopes
Redacção:
Deolinda Castelhano
Luísa Couto
Soledade Santos (Chefe de redacção)
Teresa Agostinho
Marketing e vendas:
Maria José Jorge
Composição gráfica:
Nuno Rosa
Paulo Valentim
Samuel Branco
Equipa de Reportagem:
Acácio Castelhano
Ana Duarte
Ana Luísa Quitério
Clara Peralta
Estela Santana
Fátima Feliciano
Graça Silva
José Cavadas
Maria de Lurdes Goulão
Ricardo Miguel
Sérgio Teixeira
Valter Boita
Bob Dylan
10
Entre livros
10
Sarau Cultural
10
Os Maias de Eça de Queirós
11
Re(ler) Aquilino
11
À luz da sombra - exposição em Serralves
24
Olhar Circundante
Homenagem ao Cónego Serrazina
12
Uma Europa grisalha
12
Os mexericos
12
Entrevista ao professor Augusto Coutinho
13
O Lugar da Memória
12
Recriar o Mundo
A minha escola faz 45 anos - 1º Prémio
14
Passagens da vida
14
Liberdade de viver
14
Agitação marítima
14
O desafio de bem escrever
15
A vida é um jogo
15
Ciência, Tecnologia e Ambiente
Uma aventura, um projecto
16
A rainha natureza
16
Laboratórios abertos
16
Olimpíadas de Biotecnologia
17
Campanha mini-monos
17
Entrevista a Sónia Catarina Morgado
18
ECB na IPY Science Conference
18
O pequeno vulcão que parou a Europa
19
Catástrofes naturais
19
CPAS@2010 - Concurso de programação
20
TIC e empregabilidade
20
O primeiro astronauta
21
Mente Sã em Corpo São
Benedita em movimento
Desporto Escolar
1
16
Impressão: Relgráfica, Lda
Vitamina da beleza
22
Tiragem: 500 exemplares
Tarte de Physalis
23
I Duatlo BTT nocturno
24
Passatempos
22
Preço avulso: 1,00 €
Professora Soledade Santos
2
ESCOLA VIVA
ANO 5 - Nº 14
TOQUE DE SAÍDA
ECB REALIZA VIII FEIRA DO LIVRO
(Cont.)
A organização da Feira contou mais uma
vez com o empenho de professores, alunos e
funcionários, o que permitiu organizar inúmeras actividades: concertos, lançamento de livros, palestras, debates e um salutar convívio
no Café Literário.
Nesta edição, merece também destaque a
Tertúlia com antigos alunos do ECB que permitiu, a exemplo de outras acções já realizadas, perceber o percurso dos ex-alunos e matar saudades da Escola, reavivando memórias
e histórias que fazem despertar uma lágrima
mais furtiva ou uma rasgada gargalhada, no
ano em que se assinalam 45 anos de vida do
Externato.
O lançamento e a apresentação de livros
do I.N.S.E - Editores tiveram também lugar de
destaque: Alcobaça - Um século de Imagens,
de Jorge Pereira de Sampaio e Luís Pereira;
D. Nuno, o Santo Cavaleiro, de Vanda Marques; Escutem-me, de Henriqueta Castanhinha, e Fragmentário, de António Catarino.
O público da Feira assistiu também a sessões de apresentação de A vingança do Lobo,
de Vítor Frazão, e História de Amor entre um
Cão e um Gato, de Maria de Lurdes Silva,
para além de sessões de autógrafos com os
professores Inês Silva e Fernando Maurício e
o escritor António Sousa.
A animação foi uma constante, envolvendo
toda a comunidade: Grupo Regional de Folclore da Benedita, Grupo de Danças do H.C.T.,
Grupo Coral da Universidade Sénior da Benedita, alunos da Escola de Música e Grupo
de Ballet da ADESO, banda “ Ângulo Inverso”
e os professores Sérgio Fernandes e Ricardo
Martins, animaram as tardes e noites da Feira.
As palestras do Prof. Dr. João Paulo Oliveira e Costa e do alcobacense Prof. Dr. Luís
Rosa, recentemente condecorado pelo Sr.
Presidente da República, constituíram mais
dois importantes momentos, também de formação, para além de divulgação das obras
destes dois escritores. Registe-se que o Prof.
Dr. Luís Rosa tem importantes obras sobre
Alcobaça, referindo-se a título de exemplo O
Claustro do Silêncio, O Dia de Aljubarrota, O
Amor Infinito de Pedro e Inês, O Terramoto de
Lisboa e Invenção do Mundo.
A mostra de actividades relacionadas com
Área de Projecto, serviu também para alargar à Feira a apresentação de trabalhos dos
alunos como aconteceu com “Alcobacinha, o
Nosso Concelho”, pelos alunos do 12º E, sob
orientação da professora Teresa Teodósio.
Além disso, no âmbito das comemorações do
25 de Abril, assistiu-se à recriação “Revivendo
o 25 de Abril”, por alunos do 9º ano sob orientação da professora Alexandra Flores.
O balanço final não podia ser melhor: mais
visitantes, mais livros, mais participantes nas
várias tarefas. De edição para edição, podemos afirmar que a Feira do Livro se afirma não
só como a Feira do Externato, mas como a
Feira e Festa do Livro da Benedita.
Mais uma vez, a organização e a execução
do evento estiveram a cargo da Biblioteca do
ECB.
Professor Ricardo Miguel
MEDEIA – A NOVA PEÇA DOS GAMBUZINOS
Baseada na recriação poética de Sophia de Mello Breyner Andresen, é uma
tragédia de Eurípedes, dramaturgo do século quinto a.C. Nesta obra, as dualidades e as paixões humanas são levadas ao
extremo, prevalecendo sobre a sabedoria
e a serenidade, numa tensão crescente
que nos envolve, culminando no terrível
desfecho do acto mais tresloucado e demente da mulher – a morte dos filhos às
suas próprias mãos.
A essência do trágico está bem presente na intensidade da intriga, no curto
espaço e tempo do seu desenvolvimento,
nas súplicas do Coro (os espectadores,
a humanidade) que não encontram eco,
pois, uma vez posto em marcha o “mau
fado”, a acção avançará inexoravelmente
para o seu desfecho trágico, apesar de todas as hesitações.
A escolha desta obra é particularmente feliz, quer pela importância pedagógica
dos textos clássicos, quer pela pertinência e intemporalidade da mensagem existencial que, como diria Nietzsche, sempre
retorna na sua essência.
O teatro trágico é hoje, como sempre
foi, de uma importância psicológica fundamental. Através dele, os antigos gregos
ESCOLA VIVA
encontravam remédio, catarse, para as
suas maleitas ou neuroses civilizacionais. A sua importância era tal, que havia
um subsídio do Estado para que ninguém
deixasse de assistir às peças. A representação era um evento profundamente
vivenciado, mais do que um espectáculo,
era uma espécie de psicanálise colectiva
de que todos beneficiavam.
Esta tragédia em particular é sobre a
condição da mulher, de todas as mulheres condenadas pela sociedade, dita civilizada, ao sofrimento extremo. As mulheres a quem tudo foi pedido e a quem foi
arrancada toda a esperança. Levadas à
loucura por aqueles que deviam amá-las.
As mulheres rejeitadas, abandonadas e
banidas da sociedade. Medeia é mulher,
repudiada e estrangeira – não poderia ser
pior a sua condição. A mensagem existencial e política da peça surpreende-nos
pela sua urgência e actualidade neste
nosso mundo multicultural.
Para os Gambuzinos, pela pertinência
e sobretudo pela sua arte, o nosso aplauso.
Professora Graça Silva
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TOQUE DE SAÍDA
ANO 5 - Nº 14
DRAMATIZAÇÃO DE FREI LUÍS DE SOUSA
UM CONTRIBUTO PARA A COMPREENSÃO DA PEÇA
Frei Luís de Sousa, drama romântico escrito por Garrett no século XIX, foi encenado no auditório do Centro Cultural Gonçalves
Sapinho, no dia 10 de Março, por
alunos do 11º ano do Externato
Cooperativo da Benedita.
O pano abriu às 14:30h para
um público entusiasmado e expectante.
Viu-se Madalena de Vilhena,
representada pela aluna Beatriz Mateus, no centro do palco,
com Os Lusíadas no regaço, citando pausadamente um excerto
do episódio de Inês de Castro. A
sua actuação ficou marcada por
uma enorme expressividade, ao
representar uma mulher angustiada e em sofrimento, que vive
um presente assombrado por um
passado mal esclarecido. Dialoga frequentemente, no primeiro
acto, com a sua filha Maria, que
é uma criança vivaz, mas doente, cuja representação esteve a
cargo da aluna Sofia Sebastião.
Foi também esta uma actuação
de sucesso. A juntar a esta dupla,
salientam-se ainda os papéis representados por Marco Mendes
(D. Manuel de Sousa Coutinho) e
David Agostinho (Telmo), embora
houvesse algumas falhas na representação de ambos, que se ficaram a dever a questões de memorização dos respectivos textos.
O apelo ao sentimento do espectador foi uma constante do
princípio ao fim, acentuado por
pormenores cénicos como o retrato de D. Manuel, no primeiro
acto, os três retratos, no segundo
PELO SÉTIMO ANO NO ECB
Escolas: Externato Cooperativo da Benedita, Escola Secundária da Quinta das
Flores, Escola Secundária de Valbom; Escola Gil Vicente; CEERIA.
Local: Centro Cultural Gonçalves Sapinho.
Data: 10 a 16 de Maio de 2010.
Ocasião: VII Festteatro do ECB, integrado na Semana Cultural.
Avaliação: Valeu a Pena? Vale sempre
a pena. O nosso Bojador é passado quando a sala enche e os alunos (porque é para
eles) saem a perguntar quando há mais…
Professora Conceição Raimundo
(pela organização do Festteatro)
8º D - ECB
4
Os alunos do 11º G
PALESTRA DE
ASTRONOMIA
FESTTEATRO
Personagens: A trágica Medeia, o velho hortelão libidinoso, o camelo que sabe
contar, o namorado violento, os jornalistas obcecados com a gripe A, o pequeno
apanha-bolas.
Textos: Eurípedes/Sophia de Mello
Breyner, Gil Vicente, José Eduardo Agualusa, Rui Cardoso Martins; construção colectiva nos grupos.
Encenação: corajosos professores que
ensinam os seus alunos a amar o Teatro.
Actores: muitos, jovens, empenhados,
lindos, talentosos; alguns já maravilhosos
actores.
Público: Entusiástico, generoso, um
pouco agitado.
acto, e a mesa do altar da capela,
revestida por uma branca mortalha, no terceiro acto. Também a
presença do coro e dos cânticos
clássicos conferiu um ambiente
trágico ao final da peça, quando
o prior (personagem representada por Davide Custódio) preside
à cerimónia religiosa em que Madalena e Manuel renunciam à vida
terrena e Maria morre, anunciando a presença do Romeiro quando
grita “É aquela voz, é ele, é ele”.
Aliás, também a personagem disfarçada de Romeiro teve momentos de destaque quando gritou
“Ninguém!” à pergunta “Quem és
tu?”, e quando apontou para o seu
próprio retrato.
Para nós, a encenação da peça
foi essencial para percebermos o
texto lido e analisado nas aulas
de Português, pelo que agradecemos aos nossos colegas do 11ºF
todo o esforço.
No âmbito da Semana Cultural a decorrer no
ECB, tive oportunidade de assistir a uma palestra sobre astronomia, proferida pelo Dr. António
Bivar, no dia 12 de Maio.
Aquilo que parecia ser mais uma palestra sobre astronomia,veio a revelar-se uma experiência recompensadora. O Dr. Bivar não só
evidenciou como podemos ter um papel activo
nesta ciência, especialmente no descobrimento
de constelações, como nos mostrou, de forma
brilhante, que as estrelas não são só bonitas
ao olhar: algumas forneceram aos navegantes,
expedicionários e aventureiros pontos cardeais
para a orientação das suas rotas. Já na Antiguidade, os povos da Mesopotâmia, Egipto, Grécia
e Américas conheciam e estudavam o movimento de diversos corpos celestes e relacionavam
esse movimento com calendários e períodos
ideais para o plantio e para a colheita.
Ainda mais impressionante foi o facto de o Dr.
Bivar ter adoptado uma linguagem acessível, de
modo a abranger todo um espectro de idades, e
até pessoas sem formação sobre este assunto
ficariam a compreender a que se deve a sucessão das estações do ano, o porquê de o ano
ter 365 dias, ou a importância da matemática na
astronomia. A palestra foi também interessante,
a meu ver, devido ao facto de ter havido uma
grande interacção entre o orador e os ouvintes.
Professora Pilar Peres
ESCOLA VIVA
ANO 5 - Nº 14
TOQUE DE SAÍDA
UNIDOS APRENDEMOS MAIS: DO SECUNDÁRIO À UNIVERSIDADE
O ingresso no ensino superior,
mais do que uma simples mudança de nível de ensino, significa
uma nova fase na vida dos jovens.
As relações que se estabelecem
com a universidade, com os docentes e com os colegas exigem
uma nova dinâmica, ao mesmo
tempo que surge um tipo de exigência e de responsabilidade que
não eram solicitadas no ensino
secundário.
Na nossa opinião, a oportunidade de contactar previamente
com a universidade (visitando as
instalações e contactando com
membros da mesma) permite aos
alunos do secundário esclarecer dúvidas e eliminar receios, e
confere-lhes mais tranquilidade e
confiança, factores determinantes para uma melhor integração e
adaptação à nova etapa das suas
vidas.
Foi com este objectivo que o
Externato Cooperativo da Benedita, no corrente ano lectivo, trabalhou em parceria com a Escola
Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa,
extensão Caldas da Rainha. A
parceria, para além de possibilitar
a colaboração entre as duas instituições nas áreas já referidas,
teve também como finalidade a
divulgação de aspectos relacionados com as ciências e com as
tecnologias junto dos alunos do
secundário, motivando-os para
estas áreas do conhecimento e
dinamizando acções na escola,
nomeadamente no que se refere
a aspectos experimentais, para o
que foi concebida uma interface
com a Universidade, tanto para
alunos como para professores.
Assim, cerca de 16 alunos do
12º e 11º Anos, do curso de Ciências e Tecnologias, encontraramse, em iniciativas desenvolvidas
a partir da Área de Projecto, com
os professores universitários nos
seus laboratórios, contactando
com novas formas de aprendizagem, articulando saberes de diversas áreas e abordando temáticas actuais. Este envolvimento
também influenciou os professores, quer mobilizando aspectos
pessoais – as suas vivências profissionais e personalidade – quer
externos, respeitantes à escola,
ao meio, ao sistema educativo e
O QUE PENSAM PAIS E ALUNOS
ACERCA DA ESCOLA
Em Maio, uma amostra de 159 pais
e encarregados de educação (três
por turma) foram inquiridos acerca do
seu grau de satisfação com a escola.
Recolheram-se 88% dos inquéritos
distribuídos, indiciando elevada participação.
Em termos gerais, apurou-se uma
satisfação global de Bom ou Muito
Adequado, destacando-se a comunicação assegurada pelo Director de
Turma, qualificada de Excelente por
mais de metade dos inquiridos. As
questões em que pais e encarregados
de educação exprimem menor satisfação – Médio ou Adequado – relacionam-se com a sua participação em actividades promovidas pela escola.
Quanto às sugestões e observações, registam-se 9 menções a questões de segurança, 7 a condições de
higiene, 3 sugerindo formas de melhorar a participação em actividades
promovidas pela escola, 2 acerca da
oferta educativa, 2 acerca do horário
da cantina e outra sobre transportes
escolares.
Foi recolhida a opinião dos alunos
acerca da Escola, também em Maio.
ESCOLA VIVA
às oportunidades de formação.
Sendo esta cultura de colaboração crucial para a renovação
e inovação nas escolas, muitos
projectos já nasceram a partir de
uma reflexão conjunta sobre os
problemas concretos de uma comunidade escolar. É por isso necessário fomentar a cooperação
e o diálogo crítico, bem como a
partilha de diferentes perspectivas sobre a prática docente. Na
nossa sociedade, a força da profissão define-se também pela sua
voz pública, pela capacidade de
comunicar e de responder perante o público.
Concordando com o que é proferido pelo Sr. Reitor António Nóvoa, terminamos com as suas palavras: “É preciso encontrar novos
caminhos para uma profissão que,
na transição dos tempos, volta a
adquirir uma grande centralidade.
Falta-nos talvez a coragem de começar.”
Professoras Eunice Penas (Escola
Superior de Biotecnologia - Universidade
Católica) e Paula Castelhano (ECB)
COLABORAR PARA
CRESCER
Responderam 81% dos alunos diurnos
matriculados. Quer o número de respostas, quer o número de sugestões
recolhidas (214), indiciam elevada
participação.
Os resultados obtidos assinalam
algumas áreas a melhorar, como o
funcionamento da Associação de Estudantes, a representação dos alunos
junto da Direcção e a segurança de
bens. Os alunos destacam, pela positiva, a confiança na escola, cujo ambiente e espaço físico apreciam, e o
zelo pela segurança dos seus próprios
bens.
No que respeita aos serviços de
apoio, registam algumas queixas em
relação ao horário de almoço da Biblioteca e da Cantina, e destacam a
qualidade do serviço prestado no Bar
e na Sala de Alunos, exprimindo ligeiramente menos satisfação com o serviço prestado na Cantina e no Centro
de Recursos.
O elevado número de sugestões e
observações recolhidas impossibilita
o seu tratamento neste número do Toque de Saída.
Crescer na escola envolve uma multiplicidade de situações e vivências – implica a plenitude do ser adolescente. Os alunos chegam ao ECB ainda crianças, com 12 ou
13 anos, e a maioria deixa-nos por volta dos 17, 18 anos;
atravessam toda a fase da pré-adolescência e adolescência. E é ao longo destes anos que os vemos mudar, evoluir, crescer… Crescem nos conhecimentos académicos
(é essa a principal missão da escola), mas não só! Crescem também fisicamente e no desenvolvimento da personalidade, no evoluir das relações sociais e afectivas;
atravessam percursos nas amizades, nos namoros, na
sexualidade, nas relações com a família; desenvolve-se
a curiosidade pelo mundo da proibição e do risco; crescem depois pelo mundo dos sonhos e perspectivas para o
futuro, ambicionando um futuro cheio de oportunidades e
gratificações; angustiam-se com as dúvidas das escolhas
vocacionais e com a frustração das dificuldades imaginadas e de sonhos não concretizados… Nós só podemos
dar-lhes uma certeza: a que de estamos cá para os acompanhar e ajudar em todas estas vertentes.
Nesta fase tão importante da vida deles, desejamos
que cada interveniente – escola, aluno, pais – se responsabilize por colaborar, partilhar, imaginar e sonhar. Para
CRESCER e deixar CRESCER nesta travessia simultaneamente longa e veloz.
Professora Ana Luísa Quitério
Margarida Ferreira, Psicóloga do ECB
… a pensar em todas as actividades que têm sido realizadas com os alunos, pais e professores no nosso muito
querido Projecto CRESCER.
5
TOQUE DE SAÍDA
ANO 5 - Nº 14
WALK IN ALCOBAÇA
UM PROJECTO EMBRIONÁRIO
A disciplina de Área de Projecto é uma
área curricular não disciplinar, obrigatória para os alunos do 12º ano. A disciplina
pretende ajudar os estudantes a adquirirem
métodos de organização de trabalho e a desenvolverem a sua autonomia. O fruto desta
disciplina é expresso na construção e realização de um projecto elaborado ao longo do
ano lectivo, promovendo assim a orientação
escolar e profissional dos alunos, bem como
o seu sentido de responsabilidade pessoal
e social.
É neste contexto que nós, um grupo da
disciplina de Área Projecto do curso de Línguas e Humanidades do 12º ano do Externato Cooperativo da Benedita, temos vindo a
desenvolver um projecto de índole históricocultural que se relaciona com o tema geral
“Alcobaça: Percursos/Recursos – Terra de
Valores e Tradições”.
Desde logo o grupo estabeleceu uma relação de parceria com a Câmara Municipal
de Alcobaça. Assim, começámos por reunir
com o Dr. Bruno Letra, que pertence ao Gabinete de Apoio ao Presidente da autarquia,
que nos sugeriu os contornos do projecto, ao
qual demos o nome de “Walk in Alcobaça”.
(RE)DESCOBRIR AS
ROTAS DE CISTER
O nosso trabalho consiste na elaboração de
um roteiro turístico pedestre, a implementar
no centro histórico da cidade, roteiro complementado por um audio-guia. A Câmara
disponibilizou dois técnicos, o Dr. Alberto
Guerreiro e a Dra. Joana Gama, os quais
nos deram uma importante ajuda na realização do projecto.
O audio-guia inclui duas componentes:
um mapa/roteiro, que define o itinerário que
o turista deverá seguir, e onde estão assinalados locais de destaque no centro histórico;
e um mp3 que, ao longo do roteiro, dá informações precisas sobre os locais assinalados no mapa.
Gostaríamos que este projecto – que tem
como objectivos inovar e dinamizar o turismo
na cidade, fortalecer a importância do centro
histórico, valorizar e dar visibilidade ao património – fosse uma semente, um embrião
a ser melhorado posteriormente pela Câmara Municipal de Alcobaça, a partir do Posto
de Turismo. Assim, assumimos a responsabilidade de o fazer chegar ao conhecimento
da população. Para tal, a apresentação do
projecto teve lugar no dia 21 de Maio, no auditório da Biblioteca Municipal de Alcobaça.
Contamos também com o apoio dos meios
de comunicação regionais, para a sua divulgação, e esperamos a adesão dos alcobacenses e dos visitantes da cidade.
Gostaríamos, finalmente, de salientar a
importância que a professora da Área de
Projecto, Dra. Teresa Teodósio, teve na consecução do nosso trabalho, motivando-nos e
apoiando-nos na sua concretização.
Somos alunas do 12º Ano, do curso de
Línguas e Humanidades e, no âmbito da
disciplina de Área de Projecto, leccionada
pela professora Teresa Teodósio, formámos
um grupo de trabalho constituído por quatro elementos. Após as primeiras aulas de
abordagem a esta nova disciplina, a turma
escolheu o tema a trabalhar ao longo do
ano – “Alcobaça: Recursos/Percursos”. O
nosso grupo, por sua vez, escolheu o subtema “(Re)descobrir as Rotas de Cister”.
Pretendemos com este projecto dinamizar o
concelho de Alcobaça, nas suas vertentes
turística, cultural, gastronómica e literária.
No dia 20 de Abril, apresentámos o nosso trabalho no Campo do Externato e, nos
dias 22 e 23, estivemos na Feira do Livro,
para realizar o jogo “Alcobacinha – o Concelho”, destinado às crianças do 4º ano de
escolaridade. Esta actividade iniciou-se
com uma pequena dramatização, na qual
dois monges de Cister e duas crianças davam a conhecer, de uma forma lúdica e divertida, o nosso concelho. Seguiu-se um
jogo em grandes dimensões com perguntas
e actividades pedagógicas.
Foi uma experiência construtiva para
a nossa formação enquanto estudantes e cidadãos, e enriquecedora para o nosso futuro profissional na área das humanidades,
da educação e da acção social. Tivemos um
feedback positivo dos professores e alunos participantes, e fomos convidados para
apresentar o nosso projecto a outras escolas da freguesia da Benedita, bem como em
Alcobaça, na Festa da Criança.
Maria Guerra, Inês Amaral, Joana Dinis,
Lea da Fonseca, Liliane Feliciano, Mariana Pereira,
Tiago Martins, Daniela Santos, 12º E
Teresa do Carmo, 12ºE
ESCOLA E EMPREGABILIDADE
No passado dia 12 de
Março, realizou-se um seminário com o tema “Escola e
Empregabilidade”, actividade
que veio culminar um projecto que pretendeu estreitar as
relações entre a Escola e a
Comunidade.
A sessão iniciou-se com
uma breve intervenção do Director do Externato. Seguiuse a Dr.ª Conceição Raimundo, um dos elementos do
projecto, que apresentou os
resultados dos inquéritos à
comunidade sobre a sua satisfação acerca da escola e
dos cursos nela ministrados.
A Dr.ª Isabel Beato, do IPL,
segunda oradora da noite,
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veio mostrar a oferta dos cursos do Instituto Politécnico de
Leiria e respectivos pólos. O
interveniente que se seguiu,
Tiago Félix, ex-aluno do ECB,
foi muito aplaudido pelos colegas. Fez uma apresentação
acerca da sua caminhada na
escola e da importância que
o Externato teve no seu percurso. Hoje, é um trabalhador-estudante que luta para
concluir um curso superior, à
medida que vai desenvolvendo a sua actividade profissional. Por fim, o Dr. Acácio Catarino, reputado especialista
nos temas do emprego, presenteou-nos com uma breve
reflexão acerca da formação
escolar e da sua importância
na vida profissional e social
de cada um.
O ECB aproveitou para
distinguir a empresa que há
mais tempo colabora com a
escola, oferecendo estágios
profissionais, e que é também aquela que maior número de estagiários empregou –
a “IVO Cutelarias”.
A equipa dinamizadora
deste projecto gostaria de
agradecer a todos os colaboradores e participantes, em
especial aos alunos do 12ºI,
que ajudaram na organização
do seminário.
Professora Lina Rodrigues
ESCOLA VIVA
ANO 5 - Nº 14
TOQUE DE SAÍDA
O CONSUMO DE ESTUPEFACIENTES ENTRE OS JOVENS DO ECB
Há muitos jovens dependentes de substâncias como o tabaco e as drogas, sendo um
problema que também se verifica na nossa escola. Para termos uma noção mais real deste
problema, realizámos uma sondagem aos alunos do ECB, no âmbito da disciplina de Marketing, procurando conhecer os seus hábitos de
consumo de tabaco e de estupefacientes. O
inquérito foi realizado entre os dias 1 e 10 de
Outubro de 2009, a uma amostra de 36 alunos
de ambos os sexos.
Dos 36 alunos inquiridos, cerca de 69%
afirmam já ter experimentado fumar, e 55%
consideram mesmo ser fumadores. Dos alunos que se consideram fumadores, 80% afirmam fumar todos os dias. Destes, 20% frequentam o 3º ciclo. 30% dos alunos fumam há
mais de dois anos, e 55% há mais de um ano
e menos de dois.
Os inquiridos referem que começaram a
fumar porque “dá estilo” ou apenas por curiosidade. 40% fumam em média menos de 5 cigarros por dia, ou entre 5 e 10, enquanto 15%
afirmam fumar mais de 15 cigarros por dia, e
sempre em bares ou cafés. Apesar de 30%
afirmar que os familiares sabem do seu tabagismo, nenhum dos alunos fuma em casa.
Quando questionados acerca do consumo
de estupefacientes, 42% já experimentaram diferentes tipos de droga. Destes, 14% frequentam o 3º ciclo. 60% dos inquiridos afirmam
que experimentaram por curiosidade, e 13%
referem a influência dos amigos como factor
influenciador. 28% dos alunos afirmam não ter
gostado da experiência. Todos os inquiridos
têm conhecimento de que a droga causa dependência e graves problemas de saúde.
AO ENCONTRO DOS
ANTIGOS ALUNOS
Orgulhosa da sua história de já 45 anos, a nossa escola procurou reunir
os seus antigos alunos, trazê-los de novo ao ECB para que pudessem reafirmar laços de pertença e, ao mesmo tempo, compartir experiências e mundividências com os jovens que hoje frequentam o externato.
Para isso, organizaram-se, de 27 a 29 de Abril, no pequeno auditório do
CCGS, os seminários “Percursos de Antigos Alunos”, dirigidos aos actuais
alunos do 9º ao 12º ano. Contámos com a presença de vinte e cinco antigos
alunos e de trezentos e sessenta participantes. Os alunos da nossa escola
assistiram com interesse aos seminários e, no final, sugeriram a sua continuação nos próximos anos. Esta opinião foi igualmente partilhada pelos
professores e pelos antigos alunos envolvidos.
Durante a Feira do Livro, no dia 24 de Abril, foi também realizado um encontro, a Tertúlia com Antigos Alunos, onde estiveram presentes sete antigos
alunos e trinta participantes da comunidade escolar e local, criando-se um
clima de convivência e troca de experiências.
A Equipa da Acção de Melhoria 2 da CAF
Apesar de o estudo ter sido realizado junto
de uma pequena amostra, as conclusões não
podem deixar de ser preocupantes, especialmente se tivermos em conta que estão contemplados tanto alunos do 3º ciclo como do
ensino secundário. Verifica-se que os alunos
adquirem hábitos prejudiciais à saúde desde
muito cedo, sendo levados pelos amigos ou
fazendo-o como uma afirmação pessoal.
Apesar dos resultados inquietantes, 75%
dos alunos têm intenção de deixar de fumar e
83% declaram concordar com a lei que proíbe
o consumo de tabaco em espaços públicos, o
que revela alguma sensibilização para os problemas que poderão advir desta dependência
para si e para os que o rodeiam.
Confrontada com os resultados obtidos, a
escola está sensibilizada para este problema
e vem implementando acções – nomeadamente no âmbito do Projecto Crescer – no sentido
de baixar o consumo de tabaco e de estupefacientes, alertando os jovens e seus familiares
para os perigos deste consumo e incentivando
hábitos de vida saudável.
Ana Cláudia, Filipe Henriques, João Miguel, Marisa
Amorim, 12ºI
NA SEMANA
DA INFORMÁTICA
O 11º ano do Curso Profissional de Informática de Gestão empenhou-se na criação de jogos educativos em Visual
Basic, na disciplina de Linguagens de Programação, utilizando conteúdos de língua portuguesa, matemática, estudo do meio e inglês, para o 1º ciclo.
A actividade, para cerca de 550 alunos do 1º ciclo do
Agrupamento de Escolas da Benedita, decorreu em 11 e 12
de Maio, com sucesso, a julgar pelo entusiasmo com que
as crianças participaram e pelas apreciações e sugestões
muito positivas que nos deixaram. As sessões incluíram,
além dos jogos, a exibição de vídeos infantis, espaços de
desenho livre e, ainda, quinze minutos de músicas e coreografias infantis.
A turma está de parabéns pois tudo decorreu tranquilamente, foi muito bem conseguido – dizem os professores
– e ultrapassou as nossas expectativas.
Rita Henriques, 11º G
ESCOLA VIVA
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TOQUE DE SAÍDA
ANO 5 - Nº 14
VIAGEM AO FUTUROSCOPE, FRANÇA
De 23 a 27 de Março, decorreu a viagem a França dos alunos
do 9º ano. Por volta das 22 horas
do 1º dia, com muita agitação e
adrenalina, partiram 50 alunos e
5 professoras para uma aventura
rumo a Poitiers. Cerca de 20 horas na estrada, com as devidas
paragens. Posso dizer que todas
aquelas horas no autocarro foram
maravilhosas, apesar de longas.
Os risos, as brincadeiras e conversas fizeram com que o grupo
se tornasse unido e cooperante,
criando-se novas amizades.
No dia 24 à tarde, eis a tão esperada chegada – com muita euforia, saímos do autocarro a correr para explorar o sítio onde nos
encontrávamos. Estivemos alguns
minutos à espera de informações
vindas dos recepcionistas, e logo
fomos distribuídos pelos quartos,
sob supervisão das professoras
acompanhantes: Ana Matias, Fátima Feliciano, Isabel Neto, Salomé
Lopes e Teresa Aivado. A seguir
foi escolhido o Chefe de Quarto, a
quem cabia a função da contagem
dos seus parceiros e a responsabilidade dos quartos. Por fim, dirigimo-nos aos nossos aposentos e
foi-nos comunicado que tínhamos
de estar prontos às 20 horas, para
irmos jantar ao restaurante “La
Fiesta”, que pertencia ao parque.
E assim foi.
Depois de termos jantado, estivemos em convívio com outros
grupos de alunos que perrmaneciam no parque, em especial
com um de espanhóis com quem
aprendemos várias expressões
espanholas, e eles as portuguesas, o que foi animadíssimo, pois
no meio de tudo isto cantámos e
dançámos todos juntos. De seguida regressámos ao hotel, onde
jogámos às cartas, à Verdade ou
Consequência, e vimos filmes.
No dia 25 de manhã, entrámos
no parque do Futuroscope cerca
das 10 horas, e aí permanecemos durante todo o dia. Após o
jantar, dirigimo-nos para o anfiteatro do parque, onde assistimos ao espectáculo nocturno “La
note bleue”, um misto de luz, cor
e som, hologramas dançantes sobre um lago transformado em palco, onde não faltou um pequeno
fogo-de-artifício que as máquinas
fotográficas e telemóveis não pararam de registar. No dia 26, as
professoras deram-nos liberdade
para repetirmos as experiências
de que mais tínhamos gostado.
Posso jurar que nunca mais vou
ter sensações como aquelas. Os
Robots e os Simuladores são das
coisas mais incríveis! E também
os outros espectáculos, como o
Artur em 4D, os filmes em 3D, os
Planetas…
Nesses dias, almoçámos e jantámos com outros grupos de espanhóis e portugueses com quem
confraternizámos e acabámos tro-
cando contactos. E, no dia 26 à
noite, partimos rumo a Portugal.
Como vínhamos cansadíssimos,
passámos a maior parte do tempo
a dormir. Finalmente, no dia 27,
por volta das 15 horas, chegámos
à Benedita, onde os nossos familiares nos esperavam, ansiosos
para saberem tudo acerca dos
dias que passámos em França.
O que fica desta viagem são
todos os momentos especiais registados nas fotografias e na nossa memória, os sentimentos, as
descobertas, os amigos feitos.
Devemos agradecer às professoras, por nos terem “aturado” e
por terem tido a generosidade de
nos acompanhar nesta tão esperada viagem que ficará para sempre no nosso coração.
Adriana Marques e Miguel Silva, 9º A
VISITA DE ESTUDO A SINTRA
No dia 15 de Março, as turmas
D, E e F do 11º ano, acompanhadas pelas professoras Helena Guerra, Teresa Aivado, Clara
Peralta, Vanda Marques e Teresa
Teodósio, realizaram uma visita
de estudo a Sintra com o objectivo de conhecer monumentos do
período romântico e de admirar
o património artístico, histórico e
natural da Quinta da Regaleira e
do Palácio da Pena.
Na Quinta da Regaleira, os
alunos manifestaram a sua satisfação pela qualidade dos guias,
cujas explicações desencadea8
ram a interacção com os intervenientes. Depois do almoço,
subimos até ao Palácio da Pena
em autocarro, excepto os alunos
e professores mais resistentes,
que fizeram a subida a pé. Aqui,
todos sentiram que seria preciso
mais tempo para usufruir da beleza de todos os espaços do Palácio da Pena.
Esta visita integrou-se no trabalho de projecto dos alunos do
11ºE, cujo tema é “Fontes de Lazer e Prazer”.
Professora Helena Guerra
ESCOLA VIVA
ANO 5 - Nº 14
TOQUE DE SAÍDA
VISITA DE ESTUDO
ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
Na manhã do dia 10 de Fevereiro, as turmas do 10º e 11º ano
de Ciências Socioeconómicas
partiram da Benedita em direcção
ao Centro Cultural de Belém, com
o intuito de apreciar a exposição
no Museu Colecção Berardo –
Arte Moderna e Contemporânea,
denominada BESphoto10.
Aí, a nossa guia apresentounos algumas das obras de arte,
e fê-lo de uma forma bastante dinâmica, levando-nos a participar
activamente na visita e a questioná-la acerca das obras expostas,
o que nos cativou. Com a aproximação da hora de almoço, fomos
saciar o nosso apetite e, de seguida, dirigimo-nos à pastelaria mais
próxima, onde nos regalámos com
os famosos pastéis de Belém.
E chegou a hora de realizarmos a parte da visita de estudo
que mais nos entusiasmava e que
mais se relacionava com a nossa
área de estudos. Com as expectativas ao rubro, dirigimo-nos ao
Palácio de S. Bento, onde assisti-
mos a um plenário na Assembleia
da República. A discussão centrava-se no Orçamento de Estado, o que nos agradou, pois para
além de ser a matéria leccionada
na altura, conseguimos identificar
vários conceitos que rapidamente
relacionámos com outros temas já
estudados.
Depois deste contacto com algumas das figuras políticas mais
relevantes do país – e do esforço
feito para escutarmos sem qualquer tipo de manifestação – saímos enfim da Assembleia e dirigimo-nos ao autocarro. A viagem
de regresso a casa foi bastante
animada.
Alunos do 10º E e 11º C
DIA DO FRANCÊS NO EXTERNATO
O ano passado participámos
no Dia do Francês, gostámos da
experiência e decidimos participar
também este ano. Surgiram-nos
várias ideias e fomos falar com
a nossa professora de Francês.
E daí veio a ideia do “Can Can”,
sendo o nome do nosso grupo
“Moulin Rouge”, inspirado no famoso cabaré parisiense onde estas bailarinas actuavam.
Uma vez que éramos só raparigas, pensámos que era melhor
convidar alguns rapazes, para
que o grupo ficasse mais completo. Preparámos uma coreografia e
ensaiámos várias vezes, até que
ficasse perfeita.
No dia do Francês, 3 de Março, fizemos tudo como tínhamos
combinado. E tivemos de dançar
segunda vez, pois posicionámonos nos três primeiros lugares.
Quando chegou a altura de anunciar os vencedores, ficámos muito
felizes, pois obtivemos o 1ºlugar.
Ao mesmo tempo, a turma do 8º H
esteve a fazer deliciosos crepes,
que recebemos como prémio,
para além de um dicionário, um
certificado de participação e um
chupa.
Como conseguimos alcançar o
1º lugar no desfile do Dia do Francês, convidaram-nos para participar no Sarau das Línguas.
Foi tudo muito divertido.
Carolina Tereso, Joana Silva, Cristiana Saturnino, Mariana Lopes, Mariana Pedro,
Luís Tinta, Joel Vicente e Nuno Ribeiro, 8º C; Miguel Machado e Guilherme Silva, 8º B
A FONTE MARIANA
Na tarde do dia 24 de Março de
2010, a turma E do 11º Ano realizou,
na Fonte Mariana, um conjunto de actividades integradas no seu projecto de
turma, “Fontes de Lazer e de Prazer”.
Foi convidada para participar nesta tarde de diversão e aprendizagem a turma
da professora Magda Carvalho, da Escola Básica de Frei Domingos.
A primeira actividade consistiu na
realização de um peddy paper envolvendo questões relacionadas com o
ambiente e com as fontes do nosso
concelho. De seguida, as crianças e
os jovens, em conjunto, plantaram uma
árvore. E as actividades continuaram
ESCOLA VIVA
com jogos e com a projecção de um
vídeo sobre o ciclo da água e de um
trabalho sobre as fontes observadas na
Quinta da Regaleira, durante a visita
de estudo aí efectuada pelo 11º E. As
professoras declamaram poemas relacionados com as fontes e a tarde terminou com uma merenda de crepes feitos
pelos alunos da turma.
Os objectivos da tarde foram totalmente cumpridos e as crianças, além
de aprender, puderam compreender a
importância das fontes como locais de
lazer e prazer.
Bianca, Mariana e Lucas, 11ºE
9
TOQUE DE SAÍDA
ANO 5 - Nº 14
ENTRE LIVROS
BOB DYLAN
“Don´t ask
me
nothin´
about nothin´ /
I might just tell
you the truth”Outlaw Blues
Nascido
a
24 de Maio de
1941,
Robert
Allen Zimmerman
adoptou
em 1960, com
19 anos de idade, o nome artístico de Bob Dylan. Este foi um dos actos
de uma história de vida até aí já complexa e
fecunda, como afirmou numa entrevista em
1965: “O meu passado é tão complicado que
ninguém acredita”.
Ao longo da sua vida como músico e songwriter, abordou vários géneros musicais: folk,
blues, country, rock, gospel, swing, jazz... As
letras das suas canções abordaram temas políticos, sociais, filosóficos e literários, mas, a
partir de 1965, tornaram-se mais pessoais, introspectivas e por vezes surreais. Outro facto
decisivo da sua vida artística foi o assumir um
som eléctrico que escandalizou os folksingers
da época. Em 1965, no Newport Folk Festival,
e na digressão inglesa de 1966, foi vaiado pelos puristas de um som mais acústico.
Rodeou-se sempre de excelentes músicos,
mas o grupo que melhor o complementou foi
um conjunto de músicos notáveis conhecidos
como The Band, que o acompanhou na segun-
da metade dos anos 60 e nos anos 70.
Nunca seguiu nenhuma moda, mas foi criador de várias, seguido e plagiado por muitos.
É talvez, juntamente com os Beatles, a figura
central da música dos anos 60, e as suas letras foram cantadas por muitos outros, muitas
vezes levando-os à glória, como sucedeu com
os Byrds em 1965, e com a canção “Mister
Tambourine Man”.
A sua imagem e o seu timbre de voz também se modificaram ao longo dos tempos. Nas
décadas de 70 e 80 do século passado, atravessa fases de menor criatividade, mas nos
anos 90 ocorre como que um renascimento, e
tem até hoje produzido grandes discos.
Estes são alguns aspectos de uma personagem camaleónica e também ambígua, mas
com um profundo impacto na cultura e na música popular.
Escolher uma canção chave na obra de
Bob Dylan é difícil, mas “Like a Rolling Stone”, de 1965, será talvez essa canção – a letra de grande poder poético, a expressividade
da voz de Dylan, o orgão de Al Kooper, a guitarra eléctrica de Michael Bloomfield, tornamna intemporal, aliás como toda a obra de Bob
Dylan.
Discos recomendados: “Highway 61 Revisited”(1965), “Blonde on Blonde”(1966),
“Blood on the Tracks”(1974), “Time Out of
Mind”(1997). Filmes: “Don´t Look Back”(1967)
– D.A. Pennebaker, e “I´m not There”(2007) –
Todd Haynes.
Professor Francisco Franco
SARAU CULTURAL
Para encerrar a Semana das Línguas do ECB, os Grupos de Português, Francês e Inglês/Alemão organizaram um Sarau Cultural que decorreu no auditório do CCGS, no dia 5
de Março, às 21h. Nesta actividade, participaram cerca de 200 alunos e ex-alunos que, de
forma irrepreensível e durante cerca de duas horas, declamaram poesia, dramatizaram textos diversos, apresentaram coreografias e dança de vários géneros, interpretaram canções,
enfim, encantaram com a sua autenticidade, empenho e vontade de engrandecer aquela que
é ou foi a sua escola.
Na plateia repleta, não couberam todos os pais e familiares destes alunos que, igualmente
generosos, não se pouparam a esforços para permitir que as suas ”pequenas estrelas” brilhassem naquela noite chuvosa de sexta-feira.
Professora Fátima Feliciano
Neste edição, convidamos os leitores a
descobrirem o que lê alguém da área das
ciências, neste caso um professor de Matemática, uma funcionária da Biblioteca e uma
colega do curso de Artes Visuais.
Vejamos, então, o que nos disse o professor de Matemática do Externato Cooperativo
da Benedita, Francisco José Veiga Martins,
de 41 anos, sobre os seus hábitos de leitura:
O livro que mais gostou de ler: O Livro do
Desassossego, de Bernardo Soares.
O livro que mais lhe custou a ler: Jangada
de Pedra, de José Saramago.
O escritor que mais aprecia: Miguel Sousa
Tavares.
Os livros que anda a ler: Intuição, de Allegra Goodman, e a nossa necessidade de
consolo é impossível de satisfazer, de Stig
Dagermam.
Os livros que aconselha: Caim e Ensaio
sobre a Cegueira, de José Saramago.
A Catarina Silva trabalha na Biblioteca do
Externato há já alguns
anos e, muito amavelmente, respondeu às
nossas perguntas sobre
os livros que lê:
O livro que mais
gostou de ler: Inkheart,
Coração de Tinta, de
Cornelia Funke, e Casei com um Massai, de
Corinne Hofmann.
O livro que mais lhe custou a ler: Ensaio
sobre a Cegueira, de José Saramago. «Senti
uma dor enorme enquanto o estava a ler»,
disse.
O escritor que mais aprecia: Agatha Christie. «Gosto muito dos seus policiais.»
O livro que anda a ler: A Concubina Russa, de Kate Furnivall.
O livro que aconselha: A Cabana, de WM.
Paul Young. «É um livro que dá que pensar, é
muito bonito, aconselho vivamente».
Finalmente, vejamos o
que nos disse a Daniela
Siopa do 12º F sobre o que
gosta de ler e o que aconselha aos leitores:
Os livros que mais gostou de ler: Memorial do
Convento, de José Saramago, Mensagem, de Fernando Pessoa e Novos
Contos da Montanha, de Miguel Torga.
O livro que lhe custou mais a ler: Os Maias,
de Eça de Queirós.
O escritor que mais aprecia: Fernando
Pessoa.
O livro que anda a ler: Jangada de Pedra,
de José Saramago.
O livro que aconselha: Mensagem, de Fernando Pessoa.
Vanessa Martins, Flávia Silva,
Margarida Serralheiro, 10º F
10
ARTE E CULTURA
ANO 5 - Nº 14
TOQUE DE SAÍDA
OS MAIAS DE EÇA DE QUEIRÓS
A OBRA QUE PASSA PELAS MÃOS DOS JOVENS HÁ VÁRIAS DÉCADAS
Os Maias é um romance do
século XIX que há várias décadas é lido pelos alunos do 11.º
ano. Será que continua a cativar
a atenção dos jovens estudantes?
Penso que sim.
A obra, publicada em 1888, é
uma das mais importantes de toda
a literatura narrativa portuguesa. A
história ocupa-se de uma família,
de seu nome Maia, e envolve três
gerações (Afonso, Pedro e Carlos
da Maia), centrando-se na última
geração, uma vez que dá mais
relevância aos amores incestuosos de Carlos e Maria Eduarda.
A história familiar é também um
pretexto para o autor fazer uma
crítica à situação política e cultural decadente e à alta burguesia
lisboeta, oitocentista. Mas vamos
aos Maias, isto é, às personagens
que constituem a família.
Afonso da Maia é um senhor
baixo, maciço, de ombros quadrados e fortes. A cara larga, os
cabelos brancos, muito curtos, e
a barba comprida. Provavelmente
a personagem mais simpática do
romance. Não se lhe conhecem
defeitos. É um homem de carácter
culto e requintado nos seus gostos. Enquanto jovem, adere aos
ideais do liberalismo e é obrigado a sair do país. Instala-se em
Inglaterra. Depois de seu pai falecer, regressa a Lisboa e casa
com Maria Eduarda Runa, com
quem tem um filho, Pedro. Após o
suicídio do filho, Afonso dedica a
sua vida ao neto, Carlos. Morre de
uma apoplexia, quando descobre
os amores incestuosos dos seus
netos.
Pedro da Maia, quando criança, tinha face oval, olhos belos.
Apresentava um temperamento
nervoso e grande instabilidade
emocional. O narrador dá grande importância aos traços físicos
e psicológicos herdados por esta
personagem do ramo familiar dos
Runa. Pedro é vítima do meio lisboeta e de uma educação retrógrada.
Carlos era um belo e magnífico
rapaz. Era alto, bem constituído,
de ombros largos, olhos negros,
pele branca, cabelos negros e ondulados. Tinha barba fina, castanha escura, pequena e aguçada
no queixo. O bigode era arqueado
aos cantos da boca. Carlos era
culto, bem-educado, de gostos
requintados. Ao contrário de seu
pai, o seu carácter é resultado
de uma educação inglesa. É corajoso, frontal e generoso. Todavia, apesar da educação, Carlos
fracassou, em parte por causa
do meio onde se instalou – uma
sociedade fútil e sem estímulos.
Eça quis personificar em Carlos a
Geração de 70, a que fez a Questão Coimbra e as Conferências
do Casino e que acabou no grupo dos Vencidos da Vida, de que
Carlos é um bom exemplo.
Maria Eduarda era uma bela
mulher: alta, loira, bem-feita, sen-
SUGESTÃO DE LEITURA
No ano em que se comemora o centenário da República é obrigatório falar de Aquilino Ribeiro, não só porque
era um republicano convicto,
mas também porque é um dos
grandes nomes das nossas
letras, que soube como poucos combinar a rusticidade
com a erudição, revelando os
esplendores e as misérias do
Homem. É pena que os pro-
ARTE E CULTURA
Liliana Querido do Couto, 11ºG
TOP 10
(RE)LER AQUILINO
gramas escolares e os organizadores de manuais se esqueçam, ostensivamente, de
alguns dos melhores textos
que se escreveram em língua
portuguesa, (veja-se o caso
paradigmático de Alexandre
Herculano). Por isso, neste
espaço de sugestão de livros
e descoberta da leitura, quero
convidar à (re)leitura de Andam Faunos pelos Bosques,
poderia ser A Casa Grande
de Romarigães, Quando os
Lobos Uivam, ou O Malhadinhas, todos eles merecedores
da atenção dos que já têm hábitos de leitura consolidados,
mas principalmente dos mais
jovens que agora começam a
tomar o gosto pelos livros, no
entanto, parece-me que estes romances terão ofuscado
aquele que, na minha opinião,
melhor revela a elasticidade
da escrita de Aquilino e a sua
imensa capacidade de captar
sual e delicada, é uma personagem planeada em poucos traços;
o seu passado é quase desconhecido, o que contribui para o encanto que a envolve. A sua caracterização é feita através do contraste
entre ela e as outras personagens
femininas e, ao mesmo tempo,
chega-nos através do ponto de
vista de Carlos, para quem tudo o
que viesse de Maria Eduarda era
perfeito.
Esta é uma obra que apresenta
toda uma história do século XIX.
Hoje, os alunos do 11.º ano lêemna com emoção (embora a considerem difícil e muito extensa) e
verificam que é actual e que muitas das críticas feitas se adaptam
aos seus dias. Podemos perguntar: quantos Dâmasos andam por
aí? E Egas? E como está a nossa
“Instrução Pública”? Estará melhor do que no século XIX?
Posso deixar o meu testemunho: li integralmente e gostei. É
uma obra que aconselho a todos.
1º - O Velho e o Mar – Ernest Hemingway
o modus vivendi das aldeias
beirãs, as suas crenças e os
seus mistérios.
No romance Andam Faunos pelos Bosques é retratada a vida e a fé de um grupo
de padres das terras beirãs,
sendo-nos contada através
deles a história misteriosa da
sedução das raparigas mais
bonitas da região por uma
criatura que elas não conseguem identificar. Inicia-se então a caça à terrível besta, do
sacrifício voluntário de uma
das donzelas mais bonitas da
terra, à espera de Jirigodes,
o namorado despeitado, que
tenta surpreender o demónio
nas suas andanças nocturnas, todas as estratégias são
postas em prática e, então,
adensa-se o mistério. Descubra-o, (re)lendo as deliciosas
descrições do romance de
Aquilino Ribeiro.
Professora Luísa Rocha
2º - Felizmente Há Luar – Luís de Sttau Monteiro
3º - A Metamorfose – Franz Kafka
4º - À Beira do Lago dos Encantos – Maria
Alberta Menéres
5º - Dentes de Rato – Agustina Bessa-Luís
6º - Lua Nova – Stephenie Meyer
7º - Um Momento Inesquecível – Nicholas
Sparks
8º - O Velho Que Lia Romances de Amor –
Luís Sepúlveda
9º - O Triunfo dos Porcos – George Orwell
10º - Crónica dos Bons Malandros – Mário
Zambujal
Os livros mais requisitados na Biblioteca
do ECB nos meses de Fevereiro a Abril de
2010.
11
TOQUE DE SAÍDA
ANO 5 - Nº 14
HOMENAGEM AO CÓNEGO JOSÉ MENDES SERRAZINA
Nesta edição do Toque de Saída, dedicamos a rubrica Lugar da
Memória a um homem a quem a
Benedita muito deve, e em especial
o Externato Cooperativo da Benedita, e que nos deixou no passado
dia 12 de Maio. Falamos do Cónego José Mendes Serrazina.
Nasceu no lugar de Moita do Gavião, freguesia de Benedita, onde
frequentou a escola primária. Fez o
curso preparatório nos seminários
de Santarém e de Almada, e o curso maior nos Olivais, tendo sido ordenado sacerdote na Sé Patriarcal
de Lisboa, a 29 de Junho de 1950.
O seu vasto curriculum dá-nos
uma ideia deste beneditense, que
fez da sua vida “uma entrega total a
Deus e ao próximo”. Foi professor e
prefeito do seminário de Santarém,
assistente eclesiástico da Acção
Católica Rural em plano nacional
e diocesano de Lisboa. Entretanto,
durante o ano lectivo de 1961/62,
frequentou, em Roma, no Centro
Internacional do Movimento por um
Mundo Melhor, o curso “Pró-Ecclesia”. Fez parte da Comissão Preparatória da Reestruturação Pastoral
do Patriarcado, foi vice-reitor do
seminário dos Olivais, sendo seguidamente nomeado director do
Secretariado Diocesano da Pastoral das Vocações do Patriarcado,
cargo que exerceu até 1973. No
mesmo ano, foi nomeado assistente eclesiástico da Caritas Diocesana de Lisboa e director do Secretariado Diocesano de Acção Social
e, em1974, assistente nacional da
Caritas Portuguesa. Em Maio de
1984, e por Despacho do Ministro
do Trabalho e Segurança Social,
foi nomeado membro da Comissão
Interministerial da Família, como
individualidade nomeada pelo referido Ministro. Em 1982, fundou
a Equipa do Curso de Preparação
para o Matrimónio na Benedita, que
orientou até 2000. Cónego da Sé
de Lisboa, desde Julho de 1989, e
Secretário-Geral do Patriarcado de
Lisboa, de 1990 a 1997. De 1997 a
2000, foi pároco na Freguesia dos
Anjos, em Lisboa.
Embora longe da Benedita, pelos vários cargos que ocupou, nunca esqueceu a sua terra, e foi um
dos grandes impulsionadores e cofundador do Instituto Nossa Senhora da Encarnação – Cooperativa de
Ensino e Cultura, decorria o ano de
1965, sendo membro dos órgãos
sociais ao longo de vários anos.
Neste momento, lembramos o
Cónego Serrazina como um homem
que dedicou grande parte da sua
vida à Igreja, mas também aquele que nunca esqueceu as causas
sociais nem as suas raízes beneditenses. Por tudo o que fez restanos dizer: Muito obrigado, Cónego
Serrazina.
Professora Maria José Jorge
UMA EUROPA GRISALHA
OS MEXERICOS E OS
MEXERIQUEIROS
Estou farta de mexericos, detesto-os.
Quando vou para o trabalho, sou seguida
pelo mexerico, quero livrar-me dele, mas
ele solta gargalhas e regressa à torrente
de palavras insignificantes. Quando vou
às compras, fica à porta a fazer os seus
juízos, e os de cada um em particular. Se
me sento com um amigo ou amiga, sem ser
convidado, de dois faz três. Quando estou
em lugares mais solenes, de culto ou de
ensino, encontro o pai e a mãe do mexeriqueiro vestidos pela falsidade e pela hipocrisia. Ao regressar a casa, ao entardecer,
também aí o encontro, como uma cobra
que parece pendurar-se no meu tecto, ou
rastejar pelos cantos da minha casa.
Em suma, o mexeriqueiro está em toda
a parte, onde poderá um(a) amante do silêncio repousar?
Existirá algum sítio onde não haja tráfico de conversa barata? Depois, há grupos
de mexeriqueiros que se agridem mutuamente com toda a espécie de mexericos e
se deliciam com os “sons” que provocam
uns nos outros. Para mim, a classe pior de
mexeriqueiros é o grupo que se finge adormecido, mas com o seu ressonar se acorda
a si próprio de tempos a tempos, para dizer
“Quão eruditos somos!”
Com o meu próprio mexerico, satirizei o
mexeriqueiro e os seus amigos, mas também sou um deles.
Rosário (Zaira), funcionária administrativa
Esta podia ser a identificação da Europa
daqui por não muitos anos, mais precisamente em 2050, como apontam as previsões. Não
só será uma Europa mais envelhecida, como
também uma Europa menos povoada. Para
essa data, prevê-se também a ocorrência de
um facto histórico à escala planetária: haverá mais pessoas acima dos sessenta anos
(cerca de 21%) do que com menos de quinze
anos.
O envelhecimento do velho continente começa a partir dos anos setenta, quando os
europeus passaram a ter menos bebés, invertendo a situação dos anos do pós-guerra, período no qual a população europeia cresceu
como nunca (geração dos baby-boomers). O
envelhecimento da população deve-se também ao espectacular aumento da esperança
média de vida ao longo do século XX, graças
aos progressos da medicina, da alimentação
e da higiene. Se no início do século a esperança de vida oscilava entre 30 a 45 anos,
hoje a média planetária ronda os 67 anos.
Este envelhecimento da população europeia tem efeitos mais nefastos do que se
pode, à partida, pensar. Significa que com
menos jovens a descontar para a segurança
social, haverá menos recursos, nos diversos
países, para fazer face ao número cada vez
maior de desempregados e reformados.
Esta situação só se alterará quando os
portugueses, e os europeus em geral, se
consciencializarem de que é necessário ter
mais filhos, se bem que para isso seja fundamental o apoio dos governos, através de
creches gratuitas, maior apoio financeiro às
famílias, gratuitidade dos serviços escolares
e médicos.
Tiago 9º H
Texto Vencedor do Concurso Literário da Semana das Línguas - Alemão
ICH WEIβ NICHT…
Ich lüge nicht, es gibt etwas in dir, das mir bezaubert.
Ich habe Angst vor diesen Gefühlen, dieser Faszination.
Ich bin zu viel täuschend für dich, aber ich habe Angst, dass du mir enttäuschst.
Ich weiβ nicht, ob ich dich liebe aber ich hoffe es bald entdecken.
Du wurdest ein Laster für mich aber ich weiβ nicht, ob ich es ernähren kann, weil ich mit dir
wenige Male bin.
Ich fühle Sehnsucht, ich will mit dir sein.
Ich weiβ nicht, ob diese Gefühle Liebe sind aber ich hoffe, dass du mir es sagst. Die Art, die
du mir es sagen wirst, nur du weiβt.
Mariana Lourenço Boita Agostinho, 11ºD
12
OLHAR CIRCUNDANTE
ANO 5 - Nº 14
TOQUE DE SAÍDA
ENTREVISTA AO PROFESSOR AUGUSTO COUTINHO
“APESAR DO PANORAMA ACTUAL DA EDUCAÇÃO, DESEJO QUE O ECB CONTINUE A SER
UMA GRANDE ESCOLA, COM A QUALIDADE QUE SEMPRE LHE CONHECI.”
Augusto Manuel da Costa Coutinho nasceu
em 1940, em Coimbra, tendo vivido aí até aos
7 anos. Parte para Moçambique com os pais,
regressando aos 17 anos,
altura em que conclui o Liceu
e ingressa na Universidade
de Coimbra para se licenciar
em Geografia. É casado com
M.ª Helena Coutinho, pai de
2 filhos e vive há cerca de 40
anos nas Caldas da Rainha,
tendo exercido docência
no ECB até ao ano lectivo
2008/2009.
foram dados na Associação Académica de
Coimbra. Posteriormente, fui convidado
pelo Dr. Sapinho a implementá-la no ECB.
Tendo
nascido
em
Coimbra, como chegou às
Caldas da Rainha?
O facto de ter de cumprir o
serviço militar obrigatório
trouxe-me, em 1964, para
as Caldas da Rainha.
Depois fui mobilizado para
a Guiné como oficial de
infantaria
durante
dois
anos e regressei em 1967
a Portugal. Estive em
Coimbra a acabar o curso de
Geografia, ao mesmo tempo
que trabalhava na Caixa
de Previdência. Em 1968,
volto definitivamente para
as Caldas, para leccionar
na Escola Comercial e
Industrial das Caldas da
Rainha
(actual
Escola
Rafael Bordalo Pinheiro).
Como surgiu a ligação ao
ECB?
Por um acaso. A determinada
altura,
havia
falta
de
professores no ECB e o Dr. Sapinho convidoume para, como professor acumulante, suprir
essa falta, e assim foi. Depois mantive-me por
lá até 2009, tendo apenas interrompido num
período curto de tempo para realizar o estágio
pedagógico, em Leiria.
Como assistiu à consolidação de uma
escola com a dimensão actual que tem o
ECB?
Conheci a escola desde que as paredes não
estavam pintadas (gargalhadas). Recordo-me
de existirem aulas de cozinha num barracão.
Foi uma transformação radical que não
fica ao alcance de qualquer entidade. Esse
desenvolvimento deve-se muito ao perfil
dinâmico do Dr. Sapinho.
Sabemos que contribuiu para incrementar a
prática da modalidade de judo na Benedita.
Como é que tudo começou?
Os meus primeiros passos nesta modalidade
OLHAR CIRCUNDANTE
Lembro-me que o início não foi fácil, não
havia condições materiais, de tal modo que
começámos a praticar no coro do antigo Salão
Paroquial.
A primeira turma contava com largas dezenas
de praticantes. Os cursos eram abertos a toda
a comunidade. Fui instrutor durante anos;
mais tarde, alguns alunos tiraram o curso de
instrutor e deram prosseguimento à actividade,
tendo sido o primeiro o Manuel Faustino da
Silva (o actual chefe da secretaria do ECB).
Participámos em muitas provas e ganhámos
vários títulos. Quando se realizavam as
provas pelo país, criava-se um ambiente de
familiaridade entre todos. Esta modalidade
deu muita visibilidade ao ECB.
Aquando do aparecimento do Desporto
Escolar, introduziu-se a esgrima e eu assegurei
o lugar de treinador. Já dava esgrima na
Escola Rafael Bordalo Pinheiro, e depois o Dr.
Sapinho mostrou-se interessado em introduzila também no ECB. A meu ver, a esgrima foi
um sucesso em termos de resultados, foram
muitos os títulos conquistados e houve muitas
campeãs nacionais.
Decerto, ao longo destes
anos, passou por algumas
situações divertidas aqui
na Escola. Quer partilhar
alguma connosco?
Claro, são muitos anos no
mesmo local e há sempre
situações engraçadas que
ficaram na memória. Lembrome de uma muito curiosa que
remonta há muitos anos atrás,
ainda naquele tempo em que
havia aulas de culinária no
ECB, integradas no Curso de
Formação Feminina. As alunas
faziam pratos deliciosos e eu
era quase sempre convidado
para dar um parecer e
acabava por comer imenso,
de tão deliciosos que eram.
Foram
épocas
diferentes
que me marcaram enquanto
profissional do ensino e
enquanto pessoa. Lembrome ainda das festas, teatros
e espectáculos musicais que
decorriam com regularidade;
houve alguns em que a minha
mulher era convidada para
cantar fado.
Na condição de professor
durante
quatro
décadas,
como
tem
reagido
às
mudanças
no
sistema
educativo ao longo destes
anos?
Lá me fui adaptando às
mudanças, mas olho com
muito receio o futuro da educação, porque
julgo que o critério economicista é que tem
servido de base às reformas educativas.
Qualquer mudança é mais uma tentativa para
poupar. Por outro lado, instalou-se um clima
de facilitismo, totalmente coerente com o
critério economicista que referi.
Para finalizar, gostaria de deixar alguma
mensagem para os próximos 45 anos?
Apesar do panorama actual da educação,
desejo que o ECB continue a ser uma grande
escola, com a qualidade que sempre lhe
conheci. Isso é mesmo o mais importante, e
falo de qualidade em todos os campos. Todos,
sem excluir nenhum, pois esta instituição
sempre procurou a qualidade.
Entrevista feita pelos professores Clara Peralta,
Ricardo Miguel e Valter Boita
13
TOQUE DE SAÍDA
ANO 5 - Nº 14
1º Prémio - Ensino Secundário
AGITAÇÃO MARÍTIMA
A MINHA ESCOLA FAZ 45 ANOS…
Corria, fugaz e apressadamente, o ano de
1965. A história vincava-se a cada instante. A
mini-saia envolvia o corpo feminino, liberto.
A guerra era o sobrenome do Vietname. Os
“Beatles” eram aclamados mundialmente. E…
nasci. A 23 de Fevereiro. Harmoniosa e humilde, numa pequena fábrica de cutelaria desactivada, aqui, no meu berço: Benedita (curiosamente tal como sou: Benedicta).
O meu nome? Instituto Nossa Senhora da
Encarnação, Cooperativa de Ensino e Cultura.
Longo! Vulgo: Externato Cooperativo da Benedita. Filiação: Aventura e Coragem. Aventura, sim, mobilizadora das competências dos,
então sonhadores, habitantes da Benedita.
Coragem sim, em fintar a realidade, opressiva e ditatorial, então em vigor em Portugal.
Uniram-se, deixando um embrião que cresceu, que hoje sou. Embrião este com origem
no pensamento dos meus fundadores.
Missão? Três: elevação dos níveis de
escolaridade, desenvolvimento local e valorização cultural. Pois, foi neste contexto que
cresci. Como escola que sou, fui “mãe” de
muitos com grandiosas capacidades, disponíveis ao bem comum.
E hoje? Hoje volto a nascer! Faço quarenta e cinco anos. Sim, o tempo passou por
mim. A verdade é que envelheci, feliz e cumpridora de sonhos e missões. Mas sinto-me
nascer a cada instante para a fugaz novidade, com a certeza eterna de que continuo a
merecer e exigir o empenho, esforço e dedicação de todos quantos me sonharam e sonham. Porque hoje sou mais do que obra que
Homens sonharam. Hoje sou rainha coroada
de êxito e prova viva de que quando o Homem
conhece o segredo da intensa palavra “Quero”, cumpre-se a obra, cumpre-se o Homem,
cumpre-se o sonho.
Filipa Isabel Serrazina, 12ºC
PASSAGENS DA VIDA
LIBERDADE DE VIVER
Há momentos de todas as cores
Há sentimentos de todos os feitios!
Sinto uma tristeza
Sem fim
Dentro de mim
O meu coração
Bate como um relógio
Sinto um calafrio
Dentro do meu ser
Esta dor é tão forte
Que quase me derruba
A minha mente
Desapareceu no infinito
Não sei explicar
Este vazio dentro
Do meu corpo
Como continuar
Gostava de ser uma semente
Para ser transportada pelo vento
Gostava de soltar a minha mente
E deixá-la à deriva por um momento
Sem parte definida
Sem local de chegada
Sem destino
Queria voar, voar, voar…
Queria sentir, sentir…
Queria apanhar…
Essa Liberdade de Viver
Ser livre no tempo
Soltar todo o meu ser
Libertar-me das amarras da vida
Ser livre de voar pelo mundo
Ai, como eu queria ser assim
Oh! Como tudo começa...
Na ternura de ser pequenino:
De já sentir o coração
A bater, a bater e a bater
Sem saber bem porque razão
Amamos de tal forma!
Oh! E quando nascemos...
Nem se contam os batimentos que vão
Em três pequenos corações,
Que alegria, que felicidade!
Oh! Quantas são as mãos
Do mundo que se entrelaçam
A ajudar, a partilhar, a abraçar.
Mas não é sempre assim...
Porque existe o mau,
Dominante da guerra,
Capaz de separar todos
De todas as formas:
Derrubando a sensibilidade
Fechando os olhos
Traindo as cores
Dos bons momentos.
Mas felizmente
Não supera o Amor.
Sim, aquele sentimento
Mesmo, mesmo invencível!
É impressionante
Aquilo que somos capazes
De fazer por ele...
Sara Catarina dos Santos Geménio, 11º H
Somos capazes
De chegar ao infinito,
De saborear o impossível
E até de o próprio ser abandonar —
Tudo, mas mesmo tudo,
Por uma grande razão.
O mar vai…
O mar regressa…
A vida que cai
E um amor que nunca cessa
Ostento a tua alma
Ladeio o teu corpo brando
A Natureza fica calma
E os passarinhos cantando.
Que sonho tão bom
Que abraços inseparáveis
Ao embalo deste som
De beijos inacabáveis.
O tocar prolongou-se
O carinho nunca acabou
A voz adiantou-se
E tudo começou.
Duas almas estendidas
Dois corpos temidos
Duas vidas esquecidas
Num tocar tão sentido.
O vento aviva
Acalmando os sussurros
Que se traduzem numa ameaça
Para os perigos futuros.
As pétalas caem
Com a fúria do sofrimento
As lágrimas sobressaem
Na ausência de contentamento
Um raio iluminou o nosso rosto
A vida sorriu e proclamou:
Não vos deixais levar num desgosto
A vida é uma maravilha que vos alegrou.
As lágrimas partiram
O rio secou
Os rostos sorriram
E a vida parou.
Um beijo emergiu
Os lábios encarnaram
Um pássaro surgiu
Embalando o sonho em que ficaram.
As últimas palavras ressoaram
Os dois amores nunca se abandonaram
E agora que os últimos avisos sobrevoaram
Os dois corpos lá se separaram.
Uma despedida temível
Abraços e beijos memoráveis
Mais um dia inesquecível
E mais belos momentos relembráveis.
Joana do Mar, 12º C
(Aquela pela qual te escrevo).
Danny Siopa, ECB
14
RECRIAR O MUNDO
ANO 5 - Nº 14
TOQUE DE SAÍDA
O DESAFIO DE BEM ESCREVER
Escrever. Produzir. Elaborar um texto, eis
o desafio!
O desafio fora lançado numa situação em
particular – para o concurso literário subordinado ao tema: A minha escola faz 45 anos…
Os alunos reagiram das mais diversas formas: uns por interesse, outros com indiferença e outros, ainda, por ver somente.
Interesse? Sim! Mas como fazer um texto
(Ainda por cima para concurso!) sobre a Escola que muitos frequentam e sobre a qual só
sabem como é?
Bem, talvez seja altura de perguntar quem
são os interessados. Do sétimo ao décimo segundo ano, ainda são bastantes.
Quem precisa de ajuda? Os mais pequenos, claro! Diriam os mais desatentos. Os
mais pequenos necessitam, sem dúvida, de
mais atenção e orientação. Não convém esquecer que os outros… também.
De que precisam? Ajuda. É que as perguntas surgem em catadupa: Que tipo de texto
fazer? Ficção, descrição, reflexão ou opinião?
A história da Escola e da Benedita, onde procurar? Como tratar a informação?
Pois é, não é fácil! As ideias até podem
deambular pelas cabeças pensadoras, no entanto é difícil colocá-las no papel. Afinal, há
que falar da ESCOLA para que se perceba a
importância que tem e teve, ao longo de todos
estes anos… E depois… talvez se ganhe o
primeiro lugar… se fique conhecido… alguém
fique orgulhoso…
Conclusão, escrever NUNCA é fácil! O turbilhão de ideias deverá ser controlado, resultando num TEXTO com qualidade. É preciso
não esquecer que o acto de escrita deverá
revelar construção de conhecimento. Deverá
revelar um discurso coerente, coeso, organizado, conjugado com a elaboração estética e
diversidade de vocabulário. Não esquecendo
o sentido crítico e uma boa dose de sensibilidade.
Ora em que ficamos? Alguém se aventurou
a tal desafio? Escreveram ou não?
Sim, senhor! Pesquisaram, escreveram,
riscaram, rasuraram… Inspiraram e inspiraram-se … e voilá! Apareceram alguns textos
para o tão divulgado concurso: reflexões,
descrições, memórias, narrações, …houve de
tudo um pouco.
E os concorrentes foram muitos? Qua-
1º Prémio - 3º Ciclo
A MINHA ESCOLA FAZ 45 ANOS…
Eu sou aluna do Externato Cooperativo da
Benedita e vou contar uma história que inventei, mas que poderia ter acontecido. Bem, aqui
vai...
A história começa há 45 anos, com um grupo de crianças que fazia uma corrida de bicicleta na estrada, quer dizer, naquele tempo,
caminho de cabras. Naquela altura já existia a
Igreja, talvez não tão bonita como hoje; existiam, também, algumas casas que hoje já não
existem. Aquele grupo de crianças iria ser a
primeira turma desta prestigiada escola, mas
isso é assunto para mais tarde. Aquelas crianças, que agora paravam à frente de um barracão ao lado da igreja, tinham um desejo, o
desejo de aprender, mas não podiam, porque
para aprender tinham de ir para uma escola e
a escola era muito longe daquela terra.
- Tive uma ideia! - disse o João, de repente
- podíamos ter aulas neste barracão.
- Pois! Seria óptimo, bestial, maravilhoso,
se tivéssemos aulas aqui e se pudéssemos
aprender, mas quem as daria? - perguntou a
Maria.
- Calma, eu pensei em tudo! Na terra aqui
ao lado, onde eu costumo ir entregar fruta,
existe um senhor que é amigo do meu pai, e
que um dia me disse que tinha sido professor,
mas que agora não tem emprego. Podíamos
pedir-lhe para nos ensinar - respondeu-lhe o
João.
- Então fazemos assim, nós os dois vamos
falar com esse senhor e vocês arrumam o barracão de modo a parecer uma sala de aula.
Pode ser? - pediu Maria às outras crianças. Sim! - e logo começaram a arrumar.
A Maria e o João lá foram. A viagem durou
apenas alguns minutos de bicicleta. Falaram
com o referido senhor e explicaram-lhe a situação, tintim por tintim.
- Eu gostaria muito de vos ensinar, mas
têm de compreender a minha condição para
tal - disse ele.
- Que condição!? - perguntou a Maria muito
curiosa.
- A condição de obedecerem àquilo que vos
pedir para fazerem, de estarem atentos às aulas e de arrumarem tudo no final - respondeu
o senhor, já agora, de nome Luís Baptista.
- Sim, nós prometemos fazer isso tudo
desde que possamos aprender – disseram as
crianças já aos pulos de tanta euforia.
- Óptimo, vamos lá então conhecer a nossa
escola.
Quando chegaram ao barracão, as outras
crianças já tinham tudo arrumado e tinham
conseguido improvisar mesas para todos e
uma secretária.
- Olá, crianças! - disse o Sr. Baptista - fizeram um óptimo trabalho e já podem ir descansar, que amanhã vai ser um longo dia.
E assim nasceu o Externato Cooperativo
da Benedita, (na minha imaginação). A nossa escola, aquela em que hoje estudamos,
passou de um barracão velho como sala de
aula, umas caixas como mesas improvisadas
e alunos desejosos de aprender, a um edifício enorme, que, na minha opinião, tem muito
boas condições. Para mim, a melhor de todas
as Escolas, (só conheço esta, mas, mesmo
assim, é especial), com salas e mesas reais;
pátios enormes para a brincadeira e, claro,
muitos e muitos anos de sabedoria.
Sofia Neto Fernandes, 8ºH
renta e seis. Chegam? São suficientes para
os professores, membros do júri, lerem, analisarem, se desanimarem ou deliciarem com o
produto!
Mas deliciaram-se? Sem dúvida! Quais
provadores de um bom vinho, de um bom doce
com cereja no topo,… Revelando mais uma
vez a capacidade de jovens escritores, uns
mais verdes, outros mais maduros.
As palavras podem falhar quando queremos exprimir um pensamento ou uma realidade! No caso em particular de que falo –
os textos para o Concurso Literário - tal não
aconteceu para os escolhidos a premiar (três
primeiros lugares distribuídos por cada um
dos ciclos, básico e secundário, havendo dois
em ex aequo no terceiro lugar).
À moda de Carlos Drummond de Andrade,
diria: É preciso salvar a escrita, é preciso crer
nos alunos, é preciso apagar as dúvidas, é
preciso ler bons autores, é preciso acreditar,
é preciso anunciar para algo nascer!
Professora Lucília Borges
A VIDA É UM JOGO
A vida é um jogo,
não se pense que é prazer fácil,
que há flores e pores-do-sol todos os dias,
coisas bonitas a toda a hora.
Se assim for já estou enjoado do bonito,
cego, com os sentidos tapados.
O bom da vida será jogar,
não se pense que é dinheiro fácil.
Se fosse, toda a gente estaria bem.
O bom será conseguir em lutas pequenas
destruir grandes açucenas,
compor ou desmanchar poemas.
A vida é obra-prima,
seja a destruição total,
composta musicalmente
num gráfico de emoção,
rasgante e clemente.
Não querendo eu jogar como um viciado,
escrevo e analiso já agarrado,
rimo cartas e químicos coloridos,
já conheço tudo pelo ar mais triste.
Nunca tendo chegado ao fim,
não saberei se ao quebrar a regra
estou próximo,
porque tanto nasci, tanto me escrevi.
Ruben do Carmo, 12º Ano
RECRIAR O MUNDO
15
TOQUE DE SAÍDA
ANO 5 - Nº 14
DESPORTO ESCOLAR
No passado dia 1 de Maio, a aluna Maria João Ladeira, do 9ºH,
classificou-se em 4ºlugar, no Encontro Regional de Ténis, no âmbito do Desporto Escolar, e obteve um 3ºlugar, por equipas, numa
actividade que se realizou em Setúbal e que foi acompanhada pelo
professor José Vinagre.
Também no Desporto Escolar, e sob a orientação da Professora
Rita Pedrosa, a equipa de Rugby do ECB disputou a fase Regional
de Sub-18 nas Caldas da Rainha no dia 21 de Abril, onde obteve um
6ºlugar. No dia 26 de Maio, a equipa deslocou-se a Peniche, para aí
realizar jogos de Rugby na Praia, vertente sempre muito apreciada
pelos atletas.
A RAINHA NATUREZA
É incrível a força da Rainha Natureza. O Homem depende dela,
vive nela, sofre com os actos dela, muitas vezes consequência dos
seus próprios actos. Foi no passado mês de Abril que a Rainha voltou a dominar, sempre imponente, talvez um pouco impulsiva, com
a sua ferocidade peculiar. O trono foi montado num vulcão em erupção, o Eyjafjallajokull, na Islândia, essa ilha perdida num oceano outrora navegado por exploradores expeditos, em busca de tesouros
distantes e povos com culturas distintas, a qual alberga um número
significativo de vulcões. Uma nuvem de cinzas saída das entranhas
do Eyjafjallajokul espalhou-se por várias regiões europeias, e por
causa disso muitos voos foram cancelados. Desde o Reino Unido,
passando por países como a França e a Espanha, nem o magnífico
arquipélago dos Açores escapou à ira de Sua Majestade.
É claramente impossível o Homem, servo da Soberana Natureza, travar a sua cólera. Todavia, com o avanço da ciência e da
tecnologia, e o conhecimento de diversos métodos de previsão de
catástrofes naturais, devem unir-se esforços no sentido de antever
possíveis tragédias. Além disso, as populações devem participar
em exercícios de simulação regulares e ser informadas acerca das
formas de protecção em situações de risco. E tudo pode começar
com a informação e preparação no espaço escolar.
Ana Paula Cruz, 8º F
UMA AVENTURA - UM PROJECTO
Projecto, segundo definição
da UNESCO (Glossary of Educational Technology Terms), é uma
actividade prática significante, de
valor educativo, que visa um ou
vários objectivos. Implica pesquisas, resolução de problemas e,
muitas vezes, uma produção. Tal
actividade é planificada e conduzida pelos alunos e pelo professor, em conjunto, num contexto
real e verdadeiro.
Desta forma, as alunas Ana
Isabel Antão, Laura Gonçalves
e Mariana Rodrigues, do 12.º B,
têm, nas aulas de Área de Projecto, orientadas pela professora
Paula Castelhano, como principal
objectivo de investigação analisar
a genotoxicidade de efluentes tratados de indústrias de cutelarias
do concelho de Alcobaça. Neste projecto, têm como colaboradores directos as empresas, as
quais cedem os seus efluentes já
tratados, pois possuem recursos
humanos e materiais adequados
para efectuar o tratamento físico
e químico de efluentes, com certificados de qualidade ambiental.
A Genotoxicidade é a capacidade que alguns compostos, xenobióticos, têm de induzir alterações
no material genético de organismos, sendo essas alterações responsáveis pelo aparecimento de
cancros e doenças hereditárias.
O conhecimento do potencial genotóxico de um fármaco ou de
16
substâncias presentes no meio
ambiente é uma informação essencial para os departamentos
de ambiente, regionais ou nacionais, no que se refere ao estabelecimento de riscos para o
homem e para o ambiente.
Assim, um projecto implica,
por parte dos intervenientes, motivação e coerência no caminho
a percorrer, pelo que deve estar
de acordo com os valores e princípios que regem a escola. Numa
explicação sucinta das vantagens
do Trabalho de Projecto, pode
dizer-se que é bom para envolver os alunos e levá-los a pensar – o que é, obviamente, uma
finalidade essencial da escola. O
mais importante é que estas alunas aprendam e ganhem gosto
por aprender, pois um projecto é
criado para resolver um problema,
para estudar um tema ou para realizar um sonho.
Alexandra Francisco, Bárbara Quitério
e Inês Severo, 10ºA
LABORATÓRIOS ABERTOS
No passado dia doze de Maio,
os alunos do 10ºC, 10ºD, 12ºA,
12ºB e 12ºC dinamizaram os Laboratórios Abertos de Biologia e
Geologia e de Física e Química,
integrados na Semana Cultural,
e com a supervisão dos professores Ana Fernandes, Isabel
Carreira, Inês Madaleno, Luísa
Fonseca, Paula Arraião e Sérgio
Teixeira.
Nesse dia, os alunos transformaram-se em cientistas, rea-
lizando experiências que foram
mostradas a outros alunos do
ECB e a crianças do Agrupamento de Escolas da Benedita,
do Centro Social Paroquial e do
CEERIA.
Os alunos divertiram-se, ensinando, e todos esperam que
para o ano estas actividades se
repitam.
Patrícia Ribeiro, 10ºD
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE
ANO 5 - Nº 14
TOQUE DE SAÍDA
FINAL V OLIMPÍADAS DE BIOTECNOLOGIA
No decorrer dos últimos anos,
têm sido promovidas nas escolas
actividades de índole científica e
social que, tendo um cariz extracurricular e voluntário, visam testar as aptidões dos jovens nas
mais diversas áreas, elegendose, posteriormente, um vencedor.
Estas actividades têm importância, uma vez que promovem o
gosto, a motivação e o trabalho
nas áreas em que os alunos são
avaliados, despertando neles uma
sede de vitória saudável e promovendo o crescimento de adultos
pró-activos. Estando o Externato
a par da relevância destas provas,
os alunos, através do incentivo
dos professores, têm sido motivados para participar, conseguindo
marcar presença em fases nacionais destes concursos. Exemplo
disso foram as V Olimpíadas de
Biotecnologia, promovidas pela
Universidade Católica Portugue-
sa, através da Escola Superior
de Biotecnologia do Porto, onde,
após duas fases realizadas na escola por um grupo de alunos das
turmas B e C do 12º ano, quatro
alunos do 12º B foram apurados
para disputar a final nacional que
se realizou no dia 23 de Abril, na
cidade Invicta.
A competição compreendeu
provas escritas e orais durante
a manhã, e actividades laboratoriais e palestras durante a tarde:
um dia bastante enriquecedor
para estes quatro jovens, a Inês
Belo, a Liane Canas, a Mariana
Rodrigues e o Paulo Batista, que
contactaram com o ambiente universitário e ficaram a saber mais
sobre a investigação na área da
Biotecnologia. Relativamente às
classificações, embora nenhum
dos alunos tenha conseguido um
lugar no pódio, acabaram por ser
bastante positivas, não fosse esta
a derradeira fase nacional. Assim
sendo, foram preenchidos o 20º,
o 19º e o 9º lugar, pela Mariana
e pela Liane, pelo Paulo e pela
Inês, respectivamente.
Este concurso constituiu uma
oportunidade para testar os conhecimentos na área da Biologia
e tornou possível a visita a uma
escola superior. Por tudo isto, é
de louvar a oportunidade concedida e de encorajar todos os alunos a participar nestas iniciativas,
extremamente gratificantes e enriquecedoras!
Os alunos do 12ºB
CAMPANHA MINI - MONOS
Talvez muita gente não saiba, mas os pequenos electrodomésticos (torradeiras, cafeteiras eléctricas, tostadeiras, relógios despertadores…) que conservamos em casa, já sem vida, ou danificados, são designados mini - monos. Apesar de não funcionarem,
nós continuamos a conservá-los em casa, só para não nos darmos
ao trabalho de os depositar no sítio correcto. Então o que é que
acontece? As pessoas, por preguiça, acabam por colocar esses objectos no chão, ao pé dos contentores do lixo. Onde é que está a
separação do lixo?
A propósito deste problema, a escola organizou várias campanhas que têm por objectivo chamar a atenção para a existência de
diversos contentores para a reciclagem de lâmpadas, rolhas, embalagens e também dos tais mini-monos. Essa campanha termina no
final deste ano lectivo.
Inês Couto, 7º G
O LIXO
Chamamos lixo aos resíduos
sólidos, provocados pela acção
do homem, que, por vezes, são
eliminados da forma mais incorrecta, provocando poluição. Por
outro lado, há pessoas já integradas no espírito da reciclagem
que separam todos os resíduos
em casa e no trabalho.
É importante reciclar, pois
através da reciclagem evitamos
o processo de degradação dos
lixos, que pode demorar anos e
anos. Por exemplo, 1000 Kg de
alumínio demoram entre 100 a
500 anos a decompor-se; 1000
kg de vidro, demoram cerca de
4000 anos.
Para além da dificuldade de
decomposição, o lixo transmite doenças através dos animais
que dele se alimentam, tais
como a febre tifóide, o dengue, a
malária, e muitas outras doenças
letais.
Convém lembrar que o lixo
que hoje geramos irá influenciar
a vida dos nossos filhos.
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE
Hélder Cruz, 7º G
17
TOQUE DE SAÍDA
ANO 5 - Nº 14
ENGENHEIRA DO AMBIENTE NA EMPRESA “ÁGUAS DO OESTE”
ENTREVISTA A SÓNIA CATARINA MORGADO
pode dissociar a sensibilização
ambiental.
Em que consiste o trabalho
de um Engenheiro Ambiental?
Gestão dos recursos hídricos,
abastecimento e saneamento.
Tratamento e gestão dos resíduos
sólidos e dos efluentes gasosos.
Gestão de energias renováveis.
Acompanhamento de obras a nível de impactos ambientais. Gestão dos resíduos produzidos em
empresas, etc.
Soubemos que fez as ilustrações de um livro sobre o ambiente, para crianças, intitulado
“Histórias Colectivas sobre a
Água”. Considera importante a
sensibilização desde cedo?
Acho importante a educação
cívica e social, da qual não se
Tem trabalhado especificamente na área de Educação Ambiental. Acha que os jovens de
hoje em dia estão mais alertados para a consciência ecológica?
Têm acesso a muita informação, pelo menos. No entanto,
penso que ainda há um grande caminho a percorrer. Quando pequenos gestos como “não
deitar lixo para o chão” não são
respeitados, é sinal de que ainda há muito a fazer. Sabemos
que as campanhas pontuais não
cumprem o objectivo de mudança
comportamental. Por essa razão,
são necessários planos estratégicos de intervenção prevendo um
investimento continuado no tempo
e integrando uma lógica de sucessão de acções convergentes.
Que hábitos considera importantes para a promoção de
uma melhor qualidade ambiental?
Como sabemos, a garantia da
qualidade de vida deixou de ser
um privilégio para se tornar uma
exigência comum, no entanto, a
qualidade de vida não fica garantida sem se cuidar do ambiente.
Assim, é necessário encontrar o
equilíbrio entre desenvolvimento
e ambiente, de modo a garantir
a protecção e conservação dos
recursos naturais, gerando o menor impacto negativo possível. Há
também um conjunto de hábitos
que cada cidadão pode desenvolver e que podem contribuir para
a preservação ambiental. Para se
chegar a este resultado, não basta minimizar, é preciso optimizar.
Este princípio tem levado ao
desenvolvimento de estratégias
para o uso eficiente dos recursos,
que vão desde a reutilização, ao
aproveitamento, sempre com o
objectivo de evitar desperdícios.
Neste âmbito, surgiu uma área
muito interessante, a educação
cívica e as campanhas de sensibilização ambiental, com uma preocupação fundamental: assegurar
a maturação cívica da população
e a formação de “cidadãos ambientalmente cultos”, consolidando a percepção de que direitos se
conquistam com deveres e que a
tão desejável qualidade de vida
corresponde a um objectivo alcançável quando vivemos em sociedades esclarecidas, nas quais
se pratica a gestão partilhada de
responsabilidades. Seguindo esta
raiz cognitiva e aplicando as estratégias necessárias à prossecução dos seus objectivos, pode-se
actuar neste sentido:
a) Mobilização das populações
para a importância da adopção
de comportamentos de cidadania
que visem: a redução da produção de lixo na origem; a reutilização dos materiais, promovendo o
conceito que está associado ao
facto de os recursos não serem
inesgotáveis (quase todos os materiais que consideramos lixo têm
valor e podem ser reconvertidos);
a reciclagem como estratégia de
valorização e como forma de reduzir custos pessoais com o encaminhamento dos resíduos produzidos.
b) Promoção da gestão de processos de propagação da mensagem, nomeadamente quanto às
questões que estão relacionadas
com a “responsabilidade de cidadania” e o “respeito” pela coisa
pública.
Pela sua experiência enquanto engenheira, qual é o balanço
da qualidade ambiental nesta
região?
No que respeita aos recursos
hídricos, temos a segunda bacia
hidrográfica, a nível europeu, em
maior risco, porque não tem qualidade, devido à poluição hídrica.
Gostaríamos que deixasse
um comentário acerca do papel
do Ministério do Ambiente sobre a política de Educação Ambiental na Sociedade, especialmente nas escolas.
Penso que temos algum apoio
e que poderia haver mais. Mas
por enquanto ainda é uma área
em crescimento, este processo é
lento, mais vai crescendo.
Bernardo Vinagre, Inês Tinta e
Margarida Silva, 10º A (JRA - Jovens
Repórteres para o Ambiente)
ECB NA IPY SCIENCE CONFERENCE
O Externato Cooperativo da Benedita vai
estar representado na conferência científica
sobre o Ano Polar Internacional 2007-2009
(IPY) que se vai realizar em Oslo, na Noruega, entre 8 e 12 de Junho. A professora Patrícia Azinhaga participa no maior encontro de
ciência polar alguma vez realizado, onde são
esperados cientistas, professores e outros
profissionais de mais de 60 nações e onde o
biénio foi assinalado com 160 projectos em
áreas distintas da investigação física, biológica e social.
Promover a interacção directa entre os grupos responsáveis por cada projecto é um dos
objectivos do encontro, durante o qual serão
publicados os resultados preliminares do IPY,
com particular ênfase para os novos conhecimentos sobre as ligações entre as alterações
climáticas nas regiões polares e o sistema
climático global. Durante os dois anos de ac18
tividades observaram-se novos fenómenos,
fizeram-se descobertas científicas fundamentais, desenvolveram-se novos métodos e instrumentos e, mais importante, ganhou-se uma
nova compreensão do papel das regiões polares da Terra no sistema global. Sabe-se hoje
que as mudanças polares envolvem o oceano,
a criosfera e a biosfera, logo, o que acontece
nas regiões polares afecta o resto do mundo.
Integrada na IPY Science Conference,
Oslo acolhe ainda, nos dias 6 e 7 de Junho, a
conferência Polar TEACHERS, onde Patrícia
Azinhaga se junta a mais 113 professores de
20 países, sendo o ECB a única escola portuguesa presente. A nossa escola foi um dos
estabelecimentos de ensino que participou activamente no projecto educativo Latitude60!,
realizado no âmbito das comemorações do
Ano Polar Internacional. Aproveitando uma
oportunidade única de partilhar experiências e
ideias com docentes de outros pontos do mundo, Patrícia Azinhaga leva até Oslo o testemunho das actividades que foram dinamizadas
na escola e o impacto nos alunos que nelas
estiveram envolvidos.
Grupo de Biologia/Geiologia
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE
ANO 5 - Nº 14
TOQUE DE SAÍDA
EYJAFJALLAJOEKULL
O PEQUENO VULCÃO QUE PAROU A EUROPA
As grandes catástrofes que ocorreram, quer
no espaço quer em terra, desde há muito que
preenchem o nosso imaginário: livros como os
de Júlio Verne, ou filmes como Núcleo e 1012
são um exemplo disso mesmo. As consequências da erupção do vulcão Eyjafjallajoekull, no
Sul da Islândia, que temos acompanhado pelos meios de comunicação, parecem ter sido
retiradas de um destes filmes, ou
poderiam mesmo servir de argumento para um novo filme.
Segundo as teorias mais aceites
pela comunidade científica, o vulcanismo foi responsável, num passado geológico muito distante, pela
formação das condições atmosféricas que permitiram a existência de
vida na Terra: a actividade vulcânica terá libertado uma grande quantidade de gases que, depois de um
conjunto de reacções químicas bastante complexas, teriam formado os
primeiros compostos orgânicos – matéria-prima essencial a todos os seres vivos. Contudo,
sempre que um vulcão entra em erupção, ou
mesmo sem entrar em erupção, emite grandes
quantidades de gases, nomeadamente dióxido
de carbono e dióxido de enxofre. Os efeitos da
introdução destes gases na atmosfera são semelhantes aos resultantes da introdução dos
mesmos gases pela mão humana. Portanto,
teremos consequências gravosas nesse aspecto, nomeadamente as que poderão advir
do aquecimento global.
Na Islândia, a erupção do vulcão Eyjafjallajoekull está relacionada com a fronteira de
placas tectónicas que a atravessa e, por este
facto, a taxa de actividade vulcânica é ali muito elevada, com um grande número de vulcões
activos. Um dos menos conhecidos é este que
entrou recentemente em actividade, espalhando pelos céus da Europa e Atlântico Norte
uma nuvem de cinzas que afectou a circulação
aérea, bem como a vida de um grande número de pessoas. Ao mesmo tempo, fala-se na
possibilidade de outro vulcão, o Katla, que se
encontra a aproximadamente 25 km do primeiro, entrar também em actividade. Se olharmos
atentamente para a sua estrutura geológica,
verificamos que são dois vulcões muitos próximos e alongados na mesma direcção, logo,
é possível que o sistema de condutas que faz
o transporte de magma para a superfície seja
comum aos dois e, portanto, a desestabilização de um deles pode levar à desestabilização
do outro.
O grande impacto desta erupção na circulação aérea relaciona-se com o facto de ter
ocorrido sob um glaciar. A interacção entre a
água do glaciar e a lava provoca uma maior
quantidade de gases, resultantes da vaporização da água e da fusão do gelo, o que origina,
por um lado, uma coluna de gases muito mais
volumosa do que aquela que se formaria em
circunstâncias normais e, por outro, uma maior
quantidade de cinzas vulcânicas muito leves
que são arrastadas por esses mesmos gases.
A coluna eruptiva atingiu cerca de 10.000 metros de altitude, altura de voo de cruzeiro dos
aviões comerciais, condicionando seriamente
a circulação aérea, pois as cinzas podem danificar os motores dos aviões. Felizmente, a
coluna tende a decrescer ao longo do tempo:
por um lado, as erupções geralmente acalmam
à medida que se vão desenrolando; por outro, à medida que o gelo
vai derretendo, a interacção com a
água de fusão vai sendo cada vez
menor.
Uma das questões que se têm
levantado nos últimos anos é se o
impacto ambiental das actividades
humanas estará relacionado com o
aumento de erupções vulcânicas.
Segundo alguns especialistas, este
aumento poderá ocorrer em consequência de alterações climáticas,
por fusão das massas de gelo que
estão por cima de alguns vulcões, nomeadamente na Islândia, onde praticamente todos
os vulcões se encontram sob glaciares, assim
como na Antárctida e em algumas outras zonas do globo. Se houver um aquecimento que
leve à remoção dessas massas de gelo, fazendo diminuir as tensões a que as rochas sob os
glaciares estão sujeitas, tal facto poderá facilitar a ascensão do material magmático, aumentando a frequência destes fenómenos.
Ainda existem poucos trabalhos sobre o
efeito das alterações climáticas nos vulcões,
contudo, devido a um aumento do impacto
destes fenómenos na vida das populações, é
uma área que certamente irá ter muitos avanços no futuro.
Professor Sérgio Teixeira
CATÁSTROFES NATURAIS
Hoje em dia, somos assolados, em nossas casas, por notícias de
catástrofes naturais que ocorrem aqui, ali e além. A parte boa é que
vivemos num cantinho do Mundo ainda resguardado da maioria destas intempéries, e as notícias chegam-nos apenas através dos meios
de comunicação social. Infelizmente, há pessoas que vivem de perto
os horrores de ver desaparecer os seus familiares, bem como aquilo
que possuíam e que tinham construído com o suor de uma vida.
Exemplos destas catástrofes são os intensos sismos que se fizeram sentiram no Haiti, ou mesmo no Chile, e a revolta da Natureza
que fez com que, na Madeira, as águas e o deslizamento de terras
causassem grande destruição. Estas catástrofes podem ser provocadas pela dinâmica interna da Terra, mas a maioria está associada a
condições atmosféricas: o calor e a chuva, entre outras.
Podemos comprovar que estas catástrofes (furacões, cheias ou
inundações, avalanches, vagas de calor ou de frio) tendem a aumentar, e todos somos um bocadinho responsáveis por isso, pois, em
grande medida, as alterações climáticas são causadas pela acção
humana.
Tu podes marcar a diferença, fazes parte da geração do futuro: vamos trabalhar em conjunto para diminuir o impacto da acção
humana e deixemos a Natureza fazer o resto.
Inês Couto, 7º G
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE
Imagem do Terramoto no Chile
19
TOQUE DE SAÍDA
ANO 5 - Nº 14
CPAS@2010 – CONCURSO DE PROGRAMAÇÃO
AS TIC E A EMPREGABILIDADE
As professoras Paula Castelhano e Patrícia Azinhaga foram convidadas pelo departamento de Física da Universidade de
Múrcia a publicar um artigo sobre ciência
recreativa na revista Eureka para la Enseñanza y la Divulgación de las Ciencias
(http://www.apac-eureka.org/revista/).
O artigo incidirá sobre a actividade
prática “O que está por baixo dos nossos
pés”, apresentada no Festival “Ciencia en
acción 10”, em Granada, nos dias 25 a 27
de Setembro de 2009.
Professora Paula Castelhano
SOLUÇÕES
Enigma do Carrossel
1 Jorge, 2 Alice, 3 Diana, 4 Maria, 5 tom, 6
Bernardo, 7 Joana, 8 Frederico, 9 Tiago, 10
Cristina, 11 Elisa, 12 Carlos, 13 Guilherme,
14 Catarina, 15 Luísa e 16 Pedro.
Enigma das moedas de cor
1 moeda vermelha = €0,72
1 moeda azul = €0,68
1 moeda amarela = €2
1 moeda verde = €0,88
Professor Samuel Branco
DIVULGADO EM ESPANHA
é
20
dispositivos tecnológicos, e
28%, competências básicas
em TIC, situando-se abaixo
dos 10% aqueles que não terão qualquer competência. A
maioria dos inquiridos considera que o sector da Educação deve preparar melhor o
seu público.
As tecnologias encontramse em grande desenvolvimento, exigindo mão-de-obra
cada vez mais especializada,
prometendo maiores perspectivas de carreira e melhores salários. Afirmou José
Dias Coelho, presidente da
Associação para a Promoção
e Desenvolvimento da Sociedade da Informação (APDSI),
PROJECTO ECB
cidades
Um estudo da IDC – empresa global de estudos de
Tecnologias de Informação –
encomendado pela Microsoft,
sugere que em Portugal, nos
próximos 5 anos, 90% das
profissões venham a exigir
competências em TIC, independentemente do sector.
Isto faz com que o ensino, a
formação e as competências
tecnológicas tenham uma especial importância para quem
procura emprego e quer manter o seu posto de trabalho.
No mesmo prazo, os empregadores europeus esperam que, em média, 31% dos
funcionários tenham competências na utilização de
à revista Exame Informática:
“Este é um sector que não
parou de ter dinamismo e, por
isso, os engenheiros informáticos ganham acima da média
das outras profissões exercidas por pessoal qualificado”.
O presidente da APDSI
afirmou também que “As empresas sabem que as tecnologias ajudam a produzir mais
e melhor. E há algumas que
já só conseguem existir com
tecnologias.” Então, há que
saber escolher, para garantir
um melhor futuro profissional,
cursos certificados e reconhecidos pelas principais marcas
tecnológicas. Os cursos certificados são uma forma rápida
de obter conhecimentos e de
dar algumas garantias às empresas. É o caso dos cursos
CCNA e do CCNP da Cisco.
Uma outra vantagem deste
tipo de cursos é que normalmente permite a fácil adaptação a outras marcas tecnológicas. Assim, verificou-se
que 66% dos formandos que
optaram por este tipo de formação viram melhoradas as
suas condições de empregabilidade.
Professor Alexandre Lourenço
duas
ção do CPAS@2010 – Concurso
de Programação para alunos do
Ensino Secundário que visa fomentar nestes alunos o gosto pela
programação. E foi com enorme
prazer que os acompanhei nesta
merecidos troféus. Das três equipas do ECB, a que teve melhor
desempenho foi a “Quebra-cabeças” – Nelson Pestana, do 12ºG,
e Flávio Penas, do 11ºG – equipa
que alcançou o 21º lugar da geral,
com dois problemas resolvidos
correctamente. As outras equipas do ECB integravam também
alunos do 11º G: “Salada D’avó”
– David Lopes e Diogo Radamanto – e “RB” – Bruno Luís e Rita
Henriques.
A pedido de vários alunos e
dos professores acompanhantes,
a organização decidiu dar continuidade a este concurso, pelo que
os alunos poderão ainda tentar
encontrar soluções para os problemas que não foram resolvidos,
enviando-as através do sistema
de submissão online.
Enigma dos barcos
A distância entre as
9Km+7Km=16Km.
Foi no dia 29 de Abril que seis
alunos do Curso Profissional de
Informática de Gestão se deslocaram ao Colégio Internato dos
Carvalhos, em Vila Nova de Gaia,
a fim de participarem na VI edi-
deslocação.
Após termos sido recebidos
pela organização, as equipas
encaminharam-se para os laboratórios de informática onde iniciaram contacto com o sistema
de submissão dos problemas. Em
seguida realizámos uma visita à
Expocic, uma mostra dos cursos
ministrados na Instituição e também dos projectos desenvolvidos
pelos alunos.
O torneio iniciou-se por volta
das 11.30h. Incluindo um total de
10 problemas com um grau de dificuldade considerável, pôs à prova as capacidades, a destreza e a
perspicácia das equipas.
Enquanto os alunos prestavam
provas, os professores acompanhavam com bastante entusiasmo
os resultados e as pontuações
que iam sendo alcançadas. No
final, apuraram-se os vencedores, tendo-lhes sido atribuídos os
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE
ANO 5 - Nº 14
TOQUE DE SAÍDA
YURI GAGARIN
O PRIMEIRO ASTRONAUTA
O singular voo de 108 minutos de Gagarin,
a bordo de uma nave esférica de aproximadamente 3 metros de diâmetro, chamada Vostok
(Este), em Abril de 1961, não só representou
uma vitória para a URSS na corrida ao espaço, como gravou para sempre o nome de Gagarin nos livros de História.
Yuri Alekseievich Gagarin nasceu a 9 de
Março de 1934 na vila de Klushino, na região
de Smolensk. Não havia electricidade ou água
canalizada na quinta comunitária onde a sua
família lutava para ter uma vida modesta. Yuri
trabalhou temporariamente numa fundição de
Moscovo, antes de começar a estudar engenharia na Escola Técnica Industrial de Saratov. Também se inscreveu numa escola de pilotos local e, mal fez o seu primeiro voo, num
Yakovlev-18, percebeu sem sombra de dúvida
o que desejava fazer da sua vida. Em 1955
entrou para a escola de pilotagem da força
aérea, em Orenberg. Pouco depois, num baile que se realizou na base aérea, conheceu
a sua futura mulher, Valentina. Casaram em
Outubro de 1957.
Gagarin foi colocado numa base da Força Aérea Soviética, localizada na obscura
região do Círculo Polar Árctico e, apesar do
ambiente inóspito, demonstrou profissionalismo e empenho. Ele e Valentina celebraram o
nascimento da sua primeira filha, em Abril de
1959. Uns meses mais tarde, equipas de oficiais começaram a sondar as bases aéreas,
entrevistando pilotos para a possibilidade de
entrarem num projecto especial. Gagarin foi
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE
mandado apresentar-se em
Moscovo para testes médicos
e entrevistas, como um dos
154 candidatos potenciais.
Este número foi depois reduzido para 20 candidatos: Yuri
Gagarin acabava de ser seleccionado para um destacamento de cosmonautas.
No início do verão de 1960,
seis dos vinte candidatos tinham sido seleccionados.
O seu treino intensificou-se.
Uma semana antes do voo
espacial, marcado para 12 de
Abril, a comissão soviética
confirmou que Gagarin era o
piloto escolhido, com Gherman Titov como segundo piloto da missão.
Num discurso feito a 14 de
Março de 1961, o secretáriogeral do partido comunista,
Nikita Kruschev, informou
que a União Soviética estava
prestes a lançar para o espaço a “primeira nave espacial
com um cosmonauta a bordo”. A previsão materializarse-ia quatro semanas depois,
quando o tenente Yuri Gagarin (que foi promovido a major durante o voo)
se tornou no primeiro homem a viajar no espaço.
O lançamento realizou-se às nove horas e
sete minutos, hora de Moscovo, de 12 de Abril
de 1961, com um Gagarin emocionado a gritar
“Pyekhali!” (Cá vamos nós), momentos depois
de levantar voo da plataforma. O segundo estágio do foguete desligou em sincronização
com o planeado e a nave Vostok entrou numa
órbita elíptica com um apogeu de 327 km, um
perigeu de 181 km e uma inclinação de 64,67
graus com o equador.
Nenhum anúncio público foi realizado até
se confirmar que a nave tinha entrado de facto
em órbita. 15 minutos depois do lançamento,
Gagarin transmitiu via rádio que estava a sobrevoar a América do Sul. Bebeu água e comeu
uma gelatina especialmente preparada pela
Academia das Ciências Soviética, enquanto
as notícias do lançamento atravessavam o
mundo. Pelas 10 e um quarto da manhã, Gagarin observava África, anunciando: “Aguento
bem as condições de gravidade zero”.
A sequência de aterragem começaria pouco depois. Após setenta e nove minutos deste
voo histórico, os foguetes de travagem queimaram durante 40 segundos, desacelerando
o suficiente para reentrar na atmosfera terrestre. Por esta altura, o módulo de descida
devia ter-se separado do habitáculo, mas um
cabo que ligava os dois módulos não se partiu. A nave reentrou com uma trajectória em
espiral, expondo áreas desprotegidas ao calor
da reentrada. Com a temperatura da cápsula
a subir perigosamente, Gagarin apenas podia
permanecer sentado, enquanto chamas de um
vermelho vivo envolviam a nave. “Eu estava
numa nuvem de fogo a rasgar caminho de volta para a Terra”, recordaria ele mais tarde.
Dez minutos depois, o cabo que ligava os
dois segmentos da nave finalmente desintegrou-se, a perigosa rotação foi perdendo
energia e Gagarin recuperou os sentidos. A 7
km de altitude, acima da região de Saratova,
a porta da nave rebentou, de acordo com o
plano de voo, e momentos depois Gagarin foi
automaticamente ejectado, aterrando perto da
vila de Smelovka. A nave caiu suspensa do
seu próprio pára-quedas a três quilómetros de
distância.
Entretanto, a propaganda soviética anunciava ao mundo que o cosmonauta tinha aterrado em segurança depois de uma viagem
épica de 108 minutos, incluindo 89 minutos
em órbita. A sua nave tinha atingido uma velocidade superior a 27 mil km por hora, o triplo
da velocidade que algum ser humano já tinha
experimentado.
Em 1964, Gagarin queria desesperadamente voltar ao espaço, numa nova geração
de naves espaciais, mas as suas ambições
iriam encontrar resistência e, depois de um
acidente ocorrido com a missão Soyuz 1, que
custou a vida ao astronauta, foi decretado que
Gagarin era um tesouro nacional, um embaixador mundial da União Soviética, e que não
se podia arriscar a sua vida em mais missões
espaciais.
Desiludido, Gagarin viria a tornar-se director do centro de treino de cosmonautas. Mas
continuava determinado a voltar aos voos espaciais. Uma década mais tarde, volta a realizar treinos em caças de combate para poder
candidatar-se novamente ao espaço. A 27 de
Março de 1968, Yuri Gagarin, de 34 anos, levantou voo num caça MiG-15, juntamente com
o seu instrutor, Vladimir Seryiogin. As previsões eram de mau tempo para esse dia, com
ventos fortes e chuva intensa. Como as condições pioraram, Seryiogin decidiu diminuir o
tempo de voo. Pouco tempo depois, ouviu-se
uma explosão numa floresta perto da base.
Uma investigação recente indica que o
MiG-15 estava a recuperar de um voo picado
quando terá sido apanhado pela turbulência
resultante de um outro avião que passou perto. Esta foi dada como a causa mais provável
do acidente, mas o que quer que tenha acontecido nesse dia, a vida de Yuri chegou a um
fim abrupto.
Neste ano de 2010, o corajoso piloto e primeiro cosmonauta, conhecido como o “Colombo do Espaço”, teria celebrado o seu 76º
aniversário.
Miguel Madruga, aluno do Mestrado Integrado em Engenharia Aeroespacial do IST, ex-aluno ECB
21
TOQUE DE SAÍDA
ANO 5 - Nº 14
VITAMINA DA BELEZA
A cenoura pertence à mesma família botânica que a cicuta, de que a cenoura-brava se
distingue por ter uma mancha
de cor púrpura no centro das
umbelas florais. A cenoura-brava tem uma raiz lenhosa que a
torna inadequada para a alimentação, mas que, aplicada
em cataplasma, tem as mesmas propriedades medicinais
da cenoura cultivada.
No Papiro de Ebers, escrito
pelo ano 1500 a.C. no Egipto,
já se recomendava a cenoura
como cosmético, aplicada em
rodelas sobre o rosto. Hoje
sabemos que o seu efeito benéfico sobre a pele se deve à
provitamina A que contém. É
por isso que se afirma que a
vitamina A é a “vitamina da beleza”.
O Caroteno, ou provitamina
A, é o princípio activo mais valioso da cenoura. No intestino
transforma-se vitamina A ou retinol. A vitamina A desempenha
funções essenciais na fisiologia humana: no mecanismo da
visão; no bom estado da pele e
das mucosas; na produção de
sangue e de anticorpos.
Pelo seu abundante conteúdo em provitamina A, a cenoura é grande utilidade quando
se verifique uma carência desta vitamina. Os sintomas ou sinais de falta de vitamina A são
os seguintes: alterações da visão; alterações da pele; alterações das mucosas transtornos
metabólicos e endócrinos.
TAROT
Suavizante da Pele: aplicada externamente em cataplasma usa-se para curar feridas infectadas, queimaduras,
eczemas, abcessos, acne; e
como cosmético, para embelezar a pele.
Necessidades diárias de
vitamina A: 400µg para as
crianças, 750 para adultos,
1200 para mulheres grávidas
ou a amamentar.
Aplicações da Cenoura:
Diarreia e colite: especialmente nas crianças, devido à
acção da pectina. Administrase ralada ou fervida.
Parasitas intestinais: o óleo
essencial que a cenoura contém é especialmente activo
contra os oxiúros. Toma-se
crua e ralada: de meio a um
quilo, durante 24 horas, como
único alimento. Também dá
bom resultado comer durante
uma semana duas cenouras
em jejum.
Curiosidade:
Os alimentos de origem animal, como o fígado dos mamíferos ou dos peixes, contêm
abundante retinol (vitamina A
animal). O retinol pode chegar
a ter efeitos tóxicos se for ingerido em doses elevadas, ao
contrário do caroteno (provitamina A vegetal), que não tem
nenhum risco de toxicidade,
pois o organismo só transforma em vitamina A (retinol) o
caroteno de que necessita. O
nosso organismo é incapaz de
produzir a vitamina A se não se
lhe fornecer o seu precursor, o
caroteno.
Professor Miguel Fonseca
TARTE DE PHYSALIS
No âmbito de um trabalho da Área de Projecto, dois alunos do 12º ano – o Rúben Silva
e o João Francisco – criaram a receita desta
deliciosa tarte. Foi o culminar de um trabalho
que passou pela análise de algumas substâncias orgânicas e inorgânicas (vitaminas A e C;
antioxidantes, ferro e fósforo) do fruto physalis,
originário da região Amazónica e que, nos Açores, onde também se cultiva, é conhecido por
capucha. Aqui vai a receita:
1 tablete de chocolate Toblerone (200 gr)
150 g de açúcar amarelo
100 g de margarina
1 pacote de natas de soja (200 ml)
5 ovos
3 colheres de sopa rasas de farinha Maizena
2 caixas de Physalis
1 embalagem de massa quebrada (250 g)
te, partido aos bocados, em banho-maria ou no
microondas, e depois mexa bem. De seguida,
bata muito bem os ovos com a farinha peneirada e misture os dois preparados anteriores, o do
chocolate e o do “doce”.
Estenda a massa numa tarteira e pique o fundo com um garfo. Deite o preparado e coloque
no forno a 200ºC, durante cerca de 30 minutos. Depois de cozida, deixe arrefecer e polvilhe
com açúcar ou com canela.
Acompanhe esta maravilhosa tarte com um
chá e, se gostar, junte também uma bola de gelado de baunilha ou menta. Bom apetite!
COMO SERÁ O PRÓXIMO
ANO LECTIVO?
Lançamento:
Torre
Ás de Ouros
Rei Ouros
5 Copas
2 Copas
Sol
Lua
2 Ouros
8 Paus
8 Copas
Confrontados com as nossas próprias limitações – se formos demasiado rígidos, sem flexibilidade – seremos
forçados a transcendê-las, com a ajuda
divina.
Somos seres em construção, em desenvolvimento: se não cuidarmos das
articulações, do modo como cada parte
alimenta, move, colabora com as outras,
poderemos ficar paralisados ou incapazes de movimentos simples como andar,
correr, cantar…
Inícios, novos projectos materiais:
renovação, novos ciclos. Decorrem do
encerrar do ciclo anterior e da abundância dos frutos do nosso labor colectivo.
A aprendizagem resulta também das
perdas, da percepção daquilo que perdemos ou talvez do que já não somos:
da criança ao pré-adolescente, ao jovem…
Partilha: profunda transformação e
crescimento pessoal – emocional e relacional. O novo ano trará certamente
novas amizades, e novas provas.
Professora Ana Luísa Quitério
Professora Isabel Neto
Comece por retirar as sépalas dos frutos physalis, lave-os e corte-os às metades. De
seguida, coloque-os numa caçarola, juntamente
com o açúcar e leve a lume brando. Deixe cozinhar e vá mexendo durante 5 a 10 minutos.
Reserve este “doce”.
Agora, derreta a margarina com o chocola22
MENTE SÃ EM CORPO SÃO
ANO 5 - Nº 14
TOQUE DE SAÍDA
VII NOITE ESTAPAFÚRDIA
No passado dia 28 de Março, o Grupo de
Educação Física do ECB apresentou a “VII
Noite Estapafúrdia”, espectáculo que tem
como principais objectivos dar a conhecer aos
Pais, familiares, amigos e Professores, as actividades realizadas pelos alunos no âmbito
do Desporto Escolar, bem como reforçar os
laços existentes entre toda a comunidade.
Numa noite que prometia muita animação,
o público da Benedita respondeu com grande
prontidão e compareceu em força no Pavilhão
Polidesportivo do Externato. O espectáculo
teve este ano como tema “O Circo”, e a apresentação esteve a cargo do aluno Paulo Batista, do 12ºC, que encarnou a personagem de
Páolo Stapafurdi Cardinalli.
De forma similar a edições anteriores, foram atribuídos simbolicamente os “Prémios
Estapafúrdios”; e os vencedores foram:
Prémio Super-Professor: Francisco Franco
Prémio
Super-Funcionário:
Lucília Caetano
Prémio Carreira: Augusto Coutinho
Prémio Aluno + Popular: Márcio Serrazina
Prémio Super-Atleta: Catarina
Marques e Miguel Silva
Prémio Estapafúrdio-Escolar:
Paulo Batista
Os alunos do 7ºano abriram
o palco, dançando ao som do
contagiante “I gotta a feeling”,
usando máscaras de animais,
simbolicamente representando
“As feras do 7ºano”.
Nesta VII Edição, o Grupo
de Educação Física convidou
alguns ex-alunos que participaram em anos
anteriores para se juntarem à festa. Fábio
Santos aceitou simpaticamente fazer parte da
coreografia, preparada pelo grupo de Dança;
também Ruben Santos deu o seu prazenteiro
contributo nos trampolins, para alegria da plateia, que foi recebendo os artistas com muitos
aplausos. Luís Vicente brindou a plateia “cuspindo fogo”.
Ao longo da noite, foram apresentados os
grupos de Ténis, Râguebi, Triatlo, Badmington, Clube dos Pré-Requisitos e ainda a Orquestra, constituída por ex-alunos, alunos e
encarregados de educação, que tocaram alguns temas relacionados com as artes circenses e outros conhecidos do público.
O esquema intitulado “Bolas Amestradas” constituiu o momento mais electrizante
da noite. Foi protagonizado pelos atletas do
Basquetebol, ao qual se juntaram alguns alu-
nos pertencentes a uma banda musical, numa
apresentação vanguardista e de efeitos visuais
bastante original. Um grupo de alunos do 12ºC
apresentou um criativo e futurista “Capuchinho Estapafúrdio”, num trabalho inteiramente
concebido por eles, no âmbito da disciplina de
Educação Física. Inês Mateus coreografou os
“Leões sobre Rodas”, com suporte musical do
tema principal do filme da Disney “Rei Leão”,
que encantou as largas centenas de espectadores.
Para finalizar a noite, os professores de
Educação Física fizeram as suas traquinices
no trampolim e na cama elástica, ao aparecerem disfarçados de Palhaços Estapafúrdios,
para delícia dos mais pequenos e surpresa
dos mais crescidos!
Foi em clima de festa que todos os participantes comemoraram no palco do Circo,
agradecendo a todos os que se deslocaram
ao Pavilhão.
Professora Estela Santana
ENIGMAS
Enigma do Carrossel
O carrossel da feira roda no
sentido dos ponteiros do relógio e
tem 16 lugares, todos ocupados.
Os lugares estão numerados também no sentido dos ponteiros do
relógio. O lugar 1 é o oposto ao
9, o 2 o oposto ao 10, e assim sucessivamente.
A Cristina está no lugar directamente oposto à Alice, cujo lugar,
numerado com apenas um dígito,
não é o número 1 nem o 9.
O número do lugar da Maria é 3
números abaixo do lugar do Guilherme. Enquanto rodam, o Pedro
está imediatamente atrás do Jorge, cujo número é dois abaixo do
PASSATEMPOS E CURIOSIDADES
da Diana. O Bernardo está um lugar à frente do Tomás e no lugar
directamente oposto à Catarina,
cujo número é maior. O Frederico está um lugar atrás do Tiago,
cujo número, de um dígito (não o
número 1), é 3 números abaixo do
lugar do Carlos. O número da Luísa é divisível por 3 e é um número
acima do da Catarina.
A inicial do nome da criança
sentada no número 1 precede,
no alfabeto, o da criança sentada
no lugar 16, enquanto os nomes
das crianças sentadas nos lugares 3, 10 e 14 não começam por
J. O Guilherme está sentado num
lugar com um número primo que
é maior do que o número do lugar do Carlos, que não é primo.
O número um é considerado um
número primo. Descobre o número do lugar correspondente a cada
criança.
3 moedas verdes + 1 moeda
amarela + 1 moeda azul + 1 moeda vermelha = €6,04
Enigma dos barcos
Enigma das moedas de cor
O Banco do país das cores
mandou cunhar moedas que apenas se distinguem pela cor. Com
as informações que se seguem,
vamos ver se descobres quanto
vale cada moeda de cor vermelha,
azul, verde e amarela:
4 moedas verdes + 1 amarela
+1 azul = €6,20
3 moedas azuis + 2 vermelhas
= €3,48
2 moedas verdes + 1 moeda
amarela = €3,76
Dois barcos navegam ao longo de um rio, entre duas cidades.
Andam com a mesma velocidade
constante: igualmente rápidos no
sentido da corrente, igualmente
lentos no sentido contrário. A determinada hora partem ao mesmo
tempo das duas cidades. Cruzamse a primeira vez a 7 km de uma
das cidades. Param quatro minutos nos seus destinos. Recomeçam a viagem e cruzam-se pela
segunda vez a 9 km da mesma
cidade. Qual a distância entre as
duas cidades?
23
TOQUE DE SAÍDA
ANO 5 - Nº 14
PRIMEIRO DUATLO BTT NOCTURNO
Realizou-se, no dia 15 de
Maio, o “1º Duatlo BTT Nocturno – Benedita”, organizado pela
Escola de Triatlo do ECB, com a
colaboração e apoio da Federação de Triatlo de Portugal.
Os participantes na Prova Lazer percorreram 2,2km de corrida + 6km BTT + 1km de corrida,
enquanto na Prova de Circuito
Regional, as distâncias eram
superiores: 4,4km de corrida +
18km BTT + 2,2km corrida. Em
ambas as provas, o número de
participantes foi elevado e foi
com entusiasmo que a população da Benedita saiu à rua para
apoiar os atletas, alguns deles
alunos do Externato.
Esta
actividade,
inserida
na “Semana Cultural do ECB”,
constituiu uma ocasião para divulgar a modalidade, enriquecendo desportiva e socialmente
a vila da Benedita, e dando a conhecer a grande expansão que
as modalidades, ditas alternati-
vas, começam a ter.
A prova Lazer foi ganha por
Catarina Marques, aluna e atleta
da Escola de Triatlo do ECB e na
Prova do Circuito Regional, Maria Serrazina conseguiu também
o 1ºlugar.
O jovem atleta Miguel Silva
também fez uma excelente prestação, fruto do bom trabalho que
tem vindo a desenvolver.
O Evento foi abrilhantado
com a presença de João Pedro
Silva (ex-aluno do Externato),
que regressou à sua terra-natal,
curiosamente no dia do seu aniversário, onde recebeu o carinho
e apoio de toda a população.
O atleta venceu a Prova pertencente ao Circuito Regional
e prepara-se para lutar por um
lugar nos Jogos Olímpicos de
2012.
Equipa de Duatlo do ECB
Professora Estela Santana
Partida da Prova de Circuito Regional
Partida da Prova de Lazer
LOURDES CASTRO E MANUEL ZIMBRO
À LUZ DA SOMBRA
Até 13 de Junho, pode visitar
no Museu de Arte
Contemporânea de
Serralves a exposição dedicada aos
dois artistas que se
conheceram em Paris nos anos 70, ela
madeirense e ele
alfacinha. As obras
destes companheiros fascinaram os
nossos alunos de Artes Visuais que visitaram
o museu no dia 12 de Março.
Contactando com a riqueza representativa
de Manuel Zimbro, somos encaminhados a observar desenhos de coisas simples da nature-
A ESCOLA É FIXE
za. Guaches de ”Torrões
de Terra” ou esculturas
de “Sementes Voadoras”
deixam-nos presos a uma
série de pormenores tantas vezes quase invisíveis.
Na obra de Lurdes
Castro, são as “assemblages” que nos fazem
parar. Deparamo-nos ainda com as obras de figura e de fundo através de
projecções, com as impressões de sombras e
com as sombras bordadas. Lençóis e lençóis
de sombras bordadas.
Presente também a instalação “Peça”, obra
de Lurdes Castro e Fernando Tropa para a
Bienal de São Paulo, em 1998. Uma peça de
pano branco de 80 metros sobre uma mesa
comprida convida-nos através da luz e das
sombras a criar a nossa própria obra de arte.
Uma exposição a não perder.
Professora Maria de Lurdes Goulão

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