benedita em movimento
Transcrição
DESTAQUES MEDEIA A NOVA PEÇA DOS GAMBUZINOS Página 3 UNIDOS APRENDEMOS MAIS Página 5 externatobenedita.net O QUE PENSAM PAIS E ALUNOS ACERCA DA ESCOLA BENEDITA EM MOVIMENTO Realizou-se na manhã do dia 16 de Maio, domingo, mais uma edição do projecto “Benedita em Movimento”, organizado pelo Grupo de Educação Física, coadjuvado pelos alunos do 11º I do Curso Tecnológico de Desporto, com a colaboração dos Bombeiros Voluntários da Benedita. A actividade realizou-se na Avenida Padre Inácio Antunes e zonas envolventes e contou com a presença de várias empresas e instituições ligadas ao Desporto e à Saúde. Nesta manhã de convívio e boa disposição, foram muitas as famílias que aproveitaram para fazer algum exercício, aderindo em pleno ao apelo “Mexa-se pela sua Saúde”. A oferta de actividades foi diversa e alargada, destinada a pessoas de todas as idades, que tiveram a possibilidade de experimentar Cycling, Bodybalance, Danças, Xadrez, Natação, Hidroginástica… Esta iniciativa permite fomentar práticas saudáveis de actividade física junto da população, bem como promover o convívio entre os membros da comunidade beneditense e ainda divulgar os serviços das empresas e instituições da região. Professora Estela Santana Página 5 WALK IN ALCOBAÇA UM PROJECTO EMBRIONÁRIO Página 6 ENTREVISTA AO PROFESSOR AUGUSTO COUTINHO Página 13 O DESAFIO DE BEM ESCREVER A MINHA ESCOLA FAZ 45 ANOS Página 15 O PEQUENO VULCÃO QUE PAROU A EUROPA Página 19 ECB REALIZA 8ª FEIRA DO LIVRO MAIS DO QUE UMA FEIRA, UMA FESTA DO LIVRO E DA LEITURA O Externato Cooperativo da Benedita promoveu a 8ª Feira do Livro, entre os dias 21 e 25 de Abril, um evento que ao longo de cinco dias foi visitado por centenas de pessoas, alunos, professores e comunidade educativa, envolvendo também muitos alunos de outras escolas da freguesia. A 8ª edição foi associada à comemoração do Centenário da República, e os alunos do Agrupamento de Escolas da Benedita tiveram a oportunidade de dar a conhecer os seus trabalhos sobre esta efeméride. Contou igualmente com a presença de duas instituições com as quais se solidarizou – a Associação de Solidariedade Sorriso Amigo e o C.E.E.R.I.A. Nas várias bancas, representando mais de 65 editoras, eram visíveis diversos géneros literários, fazendo as delícias de miúdos e graúdos, sendo o balanço final muito positivo, com um crescimento de visitantes e, apesar da actual conjuntura económica, um aumento de vendas. (continua) VII NOITE ESTAPAFÚRDIA Página 23 TOQUE DE SAÍDA Trianual - Junho de 2010 Ano 5 - Número 14 - 1,00 € Director Alfredo Lopes Chefe de Redacção Soledade Santos Externato Cooperativo da Benedita Rua do Externato Cooperativo Apartado 197 2476-901 Benedita [email protected] TOQUE DE SAÍDA ANO 5 - Nº 14 EDITORIAL Este ano lectivo foi tempo de visitarmos a nossa própria história, no ECB, desde a fundação da cooperativa, passando pelos anos que assistiram ao grande impulso do Externato, até às transformações mais recentes e ao convívio dos antigos alunos que regressaram à escola para partilhar memórias e nos darem notícia dos caminhos que trilham no grande mundo lá fora. Esta revisitação levou a que alguns de nós se indagassem acerca da origem da escola, tal como a conhecemos hoje. E o que achei pareceu-me tão curioso que decidi partilhá-lo convosco. É no século XVI, após o Concílio de Trento, que a escola moderna nasce, em França. O seu desígnio – possibilitar a todos os cristãos o conhecimento, sem desvios, da verdadeira e única doutrina pela qual poderiam ser salvos. Assim se ergueu uma escola da catequização e da alfabetização, na qual se memorizavam os textos sagrados e se aprendia a ler. Mas a escrita não foi contemplada, dado não constituir necessidade funcional. Além disso, a separação entre saber ler e saber escrever permitia distinguir os grupos sociais. A partir do século XVII, contudo, as escolas compreenderam que tinham de fornecer outras competências de que artesãos e mercadores necessitavam na vida quotidiana, o que incluía a leitura, sim, e a catequese, mas também a escrita e o cálculo. Contudo, os instrumentos requeridos – papel, pena e tinta – eram demasiado caros e delicados de manipular. Sem material de escrita, e com turmas que ultrapassavam a centena e meia de alunos nas escolas gratuitas dos centros urbanos, como implementar aulas práticas? Os frades franceses inventaram então um instrumento de que ainda hoje nos servimos: o quadro preto, no qual os alunos podiam traçar letras e números, exercitando-se, apagando e recomeçando. Nesta superfície “apagável”, as escolas puderam ensinar duas lições inestimáveis aos seus alunos: por um lado, a economizar; por outro, a aprender através do exercício. A invenção do quadro preto foi uma revolução pedagógica maior. Uma outra invenção, desta feita em Inglaterra, veio reconfigurar o método didáctico: iniciouse a produção de papel em folhas contínuas, a preços acessíveis. O papel, cosido em cadernos, tornou-se, a partir de meados do século XIX, o instrumento privilegiado do treino escolar. Permitindo o registo de uma sequência de exercícios ordenados, o caderno testemunha os esforços realizados pelo aluno para aprender a saber fazer. Por outro lado, propicia uma acção didáctica fundamental: a correcção escrita do exercício. Expor o momento e o processo da aprendizagem, muito mais do que seu produto: é isso o exercício. E o exercício é aquilo que, segundo Jean Hébrard, educador e historiador francês, constitui o fundamento da escola de hoje. Onde quadros interactivos e computadores vão substituindo quadros pretos e cadernos, mas não os gestos pedagógicos basilares. O TOQUE DE SAÍDA ERROU Na edição anterior, o nome da entrevistada e vencedora do Concurso Nacional Escrita em Dia foi escrito incorrectamente. Onde se lê Juliana Martins deveria ler-se Juliana Costa. Pelo lapso apresentamos as nossas desculpas. QUADRO DE MÉRITO Nesta edição do Toque de Saída, o grande número de matérias que publicamos impossibilita-nos a divulgação do quadro de mérito do 2º período. Assim, remetemos para a página do ECB (www.externatobenedita.net). Quanto ao quadro de mérito final do ano, será publicado na próxima edição do jornal. SUMÁRIO Escola viva ECB realiza VIII Feira do Livro 1 Medeia - Nova peça dos Gambuzinos 3 Dramatização de Frei Luís de Sousa 4 Festteatro 4 Palestra de astromonia 4 Unidos aprendemos mais 5 O que pensam pais e alunos da escola 5 Colaborar para crescer 5 Walk in Alcobaça 6 Redescobrir Rotas de Cister 6 Escola e empregabilidade 6 O consumo de estupefacientes 7 Na Semana da Informática 7 Ao encontro dos Antigos Alunos 7 Viagem ao Futuroscope, França 8 Visita de estudo a Sintra 8 Visita à Assembleia da República 9 Dia do Francês no Externato 9 A Fonte Mariana 9 A VII Noite Estapafúrdia 23 Arte e Cultura CONDOLÊNCIAS Às professoras Deolinda Castelhano e Dalila Barreiro os seus colegas do Toque de Saída apresentam sentidas condolências pelo falecimento dos seus familiares. Director do Jornal: Alfredo Lopes Redacção: Deolinda Castelhano Luísa Couto Soledade Santos (Chefe de redacção) Teresa Agostinho Marketing e vendas: Maria José Jorge Composição gráfica: Nuno Rosa Paulo Valentim Samuel Branco Equipa de Reportagem: Acácio Castelhano Ana Duarte Ana Luísa Quitério Clara Peralta Estela Santana Fátima Feliciano Graça Silva José Cavadas Maria de Lurdes Goulão Ricardo Miguel Sérgio Teixeira Valter Boita Bob Dylan 10 Entre livros 10 Sarau Cultural 10 Os Maias de Eça de Queirós 11 Re(ler) Aquilino 11 À luz da sombra - exposição em Serralves 24 Olhar Circundante Homenagem ao Cónego Serrazina 12 Uma Europa grisalha 12 Os mexericos 12 Entrevista ao professor Augusto Coutinho 13 O Lugar da Memória 12 Recriar o Mundo A minha escola faz 45 anos - 1º Prémio 14 Passagens da vida 14 Liberdade de viver 14 Agitação marítima 14 O desafio de bem escrever 15 A vida é um jogo 15 Ciência, Tecnologia e Ambiente Uma aventura, um projecto 16 A rainha natureza 16 Laboratórios abertos 16 Olimpíadas de Biotecnologia 17 Campanha mini-monos 17 Entrevista a Sónia Catarina Morgado 18 ECB na IPY Science Conference 18 O pequeno vulcão que parou a Europa 19 Catástrofes naturais 19 CPAS@2010 - Concurso de programação 20 TIC e empregabilidade 20 O primeiro astronauta 21 Mente Sã em Corpo São Benedita em movimento Desporto Escolar 1 16 Impressão: Relgráfica, Lda Vitamina da beleza 22 Tiragem: 500 exemplares Tarte de Physalis 23 I Duatlo BTT nocturno 24 Passatempos 22 Preço avulso: 1,00 € Professora Soledade Santos 2 ESCOLA VIVA ANO 5 - Nº 14 TOQUE DE SAÍDA ECB REALIZA VIII FEIRA DO LIVRO (Cont.) A organização da Feira contou mais uma vez com o empenho de professores, alunos e funcionários, o que permitiu organizar inúmeras actividades: concertos, lançamento de livros, palestras, debates e um salutar convívio no Café Literário. Nesta edição, merece também destaque a Tertúlia com antigos alunos do ECB que permitiu, a exemplo de outras acções já realizadas, perceber o percurso dos ex-alunos e matar saudades da Escola, reavivando memórias e histórias que fazem despertar uma lágrima mais furtiva ou uma rasgada gargalhada, no ano em que se assinalam 45 anos de vida do Externato. O lançamento e a apresentação de livros do I.N.S.E - Editores tiveram também lugar de destaque: Alcobaça - Um século de Imagens, de Jorge Pereira de Sampaio e Luís Pereira; D. Nuno, o Santo Cavaleiro, de Vanda Marques; Escutem-me, de Henriqueta Castanhinha, e Fragmentário, de António Catarino. O público da Feira assistiu também a sessões de apresentação de A vingança do Lobo, de Vítor Frazão, e História de Amor entre um Cão e um Gato, de Maria de Lurdes Silva, para além de sessões de autógrafos com os professores Inês Silva e Fernando Maurício e o escritor António Sousa. A animação foi uma constante, envolvendo toda a comunidade: Grupo Regional de Folclore da Benedita, Grupo de Danças do H.C.T., Grupo Coral da Universidade Sénior da Benedita, alunos da Escola de Música e Grupo de Ballet da ADESO, banda “ Ângulo Inverso” e os professores Sérgio Fernandes e Ricardo Martins, animaram as tardes e noites da Feira. As palestras do Prof. Dr. João Paulo Oliveira e Costa e do alcobacense Prof. Dr. Luís Rosa, recentemente condecorado pelo Sr. Presidente da República, constituíram mais dois importantes momentos, também de formação, para além de divulgação das obras destes dois escritores. Registe-se que o Prof. Dr. Luís Rosa tem importantes obras sobre Alcobaça, referindo-se a título de exemplo O Claustro do Silêncio, O Dia de Aljubarrota, O Amor Infinito de Pedro e Inês, O Terramoto de Lisboa e Invenção do Mundo. A mostra de actividades relacionadas com Área de Projecto, serviu também para alargar à Feira a apresentação de trabalhos dos alunos como aconteceu com “Alcobacinha, o Nosso Concelho”, pelos alunos do 12º E, sob orientação da professora Teresa Teodósio. Além disso, no âmbito das comemorações do 25 de Abril, assistiu-se à recriação “Revivendo o 25 de Abril”, por alunos do 9º ano sob orientação da professora Alexandra Flores. O balanço final não podia ser melhor: mais visitantes, mais livros, mais participantes nas várias tarefas. De edição para edição, podemos afirmar que a Feira do Livro se afirma não só como a Feira do Externato, mas como a Feira e Festa do Livro da Benedita. Mais uma vez, a organização e a execução do evento estiveram a cargo da Biblioteca do ECB. Professor Ricardo Miguel MEDEIA – A NOVA PEÇA DOS GAMBUZINOS Baseada na recriação poética de Sophia de Mello Breyner Andresen, é uma tragédia de Eurípedes, dramaturgo do século quinto a.C. Nesta obra, as dualidades e as paixões humanas são levadas ao extremo, prevalecendo sobre a sabedoria e a serenidade, numa tensão crescente que nos envolve, culminando no terrível desfecho do acto mais tresloucado e demente da mulher – a morte dos filhos às suas próprias mãos. A essência do trágico está bem presente na intensidade da intriga, no curto espaço e tempo do seu desenvolvimento, nas súplicas do Coro (os espectadores, a humanidade) que não encontram eco, pois, uma vez posto em marcha o “mau fado”, a acção avançará inexoravelmente para o seu desfecho trágico, apesar de todas as hesitações. A escolha desta obra é particularmente feliz, quer pela importância pedagógica dos textos clássicos, quer pela pertinência e intemporalidade da mensagem existencial que, como diria Nietzsche, sempre retorna na sua essência. O teatro trágico é hoje, como sempre foi, de uma importância psicológica fundamental. Através dele, os antigos gregos ESCOLA VIVA encontravam remédio, catarse, para as suas maleitas ou neuroses civilizacionais. A sua importância era tal, que havia um subsídio do Estado para que ninguém deixasse de assistir às peças. A representação era um evento profundamente vivenciado, mais do que um espectáculo, era uma espécie de psicanálise colectiva de que todos beneficiavam. Esta tragédia em particular é sobre a condição da mulher, de todas as mulheres condenadas pela sociedade, dita civilizada, ao sofrimento extremo. As mulheres a quem tudo foi pedido e a quem foi arrancada toda a esperança. Levadas à loucura por aqueles que deviam amá-las. As mulheres rejeitadas, abandonadas e banidas da sociedade. Medeia é mulher, repudiada e estrangeira – não poderia ser pior a sua condição. A mensagem existencial e política da peça surpreende-nos pela sua urgência e actualidade neste nosso mundo multicultural. Para os Gambuzinos, pela pertinência e sobretudo pela sua arte, o nosso aplauso. Professora Graça Silva 3 TOQUE DE SAÍDA ANO 5 - Nº 14 DRAMATIZAÇÃO DE FREI LUÍS DE SOUSA UM CONTRIBUTO PARA A COMPREENSÃO DA PEÇA Frei Luís de Sousa, drama romântico escrito por Garrett no século XIX, foi encenado no auditório do Centro Cultural Gonçalves Sapinho, no dia 10 de Março, por alunos do 11º ano do Externato Cooperativo da Benedita. O pano abriu às 14:30h para um público entusiasmado e expectante. Viu-se Madalena de Vilhena, representada pela aluna Beatriz Mateus, no centro do palco, com Os Lusíadas no regaço, citando pausadamente um excerto do episódio de Inês de Castro. A sua actuação ficou marcada por uma enorme expressividade, ao representar uma mulher angustiada e em sofrimento, que vive um presente assombrado por um passado mal esclarecido. Dialoga frequentemente, no primeiro acto, com a sua filha Maria, que é uma criança vivaz, mas doente, cuja representação esteve a cargo da aluna Sofia Sebastião. Foi também esta uma actuação de sucesso. A juntar a esta dupla, salientam-se ainda os papéis representados por Marco Mendes (D. Manuel de Sousa Coutinho) e David Agostinho (Telmo), embora houvesse algumas falhas na representação de ambos, que se ficaram a dever a questões de memorização dos respectivos textos. O apelo ao sentimento do espectador foi uma constante do princípio ao fim, acentuado por pormenores cénicos como o retrato de D. Manuel, no primeiro acto, os três retratos, no segundo PELO SÉTIMO ANO NO ECB Escolas: Externato Cooperativo da Benedita, Escola Secundária da Quinta das Flores, Escola Secundária de Valbom; Escola Gil Vicente; CEERIA. Local: Centro Cultural Gonçalves Sapinho. Data: 10 a 16 de Maio de 2010. Ocasião: VII Festteatro do ECB, integrado na Semana Cultural. Avaliação: Valeu a Pena? Vale sempre a pena. O nosso Bojador é passado quando a sala enche e os alunos (porque é para eles) saem a perguntar quando há mais… Professora Conceição Raimundo (pela organização do Festteatro) 8º D - ECB 4 Os alunos do 11º G PALESTRA DE ASTRONOMIA FESTTEATRO Personagens: A trágica Medeia, o velho hortelão libidinoso, o camelo que sabe contar, o namorado violento, os jornalistas obcecados com a gripe A, o pequeno apanha-bolas. Textos: Eurípedes/Sophia de Mello Breyner, Gil Vicente, José Eduardo Agualusa, Rui Cardoso Martins; construção colectiva nos grupos. Encenação: corajosos professores que ensinam os seus alunos a amar o Teatro. Actores: muitos, jovens, empenhados, lindos, talentosos; alguns já maravilhosos actores. Público: Entusiástico, generoso, um pouco agitado. acto, e a mesa do altar da capela, revestida por uma branca mortalha, no terceiro acto. Também a presença do coro e dos cânticos clássicos conferiu um ambiente trágico ao final da peça, quando o prior (personagem representada por Davide Custódio) preside à cerimónia religiosa em que Madalena e Manuel renunciam à vida terrena e Maria morre, anunciando a presença do Romeiro quando grita “É aquela voz, é ele, é ele”. Aliás, também a personagem disfarçada de Romeiro teve momentos de destaque quando gritou “Ninguém!” à pergunta “Quem és tu?”, e quando apontou para o seu próprio retrato. Para nós, a encenação da peça foi essencial para percebermos o texto lido e analisado nas aulas de Português, pelo que agradecemos aos nossos colegas do 11ºF todo o esforço. No âmbito da Semana Cultural a decorrer no ECB, tive oportunidade de assistir a uma palestra sobre astronomia, proferida pelo Dr. António Bivar, no dia 12 de Maio. Aquilo que parecia ser mais uma palestra sobre astronomia,veio a revelar-se uma experiência recompensadora. O Dr. Bivar não só evidenciou como podemos ter um papel activo nesta ciência, especialmente no descobrimento de constelações, como nos mostrou, de forma brilhante, que as estrelas não são só bonitas ao olhar: algumas forneceram aos navegantes, expedicionários e aventureiros pontos cardeais para a orientação das suas rotas. Já na Antiguidade, os povos da Mesopotâmia, Egipto, Grécia e Américas conheciam e estudavam o movimento de diversos corpos celestes e relacionavam esse movimento com calendários e períodos ideais para o plantio e para a colheita. Ainda mais impressionante foi o facto de o Dr. Bivar ter adoptado uma linguagem acessível, de modo a abranger todo um espectro de idades, e até pessoas sem formação sobre este assunto ficariam a compreender a que se deve a sucessão das estações do ano, o porquê de o ano ter 365 dias, ou a importância da matemática na astronomia. A palestra foi também interessante, a meu ver, devido ao facto de ter havido uma grande interacção entre o orador e os ouvintes. Professora Pilar Peres ESCOLA VIVA ANO 5 - Nº 14 TOQUE DE SAÍDA UNIDOS APRENDEMOS MAIS: DO SECUNDÁRIO À UNIVERSIDADE O ingresso no ensino superior, mais do que uma simples mudança de nível de ensino, significa uma nova fase na vida dos jovens. As relações que se estabelecem com a universidade, com os docentes e com os colegas exigem uma nova dinâmica, ao mesmo tempo que surge um tipo de exigência e de responsabilidade que não eram solicitadas no ensino secundário. Na nossa opinião, a oportunidade de contactar previamente com a universidade (visitando as instalações e contactando com membros da mesma) permite aos alunos do secundário esclarecer dúvidas e eliminar receios, e confere-lhes mais tranquilidade e confiança, factores determinantes para uma melhor integração e adaptação à nova etapa das suas vidas. Foi com este objectivo que o Externato Cooperativo da Benedita, no corrente ano lectivo, trabalhou em parceria com a Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa, extensão Caldas da Rainha. A parceria, para além de possibilitar a colaboração entre as duas instituições nas áreas já referidas, teve também como finalidade a divulgação de aspectos relacionados com as ciências e com as tecnologias junto dos alunos do secundário, motivando-os para estas áreas do conhecimento e dinamizando acções na escola, nomeadamente no que se refere a aspectos experimentais, para o que foi concebida uma interface com a Universidade, tanto para alunos como para professores. Assim, cerca de 16 alunos do 12º e 11º Anos, do curso de Ciências e Tecnologias, encontraramse, em iniciativas desenvolvidas a partir da Área de Projecto, com os professores universitários nos seus laboratórios, contactando com novas formas de aprendizagem, articulando saberes de diversas áreas e abordando temáticas actuais. Este envolvimento também influenciou os professores, quer mobilizando aspectos pessoais – as suas vivências profissionais e personalidade – quer externos, respeitantes à escola, ao meio, ao sistema educativo e O QUE PENSAM PAIS E ALUNOS ACERCA DA ESCOLA Em Maio, uma amostra de 159 pais e encarregados de educação (três por turma) foram inquiridos acerca do seu grau de satisfação com a escola. Recolheram-se 88% dos inquéritos distribuídos, indiciando elevada participação. Em termos gerais, apurou-se uma satisfação global de Bom ou Muito Adequado, destacando-se a comunicação assegurada pelo Director de Turma, qualificada de Excelente por mais de metade dos inquiridos. As questões em que pais e encarregados de educação exprimem menor satisfação – Médio ou Adequado – relacionam-se com a sua participação em actividades promovidas pela escola. Quanto às sugestões e observações, registam-se 9 menções a questões de segurança, 7 a condições de higiene, 3 sugerindo formas de melhorar a participação em actividades promovidas pela escola, 2 acerca da oferta educativa, 2 acerca do horário da cantina e outra sobre transportes escolares. Foi recolhida a opinião dos alunos acerca da Escola, também em Maio. ESCOLA VIVA às oportunidades de formação. Sendo esta cultura de colaboração crucial para a renovação e inovação nas escolas, muitos projectos já nasceram a partir de uma reflexão conjunta sobre os problemas concretos de uma comunidade escolar. É por isso necessário fomentar a cooperação e o diálogo crítico, bem como a partilha de diferentes perspectivas sobre a prática docente. Na nossa sociedade, a força da profissão define-se também pela sua voz pública, pela capacidade de comunicar e de responder perante o público. Concordando com o que é proferido pelo Sr. Reitor António Nóvoa, terminamos com as suas palavras: “É preciso encontrar novos caminhos para uma profissão que, na transição dos tempos, volta a adquirir uma grande centralidade. Falta-nos talvez a coragem de começar.” Professoras Eunice Penas (Escola Superior de Biotecnologia - Universidade Católica) e Paula Castelhano (ECB) COLABORAR PARA CRESCER Responderam 81% dos alunos diurnos matriculados. Quer o número de respostas, quer o número de sugestões recolhidas (214), indiciam elevada participação. Os resultados obtidos assinalam algumas áreas a melhorar, como o funcionamento da Associação de Estudantes, a representação dos alunos junto da Direcção e a segurança de bens. Os alunos destacam, pela positiva, a confiança na escola, cujo ambiente e espaço físico apreciam, e o zelo pela segurança dos seus próprios bens. No que respeita aos serviços de apoio, registam algumas queixas em relação ao horário de almoço da Biblioteca e da Cantina, e destacam a qualidade do serviço prestado no Bar e na Sala de Alunos, exprimindo ligeiramente menos satisfação com o serviço prestado na Cantina e no Centro de Recursos. O elevado número de sugestões e observações recolhidas impossibilita o seu tratamento neste número do Toque de Saída. Crescer na escola envolve uma multiplicidade de situações e vivências – implica a plenitude do ser adolescente. Os alunos chegam ao ECB ainda crianças, com 12 ou 13 anos, e a maioria deixa-nos por volta dos 17, 18 anos; atravessam toda a fase da pré-adolescência e adolescência. E é ao longo destes anos que os vemos mudar, evoluir, crescer… Crescem nos conhecimentos académicos (é essa a principal missão da escola), mas não só! Crescem também fisicamente e no desenvolvimento da personalidade, no evoluir das relações sociais e afectivas; atravessam percursos nas amizades, nos namoros, na sexualidade, nas relações com a família; desenvolve-se a curiosidade pelo mundo da proibição e do risco; crescem depois pelo mundo dos sonhos e perspectivas para o futuro, ambicionando um futuro cheio de oportunidades e gratificações; angustiam-se com as dúvidas das escolhas vocacionais e com a frustração das dificuldades imaginadas e de sonhos não concretizados… Nós só podemos dar-lhes uma certeza: a que de estamos cá para os acompanhar e ajudar em todas estas vertentes. Nesta fase tão importante da vida deles, desejamos que cada interveniente – escola, aluno, pais – se responsabilize por colaborar, partilhar, imaginar e sonhar. Para CRESCER e deixar CRESCER nesta travessia simultaneamente longa e veloz. Professora Ana Luísa Quitério Margarida Ferreira, Psicóloga do ECB … a pensar em todas as actividades que têm sido realizadas com os alunos, pais e professores no nosso muito querido Projecto CRESCER. 5 TOQUE DE SAÍDA ANO 5 - Nº 14 WALK IN ALCOBAÇA UM PROJECTO EMBRIONÁRIO A disciplina de Área de Projecto é uma área curricular não disciplinar, obrigatória para os alunos do 12º ano. A disciplina pretende ajudar os estudantes a adquirirem métodos de organização de trabalho e a desenvolverem a sua autonomia. O fruto desta disciplina é expresso na construção e realização de um projecto elaborado ao longo do ano lectivo, promovendo assim a orientação escolar e profissional dos alunos, bem como o seu sentido de responsabilidade pessoal e social. É neste contexto que nós, um grupo da disciplina de Área Projecto do curso de Línguas e Humanidades do 12º ano do Externato Cooperativo da Benedita, temos vindo a desenvolver um projecto de índole históricocultural que se relaciona com o tema geral “Alcobaça: Percursos/Recursos – Terra de Valores e Tradições”. Desde logo o grupo estabeleceu uma relação de parceria com a Câmara Municipal de Alcobaça. Assim, começámos por reunir com o Dr. Bruno Letra, que pertence ao Gabinete de Apoio ao Presidente da autarquia, que nos sugeriu os contornos do projecto, ao qual demos o nome de “Walk in Alcobaça”. (RE)DESCOBRIR AS ROTAS DE CISTER O nosso trabalho consiste na elaboração de um roteiro turístico pedestre, a implementar no centro histórico da cidade, roteiro complementado por um audio-guia. A Câmara disponibilizou dois técnicos, o Dr. Alberto Guerreiro e a Dra. Joana Gama, os quais nos deram uma importante ajuda na realização do projecto. O audio-guia inclui duas componentes: um mapa/roteiro, que define o itinerário que o turista deverá seguir, e onde estão assinalados locais de destaque no centro histórico; e um mp3 que, ao longo do roteiro, dá informações precisas sobre os locais assinalados no mapa. Gostaríamos que este projecto – que tem como objectivos inovar e dinamizar o turismo na cidade, fortalecer a importância do centro histórico, valorizar e dar visibilidade ao património – fosse uma semente, um embrião a ser melhorado posteriormente pela Câmara Municipal de Alcobaça, a partir do Posto de Turismo. Assim, assumimos a responsabilidade de o fazer chegar ao conhecimento da população. Para tal, a apresentação do projecto teve lugar no dia 21 de Maio, no auditório da Biblioteca Municipal de Alcobaça. Contamos também com o apoio dos meios de comunicação regionais, para a sua divulgação, e esperamos a adesão dos alcobacenses e dos visitantes da cidade. Gostaríamos, finalmente, de salientar a importância que a professora da Área de Projecto, Dra. Teresa Teodósio, teve na consecução do nosso trabalho, motivando-nos e apoiando-nos na sua concretização. Somos alunas do 12º Ano, do curso de Línguas e Humanidades e, no âmbito da disciplina de Área de Projecto, leccionada pela professora Teresa Teodósio, formámos um grupo de trabalho constituído por quatro elementos. Após as primeiras aulas de abordagem a esta nova disciplina, a turma escolheu o tema a trabalhar ao longo do ano – “Alcobaça: Recursos/Percursos”. O nosso grupo, por sua vez, escolheu o subtema “(Re)descobrir as Rotas de Cister”. Pretendemos com este projecto dinamizar o concelho de Alcobaça, nas suas vertentes turística, cultural, gastronómica e literária. No dia 20 de Abril, apresentámos o nosso trabalho no Campo do Externato e, nos dias 22 e 23, estivemos na Feira do Livro, para realizar o jogo “Alcobacinha – o Concelho”, destinado às crianças do 4º ano de escolaridade. Esta actividade iniciou-se com uma pequena dramatização, na qual dois monges de Cister e duas crianças davam a conhecer, de uma forma lúdica e divertida, o nosso concelho. Seguiu-se um jogo em grandes dimensões com perguntas e actividades pedagógicas. Foi uma experiência construtiva para a nossa formação enquanto estudantes e cidadãos, e enriquecedora para o nosso futuro profissional na área das humanidades, da educação e da acção social. Tivemos um feedback positivo dos professores e alunos participantes, e fomos convidados para apresentar o nosso projecto a outras escolas da freguesia da Benedita, bem como em Alcobaça, na Festa da Criança. Maria Guerra, Inês Amaral, Joana Dinis, Lea da Fonseca, Liliane Feliciano, Mariana Pereira, Tiago Martins, Daniela Santos, 12º E Teresa do Carmo, 12ºE ESCOLA E EMPREGABILIDADE No passado dia 12 de Março, realizou-se um seminário com o tema “Escola e Empregabilidade”, actividade que veio culminar um projecto que pretendeu estreitar as relações entre a Escola e a Comunidade. A sessão iniciou-se com uma breve intervenção do Director do Externato. Seguiuse a Dr.ª Conceição Raimundo, um dos elementos do projecto, que apresentou os resultados dos inquéritos à comunidade sobre a sua satisfação acerca da escola e dos cursos nela ministrados. A Dr.ª Isabel Beato, do IPL, segunda oradora da noite, 6 veio mostrar a oferta dos cursos do Instituto Politécnico de Leiria e respectivos pólos. O interveniente que se seguiu, Tiago Félix, ex-aluno do ECB, foi muito aplaudido pelos colegas. Fez uma apresentação acerca da sua caminhada na escola e da importância que o Externato teve no seu percurso. Hoje, é um trabalhador-estudante que luta para concluir um curso superior, à medida que vai desenvolvendo a sua actividade profissional. Por fim, o Dr. Acácio Catarino, reputado especialista nos temas do emprego, presenteou-nos com uma breve reflexão acerca da formação escolar e da sua importância na vida profissional e social de cada um. O ECB aproveitou para distinguir a empresa que há mais tempo colabora com a escola, oferecendo estágios profissionais, e que é também aquela que maior número de estagiários empregou – a “IVO Cutelarias”. A equipa dinamizadora deste projecto gostaria de agradecer a todos os colaboradores e participantes, em especial aos alunos do 12ºI, que ajudaram na organização do seminário. Professora Lina Rodrigues ESCOLA VIVA ANO 5 - Nº 14 TOQUE DE SAÍDA O CONSUMO DE ESTUPEFACIENTES ENTRE OS JOVENS DO ECB Há muitos jovens dependentes de substâncias como o tabaco e as drogas, sendo um problema que também se verifica na nossa escola. Para termos uma noção mais real deste problema, realizámos uma sondagem aos alunos do ECB, no âmbito da disciplina de Marketing, procurando conhecer os seus hábitos de consumo de tabaco e de estupefacientes. O inquérito foi realizado entre os dias 1 e 10 de Outubro de 2009, a uma amostra de 36 alunos de ambos os sexos. Dos 36 alunos inquiridos, cerca de 69% afirmam já ter experimentado fumar, e 55% consideram mesmo ser fumadores. Dos alunos que se consideram fumadores, 80% afirmam fumar todos os dias. Destes, 20% frequentam o 3º ciclo. 30% dos alunos fumam há mais de dois anos, e 55% há mais de um ano e menos de dois. Os inquiridos referem que começaram a fumar porque “dá estilo” ou apenas por curiosidade. 40% fumam em média menos de 5 cigarros por dia, ou entre 5 e 10, enquanto 15% afirmam fumar mais de 15 cigarros por dia, e sempre em bares ou cafés. Apesar de 30% afirmar que os familiares sabem do seu tabagismo, nenhum dos alunos fuma em casa. Quando questionados acerca do consumo de estupefacientes, 42% já experimentaram diferentes tipos de droga. Destes, 14% frequentam o 3º ciclo. 60% dos inquiridos afirmam que experimentaram por curiosidade, e 13% referem a influência dos amigos como factor influenciador. 28% dos alunos afirmam não ter gostado da experiência. Todos os inquiridos têm conhecimento de que a droga causa dependência e graves problemas de saúde. AO ENCONTRO DOS ANTIGOS ALUNOS Orgulhosa da sua história de já 45 anos, a nossa escola procurou reunir os seus antigos alunos, trazê-los de novo ao ECB para que pudessem reafirmar laços de pertença e, ao mesmo tempo, compartir experiências e mundividências com os jovens que hoje frequentam o externato. Para isso, organizaram-se, de 27 a 29 de Abril, no pequeno auditório do CCGS, os seminários “Percursos de Antigos Alunos”, dirigidos aos actuais alunos do 9º ao 12º ano. Contámos com a presença de vinte e cinco antigos alunos e de trezentos e sessenta participantes. Os alunos da nossa escola assistiram com interesse aos seminários e, no final, sugeriram a sua continuação nos próximos anos. Esta opinião foi igualmente partilhada pelos professores e pelos antigos alunos envolvidos. Durante a Feira do Livro, no dia 24 de Abril, foi também realizado um encontro, a Tertúlia com Antigos Alunos, onde estiveram presentes sete antigos alunos e trinta participantes da comunidade escolar e local, criando-se um clima de convivência e troca de experiências. A Equipa da Acção de Melhoria 2 da CAF Apesar de o estudo ter sido realizado junto de uma pequena amostra, as conclusões não podem deixar de ser preocupantes, especialmente se tivermos em conta que estão contemplados tanto alunos do 3º ciclo como do ensino secundário. Verifica-se que os alunos adquirem hábitos prejudiciais à saúde desde muito cedo, sendo levados pelos amigos ou fazendo-o como uma afirmação pessoal. Apesar dos resultados inquietantes, 75% dos alunos têm intenção de deixar de fumar e 83% declaram concordar com a lei que proíbe o consumo de tabaco em espaços públicos, o que revela alguma sensibilização para os problemas que poderão advir desta dependência para si e para os que o rodeiam. Confrontada com os resultados obtidos, a escola está sensibilizada para este problema e vem implementando acções – nomeadamente no âmbito do Projecto Crescer – no sentido de baixar o consumo de tabaco e de estupefacientes, alertando os jovens e seus familiares para os perigos deste consumo e incentivando hábitos de vida saudável. Ana Cláudia, Filipe Henriques, João Miguel, Marisa Amorim, 12ºI NA SEMANA DA INFORMÁTICA O 11º ano do Curso Profissional de Informática de Gestão empenhou-se na criação de jogos educativos em Visual Basic, na disciplina de Linguagens de Programação, utilizando conteúdos de língua portuguesa, matemática, estudo do meio e inglês, para o 1º ciclo. A actividade, para cerca de 550 alunos do 1º ciclo do Agrupamento de Escolas da Benedita, decorreu em 11 e 12 de Maio, com sucesso, a julgar pelo entusiasmo com que as crianças participaram e pelas apreciações e sugestões muito positivas que nos deixaram. As sessões incluíram, além dos jogos, a exibição de vídeos infantis, espaços de desenho livre e, ainda, quinze minutos de músicas e coreografias infantis. A turma está de parabéns pois tudo decorreu tranquilamente, foi muito bem conseguido – dizem os professores – e ultrapassou as nossas expectativas. Rita Henriques, 11º G ESCOLA VIVA 7 TOQUE DE SAÍDA ANO 5 - Nº 14 VIAGEM AO FUTUROSCOPE, FRANÇA De 23 a 27 de Março, decorreu a viagem a França dos alunos do 9º ano. Por volta das 22 horas do 1º dia, com muita agitação e adrenalina, partiram 50 alunos e 5 professoras para uma aventura rumo a Poitiers. Cerca de 20 horas na estrada, com as devidas paragens. Posso dizer que todas aquelas horas no autocarro foram maravilhosas, apesar de longas. Os risos, as brincadeiras e conversas fizeram com que o grupo se tornasse unido e cooperante, criando-se novas amizades. No dia 24 à tarde, eis a tão esperada chegada – com muita euforia, saímos do autocarro a correr para explorar o sítio onde nos encontrávamos. Estivemos alguns minutos à espera de informações vindas dos recepcionistas, e logo fomos distribuídos pelos quartos, sob supervisão das professoras acompanhantes: Ana Matias, Fátima Feliciano, Isabel Neto, Salomé Lopes e Teresa Aivado. A seguir foi escolhido o Chefe de Quarto, a quem cabia a função da contagem dos seus parceiros e a responsabilidade dos quartos. Por fim, dirigimo-nos aos nossos aposentos e foi-nos comunicado que tínhamos de estar prontos às 20 horas, para irmos jantar ao restaurante “La Fiesta”, que pertencia ao parque. E assim foi. Depois de termos jantado, estivemos em convívio com outros grupos de alunos que perrmaneciam no parque, em especial com um de espanhóis com quem aprendemos várias expressões espanholas, e eles as portuguesas, o que foi animadíssimo, pois no meio de tudo isto cantámos e dançámos todos juntos. De seguida regressámos ao hotel, onde jogámos às cartas, à Verdade ou Consequência, e vimos filmes. No dia 25 de manhã, entrámos no parque do Futuroscope cerca das 10 horas, e aí permanecemos durante todo o dia. Após o jantar, dirigimo-nos para o anfiteatro do parque, onde assistimos ao espectáculo nocturno “La note bleue”, um misto de luz, cor e som, hologramas dançantes sobre um lago transformado em palco, onde não faltou um pequeno fogo-de-artifício que as máquinas fotográficas e telemóveis não pararam de registar. No dia 26, as professoras deram-nos liberdade para repetirmos as experiências de que mais tínhamos gostado. Posso jurar que nunca mais vou ter sensações como aquelas. Os Robots e os Simuladores são das coisas mais incríveis! E também os outros espectáculos, como o Artur em 4D, os filmes em 3D, os Planetas… Nesses dias, almoçámos e jantámos com outros grupos de espanhóis e portugueses com quem confraternizámos e acabámos tro- cando contactos. E, no dia 26 à noite, partimos rumo a Portugal. Como vínhamos cansadíssimos, passámos a maior parte do tempo a dormir. Finalmente, no dia 27, por volta das 15 horas, chegámos à Benedita, onde os nossos familiares nos esperavam, ansiosos para saberem tudo acerca dos dias que passámos em França. O que fica desta viagem são todos os momentos especiais registados nas fotografias e na nossa memória, os sentimentos, as descobertas, os amigos feitos. Devemos agradecer às professoras, por nos terem “aturado” e por terem tido a generosidade de nos acompanhar nesta tão esperada viagem que ficará para sempre no nosso coração. Adriana Marques e Miguel Silva, 9º A VISITA DE ESTUDO A SINTRA No dia 15 de Março, as turmas D, E e F do 11º ano, acompanhadas pelas professoras Helena Guerra, Teresa Aivado, Clara Peralta, Vanda Marques e Teresa Teodósio, realizaram uma visita de estudo a Sintra com o objectivo de conhecer monumentos do período romântico e de admirar o património artístico, histórico e natural da Quinta da Regaleira e do Palácio da Pena. Na Quinta da Regaleira, os alunos manifestaram a sua satisfação pela qualidade dos guias, cujas explicações desencadea8 ram a interacção com os intervenientes. Depois do almoço, subimos até ao Palácio da Pena em autocarro, excepto os alunos e professores mais resistentes, que fizeram a subida a pé. Aqui, todos sentiram que seria preciso mais tempo para usufruir da beleza de todos os espaços do Palácio da Pena. Esta visita integrou-se no trabalho de projecto dos alunos do 11ºE, cujo tema é “Fontes de Lazer e Prazer”. Professora Helena Guerra ESCOLA VIVA ANO 5 - Nº 14 TOQUE DE SAÍDA VISITA DE ESTUDO ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA Na manhã do dia 10 de Fevereiro, as turmas do 10º e 11º ano de Ciências Socioeconómicas partiram da Benedita em direcção ao Centro Cultural de Belém, com o intuito de apreciar a exposição no Museu Colecção Berardo – Arte Moderna e Contemporânea, denominada BESphoto10. Aí, a nossa guia apresentounos algumas das obras de arte, e fê-lo de uma forma bastante dinâmica, levando-nos a participar activamente na visita e a questioná-la acerca das obras expostas, o que nos cativou. Com a aproximação da hora de almoço, fomos saciar o nosso apetite e, de seguida, dirigimo-nos à pastelaria mais próxima, onde nos regalámos com os famosos pastéis de Belém. E chegou a hora de realizarmos a parte da visita de estudo que mais nos entusiasmava e que mais se relacionava com a nossa área de estudos. Com as expectativas ao rubro, dirigimo-nos ao Palácio de S. Bento, onde assisti- mos a um plenário na Assembleia da República. A discussão centrava-se no Orçamento de Estado, o que nos agradou, pois para além de ser a matéria leccionada na altura, conseguimos identificar vários conceitos que rapidamente relacionámos com outros temas já estudados. Depois deste contacto com algumas das figuras políticas mais relevantes do país – e do esforço feito para escutarmos sem qualquer tipo de manifestação – saímos enfim da Assembleia e dirigimo-nos ao autocarro. A viagem de regresso a casa foi bastante animada. Alunos do 10º E e 11º C DIA DO FRANCÊS NO EXTERNATO O ano passado participámos no Dia do Francês, gostámos da experiência e decidimos participar também este ano. Surgiram-nos várias ideias e fomos falar com a nossa professora de Francês. E daí veio a ideia do “Can Can”, sendo o nome do nosso grupo “Moulin Rouge”, inspirado no famoso cabaré parisiense onde estas bailarinas actuavam. Uma vez que éramos só raparigas, pensámos que era melhor convidar alguns rapazes, para que o grupo ficasse mais completo. Preparámos uma coreografia e ensaiámos várias vezes, até que ficasse perfeita. No dia do Francês, 3 de Março, fizemos tudo como tínhamos combinado. E tivemos de dançar segunda vez, pois posicionámonos nos três primeiros lugares. Quando chegou a altura de anunciar os vencedores, ficámos muito felizes, pois obtivemos o 1ºlugar. Ao mesmo tempo, a turma do 8º H esteve a fazer deliciosos crepes, que recebemos como prémio, para além de um dicionário, um certificado de participação e um chupa. Como conseguimos alcançar o 1º lugar no desfile do Dia do Francês, convidaram-nos para participar no Sarau das Línguas. Foi tudo muito divertido. Carolina Tereso, Joana Silva, Cristiana Saturnino, Mariana Lopes, Mariana Pedro, Luís Tinta, Joel Vicente e Nuno Ribeiro, 8º C; Miguel Machado e Guilherme Silva, 8º B A FONTE MARIANA Na tarde do dia 24 de Março de 2010, a turma E do 11º Ano realizou, na Fonte Mariana, um conjunto de actividades integradas no seu projecto de turma, “Fontes de Lazer e de Prazer”. Foi convidada para participar nesta tarde de diversão e aprendizagem a turma da professora Magda Carvalho, da Escola Básica de Frei Domingos. A primeira actividade consistiu na realização de um peddy paper envolvendo questões relacionadas com o ambiente e com as fontes do nosso concelho. De seguida, as crianças e os jovens, em conjunto, plantaram uma árvore. E as actividades continuaram ESCOLA VIVA com jogos e com a projecção de um vídeo sobre o ciclo da água e de um trabalho sobre as fontes observadas na Quinta da Regaleira, durante a visita de estudo aí efectuada pelo 11º E. As professoras declamaram poemas relacionados com as fontes e a tarde terminou com uma merenda de crepes feitos pelos alunos da turma. Os objectivos da tarde foram totalmente cumpridos e as crianças, além de aprender, puderam compreender a importância das fontes como locais de lazer e prazer. Bianca, Mariana e Lucas, 11ºE 9 TOQUE DE SAÍDA ANO 5 - Nº 14 ENTRE LIVROS BOB DYLAN “Don´t ask me nothin´ about nothin´ / I might just tell you the truth”Outlaw Blues Nascido a 24 de Maio de 1941, Robert Allen Zimmerman adoptou em 1960, com 19 anos de idade, o nome artístico de Bob Dylan. Este foi um dos actos de uma história de vida até aí já complexa e fecunda, como afirmou numa entrevista em 1965: “O meu passado é tão complicado que ninguém acredita”. Ao longo da sua vida como músico e songwriter, abordou vários géneros musicais: folk, blues, country, rock, gospel, swing, jazz... As letras das suas canções abordaram temas políticos, sociais, filosóficos e literários, mas, a partir de 1965, tornaram-se mais pessoais, introspectivas e por vezes surreais. Outro facto decisivo da sua vida artística foi o assumir um som eléctrico que escandalizou os folksingers da época. Em 1965, no Newport Folk Festival, e na digressão inglesa de 1966, foi vaiado pelos puristas de um som mais acústico. Rodeou-se sempre de excelentes músicos, mas o grupo que melhor o complementou foi um conjunto de músicos notáveis conhecidos como The Band, que o acompanhou na segun- da metade dos anos 60 e nos anos 70. Nunca seguiu nenhuma moda, mas foi criador de várias, seguido e plagiado por muitos. É talvez, juntamente com os Beatles, a figura central da música dos anos 60, e as suas letras foram cantadas por muitos outros, muitas vezes levando-os à glória, como sucedeu com os Byrds em 1965, e com a canção “Mister Tambourine Man”. A sua imagem e o seu timbre de voz também se modificaram ao longo dos tempos. Nas décadas de 70 e 80 do século passado, atravessa fases de menor criatividade, mas nos anos 90 ocorre como que um renascimento, e tem até hoje produzido grandes discos. Estes são alguns aspectos de uma personagem camaleónica e também ambígua, mas com um profundo impacto na cultura e na música popular. Escolher uma canção chave na obra de Bob Dylan é difícil, mas “Like a Rolling Stone”, de 1965, será talvez essa canção – a letra de grande poder poético, a expressividade da voz de Dylan, o orgão de Al Kooper, a guitarra eléctrica de Michael Bloomfield, tornamna intemporal, aliás como toda a obra de Bob Dylan. Discos recomendados: “Highway 61 Revisited”(1965), “Blonde on Blonde”(1966), “Blood on the Tracks”(1974), “Time Out of Mind”(1997). Filmes: “Don´t Look Back”(1967) – D.A. Pennebaker, e “I´m not There”(2007) – Todd Haynes. Professor Francisco Franco SARAU CULTURAL Para encerrar a Semana das Línguas do ECB, os Grupos de Português, Francês e Inglês/Alemão organizaram um Sarau Cultural que decorreu no auditório do CCGS, no dia 5 de Março, às 21h. Nesta actividade, participaram cerca de 200 alunos e ex-alunos que, de forma irrepreensível e durante cerca de duas horas, declamaram poesia, dramatizaram textos diversos, apresentaram coreografias e dança de vários géneros, interpretaram canções, enfim, encantaram com a sua autenticidade, empenho e vontade de engrandecer aquela que é ou foi a sua escola. Na plateia repleta, não couberam todos os pais e familiares destes alunos que, igualmente generosos, não se pouparam a esforços para permitir que as suas ”pequenas estrelas” brilhassem naquela noite chuvosa de sexta-feira. Professora Fátima Feliciano Neste edição, convidamos os leitores a descobrirem o que lê alguém da área das ciências, neste caso um professor de Matemática, uma funcionária da Biblioteca e uma colega do curso de Artes Visuais. Vejamos, então, o que nos disse o professor de Matemática do Externato Cooperativo da Benedita, Francisco José Veiga Martins, de 41 anos, sobre os seus hábitos de leitura: O livro que mais gostou de ler: O Livro do Desassossego, de Bernardo Soares. O livro que mais lhe custou a ler: Jangada de Pedra, de José Saramago. O escritor que mais aprecia: Miguel Sousa Tavares. Os livros que anda a ler: Intuição, de Allegra Goodman, e a nossa necessidade de consolo é impossível de satisfazer, de Stig Dagermam. Os livros que aconselha: Caim e Ensaio sobre a Cegueira, de José Saramago. A Catarina Silva trabalha na Biblioteca do Externato há já alguns anos e, muito amavelmente, respondeu às nossas perguntas sobre os livros que lê: O livro que mais gostou de ler: Inkheart, Coração de Tinta, de Cornelia Funke, e Casei com um Massai, de Corinne Hofmann. O livro que mais lhe custou a ler: Ensaio sobre a Cegueira, de José Saramago. «Senti uma dor enorme enquanto o estava a ler», disse. O escritor que mais aprecia: Agatha Christie. «Gosto muito dos seus policiais.» O livro que anda a ler: A Concubina Russa, de Kate Furnivall. O livro que aconselha: A Cabana, de WM. Paul Young. «É um livro que dá que pensar, é muito bonito, aconselho vivamente». Finalmente, vejamos o que nos disse a Daniela Siopa do 12º F sobre o que gosta de ler e o que aconselha aos leitores: Os livros que mais gostou de ler: Memorial do Convento, de José Saramago, Mensagem, de Fernando Pessoa e Novos Contos da Montanha, de Miguel Torga. O livro que lhe custou mais a ler: Os Maias, de Eça de Queirós. O escritor que mais aprecia: Fernando Pessoa. O livro que anda a ler: Jangada de Pedra, de José Saramago. O livro que aconselha: Mensagem, de Fernando Pessoa. Vanessa Martins, Flávia Silva, Margarida Serralheiro, 10º F 10 ARTE E CULTURA ANO 5 - Nº 14 TOQUE DE SAÍDA OS MAIAS DE EÇA DE QUEIRÓS A OBRA QUE PASSA PELAS MÃOS DOS JOVENS HÁ VÁRIAS DÉCADAS Os Maias é um romance do século XIX que há várias décadas é lido pelos alunos do 11.º ano. Será que continua a cativar a atenção dos jovens estudantes? Penso que sim. A obra, publicada em 1888, é uma das mais importantes de toda a literatura narrativa portuguesa. A história ocupa-se de uma família, de seu nome Maia, e envolve três gerações (Afonso, Pedro e Carlos da Maia), centrando-se na última geração, uma vez que dá mais relevância aos amores incestuosos de Carlos e Maria Eduarda. A história familiar é também um pretexto para o autor fazer uma crítica à situação política e cultural decadente e à alta burguesia lisboeta, oitocentista. Mas vamos aos Maias, isto é, às personagens que constituem a família. Afonso da Maia é um senhor baixo, maciço, de ombros quadrados e fortes. A cara larga, os cabelos brancos, muito curtos, e a barba comprida. Provavelmente a personagem mais simpática do romance. Não se lhe conhecem defeitos. É um homem de carácter culto e requintado nos seus gostos. Enquanto jovem, adere aos ideais do liberalismo e é obrigado a sair do país. Instala-se em Inglaterra. Depois de seu pai falecer, regressa a Lisboa e casa com Maria Eduarda Runa, com quem tem um filho, Pedro. Após o suicídio do filho, Afonso dedica a sua vida ao neto, Carlos. Morre de uma apoplexia, quando descobre os amores incestuosos dos seus netos. Pedro da Maia, quando criança, tinha face oval, olhos belos. Apresentava um temperamento nervoso e grande instabilidade emocional. O narrador dá grande importância aos traços físicos e psicológicos herdados por esta personagem do ramo familiar dos Runa. Pedro é vítima do meio lisboeta e de uma educação retrógrada. Carlos era um belo e magnífico rapaz. Era alto, bem constituído, de ombros largos, olhos negros, pele branca, cabelos negros e ondulados. Tinha barba fina, castanha escura, pequena e aguçada no queixo. O bigode era arqueado aos cantos da boca. Carlos era culto, bem-educado, de gostos requintados. Ao contrário de seu pai, o seu carácter é resultado de uma educação inglesa. É corajoso, frontal e generoso. Todavia, apesar da educação, Carlos fracassou, em parte por causa do meio onde se instalou – uma sociedade fútil e sem estímulos. Eça quis personificar em Carlos a Geração de 70, a que fez a Questão Coimbra e as Conferências do Casino e que acabou no grupo dos Vencidos da Vida, de que Carlos é um bom exemplo. Maria Eduarda era uma bela mulher: alta, loira, bem-feita, sen- SUGESTÃO DE LEITURA No ano em que se comemora o centenário da República é obrigatório falar de Aquilino Ribeiro, não só porque era um republicano convicto, mas também porque é um dos grandes nomes das nossas letras, que soube como poucos combinar a rusticidade com a erudição, revelando os esplendores e as misérias do Homem. É pena que os pro- ARTE E CULTURA Liliana Querido do Couto, 11ºG TOP 10 (RE)LER AQUILINO gramas escolares e os organizadores de manuais se esqueçam, ostensivamente, de alguns dos melhores textos que se escreveram em língua portuguesa, (veja-se o caso paradigmático de Alexandre Herculano). Por isso, neste espaço de sugestão de livros e descoberta da leitura, quero convidar à (re)leitura de Andam Faunos pelos Bosques, poderia ser A Casa Grande de Romarigães, Quando os Lobos Uivam, ou O Malhadinhas, todos eles merecedores da atenção dos que já têm hábitos de leitura consolidados, mas principalmente dos mais jovens que agora começam a tomar o gosto pelos livros, no entanto, parece-me que estes romances terão ofuscado aquele que, na minha opinião, melhor revela a elasticidade da escrita de Aquilino e a sua imensa capacidade de captar sual e delicada, é uma personagem planeada em poucos traços; o seu passado é quase desconhecido, o que contribui para o encanto que a envolve. A sua caracterização é feita através do contraste entre ela e as outras personagens femininas e, ao mesmo tempo, chega-nos através do ponto de vista de Carlos, para quem tudo o que viesse de Maria Eduarda era perfeito. Esta é uma obra que apresenta toda uma história do século XIX. Hoje, os alunos do 11.º ano lêemna com emoção (embora a considerem difícil e muito extensa) e verificam que é actual e que muitas das críticas feitas se adaptam aos seus dias. Podemos perguntar: quantos Dâmasos andam por aí? E Egas? E como está a nossa “Instrução Pública”? Estará melhor do que no século XIX? Posso deixar o meu testemunho: li integralmente e gostei. É uma obra que aconselho a todos. 1º - O Velho e o Mar – Ernest Hemingway o modus vivendi das aldeias beirãs, as suas crenças e os seus mistérios. No romance Andam Faunos pelos Bosques é retratada a vida e a fé de um grupo de padres das terras beirãs, sendo-nos contada através deles a história misteriosa da sedução das raparigas mais bonitas da região por uma criatura que elas não conseguem identificar. Inicia-se então a caça à terrível besta, do sacrifício voluntário de uma das donzelas mais bonitas da terra, à espera de Jirigodes, o namorado despeitado, que tenta surpreender o demónio nas suas andanças nocturnas, todas as estratégias são postas em prática e, então, adensa-se o mistério. Descubra-o, (re)lendo as deliciosas descrições do romance de Aquilino Ribeiro. Professora Luísa Rocha 2º - Felizmente Há Luar – Luís de Sttau Monteiro 3º - A Metamorfose – Franz Kafka 4º - À Beira do Lago dos Encantos – Maria Alberta Menéres 5º - Dentes de Rato – Agustina Bessa-Luís 6º - Lua Nova – Stephenie Meyer 7º - Um Momento Inesquecível – Nicholas Sparks 8º - O Velho Que Lia Romances de Amor – Luís Sepúlveda 9º - O Triunfo dos Porcos – George Orwell 10º - Crónica dos Bons Malandros – Mário Zambujal Os livros mais requisitados na Biblioteca do ECB nos meses de Fevereiro a Abril de 2010. 11 TOQUE DE SAÍDA ANO 5 - Nº 14 HOMENAGEM AO CÓNEGO JOSÉ MENDES SERRAZINA Nesta edição do Toque de Saída, dedicamos a rubrica Lugar da Memória a um homem a quem a Benedita muito deve, e em especial o Externato Cooperativo da Benedita, e que nos deixou no passado dia 12 de Maio. Falamos do Cónego José Mendes Serrazina. Nasceu no lugar de Moita do Gavião, freguesia de Benedita, onde frequentou a escola primária. Fez o curso preparatório nos seminários de Santarém e de Almada, e o curso maior nos Olivais, tendo sido ordenado sacerdote na Sé Patriarcal de Lisboa, a 29 de Junho de 1950. O seu vasto curriculum dá-nos uma ideia deste beneditense, que fez da sua vida “uma entrega total a Deus e ao próximo”. Foi professor e prefeito do seminário de Santarém, assistente eclesiástico da Acção Católica Rural em plano nacional e diocesano de Lisboa. Entretanto, durante o ano lectivo de 1961/62, frequentou, em Roma, no Centro Internacional do Movimento por um Mundo Melhor, o curso “Pró-Ecclesia”. Fez parte da Comissão Preparatória da Reestruturação Pastoral do Patriarcado, foi vice-reitor do seminário dos Olivais, sendo seguidamente nomeado director do Secretariado Diocesano da Pastoral das Vocações do Patriarcado, cargo que exerceu até 1973. No mesmo ano, foi nomeado assistente eclesiástico da Caritas Diocesana de Lisboa e director do Secretariado Diocesano de Acção Social e, em1974, assistente nacional da Caritas Portuguesa. Em Maio de 1984, e por Despacho do Ministro do Trabalho e Segurança Social, foi nomeado membro da Comissão Interministerial da Família, como individualidade nomeada pelo referido Ministro. Em 1982, fundou a Equipa do Curso de Preparação para o Matrimónio na Benedita, que orientou até 2000. Cónego da Sé de Lisboa, desde Julho de 1989, e Secretário-Geral do Patriarcado de Lisboa, de 1990 a 1997. De 1997 a 2000, foi pároco na Freguesia dos Anjos, em Lisboa. Embora longe da Benedita, pelos vários cargos que ocupou, nunca esqueceu a sua terra, e foi um dos grandes impulsionadores e cofundador do Instituto Nossa Senhora da Encarnação – Cooperativa de Ensino e Cultura, decorria o ano de 1965, sendo membro dos órgãos sociais ao longo de vários anos. Neste momento, lembramos o Cónego Serrazina como um homem que dedicou grande parte da sua vida à Igreja, mas também aquele que nunca esqueceu as causas sociais nem as suas raízes beneditenses. Por tudo o que fez restanos dizer: Muito obrigado, Cónego Serrazina. Professora Maria José Jorge UMA EUROPA GRISALHA OS MEXERICOS E OS MEXERIQUEIROS Estou farta de mexericos, detesto-os. Quando vou para o trabalho, sou seguida pelo mexerico, quero livrar-me dele, mas ele solta gargalhas e regressa à torrente de palavras insignificantes. Quando vou às compras, fica à porta a fazer os seus juízos, e os de cada um em particular. Se me sento com um amigo ou amiga, sem ser convidado, de dois faz três. Quando estou em lugares mais solenes, de culto ou de ensino, encontro o pai e a mãe do mexeriqueiro vestidos pela falsidade e pela hipocrisia. Ao regressar a casa, ao entardecer, também aí o encontro, como uma cobra que parece pendurar-se no meu tecto, ou rastejar pelos cantos da minha casa. Em suma, o mexeriqueiro está em toda a parte, onde poderá um(a) amante do silêncio repousar? Existirá algum sítio onde não haja tráfico de conversa barata? Depois, há grupos de mexeriqueiros que se agridem mutuamente com toda a espécie de mexericos e se deliciam com os “sons” que provocam uns nos outros. Para mim, a classe pior de mexeriqueiros é o grupo que se finge adormecido, mas com o seu ressonar se acorda a si próprio de tempos a tempos, para dizer “Quão eruditos somos!” Com o meu próprio mexerico, satirizei o mexeriqueiro e os seus amigos, mas também sou um deles. Rosário (Zaira), funcionária administrativa Esta podia ser a identificação da Europa daqui por não muitos anos, mais precisamente em 2050, como apontam as previsões. Não só será uma Europa mais envelhecida, como também uma Europa menos povoada. Para essa data, prevê-se também a ocorrência de um facto histórico à escala planetária: haverá mais pessoas acima dos sessenta anos (cerca de 21%) do que com menos de quinze anos. O envelhecimento do velho continente começa a partir dos anos setenta, quando os europeus passaram a ter menos bebés, invertendo a situação dos anos do pós-guerra, período no qual a população europeia cresceu como nunca (geração dos baby-boomers). O envelhecimento da população deve-se também ao espectacular aumento da esperança média de vida ao longo do século XX, graças aos progressos da medicina, da alimentação e da higiene. Se no início do século a esperança de vida oscilava entre 30 a 45 anos, hoje a média planetária ronda os 67 anos. Este envelhecimento da população europeia tem efeitos mais nefastos do que se pode, à partida, pensar. Significa que com menos jovens a descontar para a segurança social, haverá menos recursos, nos diversos países, para fazer face ao número cada vez maior de desempregados e reformados. Esta situação só se alterará quando os portugueses, e os europeus em geral, se consciencializarem de que é necessário ter mais filhos, se bem que para isso seja fundamental o apoio dos governos, através de creches gratuitas, maior apoio financeiro às famílias, gratuitidade dos serviços escolares e médicos. Tiago 9º H Texto Vencedor do Concurso Literário da Semana das Línguas - Alemão ICH WEIβ NICHT… Ich lüge nicht, es gibt etwas in dir, das mir bezaubert. Ich habe Angst vor diesen Gefühlen, dieser Faszination. Ich bin zu viel täuschend für dich, aber ich habe Angst, dass du mir enttäuschst. Ich weiβ nicht, ob ich dich liebe aber ich hoffe es bald entdecken. Du wurdest ein Laster für mich aber ich weiβ nicht, ob ich es ernähren kann, weil ich mit dir wenige Male bin. Ich fühle Sehnsucht, ich will mit dir sein. Ich weiβ nicht, ob diese Gefühle Liebe sind aber ich hoffe, dass du mir es sagst. Die Art, die du mir es sagen wirst, nur du weiβt. Mariana Lourenço Boita Agostinho, 11ºD 12 OLHAR CIRCUNDANTE ANO 5 - Nº 14 TOQUE DE SAÍDA ENTREVISTA AO PROFESSOR AUGUSTO COUTINHO “APESAR DO PANORAMA ACTUAL DA EDUCAÇÃO, DESEJO QUE O ECB CONTINUE A SER UMA GRANDE ESCOLA, COM A QUALIDADE QUE SEMPRE LHE CONHECI.” Augusto Manuel da Costa Coutinho nasceu em 1940, em Coimbra, tendo vivido aí até aos 7 anos. Parte para Moçambique com os pais, regressando aos 17 anos, altura em que conclui o Liceu e ingressa na Universidade de Coimbra para se licenciar em Geografia. É casado com M.ª Helena Coutinho, pai de 2 filhos e vive há cerca de 40 anos nas Caldas da Rainha, tendo exercido docência no ECB até ao ano lectivo 2008/2009. foram dados na Associação Académica de Coimbra. Posteriormente, fui convidado pelo Dr. Sapinho a implementá-la no ECB. Tendo nascido em Coimbra, como chegou às Caldas da Rainha? O facto de ter de cumprir o serviço militar obrigatório trouxe-me, em 1964, para as Caldas da Rainha. Depois fui mobilizado para a Guiné como oficial de infantaria durante dois anos e regressei em 1967 a Portugal. Estive em Coimbra a acabar o curso de Geografia, ao mesmo tempo que trabalhava na Caixa de Previdência. Em 1968, volto definitivamente para as Caldas, para leccionar na Escola Comercial e Industrial das Caldas da Rainha (actual Escola Rafael Bordalo Pinheiro). Como surgiu a ligação ao ECB? Por um acaso. A determinada altura, havia falta de professores no ECB e o Dr. Sapinho convidoume para, como professor acumulante, suprir essa falta, e assim foi. Depois mantive-me por lá até 2009, tendo apenas interrompido num período curto de tempo para realizar o estágio pedagógico, em Leiria. Como assistiu à consolidação de uma escola com a dimensão actual que tem o ECB? Conheci a escola desde que as paredes não estavam pintadas (gargalhadas). Recordo-me de existirem aulas de cozinha num barracão. Foi uma transformação radical que não fica ao alcance de qualquer entidade. Esse desenvolvimento deve-se muito ao perfil dinâmico do Dr. Sapinho. Sabemos que contribuiu para incrementar a prática da modalidade de judo na Benedita. Como é que tudo começou? Os meus primeiros passos nesta modalidade OLHAR CIRCUNDANTE Lembro-me que o início não foi fácil, não havia condições materiais, de tal modo que começámos a praticar no coro do antigo Salão Paroquial. A primeira turma contava com largas dezenas de praticantes. Os cursos eram abertos a toda a comunidade. Fui instrutor durante anos; mais tarde, alguns alunos tiraram o curso de instrutor e deram prosseguimento à actividade, tendo sido o primeiro o Manuel Faustino da Silva (o actual chefe da secretaria do ECB). Participámos em muitas provas e ganhámos vários títulos. Quando se realizavam as provas pelo país, criava-se um ambiente de familiaridade entre todos. Esta modalidade deu muita visibilidade ao ECB. Aquando do aparecimento do Desporto Escolar, introduziu-se a esgrima e eu assegurei o lugar de treinador. Já dava esgrima na Escola Rafael Bordalo Pinheiro, e depois o Dr. Sapinho mostrou-se interessado em introduzila também no ECB. A meu ver, a esgrima foi um sucesso em termos de resultados, foram muitos os títulos conquistados e houve muitas campeãs nacionais. Decerto, ao longo destes anos, passou por algumas situações divertidas aqui na Escola. Quer partilhar alguma connosco? Claro, são muitos anos no mesmo local e há sempre situações engraçadas que ficaram na memória. Lembrome de uma muito curiosa que remonta há muitos anos atrás, ainda naquele tempo em que havia aulas de culinária no ECB, integradas no Curso de Formação Feminina. As alunas faziam pratos deliciosos e eu era quase sempre convidado para dar um parecer e acabava por comer imenso, de tão deliciosos que eram. Foram épocas diferentes que me marcaram enquanto profissional do ensino e enquanto pessoa. Lembrome ainda das festas, teatros e espectáculos musicais que decorriam com regularidade; houve alguns em que a minha mulher era convidada para cantar fado. Na condição de professor durante quatro décadas, como tem reagido às mudanças no sistema educativo ao longo destes anos? Lá me fui adaptando às mudanças, mas olho com muito receio o futuro da educação, porque julgo que o critério economicista é que tem servido de base às reformas educativas. Qualquer mudança é mais uma tentativa para poupar. Por outro lado, instalou-se um clima de facilitismo, totalmente coerente com o critério economicista que referi. Para finalizar, gostaria de deixar alguma mensagem para os próximos 45 anos? Apesar do panorama actual da educação, desejo que o ECB continue a ser uma grande escola, com a qualidade que sempre lhe conheci. Isso é mesmo o mais importante, e falo de qualidade em todos os campos. Todos, sem excluir nenhum, pois esta instituição sempre procurou a qualidade. Entrevista feita pelos professores Clara Peralta, Ricardo Miguel e Valter Boita 13 TOQUE DE SAÍDA ANO 5 - Nº 14 1º Prémio - Ensino Secundário AGITAÇÃO MARÍTIMA A MINHA ESCOLA FAZ 45 ANOS… Corria, fugaz e apressadamente, o ano de 1965. A história vincava-se a cada instante. A mini-saia envolvia o corpo feminino, liberto. A guerra era o sobrenome do Vietname. Os “Beatles” eram aclamados mundialmente. E… nasci. A 23 de Fevereiro. Harmoniosa e humilde, numa pequena fábrica de cutelaria desactivada, aqui, no meu berço: Benedita (curiosamente tal como sou: Benedicta). O meu nome? Instituto Nossa Senhora da Encarnação, Cooperativa de Ensino e Cultura. Longo! Vulgo: Externato Cooperativo da Benedita. Filiação: Aventura e Coragem. Aventura, sim, mobilizadora das competências dos, então sonhadores, habitantes da Benedita. Coragem sim, em fintar a realidade, opressiva e ditatorial, então em vigor em Portugal. Uniram-se, deixando um embrião que cresceu, que hoje sou. Embrião este com origem no pensamento dos meus fundadores. Missão? Três: elevação dos níveis de escolaridade, desenvolvimento local e valorização cultural. Pois, foi neste contexto que cresci. Como escola que sou, fui “mãe” de muitos com grandiosas capacidades, disponíveis ao bem comum. E hoje? Hoje volto a nascer! Faço quarenta e cinco anos. Sim, o tempo passou por mim. A verdade é que envelheci, feliz e cumpridora de sonhos e missões. Mas sinto-me nascer a cada instante para a fugaz novidade, com a certeza eterna de que continuo a merecer e exigir o empenho, esforço e dedicação de todos quantos me sonharam e sonham. Porque hoje sou mais do que obra que Homens sonharam. Hoje sou rainha coroada de êxito e prova viva de que quando o Homem conhece o segredo da intensa palavra “Quero”, cumpre-se a obra, cumpre-se o Homem, cumpre-se o sonho. Filipa Isabel Serrazina, 12ºC PASSAGENS DA VIDA LIBERDADE DE VIVER Há momentos de todas as cores Há sentimentos de todos os feitios! Sinto uma tristeza Sem fim Dentro de mim O meu coração Bate como um relógio Sinto um calafrio Dentro do meu ser Esta dor é tão forte Que quase me derruba A minha mente Desapareceu no infinito Não sei explicar Este vazio dentro Do meu corpo Como continuar Gostava de ser uma semente Para ser transportada pelo vento Gostava de soltar a minha mente E deixá-la à deriva por um momento Sem parte definida Sem local de chegada Sem destino Queria voar, voar, voar… Queria sentir, sentir… Queria apanhar… Essa Liberdade de Viver Ser livre no tempo Soltar todo o meu ser Libertar-me das amarras da vida Ser livre de voar pelo mundo Ai, como eu queria ser assim Oh! Como tudo começa... Na ternura de ser pequenino: De já sentir o coração A bater, a bater e a bater Sem saber bem porque razão Amamos de tal forma! Oh! E quando nascemos... Nem se contam os batimentos que vão Em três pequenos corações, Que alegria, que felicidade! Oh! Quantas são as mãos Do mundo que se entrelaçam A ajudar, a partilhar, a abraçar. Mas não é sempre assim... Porque existe o mau, Dominante da guerra, Capaz de separar todos De todas as formas: Derrubando a sensibilidade Fechando os olhos Traindo as cores Dos bons momentos. Mas felizmente Não supera o Amor. Sim, aquele sentimento Mesmo, mesmo invencível! É impressionante Aquilo que somos capazes De fazer por ele... Sara Catarina dos Santos Geménio, 11º H Somos capazes De chegar ao infinito, De saborear o impossível E até de o próprio ser abandonar — Tudo, mas mesmo tudo, Por uma grande razão. O mar vai… O mar regressa… A vida que cai E um amor que nunca cessa Ostento a tua alma Ladeio o teu corpo brando A Natureza fica calma E os passarinhos cantando. Que sonho tão bom Que abraços inseparáveis Ao embalo deste som De beijos inacabáveis. O tocar prolongou-se O carinho nunca acabou A voz adiantou-se E tudo começou. Duas almas estendidas Dois corpos temidos Duas vidas esquecidas Num tocar tão sentido. O vento aviva Acalmando os sussurros Que se traduzem numa ameaça Para os perigos futuros. As pétalas caem Com a fúria do sofrimento As lágrimas sobressaem Na ausência de contentamento Um raio iluminou o nosso rosto A vida sorriu e proclamou: Não vos deixais levar num desgosto A vida é uma maravilha que vos alegrou. As lágrimas partiram O rio secou Os rostos sorriram E a vida parou. Um beijo emergiu Os lábios encarnaram Um pássaro surgiu Embalando o sonho em que ficaram. As últimas palavras ressoaram Os dois amores nunca se abandonaram E agora que os últimos avisos sobrevoaram Os dois corpos lá se separaram. Uma despedida temível Abraços e beijos memoráveis Mais um dia inesquecível E mais belos momentos relembráveis. Joana do Mar, 12º C (Aquela pela qual te escrevo). Danny Siopa, ECB 14 RECRIAR O MUNDO ANO 5 - Nº 14 TOQUE DE SAÍDA O DESAFIO DE BEM ESCREVER Escrever. Produzir. Elaborar um texto, eis o desafio! O desafio fora lançado numa situação em particular – para o concurso literário subordinado ao tema: A minha escola faz 45 anos… Os alunos reagiram das mais diversas formas: uns por interesse, outros com indiferença e outros, ainda, por ver somente. Interesse? Sim! Mas como fazer um texto (Ainda por cima para concurso!) sobre a Escola que muitos frequentam e sobre a qual só sabem como é? Bem, talvez seja altura de perguntar quem são os interessados. Do sétimo ao décimo segundo ano, ainda são bastantes. Quem precisa de ajuda? Os mais pequenos, claro! Diriam os mais desatentos. Os mais pequenos necessitam, sem dúvida, de mais atenção e orientação. Não convém esquecer que os outros… também. De que precisam? Ajuda. É que as perguntas surgem em catadupa: Que tipo de texto fazer? Ficção, descrição, reflexão ou opinião? A história da Escola e da Benedita, onde procurar? Como tratar a informação? Pois é, não é fácil! As ideias até podem deambular pelas cabeças pensadoras, no entanto é difícil colocá-las no papel. Afinal, há que falar da ESCOLA para que se perceba a importância que tem e teve, ao longo de todos estes anos… E depois… talvez se ganhe o primeiro lugar… se fique conhecido… alguém fique orgulhoso… Conclusão, escrever NUNCA é fácil! O turbilhão de ideias deverá ser controlado, resultando num TEXTO com qualidade. É preciso não esquecer que o acto de escrita deverá revelar construção de conhecimento. Deverá revelar um discurso coerente, coeso, organizado, conjugado com a elaboração estética e diversidade de vocabulário. Não esquecendo o sentido crítico e uma boa dose de sensibilidade. Ora em que ficamos? Alguém se aventurou a tal desafio? Escreveram ou não? Sim, senhor! Pesquisaram, escreveram, riscaram, rasuraram… Inspiraram e inspiraram-se … e voilá! Apareceram alguns textos para o tão divulgado concurso: reflexões, descrições, memórias, narrações, …houve de tudo um pouco. E os concorrentes foram muitos? Qua- 1º Prémio - 3º Ciclo A MINHA ESCOLA FAZ 45 ANOS… Eu sou aluna do Externato Cooperativo da Benedita e vou contar uma história que inventei, mas que poderia ter acontecido. Bem, aqui vai... A história começa há 45 anos, com um grupo de crianças que fazia uma corrida de bicicleta na estrada, quer dizer, naquele tempo, caminho de cabras. Naquela altura já existia a Igreja, talvez não tão bonita como hoje; existiam, também, algumas casas que hoje já não existem. Aquele grupo de crianças iria ser a primeira turma desta prestigiada escola, mas isso é assunto para mais tarde. Aquelas crianças, que agora paravam à frente de um barracão ao lado da igreja, tinham um desejo, o desejo de aprender, mas não podiam, porque para aprender tinham de ir para uma escola e a escola era muito longe daquela terra. - Tive uma ideia! - disse o João, de repente - podíamos ter aulas neste barracão. - Pois! Seria óptimo, bestial, maravilhoso, se tivéssemos aulas aqui e se pudéssemos aprender, mas quem as daria? - perguntou a Maria. - Calma, eu pensei em tudo! Na terra aqui ao lado, onde eu costumo ir entregar fruta, existe um senhor que é amigo do meu pai, e que um dia me disse que tinha sido professor, mas que agora não tem emprego. Podíamos pedir-lhe para nos ensinar - respondeu-lhe o João. - Então fazemos assim, nós os dois vamos falar com esse senhor e vocês arrumam o barracão de modo a parecer uma sala de aula. Pode ser? - pediu Maria às outras crianças. Sim! - e logo começaram a arrumar. A Maria e o João lá foram. A viagem durou apenas alguns minutos de bicicleta. Falaram com o referido senhor e explicaram-lhe a situação, tintim por tintim. - Eu gostaria muito de vos ensinar, mas têm de compreender a minha condição para tal - disse ele. - Que condição!? - perguntou a Maria muito curiosa. - A condição de obedecerem àquilo que vos pedir para fazerem, de estarem atentos às aulas e de arrumarem tudo no final - respondeu o senhor, já agora, de nome Luís Baptista. - Sim, nós prometemos fazer isso tudo desde que possamos aprender – disseram as crianças já aos pulos de tanta euforia. - Óptimo, vamos lá então conhecer a nossa escola. Quando chegaram ao barracão, as outras crianças já tinham tudo arrumado e tinham conseguido improvisar mesas para todos e uma secretária. - Olá, crianças! - disse o Sr. Baptista - fizeram um óptimo trabalho e já podem ir descansar, que amanhã vai ser um longo dia. E assim nasceu o Externato Cooperativo da Benedita, (na minha imaginação). A nossa escola, aquela em que hoje estudamos, passou de um barracão velho como sala de aula, umas caixas como mesas improvisadas e alunos desejosos de aprender, a um edifício enorme, que, na minha opinião, tem muito boas condições. Para mim, a melhor de todas as Escolas, (só conheço esta, mas, mesmo assim, é especial), com salas e mesas reais; pátios enormes para a brincadeira e, claro, muitos e muitos anos de sabedoria. Sofia Neto Fernandes, 8ºH renta e seis. Chegam? São suficientes para os professores, membros do júri, lerem, analisarem, se desanimarem ou deliciarem com o produto! Mas deliciaram-se? Sem dúvida! Quais provadores de um bom vinho, de um bom doce com cereja no topo,… Revelando mais uma vez a capacidade de jovens escritores, uns mais verdes, outros mais maduros. As palavras podem falhar quando queremos exprimir um pensamento ou uma realidade! No caso em particular de que falo – os textos para o Concurso Literário - tal não aconteceu para os escolhidos a premiar (três primeiros lugares distribuídos por cada um dos ciclos, básico e secundário, havendo dois em ex aequo no terceiro lugar). À moda de Carlos Drummond de Andrade, diria: É preciso salvar a escrita, é preciso crer nos alunos, é preciso apagar as dúvidas, é preciso ler bons autores, é preciso acreditar, é preciso anunciar para algo nascer! Professora Lucília Borges A VIDA É UM JOGO A vida é um jogo, não se pense que é prazer fácil, que há flores e pores-do-sol todos os dias, coisas bonitas a toda a hora. Se assim for já estou enjoado do bonito, cego, com os sentidos tapados. O bom da vida será jogar, não se pense que é dinheiro fácil. Se fosse, toda a gente estaria bem. O bom será conseguir em lutas pequenas destruir grandes açucenas, compor ou desmanchar poemas. A vida é obra-prima, seja a destruição total, composta musicalmente num gráfico de emoção, rasgante e clemente. Não querendo eu jogar como um viciado, escrevo e analiso já agarrado, rimo cartas e químicos coloridos, já conheço tudo pelo ar mais triste. Nunca tendo chegado ao fim, não saberei se ao quebrar a regra estou próximo, porque tanto nasci, tanto me escrevi. Ruben do Carmo, 12º Ano RECRIAR O MUNDO 15 TOQUE DE SAÍDA ANO 5 - Nº 14 DESPORTO ESCOLAR No passado dia 1 de Maio, a aluna Maria João Ladeira, do 9ºH, classificou-se em 4ºlugar, no Encontro Regional de Ténis, no âmbito do Desporto Escolar, e obteve um 3ºlugar, por equipas, numa actividade que se realizou em Setúbal e que foi acompanhada pelo professor José Vinagre. Também no Desporto Escolar, e sob a orientação da Professora Rita Pedrosa, a equipa de Rugby do ECB disputou a fase Regional de Sub-18 nas Caldas da Rainha no dia 21 de Abril, onde obteve um 6ºlugar. No dia 26 de Maio, a equipa deslocou-se a Peniche, para aí realizar jogos de Rugby na Praia, vertente sempre muito apreciada pelos atletas. A RAINHA NATUREZA É incrível a força da Rainha Natureza. O Homem depende dela, vive nela, sofre com os actos dela, muitas vezes consequência dos seus próprios actos. Foi no passado mês de Abril que a Rainha voltou a dominar, sempre imponente, talvez um pouco impulsiva, com a sua ferocidade peculiar. O trono foi montado num vulcão em erupção, o Eyjafjallajokull, na Islândia, essa ilha perdida num oceano outrora navegado por exploradores expeditos, em busca de tesouros distantes e povos com culturas distintas, a qual alberga um número significativo de vulcões. Uma nuvem de cinzas saída das entranhas do Eyjafjallajokul espalhou-se por várias regiões europeias, e por causa disso muitos voos foram cancelados. Desde o Reino Unido, passando por países como a França e a Espanha, nem o magnífico arquipélago dos Açores escapou à ira de Sua Majestade. É claramente impossível o Homem, servo da Soberana Natureza, travar a sua cólera. Todavia, com o avanço da ciência e da tecnologia, e o conhecimento de diversos métodos de previsão de catástrofes naturais, devem unir-se esforços no sentido de antever possíveis tragédias. Além disso, as populações devem participar em exercícios de simulação regulares e ser informadas acerca das formas de protecção em situações de risco. E tudo pode começar com a informação e preparação no espaço escolar. Ana Paula Cruz, 8º F UMA AVENTURA - UM PROJECTO Projecto, segundo definição da UNESCO (Glossary of Educational Technology Terms), é uma actividade prática significante, de valor educativo, que visa um ou vários objectivos. Implica pesquisas, resolução de problemas e, muitas vezes, uma produção. Tal actividade é planificada e conduzida pelos alunos e pelo professor, em conjunto, num contexto real e verdadeiro. Desta forma, as alunas Ana Isabel Antão, Laura Gonçalves e Mariana Rodrigues, do 12.º B, têm, nas aulas de Área de Projecto, orientadas pela professora Paula Castelhano, como principal objectivo de investigação analisar a genotoxicidade de efluentes tratados de indústrias de cutelarias do concelho de Alcobaça. Neste projecto, têm como colaboradores directos as empresas, as quais cedem os seus efluentes já tratados, pois possuem recursos humanos e materiais adequados para efectuar o tratamento físico e químico de efluentes, com certificados de qualidade ambiental. A Genotoxicidade é a capacidade que alguns compostos, xenobióticos, têm de induzir alterações no material genético de organismos, sendo essas alterações responsáveis pelo aparecimento de cancros e doenças hereditárias. O conhecimento do potencial genotóxico de um fármaco ou de 16 substâncias presentes no meio ambiente é uma informação essencial para os departamentos de ambiente, regionais ou nacionais, no que se refere ao estabelecimento de riscos para o homem e para o ambiente. Assim, um projecto implica, por parte dos intervenientes, motivação e coerência no caminho a percorrer, pelo que deve estar de acordo com os valores e princípios que regem a escola. Numa explicação sucinta das vantagens do Trabalho de Projecto, pode dizer-se que é bom para envolver os alunos e levá-los a pensar – o que é, obviamente, uma finalidade essencial da escola. O mais importante é que estas alunas aprendam e ganhem gosto por aprender, pois um projecto é criado para resolver um problema, para estudar um tema ou para realizar um sonho. Alexandra Francisco, Bárbara Quitério e Inês Severo, 10ºA LABORATÓRIOS ABERTOS No passado dia doze de Maio, os alunos do 10ºC, 10ºD, 12ºA, 12ºB e 12ºC dinamizaram os Laboratórios Abertos de Biologia e Geologia e de Física e Química, integrados na Semana Cultural, e com a supervisão dos professores Ana Fernandes, Isabel Carreira, Inês Madaleno, Luísa Fonseca, Paula Arraião e Sérgio Teixeira. Nesse dia, os alunos transformaram-se em cientistas, rea- lizando experiências que foram mostradas a outros alunos do ECB e a crianças do Agrupamento de Escolas da Benedita, do Centro Social Paroquial e do CEERIA. Os alunos divertiram-se, ensinando, e todos esperam que para o ano estas actividades se repitam. Patrícia Ribeiro, 10ºD CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE ANO 5 - Nº 14 TOQUE DE SAÍDA FINAL V OLIMPÍADAS DE BIOTECNOLOGIA No decorrer dos últimos anos, têm sido promovidas nas escolas actividades de índole científica e social que, tendo um cariz extracurricular e voluntário, visam testar as aptidões dos jovens nas mais diversas áreas, elegendose, posteriormente, um vencedor. Estas actividades têm importância, uma vez que promovem o gosto, a motivação e o trabalho nas áreas em que os alunos são avaliados, despertando neles uma sede de vitória saudável e promovendo o crescimento de adultos pró-activos. Estando o Externato a par da relevância destas provas, os alunos, através do incentivo dos professores, têm sido motivados para participar, conseguindo marcar presença em fases nacionais destes concursos. Exemplo disso foram as V Olimpíadas de Biotecnologia, promovidas pela Universidade Católica Portugue- sa, através da Escola Superior de Biotecnologia do Porto, onde, após duas fases realizadas na escola por um grupo de alunos das turmas B e C do 12º ano, quatro alunos do 12º B foram apurados para disputar a final nacional que se realizou no dia 23 de Abril, na cidade Invicta. A competição compreendeu provas escritas e orais durante a manhã, e actividades laboratoriais e palestras durante a tarde: um dia bastante enriquecedor para estes quatro jovens, a Inês Belo, a Liane Canas, a Mariana Rodrigues e o Paulo Batista, que contactaram com o ambiente universitário e ficaram a saber mais sobre a investigação na área da Biotecnologia. Relativamente às classificações, embora nenhum dos alunos tenha conseguido um lugar no pódio, acabaram por ser bastante positivas, não fosse esta a derradeira fase nacional. Assim sendo, foram preenchidos o 20º, o 19º e o 9º lugar, pela Mariana e pela Liane, pelo Paulo e pela Inês, respectivamente. Este concurso constituiu uma oportunidade para testar os conhecimentos na área da Biologia e tornou possível a visita a uma escola superior. Por tudo isto, é de louvar a oportunidade concedida e de encorajar todos os alunos a participar nestas iniciativas, extremamente gratificantes e enriquecedoras! Os alunos do 12ºB CAMPANHA MINI - MONOS Talvez muita gente não saiba, mas os pequenos electrodomésticos (torradeiras, cafeteiras eléctricas, tostadeiras, relógios despertadores…) que conservamos em casa, já sem vida, ou danificados, são designados mini - monos. Apesar de não funcionarem, nós continuamos a conservá-los em casa, só para não nos darmos ao trabalho de os depositar no sítio correcto. Então o que é que acontece? As pessoas, por preguiça, acabam por colocar esses objectos no chão, ao pé dos contentores do lixo. Onde é que está a separação do lixo? A propósito deste problema, a escola organizou várias campanhas que têm por objectivo chamar a atenção para a existência de diversos contentores para a reciclagem de lâmpadas, rolhas, embalagens e também dos tais mini-monos. Essa campanha termina no final deste ano lectivo. Inês Couto, 7º G O LIXO Chamamos lixo aos resíduos sólidos, provocados pela acção do homem, que, por vezes, são eliminados da forma mais incorrecta, provocando poluição. Por outro lado, há pessoas já integradas no espírito da reciclagem que separam todos os resíduos em casa e no trabalho. É importante reciclar, pois através da reciclagem evitamos o processo de degradação dos lixos, que pode demorar anos e anos. Por exemplo, 1000 Kg de alumínio demoram entre 100 a 500 anos a decompor-se; 1000 kg de vidro, demoram cerca de 4000 anos. Para além da dificuldade de decomposição, o lixo transmite doenças através dos animais que dele se alimentam, tais como a febre tifóide, o dengue, a malária, e muitas outras doenças letais. Convém lembrar que o lixo que hoje geramos irá influenciar a vida dos nossos filhos. CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE Hélder Cruz, 7º G 17 TOQUE DE SAÍDA ANO 5 - Nº 14 ENGENHEIRA DO AMBIENTE NA EMPRESA “ÁGUAS DO OESTE” ENTREVISTA A SÓNIA CATARINA MORGADO pode dissociar a sensibilização ambiental. Em que consiste o trabalho de um Engenheiro Ambiental? Gestão dos recursos hídricos, abastecimento e saneamento. Tratamento e gestão dos resíduos sólidos e dos efluentes gasosos. Gestão de energias renováveis. Acompanhamento de obras a nível de impactos ambientais. Gestão dos resíduos produzidos em empresas, etc. Soubemos que fez as ilustrações de um livro sobre o ambiente, para crianças, intitulado “Histórias Colectivas sobre a Água”. Considera importante a sensibilização desde cedo? Acho importante a educação cívica e social, da qual não se Tem trabalhado especificamente na área de Educação Ambiental. Acha que os jovens de hoje em dia estão mais alertados para a consciência ecológica? Têm acesso a muita informação, pelo menos. No entanto, penso que ainda há um grande caminho a percorrer. Quando pequenos gestos como “não deitar lixo para o chão” não são respeitados, é sinal de que ainda há muito a fazer. Sabemos que as campanhas pontuais não cumprem o objectivo de mudança comportamental. Por essa razão, são necessários planos estratégicos de intervenção prevendo um investimento continuado no tempo e integrando uma lógica de sucessão de acções convergentes. Que hábitos considera importantes para a promoção de uma melhor qualidade ambiental? Como sabemos, a garantia da qualidade de vida deixou de ser um privilégio para se tornar uma exigência comum, no entanto, a qualidade de vida não fica garantida sem se cuidar do ambiente. Assim, é necessário encontrar o equilíbrio entre desenvolvimento e ambiente, de modo a garantir a protecção e conservação dos recursos naturais, gerando o menor impacto negativo possível. Há também um conjunto de hábitos que cada cidadão pode desenvolver e que podem contribuir para a preservação ambiental. Para se chegar a este resultado, não basta minimizar, é preciso optimizar. Este princípio tem levado ao desenvolvimento de estratégias para o uso eficiente dos recursos, que vão desde a reutilização, ao aproveitamento, sempre com o objectivo de evitar desperdícios. Neste âmbito, surgiu uma área muito interessante, a educação cívica e as campanhas de sensibilização ambiental, com uma preocupação fundamental: assegurar a maturação cívica da população e a formação de “cidadãos ambientalmente cultos”, consolidando a percepção de que direitos se conquistam com deveres e que a tão desejável qualidade de vida corresponde a um objectivo alcançável quando vivemos em sociedades esclarecidas, nas quais se pratica a gestão partilhada de responsabilidades. Seguindo esta raiz cognitiva e aplicando as estratégias necessárias à prossecução dos seus objectivos, pode-se actuar neste sentido: a) Mobilização das populações para a importância da adopção de comportamentos de cidadania que visem: a redução da produção de lixo na origem; a reutilização dos materiais, promovendo o conceito que está associado ao facto de os recursos não serem inesgotáveis (quase todos os materiais que consideramos lixo têm valor e podem ser reconvertidos); a reciclagem como estratégia de valorização e como forma de reduzir custos pessoais com o encaminhamento dos resíduos produzidos. b) Promoção da gestão de processos de propagação da mensagem, nomeadamente quanto às questões que estão relacionadas com a “responsabilidade de cidadania” e o “respeito” pela coisa pública. Pela sua experiência enquanto engenheira, qual é o balanço da qualidade ambiental nesta região? No que respeita aos recursos hídricos, temos a segunda bacia hidrográfica, a nível europeu, em maior risco, porque não tem qualidade, devido à poluição hídrica. Gostaríamos que deixasse um comentário acerca do papel do Ministério do Ambiente sobre a política de Educação Ambiental na Sociedade, especialmente nas escolas. Penso que temos algum apoio e que poderia haver mais. Mas por enquanto ainda é uma área em crescimento, este processo é lento, mais vai crescendo. Bernardo Vinagre, Inês Tinta e Margarida Silva, 10º A (JRA - Jovens Repórteres para o Ambiente) ECB NA IPY SCIENCE CONFERENCE O Externato Cooperativo da Benedita vai estar representado na conferência científica sobre o Ano Polar Internacional 2007-2009 (IPY) que se vai realizar em Oslo, na Noruega, entre 8 e 12 de Junho. A professora Patrícia Azinhaga participa no maior encontro de ciência polar alguma vez realizado, onde são esperados cientistas, professores e outros profissionais de mais de 60 nações e onde o biénio foi assinalado com 160 projectos em áreas distintas da investigação física, biológica e social. Promover a interacção directa entre os grupos responsáveis por cada projecto é um dos objectivos do encontro, durante o qual serão publicados os resultados preliminares do IPY, com particular ênfase para os novos conhecimentos sobre as ligações entre as alterações climáticas nas regiões polares e o sistema climático global. Durante os dois anos de ac18 tividades observaram-se novos fenómenos, fizeram-se descobertas científicas fundamentais, desenvolveram-se novos métodos e instrumentos e, mais importante, ganhou-se uma nova compreensão do papel das regiões polares da Terra no sistema global. Sabe-se hoje que as mudanças polares envolvem o oceano, a criosfera e a biosfera, logo, o que acontece nas regiões polares afecta o resto do mundo. Integrada na IPY Science Conference, Oslo acolhe ainda, nos dias 6 e 7 de Junho, a conferência Polar TEACHERS, onde Patrícia Azinhaga se junta a mais 113 professores de 20 países, sendo o ECB a única escola portuguesa presente. A nossa escola foi um dos estabelecimentos de ensino que participou activamente no projecto educativo Latitude60!, realizado no âmbito das comemorações do Ano Polar Internacional. Aproveitando uma oportunidade única de partilhar experiências e ideias com docentes de outros pontos do mundo, Patrícia Azinhaga leva até Oslo o testemunho das actividades que foram dinamizadas na escola e o impacto nos alunos que nelas estiveram envolvidos. Grupo de Biologia/Geiologia CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE ANO 5 - Nº 14 TOQUE DE SAÍDA EYJAFJALLAJOEKULL O PEQUENO VULCÃO QUE PAROU A EUROPA As grandes catástrofes que ocorreram, quer no espaço quer em terra, desde há muito que preenchem o nosso imaginário: livros como os de Júlio Verne, ou filmes como Núcleo e 1012 são um exemplo disso mesmo. As consequências da erupção do vulcão Eyjafjallajoekull, no Sul da Islândia, que temos acompanhado pelos meios de comunicação, parecem ter sido retiradas de um destes filmes, ou poderiam mesmo servir de argumento para um novo filme. Segundo as teorias mais aceites pela comunidade científica, o vulcanismo foi responsável, num passado geológico muito distante, pela formação das condições atmosféricas que permitiram a existência de vida na Terra: a actividade vulcânica terá libertado uma grande quantidade de gases que, depois de um conjunto de reacções químicas bastante complexas, teriam formado os primeiros compostos orgânicos – matéria-prima essencial a todos os seres vivos. Contudo, sempre que um vulcão entra em erupção, ou mesmo sem entrar em erupção, emite grandes quantidades de gases, nomeadamente dióxido de carbono e dióxido de enxofre. Os efeitos da introdução destes gases na atmosfera são semelhantes aos resultantes da introdução dos mesmos gases pela mão humana. Portanto, teremos consequências gravosas nesse aspecto, nomeadamente as que poderão advir do aquecimento global. Na Islândia, a erupção do vulcão Eyjafjallajoekull está relacionada com a fronteira de placas tectónicas que a atravessa e, por este facto, a taxa de actividade vulcânica é ali muito elevada, com um grande número de vulcões activos. Um dos menos conhecidos é este que entrou recentemente em actividade, espalhando pelos céus da Europa e Atlântico Norte uma nuvem de cinzas que afectou a circulação aérea, bem como a vida de um grande número de pessoas. Ao mesmo tempo, fala-se na possibilidade de outro vulcão, o Katla, que se encontra a aproximadamente 25 km do primeiro, entrar também em actividade. Se olharmos atentamente para a sua estrutura geológica, verificamos que são dois vulcões muitos próximos e alongados na mesma direcção, logo, é possível que o sistema de condutas que faz o transporte de magma para a superfície seja comum aos dois e, portanto, a desestabilização de um deles pode levar à desestabilização do outro. O grande impacto desta erupção na circulação aérea relaciona-se com o facto de ter ocorrido sob um glaciar. A interacção entre a água do glaciar e a lava provoca uma maior quantidade de gases, resultantes da vaporização da água e da fusão do gelo, o que origina, por um lado, uma coluna de gases muito mais volumosa do que aquela que se formaria em circunstâncias normais e, por outro, uma maior quantidade de cinzas vulcânicas muito leves que são arrastadas por esses mesmos gases. A coluna eruptiva atingiu cerca de 10.000 metros de altitude, altura de voo de cruzeiro dos aviões comerciais, condicionando seriamente a circulação aérea, pois as cinzas podem danificar os motores dos aviões. Felizmente, a coluna tende a decrescer ao longo do tempo: por um lado, as erupções geralmente acalmam à medida que se vão desenrolando; por outro, à medida que o gelo vai derretendo, a interacção com a água de fusão vai sendo cada vez menor. Uma das questões que se têm levantado nos últimos anos é se o impacto ambiental das actividades humanas estará relacionado com o aumento de erupções vulcânicas. Segundo alguns especialistas, este aumento poderá ocorrer em consequência de alterações climáticas, por fusão das massas de gelo que estão por cima de alguns vulcões, nomeadamente na Islândia, onde praticamente todos os vulcões se encontram sob glaciares, assim como na Antárctida e em algumas outras zonas do globo. Se houver um aquecimento que leve à remoção dessas massas de gelo, fazendo diminuir as tensões a que as rochas sob os glaciares estão sujeitas, tal facto poderá facilitar a ascensão do material magmático, aumentando a frequência destes fenómenos. Ainda existem poucos trabalhos sobre o efeito das alterações climáticas nos vulcões, contudo, devido a um aumento do impacto destes fenómenos na vida das populações, é uma área que certamente irá ter muitos avanços no futuro. Professor Sérgio Teixeira CATÁSTROFES NATURAIS Hoje em dia, somos assolados, em nossas casas, por notícias de catástrofes naturais que ocorrem aqui, ali e além. A parte boa é que vivemos num cantinho do Mundo ainda resguardado da maioria destas intempéries, e as notícias chegam-nos apenas através dos meios de comunicação social. Infelizmente, há pessoas que vivem de perto os horrores de ver desaparecer os seus familiares, bem como aquilo que possuíam e que tinham construído com o suor de uma vida. Exemplos destas catástrofes são os intensos sismos que se fizeram sentiram no Haiti, ou mesmo no Chile, e a revolta da Natureza que fez com que, na Madeira, as águas e o deslizamento de terras causassem grande destruição. Estas catástrofes podem ser provocadas pela dinâmica interna da Terra, mas a maioria está associada a condições atmosféricas: o calor e a chuva, entre outras. Podemos comprovar que estas catástrofes (furacões, cheias ou inundações, avalanches, vagas de calor ou de frio) tendem a aumentar, e todos somos um bocadinho responsáveis por isso, pois, em grande medida, as alterações climáticas são causadas pela acção humana. Tu podes marcar a diferença, fazes parte da geração do futuro: vamos trabalhar em conjunto para diminuir o impacto da acção humana e deixemos a Natureza fazer o resto. Inês Couto, 7º G CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE Imagem do Terramoto no Chile 19 TOQUE DE SAÍDA ANO 5 - Nº 14 CPAS@2010 – CONCURSO DE PROGRAMAÇÃO AS TIC E A EMPREGABILIDADE As professoras Paula Castelhano e Patrícia Azinhaga foram convidadas pelo departamento de Física da Universidade de Múrcia a publicar um artigo sobre ciência recreativa na revista Eureka para la Enseñanza y la Divulgación de las Ciencias (http://www.apac-eureka.org/revista/). O artigo incidirá sobre a actividade prática “O que está por baixo dos nossos pés”, apresentada no Festival “Ciencia en acción 10”, em Granada, nos dias 25 a 27 de Setembro de 2009. Professora Paula Castelhano SOLUÇÕES Enigma do Carrossel 1 Jorge, 2 Alice, 3 Diana, 4 Maria, 5 tom, 6 Bernardo, 7 Joana, 8 Frederico, 9 Tiago, 10 Cristina, 11 Elisa, 12 Carlos, 13 Guilherme, 14 Catarina, 15 Luísa e 16 Pedro. Enigma das moedas de cor 1 moeda vermelha = €0,72 1 moeda azul = €0,68 1 moeda amarela = €2 1 moeda verde = €0,88 Professor Samuel Branco DIVULGADO EM ESPANHA é 20 dispositivos tecnológicos, e 28%, competências básicas em TIC, situando-se abaixo dos 10% aqueles que não terão qualquer competência. A maioria dos inquiridos considera que o sector da Educação deve preparar melhor o seu público. As tecnologias encontramse em grande desenvolvimento, exigindo mão-de-obra cada vez mais especializada, prometendo maiores perspectivas de carreira e melhores salários. Afirmou José Dias Coelho, presidente da Associação para a Promoção e Desenvolvimento da Sociedade da Informação (APDSI), PROJECTO ECB cidades Um estudo da IDC – empresa global de estudos de Tecnologias de Informação – encomendado pela Microsoft, sugere que em Portugal, nos próximos 5 anos, 90% das profissões venham a exigir competências em TIC, independentemente do sector. Isto faz com que o ensino, a formação e as competências tecnológicas tenham uma especial importância para quem procura emprego e quer manter o seu posto de trabalho. No mesmo prazo, os empregadores europeus esperam que, em média, 31% dos funcionários tenham competências na utilização de à revista Exame Informática: “Este é um sector que não parou de ter dinamismo e, por isso, os engenheiros informáticos ganham acima da média das outras profissões exercidas por pessoal qualificado”. O presidente da APDSI afirmou também que “As empresas sabem que as tecnologias ajudam a produzir mais e melhor. E há algumas que já só conseguem existir com tecnologias.” Então, há que saber escolher, para garantir um melhor futuro profissional, cursos certificados e reconhecidos pelas principais marcas tecnológicas. Os cursos certificados são uma forma rápida de obter conhecimentos e de dar algumas garantias às empresas. É o caso dos cursos CCNA e do CCNP da Cisco. Uma outra vantagem deste tipo de cursos é que normalmente permite a fácil adaptação a outras marcas tecnológicas. Assim, verificou-se que 66% dos formandos que optaram por este tipo de formação viram melhoradas as suas condições de empregabilidade. Professor Alexandre Lourenço duas ção do CPAS@2010 – Concurso de Programação para alunos do Ensino Secundário que visa fomentar nestes alunos o gosto pela programação. E foi com enorme prazer que os acompanhei nesta merecidos troféus. Das três equipas do ECB, a que teve melhor desempenho foi a “Quebra-cabeças” – Nelson Pestana, do 12ºG, e Flávio Penas, do 11ºG – equipa que alcançou o 21º lugar da geral, com dois problemas resolvidos correctamente. As outras equipas do ECB integravam também alunos do 11º G: “Salada D’avó” – David Lopes e Diogo Radamanto – e “RB” – Bruno Luís e Rita Henriques. A pedido de vários alunos e dos professores acompanhantes, a organização decidiu dar continuidade a este concurso, pelo que os alunos poderão ainda tentar encontrar soluções para os problemas que não foram resolvidos, enviando-as através do sistema de submissão online. Enigma dos barcos A distância entre as 9Km+7Km=16Km. Foi no dia 29 de Abril que seis alunos do Curso Profissional de Informática de Gestão se deslocaram ao Colégio Internato dos Carvalhos, em Vila Nova de Gaia, a fim de participarem na VI edi- deslocação. Após termos sido recebidos pela organização, as equipas encaminharam-se para os laboratórios de informática onde iniciaram contacto com o sistema de submissão dos problemas. Em seguida realizámos uma visita à Expocic, uma mostra dos cursos ministrados na Instituição e também dos projectos desenvolvidos pelos alunos. O torneio iniciou-se por volta das 11.30h. Incluindo um total de 10 problemas com um grau de dificuldade considerável, pôs à prova as capacidades, a destreza e a perspicácia das equipas. Enquanto os alunos prestavam provas, os professores acompanhavam com bastante entusiasmo os resultados e as pontuações que iam sendo alcançadas. No final, apuraram-se os vencedores, tendo-lhes sido atribuídos os CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE ANO 5 - Nº 14 TOQUE DE SAÍDA YURI GAGARIN O PRIMEIRO ASTRONAUTA O singular voo de 108 minutos de Gagarin, a bordo de uma nave esférica de aproximadamente 3 metros de diâmetro, chamada Vostok (Este), em Abril de 1961, não só representou uma vitória para a URSS na corrida ao espaço, como gravou para sempre o nome de Gagarin nos livros de História. Yuri Alekseievich Gagarin nasceu a 9 de Março de 1934 na vila de Klushino, na região de Smolensk. Não havia electricidade ou água canalizada na quinta comunitária onde a sua família lutava para ter uma vida modesta. Yuri trabalhou temporariamente numa fundição de Moscovo, antes de começar a estudar engenharia na Escola Técnica Industrial de Saratov. Também se inscreveu numa escola de pilotos local e, mal fez o seu primeiro voo, num Yakovlev-18, percebeu sem sombra de dúvida o que desejava fazer da sua vida. Em 1955 entrou para a escola de pilotagem da força aérea, em Orenberg. Pouco depois, num baile que se realizou na base aérea, conheceu a sua futura mulher, Valentina. Casaram em Outubro de 1957. Gagarin foi colocado numa base da Força Aérea Soviética, localizada na obscura região do Círculo Polar Árctico e, apesar do ambiente inóspito, demonstrou profissionalismo e empenho. Ele e Valentina celebraram o nascimento da sua primeira filha, em Abril de 1959. Uns meses mais tarde, equipas de oficiais começaram a sondar as bases aéreas, entrevistando pilotos para a possibilidade de entrarem num projecto especial. Gagarin foi CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE mandado apresentar-se em Moscovo para testes médicos e entrevistas, como um dos 154 candidatos potenciais. Este número foi depois reduzido para 20 candidatos: Yuri Gagarin acabava de ser seleccionado para um destacamento de cosmonautas. No início do verão de 1960, seis dos vinte candidatos tinham sido seleccionados. O seu treino intensificou-se. Uma semana antes do voo espacial, marcado para 12 de Abril, a comissão soviética confirmou que Gagarin era o piloto escolhido, com Gherman Titov como segundo piloto da missão. Num discurso feito a 14 de Março de 1961, o secretáriogeral do partido comunista, Nikita Kruschev, informou que a União Soviética estava prestes a lançar para o espaço a “primeira nave espacial com um cosmonauta a bordo”. A previsão materializarse-ia quatro semanas depois, quando o tenente Yuri Gagarin (que foi promovido a major durante o voo) se tornou no primeiro homem a viajar no espaço. O lançamento realizou-se às nove horas e sete minutos, hora de Moscovo, de 12 de Abril de 1961, com um Gagarin emocionado a gritar “Pyekhali!” (Cá vamos nós), momentos depois de levantar voo da plataforma. O segundo estágio do foguete desligou em sincronização com o planeado e a nave Vostok entrou numa órbita elíptica com um apogeu de 327 km, um perigeu de 181 km e uma inclinação de 64,67 graus com o equador. Nenhum anúncio público foi realizado até se confirmar que a nave tinha entrado de facto em órbita. 15 minutos depois do lançamento, Gagarin transmitiu via rádio que estava a sobrevoar a América do Sul. Bebeu água e comeu uma gelatina especialmente preparada pela Academia das Ciências Soviética, enquanto as notícias do lançamento atravessavam o mundo. Pelas 10 e um quarto da manhã, Gagarin observava África, anunciando: “Aguento bem as condições de gravidade zero”. A sequência de aterragem começaria pouco depois. Após setenta e nove minutos deste voo histórico, os foguetes de travagem queimaram durante 40 segundos, desacelerando o suficiente para reentrar na atmosfera terrestre. Por esta altura, o módulo de descida devia ter-se separado do habitáculo, mas um cabo que ligava os dois módulos não se partiu. A nave reentrou com uma trajectória em espiral, expondo áreas desprotegidas ao calor da reentrada. Com a temperatura da cápsula a subir perigosamente, Gagarin apenas podia permanecer sentado, enquanto chamas de um vermelho vivo envolviam a nave. “Eu estava numa nuvem de fogo a rasgar caminho de volta para a Terra”, recordaria ele mais tarde. Dez minutos depois, o cabo que ligava os dois segmentos da nave finalmente desintegrou-se, a perigosa rotação foi perdendo energia e Gagarin recuperou os sentidos. A 7 km de altitude, acima da região de Saratova, a porta da nave rebentou, de acordo com o plano de voo, e momentos depois Gagarin foi automaticamente ejectado, aterrando perto da vila de Smelovka. A nave caiu suspensa do seu próprio pára-quedas a três quilómetros de distância. Entretanto, a propaganda soviética anunciava ao mundo que o cosmonauta tinha aterrado em segurança depois de uma viagem épica de 108 minutos, incluindo 89 minutos em órbita. A sua nave tinha atingido uma velocidade superior a 27 mil km por hora, o triplo da velocidade que algum ser humano já tinha experimentado. Em 1964, Gagarin queria desesperadamente voltar ao espaço, numa nova geração de naves espaciais, mas as suas ambições iriam encontrar resistência e, depois de um acidente ocorrido com a missão Soyuz 1, que custou a vida ao astronauta, foi decretado que Gagarin era um tesouro nacional, um embaixador mundial da União Soviética, e que não se podia arriscar a sua vida em mais missões espaciais. Desiludido, Gagarin viria a tornar-se director do centro de treino de cosmonautas. Mas continuava determinado a voltar aos voos espaciais. Uma década mais tarde, volta a realizar treinos em caças de combate para poder candidatar-se novamente ao espaço. A 27 de Março de 1968, Yuri Gagarin, de 34 anos, levantou voo num caça MiG-15, juntamente com o seu instrutor, Vladimir Seryiogin. As previsões eram de mau tempo para esse dia, com ventos fortes e chuva intensa. Como as condições pioraram, Seryiogin decidiu diminuir o tempo de voo. Pouco tempo depois, ouviu-se uma explosão numa floresta perto da base. Uma investigação recente indica que o MiG-15 estava a recuperar de um voo picado quando terá sido apanhado pela turbulência resultante de um outro avião que passou perto. Esta foi dada como a causa mais provável do acidente, mas o que quer que tenha acontecido nesse dia, a vida de Yuri chegou a um fim abrupto. Neste ano de 2010, o corajoso piloto e primeiro cosmonauta, conhecido como o “Colombo do Espaço”, teria celebrado o seu 76º aniversário. Miguel Madruga, aluno do Mestrado Integrado em Engenharia Aeroespacial do IST, ex-aluno ECB 21 TOQUE DE SAÍDA ANO 5 - Nº 14 VITAMINA DA BELEZA A cenoura pertence à mesma família botânica que a cicuta, de que a cenoura-brava se distingue por ter uma mancha de cor púrpura no centro das umbelas florais. A cenoura-brava tem uma raiz lenhosa que a torna inadequada para a alimentação, mas que, aplicada em cataplasma, tem as mesmas propriedades medicinais da cenoura cultivada. No Papiro de Ebers, escrito pelo ano 1500 a.C. no Egipto, já se recomendava a cenoura como cosmético, aplicada em rodelas sobre o rosto. Hoje sabemos que o seu efeito benéfico sobre a pele se deve à provitamina A que contém. É por isso que se afirma que a vitamina A é a “vitamina da beleza”. O Caroteno, ou provitamina A, é o princípio activo mais valioso da cenoura. No intestino transforma-se vitamina A ou retinol. A vitamina A desempenha funções essenciais na fisiologia humana: no mecanismo da visão; no bom estado da pele e das mucosas; na produção de sangue e de anticorpos. Pelo seu abundante conteúdo em provitamina A, a cenoura é grande utilidade quando se verifique uma carência desta vitamina. Os sintomas ou sinais de falta de vitamina A são os seguintes: alterações da visão; alterações da pele; alterações das mucosas transtornos metabólicos e endócrinos. TAROT Suavizante da Pele: aplicada externamente em cataplasma usa-se para curar feridas infectadas, queimaduras, eczemas, abcessos, acne; e como cosmético, para embelezar a pele. Necessidades diárias de vitamina A: 400µg para as crianças, 750 para adultos, 1200 para mulheres grávidas ou a amamentar. Aplicações da Cenoura: Diarreia e colite: especialmente nas crianças, devido à acção da pectina. Administrase ralada ou fervida. Parasitas intestinais: o óleo essencial que a cenoura contém é especialmente activo contra os oxiúros. Toma-se crua e ralada: de meio a um quilo, durante 24 horas, como único alimento. Também dá bom resultado comer durante uma semana duas cenouras em jejum. Curiosidade: Os alimentos de origem animal, como o fígado dos mamíferos ou dos peixes, contêm abundante retinol (vitamina A animal). O retinol pode chegar a ter efeitos tóxicos se for ingerido em doses elevadas, ao contrário do caroteno (provitamina A vegetal), que não tem nenhum risco de toxicidade, pois o organismo só transforma em vitamina A (retinol) o caroteno de que necessita. O nosso organismo é incapaz de produzir a vitamina A se não se lhe fornecer o seu precursor, o caroteno. Professor Miguel Fonseca TARTE DE PHYSALIS No âmbito de um trabalho da Área de Projecto, dois alunos do 12º ano – o Rúben Silva e o João Francisco – criaram a receita desta deliciosa tarte. Foi o culminar de um trabalho que passou pela análise de algumas substâncias orgânicas e inorgânicas (vitaminas A e C; antioxidantes, ferro e fósforo) do fruto physalis, originário da região Amazónica e que, nos Açores, onde também se cultiva, é conhecido por capucha. Aqui vai a receita: 1 tablete de chocolate Toblerone (200 gr) 150 g de açúcar amarelo 100 g de margarina 1 pacote de natas de soja (200 ml) 5 ovos 3 colheres de sopa rasas de farinha Maizena 2 caixas de Physalis 1 embalagem de massa quebrada (250 g) te, partido aos bocados, em banho-maria ou no microondas, e depois mexa bem. De seguida, bata muito bem os ovos com a farinha peneirada e misture os dois preparados anteriores, o do chocolate e o do “doce”. Estenda a massa numa tarteira e pique o fundo com um garfo. Deite o preparado e coloque no forno a 200ºC, durante cerca de 30 minutos. Depois de cozida, deixe arrefecer e polvilhe com açúcar ou com canela. Acompanhe esta maravilhosa tarte com um chá e, se gostar, junte também uma bola de gelado de baunilha ou menta. Bom apetite! COMO SERÁ O PRÓXIMO ANO LECTIVO? Lançamento: Torre Ás de Ouros Rei Ouros 5 Copas 2 Copas Sol Lua 2 Ouros 8 Paus 8 Copas Confrontados com as nossas próprias limitações – se formos demasiado rígidos, sem flexibilidade – seremos forçados a transcendê-las, com a ajuda divina. Somos seres em construção, em desenvolvimento: se não cuidarmos das articulações, do modo como cada parte alimenta, move, colabora com as outras, poderemos ficar paralisados ou incapazes de movimentos simples como andar, correr, cantar… Inícios, novos projectos materiais: renovação, novos ciclos. Decorrem do encerrar do ciclo anterior e da abundância dos frutos do nosso labor colectivo. A aprendizagem resulta também das perdas, da percepção daquilo que perdemos ou talvez do que já não somos: da criança ao pré-adolescente, ao jovem… Partilha: profunda transformação e crescimento pessoal – emocional e relacional. O novo ano trará certamente novas amizades, e novas provas. Professora Ana Luísa Quitério Professora Isabel Neto Comece por retirar as sépalas dos frutos physalis, lave-os e corte-os às metades. De seguida, coloque-os numa caçarola, juntamente com o açúcar e leve a lume brando. Deixe cozinhar e vá mexendo durante 5 a 10 minutos. Reserve este “doce”. Agora, derreta a margarina com o chocola22 MENTE SÃ EM CORPO SÃO ANO 5 - Nº 14 TOQUE DE SAÍDA VII NOITE ESTAPAFÚRDIA No passado dia 28 de Março, o Grupo de Educação Física do ECB apresentou a “VII Noite Estapafúrdia”, espectáculo que tem como principais objectivos dar a conhecer aos Pais, familiares, amigos e Professores, as actividades realizadas pelos alunos no âmbito do Desporto Escolar, bem como reforçar os laços existentes entre toda a comunidade. Numa noite que prometia muita animação, o público da Benedita respondeu com grande prontidão e compareceu em força no Pavilhão Polidesportivo do Externato. O espectáculo teve este ano como tema “O Circo”, e a apresentação esteve a cargo do aluno Paulo Batista, do 12ºC, que encarnou a personagem de Páolo Stapafurdi Cardinalli. De forma similar a edições anteriores, foram atribuídos simbolicamente os “Prémios Estapafúrdios”; e os vencedores foram: Prémio Super-Professor: Francisco Franco Prémio Super-Funcionário: Lucília Caetano Prémio Carreira: Augusto Coutinho Prémio Aluno + Popular: Márcio Serrazina Prémio Super-Atleta: Catarina Marques e Miguel Silva Prémio Estapafúrdio-Escolar: Paulo Batista Os alunos do 7ºano abriram o palco, dançando ao som do contagiante “I gotta a feeling”, usando máscaras de animais, simbolicamente representando “As feras do 7ºano”. Nesta VII Edição, o Grupo de Educação Física convidou alguns ex-alunos que participaram em anos anteriores para se juntarem à festa. Fábio Santos aceitou simpaticamente fazer parte da coreografia, preparada pelo grupo de Dança; também Ruben Santos deu o seu prazenteiro contributo nos trampolins, para alegria da plateia, que foi recebendo os artistas com muitos aplausos. Luís Vicente brindou a plateia “cuspindo fogo”. Ao longo da noite, foram apresentados os grupos de Ténis, Râguebi, Triatlo, Badmington, Clube dos Pré-Requisitos e ainda a Orquestra, constituída por ex-alunos, alunos e encarregados de educação, que tocaram alguns temas relacionados com as artes circenses e outros conhecidos do público. O esquema intitulado “Bolas Amestradas” constituiu o momento mais electrizante da noite. Foi protagonizado pelos atletas do Basquetebol, ao qual se juntaram alguns alu- nos pertencentes a uma banda musical, numa apresentação vanguardista e de efeitos visuais bastante original. Um grupo de alunos do 12ºC apresentou um criativo e futurista “Capuchinho Estapafúrdio”, num trabalho inteiramente concebido por eles, no âmbito da disciplina de Educação Física. Inês Mateus coreografou os “Leões sobre Rodas”, com suporte musical do tema principal do filme da Disney “Rei Leão”, que encantou as largas centenas de espectadores. Para finalizar a noite, os professores de Educação Física fizeram as suas traquinices no trampolim e na cama elástica, ao aparecerem disfarçados de Palhaços Estapafúrdios, para delícia dos mais pequenos e surpresa dos mais crescidos! Foi em clima de festa que todos os participantes comemoraram no palco do Circo, agradecendo a todos os que se deslocaram ao Pavilhão. Professora Estela Santana ENIGMAS Enigma do Carrossel O carrossel da feira roda no sentido dos ponteiros do relógio e tem 16 lugares, todos ocupados. Os lugares estão numerados também no sentido dos ponteiros do relógio. O lugar 1 é o oposto ao 9, o 2 o oposto ao 10, e assim sucessivamente. A Cristina está no lugar directamente oposto à Alice, cujo lugar, numerado com apenas um dígito, não é o número 1 nem o 9. O número do lugar da Maria é 3 números abaixo do lugar do Guilherme. Enquanto rodam, o Pedro está imediatamente atrás do Jorge, cujo número é dois abaixo do PASSATEMPOS E CURIOSIDADES da Diana. O Bernardo está um lugar à frente do Tomás e no lugar directamente oposto à Catarina, cujo número é maior. O Frederico está um lugar atrás do Tiago, cujo número, de um dígito (não o número 1), é 3 números abaixo do lugar do Carlos. O número da Luísa é divisível por 3 e é um número acima do da Catarina. A inicial do nome da criança sentada no número 1 precede, no alfabeto, o da criança sentada no lugar 16, enquanto os nomes das crianças sentadas nos lugares 3, 10 e 14 não começam por J. O Guilherme está sentado num lugar com um número primo que é maior do que o número do lugar do Carlos, que não é primo. O número um é considerado um número primo. Descobre o número do lugar correspondente a cada criança. 3 moedas verdes + 1 moeda amarela + 1 moeda azul + 1 moeda vermelha = €6,04 Enigma dos barcos Enigma das moedas de cor O Banco do país das cores mandou cunhar moedas que apenas se distinguem pela cor. Com as informações que se seguem, vamos ver se descobres quanto vale cada moeda de cor vermelha, azul, verde e amarela: 4 moedas verdes + 1 amarela +1 azul = €6,20 3 moedas azuis + 2 vermelhas = €3,48 2 moedas verdes + 1 moeda amarela = €3,76 Dois barcos navegam ao longo de um rio, entre duas cidades. Andam com a mesma velocidade constante: igualmente rápidos no sentido da corrente, igualmente lentos no sentido contrário. A determinada hora partem ao mesmo tempo das duas cidades. Cruzamse a primeira vez a 7 km de uma das cidades. Param quatro minutos nos seus destinos. Recomeçam a viagem e cruzam-se pela segunda vez a 9 km da mesma cidade. Qual a distância entre as duas cidades? 23 TOQUE DE SAÍDA ANO 5 - Nº 14 PRIMEIRO DUATLO BTT NOCTURNO Realizou-se, no dia 15 de Maio, o “1º Duatlo BTT Nocturno – Benedita”, organizado pela Escola de Triatlo do ECB, com a colaboração e apoio da Federação de Triatlo de Portugal. Os participantes na Prova Lazer percorreram 2,2km de corrida + 6km BTT + 1km de corrida, enquanto na Prova de Circuito Regional, as distâncias eram superiores: 4,4km de corrida + 18km BTT + 2,2km corrida. Em ambas as provas, o número de participantes foi elevado e foi com entusiasmo que a população da Benedita saiu à rua para apoiar os atletas, alguns deles alunos do Externato. Esta actividade, inserida na “Semana Cultural do ECB”, constituiu uma ocasião para divulgar a modalidade, enriquecendo desportiva e socialmente a vila da Benedita, e dando a conhecer a grande expansão que as modalidades, ditas alternati- vas, começam a ter. A prova Lazer foi ganha por Catarina Marques, aluna e atleta da Escola de Triatlo do ECB e na Prova do Circuito Regional, Maria Serrazina conseguiu também o 1ºlugar. O jovem atleta Miguel Silva também fez uma excelente prestação, fruto do bom trabalho que tem vindo a desenvolver. O Evento foi abrilhantado com a presença de João Pedro Silva (ex-aluno do Externato), que regressou à sua terra-natal, curiosamente no dia do seu aniversário, onde recebeu o carinho e apoio de toda a população. O atleta venceu a Prova pertencente ao Circuito Regional e prepara-se para lutar por um lugar nos Jogos Olímpicos de 2012. Equipa de Duatlo do ECB Professora Estela Santana Partida da Prova de Circuito Regional Partida da Prova de Lazer LOURDES CASTRO E MANUEL ZIMBRO À LUZ DA SOMBRA Até 13 de Junho, pode visitar no Museu de Arte Contemporânea de Serralves a exposição dedicada aos dois artistas que se conheceram em Paris nos anos 70, ela madeirense e ele alfacinha. As obras destes companheiros fascinaram os nossos alunos de Artes Visuais que visitaram o museu no dia 12 de Março. Contactando com a riqueza representativa de Manuel Zimbro, somos encaminhados a observar desenhos de coisas simples da nature- A ESCOLA É FIXE za. Guaches de ”Torrões de Terra” ou esculturas de “Sementes Voadoras” deixam-nos presos a uma série de pormenores tantas vezes quase invisíveis. Na obra de Lurdes Castro, são as “assemblages” que nos fazem parar. Deparamo-nos ainda com as obras de figura e de fundo através de projecções, com as impressões de sombras e com as sombras bordadas. Lençóis e lençóis de sombras bordadas. Presente também a instalação “Peça”, obra de Lurdes Castro e Fernando Tropa para a Bienal de São Paulo, em 1998. Uma peça de pano branco de 80 metros sobre uma mesa comprida convida-nos através da luz e das sombras a criar a nossa própria obra de arte. Uma exposição a não perder. Professora Maria de Lurdes Goulão
Documentos relacionados
25 de abril ontem e hoje
e invadiu-se grosseiramente o espaço privado com a palavra vazia, com o burburinho inconsequente, com a manipulação violenta de objectos, com os gestos sacudidos e estrepitosos, com o uso intrusivo...
Leia maisano lectivo 1964/1965 a 1ª turma do ecb
resultados de iniciativas internacionais como a Conferência Climática de Copenhaga, associados a desastres naturais como o que ocorreu recentemente na Madeira e que parecem suceder-se a um ritmo in...
Leia maisAÇORES - MEMÓRIA DE VIAGEM
início a um novo percurso. A oferta educativa para 2009/2010 mantém-se igual à do presente ano lectivo. No entanto, para além das disciplinas de língua estrangeira (Francês, Inglês e Alemão) que fa...
Leia maisprotocolo de colaboração a semana das línguas no ecb
O que há em comum entre o HCT e o ECB
Leia maisinternet segura
Março – a Semana das Ciências, incluindo actividades diversas: acções de Educação Ambiental, Laboratório Aberto de Biologia e Química, atelier de plantas medicinais, palestras e workshops sobre Nut...
Leia mais