THEMAeducando
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THEMAeducando - 2011 1 “As crianças, desde que nascem, participam de diversas práticas sociais no seu cotidiano, dentro e fora da instituição de educação infantil. Dessa forma, adquirem conhecimentos sobre a vida social no seu entorno.” (RCN, p.1811) O mundo onde as crianças vivem se constitui num conjunto de fenômenos sociais indissociáveis diante do qual elas se mostram curiosas e investigativas. Para que as crianças possam a partir desse ambiente em que vivem, estabelecer sua identidade cultural e social, precisam ter contato com diversos tipos de materiais, informações e vivências que possam auxiliá-las. Desde muito pequenas, pela interação com o meio no qual vivem, as crianças aprendem sobre o mundo fazendo perguntas e procurando respostas às suas indagações e questões. Como integrantes de grupos socioculturais singulares, vivenciam experiências e interagem num contexto de conceitos, valores, ideias, objetos e representações sobre os mais diversos temas da vida cotidiana, construindo um conjunto de conhecimentos sobre o mundo. O projeto anual Folcloreando pelo Brasil trará para as crianças, além das lendas já estudadas em 2010, um conjunto de manifestações coletivas da cultura popular, conservadas pela tradição oral e que devem ser vividas, cada dia, na sua realidade, justamente para assegurar a permanência e prosseguir a evolução. O Folclore deve constituir toda a atmosfera da criança desde os momentos de brincadeiras com as cantigas, parlendas, jogos, contos. O estudo será dividido pelas regiões do Brasil, afinal é a relação das crianças com a cultura de seu país que reforça o resgate e valorização da identidade nacional, justificando ainda mais essa junção do folclore com a educação. Ao tratarmos sobre temas da diversidade cultural, social, geográfica e histórica ofereceremos as crianças informações valiosas para que possam refletir sobre paisagens variadas, modos distintos de ser, viver e trabalhar dos povos e histórias de outros tempos que fazem parte do seu cotidiano. Os conhecimentos socialmente difundidos e culturas dos diversos povos do presente e de outras épocas apresentam diferentes respostas para as perguntas sobre o mundo social que vivemos hoje. Será foco principal desse trabalho os mais variados estilos de músicas brasileiras, dessa forma, utilizaremos o CD Canções do Brasil do grupo Palavra Cantada, a fim de mostrar às crianças algumas tendências e ritmos musicais do nosso país. É de extrema importância este 1 BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998, 3v. 2 contato com a música brasileira pelas crianças, com o intuito de valorizar nossa cultura, e apontar algumas características regionais do Brasil. SUMÁRIO OBJETIVOS: _________________________________________________________________________ 4 CONTEÚDOS: _________________________________________________________________________ 4 CRONOGRAMA: _______________________________________________________________________ 4 ENCAMINHAMENTOS E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS:_________________________________ 6 1- APRESENTAÇÃO DO PROJETO _______________________________________________________ 6 2- APRESENTAÇÃO DA REGIÃO E ESTADO _____________________________________________ 7 3- RODA DE MÚSICA ___________________________________________________________________ 7 4- LEITURA DA HISTÓRIA ____________________________________________________________ 18 5- CULINÁRIA_________________________________________________________________________ 44 6- BRINCADEIRAS ____________________________________________________________________ 45 7- CURIOSIDADE______________________________________________________________________ 53 8- EVENTO PEDAGÓGICO ______________________________________________________________ 58 3 OBJETIVOS: Interessar-se e demonstrar curiosidade pelo mundo social, formulando perguntas, imaginando soluções para compreendê-lo, manifestando opiniões próprias sobre os acontecimentos, buscando informações e confrontando ideias; Estabelecer algumas relações entre o modo de vida característico de seu grupo social e de outros grupos; Estabelecer algumas relações entre o meio ambiente e as formas de vida que ali se estabelecem, valorizando sua importância para a preservação das espécies e para a qualidade da vida humana. CONTEÚDOS: Relevância social e vínculo com as práticas sociais significativas; Oferecer uma visão de mundo integrada e relacional; Possibilidade de ampliação do repertório de conhecimentos a respeito do mundo social; Participação em atividades que envolvam histórias, brincadeiras, jogos e canções que digam respeito às tradições culturais de sua comunidade e de outros grupos; Conhecimento de modos de ser, viver e trabalhar de alguns grupos sociais do presente e do passado; Identificação de alguns papéis sociais existentes em seus grupos de convívio, dentro e fora da instituição; Valorização do patrimônio cultural do seu grupo social e interesse por conhecer diferentes formas de expressão cultural; Valorização de atitudes de manutenção e preservação dos espaços coletivos e do meio ambiente; Observação de paisagens distintas (rios, vegetação, construções, florestas, campos, dunas, açudes, mar, montanhas etc.). CRONOGRAMA: MÊS Região - Estado 7 à 11 Fev. Apresentação geral do projeto Encaminhamento Apresentar a região História O Vapor da cachoeira (n°2) Ritmo: Blocos Afros João mata sete Culinária Cocada Brincadeira Baleado, Sorriso milionário, Macaco foi à feira, Pegachiclete, Cacique e Salada mista. Música Fev. Nordeste Bahia 4 História - Chapada da Diamantina - Zona da mata, agreste e sertão - Capoeira - Lampião e Maria Bonita O batuque mais bonito (n°4) Ritmo: Maracatu O macaco e o rabo Culinária Tapioca Curiosidades Música Pernambuco Mar. Brincadeira Curiosidades Baleado, Sorriso milionário, Macaco foi à feira, Pegachiclete, Cacique e Salada mista. - História de cordel - Danças típicas Carnaval Apresentar a região Abr. Amazonas Música E outros quinhentos virão (n°17) Ritmo: Boi-Bumbá História Caipora Culinária Açaí Brincadeira Batata frita, Melancia, Gato e rato, Serra serrador e manja Curiosidades - População indígena - Fauna e flora da floresta amazônica - Rio Amazonas Música Cantiga de penas (n°14) Ritmo: Ciranda História A história do Guaraná Culinária Castanha do Pará Norte Maio Pará Brincadeira Curiosidades Batata frita, melancia, gato e rato, serra serrador e Manja - Belém é conhecida como a Cidade da Mangueira - 65 ilhas que formam a cidade de Belém Apresentar a região Música História Culinária Junho Centro Goiás Brincadeira Curiosidades Sai preguiça (n°6) Ritmo: Viola caipira Festa no Céu Arroz com pequi Pato pato ganso, Cabra-cega, Boizinho, Fui à feira, Pique das cores, Encantado, Correntinha e Pula anjinho. - Pantanal (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul) - Cerrado - Chapada dos Veadeiros Festa Junina Apresentar a região Música Ago. Sul Rio grande do sul História Culinária Tatu de volta no meio (n°16) Ritmo: Fandango Negrinho do Pastoreiro Chá Mate Pinhão 5 Brincadeira Curiosidades Carne crua, Derrete-manteiga, Coelho sai da toca, Casa, castelo, chiqueiro ou galinheiro, Bolinho bolacha e Bater o 31 - Cataratas do Iguaçu Apresentar a região Música Set. São Paulo História Culinária Brincadeira Curiosidades Sudeste Música Histórias Culinária Out. Minas Gerais Brincadeira Curiosidades Nov. Você conhece o vento (n°15) Ritmo: Rap A mochila de ouro Pão com mortadela Queimada, Alerta, Buldogue, Ameba de equipe, Pegapega-aranha e Pique alto - População hurbanizada - Cidade da nossa escola Congo da Maria Amanda (n°7) Ritmo: Congada Chico Rei Doce de leite Queimada, Alerta, Buldogue, Ameba de equipe, Pegapega-aranha e Pique alto - Cidades históricas - Alejadinho - Pedras preciosas Festa de encerramento ENCAMINHAMENTOS E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS: 1- APRESENTAÇÃO DO PROJETO Antes de iniciar o projeto lembrem-se de que esse deve partir de perguntas interessantes, ao invés de apresentar explicações, passar conteúdos utilizando didáticas expositivas sobre fatos sociais. É necessário propor questões instigantes para as crianças. Boas perguntas, questionamentos interessantes, dúvidas que mobilizem o processo de indagação acerca dos elementos socias são imprescindíveis para o trabalho com este eixo. As boas perguntas além de promoverem o interesse da criança, possibilitam que se conheça o que pensam e sabem sobre o assunto. É importante que as perguntas ou problematizações formuladas pela professora permitam às crianças relacionar o que já sabem ou dominam com o novo conhecimento. - Apresentar para o grupo o globo terrestre. Questionar sobre os países, mares, pessoas do mundo, até chegar ao Brasil; - Apresentar o mapa do Brasil e conversar sobre as regiões e estados, destacar o local onde moramos e perguntar sobre outras regiões, estados e cidades que as crianças conhecem; - Contar quantas regiões existem e quantos estados tem em cada região (é importante que as professoras saibam quantos estados e regiões existem no Brasil e suas principais características); 6 - Apresentar o CD CANÇÕES DO BRASIL (Palavra Cantada) e explicar sobre como o CD esse foi realizado pelos autores. Aproveitar esse momento para fazer uma roda de conhecimentos prévios. Questões norteadoras: Como será a vida das crianças que moram na praia, perto de um grande rio ou floresta? Como é viver em uma cidade muito grande ou muito pequena? Será que todas as crianças utilizam os mesmos meios de transporte que utilizamos? Será que elas brincam das mesmas brincadeiras? Quais serão os alimentos preferidos delas? - Ouvir a música: PALAVRA CANTADA PARA CANTAR (n°1). É importante que as crianças possam também aprender a indagar e a reconhecer relações de mudanças e permanências nos costumes. Para isso, as vivências de seus pais, avós, parentes, professores e amigos podem ser de grande ajuda. Nesse caso, a intenção é que reflitam sobre o que é específico da época em que vivem e da cultura compartilhada no seu meio social. - Enviar tarefa para casa das crianças, apresentando o projeto e pedindo pesquisas e contribuições como objetos, imagens, livros, comidas típicas etc. Observação: ao trabalhar as regiões, ressaltar as diferenças e semelhanças entre as regiões e estados, com a realidade que vivemos aqui no Thema, em Campinas, S.P. 2- APRESENTAÇÃO DA REGIÃO E ESTADO O projeto está dividi pelas cinco regiões, elegemos dois estados para trabalhar as músicas, histórias, culinárias, brincadeiras etc., entretanto é de extrema importância que as região sejam bem exploradas antes de iniciar um estudo mais direcionado sobre os estados. Assim, segue o roteiro que deve abrir cada nova sequência: - Apresentar a região destacando as características principais; - Localizar a região e destacar os estados no mapa, depois de realizar o estudo marcar o estado estudado com um símbolo; - Pesquisar sobre a região e estado: alimentação, clima, vestimenta, festas, instrumentos etc.; - Selecionar imagens de paisagens e monumentos históricos para montar uma pasta de pesquisa; - Trazer materiais, objetos, livros que ilustrem o estudo. Observação: nós educadoras poderemos aprender muito sobre nosso país, permitam-se descobrir junto com as crianças um pouco mais sobre nossa cultura. 3- RODA DE MÚSICA 7 Para iniciar o trabalho com o estado iremos ter como foco principal a música que representa aquele povo. Após apresentar a região e destacar o estado iniciar a sequência de música, que se repetirá sempre que um novo estado for apresentado: - Ouvir a música com atenção: tentar descobrir sobre o que a música aborda; - Fazer uma reflexão e discussão sobre as ideias principais da música; - Ouvir a música novamente para descobrir os instrumentos utilizados nela; - Tocar alguns instrumentos juntos com a música; - Cantar e dançar junto com a música; - Confeccionar instrumentos; - Fazer jogos e brincadeiras utilizando a música; - Criar um espaço para fazer atividades de expressão corporal, utilizando-as como fonte de equilíbrio, esquema corporal e de autoconhecimento; sempre de maneira divertida; - A música deve ser ouvida e retomada em vários momentos da rotina. Observação: cabe à educadora escolher criteriosamente os materiais que serão utilizados nas rodas de música, tendo em mente que deve priorizar conteúdos que possibilite desenvolver a comunicação e expressão por meio dessa linguagem, com o intuito de fazer deste momento um ato de aprendizagem constante, que permita alcançarmos todos os objetivos propostos. Este momento também será propício para que ocorra uma integração do trabalho musical às outras áreas do conhecimento, já que, por um lado, a música mantém contato estreito e direto com as demais linguagens expressivas (movimento, expressão cênica, artes visuais etc.), e, por outro, torne possível a realização de projetos integrados, tendo, no entanto, cuidado para que não se deixe de lado o exercício das questões especificamente musicais. Para que a educadora consiga envolver as crianças é importante conhecer as letras da música, bem como os instrumentos e ritmos que essa trás. Deste modo, segue informações contidas no encarte do CD. 8 MÚSICA: ABERTURA 9 MÚSICA: REGIÃO NORDESTE BAHIA AFOXÉ - Cortejo que sai no carnaval e apresenta aspectos místicos e mágicos, fundamentados em preceitos religiosos ligados ao culto dos orixás. CONGOS - Auto de inspiração africana, tem como elementos de formação a coroação dos reis do Congo, os préstitos e embaixadas, e reminiscências das lutas da Rainha Ginga, de Angola, contra os portugueses. Apresenta personagens reais, embaixada, Ministro, General, Conguinhos, etc. Apresentam-se nas festas de Nossa Senhora do Rosário, S. Benedito e Divino Espírito Santo. 10 PERNAMBUCO MARACATU - Cortejo derivado das festividades da coroação do Rei Congo. Perdida a unção religiosa, deslocou-se para o carnaval. Seus personagens principais são Rei, Rainha, Príncipe, Princesa, Vassalos, Índios, Dama-do-paço. O ritmo contagiante é executado em variados tambores e agogôs. 11 MÚSICA: REGIÃO NORTE PARÁ CIRANDA - É uma rapsódia composta de várias partes, acompanhada da música “Ciranda, Cirandinha”. Dança-se em círculo, moças e rapazes vestidos à moda antiga. No final é exibido o episódio do carão (pernalta jaburu) que é morto pelo caçador. O carão e o caçador aparecem fantasiados. 12 AMAZONAS BOI-BUMBÁ - O enredo se refere ao boi que pertence ao Amo e, sob pretexto fútil, é morto por Pai Francisco. O Amo chama o doutor para ressuscitar o boi, que não consegue, apela para o padre que também não logra fazê-lo. É chamado o pajé, que ressuscita o boi, havendo então uma festa onde o boi é "repartido" entre as pessoas presentes. Apresenta-se no ciclo natalino. 13 MÚSICA: REGIÃO CENTRO-OESTE GOIÁS 14 MÚSICA: REGIÃO SUL RIO GRANDE DO SUL FANDANGO - O termo Fandango designa uma série de danças populares - chamadas “marcas”. No Rio Grande do Sul, o Fandango apresenta um conjunto de vinte e uma danças, com nomes próprios: Rancheiro, Pericom, Maçarico, Pezinho, Balaio, Tirana-do-lenço, Quero-mana, Tatu, etc. O acompanhamento musical é feito pelo acordeão, chamado “gaita”, e pelo violão. A coreografia recebe nomes também distintos - “Passo de juntar”, “Passo de marcha”, “Passo de recurso”, “Passo de valsa”, “Passo de rancheira”, “Sapateio”, etc. 15 MÚSICA: REGIÃO SUDESTE MINAS GERAIS CONGADA - A semelhança dos Congos nordestinos, liga-se à coroação do rei congo e à rememoração de lutas políticas angolanas. Organizaram-se a partir das irmandades do Rosário, criadas e mantidas pelos negros à época da escravidão. São grupos votivos, associados às festas de Nossa Senhora do Rosário e S. Benedito. Parte central do auto é a Embaixada, duelo verbal de clamado. Anuncia-se com um bailado, segue-se o recado do Embaixador, dança e cena de luta do enviado com os guerreiros do monarca visitado. Essas embaixadas seriam procedentes da diplomacia africana, segundo Câmara Cascudo. 16 SÃO PAULO RAP - (em inglês conhecido como emceeing) É um discurso rítmico com rimas e poesias, que surgiu no final do século XX entre as comunidades negras dos Estados Unidos. É um dos cinco pilares fundamentais da cultura hip hop, de modo que se chame metonimicamente (e de forma imprecisa) hip hop. Pode ser interpretado a capella bem como com um som musical de fundo, chamado beatbox. Os cantores de rap são conhecidos como rappers ou MCs, abreviatura para mestre de cerimônias. 17 4- LEITURA DA HISTÓRIA Para cada estado selecionamos uma história que representasse a cultura do povo que ali habita, para tanto é importante que a professora encante esse momento descrevendo aspectos do estado e região, bem como trazendo acessórios que possibilitarão um maior envolvimento simbólico por parte das crianças. - Para apresentar a história, lenda, mito pela primeira vez às crianças, preparar um ambiente diferente do que elas estão acostumadas a ouvir as histórias da rotina. Seria interessante ter um local secreto para isso, um esconderijo, antes de levar as crianças até esse local, preparar o ambiente com objetos e materiais relacionados à história. Para tornar as rodas de histórias mais atrativas poderá ser utilizado como recurso o uso de fantoches, músicas e objetos para enriquecer as leituras e chamar a atenção e curiosidade do grupo. Lembrem-se que esse será o primeiro contato com o texto, assim deve ser um momento muito especial, no qual a professora não engasgue e nem interrompa com pausas. Conhecer antecipadamente a história é fundamental. Essa situação acontecerá uma única vez no mês, caprichem, pois as outras rodas de leitura poderão ser mais informais e sem tanta preparação e mistério; - Após a primeira leitura propor situações informais em momentos de lanche, parque, soninho etc., nas quais as crianças contem ou recontem as histórias oralmente. Nessas situações elas podem ser estimuladas a descrever os cenários. Assim que uma criança começar a contar uma história Mochila de ouro, por exemplo, a professora pode sugerir que ela diga como é a casa imaginada para o rico, como é o lugar onde esta localizada, ao mesmo tempo em que incentiva o grupo a contribuir com ideias. Para oferecer mais recursos as crianças ler a história novamente de modo que não seja necessário preparar o espaço; - Propor às crianças que ilustrem as histórias contadas oralmente nos momentos de cantos ou em atividades de espera, montar uma caixinha para arquivar esses desenhos. Esse material pode ser usado como signos para momentos de criação das crianças; - Pode-se apresentar e ler, ao longo de uma semana, várias versões de uma mesma história e em seguida perguntar as crianças sobre as diferenças e semelhanças percebidas entre elas. Depois, pode-se sugerir que elas criem oralmente finais diferentes para os contos, produzindo versões do grupo. Também propor que alterem as aventuras vividas pelos personagens ou que incluam novos, de tal forma que estes tomem parte nas ações relatadas. 18 - Para cada história contada propor uma situação de brincadeira e jogo simbólico diferente: História João mata sete O macaco e o rabo Caipora A história do Guaraná Festa no Céu Negrinho do Pastoreiro A mochila de ouro Chico Rei Sugestões - Brincar de jogo simbólico de sapateiro, pedir como brinquedo de casa. - Criar uma brincadeira em que as crianças se transformem em gigantes - Criar uma brincadeira de mata mosca - Conversar sobre a origem da história (África) - Brincar de pega-rabinho - Fazer uma caça tesouro em que o rabo é o prêmio e as pistas são os animais e personagens que aparecem na história - Fazer um jogo simbólico em que cada criança é um personagem - Apreciar imagens do mico-leão-dourado e conversar sobre o meio ambiente - Contar as duas histórias sobre Caipora na roda principal e as outras informações apresentar nas rodas complementares - Ela é o protetor da floresta, conversar sobre preservação - Desenhar diferentes Caiporas e colar pelo Thema - Assistir um trecho do Castelo Rá Tim Bum em que aparece a Caipora (está salvo no op5 – op2011) - Trazer os objetos que a Caipora têm orquídia e varinha mágica - Fazer pintura no rosto e simbolizar que eles são a Caipora - Apresentar para as crianças a semente do Guaraná - Trazer imagens da árvore de guaraná - Trazer pó de guaraná (suco) para as crianças sentirem o cheiro e o sabor - Estudar os efeitos medicinais do Guaraná - Contar a curiosidade sobre como o pó é feito no Amazonas (ralado na língua do pirarucu) - Simular a festa preparando junto com as crianças os comes e bebes - Apresentar uma viola caipira - Usar fantoches que representem as aves e o sapo - Contar outras versões da história - Brincar no cavalinho simulando e fantasiando a história - Fazer corrida com cavalo de pau - Encontrar os cavalos perdidos - Criar um nome para o Negrinho do pastoreiro e fazer uma votação coletiva - Fazer um caça tesouro com a mochila recheada de moedas de chocolate como prêmio - Fazer relação entre a vida rural e urbana - Conversar sobre desigualdade social (exemplificar com o livro Serafina e a criança que trabalha) - Apreciar as fotografias do Sebastião Salgado - Conversar sobre os escravos que vinham para o Brasil trabalhar nas minas - Falar sobre a origem do nome Minas Gerais - Apresentar imagens das esculturas de Alejadinho - Procurar pedras preciosas na areia - Fazer um jogo simbólico representando a congada 19 HISTÓRIA: REGIÃO NORDESTE 20 21 22 23 HISTÓRIA: REGIÃO NORTE 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 HISTÓRIA: REGIÃO CENTRO-OESTE 34 35 HISTÓRIA: REGIÃO SUL 36 37 38 39 HISTÓRIA: REGIÃO SUDESTE 40 41 42 43 5- CULINÁRIA - Conversar com as crianças sobre a comida típica da região; - Apresentar imagens, trazer os principais temperos e frutas para a degustação do grupo; - As culinárias serão realizadas na última quinta-feira do mês. Assim, o refeitório estará preparado para isso, com um microndas, liquidificador e os ingredientes. Cada grupo terá um horário específico para fazer preparar o alimento. Na sexta-feira acontecerá a degustação. MÊS Data Região - Estado Culinária Cocada Fev. 24/02 Nordeste - Bahia Ingredientes por grupo: 1 lata de leite condensado 1 colher (sopa) de margarina (opcional) 50g de coco (ralado) A mesma medida do leite condensado de açúcar Modo de fazer: Misture todos os ingredientes em um refratário e leve ao microndas. Mexer de 2 em 2 minutos sem parar, até quando desgrudar o fundo. Em um refratário untado com margarina, espalhe a cocada quente e deixe esfriar. Corte os pedaços ainda morno. Bolo de Tapioca Ingredientes por grupo: 500 gr farinha de tapioca granulada 500 ml de leite de soja (na temperatura ambiente) 500 ml de leite de coco 150 gr de coco ralado sem açúcar Mar. 31/03 Nordeste Pernambuco 1 e 1/2 xícara de açúcar 1 pitada de sal 2 colheres (sopa) margarina 4 ovos Modo de fazer: Numa tigela grande coloque os leites e a tapioca, mexa e deixe de molho por cerca de 40minutos, depois, acrescente todos os outros ingredientes e mexa com a mão, amasse e misture bem, pré-aqueça o forno, coloque a massa num refratário de vidro e polvilhe canela em pó por cima, leve pra assar, por cerca de 55 minutos. Açaí Abr. 28/04 Norte - Amazonas Maio 26/05 Norte - Pará Jun. 16/06 Centro-Oeste Goiás Ingredientes por grupo: Poupa de açaí congelado Mel Granola Banana Modo de fazer: Bater a poupa no liquidificador com um pouco de água e mel e servir com banana e granola. Castanha do Pará Ingredientes por grupo: Castanha do Pará torrada Arroz com pequi Ingredientes por grupo: 44 Arroz branco Óleo de pequi Tempero para arroz Modo de fazer: Colocar os ingredientes na panela de arroz e deixar cozinhar. Chá Mate Ago. 25/08 Sul – Rio grande do sul Ingredientes por grupo: Água quente Erva de mate Pinhão Ingredientes por grupo: Pinhão cozido com casca Set. Out. 29/09 Sudeste - São Paulo 27/10 Sudeste - Minas Gerais Pão com mortadela Ingredientes por grupo: Mini pão de sal Mortadela fatiada Doce de leite Ingredientes por grupo: Pote de doce de leite de colher (atenção as crianças com restrição alimentar e intolerância a lactose) 6- BRINCADEIRAS BRINCADEIRAS: REGIÃO NORDESTE No caso da região Nordeste notamos um grande número de brincadeiras com um apelo punitivo, carregando o simbolismo das relações entre senhores de engenho e os escravos, ou os cangaceiros, que, para matar os seus oponentes atiravam na região torácica, tal como no “baleado”. Baleado: Baleado é um tipo de queimada. Para brincar, o grupo é divido em duas equipes. As duas equipes tiram par ou ímpar para saber quem começa com a bola. O objetivo é balear (queimar) o time adversário, mas só do joelho para cima. Se a bola pegar do joelho para baixo a jogada deve ser repetida. Quem for baleado vai para o mofo (área que fica atrás do campo do time adversário). Mas quem está no mofo pode tentar pegar as bolas que escapam e, caso consiga pegar, deve tentar balear as pessoas que estão na sua frente, que são os membros do time adversário. Se ele conseguir, imediatamente se salva e pode voltar para seu campo, enquanto o baleado vai para o mofo do outro time. A brincadeira só termina quando todos os integrantes de umas das equipes estiverem no mofo. Sorriso milionário: Para que a brincadeira funcione é preciso ter pelo menos quatro participantes, bexigas vazias ou folhas de árvore. Cada um fica com três bexigas e todos têm que ficar andando, se misturando. Quando alguém gritar “pára”, cada participante deve correr para frente de outro e fazer palhaçadas. O outro tem que ficar parado, sem rir. Quem rir perde uma bexiga. O desafio vai se repetindo e quem fica sem bexigas sai da brincadeira. Quem tiver mais ganha. Não vale fazer cócegas para o outro rir. Propomos aqui 45 uma adaptação em que as crianças serão divididas em duas equipes. Ao sinal da professora todos param e esperam a ordem para saber qual equipe fará a outra rir. Macaco foi à feira: Duas pessoas batem a corda e a terceira fica no meio, pulando e recitando os versos: “O macaco foi à feira, não teve o que comprar. Comprou uma cadeira pra comadre se sentar. A cadeira esborrachou. Coitada da comadre, foi parar no corredor.” Quem segura a corda vai aumentando e diminuindo a velocidade. Ganha quem demorar mais para errar (ou tropeçar). Pega-chiclete: O pegador terá que ir atrás dos fugitivos. Se eles estiverem encostados (grudados como chiclete) em algum lugar (muro, árvore) não poderão ser pegos. Quem ficar mais de um minuto encostado no lugar passará a ser o novo pegador. Pode-se criar uma adaptação em que as crianças também podem se “grudar” no chão. Cacique: Uma pessoa se esconde em algum lugar. Ela é o índio. Os outros participantes ficam sentados em um círculo. Uma das crianças do círculo é escolhida para ser o cacique e fazer movimentos que os outros devem repetir. O cacique deve mudar os movimentos e o índio, chamado de volta à roda, tem três chances para adivinhar quem é o cacique. Se ele errar, paga uma prenda. Salada mista: Todos os participantes fazem uma roda e um deles fica do lado de fora. Ele tem que dar voltas em torno dos outros colocando a mão na cabeça de cada um dizendo seu nome e uma fruta como no exemplo: “Natal, eu disse pêra, João, eu disse uva, Leonardo, eu disse maçã, Naiara, eu disse salada, Cristina, eu disse mista”. Quando a criança disser “mista” a pessoa escolhida sai da roda e recomeça a brincadeira. BRINCADEIRAS: REGIÃO NORTE No caso da região Norte podemos fazer algumas relações das brincadeiras e a forma com que os povos indígenas encaram os cânticos como um recurso para espantar os maus espíritos, ou o “serra, serrador” (os madeireiros), a utilização de palavras como "manja" entre outras. Batatinha frita: todas as crianças deverão se espalhar num espaço grande recitando os versos que se seguem: “Batatinha frita, frita na manteiga 1, 2, 3 quem mexer vai pro xadrez”. Ao final da música, todos devem ficar parados como estátuas. Aquele que se mexer sai da brincadeira até que sobre somente uma criança que será considerada vencedora. Propomos aqui uma adaptação: o participante que se mexer pode fazer com que os outros também se mexam, brincando ou fazendo “gracinhas”. 46 Melancia: serão escolhidas, dentre as crianças, 3 que serão o ladrão, dono da fazenda e cachorro. Os outros serão “melancias”. As melancias se espalharão pelo espaço de cócoras enquanto o ladrão ficará em sua casa (espaço predeterminado pela professora). O ladrão deverá “roubar” as “melancias” carregando-as para sua casa no colo (propomos aqui uma adaptação em que o ladrão, ao encostar a mão na cabeça da melancia, esta ganha vida e tenta chegar à casa do ladrão; caso o dono da fazenda ou o cachorro a pegue, esta volta à posição inicial, no local onde foi pega); o cachorro e o dono da plantação têm o intuito de pegar o ladrão e, caso pegue, a brincadeira termina. Serra, serrador: As crianças se organizarão em círculo, de pé, com a mão direita por cima da mão esquerda do colega que está ao seu lado. Eles recitarão os versos que se seguem, batendo na mão do colega. Eis a música: “Serra, serra, serrador, quantas tábuas já serrou?”. A criança que tiver a mão tocada ao final da música deverá dizer um número, que deverá ser o número de vezes que as mãos devem ser batidas na roda. Aquele que for o último a ser tocada a mão sai da brincadeira. Gato e rato: Os jogadores escolhem uma criança para ser o gato e outra para ser o rato. Os demais participantes formam uma roda na qual, duas crianças devem ficar de costas (uma é a porta e outra o relógio). O rato fica do lado de dentro da roda e o gato do lado de fora. Todos devem perguntar: “Que horas são?” O relógio diz as horas, e a roda gira contando em voz alta o número escolhido. Quando a contagem terminar todos da roda levantam os braços e o rato começa a fugir do gato entrando e saindo da roda por baixo dos braços. Pode ser feita uma adaptação em que a “porta” pode ordenar quando deve ser “fechada” ou “aberta" a roda, de modo a prender o gato dentro da mesma, eliminando, assim, o gato. Se o rato for pego, ele sairá da brincadeira e outras crianças deverão ser escolhidas para serem gato e rato. Manja: As crianças devem escolher um participante para ser a manja (pegador), que se esconde para contar até 20 enquanto os outros saem correndo. Depois de contar, a manja vai procurar os participantes que estão escondidos. Por sua vez, eles terão que tocar no local onde a manja estava contando e, sem ser pegos, devem gritar: “Furei!”. Aquele que for pego antes de tocar o local onde a manja estava contando será a nova manja. BRINCADEIRAS: REGIÃO CENTRO-OESTE No caso da região Centro-Oeste há uma grande proximidade das brincadeiras com os animais como podemos notar em "cabra cega", "pato, pato, ganso”, “boizinho”. Nas outras regiões, essas mesmas brincadeiras recebem o nome de “rato na roda” ou “gato e rato” e "corre cutia”. Observe-se que não se verifica o mesmo nível de punição que notamos nas brincadeiras da região Nordeste. Acredita-se que, devido ao povoamento da região CentroOeste ter se dado de forma mais tardia na história brasileira, provavelmente não houve uma cultura escravista muito exacerbada tal como na região Nordeste. Além disto, observamos um grande número de brincadeiras cantadas, talvez pelo mesmo motivo da Região Norte. 47 Pato, pato, ganso: A professora irá definir uma criança que será o ganso. Depois, as crianças fazem uma roda e sentam. O ganso vai andando e tocando na cabeça dos colegas dizendo: “Pato, pato, pato, ganso!”. A criança em que o ganso tocar quando disser “ganso” tem que levantar e correr atrás dele. Se conseguir alcançar o ganso, a criança ganha e a outra volta a ser o ganso. Mas, se o ganso conseguir sentar no local vago da roda, a escolhida vira o ganso da vez. Quem for pego duas vezes vai para o meio da roda enquanto os outros recitam os versos "Galinha choca, Quebrou o ovo, E saiu minhoca."E ficam lá até acabar a brincadeira. Cabra-cega: A professora deverá escolher quem será a cabra-cega, que será vendada. O resto do grupo se espalha. As crianças perguntam: “Cabra-cega de onde você veio?” A cabra-cega responde um lugar, que pode ser a casa, fazenda, escola etc. A turma pergunta: “O que trouxe para nós?” A cabra-cega responde algo. Por exemplo, se veio da fazenda, pode dizer leite. As crianças continuam perguntando: “Vai dar um pouco pra nós?” A cabracega responde: “Não!” Então a brincadeira começa com gritos. A criançada faz barulho para que a cabra-cega consiga se localizar. Se ela alcançar alguém, tem que dizer o nome dessa pessoa. Se acertar, a pessoa será a cabra-cega; se errar, continuará sendo o pegador. Boizinho: As crianças formam uma roda segurando com bastante força as mãos umas das outras. No meio da roda deve ficar uma das crianças que será o boizinho. O boizinho deve pegar o braço das crianças da roda e perguntar: “De que mão é essa?”. A criança deve responder falando o nome de uma fruta ou um objeto, tentando distrair os participantes. Depois de fazer a pergunta a todos, o boizinho deve tentar romper a roda em algum ponto e fugir. Quando foge, os outros devem tentar capturá-lo. Quem conseguir é o próximo boizinho. Fui à feira: Um jogador diz em voz alta a frase: "Fui à feira e comprei...", e diz o nome de uma fruta ou algo que se compra no mercado. O próximo tem que repetir a frase do primeiro, acrescentando outra mercadoria, e assim por diante. Sai do jogo quem errar a sequência já dita. Ganha quem não repetir a mercadoria e se lembrar de todas que foram ditas antes. Pique de cores: O grupo define quem será o pegador. Ele escolhe uma cor e grita para os outros. Por exemplo: “Azul!”. Todos devem sair correndo e tocar a cor que foi pedida. Quem conseguir tocar a cor não pode mais ser pego. Caso o pegador consiga capturar uma das crianças antes dela encostar na cor ela vira o novo pegador e deve escolher outra cor para que a brincadeira continue. Encantado: Um participante é escolhido para fazer o papel do encantador (pegador). Pode haver dois encantadores na brincadeira. Todos os participantes saem correndo. O objetivo do encantador é tocar a cabeça dos participantes. Quando ele consegue grita: “Encantado!”. Aquele que for tocado na cabeça deve ficar parado. Os outros colegas devem desfazer o encantamento. Aquele que conseguir deve gritar: “Desencantado!”. A brincadeira prossegue até que todas as crianças sejam “encantadas”. 48 Correntinha: Os participantes ficam espalhados no espaço onde vão brincar. Um deles, previamente escolhido, vai tentar acorrentar (prender, formando uma corrente) alguém. As demais crianças correm para não serem acorrentadas. Aquela que for acorrentada tentará acorrentar outro participante e assim sucessivamente. Pula anjinho: Os participantes se dividem em dois times que devem deitar de bruços no chão, em fila, a uma distância de cerca de 40 centímetros um do outro. Quando alguém grita “Já”, os dois primeiros da fila saem pulando por cima dos colegas até o fim da fila, voltam pulando e deitam novamente no seu lugar. Quando eles se deitam os próximos da fila levantam e fazem o mesmo e assim por diante, até que termine a fila. Ganha o time que terminar primeiro. BRINCADEIRAS: REGIÃO SUL No caso da Região Sul, há uma grande relação das brincadeiras com os animais da região e com as origens do povo que ali habita, oriundos de outros países da América do Sul como Argentina e Uruguai, também da Europa, como a Alemanha. Carne crua: A turma escolhe uma pessoa que começa jogando a bola em alguém. Se acertar, o jogador que levou a bolada “vira repolho” (se abaixa). Se não acertar, o adversário pode pegar a bola e tentar acertá-lo de volta. Quem vira repolho pode tentar acertar os outros com a bola ou mesmo pegar nas pernas dos outros com as mãos. O objetivo do jogo é acertar mais pessoas. Ganha quem ficar por último. Derrete-manteiga: Uma das crianças é escolhida para ser o pegador. Aquela que é tocada pelo pegador tem que derreter (abaixar) devagarzinho. Se outra criança tocar naquela que está derretendo antes que chegue ao chão, ela está salva e pode voltar a correr. Se não for salva antes de chegar ao chão, vira o novo pegador. Coelho sai da toca: Em roda, o grupo se divide em trios. Dois dos participantes de cada trio dão as mãos e as erguem para fazerem a toca, onde o terceiro integrante senta para ser o coelho. Uma criança fica no centro da roda, sem toca. Quando ela diz: “Cada coelho na sua toca”, todos saem de suas tocas para entrar na do vizinho. Nesse momento, a criança que estava no centro tenta roubar a toca de alguém. Se conseguir, a pessoa que perdeu a toca vai ao centro da roda e a brincadeira recomeça. Os coelhos também podem ficar parados enquanto as tocas se movem. Mas, nesse caso, a frase é diferente. Deve-se dizer: “Toca procura coelho”. Caso a criança que está comandando a brincadeira diga a palavra “terremoto”, coelhos e tocas devem ser trocados. Casa, castelo, chiqueiro ou galinheiro: As crianças formam uma roda e recitam os versos que se seguem, substituindo Renata pelo nome de alguém que esteja na roda “Onde será que a Renata vai morar? Casa, castelo, chiqueiro ou galinheiro? Casa, castelo, chiqueiro ou galinheiro?” 49 Depois, todos colocam as mãos no meio, mostrando quantos dedos cada um quiser. Uma das crianças vai apontando um dedo de cada vez e dizendo, a cada dedo: “Casa, castelo, chiqueiro, galinheiro, casa, castelo...”, e assim por diante até que acabem os dedos. A criança escolhida vai morar no lugar que for equivalente ao último dedo. Bolinho, bolacha: Essa brincadeira é para dois participantes. Um deles tem que esconder um objeto pequeno numa das mãos. Depois, a outra tem que bater nas duas mãos da primeira, enquanto elas recitam os versos abaixo. “Bolinho, bolacha, por cima, por baixo, em qual mão está?” Quando termina a música, o que bateu nas mãos do outro tem que adivinhar em qual delas está o objeto. Se acertar é sua vez de esconder. Bater o 31: Uma criança se esconde e as outras vão procurar. Quem achar fica escondido com ela até todos ficarem escondidos juntos. O último a descobrir o esconderijo tem que pagar um mico. BRINCADEIRAS: REGIÃO SUDESTE Na região Sudeste muitas das brincadeiras são realizadas com bolas (brinquedo caro para os padrões do início do século passado), pelo fato de ser a região mais rica do país. Observe que as punições nas brincadeiras, pelos mesmos motivos da região Nordeste, são uma forma de simbolizar as relações entre os filhos dos escravos e os filhos dos "barões", podendo ser também comprovada pela etnologia da palavra pique, proveniente do "picar" ou perfurar com algo cortante. Além disso, muitas delas são, na verdade, brincadeiras vindas de outras regiões, havendo somente a troca do nome das mesmas, como os piques, o jogo "alerta" (que, na região Nordeste, chama-se "sete pecados") e as várias formas de queimada (no nordeste esta se chama "baleado"). Queimada: Para brincar, é preciso dividir o grupo em dois times. O jogador que estiver com a bola deve arremessá-la tentando acertar (queimar) uma criança do outro time. Quem for queimado sai do jogo. Vence a equipe que conseguir queimar todo o time adversário primeiro. Alerta: Uma criança joga a bola para cima e grita o nome de um amigo. Quando este amigo pegar a bola e gritar “alerta” as outras crianças têm que ficar como estátuas. Quem estiver com a bola dá cinco passos e tenta acertar alguém. Se conseguir, a brincadeira recomeça. Buldogue: O grupo estipula quem será o pegador e os locais que serão os piques (locais onde não poderão ser "pegos"), e os participantes ficam parados ali. O pegador fica no meio do grupo e grita: “Buldogue!” Esse é o sinal para que todos os participantes saiam de um pique e tentem alcançar outro. A primeira criança que for pega vira o próximo pegador. A partir desse pegador, todos que forem pegas, formam uma família (reúnem-se em grupo), ajudando a pegar os outros fugitivos. Quando sobrarem apenas três participantes quem não 50 for pego e chegar ao pique ganha uma vida. Quando tentar correr novamente, todos perguntam: “Gasta a vida ou não gasta?” Se ela responder “gasto”, ela continua no pique e tenta passar de novo. Se conseguir, ganha mais uma vida. Ela pode acumular no máximo cinco vidas. Ameba de equipe: O grupo se divide em dois times. A brincadeira funciona como uma queimada tradicional em que o jogador que estiver com a bola tem que tentar acertar uma pessoa do time adversário. Nesse caso, quem for queimado senta e, sem sair do lugar, tenta queimar uma pessoa do outro time. Ganha a equipe que queimar todo o time adversário primeiro. Pega-pega-aranha: Todos os participantes são aranhas e, por isso, devem andar imitando as aranhas - com as mãos e os pés no chão. Um é escolhido para ser o pegador e os outros todos são os fugitivos. Se o pegador-aranha pegar o fugitivo-aranha este passa a ser um pegador também. Assim, ao longo da brincadeira surgem vários pegadores. Ganha quem for o último a ser capturado. Pique alto: Uma das crianças é escolhida para ser pegador e tem que contar até dez enquanto as outras correm. Quando terminar de contar o pegador sai correndo para tentar "boiar" (tocar com a mão) as outras crianças. Quem for "boiado" (pego) vai ser o próximo pegador. Quem estiver em um local alto ou encostado em uma parede não pode ser pego. Mas, só pode ficar no alto por pouco tempo. A criança deve levantar os braços devagar. Quando os braços estiverem acima da cabeça tem que descer daquele local. Queimado: Dois participantes tiram par ou ímpar e escolhem dois times, com número igual de pessoas. Uma linha é desenhada no chão separando um campo do outro e outra linha é desenhada no final de cada campo – ali é o cemitério. As equipes se revezam jogando a bola a partir da linha divisória para tentar queimar alguém do time adversário. Queimar é acertar a bola em alguém e ela (bola) tocar no chão. Todos os jogadores têm que desviar da bola ou segurá-la e quem for queimado vai para o cemitério. Ganha o time que mandar o outro time inteiro para o cemitério primeiro. 51 REFERÊNCIA: http://www1.folha.uol.com.br/folha/treinamento/mapadobrincar 52 7- CURIOSIDADE CURIOSIDADE: REGIÃO NORDESTE 53 CURIOSIDADE: REGIÃO NORTE 54 CURIOSIDADE: REGIÃO CENTRO-OESTE 55 CURIOSIDADE: REGIÃO SUL 56 CURIOSIDADE: REGIÃO SUDESTE 57 8- EVENTOS PEDAGÓGICOS Os eventos pedagógicos de 2011 serão elaborados a partir de todo esse estudo que faremos ao longo do ano. Teremos um momento pedagógico para definir o papel e as tarefas de cada grupo. Carnaval (09/03) Brincadeiras juninas (08/06) Festa Junina (11/06) Brincadeiras folclóricas (22/08) Festa de fim de ano (19/11) 9- BIBLIOGRAFIA BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998, 3v. SALERMO, Silvana. Viagem pelo Brasil em 52 histórias. São Paulo: Companhia das letrinhas, 2006. SOMBRA, Fábio. Curupiras, Sacis e outras criaturas fantásticas das florestas. Rio de Janeiro: Rocco, 2009. 58
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