Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos
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Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos
Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do Estado do Rio Grande do Sul EXPEDIENTE Governador do Estado do Rio Grande do Sul Tarso Fernando Herz Genro Vice-Governador Jorge Alberto Duarte Grill Secretária da Justiça e dos Direitos Humanos Juçara Maria Dutra Vieira Diretor-Presidente da FADERS Roque Noli Bakof Diretor Administrativo da FADERS Rogério Fernandes Rohde Diretora Técnica da FADERS Clarissa Alliati Beleza Coordenadora Pesquisa da FADERS Clarissa Meira Ferreira de Castro Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do Estado do Rio Grande do Sul Organização Clarissa Meira F. de Castro Idília Fernandes Rosane Arostegui de Azevedo Porto Alegre, 2014 © FADERS - Todos os Direitos Reservados - 2014 Produção Gráfica e Impressão: Evangraf - (51) 3336.2466 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) C745 Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do Estado do Rio Grande do Sul / Organizadores: Clarissa Meira F. de Castro, Idília Fernandes e Rosane Arostegui de Azevedo – Porto Alegre : Evangraf, 2014. 272p. ISBN 978-85-7727-621-9 1. Acessibilidade das Pessoas com Deficiência. 2. Direitos Humanos. 3. Políticas Públicas. 4. Perspectiva na Política de Educação, Saúde, Assistência Social, Trabalho, Cultura, Controle Social, Conselhos de Direito e Acessibilidade. I. Castro, Clarissa Meira F. de. CDU 348.6 CDD 348.69 (Bibliotecária responsável: Sabrina Leal Araujo – CRB 10/1507) É proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio e para qualquer fim, sem a autorização prévia, dos organizadores. Obra protegida pela Lei dos Direitos Autorais. A inda há muito a ser feito para que o direito das pessoas com deficiência seja uma realidade em nossa sociedade, bem como para que as oportunidades e acesso a bens e serviços sejam de fato para todos. É isto que nos mostra o conteúdo expresso nesta obra “Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do Estado do RS”. A FADERS tem como compromisso oferecer caminhos, meios para que a sociedade respeite as especificidades das pessoas com deficiência e se adequem às diferenças das pessoas. Temos o direito de sermos felizes. Essa é a busca de todos. E, para tal, é preciso ter acesso às Políticas Públicas, à saúde, à educação, à assistência social, ao trabalho, à cultura. O diagnóstico da realidade nos diferentes municípios do Estado do Rio Grande do Sul é um importante marco e provoca-nos a reagir. Quando equalizamos oportunidades, a sociedade, como um todo, ganharemos um mundo melhor, mais justo e mais solidário. Boa leitura, e bem-vindo à busca por um novo olhar civilizatório. Roque Noli Bakof Presidente da FADERS É com imenso prazer que apresento este livro; o resultado de um longo trabalho em equipe. Equipe composta de vários atores de espaços institucionais distintos FADERS, PUCRS, ULBRA, FAMURS, FEE e COEPEDE, todos buscando conhecer as “Condições de acesso das pessoas com deficiência aos bens sociais do Estado do Rio Grande do Sul ”. Onde estão as pessoas com deficiência? Que políticas estão contemplando as demandas dos gaúchos e gaúchas com deficiência? A FADERS, ao longo de praticamente quatro décadas, passou por reformulações que se confundem com a própria história do movimento das pessoas com deficiência no RS, passando de uma perspectiva assistencialista à perspectiva dos direitos humanos. E foi nessas andanças, que passou a refletir acerca das diferenças/ deficiências através do instrumental da pesquisa, consolidando espaço de construção coletiva do saber técnico da FADERS, articulando parcerias com universidades e demais instituições públicas ou privadas com vistas a subsidiar as políticas públicas. Nas próximas páginas, vocês irão encontrar o retrato do Estado do Rio Grande do Sul no que tange ao acesso às diversas políticas setoriais saúde, educação, assistência social, trabalho, cultura; mas, também vão captar a lente dos fotógrafos que, à luz de documentos norteadores, flagram o atual descompasso entre demandas e políticas. Clarissa Alliati Beleza Diretora Técnica da FADERS E ste livro é resultado de uma pesquisa realizada nos 496 municípios do RS sobre Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do Estado do Rio Grande do Sul, com vistas à socialização dos resultados e à divulgação da realidade encontrada nessa área dos direitos humanos. Sob a luz do Tratado Internacional dos Direitos Econômicos Sociais e Culturais (DESC), dos Objetivos do milênio, da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, do Terceiro Plano Nacional de Direitos Humanos, da Constituição da República Federativa do Brasil e das decisões advindas das conferências nacionais sobre os temas aqui abordados; os artigos que compõem este livro foram escritos e encontram-se organizados em nove capítulos. Vale ressaltar as diferentes perspectivas políticas de análise a que foram submetidos os resultados desta pesquisa, (educação, saúde, assistência social, trabalho, cultura, acessibilidade universal, controle social e conselhos de direitos), conforme exposto entre o terceiro e nono capítulos, enaltecendo, desta forma, o caráter transversal desta obra. Convido-os, então, para uma leitura instigante, que valoriza a importância do controle social e da atuação dos conselhos de direitos, seja na esfera federal (CONADE), seja na esfera estadual (COEPEDE). Convido-os, ainda, para uma leitura provocativa, que estimula o protagonismo, enfatizando a frase que pronunciamos em 2004, no Dia Internacional da Pessoa com Deficiência: “NADA SOBRE NÓS, SEM NÓS”. Moisés Bauer Luiz Presidente do COEPEDE SUMÁRIO Considerações Iniciais..................................................... 13 Cap. 1 A Pesquisa: Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do Estado do RS Idília Fernandes................................................ 19 Cap. 2 O ciclo de investigação: um caminho percorrido coletivamente Idília Fernandes e Jane Cruz Prates........................ 39 Cap. 3 Análise de Resultados da Pesquisa na Perspectiva do conceito de Acessibilidade Universal Humberto Lippo .............................................. 57 Cap. 4 Análise de Resultados da Pesquisa na Perspectiva da Política de Educação Clarissa Alliati Beleza, Greice Severiano dos Santos e Miriam Wornicow D´Ávila Garcia......................... 71 Cap. 5 Análise de Resultados da Pesquisa na Perspectiva da Política de Saúde Andréa Asti Severo, Marilú Mourão Pereira, Elisa Pelegrina Peters e Eliane Ribeiro de Caldas........ 81 Cap. 6 Análise de Resultados da Pesquisa na Perspectiva da Política de Assistência Social Fabiana Beretta Bialoglowka, Clarissa Meira Ferreira de Castro e Vanessa Pereira Schimitz................................ 101 Cap. 7 Análise de Resultados da Pesquisa na Perspectiva da Política do Trabalho Maria Cristina Viana Laguna,Cláucia Ivete Schwerz Brito, e Priscila Mallmann Bordignon............................ 125 Cap. 8 Análise de Resultados da Pesquisa na Perspectiva da Política da Cultura Maria Gabriela Carrizo Mallmann e Mariana Papich .. 139 Cap. 9 Análise dos Dados da Pesquisa na Perspectiva do Controle Social e dos Conselhos de Direitos Jorge Amaro de Souza Borges, Moisés Luiz Bauer e Roberto Luiz Veiga Oliveira............................. 151 Considerações Finais.................................................... 173 Apêndice 1 — Instrumento de Pesquisa............................... 177 Anexo 1 — Tabulação Geral dos Dados de Pesquisa (Realização FEE)......................................................... 193 CONSIDERAÇÕES INICIAIS Em nossa sociedade capitalista, pautada por valores como consumo, lucro, beleza e aparência, as pessoas com deficiência são colocadas em um lugar de incapacidade e menoridade, sofrendo discriminações de toda ordem. Este estigma, imposto socialmente a essa parcela da população, especialmente quando em situação de pobreza, aliada à dificuldade de acesso em áreas como saúde, educação, emprego, lazer e cultura, entre outras, podem gerar maior dificuldade ao seu acesso aos Bens Sociais. O meio social supõe a invalidez de pessoas com deficiência e não considera as interdições que se apresentam na sociedade, bem como, não considera a deficiência das estruturas construídas no social, nas diferentes instâncias da sociedade e das políticas públicas. A pesquisa “Condições para o Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais no RS”, pretendeu discutir, neste Estado do RS, essa condição de interdição das pessoas com deficiência e suas possibilidades de participação social na construção da Acessibilidade Universal nas políticas públicas e no meio urbano. O Capítulo I apresenta a pesquisa, seu significado social, suas características e no que ela se constitui, como instrumento articulador de conhecimento e intervenção social, portanto, o rumo ou o sentido social que a pesquisa percorre. No capítulo II está situado o detalhamento dos procedimentos metodológicos adotados na pesquisa, o método dialético que deu sustentação teórica para o desenvolvimento dela e o significado do enfoque misto ou quanti/qualitativo que caracterizou a forma de CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 13 CONSIDERAÇÕES INICIAIS abordagem escolhida neste processo de pesquisa e elaboração dos resultados para devolução pública dos dados. A abordagem acerca da metodologia de uma investigação social pressupõe alguns esclarecimentos prévios sobre o entendimento de pesquisa como processo, e mesmo do próprio conceito de ciência. Na verdade, na investigação, como de resto em todo o procedimento profissional e científico, há um projeto político profissional, que lhe é subjacente e que se pauta por uma visão de homem, sociedade e realidade que irá nortear processos, procedimentos e escolhas. A temática de Acessibilidade Universal se consolida crescentemente como área especializada do conhecimento, articulando-se com aportes não apenas das áreas das ciências sociais e humanas (filosofia, sociologia, antropologia, pedagogia, linguística, serviço social, comunicação, etc.), mas, também, das áreas da arquitetura, engenharia e ciências da computação entre outras. O capítulo III desenvolve uma conceituação de Acessibilidade para o entendimento mais preciso da questão, bem como uma avaliação da relevância populacional e impacto social dessa temática, e uma primeira análise dos dados obtidos, pertinentes à pesquisa: “Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais no RS”. No capítulo IV apresentamos dados coletados nos quatrocentos e noventa e seis municípios do Estado do Rio Grande do Sul referentes à Política de Educação aplicada de norte a sul no território gaúcho. Os dados nos provocaram inúmeros questionamentos, e comprovaram o quanto de caminho temos a percorrer e os paradigmas e conceitos a serem ultrapassados e consolidados. O capítulo V contextualiza a temática da pessoa com deficiência e o acesso diante das condições de atendimento em saúde no Estado do Rio Grande do Sul. Encontram-se descritos os resultados e os procedimentos metodológicos adotados na pesquisa relativa à área da saúde. Na primeira etapa, constam as correlações com a 14 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL CONSIDERAÇÕES INICIAIS abordagem teórica e legislações, seguindo com a análise dos dados pesquisados. A busca pela qualidade de vida e o acesso aos bens sociais, não apenas públicos, mas em todos os serviços que uma verdadeira sociedade inclusiva deve disponibilizar, será foco deste livro, assim como a trajetória da Seguridade Social, a partir da Constituição de 1988, com foco no atendimento da política de Assistência Social às pessoas com deficiência. Será tratado sobre o Beneficio de Prestação Continuada, que foi um grande avanço na garantia de provisão do mínimo (e não do básico) para a garantia de consumo e de subsistência da pessoa com deficiência, que não está inserida no mercado de trabalho. Após as considerações sobre a formulação da Política de Assistência Social e as diretrizes da Política Nacional de Assistência Social com a implantação do Sistema Único de Assistência Social, abordaremos no Capitulo VI os resultados da pesquisa intitulada: “Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais no Estado do Rio Grande do Sul”, a qual possibilitou que os 496 municípios do Estado pudessem contribuir informando a sua condição atual de acesso às pessoas com deficiência. A inclusão da Pessoa com Deficiência (PcD), no mercado de trabalho, tem sido pauta de discussão nos últimos vinte anos, principalmente no Estado do Rio Grande do Sul, onde as políticas de acessibilidade ao trabalho têm sido fiscalizadas constantemente pela Superintendente Regional do Trabalho. Com foco na qualificação profissional e na inclusão no mercado de trabalho, o capítulo VII demonstra a influência do trabalho na vida das pessoas, o histórico da Lei de Cotas e a análise de dados da pesquisa sobre a política do trabalho para a inclusão da pessoa com deficiência no Estado do Rio Grande do Sul. Nessa perspectiva, serão abordados dados sobre a relação das empresas com a Lei de Cotas, os estágios, a qualificação profissional e os cursos existentes para esse CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 15 CONSIDERAÇÕES INICIAIS segmento, também apresentaremos as barreiras encontradas nas empresas e órgãos do município. O capítulo VIII coloca em pauta o acesso das pessoas com deficiência na política da cultura a partir dos resultados da pesquisa: “Condições para o Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais no Rio Grande do Sul”. Diante da complexidade do processo de inclusão na cultura, pretende-se analisar o direito das pessoas com deficiência em produzir e participar do acesso nessa política, promovendo o reconhecimento das diferenças. Isto porque, o conceito de cultura e deficiência está intimamente ligado às diferenças. O movimento pelos direitos das pessoas com deficiência, nas últimas décadas, tem se pautado pelo protagonismo e participação direta do segmento na construção e implementação das políticas públicas. Quando atentamos para a história da administração pública brasileira, observa-se que vivemos diferentes modelos, primeiro um período monárquico, imperial e chegamos na atual República Federativa. Da mesma forma, os objetivos e instrumentos de participação sofreram transformações. A Constituição de 1988 trouxe algumas inovações, sendo que grande parte delas ainda carece de implementação. Um dos aspectos que necessitam maior aprimoramento é o controle social. Quando se menciona os direitos das pessoas com deficiência, essa intervenção ocorre tanto pelos Conselhos como por meio de diversas entidades da sociedade civil envolvidas com a temática. O capítulo IX vai trazer para discussão as instâncias de Conselhos e Órgãos de Gestão no Brasil, os resultados da pesquisa na perspectiva dos conselhos de direitos. Concluímos o livro, que aqui se apresenta para sociedade gaúcha sobre as condições de acesso das pessoas com deficiência, tecendo considerações finais como síntese provisória em espera de outras sínteses e superações das contingências do momento presente para a população com deficiência do nosso Estado do 16 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL CONSIDERAÇÕES INICIAIS Rio Grande do Sul. Apresentamos, após as considerações finais no Apêndice 1, o Instrumento de Pesquisa que foi disponibilizado para os municípios responderem. Em Anexo 1, a tabulação geral dos dados de pesquisa, como resultado de uma importante realização da parceria entre FADERS, PUCRS e FEE (Fundação Estadual de Economia e Estatística) para sistematização quantificável dos dados que foram analisados de forma qualitativa, posteriormente no que resulta na produção deste livro. O livro foi disponibilizado, também, na versão acessível em CD com áudiodescrição de todos os itens do texto produzido. CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 17 CAPÍTULO 1 A Pesquisa: Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do Estado do Rio Grande do Sul IDÍLiA FERNANDES1 Introdução O significado social das pessoas com deficiência esteve permeado por um olhar que não percebeu, na diversidade, a condição de ser humano. Falar em inclusão das pessoas com deficiência demonstra o fato de um segmento populacional dessa sociedade, estar de fora dela. O que se passa no cotidiano social é um brutal processo de exclusão, de expulsão das pessoas com deficiência do convívio da sociedade. A pesquisa “Condições para o Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais no RS”, pretendeu 1 Idilia Fernandes Assistente Social e Pesquisadora da FADERS (Fundação de Articulação da Política Pública para pessoas com deficiência e altas habilidades do Rio Grande do Sul). Mestre e Doutora em Serviço Social pela PUCRS, professora na graduação e pós-graduação da Faculdade de Serviço Social da PUCRS. Especialista em Grupo, Família e Política pelo Instituto Pichon Rivière. Coordenadora do Grupo de Estudo e Pesquisa em Acessibilidade e Diversidade GEPAD - FSSPUCRS. Membro do Núcleo de Estudo e Pesquisa em Violência, Ética e Direitos Humanos NEPEVEDH- FSSPUCRS. Membro do Comitê de Ética da Escola de Saúde Pública do RS. Assessora de Área do Inep. Acesse seus artigos na revista eletrônica do curso de pós-graduação da Faculdade de Serviço Social da PUCRS, revista online textos&contextos. LATTES: http://lattes.cnpq.br/0694990522568924. CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 19 1 - A PesQuisa: Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do RS discutir, neste Estado do RS, essa condição de interdição das pessoas com deficiência e suas possibilidades de participação social pela construção da Acessibilidade Universal nas políticas públicas e no meio urbano. O Capítulo I apresenta a pesquisa, seu significado social, suas características e no que ela se constitui, como instrumento articulador de conhecimento e de intervenção social, portanto, o rumo ou o sentido social que a pesquisa percorre. 1.1. Caracterização da Pesquisa Realizada no Estado do RS A pesquisa “Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do Estado do RS” teve como objetivo conhecer as condições de acesso das pessoas com deficiência às políticas públicas (saúde, educação, trabalho, assistência social, transporte, lazer, esporte, cultura e habitação) e equipamentos (mobiliário urbano, veículos) nos municípios do Estado do Rio Grande do Sul. Esse projeto contou com o apoio do CNPq, pelo Edital Nº. 14/2008 — Universal; este edital, “tem por objetivo apoiar atividades de pesquisa científica, tecnológica e de inovação, mediante a seleção de propostas para apoio financeiro a projetos relacionados” (acesso à página on-line do CNPq, 07/08/2008). O recurso financeiro subsidiado pelo CNPq foi fundamental para o desenvolvimento da pesquisa que teve como objeto de estudo: “as condições de acesso das pessoas com deficiência aos bens produzidos pela nossa sociedade e à prática social da acessibilidade universal”. Por outro lado, com essa pesquisa, foi possível construir um espaço de interlocução entre a Universidade (PUCRS, ULBRA) e o espaço institucional (FADERS)2 que colocou em pauta a questão das 2 FADERS: Fundação de Articulação e Desenvolvimento da Política Pública para Pessoas com Deficiência e com Altas Habilidades no Rio Grande do Sul – que na estrutura do Estado está 20 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 1 - A PesQuisa: Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do RS diferenças/deficiências. A partir dessa interlocução foi possível propiciar um novo debate em torno da questão da acessibilidade e cidadania e contribuir na construção de uma nova prática social que perceba, na condição das diferenças, a potencialidade dos sujeitos e a interdição que está colocada no social. Trabalhamos com um conceito de deficiência que não está centrado no déficit do sujeito, pois, percebe as relações sociais e suas consequências para os sujeitos que apresentem alguma deficiência; buscando, assim, a superação de conceitos e práticas que reforcem os preconceitos e a exclusão social. Esse conceito poderá contribuir na construção de uma nova cultura, na qual a diversidade da condição humana seja reconhecida de fato no conjunto das relações sociais. O conceito que percebe, na estrutura social, o principal déficit, e nessa o problema da interdição social que impede os sujeitos de fazerem parte da sociedade, está em consonância com o conceito de deficiência trazido pela Convenção Sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que diz: Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade, em igualdade de condições com as demais pessoas. (Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, Artigo 1, 2008, p.27)3 A pesquisa desenvolveu-se na perspectiva dessa visão sobre a condição da deficiência na sociedade e procurou construir coletivamente um diagnóstico situacional das atuais condições de invinculada à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos. 3 RESENDE, Ana Paula e Vital, Flávia M. de Paiva. A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência: versão comentada. Brasília: CORDE. 2008. CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 21 1 - A PesQuisa: Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do RS clusão/exclusão de pessoas com deficiência nos 496 municípios do Estado do RS. Para efetivar esse diagnóstico social, foi construído um instrumento de pesquisa no coletivo de discussões técnicas entre trabalhadores da FADERS, pesquisadores das Universidades envolvidas e conselheiros do COEPEDE.4 A coleta dos dados da pesquisa foi realizada de forma on-line, pelo site da FAMURS,5 com a disponibilização de um instrumento de pesquisa para cada área da política pública. Cada município foi chamado a responder sobre as questões referentes à realidade de inclusão/exclusão das pessoas com deficiência de sua região. Acreditamos que, pelo instrumental de pesquisa, foi possível propiciar o debate e a reflexão em torno da questão da acessibilidade e da interdição colocada no social. Identificando a forma como está sendo trabalhada a questão da acessibilidade nos órgãos públicos ou a ausência desse investimento social será possível colaborar com a construção de políticas públicas que preservem o espaço democrático e de cidadania a todos os seus sujeitos. O grande paradoxo das relações sociais se coloca no fato de produzirem a necessidade de padronização dos comportamentos, embora a diferença seja uma característica peculiar aos seres humanos. As pessoas vivem em seu meio social sob a égide de uma cultura de normalidade, que se desenvolve a partir de uma lógica dicotômica que divide os seres em: normais/anormais; iguais/diferentes; perfeitos/deficitários. A consequência direta dessa interpretação fracionária da realidade dos seres vem a ser a segregação e a exclusão de todos aqueles que não se encai4 COEPEDE - CONSELHO ESTADUAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA. 5 FAMURS - Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul. 22 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 1 - A PesQuisa: Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do RS xam nos padrões de normalidade estabelecida no contexto social. (FERNANDES, 2009, p. 76)6 As pessoas com deficiência — por demonstrarem singularidades marcantes —, foram submetidas a um esmagador processo social de exclusão e de segregação ao longo da história e da organização das sociedades; nas relações sociais são produzidas as interdições do acesso às diversas instâncias sociais e das possibilidades de expressão dos sujeitos. Investigando sobre a temática das deficiências/diferenças pretendeu-se colocar em questão determinados conceitos que situam as diferenças no lado oposto daquilo que é considerado correto, ideal para todos; pôde-se considerar as diferenças como propulsoras das transformações do social. Constata-se, diariamente, conforme os padrões da sociedade, que o ser humano se faz humano quando não se diferencia. Nesses padrões não é adequado apresentar a incompletude, natural à espécie humana. “O homem seria homem se não fosse surdo, se não fosse cego, se não fosse retardado mental, se não fosse negro, se não fosse homossexual, se não fosse fanático religioso se não fosse indígena, etc. Nada mais absurdo” (SKLIAR, 1999, p.11). A incompletude é uma característica das pessoas, porém é pouco tolerada ao se mostrar de forma visível e explícita. As pessoas com deficiência foram relegadas ao confinamento em instituições especializadas, segregantes, fechadas, distantes das cidades, por demonstrarem de modo visível essa incompletude. Nessa situação, o significado social das pessoas com deficiência esteve permeado por um olhar que não percebeu, na diversidade, a condição de ser humano. Falar em inclusão das pessoas com deficiência demonstra o fato de um segmento populacional dessa sociedade, estar fora dela. O que se passa no cotidiano social é um 6 FERNANDES, Idília. Sociologia da Acessibilidade. Curitiba: Editora Ibpex. 2009. CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 23 1 - A PesQuisa: Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do RS brutal processo de exclusão, de expulsão das pessoas com deficiência do convívio da sociedade. Por um princípio humano a inclusão de qualquer pessoa em seu contexto deveria ser uma condição natural de vida, algo que necessariamente deveria acontecer com todos os sujeitos e não deveria estar em questão. Como pode ser discutido se as pessoas devem ou não pertencer ao seu meio? Os processos sociais de exclusão são uma inversão do valor humano, desconsiderando esse valor como único, como primeiro. Infelizmente, a inclusão é questão não resolvida nos processos de convivência entre as pessoas consideradas “normais” com aquelas que se apresentam fora desse padrão de normalidade e só faz sentido ter na pauta dos debates sociais essa temática, porque a exclusão é uma realidade vivenciada por aqueles que apresentam singularidades mais marcantes. Inclusão e exclusão são os dois lados de uma realidade desumana, presente ainda hoje, como resultado da herança cultural do desconhecimento acerca das diferenças. Seguindo o curso da história, a palavra inclusão é posterior à palavra integração social. Uma vem para superar a outra num sentido progressivo do convívio entre as pessoas. Sabe-se que posteriormente ao tempo da eliminação (em algumas culturas) das pessoas com deficiência veio a fase asilar e segregante. A superação da fase segregante dá-se a partir do debate em torno da necessária integração das pessoas com deficiência no contexto das relações sociais. As diversas instituições da sociedade começaram a aprender a lidar com as diferenças de maneira a procurar um conhecimento específico, especializado na área, e assim as instituições passam a especializar-se, tornando-se “especiais”; desse modo foram surgindo as escolas especiais, as classes especiais, os clubes sociais especiais. Conforme Sassaki (1997, p.31), a partir do final da década de 24 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 1 - A PesQuisa: Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do RS 60 (do Século XX) houve um movimento para integrar as pessoas com deficiência no trabalho, na família, no lazer, no sistema de ensino; inicia-se nova abordagem sobre a questão das diferenças, na qual o objetivo é a inserção da pessoa com deficiência em seu contexto de vida. O que vai acontecer, nessas circunstâncias de integração, é uma ruptura com o velho padrão de exclusão e segregação. Entretanto, existe uma questão importante a ser ponderada nesse processo: A integração constitui um esforço unilateral tão somente da pessoa com deficiência e seus aliados (a família, a instituição especializada e algumas pessoas da comunidade que abracem a causa da inserção social), sendo que estes tentam torná-la mais aceitável no seio da sociedade. (SASSAKI, 1997, p.34) A integração social ainda segue a lógica do chamado “modelo médico de deficiência” que ressalta a patologia do sujeito, visando à sua adaptação ao sistema da sociedade. Nesse sentido, as pessoas com deficiência devem fazer um grande esforço de superação pessoal para se capacitar ao convívio no meio ambiente. Ainda não se discute a necessária adaptação da estrutura social, a acessibilidade do desenho arquitetônico das cidades e a importância da ruptura com o padrão de normalidade, instituída pelo conjunto de normas e valores que regem o modo de organização da sociedade. Em tal perspectiva, os diversos setores da sociedade ainda ficam isentos de serem repensados, na sua forma de organização e em suas práticas para atenderem aos direitos das pessoas com deficiência. CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 25 1 - A PesQuisa: Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do RS As décadas de 60, 70 e 80 (Século XX) propiciaram o desenvolvimento dos princípios da integração. A partir de 1980 e durante a década de 90 é que se começa a repensar e construir outros princípios que vão orientar a concepção da inclusão social. Um importante princípio que orientou a perspectiva da integração social foi o chamado princípio de normalização que pressupôs um ambiente mais comum ou normal à cultura das pessoas com deficiência. Dáse início ao processo de ruptura com a ideia de que tudo tem que ser “especial”. O outro princípio dessa perspectiva é o da inserção, ou seja, as pessoas devem estar inseridas no seu meio e não em instituições fechadas. Quando se começa a pensar nas implicações dos processos sociais na questão das diferenças, outros importantes princípios vão sendo propagados e vão orientar a perspectiva da inclusão, tais como: “autonomia”, “independência” e “equiparação de oportunidades”. Esses princípios estão presentes no relatório da ONU (1994). A origem desse documento está nos movimentos sociais, liderados por grupos de pessoas com deficiência que já vinham trabalhando com o movimento de vida independente e reivindicando o direito de reconhecimento dessas questões. (SASSAKI, 1997, p.36-8) Os documentos internacionais da ONU, que apresentam relatórios com representações de vários países, instituem, em 1992, “um programa de ação mundial para as pessoas com deficiência”. Esse programa é orientado pelos princípios da “igualdade” e “equiparação de oportunidades”. O princípio de “equiparação de oportunidades” pressupõe um ajuste do meio ambiente ao sujeito, uma vez que requer, dos diversos setores da sociedade, maior disponibilidade para todos. A igualdade de direitos para todas as pessoas demanda investimento em acessibilidade para incluir as diversas questões das diferenças. A acessibilidade pode se traduzir pela inclusão da es- 26 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 1 - A PesQuisa: Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do RS crita em Braille, da língua de sinais e do rebaixamento dos níveis nas ruas, num primeiro momento, mas vai além disso. Inicia-se, assim, a implicação dos segmentos sociais no processo de propiciar a qualidade de vida e a possibilidade de expansão das potencialidades daqueles sujeitos até então considerados “incapazes”, “desajustados”. A sociedade e seus meios de acesso à participação dos indivíduos começam a ser pensados e questionados. A partir desses movimentos surge a exigência de uma nova lógica de organização dos setores e serviços comuns da rede social. Segundo Sassaki, “nesse final de século, estamos vivendo a fase de transição entre a integração para a inclusão” (1997 p.43). Agora que estamos a uma década e um ano do Século XXI, a inclusão se pauta no princípio de reconhecimento da diversidade da condição humana, porque repensa a condição contextual dos sujeitos, considerando suas diferenças e incluindo-as na organização da vida social. A partir desses conceitos vai delineando-se uma nova perspectiva de olhar para os sujeitos sociais e o seu contexto, em que o pertencimento de cada um à sua comunidade passa ser visto como um direito. Todas as pessoas têm o direito de fazer parte desse todo no qual se desenvolvem como seres do mundo. Não é possível conservar, nos dias de hoje, uma opinião que centralize a patologia no sujeito. Não se pode mais considerar o “déficit”, seja físico, sensorial, intelectual como o todo ou o aspecto principal de uma pessoa. Faz-se necessário o reconhecimento da importância da singularidade do sujeito e entender que a problemática, que a real deficiência se localiza nas relações sociais e na estrutura da sociedade que, muitas vezes, está impedindo a expressão e o exercício da diversidade. Não importa se há algum déficit, a perfeição não existe mesmo. Todas as pessoas têm o direito de fazer parte deste mundo, afinal, a vida social deveria e deverá ser feita para o ser social que cada sujeito representa. É isso que parece estar na base, na filosofia da nova política púCONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 27 1 - A PesQuisa: Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do RS blica (1999)7 para pessoas com deficiência no Estado do Rio Grande do Sul. O movimento organizado desse segmento da população esteve reivindicando a garantia da cidadania e do protagonismo das pessoas com deficiência na prática dos atendimentos, no cotidiano institucional e nas demais articulações realizadas pela FADERS, que hoje ainda é responsável no Estado do Rio Grande do Sul pela política pública na área. O princípio que conduz aos percalços da compreensão de uma nova forma de pensar o trabalho institucional e extrainstitucional no que diz respeito às pessoas com deficiência é a busca de um projeto político que priorize a cidadania e a inclusão. Nesse sentido, justificou-se a significância de uma pesquisa que trabalhou na instituição e para além dela, com a discussão e a visibilidade da acessibilidade. Historicamente a questão da deficiência vem sendo tratada de forma clientelista, paternalista, oferecendo alternativas na linha do mero atendimento, sem propostas de efetiva mudança social, sem uma política ampla e ao mesmo tempo específica para rever os impedimentos que a vida social traz às pessoas com deficiência. O meio social é padronizado e segregacionista, dificultando ainda mais o acesso das PcD a uma vida de participação plena e igualdade de condições. A sociedade está estruturada de forma inadequada às necessidades dos sujeitos com deficiência de maneira a contemplar as diferenças dos sujeitos sociais. São muitas as barreiras sociais, econômicas, políticas e culturais. Será preciso construir políticas públicas que visem a promover a “Equiparação de Oportunidades” (ONU, 1994). Nesse sentido, objetivou-se, com esta pesquisa, indagar a respeito das possibilidades de órgãos públicos e privados adequarem-se às necessidades daqueles que apresentam condições específicas de se inserirem no social. 7 Nova política pública da FADERS foi instituída no ano de 1999, no governo Olívio Dutra, do Estado do RS, pelo decreto 39678, de 23/08/1999. Fonte: Portal de Acessibilidade: site oficial da FADERS, item Legislação, acesso em 29/07/2011. 28 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 1 - A PesQuisa: Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do RS 1.2. A Política Pública e o Sentido Social da Pesquisa A política pública deve garantir a possibilidade da inclusão e denunciar os atos discriminatórios. O trabalho técnico da FADERS deve estar voltado para o processo de transformação da sociedade visando adaptá-la à pessoa com deficiência. Trata-se de um processo de trabalhar as instâncias sociais, nas diversas ações institucionais e especialmente extrainstitucionais. A política pública e a lei, por si só não garantem a inclusão. Faz-se necessário, um trabalho com as diversas instituições sociais para uma mudança de mentalidade e de disponibilidade com a questão em pauta. Nessa perspectiva a pesquisa pode tornar-se também um instrumento estratégico de transformação cultural. A universidade é um substancial recurso para subsidiar com a produção do conhecimento científico a prática social da instituição. Sendo assim, se entendeu que a consolidação de uma interface pela via da pesquisa entre as universidades (PUCRS e ULBRA) e a instituição FADERS pode conduzir a novas sínteses e descobertas sobre o tema da acessibilidade. Essa temática é pouco estudada, apesar de sua relevância social, conforme se está procurando argumentar. Portanto, faz-se necessário e urgente aprofundar investigações em torno da questão da acessibilidade e da cidadania das pessoas com deficiência, bem como do entendimento de que existem formas alternativas de organização no social, que não se reduzem a forma padrão que está posta nas instituições. A cultura da normalidade, infelizmente é algo que diz respeito a uma construção histórico-social, mesmo sendo essa diferente da realidade subjetiva dos seres humanos. Normalidade não faz sentido, se for considerada a magnitude e a singularidade da vida humana. Levando-se em conta a imprecisão de tudo que diz respeito ao humano, a palavra normalidade esvazia-se, perde-se em meio a um dinamismo que não se enquadra em nenhum padrão. Todas as CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 29 1 - A PesQuisa: Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do RS pessoas são diferentes umas das outras, incompletas, imperfeitas e assim se faz a caracterização de seres humanos, em dia a dia com inúmeras restrições impeditivas. A sociedade do tempo presente apresenta-se de forma multifacetada, atravessada pelas diversas expressões da questão social; sendo assim, requer ações conjuntas e bem articuladas para encontrar alguma possibilidade de superação dos limites impostos socialmente. Nesse sentido, a pesquisa pretendeu realizar a investigação tendo uma interface com duas instituições a FAMURS e a FADERS, por entender que é imprescindível conhecer a realidade das pessoas com deficiência nos municípios do Estado do Rio Grande do Sul, no que diz respeito às condições de ACESSO aos bens sociais de cada localidade. A investigação sobre as “Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do Estado do Rio Grande do Sul” buscou desvendar uma realidade situacional articulando o conhecimento sobre as regiões do Estado com a propositura de ações a serem desenvolvidas nos municípios. Necessária se faz a intervenção do Estado nos severos processos sociais de exclusão vivenciados pelas pessoas com deficiência. Os bens sociais deveriam ser para todos os indivíduos da sociedade poder usufruir, no entanto, no desenrolar dos processos sociais, algumas pessoas encontram barreiras de acesso aos bens que a sociedade produz, ficando excluídas deles. Isso é o que ocorre, muitas vezes, com as pessoas com deficiência quando tentam acessar as instâncias sociais. A FADERS como articuladora da política pública está a serviço da inclusão e da busca de um lugar acessível no social para o convívio com as diferenças e as singularidades pessoais. A proposta de desenvolver uma metodologia de pesquisa, que articule o conhecimento sobre a realidade dos municípios do Estado, visou a conhecer e a debater o processo de inclusão e de acessibilidade neles. No desenrolar da pesquisa esse projeto buscou articular o 30 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 1 - A PesQuisa: Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do RS conhecimento que a pesquisa pode proporcionar com as políticas públicas e as ações, (re)elaborando possibilidades de intervenções conjuntas com qualidade e efetividade social, tendo como horizonte a construção de um mundo para todos. Em abril/99, o Fórum Permanente de Políticas Públicas para “PPD e PPAH”, instituído na FADERS, deliberava sobre “a construção de uma política pública voltada para as Pessoas com Deficiência e Pessoas com Altas Habilidades”8 (Política Pública da FADERS, 1999). Foi prevista, na ocasião, que tal política deveria ser articulada pela FADERS com algumas Secretarias e Órgãos do Governo, bem como com a sociedade civil e organizada. A política pública afirmada nesse período histórico da Fundação estava propondo, na área social, para o conjunto do Governo do Estado, uma mudança paradigmática. Imprimindo a marca do novo, a partir de uma concepção democrática e popular que buscava romper com as visões e valores tradicionais acerca das formas como o Estado concebe e atua nas suas políticas sociais, especialmente as voltadas para área das diferenças e das deficiências. A política pública surgiu fundamentada em dois eixos: Afirmação de Direitos e Inclusão Social, com base nos seguintes conceitos: • Inclusão e Integração Sociais com Respeito às Diferenças • Equiparação de Oportunidades Tendo em vista esses princípios que balizaram a gênese da política pública na área da deficiência, faz-se necessário criar permanentemente mecanismos e instrumentos que possam garan8 Em 1999, ainda se utilizava a nomenclatura — Pessoa Portadora de Deficiência e Pessoa Portadora de Altas Habilidades — . Hoje adotamos a nomenclatura: Pessoa com Deficiência, utilizada pela Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência de 2006. A FADERS, através da Lei Nº 14.321, de 21 de outubro de 2013, passa a denominar-se Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência e com Altas Habilidades no Rio Grande do Sul. CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 31 1 - A PesQuisa: Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do RS tir a perspectiva da inclusão e da equiparação de oportunidade. Acredita-se, conforme Marx, em sua obra Ideologia Alemã que “é necessário um profundo conhecimento da realidade para poder transformá-la”, (1983). Sendo assim, o trabalho de investigação em torno da realidade dos municípios do Estado do Rio Grande do Sul quanto às condições de acessibilidade e de vida das pessoas com deficiência é permanentemente fundamental para as instituições que realizaram a interface com essa pesquisa. Os dados obtidos na investigação proposta poderão subsidiar a construção de políticas públicas voltadas para inclusão e para a acessibilidade universal. Todo o processo de pesquisa desenvolvido, no decorrer da investigação se justificou na certeza de [...] que cada profissional pode contribuir dentro da sua área de atuação em busca de uma sociedade melhor (WORLDWATCH INSTITUTE, 2004). Este esforço passa pela eliminação de todas as formas de discriminação e pela aceitação da diversidade como fundamento para a convivência social. (DECLARAÇÃO DE MONTREAL SOBRE INCLUSÃO, 2002) Nessa aproximação com a realidade dos municípios, os pesquisadores estiveram coletando dados sobre as condições de acesso às políticas públicas e ao mobiliário urbano do município, buscando conhecer de que forma a realidade local está possibilitando e criando situações de inclusão. Quais as interdições sociais (barreiras) que se colocam no espaço social e urbano, que estratégias estão sendo utilizadas para o enfrentamento da exclusão social e a construção da cidadania das pessoas com deficiência? Estima-se que, pelo instrumental de pesquisa, seja possível propiciar o debate e a reflexão em torno da questão da acessibilidade e da interdição colocada no social; identificando como está sendo trabalhada a questão da acessibilidade nos órgãos públicos ou a ausência desse investimento social. Dessa forma, será possível colaborar com a construção de políticas públicas que preser- 32 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 1 - A PesQuisa: Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do RS vem o espaço democrático e de cidadania a todos os seus sujeitos. Foi construído um espaço de interlocução entre a Universidade e o espaço PÚBLICO colocando em pauta as diferenças/deficiências. A partir de um conceito que considere as relações sociais e suas consequências para os sujeitos que apresentem alguma deficiência, buscar a superação de conceitos e práticas que reforcem os preconceitos e a exclusão social. Após a finalização da construção desse diagnóstico social e situacional, tendo-o como matéria-prima, será articulado o espaço para a permanente reflexão junto aos fóruns de debate e encaminhamento, com os gestores dos municípios, para as demandas encontradas na pesquisa. Espera-se que os dados dessa pesquisa sirvam para instigar uma ampla discussão e problematizar sobre o espaço de acessibilidade/interdição, tendo em vista os dados coletados e analisados no processo da pesquisa. Dessa discussão deverá resultar a proposição de ações pontuais em cada município que sinalizem na direção do que é preconizado pelas políticas públicas na área da deficiência e na legislação vigente. • Definição e realização de reuniões de pesquisa (alternando reuniões administrativas para a condução do processo e reuniões técnicas para debates sobre a temática e teoria de pesquisa). • Realização da primeira oficina integrando os objetivos da pesquisa com os interesses das instituições da interface (FADERS e FAMURS). • Levantamento e seleção dos documentos, legislações que serão objeto de análise documental e de estudos bibliográficos. • Realização do Colóquio de pesquisa para capacitação dos Agentes colaboradores da FADERS e da FAMURS para coleta de dados. CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 33 1 - A PesQuisa: Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do RS • Realização de contatos com a FAMURS para sensibilização dos pesquisados e acertos quanto ao processo de investigação e levantamento de e-mails e sujeitos indicados para quem devem ser enviados os instrumentos de coleta via internet. • Realização do seminário de pesquisa em conjunto com os parceiros para socialização dos resultados junto à comunidade acadêmica e institucional, apresentação de painéis para debate sobre a temática e sobre os resultados. • Participação em eventos nacionais e elaboração de artigos para divulgação de resultados (poderão ser apresentados processos e resultados parciais). Para a discussão em torno da acessibilidade tem-se, como ponto de partida, que os lugares da sociedade são, em sua maioria, inacessíveis, impondo inúmeras restrições e barreiras, tanto arquitetônicas quanto de preconceitos. O modelo de ensino é discriminatório, preconceituoso, suas metodologias não são inclusivas. As políticas públicas nessa área têm sido compensatórias, residuais e não têm incidido sobre uma direção que organize os setores sociais de maneira a abarcar as necessidades de todos os seus cidadãos; infelizmente, os dados da pesquisa vêm reforçar a permanência dessa realidade, conforme será demonstrado ao longo deste livro. Considerações Finais O ponto fundamental de conexão entre todos esses fatores que dificultam a vida das pessoas com deficiência talvez pudesse ser sintetizado em uma frase: o não reconhecimento político das diferenças individuais. Há que se percorrer um longo caminho social, passar por uma grande desconstituição da cultura do “ser 34 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 1 - A PesQuisa: Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do RS humano padrão”, ainda vigente, a fim de que amadureçam as concepções que consolidem o entendimento da diversidade da condição humana, e para a compreensão de que uma das características fundamentais da humanidade é a diferença. Para as pessoas com deficiência ter um lugar garantido no contexto da vida em comunidade requer acessibilidade. A construção arquitetônica e simbólica das cidades não se concretizou incluindo as diferenças marcantes. Acessibilidade significa tornar a sociedade capacitada, apta a reconhecer que a diversidade faz parte de seu movimento e será preciso criar estruturas, em suas instâncias, que comportem as múltiplas variações da expressão humana. Referências AMARAL, Lígia Assumpção. 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Na verdade, na investigação, como de resto em todo o procedimento profissional e científico, há um projeto político-profissional, que lhe é subjacente e que se pauta por uma visão de homem, de so1 Assistente social, mestre e doutora em Serviço Social pela PUCRS, Professora dos Cursos de Graduação e Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da PUCRS – PPGSS, Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social – PPGSS da PUCRS, líder do Grupo de Estudos sobre Teoria Marxiana, Ensino e Políticas Públicas –GTEMPP, vinculado ao NEDEPS /PUCRS, pesquisadora produtividade do CNPq. Contatos: [email protected] [email protected] 2 Idilia Fernandes Assistente Social e Pesquisadora da FADERS (Fundação de Articulação da Política Pública para pessoas com deficiência e altas habilidades do Rio Grande do Sul). Mestre e Doutora em Serviço Social pela PUCRS, professora na graduação e pós-graduação da Faculdade de Serviço Social da PUCRS. Especialista em Grupo, Família e Política pelo Instituto Pichon Rivière. Coordenadora do Grupo de Estudo e Pesquisa em Acessibilidade e Diversidade GEPAD - FSSPUCRS. Membro do Núcleo de Estudo e Pesquisa em Violência, Ética e Direitos Humanos NEPEVEDH- FSSPUCRS. Membro do Comitê de Ética da Escola de Saúde Pública do RS. Assessora de Área do Inep. Acesse seus artigos na revista eletrônica do curso de pós-graduação da Faculdade de Serviço Social da PUCRS, revista online textos&contextos. LATTES: http://lattes.cnpq. br/0694990522568924. CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 39 2 - O ciclo de inVestigaçÃo: um caminHo percorrido coletiVamente ciedade e de realidade que irá nortear processos, procedimentos e escolhas. O presente estudo buscou desvendar as concepções e práticas de sujeitos que ofertam serviços públicos em âmbito local; logo, é necessário reconhecer a diversidade de sua leitura de realidade, do que identificam como fundamental aos processos de trabalho no qual se inserem, o que é condicionado pela estrutura e pelo estoque de conhecimentos acumulados, além de suas experiências vivenciadas, em diferentes contextos, que ora se explicitam ora mascaram-se. Neste capítulo, apresentaremos o detalhamento dos procedimentos metodológicos adotados na pesquisa, o método dialético que deu sustentação teórica para o desenvolvimento dela e do significado do enfoque misto ou quanti/qualitativo que caracterizou a forma de abordagem escolhida nesse processo de pesquisa e elaboração dos resultados para devolução pública dos dados. 2.1 – Método Dialético e Enfoque Misto ou Quanti/Qualitativo Parte-se do entendimento de que as políticas públicas são contraditórias, pois ao mesmo tempo que viabilizam espaços para a construção de processos emancipatórios, reafirmam a conformação em que viabilizam espaços de inclusão, reiteram a exclusão via inclusão precária ou o mascaramento da interdição; contudo, desvendar esses processos se constitui em estratégia de resistência, especialmente quando se pretende contribuir para a qualificação de processos ofertados à população e, no caso presente, às pessoas com deficiência. Não há dúvidas que ao articularmos a produção de conhecimentos e a formação profissional, o que inclui o trabalho de es- 40 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 2 - O ciclo de inVestigaçÃo: um caminHo percorrido coletiVamente tudantes como entrevistadores, trabalha-se com um processo de competência profissional em etapas preliminares de construção, o que limita o processo, em termos de possibilidades de mediações, no entanto, este é parte do desafio a ser enfrentado: garantir uma produção de conhecimentos qualificada e propiciar um processo de formação de mesmo nível. Buscar o desvendamento das contradições que constituem o modo de perceber e avaliar dos diversos sujeitos pesquisados não se configura em tarefa fácil. No entanto, é tarefa da ciência, apesar de todos os limites humanos de quem a produz, realizar este enfrentamento, seja para produzir subsídios que orientem ações estratégicas de ação, ou apontar lacunas que instiguem novos estudos, num movimento permanente e dialético de busca do conhecimento, pois, segundo Demo (1990, p. 29): Sendo a ciência também um fenômeno histórico, é propriamente um processo. O conceito de processo traduz a característica de uma realidade sempre volúvel, mutável, contraditória, nunca acabada, em vir a ser (...). Em ciência estamos sempre começando de novo. O enfoque dialético, em termos de pesquisa, prioriza o desvendamento das contradições como processo necessário à interpretação da realidade, à luz da sua contextualização histórica, para que seja possível captar as conexões e o movimento, e a partir da totalidade concreta, que não se revela a um primeiro olhar, desvendar as tramas constitutivas do real. Segundo Hobsbawm (1989), ultrapassar as conexões visíveis é exatamente o trabalho da ciência, “passar das aparências para a estrutura interna oculta do real”. O método dialético de investigação considera um conjunto, CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 41 2 - O ciclo de inVestigaçÃo: um caminHo percorrido coletiVamente um todo concreto e procura descrevê-lo. Mas a simples descrição oferece apenas alguns conhecimentos sobre a realidade que desejamos desvendar, não mostra as inter-relações, as articulações e a essência do fenômeno descrito; para tanto, é necessário analisar. A análise permite a descoberta de grupos, categorias, partes que compõem esse todo; mas que não passariam de abstrações, se a análise não encontrasse seus elementos indissolúveis, contraditórios e distintos que mantêm entre si laços que alteram o seu sentido, resgatando seu movimento constitutivo a partir da totalidade, pois, conforme Lefebvre, isolar um fato conservando-o nesse isolamento “ é privá-lo de sentido, de explicação, de conteúdo. É mobilizá-lo artificialmente (...) (1991, p. 238): O método de investigação, fundamentado em Marx (1989), portanto, pressupõe uma pesquisa profunda sobre o fenômeno, trabalha com todos os dados empíricos possíveis de serem obtidos, mas não se contenta com o dado isolado, necessita da análise para remontá-lo no seu movimento constitutivo, para captar suas conexões, contradições, retomando a unidade como totalidade concreta. (PRATES, 2007) A contradição dialética, mais do que uma relação de exclusão, é uma inclusão plena, concreta dos contrários – uma negação inclusiva. Essa relação se dá na definição de um elemento pelo que ele não é, pois é da determinação e negação do outro que decorre a existência da propriedade de cada fenômeno. Porém, não basta explicar as contradições, mas reconhecer que elas possuem um fundamento, um ponto de partida nas próprias coisas; uma base objetiva real; na verdade mostram que a realidade possui não só múltiplos aspectos, mas também aspectos cambiantes e antagônicos ( PRATES, 2006). O próprio homem só se desenvolve pelas contradições, pois “(...) o humano só pode se constituir através do inumano, de início a ele misturado para, em seguida, distinguir-se por meio de um conflito, e dominá-lo pela resolução desse conflito”. (LEFEBVRE: 1991, p. 238) 42 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 2 - O ciclo de inVestigaçÃo: um caminHo percorrido coletiVamente A contradição é destruidora, mas também criadora, já que se obriga à superação, pois a contradição é intolerável. Os contrários em luta e movimento buscam a superação da contradição, superando-se a si próprios. Desvendar a contradição é exatamente mostrar os opostos em luta e movimento. (PRATES, 2007) A ênfase dada por Marx ao desvendamento das contradições aparece na introdução de sua obra “Contribuição para a Crítica da Economia Política”. Diz Marx (1989, p.48): Assim como não se julga um indivíduo pela ideia que ele faz de si próprio, não se poderá julgar uma tal época de transformação pela sua consciência de si; é preciso, pelo contrário, explicar essa consciência pelas contradições da vida material, pelo conflito que existe entre as forças produtivas sociais e as relações de produção. A categoria da contradição aparece metodologicamente em “O Capital” mostrando o contraponto entre falsa consciência e compreensão do fenômeno. Conforme mostra Kosik (1989, p.16), Marx apresenta a compreensão conceitual de aspectos da realidade aos pares: [...] fenômeno – essência; mundo da aparência – mundo real; aparência externa dos fenômenos – lei dos fenômenos; existência positiva – núcleo interno, essencial, oculto; movimento visível – movimento real, interno; representação – conceito; falsa consciência – consciência real; sistematização doutrinária das representações (ideologia) – teoria e ciência. CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 43 2 - O ciclo de inVestigaçÃo: um caminHo percorrido coletiVamente Mas para o desvendamento das contradições não basta o processo de reflexão, a análise dialética deve ultrapassar a reflexão crítica, buscando estabelecer mediações com a totalidade, pois é pelas mediações que penetramos nos nexos constitutivos do real desvendando suas contradições e múltiplas determinações. A partir da realização de mediações as ações ganham concretude, pois são vias de penetração no real. Como formas de objetivar a prática, as mediações objetivam o próprio profissional como ser social; como categoria “reflexiva e ontológica”, sua construção (histórica) se consolida com base em operações intelectuais e valorativas, “apoiadas no conhecimento crítico do real, possibilitado fundamentalmente pela intervenção da consciência”. (MARTINELLI, 1994) Martinelli (1993, p.137-138) apresenta algumas características fundamentais das mediações: São sempre históricas e sociais...; são determinadas pela finalidade e objetivos que se busca atingir...; são o conjunto instrumental necessário para o desenvolvimento do percurso dialético essencial à práxis...;são os recursos instrumentais necessários para o desvendar das vias de resistência e vias de transformação...;estão sempre referenciadas a uma teoria de base que as ilumina...;são relacionadas a posição ocupada pela profissão na divisão social do trabalho e na estrutura organizacional...;pressupõem uma concepção filosófica que as fundamente...;são sempre produtos coletivos e devem ser socialmente construídas para serem historicamente viáveis. Outra categoria fundamental do método dialético é a historicidade dos fenômenos sociais, que significa o reconhecimento 44 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 2 - O ciclo de inVestigaçÃo: um caminHo percorrido coletiVamente da processualística, o movimento e transformação do homem, da realidade e dos fenômenos. Significa que os fenômenos não são estáticos, estão em curso de desenvolvimento e, portanto, só podem ser apreendidos a partir do desvendamento deste movimento, por cortes históricos. (PRATES, 2003) Quando Gramsci define o marxismo como um historicismo absoluto, destaca com isto a importância desta categoria e elemento que compõe o real. Para Marx e marxistas como Lukács, Kosik, Lefebvre, entre outros, somente será possível conhecer um fenômeno, os sujeitos, as instituições, a partir do resgate de sua gênese, ou seja, do conhecimento de sua história, do curso de transformações ocorridas na sua constituição. Portanto, mais do que episódios cronológicos se privilegia o conhecimento da história a partir de fatos significativos. (PRATES, 2007) Neste sentido, destaca-se sua relação com os enfoques mistos de investigação, que utilizam de modo concomitante, dados quantitativos e qualitativos, pois, os reconhecem como complementares. Buscando superar a dicotomia entre dados quantitativos e qualitativos os enfoques mistos ou quanti/qualitativos passam a ser debatidos e sistematizados a partir da metade da década de 90 do Século XX, mas é somente em 2003 que foi publicado por Tashakkori e Tedlie o Handboock of Mixed Methods in the Social e Behavior Science que apresenta a primeira versão geral sobre essa estratégia de investigação, destacando suas particularidades e caracterizando esse tipo de pesquisa como uma abordagem distinta dos estudos qualificados como quantitativos ou qualitativos. (CRESWELL, 2010). A coleta de dados nesse tipo de estudo pode ocorrer de modo sequencial ou concomitante. O peso atribuído aos dados pode ser igual ou enfatizar um ou outro, dependendo do objeto do estudo e de sua finalidade. A combinação ou mixagem de dados pode acontecer CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 45 2 - O ciclo de inVestigaçÃo: um caminHo percorrido coletiVamente entre uma primeira fase da pesquisa e a coleta de dados da segunda fase da pesquisa (ou) [...] o pesquisador pode coletar os dados quantitativos e qualitativos concomitantemente e integrar, ou então fundir os bancos de dados, transformando os temas qualitativos em contagens e comparar essas contagens com dados quantitativos descritivos. (CRESWELL 2010, 244) Pode, ainda, o pesquisador nesse tipo de estudo não utilizar a conexão de dados entre as fases, em vez disso, incorporar uma forma secundária de dados dentro de um estudo mais amplo. Neste caso, “o banco de dados secundário desempenha o papel de apoio no estudo”. (idem) Creswell (2010) destaca, ainda, que estes estudos se pautam, na maioria dos casos, em perspectivas teóricas das ciências sociais ou “lentes teóricas mais amplas como uma lente reivindicatória/ participatória” e ressalta que as implicações do estudo são geralmente direcionados para a “mudança e defesa”. (idem) Sampiere, Fernandéz-Collado e Lucio (2006, p.753) analisando os enfoques mistos como alternativa à oposição entre dados quantitativos e qualitativos, destacam que os pesquisadores, que caracterizam como integradores, são aqueles que “además de asignarles una posición igual a los enfoques cuantitativos e cualitativos, han adoptado la possibilidad de combinarlos en un mismo estúdio. Es decir, aceptan el enfoque mixto”. Conforme os autores, com base na contribuição de inúmeros pesquisadores que sistematizaram suas produções recentemente acerca desse modo de investigação, o enfoque misto ou quanti/ qualitativo pode ser caracterizado como Un proceso que recolecta, analiza y vincula datos cuantitativos y cualitativos en un mismo es- 46 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 2 - O ciclo de inVestigaçÃo: um caminHo percorrido coletiVamente túdio o una serie de investigaciones para responder a un planteamiento del problema (Teddlie y Tashakori, 2003; Creswell, 2005; Mertens, 2005; Williams, Unran y Grinnell, 2005). Se usan métodos de los enfoques cuantitativos y cualitativos y pueden involucrar la conversión de datos cuantitativos en cualitativos y viceversa (Mertens, 2005). Asimismo, el enfoque mixto puede utilizar los dos enfoques para responder distintas preguntas de investigación de un planteamiento del problema. (SAMPIERE, FERNANDÉZ-COLLADO e LUCIO, 2006, p.755 ) As pesquisas caracterizadas como quanti/qualitativas ou mistas trabalham com dados mensuráveis por meio da quantificação, e também com a possibilidade de dar tratamento qualitativo aos dados quantitativos a partir do estabelecimento de cruzamentos, articulações e mediações. Estes dados são complementados pela coleta de conteúdos subjetivos ou que não são facilmente quantificáveis, tais como opiniões, avaliações, sugestões, expectativas, valores, expressões ou representações que podem ser interpretadas a partir de uma análise qualitativa tomando-se por base algumas categorias de análise e novamente estabelecendo mediações com os dados quantitativos anteriormente referenciados, e com outros aspectos teóricos que lhes deem substância, de forma contextualizada e a partir de um corte histórico. (PRATES, 2010; PRATES, REIS e ABREU, 2000) Pelos aspectos abordados, o enfoque misto nos parece o que melhor oferece condições para abarcar uma análise mais completa nos processos de avaliação de programas, projetos e políticas sociais, uma vez que articula, tanto aspectos relativos ao dimensionamento de sujeitos, recursos entre outras informações necessárias ao planejamento como aspectos qualitativos como níveis de satisfaCONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 47 2 - O ciclo de inVestigaçÃo: um caminHo percorrido coletiVamente ção, identificação de processos, entre outros, todos fundamentais a uma avaliação que busque contemplar a totalidade. (PRATES, 2007) 2.2 – Procedimentos sobre a Materialidade da Pesquisa Após esta breve síntese dos principais fundamentos e categorias do método dialético e acerca do enfoque misto que fundamentaram o presente estudo, passa-se a realização de uma reconstituição dos procedimentos efetivados. A pesquisa em pauta tinha como objetivo verificar as condições de acesso das pessoas com deficiência às instâncias sociais (saúde, educação, trabalho, assistência social, transporte, lazer, cultura e habitação) e ao mobiliário social (equipamentos), nos municípios do Estado do Rio Grande do Sul, tendo em vista a construção e otimização de políticas públicas nessas áreas. Para tanto, seria necessário, além de verificar quais eram as efetivas condições de acessibilidade dos municípios, realizar um levantamento sobre a tipologia da deficiência associada às possibilidades de acesso ou ausência de recursos para cada área específica, destacando as áreas das políticas públicas onde há maior dificuldade para o desenvolvimento da inclusão social das pessoas com deficiência. Além destes aspectos, investigou-se os mecanismos legais, os programas sociais e a rede de apoio utilizada pelas pessoas com deficiência nas localidades, além de verificar as condições de acesso urbano e equipamentos (mobiliário urbano) disponíveis nos municípios. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA Como os municípios do Estado do Rio Grande do Sul têm desenvolvido a acessibilidade universal no espaço de suas políticas públicas e no espaço urbanístico e mobiliário urbano? 48 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 2 - O ciclo de inVestigaçÃo: um caminHo percorrido coletiVamente QUESTÕES NORTEADORAS • Qual a realidade dos municípios do Estado do RS no que diz respeito às condições de acessibilidade? • Qual a realidade de acesso da população com deficiência aos bens sociais nas diferentes instâncias da sociedade? • Que relação há entre a tipologia da deficiência e as possibilidades de acesso ou ausência de recursos para área específica? • Em quais áreas das políticas públicas há maior dificuldade para o desenvolvimento da inclusão social das pessoas com deficiência? • Quais os mecanismos legais, programas sociais e rede de apoio que são utilizados pelas pessoas com deficiência? • Como estão as condições de acesso urbano e equipamentos (mobiliário urbano) dos municípios? O sujeito deste estudo foram os gestores públicos e administradores responsáveis pelas políticas públicas nos municípios do Estado do Rio Grande do Sul. Quanto aos processos metodológicos realizados, podem ser assim resumidos: Em um primeiro momento buscou-se construir coletivamente um diagnóstico situacional das atuais condições de inclusão de pessoas com deficiência nos 496 municípios do Estado do RS. Elaboração do plano de desenvolvimento da investigação, definindo atribuições, controles administrativos, datas e horários de reuniões sistemáticas. Revisão coletiva do projeto de pesquisa, identificação de bibliografia básica e complementar e adensamento das categorias centrais teóricas do método de investigação e explicativas da realidade. Realização de reuniões integrando os objetivos da pesquisa com as possibilidades das instituições da interface. (FADERS, FAMURS, PUCRS, IPESA e COEPEDE) CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 49 2 - O ciclo de inVestigaçÃo: um caminHo percorrido coletiVamente Foi realizado o levantamento e seleção dos documentos, legislações que se constituíram em objeto de análise documental e de estudos bibliográficos. Segundo Ludke e André (1986, p. 38), são considerados documentos “quaisquer materiais escritos que possam ser usados como fonte de informação sobre o comportamento humano” (leis, regulamentos, pareceres, prontuários, cartas, memorandos, diários pessoais, autobiografias, jornais, revistas, discursos, arquivos, etc). E complementam as autoras, valendo-se de Guba e Lincoln (1981) para quem a análise documental representa uma fonte estável e rica de onde podem ser retiradas evidências que fundamentem afirmações e declarações do pesquisador, atribuindo importância destacada a esta técnica para coleta de dados (PRATES E PRATES, 2009). Com base nessa coleta de documentação e tendo-a como fonte de subsídio reflexivo construímos coletivamente este livro, em cima dos dados quantitativos e dos números, mas com o aporte teórico e documental de fonte específicas da temática de pesquisa. A análise dos dados se reporta tanto ao quantitativo quanto ao qualitativo e justamente essa junção é que dará unidade ao trabalho apresentado aqui e que resulta na devolução coletiva da pesquisa de Campo, com a publicação dos resultados de pesquisa em um livro que desenvolve análise e conteúdo temático das diferentes áreas que estiveram em pauta. Logo, foram realizadas a elaboração coletiva do instrumento de coleta direta e instruções para preenchimento do questionário. Dando prosseguimento ao processo realizou-se o teste e as adequações do instrumento. A coleta dos dados de pesquisa foi realizada on-line, pelo site da FAMURS, com a disponibilização de um instrumento de pesquisa para cada área de política pública. Cada município foi chamado a responder as questões referentes à realidade de inclusão/exclusão de sua região. Contato com os municípios via telefone, e-mail e link da pesquisa. Acompanhamento 50 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 2 - O ciclo de inVestigaçÃo: um caminHo percorrido coletiVamente do instrumento no link via on-line e relatórios de preenchimento. Para melhor efetividade desses contatos telefônicos com os municípios, contratamos, utilizando o recurso do auxílio universal do CNPq, oito pesquisadoras, que ficaram com a responsabilidade de entrar em contato com cada município e acompanhar o preenchimento dos dados de pesquisa, que foram respondidos on-line. As pesquisadoras responsáveis pelo projeto de pesquisa reuniram-se sistematicamente com os técnicos da FAMURS, objetivando subsidiar o processo da investigação, bem como, com todas as pesquisadoras contratadas a fim de capacitar os responsáveis pelo preenchimento do instrumento sobre o levantamento de dados das condições de acessibilidade e inclusão do sujeito de pesquisa. A forma proposta visou a preservar a fidedignidade dos dados e o mínimo de erros. A sistematização quantitativa dos dados deu-se a partir de tratamento estatístico. Para efetivação dessa etapa do processo foram contratados especialistas em programas de pesquisa informatizada que fizeram a compilação dos dados a partir das informações coletadas nos instrumentos disponíveis no site. Foi realizado um convênio com a Fundação Estadual de Estatística do Estado do Rio Grande do Sul (FEE), cujos custos foram pagos com recursos da FADERS para a realização do tratamento dos dados quantitativos. Essa análise de dados contou também com a colaboração das Universidades parceiras (FSSPUCRS e IPESA ULBRA) e suas unidades especializadas em programas de pesquisa e análise de dados. A partir dos resultados quantitativos foi construído o relatório final com análise qualitativa com base em bibliografia atual, sobre a temática da diversidade e da acessibilidade, e na documentação e legislação nacional e internacional atualizada sobre a temática da pesquisa. A análise de conteúdo, estratégia utilizada para o tratamento dos dados qualitativos, consiste basicamente num conjunto de esCONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 51 2 - O ciclo de inVestigaçÃo: um caminHo percorrido coletiVamente tratégias que objetivam facilitar o processo de interpretação da comunicação. A partir deste procedimento de pesquisa, conforme Marconi e Lakatos (1996), o conteúdo das comunicações é analisado por meio de categorias, previamente determinadas, que levam a resultados quantitativos, sobre o conteúdo de publicações; volta-se para os produtos da ação humana, explicitado através das ideias e não das palavras em si. (PRATES, 2003 a) As diferentes fases da análise de conteúdo organizam-se em torno de três etapas, quais sejam: a pré-análise, a exploração do material, o tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação. (BARDIN, 1977) A pré-análise consiste, basicamente, na realização da leitura flutuante (deixar-se invadir pelas impressões e orientações do texto), na organização e preparação do material a ser analisado, na escolha dos documentos, na formulação de hipóteses dos objetivos e de indicadores que fundamentem a interpretação final. Para a escolha dos documentos que constituirão o corpus para análise, ressalta Bardin (1977), que existem algumas regras, entre as quais, destaca as que considera principais: a exaustividade, a representatividade, a homogeneidade e a pertinência. A preparação do material consiste nos procedimentos a serem realizados com o corpus que possibilitem a realização da análise, tais como recorte de reportagens, transcrição de fitas, fichamentos, etc., que posteriormente, na etapa chamada por Bardin de “exploração do material” serão codificados, enumerados, de acordo com regras previamente formuladas pelo pesquisador. (PRATES, 2007) A descrição analítica inicia-se na pré-análise, mas nesta etapa o corpus é submetido a estudo aprofundado orientado pelas hipóteses e referenciais teóricos. Segundo Triviños (1987), os procedimentos de codificação, classificação e categorização são básicos nesta instância do estudo; daí, surgirão os quadros de referência que servirão de base para a realização das inferências. 52 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 2 - O ciclo de inVestigaçÃo: um caminHo percorrido coletiVamente Por fim, a fase de interpretação inferencial constitui-se na análise, interpretação e explicação dos conteúdos manifestos e latentes, realizada a partir da mediação entre o conteúdo descrito e a teoria que orienta o pesquisador para a realização das inferências. Privilegiou-se, em termos de análise de conteúdo, os cortes temáticos e valorativos, além das análises frequenciais, orientadas pelas categorias do método e das categorias teoricoanalíticas; no entanto, foram também contempladas categorias empíricas, ou sejam aquelas que surgiram da expressão dos sujeitos e que não foram previamente problematizadas teoricamente. Conforme Marx, categorias são “elementos estruturais de complexos relativamente totais, reais e dinâmicos, cujas inter-relações dinâmicas dão lugar a complexos cada vez mais abrangentes em sentido tanto extensivo como intensivo”. (MARX, 1993) Categorias, portanto, podem ser definidas como elementos que, sendo partes constitutivas, auxiliam a explicar um fenômeno, uma relação e/ou um movimento da realidade e, ao mesmo tempo, podem orientar processos interventivos. Convém ressaltar, no entanto, que sua interconexão com os demais elementos que conformam o fenômeno, na perspectiva dialético-crítica, é fundamental para que possamos explicá-lo como unidade dialética, sem reduzir-lhe o sentido. (PRATES, 2003 a) Por fim, foi realizado seminário de pesquisa em conjunto com os parceiros para socialização dos resultados junto à comunidade acadêmica e institucional, quando foram apresentados painéis para debate sobre a temática e sobre os resultados empíricos obtidos e sua análise. A partir de então, passou-se a elaboração das produções acadêmicas, relatório final, artigos científicos e a organização do livro para a publicação dos resultados. CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 53 2 - O ciclo de inVestigaçÃo: um caminHo percorrido coletiVamente Considerações Finais De acordo com a Carta para o Terceiro Milênio:¹ No terceiro milênio, a meta de todas as nações precisa ser a de evoluírem para sociedades que projetam os direitos das pessoas com deficiência mediante o apoio ao pleno empoderamento e inclusão delas em todos os aspectos da vida. (1999, p.1) Há um movimento internacional que reivindica, para as PcD, a inclusão do direito a fazer parte do mundo, o que por si só já indica o nível de distanciamento de uma vida realmente humana, no qual se encontra a sociedade. Significa dizer que a requisição desse direito, apesar de todos os avanços tecnológicos, em pleno Século XXI, ainda não se organizou um modo de vida social comportando os diferentes sujeitos, com sua diversidade de constituição enquanto tal. Sendo assim, a acessibilidade arquitetônica e cultural é a via pela qual a heterogeneidade dos sujeitos poderá ser incluída. Na história da humanidade e, como um resultado da questão social, foram criadas inúmeras interdições sociais e barreiras que impediram determinados sujeitos de ter acesso ao mundo. O reconhecimento, embora tardio, de toda essa interdição é um traçado que conduz a desconstituição das interdições a partir da transformação da cultura e das condições materiais estabelecidas até então. Nesse sentido, dar visibilidade a essa contradição via pesquisa, é antes de tudo um ato de resistência contra a violação de direitos. 54 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 2 - O ciclo de inVestigaçÃo: um caminHo percorrido coletiVamente Referências BARDIN, Laurence. L’analyse de contenu. France: Presses Universitaires, 1977. CRESWELL, John W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. 3. ed. 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São Paulo: Atlas, 1995. 56 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL CAPÍTULO 3 Análise de Resultados da Pesquisa na Perspectiva do Conceito de Acessibilidade Universal HUMBERTO LippO1 Introdução A questão da Acessibilidade e sua posterior qualificação como Universal, inicialmente criada como resposta aos problemas das barreiras arquitetônicas para aqueles com deficiências e ou dificuldades de locomoção, desde há alguns anos ampliou sua abrangência, na medida em que desenvolvia e incorporava importantes contribuições de outras áreas, passando a dar conta de uma ampla gama de situações de comunicação, conforto, segurança e autonomia das pessoas em geral. Deixando, assim, de ser uma questão relativa a um contingente minoritário da população, para atingir a grande maioria. 1 Humberto Lippo é sociólogo e professor, Especialista em docência no ensino superior. Coordenador do Comitê da Acessibilidade e do Programa Permanente de Acessibilidade da Universidade Luterana do Brasil - Ulbra, militante do movimento social das pessoas com deficiência há 40 anos, tendo exercido as funções de Secretário Nacional de Promoção de Direitos da Pessoa com Deficiência, Vice-Presidente do Conselho Nacional de Direitos da Pessoa com Deficiência – Conade, Diretor-Presidente da Faders no Governo do Estado/RS e Assessor de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência além de Coordenador de Direitos Humanos na Prefeitura de Porto Alegre. Autor de diversos artigos na área da acessibilidade e políticas públicas. CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 57 3 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa do Conceito de Acessibilidade UniVersal Dessa forma, a temática de Acessibilidade Universal se consolida crescentemente como área especializada do conhecimento, articulando-se com aportes não apenas das áreas das ciências sociais e humanas (filosofia, sociologia, antropologia, pedagogia, linguística, serviço social, comunicação, etc.), mas também das áreas da arquitetura, engenharia, e ciências da computação entre outras. Nesse movimento, a Acessibilidade, na medida em que progressivamente amplia sua abrangência conceitual, constitui-se em objeto de análise e reflexão social, pois possibilita uma nova perspectiva de entendimento dos mesmos processos da dinâmica da sociedade. Abordaremos neste capítulo uma conceituação de Acessibilidade para o entendimento mais preciso da questão, bem como uma avaliação da relevância populacional e impacto social dessa temática e uma primeira análise dos dados obtidos, pertinentes à pesquisa “Condições de Acesso da Pessoa com Deficiência aos Bens Sociais no RS. 3.1 – Acessibilidade: conceitos Em qualquer projeto, sempre se prioriza o ser humano como o centro gerador e, nos espaços construídos, busca-se a melhor condição de uso, função, segurança, bem-estar, acesso. Mas a qual ser humano referimo-nos? É bastante significativo o percentual populacional composto por idosos, obesos, pessoas com estatura excessivamente baixa ou alta, pessoas com deficiência, crianças, mulheres no oitavo e nono meses de gestação, pessoas com lesões temporárias, entre outros. Todavia, essas diferenças quase nunca são consideradas quando se planeja os espaços construídos: mobiliário urbano e meio de transportes. Passa-se, assim, a questionar 58 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 3 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa do Conceito de Acessibilidade UniVersal o mito do “homem-padrão” no qual fomos induzidos a crer e para o qual se tem projetado por séculos. Há, nas constituições federal, estadual e em diversas leis orgânicas municipais um conjunto de disposições relacionadas com questões de acessibilidade ao meio físico construído, transportes, circulação, meios de comunicação etc. Voltadas primeiramente para as pessoas com deficiência, essas disposições atingem potencialmente outros setores sociais (idosos, crianças, enfermos etc.) pela qualificação e humanização dos espaços de uso público na cidade. Se ampliarmos mais o enfoque, incluindo preocupações com a segurança da população com a prevenção de acidentes no uso dos espaços construídos, a totalidade da população seria beneficiada. Com base nos pressupostos da qualificação das condições gerais visando ao exercício da cidadania, no respeito à diferença e visando à consolidação de uma sociedade democrática e um meio ambiente acessível a todos, o enfoque da Acessibilidade Universal propõe para a sociedade um significativo avanço em suas relações. Portanto, a acessibilidade, entendida no sentido de ação constitutiva do todo social, engloba o conjunto do espaço construído, incluindo os aspectos da edificação, do urbanismo, das comunicações e do transporte em suas múltiplas interfaces. O conceito de acessibilidade é usado no sentido de identificar uma situação de uso pleno, seguro e independente do espaço construído. Assim, será acessível o espaço ou o equipamento que propiciar tais condições a toda a população, independentemente de características físicas, idade, sexo etc. Espaços ou equipamentos que não proporcionem essas condições são possuidores de barreiras arquitetônicas. Uma das principais preocupações que se deve ter no ato de planejar o espaço construído é considerar a totalidade de requerimentos exigidos pelas diversas situações individuais, evitando, CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 59 3 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa do Conceito de Acessibilidade UniVersal dessa forma, conflitos entre elas, buscando atingir um ponto de equilíbrio em situações a priori contraditórias, procurando soluções criativas e diversificadas, embora integrantes de um planejamento sistemático. O grande paradoxo das relações sociais é produzir a padronização tendo em vista que o ser humano é diverso, não se iguala que a dinâmica da existência humana não se molda aos padrões. Assim, a discussão da acessibilidade nos remete ao movimento das relações sociais que criam as INTERDIÇÕES, pois, é a deficiência das estruturas sociais (instituições, escolas, família, comunidade, mídia, espaços de trabalho, de lazer, entre outras) em reconhecer a diversidade da condição humana. Acessibilidade, então, é tornar a sociedade capacitada, apta a reconhecer que a diversidade faz parte de seu movimento, de sua constituição. Para adaptar a isso é necessária uma transformação nas condições materiais e simbólicas da vida em sociedade. A Acessibilidade Universal engloba os conceitos de Acessibilidade e Desenho Universal, podendo, também, ser entendida no contexto da sociedade, implicando acesso à equiparação de oportunidades e inclusão social. Para uma análise mais precisa de qualquer sujeito e ou questão se faz necessário precisar conceitualmente o objeto de análise; nesse sentido é importante a definição de alguns conceitos. ACESSIBILIDADE Refere-se conjuntamente ao meio físico e aos equipamentos e serviços de informação e comunicação. DESENHO UNIVERSAL Diz respeito ao modo de concepção de espaços construídos, equipamentos e produtos, visando a sua utilização pelo mais amplo espectro de pessoas, incluindo crianças, idosos e pessoas com deficiências temporárias ou permanentes. 60 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 3 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa do Conceito de Acessibilidade UniVersal ACESSIBILIDADE UNIVERSAL Considera-se a condição para utilização por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida ou não, com segurança e autonomia total dos espaços construídos, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação. A partir dessas definições, barreiras são: qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o acesso, a liberdade de movimento, a circulação com segurança e a possibilidade de as pessoas se comunicarem ou terem acesso à informação, classificadas em: a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias públicas e nos espaços de uso público; b) barreiras nas edificações: as existentes no entorno e interior das edificações de uso público e coletivo e no entorno e nas áreas internas de uso comum nas edificações de uso privado multifamiliar; c) barreiras nos transportes: as existentes nos meios de transporte coletivo; d) barreiras nas comunicações e informações: qualquer entrave ou obstáculo que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens por intermédio dos dispositivos, meios ou sistemas de comunicação, sejam ou não de massa, bem como aqueles que dificultem ou impossibilitem o acesso à informação. 3.2 – Dados populacionais Segundo o Censo de 2010 do IBGE, cerca de 23,9% da população brasileira têm algum tipo de deficiência, aproximadamente 45 milhões de pessoas, das quais destacamos que: CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 61 3 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa do Conceito de Acessibilidade UniVersal 70% vivem abaixo da linha da pobreza; 33% são analfabetos ou frequentaram a escola por menos de 3 anos; 90% estão fora do mercado de trabalho. Esses dados dão conta da gritante exclusão social a que está submetida essa população em boa parte devido à falta de acessibilidade. Durante muito tempo todas as estimativas populacionais giravam em torno de que 10% da população mundial teriam alguma deficiência, seguindo estimativa da Organização Mundial de Saúde da Organização das Nações Unidas desde meados da década de 1970. Porém a própria OMS/ONU, segundo recente relatório inédito elaborado em conjunto com o Banco Mundial, (junho/2011), revendo sua histórica estimativa, informa que existe cerca de um bilhão de pessoas com deficiência no mundo, totalizando 15% da população mundial; esse novo percentual é compatível com o divulgado em 2010 pelo IBGE, que tem sido muito questionado no sentido de que a percentagem seria superdimensionada agora se percebe que não o é. Em projeção, considerando a população do Brasil atualizada em 2010, de 190.755.799 pessoas, teríamos, aproximadamente, 45.000.000 de pessoas com deficiência no país, mais do que a soma da população de toda a Região Sul (RS, SC e PR) do Brasil, sendo, aproximadamente, 2.500.000 somente no Rio Grande do Sul, número equivalente a quase o dobro da população total de Porto Alegre.2 Assim, podemos facilmente perceber que a questão da acessibilidade remete ao próprio desenvolvimento do país, na medida em que nenhum país será plenamente desenvolvido se mantiver 2 Dados Censo Demográfico do Brasil, IBGE, 2010. 62 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 3 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa do Conceito de Acessibilidade UniVersal um contingente populacional dessa magnitude à margem dos processos produtivos. Para melhor visualização da correlação entre a inexistência de acessibilidade e exclusão social, destacamos os gráficos a seguir, onde no primeiro é mostrada a relação da falta de acessibilidade e suas consequências e, no segundo o inverso, como ideal a ser atingido. Nos gráficos, o sentido correto de interpretação é seguindo as setas coloridas desde cima e no sentido horário.3 GRÁFICO 1 Conforme podemos observar no gráfico, não podendo sair de casa devido à falta da acessibilidade, as pessoas com deficiência não são vistas, o que dificulta seu reconhecimento como membro da sociedade, fazendo com que a falta de acessibilidade deixe de ser uma questão da sociedade e, continuando sem visibilidade, objetos de discriminação. 3 Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, Presidência da República. CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 63 3 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa do Conceito de Acessibilidade UniVersal GRÁFICO 2 No gráfico acima, temos a situação em que as pessoas com deficiência por terem acessibilidade podem sair de casa e são reconhecidas como membro da comunidade, assim a falta de acessibilidade torna-se uma questão coletiva, fazendo com que as barreiras sejam removidas e possibilitem maior visibilidade social e a mitigação dos preconceitos e discriminações. 3.3 – Relatório Mundial sobre Pessoas com Deficiência4 Cerca de 15% da população mundial têm algum tipo de deficiência. A prevalência de deficiência no globo é maior do que as estimativas anteriores da OMS, que datam da década de 1970, e sugeriu um percentual de cerca de 10%. Esta estima4 http://www.who.int/disabilities/world_report/2011/report/en/index.html 64 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 3 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa do Conceito de Acessibilidade UniVersal tiva global sobre a deficiência aumentou devido a três fatores principais: • ao envelhecimento da população; • a rápida disseminação de doenças crônicas, e • aprimoramentos nas metodologias utilizadas. O primeiro Relatório Mundial conjunto OMS/Banco Mundial sobre deficiência traduz a situação das pessoas com deficiência em todo o mundo. O relatório contém tópicos específicos e capítulos sobre saúde, reabilitação, assistência, ambientes acessíveis, educação e emprego. Em cada capítulo, há uma discussão sobre as barreiras sociais e estudos de caso que mostram como os países conseguiram fazer face a estas com promoção de boas práticas. Em seu capítulo final, o relatório oferece nove recomendações concretas para as políticas e práticas que, se implementadas, poderiam levar a melhorias reais na vida das pessoas com deficiência. O Relatório também destaca quais são as principais barreiras impeditivas que afetam as pessoas com deficiência onde, conforme podemos verificar na relação abaixo, a falta de acessibilidade está destacada: • • • • • • • Políticas e Padrões Inadequados; Atitudes Negativas; Falta de Prestação de Serviços; Financiamento Inadequado; Falta de Acessibilidade; Falta de Consulta e Envolvimento (Protagonismo); Falta de Dados e Evidências. CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 65 3 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa do Conceito de Acessibilidade UniVersal Aponta, ainda, o relatório como essas barreiras afetam a vida das pessoas com deficiência: • • • • elas têm insuficientes condições de saúde; elas têm menor nível de instrução; elas apresentam altos níveis de pobreza; elas não podem viver de forma integralmente independente nem participar plenamente das atividades da comunidade. O Relatório sugere que muitas das barreiras que as pessoas com deficiência enfrentam são evitáveis e as desvantagens associadas com a deficiência podem ser superadas. Recomenda que, ações transversais que requerem o envolvimento de uma política pública integrada e integradora, compreendendo as principais áreas de atuação do Estado: saúde, educação, assistência social, trabalho, transporte, habitação, cultura, etc., além de diferentes atores – governos, organizações da sociedade civil (incluindo organizações das pessoas com deficiência e suas famílias e demais movimentos populares) os profissionais que atuam na área e no setor privado possam ser desenvolvidas num esforço conjunto para diminuir as desigualdades. 3.4 – Resultados da Pesquisa na Perspectiva do Conceito de Acessibilidade Universal Inicialmente, faz-se necessário um comentário acerca da coleta de dados. Os resultados obtidos são parciais, na medida em que nem todos os municípios gaúchos responderam ao questionário, por realmente não disporem dos dados perguntados, o que reflete uma secundarização preocupante dessa temática. Em que pese essas dificuldades, a amostragem obtida é suficientemente rele- 66 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 3 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa do Conceito de Acessibilidade UniVersal vante para proporcionar uma primeira análise mais geral acerca dessa realidade. Perguntado aos municípios: “Que possibilidades de acesso existem para pessoas com deficiência nas áreas de Cultura, Turismo, Esporte, Lazer e Habitação?, a resposta “Não Consta” oscila entre 45% e 53%, enquanto a opção “Não Sabe” para as mesmas áreas fica entre 20% e 32%, ou seja, entre a simples “não resposta” que evidencia total descaso com a temática e o confesso desconhecimento que reforça ainda mais o descaso, temos percentuais de resposta bastante significativos. Sendo que os itens de acessibilidade respondidos como rampas, corrimãos, banheiros adaptados, calçadas, entre outros, constam em percentuais baixíssimos, não superiores a 2%. Mais adiante, para as mesmas áreas perguntadas: “Que barreiras são encontradas, no seu município, para uma pessoa com deficiência ter acesso?” se verifica semelhantes percentuais de respostas. Variando em “Não Consta” entre 40% e 42%, e no item “Não Sabe” entre 26% e 31%. Convém destacar que para poder atuar sobre determinada realidade é necessário conhecer essa mesma realidade, assim torna-se praticamente inviável promover a acessibilidade se não se conhece onde inexiste acessibilidade. Perguntados sobre: “Que providências estão sendo tomadas para superação das barreiras e construção do acesso às políticas acima citadas?” coerentemente com as respostas anteriores, 33% não responderam, 16% não sabem e, surge uma boa notícia enfim, 23% salientam que os seus municípios têm realizado “adaptação de locais para inclusão/modelagem arquitetônica”. Perguntados pelo número de ônibus acessíveis, 48% dos municípios responderam que inexistem, 35% não responderam e 7% sequer sabem disso. Na sequência desse item, perguntados: “Que horários são disponibilizados para este serviço de transporte acessível?” 54% não sabem e 33% não responderam como era de se esperar. CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 67 3 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa do Conceito de Acessibilidade UniVersal Se conhecer a realidade é condição necessária para nela atuar, planejar essa atuação é imprescindível. Perguntados se “A lei orgânica do município prevê uma política universalizada no transporte coletivo?” 35% não responderam, 32% não constam respostas, e apenas 32% responderam afirmativamente. Perguntado aos municípios para assinalarem mobiliários e ou equipamentos urbanos acessíveis, 40% não responderam, sendo diversos outros itens (estacionamento, meios-fios rebaixados, telefones públicos rebaixados, entre outros) apontados em percentuais pequenos. Outro ponto preocupante levantado pela Pesquisa, diz respeito à abrangência e à composição da população com deficiência, condição básica para qualquer planejamento bem-sucedido. Perguntado aos municípios se existe mapeamento da população com deficiência, apenas 9% responderam positivamente, sendo que 21% afirmam não saber e a grande maioria de 69% sequer respondeu. Esses percentuais aplicam-se igualmente, com variações entre 1% e 3%, nas questões do quantitativo dessa população entre zona urbana e rural e, ainda no que diz respeito às áreas de deficiência: visual, auditiva, física, múltipla, transtornos globais do desenvolvimento e outras síndromes. Portanto, depreende-se dos dados acima sobre questões relativas à acessibilidade que o quadro mostrado pelos municípios é preocupante. Não apenas pelos baixíssimos percentuais dos itens respondidos afirmativamente, mas, sobretudo, pelo elevado grau de desconhecimento com essa temática, demonstrado. Talvez porque a magnitude das demais questões sociais (saneamento, educação, saúde, etc.) enfrentados pelos municípios faça com essa temática seja secundária ou talvez porque exista no imaginário da sociedade o entendimento, via preconceitos errôneos arraigados, que entendem pessoas com deficiência como incapazes e improdutivas, o que faz com que essas demandas não sejam prioritárias. 68 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 3 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa do Conceito de Acessibilidade UniVersal Há aqui uma questão nodal, sendo o trabalho valor fundamental da atividade humana, no sentido de atuar sobre a natureza transformando-a e, por extensão, do próprio capitalismo que se baseia na relação de compra e venda da força de trabalho para desta forma extrair a mais-valia como mola propulsora de sua dinâmica. E como por preconceitos e estereótipos a sociedade, via de regra, assim entende as pessoas com deficiência como incapazes e ou improdutivas, o reflexo lógico dessa concepção é a secundarização de suas questões na medida em que não seriam capazes de trabalhar. Assim, para romper esse ciclo vicioso, faz-se imperioso trabalhar a conscientização da sociedade em duas direções complementares: uma, no sentido de educar que acessibilidade não é especificamente dirigida às pessoas com deficiência senão que para todas as pessoas com e sem deficiência; e a outra, de que as pessoas com deficiência podem ser tão produtivas como qualquer outra pessoa desde que sejam dadas a elas as devidas condições. Considerações Finais Pensando termos demonstrado nas linhas acima a relevância da acessibilidade em todos os espaços e serviços da sociedade, não apenas como melhoria das condições de vida das pessoas com deficiência ou dificuldade de locomoção, o que por si só se justificaria em face da magnitude desse contingente populacional, mas principalmente porque isso implica qualificação da sociedade como um todo, tendo em vista segurança, conforto e reconhecimento político das diferenças humanas. Sobretudo, considerando que as pessoas com deficiência são parte essencial da diversidade humana e da condição humana, e que o respeito à diversidade e à cidadania são requisitos fundaCONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 69 3 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa do Conceito de Acessibilidade UniVersal mentais para uma sociedade com igualdade de oportunidades, era de se esperar que no século 21 a questão da acessibilidade estivesse mais bem difundida e concretizada. Todavia, infelizmente não é o que se pode constatar analisando os dados da pesquisa. Assim, podemos depreender que a Convenção Sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, primeiro tratado mundial da Organização das Nações Unidas do século 21 e ratificado pelo Brasil como norma constitucional, que entende que a deficiência está na interação da pessoa com um meio social padronizado e segregador, ainda é um ideal a ser atingido e muito deve a sociedade fazer para que se torne realidade. Por todos esses motivos expostos, entendemos que com as pessoas existem as diferenças, fator básico que as constitui como seres únicos e singulares, sendo que a deficiência, entendida como falta e incompletude são relativas às estruturas sociais, físicas ou comportamentais. Referências IBGE. Dados do Censo Demográfico do Brasil, 2010. Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, Presidência da República, 2011. LIPPO PINHEIRO, Humberto. Acessibilidade Universal. In: Sociologia Textos e Contextos. 2, ed. Canoas: Ed. Ulbra. 2005. LIPPO PINHEIRO, Humberto. Sociologia da Acessibilidade, Reconhecimento Político das Diferenças através do Espírito Público. Ed. Ulbra. 2011. No Prelo. Organização das Nações Unidas. Visita ao site em julho de 2011. http:// www.who.int/disabilities/world_report/2011/report/en/index.html 70 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL CAPÍTULO 4 Análise de Resultados da Pesquisa na perspectiva da Política de Educação CLARiSSA ALLiATi BELEZA1 GREicE SEVERiANO DOS SANTOS2 MiRiAM WORNicOw D’ÁViLA GARciA3 Neste capítulo, apresentamos dados coletados nos quatrocentos e noventa e seis municípios do Estado do Rio Grande do Sul referentes à Política de Educação aplicada de norte a sul no território gaúcho. Os dados nos provocaram inúmeros questionamentos e comprovaram o quanto de caminho temos a percorrer, e aqui não falaremos em quilômetros a rodar, mas, sim, paradigmas e conceitos a serem ultrapassados e também consolidados. Meio do Caminho foi o batismo realizado após inúmeros gráficos interpretados e a recorrência do “meio” (49,6%, 50%) na análi1 Pedagoga Especial / Deficiência Intelectual e Autismo, Especialista em Educação Especial na perspectiva do Atendimento Educacional Especializado, Diretora Técnica da Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência e com Altas Habilidades no Rio Grande do Sul – FADERS [email protected] 2 Pedagoga, Especialização em Supervisão Escolar, Assessora Técnica da Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência e com Altas Habilidades no Rio Grande do Sul – FADERS [email protected] 3 Pedagoga Especial / Deficiência Intelectual, Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional, Especialista em Informática Educativa, Coordenadora do Programa de Capacitação da Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência e com Altas Habilidades no Rio Grande do Sul – FADERS [email protected] CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 71 4 - Análise de Resultados da PesQuisa na perspectiVa da Política de EducaçÃo se das pesquisadoras. Outra questão que reportava ao meio, era a ideia de trajetória (meio) e também a concepção de forma (meio) de garantia de direito à educação. A proposta quanti/qualitativa nos proporcionou mais do que mapear as políticas, mas refletir sobre elas mesmas inferindo sobre o que nos falta. 4.1 – Meio do Caminho Como é difícil falar sobre o meio! Meio, aqui, significando a metade da trajetória, uma parte passada e uma por vir, o futuro ainda longe, as perspectivas não tão românticas e entusiasmadas como no princípio – meio do caminho! Educação-meio é isso que abordaremos aqui – Política de Educação ainda não completamente consolidada, política no meio. E educação como meio de transformação, como capacidade de pensar, de indagar a respeito das coisas do mundo. E o meio necessitando de educação. Embora a escola não seja a única instituição responsável pela transformação da sociedade e por suas contradições, ela poderá ser um dos modos para construir uma nova consciência que leve à construção de uma nova ordem social, pois, “a escola não é a alavanca da transformação social, mas essa transformação não se fará sem ela”. (GADOTTI, 1984, p.73) Frigotto e Chiavatta (2003) reafirmam estas questões ao dizer, que neste sentido, a educação é tanto um direito social básico e universal quanto vital para romper com a histórica dependência científica, tecnológica e cultural do país, e fundamental para a construção de uma nação autônoma, soberana e solidária na relação consigo mesma e com outras nações. A educação é, portanto, ao mesmo tempo determinada e determinante da construção do desenvolvimento social de uma nação soberana. Além de ser cru- 72 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 4 - Análise de Resultados da PesQuisa na perspectiVa da Política de EducaçÃo cial para uma formação integral humanística e científica de sujeitos autônomos, críticos, criativos e protagonistas da cidadania ativa, é decisiva, também, para romper com a condição histórica de subalternidade e de resistir a uma completa dependência científica, tecnológica e cultural. (FRIGOTTO, CIAVATTA, 2003, p.93-130) A Educação tem, como concepções dorsais, o respeito à diversidade humana e ao desenho universal como concepção inclusive do ponto de vista da aprendizagem. O Ministério da Educação, em 2008, publicou o que já se ensaiava, vislumbra o futuro e dá o veredicto: a Educação é uma só, a escola que queremos é única também! Não teremos mais divisões, acabemos com o apartheid na escola pública. É um novo tempo: o de refazer a escola contemporânea. Refletimos, ouvimos vários atores da escola – alunos, professores, comunidade, gestores — e com os movimentos teóricos e sociais desenvolveu-se a (Política de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva ou na perspectiva do Atendimento Educacional Especializado (AEE), que traz na sua concepção de que a escola deve estar adequada às necessidades e às especificidades de todos os alunos. Ela deve ser um espaço plural em que a diversidade mais do que contemplada, seja valorizada.) Sabemos que as diretrizes dessa política não foram iniciativas de alguns, mas luta de vários. O alicerce deste novo caminho foi construído com o ferro de anos de interdição, a cerâmica utilizada foi moldada com perspectiva de um mundo melhor e o rejunte foi a força da coletividade. Militantes com deficiência e sem deficiência, unidos, fizeram esta bandeira ser hasteada. No mesmo período, o movimento internacional da Organização das Nações Unidas, publica o texto “A Convenção Internacional sobre Direitos da Pessoa com Deficiência”; contando com a participação efetiva das pessoas com deficiência, rompe com o paradigma clínico, provocando uma efetiva mudança, instaurando um modelo social que privilegia as potencialidades de todo o CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 73 4 - Análise de Resultados da PesQuisa na perspectiVa da Política de EducaçÃo ser humano, difundindo os conceitos de acessibilidade, vida independente e autonomia, baseadas nos direitos humanos de todas as pessoas, e assumindo o compromisso de transformação social promovendo a qualidade de vida e a dignidade das pessoas com deficiência na busca de uma sociedade inclusiva. O “meio” é acolher os diferentes segmentos da sociedade, independente da deficiência, orientação sexual, condição social, linguística ou cultural, garantindo a qualidade do ensino educacional a cada um de seus alunos, reconhecendo a diversidade como a possibilidade de diminuir as desigualdades sociais. Este “meio”, a escola, tem currículo, projeto político-pedagógico, sistema de avaliação que contemplem todos os alunos – com ou sem deficiência. Indivíduos com deficiência são interditados da vida em sociedade, não pela deficiência em si, mas pela estrutura da sociedade e das relações sociais que vêm interditando as pessoas. O acesso à educação e às demais políticas é dificultado por estruturas e sistemas que não contemplam as especificidades de todos. A mudança social não depende somente de instrumentos legais, mas depende de mudança de concepção de homem, sociedade e mundo. É preciso respeitar a diversidade humana para garantir a participação de sujeitos diferentes no mundo da escola. É preciso romper com conceitos como ideal e normal, que nos conduzem a uma padronização do ser humano. Afinal de contas, o que é ser normal? O que é ser diferente? Ao convivermos com as pessoas com deficiência teremos a oportunidade de problematizar estas questões e refletir sobre o quanto nos favorecemos estando em contato com a diversidade humana. Na medida em que tenhamos como conceito que a sociedade e o mundo não são homogêneos e que se valorizem as diferentes etnias, culturas, religiões e condições questiona as práticas vigentes de preconceito e discriminação no sistema de ensino. 74 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 4 - Análise de Resultados da PesQuisa na perspectiVa da Política de EducaçÃo A FADERS vem, há quase quatro décadas, trabalhando em prol da garantia dos direitos das pessoas com deficiência e das pessoas com altas habilidades/superdotação, visando a articular, a coordenar e a promover, com a sociedade, e sua participação, a implantação de políticas públicas que garantam a cidadania das Pessoas com Deficiência e das Pessoas com Altas Habilidades/Superdotação, em todas as áreas de atuação do Estado. Direitos garantidos, participação na vida em sociedade, inclusão, acessibilidade são pressupostos da FADERS e também de um mundo com justiça social. Um mundo, em que o respeito pela diversidade da população, substitua a segregação e a homogeneidade; que o singular seja plural e que humanidade seja sinônimo de diversidade; que a cultura da inclusão e da acessibilidade ultrapasse as fronteiras de políticas setoriais como saúde, educação e assistência social. Sensibilidade e respeito pelo outro e pelo meio ambiente são necessidades prementes da atualidade. Assumir a responsabilidade de garantir que o público de 2,5 milhões de gaúchos e gaúchas com deficiência (IBGE, 2010) seja incluído social e politicamente não é tarefa simples. A FADERS tem este compromisso e o instrumental da pesquisa é mais um meio de diagnosticar a realidade do Estado para fomento de políticas que viabilizem a remoção de barreiras excludentes de acessibilidade – “Há seis tipos de barreiras excludentes: arquitetônica (não permite a acessibilidade da pessoa com dificuldade de locomoção); comunicacional (a linguagem verbal ou visual utilizada não alcança todas as pessoas); atitudinal (atitude preconceituosa); metodológica (métodos de ensino, trabalho e lazer homogêneos); instrumental (instrumentos utilizados para trabalhar, brincar que não atendem às limitações); programática (leis, portarias, regulamentos e políticas que perpetuam a exclusão). Enquanto a sociedade não remover as barreiras nessas seis áreas, as pessoas vão continuar excluídas.” 4 4 Inclusão implica transformação”. – Entrevista Romeu Kazumi www.etur.com.br/conteudocompleto.asp 12 maio 2005. CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 75 4 - Análise de Resultados da PesQuisa na perspectiVa da Política de EducaçÃo Por isso, para que se possa atingir uma transformação social, é necessário seguirmos o modelo social da deficiência, onde nossa tarefa é a de modificar a sociedade. Quando falamos em sociedade, queremos dizer escolas, empresas, serviços, programas, ambientes físicos, entre outros tantos que devem ser adequados para acolher a todos. A Política de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva ou do Atendimento Educacional Especializado (AEE) valoriza a participação de todos os estudantes, sejam eles umbandistas ou evangélicos, brancos ou negros, com ou sem deficiência, enfim, a escola mais do que acolher, passa a valorizar as diferenças. O termo inclusão indica que a sociedade, e não a pessoa, é que deve mudar, é a escola que precisa estruturar-se para todos os alunos e não mais o aluno que precisa adaptar-se a esta de forma normalizada. O Programa de Ação para a Década das Américas pelos Direitos e pela Dignidade das Pessoas com Deficiência (2006-16) preconiza, para a educação, o objetivo de assegurar e garantir às pessoas com deficiência o acesso em igualdade de condições com os demais e sem discriminação a uma educação inclusiva e de qualidade, incluindo seu ingresso, permanência e progresso no sistema educacional que facilite sua inserção produtiva em todos os âmbitos da sociedade. 4.2 – Análise de Resultados na Perspectiva da Política de Educação Entre os dados coletados, no questionário de pesquisa, foi perguntado se o município dispõe de atendimento educacional especializado; dos 496 municípios, 50% responderam dispor de atendimento educacional especializado, 24% informaram não dispor de serviço especializado, 20% dos municípios não responderam a essa questão e 6% dos entrevistados não souberam informar se o município dispõe desse serviço. 76 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 4 - Análise de Resultados da PesQuisa na perspectiVa da Política de EducaçÃo Outra questão abordada foi “Quais os atendimentos são disponibilizados no AEE?” Em relação aos atendimentos disponibilizados para as pessoas com deficiência, 95 municípios oferecem atendimento psiquiátrico, 82 em atendimento fonoaudiológico, 73 em salas de recursos, 48 em atendimento psicopedagógico e 46 na APAE. Encontramos, ainda, os seguintes dados: 33 em atendimentos fisioterápicos, 25 com professores especializados, 20 atendimentos educacional especializado (AEE), 19 oferecem atendimento pedagógico, 11 com neurologista, e 8 responderam escolas especiais, turno inverso à escola e a classes especiais. Pasmem! do que estamos falando? Alhos com bugalhos seria a resposta, expressão utilizada com o significado de confundir, trocar coisas semelhantes. E não é esse o caso aqui, não estamos falando de semelhanças. Atendimento psiquiátrico, fonoaudiológico, de fisioterapia, neurologia e psicopedagogia categorizados como Atendimento Educacional Especializado. A Educação Especial, durante muito tempo, foi vista e realizada no âmbito clínico, a deficiência com concepção de doença precisava ser tratada e até hoje vivemos com resquícios deste paradigma, observa-se acima esta confusão conceitual. Conforme o instrumental da pesquisa, a matrícula de alunos com deficiência é garantida no sistema educacional em 69% dos municípios, 27% não sabem ou não responderam e 4,4% informaram que o município não assegura matrícula aos alunos com deficiência. Em 49% das escolas mencionadas nos 496 municípios no Projeto Político-Pedagógico a Educação Inclusiva é mencionada da seguinte forma, meio como é contemplada: garantindo a matrícula na classe normal – 61 municípios; com salas de recursos – 24 municípios; com avaliação diferenciada – 20 municípios; com adaptações dos espaços físicos – 18 municípios; com professores/educadores especializados – 15 municípios; com atendimento especial no turCONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 77 4 - Análise de Resultados da PesQuisa na perspectiVa da Política de EducaçÃo no inverso – 15 municípios; com professores/educadores treinados – 14 municípios; respeitando diferenças com apoio e esforço – 10 municípios; com AEE – 10 municípios. Em 49,6% dos municípios há Atendimento Educacional Especializado (AEE), mas quando se faz análise do seu conteúdo aparece que 51,8 não responderam ou não sabem quais atendimentos educacionais especializados são disponibilizados, e ainda houve grande índice referente a atendimento psicológico e fonoaudiológico: 19,2% e 16,5% respectivamente. Mas quando perguntamos onde é realizado o AEE, as respostas foram 17,9% não sabem ou não responderam, 32,9% por Escola, 13,9% por Polo e 31,5% outros. Na categoria outros, encontram-se Posto de Saúde, Unidade de Saúde, Centro de Atenção Psicossocial – CAPS, Secretaria de Saúde, APAE, Centro de Referência da Assistência Social – CRAS, etc. Com a pesquisa, notamos que a política de educação na perspectiva da educação inclusiva está acontecendo, mas ainda temos um meio de caminho a percorrer. As informações acima nos dizem do lugar em que estamos e do quanto nos falta, quanto ainda temos que remover barreiras. Retrata o tempo histórico que estamos vivendo – meio do caminho! Não, meio, como posição, estar no meio, estamos mencionando o meio agora como forma, possibilidade de mudança, aquilo que pode acontecer – A Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva. Considerações Finais Com base nos dados coletados e no grande índice de ausência de respostas relativas a algumas políticas é possível considerar o seguinte: a gestão municipal ou representante do município não tem compreensão da totalidade das políticas públicas existentes 78 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 4 - Análise de Resultados da PesQuisa na perspectiVa da Política de EducaçÃo à pessoa com deficiência no município e no quesito conceitual, há necessidade de aprofundar a temática da Educação Inclusiva e do Atendimento Educacional Especializado (AEE). Para implantação e implementação da educação para todos há longo caminho a percorrer e o meio é capacitação de gestores públicos, formação continuada de professores e monitoramento das políticas implantadas. Referências ALVES, Denise de Oliveira e cols. Sala de Recursos Multifuncionais – espaços para atendimento educacional especializado – Brasília: Ministério da Educação, Secretaria da Educação Especial, 2006. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Imprensa Oficial, 1988. FÁVERO, MANTOAN e PANTOJA. O Acesso de Alunos com Deficiência às Escolas e às Classes Comuns da Rede Regular/Ministério Público Federal: Fundação Procurador Pedro Jorge de Melo e Silva (organizadores) 2. ed.rev.e atualiz. – Brasília: Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, 2004. Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva. Secretaria de Educação Especial – MEC/SESSP, 2008. Disponível em www.mec.gov.br/seesp. GADOTTI, M. Ação pedagógica e prática social transformadora. Educação e Sociedade, v.1, n. 4, p. 5-14, set. 1984. FRIGOTTO, Gaudêncio; CIAVATTA, M. Educação básica no Brasil na década de 1990, subordinação ativa e consentida à lógica do mercado, educação e Sociedade, Campinas, v. 24, n. 82, 2003. Programa de Ação para A Década das Américas pelos Direitos e pela Dignidade das Pessoas com Deficiência (2006-16). CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 79 CAPÍTULO 5 Análise de Resultados da Pesquisa na Perspectiva da Política de Saúde SEVERO, ANDRÉA ASTi1 CALDAS, ELiANE RiBEiRO DE2 PETERS, ELiSA PELEgRiNA3 PEREIRA, MARiLÚ MOURÃO4 Introdução Reconhecendo a relevância do conhecimento da realidade a partir da pesquisa realizada para propostas de política públicas para as pessoas com deficiência, apresentamos aqui os dados e análise da investigação na área da saúde. O conhecimento é um processo de reflexão crítica e que poderá conduzir ao desvelamento do objeto estudado e analisado. O conhecimento é a tomada de consciência de um mundo vivido pelo homem e uma atividade transformadora da realidade. (BARROS 1990) 1 SEVERO, Andréa Asti - Graduada em Psicologia – PUC/RS, Psicóloga da FADERS, Mestre em Educação – UFRGS 2 CALDAS, Eliane Ribeiro de - Graduada em Serviço Social – UNISINOS, Assistente Social da FADERS, Especializada em Filosofia e seu Ensino - UNISINOS 3 PETERS, Elisa Pelegrina - Graduada em Fonoaudiologia – UFSM 4 PEREIRA, Marilú Mourão - Graduada em Fisioterapia – UFSM, Fisioterapeuta da FADERS, Mestre em Educação - UFRGS CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 81 5 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de SaÚde Este capítulo contextualiza a temática da pessoa com deficiência e o acesso, diante das condições de atendimento, à saúde no Estado do Rio Grande do Sul. Encontram-se descritos os resultados e os procedimentos metodológicos adotados na pesquisa relativa à área da saúde. Na primeira etapa, constam as correlações com a abordagem teórica e legislações, seguindo com a análise dos dados pesquisados. 5.1. Abordagem Teórica Pensar em saúde nos remete a um conceito extremamente amplo, complexo e muitas vezes definido de forma simplificada como ausência de doença e incapacidade funcional. A Organização Mundial da Saúde – OMS define saúde como situação de perfeito bem-estar físico, mental e social da pessoa. Muitos autores têm discutido, e até mesmo contestado, essa definição da OMS, pois tal estado de perfeição não existe, sendo este inatingível e irreal. De certa forma, este conceito aponta para uma evolução, pois não está somente vinculando saúde apenas à ausência de doenças. Este abrange três pilares essenciais ao bem-estar do ser humano no que diz respeito a sua condição física, mental e social; este entrosamento entre essas três áreas que é responsável pela promoção da saúde de todas as pessoas. Abordar o tema da saúde da pessoa com deficiência é possibilitar e garantir todos os direitos básicos nesta área, proporcionando atendimentos de qualidade em igualdade de condições com as demais pessoas, ou seja, sem barreiras arquitetônicas, de comunicação e informação e de atitudes. O primeiro “Relatório Mundial sobre a Deficiência” da Organização Mundial da Saúde – OMS de nove de abril de 2011 apresenta estimativas e dados estatísticos sobre o panorama mundial das condições de vida da pessoa com deficiência. Com dados atuais, esse Relatório aponta que mais de um bilhão de pessoas com defi- 82 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 5 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de SaÚde ciência enfrenta inúmeras barreiras ao longo de suas vidas. Dentre estas barreiras destacam-se a discriminação, o preconceito, a desinformação e a falta de cuidados com a saúde adequada e com a reabilitação, entre outras. Como resultado da ausência do atendimento na área da saúde, em muitos países, e da precariedade em outros, a pessoa com deficiência não tem seus direitos em relação à saúde contemplados. Muitas vezes fica à margem e sem assistência nessa área, vivendo em situação de extrema vulnerabilidade e pobreza. Segundo o relatório, as pessoas com deficiência têm duas vezes mais probabilidades de receber cuidados de saúde inadequados para atender às suas necessidades, além de muitas vezes receber esse tratamento de forma tardia, e quase três vezes mais probabilidade de ter o acesso negado aos serviços de saúde. Torna-se, portanto, prioritário que os governos invistam em políticas públicas, que viabilizem o acesso aos bens sociais para que as pessoas com deficiência possam fazer valer de forma efetiva os seus direitos. De acordo com este relatório, cada país apresenta e estabelece diversos marcos legais em relação à pessoa com deficiência. A Constituição Federal Brasileira de 1988 estabeleceu alguns fundamentos com valores na dignidade e direitos humanos, com o compromisso de assegurar os direitos sociais e individuais a todas as pessoas. Nesse contexto, podemos afirmar que a Constituição trouxe importantes avanços no que tange as garantias de direitos sociais das pessoas com deficiência, como podemos constatar no artigo 23, capítulo II, que determina que “é competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios cuidar da saúde e assistência públicas, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiências”. (BRASIL, 2008, p. 5.) Contudo, sabe-se que a partir da Norma Constitucional, surgem outras normativas importantes na área da saúde, que possibilitaram a implantação e efetivação de políticas públicas voltadas para as pesCONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 83 5 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de SaÚde soas com deficiência. O presente capítulo pretende fazer uma análise dessas políticas públicas no âmbito do Rio Grande do Sul, a partir de pesquisa realizada pela FADERS, em parceria com outras Instituições. Nesse sentido, destacamos alguns conceitos, teorias, legislações enfatizando sua importância nesse processo. Vamos nos embasar em dois documentos que consideramos relevantes para o desenvolvimento dessas políticas: A Convenção sobre os Direitos das Pessoa com Deficiência e a Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência. A Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência, aprovada no Conselho Nacional de Saúde e pelas instâncias gestoras tripartites, publicada pelo Ministério da Saúde na Portaria n° 1.060/2002, trouxe o detalhamento para as ações, tanto no Sistema Único de Saúde e nas diversas instâncias governamentais, como nas relações intersetoriais e nas parcerias com as organizações não governamentais da sociedade. Como podemos verificar, essa política está em sintonia com as demandas estabelecidas na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiências da ONU. O propósito principal dessa Convenção, estabelecido no artigo 1º é de “promover, proteger assegurar o desfrute pleno e equitativo de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por parte de todas as pessoas com deficiência e promover o respeito pela sua inerente dignidade”. (CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA, 2008, p.133) Conforme o que está firmado na presente Convenção, a pessoa com deficiência deve ter a garantia e usufruir, de forma plena e igualitária, todos os direitos humanos. Sendo a saúde um direito de todos, deve-se salvaguardá-lo, buscando eliminar as barreiras que impeçam de usufruir de todos os serviços e benefícios conferidos e outorgados pelas políticas públicas. A proposição central da Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência é reabilitar a pessoa com deficiência na sua capa- 84 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 5 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de SaÚde cidade funcional, de modo a contribuir para a sua inclusão plena em todas as esferas da vida social. Outro aspecto fundamental apontado nessa política está pautado na prevenção de agravos que possam levar o aparecimento de deficiências. Nesse contexto, é possível verificar a preocupação da referida política de saúde com as ações de prevenção, avaliando que a implementação dessas é fundamental para a redução das incidências das deficiências. A política também ressalta que as diferentes realidades regionais brasileiras, que compreendem aspectos específicos de ambientes e processos de produção, de emprego e de renda, além de questões culturais que determinam a prevalência de doenças potencialmente incapacitantes, deverão ser reconhecidas e consideradas nas estratégias de prevenção. Nesse sentido, a pesquisa em foco vem contribuir com essa perspectiva, objetivando melhor conhecer a realidade da pessoa com deficiência e seu acesso aos bens sociais concernentes à área da saúde no Estado do Rio Grande do Sul Além da Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência (BRASIL, 2008), a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2008), já referida anteriormente, aponta os aspectos sobre a saúde, em que podemos analisar alguns dados importantes do artigo 25. Uma das referências neste capitulo, ressalta a necessidade de atendimento às pessoas com deficiência em programas com a mesma amplitude, qualidade, padrão e cuidados de saúde, gratuitos ou a custos acessíveis, como as demais pessoas, inclusive na área de saúde sexual e reprodutiva. Propiciar serviços de saúde na perspectiva de “para todos”, em espaços acessíveis para as pessoas com deficiência, e não só, espaços específicos por conta de sua deficiência. Nesse sentido, podemos perceber que a pesquisa aborda aspectos preocupantes e extremamente relevantes na vida das pessoas com deficiência em sintonia com a Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência. CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 85 5 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de SaÚde É preciso estar preparado com serviços e atendimentos e prevenção como a detecção e intervenção precoces, com o objetivo de minimizar complicações das deficiências e preveni-las. Outro aspecto relevante apontado na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e protocolo facultativo é propiciar esses serviços de saúde em locais o mais próximo possível de onde vivem as pessoas, inclusive na zona rural. Nesse sentido, a política nacional de saúde aponta que as atuações dos agentes comunitários de saúde e das equipes de saúde da família, terão um papel fundamental na disseminação das práticas e das estratégias de reabilitação. Nesse particular, ressalte-se que a inserção da assistência à saúde da pessoa com deficiência nas ações das equipes de saúde e dos agentes comunitários, constituirá estratégia fundamental para a implementação dos procedimentos de prevenção e reabilitação nos diferentes níveis de atendimento. Exigir dos profissionais de saúde o atendimento com a mesma qualidade às pessoas com deficiência que para outras pessoas, incluindo, com base no livre informado consentimento, entre outros, a conscientização sobre direitos humanos, dignidade, autonomia e necessidades das pessoas com deficiência, pela capacitação e promulgação de padrões éticos para os serviços de saúde públicos e privados, é outra meta trazida pela Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e protocolo facultativo que deve ser respeitada por todos estados. O artigo 26 da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2008, p. 89-90) aponta questões referentes à habilitação e à reabilitação, em que os estados-partes deverão tomar medidas efetivas e apropriadas, inclusive mediante apoio dos pares, para possibilitar que as pessoas com deficiência conquistem e conservem o máximo de autonomia e plena capacidade física, intelectual, social e profissional, bem como, plena inclusão e participação em todos os aspectos da vida. Para tanto, os estados- 86 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 5 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de SaÚde -partes deverão organizar, fortalecer e estender serviços e programas completos de habilitação e reabilitação, particularmente nas áreas de saúde, emprego, educação e serviços sociais, de modo que esses serviços e programas a) comecem o mais cedo possível e sejam baseados numa avaliação multidisciplinar das necessidades e pontos fortes de cada pessoa; e b) apoiem a participação e a inclusão na comunidade e em todos os aspectos da sociedade, sejam oferecidos voluntariamente e estejam disponíveis às pessoas com deficiência o mais próximo possível de suas comunidades, inclusive na zona rural. A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência estabelece a promoção do desenvolvimento da capacitação inicial e continuada de profissionais e de equipes que atuam nos serviços de habilitação e reabilitação. Nesse sentido, lembramos que a Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência ( 2008), aponta a disponibilidade de recursos humanos capacitados para o desenvolvimento das ações decorrentes dessa política, que será enfocada como prioritária. Nesse sentido, a formação de recursos humanos em reabilitação deverá superar a escassez de profissionais com domínio do processo reabilitador e que atuem segundo a interdisciplinaridade aqui proposta. Essa legislação promove, ainda, a disponibilidade, o conhecimento e o uso de dispositivos e tecnologias assistivas, projetados para pessoas com deficiência e relacionados com a habilitação e a reabilitação. Não podemos deixar de destacar o Programa de Ação da Década das Américas, instituída pela Organização dos Estados Americanos – OEA, 2006 – 2016, que tem como objetivo, a ampliação, a melhora e a garantia do acesso das pessoas com deficiência aos CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 87 5 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de SaÚde serviços de saúde, em igualdade de condições com os demais, além de promover a pesquisa científica e tecnológica relacionada com a prevenção de deficiências, tratamento e reabilitação. Portanto, podemos verificar pelas legislações e políticas públicas estabelecidas em âmbito federal, que o direito à saúde – como um direito humano básico – é uma temática inquestionável para qualquer pessoa independente de ter ou não alguma deficiência. 5.2. Discussão e análise dos dados colhidos na pesquisa Na Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência podemos verificar que, em sua diretriz sobre a organização e funcionamento dos serviços de atenção à pessoa com deficiência, ressalta que a atenção à saúde das pessoas com deficiência deverá reafirmar a importância do desenvolvimento de ações de forma descentralizada e participativa, conduzidas, em especial, segundo a diretriz do SUS, relativa ao comando único em cada esfera de governo. Além disso, levará em conta que a rede de serviços de atenção à saúde desse segmento terá sempre interfaces com outras políticas públicas. Nesse sentido, a atenção à saúde das pessoas com deficiência incluirá a organização das ações e dos serviços em pelo menos três níveis de complexidade, interdependentes e complementares: (1) atenção básica; (2) atenção ambulatorial especializada; e (3) atenção ambulatorial e hospitalar especializada. Nesse contexto, podemos observar, que os dados apresentados na pesquisa, em relação ao número total das unidades de baixa complexidade, foi de que, nos 496 municípios, 62% não responderam a respeito da existência de unidades de baixa complexidade, 21% revelam que 1 a cada 2 municípios possuem essas unidades, 9% afirmam que 3 a cada 5 municípios integram em suas ações as unidades de baixa complexidade. Este dado sugere o desconheci- 88 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 5 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de SaÚde mento da nomenclatura utilizada no instrumento, ou também pelo fato dessa temática ainda hoje, não ser considerada relevante. A Política Nacional de Saúde para a pessoa com deficiência aponta que, no nível de atenção básica, os serviços deverão estar qualificados para desenvolver ações de prevenção primária e secundária como controle da gestante de alto risco, atenção à desnutrição, detecção precoce de fatores de riscos, controle da hipertensão arterial e combate ao tabagismo, bem como, o atendimento às intercorrências gerais de saúde da população com deficiência e ações básicas de reabilitação, fatores essenciais para uma inclusão efetiva da pessoa com deficiência na sociedade. Nesse nível, a intervenção de caráter individual, familiar, grupal e comunitária, deverá organizar-se de forma complementar ao nível secundário especializado. Serão continuamente fomentados programas de reabilitação em parceria com a comunidade, nos quais os serviços respectivos e as lideranças comunitárias trabalhem juntos com o objetivo de resolver os problemas funcionais e a inclusão das pessoas com deficiência. Tais medidas, definidas a partir das necessidades dos usuários, deverão ser devidamente articuladas, planejadas e implementadas de forma intersetorial e descentralizada. As ações, por sua vez, serão desenvolvidas por familiares ou agentes comunitários capacitados e supervisionados, com avaliação constante e sistematizada. Não podemos esquecer que a entrada do usuário deverá ser pela unidade básica de saúde ou dos serviços de emergência ou, ainda, do pronto atendimento, em que será assistido, receberá orientação e/ou encaminhamento para a unidade mais adequada ao seu caso. Essa dinâmica possibilitará uma distribuição racional da clientela, evitando a sobrecarga de qualquer um dos serviços. O fato de ser assistido por um serviço de menor complexidade não implicará o não atendimento nos demais integrantes dos outros níveis. CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 89 5 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de SaÚde A unidade básica constituirá, portanto, o local por excelência do atendimento à pessoa com deficiência dada a sua proximidade geográfica e sociocultural com a comunidade circundante e, para isso, será necessário que esteja apta a oferecer atendimento resolutivo para a maioria dos problemas e das necessidades. No que diz respeito ao número de unidades de média complexidade dos 496 municípios, verifica-se que 62% não responderam, 18% referem não possuir unidades de média complexidade, 11% revelam apenas a existência de 1 unidade e, com 9%, 2 a cada 3 municípios possuem unidades de média complexidade. Já no nível de atenção secundária, ou seja, de média complexidade, a referida política aponta que os serviços deverão estar qualificados para atender às necessidades específicas das pessoas com deficiência, advindas da incapacidade propriamente dita. Nesse nível, por conseguinte, será prestado o tratamento em reabilitação para os casos referendados, mediante atuação de profissionais especializados para tal e utilização de tecnologias apropriadas (fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, avaliação e acompanhamento do uso de órteses e próteses, e meios auxiliares de locomoção/ OPM). Nesse nível, a organização das ações comporá um planejamento de abrangência local e regional, definida em bases epidemiológicas, e terá caráter complementar à atenção básica e ao atendimento terciário, tendo em conta um sistema de referência e contrarreferência, com maior cobertura e resolubilidade possível dos casos detectados. As ações de nível secundário deverão ser executadas por equipe multiprofissional, de caráter interdisciplinar, de acordo com a disponibilidade local de recursos humanos especializados. Será fundamental, nesse nível, o fornecimento de órteses, próteses, equipamentos auxiliares, bolsas de estomia e demais itens de tecnologia assertiva necessária. 90 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 5 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de SaÚde O nível terciário – ambulatorial e hospitalar – deverá estar qualificado para prestar atendimento aos casos de reabilitação, cujo momento da instalação da incapacidade, o seu tipo e grau justifiquem uma intervenção mais frequente e intensa, requerendo, portanto, tecnologia de alta complexidade e recursos humanos mais especializados. Importante que os serviços nesse nível tenham caráter docente e assistencial, vinculados aos centros universitários ou formadores de recursos humanos. Nesse nível, ainda, promover-se-á a formulação, em conjunto com os demais níveis, de instrumentos de avaliação da eficiência e da eficácia do processo reabilitativo, bem como, dos instrumentos de resultados e de impactos alcançados na região. Tais serviços estarão estruturados por especificidade da deficiência e contarão igualmente com equipe multiprofissional e interdisciplinar que considere a globalidade das necessidades dos usuários. Nesse estudo, observa-se, em relação ao número das unidades de alta complexidade, o percentual de 62% que não responderam, 27% correspondem aos municípios que não possuem esse serviço, e 8% dos municípios não souberam responder. Na análise em relação aos três níveis de complexidade, verifica-se que todos apresentam o dado de 62% que não responderam, sugerindo a falta de conhecimento das terminologias, dos conceitos técnicos e do significado desses serviços. A Política Nacional de Saúde Política para Pessoas com Deficiência aponta um fator essencial para o desenvolvimento das ações de prevenção, a adoção de medidas destinadas a reduzir ou eliminar as causas de deficiências. Considera ainda, as diferentes realidades regionais brasileiras, que compreendem, entre outros, aspectos específicos, ambientes e processos de produção, de emprego e de renda, além de questões culturais que determinam a prevalência de doenças potencialmente incapacitantes e que deverão ser reconhecidas e consideradas nas estratégias de prevenção. CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 91 5 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de SaÚde Em relação ao número de pessoas com deficiência atendidas, verifica-se que os dados verificados são insuficientes para uma realidade de 496 municípios, necessitando, portanto, que se avalie e se implante ações voltadas para essa demanda. Quanto ao número de pessoas com deficiência incluídas em programas da rede de saúde, pode-se constatar que 70% dos 496 municípios pesquisados não responderam, 12% não souberam responder, 8% revelam que 11 a cada 50 municípios conhecem o número de pessoas com deficiência incluídas nos programas. No que tange o número de pessoas com deficiência incluídas nos projetos desenvolvidos nos 496 municípios, verifica-se que 76% não responderam, 11% não souberam responder e 7% são inexistentes. Esses dados demonstram e sugerem, novamente, como os itens anteriores, o desconhecimento da realidade em relação ao número de pessoas com deficiência incluídas nesses programas. A política nacional enfoca medidas preventivas que envolverão ações de natureza informativa e educativa dirigidas à população, relacionadas ao atendimento pré-natal adequado e à detecção precoce de deficiências, bem como, de conscientização e formação de recursos humanos qualificados para a prestação de uma atenção eficiente em tal contexto. Nesse sentido, deverão ser promovidos processos educativos e campanhas de comunicação social que esclareçam e estimulem a população em geral e os segmentos de risco a adotar estilos de vida saudáveis e, consequentemente, abandonar hábitos nocivos, como o sedentarismo, o tabagismo e o uso de drogas. Podemos observar, ainda, que na análise dos dados nos 496 municípios pesquisados, 12% apresentam campanhas de vacinação/imunização. A pesquisa aponta, no que diz respeito às campanhas federais, que 72% não responderam a sua existência nos 496 municípios pesquisados e 13% não souberam responder. 92 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 5 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de SaÚde A Política Nacional de Saúde – lembramos ainda – explana que os programas de vacinação deverão incluir ações informativas à população em geral, enfocando a inter-relação da imunização e da prevenção de deficiências, utilizando-se de linguagem acessível e de recursos variados e abrangentes. Nesse particular, ênfase especial deverá ser dada às atividades de vacinação contra a poliomielite, o sarampo e a rubéola. Entre as campanhas estaduais realizadas, nesses municípios, 79% não responderam e 14% não souberam responder. Constatam-se, com percentuais de 9% cada, as campanhas estaduais Saúde da Mulher, Combate à Mortalidade Infantil, Combate à Violência, Casa da Gestante; com percentuais de 8% cada, estão as campanhas estaduais de Hanseníase, Hiperdia, Cadastro de Hipertensos e Diabéticos, Medicamentos, Preconização pela SES, Prevenção do Câncer, Verão Legal e Vigilâncias. No que tange as campanhas municipais, verifica-se que 76% não responderam, 15% dos municípios não souberam responder e 3% cada têm campanhas de Vacinação/Imunização e Combate à Dengue. Conforme preconiza a política nacional, “a atenção à pessoa com deficiência envolve esforços de múltiplas instituições públicas e privadas, bem como de organizações civis, cujo objetivo final é a inclusão da pessoa portadora de deficiência em sua comunidade, habilitando-a ao trabalho e ao exercício da vida social, segundo as suas possibilidades”. (Política Nacional, 2008, p.45) Nesse contexto, os municípios devem buscar parcerias, convênios ou consórcios com outras instituições para o atendimento integral à pessoa com deficiência: A rede de atenção integral à pessoa deficiente deverá, necessariamente, prover os serviços necessários da forma mais próxima possível, tanto do ponto de vista geográfico quanto social e culCONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 93 5 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de SaÚde tural da comunidade, integrando-se efetivamente no contexto da municipalização da saúde. Na ausência de condições para tal, deverão ser feitos os encaminhamentos necessários, bem como o acompanhamento dos resultados alcançados. (POLÍTICA NACIONAL, 2008, p.42) Em relação às parcerias, convênios ou consórcios do poder público municipal com as instituições, observa-se que 10% dos municípios afirmam existir apoio financeiro/pagamento na forma de auxílio em consultas e exames, auxílio em transporte e profissionais especializados. Dos 496 municípios, 64% não responderam e 20% não souberam responder. Constata-se que, em contrapartida, as instituições parceiras oferecem atendimento à população num percentual de 5%; execução do serviço conforme contrato e assistência/atendimento médico especializado de 3%, cada um; 67% não responderam e 22% dos municípios não souberam responder. Em relação à contrapartida das instituições, 19% oferecem atendimento às pessoas com deficiência, 12% são consultas e exames de média complexidade e 11% o atendimento de urgência e emergência. Verifica-se também, com 9%, os descontos, os exames e consultas, a fonoaudiologia e 7% as internações/cirurgias e atendimento hospitalar. No que tange a contrapartida das instituições, contata-se com 9% a APAE, Assistência, Apoio à Saúde, Auxílio Financeiro. Com 8% cada, está a contrapartida no que se refere ao desenvolvimento de atividades educativas, atendimentos laboratoriais, participação em campanhas, menor preço, procedimentos ambulatoriais, recursos e serviços para suprir a demanda necessária, o assessoramento em projetos e em atividades, fisioterapia, terapia ocupacional, assistência psicológica, compra de medicamentos, atendimento por 94 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 5 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de SaÚde plantão médico, atendimento em oficinas lúdicas, acompanhamento com profissionais e atendimento de média e alta complexidade, a psicologia e a psiquiatria. Com 7% cada, a prestação de conta, venda de serviços de alta e média complexidade, apoio educacional e orientação, a neurologia, RH, redução de valores, auxílio pessoas, colaboração nos projetos, coleta de material para exames nos municípios, cursos de especialização, psicólogo, oficinas, participação da comunidade e diagnóstico local. Ainda com 10% está a oferta de instalações e com 9% a oferta de profissionais que atuam em diversas áreas, professores, cavalos e equitador para Ecoterapia, educação, profissionais especializados, reabilitação, serviços na área social, trabalho em conjunto com a Unidade de Saúde e trabalho interdisciplinar com APAE. Outro dado constatado na pesquisa foi em relação às especialidades investigadas nos serviços oferecidos nas unidades de baixa complexidade e o número de pessoas com deficiência atendidas. É possível observar que dos 496 municípios, em torno de 75% não responderam, denotando o total desconhecimento da realidade desse público. Nesse contexto, é preocupante o fato de observar essa realidade, pois essas especialidades são fundamentais para um processo de prevenção. Com relação aos serviços de média complexidade, as ações indicadas pela política nacional propõem a promoção de serviços regionalizados. Estes poderão ser implantados por municípios de maior porte, por meio de consórcios intermunicipais ou, onde não for possível, por intermédio do Estado. A rede de serviços deverá garantir a detecção de todos os tipos e graus de deficiência, incluindo a atenção a pacientes com severo nível de dependência, bem como o conjunto de suas neCONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 95 5 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de SaÚde cessidades no âmbito da saúde. Unidades assistenciais filantrópicas poderão integrar, de forma complementar, a rede de serviços. (POLÍTICA NACIONAL, 2008, p.42) Entre os serviços oferecidos pelas unidades de média complexidade, no que diz respeito ao de Psicoterapia, verifica-se que 82% dos municípios não responderam a esta pergunta, 5% não oferecem o serviço, 5% não souberam responder e outros 5% que 1 a cada 10 municípios oferecem Psicoterapia nas unidades de média complexidade. No serviço de Fonoterapia, 82% não responderam, 5% não são oferecidos pelos municípios, 5% não souberam responder e outros 6% que 1 a cada 10 municípios oferecem Fonoterapia nas unidades de média complexidade. Com relação ao serviço de Fisioterapia, 80% não constam, 8% referem que 1 a cada 10 municípios oferecem Fisioterapia nas unidades de média complexidade, 5% não souberam responder e 3% não são oferecidos pelos municípios. Verifica-se no serviço de Terapia Ocupacional que 84% não responderam, 10% não são oferecidos pelos municípios, 4% não souberam responder e 1% refere que 1 a cada 10 municípios oferecem Terapia Ocupacional nas unidades de média complexidade. No que tange ao serviço de Psicopedagogia, 83% não responderam, 9% não são oferecidos pelos municípios, 5% não souberam responder e 3% referem que 1 a cada 10 municípios oferecem Psicopedagogia nas unidades de média complexidade. Já em relação ao Serviço Social, 81% não responderam, 5% não são oferecidos pelos municípios, 5% não souberam responder e 5% referem que 1 a cada 10 municípios oferecem Serviço Social nas unidades de média complexidade. Entre outros serviços oferecidos pelas unidades de média complexidade, 88% não responderam, 7% não são oferecidos pelos mu- 96 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 5 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de SaÚde nicípios, 4% não souberam responder e 1% que 1 a cada 5 municípios oferecem outros nas unidades de média complexidade. Com relação ao número de pessoas com deficiência atendidas nos serviços existentes nas unidades de média complexidade, constata-se que 93% não responderam, 4% não souberam responder, 2% corresponde à nutricionista e 1% à psicologia. Em outros serviços pesquisados estão o CAPS com 10%; os encaminhamentos para outros municípios como dentista, ginecologista, ortopedista, fisioterapia, enfermagem, psiquiatria, terapia alternativas com 9% cada um. Em relação ao número de pessoas com deficiência atendidas, observa-se que em todas as categorias pesquisadas aparece um índice alto de municípios que não responderam, sugerindo, assim, o desconhecimento e a provável falta de informações consistentes em relação a essa temática. Outra preocupação nessa pesquisa foi levantar dados com relação à acessibilidade nos três níveis de atendimento de saúde, sendo essa uma das prioridades ressaltadas na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Segundo a legislação, acessibilidade é a “possibilidade das pessoas com deficiência viver de forma independente e participar plenamente de todos os aspectos da vida; os estados-partes tomarão as medidas apropriadas para assegurar às pessoas com deficiência o acesso, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, ao meio físico, ao transporte, à informação e à comunicação, inclusive aos sistemas e às tecnologias da informação e da comunicação, bem como a outros serviços e instalações abertos ao público ou de uso público, tanto na zona urbana como na rural”. (Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, 2008, p. 45) Como resultado desses dados observa-se que nas unidades de baixa complexidade pesquisadas, 27,4% dessas têm rampas com corrimões, 26,8% rebaixamento de calçadas, 23,6% corrimões de apoio, 22,2% piso tátil no entorno do posto ou outro espaço de saúCONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 97 5 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de SaÚde de, 18,5% elevadores adaptados, 13,5% pisos antiderrapantes, 10,3% intérprete de LIBRAS, 8,1% são alargamentos de portas, 5,4% rebaixamento de lixeiras, 2,4% de rebaixamento de bebedouros, 2,2% elevadores com identificação de andar em Braille, 1,6% piso tátil dentro do posto ou outro espaço de saúde, 1,0% de rebaixamento de telefones públicos e 0,2% de elevadores com informação de voz. Já nas unidades de média complexidade há a existência de 40% de rampas com corrimões, 33% de piso tátil no entorno do posto ou outro espaço de saúde, 24% de rebaixamento de calçada, 20% de piso antiderrapante, 16% de elevadores adaptados, 4% de rebaixamento de bebedouros e 2% oferecem elevadores com identificação em Braille. E, por fim, nas de alta complexidade foram registrados 45% de corrimões de apoio, 20% de intérprete de LIBRAS, 16% de rampas com corrimões, 15% de rebaixamento de calçada, 15% de alargamento de portas, 13% de piso tátil no entorno dos postos ou espaço de saúde, 10% de elevadores adaptados para deficientes, 10% de rebaixamento de lixeiras, 8% de piso antiderrapante e 5% com rebaixamento nos bebedouros. Considerando o conceito de acessibilidade, e analisando os dados quanto à acessibilidade oferecida nas unidades de baixa, média e alta complexidade, constata-se que as ações para a eliminação de obstáculos e barreiras são pensadas, na sua maioria, para pessoas com deficiência física e/ou mobilidade reduzida em comparação à acessibilidade de informação e comunicação. Já nos serviços de prevenção, com referência aos testes da Orelhinha, do Pezinho, e do Olhinho, a pesquisa revelou os seguintes dados: Teste da Orelhinha e Teste do Olhinho, no que compreende a confirmação de deficiência, 79% não responderam, 15% referem que não houve confirmação, 5% não souberam responder. No Teste do Pezinho, no que compreende a confirmação de deficiência, 76% 98 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 5 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de SaÚde não responderam, 13% referem que não houve confirmação e 4% que 1 a cada 2 confirmam a presença de deficiência. Ainda no que compreendem outros testes realizados e a confirmação de crianças com deficiência, 84% não responderam, 11% referem que não houve confirmação e 4% não souberam responder. Para Pereira (2004 p. 2), “a deficiência está relacionada diretamente com a forma com que a sociedade e o estado tratam as políticas de prevenção. O fato de não se priorizar exames importantes, mostra a pouca valorização em relação às políticas de prevenção”. O delineamento do conceito de prevenção é tomado aqui como possibilidades de um enfrentamento da questão da redução de danos e complicações, como um assunto de políticas públicas e saúde coletiva. Segundo o que preconiza a Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência, “a implementação de estratégias de prevenção será fundamental para a redução da incidência de deficiências e das incapacidades delas decorrentes, tendo em vista que cerca de 70% dos casos são evitáveis ou atenuáveis com a adoção de medidas apropriadas e oportunas”. (BRASIL, 2008, p. 35) Considerações finais Considerando os pontos envolvidos no trabalho de pesquisa, é importante salientar que durante o processo de coleta dos dados e na análise consequente, pudemos verificar que houve algumas dificuldades dos municípios para encaminhar adequadamente o instrumento de pesquisa, evidenciando desconhecimento em relação a esta temática e à importância dessa pesquisa. Observa-se durante toda essa análise que os profissionais que responderam os questionamentos do instrumento de pesquisa não CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 99 5 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de SaÚde trabalhavam diretamente nos serviços de saúde investigados, e que estavam mais ligados a cargos administrativos, não atuando diretamente nessa área. A principal barreira observada nesse estudo foi a falta de informações e de conhecimento sobre esse segmento da população que termina por impedir o acesso aos bens sociais direcionados a saúde. É importante ressaltar ainda, que o trabalho intersetorial vem sendo realizado e articulado pela Política Estadual para Pessoas com Deficiência, coordenada pela FADERS, para reforçar as ações e as relações entre as diversas Secretarias do Governo Estadual, privilegiando e enfocando as relações com as diversas Secretarias de Saúde dos municípios do Estado do Rio Grande do Sul, no intuito de dirimir essa falta de informação que aqui pudemos detectar, e rumar para um cenário em que o atendimento na área da saúde seja realmente para todos os gaúchos. Referências BARROS, Aidil de Jesus Paes de. & LEHFELD, Nei de Aparecida de S. Projeto de Pesquisa: Propostas Metodológicas. 8. ed. Petrópolis: Vozes, 1999. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Saúde da Pessoa Portadora de Deficiência / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2008. 72 p. – (Série E. Legislação em Saúde). Convenção sobre Direitos das Pessoas com Deficiência comentada. Coordenação de Ana Paula Crosara de Resende e Flávia Maria de Paiva Vital. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2008. PEREIRA, Mourão Pereira, Prevenção às Deficiências: Possibilidades e limitações. Disponível em http://www.pedagobrasil.com.br/educacaoespecial/ prevencaoasdeficiencias.htm, 2004. 100 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL CAPÍTULO 6 Análise dos Resultados da Pesquisa na Perspectiva da Política de Assistência Social CLARiSSA MEiRA FERREiRA DE CASTRO1 FABiANA BERETTA BiALOgLOwKA2 VANESSA PEREiRA SchiMiTZ3 Introdução A Constituição Federal de 1988, também conhecida como Constituição Cidadã, no que concerne à questão social, apresenta um conceito novo de seguridade social baseada em três eixos: Saúde, Previdência Social e Assistência Social. A Assistência Social, consequentemente, foi fortalecida como política de seguridade social, não contributiva e, portanto, como um direito do cidadão. 1 Assistente Social formada pela Ulbra/RS em 2008/2. Atualmente, compõe o Colegiado Técnico Gestor - Coordenação da Pesquisa da Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência e com Altas Habilidades no RS (FADERS). 2 Assistente Social formada pela PUCRS em 2011/1, participou como colaboradora na pesquisa “Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do estado do Rio Grande do Sul”. 3 Assistente Social, formada pela PUCRS em 2010/2, participou como colaboradora na pesquisa “Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do Estado do Rio Grande do Sul”. Atua no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) de Alvorada/ RS no Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e a Indivíduos (PAEFI). CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 101 6 - Análise dos Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de Assistência Social Hoje, a Assistência Social conta com o Sistema Único de Assistência Social – SUAS, que com seu conjunto de ideias, concepções e direitos, amplia a questão da proteção social, garantindo programas, projetos e serviços, imprimindo uma nova dimensão e significado para o campo da Assistência Social no país, materializando um sistema descentralizado e participativo, contribuindo para o atendimento de demandas específicas, como a das pessoas com deficiência, conforme o Protocolo de Gestação Integrada de Serviços, Benefícios e Transferência de Renda no âmbito do SUAS. Referenciamos aqui, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que prime pela ampliação da cidadania, tomando consciência de que espaços, serviços e produtos, são componentes da democracia. A busca pela qualidade de vida e o acesso aos bens sociais, não apenas públicos, mas em todos os serviços que uma verdadeira sociedade inclusiva deve disponibilizar, será foco deste livro, assim como a trajetória da Seguridade Social, a partir da Constituição de 1988, com foco no atendimento da política de Assistência Social às pessoas com deficiência. Será tratado sobre o Beneficio de Prestação Continuada, que foi um grande avanço na garantia de provisão do mínimo (e não do básico) para a garantia de consumo e de subsistência da pessoa com deficiência, que não está inserida no mercado de trabalho. Após as considerações sobre a formulação da Política de Assistência Social e as diretrizes da Política Nacional de Assistência Social com a implantação do Sistema Único de Assistência Social, abordaremos os resultados da pesquisa intitulada: “Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do Estado do Rio Grande do Sul”, a qual possibilitou que os 496 municípios do Estado pudessem contribuir, informando a sua condição atual de acesso às pessoas com deficiência. 102 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 6 - Análise dos Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de Assistência Social 6.1 – Política de Assistência Social e a Pessoa com Deficiência A partir da Constituição Federal de 1988, a Assistência Social assume nova concepção. Deste modo, a Seguridade Social tornouse um dos maiores avanços no que se refere à proteção social, com o objetivo de proteção social universal, a partir da integração da Saúde, Assistência Social e Previdência Social. Portanto, a saúde é direito de todos e dever do Estado; a assistência é destinada aqueles que dela necessitam; e a previdência é uma política contributiva, destinada aos trabalhadores. Em 1993, a Assistência Social é regulamentada pela Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) nº 8.742, já prevista no art. 194 e disciplinada pelos artigos 203 e 204 da Constituição Federal, constituindo uma das políticas inseridas no âmbito da seguridade social, configurando o tripé, juntamente com a saúde e a previdência social, estabelecendo normas e critérios, a partir da universalização do acesso e da responsabilidade estatal, definido que: Art. 1º A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas. (LOAS, 1993) Para a efetivação dessas ações, destacamos os objetivos dessa política que articulada a outras políticas sociais irá garantir a proteção social dos usuários. Assim, a Assistência Social regulamentada pela Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS, “[...] configuraCONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 103 6 - Análise dos Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de Assistência Social se como possibilidade de reconhecimento público da legitimidade das demandas de seus usuários e espaço de ampliação de seu protagonismo” (YAZBEK, 2004, p. 13), garantindo os direitos e condições dignas de vida. Podemos observar isto nos seus objetivos: I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; II - o amparo às crianças e a adolescentes carentes; III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; IV - a habilitação e reabilitação das pessoas [com deficiência] e a promoção de sua integração à vida comunitária; V - a garantia de 1 (um) salário mínimo de benefício mensal à pessoa [com deficiência] e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família. Parágrafo único. A assistência social realiza-se de forma integrada às políticas setoriais, visando ao enfrentamento da pobreza, à garantia dos mínimos sociais, ao provimento de condições para atender a contingências sociais e à universalização dos direitos sociais. (LOAS, art. 2º, 1993) Esse novo modelo de Assistência Social prevê a garantia de direitos e acesso aos serviços, determinando condições para que a área seja considerada como direito social, sob a vigilância do Estado e a participação da população no controle da gestão e execução das políticas de Assistência Social, pelos Conselhos Municipais, Estadual e Nacional de Assistência, rompendo com a tradição 104 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 6 - Análise dos Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de Assistência Social clientelista. Dessa forma, as diretrizes que vão nortear a Assistência Social estão presentes no art. 5º: A organização da assistência social tem como base as seguintes diretrizes: I - descentralização político-administrativa para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e comando único das ações em cada esfera de governo; II - participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis; III - primazia da responsabilidade do Estado na condução da política de assistência social em cada esfera de governo. (LOAS, 1993) Para entender essa política como dever do Estado e direito do cidadão, devemos lembrar o movimento histórico que marcou esse processo, antes visto a partir da naturalização das desigualdades socioeconômicas, somente “no Século XX é que os mínimos de subsistência passaram a ser revistos à luz de valores que, identificados com os princípios de liberdade, equidade e justiça social, conferiram-lhes um novo status” (PEREIRA, 2006, p. 17); assim passou-se a considerar as necessidades sociais, não mais de forma voluntarista, mas sim na concepção do direito. Como política de Estado passa a ser um espaço para a defesa e atenção dos interesses e necessidades sociais dos segmentos mais empobrecidos da sociedade, configurando-se também como estratégia fundamental no combate à pobreza, CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 105 6 - Análise dos Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de Assistência Social à discriminação e à subalternidade econômica, cultural e política em que vive grande parte da população brasileira [...]. (YAZBEK, 2004, p. 14) Com isto, a Assistência Social assume o caráter de política pública somente a partir da Constituição de 1988. Anteriormente, era vista e executada de forma assistencialista. É necessário lembrar que ela foi regulada tardiamente, sendo a última na área da seguridade social a ser alvo de legislação: Saúde teve sua lei orgânica aprovada em 1990 (Lei nº 8.080); na Previdência Social teve a lei que instituiu os Planos de Custeio e Benefícios aprovado em julho de 1991 (Leis nº 8.212 e nº 8.213); e a Assistência Social só foi regulada em 1993. (COUTO, 2006, p. 171) Assim, entende-se que o caminho percorrido para regulamentar a Assistência Social como política pública foi marcado por contradições e conflitos advindos da “disputa por projetos societários diferenciados” (Couto, 2010, p. 32), portanto, ainda hoje necessitamos ter um olhar aprofundado e crítico às práticas assistencialistas e clientelistas de tratar a questão social, que visam a amenizar os conflitos e as resistências, por meio de medidas assistenciais compensatórias. Conforme Pereira (2006), devemos estar atentos ao conceito de “mínimos sociais” citados no artigo da Lei Orgânica da Assistência Social. Não podemos correr risco de identificar a provisão social mínima e necessidades básicas da mesma forma, pois ao tratarmos com igualdade o mínimo e o básico, poderemos reduzir as possibilidades das ações: “enquanto o mínimo nega o ‘ótimo’ de atendimento, o básico é a mola mestra que impulsiona a satisfação 106 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 6 - Análise dos Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de Assistência Social básica de necessidades em direção ao ótimo” (p. 26). Assim, percebemos que a provisão social deverá ser básica em conformidade com as necessidades e que estas não pertencem somente à Assistência Social, deverão estar integradas com as demais políticas. A Política Nacional de Assistência Social, aprovada em setembro de 2004, na perspectiva de implementação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) denota o compromisso do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) e da Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS) – Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) em dar concretude às diretrizes da Lei Orgânica da Assistência Social, o que também expressa a mobilização da sociedade pela qualificação dessa área. Na busca pela responsabilidade pública, a Política Nacional de Assistência Social compreende o direito de cidadania e a responsabilidade do Estado, tendo como princípios a “universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação assistencial alcançável pelas demais políticas públicas”. Percebe-se, assim, que ela está voltada para a intersetorialidade e tem como diretriz a “descentralização político-administrativa para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios e comando único das ações em cada esfera de governo, respeitando-se as diferenças e características exterritoriais locais” (PNAS, 2004 p.17), assim a gestão é compartilhada, determinando atribuições e competências para cada nível de governo. Faz-se relevante nesse processo, a constituição da rede de serviços que cabe à assistência social prover, com vistas a conferir maior eficiência, eficácia e efetividade em sua atuação específica e na atuação intersetorial, uma vez que somente assim se torna possível estabelecer o que deve ser de iniciativa desta política pública e CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 107 6 - Análise dos Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de Assistência Social em que deve se colocar como parceira na execução. Para tanto, propõe-se a regulamentação dos artigos 2º e 3º, da LOAS, para que se identifiquem as ações de responsabilidade direta da assistência social e as em que atua em corresponsabilidade. (PNAS 2004, p.6) Segundo Couto (2010), percebemos a importância da intersetorialidade entre as políticas, a necessidade de articulação entre os diversos setores sociais de diversos saberes, assim, poderão enfrentar problemas complexos acerca das múltiplas necessidades dos sujeitos, propondo a superação da fragmentação dos conhecimentos e o respeito à diversidade de cada setor. A intersetorialidade deve expressar a articulação entre as políticas públicas, por meio do desenvolvimento de ações conjuntas destinadas à proteção social básica ou especial e ao enfrentamento das desigualdades sociais identificadas nas distintas áreas. Supõe a implementação de programas e serviços integrados e a superação da atenção pública às necessidades sociais da população [...]. (COUTO, 2010, p. 39) Nesta perspectiva, compreendemos a relevância da intersetorialidade como proposta na melhoria da qualidade de vida das Pessoas com Deficiência e seus familiares, percebendo a necessidade de articulação entre os diferentes setores sociais, na formulação, implementação e monitoramento de políticas públicas. Portanto, a intersetorialidade incide em mudanças na organização, nos sistemas e serviços, nos processos de formação dos profissionais que atuam nos espaços sociais e nos diversos setores da sociedade. 108 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 6 - Análise dos Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de Assistência Social Conforme Couto (2010), a Assistência Social é estabelecida como Proteção Social, compreendendo a importância de ações que garantam a proteção dos cidadãos, o “atendimento às necessidades individuais ou sociais” (p. 41), assim a Proteção Social se apresenta em dois níveis de atenção: A Proteção Básica que “tem como objetivos prevenir situações de risco através do desenvolvimento de potencialidades e aquisições, e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários.” (PNAS, 2004, p.19), e a Proteção Social Especial, de alta e média complexidade: A proteção social especial é modalidade de atendimento assistencial destinada a famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal e social, por ocorrência de abandono, maus tratos físicos e, ou, psíquicos, abuso sexual, uso de substâncias psicoativas, cumprimento de medidas socioeducativas, situação de rua, situação de trabalho infantil, dentre outras. (PNAS, 2004, p. 22) A Política Nacional de Assistência Social visa garantir o atendimento da população considerando as desigualdades socioterritoriais, a partir universalização dos direitos sociais. Portanto, os objetivos propostos na PNAS são: - prover serviços, programas, projetos e benefícios de proteção social básica e, ou, especial para famílias, indivíduos e grupos que deles necessitar; - contribuir com a inclusão e a equidade dos usuários e grupos específicos, ampliando o acesso aos bens e serviços socioassistenciais básicos e especiais, em áreas urbana e rural; CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 109 6 - Análise dos Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de Assistência Social - assegurar que as ações no âmbito da assistência social tenham centralidade na família, e que garantam a convivência familiar e comunitária. (PNAS, 2004 p. 18) Com isto, o Sistema Único de Assistência Social, que materializa o conteúdo da LOAS, compreendendo o direito a cidadania e inclusão social, deve estruturar-se com base de organização no território, visando às necessidades básicas da população e à afirmação de um modelo de gestão descentralizada e participativa. Tem como foco principal a atenção às famílias, pelos serviços, projetos, programas e benefícios. Além disso, a política deve ser desenvolvida de acordo com as realidades territoriais, “onde a federação brasileira é pensada nas suas particularidades, definindo-se em municípios de pequeno, médio, grande porte e metrópoles.” (Couto, 2009, p. 39). A Norma Operacional Básica (2005) apresenta as formas para a constituição do SUAS, disciplinando: [...] a gestão pública da Política de Assistência Social no território brasileiro, exercida de modo sistêmico pelos entes federativos, em consonância com a Constituição da República de 1988, a LOAS e as legislações complementares a ela aplicáveis [...]. (NOB/SUAS, 2005, p. 13) No que tange a proteção social pública às Pessoas com Deficiência, destacamos que a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 23 define que “é competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios cuidarem da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas [com deficiência]”; podemos destacar que o SUAS vem complementar este 110 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 6 - Análise dos Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de Assistência Social artigo e reafirmar o compromisso com os direitos garantidos na Constituição. 6.2 – Os Resultados da Pesquisa no Âmbito da Política de Assistência Social Em consonância com a pesquisa “Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do Estado do Rio Grande do Sul”, que objetiva a verificação das condições de acesso das pessoas com deficiência às instâncias sociais públicas (saúde, educação, trabalho, assistência social, transporte, lazer, esporte, cultura e habitação) e equipamentos (mobiliário urbano, veículos) nos 496 municípios do Estado do Rio Grande do Sul, apresentamos a análise dos resultados na perspectiva da Política de Assistência Social. Ao abordarmos os resultados obtidos, faz-se importante ressaltar que os 496 municípios acessaram a pesquisa, no entanto, nem todos responderam a todas as perguntas. Isso nos revelou que uma grande parte não possui sistematização sobre os atendimentos realizados na Assistência Social, bem como a temática sobre a pessoa com deficiência não vem sendo debatida nos municípios, com propostas de melhoria dos serviços prestados. Fato preocupante, que nos sinaliza a necessidade de um estudo mais aprofundado deste cenário. Os resultados da pesquisa estão divididos em dois subitens, o primeiro aborda as ações desenvolvidas pelo setor público, e o segundo a ações desenvolvidas pela sociedade civil organizada. CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 111 6 - Análise dos Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de Assistência Social 6.2.1 — A ORGANIZAÇÃO PÚBLICA PARA O ATENDIMENTO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA Na primeira questão norteadora do instrumento de pesquisa, quando se perguntou “Há um órgão do município que articula políticas de Assistência Social para as pessoas com deficiência?”, constatou-se o seguinte resultado: dos 496 municípios pesquisados, a resposta obtida foi: em 46% dos municípios existem este órgão, seguido de 36% dos municípios que não responderam a esta questão, 13% desconhecem e 5% não souberam responder. Na questão que se perguntou “Quais os órgãos que o município possui?”, constatou-se que 72% dos municípios pesquisados possuem o Centro de Referência em Assistência Social – CRAS, 15% dos municípios possuem o Centro de Convivência para Pessoas com Deficiência e 13% dos municípios possuem o Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS. Esta questão nos revela um dado positivo no que tange a existência dos CRAS, órgão este que potencializa os serviços socioassistenciais da rede de proteção social básica, representando assim, a efetiva implantação do Sistema Único de Assistência Social – SUAS, nesses municípios. O CREAS, que é a unidade pública estatal de prestação de serviços especializados a pessoas com seus direitos violados e que compõe a natureza de Proteção Social Especial, nesta pesquisa, nos aponta a necessidade de ampliação dessa modalidade de atendimento. A Constituição Federal estabeleceu como direito, a garantia de uma renda básica à Pessoa com Deficiência, e a Lei Orgânica da Assistência Social regulamentou o Benefício de Prestação Continuada – BPC, Lei n° 8.742 de 7 de dezembro de 1993, às PcD e aos idosos a partir dos 65 anos, garantindo a renda mensal de um salário mínimo. O BPC é concedido diretamente ao beneficiário, compondo a proteção social básica. 112 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 6 - Análise dos Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de Assistência Social Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia de 1 (um) salário mínimo mensal à pessoa [com deficiência] e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais e que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua família. (LOAS, 2011, p. 20) Quanto ao BPC, no item onde se perguntou: “Quantos usuários possuem o Benefício de Prestação Continuada – BPC?”, obtivemos o seguinte resultado: 37% dos municípios não responderam a esta questão; 13% não souberam responder; na questão entre 1 e 25 pessoas 22%; entre 26 e 50 pessoas 11%; entre 51 e 100 pessoas 8,5%; entre 101 e 250 pessoas 5%; entre 251 e 500 pessoas 2%; entre 501 e 1000 pessoas 1,0% e mais de 1001 pessoas 1,0%. Este cenário tende a se alterar com a Lei 12.470, sancionada em 31/08/2011, que traz alterações substanciais nas regras do BPC. Com essas mudanças passa a haver, de fato, incentivo ao trabalho das pessoas com deficiência, inaugurando um novo momento da Lei de Cotas. O benefício de prestação continuada será suspenso quando a PcD exercer atividade remunerada e quando extinta a relação trabalhista, poderá ser requerida a continuidade do pagamento, sem necessidade de realização de perícia médica. Na contratação da PcD como aprendiz, o benefício não será suspenso, limitado a dois anos o recebimento concomitante da remuneração e do benefício. Outra conquista foi o Programa do Passe Livre Intermunicipal Lei n° 11.664 de 28/08/2001, utilizado dentro do Estado do Rio Grande do Sul, que tem no seu artigo primeiro a seguinte redação: Art. 1º - Fica regulamentada pelo presente Decreto a gratuidade nas linhas de modalidade coCONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 113 6 - Análise dos Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de Assistência Social mum do sistema de transporte intermunicipal de passageiros, prevista na LEI Nº 11.664, de 28 de agosto de 2001, às pessoas com deficiências físicas, mentais e sensoriais e ao respectivo acompanhante, desde que comprovadamente sejam carentes. (Ministério Público, 2011) Quando se perguntou: “Quantos usuários utilizam o Passe Livre Intermunicipal?”, obteve-se os seguintes resultados: 36% dos municípios não responderam a esta questão e 19% não souberam responder. Entre 1 e 10 pessoas, 17%; entre 11 e 25 pessoas, 10%; entre 26 e 50 pessoas, 6%; entre 51 e 100 pessoas, 2%; entre 101 e 250 pessoas, 3%; mais de 251 pessoas, 1% e com o percentual de 6% foi respondido não haver no município nenhum usuário do beneficio. Concluímos então, que o Programa do Passe Livre ainda necessita de uma efetiva implantação nesses municípios. Sabemos que o Passe Livre é um direito social e uma conquista das Pessoas com Deficiência, possibilitando o direito de ir e vir e consagrando a dignidade e o respeito das PcD. Em 11 de novembro de 2009, foi aprovada a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, resolução nº 109, pelo Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS, na VI Conferência Nacional de Assistência Social. Os serviços são organizados por níveis de complexidade do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), conforme Política Nacional de Assistência Social (PNAS): proteção social básica, proteção social especial de média e alta complexidade. A intervenção será sempre voltada a diminuir a exclusão social tanto do dependente quanto do cuidador, a sobrecarga decorrente da situação de dependência/prestação de cuidados prolon- 114 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 6 - Análise dos Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de Assistência Social gados, bem como a interrupção e superação das violações de direitos que fragilizam a autonomia e intensificam o grau de dependência da pessoa com deficiência ou pessoa idosa. (CNAS, 2009, p.25) Portanto, os serviços prestados devem contar com equipe especializada e cumprir os critérios estabelecidos pela PNAS, reconhecendo o potencial da família e do cuidador, priorizando a autonomia de ambos. As ações devem possibilitar à ampliação da rede primária, e das redes sociais conforme as demandas apresentadas, assim como a necessidade de acessar benefícios e programas de transferência de renda. (CNAS, 2009) No quesito em que se perguntou “Cite os Programas de Assistência Social existentes no município – Em âmbito federal (Ex: PETI, PBF)”, obteve-se os seguintes resultados: 25% não responderam e 1% não soube responder; o Piso Básico Fixo obteve um percentual de 26%; o Piso Básico Fixo – PBF e o Piso Básico Variável – PBV, segundo a Portaria MDS n° 442, de 26 de Agosto de 2005, consistem em valor básico de cofinanciamento federal, em complementaridade aos financiamentos estaduais, municipais e do Distrito Federal, destinados ao custeio dos serviços e ações socioassistenciais continuadas de Proteção Social Básica do SUAS. O Programa de Atenção integral à Família – PAIF obteve o índice de 12%; o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI 9%; o Projovem 9%; o Bolsa Família, 9%; o BPC, 3%; o Piso Básico Variável 3%; o Índice de Gestão Descentralizada Bolsa Família, 2%; o PBT 1%; o Piso de Transição de Média Complexidade 1%; o Apoio Socioeducativo às Famílias – ASEF, 1%; o Piso de Alta Complexidade – PAC, outros e o Programa de Atendimento às Vítimas de Violência – Sentinela, obtiveram o percentual de 11% cada um; o Piso Variável de Média Complexidade – PVMC, o OASF – OrientaCONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 115 6 - Análise dos Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de Assistência Social ção e Apoio Sociofamiliar, Pessoas com Deficiência, o Atendimento Especializado às Famílias em Situação de Violência – PAEFI e o Programa Minha Casa, Minha Vida, obtiveram o percentual de 9% cada um; o Programa Pessoas Portadoras de Deficiência – PPD obteve o percentual de 7%; o Cadúnico, o Grupo/ Serviço de Convivência, o CRAS, o Proteção Básica, o Programa com criança de 0 a 6 anos e idosos, o programa Social Básico e a Proteção Social, obtiveram o percentual de 5%; o Programa Assistência Psiquiátrica Integrada – API, o Programa de Atenção Especial à Família, o Programa de Aquisição de Alimentos e o Abrigo, obtiveram o percentual de 9%; o Bolsa Alimentação, o Centro de Referência Especial em Assistência Social – CREAS, o Fundo Estadual para a Criança e o Adolescente – FECA, o Ações sócio educativo ao Meio Ambiente – ASEMA, o Programa de Enfrentamento à Exploração Sexual de CA, a AABB Comunidade, o Ações Socioeducativos à Família – ASEFAM e o Programa Primeira Infância Melhor – PIM, cada um deles, com um percentual de 17%. Os dados acima, nos revelam que os Programas Federais apresentam-se em grande número e diversificados nos municípios pesquisados. Cabe salientar que, embora a questão objetivasse os “programas federais”, alguns municípios mencionaram ações e programas estaduais e municipais, fato este, que prejudicou a referida questão. Quando perguntamos: “Cite os Programas de Assistência Social existentes no município – Em âmbito estadual: (Ex. Programa Emancipar, outros)”, obtivemos o seguinte resultado: 43% dos municípios não responderam a esta questão e 6% não souberam responder. Os Programas tiveram o seguinte resultado: Fundo Estadual de Assistência Social – FEAS 15%; Orientação e Apoio Sociofamiliar – OASF 13%; Emancipar 11%; Primeira Infância Melhor – PIM 4%; o Programa Estadual de Assistência Social – PEAS 4%; Ações Socioducativo ao Meio Ambiente – ASEMA e o RS Amigo do Idoso, tiveram o percentual de 1% cada um; o Projovem com 11%; o Gru- 116 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 6 - Análise dos Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de Assistência Social po de Convivência, o Ações Sócio educativas à Família, o Programa de Atenção Integral à Família – PAIF e o Rede de proteção Social Básica, obtiveram o percentual de 7% cada um; a Alfabetização de Idosos, o RS Criança e o Empreendedorismo obtiveram 8%, cada um; o Fundo Estadual para a Criança e o Adolescente e outros programas, obtiveram o percentual de 1% cada. Estes dados revelam um índice elevado de municípios que não responderam a esta questão, mas também apontam um percentual razoável de Programas e Ações em âmbito estadual. Quanto aos “Programas de Assistência Social existentes no município – em âmbito municipal”–, verificamos que: 47% dos municípios não responderam e 6% não souberam responder; idoso, 8%; PCD – Pessoa com Deficiência – grupo de convivência, 4%; Inclusão/ Amparo à Criança e ao Adolescente, 4%; Benefício eventual, 4,2%; ASEMA, 3,8%; Oficinas Socioeducativas e Cursos de qualificação e geração de renda, o percentual de 3% cada um; com 3%, o Mulher/ Mães; a Orientação e Apoio Sociofamiliar – OASF e a Família, o percentual de 2%; os Grupos de Convivência e a questão “Não Há”, com 13% cada. O Centro de Referência da Assistência Social – CRAS e o Plantão Social, com 9% cada; o Grupo de Convivência – PCD, Gestante e PAIF, com 7% cada um; A AABB Comunidade, o BPC, o Atendimento e o Programa do Leite, com 7% cada; o Abrigo, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE, o Centro de Referência Especial em Assistência Social – CREAS, o Albergue, o Auxílio Funeral e o Projovem, com um percentual de 0,6% cada um; o Restaurante Popular, o Centro de Atendimento à Criança e ao Adolescente, o Bolsa Família e o Alcoólicos, com 9% cada um; o Prestação de Serviços à Comunidade e o Passe Livre, com 5% cada um. Nesta questão, ressaltamos o percentual elevado de municípios que não responderam e um cenário favorável às Pessoas com Deficiência, contemplado nos grupos de convivência. CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 117 6 - Análise dos Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de Assistência Social 6.2.2 — A ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL PARA ATENDIMENTO ÀS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA Perguntando aos municípios: “Há entidades representativas das pessoas com deficiência (ex: associação de surdos, etc.)?” As respostas: 36% dos municípios não responderam a esta questão, seguidos de 36% que responderam “Não” haver entidades e 27% responderam “Sim”. Foi solicitado que respondessem quantas entidades havia: 73% não souberam responder, apenas 17% responderam haver uma entidade no município, 4% oscila entre 2 ou 4 entidades. Citamos aqui, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que nos diz: O princípio do movimento de vida independente está valorizado quando se assinala autonomia e independência individuais de pessoas com deficiência, inclusive da liberdade delas fazerem suas próprias escolhas e participarem ativamente das decisões relativas a programas e políticas públicas, principalmente as que lhe dizem respeito diretamente; “Nada sobre nós sem nós”. (Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, 2006) Os dados acima, nos apontam que a participação efetiva da sociedade nesses espaços, ainda necessita de políticas efetivas. Sabemos que é de suma importância para a população, espaços de discussão, afirmação e garantia de políticas públicas que os favoreçam e os tornem agentes participativos; evidencia a necessidade de haver atividades com a comunidade abordando a temática da pessoa com deficiência, seus direitos, locais de atendimento no município, a fim de que a comunidade aproprie-se do tema e possa 118 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 6 - Análise dos Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de Assistência Social refletir como ele vem sendo abordado pelo município, havendo a reflexão crítica, para então, ocorrer a sua organização. Solicitados a “Citar” as entidades representativas das pessoas com deficiência, dos municípios que responderam a esta questão, 14% apontaram a APAE – Associação de Pais e Amigos de Excepcionais, seguido de 1% que apontou o Conselho Municipal. Perguntado: “Há entidades (ONGs) prestadoras de serviços na área de Assistência Social a pessoas com deficiência?” 37% dos municípios não responderam, 42% responderam “Não”, seguidos de 21% que responderam “Sim”; das respostas afirmativas 26% responderam haver entre uma e quatro entidades no município. Foram listadas as seguintes ONGs a fim de que os municípios apontassem aquela que atua na sua região: Associação de deficientes físicos (ADEF), Associação de Pais e Amigos de Deficientes Visuais (APADEF), Associação dos lesados medulares do Rio Grande do Sul (LEME), Associação de familiares e amigos do Down (AFAD), Associação dos deficientes visuais (ADEVIS) e Associação dos Deficientes Visuais de Canoas (ADEVIC); sendo que a ADEF foi listada por dois municípios e as demais por um município cada. No entanto, é expressivo o número de municípios que não respondeu à questão: 69%, seguidos de 15% que não souberam responder. Alguns municípios referiram outras instituições de âmbito local que desenvolvem alguma atividade com as pessoas com deficiência, sendo elas: Chimarrão da amizade, ACADEF, ADF, ABRADEVIS, Pandorga, Associação Vida Nova, APADA, CASA LAR, APADEV, APECAN, Associação Pró-Vida, Síndrome de Down unidos para o amanhã e Pestalozzi. Quanto à articulação entre as ONGs e as políticas públicas, 36% dos municípios não responderam, 14% dos municípios relatam não haver; dos 49% dos municípios que informaram haver uma parceria entre as ONGs e as políticas públicas, 28% consideram boa esta parceria, no entanto, 57% não souberam responder como vem se CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 119 6 - Análise dos Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de Assistência Social dando esta parceria; a ausência desta resposta nos remete à falta de comunicação, de avaliação e de monitoramento das atividades desenvolvidas pelas ONGs, em que a parceria público-privada ocorre apenas na liberação de recursos e na prestação de contas, e não na capacitação profissional e na qualificação dos serviços prestados à população. É necessário e fundamental que os locais públicos e privados tenham um espaço físico que acolha as pessoas com deficiência, para isso a infraestrutura deve estar de acordo com a ABNT4 NBR 9050.5 Na pesquisa, 41% dos municípios afirmam a existência de barreiras para o acesso aos bens públicos, tais como físicas/arquitetônicas gerais (25%), banheiros não adaptados (6%), falta de sinalização tátil, visual ou sonora, e falta de transporte adequado (1%); importante ressaltar que 59% dos municípios não souberam responder a esta questão. Quando perguntado “Estão sendo tomadas providências para superar estas barreiras ao acesso universal?” 46% responderam que estão tomando providências para garantir o acesso universal, 15% afirmam a ausência de providências e 36% não responderam. Essas providências vão desde planejamento e execução de obras de infraestrutura até a criação de conselhos e comitês, além da capacitação profissional. Estas barreiras podem ser tanto arquitetônicas quanto sociais, uma visível e outra quase imperceptível, mas ambas causarão a dificuldade de interação com o meio social. Segundo Tomaz (2009), “os sistemas simbólicos fornecem novas formas de se dar sentido à experiência das divisões e desigualdades sociais e aos meios pelos 4 Associação Brasileira de Normas Técnicas. 5 A NBR 9050 é uma norma que define aspectos relacionados às condições de acessibilidade no meio urbano. Estabelece critérios e parâmetros técnicos a serem observados quando do projeto, construções, instalação e adaptação de edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos às condições de acessibilidade (inclusão), indicando especificações que visam a proporcionar à maior quantidade possível de pessoas, independentemente de idade, estatura ou limitação de mobilidade, a utilização segura do ambiente ou equipamento. (CALADO, 2006) 120 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 6 - Análise dos Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de Assistência Social quais alguns grupos são excluídos e estigmatizados” (p. 19), assim, as barreiras arquitetônicas poderão ser removidas, mas necessitamos também remover as barreiras culturais, sociais, a partir da informação e do conhecimento acerca da deficiência. Podemos afirmar, que as funções da Política de Assistência parecem desvinculadas do novo paradigma da Assistência Social, centrado na cidadania. Percentuais significativos apontam a não existência de Programas e o desconhecimento da própria política de Assistência Social, nos revelando que, muito ainda precisa ser feito no que tange a descentralização das ações como forma efetiva dessa política e o seu novo modelo de gestão, o SUAS. Considerações Finais Pela análise histórica e dos dados obtidos na pesquisa, pudemos identificar que a política de Assistência Social, hoje respaldada pelo Sistema Único de Assistência Social, não vem sendo executada plenamente pelos municípios; nem mesmo os atendimentos básicos de assistência como os CRAS e CREAS, estão implantados em todo o Rio Grande do Sul. Não há sistematização dos dados dos atendimentos, nem locais de debate sobre a temática da pessoa com deficiência. Diante dos dados apresentados, podemos problematizar como os municípios vêm realizando seu papel em garantir formas e meios de inclusão e acessibilidade às Pessoas com Deficiência. Apontamos a importância da prática investigativa, para que possamos propor e repensar meios para romper com padrões culturalmente estabelecidos, que ainda hoje contribuem com a segregação. Devemos perceber a importância da Assistência Social como política pública de proteção social, para a universalização dos direitos sociais, que busca contribuir para uma real inclusão das CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 121 6 - Análise dos Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de Assistência Social Pessoas com Deficiência, o fortalecimento das famílias a partir da informação e da compreensão dos direitos da Pessoa com Deficiência e a garantia destes. Fazem-se necessárias políticas sociais que promovam a proteção, que garantam o exercício da cidadania, esta com finalidade preventiva e não somente reparadoras, possibilitando autonomia aos cidadãos. Demonstrando a importância de uma sociedade responsável, participativa, que compreenda que o destino de um depende da ação de todos. Para isto, precisamos ter consciência política de direitos e deveres, conhecer a realidade das pessoas com deficiência, as possibilidades e as barreiras impostas, barreiras arquitetônicas e as barreiras do preconceito, e cobrarmos do Estado efetiva ação. Buscamos com o resultado desta pesquisa, inquietar os municípios a fim de que desenvolvam ações voltadas a esse público, que possui demandas específicas e diversas, valorizando ações coletivas, participativas e inclusivas, e garantindo acesso aos direitos. As ações devem ser organizadas intersetorialmente, pois é necessário garantir a Assistência Social, Trabalho e Renda, Saúde, Habitação, Meios de Transportes, Cultura e Acessibilidade a todos os locais, e também o direito à cidade. Referências BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome. Disponível em <http://www.mds. gov.br/assistenciasocial>. Acessado em 10 de maio de 2011. Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2007). _____. Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009. Promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova Iorque, em 30 de março de 2007. Disponível 122 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 6 - Análise dos Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de Assistência Social em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/ d6949.htm>. Acessado em 06 de maio de 2010. BRASIL. Decreto nº 42.410, de 29 de agosto de 2003. Disponível em <http:// www.mp.rs.gov.br/infancia/legislacao/id2206.htm>. Acesso em 10 de agosto de 2011. ______. Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS – Anotada. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Disponível em <http://www. mds.gov.br/assistenciasocial>. Acessado em 10 de maio de 2011. ______. Lei nº 9.790, de 23 de março de 1999. Presidência da República. Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos. Disponível em http://www.planalto.gov.br/civil_03/leis/l9790.htm Acesso em 04 de agosto de 2011. ______. Lei nº 11.664, de 29 de maio de 2001. Disponível em <www.al.rs. gov.br/Legis/Arquivos/11.664.pdf> Acessado em 21 de junho de 2011. _____. Lei nº 12.470, de 31 de agosto de 2011. Disponível em <http:// www.mds.gov.br/sobreoministerio/legislacao/assistenciasocial/leis/2011/ L12470.pdf > Acessado em 16 de janeiro de 2012. ______. Política Nacional de Assistência Social – PNAS. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Disponível em <http://www.mds.gov. br/assistenciasocial>. Acessado em 19 de maio de 2011. PROTOCOLO DE GESTÃO INTEGRADA DE SERVIÇOS, BENEFÍCIOS E TRANSFERÊNCIA DE RENDA NO ÂMBITO DO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – SUAS: Ministério do Desenvolvimento e Combate à Fome. ______. Norma Operacional Básica do SUAS – NOB/SUAS. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Disponível em <http://www.mds. gov.br/assistenciasocial>. Acessado em 10 de maio de 2011. CALADO, Giordana. Acessibilidade no ambiente escolar: reflexões com base no estudo de duas escolas municipais de Natal-RN. Dissertação de Mestrado, UFRN, 2006. CNAS. Resolução Nº 109, de 11 de novembro de 2009. Disponível em <http://www.mds.gov.br/.../2009/Resolucao%20CNAS%20no%20109%20de%20 11%20de%20novembro%20de%202009.pdf>. Acessado em 22 de maio de 2011. CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 123 6 - Análise dos Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política de Assistência Social COUTO, Berenice Rojas. O Direito Social e a Assistência Social na Sociedade Brasileira: uma Equação Possível? 2. ed. São Paulo: Cortez, 2006. COUTO, Berenice Rojas; et al. O Sistema Único e Assistência Social no Brasil: uma realidade em movimento. São Paulo: Cortez, 2010. COUTO, Berenice Rojas; SILVA, Marta Borba. A política de assistência social e o Sistema Único da Assistência Social: A trajetória da constituição da política pública. In: O Sistema único de assistência social: as contribuições à fundamentação e os desafios à implantação. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2009. PEREIRA, Potyara A. P. Necessidades Humanas: subsídios à critica dos mínimos sociais. 3.ed. São Paulo: Cortez, 2006. TOMAZ, Tadeu da Silva (org.). Identidade e Diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009. YAZBEK, Maria Carmelita. As ambiguidades da Assistência Social brasileira após dez anos de LOAS. Revista Serviço Social e Sociedade. n. 77, março, ano XXV, 2004. São Paulo: Cortez, 2004. 124 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL CAPÍTULO 7 Análise de Resultados da Pesquisa na Perspectiva da Política do Trabalho CLáUciA IVETE SchwERZ BRiTO 1 MARiA CRiSTiNA ViANA LAgUNA2 PRiSciLA MALLMANN BORDigNON3 Introdução A inclusão da Pessoa com Deficiência (PcD) no mercado de trabalho tem sido pauta de discussão nos últimos vinte anos, principalmente no Estado do Rio Grande do Sul, onde as políticas de acessibilidade ao trabalho têm sido fiscalizadas constantemente pela Superintendência Regional do Trabalho. Com foco na qualificação profissional e na inclusão no mercado de trabalho, abordaremos nesse capítulo a influência do trabalho na vida das pessoas, o histórico da Lei de Cotas e a análise de dados da pesquisa sobre a política do trabalho para a inclusão da pessoa com deficiência no Estado do Rio Grande do Sul. Nesta 1 Assistente Social da FADERS, Especialização em saúde mental e saúde pública e Mestre em Serviço Social pela PUC/RS. 2 Intérprete de LIBRAS da FADERS. 3 Terapeuta Ocupacional da FADERS 2005-2013. Atualmente é Terapeuta Ocupacional da Prefeitura de Porto Alegre/ RS, Especialização em Reabilitação em Terapia Ocupacional: disfunções físicas, psicossocial e em saúde e trabalho/IPA e Mestre em Educação/UNILASALLE. CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 125 7 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política do TrabalHo perspectiva, serão abordados dados sobre a relação das empresas com a Lei de Cotas, os estágios, a qualificação profissional e os cursos existentes para este segmento; também apresentaremos as barreiras encontradas nas empresas e órgãos do município. 7.1 – A relação da pessoa com deficiência e a atividade de trabalho De acordo com o Censo Demográfico IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) 2010, 45,6 milhões de pessoas se declararam com algum grau de limitação funcional. A grande maioria das pessoas com deficiências encontram-se excluídas de diversos setores da sociedade, entre eles, do mercado de trabalho. Aqueles que estão inseridos encontram-se predominantemente em empregos de baixa qualificação. (BRASIL, 2007) Para se discutir as políticas de inclusão das pessoas com deficiência no mundo do trabalho, deve-se, primeiramente, compreender a importância do trabalho na vida de qualquer pessoa humana, pois ele é inerente ao homem, e a principal forma de inserção social do ser humano está no exercício da atividade laboral. De acordo com Marx (1980), o trabalho é tido como o significado de transformação da realidade do sujeito. Ainda refletindo sobre a importância do trabalho, percebe-se que ele interfere, também, na constituição da identidade da pessoa, pois é, pela atividade laboral, que a pessoa passa a ser reconhecida socialmente. Para Bartalotti (2001, p. 86), O trabalho é parte integrante do que se constitui chamar “vida adulta”, e em nossa realidade define uma concepção do que é ser membro da “sociedade adulta”: para ser parte da sociedade, é preciso 126 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 7 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política do TrabalHo ser um membro produtivo dela, e isso quer dizer, trabalhar, produzir riqueza, pagar impostos, consumir. Aquele que por um motivo qualquer, não se encaixa nesse esquema de produção-consumo, é relegado à condição de marginalidade. Acreditase ser essa uma das mais fortes justificativas para que se trabalhe a profissionalização da pessoa com deficiência: não é possível dentro de uma estrutura social existente, falar em inclusão social sem falar em trabalho [...] O trabalho tem significados diferentes para as pessoas, para algumas significa realização pessoal e para outras, pode ser significado de dor, angústia e sofrimento. De acordo com Albornoz (2002, p.34), na Língua Portuguesa, a palavra trabalho tem a significação: [...] de realizar uma obra que te expresse, que dê reconhecimento pessoal e permaneça além da tua vida; e a de esforço rotineiro e repetitivo, sem liberdade, de resultado consumível e incômodo inevitável. Mas para a autora, o trabalho do homem aparece mais nítido, quanto mais clara for a intenção e a direção do seu esforço. Trabalho, neste sentido, possui o significado ativo de um esforço afirmado e desejado, para a realização de objetivos; onde até mesmo o objetivo realizado, a obra, passa a ser chamado de trabalho. Quando se compreende a importância do trabalho para o homem,4 compreende-se também, que todos devem acessá-lo, inde4 Colocamos homem na perspectiva humana e não de gênero. CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 127 7 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política do TrabalHo pendente de sua origem, gênero, classe social, nível educacional e, principalmente, independente de ser uma pessoa com ou sem deficiência; tendo oportunidade em espaços onde possam desenvolver suas potencialidades, habilidades e competências. Para Mendes et al. (2004, p. 106): Pessoas com deficiência que estão inseridas no mercado de trabalho, atuando em situações semelhantes aos demais cidadãos de sua comunidade, têm possibilidades de expandir suas perspectivas de vida, inclusive sob o aspecto dos relacionamentos sociais. Isto as diferencia sobremaneira daqueles que continuam segregados em instituições ou escolas especializadas, em condições de trabalho protegido, sendo considerados incapazes e eternamente tutelados. Por este motivo, o espaço laboral pode ser um aliado das questões relacionadas à inclusão das pessoas com deficiência no meio social. 7.2 – Histórico da Lei de Cotas No ano de 1981, a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou que aquele seria o “Ano Internacional da Pessoa com Deficiência”. A proposta era enfatizar a importância da criação de novas ações para a ampliação das igualdades de oportunidades e propiciar o direito à prevenção e à reabilitação das pessoas com deficiência. Com o passar dos anos, mais precisamente no final da década de 90 (Século XX), com as diretrizes legais da educação e do tra- 128 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 7 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política do TrabalHo balho para as PcD, surgiu a necessidade de se organizarem espaços de aprendizado do trabalho produtivo e prazeroso. A Lei nº 8.122, de 11 de novembro de 1990, determinou que até vinte por cento das vagas dos concursos públicos fossem destinadas às pessoas com deficiência. No ano seguinte, surge a Lei nº 8.213 de 24 de julho de 1991, mais conhecida como Lei de Cotas. A reserva legal de cargos ou Lei de Cotas estabelece a obrigatoriedade das empresas com cem (100) ou mais empregados preencherem uma parcela de seus cargos com pessoas com deficiência (art.93 da Lei nº 8213/91). A Convenção nº 159/83 da Organização Internacional do Trabalho – OIT e a Convenção Interamericana para Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra Pessoas Portadoras de Deficiência, promulgada pelo Decreto nº 3.956/01, para fins de proteção legal conceituam deficiência como “uma limitação física, mental, sensorial ou múltipla, que incapacite a pessoa para o exercício de atividades normais da vida e que, em razão dessa incapacitação, a pessoa tenha dificuldades de inserção social”. (MTE, 2009) Para atender ao que define a Lei de Cotas foram necessárias adequações tanto no que se refere à qualificação profissional das pessoas com deficiência, quanto da organização das empresas e órgãos que contratam para o trabalho. 7.3 – Análise de dados da pesquisa De acordo com a proposta da pesquisa sobre Política de Trabalho e a promoção da inclusão da pessoa com deficiência no Mercado de Trabalho no Estado do Rio Grande do Sul, com o intuito de identificar o acesso das pessoas com deficiência à qualificação profissional e à inclusão no mercado formal de trabalho, apresentamos a análise de dados referentes às Políticas de TraCONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 129 7 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política do TrabalHo balho nos 496 municípios do Estado do Rio Grande do Sul no ano de 2010/2011. 7.3.1 — EMPRESAS E COTAS Sobre as empresas que cumprem a Lei de Cotas constatou-se que 36% dos 496 municípios não responderam, 4% não sabiam a resposta, 29% afirmaram que não há empresas que cumpram essa lei, enquanto que 31% afirmam que as empresas em seus municípios cumprem a Lei de Cotas. Os dados mostram que a Política Nacional5 da Pessoa com Deficiência que prevê 2% a 5% das vagas para as PcD não está sendo devidamente cumprida em 142 municípios. Com relação ao número de empresas que possuem mais de 100 funcionários, o resultado é que 37% dos municípios não responderam e 32% não sabem. Dos municípios que responderam, 10% declararam que não há empresas com mais de 100 funcionários, enquanto que 17% afirmam terem até dez empresas, 1,4% registram até 25 empresas, 0,4% até 50 empresas e 0,2% confirmam a existência de mais de 51 empresas com mais de cem funcionários. No que tange a PcD incluídas nessas empresas, 36% dos municípios não responderam, 39% não sabem, 13% dizem que não possuem PcD nas empresas, 8% afirmam que há de 1 a 2 funcionários com deficiência, 3% declaram que há até 5 funcionários e 1% registra mais de 5 PcD trabalhando nas empresas com mais de 100 funcionários. Ao verificar se há PcD no mercado de trabalho formal, em que as leis trabalhistas garantem ao funcionário com registro em carteira de trabalho todos os direitos trabalhistas, foi analisado que 36,5% dos municípios não responderam, 36,3% não sabem, 11,3% 5 Esta Política Nacional está no Decreto Lei n. º 3.298 de 20 de Dezembro de 1999 que trata da Integração da “Pessoa Portadora de Deficiência”, (a nomenclatura consta na lei), no entanto novas terminologias foram adotadas pela ONU durante a Convenção dos Direitos da Pessoa com Deficiência em 2006, e no Brasil, foi ratificada pelo Congresso Nacional em 09/07/2008 pelo Decreto Legislativo 186/2008 recebendo status de Emenda Constitucional. 130 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 7 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política do TrabalHo explicam que não há PcD em empregos formais, 13,1% afirmam que há até dez PcD em empregos formais, 2% responderam que há até cinquenta funcionários, 0,4% até 100 PcD estão nos empregos formais, 0,2% correspondem até duzentos funcionários, 0,2% até quinhentos funcionários e não há registro de empresas que tenham mais de 500 funcionários com PcD. Os dados de pesquisa demonstram um número significativo de municípios que não responderam ou não souberam precisar os dados solicitados no questionário. A pesquisa realizada evidencia que ainda não há uma política efetiva de acesso ao mercado de trabalho na maioria dos municípios, fragilizando o acesso à PcD e sua permanência no mercado de trabalho. 7.3.2 — ESTÁGIOS Os estágios estão garantidos pelo Decreto-Lei 3.298/99 que objetiva o acesso da pessoa com deficiência ao mercado de trabalho. Assim, dos 496 municípios pesquisados, questionamos se havia nas empresas estagiários com deficiência. Constatamos que 36% dos municípios não responderam, 15% não sabem se há PcD estagiando nas empresas, 43% dos municípios responderam que não há estagiários com deficiência nas empresas e apenas 6% afirmaram possuir estagiários com deficiência. Com relação à quantidade de estagiários com deficiência nas empresas, 45,2% não sabem informar o número de PcD estagiando, 16% afirmam que não há estagiários com deficiência. Observa-se que apenas 2,8% dos municípios retornaram a pesquisa com dados concretos, destes 1,2% respondeu que há pelo menos um estagiário com deficiência, 0,4% até dois estagiários, 1% possui até três estagiários e 0,2% conta com mais de seis estagiários nas empresas. Ainda com relação aos estágios, buscou-se saber se a inclusão está ocorrendo dentro das instituições públicas, e o resultado CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 131 7 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política do TrabalHo foi de que 36% dos 496 municípios não responderam, 11% não sabem, 46% afirmam que não possuem estagiários com deficiência e 7% afirmam que possuem estagiários com deficiência. Destes, 3% afirmam ter pelo menos um estagiário, 1% até dois e 1% possui até cinco estagiários com deficiência nas instituições públicas. Por estes dados, constata-se que apesar de existir a Lei de Cotas para estágios de PcD, os municípios não cumprem a legislação integralmente. As Organizações não Governamentais (ONG) também devem garantir um percentual de estagiários com deficiência. Dos 496 municípios pesquisados, 36% não responderam a questão, 12% não souberam responder, 49% dos municípios colocaram que não há estagiários nas ONG e apenas 3% dos municípios confirmaram a existência de estagiários nas ONG. Com relação à quantidade de estagiários nas ONG, 0,6% possui apenas um estagiário, 0,2% possui até dois e 0,2% conta com mais de 3 estagiários. O estágio é um direito garantido por lei aos estudantes que desejam iniciar-se no mercado de trabalho, garantindo um aprendizado mais prático e adquirindo conhecimento do cotidiano de trabalho. O estágio é uma oportunidade aos jovens, porém, pelas análises realizadas, as pessoas com deficiência estão sendo minimamente beneficiadas com a inclusão em estágios nas empresas, instituições públicas e ONGs. 7.3.4 — QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL E CURSOS A inserção e permanência da pessoa com deficiência no mercado de trabalho pressupõe a qualificação profissional, e esta possibilita que a PcD possa exercer funções com melhor remuneração, mas é comum elas ocuparem vagas que exigem pouca qualificação. De acordo com o Decreto-Lei nº 3.298/1999 (Art. 28), o aluno com deficiência matriculado ou egresso do Ensino Fundamental 132 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 7 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política do TrabalHo ou Médio, de Instituições Públicas ou Privadas, terá acesso à Educação Profissional, a fim de obter habilitação profissional que lhe proporcione oportunidades de acesso ao mercado de trabalho. Visando ao aprimoramento da qualificação profissional dos jovens, foi promulgada em 2005, a Lei da Aprendizagem,6 com o objetivo de viabilizar a capacitação profissional junto às empresas, com o ensino da teoria concomitante à prática. Nesse sentido, a pessoa com deficiência e as empresas se beneficiaram com o Programa de Aprendizagem, uma vez que a falta desses espaços de qualificação profissional, ocasiona muitas vezes a dificuldade de contratação das PcD pelas empresas. A pesquisa sobre a inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho questionou sobre a formação e capacitação profissional das PcD. Dos 496 municípios pesquisados no Estado do Rio Grande do Sul, 70% não responderam e 15% não sabem quais e quantas empresas estão qualificando pessoas com deficiência e quais são essas qualificações; 7% dos municípios afirmam não haver nenhum tipo de qualificação profissional para PcD. Apenas 8% dos municípios responderam sobre os cursos de qualificação profissional. No levantamento, os municípios que responderam sobre as empresas e instituições que promovem qualificação profissional a PcD, foram citados: SENAI7 (37%); SESC8 (13%); SENAC9 (13%); 6 A aprendizagem é estabelecida pela Lei nº.10.097/2000, regulamentada pelo Decreto nº. 5.598/2005. Estabelece que todas as empresas de médio e grande porte estão obrigadas a contratarem adolescentes e jovens entre 14 e 24 anos, com exceção das pessoas com deficiências, que não tem limite de idade. Trata-se de um contrato especial de trabalho por tempo determinado, de no máximo dois anos. Os jovens beneficiários são contratados por empresas como aprendizes de ofício previsto na Classificação Brasileira de Ocupações - CBO do Ministério do Trabalho e Emprego, ao mesmo tempo em que são matriculados em cursos de aprendizagem, em instituições qualificadoras reconhecidas, responsáveis pela certificação. A carga horária estabelecida no contrato deverá somar o tempo necessário à vivência das práticas do trabalho na empresa e ao aprendizado de conteúdos teóricos ministrados na instituição de aprendizagem. (Ministério do Trabalho e Emprego) 7 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. 8 Serviço Social do Comércio. 9 Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial. CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 133 7 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política do TrabalHo APAE10 (13%); SESI11 (8%); FADERS12 (8%); e Projeto Portadores de Deficiência Rumo Norte (8%). Os cursos de qualificação profissional mencionados pelos municípios são informática/inclusão digital (10%); artesanato (6%); corte e costura/tricô e crochê (4%); violão/música (3%); eletricista (3%); marcenaria (3%); manicura e pedicura (2%); leitura e interpretação de desenho/pintura (2%); culinária (1%); calçadista (1%); doméstica (1%); pedreiro/azulejista (1%); mecânica (0,6%); jardinagem (0,6%); reciclagem (0,6%); panificação (0,6%); dança (0,6%); enfermagem (0,6%) e nutrição (0,6%). Percebe-se que os cursos são bastante diversificados e, na sua maioria, de Ensino Profissionalizante. Segundo os dados obtidos na pesquisa sobre pessoas com deficiência inseridas nos cursos de qualificação profissional nos 496 municípios, registrou-se que 37% não responderam, 44% não sabem, 10% afirmam que não há pessoas com deficiência inseridas em cursos e apenas 9% dos municípios responderam que possuem pessoas com deficiência em cursos de qualificação profissional. Das instituições que encaminham pessoas com deficiência para o mercado de trabalho, 59% dos municípios não responderam, 11% não sabem e 10% afirmam que não há empresas que encaminham as PcD para o mercado de trabalho. Dos 20% de municípios respondentes, constatamos que os locais e instituições que encaminham pessoas com deficiência para o mercado de trabalho são: APAE (10%); Agências do município/Secretaria Municipal de Assistência Social, Trabalho e Habitação (5%); SINE13 (4%); Assistência Social/ CRAS14 (4%); CIEE15 (1%); e outras não mencionadas (3%). Identifica 10 Associação de pais e amigos dos excepcionais. 11 Serviço Social da Indústria. 12 Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para PcD e PcAH no Rio Grande do Sul. 13 Sistema Nacional de Emprego. 14 Centro de Referência de Assistência Social. 15 Centro de Integração Empresa-Escola. 134 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 7 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política do TrabalHo que a maioria dos municípios possuem encaminhamentos feitos pelas Instituições da APAE. 7.3.5 — BARREIRAS (ACESSIBILIDADE) E FISCALIZAÇÃO De acordo com o Decreto-Lei nº 5.296 de 22 de Dezembro de 2004 a acessibilidade deve ser garantida como forma de equiparação de igualdade, promoção a autonomia da pessoa com deficiência nos diferentes espaços sociais. A partir deste enfoque, na pesquisa realizada nos 496 municípios buscamos saber sobre a acessibilidade no mercado de trabalho, perguntando sobre as barreiras mais comuns encontradas nas empresas. Constatamos que 58% dos municípios não responderam sobre o tema, 7% não sabem e 1,2% afirmam não haver barreiras no acesso ao mercado de trabalho. Dos municípios que responderam (33,8%), listamos as barreiras mencionadas: Falta de capacitação/qualificação (9%); preconceito/discriminação (9%); desemprego geral (7%); barreiras arquitetônicas (6%); empresas não contratam/ desconhecem a lei (5%); falta de transporte adequado (2%); comodismo por receberem BPC16 e LOAS17 (1,8%); falta de incentivo familiar (1,6%); aceitação/inclusão (1%); inapta ao trabalho (1%); e sem interesse em trabalhar (0,4%). No que se refere ao Benefício de Prestação Continuada, desde o segundo semestre de 2011, está em vigor a lei do BPC/Trabalho, que possibilitará, para o ano de 2012, que as pessoas com deficiências e que recebem o BPC, possam trabalhar e participar dos Programas de Aprendizagem. No caso da qualificação profissional, pelos Programas de Aprendizagem, o aprendiz continuará recebendo o benefício; no caso da atividade de trabalho, a pessoa com deficiência perderá o benefício; caso não permaneça no trabalho, voltará a 16 Beneficio de Prestação Continuada da Assistência Social. 17 Lei Orgânica da Assistência Social. CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 135 7 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política do TrabalHo receber o benefício regularmente. Acredita-se que esta nova legislação facilitará o ingresso das pessoas com deficiência que recebem o BPC no mercado de trabalho e nos Programas de Aprendizagem. Os 496 municípios foram questionados sobre os órgãos fiscalizadores da Lei de Cotas, com os seguintes resultados: 37% dos municípios não responderam, 3% não sabem, mas 43% afirmaram que não há nenhum tipo de fiscalização nas empresas, enquanto que 17% dos municípios garantem que há órgãos de fiscalização da Lei de Cotas. As empresas ainda não estão cumprindo com suas obrigações legais diante da inclusão da pessoa com deficiência; embora tenhamos percebido que na pesquisa sobre o cumprimento da Lei de Cotas nas empresas, um total de 73% dos municípios não respondeu ou não soube informar se as empresas estão cumprindo a Lei de Cotas. Quando questionados sobre esta questão, 7% dos municípios responderam, apontando o MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) como o principal responsável pelas fiscalizações. Considerações Finais Pelos dados analisados nesta pesquisa, observamos que no atual contexto das dinâmicas sociais e dos programas de políticas públicas que se referem ao acesso ao trabalho, a sociedade ainda carece de maior número de aplicabilidade da legislação vigente para que possa atender a todos aqueles que se encontram à margem da sociedade. Dessa forma, os programas de educação para o trabalho que se voltam para as diferentes necessidades dos sujeitos, fazem-se de extrema importância, a fim de que estes tenham garantido o direito de acesso à qualificação profissional para que possam, em condições dignas, acessarem o mundo do trabalho e conquistar seus demais projetos de vida. Quanto aos estágios para as pessoas com deficiência em em- 136 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 7 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política do TrabalHo presas e órgãos públicos, observou-se que apesar da legislação vigente sobre o assunto, ainda há um número limitado de apenas 6% de instituições que têm PcD como estagiários. Se pensarmos que o estágio é um meio de aprendizado assistido e de qualificação profissional para qualquer pessoa, o fato de ter poucos estagiários com deficiência nas empresas e órgãos públicos mostra um déficit na questão relacionada à qualificação profissional. No que se refere à qualificação profissional das PcD, o Programa de Aprendizagem veio contribuir com o processo de inclusão, uma vez que atende tanto às necessidades das pessoas com deficiência quanto das empresas contratantes. Porém, 85% dos municípios não responderam ou não souberam informar sobre a qualificação profissional, fato que chama a atenção e demonstra que ainda há muitos desafios para a conquista deste direito fundamental, que é o acesso das PcD à qualificação profissional e ao trabalho. Refletindo sobre os resultados desta pesquisa, entendemos que as políticas de acesso ao mercado de trabalho, embora estejam legalmente garantidas, não estão sendo executadas pelas empresas e instituições por duas razões: a falta de qualificação profissional, e como vimos, não são muitos os órgãos que oferecem formação, e a falta de fiscalização por órgão competente. Constatamos, portanto, que as políticas do trabalho e emprego precisam buscar recursos para sanar os problemas identificados na pesquisa, possibilitando às pessoas com deficiência, mais oportunidades de acesso e permanência no trabalho. Referências ALBORNOZ, Susana. O que é Trabalho? São Paulo: Brasiliense, 2002. BARTALOTTI, C. C. e De Carlo, M.M.R Prado. Terapia Ocupacional no Brasil: Fundamentos e perspectivas. 3. ed. São Paulo: Plexus, 2001. CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 137 7 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política do TrabalHo BRASIL, Presidência da República. Lei nº 8.122 de 19 de Dezembro de 1990. Autoriza o Poder Executivo a abrir ao Orçamento da Seguridade Social da União créditos adicionais até o limite de Cr$ 2.236.745.000,00, para os fins que especifica. Casa Civil. Subchefia para assuntos jurídicos: Brasília, 1990. _____________________________. Lei nº 8.213 de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras Providências. Casa Civil. Subchefia para assuntos jurídicos: Brasília, 1991. _____________________________. Lei nº 10.097, de 19 de dezembro de 2000. Altera dispositivos da Consolidação das Leis de Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto nº 5.452 de 1º de maio de 1943. Casa Civil. Subchefia para assuntos jurídicos: Brasília, 2000. _____________________________. Agenda Social. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência. Direitos de Cidadania das Pessoas com Deficiência. Brasília, set/2007. BRASIL, MTE. A inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. 2. ed. – Brasília: MTE, SIT, 2007.100 p. MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980. MENDES, E. G.; NUNES, L.R.; FERREIRA, J. R. et al. Estado da Arte das Pesquisas sobre profissionalização do portador de deficiência. Temas em Psicologia, 2004, vol. 12, n. 2, p. 105-118. 138 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL CAPÍTULO 8 Análise de Resultados da Pesquisa na Perspectiva da Política da Cultura MARiA GABRiELA CARRiZO MALLMANN1 MARiANA PApich2 Introdução O capítulo em questão discute o acesso das pessoas com deficiência na política da cultura a partir dos resultados da pesquisa: “Condições para o Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do Estado do Rio Grande do Sul”. Diante da complexidade do processo de inclusão na cultura, pretende-se analisar o direito das pessoas com deficiência em produzir e participar do acesso nesta política, promovendo o reconhecimento das diferenças; isto porque o conceito de cultura e deficiência está intimamente ligado às diferenças. 1 Assistente Social graduada pela PUCRS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul). Mestre em Serviço Social da Faculdade de Serviço Social da PUCRS. Produtora cultural da Caixa do Elefante Teatro de Bonecos de Porto Alegre. Assistente social da ACERGS (Associação de Cegos do Rio Grande do Sul). 2 Psicóloga graduada pela UNISINOS (Universidade do Vale do Rio dos Sinos). Integrante da equipe da Clínica Coletiva de Psicologia de Sapucaia do Sul e da equipe da Associação Pestalozzi de Brochier – Inserção Profissional e Acessibilidade para Pessoas com Deficiência. Aluna do curso de especialização: “Problemas do Desenvolvimento na Infância e Adolescência – Abordagem Interdisciplinar” do Centro Lydia Coriat. CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 139 8 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política da Cultura 8.1. O devir das diferenças: uma janela para a inclusão na cultura Devir é abrir uma janela que dá passagem ao vir a ser, sendo a força e o movimento constante de tornar-se algo. Como conceito filosófico, qualifica a mudança constante e de modos de ser e existir estando em oposição ao ser enquanto imutável (LALANDE, 1999). Deleuze (1992) propõe o conceito de devir como experiência de absoluta alteridade, em que o sujeito, estando entre o campo dos afetos e dos encontros, descobre a multidão que o constitui. Dessa forma, o devir opera na valorização das diferenças como essencial às relações humanas, ou seja, o encontro com as diferenças provoca mudanças nos sujeitos, uma vez que este enxerga possibilidades de vir a ser aquilo que o outro o desperta. A diferença é um devir porque sobre ela nada está pronto, tudo se transforma. As diferenças são produzidas a partir dos desdobramentos dos sujeitos e de constantes mudanças, conforme as experiências que afetam e fazem sentido. Desta forma, enquanto há diferenças há um devir. A cultura é uma das formas de acesso para que as diferenças possam transitar para a construção de uma sociedade inclusiva, pois é também na perspectiva da valorização das diferenças que as políticas de inclusão social devem ser pensadas, executadas e implementadas. Pensar a deficiência como reconhecimento das diferenças é como abrir uma janela: é o movimento de “abrir” espaço para o encontro com a paisagem inusitada que são as diferenças. Desta forma a diversidade também é um ponto de partida para a produção e desenvolvimento da cultura. Secularmente a cultura existiu como manifestação da existência humana, associada ao legado das tradições de determinadas sociedades, cuja participação estava restrita a determinados grupos sociais (MIANES, 2011); nesta perspectiva, a cultura era sinônimo de moral, ética e política, sendo considerada a interven- 140 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 8 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política da Cultura ção deliberada dos homens sobre a natureza de alguém de forma a dominá-la e hegemonizá-la. A cultura simbolizava, portanto, o aprimoramento da natureza humana por meio da educação, onde a pessoa culta era moralmente virtuosa, politicamente consciente e participante, intelectualmente desenvolvida pelo conhecimento das ciências, das artes e da filosofia. O termo cultura surge a partir do século XVIII passando a significar os resultados daquela formação ou educação dos seres humanos, de seu trabalho e de sua sociabilidade, expressos em obras, feitos, ações e instituições: as artes, as ciências, a filosofia, os ofícios a religião e o Estado (CHAUÍ,2006). Sendo assim, a cultura passou a ser resultado das obras humanas, consequência da relação estabelecida por sujeitos, socialmente organizados, na sua relação com o tempo e o espaço. De acordo com Chauí: [...] cultura torna-se sinônimo de história. A natureza é o reino da repetição; a cultura, o da transformação racional; portanto, é a relação dos sujeitos humanos com o tempo e no tempo. (2006,p.107) O progresso de uma civilização é avaliado por sua cultura e a cultura pelo progresso que ela traz a uma civilização (VEIGA-NETO, 2003). No século XX, surge a antropologia cultural, que concebe a cultura como e a partir de diferentes modos de vida, passando a ser entendida como diferentes sistemas de significação e intercâmbio de significados. (HALL, 1997) Desta forma, entende-se a cultura como processo e como modo de vida, que implica referências subjetivas que vão além da etnicidade, língua e religião, produzindo a diversidade. Sendo assim, a cultura não só contribui para a formação de identidades, construção da base simbólica e de valores de uma sociedade, como também atende a inúmeros outros propósitos, desde o crescimento econômico até a coesão social. CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 141 8 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política da Cultura Há complexidade no entendimento de cultura, uma vez que ela representa a relação de um povo em determinado espaço e tempo, bem como as representações artístico-culturais resultantes dessa relação. O acesso à cultura era restrito à elite como grupo dominante minoritário, diferentemente dos grupos excluídos do acesso cultural; entre esses as pessoas com deficiência, que ficavam à margem da participação social e aquém do acesso e produção de cultura. O lugar social que as pessoas com deficiência ocupavam resultava de conceitos pré-inclusivistas da década de 60, a exemplo do modelo médico, que remetia a deficiência à doença. Dessa forma, o sujeito deveria ser enquadrado em determinado diagnóstico e tratado de maneira assistencialista para adequar-se conforme os padrões tidos como normais da sociedade; ou seja, para poder fazer parte da comunidade, as pessoas com deficiência deveriam moldar-se aos requisitos considerados “normais”, a partir da normalização (SASSAKI, 1997). Da mesma forma, o conceito de deficiência foi construído culturalmente na perspectiva da exclusão, estando relacionado à invalidez e, portanto, com ênfase na incapacidade das pessoas participarem e produzir cultura. Posteriormente, surge o conceito de integração social no qual a pessoa com deficiência deve adaptar-se às normas da sociedade fazendo uma distinção do normal/anormal. No século XX, a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, consagra o princípio de que todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos colocando em pauta a igualdade entre os homens (ONU, 1994). Surge, aos poucos, o conceito de inclusão social, o qual refere que a sociedade deve adaptar-se para atender às necessidades de todos os seus membros. Trata-se de “um processo bilateral no qual as pessoas, ainda excluídas, e a sociedade, buscam, em parceria, equacionar problemas, decidir sobre soluções e efetivar a equiparação de oportunidades para todos” (SASSAKI, 1997, p. 41). Sendo assim, o sentido da inclusão não está 142 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 8 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política da Cultura em homogeneizar as diferenças, mas em efetivá-las como direito à diversidade. Pensar a questão das diferenças pressupõe um processo de sistemas simbólicos garantidos por meio de representações políticas, históricas e culturais (FIORIN, 2010). A deficiência está intimamente associada à questão da aceitação das diferenças. Enquanto o “eu” é aquilo que “sou”, a diferença é aquilo que o “outro” é. Por muito tempo as pessoas com deficiência foram excluídas do acesso aos bens culturais, enfrentando barreiras para seu acesso nessa política. Mais do que questionadas, as diferenças devem ser respeitadas, contribuindo para a multiplicidade e, portanto, produzindo diversidade (FIORIN, 2010). É nesta perspectiva que, conforme propõe Santos (2003): “temos direito às diferenças quando a igualdade nos descaracteriza”. Dessa forma: Respeitar a diferença não pode significar “deixar que o outro seja como eu sou” ou “deixar que o outro seja diferente de mim tal como eu sou diferente (do outro)”, mas deixar que ele seja esse outro que não pode ser eu, que eu não posso ser, que não pode ser um (outro) eu; significa deixar que o outro seja diferente, deixar que seja uma diferença que não seja, em absoluto, diferença entre duas identidades, mas diferença da identidade, deixar ser uma outridade que não é outra “relativamente a mim” ou “relativamente ao mesmo”, mas que é absolutamente diferente, sem relação alguma com a identidade ou com a mesmidade. (PARDO, 1996, p. 154) A diferença movimenta a multiplicidade e o direito de ser múltiplo, tornando-se uma janela para a inclusão de pessoas com defiCONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 143 8 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política da Cultura ciência na cultura, visto que a deficiência põe em pauta as formas de ser e questionar as diferenças, enquanto a cultura está a serviço da diversidade como produção e expressão dessas diferenças. De acordo com Mianes (2011), as produções artístico-culturais, podem subverter a lógica de homogeneização das diferenças atuando como espaço de resistência e de direito dos sujeitos com deficiência. Como forma de materialização desses direitos, os artigos 13º e 15º do Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais referem que todas as pessoas têm o direito de usufruir de qualquer produção científica, literária ou artística, bem como de participar da vida cultural de sua escolha e executar suas próprias práticas culturais e criativas (ONU, 1992). Da mesma forma, as Normas para Equiparação de Oportunidades para Pessoas com Deficiência (ONU, 1993) expõem a participação do Estado em garantir a participação das pessoas com deficiência nas atividades culturais, em condições de igualdade com as demais, bem como assegurar que tenham oportunidade de utilizar o seu potencial criativo, artístico e intelectual, não apenas em benefício próprio, mas também para enriquecimento da sua comunidade. São exemplos de tais atividades a dança, a música, a literatura, o teatro, as artes plásticas, a pintura e a escultura, bem como o acesso a espaços onde se realizem eventos ou se prestem serviços culturais, tais como teatros, museus, cinemas e bibliotecas. Reconhecer a diferença do outro é como abrir uma janela. Da mesma forma as legislações específicas e a participação das pessoas com deficiência no movimento para o reconhecimento das diferenças, representam o início do ato de abrir uma janela, cuja paisagem é a da inclusão social. Essa paisagem ainda em construção, no entanto, aponta potencialidades para maior abertura da inclusão social. A pesquisa: “Condições para o Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do Estado do Rio Grande do Sul” é também uma janela que, a partir da coleta de dados a respeito do acesso das pessoas com defi- 144 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 8 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política da Cultura ciência às diferentes políticas públicas, pode, por meio da produção do conhecimento, questionar a paisagem atual que se vê dessa janela produzindo um devir sobre novas possibilidades de inclusão. 8.2. Análise dos dados da pesquisa: uma janela entreaberta A análise da pesquisa: “Condições para o Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do Estado do Rio Grande do Sul” simboliza uma janela entreaberta a partir dos dados colhidos nos municípios participantes. Diante da pergunta sobre quais condições de acesso existem para as pessoas com deficiência nos 496 municípios, 20% alegaram não saber, 45% mencionaram não haver acesso e 35% dos municípios contatados não responderam a esta questão. O questionário referente à política da cultura aponta que, dos 496 municípios, 4% destacam a existência de centros culturais e casas de cultura acessíveis e mencionam possuir acessibilidade em bibliotecas. Dos municípios respondentes, 2% revelam acesso em eventos e projetos culturais, telecentros, teatro, cineclube, atividades de canto, música, dança e teatro. Quanto à justificativa da acessibilidade existente nestes equipamentos culturais, 28 municípios apontam a existência de rampas, e 5 municípios mencionam a existência de banheiros adaptados para cadeirantes, bem como corrimão e elevador. Os municípios também foram questionados quanto às barreiras encontradas pelas pessoas com deficiência no acesso aos equipamentos culturais de sua localidade. Entre as respostas, 22% apontam barreiras físicas e arquitetônicas gerais (rampas, corrimão, etc); a falta de atividades, de projetos, de recursos humanos e financeiros foi atribuída por 5% dos municípios; a inexistência de banheiros adaptados, de sinalização tátil, visual ou sonora, de transporte adequado e dificuldades de deslocamento foi mencionada por 2% do total pesquisado; por fim, foram citadas barreiras CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 145 8 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política da Cultura como a falta de incentivo à inclusão, o preconceito e a própria limitação da pessoa com deficiência. O Ministério da Cultura vem ampliando a discussão da questão da democratização da cultura, pela Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural (SID/MinC). Dessa forma, no que diz respeito às pessoas com deficiência, a SID, desde o ano de 2008, vem realizando a “Oficina Nacional de Indicação de Políticas Públicas Culturais para Inclusão de Pessoas com Deficiência” destinada a artistas, gestores públicos, pesquisadores e agentes culturais da sociedade civil. O objetivo dessa oficina foi indicar diretrizes e ações, no sentido de contribuir para a construção de políticas culturais de patrimônio, difusão, fomento e acessibilidade para pessoas com deficiência. Para isso foi adotado o lema “Nada sobre Nós sem Nós” em consonância aos princípios universais da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, a qual diz que as pessoas com deficiência devem ter a oportunidade de participar ativamente das decisões relativas a programas e políticas, inclusive aos que lhes dizem respeito diretamente. (AMARANTE; LIMA, 2009) O Estado deve garantir as condições de acesso à cultura a partir de investimentos públicos. Porém, quem muda a paisagem vista pela janela são os movimentos e mobilizações sociais das pessoas com deficiência, juntamente com os conselhos municipais e a sociedade como um todo; ou seja, é necessária a promoção da inclusão por meio da produção de demandas que são justificadas a partir da participação das pessoas com deficiência em torno de seus direitos em ter acesso à cultura. Além disso, é preciso mudar culturalmente o conceito da deficiência, cujo sentido ainda está relacionado às incapacidades e limitações, ou seja, opondo-se ao reconhecimento das diferenças e fechando, assim, a janela da exclusão. A questão da inclusão das pessoas com deficiência na política da cultura revela um devir. Trata-se de uma paisagem em construção que apresenta, por um lado avanços e, por outro, desafios 146 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 8 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política da Cultura a serem vencidos com mobilização e participação da sociedade como um todo. Para materialização desse movimento os investimentos públicos devem estar voltados à construção de políticas públicas cujo desenvolvimento seja permeado pelo conceito de inclusão social. Neste sentido a pesquisa representa uma janela entreaberta, na medida em que exibe uma paisagem a ser desvendada, por meio do aprofundamento da realidade dos municípios do RS quanto ao acesso à política da cultura para assim incidir uma ação transformadora sobre e com ela. Considerações Finais O capítulo em questão abre uma janela na medida em que buscou apresentar os dados da pesquisa “Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do Estado do Rio Grande do Sul” referentes à política da cultura a fim de abrir outras janelas, pois para se mudar uma realidade é preciso conhecimento; neste sentido é que essa pesquisa é um devir porque, a partir de seus resultados, lança novos questionamentos e ações acerca da realidade social das pessoas com deficiência na cultura. O acesso à cultura, historicamente, estava restrito à elite. Desta forma a exclusão em participar e produzir cultura teve maior impacto sobre os grupos à margem da sociedade, entre esses as pessoas com deficiência. A formulação dos direitos culturais é uma ampliação dos direitos humanos e deu consistência à vida cultural que dá pleno sentido à liberdade humana. É na liberdade humana que a declaração dos direitos culturais se baseia, quando diz que todos têm o direito a participar da vida cultural, inclusive por meio da contestação das normas e dos valores dominantes. Os direitos culturais são legislados a partir do Plano Nacional de Cultura do Brasil (BRASIL, 2010.). O referido CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 147 8 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política da Cultura plano expõe no capítulo II, a partir de suas estratégias e ações, a necessidade de realização de programas de reconhecimento e prevenção, especialmente aos grupos sujeitos à discriminação, entre estes: “os indígenas, os afro-brasileiros, (...) que se encontram ameaçados devido a processos migratórios, modificações do ecossistema, transformações na dinâmica social, territorial, econômica, comunicacional e tecnológica; e aqueles discriminados por questões étnicas, etárias, religiosas, de gênero, orientação sexual, deficiência física ou intelectual e pessoas em sofrimento mental”. (FIORIN 2010, p. 17) O reconhecimento da diversidade cultural e o respeito às diferenças exigem a participação ativa das pessoas com deficiência nas decisões políticas que envolvem a concretização desses direitos na esfera pública, bem como da viabilização de recursos financeiros provindos pelo Estado. O direito à participação nas decisões da política cultural se efetiva no direito das pessoas com deficiência de intervir na definição de diretrizes culturais e dos orçamentos públicos, a fim de garantir tanto o acesso quanto a produção de cultura. Assim, como ressaltado pelo comitê dos direitos econômicos, sociais e culturais, os estados devem demonstrar que estão constantemente tomando medidas necessárias para o pleno cumprimento dos direitos culturais de acordo com o máximo de recursos disponíveis. Cabe ao Estado criar as condições de acesso à cultura por meio de investimentos públicos. A questão do acesso das pessoas com deficiência à política da cultura deve ser pensada para além da mera participação, mas também na produção cultural. As pessoas com deficiência devem gerar demandas a partir de sua participação e produção na esfera cultural. Devem conhecer e reivindicar seus direitos de forma a abrir janelas para inclusão na cultura. As diferenças são substanciais à constituição de sujeito, é por meio delas que existem o avanço, o contraponto, a contradição 148 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 8 - Análise de Resultados da PesQuisa na PerspectiVa da Política da Cultura que permitem a constante movimentação dos sujeitos. A diferença é inerente às relações humanas; dessa forma, pensar a questão das diferenças representa uma janela para o devir da inclusão das pessoas com deficiência na cultura. Referências AMARANTE, Paulo.; LIMA, Ricardo (Coord.). Nada sobre Nós sem Nós. Relatório final. / Oficina Nacional / Coordenado por Paulo Amarante e Ricardo Lima. Rio de Janeiro: s.n. 2009. BRASIL. Lei Nº 12.343, de 2 de Dezembro de 2010. PLANO NACIONAL DE CULTURA 2010. Disponível em <http://www.cultura.gov.br/site/2011/09/15/ plano-nacional-de-cultura-23/> Acesso em 02 de setembro de 2011. CHAUÍ, Marilena. Cidadania Cultural. O direito à cultura. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2006; COELHO, Teixeira. Direito Cultural no Século XXI: Expectativa e Complexidade. Revista Observatório do Itaú Cultural n. 11. São Paulo: Itaú Cultural, 2011. DELEUZE, Gilles, e Félix GUATTARI. O que é a Filosofia? Tradução: Bento Prado Jr. e Alberto Alonso Muñoz. São Paulo, SP: Editora 34, 1992. FIORIN, Ana Paula Baroni. Igualdade, Diferença e Inclusão, na Perspectiva das Pessoas com Deficiência. Direitos Culturais, Santo Ângelo, v. 5, n.8, p. 217-230, jan./jun. 2010. HALL, Stuart. A centralidade da cultura: notas sobre as revoluções culturais do nosso tempo. 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Da mesma forma, os objetivos e instrumentos de participação sofreram transformações. 1 Jorge Amaro de Souza Borges é biólogo, mestre em educação pela PUCRS, participa do Projeto Cátedra Anísio Teixeira, servidor público da FADERS, diretor-presidente do Grupo Maricá, Coordenador Geral do CONADE – Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência. 2 Moisés Luiz Bauer é bacharel em ciências jurídicas, assessor jurídico do Ministério Público-RS, Presidente da Associação de Cegos do RS (ACERGS), da Organização de Cegos do Brasil (ONCB) e do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência (COEPEDE). 3 Roberto Luiz Veiga Oliveira é fisioterapeuta, servidor público estadual do RS, Vice-Presidente da Associação de Cegos do RS (ACERGS). CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 151 9 - Análise de dados da pesQuisa na perspectiVa dos ConselHos de Direitos A Constituição de 1988 trouxe algumas inovações, sendo que grande parte delas ainda carece de implementação. Um dos aspectos que necessitam de maior aprimoramento é o controle social. A nossa Carta Magna, entre outros artigos, refere-se ao termo controle nos artigos 37, §8°, II, 49, X, 70, 197, 294, II, quando trata da avaliação de desempenho e de responsabilidade dos dirigentes, das competências do Congresso Nacional, da fiscalização, da formulação de políticas públicas e dos serviços, respectivamente, de saúde e de assistência social. Para Gramsci (2000, p. 244), “(...) na noção geral de Estado entram elementos que devem ser remetidos à noção de sociedade civil no sentido, seria possível dizer, de que o Estado = sociedade política + sociedade civil; isto é, a hegemonia couraçada de coerção”. Conforme Brunello, hegemonia é a capacidade revelada por um ou mais grupos sociais de dirigir outros grupos sociais pelo consentimento. Tornar-se hegemônico significa conseguir uma posição de supremacia na sociedade, passando a dominá-la pela força das instituições do Estado e do governo político. Controle social é a capacidade da sociedade organizada, intervir nas políticas públicas como forma de garantir direitos fundamentais, consoante com a doutrina de Jorge Miranda (1998, p.8): Por direitos fundamentais entendemos os direitos ou as posições jurídicas subjetivas das pessoas enquanto tais, individual ou institucionalmente consideradas, assentes na Constituição, seja na Constituição formal, seja na Constituição material – donde, direitos fundamentais em sentido formal e direitos fundamentais em sentido material. Quando se menciona os direitos das pessoas com deficiência, esta intervenção ocorre tanto pelos Conselhos como por meio de 152 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 9 - Análise de dados da pesQuisa na perspectiVa dos ConselHos de Direitos diversas entidades da sociedade civil envolvidas com a temática. “Os conselhos de direitos, também denominados conselhos de políticas públicas ou conselhos gestores de políticas setoriais, são órgãos colegiados, permanentes e deliberativos, incumbidos, de modo geral, da formulação, supervisão e da avaliação das políticas públicas, em âmbito federal, estadual e municipal”.4 O presente capítulo vai trazer para discussão as instâncias de Conselhos e Órgãos de Gestão no Brasil, os resultados da pesquisa na perspectiva dos conselhos de direitos e as considerações finais. 9.1. Instâncias de Conselhos e Órgãos de Gestão no Brasil No âmbito federal, instituiu-se, em 1999, o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CONADE), órgão de deliberação colegiada ligado inicialmente ao Ministério da Justiça, composto tanto por representantes do governo e por entidades da sociedade civil. Em 2003, passou a ser vinculado à Presidência da República, por meio da Secretaria Especial dos Direitos Humanos. O Conselho Nacional é responsável por acompanhar e avaliar o desenvolvimento da Política Nacional da Pessoa com Deficiência e das políticas setoriais de educação, saúde, trabalho, assistência social, transporte, cultura, turismo, esporte, lazer e política urbana, dirigidas a esse grupo social, e que são aquelas objeto da pesquisa, ressaltando a importância dela para uma análise das políticas públicas. Conforme o artigo 11º da do Decreto Federal 3.298, de 20 de dezembro de 1999, o CONADE tem como atribuições: 4 Definição extraída do artigo intitulado “Conselhos de Direitos e Formulação de Políticas Públicas”, de Patrícia Helena Massa Arzabe, Doutoranda na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo e Procuradora do Estado de São Paulo. Disponível no site http://www.dhnet.org. br/direitos/textos/politicapublica/patriciamassa.htm. CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 153 9 - Análise de dados da pesQuisa na perspectiVa dos ConselHos de Direitos I – zelar pela efetiva implantação da política para inclusão da pessoa com deficiência em âmbito nacional; II – acompanhar o planejamento e avaliar a execução das políticas setoriais de educação, saúde, trabalho, assistência social, transporte, cultura, turismo, desporto, lazer, política urbana e outras relativas à pessoa com deficiência; III – acompanhar a elaboração e a execução da proposta orçamentária da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, sugerindo as modificações necessárias à consecução da Política Nacional para Integração da Pessoa com Deficiência; IV – zelar pela efetivação do sistema descentralizado e participativo de defesa dos direitos da pessoa com deficiência; V – acompanhar e apoiar as políticas e as ações do Conselho dos Direitos da Pessoa com Deficiência no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; VI – propor a elaboração de estudos e pesquisas que objetivem a melhoria da qualidade de vida da pessoa com deficiência; VII – propor e incentivar a realização de campanhas visando à prevenção de deficiência e à promoção dos direitos da pessoa com deficiência; VIII – aprovar o plano de ação anual da Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência - CORDE; IX – acompanhar, mediante relatórios de gestão, o desempenho dos programas e projetos da política para inclusão da pessoa com deficiência em âmbito nacional; 154 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 9 - Análise de dados da pesQuisa na perspectiVa dos ConselHos de Direitos X – elaborar o seu regimento interno. (BRASIL, 1999) Em paralelo à instituição do Conselho Nacional, criou-se a Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE), órgão de Assessoria da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, com responsabilidade da gestão e implementação de políticas voltadas para integração da pessoa com deficiência. Para tanto, responsabilizava-se pela regulação das ações desta área no âmbito federal, e pela articulação de políticas públicas existentes, tanto na esfera federal como nos estados e municípios. Em 2009, a então CORDE foi elevada a Subsecretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SNPD). Isso aconteceu em 26 de junho de 2009 pela Lei 11.958 e Decreto 6.980, de 13 de outubro de 2009. Já em 2010, o Decreto 7.256/10 aprovou a Estrutura Regimental da Secretaria de Direitos Humanos e criou a Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, sendo responsável pela articulação e coordenação das políticas públicas voltadas para as pessoas com deficiência. A nova Secretaria ganhou mais importância no momento em que o Brasil ratificou a Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados na sede da ONU, em Nova Iorque, em 30 de março de 2007, cujo instrumento ganhou status de Emenda Constitucional, quando foi aprovada pelo Congresso Nacional por meio do Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008 e pelo Decreto do Poder Executivo nº 6.949 de 25 de agosto de 2009 conforme o procedimento do § 3º do art. 5º da Constituição. Hoje, a Convenção, juntamente com leis específicas, dá suporte à política nacional para a inclusão da pessoa com deficiência. A SNPD tem, como sua atribuição, coordenar e supervisionar o Programa Nacional de Acessibilidade e o Programa CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 155 9 - Análise de dados da pesQuisa na perspectiVa dos ConselHos de Direitos de Promoção e Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, os quais pretendem estimular todos os setores, públicos e privados, para que as políticas e programas contemplem a promoção, a proteção e a defesa dos direitos da pessoa com deficiência, cabendo, ainda, emitir pareceres técnicos sobre projetos de lei afetos à área, que estejam em tramitação no Congresso Nacional; estimular e promover a realização de audiências, consultas públicas e câmaras técnicas, envolvendo as pessoas com deficiência nos assuntos que as afetem diretamente e indiretamente; coordenar tanto as ações de prevenção e eliminação de todas as formas de discriminação contra a pessoa com deficiência, buscando a prevenção e o enfrentamento das mais variadas formas de exploração, violência e abuso contra pessoas com deficiência quanto as ações de promoção, garantia e defesa de tudo o que é previsto pela Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, mediante o desenvolvimento de políticas públicas de inclusão. No Rio Grande do Sul, em 23 de agosto de 1999, foi instituída a Política Pública Estadual para as Pessoas com Deficiência e Pessoas com Altas Habilidades, mediante o Decreto nº. 39.678/1999. Consta nesse decreto uma introdução ressaltando a “mudança de paradigma” assumida pelo Governo do Estado, dando ênfase a uma “concepção” que tem por base os valores “universais e humanistas da cidadania e dos direitos humanos”, visando a interromper e a ultrapassar as ações e os valores “tradicionais” e “assistencialistas” concebidos anteriormente pelo estado, viabilizando e “assegurando” a “inclusão e integração sociais com respeito às diferenças e na equiparação de oportunidades” necessárias à afirmação da “cidadania” das “pessoas portadoras de deficiência e das pessoas portadoras de altas habilidades” (RIO GRANDE DO SUL, 1999). A política pública estadual é compreendida como um documento orientador que propõe uma “nova concepção” acerca das “pessoas com deficiência e das pessoas com altas habilida- 156 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 9 - Análise de dados da pesQuisa na perspectiVa dos ConselHos de Direitos des”, possibilitando ações afirmativas, buscando a “afirmação de direitos” e a “inclusão social” e tendo como “palavra de ordem” a “cidadania”. O Decreto é constituído por oito artigos. Com a criação e a implementação da Política Pública Estadual para Pessoas com Deficiência e Pessoas com Altas Habilidades, a FADERS (Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência e com Altas Habilidades no RS) tornou-se o órgão público responsável pela articulação e gestão das políticas para esse setor social. O primeiro espaço de controle social legitimado pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul foi o Fórum Permanente das Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência e Pessoas com Altas Habilidades, que conforme o artigo 4º do Decreto nº. 39.678/1999: Art. 4° – Para garantir a participação da sociedade, fica instituído o Fórum Permanente da Política Pública Estadual para PcD’s e PcAH’s, composto por órgãos públicos, Organizados não governamentais e entidades de atendimento das PcD’s e PcAH’s.(RIO GRANDE SO SUL, 1999) A proposta de criação do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência no Rio Grande do Sul (COEPEDE) foi construída justamente nas discussões ocorridas durante o Fórum de Políticas Públicas, em 2003, e aprovada por unanimidade. A partir daí, foi instituída comissão paritária, com representantes de diferentes segmentos – pessoas com deficiência e órgãos governamentais, além da participação do Ministério Público. Após a tramitação legal, foi encaminhada à Assembleia Legislativa; no dia 10 de outubro de 2005, foi sancionada a Lei 12.339, criando o Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência; em 6 de junho de 2006, foi publicada no Diário Oficial do Estado a nominata de CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 157 9 - Análise de dados da pesQuisa na perspectiVa dos ConselHos de Direitos representantes, titulares e suplentes das secretarias e entidades para compor o Conselho. Conforme o artigo 4º da lei 12.339/2005, compete ao COEPEDE: I – formular diretrizes, acompanhar e fiscalizar a implementação da Política Estadual da Pessoa com Deficiência, com base no disposto nos artigos 203 e 227 da Constituição Federal e no artigo 195 da Constituição Estadual; II – sugerir a promoção, em todos os níveis da Administração Pública Direta e Indireta, de atividades que visem ao resguardo dos direitos da pessoa com deficiência, possibilitando sua plena inserção na vida socioeconômica, política e cultural do Estado; III – colaborar com os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, estaduais e federal, no estudo dos problemas relativos à pessoa com deficiência, propondo medidas adequadas à sua solução; IV – zelar e supervisionar a Política Estadual da Pessoa com Deficiência; V – congregar esforços junto aos órgãos públicos, entidades privadas e grupos representativos, visando ao atendimento especializado da pessoa com deficiência; VI – participar na elaboração da proposta orçamentária do Estado no que se refere às ações voltadas à execução da política e dos programas de assistência, prevenção e atendimento especializado aos deficientes; VII – acompanhar a aplicação dos recursos públicos estaduais destinados aos serviços de atendi- 158 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 9 - Análise de dados da pesQuisa na perspectiVa dos ConselHos de Direitos mento e de assistência social voltados aos deficientes; VIII – sugerir junto aos poderes constituídos, modificações na estrutura governamental diretamente ligada à promoção, proteção, defesa e atendimento especializado aos deficientes; IX – promover a criação e implementação de programas de prevenção da deficiência, bem como sugerir a criação de entidades governamentais para o atendimento aos deficientes; X – oferecer subsídios para a elaboração ou reforma da legislação estadual referente aos direitos dos deficientes; XI – estimular e apoiar entidades privadas e órgãos públicos na qualificação de equipes interdisciplinares para a execução de seus programas; XII – incentivar, apoiar e promover eventos, estudos e pesquisas na área da deficiência, visando à qualidade dos serviços prestados pelo Estado e entidades afins; XIII – apoiar os Conselhos Municipais e congêneres de Políticas Setoriais, bem como órgãos e entidades governamentais e não governamentais, objetivando a efetivação das normas, princípios e diretrizes estabelecidos na Política Estadual da Pessoa com Deficiência; XIV – promover intercâmbio com organismos ou entidades públicas ou privadas, nacionais ou internacionais, visando à consecução dos seus objetivos e metas; XV – acompanhar a execução de programas, projetos e ações da administração estaduCONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 159 9 - Análise de dados da pesQuisa na perspectiVa dos ConselHos de Direitos al, referentes à pessoa com deficiência; XVI – promover e apoiar a realização de campanhas educativas sobre os direitos da pessoa com deficiência; XVII – prestar informações sobre questões voltadas ao bem-estar da pessoa com deficiência, manifestando-se sobre a respectiva prioridade, relevância e oportunidade; XVIII – manter, de acordo com os critérios estabelecidos em Regimento Interno, o cadastramento de entidades que prestam atendimento aos deficientes; XIX – receber denúncias sobre violações dos direitos dos deficientes, dando-lhes o encaminhamento devido junto aos órgãos responsáveis, propondo medidas para apuração, cessação e reparação dessas violações; XX – implantar e manter atualizado um banco de dados onde sejam sistematizadas estatísticas com informações sobre as diversas áreas da deficiência e do respectivo atendimento prestado no Estado; XXI – convocar, ordinariamente, a cada dois anos, e, extraordinariamente, por maioria absoluta de seus membros, a Conferência Estadual da Pessoa com Deficiência, com atribuição de avaliar a situação do setor no Estado e sugerir diretrizes para o seu aperfeiçoamento; XXII – estimular a criação de Conselhos Municipais da Pessoa com Deficiência; e; XXIII – elaborar e aprovar o seu Regimento Interno. (RIO GRANDE DO SUL, 2005) 160 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 9 - Análise de dados da pesQuisa na perspectiVa dos ConselHos de Direitos No estado, conforme dados cadastrais do COEPEDE, já existem 49 conselhos municipais dos direitos da pessoa com deficiência em atividade, correspondendo a aproximadamente 10% dos municípios gaúchos. O mais antigo deles é o de Pelotas, instituído pela Lei 3.551/1992; conforme o artigo 7º da respectiva lei, o Conselho tem como principais competências: “I – Formular a Política Municipal dos Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiência e dos Superdotados, fixando as prioridades para a consecução das ações, a captação e a aplicação de recursos. II – Zelar pela execução dessa Política, atendidas as peculiaridades das pessoas portadoras de Deficiência e Superdotadas, de suas famílias e de seus grupos de vizinhanças. III – Formular as prioridades a serem incluídas no planejamento do Município, em tudo o que se refere ou possa afetar as condições de vida da pessoa Portadora de Deficiência e Superdotada. IV – Estabelecer critérios, formas e meios de fiscalização de tudo quanto se executa no Município, que possa afetar às suas deliberações. V – Regulamentar as entidades não governamentais de atendimento dos direitos das pessoas portadoras de Deficiência e Superdotadas. VI – Regulamentar, organizar, coordenar, bem como adotar todas as providências que julga cabíveis para a eleição e a posse dos membros do Conselho.” (PELOTAS, 1992) Raichelis (2000) considera controle social como um dos elementos constitutivos da estratégia política da esfera pública. Ele CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 161 9 - Análise de dados da pesQuisa na perspectiVa dos ConselHos de Direitos “implica o acesso aos processos que informam decisões da sociedade política, que devem viabilizar a participação da sociedade civil organizada na formulação e na revisão das regras que conduzem as negociações e arbitragens sobre os interesses em jogo, além da fiscalização daquelas decisões, segundo critérios pactuados”. (RAICHELIS, 2000) O controle social, de acordo com Cunha (2003), pode ocorrer pelo monitoramento legal, tendo como instrumentos, os conselhos gestores de políticas públicas, Ministério Público, Tribunal de Contas, Ação Civil Pública, Mandado de Segurança, Mandado de Injunção, Ação Popular, Código do Consumidor, Defensoria Pública, Poder Legislativo, Comissões, Orçamento Participativo e Audiência Pública. Além deste, há o monitoramento autônomo, realizado pelos sindicatos, organizações não governamentais, universidades, ouvidorias independentes e partidos políticos. Tabela 1: Relação de Conselhos Municipais – RS. (COEPEDE, 2011) CONSELHOS MUNICIPAIS Alegrete Panambi Alvorada Parobé Arroio do Sal Passo Fundo Arroio Grande Pelotas Bento Gonçalves Porto Alegre Cachoeira do Sul Progresso Cachoeirinha Putinga Canguçu Rio Grande Canoas Rio Pardo Capão da Canoa Santana do Livramento Carazinho Santa Bárbara do Sul Caxias do Sul Santa Cruz do Sul Crissiumal Santo Ângelo Cruz Alta Santo Antônio da Patrulha Dom Pedrito Santo Antônio do Planalto 162 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 9 - Análise de dados da pesQuisa na perspectiVa dos ConselHos de Direitos Esteio Frederico Westphalen Garibaldi Gaurama General Câmara Giruá Gravataí Ibirubá Montenegro Novo Hamburgo São Borja São Leopoldo São Luiz Gonzaga Sapiranga Sapucaia do Sul Tio Hugo Tramandaí Venâncio Aires Viamão 9.2. Resultado da Pesquisa na Perspectiva dos Conselhos de Direitos Um dos principais entraves aos processos de controle social e ao avanço das políticas públicas é a ausência de dados e informações consistentes sobre o público a ser atingido diretamente pelas ações. A maioria dos municípios pesquisados não consta mapeamento da população com deficiência, somente 9% têm esse dado. As principais informações sobre pessoas com deficiência são aquelas obtidas pelo Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por amostragem. Para a real eficiência das políticas públicas, informações de outros bancos de dados, como os de usuários do Beneficio de Prestação Continuada (BPC), Passe ivre Intermunicipal, Sistema Único de Saúde (SUS) e das redes de ensino poderiam complementar as informações e subsidiar gestores. A esse respeito, Barroso (2005), ao analisar o conceito de regulação das políticas públicas, alerta para as tendências de substituição parcial da regulação estatal por uma de iniciativa privada mediante a criação de quase mercado. (BARROSO, 2005, p. 733) A falta de preparo educacional da população em geral; a inexistência de mecanismos que favoreçam a transparência da execução dos atos CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 163 9 - Análise de dados da pesQuisa na perspectiVa dos ConselHos de Direitos administrativos; a falta de acesso a dados e informações na esfera pública, particularmente quanto aos dados orçamentários e financeiros; a legislação complexa, dúbia e no mais das vezes hermética em termos de linguagem; baixa participação dos cidadãos em instituições de classes como sindicatos, cooperativas, associações, clubes, partidos e outras organizações civis; dificuldade de acesso do cidadão ao poder público, tanto o Executivo quanto o Legislativo e o Judiciário; baixo nível de proteção dado ao cidadão que denuncia irregularidades; baixa confiabilidade do cidadão nos agentes do estado e nos agentes políticos; alto grau de impunidade; existência de mecanismos de controle pouco eficazes e pouco efetivos. (PESSOA, 1999, apud. CAMPELLO 2003) São Conselhos de constituição obrigatória para repasses de verbas federais os Conselhos de Assistência social, os dos direitos da criança e do adolescente e os de saúde, todos com a atribuição de formular ou de propor políticas públicas, supervisionar e avaliar as políticas além de fiscalizá-las e controlá-las no seu âmbito temático. O número baixo de Conselhos é reflexo dessa condição e influência diretamente no percentual das políticas públicas implantadas. A criação do Fundo Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência e da Pessoa com Altas Habilidades no Rio Grande do Sul, pela Lei 13.620/2011 futuramente dará um novo caráter nos Conselhos Municipais, pois é uma fonte direta de financiamento dessas políticas públicas. No artigo 3º da Lei, em seu Parágrafo Único, destaca que “O plano de aplicação dos recursos do Fundo da Pessoa com Deficiência deverá ser aprovado anualmente pelo 164 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 9 - Análise de dados da pesQuisa na perspectiVa dos ConselHos de Direitos Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência – COEPEDE.” (RIO GRANDE DO SUL, 2011) Quando a pesquisa mostra que em 45% dos municípios pesquisados não consta as possibilidades de acesso da pessoa com deficiência à cultura, metade dos entrevistados afirma não constar no município acesso ao turismo e em 50% dos municípios não constam as possibilidades de acesso ao esporte, demonstram primeiro, que estas políticas são periféricas nos investimentos públicos, traduzindo-se em piores condições as pessoas com deficiência, diferentemente de áreas como saúde e educação, nas quais o estado possui políticas específicas na área da pessoa com deficiência, com programas e dotações orçamentárias próprias. Em 53% dos municípios não constam as possibilidades de acesso à habitação pelas pessoas com deficiência, ao passo que esta área nos últimos anos teve investimentos vultosos pelo Programa Minha Casa Minha Vida do Governo Federal, ou seja, o avanço significativo que grande parte da população está tendo acesso à moradia, ainda não tem repercussões significativas e favoráveis para as pessoas com deficiência. Verifica-se que 40% das entrevistas não constam e 26% não sabem sobre as barreiras existentes no município para o acesso das pessoas com deficiência à cultura; 22% dos entrevistados destacaram que as barreiras físicas/arquitetônicas são as mais encontradas em suas cidades; porém é necessário salientar a complexidade do conceito de cultura. Como salienta Botelho: Vale nesta linha de continuidade a incorporação da dimensão antropológica da cultura, aquela que, levada às últimas consequências, tem em vista a formação global do indivíduo, a valorização dos seus modos de viver, pensar e fruir, de suas manifestações simbólicas e maCONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 165 9 - Análise de dados da pesQuisa na perspectiVa dos ConselHos de Direitos teriais, e que busca, ao mesmo tempo, ampliar seu repertório de informação cultural, enriquecendo e alargando sua capacidade de agir sobre o mundo. O essencial é a qualidade de vida e a cidadania, tendo a população como foco. (2007, p.110) Na área do turismo, as barreiras mais citadas estão relacionadas às questões físicas e arquitetônicas, destacando-se que 40% não constam respostas e 27% não sabem informar, demonstrando a condição ainda periférica da política pública na área do turismo. Da mesma forma, observa-se que sobre as barreiras na área de lazer à pessoa com deficiência há ausência de resposta e a condição de não saber foram às respostas da maioria dos entrevistados, com respectivamente 41% e 31%, enquanto 16% destacam as barreiras físicas/arquitetônicas como aquelas mais visíveis. Na introdução do volume I do Caderno de Turismo Acessível é destacado o crescimento do turismo no Brasil, mas ressalta ainda a dificuldade das pessoas com deficiência terem acesso a ele: Porém, o crescimento das viagens de turismo ainda não permitiu que todos os segmentos da população fossem beneficiados para desfrutar do turismo de lazer. Pessoas com deficiência de diferentes tipologias e pessoas com mobilidade reduzida, tais como idosos e obesos, também poderiam ser incluídos nas estatísticas de exclusão social do turismo, pois encontram dificuldades para se adaptarem às instalações e equipamentos nas edificações turísticas e espaços de lazer, ao mesmo tempo em que encontram prestadores de serviços sem qualificações específicas 166 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 9 - Análise de dados da pesQuisa na perspectiVa dos ConselHos de Direitos para um atendimento diferenciado. (CADERNO DE TURISMO ACESSÍVEL, 2009) O direito do ser humano a uma habitação condigna assiste toda a mulher, homem, jovem e criança a adquirir e sustentar uma casa e uma comunidade seguras onde possam viver em paz e dignidade, sendo reconhecido na Declaração Universal dos Direitos do Homem. Quando se verifica a existência, nos municípios, de que em 42% não constam e 34% não sabem das dificuldades de acesso à habitação, é visível a violação de direitos. Dos entrevistados, 33% não constam as providências para superação das barreiras de acesso a políticas supracitadas. Pode-se perceber que em resposta ao expressivo número de entrevistados que destacaram as barreiras físicas, 23% salientam que os seus municípios têm realizado “adaptação de locais para inclusão/modelagem arquitetônica”. Verifica-se que em 48% dos municípios pesquisados não existem ônibus da frota que atendem ao município que sejam adaptados, em 35% não constam. Constata-se que 9% têm de 1 a 10 ônibus adaptados. Em relação aos horários em que os serviços de ônibus adaptados são disponibilizados, a maioria, 54%, afirma não saber, e em 33% não constam respostas. Para Peralta (2011), o nível social, o acesso universal e independente à mobilidade constituem imperativo decisivo no combate à desigualdade e à exclusão. Destaca, ainda, que o acesso de todos à mobilidade é condição necessária de liberdade e de justiça social. A Lei Orgânica de 77% dos municípios não prevê uma política universalizada de transporte coletivo, e enquanto 32% responderam estar prevista. Diante do Decreto Federal 5.692 de 2/12/2004, em relação a providências em relação à frota acessível, 33% não constam e 19% desconhecem. Dos entrevistados 13% afirmam que em seu município nenhuma medida foi tomada, este percentual é o mesmo dos que declaram estar em fase de planejamento. CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 167 9 - Análise de dados da pesQuisa na perspectiVa dos ConselHos de Direitos A ausência de mapeamento regionalizado para revelar os dados referentes às pessoas com deficiência nos municípios reflete diretamente nas políticas e ações do Estado. Dos entrevistados, 69% não aparecem respostas e 18% não têm informação sobre mapeamento, sendo os dados agravados com relação à zona rural; há menos informações na área rural comparando-se com a zona urbana. Considerações Finais Para pensar um novo momento de direitos realmente assegurados, a ressignificação dos conselhos de direitos das pessoas com deficiência é um tema para estar presente na agenda política brasileira e gaúcha. E este espaço é diferenciado dos demais, pois não busca a construção de uma área específica, mas articular-se com todas as políticas setoriais, portanto, sendo necessariamente concebido dentro do conceito da transversalidade. A ausência de consciência coletiva de que o protagonismo das pessoas com deficiência nos espaços legitimados é um caminho sem volta para que as profundas desigualdades comprovadas pela pesquisa sejam gradativamente superadas pelos governos e pela sociedade. Com suporte em Foucault (1999), destaca as assimetrias de poder entre os discursos concorrentes e as possibilidades de desafios aos discursos hegemônicos, especialmente quando novos atores passam a atuar em um campo de disputas. Cidadania é essencialmente consciência de direitos e deveres e exercício da democracia: direitos civis, como segurança e locomoção; direitos sociais, como trabalho, salário justo, saúde, educação, habitação etc.; direitos políticos, como liberdade de expressão de voto, de participação em partidos políticos e sindicatos, etc. (GADOTTI, 2001, p. 38-39) 168 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 9 - Análise de dados da pesQuisa na perspectiVa dos ConselHos de Direitos O Rio Grande do Sul possui ações específicas na área da deficiência na saúde, educação e assistência social. Nas demais áreas, o tema não é tratado de forma consistente, refletindo claramente nos números da pesquisa. Desta forma, é primordial que todos os demais campos de intervenção de políticas públicas tenham a concepção da pessoa com deficiência em seus horizontes. A pesquisa reforça a necessidade de proposição de investimentos em políticas públicas, mas também na construção de um banco de dados consistente, que estabeleça instrumento para censo local de mapeamento das pessoas com deficiência e ainda, busca o percentual de investimento atual na área para poder prospectar um percentual mínimo nos orçamentos públicos. Refletir sobre a questão dos direitos das pessoas com deficiência significa, hoje, discutir cidadania e democracia, igualdade social e respeito às diferenças, com protagonismo e participação do cidadão. Um dos aspectos a serem melhorados para avançarmos nestes conceitos no Rio Grande do Sul é ampliar o número de conselhos de direitos da pessoa com deficiência nos municípios. Referências Andrade, Luis A. Gama et al. (1986). “A modernização de universidades no Brasil: análise do programa MEC/BID II”. In: A questão urbana, processo de trabalho, a questão agrária, elites políticas, cultura e política. Ciências Sociais Hoje. Revista da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais. São Paulo: Cortez. BARROSO, J. O Estado, a educação e a regulação das políticas públicas. Educação e Sociedade, Campinas, v.26, n. 92, p.725-751, Especial – out. de 2005. BOTELHO, I. Dimensões da cultura e políticas públicas. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, v. 15, n. 2, 2001. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-88392001000200011&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 02/09/2011. CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 169 9 - Análise de dados da pesQuisa na perspectiVa dos ConselHos de Direitos BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Imprensa Oficial, 1988. ______. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Disponível em <http://portal.mj.gov.br/sedh/ct/legis_intern/ddh_bib_inter_universal. htm>. Acesso em 02/09/2011. ______. Decreto nº 3.298/99, de 31 de dezembro de 1999. Regulamenta a Lei Federal nº 7.853, de 24 de outubro de 1989. Dispõe sobre a Política Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, Consolida as Normas de Proteção, e dá outras providências. Brasília, 2009. ______. Decreto nº 6.980, de 13 de 0utubro de 2009. Aprova a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, dispõe sobre o remanejamento de cargos em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores — DAS, altera o Anexo II ao Decreto no 6.188, de 17 de agosto de 2007, que aprova a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão do Gabinete Pessoal do Presidente da República, e dá outras providências. Brasília, 2009. ______. Decreto nº 7.256/10, de 04 de agosto de 2010. Aprova a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Gratificações de Representação da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, dispõe sobre o remanejamento de cargos em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores – DAS, e dá outras providências. Brasília, 2010. ______. Lei nº 11.958, de 25.6.2009. Altera as Leis nos 7.853, de 24 de outubro de 1989, e 10.683, de 28 de maio de 2003; dispõe sobre a transformação da Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca da Presidência da República em Ministério da Pesca e Aquicultura; cria cargos em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores – DAS e Gratificações de Representação da Presidência da República; e dá outras providências. Brasília, 2009. ______. Ministério do Turismo. Turismo Acessível: Introdução a uma Viagem de Inclusão. Volume I. Brasília: Ministério do Turismo, 2009, 48 p. Brunello, Y. Mais definições em trânsito: Hegemonia. Disponível em < http://www.cult.ufba.br/maisdefinicoes/HEGEMONIA.pdf>. Acesso em 02/09/2011. 170 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 9 - Análise de dados da pesQuisa na perspectiVa dos ConselHos de Direitos CAMPELLO, C. A. G. B. O controle social dos processos orçamentário e financeiro dos municípios. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DEL CLAD SOBRE LA REFORMA DEL ESTADO Y DE LA ADMINISTRACIÓN PÚBLICA, 7, 2003, Cidade do Panamá, 2003. FOUCAULT, M. História da Sexualidade I: a vontade de saber. 13. ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1999. 152p. GADOTTI, M. Um Legado de Esperança. Sp; Cortez, 2001. GRAMSCI, A. Cadernos do Cárcere. Vol. 3: Maquiavel. Notas sobre o Estado e a política; edição e tradução, Carlos Nelson Coutinho; coedição, Luiz Sérgio Henriques e Marco Aurélio Nogueira. Rio de janeiro: Civilização Brasileira, 2000. MIRANDA, J. Manual de direito constitucional. 2. ed., Coimbra: Coimbra Editora Ltda., 1998. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, 2006. PELOTAS. Lei Municipal nº 3.551, de 02 de julho de 1992. Dispõe sobre a política Municipal dos direitos das pessoas portadoras de deficiência e superdotados. Pelotas, 1992. PERALTA, N. Transportes coletivos: um serviço público gratuito. Extraído em 10 de setembro de 2011 da página http://igualdade.bloco.org/index. php?option=com_content&task=view&id=60&Itemid=1. RAICHELIS, R. Esfera pública e os conselhos de assistência social: caminhos da construção democrática. São Paulo: Cortez, 1998. RIO GRANDE DO SUL. Decreto Estadual nº. 39.678, de 23 de agosto de 1999. Institui a Política Pública para as Pessoas Portadoras de Deficiência e de Altas Habilidades. Porto Alegre, 1999. ________________. Lei Estadual nº. 12.339, de 10 de outubro de 2005. Institui o Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Porto Alegre, 2005. ________________. Lei Estadual nº. 13.620, de 28 de abril de 2011. Institui o Fundo Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência e das Pessoas com Altas Habilidades. Porto Alegre, 2011. CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 171 CONSIDERAÇÕES FINAIS A realização da pesquisa “Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do Estado do RGS” buscou para além da coleta de dados para a elaboração do diagnóstico social e institucional, instaurar um processo de transformação cultural e social pautando a temática da inclusão e da acessibilidade universal ao questionar os gestores acerca da realidade presente em seus municípios. Os resultados desta pesquisa demonstraram inequivocamente que ainda carecemos de mais conhecimento, empenho e investimento para criar as condições necessárias à inclusão das Pessoas com Deficiência no espaço societário. Embora a luta dos movimentos sociais das pessoas com deficiência em âmbito nacional e internacional tenha conquistado mais direitos e conseguido garantir uma legislação avançada, há, ainda, muito a conquistar para garantir a concretude desses direitos que se expressam nos serviços e bens sociais. Entendendo-se que as políticas públicas estão em permanente construção e que tal construto se dá pela via da contradição, uma vez que concomitantemente nossas ações e intervenções viabilizam e interditam a construção de acessibilidade, afirmamos o valor desta pesquisa na medida em que ela questionou e deu visibilidade a esta contradição, desinstalando os sujeitos de pesquisa de sua comodidade e desvelando uma realidade ainda excludente, mas com potencial para ser transformada e para tornar-se mais inclusiva em consonância com a diversidade da vida! CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 173 Considerações Finais Como constatamos ao longo de todos os capítulos deste livro o acesso aos bens sociais para as Pessoas com Deficiência em todas as áreas pesquisadas necessita de maior investimento e concretude. Necessitamos de maior acessibilidade no meio físico, no âmbito tecnológico, na superação das barreiras atitudinais e além, adequando nossas estruturas sociais e propiciando um mundo para todos. Na educação, ainda nos encontramos no meio do caminho, a educação para todos é um processo em construção e para acelerar as transformações neste campo o meio indicado é a capacitação de gestores públicos, a formação continuada para o corpo docente e discente das escolas e o monitoramento das políticas implantadas. Na saúde ficou evidenciado que a principal barreira para o acesso aos bens sociais é a falta de informações e de conhecimento, e o desafio é rumar para um cenário em que os atendimentos sejam realmente para todos. Na política de assistência social faz-se necessário implantar e implementar os CRAS e CREAS, capacitando esses órgãos para a inclusão das Pessoas com Deficiência na perspectiva da intersetorialidade. As políticas de acesso ao mercado de trabalho são garantidas por lei, mas não estão sendo executadas plenamente pelas instituições. Faz-se necessário maior qualificação profissional para Pessoas com Deficiência e mais fiscalização neste campo. A cultura deve ser revolucionada de modo a incluir as Pessoas com Deficiência nos espaços culturais como cinema, teatros e outros e também na produção cultural. Como demonstraram os dados colhidos nesta pesquisa, esta área necessita de maior investimento, especialmente no interior de nosso estado. No que se refere aos Conselhos de direitos das Pessoas com Deficiência constatamos que há um número muito pequeno de conselhos municipais em nosso estado, e essa realidade deve ser modificada. Registra-se a importância de fomentar a criação de novos conselhos de direito nos municípios do nosso estado, especialmen- 174 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Considerações Finais te para que as pessoas, organizadas coletivamente, afirmem seu protagonismo e exerçam o controle social informal, lutando pela plena efetivação de seus direitos de cidadãos. O processo pós-pesquisa é de suma importância para garantir a ampliação do acesso aos bens sociais em nosso estado. O instrumento para a efetivação desta meta é a realização das Plenárias do Fórum Permanente das Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência e Pessoas com Altas Habilidades promovido pela FADERS, além de outros instrumentos como cursos de capacitação, fomento de serviços e atendimentos descentralizados e a realização de novas pesquisas. Continuar realizando pesquisas com a intenção de transformar a cultura e os padrões sociais vigentes é necessário e imprescindível, pois como afirmado no capítulo II deste livro: Na história da humanidade e, como um resultado da questão social, foram criadas inúmeras interdições sociais e barreiras que impediram determinados sujeitos de ter acesso ao mundo. O reconhecimento, embora tardio, de toda essa interdição é um traçado que conduz a desconstituição das interdições a partir da transformação da cultura e das condições materiais estabelecidas até então. Nesse sentido, dar visibilidade a essa contradição via pesquisa, é antes de tudo um ato de resistência contra a violação de direitos. (p. 35 e 36) CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 175 APÊNDICE 1 Instrumento de Pesquisa 1) DADOS GERAIS DO MUNICÍPIO: Nome do Município: . ............................................................ Data do levantamento: .......................................................... Nome da Pessoa Respondente:.................................................. Função:............................................................................. Endereço da Secretaria:......................................................... CEP:........................................ Telefone:.................................. Fax: .................................. E.mail:.............................................................................. PIB:........................... Nº total de habitantes:.......................... O município possui mapeamento de sua população com deficiência?1 ( ) sim ( ) não Nº de Pessoas com Deficiência na Zona Urbana:............................. Nº de Pessoas com Deficiência na Zona Rural:............................... O município dispõe de informações sobre as especificidades das deficiências? ( ) sim ( ) não Se a resposta for afirmativa assinale quais as deficiências:2 ( ) Deficiência Intelectual, quantos?.......................................... ( ) Deficiência Visual, quantos?................................................ ( ) Deficiência Auditiva, quantos? ............................................. ( ) Deficiência Física, quantos? ................................................ 1 Caso esses dados não existam, buscar as informações com as Secretarias ou Instituições para preencher os itens solicitados no instrumento. 2 Mais informações sobre as especificidades das deficiências no site: <http://www.portaldeacessibilidade.rs.gov.br/portal/index.php?id=legislacao&cat=4&cod=87> CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 177 Apêndice 1 - Instrumento de PesQuisa ( ) Deficiência Múltipla, quantos? ............................................. ( ) Transtornos globais do desenvolvimento,3 quantos? . .................. ( ) Outras Síndromes, quantas?................................................ Especifique outras Síndromes: ................................................. ...................................................................................... Quais os Conselhos já implantados no seu município? ( ) Educação ( ) Saúde ( ) Assistência Social ( ) Direitos da Pessoa com Deficiência ( ) Outros, quais? ................................................................ ...................................................................................... ...................................................................................... 2) DADOS REFERENTES À POLÍTICA DE EDUCAÇÃO: 2.1) Assinale quais e quantas escolas existem no município: ( ) Regulares, quantas? ......................................................... ( ) Especiais, quantas? .......................................................... ( ) APAES, quantas? .............................................................. 2.2) A Secretaria Municipal de Educação participa de: PROGRAMAS em nível: ( ) Federal, quais? ............................................................... ...................................................................................... ( ) Estadual, quais? .............................................................. ...................................................................................... ( ) Municipal, quais?............................................................. ...................................................................................... ( ) Nenhum. PROJETOS em nível: ( ) Federal, quais? ............................................................... ...................................................................................... 3 http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf, p. 15 178 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Apêndice 1 - Instrumento de PesQuisa ( ) Estadual, quais? .............................................................. ...................................................................................... ( ) Municipal, quais? . ........................................................... ...................................................................................... ( ) Nenhum. 2.3) Tipos de deficiência atendida nas Escolas Municipais: ( ) Deficiência Intelectual, quantos? ......................................... ( ) Deficiência Visual, quantos? ............................................... ( ) Deficiência Auditiva, quantos? ............................................. ( ) Deficiência Física, quantos? ................................................ ( ) Deficiência Múltipla, quantos? ............................................. ( ) Distúrbio global do desenvolvimento, quantos? . ....................... ( ) Outras Síndromes, quantas? . .............................................. Especifique outras Síndromes: ................................................. ...................................................................................... 2.4) O Projeto Político-Pedagógico das escolas contempla a Educação Inclusiva? ( ) sim ( ) não 2.4.1) Explicite como a educação inclusiva é contemplada no Projeto Político-Pedagógico: ............................................................. ...................................................................................... ...................................................................................... ...................................................................................... 2.5) Transcreva os itens do Projeto Político-Pedagógico das Escolas que se referem à inclusão das Pessoas com Deficiência:........................ ...................................................................................... ...................................................................................... ...................................................................................... 2.6) O sistema educacional de seu município assegura a matrícula de alunos com deficiência? ( ) sim ( ) não CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 179 Apêndice 1 - Instrumento de PesQuisa 2.7) O município dispõe de atendimento educacional especializado?4 ( ) sim ( ) não 2.7.1) Quais atendimentos são disponibilizados? . .......................... ...................................................................................... ...................................................................................... 2.7.2) Onde os atendimentos são disponibilizados ( ) Por escola ( ) Por polo ( ) Outros, quais? ................................................. 2.7.3) Como se caracterizam esses atendimentos? ( ) escola especial ( ) classe especial ( ) sala de recursos ( ) outros, quais? ................ ...................................................................................... 2.8) O município estabelece critérios para organização de salas de aulas inclusivas? ( ) sim ( ) não 2.8.1) Explicite os critérios? .................................................... ...................................................................................... 2.9) Existe um programa de formação continuada para os professores? ( ) sim ( ) não 2.9.1) Explicite os programas? ................................................. ...................................................................................... ...................................................................................... 2.10) Há alunos com deficiência que não entraram na escola? ( ) sim ( ) não, quantos? ....................................................... 2.10.1) Por que estes alunos não entraram na escola?...................... ...................................................................................... 4 Atendimento educacional especializado (AEE): Constitui parte diversificada do currículo dos alunos com deficiência ou altas habilidades organizado institucionalmente para apoiar, complementar e suplementar os serviços educacionais comuns. 180 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Apêndice 1 - Instrumento de PesQuisa 2.11) Motivos que levam a exclusão escolar em seu município: ( ) Repetência ( ) Trabalho infantil ( ) Dificuldades de aprendizagem ( ) Deficiências ( ) Outros, quais? ................................................................ 2.12) Quanto à acessibilidade universal, a escola oferece: ( ) Rebaixamento de calçada ( ) Sinaleira Sonora ( ) Banheiros adaptados ( ) Elevadores ( ) Elevadores com identificação de andar em Braille ( ) Elevadores com informação de voz ( ) Rampas ( ) Rampas com corrimão ( ) Pisos Antiderrapantes ( ) Piso tátil no entorno da escola ( ) Piso tátil dentro da escola ( ) Rebaixamento de telefones públicos ( ) Rebaixamento de bebedouros ( ) Rebaixamento de lixeiras ( ) Alargamentos de portas ( ) Corrimãos nos encostos dos prédios ( ) Corrimãos nas bordas do pátio ( ) Carteiras Escolares Adaptadas ( ) Campainha luminosa ( ) Telefone público com TDD ( ) Lupas ( ) Sorobã ( ) Regletes ( ) Punção ( ) Letras ampliadas ( ) Gravadores CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 181 Apêndice 1 - Instrumento de PesQuisa ( ) Máquina de escrever Braille ( ) Impressora Braille ( ) Professor de Braille ( ) Professor com proficiência em LIBRAS ( ) Instrutor de LIBRAS ( ) Intérprete de LIBRAS ( ) Computadores com periféricos adaptados ( ) Programas acessíveis (DOSVOX, etc.) ( ) Interruptores acessíveis ( ) Maçanetas acessíveis ( ) Comunicação Alternativa e Aumentativa5 ( ) Outras adaptações, quais? ................................................. ...................................................................................... 3) DADOS REFERENTES À POLÍTICA DE SAÚDE: 3.1) Nº total de unidades de baixa complexidade:.......................... 3.2) Nº total de unidades de média complexidade:......................... 3.3) Nº total de unidades de alta complexidade:............................ 3.4) Indique abaixo as ações desenvolvidas pela Secretaria de Saúde: ( ) PROGRAMAS em nível Municipal: Quais programas? . ............................................................... ...................................................................................... Nº de Pessoas com Deficiência incluídas neste (s) programa (s)?.......... ( ) PROJETOS em nível Municipal: Quais projetos? ................................................................... ...................................................................................... 5 Comunicação Alternativa e Aumentativa — CAA — recursos como as pranchas de comunicação construídas com simbologia gráfica, letras ou palavras escritas, são utilizados pelo usuário de CAA para expressar seus questionamentos, desejos, sentimentos e entendimentos. ( BERSCH e SHIRMER, 2005, p.89) 182 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Apêndice 1 - Instrumento de PesQuisa Nº de Pessoas com Deficiência incluídas neste (s) projeto (s)?............ ( ) CAMPANHAS em nível: ( ) Federal, quais Campanhas? ................................................ ...................................................................................... ( ) Estadual, quais Campanhas? ............................................... ...................................................................................... ( ) Municipal, quais Campanhas?............................................... ...................................................................................... 3.5 ) A Secretaria Municipal de Saúde possui com outras Instituições ( ) Parcerias, quais? ............................................................. ...................................................................................... ( ) Convênios, quais? ............................................................ ...................................................................................... ( ) Consórcios, quais? ........................................................... ...................................................................................... 3.5.1) Caso tenha parcerias, convênios ou consórcios, o que o município oferece às Instituições? ......................................................... ...................................................................................... 3.5.2) E o que as Instituições oferecem em contrapartida?................ ...................................................................................... 3.5.3) Tipo de deficiência atendida: ( ) Deficiência Intelectual, quantos? ......................................... ( ) Deficiência Visual, quantos? ............................................... ( ) Deficiência Auditiva, quantos? ............................................. ( ) Deficiência Física, quantos? ................................................ ( ) Deficiência Múltipla, quantos? ............................................. ( ) Distúrbio global do desenvolvimento, quantos? . ....................... ( ) Outras Síndromes, quantas? . .............................................. Especifique outras Síndromes: ................................................. ...................................................................................... CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 183 Apêndice 1 - Instrumento de PesQuisa 3.6) Serviços oferecidos nas unidades de baixa complexidade e o número de pessoas com deficiência atendidas: ( ) Neurologia, quantos? ........................................................ ( ) Pediatria, quantos? .......................................................... ( ) Clínico Geral, quantos? ..................................................... ( ) Cardiologia, quantos? ....................................................... ( ) Otorrinolaringologia, quantos? ............................................ ( ) Oftalmologia, quantos?...................................................... ( ) Outros, quais? ................................................................ ...................................................................................... Quantos? ........................................................................... 3.7) Quanto à acessibilidade, a unidade de baixa complexidade oferece: ( ) Rebaixamento de calçada ( ) Sinaleira Sonora ( ) Banheiros adaptados ( ) Elevadores ( ) Elevadores com identificação de andar em Braille ( ) Elevadores com informação de voz ( ) Rampas ( ) Rampas com corrimão ( ) Pisos Antiderrapantes ( ) Piso tátil no entorno da escola ( ) Piso tátil dentro da escola ( ) Rebaixamento de telefones públicos ( ) Rebaixamento de bebedouros ( ) Rebaixamento de lixeiras ( ) Alargamentos de portas ( ) Corrimãos nos encostos dos prédios ( ) Corrimãos nas bordas do pátio ( ) Carteiras Escolares Adaptadas ( ) Campainha luminosa ( ) Telefone público com TDD ( ) Lupas 184 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Apêndice 1 - Instrumento de PesQuisa ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) Regletes Punção Letras ampliadas Máquina de escrever Braille Impressora Braille Instrutor de LIBRAS Intérprete de LIBRAS Computadores com periféricos adaptados Programas acessíveis (DOSVOX, etc.) Interruptores acessíveis Maçanetas acessíveis Comunicação Alternativa e Aumentativa Outras adaptações, quais? ................................................. 3.8) Serviços oferecidos nas unidades de média complexidade e o número de pessoas com deficiência atendidas: ( ) Psicoterapia, quantos? ...................................................... ( ) Fonoterapia, quantos? ...................................................... ( ) Estimulação Precoce, quantos? ............................................ ( ) Fisioterapia, quantos? . ..................................................... ( ) Terapia Ocupacional, quantos? ............................................ ( ) Psicopedagogia, quantos?................................................... ( ) Serviço Social, quantos? .................................................... ( ) Outros, quais? ................................................................ ...................................................................................... Quantos?............................................................................ 3.9) Quanto à acessibilidade, a unidade de média complexidade oferece: ( ) Rebaixamento de calçada ( ) Sinaleira Sonora ( ) Banheiros adaptados ( ) Elevadores ( ) Elevadores com identificação de andar em Braille ( ) Elevadores com informação de voz CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 185 Apêndice 1 - Instrumento de PesQuisa ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ) Rampas ) Rampas com corrimão ) Pisos Antiderrapantes ) Piso tátil no entorno da escola ) Piso tátil dentro da escola ) Rebaixamento de telefones públicos ) Rebaixamento de bebedouros ) Rebaixamento de lixeiras ) Alargamentos de portas ) Corrimãos nos encostos dos prédios ) Corrimãos nas bordas do pátio ) Carteiras Escolares Adaptadas ) Campainha luminosa ) Telefone público com TDD ) Lupas ) Regletes ) Punção ) Letras ampliadas ) Máquina de escrever Braille ) Impressora Braille ) Instrutor de LIBRAS ) Intérprete de LIBRAS ) Computadores com periféricos adaptados ) Programas acessíveis (DOSVOX, etc.) ) Interruptores acessíveis ) Maçanetas acessíveis ) Comunicação Alternativa e Aumentativa ) Outras adaptações, quais?............ 3.10) Serviços oferecidos nas unidades de alta complexidade e o número de crianças atendidas no mês: ( ) Teste do Pezinho, quantos/mês? .......................................... ( ) Teste da Orelhinha, quantos/mês? ........................................ ( ) Teste do Olhinho, quantos/mês? .......................................... 186 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Apêndice 1 - Instrumento de PesQuisa ( ) Outros, quais? ................................................................ ...................................................................................... Quantos? ........................................................................... 3.10.1) Nos testes realizados, quantas crianças tiveram confirmação da deficiência? ( ) Teste do Pezinho, quantas? . ............................................... ( ) Teste da Orelhinha, quantas? .............................................. ( ) Teste do Olhinho, quantas? . ............................................... ( ) Outros, quais? ................................................................ ...................................................................................... Quantas? ........................................................................... 3.11) Quanto à acessibilidade, a unidade de alta complexidade oferece: ( ) Rebaixamento de calçada ( ) Sinaleira Sonora ( ) Banheiros adaptados ( ) Elevadores ( ) Elevadores com identificação de andar em Braille ( ) Elevadores com informação de voz ( ) Rampas ( ) Rampas com corrimão ( ) Pisos Antiderrapantes ( ) Piso tátil no entorno da escola ( ) Piso tátil dentro da escola ( ) Rebaixamento de telefones públicos ( ) Rebaixamento de bebedouros ( ) Rebaixamento de lixeiras ( ) Alargamentos de portas ( ) Corrimãos nos encostos dos prédios ( ) Corrimãos nas bordas do pátio ( ) Carteiras Escolares Adaptadas ( ) Campainha luminosa ( ) Telefone público com TDD CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 187 Apêndice 1 - Instrumento de PesQuisa ( ) Lupas ( ) Regletes ( ) Punção ( ) Letras ampliadas ( ) Máquina de escrever Braille ( ) Impressora Braille ( ) Instrutor de LIBRAS ( ) Intérprete de LIBRAS ( ) Computadores com periféricos adaptados ( ) Programas acessíveis (DOSVOX, etc.) ( ) Interruptores acessíveis ( ) Maçanetas acessíveis ( ) Comunicação Alternativa e Aumentativa ( ) Outras adaptações, quais? ................................................. ...................................................................................... 4) DADOS REFERENTES À POLÍTICA DE CULTURA, TURISMO, ESPORTE, LAZER, TRABALHO e HABITAÇÃO: 4.1) Que possibilidades de acesso existem para as pessoas com deficiência, no seu município, nas seguintes áreas: Cultura ............................................................................. Turismo ............................................................................ Esporte . ........................................................................... Lazer ............................................................................... Habitação ......................................................................... 4.2) Que barreiras são encontradas, no seu município, para uma pessoa com deficiência ter acesso às seguintes áreas: Cultura ............................................................................. Turismo ............................................................................ Esporte . ........................................................................... Lazer ............................................................................... Habitação ......................................................................... 188 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Apêndice 1 - Instrumento de PesQuisa 4.3) Que providências estão sendo tomadas para superação das barreiras e construção do acesso às políticas acima citadas? . ....................... ...................................................................................... 5) DADOS REFERENTES À POLÍTICA DE TRANSPORTE COLETIVO 5.1) Quantos ônibus com acessibilidade estão disponíveis no município? 5.2) Que percentual esse número significa em relação ao universo da frota municipal? .................................................................. 5.3) Que horários são disponibilizados para este serviço de transporte acessível? .......................................................................... 5.4) Quais as regiões da cidade que utilizam o serviço de transporte coletivo acessível? .................................................................. 5.5) A lei orgânica do município prevê uma política universalizada no transporte coletivo? ( ) sim ( ) não 5.6) Quais providências estão sendo tomadas para que toda a frota esteja acessível até o ano de 2014, conforme capitulo V do Decreto Federal 5.692 de 2/12/2004.6 ............................................................ ...................................................................................... 6) DADOS REFERENTES À POLÍTICA DE TRABALHO 6.1) Existem empresas com mais de 100 funcionários na região? ( ) sim ( ) não, quantas? ..................................................... 6.1.1) Destas empresas quantas cumprem a Lei de Cotas? ................ 6 Consulta ao Decreto no site: <http://www.portaldeacessibilidade.rs.gov.br/portal/index. php?id=legislacao&cat=4&cod=87> CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 189 Apêndice 1 - Instrumento de PesQuisa 6.2) Qual o número de pessoas com deficiência empregadas no mercado de trabalho formal? .............................................................. 6.3) Há pessoas com deficiência realizando estágio nas empresas? ( ) sim ( ) não, quantas? ..................................................... 6.4) Há pessoas com deficiência realizando estágio nas instituições públicas? ( ) sim ( ) não, quantas? ................................................ 6.5) Há pessoas com deficiência realizando estágio em ONGs? ( ) sim ( ) não, quantas? ..................................................... 6.6) Existem cursos de qualificação profissional nos quais pessoas com deficiência estejam inseridas? ( ) sim ( ) não............................. 6.6.1) Explicite os cursos de qualificação profissional existentes: ....... ...................................................................................... ...................................................................................... 6.7) Quais os locais ou instituições que encaminham pessoas com deficiência para o mercado de trabalho? ........................................... ...................................................................................... 6.8) Quais as barreiras observadas no acesso ao Mercado de Trabalho para as pessoas com deficiência? .............................................. ...................................................................................... 6.9) Existem órgãos fiscalizadores no cumprimento da Lei de Cotas? ( ) sim ( ) são 7) DADOS RELATIVOS À POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 7.1) Há um órgão do município que articula políticas de Assistência Social para as pessoas com deficiência? ( ) sim ( ) são, qual? . ................ ...................................................................................... 190 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Apêndice 1 - Instrumento de PesQuisa 7.2) O município possui: ( ) Centro de Referência da Assistência Social (CRAS). ( ) Centro de Referência Especial em Assistência Social (CREAS). ( ) Centros de Convivência para Pessoas com Deficiência. Quantos? ...................................................................................... 7.3) Quantos usuários possuem o BPC (Benefício de Prestação Continuada)? 7.4) Quantos usuários utilizam o Passe Livre Intermunicipal? ............. 7.5) Cite os Programas de Assistência Social existentes no município: Em âmbito federal (Ex: PETI, PBF): ........................................... Em âmbito estadual (Ex: Programa Emancipar, outros): ................... Em âmbito municipal: ........................................................... 7.6) Há entidades representativas das pessoas com deficiência (Ex: Associação dos surdos, etc.)? ( ) sim ( ) não quantas? ........................................................................... Cite-as: ............................................................................ 7.7) Há entidades (ONGs ) prestadoras de serviço na área de Assistência Social à pessoas com deficiência? ( ) sim ( ) não quantas? ........................................................................... Cite-as: ............................................................................ 7.8) Existem parcerias (Rede Social) com as políticas públicas? ( ) sim ( ) não 7.8.1) Sendo a resposta positiva, qual seu grau de satisfação? ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Regular ( ) Insuficiente CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 191 Apêndice 1 - Instrumento de PesQuisa Justifique: ......................................................................... ...................................................................................... 7.9) Os locais públicos que prestam serviço na área da política de assistência social possuem acesso universal? ( ) sim ( ) não 7.10) Existem barreiras nestes locais? ( ) sim ( ) não, quais? ......... ...................................................................................... 7.11) Estão sendo tomadas providências para superar estas barreiras ao acesso universal? ( ) sim ( ) não, quais? .................................. ...................................................................................... 8) DADOS REFERENTES AO MOBILIÁRIO E EQUIPAMENTO URBANO PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA 8.1) Assinale os mobiliários e equipamentos existentes no município: ( ) Estacionamento reservado nas ruas ( ) Meios-fios rebaixados ( ) Lixeiras rebaixadas ( ) Telefone público rebaixados ( ) Lixeiras devidamente sinalizadas e posicionadas, permitindo a livre circulação ( ) Telefones públicos devidamente sinalizados e posicionados, permitindo a livre circulação ( ) Hidrantes devidamente sinalizados e posicionados, permitindo a livre circulação ( ) Piso contrastante (tátil) ( ) Piso tátil de alerta na borda dos rebaixamentos ( ) Pisos antiderrapantes nos interiores dos prédios ( ) Sinaleira Sonora ( )Telefone para Surdo TDD 192 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL ANEXO 1 Tabulação Geral dos Dados de Pesquisa (Realização FEE) PARTE 1 - POLÍTICA DE EDUCAÇÃO P1_Q2.1_REGULARES_MUNICIPAIS Quantas ESCOLAS REGULARES existem no município: Municipais Respostas % Não consta 115 23,2% 1,00 - 5,00 198 39,9% 6,00 - 15,00 119 24,0% 16,00 - 25,00 38 7,7% 26,00+ 26 5,2% Total 496100,0% P1_Q2.1_REGULARES_ESTADUAIS Quantas ESCOLAS REGULARES existem no município: Estaduais Não sabe/não respondeu Não consta <=,00 1,00 - 5,00 6,00 - 15,00 16,00 - 25,00 26,00+ Total Respostas % 14 2,8% 115 23,2% 10 2,0% 297 59,9% 44 8,9% 8 1,6% 8 1,6% 496100,0% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 193 Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) P1_Q2.1_REGULARES_FEDERAIS Quantas ESCOLAS REGULARES existem no município: Federais Não sabe/não respondeu Não consta <=,00 1,00 - 1,00 2,00 - 3,00 4,00+ Total Respostas % 83 16,7% 115 23,2% 276 55,6% 18 3,6% 2 0,4% 2 0,4% 496100,0% P1_Q2.1_REGULARES_PARTICULARES Quantas ESCOLAS REGULARES existem no município: Particulares Não sabe/não respondeu Não consta <=,00 1,00 - 5,00 6,00 - 15,00 16,00 - 25,00 26,00+ Total Respostas 72 115 201 92 9 3 4 496 % 14,5% 23,2% 40,5% 18,5% 1,8% 0,6% 0,8% 100,0% P1_Q2.1_ESPECIAIS_MUNICIPAIS Quantas ESCOLAS ESPECIAIS existem no município: Municipais Não sabe/não respondeu Não consta <=,00 1,00 - 1,00 2,00 - 3,00 4,00 - 5,00 6,00+ Total Respostas 58 125 253 51 6 1 2 496 % 11,7% 25,2% 51,0% 10,3% 1,2% 0,2% 0,4% 100,0% P1_Q2.1_ESPECIAIS_ESTADUAIS Quantas ESCOLAS ESPECIAIS existem no município: Estaduais Não sabe/não respondeu Não consta <=,00 1,00 - 1,00 2,00 - 3,00 6,00+ Total 194 Respostas 81 125 275 12 2 1 496 % 16,3% 25,2% 55,4% 2,4% 0,4% 0,2% 100,0% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) P1_Q2.1_ESPECIAIS_FEDERAIS Quantas ESCOLAS ESPECIAIS existem no município: Federais Não sabe/não respondeu Não consta <=,00 1,00 - 1,00 6,00+ Total Respostas 83 125 286 1 1 496 % 16,7% 25,2% 57,7% 0,2% 0,2% 100,0% P1_Q2.1_ESPECIAIS_PARTICULARES Quantas ESCOLAS ESPECIAIS existem no município: Particulares Não sabe/não respondeu Não consta <=,00 1,00 - 1,00 2,00 - 3,00 6,00+ Total Respostas 63 125 214 89 4 1 496 % 12,7% 25,2% 43,1% 17,9% 0,8% 0,2% 100,0% P1_Q2.1_CLASSES_ESPECIAIS_MUNICIPAIS Quantas CLASSES ESPECIAIS existem no município: Municipais Não sabe/não respondeu Não consta <=,00 1,00 - 1,00 2,00 - 3,00 4,00 - 5,00 6,00 - 10,00 16,00+ Total Respostas 65 126 246 42 7 8 1 1 496 % 13,1% 25,4% 49,6% 8,5% 1,4% 1,6% 0,2% 0,2% 100,0% P1_Q2.1_CLASSES_ESPECIAIS_ESTADUAIS Quantas CLASSES ESPECIAIS existem no município: Estaduais Não sabe/não respondeu Não consta <=,00 1,00 - 1,00 2,00 - 3,00 4,00 - 5,00 6,00 - 10,00 16,00+ Total Respostas 63 126 234 54 13 3 1 2 496 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL % 12,7% 25,4% 47,2% 10,9% 2,6% 0,6% 0,2% 0,4% 100,0% 195 Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) P1_Q2.1_CLASSES_ESPECIAIS_FEDERAIS Quantas CLASSES ESPECIAIS existem no município: Federais Respostas % Não sabe/não respondeu 82 16,5% Não consta 126 25,4% <=,00 287 57,9% 16,00+ 1 0,2% Total 496 100,0% P1_Q2.1_CLASSES_ESPECIAIS_PARTICULARES Quantas CLASSES ESPECIAIS existem no município: Particulares Respostas % Não sabe/não respondeu 80 16,1% Não consta 126 25,4% <=,00 273 55,0% 1,00 - 1,00 10 2,0% 2,00 - 3,00 3 0,6% 4,00 - 5,00 2 0,4% 11,00 - 15,00 1 0,2% 16,00+ 1 0,2% Total 496 100,0% P1_Q2.2.1 PROGRAMAS em nível Federal: Respostas % Não sabe 4 0,8% Não consta 119 24,0% Não 46 9,3% Sim 327 65,9% Total 496 100,0% P1_Q2.2.1_QUAIS Programa Federal: Se a resposta for SIM. Quais? Não consta Não sabe PDDE PNAE PNATE (PENATE) PNLD PAR PROINFO 196 Respostas 144 27 145 139 122 83 73 70 % 29,0% 5,4% 29,2% 28,0% 24,6% 16,7% 14,7% 14,1% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) PDE Salas de recursos, Salas Multifuncional Pró-letramento Escola ativa Transporte escolar Pró Infância Gestar/gestar II Fundeb Merenda escolar Livro didático Bolsa família Outros Brasil alfabetizado Escola Acessível Caminho da escola(renovar a frota de veículos) Alimentação escolar Educação inclusiva direito à diversidade PNAT AEE Mais educação Salário Educação FNDE Projovem LSE Provinha Brasil Formação continuada PNBE Plataforma Freire Formação pela escola Olimpíadas de Matemática e Portugues PNAC Escola de Gestores da Educação Básica Escola Aberta Censo escolar Inclusão Digital PNTE PROEJA FIC. Prova Brasil Correção de Fluxo Projeto Presença PETI Segundo Tempo Educacenso Telecentro CAE BPC na escola PBA CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 58 49 42 36 36 34 32 31 27 25 24 24 20 18 17 16 14 13 12 12 11 10 10 10 8 8 8 8 7 7 7 6 6 5 5 5 5 4 4 4 4 4 3 3 3 3 3 11,7% 9,9% 8,5% 7,3% 7,3% 6,9% 6,5% 6,3% 5,4% 5,0% 4,8% 4,8% 4,0% 3,6% 3,4% 3,2% 2,8% 2,6% 2,4% 2,4% 2,2% 2,0% 2,0% 2,0% 1,6% 1,6% 1,6% 1,6% 1,4% 1,4% 1,4% 1,2% 1,2% 1,0% 1,0% 1,0% 1,0% 0,8% 0,8% 0,8% 0,8% 0,8% 0,6% 0,6% 0,6% 0,6% 0,6% 197 Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) PLI PNAP Formação de Professores Conselho escolar Simec-PAR Enem Mídias na educação Tv escola Biblioteca Pública Formação em Educação Especial para Gestores Frequencia Ecolar MEC/SEESP GEEMPA PBF Biblioteca na Escola PAIF PENAI Mais Cultura Alfa e Beto PIM Olimpíadas de Portugues Todos pela Educação Plataforma paul PAC PELC PTE Capacitação continuada Sicme Ensino fundamental de 9 anos Dvd escola EAD capacitações BLE PNLA PNLEM Núcleo de Tecnologia Proinfo Rural Pronaci Forum da Cultura Forum da Educação Laboratório de Informática SBA SGB AABB Comunidade FUNDEP PLD IDEB PNATE 198 3 3 3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0,6% 0,6% 0,6% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) Arca das Letras 1 0,2% PNAEF 1 0,2% PNAEC 1 0,2% PNAEP 1 0,2% Agricultura famíliar 1 0,2% PNT 1 0,2% Pró gestão 1 0,2% PAED 1 0,2% Sorrindo para o futuro 1 0,2% Livro em Braille 1 0,2% Pró-Gestão 1 0,2% Tempo Integral 1 0,2% Agrinho 1 0,2% Banda Larga as escolas 1 0,2% Frequência Escolar 1 0,2% CAPES 1 0,2% CONAE 1 0,2% EAD sobre necessidades especiais 1 0,2% Todos do MEC 1 0,2% SAEB 1 0,2% P1_Q2.2.2 PROGRAMAS em nível Estadual: Não sabe Não consta Não Sim Total Respostas % 11 2,2% 119 24,0% 148 29,8% 218 44,0% 496100,0% P1_Q2.2.2_QUAIS Programa Estadual: Se a resposta for SIM. Quais? Não consta Não sabe Transporte Escolar PEATE PIM PNATE PRADEM Outros Agrinho Sorrindo Para o Futuro PPV SAERS Respostas 167 112 84 32 30 20 18 16 16 12 11 9 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL % 33,7% 22,6% 16,9% 6,5% 6,0% 4,0% 3,6% 3,2% 3,2% 2,4% 2,2% 1,8% 199 Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) PROERD 9 1,8% Merenda Escolar 9 1,8% Brasil Alfabetizado 7 1,4% JERGS 6 1,2% Prog.de Educa. Fiscal 3 0,6% PEATERS 3 0,6% Transp. Escolar Meio Rural 2 0,4% SENAR 2 0,4% PROJOVEM 2 0,4% PROF. DIGITAL 2 0,4% Corr. de Fluxo GEEMPA 2 0,4% SALA DE RECURSOS 1 0,2% Prog. Primeira Infância 1 0,2% Prog. Nota Solidária 1 0,2% Prog. Fome de Ler 1 0,2% Prog. Alfa(Alfabetização de Adultos) 1 0,2% PROET 1 0,2% Práticas Pedagógicas 1 0,2% PNLD 1 0,2% PNLB 1 0,2% PNAE 1 0,2% PDE 1 0,2% PDDE 1 0,2% Olimp. de Mat.e Port. 1 0,2% Livros Biblioteca 1 0,2% Livro Didático 1 0,2% JECEGS 1 0,2% Estágio Programado 1 0,2% Escola Ativa 1 0,2% Escola Acessível 1 0,2% Escola Aberta 1 0,2% EDUCACENSO 1 0,2% Educação Infantil 1 0,2% E. Médio 1 0,2% Capacitação 1 0,2% Brasil Profissionalizado 1 0,2% Biblioteca Pública 1 0,2% Auxílio Transporte 1 0,2% Alimentação 1 0,2% Alim Esc.Municipalizada 1 0,2% Alfabetiza, RS 1 0,2% 200 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) P1_Q2.2.3 PROGRAMAS em nível Municipal Respostas % Não sabe 15 3,0% Não consta 119 24,0% Não 144 29,0% Sim 218 44,0% Total 496 100,0% P1_Q2.2.3_QUAIS Programa Municipal: Se a resposta for SIM. Quais? Não consta Não sabe Outros A União faz a vida Transporte escolar Formaçao Continuada Merenda Escolar AABB Comunidade Caminhando no Presente Alimentação Escolar Educação Inclusiva Sorrindo Para o Futuro Alfabetização Alfa e beto Verde é Vida Saúde Escolar Saúde Bucal Oficinas de Aprendizagem Capac. Contí dos Prof. Material Didático Educa. Fiscal Atend. Educa Especializada Reforço Escolar PIM Esporte Capacit. Docentes e Demais funcionár da Área da Educaç. Uniforme escolar Sala de Recursos PROG. EDUC. AMBIENTAL PPV Inclusão digital Aulas no Contraturno Apoio Pedagógico Respostas 172 109 57 29 23 18 10 10 9 9 8 7 7 6 6 6 6 6 5 5 5 4 4 4 % 34,7% 22,0% 11,5% 5,8% 4,6% 3,6% 2,0% 2,0% 1,8% 1,8% 1,6% 1,4% 1,4% 1,2% 1,2% 1,2% 1,2% 1,2% 1,0% 1,0% 1,0% 0,8% 0,8% 0,8% 4 3 3 3 3 3 3 3 0,8% 0,6% 0,6% 0,6% 0,6% 0,6% 0,6% 0,6% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 201 Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) SISTEMA APRENDE BRASIL Saúde oral PUFV Grupos de Estudos Grupo de danças EJA Educação e Projetos Sociais Dentista Crédito Educat. Municipal Banda Atend. com Especialistas em Educação Especial At. Fono e Psicopedagógica Assit. de Sala de AEE ASEMAS Alfa 2º Tempo Atend. psico neuro pedagógico Vida eu quero Vida ativa Valorizando as Diferenças Turno Integral TRÂNSITO SEGURO Tirando de Letra SESC Seminários Semeando Ecologia Semana Cultural Segurança Alimentar Santo Antônio SALAS DE REFORÇO Salada Brasileira Reunioes de escolas Reciclando para o futuro PSF PROVEM PROMEC Projeto Literário Projeto humaniza PROINFO PROINFÂNCIA Programa Crescer com Prazer PROG.AL. ESC. PROEIC Produzindo Vida Saudável Pró-conselho Praem PELC 202 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) PAME 1 0,2% Olimpíadas 1 0,2% Meio Ambiente 1 0,2% Mar de Dentro 1 0,2% Manut.da Rede Escolar 1 0,2% Jornadas Pedagógicas 1 0,2% JINS 1 0,2% JECEGS 1 0,2% Jazz 1 0,2% Higiene Bucal/SESC 1 0,2% GIAMA 1 0,2% Futsal 1 0,2% FORUM MUNICIPAIS 1 0,2% Família na Escola 1 0,2% Escola Agrícola 1 0,2% Educ.Apoio a Adversidade 1 0,2% EDEB 1 0,2% CULTIVANDO CIDADAOS 1 0,2% Coral 1 0,2% CIES 1 0,2% Central Única de Vagas 1 0,2% Capoeira 1 0,2% Campeões do Futuro 1 0,2% Café da Manhã na Escola 1 0,2% Brasil alfabetizado 1 0,2% Bolsa estudoss profissionalizantes 1 0,2% Biblio. Intinerante 1 0,2% Balett 1 0,2% Aux. Universitária 1 0,2% Autor nas Escolas 1 0,2% Autonomia Financeira 1 0,2% Atend. Equip. Multidiciplinar Através do CRAS 1 0,2% Apoio ao Estudante 1 0,2% AFUBRA 1 0,2% Acompanhamento Nutricional na Ed. Infantil 1 0,2% Abra-te-Sésamo 1 0,2% NÚCLEO DE ATEND.ESPECIALIZADO AQUARELA 1 0,2% GESTÃO FINANCEIRA NA ESCOLA 1 0,2% Escola que aprende 1 0,2% ESCOLA NO CAMPO 1 0,2% Educação Infantil 1 0,2% Criança da Futuro 1 0,2% BAÚ DE LEITURAS 1 0,2% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 203 Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) P1_Q2.2.4 PROJETOS em nível Federal: Respostas % Não sabe 16 3,2% Não consta 119 24,0% Não 232 46,8% Sim 129 26,0% Total 496 100,0% P1_Q2.2.4_QUAIS Projeto Federal: Se a resposta for SIM. Quais? Não consta Não sabe PROINFÂNCIA PROINFO 2º Tempo Olimpíada da língua portuguesa Olimpíada de matemática Salas multifuncionais (AEE) Escola ativa Telecentros PAR Capac. Contí. dos Prof. Creche municipal Pro-letramento Prova Brasil Sala AEE Gestar II e Gestar Provinha Brasil Presença Inclusão digital Caminhos da escola Escola Acessível Proeja AEE Mais Cultura FNDE Olimpíadas Escolas Bilíngues de Fronteira FORMAÇÃO PELA ESCOLA PDE Proinfo Rural AABB Comunidade Alfabetização Alfa e beto 204 Respostas 192 184 24 14 12 12 12 10 8 6 6 5 5 5 5 4 4 4 4 3 3 3 3 2 2 2 2 2 2 2 2 1 1 % 38,7% 37,1% 4,8% 2,8% 2,4% 2,4% 2,4% 2,0% 1,6% 1,2% 1,2% 1,0% 1,0% 1,0% 1,0% 0,8% 0,8% 0,8% 0,8% 0,6% 0,6% 0,6% 0,6% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,2% 0,2% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) Atend. Educa. Especializada Sala de Recursos Escola Agrícola Saúde Escolar Educação Infantil ESCOLA NO CAMPO Biblioteca Pública Brasil Acessível CAPES UAB Circuito Campeão Construção de Escola infantil Direito à diversidade Escola de Gestores Plataforma Freire Pró-gestão Escola municipal Ayrton Senna Juventude cidadã Semana de ciência e tecnologia APAE Agrinho Sexualidade nas Escolas PAC Livro Acessível Horta escolar PETI Mais Educação Escola Aberta Ações inclusivas UCA Projovem SAEB-provinhaSAEB Pedagógicos e Culturais 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% P1_Q2.2.5 PROJETOS em nível Estadual Respostas % Não sabe 22 4,4% Não consta 119 24,0% Não 309 62,3% Sim 46 9,3% Total 496 100,0% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 205 Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) P1_Q2.2.5_QUAIS Projeto Estadual: Se a resposta for SIM. Quais? Não consta Não sabe Agrinho Sorrindo Para o Futuro Educa. Fiscal PIM PPV PROERD Guri bom de bola JERGS Verde é Vida Transporte escolar Alfabetização Alfa e beto Meio Ambiente Salas multifuncionais (AEE) APAE Olimpíada da língua portuguesa Olimpíada de matemática Polícia cidadã Tela verde Trânsito na escola Ler é saber Arte na escola Partilhando saberes Bombeiro mirim PRADEM RS CRIANÇA FUNBERGS ALFABETIZAÇÃO AYRTON SENNA Respostas 215 245 13 7 3 3 3 3 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 % 43,3% 49,4% 2,6% 1,4% 0,6% 0,6% 0,6% 0,6% 0,4% 0,4% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% P1_Q2.2.6 PROJETOS em nível Municipal Não sabe Não consta Nao Sim Total 206 Respostas 24 119 122 231 496 % 4,8% 24,0% 24,6% 46,6% 100,0% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) P1_Q2.2.6_QUAIS Projeto Municipal: Se a resposta for SIM. Quais? Não consta Não sabe Meio Ambiente Dança Música FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROF. DA EDUC. Leitura Horta Aulas de informática FUTSAL Sorrindo para o futuro Banda marcial Ação inclusa União faz a vida Aulas de reforço Educação no trânsito Canto/coral PPP das Escolas TEATRO AEE LABORATÓRIOS DE APRENDIZAGENS Banda Antidrogas Feira do livro Hora do conto Esportes APAE Escolhinha de futebol Artes XADREZ Inglês AABB Proerd Educação fiscal Educação sexual Saúde bucal Valores humanos 2° Tempo Alimentação saudável Artes marciais Oficinas Sala de recursos nas escolas VÔLEI Respostas 171 103 26 26 22 17 14 12 10 9 8 8 8 7 7 7 6 6 6 5 5 5 5 5 5 5 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 3 3 3 3 3 3 3 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL % 34,5% 20,8% 5,2% 5,2% 4,4% 3,4% 2,8% 2,4% 2,0% 1,8% 1,6% 1,6% 1,6% 1,4% 1,4% 1,4% 1,2% 1,2% 1,2% 1,0% 1,0% 1,0% 1,0% 1,0% 1,0% 1,0% 0,8% 0,8% 0,8% 0,8% 0,8% 0,8% 0,8% 0,8% 0,8% 0,8% 0,6% 0,6% 0,6% 0,6% 0,6% 0,6% 0,6% 207 Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) Verde é Vida OFICINAS DE ORIENTAÇÃO DE HISTÓRIAS Natação Saúde escolar Acessibilidade para deficientes Escrita e Leitura Assessoria educacional Atendimento individualizado Atendimento nas salas de recursos Invernada Campanhã do papel e papelão Tecnologia na Educação Canoagem Coruja EJA CAPS AGRINHO Aulas de violão APOIO PEDAGÓGICO À INCLUSÃO Cidadania É preciso saber viver Culturais Escolas esportivas Educação Alimentar Educar juntos OLIMPÍADAS ESTUDANTIS Educação e cultura Leitura ativa Salas multifuncionais Soletrando EDUCAÇÃO INCLUSIVA Sacola da Literatura Vivenciando a ecologia Inclusão digital Viagens culturais Educar é vida Turismo Missões Pela Vida Olimpíada PATI ( programa de turno inverso) Contação de histórias Resgate de Valores Reciclagem SEMENTES DE LEITORES Intercâmbio OLHO NO OLHO Escola vai ao CTG 208 3 3 3 3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 0,6% 0,6% 0,6% 0,6% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,2% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) Natureza pede socorro Jornal da escola Acompanhamento dos profissonais da educação Acontecendo na escola Centro multidisciplinar Esporte aduca Afrodescendente Vida de João Cândido Amigo do idoso Educação Financeira Ambiente verde é vida Aprendendo a incluir CADE Educação Especial com Qualidade Capacitação de professores Cata-vento Psicomotricidade Boletim estatístico CEMAE CIFENH CIVISTA SENAR Centro de Desenvolvimento de Potenciais Projeto Vida Brincando Fazendo Arte CLASSE DE APOIO INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICO Colégio agricola Coleta seletiva Meio ambiente e qualidade de vida Educação nutricional Coletivo Educador Alfabetização Colhendo Lembranças Biblioteca Itinerante Horta na Escola A história de Vacaria Contada Jardinagem Escola municipal Construindo uma Cultura de Paz Mobilização pela Vida Corte de cabelo BIBLIOTECA AMBULANTE Craques pela Vida Novos Olhares Crédito educativo CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 209 Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) CRIANÇA EM CENA CIDADÃO EM AÇÃO Crianças de Vitória Escrevendo Histórias Aluno Bom de Escola Guri bom de bola ESCOLINHA WINCK PULANDO JANELAS Saúde Dificuldades de aprendizagem Artesanato CIRANDA DO CONHECIMENTO Solidariedade Aluno destaque Revelando Pirapó CIEMAT Pró-Vida EMATUR AFUBRA ENCONTRO DE PAIS ENCONTRO DE LÍDERES ESCOLA E CIDADE LIMPA Escola Que Faz Incentivadores de Leitura Baú Literário Itinerante Estudante no poder executivo Eu Jogo Junto Resgate da Infância Bonecas PROVINHA CACEQUI SANTIAGO ENCENA LIBRAS CIRANDA DA CULTURA SIMPÓSIO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO MOSTRA DE TEATRO E CULTURA AFRO-INDÍGENA CONHECENDO NOSSO CHÃO FORMAÇÃO DE ALUNOS, PAIS E FUNC. RECREAÇÃO REDAÇÃO NO RÁDIO Fórum Ambiental Formação em Inclusão Escolar Aposto que Posso Desafiando a Ortografia Caravana RGE Fórum Estudantil Grupos de estudo de inclusão Mostra de trabalhos Laboratório de aprendizagem 210 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) FORMANDO CIDADÃO DO SÉCULO XXI COLETA DE LIXO Atendimento Odontológico Brinquedoteca Telecentro Jogando para o futuro Interdisciplinaridade e Formação de Conceitos Itinerância CEIA Nappb JOGADA 10 ACORDES DE VIDA ÁRVORE DA VIDA Laboratórios de informática Literatura Biblioteca ambulante SEMANA DA FAMÍLIA DECORAÇÃO NATALINA Ludicidade Tradição gaúcha Melhorias das Estruturas Fisicas Educarte MOSTRA PEDAGÓGICA Materiais recicláveis Clube de mães Musicultura Orquesta Natal Barra e Luz Trabalhos Manuais PROJETO CONHECER MENOR APRENDIZ JOVEM TRABALH. Pastoral da Criança Viver à diversidade Apoio Escolar Plano Municipal de Educação Projetos Autor Presente FEstival Literário Festival Estudantil da Canção Natal/Páscoa Solidária Prefeito Mirim Curta Minha Escola Chega Aí Tô de bem com a vida Plantas PRÊMIO GESTOR PÚBLICO MUN. EM EDUCAÇÃO PRO. SAÚDE E PREV. NAS ESCOLAS CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 211 Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) Alfa e Beto PROJETO BASSANO LEITOR Reciclar para mudar Civismo e Cidadania Escola no campo Semeando para um Mundo Melhor 3 Tento Agroindustrial Eu Adotei uma Árvore Crescer com alegria Cuidando do Professor O paiol Atendimento ao aluno Crescer FOME DE LER Oficinas Pedagógicas Pós-Graduação para os professores Escolhas Saudáveis, Expressão e Arte Oficina de Pet Handball LAMBARI Patrulha mirim Monitoria de Inclusão Municipal de Redação Artes Cênicas CRIAR PPV na Escola RECONSTRUINDO Espanhol Recriança Lúdico Conhecendo a 4ª colônia Merenda escolar Pedagógicos interdisciplinares Querpi Projeto sobre plantas medicinais Coleta de óleo Ensino de Italiano Recuperação de nascentes Transporte escolar Qualidade de vida Carne suína na escola Paisagismo Sala de leitura Seminário de educação inclusiva Sexualidade gênero e diversidade Bolsa família nà comunidade escolar 212 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) PRÊMIO LEITURA NA ESCOLA Projeto Ronda Verdejar Aratiba Sorridente Projeto arboreto Valorizando as Diferenças Monitores ecológicos Passeio ciclístico Festival da canção estudantil VIDA,SAÚDE E CIDADANIA Raízes Mostra Multidisciplinar Cada Escola com a sua Bandeira Viva Leitura Tupã Viva vida 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% P1_Q2.4 O projeto Político-Pedagógico das escolas contempla a Educação Inclusiva? Respostas % Não consta 102 20,6% Não sabe 33 6,7% Não 119 24,0% Sim 242 48,8% Total 496 100,0% P1_Q2.4.1 Explique como a educação inclusiva é contemplada no Projeto Político-Pedagógico Respostas Não consta 179 Não sabe 129 Garantindo a matrícula na classe normal 61 Salas de recursos 24 Avaliação diferenciada 20 Adaptações dos espaços físicos 18 Professores/Educadores especializados 18 Turno inverso (atend. especial) 15 Professores/Educadores treinados 14 Planos de Estudo especial 11 Currículo adaptado 11 Contemplada no PPP 10 Respeitando diferenças, com apoio e esforço 10 AEE 10 Práticas pedagógicas que favoreçam à inclusão 9 Orientação/atenção às crianças/alunos deficientes 8 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL % 36,1% 26,0% 12,3% 4,8% 4,0% 3,6% 3,6% 3,0% 2,8% 2,2% 2,2% 2,0% 2,0% 2,0% 1,8% 1,6% 213 Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) Parceria com APAE 7 Com base nas normas/resoluções 7 Metas/Objetivos 5 Atendimento multidisciplinar 4 Condições de permanência na escola 2 Pscicopedagoga (apoio) 2 Professor auxiliar acompanha 2 Laboratório de aprendizagem 2 Prevendo/planejando 2 Atividades alternativas 2 Envolvendo famíliares, professores e funcionários 2 Orientação aos pais 1 Aulas de reforço 1 Com. fonoaudióloga 1 Atendimento complementar 1 Preparando à comunidade escolar 1 Elaboração de ACIs 1 EME especial 1 Formação continuada 1 Classe especial 1 P1_Q2.5 Transcreva os itens do Projeto Político Pedagógico das Escolas se referem à inclusão das Pessoas com Deficiência: Respostas Não consta 188 Não sabe 166 AEE - Atendimento Educacional Especial/ Ed. Especial 31 Avaliação do aluno 23 Sistema regular de ensino 16 Material/Práticas/Atividades pedagógicas 14 Não há 14 Fundamentação Legal 14 Sala de recursos 13 Melhorias estruturais e acessibilidade 12 Adaptação Curricular ACI 10 Professores capacitados 9 Metodologia 9 Direito de acesso/Acessibilidade 8 Oficinas de aprendizagem/Atividades de ensino 7 Objetivos 7 Diagnóstico 7 Matrículas 6 Adaptação 5 Escola Inclusiva 5 Gestão 5 214 1,4% 1,4% 1,0% 0,8% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% que % 37,9% 33,5% 6,3% 4,6% 3,2% 2,8% 2,8% 2,8% 2,6% 2,4% 2,0% 1,8% 1,8% 1,6% 1,4% 1,4% 1,4% 1,2% 1,0% 1,0% 1,0% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) Progressão/Formação continuada 3 Filosofia 3 Individualidade 3 Convivência Social 2 Desenvolvimento integral 2 Planos de estudos/Planejamento 2 Marco operativo 2 Conteúdos 2 Valorização 1 Recreação 1 Confraternização 1 Dinâmicas de autoestima 1 Relatório de Educação Pedagógica 1 Fonoaudiólogo 1 Psicólogo/Ass. Social 1 P1_Q2.6 O sistema educacional de seu Município assegura a matrícula alunos com deficiência? 0,6% 0,6% 0,6% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% de Respostas % Não consta 102 20,6% Não sabe 32 6,5% Não 22 4,4% Sim 340 68,5% Total 496 100,0% P1_Q2.7 O Município dispõe de atendimento Educacional Especializado? Respostas % Não consta 102 20,6% Não sabe 29 5,8% Não 119 24,0% Sim 246 49,6% Total 496 100,0% P1_Q2.7.1 Quais atendimentos são disponibilizados? Caso a resposta acima seja sim. Respostas Não consta 182 Não sabe 75 Atend. Psicológico 95 Atend. Fono. 82 Sala de recursos/Sala de recursos multifuncionais 73 Atend. Psicopedagógico 48 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL % 36,7% 15,1% 19,2% 16,5% 14,7% 9,7% 215 Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) APAE Atend. FISIOTERÁPICOS Professor/Educador atend. Especial AEE Atend. pedagógico Neurologista Classes especiais Escolas especiais/Centros de educação especial Turno inverso (atend. espec.) Equipe multidisciplinar Nutricionista Professor de LIBRAS Aulas em Braille Laboratório de aprendizagem Assistente social Psicomotricista Orientação educacional APADA Reforço escolar Diversos/Outros Intérprete Psiquiatra Atendimento social Estimulação precoce Consultas médicas especializadas Neuropediatra Arteterapia NAEE Oftalmologista Terapia ocupacional Inclusão de pessoas com deficiência nas escolas Ocupacional Classe especial de surdos Equoterapia 46 33 25 20 19 11 8 8 8 7 7 7 6 5 5 4 3 2 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 9,3% 6,7% 5,0% 4,0% 3,8% 2,2% 1,6% 1,6% 1,6% 1,4% 1,4% 1,4% 1,2% 1,0% 1,0% 0,8% 0,6% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% P1_Q2.7.2 Onde os atendimentos são disponibilizados Não sabe Não consta Por Escola Por Polo Outros Total 216 Respostas 89 0 163 69 156 496 % 17,9% 0,0% 32,9% 13,9% 31,5% 100,0% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) P1_Q2.7.3_QUAIS Se Outros.Quais? Respostas Não consta 253 Não sabe 61 APAE 82 Não Possui Outros 24 Outros 16 Escola(s) 16 Sala de recursos da escola 14 Posto de Saúde/Unidade de saúde 12 Secretaria de Educação 10 CAPS - Centro de atenção psicossocial 5 Centro de atendimento especializado 5 Secretaria de Saúde 4 Escola de atendimento especial 4 Escola Especial 3 Centro de Apoio pedagógico 3 CAE - Centro de Atendimento ao Excepcional 3 CEMAE 3 Atendimento psicológico 2 Int. Pestalozzi 2 CRAS 1 Entidades filantrópicas 1 APADA 1 Em entidades especializadas - através de convênios 1 % 51,0% 12,3% 16,5% 4,8% 3,2% 3,2% 2,8% 2,4% 2,0% 1,0% 1,0% 0,8% 0,8% 0,6% 0,6% 0,6% 0,6% 0,4% 0,4% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% P1_Q2.7.4 Como se caracterizam esses atendimentos? Não sabe Não consta Escola Especial Classe Especial Sala de Recursos Total Respostas 101 0 120 41 206 496 % 20,4% 0,0% 24,2% 8,3% 41,5% 100,0% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 217 Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) P1_Q2.8 O Município estabelece critérios para organização de salas de aulas inclusivas? Respostas % Não consta 102 20,6% Não sabe 42 8,5% Não 201 40,5% Sim 151 30,4% Total 496 100,0% P1_Q2.8.1_EXPLIQUE Explique os critérios Respostas Não consta 222 Não sabe 149 Nº de alunos 32 Acessibilidade física 26 Professores com formação específica/continuada 19 Análise de caso / Diagonóstico 15 De acordo com a demanda/necessidade 14 Avaliação psicológica/pedagógica/neurológica 11 Nível/Tipo de deficiência 8 Legislação 8 Recursos apropriados / necessidades 7 Professor auxiliar 7 Atendimento 7 Avaliação médica 7 Monitores 6 Materiais/Práticas pedagógicas 6 Sala de recursos 6 Direito a matrícula/Estar matriculado 4 Idade 3 Nível do aluno 1 Apoio ao aluno deficiente 1 % 44,8% 30,0% 6,5% 5,2% 3,8% 3,0% 2,8% 2,2% 1,6% 1,6% 1,4% 1,4% 1,4% 1,4% 1,2% 1,2% 1,2% 0,8% 0,6% 0,2% 0,2% P1_Q2.9 Existe um programa de formação continuada para os professores? Não consta Não sabe Não Sim Total 218 Respostas 102 2 145 247 496 % 20,6% 0,4% 29,2% 49,8% 100,0% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) P1_Q2.9.1_EXPLIQUE Explique os critérios Respostas Não consta 186 Não sabe 75 Formação continuada (40h anual) 42 Cursos 29 Seminários 27 Formação oferecida a todos professores 20 CONFORME DEMANDA/NECESSIDADE 20 Palestras 18 Relacionado à inclusão 18 Cursos/programas do governo ) 15 REUNIÕES/JORNADAS PEDAGÓGICAS 15 Tem formação direcionada para atender alunos Com dificuldade de aprendizagem ou deficiência 12 Encontros mensais 11 Professores regularmente em atividade 9 Encontros 7 Específica p/ prof. que atendem em salas de recursos 7 Auxílio para especialização 6 AEE 6 Oficinas 5 Cursos oferecidos por redes privadas ou universidades 5 Cursos específicos na área 5 Formação geral 5 Plataforma Freire 4 Aperfeiçoamento Profissional 4 Curso Polo de Passo Fundo 4 Curso anual 4 Fóruns 4 Algumas atividades (não caracterizado como formação continuada) 3 Reuniões quinzenais 3 Parceria com a FADERS 3 Grupo de estudos 3 Encontros organizados esporadicamente 2 Aos professores que atendem a turmas inclusivas /demais áreas que necessitam aperfeiçoamento 2 Grupos de estudo 2 PAR(plano de ações articuladas) 2 Pelos especialistas em educação 2 Escola ativa 2 Reuniões de estudos semanais com professores da escola especial e prof. das salas de recursos para estudos 2 Atender à comunidade 2 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL % 37,5% 15,1% 8,5% 5,8% 5,4% 4,0% 4,0% 3,6% 3,6% 3,0% 3,0% 2,4% 2,2% 1,8% 1,4% 1,4% 1,2% 1,2% 1,0% 1,0% 1,0% 1,0% 0,8% 0,8% 0,8% 0,8% 0,8% 0,6% 0,6% 0,6% 0,6% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 219 Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) Existe um projeto em nível municipal Conforme decisão dos professores Encontro trimestral Formação adaptada à necessidade da escola Acompanhamento específico para a elaboração e desenvolvimento de ACIs Reuniões mensais de estudos com prof. dos Lab. de Aprendizagem Alguns professores participam Fórum Internacional de Ed. com tônica na diversidade As formações são organizadas na própria escola Encontros para reflexão sobre avaliação Planejamento A professores com dificuldade Eventos Capacitação Concursados Estimular a cooperação entre os professores Estudos Grupos divididos por área de conhecimento Sala de recursos Curso de LIBRAS 2 2 1 1 0,4% 0,4% 0,2% 0,2% 1 0,2% 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% P1_Q2.10 Há alunos com deficiência que não entraram na escola? Respostas % Não consta 102 20,6% Não sabe 37 7,5% Não 208 41,9% Sim 149 30,0% Total 496 100,0% P1_Q2.10.1_PORQUE Por que estes alunos não entraram na escola? Respostas Não consta 221 Não sabe 135 Não foi matriculado pela família/questões famíliares 64 Frequenta APAE 25 Idade avançada ao nível escolar 22 Frequenta Escola de Educação Especial 12 220 % 44,6% 27,2% 12,9% 5,0% 4,4% 2,4% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) Deficiência acentuada/profunda Escola e professores sem estrutura para recebê-los Dificuldade de adaptação/inclusão Falta/esperam vagas Deficiência múltipla, inúmeras necessidades Dificuldade de Locomoção/Acesso Múltiplas dificuldades Frequenta serviços de apoio Sem condições para frequentar uma escola regular Comportamento agressivo Inapto para convívio social escolar Distância Necessidade de atendimento especializado Trabalho infantil 12 9 6 5 4 4 4 4 3 1 1 1 1 1 2,4% 1,8% 1,2% 1,0% 0,8% 0,8% 0,8% 0,8% 0,6% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% P1_Q2.11 Motivos que levam a exclusão escolar em seu município: Respostas % Não sabe 144 29,0% Não consta 43 8,7% Repetência 119 24,0% Trabalho Infantil 15 3,0% Dificuldades de Aprendizagem 170 34,3% Deficiências 101 20,4% Outras 72 14,5% Total 496 100,0% P1_Q2.11_OUTROS Se outros. Quais? Respostas Não consta 311 Não sabe 135 NEGLIGÊNCIA FAMÍLIA/ALUNO - ligado a pobreza 29 Acima da idade 7 Outros 5 Falta de estrutura escolar 3 Má gestão das escolas/ professores despreparados 3 Distância/locomoção 3 Preconceito/discriminação 2 Busca de trabalho 1 Dificuldade de aprendizagem 1 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL % 62,7% 27,2% 5,8% 1,4% 1,0% 0,6% 0,6% 0,6% 0,4% 0,2% 0,2% 221 Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) P1_Q2.12 Quanto à acesibilidade, a escola oferece: Respostas Não consta 145 Rampas 222 Banheiros adaptados 159 Rebaixamento de calçada 156 Pisos antiderrapantes 133 Alargamento de portas 115 Rampas com corrimão 114 Lupas 89 Escritas ampliadas 71 Computadores com periféricos adaptados 63 Rebaixamento de bebedouros 60 Sorobã 57 Programas acessíveis(DOSVOX,etc.) 57 Regletes 55 Punção 53 Carteiras escolares adaptadas 51 Rebaixamento de lixeiras 45 Gravadores 44 Professor com proficiência em LIBRAS 42 Comunicação alternativa e aumentativa 39 Máquinas de escrever em Braille 38 Professor em Braille 34 Impressora em Braille 33 Instrutor de LIBRAS 32 Intérprete de LIBRAS 32 Maçanetas acessíveis 31 Interruptores acessíveis 23 Outras adaptações 23 Corrimão nos encostos do pátio 17 Elevadores 14 Piso tátil dentro da escola 13 Rebaixamento de telefones públicos 12 Corrimão nas bordas do pátio 12 Piso tátil no entorno da escola 7 Sinaleira Sonora 6 Campainha luminosa 6 Telefone público com TDD 5 Elevadores com identificação de andar em Braille 2 Elevadores com informação de voz 2 Total 496 222 % 29,2% 44,8% 32,1% 31,5% 26,8% 23,2% 23,0% 17,9% 14,3% 12,7% 12,1% 11,5% 11,5% 11,1% 10,7% 10,3% 9,1% 8,9% 8,5% 7,9% 7,7% 6,9% 6,7% 6,5% 6,5% 6,3% 4,6% 4,6% 3,4% 2,8% 2,6% 2,4% 2,4% 1,4% 1,2% 1,2% 1,0% 0,4% 0,4% 100,0% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) P1_Q2.12_OUTROS Outras adaptações. Quais? Não consta Não sabe Sala de recursos multifuncional Outros Respostas 324 143 7 22 P1_Q2.13 Deficiência Intelectual - quantos Não sabe Não consta <=,00 1,00 - 5,00 6,00 - 20,00 21,00 - 50,00 51,00 - 100,00 101,00+ Total % 65,3% 28,8% 1,4% 4,4% Respostas 48 155 51 91 82 38 20 11 496 % 9,7% 31,3% 10,3% 18,3% 16,5% 7,7% 4,0% 2,2% 100,0% Deficiência Visual - quantos Não sabe Não consta <=,00 1,00 - 5,00 6,00 - 20,00 21,00 - 50,00 51,00 - 100,00 101,00+ Total 68 159 113 112 30 12 1 1 496 13,7% 32,1% 22,8% 22,6% 6,0% 2,4% 0,2% 0,2% 100,0% Deficiência Auditiva - quantos Não sabe Não consta <=,00 1,00 - 5,00 6,00 - 20,00 21,00 - 50,00 51,00 - 100,00 101,00+ Total CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 65 159 101 135 28 5 2 1 496 13,1% 32,1% 20,4% 27,2% 5,6% 1,0% 0,4% 0,2% 100,0% 223 Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) Deficiência Física - quantos Não sabe Não consta <=,00 1,00 - 5,00 6,00 - 20,00 21,00 - 50,00 51,00 - 100,00 101,00+ Total 62 162 85 140 36 7 2 2 496 12,5% 32,7% 17,1% 28,2% 7,3% 1,4% 0,4% 0,4% 100,0% Deficiência Múltipla - quantos Não sabe Não consta <=,00 1,00 - 5,00 6,00 - 20,00 21,00 - 50,00 51,00 - 100,00 101,00+ Total 69 167 110 102 34 8 5 1 496 13,9% 33,7% 22,2% 20,6% 6,9% 1,6% 1,0% 0,2% 100,0% Distúrbio global do desenvolvimento - quantos Não sabe Não consta <=,00 1,00 - 5,00 6,00 - 20,00 21,00 - 50,00 51,00 - 100,00 101,00+ Total 81 164 124 78 35 8 4 2 496 16,3% 33,1% 25,0% 15,7% 7,1% 1,6% 0,8% 0,4% 100,0% 78 162 114 104 25 7 5 1 496 15,7% 32,7% 23,0% 21,0% 5,0% 1,4% 1,0% 0,2% 100,0% Outras síndromes - quantos Não sabe Não consta <=,00 1,00 - 5,00 6,00 - 20,00 21,00 - 50,00 51,00 - 100,00 101,00+ Total 224 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) PARTE 2 - POLÍTICA DE SAÚDE P2_Q2.1 N.º total de unidades de baixa complexidade: Respostas % Não sabe 8 1,6% Não consta 309 62,3% <=,00 4 0,8% 1,00 - 2,00 104 21,0% 3,00 - 5,00 44 8,9% 6,00 - 10,00 11 2,2% 11,00+ 16 3,2% Total 496 100,0% P2_Q2.2 Nº total de unidades de média complexidade: Respostas % Não sabe 24 4,8% Não consta 309 62,3% <=,00 89 17,9% 1,00 - 1,00 52 10,5% 2,00 - 3,00 9 1,8% 4,00 - 5,00 6 1,2% 6,00+ 7 1,4% Total 496 100,0% P2_Q2.3 N.º total de unidades de alta complexidade: Não sabe Não consta <=,00 1,00 - 1,00 2,00 - 2,00 3,00 - 3,00 4,00+ Total Respostas 39 309 133 11 2 2 0 496 % 7,9% 62,3% 26,8% 2,2% 0,4% 0,4% 0,0% 100,0% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 225 Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) P2_Q2.4_PROGRAMAS_QUAIS Quais Programas? Não consta Não sabe ESF Saúde da Mulher Hiperdia Saúde bucal Assistência ao pré-natal Saúde da Criança Saúde do Idoso PIM PACS Não há programas Grupo de Diabédicos/Hipertensos SISVAN Sorrindo para o Futuro EACS ACS Vigilância Sanitária CAPS Saúde Mental Programa Primeira Infância Melhor Programa de Imunização PCDS Saúde de Gestantes Acuidade Visual Atendimento Odontológico BPC Campanha do Agasalho Cárie Zero Gestantes PET Saúde do Adolescente Prevenção de Câncer de Colo PCCN Programa bebe + saúde Programa de Promoção da Saúde SIAB 226 Respostas 354 63 43 20 14 13 10 10 9 8 8 6 6 6 4 4 4 3 3 3 3 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 % 71,4% 12,7% 8,7% 4,0% 2,8% 2,6% 2,0% 2,0% 1,8% 1,6% 1,6% 1,2% 1,2% 1,2% 0,8% 0,8% 0,8% 0,6% 0,6% 0,6% 0,6% 0,4% 0,4% 0,4% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) P2.4_PROG_PES_INCLUIDAS Número de Pessoas com Deficiência incluídas neste(s) programa(s)? (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?)) Respostas % Não sabe 57 11,5% Não consta 348 70,2% <=,00 32 6,5% 1,00 - 10,00 14 2,8% 11,00 - 50,00 37 7,5% 51,00 - 100,00 2 0,4% 101,00 - 200,00 1 0,2% 201,00 - 500,00 4 0,8% 501,00+ 1 0,2% Total 496 100,0% P2_Q2.4_PROJETOS_QUAIS Quais Projetos? Respostas Não consta 440 Não sabe 72 Saúde bocal 5 Grupo de gestantes, hipertensos e diabéticos 3 Academia ao ar livre 3 Equoterapia 2 Saúde da mulher 2 Saúde do homem e da criança 2 Saúde mental 2 ESF 2 Projetos iguais na diversidade 2 Projeto habitacional 1 Reabilitação comunitária 1 Agentes comunitários de saúde 1 Alimentação saudável 1 Grupo terapêutico para dependentes químicos 1 Ampliação da unidade sanitária 1 Projeto de módulos sanitários 1 Ampliação nas unidades de saúde 1 Cachoerinha amigo do idoso 1 Viva mulher 1 Caps 1 Combate às drogas 1 Girassol 1 Inclusão:interface saúde/escola 1 Órteses, próteses e meios auxiliares de locomoçãp 1 Grupo de convivência a pessoa portadora de deficiência1 Grupo de orientação a gestantes 1 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL % 88,7% 14,5% 1,0% 0,6% 0,6% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 227 Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) Grupo de pessoas com deficiência Grupo de apoio Grupos de terapia comunitária Saúde do idoso Grupo da 3ª idade Grupo de caminhada Vida saudável Mais saúde NASF O segredo da longevidade Oficina terapêutica Olhar soledade Pela assistência social Pequenos vigilantes Projeto cidadania Projeto ppd Crack Projeto RS amigo do idoso Saúde na escola Saúde nota 10 Hiperdia Saúde perto de você Semana da saúde Semana da alimentação Sis-prénatal Sis-colo Sis-mama Nascer e crescer Saúde e vida Saber viver Vigilantes mirins Ratos e baratas Sananduva na ativa Viva mais 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% P2.4_PROJ_PES_INCLUIDAS Número de Pessoas com Deficiência incluídas neste(s) projeto(s)? (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?)) Não sabe Não consta <=,00 1,00 - 10,00 11,00 - 25,00 26,00 - 50,00 51,00+ Total 228 Respostas % 52 10,5% 377 76,0% 35 7,1% 11 2,2% 11 2,2% 6 1,2% 4 0,8% 496100,0% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) P2_Q2.4.1_FEDERAL_QUAIS Quais campanhas FEDERAIS Não consta Não sabe Campanhas de vacinação/imunização Combate à Dengue Tabagismo Combate à AIDS Combate à Hipertensão VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Combate ao câncer de mama Combate à Tuberculose Combate à Diabetes Combate à Hanseníase VIGILÂNCIA SANITÁRIA HIPERDIA SIAB SAI SISVAN BOLSA FAMÍLIA PSF EACS BPC Passe livre intermunicipal e interestadual Preconizadas pelo MS Métodos contraceptivos Respostas 366 65 63 7 4 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 % 73,8% 13,1% 12,7% 1,4% 0,8% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% P2_Q2.4.1_ESTADUAL_QUAIS Quais campanhas ESTADUAIS Não consta Não sabe Campanha de vacinação/imunização Campanha do agasalho/inverno gaúcho Combate à dengue Sorrindo para o futuro Combate às drogas Combate ao câncer de mama Saúde da mulher Combate à mortalidade infantil Combate à violência Casa da gestante Hanseníase Hiperdia Respostas 388 67 20 6 4 3 2 2 1 1 1 1 1 1 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL % 78,2% 13,5% 4,0% 1,2% 0,8% 0,6% 0,4% 0,4% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 229 Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) Cadastro de hipertensos e diabéticos Medicamentos Preconizadas pela SES Prevenção do câncer Verão Legal VIGILÂNCIAS P2_Q2.4.1_MUNICIPAL_QUAIS Quais campanhas MUNICIPAIS Não consta Não sabe Campanhas de vacinação/imunização Combate à Dengue Combate à Hipertensão Combate às drogas Combate à Diabetes Tabagismo Feiras de Saúde Campanha do agasalho Campanha de Saúde Bucal Combate ao Álcool Saúde do homem VIGILÂNCIA SANITÁRIA Ação e Prevenção Palestras Saúde da Mulher Controle de Zoonoses Acompanhamento nutricional Gestantes Prevençao do câncer Prevenção ao Câncer de Próstata Combate à AIDS HIPERDIA Preconizadas pelo MS/SES Combate ao câncer de mama Água JORNADA DA FAMÍLIA FEIRA DE SAÚDE CONFERÊNCIA DE SAÚDE SUS DIREITOS E DEVERES Arrastão do lixo Campanha da Próstata Educação Ambiental COLETA DE EXAMES Campanha da Visão 230 1 1 1 1 1 1 Respostas 368 71 15 12 7 7 6 5 5 3 3 3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% % 74,2% 14,3% 3,0% 2,4% 1,4% 1,4% 1,2% 1,0% 1,0% 0,6% 0,6% 0,6% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) Educação em saúde 1 CAPS 1 COMBATE A ROEDORES 1 Coleta seletiva de lixo 1 Saúde mental 1 SISPRENATAL 1 NUTRIÇÃO PARA PACIENTES DE ALTO RISCO 1 MASSOTERAPIA 1 CÁRIE ZERO 1 SORRINDO PARA O FUTURO 1 PSIQUIÁTRICO 1 Combate à violência 1 PSA 1 Puerperio 1 DSTs 1 Promoção saúde 1 Multirão de oftalmologia 1 Pedágio do carinho 1 As cincos Cores da Saúde 1 Recolhimento de medicamentos vencidos 1 Vacinação de cães e gatos 1 Doação de Sangue e Prevenção 1 Vigilância epidemiológica 1 Vigilância sanitária 1 Oftalmologia 1 Dia mundial da Saúde 1 Dia da Mulher 1 P2_Q2.5.1 Caso tenha parcerias,convênios ou consórcios, o que o município oferece às Instituições? Respostas Não consta 286 Não sabe 92 Apoio financeiro/Pagamento 46 Auxílio em consultas e exames 9 Auxílio em Transporte 9 Profissionias especializados 9 APAE 8 Encaminha os pacientes para realização de exames 6 Demanda com repasse financeiro pré-fixado 5 Demanda 3 Espaço físico 3 Apoio técnico 2 Assistência/atendimento odontológica 2 Atendimento 24 hrs (plantão urgência emergência) 2 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% % 57,7% 18,5% 9,3% 1,8% 1,8% 1,8% 1,6% 1,2% 1,0% 0,6% 0,6% 0,4% 0,4% 0,4% 231 Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) Atendimento Clínico 2 Contrapartida financeira 2 Contrapartida 2 Remuneração de convênios 2 Espaço físico e atendimento para Equoterapia 2 RH 2 Parceria com outros municípios 2 Materiais 2 Trabalho em conjunto 2 Compra serviços de saúde 1 Desconto nas consultas conforme a demanda 1 Articulação em ações de promoção de saúde 1 Repasse de conhecimento espec. em áreas especifica 1 Parcerias entre secretárias e entidades 1 Atendimentos direcionados por área 1 Atende à população itinerante 1 ATENDIMENTO EM SAÚDE AOS USUÁRIOS 1 Auxílio Alimentação 1 Campo de estágio 1 Clientela 1 Contrapartida com transporte e alimentação 1 Cedência de profissionais, veículos e transporte 1 Consórcio 1 Alimentação e material didátido-pedagógico e reabilitação1 Convênio com universidade, oferecendo estágios 1 Pagamento diferenciado 1 Palestras 1 SUBVENÇÕES 1 Apoio a eventos 1 Treinamento de monitor para os programas 1 Ressarcimento 1 Convênios de prestação de serviço 1 Sedência de profissionais para APAE 1 SME - Atendimento Interdisciplinar aos alunos 1 APAE - Subsídios financeiros 1 Pagamento conforme serviço prestado 1 Atendimento médico-hospitalar 1 Suporte técnico 1 Vagas para atendimento 1 P2_Q2.5.2 E o que as Instituições oferecem em contrapartida? Não consta Não sabe Atendimento à população 232 Respostas 286 94 19 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% % 57,7% 19,0% 3,8% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) Excução do serviço conforme contrato Assistência/atendimento médico especializado Atendimento aos deficientes Consultas e exames de média complexidade Prestação de serviço Atendimento de urgência e emergência Descontos Exames e consultas Fonoaudiologia Internação/cirurgias Atendimento hospitalar Materiais Recursos humanos APAE/Atendimento de fisioterapia Assistência Apoio à saúde Auxílio financeiro Desenvolvimento de atividades educativas Fisioterapia Atendimentos laboratoriais Participação em campanhas Menor preço Procedimentos ambulatoriais Recursos Serviços para suprir a demanda necessária Prestação de contas Vende serviços de alta e média complexidade Apoio educacional Orientação Assessoramento em projetos e em atividades Fisioterapía Terapia Ocupacional Assistência Psicológica Compra de medicamentos Atendimento por plantão médico Atendimento em oficinas lúdicas Acompanhamento com profissionais Atendimentos de Média e Alta complexibilidades Psicologia Psiquiatria Pediatria Neurológico RH Redução de valores AUXÍLIO DE PESSOAL Colaboração nos projetos Coleta de material para exames no município CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 14 11 11 7 6 5 5 5 4 4 4 3 3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2,8% 2,2% 2,2% 1,4% 1,2% 1,0% 1,0% 1,0% 0,8% 0,8% 0,8% 0,6% 0,6% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 233 Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) Cursos de especialização Pisicólogo Oficinas Possibilitam a participação dà comunidade Diagnóstico local Instalações Profissionais que atuam em diversas áreas Professores, cavalos e equitador para Equoterapia Recursos financeiros Educação Profissionais especializados Reabilitação Serviços na área social Trabaho em conjunto com a Unidade de Saúde Trabalho interdisciplinar com APAES Serviço de qualidade 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% P2_Q2.5.3 Nº de deficientes atendidos - Deficiência Intelectual (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?)) Não sabe Não consta <=,00 1,00 - 10,00 11,00 - 25,00 26,00 - 50,00 51,00 - 100,00 101,00+ Total Respostas 23 374 16 44 21 11 3 4 496 % 4,6% 75,4% 3,2% 8,9% 4,2% 2,2% 0,6% 0,8% 100,0% Nº de deficientes atendidos - Deficiência Visual (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?)) Não sabe Não consta <=,00 1,00 - 10,00 11,00 - 25,00 26,00 - 50,00 51,00 - 100,00 101,00+ Total 234 24 376 32 54 4 3 1 2 496 4,8% 75,8% 6,5% 10,9% 0,8% 0,6% 0,2% 0,4% 100,0% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) Nº de deficientes atendidos - Deficiência Auditiva (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?)) Não sabe Não consta <=,00 1,00 - 10,00 11,00 - 25,00 26,00 - 50,00 51,00 - 100,00 101,00+ Total 21 375 29 61 7 2 1 0 496 4,2% 75,6% 5,8% 12,3% 1,4% 0,4% 0,2% 0,0% 100,0% Nº de deficientes atendidos - Deficiência Física (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?)) Não sabe Não consta <=,00 1,00 - 10,00 11,00 - 25,00 26,00 - 50,00 51,00 - 100,00 101,00+ Total 22 373 16 62 9 7 5 2 496 4,4% 75,2% 3,2% 12,5% 1,8% 1,4% 1,0% 0,4% 100,0% Nº de deficientes atendidos - Deficiência Múltipla (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?)) Não sabe Não consta <=,00 1,00 - 10,00 11,00 - 25,00 26,00 - 50,00 51,00 - 100,00 101,00+ Total CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 25 378 28 56 3 3 2 1 496 5,0% 76,2% 5,6% 11,3% 0,6% 0,6% 0,4% 0,2% 100,0% 235 Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) Nº de deficientes atendidos - Distúrbio global do desenvolvimento (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?)) Não sabe Não consta <=,00 1,00 - 10,00 11,00 - 25,00 26,00 - 50,00 51,00 - 100,00 101,00+ Total 30 393 42 26 2 0 2 1 496 6,0% 79,2% 8,5% 5,2% 0,4% 0,0% 0,4% 0,2% 100,0% Nº de deficientes atendidos - Outras Síndromes (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?)) Não sabe 21 4,2% Não consta 396 79,8% <=,00 36 7,3% 1,00 - 10,00 36 7,3% 11,00 - 25,00 5 1,0% 26,00 - 50,00 0 0,0% 51,00 - 100,00 1 0,2% 101,00+ 1 0,2% Total 496 100,0% P2_Q2.5.3_OUTRAS_QUAIS Nº de deficientes atendidos - Especifique outras Síndromes: (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?)) Respostas Não consta 430 Não sabe 19 Síndrome de Down 36 Todas/atendimento sem distinção se é deficiente 3 Autismo 2 Deficiência mental 2 Síndrome de West 2 Paralisia cerebral 1 Praderwilli 1 Não possui/outro município 1 Síndrome Angelman 1 Síndrome de Prader-Willi 1 Síndrome Cri-Du-Chat 1 Síndrome Landau Kleffner 1 236 % 86,7% 3,8% 7,3% 0,6% 0,4% 0,4% 0,4% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) Síndrome de Rett Síndrome de Turner Síndrome de Williams Síndrome de Sjögren Epilepsia Toxoplasmose congênita cerebral PARKINSON ALZHEIMER Síndrome da ausência Síndromes congênitas Hidrocefalia Microcefalia Síndrome de Duchenne Síndrome de la Tourette 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% P2_Q2.6 Serviços oferecidos nas unidades de baixa complexidade e o número de pessoas com deficiência atendidas - Neurologia (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?)) Não sabe Não consta <=,00 1,00 - 10,00 11,00 - 25,00 26,00 - 50,00 51,00+ Total Respostas 19 386 52 27 10 1 1 496 % 3,8% 77,8% 10,5% 5,4% 2,0% 0,2% 0,2% 100,0% Serviços oferecidos nas unidades de baixa complexidade e o número de pessoas com deficiência atendidas - Pediatria (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?)) Não sabe 27 5,4% Não consta 366 73,8% <=,00 23 4,6% 1,00 - 20,00 70 14,1% 21,00 - 50,00 3 0,6% 51,00 - 100,00 2 0,4% 101,00 - 200,00 4 0,8% 201,00+ 1 0,2% Total 496 100,0% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 237 Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) Serviços oferecidos nas unidades de baixa complexidade e o número de pessoas com deficiência atendidas - Clínico Geral (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?)) Não sabe Não consta <=,00 1,00 - 20,00 21,00 - 50,00 51,00 - 100,00 101,00 - 200,00 201,00+ Total 24 359 6 65 27 4 3 8 496 4,8% 72,4% 1,2% 13,1% 5,4% 0,8% 0,6% 1,6% 100,0% Serviços oferecidos nas unidades de baixa complexidade e o número de pessoas com deficiência atendidas - Cardiologia (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?)) Não sabe Não consta <=,00 1,00 - 10,00 11,00 - 25,00 26,00 - 50,00 51,00+ Total 22 387 58 21 4 2 2 496 4,4% 78,0% 11,7% 4,2% 0,8% 0,4% 0,4% 100,0% Serviços oferecidos nas unidades de baixa complexidade e o número de pessoas com deficiência atendidas - Otorrinolaringologia (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?)) Não sabe Não consta <=,00 1,00 - 10,00 11,00 - 25,00 26,00 - 50,00 51,00+ Total 238 20 390 64 17 2 2 1 496 4,0% 78,6% 12,9% 3,4% 0,4% 0,4% 0,2% 100,0% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) Serviços oferecidos nas unidades de baixa complexidade e o número de pessoas com deficiência atendidas - Oftalmologia (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?)) Não sabe Não consta <=,00 1,00 - 10,00 11,00 - 25,00 26,00 - 50,00 51,00+ Total 22 387 59 18 4 3 3 496 4,4% 78,0% 11,9% 3,6% 0,8% 0,6% 0,6% 100,0% Serviços oferecidos nas unidades de baixa complexidade e o número de pessoas com deficiência atendidas - Outros (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?)) Não sabe 27 5,4% Não consta 389 78,4% <=,00 36 7,3% 1,00 - 10,00 27 5,4% 11,00 - 25,00 6 1,2% 26,00 - 50,00 6 1,2% 51,00+ 5 1,0% Total 496 100,0% P2_Q2.7 Quanto à acessibilidade, a unidade de baixa complexidade oferece: Respostas % Não consta 326 65,7% Rebaixamento de calçada 133 26,8% Elevadores Adaptados para deficientes 92 18,5% Elevadores com identificação de andar em Braille 11 2,2% Elevadores com informação de voz 1 0,2% Rampas com corrimão 136 27,4% Pisos Antiderrapantes 67 13,5% Pisos Tátil no entorno do posto ou outro espaço de saúde110 22,2% Piso Tátil dentro do do posto ou outro espaço de saúde 8 1,6% Rebaixamento de telefones públicos 5 1,0% Rebaixamento de bebedouros 12 2,4% Rebaixamento de lixeiras 27 5,4% Alargamentos de portas 40 8,1% Corrimãos de apoio 117 23,6% Intérprete de LIBRAS 51 10,3% Não sabe 3 0,6% Total 496 100,0% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 239 Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) P2_Q2.7_QUAIS Quanto à acessibilidade, a unidade de baixa complexidade oferece: Quais outras adaptações Não consta Não sabe Banheiros Centro de saúde Posto de saúde Todas Respostas 469 24 1 1 1 1 % 94,6% 4,8% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% P2_Q2.8 Serviços oferecidos nas unidades de média complexidade e o número de pessoas com deficiência atendidas - Psicoterapia (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?)) Não sabe Não consta <=,00 1,00 - 10,00 11,00 - 25,00 26,00 - 50,00 51,00+ Total Respostas 25 405 26 24 9 3 4 496 % 5,0% 81,7% 5,2% 4,8% 1,8% 0,6% 0,8% 100,0% Serviços oferecidos nas unidades de média complexidade e o número de pessoas com deficiência atendidas - Fonoterapia (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?)) Não sabe 23 4,6% Não consta 405 81,7% <=,00 26 5,2% 1,00 - 10,00 30 6,0% 11,00 - 25,00 7 1,4% 26,00 - 50,00 2 0,4% 51,00+ 3 0,6% Total 496 100,0% 240 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) Serviços oferecidos nas unidades de média complexidade e o número de pessoas com deficiência atendidas - Fisioterapia (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?)) Não sabe Não consta <=,00 1,00 - 10,00 11,00 - 25,00 26,00 - 50,00 51,00+ Total 24 395 13 42 6 9 7 496 4,8% 79,6% 2,6% 8,5% 1,2% 1,8% 1,4% 100,0% Serviços oferecidos nas unidades de média complexidade e o número de pessoas com deficiência atendidas - Terapia Ocupacional (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?)) Não sabe Não consta <=,00 1,00 - 10,00 11,00 - 25,00 26,00 - 50,00 51,00+ Total 22 416 48 5 0 3 2 496 4,4% 83,9% 9,7% 1,0% 0,0% 0,6% 0,4% 100,0% Serviços oferecidos nas unidades de média complexidade e o número de pessoas com deficiência atendidas - Psicopedagogia (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?)) Não sabe Não consta <=,00 1,00 - 10,00 11,00 - 25,00 26,00 - 50,00 51,00+ Total CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 25 411 42 15 0 2 1 496 5,0% 82,9% 8,5% 3,0% 0,0% 0,4% 0,2% 100,0% 241 Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) Serviços oferecidos nas unidades de média complexidade e o número de pessoas com deficiência atendidas - ServIço Social (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?)) Não sabe Não consta <=,00 1,00 - 10,00 11,00 - 25,00 26,00 - 50,00 51,00+ Total 23 403 23 24 10 7 6 496 4,6% 81,3% 4,6% 4,8% 2,0% 1,4% 1,2% 100,0% Serviços oferecidos nas unidades de média complexidade e o número de pessoas com deficiência atendidas - Outros (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?)) Não sabe 20 4,0% Não consta 435 87,7% <=,00 33 6,7% 1,00 - 5,00 6 1,2% 6,00 - 10,00 0 0,0% 11,00+ 2 0,4% Total 496 100,0% P2_Q2.8_QUAIS Serviços oferecidos nas unidades de média complexidade e o número de pessoas com deficiência atendidas - Outros (quais) Não consta Não sabe Nutricionista Psicologia Fonoterapia (em outra cidade) CAPS Encaminham a outros municípios Dentista Ginecologista Ortopedista Fisioterapia Enfermagem Psiquiatria Outros municípios Todos Terapias alternativas 242 Respostas 458 22 8 3 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 % 92,3% 4,4% 1,6% 0,6% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) P2_Q2.9 Quanto à acessibilidade, a unidade de média complexidade oferece: Respostas % Não consta 326 65,7% Rebaixamento de calçada 133 26,8% Elevadores Adaptados para deficientes 92 18,5% Elevadores com identificação de antar em Braille 11 2,2% Elevadores com informação de voz 1 0,2% Rampas com corrimão 136 27,4% Piso Antiderrapantes 67 13,5% Pisos Tátil no entorno do posto ou outro espaço de saúde110 22,2% Piso Tátil dentro do do posto ou outro espaço de saúde8 1,6% Rebaixamento de telefones públicos 5 1,0% Rebaixamento de bebedouros 12 2,4% Rebaixamento de lixeiras 27 5,4% Alargamentos de portas 40 8,1% Corrimãos de apoio 117 23,6% Intérprete de LIBRAS 51 10,3% Não sabe 3 0,6% Total 496 100,0% P2_Q2.9_QUAIS Quanto à acessibilidade, a unidade de média complexidade oferece: Quais outras adaptações Não consta Não sabe Centro de especialidades Respostas 480 15 1 % 96,8% 3,0% 0,2% P2_Q2.10 Nos teste realizados quantas crianças tiveram confirmação da deficiência: Teste do Pezinho (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?)) Não sabe Não consta <=,00 1,00 - 2,00 3,00 - 5,00 6,00 - 10,00 11,00+ Total Respostas 21 377 66 17 9 2 4 496 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL % 4,2% 76,0% 13,3% 3,4% 1,8% 0,4% 0,8% 100,0% 243 Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) Nos teste realizados quantas crianças tiveram confirmação da deficiência: Teste da Orelhinha (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?)) Não sabe Não consta <=,00 1,00 - 2,00 3,00 - 5,00 6,00 - 10,00 11,00+ Total 26 391 74 3 0 2 0 496 5,2% 78,8% 14,9% 0,6% 0,0% 0,4% 0,0% 100,0% Nos teste realizados quantas crianças tiveram confirmação da deficiência: Teste do Olhinho (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?)) Não sabe Não consta <=,00 1,00 - 2,00 3,00 - 5,00 6,00 - 10,00 11,00+ Total 24 392 76 3 1 0 0 496 4,8% 79,0% 15,3% 0,6% 0,2% 0,0% 0,0% 100,0% Nos teste realizados quantas crianças tiveram confirmação da deficiência: Outros (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?)) Não sabe Não consta <=,00 1,00 - 2,00 3,00 - 5,00 6,00 - 10,00 11,00+ Total 244 19 417 54 5 0 0 1 496 3,8% 84,1% 10,9% 1,0% 0,0% 0,0% 0,2% 100,0% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) P2_Q2.11 Quanto à acessibilidade, a unidade de alta complexidade oferece: Respostas % Não consta 326 65,7% Rebaixamento de calçada 133 26,8% Elevadores Adaptados para deficientes 92 18,5% Elevadores com identificação de andar em Braille 11 2,2% Elevadores com informação de voz 1 0,2% Rampas com corrimão 136 27,4% Piso Antiderrapantes 67 13,5% Pisos Tátil no entorno do posto ou outro espaço de saúde110 22,2% Piso Tátil dentro do do posto ou outro espaço de saúde 8 1,6% Rebaixamento de telefones públicos 5 1,0% Rebaixamento de bebedouros 12 2,4% Rebaixamento de lixeiras 27 5,4% Alargamentos de portas 40 8,1% Corrimãos de apoio 117 23,6% Intérprete de LIBRAS 51 10,3% Não sabe 1 0,2% Total 496 100,0% PARTE 3 - CULTURA E TURISMO P3_Q2.1_CULTURA Que possibilidades de acesso existem para as pessoas com deficiência no seu município, nas seguintes áreas - Cultura Não consta Não sabe Rampas Casa da cultura/centro cultural Biblioteca Existem Eventos/projetos culturais Telecentro/teatro/cineclube Atividades de canto, música, dança e teatro Existem parcialmente Banheiros adaptados para cadeirantes Corrimão Elevador Museu Projetos de melhoria Ctg Palco de eventos/parque de eventos Apae Respostas 207 92 28 19 18 14 11 11 9 6 5 5 5 5 5 3 3 2 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL % 41,7% 18,5% 5,6% 3,8% 3,6% 2,8% 2,2% 2,2% 1,8% 1,2% 1,0% 1,0% 1,0% 1,0% 1,0% 0,6% 0,6% 0,4% 245 Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) Atividades culturais escolares 2 0,4% Calçadas rebaixadas 2 0,4% Centros comunitários 2 0,4% Secretaria da cultura 2 0,4% Outras respostas 6 1,2% P3_Q2.1_TURISMO Que possibilidades de acesso existem para as pessoas com deficiência no seu município, nas seguintes áreas - Turismo Respostas % Não consta 210 42,3% Não sabe 117 23,6% Pontos turísticos com facilidade de acesso 15 3,0% Rampas 15 3,0% Parcialmente/em implantação 12 2,4% Existem 9 1,8% Calçadas rebaixadas/vias adaptadas 6 1,2% Igreja com facilidade de acesso 4 0,8% Banheiros adaptados 3 0,6% Hotel com rampas 3 0,6% Nos parques 3 0,6% Centro histórico municipal com rampas 2 0,4% Corrimão 2 0,4% Em espaços públicos 2 0,4% Em eventos municipais 2 0,4% Praças com rampas 2 0,4% Outras respostas 9 1,8% P3_Q2.1_ESPORTE Que possibilidades de acesso existem para as pessoas com deficiência no seu município, nas seguintes áreas - Esporte Respostas Não consta 210 Não sabe 107 Facilidade de acesso no ginásio (rampa, corrimão, etc...) 25 Rampas 16 Práticas desportivas adaptadas 14 Existem 13 Acesso para assistir a esportes 8 Existem parcialmente 6 Banheiros adaptados 3 Em implantação 3 Corrimão 2 Quadras de esporte 2 Outras respostas 8 246 % 42,3% 21,6% 5,0% 3,2% 2,8% 2,6% 1,6% 1,2% 0,6% 0,6% 0,4% 0,4% 1,6% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) P3_Q2.1_LAZER Que possibilidades de acesso existem para as pessoas com deficiência no seu município, nas seguintes áreas - Lazer Respostas % Não consta 211 42,5% Não sabe 109 22,0% Parques e praças acessíveis 28 5,6% Festas, bailes e eventos 16 3,2% Existem 15 3,0% Rampas 15 3,0% Existem parcialmente 9 1,8% Corrimão 3 0,6% Eventos esportivos 3 0,6% Calçadas rebaixadas 2 0,4% Grupo de convivência 2 0,4% Outras respostas 14 2,8% P3_Q2.1_HABITACAO Que possibilidades de acesso existem para as pessoas com deficiência no seu município, nas seguintes áreas - Habitação Não consta Não sabe Rampas Existem Existem parcialmente Novas construções com mais acesso Casas adaptadas Em implantação Calçadas rebaixadas Corrimão Programa minha casa, minha vida Outras respostas Respostas 214 128 12 11 11 4 3 3 2 2 2 12 % 43,1% 25,8% 2,4% 2,2% 2,2% 0,8% 0,6% 0,6% 0,4% 0,4% 0,4% 2,4% P3_Q2.2_CULTURA Que barreiras são encontradas, no seu município, para uma pessoa com deficiência ter acesso às seguintes áreas - Cultura Respostas Não consta 207 Não sabe 135 Barreias físicas/arquitetônicas gerais (rampas, etc) 116 Falta de atividades/projetos/recursos humanos e financ. 25 Banheiros não adaptados 10 Falta de sinalização tátil, visual ou sonora 9 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL % 41,7% 27,2% 23,4% 5,0% 2,0% 1,8% 247 Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) Falta de transp. adequado/Dificuldade de deslocamento Portas estreitas Falta de incentivo/inclusão Ônibus sem adaptação Falta de livros em Braille Preconceito Própria limitação do deficiente 9 4 2 1 1 1 1 1,8% 0,8% 0,4% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% P3_Q2.2_TURISMO Que barreiras são encontradas, no seu município, para uma pessoa com deficiência ter acesso às seguintes áreas - Turismo Respostas Não consta 210 Não sabe 143 Barreias físicas/arquitetônicas gerais (rampas, etc) 94 Falta de atividades, projetos, recursos humanos e financ. 28 Falta de transp. adequado/Dificuldade de deslocamento 27 Banheiros não adaptados 9 Ônibus sem adaptação 4 Falta de sinalização tátil, visual ou sonora 4 Pessoal despreparado. 4 Falta de incentivo/inclusão/Barreiras sociais 3 % 42,3% 28,8% 19,0% 5,6% 5,4% 1,8% 0,8% 0,8% 0,8% 0,6% P3_Q2.2_ESPORTE Que barreiras são encontradas, no seu município, para uma pessoa com deficiência ter acesso às seguintes áreas - Esporte Respostas Não consta 210 Não sabe 142 Barreias físicas/arquitetônicas gerais (rampas, etc) 82 Falta de recursos materiais e estruturais, programas e projetos voltados 46 Pessoal despreparado. 12 Banheiros não adaptados 10 Falta de incentivo/inclusão 7 Falta de transp. adequado/Dificuldade de deslocamento 6 Falta de sinalização tátil, visual ou sonora 2 Preconceito/Barreiras sociais 2 Própria limitação do deficiente 1 % 42,3% 28,6% 16,5% 9,3% 2,4% 2,0% 1,4% 1,2% 0,4% 0,4% 0,2% 248 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) P3_Q2.2_LAZER Que barreiras são encontradas, no seu município, para uma pessoa com deficiência ter acesso às seguintes áreas - Lazer Respostas % Não consta 211 42,5% Não sabe 156 31,5% Barreias físicas/arquitetônicas gerais (rampas, etc) 84 16,9% Falta de recursos materiais e estruturais, programas e projetos voltados 37 7,5% Falta de transp. adequado/Dificuldade de deslocamento 10 2,0% Banheiros não adaptados 6 1,2% Falta de incentivo/inclusão 3 0,6% Falta de sinalização tátil, visual ou sonora 3 0,6% Preconceito/Barreiras sociais 2 0,4% Própria limitação do deficiente 1 0,2% P3_Q2.2_HABITACAO Que barreiras são encontradas, no seu município, para uma pessoa com deficiência ter acesso às seguintes áreas - Habitação Respostas % Não consta 214 Não sabe 175 Barreias físicas/arquitetônicas gerais (rampas, corrimãos, elevadores etc) 80 Falta de recursos materiais e estruturais, programas e projetos voltados 21 Banheiros não adaptados 5 Falta de incentivo/inclusão 5 Poder aquisitivo 3 Falta de transp. adequado/Dificuldade de deslocamento 3 Planejamento das residências 1 Falta de sinalização tátil, visual ou sonora 1 Desrespeito/Barreiras sociais 1 43,1% 35,3% 16,1% 4,2% 1,0% 1,0% 0,6% 0,6% 0,2% 0,2% 0,2% P3_Q2.3 Que providências estão sendo tomadas para superação das barreiras e construção do acesso às politícas acima citadas? Respostas Não consta 164 Não sabe 79 Adaptação de locais parà inclusão/Modelagem arquitetônica 117 Nenhuma/Nada ainda 40 Planejamento ou Em estudo 40 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL % 33,1% 15,9% 23,6% 8,1% 8,1% 249 Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) Programas e Projetos Debates públicos Orientação e conscientização pessoal Espera por Recursos Criação de um conselho/plano municipal Transporte adequado Equipamentos e profissionais adequados Vagas de estacionamento Melhorias nas instituições Moradias adequadas Apoio médico 20 10 9 9 4 3 3 2 2 1 1 4,0% 2,0% 1,8% 1,8% 0,8% 0,6% 0,6% 0,4% 0,4% 0,2% 0,2% P3_Q2.4_FROTA_ACESSIBILIDADE Quantos ônibus com acessibilidade estão disponíveis no município? (QUESTÃO PREJUDICADA, POIS ALGUNS MUNICÍPIOS RESPONDERAM REFERENTE À FROTA PRÓPRIA DA PREFEITURA E OUTROS RESPONDERAM REFERENTE À FROTA TERCEIRIZADA TB) Não sabe Não consta <=,00 1,00 - 10,00 11,00 - 25,00 26,00+ Total Respostas 13 172 254 49 3 5 496 % 2,6% 34,7% 51,2% 9,9% 0,6% 1,0% 100,0% Qual o n.º total da frota? (QUESTÃO PREJUDICADA, POIS ALGUNS MUNICÍPIOS RESPONDERAM REFERENTE À FROTA PRÓPRIA DA PREFEITURA E OUTROS RESPONDERAM REFERENTE À FROTA TERCEIRIZADA TB) Não sabe 40 8,1% Não consta 180 36,3% <=,00 137 27,6% 1,00 - 10,00 99 20,0% 11,00 - 25,00 30 6,0% 26,00 - 50,00 10 2,0% 51,00 - 100,00 3 0,6% 101,00+ 5 1,0% Total 496 100,0% 250 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) P3_Q2.5 Que percentual esse número significa em relação ao universo da frota municipal? (QUESTÃO PREJUDICADA, POIS ALGUNS MUNICÍPIOS RESPONDERAM REFERENTE À FROTA PRÓPRIA DA PREFEITURA E OUTROS RESPONDERAM REFERENTE À FROTA TERCEIRIZADA TB) Não sabe Não consta <=,00 ,01 - 2,00 2,01 - 5,00 5,01 - 10,00 10,01+ Total Respostas % 74 14,9% 172 34,7% 180 36,3% 57 11,5% 0 0,0% 3 0,6% 10 2,0% 496100,0% Qual o n.º de ônibus adaptados? Não sabe 36 7,3% Não consta 172 34,7% <=,00 236 47,6% 1,00 - 10,00 46 9,3% 11,00 - 25,00 0 0,0% 26,00+ 6 1,2% Total 496 100,0% P3_Q2.6 Que horários são disponibilizados para este serviço de transporte acessível? Não consta Não sabe Ao longo do dia Horário escolar Quando solicitado/agendado Poucas vezes durante o dia À tarde Respostas 164 269 28 22 10 3 2 % 33,1% 54,2% 5,6% 4,4% 2,0% 0,6% 0,4% P3_Q2.7 Quais as regiões da cidade que utilizam o serviço de transporte coletivo acessível? Respostas % Não consta 375 75,6% Não sabe 155 31,3% Nenhuma/Não há ônibus acessível 126 25,4% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 251 Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) Toda cidade, ou quase Zona Rural-Urbana e vice-versa Bairro-Centro e vice-versa Bairros/Interior Centro Interior/Rural com agendamento 25 9 7 7 2 1 5,0% 1,8% 1,4% 1,4% 0,4% 0,2% P3_Q2.8 A lei orgânica do município prevê uma política universalizada no transporte coletivo? Respostas % Não sabe 7 1,4% Não consta 172 34,7% Não 158 31,9% Sim 159 32,1% Total 496 100,0% P3_Q2.9 Quais providências estão sendo tomadas para que toda a frota esteja acessível até o ano de 2014 conforme capítulo V do Decreto Federal 5.692 de 2/12/2004? Respostas Não consta 164 Não sabe 93 Nenhuma/Nada ainda 66 Aguardo/Planejamento 62 Aquisição de novos veículos 56 Não existe frota 32 Debates/Licitações/Organização de Projetos e programas de empresas públicas e privadas 19 Captação de recursos 4 Especialização profissional 1 % 33,1% 18,8% 13,3% 12,5% 11,3% 6,5% 3,8% 0,8% 0,2% PARTE 4 - DADOS REFERENTES À POLÍTICA DO TRAB. E ASSIT. SOCIAL P4_Q2.1 Existem empresas com mais de 100 funcionários na região? Não consta Não sabe Não Sim Total 252 Respostas 181 18 142 155 496 % 36,5% 3,6% 28,6% 31,3% 100,0% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) P4_Q2.1_QUANTAS Quantas? (QUESTÃO PREJUDICADA, POIS ALGUNS MUNICÍPIOS RESPONDERAM REFERENTE AO SEU MUNICÍPIO E OUTROS À SUA REGIÃO REGIÃO DE ABRANGÊNCIA INDEFINIDA) Não sabe Não consta <=,00 1,00 - 10,00 11,00 - 25,00 26,00 - 50,00 51,00+ Total Respostas 154 181 47 104 7 1 2 496 % 31,0% 36,5% 9,5% 21,0% 1,4% 0,2% 0,4% 100,0% P4_Q2.1.1 Destas empresas quantas cumprem a lei de cotas? (QUESTÃO PREJUDICADA, POIS ALGUNS MUNICÍPIOS RESPONDERAM REFERENTE AO SEU MUNICÍPIO E OUTROS À SUA REGIÃO - REGIÃO DE ABRANGÊNCIA INDEFINIDA) Respostas % Não sabe 191 38,5% Não consta 181 36,5% <=,00 67 13,5% 1,00 - 2,00 41 8,3% 3,00 - 5,00 13 2,6% 6,00+ 3 0,6% Total 496 100,0% P4_Q2.2 Qual o número de pessoas com deficiência empregadas no mercado de trabalho formal? (QUESTÃO PREJUDICADA, POIS ALGUNS MUNICÍPIOS RESPONDERAM REFERENTE AO SEU MUNICÍPIO E OUTROS À SUA REGIÃO REGIÃO DE ABRANGÊNCIA INDEFINIDA) Respostas % Não sabe 180 36,3% Não consta 181 36,5% <=,00 56 11,3% 1,00 - 10,00 65 13,1% 11,00 - 50,00 10 2,0% 51,00 - 100,00 2 0,4% 101,00 - 200,00 1 0,2% 201,00 - 500,00 0 0,0% 501,00+ 1 0,2% Total 496 100,0% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 253 Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) P4_Q2.3 Há pessoas com deficiência realizando estágio nas empresas? (QUESTÃO PREJUDICADA, POIS ALGUNS MUNICÍPIOS RESPONDERAM REFERENTE AO SEU MUNICÍPIO E OUTROS À SUA REGIÃO - REGIÃO DE ABRANGÊNCIA INDEFINIDA) Não consta Não sabe Não Sim Total Respostas 181 73 213 29 496 % 36,5% 14,7% 42,9% 5,8% 100,0% P4_Q2.3_QUANTAS Quantas? (QUESTÃO PREJUDICADA, POIS ALGUNS MUNICÍPIOS RESPONDERAM REFERENTE AO SEU MUNICÍPIO E OUTROS À SUA REGIÃO - REGIÃO DE ABRANGÊNCIA INDEFINIDA) Respostas % Não sabe 224 45,2% Não consta 181 36,5% <=,00 79 15,9% 1,00 - 1,00 6 1,2% 2,00 - 2,00 2 0,4% 3,00 - 5,00 3 0,6% 6,00+ 1 0,2% Total 496 100,0% P4_Q2.4 Há pessoas com deficiência realizando estágio nas instituições públicas? (QUESTÃO PREJUDICADA, POIS ALGUNS MUNICÍPIOS RESPONDERAM REFERENTE AO SEU MUNICÍPIO E OUTROS À SUA REGIÃO - REGIÃO DE ABRANGÊNCIA INDEFINIDA) Respostas % Não consta 181 36,5% Não sabe 55 11,1% Não 228 46,0% Sim 32 6,5% Total 496 100,0% P4_Q2.4_QUANTAS Quantas? (QUESTÃO PREJUDICADA, POIS ALGUNS MUNICÍPIOS RESPONDERAM REFERENTE AO SEU MUNICÍPIO E OUTROS À SUA REGIÃO - REGIÃO DE ABRANGÊNCIA INDEFINIDA) Não sabe Não consta 254 Respostas 212 181 % 42,7% 36,5% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) <=,00 81 16,3% 1,00 - 1,00 13 2,6% 2,00 - 2,00 3 0,6% 3,00 - 5,00 6 1,2% 6,00+ 0 0,0% Total 496 100,0% P4_Q2.5 Há pessoas com deficiência realizando estágio em ONGs? (QUESTÃO PREJUDICADA, POIS ALGUNS MUNICÍPIOS RESPONDERAM REFERENTE AO SEU MUNICÍPIO E OUTROS À SUA REGIÃO - REGIÃO DE ABRANGÊNCIA INDEFINIDA) Respostas % Não consta 181 36,5% Não sabe 61 12,3% Não 242 48,8% Sim 12 2,4% Total 496 100,0% P4_Q2.5_QUANTAS Quantas? (QUESTÃO PREJUDICADA, POIS ALGUNS MUNICÍPIOS RESPONDERAM REFERENTE AO SEU MUNICÍPIO E OUTROS À SUA REGIÃO - REGIÃO DE ABRANGÊNCIA INDEFINIDA) Respostas % Não sabe 221 44,6% Não consta 181 36,5% <=,00 89 17,9% 1,00 - 1,00 1 0,2% 2,00 - 2,00 1 0,2% 3,00+ 3 0,6% Total 496 100,0% P4_Q2.6.1 Explicite os cursos de qualificação profissional existentes: (QUESTÃO PREJUDICADA, POIS ALGUNS MUNICÍPIOS RESPONDERAM REFERENTE AO SEU MUNICÍPIO E OUTROS À SUA REGIÃO - REGIÃO DE ABRANGÊNCIA INDEFINIDA) Não consta Não sabe Não há Informática/Inclusão digital Artesanato Corte e costura / Tricô e Crochê Respostas 342 75 36 16 10 7 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL % 69,0% 15,1% 7,3% 3,2% 2,0% 1,4% 255 Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) SENAI Violão/Música Eletricista Marcenaria Manicure e Pedicure Leitura e interpretação de desenho/Pintura SESC Culinária SENAC Calçadista Doméstica APAE Pedreiro/Azulejista A/Rampa SESI Mecânica Derivados do leite FADERS Projeto Rumo-Norte Jardinagem Reciclagem Panificação Dança Enfermagem Nutrição 4 4 4 4 3 3 2 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0,8% 0,8% 0,8% 0,8% 0,6% 0,6% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% P4_Q2.6 Existem cursos de qualificação profissional no qual pessoas com deficiência estejam inseridas? (QUESTÃO PREJUDICADA, POIS ALGUNS MUNICÍPIOS RESPONDERAM REFERENTE AO SEU MUNICÍPIO E OUTROS À SUA REGIÃO REGIÃO DE ABRANGÊNCIA INDEFINIDA) Não consta Não sabe Não Sim Total Respostas 181 51 218 46 496 % 36,5% 10,3% 44,0% 9,3% 100,0% 256 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) P4_Q2.7 Quais os locais ou instituições que encaminham pessoas com deficiência para o mercado de trabalho? (QUESTÃO PREJUDICADA, POIS ALGUNS MUNICÍPIOS RESPONDERAM REFERENTE AO SEU MUNICÍPIO E OUTROS À SUA REGIÃO REGIÃO DE ABRANGÊNCIA INDEFINIDA) Respostas Não consta 294 Não sabe 55 APAE 48 Nenhuma/Não há 48 Agências do município / Secretaria Municipal de Assistência Social, Trabalho e Habitação 27 SINE 22 Assistência social / CRAS 18 Outros 15 Ciee 3 % 59,3% 11,1% 9,7% 9,7% 5,4% 4,4% 3,6% 3,0% 0,6% P4_Q2.8 Quais as barreiras observadas no acesso ao Mercado de Trabalho para as pessoas com deficiência? Não consta Não sabe Falta de capacitação/qualificação Preconceito/Discriminalização Desemprego geral Barreiras arquitetônicas Empresas não contratam/Desconhecem a lei Falta de transporte adequado Comodismo por receberem BPC/LOAS Falta de incentivo famíliar Não há barreiras Aceitação/Inclusão Inapta ao trabalho Sem interesse em trabalhar Respostas 289 35 47 44 34 29 27 10 9 8 6 5 4 2 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL % 58,3% 7,1% 9,5% 8,9% 6,9% 5,8% 5,4% 2,0% 1,8% 1,6% 1,2% 1,0% 0,8% 0,4% 257 Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) P4_Q2.9 Existem órgãos fiscalizadores no cumprimento da lei de cotas? Respostas % Não consta 181 36,5% Não sabe 17 3,4% Não 215 43,3% Sim 83 16,7% Total 496 100,0% P4_Q2.9_QUAL Qual Órgão? Não consta Não sabe Ministério de Trabalho e Emprego Órgãos/Conselhos municipais Secretaria/Conselho de Assistência Social Associação das Pessoas com Deficiência Ministério Público Respostas 368 95 17 10 3 2 2 % 74,2% 19,2% 3,4% 2,0% 0,6% 0,4% 0,4% P4_Q3.1 Há um orgão do município que articula políticas de Assitência Social para as pessoas com deficiência? Respostas % Não consta 181 36,5% Não sabe 25 5,0% Não 62 12,5% Sim 228 46,0% Total 496 100,0% P4_Q3.2 O município possui: O município não possui: Respostas % Não consta 0 0,0% Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) 224 45,2% Centro de Ref. Especial em Assistência Social (CREAS) 41 8,3% Centro de Convivência para Pessoas com Deficiência 46 9,3% Total 496 100,0% 258 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) P4_Q3.3 Quantos usuários possuem o BPC (Benefício de Prestação Continuada)? Não sabe Não consta <=,00 1,00 - 25,00 26,00 - 50,00 51,00 - 100,00 101,00 - 250,00 251,00 - 500,00 501,00 - 1000,00 1001,00+ Total Respostas 64 181 2 109 52 42 25 11 5 5 496 % 12,9% 36,5% 0,4% 22,0% 10,5% 8,5% 5,0% 2,2% 1,0% 1,0% 100,0% P4_Q3.4 Quantos usuários utilizam o Passe Livre Intermunicipal? (QUESTÃO PREJUDICADA: Alguns municípios incluiram idosos e outros não) Respostas % Não sabe 93 18,8% Não consta 181 36,5% <=,00 28 5,6% 1,00 - 10,00 84 16,9% 11,00 - 25,00 52 10,5% 26,00 - 50,00 29 5,8% 51,00 - 100,00 9 1,8% 101,00 - 250,00 14 2,8% 251,00+ 6 1,2% Total 496 100,0% P4_Q3.5_FEDERAL Cite os Programas de Assistência Social existentes no município Em âmbito federal (Ex: PETI, PBF): Respostas Não consta 208 Não sabe 7 PBF - Piso Básico Fixo 219 PAIF - Programa de Atenção Integral à Família 100 PETI - Prog. De erradicação do trab. Infantil 75 ProJovem 74 Bolsa Família 50 BPC - Benefío de Prestação Continuada 28 PBV - Piso Básico Variável 27 IGDBF - Índice de Gestão Descentralizada Bolsa Família 14 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL % 41,9% 1,4% 44,2% 20,2% 15,1% 14,9% 10,1% 5,6% 5,4% 2,8% 259 Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) PBT 12 PTMC - PISO DE TRANSIÇÃO DE MÉDIA COMPLEXIDADE 11 Apoio Socioeducativo às Famílias (ASEF) 7 PAC - Piso de Alta Complexidade 6 Outros 6 Sentinela - Programa de Atendimento às Vítimas de Violência 6 PVMC - Piso Variável de Média Complexidade 5 OASF - ORIENTAÇÃO E APOIO SOCIOFAMÍLIAR. 5 PCD - pessoas com deficiência 5 PAEFI - Atendimento Especializado às Famílias em Situação de Violência 5 Minha casa, minha vida 5 PPD (pessoas portadoras de deficiência) 4 Cadúncio 3 Grupo/Serviço de convivência 3 CRAS - Centro de Referência da Assistência Social 3 Proteção Básica 3 Programa com criança de 0 a 6 anos e Idosos 3 PSB - Prog. Social Básico 3 Proteção social 3 API - ASSISTÊNCIA PSIQUIÁTRICA INTEGRADA 2 PAEF - Programa de Atenção especial à Família 2 PAA - Programa de Aquisição de Alimentos 2 Abrigo 2 Bolsa Alimentação 1 CREAS - Centro de Ref. Especial em Assistência social 1 FECA - Fundo Estadual para a Criança e o Adolescente 1 ASEMA - Ações Socioeducativo ao Meio Ambiente 1 Programa de Enfrentamento a Exploração Sexual de CA1 AABB Comunidade 1 (Asefam) - Ações Socioeducativas à Família 1 PIM-Programa Primeira Infância Melhor 1 1,2% 1,0% 1,0% 1,0% 1,0% 1,0% 0,8% 0,6% 0,6% 0,6% 0,6% 0,6% 0,6% 0,6% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% P4_Q3.5_ESTADUAL Cite os Programas de Assistência Social existentes no município Em âmbito estadual (Ex: Programa Emancipar, outros): Respostas Não consta 234 Não sabe 35 FEAS - Fundo Estadual da Assistência Social 80 OASF - ORIENTAÇÃO E APOIO SOCIOFAMÍLIAR. 74 Emancipar 58 PIM - Primeira Infância Melhor 24 PEAS - Programa Estadual de Assistência Social 23 260 2,4% 2,2% 1,4% 1,2% 1,2% % 47,2% 7,1% 16,1% 14,9% 11,7% 4,8% 4,6% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) ASEMA - Ações Socioeducativo ao Meio Ambiente 8 1,6% RS Amigo do Idoso 8 1,6% FECA - Fundo Estadual para a Criança e o Adolescente 7 1,4% Outros 7 1,4% Não há/Não tem 6 1,2% ProJovem 3 0,6% Grupo de convivência 2 0,4% (Asefam) - Ações Socioeducativas à Família 2 0,4% PAIF - Programa de Atenção Integral à Família 2 0,4% Rede de Proteção Social Básica 2 0,4% Alfabetização de Idosos 1 0,2% RS Criança 1 0,2% Empreendedorismo 1 0,2% P4_Q3.5_MUNICIPAL Cite os Programas de Assistência Social existentes no município Em âmbito municipal: Respostas % Não consta 262 52,8% Não sabe 35 7,1% Outros 58 11,7% Idoso 46 9,3% PCD - Pessoa com Deficiência - grupo de convivência 24 4,8% Inclusão/amparo à Criança e ao Adolescente 23 4,6% Benefício eventual 21 4,2% ASEMA 19 3,8% Oficinas socioeducativas 17 3,4% Cursos de qualificação/geração de renda 17 3,4% Mulher/Mães 14 2,8% OASF - ORIENTAÇÃO E APOIO SOCIOFAMÍLIAR. 13 2,6% Família 13 2,6% Grupos de convivência - dividir os grupos 11 2,2% Não há 11 2,2% CRAS - Centro de Referência da Assistência Social 8 1,6% Plantão Social 8 1,6% PPD - grupo de convivência 6 1,2% Gestante 6 1,2% PAIF 6 1,2% AABB Comunidade 4 0,8% BPC 4 0,8% Atendimento 4 0,8% Programa do leite 4 0,8% Jovem Trabalhador 3 0,6% ABRIGO 3 0,6% APAE 3 0,6% CREAS - Centro de Ref. Especial em Assistência social 3 0,6% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 261 Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) Albergue 3 Auxílio Funeral 3 Projovem 3 Restaurante Popular 2 Centro de atendimendo à Criança e ao adolescente 2 Bolsa família 2 Alcoólicos 2 PSC - Prestação de Serviços à Comunidade 1 Passe Livre 1 Adulto na escola 1 (Asefam) - Ações Socioeducativas à Família 1 P4_Q3.6 Há entidades representativas das pessoas com deficiência (Ex: Associação dos surdos, etc.)? Não consta Não sabe Não Sim Total Respostas 181 3 179 133 496 0,6% 0,6% 0,6% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% % 36,5% 0,6% 36,1% 26,8% 100,0% P4_Q3.6_QUANTAS Quantas? Respostas % Não sabe 28 5,6% Não consta 360 72,6% <=,00 0 0,0% 1,00 - 1,00 84 16,9% 2,00 - 2,00 12 2,4% 3,00 - 3,00 2 0,4% 4,00+ 10 2,0% Total 496 100,0% P4_Q3.6_CITAR Cite-as: Não consta Não sabe APAE - Pais e amigos Associações Não há Conselho municipal Pestalozzi 262 Respostas 374 54 78 36 10 4 2 % 75,4% 10,9% 15,7% 7,3% 2,0% 0,8% 0,4% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) P4_Q3.7 Há entidades (ONGS) prestadoras de serviço na área de Assistência Social à pessoas com deficiência? Não consta Não sabe Não Sim Total Respostas 181 2 209 104 496 % 36,5% 0,4% 42,1% 21,0% 100,0% P4_Q3.7_QUANTAS Quantas? Respostas % Não sabe 31 6,3% Não consta 392 79,0% <=,00 1 0,2% 1,00 - 1,00 58 11,7% 2,00 - 2,00 6 1,2% 3,00 - 3,00 2 0,4% 4,00 - 5,00 5 1,0% 6,00+ 1 0,2% Total 496 100,0% P4_Q3.7_CITAR Cite-as: Não consta Não sabe APAE Inexistente/Não há ADEFI APADEF LEME AFAD ADEVIS ASLA ADEVIC Chimarrão da amizade ACADEF ADF ABRADEVIS Pandorga Associação Vida Nova APADA Respostas 346 76 63 8 3 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL % 69,8% 15,3% 12,7% 1,6% 0,6% 0,4% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 263 Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) CASA LAR APADEV APECAN Associação Pró-Vida Ong Síndrome de Down Unidos para o Amanhã Pestalozzi 1 1 1 1 1 1 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% P4_Q3.8 Existem parcerias (Rede Social) com as políticas públicas? Respostas % Não consta 181 36,5% Não sabe 3 0,6% Não 69 13,9% Sim 243 49,0% Total 496 100,0% P4_Q3.8.1 Sendo a resposta positiva, qual seu grau de satisfação? Respostas % Não sabe 282 56,9% Não consta 1 0,2% Ótimo 20 4,0% Bom 137 27,6% Regular 44 8,9% Insuficiente 12 2,4% Total 496 100,0% P4_Q3.8.1_JUSTIFIQUE Justifique: Respostas Não consta 333 Não sabe 32 Há beneficiados/estrutura - boa articulação 64 Não há parcerias/faltam articulações 17 Pouca parceria 14 Processo em construção/andamento/ampliação 13 Há algumas dificuldades/falhas 8 Rede não-eficiente 8 Falta de preparo/qualificação para atender ao PCDs 6 Não há interesse na criação de parecerias/ONGs 5 Falta concientização das pessoas 4 264 % 67,1% 6,5% 12,9% 3,4% 2,8% 2,6% 1,6% 1,6% 1,2% 1,0% 0,8% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) P4_Q3.9 Os locais públicos que prestam serviço na área da política de assistência social possuem acesso universal? Não consta Não sabe Não Sim Total Respostas 181 3 111 201 496 % 36,5% 0,6% 22,4% 40,5% 100,0% P4_Q3.10 Existem Barreiras nestes locais? Não consta Não sabe Não Sim Total Respostas 181 3 116 196 496 % 36,5% 0,6% 23,4% 39,5% 100,0% P4_Q3.10_QUAIS Quais? Respostas Não consta 308 Não sabe 43 Barreias físicas/arquitetônicas gerais (rampas, etc) 132 Banheiros não adaptados 32 Portas estreitas 7 Falta de sinalização tátil, visual ou sonora 5 Falta de incentivo/inclusão 2 Falta de transp. adequado/Dificuldade de deslocamento 2 Qualificação dos profissionais 1 Preconceito 1 Não há barreiras 1 % 62,1% 8,7% 26,6% 6,5% 1,4% 1,0% 0,4% 0,4% 0,2% 0,2% 0,2% P4_Q3.11 Estão sendo tomadas providências pra superar estas barreiras ao acesso universal? Não consta Não sabe Não Sim Total Respostas 181 15 73 227 496 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL % 36,5% 3,0% 14,7% 45,8% 100,0% 265 Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) P4_Q3.11_QUAIS Quais? Não sabe Não consta Implantação/Construção do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) Acessibilidade/Adaptações arquitetônicas Altereações e adaptações nas escolas Reservas em Estacionamentos Assistência Busca por recursos Inclusão/Aceitação Conscientização Capacitação profissional Projetos/Parcerias Palestras Atividades e Artezanato Criação de um conselho e comitê Desenvolvimento social Andamento/Elaboração/Planejamento Respostas 36 295 % 7,3% 59,5% 14 104 1 1 1 3 4 6 4 1 1 2 4 2 17 2,8% 21,0% 0,2% 0,2% 0,2% 0,6% 0,8% 1,2% 0,8% 0,2% 0,2% 0,4% 0,8% 0,4% 3,4% PARTE 5 - EQUIPAMENTO URBANO PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA P5_Q2.1 Assinale os mobiliários e equipamentos existentes no município: Respostas Não consta 325 Estacionamento reservado nas ruas 60 Meio-fios rebaixados 141 Lixeiras rebaixadas 41 Telefone público rebaixados 51 Lixeiras devidamente sinalizadas e posicionadas, permitindo 47 Telefones públicos devidamente sinalizados e posicionados, pé 50 Hidrantes devidamente sinalizados e posicionados, permitindo livre circulação 19 Piso contraste (tátil) 21 Piso tátil de alerta na borda dos rebaixamentos 10 Pisos antiderrapantes nos interiores dos prédios 31 Sinaleira Sonora 6 Telefone para Surdo TDD 4 Total 496 266 % 65,5% 12,1% 28,4% 8,3% 10,3% 9,5% 10,1% 3,8% 4,2% 2,0% 6,3% 1,2% 0,8% 100,0% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) PARTE 6 - DADOS GERAIS DO MUNICÍPIO P6_Q1.3 Quais os conselhos já implantados no seu município? Não consta Educação Saúde Assistência Social Direitos da Pessoa com Deficiência Outros Total Respostas 342 152 153 150 18 119 496 % 69,0% 30,6% 30,8% 30,2% 3,6% 24,0% 100,0% P6_Q1.4 O Município possui mapeamento de suà população com deficiência? Não sabe Não consta Não Sim Total Respostas 3 341 106 46 496 % 0,6% 68,8% 21,4% 9,3% 100,0% P6_Q1.5 Quantas Pessoas com Deficiência. Na zona urbana? Não sabe Não consta <=,00 1,00 - 100,00 101,00 - 250,00 251,00 - 500,00 501,00 - 1000,00 1001,00 - 2000,00 2001,00 - 5000,00 5001,00+ Total Respostas 89 341 1 60 2 1 1 0 0 1 496 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL % 17,9% 68,8% 0,2% 12,1% 0,4% 0,2% 0,2% 0,0% 0,0% 0,2% 100,0% 267 Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) Quantas Pessoas com Deficiência. Na zona rural? Não sabe 95 Não consta 341 <=,00 1 1,00 - 25,00 44 26,00 - 50,00 9 51,00 - 100,00 6 101,00+ 0 Total 496 19,2% 68,8% 0,2% 8,9% 1,8% 1,2% 0,0% 100,0% P6_Q1.7 O Município dispõe de informações sobre as especificidades das deficiências: Quantos com Deficiência Intelectual Não sabe Não consta <=,00 1,00 - 10,00 11,00 - 25,00 26,00 - 50,00 51,00 - 100,00 101,00 - 250,00 251,00+ Total Respostas 81 347 8 29 18 6 5 2 0 496 % 16,3% 70,0% 1,6% 5,8% 3,6% 1,2% 1,0% 0,4% 0,0% 100,0% O Município dispõe de informações sobre as especificidades das deficiências: Quantos com Deficiência Visual Não sabe Não consta <=,00 1,00 - 10,00 11,00 - 25,00 26,00 - 50,00 51,00 - 100,00 101,00 - 250,00 251,00+ Total 268 82 348 20 39 5 2 0 0 0 496 16,5% 70,2% 4,0% 7,9% 1,0% 0,4% 0,0% 0,0% 0,0% 100,0% CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) O Município dispõe de informações sobre as especificidades das deficiências: Quantos com Deficiência Auditiva Não sabe Não consta <=,00 1,00 - 10,00 11,00 - 25,00 26,00 - 50,00 51,00 - 100,00 101,00 - 250,00 251,00+ Total 80 346 16 43 9 1 0 1 0 496 16,1% 69,8% 3,2% 8,7% 1,8% 0,2% 0,0% 0,2% 0,0% 100,0% O Município dispõe de informações sobre as especificidades das deficiências: Quantos com Deficiência Física Não sabe Não consta <=,00 1,00 - 10,00 11,00 - 25,00 26,00 - 50,00 51,00 - 100,00 101,00 - 250,00 251,00+ Total 82 343 13 41 10 4 2 0 1 496 16,5% 69,2% 2,6% 8,3% 2,0% 0,8% 0,4% 0,0% 0,2% 100,0% O Município dispõe de informações sobre as especificidades das deficiências: Quantos com Deficiência Múltipla Não sabe Não consta <=,00 1,00 - 10,00 11,00 - 25,00 26,00 - 50,00 51,00 - 100,00 101,00 - 250,00 251,00+ Total CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 81 347 19 40 4 4 0 1 0 496 16,3% 70,0% 3,8% 8,1% 0,8% 0,8% 0,0% 0,2% 0,0% 100,0% 269 Anexo 1 - TabulaçÃo Geral dos Dados de PesQuisa (RealiZaçÃo FEE) O Município dispõe de informações sobre as especificidades das deficiências: Quantos com Transtornos globais de desenvolvimento Não sabe Não consta <=,00 1,00 - 10,00 11,00 - 25,00 26,00 - 50,00 51,00 - 100,00 101,00 - 250,00 251,00+ Total 83 357 34 17 2 2 0 1 0 496 16,7% 72,0% 6,9% 3,4% 0,4% 0,4% 0,0% 0,2% 0,0% 100,0% O Município dispõe de informações sobre as especificidades das deficiências: Quantos com Outras Síndromes Não sabe 82 16,5% Não consta 348 70,2% <=,00 20 4,0% 1,00 - 10,00 38 7,7% 11,00 - 25,00 7 1,4% 26,00 - 50,00 1 0,2% 51,00 - 100,00 0 0,0% 101,00 - 250,00 0 0,0% 251,00+ 0 0,0% Total 496 100,0% 270 CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL