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At the beginning of the XIX century, Hegel defended that human history develops towards
perfection, creating ever more sofisticated, balanced and just societies. About fifteen
years ago, the American political scientist Francis Fukuyama concluded that humanity
had finally reached the end of history and created an ideal system: a double-bind of
liberal democracy and global capitalism. But two decades later this rather naïve hope has
turned into disaster. The efforts of the Bush administration to export ‘their’ democracy
led to war, intolerance and contempt for international law. The globalization of capitalism
went much better, but the results are extremely worrying: a growing opposition between
rich and poor, an ecological catastrophe in the making and the unchecked supremacy of
greed and consumerism.
In one aspect Fukuyama was right: the lack of credible existing alternatives. To maintain
our life style, it is said, the economy needs to grow and to make that happen our governments and enterprises have to be the best at the market game. Today, this logic is so
impregnated that it almost seems a law of nature. No wonder, say the theoreticians of
biopolitics: consumer society has become so sofisticated that people have interiorized
their own oppression. If the cycle of production and consumption (production feeds consumption and consumption sustains production) is the very base of our prosperity, nothing
is more important than to format the individual person as producer/consumer. Control and
management of the population, of the bios, of life itself, has become the prime objective
of politics. And it is we ourselves who support and want this, because no price seems too
high for security and prosperity, nothing seems more important than to saveguard and increase our capacity of consumption. We have come to believe that our freedom coincides
with our capacity of purchase.
In times of blind consensus we need dissonant voices. When life seems to be narrowed
down to frenetic consumerism, we need to look for other paths. Nobody will dare to claim
that Art can save the world, but in spite of massification and entertainment (of course, art
itself has also been turned into a consumer product), some still see and practice art as a
form of resistance. As an attempt to visit worlds hidden behind apparent truths. As a way
to question what is generally accepted, easily absorbed or simply comfortable.
The failures of existing Marxism have made the concept of Community suspect - to
many even outdated - but artists like Lemi Ponifasio, Stefan Kaegi & Lola Arias, Faustin
Linyekula and Filipa Francisco place the community resolutely in the centre of their artistic
practice. Spirituality may be compromised by institutional religion and New Age commercials, but Nacera Belaza creates her work out of a state of inner silence and William Yang
doesn’t hesitate to call his monologue a meditation.
Berlin and Tiago Rodrigues & Rabih Mroué look for reality behind the appearances of so
different places as Beirut and Bonanza, while Nine finger by Benjamin Verdonck, Fumiyo
Ikeda and Alain Platel confront the unspeakable nature of violence. Akram Khan and
Miguel Pereira multiply points of view in a dialogue with artists from other cultures, while
Clara Andermatt, Tiago Guedes and Nature Theater of Oklahoma look for inspiration towards popular culture to experiment alternative visions of the world(s) we inhabit. Teatro
Praga discusses conservatism, Michel Schweizer biopolitics and Patrícia Portela asks
herself: “would the world be a better place if everybody could have a second chance?” In
the hypothetical world of theatre, political and social debates acquire new meanings.
Maybe less obvious, but no less incisive, is the minutious work that Thomas Hauert and
Jonathan Burrows & Matteo Fargion develop on the borderline between music and dance.
Or the varied encounters between body and matter staged by Cláudia Dias, Aydin Teker,
Padmini Chettur or Zoitsa Noriega & Magdalena Sloncova. They create sites of experimentation and unfold imaginary worlds, for which little space is left in our accelerated
cities.
A well-known joke relates the story of a man falling from a skyscraper. As he is falling, he
keeps repeating to himself “So far, so good…So far, so good”. Confronted with a world
that insists on ignoring the end of the fall, the mumbling, grumbling, growling, meowing,
humming, stammering and singing of the performers in Vera Mantero’s until the moment when god is destroyed by the extreme exercise of beauty is a precious voice of
dissonance.
Mark Deputter
intro
No início do século XIX, Hegel argumentou que a história humana se desenvolvia em sentido crescente,
criando sociedades cada vez mais sofisticadas, equilibradas e justas. Há 15 anos atrás, o politólogo
americano Francis Fukuyama concluiu que a humanidade tinha finalmente chegado ao fim desta história
e alcançado a organização ideal: um sistema bicéfalo de democracia liberal e capitalismo global. Duas
décadas depois, esta esperança algo ingénua tornou-se um fracasso óbvio. As diligências da administração Bush para exportar a ‘sua’ democracia, deram no que está à vista: guerra, intolerância, desprezo pelo direito internacional. A globalização do capitalismo correu bastante melhor, mas os resultados
também são conhecidos: uma fossa crescente entre ricos e pobres, uma catástrofe ecológica à escala
mundial e a supremacia da ganância e do consumismo.
Numa coisa Fukuyama tinha razão: a falta de alternativas credíveis é estrondosa. Para manter o nosso
nível de vida, diz-se, a economia precisa de crescer e, para isso acontecer, os nossos governos e as nossas empresas têm de primar no jogo dos mercados. Hoje em dia, o raciocínio é tão impregnado que até
parece uma lei da natureza.
Não é de estranhar, dizem os pensadores da biopolítica: a sofisticação da nossa sociedade de consumo
é tal, que os indivíduos interiorizaram a sua própria opressão. Se produzir e consumir estão intimamente
interligados (a produção alimenta o consumo e o consumo sustenta a produção), formando a base da
nossa prosperidade, nada é mais importante do que formatar o indivíduo enquanto produtor/consumidor.
O primeiro objectivo da política tornou-se o controlo e a gestão da população, do bios, da vida de cada
um de nós. E nós assim o queremos, porque nenhum preço parece alto demais para a segurança e a
prosperidade, nada parece mais importante do que salvaguardar e aumentar a capacidade individual de
consumir. Instalou-se a sensação de que a nossa liberdade coincide com o nosso poder de compra.
Em tempos de pensamento único precisamos de vozes dissonantes. Quando a vida parece afunilar-se
num consumismo frenético, precisamos de descobrir outras vias. Já não há ninguém que ouse sugerir
que a arte pode salvar o mundo, mas contra todas as tendências de massificação e entretenimento (pois,
a arte também se tornou num produto de consumo), há quem continue a ver e praticá-la como forma de
resistência. Como uma tentativa de visitar os mundos que se escondem atrás do mundo aparente. Como
uma maneira de questionar o que é geralmente aceite, facilmente absorvido ou simplesmente cómodo.
Os fracassos do Marxismo Real tornaram a ideia da Comunidade suspeita, para muitos talvez até obsoleta, mas artistas como Lemi Ponifasio, Stefan Kaegi & Lola Arias, Faustin Linyekula e Filipa Francisco
colocam a comunidade resolutamente no centro da sua prática artística. O desfasamento da religião
institucional e a comercialização da New Age comprometeram a espiritualidade, mas Nacera Belaza
parte da escuta do silêncio interior para criar as suas coreografias e William Yang não hesita em chamar
à sua obra uma meditação.
Tiago Rodrigues & Rabih Mroué e o grupo Berlin vão à procura da realidade atrás das aparências, em
lugares tão diferentes como Beirute e Bonanza, enquanto Nine finger de Benjamin Verdonck, Fumiyo
Ikeda e Alain Platel procura o encontro com algo que preferimos não confrontar: a natureza da violência.
Akram Khan e Miguel Pereira procuram multiplicar ângulos de visão em diálogo com artistas de outras
culturas, enquanto Clara Andermatt, Tiago Guedes e Nature Theater of Oklahoma se inspiram na cultura
popular para experimentar visões alternativas dos mundos em que vivemos. Teatro Praga discute o
conservadorismo, Michel Schweizer a biopolítica e Patrícia Portela pergunta: “O mundo seria um lugar
melhor se cada um tivesse uma segunda oportunidade?” No mundo hipotético do palco, o debate político
e social alcança novas ressonâncias.
Talvez menos óbvio, mas não menos incisivo é o trabalho minucioso que Thomas Hauert e a dupla
Jonathan Burrows & Matteo Fragion desenvolvem na fronteira entre a dança e a música. Ou os vários
encontros do corpo e da matéria, ensaiados por Cláudia Dias, Aydin Teker, Padmini Chettur ou Zoitsa Noriega & Magdalena Sloncova. Criam-se espaços de experimentação, mundos imaginários para os quais
normalmente resta pouco espaço na vida acelerada das nossas cidades.
Uma anedota conhecida conta a história de um homem que cai de um arranha-céus. Enquanto cai vai
repetindo as palavras: “Por enquanto tudo bem… Por enquanto tudo bem”. Perante um mundo que
insiste em ignorar o fim da queda, o resmungar, murmurar, rosnar, miar, zumbir, gaguejar e cantar dos
intérpretes na peça de Vera Mantero até que deus é destruído pelo extremo exercício da beleza é uma
preciosa voz de dissonância.
Mark Deputter
5
lemi ponifasio | tempest II
6
stefan kaegi + lola arias | chácara paraíso
7
teatro praga | conservatório
8
berlin | bonanza
9
companhia nacera belaza | un an après... titre provisoire
10
faustin linyekula | the dialogue series: iii. dinozord
11
tiago rodrigues + rabih mroué | yesterday’s man
12
cláudia dias + re.al | das coisas nascem coisas
13
filipa francisco + wonderfull’s kova m | íman
14
benjamin verdonck + fumiyo ikeda + alain platel | nine finger
15
akram khan company + national ballet of china | bahok
16
patrícia portela | banquete
17
p.a.r.t.s. | new works
18
vera mantero | até que deus é destruído pelo extremo exercício da beleza
19
programa destacável | take out program
20
todos os espectáculos | all performances
21
todos os espectáculos | all performances
22
calendário | calendar
23
mapa e bilheteiras | city plan and tickets
24
zoo + thomas hauert | accords
25
zoitsa noriega + magdalena sloncova | to be SE(r)QUENCES
26
william yang | china
27
clara andermatt | meu céu
28
jonathan burrows + matteo fargion | speaking dance
29
nature theater of oklahoma | no dice
30
aydin teker | harS
31
tiago guedes | coisas maravilhosas
32
michel schweizer | BLEIB opus #3
33
miguel pereira | doo
34
padmini chettur | pushed
35
projecto teatral | LION NOIR
36
apresentações informais | works in progress
37
encontros | encounters
38
mais que um festival | not just a festival
39
apoios | supports
40
co-produtores e equipa | co-producers and collaborators
lemi ponifasio
MAU company
tempest II
são luiz teatro municipal
quinta thursday 22 maio 21h
sexta friday 23 maio 21h
duração duration 1h30 | bilhetes tickets 10€ / 5€
O artista neozelandês Lemi Ponifasio desenvolve o seu trabalho com um grupo de intérpretes das ilhas
do Oceano Pacífico. Tempest II é uma peça de teatro que se inspira na obra homónima de William
Shakespeare e nos textos políticos do filósofo Giorgio Agamben sobre a relação entre o cidadão e o
Estado. Relembra os casos do refugiado algeriano Ahmed Zaoui, que esteve detido durante quatro anos
sem julgamento numa prisão neozelandesa, e do activista maori Tame Iti, preso numa intervenção antiterrorista na sua comunidade em Ruatoki.
Tempest II, uma parábola sobre os tentáculos do poder, denuncia a situação desesperada dos povos que
habitam o sul do Pacífico. Invoca a viagem de Captain Cook no fim do século XVIII, a conquista colonial
do Pacífico que se seguiu e a opressão dos povos ilhéus. A origem do nome da sua companhia, MAU,
deve-se ao movimento que lutou pela independência das ilhas Samoa.
Com MAU, Ponifasio cria uma linguagem minimalista e poética de grande beleza, baseada nas cerimónias
e cantigas das culturas locais, habitadas por humanos, deuses, pássaros, animais e antepassados.
Assume a responsabilidade política de desenvolver uma linguagem artística contemporânea a partir
da ostracizada cultura indígena: “A contemporaneidade é herdeira directa da tradição e não a sua
bastardia”.
Lemi Ponifasio develops his work with a company of performers who come from across the South Pacific. Tempest
II is inspired by Shakespeare’s homonymous play and the political writings of the philosopher Giorgio Agamben
about state power and human rights. He features the Algerian refugee Ahmed Zaoui, detained for four years
without trial in a New Zealand prison, and the Maori activist Tame Iti, arrested during an anti-terror raid on his
community in Ruatoki.
A parable of the tentacles of power, Tempest II exposes the desperate state of colonised Oceania. It invokes the
travels of Captain Cook at the end of the 18th century and the subsequent colonisation of the South Pacific. MAU,
the name of the company, is taken from the popular movement that fought for the independence of Samoa.
With his company, Ponifasio has been developing a unique performance idiom, starkly minimalist, yet poetic and
generous, based on the ceremonies and ritual songs of the living cultures of the Pacific. A world inhabited by
humans, gods, birds, animals and ancestors. He fully assumes the political responsibility to develop a contemporary
art form out of the ostracized indigenous cultural traditions: “For me contemporary is the legitimate child of
tradition - not the bastardization of it.”
conceito, direcção e palco conception, direction, stage lemi ponifasio luz light helen todd intérpretes performers mau produção
production mau apoiado por supported by creative new zealand
apoio apresentação em lisboa support presentation lisbon creative new zealand
fotografia lemi ponifasio
5
stefan kaegi
lola arias
chácara paraíso
palácio santa catarina (org. culturgest)
sexta friday 23
sábado saturday 24
domingo sunday 25
segunda monday 26
maio
maio
maio
maio
entradas às starting at
19h, 19h30, 20h, 21h e 21h30
duração duration 1h30 | bilhetes tickets 10€ / 5€
Porque é que alguém decide ser polícia? Para defender a democracia, porque gosta do perigo, porque
não consegue outro trabalho, por idealismo, porque quer andar com um revólver na cintura?
Chácara Paraíso é o local onde se encontra o maior centro de formação de soldados da Polícia Militar
da América Latina, no bairro de Pirituba, São Paulo. Nesse local, todos os dias, mais de 2000 polícias
aprendem marchas, abordagens e ataques. No Chácara Paraíso os jovens de 18 anos treinam para a realidade a partir de simulações que são formas
de teatro. Existe até uma favela cenográfica onde os polícias disparam contra alvos de papelão pintados
como pessoas: homem de barba com pistola (atirar!), fotógrafo com câmara (não atirar!), mulher bonita
com revólver (atirar!), homem com refém (não atirar!). Os polícias enfrentam bonecos de papelão. A
ficção converte-se numa forma de treino.
A convite do Goethe-Institut São Paulo os encenadores Lola Arias e Stefan Kaegi (autor de Mnemopark,
um mundo de comboio em miniatura, na Culturgest em 2007) visitaram centros de formação e treino,
cerimónias de formatura, centros de atendimento psicológico, cavalarias, o Corpo Musical e até a capela
da Polícia Militar de São Paulo. Durante este percurso, surgiu uma imagem heterogénea e surpreendente
da instituição policial, uma sociedade dentro da sociedade.
Chácara Paraíso é uma forma de instalação que mescla o documental e a ficção, mostrando biografias
de polícias, ex-polícias e familiares. Os intérpretes/polícias são os guias do museu da sua própria vida.
O público percorre as salas em pequenos grupos.
Why does someone decide to be a policeman: to defend democracy, because they like danger, because they can’t
find other work, out of idealism, because they want to walk around with a revolver in their belt?
Chácara Paraíso (Paradise Farm), in the Pirituba district of São Paulo, is where the largest training centre of
military police soldiers in Latin America can be found. Everyday, in this place, more than 2000 policemen learn
marches, approaches and attacks.
In Chácara Paraíso the young 18-year-olds train for reality through simulations that are forms of theatre. There’s
even a scenic slum for the policemen to shoot cardboard targets painted as people: a bearded man with a pistol
(shoot!), a photographer with a camera (don’t shoot!), a pretty woman with a revolver (shoot!), a man with a
hostage (don’t shoot!). The policemen stand up to cardboard dolls. Fiction converts itself into a form of training.
At the invitation of the Goethe Institute of São Paulo, the directors Lola Arias and Stefan Kaegi (author of Mnemopark
– a miniature train world, at Culturgest 2007) visited training and practice centres, graduation ceremonies,
psychological help centres, cavalries, the Musical Corps, even the Military Police Chapel of São Paulo. Along this
route, a surprising and heterogeneous image of the police institution emerges, a society within society.
Chácara Paraíso is a type of installation that mixes the documental and fictional, displaying biographies of
policemen, ex-policemen and their family members.The performers/policemen are the guides of the museum of
their own lives. The public travels through the rooms in small groups.
conceito e encenação concept and direction lola arias, stefan kaegi com with isabel cristina amaro, thiago de paula santos alves,
marcel lima, pedro amorim, sebastião teixeira dos santos, terezinha teixeira dos santos, ellana gomes viana pires, luis carlos
tokunaga, cleber rodrigues campos colaboração artística e assistência de encenação artistic collaboration and direction assistant
cristiane zuan esteves segunda assistente de encenação second direction assistant manuela afonso montagem vídeo video editing
marilla halla produção production interior produções artísticas internacionais / matthias pees, ricardo muniz fernandes realização
achievement goethe institut são paulo em parceria com in partnership with sesc são paulo apoio support kulturstiftung des bundes
6
co-produção co-production alkantara
teatro praga
conservatório
hospital miguel bombarda
sexta friday 23 >>>> quinta thursday 29 maio
excepto segunda 26 except monday 26
21h
duração duration ±1h30 | bilhetes tickets 10€ / 5€
O ponto de partida para este espectáculo surge de um texto de Peter Sloterdijk em que aborda a
alegoria “cavernosa” da estufa: conservatory, em inglês, é também sinónimo de estufa, um lugar onde
conservamos qualquer coisa que desejamos preservar.
Se o “conservatório” é um lugar onde objectos e seres vivos se podem conservar e sobreviver, distantes
de todas as alterações e mudanças (excepto da velhice e dos seus resultados naturais), o nosso
Conservatório é um lugar onde textos e actores se podem conservar e sobreviver, distantes de todas as
alterações e mudanças (excepto da velhice e dos seus resultados naturais).
Se um “conservatório” pode tornar-se uma organização evoluída, sob a forma de um estabelecimento
público ou privado, destinado a salvaguardar e a promover o ensinamento de certos valores culturais
como a música, a dança, o teatro, e também de outros tipos de saber como as técnicas de certos métiers
(mecânico etc.), o nosso Conservatório tenta ser uma organização que se deixa evoluir, sob a forma
de um espaço semi-público/semi-privado, destinado a salvaguardar e a promover o ensinamento do
Teatro.
O termo conservatório é maioritariamente usado para designar um fenómeno artificial de protecção,
mas é igualmente aplicado para designar um contexto natural, espontâneo, que consegue preencher
sem intervenção antrópica, uma função de preservação — tome-se em consideração este exemplo:
o isolamento de uma ilha durante a deriva dos continentes pode criar um “conservatório” natural de
espécies vivas. Assim sendo, Conservatório é um espectáculo como resultado natural da deriva do teatro
que tenta criar um conservatório natural de espécies.
The point of departure for this show emerges from a text by Peter Sloterdijk addressing the “cavernous” allegory
of the greenhouse: conservatory is also a synonym in English for greenhouse, a place where we keep what we
want to preserve.
If the conservatory is a place where objects and human beings can conserve themselves and survive, distant
from all alterations and changes (except for aging and its natural results), our Conservatório is a place where texts
and actors can conserve themselves and survive, distant from all alterations and changes (except aging and its
natural results).
If a conservatory can become an evolved organization, under the form of a public or private establishment,
destined to safeguard and promote the teaching of cultural values such as music, theatre, and other types of
knowledge such as the techniques of certain métiers (mechanic, etc.), our Conservatório is an organization that
allows itself to evolve, under the form of a semi-public/semi-private space, destined to safeguard and promote
the teaching of Theatre.
The term conservatory is largely used to designate an artificial phenomenon, but it is equally applied to designate
a natural spontaneous context that is able to fulfill, without human intervention, a function of preservation - for
instance, the isolation of an island during the drift of the continents as being able to create a natural conservatory
of living species. So, Conservatório is also a performance resulting from the natural drift of theatre that tries to
create a natural conservatory of species.
co-criação e interpretação co-creation and interpretation andré e. teodósio, cláudia jardim, josé maria vieira mendes, patrícia da silva
e pedro penim desenho de luz light design daniel worm d’assumpção produção e promoção production and promotion pedro pires,
joana gusmão co-produção co-production alkantara residência residence o espaço do tempo | capa
7
berlin
bonanza
teatro da politécnica
sábado saturday 24 maio 19h e 23h
domingo sunday 25 maio 19h e 23h
duração duration 1h10 | bilhetes tickets 10€ / 5€
em inglês com legendas em português in english with portuguese subtitles
Bonanza é um retrato cinematográfico de uma cidade mineira abandonada. Em tempos tivera 6000
habitantes, 36 saloons, 7 cabarets e um grande número de prostitutas para os mineiros. Agora é o lar
de sete habitantes permanentes que, à procura de solidão e espiritualidade, encontram um mundo em
miniatura, com a sua parte de acusações, mexericos, homicídio e medo.
São raras as cidades onde ficamos a conhecer todos os habitantes, mas em Bonanza é possível. Berlin
apresenta este microcosmo usando uma maquete da cidade e cinco ecrãs. Os ecrãs apresentam
em simultâneo as vidas dos habitantes de Bonanza, a maquete dá uma noção real das distâncias e
proporções da cidade.
Bonanza é a terceira parte do ciclo Holocénio (o período geológico actual), uma série de retratos
de cidades, incluindo Jerusalém (2004), Iqaluit (2005) e Moscovo (2009). Berlin apresenta os seus
documentários em contextos teatrais, minuciosamente encenados. Bonanza foi seleccionado como uma
das dez melhores peças de teatro de Flandres e Holanda em 2007. Diz o relatório do júri: “Bonanza
não conta com a presença de actores, mas é teatral. Embora muitas companhias de teatro encontrem
inspiração no cinema, Berlin leva esta tendência ao extremo. O resultado é impressionante.”
Bonanza is a unique film portrait of an abandoned mining town. Once inhabited by over 6000 miners, traders,
adventurers and prostitutes and boasting 36 saloons and 7 dance halls, it now is home to 7 permanent residents.
In search of solitude and spirituality, they find a world in miniature, with its share of accusations, gossip, murder
and fear.
Cities where you get to know all of the residents are rare. But in Bonanza it is possible. Berlin portrays this
microcosm using a scale model of the city and five television screens. The screens present the citizens of Bonanza,
the scale model gives the audience a lively experience of distances and proportions.
Bonanza is the third part of the Holocene cycle (the current geological period), a series of portraits of towns and
cities that also covers Jerusalem (2004), Iqaluit (2005) and Moscow (2009). Berlin presents these documentary
videos in theatrical settings, minutely planned and directed. Bonanza was selected as one of the best theatre
performances of Flanders and the Netherlands in 2007. The jury report says: “Bonanza has no live performers,
but is definitely theatrical. Although many theatre companies currently draw inspiration from film, Berlin takes this
tendency to its extreme. The result is impressive”.
conceito concept berlin [bart baele, yves degryse, caroline rochlitz] fotografia photography bart baele, nico leunen engenheiro de
som sound engineer tom de with montagem editor bart baele banda sonora e mistura soundtrack & mixing peter van laerhoven
pesquisa research berlin, nico leunen grafismo graphics gerjo van dam maquete scale model koen de ceuleneer apoio e execução
cenário support and execution scenery tom van de oudeweetering catering kim troubleyn, veronique batens legendas subtitling sofie
benoot criação software software development frank lanssens electrónica electronics dadaelectronics fotografia aérea aerial photos
saguache ranger district fotos cenário set photos kim troubleyn produção production berlin co-produção co-production stuk leuven,
kvs brussel, vooruit gent apoios support flanders audiovisual fund, flanders image, city of antwerp
apoio apresentação em lisboa support presentation lisbon ministery of culture of the flemish community e next step - programa
cultura da união europeia
8
fotografia © berlin
companhia
nacera belaza
un an après...
titre provisoire
são luiz teatro municipal
domingo sunday 25 maio 21h
segunda monday 26 maio 21h
duração duration 50min | bilhetes tickets 10€ / 5€
Un an après… titre provisoire da coreógrafa argelina Nacera Belaza parece viver num equilíbrio frágil
entre a intemporalidade e a autodestruição. Como se nada fosse definitivo, tudo provisório. “Com efeito,
ao longo das minhas peças, tenho finalmente a impressão de ter desenvolvido uma poética do vazio,
como se cada uma das minhas peças tivesse que conter a capacidade de se apagar. Um vazio inesperado
que preenche todas as nossas expectativas…, eis o que poderia finalmente ser o meu propósito, esculpir
este vazio, dar-lhe um corpo, torná-lo palpável, partilhá-lo e enfim deixá-lo dissolver-se no espaço infinito
dos nossos corpos…” diz a coreógrafa.
No seu percurso autodidacta, Nacera Belaza desenvolveu uma linguagem de movimento muito própria,
onde está cada vez mais presente uma certa reaproximação ao país que deixou enquanto criança. Não
às danças folclóricas enquanto formas congeladas no tempo, mas ao movimento como uma forma de
escuta, intimamente ligada às danças Sufi: “do íntimo para o infinitamente grande, a primeira acção é
a da escuta... Se tivesse que dar uma definição desta escuta, diria que é a ausência de qualquer acção
voluntária, como se viver não fosse um verbo de acção, mas um estado, um mundo que acolhe outro, o
meu mundo em observação do mundo…” Do silêncio nasce uma peça de rara beleza.
Un an après… titre provisoire of algerian choreographer Nacera Belaza seems to maintain a fragile equilibrium
between intemporality and self-effacement. As if nothing were ever complete, always provisional. “Indeed, says
the choreographer, I have the impression that, in the course of my creations, I have developed a poetics of
emptiness, as if each of my creations needs to include the capacity to efface itself. An unawaited emptiness that
fills all of our expectations… This could be my objective: to sculpt the void, give it a body, make it palpable, share
it and finally let it dissolve in the infinite space of our bodies…”
As an autodidact, Nacera Belaza has developed a movement language, increasingly influenced by a reapproximation to the country and culture she left behind as a child. Not to the traditional dances, frozen in time, but to
the idea of movement as a way of listening, closely related to Sufi philosophy: “from the intimate to the endless,
the first act is one of listening. If I had to give a definition of this listening, I would say that it is the absence of
any voluntary act, as if living wasn’t a verb, but a state, a world that receives another, my world observing the
world…”. Out of the silence a piece of rare beauty unfolds.
coreografia choreography nacera belaza com with dalila belaza, nacera belaza iluminação e vídeo light and video nacera belaza
técnico luz light technician lionel mahé co-produção co-production festival montpellier danse, forum culturel du blanc-mesnil com o
apoio de with the support of centre national de la danse – pantin, point ephemere – paris, micadanses – paris
apoio apresentação em lisboa support presentation lisbon culturesfrance, 1001 actions for dialogue - anna lindh foundation
fotografia gérard nicolas
9
faustin linyekula
the dialogue series:
iii. dinozord
centro cultural de belém | palco grande auditório
segunda monday 26 maio 21h
terça tuesday 27 maio 21h
duração duration 1h50 | bilhetes tickets 10€ / 7,5€
em francês com legendas em português in french with portuguese subtitles
instalação aberta ao público 15min antes do início do espectáculo
installation open to the public 15min before the start of the performance
Faustin Linyekula vive e trabalha em Kisangani, terceira cidade da República Democrática do Congo, o
antigo Zaire, o antigo Congo Belga, o antigo Estado Livre do Congo. Em Dinozord, visita a história recente
da sua cidade, marcada pelo colonialismo, pela ditadura, e dilacerada por uma sangrenta guerra civil.
Que sonhos e aspirações restam para os habitantes de Kisangani? Como se pode devolver o nome e a
dignidade às vítimas enterradas em valas comuns no cemitério da cidade?
Dinozord é um relato impressionante sobre opressão e resistência, um requiem que chora os mortos de
guerras e conflitos incessantes. Mas é também uma afirmação resoluta e esperançosa do poder da arte
e da beleza.
O palhaço Kabako viajou de cidade em cidade e de aldeia em aldeia. Não vendia risos, nem lágrimas,
mas sonhos. A sua mala estava cheia de poemas…
Faustin Linyekula
Faustin Linyekula lives and works in Kisangani, third city of the Democratic Republic of Congo, the former Zaire,
the former Belgian Congo, the former Congo Free State. In Dinozord, he visits the recent history of the city he grew
in, marked by colonialism and tyranny and torn apart by a bloody civil war. What dreams and aspirations are left
for the inhabitants of Kisangani? How to devolve to the victims their names and their dignity, as they lay buried in
mass graves on the cemetery of the city?
Dinozord is an impressive tale about oppression and resistance, a requiem that mourns the dead of endless wars
and conflicts. But it is also a resolute and hopeful affirmation of the power of art and beauty.
The clown Kabako travelled from town to town and from village to village, he did not sell laughter or tears, but
dreams. His bag was full of poems...
Faustin Linyekula
coreografia choreography faustin linyekula com with serge kakudji, dinozord, papy ebotani, djodjo kazadi, faustin linyekula, papy
mbwiti textos texts richard kabako, antoine vumilia muhindo vídeo e fotografia video and photography sammy baloji, antoine vumilia
muhindo, faustin linyekula no vídeo on video papa rovinsky, multidimensional griot música music w. a. mozart (requiem, fragments)
- chorale charles lwanga de kisangani, joachim montessuis (nierica), arvo pärt (pari intervallo, redeuntes in mi, trivium, annum per
annum), jimi hendricks (voodoo child) produção production studios kabako / virginie dupray, new crowned hope - wien co-produção
co-production tanzquartier wien, kvs brussels apoio support drac ile-de-france / ministère de la culture et de la communication
10
fotografia agathe poupeney
co-produção co-production alkantara
tiago rodrigues
rabih mroué
yesterday’s man
teatro da politécnica
terça tuesday 27
quarta wednesday28
quinta thursday 29
sexta friday 30
maio 19h
maio 19h
maio 19h
maio 19h
duração duration 1h05 | bilhetes tickets 10€ / 5€
em português com legendas em inglês in portuguese with english subtitles
Um português visita a cidade de Beirute ano após ano. Ele é várias pessoas que são sempre a mesma.
Vários homens iguais que percorrem o mesmo caminho, durante um dia, no centro de Beirute. A cidade
vai mudando, vai-se metamorfoseando mercê da erosão do tempo e das convulsões da História. Este
homem sempre igual acaba por viver dias diferentes, a cada visita. Os dias que a cidade mutante lhe
permite viver.
Este espectáculo parte da hipótese de que em cada cidade existe uma outra cidade subterrânea e por
baixo dessa existe ainda uma outra cidade e assim sucessivamente, num infinito de cidades escondidas
que o tempo vai revelando de forma imprevisível. Essas cidades subterrâneas são tanto o passado como
o futuro, são tudo o que já não ou ainda não existe no presente.
A portuguese man visits the town of Beirut year after year. He is several people that are always the same.
Several men that year after year walk the same path throughout one day, in centre Beirut. The city changes, it
metamorphoses at the mercy of times’ erosion and History’s convulsions. This man never changes but he always
lives different days in each visit. The days that the ever changing city allows him to live.
This show starts from the supposition that in each city there is another city, an underground city and that
underneath that city there is another and another, in an endless number of hidden cities that time reveals in the
most unexpected way. These underground cities are at the same time past and future, they are all that no longer
exists or does not yet exists in the present.
um espectáculo de a performance by rabih mroué, tiago rodrigues, tony chakar com with tiago rodrigues cenário e desenho de
luzes set and light design thomas walgrave produção executiva executive production magda bizarro produção production alkantara
co-produção co-production mundo perfeito apoios supports dgartes / ministério da cultura, instituto camões, ashkal alwan, maria
matos teatro municipal criado no contexto do projecto ‘lugares imaginários’, com o apoio do programa cultura da união europeia
created in the context of the project ‘sites of imagination’, with the support of the culture program of the european union
apoio apresentação em lisboa support presentation lisbon 1001 actions for dialogue - anna lindh foundation
fotografia rabih mroué
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co-produção co-production alkantara
re.al
cláudia dias
das coisas
nascem coisas
teatro da politécnica
quinta thursday 29 maio 21h
sexta friday 30 maio 23h
sábado saturday 31 maio 19h
duração duration ±1h | bilhetes tickets 10€ / 5€
Embalagem de papel totalmente reciclável / Peso máximo a ser embalado: 25 kg / Não empilhar mais
do que 3 caixas / Não serve para embalar líquidos ou produtos perigosos / Proteger da humidade / O
fabricante não pode ser responsabilizado por qualquer utilização indevida desta caixa
“A proposta da nova criação,” escreve Rita Natálio, “é estabelecer uma relação coreográfica entre um
conjunto de acções efectuadas sobre um objecto e a sua descrição oral, esmiuçando, questionando e
empurrando as implicações entre acção e palavra. Ao desenvolver um padrão entre a acção única e a
sua descrição, testam-se os limites do discurso como tradutor e do gesto como acção funcional; testamse a variação e a diferença entre definição-comentário-opinião e as ligações entre tempo da acção e
tempo da imagem.”
Cláudia Dias iniciou a sua colaboração com a RE.AL em 2001; desde então, tem participado como intérprete
em diversos projectos de João Fiadeiro e colaborado de forma determinante no desenvolvimento e
sistematização do método de Composição em Tempo Real. No contexto da RE.AL criou dois solos notáveis,
One Woman Show (2003) e Visita Guiada (2005), que têm sido apresentados na Bélgica, Espanha, França,
Itália, País de Gales, Portugal e Suíça.
Totally recyclable paper package / Maximum weight to be packaged: 25 kg / Do not stack more than 3 boxes
Not suitable for packaging liquids or dangerous products / Protect from humidity / The manufacturer is not
responsible for any improper usage of this box
“The proposal for the new creation,” writes Rita Natálio, “is to establish a choreographic relation between a
conjunction of actions effected upon an object and its oral narration, scrutinizing, questioning and pushing the
implications between action and word. In developing a pattern between a single action and its description, the
performance tests the limits of discourse as translator and of gesture as functional action; it tests the variations
and differences between definition-commentary-opinion and the connections between time of action and time of
image.”
Cláudia Dias initiated her collaboration with RE.AL in 2001. Since then, she has performed in various projects of
João Fiadeiro and has collaborated decisively in the development and systematization of the Real Time Composition
method. In the framework of RE.AL Cláudia Dias has created two remarkable solos, One Woman Show (2003)
and Visita Guiada (2005), which have been presented in Belgium, Spain, France, Italy, Wales, Portugal and
Switzerland.
direcção e coreografia direction and choreography cláudia dias intérpretes performers márcia lança e rui silveira acompanhamento
crítico coaching joão fiadeiro, david-alexandre guéniot, rita natálio espaço cénico space design walter lauterer desenho de luz
e direcção técnica light design and technical direction mafalda oliveira direcção de produção e difusão production and promotion
sofia campos produção production re.al estrutura financiada pela supported by direcção geral das artes / ministério da cultura
co-produção co-production alkantara (lisboa), festival iMira! TnBA (bordéus) projecto co-produzido por next step com o apoio do
programa “cultura” da união europeia project co-produced by next step with the support of the european commission residência
artística artistic residence fórum cultural josé manuel figueiredo / câmara municipal da moita e atelier re.al apoio support chão de
oliva (sintra), forum dança (lisboa) agradecimentos thanks to andrea brandão, gustavo sumpta, vera sofia mota, olga mesa
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fotografia patrícia almeida © re.al
co-produção co-production alkantara
filipa francisco
wonderfull’s kova m
& convidados
íman
centro cultural de belém | pequeno auditório
sexta friday 30 maio 19h
sábado saturday 31 maio 17h
domingo sunday 1 junho 19h
duração duration ±1h | bilhetes tickets 10€ / 7,5€
Desde o início de 2007, alkantara promove um projecto artístico no bairro da Cova da Moura, integrado
no projecto Nu Kre Bai Na Bu Onda, em crioulo ‘Nós queremos ir na tua onda’. Nu Kre Bai Na Bu Onda é
um projecto de capacitação e desenvolvimento de competências em várias áreas artísticas, a realizar
ao longo de três anos numa parceria entre a Associação Cultural Moinho da Juventude, a Junta de
Freguesia da Buraca, a Associação de Solidariedade Social do Alto Cova da Moura e alkantara.
Na área da dança, o projecto ganhou vida no seio do grupo de dança Wonderfull’s Kova M, composto por
jovens mulheres do Bairro que se juntam semanalmente, há cerca de 2 anos, no Moinho da Juventude
pelo gosto comum de dançar hip hop e danças africanas. A direcção artística foi entregue à coreógrafa
Filipa Francisco que há anos desenvolve o seu percurso criativo na confluência da arte e da intervenção
social. Numa carta à coreógrafa Idoia Zabaleta escreve: “Se eu pudesse construir um espaço para um
corpo se mover, que espaço seria este? Construir um espaço ou utilizar os que existem, colocando-os
como cogumelos ou vírus em terrenos baldios, em bairros periféricos como a Cova da Moura ou ao lado
de grandes teatros, parece-me ser um acto interventivo e político”.
Depois de um ano de formação, iniciaram-se os ensaios para a nova criação Íman, tendo por base o
imaginário individual e o património cultural das intérpretes. O resultado cruza as linguagens da dança
tradicional africana, do hip hop e da dança contemporânea, construindo pontes entre mundos que
raramente se cruzam.
Since the beginning of 2007, Alkantara has been developing an artistic project in the neighbourhood of Cova
da Moura, integrated in the project Nu Kre Bai Na Bu Onda, which means in creole “Let’s ride your wave”. Cova
de Moura is inhabited by a community of mainly Cape Verdian immigrants and their descendents. Nu Kre Bai
Na Bu Onda aims at developing artistic capacities and apetites, in a three year project by alkantara and the
local organisations Associação Cultural Moinho da Juventude, Junta de Freguesia da Buraca and Associação de
Solidariedade Social do Alto Cova da Moura.
In the area of dance, the project connects with the local dance group Wonderfull’s Kova M, composed of young
women who meet twice a week to practice hip hop and traditional dances. The artistic direction was entrusted to
the choreographer Filipa Francisco who, in recent years, has been developing her artistic work on the crossroads
of art and social intervention. In a letter she writes to choreographer Idoia Zabaleta: “If I could create a space for a
body to move, what would it look like? Create spaces or use existing ones and plant them like mushrooms or viruses
in waste lands, in townships like Cova da Moura or next to big theatres, could be an act of political intervention”.
After a year of training, rehearsals for a new creation took off. Íman draws upon the individual imaginary and the
cultural patrimony of the performers and moves freely between traditional African dance, hip hop and contemporary
dance, building bridges between worlds that rarely meet.
direcção artística e concepção artistic direction and concept filipa francisco co-criação co-creation margarida mestre co-criação e
interpretação co-creation and interpretation wonderfull’s kova m, rosy timas e bibiana figueiredo formação training filipa francisco,
antónio tavares, clara andermatt, matthieu réau, margarida mestre desenho de luz light design carlos ramos figurinos e guarda
roupa costume design and execution ana real banda sonora soundtrack antoniopedro vídeo “complementário” complementary video
joão pinto fotografia photography ana borralho imagem image rodolfo pinto e tazy produção executiva executive production carina
lourenço assistente de produção production assistant miriam simas, soledade oliveira produção production alkantara parceiros
partners programa escolhas associação cultural moinho da juventude, associação de solidariedade social do alto cova da moura
e junta de freguesia da buraca co-produção co-production jangada de pedra residência artística artistic residence centa projecto
subsidiado por project supported by direcção-geral das artes / ministério da cultura apoio support centro cultural de belém, companhia
clara andermatt, escola superior de teatro e cinema, incrível club, restart, sony portugal apoio financeiro financial support programa
escolhas, fundação calouste gulbenkian, départs – culture program of the european union agradecimentos thanks to madalena
vitorino, jorge barreto xavier, luísa roubaud, sara capote e leonor lucas, sr. jaime neves, finka pé e sr. romeu
fotografia ana borralho
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benjamin verdonck
fumiyo ikeda
alain platel
nine finger
maria matos teatro municipal
sexta friday 30 maio 21h
sábado saturday 31 maio 21h
duração duration 1h15 | bilhetes tickets 10€ / 5€
em inglês com legendas em português in english with portuguese subtitles
Três personalidades artísticas extraordinárias: Benjamin Verdonck, um jovem actor físico, Fumiyo Ikeda,
uma bailarina dramática (na companhia Rosas desde os primeiros dias), e o coreógrafo Alain Platel (dos
Les Ballet C de la B) que faz o elo.
Em cima da mesa está um livro desconcertante: Beasts of No Nation do escritor americano de origem
nigeriana Uzodinma Iweala. Através dos olhos de um menino soldado algures em África, o leitor é levado
numa viagem ao inferno da guerra. Escrito num inglês rudimentar e infantil, o seu testemunho é duro
e frontal. A bailarina e o actor, sozinhos em palco, lutam com a questão: como podemos relacionar-nos
com a extrema crueldade e a falta de senso da guerra? O resultado é um espectáculo absolutamente
extraordinário, ao mesmo tempo comovente e um murro no estômago.
Benjamin Verdonck, a physical actor, and Fumiyo Ikeda, a dramatic dancer, with producer and choreographer Alain
Platel as a link between the two: it is the combination of artistic forces that speaks to the imagination. Ikeda, who
has been at Rosas for almost 20 years, brought them together; Verdonck put some gut-wrenching material on
the table: the book Beasts of No Nation by Uzodinma Iweala, an American of Nigerian origin. Through the eyes of
a child soldier somewhere in Africa, the author looks at the perversity of war. The book is written in a rudimentary
English, childish and direct. Each of the two performers in Nine Finger uses their own resources to tell this story
together. They do so with nothing in their hands and nothing in their pockets but great admiration and poetic
mastery. Under the surface the great question bubbles: how can we, through our art, relate to the cruelty of the
world?
criado por created by fumiyo ikeda, benjamin verdonck, alain platel, anne-catherine kunz, herman sorgeloos interpretado por
performed by fumiyo ikeda, benjamin verdonck produção executiva executive production hanne van waeyenberge, johan penson
produção production rosas, kvs, de munt agradecimentos thanks to hildegard de vuyst, frank van dessel, willy thomas, sara jansen,
an-marie lambrechts, geert opsomer, valentine kempynck, vincent dunoyer, josse de pauw, flint, anani dodji sanouvi, chrysa
parkinson, hanne pleysier, jonas devos, manu devriendt, stijn, gregory brems, leen persoons, tomas desmet, samuel turpin, dennis
tyfus, renzo martens, dirk verstockt, jitske vandenbussche, guy cassiers, anne teresa de keersmaeker, guy gypens
apoio apresentação em lisboa support presentation lisbon ministery of culture of the flemish community
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fotografia herman sorgeloos
akram khan co.
and national
ballet of china
bahok
centro cultural de belém | grande auditório
sexta friday 30 maio 21h
sábado saturday 31 maio 21h
duração duration 1h15 | bilhetes tickets 5€ / 7,5€ / 10€ / 12,5€ / 15€ / 20€
For nomads, home is not an address, home is what they carry with them.
(John Berger, Hold everything dear, p. 129)
Depois dos duetos com Sidi Larbi Cherkaoui (Zero Degrees) e Sylvie Guillem (Sacred Monsters), o
coreógrafo inglês de origem bengali Akram Khan junta de novo um elenco internacional de bailarinos
de várias origens, tradições e culturas, numa colaboração inédita com o Ballet Nacional da China.
Acompanhado pela banda sonora do aclamado compositor Nitin Sawhney, o grupo de intérpretes de
várias origens - chinesa, coreana, indiana, sul-africana, espanhola e eslovaca - sugere a versão actual
da parábola da Torre de Babel. Juntaram-se para dar voz e corpo a um projecto utópico. Encontram-se
numa zona de trânsito e tentam comunicar e partilhar as coisas que trazem consigo: as suas experiências,
as suas memórias, os sonhos, as ambições que os movem. São carregadores. São bahok.
For nomads, home is not an address, home is what they carry with them.
(John Berger, Hold everything dear, p. 129)
Bahok is the long awaited new group choreography by Akram Khan. After the more intimate duets with Sidi Larbi
Cherkaoui (Zero Degrees) and Sylvie Guillem (Sacred Monsters), Akram Khan again joins forces with Mercury Award
winning composer Nitin Sawhney and has brought together a new company of eight dancers. A collaboration with
China’s classical ballet flagship company, The National Ballet of China, the dancers come from different cultures,
traditions and dance backgrounds: Chinese, Korean, Indian, South-African, Spanish and Slovakian. As such they
resemble a present day version of the tale of Babel. Being a community that wants to create together a utopian
project but speaking both with their bodies and tongues different languages. They meet in one of this globalised
world’s transit zones and try to communicate, to share ‘the things they carry with them’: their experiences, their
memories of their original homes, the dreams and aspirations that made them move. They are carriers. They are
bahok.
direcção e coreografia direction and choreography akram khan materiais criados e interpretados por material devised and performed by
eulalia ayguade farro, kim young jin, meng ningining, andrej petrovic, saju, wang yitong, shanell winlock, zhang zhenxin compositor
composer nitin sawhney desenho de luz light design fabiana piccioli conceito cenário set conceived by akram khan, fabiana piccioli,
sander loonen dramaturgia dramaturge guy cools director de ensaios rehearsal director shanell winlock assessor música chinesa
chinese music advisor gisele edwards música adicional additional music my friend of angel tribe by mari boine produtor producer farooq
chaudhry produtora associada associate producer bia oliveira produção executiva production manager fabiana piccioli coordenação
técnica technical coordinator sander loonen assistência digressão assistant tour manager christina paul co-produtores co-production
sadler’s wells theatre (london), british council, the liverpool culture company with merseyside dance initiative, dancexchange
(birmingham), theatre de la ville (paris), tanzhaus nrw (dusseldorf), national arts center (ottawa), china now (london) apoio e
financiamento support and funding arts council england, the cultural leadership programme, nefa (new england foundation for the
arts) bahok foi realizado graças a bahok was made possible by The Doris Duke Fund for Dance Project um programa do a program
administered by the New England Foundation for Arts financiado por with funding from The Doris Duke Charitable Foundation, The Ford
Foundation, The Andrew W.Mellon Foundation, JP Morgan Chase Foundation and MetLife Foundation apoio ensaios do subsidised
rehearsal facilities provided by the jerwood space
fotografia liu yang
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co-produção co-production alkantara
patrícia portela
banquete
palácio da ajuda
sábado saturday 31
domingo sunday 1
segunda monday 2
terça tuesday 3
maio
junho
junho
junho
20h
20h
20h
20h
duração duration 3h | bilhete com jantar incluído ticket dinner included 20€ /15€
em inglês com tradução em português in english with portuguese translation
Imaginem que somos convidados a celebrar o fim da Humanidade enquanto conceito sociológico e
politicamente complexo, carregando milhares de anos de História mal resolvida às suas costas. Imaginem
ainda que, simultaneamente, celebramos a primeira geração de clones para os quais contribuímos com
o nosso DNA e as nossas memórias ao participar neste Banquete. Clones que serão o futuro “homonarrationalis”. Um novo Homem Emocional, com uma enorme database de informação histórica, política,
cultural e sociológica, mas sem qualquer ligação, empatia ou envolvimento pessoal a qualquer facto do
passado. Um Homem consciente da ficcionalidade das suas origens e memórias. Um Homem com a
possibilidade de começar de novo, de agarrar uma segunda hipótese. Estaremos preparados para tomar
esta decisão, o último salto da Humanidade num modelo desconhecido?
Banquete é um projecto transdisciplinar onde performers, videastas, um designer de som, cientistas
entrevistados e uma chefe de cozinha constroem, em conjunto, uma performance/ambiente. Este
evento é simultaneamente um jantar, um espectáculo, um ambiente inesperado, um concerto estranho
e um debate penetrante sobre clonagem, imortalidade e memória. Um pianuter (piano geneticamente
modificado) dará início ao ambiente do banquete, oferecendo uma multiplicidade de atmosferas através
de mudanças subtis e minimais, fazendo viajar o som de mesa em mesa, e de regresso ao seu piano.
Imagine you are invited to celebrate the ending of Mankind as a politically and sociologically complex concept,
carrying thousands of years of unfinished and unresolved History. Imagine that at the same time you are also
celebrating the first new clones that you have contributed to yourself by attending this Symposium. Clones who
will be the future “homo-narrationalis”, a new emotional man with an enormous historical, political, cultural and
sociological database, and yet no personal link, no empathy, no involvement with any past facts. A man aware of the
fictionality of his roots. Of the fictionality of his memory. A man with a possibility of starting over, of having a second
chance. Are you ready to take the decision for that last jump into an unknown model of mankind?
Banquet is a transdisciplinary project where performers, video makers, a sound designer, interviews with
scientists and a cuisine chef produce together an unexpected environment. This event is simultaneously a dinner,
a performance, a strange concert and a penetrating debate on cloning, immortality and memory. A pianuter
(genetically modified piano) will start and end the dinner, giving it multiple environments and suggesting different
spaces with subtle changes, making the sound move from table to table, and back to his piano.
texto, conceito, cenário text, concept, set patrícia portela design sonoro, música sound design, music christoph de boeck chef annick
gernaey intérpretes live e audio performers live and audio célia fechas, sara gebran, tonan quito, yukiko shinozaki / saori miyazawa,
anton skrzypiciel desenho de luz light design zé rui imagem vídeo entrevistas filmed interviews leonardo simões vídeo tapete tapestry
video irmã lucia efeitos especiais montagem entrevistas editing of interviews els van riel construção do cenário technical realization
of set koen raes lay out menu christelle fillod melancolia & pesquisa melancholy & research stef franck pesquisa portugal research
portugal nuno branco, antónio saraiva direcção técnica technical director cláudia rodrigues software e técnico de som software and
sound technician fabrice moinet direcção de produção production manager leen driesen assistente de produção production manager
assistance marie-helène hellebout apoio produção executiva executive production support hélio mateus tour management campai
vzw | bruno heynderickx & eva nunes www.campai.be produção production deepblue (be) and prado (pt) co-produção co-production
vooruit (be), buda kortrijk (be), alkantara (pt), zdb (pt) em colaboração com in collaboration with bozar (be) subsidiado por with the
support of ministério da cultura / direcção-geral das artes (pt), vlaamse gemeenschap (be) apoios sponsors van innis (be), grottes de
sel (be), colruyt (be), yuzu (be), nong cha tea shop brussels (be), ginjinha de óbidos (pt), bolo chabom (pt), hospital santa maria (pt),
aème (pt), portugal gourmet (pt), tap portugal (pt), nutricafes sa (pt) apoio residências residency support teatro viriato (pt), wpzimmer
(be) agradecimentos a entrevistados thanks to interviewees prof. dr. joão lobo antunes, prof. francisco varatojo, prof. lourenço azevedo,
dr. vasco santos, prof. franck raes, prof. van cawenberge, prof. jean jacques cassiman, prof. jean paul van bendegem, ann meulders,
lieve driesen agradecimentos thanks to helena serra, sofia machado, patrícia costa, miguel machado, steven brys, ludo engels, els
van riel, nicole de boeck e todos os voluntários pela ajuda indispensável / and all volunteers for the indispensable help
apoio apresentação em lisboa support presentation lisbon ministery of culture of the flemish community
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fotografia giannina urmeneta ottiker
p.a.r.t.s.
new works
museu da electricidade | central tejo
programa 1
sábado saturday 31 maio 23h
duração duration ±1h | bilhetes tickets 10€ / 5€
programa 2
domingo sunday 1 junho 21h
duração duration ±3h | bilhetes tickets 10€ / 5€
Um dos parceiros de longa data de alkantara é P.A.R.T.S. (Bruxelas) escola de dança contemporânea
fundada em 1995 por Anne Teresa De Keersmaeker. Ao longo de vários anos, em colaboração com a
rede Départs, Alkantara tem co-produzido espectáculos e organizado vários encontros internacionais e
projectos de formação.
Os 20 estudantes de 13 países diferentes do quarto ano da P.A.R.T.S. apresentam o seu trabalho final
em Lisboa. Nos dois últimos anos curriculares, o programa centra-se na pesquisa e nos processos
criativos dos próprios estudantes. As peças apresentadas no festival, em dois programas diferentes,
foram criadas nos últimos três meses, em solos ou pequenos agrupamentos, e acompanhados por
artistas experientes. Uma grande diversidade de propostas de uma nova geração de artistas que entra
agora em palco.
One of the long-time international partners of alkantara is P.A.R.T.S., the school for contemporary dance, founded
by Anne Teresa De Keersmaeker in 1995 and based in Brussels. In collaboration with the Départs network,
alkantara has in previous years co-produced various performances and organised international encounters and
training projects.
20 students of the fourth year of P.A.R.T.S., coming from 13 different countries, present their graduation work. In
the last two years of the curriculum, the program focuses on artistic research and the creation of the students’
own choreographies. The pieces presented at alkantara in two different programs, were created over the past
three months, as solos or in small teams, and accompanied by experienced artists. A wide diversity of works by
a new generation that enters the stage.
estudantes p.a.r.t.s. students franziska aigner (austria), pieter ampe (belgium), fabian barba (ecuador), marisa cabal (spain), aleš
š š (slovenia), sirah foighel (israel), carlos garbin (brazil), robin jonsson (sweden), liz kinoshita (canada), eun-kyung lee (south
cucek
korea), tuur marinus (belgium), mikael marklund (sweden), simon mayer (austria), gilles polet (belgium), albert quesada (spain),
helio santos (cape verde), gabriel schenker (brazil), georgia vardarou (greece), ondrej vidlar (czech republic), kyung-hee woo (south
korea)
apoio apresentação em lisboa support presentation lisbon ministery of culture of the flemish community, départs - culture program
of the european union
fotografia herman sorgeloos
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vera mantero
& guests
até que deus é destruído
pelo extremo exercício
da beleza
teatro meridional
domingo sunday 1 junho 17h
segunda monday 2 junho 19h
duração duration 1h20 | bilhetes tickets 10€ / 5€
em inglês sem legendas in english without subtitles
Um trabalho leve e obstinado, Vera Mantero e cinco performers exploram uma só proposta quase
completamente em torno da linguagem, ou antes, do discurso, mas também do resmungar, murmurar,
rosnar, miar, zumbir, gaguejar e cantar. Gestos e dança emergem onde o corpo se transforma em ouvido
ou numa caixa de ressonância. A peça abraça com alegria teatral um (im)provável futuro corpo social
e não se esquiva ao literal e ao kitsch. A linguagem como possibilidade de dizer “nós” e assim afirmar
ou denunciar a diferença real no mundo em que vivemos – ao nível político, este trabalho lembra-me
a obra de Jean-Luc Nancy. Desde que colaboração e criação são processos sociais em si mesmos, O
Extremo Exercício viajou muito entre a estreia em Brest e as perfomances em Bruxelas: de uma versão
restrita que afirma o grupo como máquina coreográfica que nos é estranha, até uma versão desprendida
e sumarenta cujo ponto de partida é a liberdade que o performer tem no diálogo com o público, como
mais um corpo social. No entanto, oscilando sempre potencialmente entre estes dois extremos, dando
voz às energias persistentes e às imaginações de um vasto espectro. (Jeroen Peeters)
Until the moment when god is destroyed by the extreme exercise of beauty
A light and recalcitrant work, Vera Mantero and five performers explore a single proposition that revolves almost
completely around language, or better around speech, but also mumbling, grumbling, growling, meowing,
humming, stammering and singing. Gestures and dance emerge where the body transforms into an ear or a
peculiar soundboard. The piece embraces with theatrical joy an (im)probable future social body and doesn’t
shun from the literal or kitsch. Language as a possibility to say ‘we’ and thereby affirm or ‘speak out’ the actual
difference of the world we live in – on a political level the work reminds me of Jean-Luc Nancy’s writings.
Since collaboration and creation are a social process itself, The Extreme Exercise has travelled a great distance
between its première in Brest and the performances in Brussels: from a strict version that stresses the group as
an outlandish choreographic machine, to a loose, ‘juicy’ one that takes as a point of departure the performer’s
freedom in dialogue with the public, as yet another social body. Yet potentially it still commutes between these two
extremes, voicing the lingering energies and imaginations of a vast spectrum. (Jeroen Peeters)
direcção artística artistic direction vera mantero interpretação e co-criação performance and co-creation brynjar bandlien, loup
abramovici, marcela levi, pascal quéneau, antonija livingstone (now performed by andrea stotter), vera mantero concepção do
espaço e figurinos visual installation and costume design nadia lauro criação de música music creation boris hauf música ao vivo
e engenheiro de som live music and sound engeneering rui dâmaso desenho de luz light design jean-michel le lez colaboração
dramatúrgica dramaturgic collaboration bojana bauer produção executiva executive production o rumo do fumo co-produção coproduction centre chorégraphique national de tours, centre pompidou - les spectacles vivants | festival d’automne (paris), culturgest
(lisboa), le quartz/scéne nationale de brest, o espaço do tempo (montemor-o-novo) apoio support fundação calouste gulbenkian
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fotografia alain monot
mundos em palco
programa destacável take out program
lemi ponifasio
tempest II
cláudia dias / re.al
das coisas nascem coisas
teatro são luiz
22 e 23 maio 21h
teatro da politécnica
29 maio 21h, 30 maio 23h e 31 maio 19h
O artista neozelandês Lemi Ponifasio desenvolve o seu
trabalho com um grupo de intérpretes das ilhas do
Oceano Pacífico, com os quais tem criado uma linguagem
minimalista e poética de grande beleza, baseada nas
cerimónias e cantigas das suas culturas milenares. Tempest
II é uma parábola sobre o colonialismo, a opressão e os
tentáculos do poder.
Cláudia Dias apresentou os seus solos One Woman Show
(2003) e Visita Guiada (2005) em vários países europeus.
A proposta da nova criação é “estabelecer uma relação
coreográfica entre um conjunto de acções efectuadas
sobre um objecto e a sua descrição oral, esmiuçando,
questionando e empurrando as implicações entre acção e
palavra.”
stefan kaegi + lola arias
chácara paraíso
filipa francisco + wonderfull’s kova m
íman
palácio santa catarina
23, 24, 25 e 26 maio entradas entre 19h e 21h30
ccb - pequeno auditório
30 maio 19h, 31 maio 17h, 1 junho 19h
Chácara Paraíso é o maior centro de formação da Polícia
Militar da América Latina. Todos os dias, mais de 2000
polícias aprendem marchas, abordagens e ataques. Num
espectáculo que mescla o documental e a ficção, polícias
e ex-polícias de São Paulo reconstroem cenas da própria
biografia que, por vezes, parecem ficção.
Desde 2007, alkantara promove um projecto artístico na
Cova da Moura. Com o grupo de dança Wonderfull’s Kova
M, Filipa Francisco criou uma peça baseada no imaginário
individual e no património cultural das intérpretes, cruzando
as linguagens da dança africana, do hip hop e da dança
contemporânea, construindo pontes entre mundos que
raramente dialogam.
teatro praga
conservatório
b. verdonck, f. ikeda, a. platel
nine finger
hospital miguel bombarda
de 23 a 29 maio (excepto 26) 21h
O ponto de partida para o espectáculo surge da observação
de Peter Sloterdijk, em que a palavra conservatory em
inglês é também sinónimo de ‘estufa’. Se o conservatório é
um lugar onde objectos e seres vivos se podem conservar e
sobreviver, o Conservatório do Teatro Praga é um lugar onde
textos e actores se podem conservar e sobreviver, distantes
de alterações e mudanças.
Em Beasts of No Nation, o livro desconcertante de Uzodinma
Iweala, o leitor é levado numa viagem ao inferno da guerra,
através dos olhos de um menino soldado algures em África. A
bailarina e o actor, sozinhos em palco, lutam com a questão:
como podemos relacionar-nos com a extrema crueldade e a
falta de senso da guerra?
berlin
bonanza
akram khan co. + nat. ballet of china
bahok
teatro da politécnica
24 e 25 maio 19h e 23h
ccb - grande auditório
30 e 31 maio 21h
Bonanza é um retrato cinematográfico de uma cidade
mineira abandonada, lar de sete habitantes permanentes
que, à procura de solidão e espiritualidade, encontram
um mundo em miniatura, com a sua parte de acusações,
mexericos e medo. Berlin apresenta este microcosmo
usando uma maquete da cidade e cinco ecrãs.
Akram Khan foi uma das grandes surpresas do nosso
festival em 2002, tendo voltado ao CCB em 2006 com o
impressionante Zero Degrees. Para a nova criação bahok
junta um elenco internacional de bailarinos de várias origens,
numa colaboração inédita com o Ballet Nacional da China e
com o aclamado compositor Nitin Sawhney.
companhia nacera belaza
un an après... titre provisoire
patrícia portela
banquete
teatro são luiz
25 e 26 maio 21h
palácio da ajuda
31 maio, 1, 2, e 3 junho 20h
A obra da coreógrafa argelina Nacera Belaza parece
viver num equilíbrio frágil entre a intemporalidade e a
autodestruição. No seu percurso autodidacta, Nacera
Belaza foi-se reaproximando do país que deixou enquanto
criança. Não às danças folclóricas, mas ao movimento
como uma forma de escuta, intimamente ligado às danças
Sufi.
Banquete é um projecto transdisciplinar onde performers,
videastas, um designer de som, cientistas entrevistados
e uma chefe de cozinha constroem uma performance/
ambiente. Este evento é simultaneamente um jantar, um
espectáculo subtil, um ambiente inesperado, um concerto
estranho e um debate penetrante sobre clonagem,
imortalidade e memória.
faustin linyekula
the dialogue series: iii. dinozord
ccb - palco do grande auditório
26 e 27 maio 21h
Em Dinozord, Faustin Linyekula visita a história recente da
sua cidade natal, Kisangani, marcada pelo colonialismo e
pela ditadura, e dilacerada por uma sangrenta guerra civil.
Que sonhos e aspirações restam para os habitantes de
Kisangani? Dinozord é um documentário impressionante
sobre opressão e resistência.
tiago rodrigues + rabih mroué
yesterday’s man
teatro da politécnica
de 27 a 30 maio 19h
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teatro maria matos
30 e 31 maio 21h
Um português visita a cidade de Beirute ano após ano. Ele
é várias pessoas que são sempre a mesma. Vários homens
iguais que percorrem o mesmo caminho no centro de
Beirute. A cidade vai mudando, vai-se metamorfoseando
mercê da erosão do tempo e das convulsões da História.
Este homem sempre igual acaba por viver dias diferentes,
a cada visita.
p.a.r.t.s.
new works
museu da electricidade / central tejo
31 maio 23h e 1 junho 21h
Um dos parceiros de longa data de alkantara é P.A.R.T.S.,
escola de dança contemporânea fundada em 1995 por
Anne Teresa De Keersmaeker. Os 20 estudantes de 13
países diferentes do quarto ano da P.A.R.T.S. apresentam
o seu trabalho final em Lisboa. Uma grande diversidade de
propostas de uma nova geração de artistas que entra agora
em palco.
vera mantero & guests
até que deus é destruído pelo
extremo exercício da beleza
teatro meridional
1 junho 17h e 2 junho 19h
Um trabalho leve e obstinado, os performers exploram uma
proposta em torno do discurso, mas também do resmungar,
murmurar, rosnar, miar, zumbir, gaguejar e cantar. Gestos e
dança emergem onde o corpo se transforma numa caixa
de ressonância. A peça abraça com alegria teatral um (im)
provável futuro corpo social.
tiago guedes
coisas maravilhosas
zoo / thomas hauert
accords
teatro são luiz
2 e 3 junho 21h
culturgest
5 e 6 junho 21h
ZOO existe há 10 anos. No espaço de uma década, Thomas
Hauert conseguiu introduzir uma voz altamente original nos
palcos internacionais. A sua nova criação, accords, continua
a sua pesquisa sobre o corpo em movimento e a relação
entre a dança e a música.
Faz já dois anos que Florent Delval enviou a Tiago um pequeno
vídeo de Egyptian Reggae, música mítica de Jonathan
Richman. Era a brincar, aquele género de links que enviamos
em momentos perdidos. Mas nesse pequeno vídeo Tiago viu
uma porta de entrada para trabalhar sobre algo que andava à
procura, material coreográfico em sítios inusitados.
michel schweizer
BLEIB opus #3
zoitsa noriega + magdalena sloncova
to be SE(r)QUENCES
teatro maria matos
5 e 6 junho 21h
teatro da politécnica
3 e 4 junho 19h
Zoitsa Noriega e Magdalena Sloncova encontraram-se
durante o projecto coLABoratório - Encontro Sul-Americano
Europeu de Coreógrafos. Durante a última fase do projecto,
criaram juntas a peça to be SE(r)QUENCES, desenvolvida a
partir do desejo de trabalhar com materiais extra-corporais
(papel) e imateriais (vento) e da ideia de um lugar vazio.
O que é que seis magníficos cães pastor belga, os seus
respectivos donos, um filósofo, um psicanalista, uma
inquietante figura da resistência e um antigo legionário
poderão estar a fazer juntos em palco? BLEIB interroga os
novos comportamentos sociais e as atitudes psíquicas do
novo “homem sem gravidade”, fabricado pelo capitalismo
ultraliberal.
william yang
china
miguel pereira
doo
museu do oriente
3 e 4 junho 21h
ccb - pequeno auditório
5, 6 e 7 junho 21h
Fotógrafo e contador de histórias, William Yang volta à pátria:
um chinês nascido na Austrália, estrangeiro no seu país de
origem. Yang leva-nos das ruas de Pequim, onde lojas de
informática competem com memórias da Revolução Cultural
e ecos da Dinastia Ming, à montanha sagrada de Huang
Shan, uma escalada obrigatória para qualquer chinês.
Miguel Pereira iniciou a sua carreira na dança aos onze anos,
num palco improvisado numa escola de Lourenço Marques,
vestido de capulana e cantando algo sobre Caetano e Salazar
numa língua africana. Quase trinta anos depois voltou a
Moçambique para se confrontar com a sua cidade natal e
com uma tradição de dança radicalmente diferente da sua.
clara andermatt
meu céu
padmini chettur
pushed
castelo de são jorge
3 e 4 junho 22h30
museu do oriente
7 junho 17h e 8 junho 21h
Um espectáculo de rua criado por uma equipa multidisciplinar
incluindo bailarinos, actores, músicos, traceurs e um grupo
de intérpretes com mais de 60 anos de Santa Maria da Feira,
onde o espectáculo foi criado. O projecto apropria-se das
características arquitectónicas do espaço para envolver o
público numa espécie de ritual comunitário.
Pushed foi criado em 2006 na Coreia do Sul. Partindo
das sete emoções de base da filosofia Coreana – fúria,
dor, prazer, felicidade, tristeza, amor e luxúria – Padmini
Chettur desenvolve uma coreografia subtil, decididamente
contemporânea, mas executada com a extrema precisão e
graça da dança tradicional Indiana.
jonathan burrows + matteo fargion
speaking dance
projecto teatral
LION NOIR
museu da electricidade / central tejo
3 e 4 junho 23h
teatro são luiz
7 e 8 junho 23h
Speaking Dance é uma suave investigação sobre o
relacionamento entre a música e a dança, e sobre a frágil mas
permeável fronteira entre os dois mundos. Uma meditação
formal mas humorística sobre a natureza da comunicação.
“Cativante, indecifrável e arrebatador”, exclamou The Daily
Telegraph.
nature theater of oklahoma
no dice
teatro da politécnica
4, 5, 6 e 7 junho 20h
No Dice utiliza 100 horas de registos telefónicos de membros
da companhia, filtrando-os pelas convenções do teatro
amador, para chegar a uma experiência transformadora –
com diversões fantásticas e preocupações pessoais urgentes
como: “Devo deixar de beber?”, “Vou ser despedido?” ou
“Como chegar a Hollywood?”
aydin teker
harS
ccb - sala de ensaio
5, 6 e 7 junho 19h
harS é um dueto entre uma bailarina e uma harpa. Durante
50 minutos, a bailarina Ayse Orhon interage com este corpo
inanimado, num exercício de grande rigor e densidade.
Executado no limite do equilíbrio, harS é uma fonte
inesgotável de imagens poéticas e uma peça de rara beleza
escultural.
LION NOIR
festas de abertura e encerramento
teatro são luiz | 22 maio 24h | 7 junho 24h
ponto de encontro + eventos à meia noite
espaço alkantara | 23 maio a 8 junho 12h - 02h
No ponto de encontro do festival servem-se todos os dias bebidas, jantares e um programa surpresa à meia
noite: conversas, concertos e intervenções artísticas. Entrada gratuita.
Dia 8 de junho às 24h Filipe Viegas Brahim Sourny e Jaime Conde Salazar apresentam, no ponto de encontro, o
resultado da primeira etapa do projecto www.moveoutloud.net, plataforma coreográfica na internet.
confissões
auditório carlos paredes (benfica) | 25 maio 17h
No contexto do projecto artístico que alkantara promove desde 2007 na Cova da Moura, o grupo de teatro
dirigido por Pedro Carraca e Cláudia Gaiolas, mostra o seu trabalho ao público. O ponto de partida é o livro
Crimes Exemplares de Max Aub.
estúdios
estúdio faustin linyekula
espaço land | 29 maio 23h
estúdio pavol liska + kelly copper
teatro maria matos | 1 junho 19h
Dois workshops de teatro, dirigidos por artistas do festival, em torno do tema ‘festa’. O resultado é apresentado
em duas sessões abertas ao público.
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bilheteiras tickets
bilheteira central bilhetes para todos os espectáculos
espaço alkantara tel. 309 978 184
calçada marquês de abrantes 99, santos
das 12h às 15h e das 17h às 20h
descontos
Os descontos anunciados no programa são
para –30/+65 anos, no centro cultural de
belém para –25/+65 anos. também são válidos
os descontos oferecidos por cada teatro.
assinatura 30€
Seis espectáculos do festival à escolha por
apenas 30€! (acréscimos para bahok de
akram khan e banquete de patrícia portela).
À venda apenas na bilheteira central.
bilheteiras teatros
centro cultural de belém tel. 213 612 444
das 13h às 19h30 | em dias de espectáculo, até meia hora depois do início do mesmo
são luiz teatro municipal tel. 213 257 650
das 13h às 20h | em dias de espectáculo, até meia hora depois do início do mesmo
maria matos teatro municipal
tel. 218 438 801
de 3ª a domingo das 15h às 22h
culturgest tel. 217 905 155
de segunda a sexta das 11h às 19h | sábado e domingo das 14h às 20h
em dias de espectáculo, até à hora de início do mesmo
museu do oriente
tel. 213 585 244
todos os dias (excepto terça) das 10h às 18h | sexta às 22h
em dias de espectáculo, até à hora de início do mesmo
em todos os restantes locais a bilheteira abre 1 hora antes do início do espectáculo
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co-produção co-production alkantara
zoo
thomas hauert
accords
são luiz teatro municipal
segunda monday 2 junho 21h
terça tuesday 3 junho 21h
duração duration ±1h30 | bilhetes tickets 10€ / 5€
ZOO existe há 10 anos. No espaço de uma década, Thomas Hauert conseguiu introduzir uma voz
altamente original nos palcos internacionais. Com esta nova criação, accords, Hauert continua a sua
pesquisa sobre o corpo em movimento e a relação entre a dança e a música.
O trabalho de ZOO é motivado por dois factores: a exploração das possibilidades de movimento de
um corpo humano, sem limitações culturais ou estéticas, e a coordenação de um grupo de corpos em
movimento, como se fossem uma única unidade viva. Dois caminhos complementares que traduzem a
fé que ZOO tem no indivíduo e no desejo de encontrar novos processos de trabalho colectivo. Um método
muito usado, “uníssono improvisado”, implica a criação instantânea de movimentos de grupo pelos
bailarinos em palco.
Desde Cows in Space (1998), a primeira criação de ZOO, que a música tem desempenhado um papel
crucial no trabalho da companhia, como gerador de movimentos e princípio organizador. Thomas Hauert
entende a música como um movimento em si mesmo, uma actividade física. A dinâmica, as harmonias,
as melodias, o contraponto, mas também a experiência corporal da actuação vocal ou instrumental,
podem ser fisicamente interpretados pelo bailarino, que traduz, alarga ou estica todos estes elementos
no seu corpo.
Especialmente para o alkantara festival, Thomas Hauert integra em accords duas partes da coreografia
12/8, criada e executada por um grupo de vinte finalistas da escola de dança P.A.R.T.S.
ZOO is 10 years old. In the space of a decennium, Thomas Hauert has introduced a new and original voice in the
international dance scene. accords, his new creation, is an abstract choreographic composition for seven dancers
in which he continues his research on body and movement, focusing more specifically on the relationship between
dance and music.
ZOO’s work is driven by two factors: the exploration of all movement possibilities of a human body and the
coordination of a group of moving bodies, perceived as one single living being. Two complementary directions that
translate ZOO’s faith in the individual person and the desire to discover collective working processes.
Since the very first performance of the company, Cows in Space (1998), music has played a vital role as a
movement generator and organising principle. Thomas Hauert perceives music as a movement in itself, a physical
activity. The dynamics, the harmonies, the melodies, the counterpoints but also the body’s sensitive experience
of vocal or instrumental performance can be physically interpreted by the dancer, who translates, enlarges or
stretches them inside his body.
For alkantara festival Thomas Hauert integrates in accords two parts of the piece 12/8, created with and danced
by a group of twenty finalists of dance school P.A.R.T.S.
conceito e direcção concept and direction thomas hauert criação e interpretação created and presented by thomas hauert, martin
kilvady, sara ludi, chrysa parkinson, zoë poluch, mat voorter, samantha van wissen música original e som original music and sound
design peter van hoesen desenho luz e cenário light and set design jan van gijsel figurinos costumes OWN produção production
ZOO vzw co-produção co-production kunstenfestivaldesarts (brussels), kaaitheater (brussels), PACT zollverein (essen), alkantara
(lisboa), mercat de les flors (barcelona) apoio support flanders government, vlaamse gemeenschapscommissie, pro helvetia, kanten
solathurn agradecimentos thanks to charleroi danses projecto co-produzido por next step, com o apoio do programa “cultura” da
união europeia project co-produced by next step with the support of the culture program of the european union
apoio apresentação em lisboa support presentation lisbon ministery of culture of the flemish government
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fotografia istockphoto.com /alex nikada
co-produção co-production alkantara
zoitsa noriega
magdalena sloncova
to be SE(r)QUENCES
teatro da politécnica
terça tuesday 3 junho 19h
quarta wednesday 4 junho 19h
duração duration 35min | bilhetes tickets 5€
Zoitsa Noriega estudou Artes Plásticas na Universidad Nacional de Colômbia e entrou no grupo de dança
estudantil COM U-N. Decidiu-se pela dança e formou-se durante dois anos no Instituto Universitario
de Danza de Venezuela. Desde 2000, é directora do Grupo de Danza Contemporánea de la Universidad
Nacional e coordena o projecto Centro de Experimentación Coreográfica.
Magdalena Sloncova começou a ter aulas de dança ministradas por Eva Blažíýková em 1980, baseado
na filosofia de Isadora Duncan, e integrou a sua Chamber Dance Company II entre 1985 e 1992. Estudou
assistência a partos em Praga e fisioterapia em Oslo. Agora, colabora com Kristýna Lhotáková e Ladislav
Soukup.
Zoitsa e Magdalena encontraram-se durante o projecto coLABoratório - Encontro Sul-Americano Europeu
de Coreógrafos organizado pelo Festival Panorama de Dança (Rio de Janeiro) entre Novembro 2006 e
Março 2007, em colaboração com ArtsAdmin (Londres), Theatre Institute Prague e alkantara. Durante a
última fase do projecto, criaram juntas a peça to be SE(r)QUENCES, desenvolvida a partir do desejo de
trabalhar num lugar vazio com materiais extra-corporais (papel) e imateriais (vento).
At the university of her hometown Bogotá, Colombia, Zoitsa Noriega studied visual arts and entered the student
Company Danza COM U-N. She decided to stick to dance and studied for two years at the Instituto Universitario de
Danza of Venezuela. Since 2000, she is director of the Grupo de Danza Contemporánea de la Universidad Nacional
de Colombia and coordinates the project Centro de Experimentación Coreográfica.
Magdalena Sloncova started to attend dance classes by Eva Blažíýková in 1980, based on the principles of Isadora
Duncan, and entered Blažíýková’s Chamber Dance Company II. She studied midwifery in Prague and physical
therapy in Oslo. Currently, she collaborates with Kristýna Lhotáková and Ladislav Soukup.
Zoitsa and Magdalena met each other during the project coLABoratório - South American European Choreographers
Meeting, organized by Festival Panorama de Dança (Rio de Janeiro) between November 2006 and March 2007,
in collaboration with ArtsAdmin (London), Theatre Institute Prague and alkantara. During the final phase of this
project, they jointly created to be SE(r)QUENCES, based on the desire to create a piece in an empty space with
extra-corporal (paper) and immaterial (wind) elements.
criação creation magdalena sloncova, zoitsa noriega interpretação performers ioana mona popovici, anna caunerova ponto de
partida e consultoria idea and consultancy margô assis treino e coordenação com papel training and work with paper mr. roll tape
iluminação lights antón ferreiro apoio técnico technical assistance bertrand de courville agradecimentos ao colectivo thanks to the
group estela lloves, valeria pinheiro, rommel nieves, josie caceres, federica folco, sara gebran, margô assis criado no contexto
do projecto coLABoratório com o apoio do programa cultura da união europeia, numa co-produção de created in the context of the
project coLABoratório, with the support of the culture program of the european union co-produced by festival panorama de dança (rio de
janeiro), artsadmin (londres), alkantara (lisboa), theatre institut (praga), fid - forum internacional de dança (belo horizonte), bienal
de dança do ceará (fortaleza)
fotografia zoitsa noriega
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william yang
china
museu do oriente
terça tuesday 3 junho 21h
quarta wednesday 4 junho 21h
duração duration 1h30 | bilhetes tickets 10€ / 5€
em inglês com legendas em português in english with portuguese subtitles
Fotógrafo e contador de histórias, William Yang volta à pátria que nunca conheceu: um chinês nascido na
Austrália, estrangeiro no seu país de origem. Yang leva-nos das ruas de Pequim, onde lojas de informática
competem com memórias da Revolução Cultural e ecos da Dinastia Ming, à montanha sagrada de Huang
Shan, uma escalada obrigatória para qualquer chinês peregrino-turista.
Em parte documentário social, parte observação pessoal, China cria um espaço de meditação, uma
viagem de reflexão sobre a cultura e a importância de pertencer. O olhar sensitivo e a capacidade de
observação de William Yang estão patentes nas suas fotografias surpreendentes e deliciosas. Junto
com a música do erhu (violino Chinês) tocado ao vivo por Nicholas Ng, oferecem uma experiência teatral
inesquecível.
“O espectáculo é de uma simplicidade enganadora, William Yang um intérprete carismático, vai-nos
contando histórias muitas vezes pessoais, que testemunham a sua grande capacidade de observação...
É um espectáculo de uma beleza extraordinária, a não perder.” - Australian Stage Online
Photographer-storyteller William Yang returns to a motherland he never knew, the Australian-born Chinese a
stranger in his homeland. Yang takes us from the streets of Beijing, where electronics superstores jostle with
echoes of the Cultural Revolution and the Ming Dynasty, to the sacred mountain Huang Shan, a must-climb for
every Chinese pilgrim-tourist.
Part social documentary, part personal observation, China creates a meditative space, a journey of reflection on
the meaning of culture and belonging, for performer and audience alike. Yang’s wryly sensitive perspective, his
eye for detail, and his arresting images come together with Nicholas Ng’s haunting live score for the erhu (Chinese
violin), in an unforgettable theatrical experience.
“A deceptive simplicity is at play here, along with a charismatic persona, as he tells what are often intensely
personal stories, making light of his sharp observation of people... This is an incredibly beautiful show, and should
not be missed.” – Australian Stage Online
texto e imagens text and images william yang músico musician nicholas ng director de produção production manager gordon rymer
produção production performing lines apoio financeiro financial assistance australia council / governo australiano apoio support
adelaide festival centre trust, australian national university
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fotografia heidrun löhr
clara andermatt
meu céu
castelo de são jorge
apresentação no âmbito das presentation in the context of festas de lisboa
terça tuesday
3 junho 22h30
quarta wednesday 4 junho 22h30
duração duration 1h30 | bilhetes tickets 10€ / 5€
Vivemos num vasto labirinto, em que se cruzam diferentes verdades. Perante a multiplicidade dos
acontecimentos e a variedade das emoções, interrogamo-nos sobre a função que nos cabe, as tarefas a
que nos propomos… e duvidamos!
Um espectáculo de rua criado por Clara Andermatt e uma equipa de criativos multidisciplinar para o festival
Imaginarius, adaptado para o Castelo de São Jorge. Um projecto que se apropria das características
arquitectónicas do espaço de apresentação para envolver o público numa espécie de ritual comunitário.
Integra no elenco bailarinos, actores, músicos e traceurs, para além de um grupo de intérpretes com
mais de 60 anos de Santa Maria da Feira.
We live inside an immense labyrinth where different truths are entangled. Facing a multiplicity of events and a
mixture of emotions, we question ourselves as to the roles we play; the tasks we set out to accomplish… and
we have doubts!
A street performance created by Clara Andermatt and a multidisciplinary team of artists for festival Imaginarius,
to be adapted to Lisbon’s Castelo de S. Jorge. The project “takes on” the architectural characteristics of the
presentational space in order to involve the spectators in a kind of community ritual. The cast is composed of
dancers, actors, musicians and traceurs, together with a group of performers over the age of 60 from the town
of Santa Maria da Feira.
coreografia e direcção choreography and direction clara andermatt composição musical music composition joão lucas, vítor rua
cenografia set design jean-marc dercle, joão calixto figurinos costumes aleksandar protich desenho de luz light design anatol
waschke assistente de direcção production assistance antónio oliveira colaboração literária literary collaboration jorge lima barreto
músicos musicians ana celeste ferreira (canto|vocals), joão lucas (piano), vítor rua (guitarra|guitar), loosers – rui dâmaso, tiago
miranda, zé miguel performers avelino chantre, lúcia sigalho, luís guerra, tânia carvalho parkour portugal parkour portugal andré
pereira, christopher hunstock, hilário freire, joão gonçalves, luis simsim, tiago silva grupo >60 de santa maria da feira group >60
from santa maria da feira antónio fonseca ribeiro, aurora soares reis, baptistina oliveira, césar augusto santos, conceição gomes
santos, emília alves sá, emília henriques cardoso, irene gonçalves santos, maria arminda silva, maria amélia silva, maria ascenção
pinto, maria celeste silva, maria clara oliveira, maria eduarda silva, rosa soares santos direcção técnica technical direction anatol
waschke técnico de som sound technician ângelo lourenço técnico de luz light technician thomas toutain máquinas de cena stage
machinery antónio quaresma, joão merino direcção de cena stage director narcisa costa produção production accca – companhia
clara andermatt co-produção co-production festival imaginarius, egeac apoio support câmara municipal de santa maria da feira, chs
- som e luz profissional, sensurround - companhia de teatro accca é uma estrutura financiada por is supported by direcção-geral
das artes / ministério da cultura
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jonathan burrows
matteo fargion
speaking dance
museu da electricidade | central tejo
terça tuesday 3 junho 23h
quarta wednesday 4 junho 23h
duração duration 45min | bilhetes tickets 10€ / 5€
Jonathan Burrows iniciou a sua carreira como primeiro bailarino do Royal Ballet de Londres, mas
formou o Jonathan Burrows Group em 1988 para criar o seu próprio trabalho, ganhando imediatamente
reconhecimento internacional. Em 2001 criou a peça Weak Dance Strong Questions, em colaboração
com o encenador holandês Jan Ritsema. Matteo Fargion nasceu em Milão e estudou composição na
África do Sul e em Londres. Conheceu Jonathan Burrows em 1988 e tem escrito música para muitas
das suas criações. Matteo também recebeu encomendas por parte do Schaubühne Berlin, TAT Frankfurt,
Theaterhaus Stuttgart, Thomas Ostermeier e Lynda Gaudreau.
Em 2002, Jonathan e Matteo iniciaram uma trilogia de duetos, começando por Both Sitting Duet
(2002) e The Quiet Dance (2005). Speaking Dance (2006) continua a sua suave investigação sobre o
relacionamento entre a música e a dança, e a frágil, mas permeável fronteira entre os dois mundos. Os
seus espectáculos são meditações formais mas humorísticas sobre a natureza da comunicação, e da
relação entre os intérpretes e o seu público. “Cativante, indecifrável e arrebatador”, exclamou The Daily
Telegraph. “São 50 minutos de humor extremamente inteligente”, concordou The Independent.
Jonathan Burrows started his career as a soloist with the Royal Ballet in London but formed the Jonathan Burrows
Group in 1988 to present his own work, gaining immediately an international reputation. In 2001 he presented
Weak Dance Strong Questions, a collaboration with the Dutch theatre director Jan Ritsema.
Matteo Fargion was born in Milan and studied composition in South Africa and London. He met Jonathan Burrows
in 1988, and has since written music for many of his pieces. Matteo has also written music for Schaubühne Berlin,
TAT Frankfurt, Theaterhaus Stuttgart, Thomas Ostermeier and Lynda Gaudreau.
In 2002, Jonathan and Matteo started working on a trilogy of duets, opening with Both Sitting Duet (2002) and
The Quiet Dance (2005). Speaking Dance (2006) continues their gentle exploration into how the relationship
between music and dance is percieved, and the fragile but permeable boundaries between the two worlds. Their
performances are a formal but humourous meditation on the nature of communication, and the relationship
between each other and with the audience. “Captivating, inscrutable, dazzling”, exclaimed The Daily Telegraph,
“This is 50 minutes of highly intelligent fun”, added The Independent.
de e com by and with jonathan burrows e matteo fargion management nigel hinds co-produção co-production dance umbrella london
apoio support arts council england, jonathan burrows group
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fotografia chris nash
nature theater
of oklahoma
no dice
teatro da politécnica
quarta wednesday 4
quinta thursday 5
sexta friday 6
sábado saturday 7
junho
junho
junho
junho
20h
20h
20h
20h
duração duration 4h com intervalo e sandes including break and sandwiches
bilhetes tickets 10€ / 5€
em inglês sem legendas in english without subtitles
Venham pela magia, fiquem pelas sandes de fiambre! O Nature Theater of Oklahoma apresenta uma
versão reduzida de 4 horas do seu lendário espectáculo melodramático de 11 horas No Dice. Um
épico do dia-a-dia, transformado em algo de proporções transcendentais, No Dice utiliza 100 horas de
registos telefónicos da companhia, filtrando-os pelas convenções do teatro amador, para chegar a uma
experiência transformadora – com diversões fantásticas ao longo do caminho e preocupações pessoais
urgentes como: “Será que devo deixar de beber?”, “Será que vou ser despedido?”, e “Como é que
podemos chegar ao dinheiro de Hollywood?”
No meio da luta das suas carreiras artísticas, à beira do fracasso total, os artistas envolvem-se num
combate grandioso para chegar ao centro da história e realizar a derradeira tarefa de transformar a
rudeza das suas próprias vidas em arte. Será que vão conseguir?
“Não é fácil sentir, num sábado à noite nesta cidade alucinante, que estamos exactamente onde queríamos
estar, e até mesmo onde precisamos de estar. Mas No Dice dos Nature Theater of Oklahoma é aquele
evento raro e maravilhoso de sustentação teatral: partimos felizes e satisfeitos, mas a querer mais… No
Dice é uma obra prima. As suas personagens reduzidas e profundamente humanas expressam o desejo
grandioso de nos juntarmos ao “murmúrio cómico universal”, mas em vez disso elas personificam-no.
Resistir é inútil” - The New York Times
Come for the magic, stay for the ham sandwiches! Nature Theater of Oklahoma presents a short 4 hour version
of their legendary 11 hour melodramatic spectacle, No Dice. An epic of the everyday blown to transcendental
proportions, No Dice takes over one hundred hours of the company’s recorded telephone conversations and filters
them through the conventions of amateur dinner theater to arrive at a uniquely mind-altering experience – with
luxurious diversions along the way to address more pressing personal concerns such as: “Should I maybe stop
drinking?”, “Am I going to get fired?”, and “How can we get to that big Hollywood money?”
In the fight of their artistic lives, on the edge of total failure, the performers engage in mighty battle to get to the
heart of the “story” and perform the ultimate heroic task of transforming the coarse stuff of their own lives into
art. Will they pull it off?
“It’s not easy, on a Saturday night in this maddening city, to feel that you have landed exactly where you want to
be, and even, perhaps, where you need to be. But No Dice, performed by the Nature Theater of Oklahoma, is
that rare, wondrous type of theatrical sustenance: You leave blissful and sated, yet wanting more… No Dice is a
tour de force. Its limited, deeply human characters express the grandiose desire to engage the “universal cosmic
murmur.” Instead, they embody it. Resistance is futile.” - The New York Times
companhia company nature theater of oklahoma com featuring anne gridley, thomas hummel, robert m. johanson, zachary oberzan,
and kristin worrall conceito e direcção conceived and directed by pavol liska and kelly copper de conversas com from conversations
with marc dale, anne gridley, teresa gridley, robert m. johanson, jo liegerot, zachary oberzan, adam tsekman, katarina vizinova and
kristin worrall música music kristin worrall and lumberob design peter nigrini produção production manager kell condon encomenda
commission soho rep’s phase ii program residência de criação created in residence at downtown art
fotografia peter nigrini
29
co-produção co-production alkantara
aydin teker
harS
centro cultural de belém | sala de ensaio
quinta thursday 5 junho 19h
sexta friday 6 junho 19h
sábado saturday 7 junho 19h
duração duration 50min | bilhetes tickets 10€ / 7,5€
Uma das presenças mais surpreendentes do último alkantara festival foi sem dúvida a peça aKabi da
coreógrafa Turca Aydin Teker. Os bailarinos apareciam em palco, calçando sapatos pesados, de alturas
diferentes, transformando os seus corpos em formas híbridas. “Quando faço uma coreografia, começo
sempre por criar um problema”, diz Aydin Teker. “A seguir passo o tempo a tentar resolvê-lo.”
harS é um dueto entre uma bailarina e uma harpa. Na sua atitude habitual de investigadora, Aydin
Teker ignora todas as regras de manuseamento do instrumento e as suas fortes conotações históricas e
ç Orhon interage com
musicais. Olha para a harpa como um objecto. Durante 50 minutos, a bailarina Ayse
este corpo inanimado, num exercício de grande rigor e densidade. Executado no limite do equilíbrio, harS
é uma fonte inesgotável de imagens poéticas e uma peça de rara beleza escultural. A peça não segue
trâmites narrativos; o significado surge no olhar do espectador.
Without a doubt, one of the most surprising presences at the previous alkantara festival was the piece aKabi by
Turkish choreographer Aydin Teker. The dancers appeared on stage with heavy platform shoes of different heights,
transforming their bodies into hybrid forms. “When I make a choreography, I always start by creating a problem”,
says Aydin Teker. “Then I spend the rest of my time trying to resolve it”.
harS is a duet between a dancer and a harp. In her customary attitude of investigator, Aydin Teker ignores all the
rules about the handling of the instrument and its strong historical and musical connotations. She looks at the harp
ç Orhon interacts with this inanimate body, in an exercise of great
as an object. During 50 minutes, the dancer Ayse
rigor and density. Executed at the limit of equilibrium, harS is an inexhaustible source of poetic images and a piece
of rare sculptural beauty. The piece does not create narratives; meaning emerges in the eye of the beholder.
ç
direcção e coreografia direction and choreography aydin teker coreografia e interpretação choreography and performance ayse
ç
orhon assessoria musical musical advice evrim demirel figurino costume design aysegül
alev desenho de luz light design thomas
walgrave produção production bimeras | idans co-produção co-production alkantara (lisbon), biennale bonn (bonn), baltoscandal
festival (rakvere), rotterdamse schouwburg (rotterdam), kunstenfestivaldesarts (brussels), festival culturescapes (basel) projecto
co-produzido por next step com o apoio do programa “cultura” da união europeia project co-produced by next step with the support
of the culture program of the european union
apoio apresentação em lisboa support presentation lisbon 1001 actions for dialogue - anna lindh foundation
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30
fotografia ebru anit ahunbay
co-produção co-production alkantara
tiago guedes
coisas maravilhosas
culturgest
quinta thursday 5 junho 21h
sexta friday 6 junho 21h
duração duration 1h | bilhetes tickets 10€ / 5€
“Faz já dois anos que enviei ao Tiago um pequeno vídeo de Egyptian Reggae, música mítica de Jonathan
Richman. Era a brincar, aquele género de links que enviamos em momentos perdidos. Mas nesse pequeno
vídeo Tiago encontrou uma porta de entrada para trabalhar sobre algo de que andava à procura, material
coreográfico em contextos inusitados. Rapidamente compreendi que este vídeo ‘saltitão’ iria contaminar
todo o processo de trabalho da nova peça que estava a nascer. O projecto de origem parecia agora longe,
antes falava-se de matérias a esculpir, agora de palmeiras e de camelos a dançar. O foco parecia romper
com a ideia de “bom gosto” e de ambiente sério. Nada de realmente claro para dizer a verdade, mas
uma vontade lúdica de romper com um discurso obrigatório e formatado (esse das expectativas quando
os coreógrafos se tornam ‘sérios’) tentando agarrar a tangente da ‘ligeireza’.
(...) Como os seus estranhos exploradores que dançam ao meio da cenografia cintilante, ele semicerra
os olhos para ver melhor, melhor trabalhar os detalhes. Eles procuram algo no vazio do palco... coisas
maravilhosas.
Compreendi pouco a pouco que ele chegou finalmente a algo que tinha previsto, talvez sem o saber, talvez
indirectamente escolhendo inúmeros desvios. É nesta paisagem desértica e pop, de dunas movediças,
que não sabemos bem onde estamos. Reconhecemos formas, que pensamos ser miragens, improváveis
e longínquas: cabarés, Béjart, Nijinsky, Cunningham, Herzog, discursos místicos dos anos 70...
À saída da estreia no Vivat (1 de Fevereiro 08, Armentières, França) ninguém parecia ter visto a mesma
coisa. Ainda não sabemos onde se situa Coisas Maravilhosas, a que distância na paisagem da dança
contemporânea. Tentemos ver juntos.”
Florent Delval
Two years ago, I sent a short video of Jonathan Richman’s mythical Egyptian Reggae to Tiago. It was a joke,
those kind of links we send in a lost moment. But in this small video Tiago saw an entry to something he had
been looking for, choreographic material in unusual contexts. Soon I understood that this ‘hopping’ video would
contaminate the working process of the piece that was coming to life. The original project faded away. Before, we
would talk about sculpting choreographic materials, now we were discussing palm trees and dancing camels. We
were drifting away from any idea of ‘good taste’ or seriousness. Nothing really clear, to tell the truth, but a playful
desire to leave the usual obligatory discourse behind (the one that we have come to expect from choreographers
when they become ‘serious’ artists), a wish to get a touch of ‘lightness’.
(…) Like his strange explorers who dance in the glittering set, he straines his eyes to see better, to better work
the details. They try to find something on the empty stage… marvellous things.
I understood gradually that he was getting at something he had been looking for, maybe without knowing it, maybe
by going through inumerous deviations. In this desert pop landscape of shifting dunes, we don’t know where we
are. We recognize forms, we think they are improbable faraway mirages: cabaret, Nijinsky, Cunningham, Herzog,
mystic discourses from the 70ies…
On the way out from the premiere at le Vivat (1 Feb 08, Armentières) nobody seemed to have seen the same
performance. We still don’t know where Coisas Maravilhosas is situated, at what distance from the landscape of
contemporary dance. Let’s find out together.”
Florent Delval
concepção e direcção artística concept and artistic direction tiago guedes dança dance cecília bengolea, denis robert, françois
chaignaud, inês jacques, marlene freitas assistente de direcção artística artistic direction assistant pietro romani desenho de luz light
design caty olive sonoplastia soundscape sérgio cruz cenário e figurinos set and costumes carla freire, cypress cook acompanhamento
vocal voice coach pedro teixeira (portugal), lucy grauman (bruxelas), inês jacques direcção técnica technical direction mafalda
oliveira produção production materiais diversos co-produção co-production culturgest (lisboa), festival vivat la danse! theatre le vivat
(armentières), arcadi – action regionale pour la creation artistique et la diffusion en île-de-France (paris), théâtre de l´l (bruxelles),
galeria zdb (lisboa), alkantara (lisboa), o espaço do tempo (montemor-o-novo) agradecimentos thanks to joris lacoste, florent delval,
giovanni di domenico, pakyan lau apoio support re.al, atelier re.al, teatro viriato, m.a.c cosmetics projecto financiado por project
financed by direcção geral das artes / ministério da cultura
fotografia © dimitri wazemski
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michel schweizer
BLEIB opus #3
maria matos teatro municipal
quinta thursday 5 junho 21h
sexta friday 6 junho 21h
duração duration 1h30 | bilhetes tickets 10€ / 5€
em francês com legendas em português in french with portuguese subtitles
O que é que cinco magníficos cães pastor belga, os seus respectivos donos, um filósofo, um psicanalista, uma
inquietante figura da resistência e um antigo legionário poderão estar a fazer juntos no palco do teatro?
Desde Maio de 2005 que Michel Schweizer mantém uma conversa fértil com Dany Robert Dufour, filósofo,
e Jean-Pierre Lebrun, psiquiatra e psicanalista, em torno das problemáticas e hipóteses avançadas nas
suas obras recentes. Prossegue então uma reflexão em torno das mutações do sujeito contemporâneo,
formatado e subjugado pelo projecto capitalista. BLEIB interroga os novos comportamentos sociais e as
atitudes psíquicas criadas pelo projecto de alienação generalizada: o “homem sem gravidade”.
BLEIB é uma proposta que se aplica em pôr a nu a mentira de uma sociedade “liberta” onde o sujeito,
colocado no centro do sistema, é convidado a imaginar-se enquanto único decisor da organização do
seu mundo. Ora, daí resulta um animal humano disponível para todas as manipulações.
«A barbárie consiste numa relação social organizada por um poder já não simbólico mas real. A partir do
momento em que o poder se apoia sobre – e tem como referência - a sua própria força, e não procura
defender nem proteger nada mais para além da sua existência enquanto poder, o seu estatuto de poder,
pois bem, estamos na barbárie. Será que conhece uma só das grandes manifestações recentes do
exercício do poder que não seja uma manifestação da barbárie?» (Charles Melman, entretiens avec
Jean-Pierre Lebrun, L’homme sans gravité, jouir à tout prix)
O que é alarmante e novo num sistema destes, é que se baseia num servilismo cego, uma incapacidade do
sujeito em resistir – a não ser tragicamente - a estas novas formas de poder. Formas que encontram nos
consumidores-cidadãos em que nos transformámos, os seus melhores actores-aliados.
What are five magnificent belgian shepard dogs, their trainers, a philosopher, a psychoanalist, a disquieting figure
of the resistance and a former legionnaire doing together on stage?
Since May 2005, Michel Schweizer has kept a fertile dialogue with Dany Robert Dufour, philosopher, and JeanPierre Lebrun, psychiatrist and psychoanalyst, about the problems and hypotheses advanced in their recent
works. It develops a reflection around the mutations of the contemporary subject, as it is being formatted and
subjugated by the vast project of capitalism. BLEIB questions the new social and psychological attitudes, created
by the project of generalized alienation: the “man without gravity”.
BLEIB sets out to discover the lie of a “free” society, where the subject, placed in the very centre of the system,
is invited to imagine himself as the sole decision-maker of the organization of his world. This creates a human
animal available for all manipulations. “Barbarity is a social order based not longer on symbolical, but on real
power. From the moment that power is sustained – and refers to – its own force and no longer seeks to defend
or protect anything else beyond its own existance as power, its statute of power, we have arrived at a state of
barbarity. Do you know one of the important manifestations of power of our times that is not a manifestation
of barbarity?” (Charles Melman, entretiens avec Jean-Pierre Lebrun, L’homme sans gravité, jouir à tout prix).
Alarming and new in this system is that it is constructed on blind subservience and the incapacity of the subject to
resist – unless in the most tragic way – these new forms of power. Forms that have found their best actors-allies
in the citizens-consumers we have become.
conceito, direcção e cenografia concept, direction and set design michel schweizer com with philippe desamblanc and titeuf de la fontaine
st maurice, patrice foucault and top gun des plaines de thierarche, jean gallego and narco du clos champcheny, claude leclercq and
sarko de la cite des foucault, françois vavasseur and robot du vieux marronnier, dany-robert dufour, gerard gourdot, jean-pierre lebrun,
friedrich lauterbach, andrej skrha colaboração artística artistic collaboration severine garat direcção técnica e luz technical director and
light marc-emmanuel mouton or eric blosse criação som soundscape nicolas barillot design franck tallon fotografia photography frederic
desmesure , jean-paul dubecq treinadores cães e assistência técnica dog consultants and technical assistance yann armand, andrej
skrha produção/promoção production/promotion nathalie nilias administração administration helene vincent agradecimentos thanks to
patricia chen, jean-yves coquelin, jean-paul dubecq, romain louveau, cecile pecondon-lacroix, jean-luc petit, eric servant, scorpion du
musher, jean-marc toillon, jean-marc teule para o desenho de luz for light design eric blosse, marc-emmanuel mouton, yannick taleux
apoio apresentação em lisboa support presentation lisbon cultures france e next step - programa cultura da união europeia
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fotografia frédéric desmesure
co-produção co-production alkantara
miguel pereira
doo
centro cultural de belém | pequeno auditório
quinta thursday 5 junho 21h
sexta friday 6 junho 21h
sábado saturday 7 junho 21h
duração duration ±1h | bilhetes tickets 10€ / 7,5€
“Teria onze anos, a independência estaria iminente, era um início de tarde cheio de sol, muito quente,
impregnado de expectativas. Debaixo de um alpendre, na terra batida, aguardávamos a entrada em
cena. O público cá fora chegava, reunia-se e pouco a pouco deslocava-se para dentro do pavilhão.
Eu, assim como os outros meninos, envergávamos a capulana colorida, enrolada na cintura, em tronco
nu e pés descalços. Foi então que se deu a entrada no palco improvisado, e nervosos executámos os
passos, ao mesmo tempo que cantávamos “Wa’mutiva Txava Txava Yuí anga’ni n’dlala ya Maheú. Yuí
Wa’mutiva Caetano Yuí Buyá gandzaia Salazar”.
Em 2005/06 Miguel Pereira colaborou com a coreógrafa egípcia Karima Mansour no âmbito do projecto
Encontros de alkantara e panorama rio dança. O resultado, Karima meets Lisboa meets Miguel meets
Cairo, foi uma das peças mais faladas do alkantara festival 2006 e ainda anda em digressão. “Durante a
minha colaboração com a Karima,” diz Miguel, “tive oportunidade de visitar pela primeira vez o Cairo. Em
seguimento desta experiência fui convidado a participar nos Encontros de Dança de Artistas da África
Oriental, no Quénia, onde tive oportunidade de expor a minha experiência de intercâmbio com um artista
de uma outra cultura. Em Nairobi e já a meio de África, apercebi-me que desde o Cairo, fazia uma linha
descendente em direcção ao local onde tinha nascido, Lourenço Marques.”
“I was eleven years old, independence was imminent, it was an early afternoon filled with sunshine, very hot, full
of expectations. Under a porch, on the rutty ground, we were waiting to enter the stage. Outside the public was
arriving, meeting, and little by little moved inside the pavilion.
I was wearing, as well as the other boys, a coloured capulana, rolled up around the waist, with naked chest and
barefoot. It was then that we entered the improvised stage and, nervous, executed the steps, singing at the same
time “Wa’mutiva Txava Txava Yuí anga’ni n’dlala ya Maheú .Yuí Wa’mutiva Caetano Yuí Buyá gandzaia Salazar”.
In 2005/06 Miguel Pereira worked together with the egyptian choreographer Karima Mansour in the framework
of the project Encontros, co-organised by alkantara and panorama rio dança. The result, Karima meets Lisboa
meets Miguel meets Cairo, turned out to be one of the most talked about pieces of alkantara festival 2006 and is
still touring. “During my collaboration with Karima,” says Miguel, “I had the opportunity to visit Cairo. Following this
experience, I was invited to participate in the East African Dance Meeting in Kenya, to talk about my collaborative
experience with an artist from another culture. In Nairobi, and already well inside Africa, I realized that I was on a
descending line towards the place where I was born, Lourenço Marques.”
um projecto de a project by miguel pereira com with jari marjamäki, bernardo guiamba (pak) e miguel pereira com a colaboração
de in collaboration with ana pais, nuno coelho, rui catalão, sérgio cruz, thomas walgrave produção production o rumo do fumo coprodução co-production alkantara, théâtre national de bordeaux en aquitaine residência artística e apoio artistic residence and
support centa (vila velha de ródão), culturarte (maputo), capa/devir (faro) apoios support balleteatro (porto), associação binaural,
atelier re.al, centro cultural franco-moçambicano, rádio oxigénio, instituto camões o rumo do fumo é uma estrutura apoiada por is
supported by ministério da cultura/ direcção geral das artes projecto co-produzido por next step com o apoio do programa cultura
da união europeia project co-produced by next step with the support of the culture program of the european union
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padmini chettur
pushed
museu do oriente
sábado saturday 7 junho 17h
domingo sunday 8 junho 21h
duração duration 1h20 | bilhetes tickets 10€ / 5€
Depois da formação em dança tradicional Indiana bhârata natyam, Padmini Chettur entrou na companhia
de dança Indiana Chandralekha, pioneira da expressão contemporânea num país em profunda mutação.
Da sua formação clássica, reteve uma técnica precisa e refinada; dos ensinamentos da Chandralekha,
ficou a vontade de descodificar a forma e o movimento, reduzindo os traços de bhârata natyam a
uma linha abstracta, libertando o corpo da mulher da sua obrigatória tradição de sedução, beleza e
perfeição.
Pushed foi criado em 2006 na Coreia do Sul. Partindo das sete emoções de base da filosofia Coreana –
fúria, dor, prazer, felicidade, tristeza, amor e luxúria – Padmini Chettur desenvolve uma coreografia subtil,
decididamente contemporânea, mas executada com a extrema precisão e graça da dança tradicional
Indiana. As seis bailarinas evoluem quase imperceptivelmente entre estados de grande tensão e
momentos de fluidez. A banda sonora foi criada em Seul por músicos coreanos que tocam instrumentos
tradicionais.
After training in the traditional Indian dance bhârata natyam, Padmini Chettur entered the Chandralekha Indian
dance company, a pioneer of contemporary expression in a country in profound mutation. From her classical
training she retained a precise, refined technique; from the teachings of Chandralekha, she was left with the
desire to decode the form and the movement, reducing the features of bhârata natyam to an abstract line and
freeing the female body from the traditional obligations of seduction, beauty and perfection.
Pushed was created in 2006 in South Korea. Starting out from the seven basic emotions of Korean philosophy
– anger, pain, pleasure, happiness, sadness, love and lust – Padmini Chettur develops a subtle choreography,
decidedly contemporary, but executed with the extreme precision and grace of traditional Indian dance. The six
dancers progress almost imperceptibly between states of great tension and moments of fluidity. The soundtrack
was created in Seoul with Korean musicians playing traditional instruments.
coreografia choreography padmini chettur música music maarten visser cenário set sumant jayakrishnan figurinos costumes
metaphor, chaitanya rao luz light zuleikha chaudhari intérpretes performers divya rolla, krishna devanandan, anoushka kurien,
preethi athreya, balachandran athreya preethi, padmini chettur facilitador facilitator kim kwang-lim co-produção co-production seoul
performing arts festival, padmini chettur
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fotografia ydohee
co-produção co-production alkantara
projecto teatral
LION NOIR
são luiz teatro municipal
sábado saturday 7 junho 23h
domingo sunday 8 junho 23h
duração duration ±1h | entrada gratuita free entrance
projecto teatral joão rodrigues, helena tavares, maria duarte, gonçalo ferreira de almeida, andré maranha co-produção co-production
alkantara e são luiz teatro municipal
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works in progress
pedro carraca
cláudia gaiolas
confissões
auditório carlos parades (benfica)
25 maio 17h
entrada gratuita free entrance
Este ensaio aberto é uma mostra do trabalho que temos vindo a desenvolver desde há algum tempo com
residentes da Cova da Moura, no âmbito do projecto nu kre bai na bu onda. Não profissionais que emprestam
as suas horas e energia a este projecto apenas pelo prazer de fazer, aprender e, quem sabe, mais tarde tomar
em mãos a organização de um grupo profissional. Oferecer ao bairro uma actividade diferente e abrir a Cova da
Moura às pessoas de fora. O grupo decidiu trabalhar sobre Crimes Exemplares de Max Aub. Histórias contadas na
primeira pessoa por quem cometeu estes crimes. Casos verídicos, com humor e lógicas que só têm razão para
quem os fez, mas que nos colocam perante situações limite que poderiam levar qualquer um de nós a matar.
Uma versão livre, adaptada, pirateada e complementada com crimes avulsos e pequenas considerações. Morte,
assassinato, sangue, suor e facas. Venha ver por si.
This open rehearsal offers an informal presentation of what we have been working on for some time now with a group of
people from Cova da Moura in the context of the project nu kre bai na bu onda. Non-professionals who spend their time and
energy on this project for pleasure, to learn and, who knows, maybe to set up their own professional theatre group one day.
Offer the neighbourhood a different kind of activity and open Cova de Moura to visitors from outside. The group decided to
go for Max Aub’s book Exemplary Crimes. Small histories told in the first person singular by the authors of real crimes. True
cases of slaughter and murder, told with a sense of humor and logic that only hold up for the one who perpetuated them,
but at the same time reflect the point of no return, where anyone can turn into a killer. A very free pirate version with lots of
crimes and small considerations. Death, murder, blood, sweat and knifes. Come and see for yourself.
orientação coaching cláudia gaiolas, pedro carraca actores actors bela medina, ana ferreira, jeny, ademar, antónio barros, edna varela, elisa
varela, diana varela, cláudia pimenta cenário e figurinos set and costumes rita lopes alves produção production alkantara parceiros nu kre bai
na bu onda partners associação cultural moinho da juventude, associação de solidariedade social alto cova da moura e junta de freguesia
da buraca apoio support programa escolhas, fundação calouste gulbenkian cedência de pedro carraca e rita lopes alves artistas unidos
agradecimento thanks to andreia bento pelo chá e pela paciência for the tea and the patience
Estúdios é um novo projecto de formação e criação de teatro, organizado pelo Mundo Perfeito e Teatro Maria Matos.
Todos os anos, Estúdios dedicar-se-à a um tema, que servirá de mote aos workshops e à criação de um espectáculo.
Nesta sua primeira edição, esse tema será ‘a festa’. Como parte do processo de trabalho, que conduzirá à criação
do espectáculo, decorrerão dois workshops orientados por Faustin Linyekula e por Pavol Liska & Kelly Copper
(Nature Theater of Oklahoma). O resultado é apresentado em duas sessões abertas ao público.
Studios is a new theatre training/creation project by O Mundo Perfeito and Teatro Maria Matos. Each year, Studios will use
a specific theme as starting point for a series of workshops and the creation of a new performance. For this first edition, the
theme is ‘Party’. As part of the working process leading up to the creation, Faustin Linyekula and Pavol Liska & Kelly Copper
(Nature Theater of Oklahoma) will coordinate two workshops. The result is presented to the public in two separate sessions.
estúdios [a festa]
a festa de faustin
espaço land | 29 maio 23h
a festa de pavol & kelly
teatro maria matos | 1 junho 19h
entrada gratuita free entrance
workshop faustin linyekula
20, 21, 22, 23, 24, 28 maio, 14h > 19h - teatro maria matos, sala de ensaios - 12 participantes participants
workshop pavol liska & kelly copper
22 >>> 31 maio, 14h > 18h - espaço land - 15 participantes participants
candidaturas workshops até 7 de maio candidatures until 7 may
teatro maria matos tel. 218 438 800 www.teatromariamatos.egeac.pt
produção production mundo perfeito, teatro maria matos co-produção co-production alkantara festival, festival internacional de teatro de
almada e capa apoio support brasserie flo, espaço land
Move out loud é uma plataforma na internet onde coreógrafos e bailarinos podem importar um vídeo de um solo
até 3 minutos de duração que começa no último movimento do solo importado anteriormente. Gera-se neste
processo uma corrente de movimento, uma coreografia mundial que atravessa fronteiras, línguas, culturas,
religiões e diferenças sócio-económicas. Move out loud dá os primeiros passos no alkantara festival. Filipe
Viegas e Brahim Sourny convidam os artistas do festival a participar, criando os primeiros movimentos desta
coreografia global. Na última noite do festival, no programa after midnight, os autores do projecto e Jaime
Conde Salazar (performance studies) apresentam o resultado em formato vídeo. Mais tarde será colocado on line
como ouverture de uma coreografia que partilha experiências, universos, imaginários, vocabulários, histórias,
sentimentos, desejos e desesperos de todo o mundo.
www.moveoutloud.net
ponto de encontro meeting point
8 junho 24h
entrada gratuita free entrance
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Move out loud is an internet platform where choreographers and dancers can upload a video of a solo dance, maximum
3 minutes long, starting with the last movement of the solo that the previous artist has uploaded. The result is a chain of
movement, a world choreography that crosses frontiers, languages, cultures, religions and socio-economic differences.
Move out loud takes off at alkantara festival. Filipe Viegas and Brahim Sourny invite the artists of the festival to participate
by creating the first movements of this global choreography. On the last night of the festival, in the program after midnight,
the result will be presented to the public by its initiators and Jaime Conde Salazar (performance studies). Later on, this video
will become the ouverture of an online choreography that shares experiences, universes, imaginary, stories, feelings, desires
or despairs from all over the world.
conceito concept filipe viegas (bomba suicida) & brahim sourny (11.org) produção production bomba suicida (portugal) co-produção coproduction 11.org (morocco/france), alkantara (portugal) powered by rhiz.eu apoios support european cultural foundation, DBM – danse bassin
méditerranée, restart agradecimentos thanks to ernst and edgar, jaime conde-salazar, gil mendo, mark deputter, sofia felix bomba suicida é
uma estrutura financiada is supported by MC/DGArtes bomba suicida é membro de is member of REDE associação de estruturas para a dança
contemporânea, DBM – danse bassin méditerranée
apoio apresentação em lisboa support presentation lisbon 1001 actions for dialogue - anna lindh foundation
encontros
ponto de encontro
meeting point
espaço alkantara calçada marquês de abrantes 99, santos
23 maio > 8 junho 12h > 02h
O novo espaço alkantara é o coração do festival. Todos os dias abre as portas ao 12h00.
Há café e chá, revistas e jornais, computadores e internet wireless grátis. Na bilheteira
central há bilhetes à venda para todos os espectáculos e informação sobre o festival.
À noite servem-se jantares, bebidas e after midnight, um programa surpresa de conversas, concertos, intervenções artísticas e vídeo documentários relacionados com o
programa do festival.
Espaço alkantara is the place where the heart of the festival beats. The doors open every day at
noon. There is coffee and tea, magazines and newspapers, computers and wireless internet for
free. At the box office there is information about the festival program and tickets for all performances.
At night we serve dinner, drinks and after midnight, a surprise programme of public discussions,
concerts, interventions and documentary videos related to the festival program.
encontro alkantara 2008
aftermidnight@pontodeencontro
sessão pública public session
7 junho 13h ponto de encontro meeting point
todas as noites do festival excepto 22 maio e 7 junho
every night of the festival except 22 may and 7 june
Desde 1998 alkantara organiza anualmente um encontro internacional. O formato é
flexível, os contextos alteram-se e até os títulos mudam, mas a ideia central permanece:
criar um espaço livre de encontro, reflexão e pesquisa com artistas e teóricos vindos de
todo o mundo. Durante o festival, em colaboração com Team Network, alkantara convida
um grupo de jovens artistas, dramaturgos e críticos a acompanhar o festival e a entrar em
diálogo com as obras apresentadas. Acompanhados por Nayse Lopes (idança – Brasil)
e Gwenola David (Mouvement – França), terão tempo e espaço para trocar ideias e confrontar pontos de vista sobre a arte e o seu lugar nas nossas sociedades e vidas. No fim
do seu percurso, os participantes do Encontro recebem o público numa sessão aberta.
Em Portugal, a interacção entre a dança e a música é rica e tem dado azo a vários projectos musicais extraordinários. O programa after midnight é palco para uma série de
artistas incontornáveis que trabalham regularmente nas duas áreas. Concertos memoráveis a (re)descobrir.
Intercaladas com noites de música, há conversas com os artistas do festival sobre o
seu trabalho e sobre temas tão diversos como arte e política, teatro e comunidade, fazer
teatro em Portugal, dança e música...
Since 1998, alkantara organizes every year an International Encounter. The format varies, contexts change and even titles are never the same, but the main objective remains: to create an
open space for exchange, reflexion and research for artists and theoreticians from all over the
world. During the festival, alkantara, in collaboration with Team Network, invites a group of young
artists, critics and dramaturges to closely follow the festival and enter in a dialogue with the presented works. Accompanied by Nayse Lopes (idança – Brazil) and Gwenola David (Mouvement
– França), they have the opportunity to exchange ideas about art and its place in society and life.
At the end of their parcours, the participants of the Encontro receive the public.
In Portugal, the interaction between dance and music is a rich source of extraordinary musical
projects. After midnight gives the stage to a number of artists who regularly work in both areas.
A series of memorable concerts to be (re)discovered.
Besides music, there will be public conversations with the artists of the festival about their work
and issues such as art and politics, theatre and community, making theatre in Portugal, dance
and music...
colaboração collaboration team network apoio support next step – programa cultura da união europeia
network meetings
alkantara festival 2008 acolhe reuniões de várias redes internacionais
alkantara festival 2008 hosts various international network meetings
départs p.a.r.t.s. (bruxelas), alkantara (lisboa), trafó house of dance (budapeste),
springdance (utrecht), hebbel am ufer (berlim), pact zollverein – choreografisches zentrum nrw (essen), vooruit (gent)
next step kunstenfestivaldesarts (bruxelas), alkantara (lisboa), steirischer herbst (graz),
baltoscandal (rakvere), göteborg international festival (göteborg), théâtre national de
bordeaux en aquitaine (bordeaux), rotterdamse schouwburg - de keuze van de schouwburg (roterdão)
dbm | mediterranean dance network board meeting : rui silveira (espanha), zeynep günsür (turquia), khaled elayyan (palestina), malek sebai (tunísia), brahim sourny (marrocos),
medie megas (grécia), hugo quinta (portugal), mark deputter (portugal)
team network | transdisciplinary european art magazines alternatives théâtrales (bélgica), art’o (itália), danstidningen (suécia), ballettanz (alemanha), ellenfeny (hungria), etcetera (bélgica), highlights (grécia), janus (bélgica), livraison (frança), maska (eslovénia),
mouvement (frança), obieg (polónia), obscena (portugal), polystyrene (frança), stradda
(frança)
aftermidnight@sãoluiz
festa de abertura opening party
22 maio 24h
entrada gratuita free entrance
festa de encerramento closing party
7 junho 24h
dj joão galante dj joão galante
entrada gratuita free entrance
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37
mais que um festival
alkantara co-produz muitos espectáculos do seu festival bienal no contexto de
colaborações e projectos internacionais, apoiados pelo Programa Cultura da União
Europeia. Entre 2006 e 2008, alkantara desenvolveu quatro destes projectos com
parceiros da Europa, do Brasil e do Mediterrâneo.
coLABoratório
south-american european
choreographers meeting
co-organizadores co-organizers festival panorama de dança (rio de
janeiro), artsadmin (london), alkantara (lisboa), theatre institut (praga)
parceiros partners fid/forum internacional de dança (belo horizonte),
bienal de dança do ceará (fortaleza)
Em Novembro de 2006, vinte coreógrafos vindos da Europa, América do Sul e Brasil
encontraram-se durante 4 semanas no Rio de Janeiro para partilhar experiências e iniciar
processos de colaboração artística. Entre Março e Abril de 2007, voltaram ao Brasil para
uma residência de criação, divididos em grupos menores e distribuídos por três cidades:
Fortaleza, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. A apresentação pública nestas três cidades
das 10 obras resultantes completou o projecto. No alkantara festival apresentamos to
be SE(r)QUENCES de Zoitsa Noriega da Colômbia e Magdalena Sloncova da República
Checa.
In November 2006, twenty choreographers from Europe, South-America and Brazil met for a
period of 4 weeks in Rio de Janeiro to exchange experiences and initiate artistic collaborations.
Between March and April 2007, they returned to Brazil, divided in smaller groups, to jointly create
new work in Rio de Janeiro, Belo Horizonte and Fortaleza. At the end the resulting ten creations
were presented in these three cities. At the festival we present to be SE(r)QUENCES by Zoitsa
Noriega from Columbia and Magdalena Sloncova from the Czech Republic.
next step
alkantara co-produces many performances of its biennal festival in the framework of international
partnerships and projects, with the support of the Culture Programme of the European Union.
Between 2006 and 2008, alkantara was involved in four such projects with partners from Europe,
Brazil and the Mediterannean.
lugares
imaginários
sites of imagination
co-organizadores co-organizers alkantara (lisboa), l’animal a l’esquena
(girona), carovana (cagliari), bunker (ljubljana), l’officina (marseille)
Cinco equipas de coreógrafos, encenadores, escritores, realizadores, compositores,
arquitectos e teóricos de Portugal, Espanha, França, Itália, Eslovénia, Turquia e Líbano
foram convidados a trabalhar sobre o tema da cidade mediterrânica e a sua longa história
de urbanismo. Entre Maio e Setembro de 2007, realizaram-se 13 residências em várias
cidades do Mediterrâneo, incluindo dois encontros de grupo em Lisboa e Girona. As
obras daí resultantes foram apresentadas em Outubro e Novembro de 2007. Yesterday’s
Man de Tiago Rodrigues e Rabih Mroué, integrado nesta edição do festival, foi criado no
contexto deste projecto.
Five teams of theatremakers, choreographers, writers, videomakers, sound artists, architects and
theoreticians from Portugal, Spain, France, Italy, Slovenia, Turkey and Lebanon were invited to
work around the theme of the Mediterranean city and its long history of city planning. Between
May and September 2007, 13 residences took place in various Mediterranean cities, including
two group meetings in Lisbon and Girona. The five resulting pieces were presented in October
and November 2007. Tiago Rodrigues’ & Rabih Mroué’s Yesterday’s Man, created in the context
of this project, is restaged for the festival in a Portuguese version.
départs
co-organizadores co-organizers kunstenfestivaldesarts (bruxelas),
alkantara (lisboa), steirischer herbst (graz), baltoscandal (rakvere),
göteborg international festival, théâtre national de bordeaux, rotterdamse schouwburg
co-organizadores co-organizers p.a.r.t.s. (bruxelas), alkantara (lisboa),
trafó house of dance (budapeste), springdance (utrecht), hebbel am
ufer (berlim), pact zollverein – choreografisches zentrum nrw (essen),
vooruit (gent)
Em 2007, alkantara e KunstenFestivaldesArts tomaram a iniciativa de criar uma rede de
festivais internacionais, com o objectivo de co-produzir e apresentar novas criações de
artistas de toda a União Europeia. O grupo alvo são criadores experientes e companhias
de média dimensão com aptidão e vontade de apresentar o seu trabalho a públicos
internacionais. Next Step funciona assim como uma rampa de lançamento, apoiando
projectos artísticos exigentes e inovadores. Alkantara festival 2008 apresenta seis projectos Next Step: accords de Thomas Hauert, Bonanza de Berlin, Das coisas nascem
coisas de Cláudia Dias, Doo de Miguel Pereira, BLEIB opus #3 de Michel Schweizer e
harS de Aydin Teker.
In 2007, alkantara and KunstenFestivaldesArts took the initiative to create a network of international festivals, with the objective to co-produce and present new work by artists from all over the
EU. The target group of these co-productions are experienced artists and intermediate companies who are ready to create larger projects and present them to an international and demanding
festival audience. Next Step will thus serve as a launching pad, supporting innovative new works.
Alkantara festival 2008 presents six projects Next Step: accords by Thomas Hauert, Bonanza
by Berlin, Das coisas nascem coisas by Cláudia Dias, Doo by Miguel Pereira, BLEIB opus #3 by
Michel Schweizer and harS by Aydin Teker.
Desde 2001 que alkantara organiza projectos internacionais na área da dança no
contexto da rede Départs: residências de formação na Europa, África e Brasil, encontros
internacionais em Lisboa, co-produções e apresentações de novas criações no contexto
do festival. Os parceiros da rede procuram incentivar jovens coreógrafos, dando-lhes
a oportunidade de desenvolver o seu trabalho em contextos internacionais. No festival
alkantara 2008, Départs apoia o projecto de Filipa Francisco na Cova da Moura e a
presença de P.A.R.T.S.
Since 2001, alkantara regularly organizes international dance projects in the framework of the
network Départs: training residencies in Europe, Africa and Brazil, international encounters in
Lisbon, co-productions, presentations of new creations in the festival. The partners of Départs
aim to create incentives for young choreographers, giving them the opportunity to develop their
work in an international context. At alkantara festival 2008, Départs supports the project of Filipa
Francisco at Cova da Moura and the presence of P.A.R.T.S.
estes projectos são realizados com o apoio do programa cultura da união europeia these projects were realized with the support of the culture programme of the european union
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alkantarafestival
teatros e espaços associados
hotel oficial
apoios
parceiros media oficiais
apoios à divulgação
apoiaram as apresentações das companhias e projectos
berlin / p.a.r.t.s. / thomas hauert / b. verdonk, f. ikeda e a. platel
nacera belaza / michel schweizer
lemi ponifasio
tiago rodrigues + rabih mroué / nacera belaza / aydin teker / move out loud
F
ATION
ND
FONDAT
IO
NA LINDH
OU
N
AN
clara andermatt
nu kre bai na bu onda
iniciativa initiative
parceria partner
estrutura financiada financed by
e apoiada supported by
co-produção co-production
equipa team
direcção artística artistic direction
mark deputter
direcção de produção production direction
catarina saraiva
direcção técnica technical direction
carlos ramos
acolhimento artistas artists reception
raquel fernandes
produção nu kre bai na bu onda production
carina lourenço
contabilidade accountancy
luísa marujo
comunicação communication
catarina medina
promoção dissemination
rafaela gonçalves
produção técnica technical production
ana riscado
coordenação bilheteiras box offices coordination
filipa piecho
coordenação voluntários volunteers
carmo serpa
ponto de encontro meeting point
cristina pinto
acolhimento e convites reception and guests
ana vicente
assistente direcção técnica assistant technical direction
rui alves
assessoria técnica de som sound consultant
ângelo lourenço
imagem do festival, desenho gráfico, spot rádio e televisão
festival image, graphic design, radio and television spots
luciana fina, moritz elbert
página web website
gráficos à lapa
técnicos technicians
bruno santos, daniel verdades, élio antunes, gonçalo ribeiro,
jorge borges, luís pires, nico, paulo rodrigues (pitchu), pedro
machado, robert fuchs
transportes transports
anlid costa
bilheteira central box office
maria prata, miriam simas
motoristas drivers
bruno napoleão, bruno varela, paulo carneiro, diogo cordeiro,
catarina brito
estagiários trainees
karenina de los santos, soledade oliveira, helena pedreiro de sousa
o alkantara festival conta com a colaboração de muitos voluntários.
a todos eles o nosso muito obrigado
many volunteers collaborate in alkantara festival.
to all of them our greatest thanks
equipas técnicas, de cena e de produção
technical, stage and production teams
são luiz teatro municipal, centro cultural de belém, culturgest,
fundação oriente museu, fundação edp, maria matos teatro municipal,
teatro nacional d.maria II, teatro meridional, egeac/festas de lisboa
membros da associação board members
anlid costa, catarina saraiva, carlos pombo rodrigues, isabel worm,
joão paulo xavier, maria amélia leitão fernandes, maria de assis
swinnerton, mark deputter, sofia mântua
alkantara
rua forno do tijolo 54 5º esq
1170-138 lisboa
tel. +351 21 315 22 67
fax +351 21 315 13 68
[email protected]
www.alkantara.pt
www.alkantarafestival.pt