JC Pinto Dias
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JC Pinto Dias
Doença de Chagas no Século XXI Presidente: Dr. Enrique Manzullo Presentaci ón Conferencista: João Carlos Pinto Dias Conferencia Presentar al Dr. João Carlos Pinto Dias, tiene un aspecto sencillo: todos los que se ocupan del Tema Chagas lo conocen. Sus aportes científicos, su actividad docente en cada lugar de América, su afable relación con cualquiera que desee saber, lo transforma en un hombre excepcional, con capacidad para ahondar en complejas investigaciones científicas, y enseñarlas con simpleza, enmarc ándolas en el contexto social de Latinoamérica. Agradezco a los organizadores de este Simposio, presidir y presentar la Conferencia Carlos Chagas, "Doença de Chagas en el Século XXI" del Dr. João Carlos Pinto Dias. Es para mi un doble honor. Primero, y aunque João Carlos, en su humildad, ha considerado, en otras presentaciones, que exagero sus cualidades, ustedes podrán valorar la riqueza de su exposici ón, y darme la raz ón, en cuanto hace aportes únicos, y los expresa con meridiana claridad. Segundo porque hace m ás de veinte años, al presentarme en una conferencia, me llamó su hermano Argentino. Desde entonces nuestra profunda amistad, nos llevó a conocer aspectos de la vida personal. En 1999, en el 90 aniversario del descubrimiento de la Tripanosomiasis Americana por Carlos Chagas, se realizó un Congreso conmemorativo en Río de Janeiro. Allí João Carlos Pinto Dias hizo púbica sus vivencias. Esto me permite hoy mencionarlas: En la década del 40 el prestigioso investigador brasileño Emanuel Pinto Dias se traslada a un pequeño poblado llamado Bambui, para realizar seguimiento de la población con Chagas en zona endémica. Su hijo João Carlos, cuenta que veía a su padre con poca frecuencia. Cuando su padre llegaba a su casa, para él era una fiesta. Cuando Emanuel fallece, João Carlos ya estaba en el mismo camino. Bambui esta libre de vectores desde hace mas de 25 años. Esto se logró con insecticidas, pero fundamentalmente con educación y atenci ón primaria de salud. El precio….. mucho esfuerzo y sabiduría. Los Pinto Dias y sus familias. Rosinia, la gran compañera, también paso con sus hijos soledades, mientras João Carlos busca otros Bambui. El sabe que se puede. Nos hablará del siglo XXI, con la experiencia de lo que hizo en el XX. Es un gran hacedor, que además está dispuesto a enseñarnos, para que nosotros, desde cada rincón tambien podamos hacer. Leamos, entonces y aprendamos de este Maestro. Enrique Manzullo Acceso a la Conferencia Tope Doença de Chagas no Século XXI João Carlos Pinto Dias Centro de Pesquisas René Rachou (FIOCRUZ) Introdução As pessoas e instituições envolvidas ou preocupadas com a doença de Chagas querem saber quais são o futuro e as perspectivas epidemiológicas e sociais deste agravo que ainda ameaça 16 milhões de latino-americanos (10,19). Tamb ém desejam e necessitam saber quais s ão os avanços e necessidades de investigação sobre o manejo clínico de milh ões de infectados. De modo geral, a doença foi genialmente descoberta por Carlos Ribeiro Justiniano das Chagas nos alvores de 1909 e teve – ao longo de memoráveis acontecimentos – seu conhecimento geral e seu controle desenvolvidos e equacionados no mesmo s éculo XX, principalmente por heróicos cientistas e pesquisadores da região afetada (11,14,17,18). O desafio intelectual é o da previsão dos cenários e tend ências epidemiológicas, de um lado, e do contexto político social da região, de outro, para contestar a pergunta que já Carlos Chagas colocava como prioridade ética aos cientistas e governantes, em 1911: o que nos custa (ou nos falta), para erradicar de vez este mal ? (2) O presente texto é especulativo e abre novas indagações e preocupações. Foi formulado a partir das premissas básicas deste e de outros simpósios levados a cabo em 1999 e 2.000, isto é, relembrando Carlos Chagas e chamando a atençã o para as perspectivas da DC e para os riscos de descontinuidade em seu controle. A partir dos grandes cenários ecológicos e políticosociais vigentes, e dos comportamentos assumidos pela DC frente aos câmbios e intervenções registrados neste 90 anos, estabelecem-se os desafios e as hipóteses cabíveis. Exemplos e situaçõ es paradigmáticas serão aqui colocados e discutidos, de modo sumários, a justificar novas indagações. Naturalmente, a partir da própria natureza do tema, se reconhecem as muitas limitaçõ es e se espera, a priori, que novas discussões se travem sobre o assunto. De fato, a comunidade acadêmica assumiu com a DC um repto que ultrapassa bancadas e laboratórios, uma vez que propugna pela elimina ção de um agravo importante, assunto cuja solução transcende em muito as questões t écnicas e científicas. Em blocos, a seguir, as principais reflexões. Tripanossomíase Americana e doença de Chagas. São entidades inter-relacionadas, mas diferentes em sua expressão política e eco-epidemiológica. A tripanossomíase, em termos genéricos, é muito mais antiga e abrangente, envolvendo a circulação do Trypanosoma (Schizotrypanum) cruzi ao longo de milênios, entre vetores e reservatórios naturais. A "doen ça de Chagas" (aqui no senso específico do ser humano: doença de Chagas humana (DCH)) é muito mais recente e restrita, constituindo-se o objeto básico da presente discussão. No entanto, e como as duas entidades apresentam importantes ligaçõ es entre si, ambas serão sumariadas neste texto, com prioridade à segunda. As duas tendem a decrescer no novo milênio, sendo que a DCH poderá vir a ser eliminada. A tripanossomíase silvestre irá reduzir-se merc ê das grandes devastações ambientais, particularmente por ação antrópica, que atuam diminuindo ou modificando espaços naturais, portanto influindo na viabilidade de vetores e reservatórios silvestres. Não deve extinguir-se, todavia, na medida em que ainda restem ambientes naturais preservados na América Latina, o que, aliás, é altamente necess ário e desejável. Neste contexto, grandes devastaçõ es provocadas por desmatamentos, expansão agro-pecuária, urbanização, etc., seguirão concentrando reservatórios e vetores nos espaços naturais remanescentes e as micro-regiões deverão apresentar-se com alternâncias entre estes espaços e os novos produzidos pelo homem, numa diversidade bioecológica e social que Forattini chama de "fenômeno em mosaico" (13) Os novos espaços resultantes da açã o humana, em geral, serão muito pouco prop ícios à fauna triatomínica e aos reservat órios naturais do T. cruzi, por tratar-se de áreas desmatadas, lavouras extensivas de monocultura introduzida, pastagens também extensivas e muito pisoteadas e revolvidas por maquinário pesado anualmente, uso extensivo e intensivo de pesticidas, etc.. As exceções ficam por conta de áreas periféricas aos peridomicílios humanos em regiões socialmente mais deprimidas que, por suas caracter ísticas f ísicas e de baixa higiene tendem a albergar colônias de porte m édio de algumas espécies de triatomíneos, especialmente aquelas que habitam ambientes naturais mais próximos às casas, como Triatoma sordida, Panstrongylus megistus, T. brasiliensis, T. pseudomaculata, T. dimidiata, etc.. Em geral, estas adaptações dos triatomíneos se fazem lenta e progressivamente, com forte tendência a que as espécies silvestre se simplifiquem genética e morfologicamente, o que lhes impossibilita, posteriormente, readaptar-se ao meio silvestre (12). A ação antrópica no meio ambiente latino-americano intensificou-se definitivamente com a invasão européia pós-colombiana, particularmente no s éculo XX. Reservatórios e vetores do T. cruzi foram e t êm sido deslocados de seus ambientes naturais ao longo dos tempos, particularmente dos espaços florestais e campinas nas Américas do Norte e Central, e do corredor caatinga-serrado-pampachaco da América do Sul (12). As alterações do meio ambiente têm sido de múltiplas naturezas como projetos agrícolas extensivos (cana de açúcar, soja, algodão, etc.), reflorestamentos (Pinus, Eucalyptus) e projetos pastoris. Numa primeira etapa, genericamente nos séculos XIX e XX, o ciclo doméstico se ampliou e foi intensificada a transmissão da DCH, ocorrendo basicamente a transmissão passiva dos principais triatomíneos (T. infestans, T. brasiliensis, R. prolixus) no processo casa-a-casa, a partir de focos iniciais. Nesta etapa, prevalecem no âmbito domiciliar as populações de Trypanosoma cruzi da chamada "linhagem I" , principal causadora da DCH. Uma "linhagem II" permanece no ambiente silvestre, especialmente naqueles mais preservados e com menor incurs ão humana, como a Amazônia e a Mata Atlântica (24). Com as políticas macro-econômicas e de mercado nas 3 últimas décadas do s éculo XX, aos poucos t êm desaparecido as pequenas propriedades e as economias rurais de subsist ência em várias regiões do Continente, totalmente inviáveis do ponto de vista sócio-econômico, dando lugar a um novo panorama rural de empresas agro-pastoris que, no novo milênio, devem se expandir progressivamente na Região. Neste esquema, a viabilidade econômica dos investimentos irá depender grandemente de outros aspectos como modernização e mecaniza ção das atividades, uso intensivo e extensivo de defensivos químicos, armazenamento confinado de grãos, migrações populacionais, etc., tudo isto reduzindo as áreas primitivas da tripanossomíase e restringindo ainda mais a biocenose natural do T, cruzi (4,10,21). De qualquer forma, das atividades e tendências sociais, a progressão das fronteiras agrícolas e a cada vez maior penetraçã o dos homens nos grandes ambientes naturais ainda preservados irão modificar, nas próximas décadas, os padrões e possibilidades da tripanossomíase e acercar novas possibilidades de redução, implantação ou dispers ão da doen ça humana. Tudo indica que os desmatamentos e a urbanização seguirão ocorrendo em toda a Região, idealmente sob maior racionalidade. Os esforços de substituição arb órea (reflorestamentos), em princípio não deverão facilitar a recomposição ou expansão da fauna triatomínica nativa, pois geralmente são feitos com espécies arbóreas pouco favoráveis à ecologia dos triatomíneos e de suas fontes alimentares naturais. Também não parece que estas espécies nativas tenham, no caso de ambientes umbrosos, muitas condições intrínsecas de domiciliar-se na vivenda humana. Como exemplos, as enormes devastações da Mata Atlântica, no Brasil, praticamente não resultaram em nenhum foco de DCH em todos os estados atingidos (de S. Paulo à Bahia) Igualmente, os enormes espaços abertos em Rondônia e Acre, Brasil, não resultaram em domiciliação triatomínica das espécies locais (especialmente várias espécies de Rhodnius). Como situa ção particular e fruto das maiores especulações, a Amazônia se destaca a seguir. O problema da Amaz ônia: Na Amazônia, o fenômeno se repete e se amplia com características próprias, a partir dos grandes desmatamentos e projetos político-sociais. Conforme Becker, os problemas sócio- ambientais prioritários ali se definem no modelo anárquico de ocupação, devendo ainda prosseguir por longo tempo. A lixivização dos solos, a desertificação progressiva que impede o sustento da população, a mobilização err ática das populações, carreando malária e fomentando conflitos o crescimento urbano acelerado e caótico, sem mínima infra-estrutura são os principais (1). A Amazônia, por seu potencial de recursos e sua posiçã o geográfica, será no novo milênio um dos cenários prov áveis da definiçã o do Brasil e países diretamente envolvidos, revelando a atual estrutura transicional do Estado, como palco de novas articulações políticas que se desenrolam aqui e no exterior. Sua ocupação vai sendo levada como questão estrat égica, embora errática e eivada de interesses imediatistas, tendendo a definir-se em espaços urbanos de médio e grande porte. Como reserva natural e possuidora da maior bio-diversidade do planeta, a Amazônia envolve hoje, e seguir á envolvendo, conflitos infindáveis como síntese contraditória da articulação nacional-transnacional e do modelo industrialismoecodesenvolvimento que dominaram o final do século XX. Estes conflitos permanecem como desafio a definição e a negociação de um modelo ético de desenvolvimento capaz de compatibilizar a dimensão ecológica com os problemas sociais ali em ocorrência (1). Pelo lado da tripanossomíase, constituindo-se hoje num imenso e ainda não dimensionado manancial de espécies de vetores e reservat órios, ao lado de distintas sub-populações do parasito, basicamente da linhagem 2 (24). Com sua enorme biodiversidade a Amazônia poderia no novo milênio significar um mundo totalmente diferente para a tripanossomíase, inclusive com algumas possibilidades de expansão da DCH (jamais com a intensidade que ocorreu com a malária brasileira) (10,12.). Os vetores lá existentes s ão primitivos e de difícil adaptação a novas situações ecológicas, especialmente para ecótopos artificiais, haja visto o exemplo de Rondônia e do Acre, acima mencionado; também as populações do parasita estão longe de possuir uma infectividade e virulência para o homem, como ocorrido nos espaços abertos ao sul, dominados pelo T. infestans. Aparentes exceçõ es que merecem maiores estudos manifestam-se em focos esparsos de Panstrongylus geniculatus detectáveis em peridomicílios humanos (4,11,24). Fato interessante e correlato é a baixa morbidade da DCH na região: j á com mais de uma centena de casos estudados, são raros os indivíduos com ECG alterado, insuficiência cardíaca ou "patias" digestivas na fase crônica, o que faz pensar em diferenças regionais devidas às cepas locais de T. cruzi. (10). Acompanhamento epidemiológico efetivo e pesquisa específica são as demandas urgentes para a pronta instalação de uma vigilância epidemiológica sobre a tripanossomíase na região (5,6,7,21,22). A doença de Chagas humana derivada da tripanossomíase silvestre, como endemia latino-americana é produto final de intensos e sucessivos fatores sociais e político-econômicos, tendo alcançado seu cume epidemiológico no século XX. O controle da transmissão foi aos poucos sendo priorizado, enfocando em princípio o controle do vetor e depois o dos bancos de sangue, ao longo dos países sul americanos e alcançando importantes avanços na virada do século. No entanto, outros países ainda estão a descoberto, ainda mesmo sem conhecer a extensão do problema em seus territórios (11,23). No novo milênio este quadro tende a modificar-se: De um lado, ele pode ser re-agravado pela desativação de instituições nacionais de controle em países como Brasil, Argentina e Venezuela sem a devida substituição por estruturas descentralizadas. De outro, poderá ser minorado, pelo progressivo in ício de atividades de controle em outros países, particularmente do Pacto Andino e da Am érica Central (11,20). É inegável o imenso benefício resultante dos programas organizados de combate ao vetor nos últimos 40 anos, com drástica redução das popula ções de vetores domiciliados em extensas áreas e a conseqüente diminuição (ou mesmo interrupção) da doença ao homem. Daí, nos anos vindouros, a consolidação destas atividades constituir-se em fator fundamental para o cenário futuro da DCH. O fato básico gerador da DCH prende-se ao triatomíneo infectado colonizando a vivenda humana, daí se desencadeando a expansão da endemia e os demais mecanismos de transmissão, exceto o acidental de laborat ório (7). Aqui se envolvem diretamente o padrão da habitação e a condição sócio-cultural do homem suscetível, geralmente configurando um quadro de provisoriedade e de pobreza. Este quadro, na medida de sua permanência ou mudança, será um dos fatores determinantes mais significativos da DCH no novo milênio. Os cenários básicos serão rurais e sempre interdependentes e irão definir-se pelas questões das relações de produção, da demografia, da ecologia e da política, todas elas embutidas na questão maior da história latino-americana. Como acentuado por Max Neef et al. (16), o destino da América Latina, palco da DCH se plasma numa longa crise, com seus componentes políticos (ineficácia de instituições, internacionalização crescente das decisões políticas, falta de controle das burocracias públicas, carência de fundamentos éticos, etc.), sociais (fragmentação de identidades, crescente exclus ão social, falta de integração e comunicação social, falta de acesso das massas à educa ção e à política, etc.), econômicos ( empobrecimento crescente das massas populares, globalização da economia, auge do capital financeiro, etc.).e do Estado de Bem Estar, como um todo (16). Elementos correlatos como as influências da grande midia, sucessivas ondas tecnológicas, consumismo desvairado, e a falência dos modelos cl ássicos de produ ção agrícola e pecuária estão gerando e tendem a acentuar as migrações internas e a urbanização desenfreada em todo o Continente. O futuro da DCH irá depender muito destes macro determinantes, que resultarão em mais ou menos pobreza, vivendas mais ou menos adequadas (ao homem e ao triatomíneo), maior ou menor prioridade e recurso para os programas de saúde, etc.. Nestes termos, também a formula ção e a execução das políticas públicas na América Latina terá papel predominante na evolução epidemiológica da DCH. Naturalmente, uma gama de possibilidades e variações se abre para os diversos países e suas sub-regiões, podendo antever-se uma série de tendências gerais dentre as quais se salientam (4,8,10,21,22): l l l l A manutenção dos ciclos tradicionais de transmissão naquelas zonas rurais mais isoladas e mais pobres, com baixas taxas de mudança social e ambiental, especialmente na ausência de açõ es regulares e continuadas de controle; A "urbanização" da DCH em todo o Continente, mediante a migração rural-urbana causada pelas mudanças no sistema de produção (industrialização, enfraquecimento das economias rurais tradicionais). Esta urbanização envolve basicamente pessoas infectadas (aumentando a demanda por atenção médica e os riscos de transmissão transfusional). Hoje, no Brasil, j á se estima que cerca de 70% dos "chagásicos" já vivam no espaço urbano, proporção que é menor para outros países como Bolívia e Paraguai; nas próximas décadas, certamente o meio rural estará ainda mais esvaziado, com isto, também, diminuindo-se as densidades de indivíduos suscetíveis nas zonas rurais (10,19). Já a urbanização de vetores domiciliados, ela já ocorre em v árias cidades latinoamericanas como Cochabamba, Sucre, Guayaquil, Tegucigalpa e outras, sendo rara no Brasil. Aumentará ou não conforme os padrões de vivenda oferecidos, o fluxo migratório rural-urbano e a intensidade dos trabalhos de controle, nas respectivas cidades; Um tópico correlato à urbaniza ção dos chagásicos é a superposi ção do vírus HIV com a DCH, que tende a expandir-se em anos futuros, dada a expansão da AIDS nos meios latino-americanos (10,18); A progressiva deterioração (minimização) dos ciclos enzoóticos do T. cruzi em todas as áreas sob açã o antrópica extensiva, com conseqüente diminuição da pressão de transmissão da DCH; l l l l l l Sob ações contínuas de controle, a forte tendência à eliminação de espécies introduzidas e essencialmente domiciliares, como Triatoma infestans toda sua área de dispers ão, menos em algumas áreas da Bolívia) e Rhodnius prolixus (em toda América Central e México). Em particular, a concretização desta eliminação altamente desejável ir á depender, nos próximos anos, dos países se organizarem e se apoiarem mutuamente em "iniciativas regionais" como a do Cone Sul, a do Pacto Andino e a de Centro América, j á desencadeadas; As áreas endêmicas remanescentes de transmissão da DCH deverão ser aquelas mais pobres e isoladas, com menor produtividade e vivendas mais precárias. No Brasil j á está sendo assim, particularmente no Nordeste, onde o contexto social e econômico das sub-regiões endêmicas tem permanecido estagnado e sob grande pobreza; A maior tendência será de remanescerem os focos de triatomíneos nos espaços peri-domiciliares, especialmente através de espécies nativas e ubiquistas como T. sordida, T. brasiliensis, T. pseudomaculata, T. rubrovaria, P. megistus, T. dimidiata, T. maculata, T. longipenis, Rhodnius nasutus e R. neglectus, entre outros. Tais espécies ganharão relativamente cada vez maior importância epidemiológica frente à DCH, mas sua tend ência à colonização maciça do intradomicílio é discreta, o mesmo ocorrendo para T. vitticeps, no Sudeste brasileiro (5,6,10,21); As próximas décadas assistirão a emergência e o esgotamento de ciclos particulares de alguns triatomíneos : eventuais focos de espécies como P.geniculatus, R. pictipes, T. rubrofasciata e T. picturata poderão surgir aleatoriamente em domicílios de suas áreas de dispersão, sempre a partir de pequenas populações e dando ensejo a pronta e efetiva eliminação. O mesmo se diga para focos emergentes e residuais de T. infestans, através de carreamento passivo a partir de regiões de sua prevalência. O grande temor de expans ão de R. prolixus a partir de devastação da Amazônia não deverá ocorrer, pois a espécie tem se mostrado extremamente frágil e vulnerável quando afastada de seu epicentro de dispersão (12). Ciclos particulares de T. arthurneivai (Sorocaba, Minas Gerais) já estão praticamente esgotados e não deverão reinstalar-se, pois seus ecótopos naturais têm sido dizimados em alta velocidade; Surgimento esporádico de DCH em espaços naturais e ecologicamente "fechados" , como na Amazônia e na Mata Atlântica, resultante da entrada eventual do homem nestes ambientes. Podem seguir aparecendo ou aumentar brotes esporádicos de transmiss ão, inclusive por via oral, na Amaz ônia, ou aparecer a figura da transmissão acidental em atividades como a de "turismo ecológico", como em sítios da Mata Atl ântica brasileira; Haverá a conseqüente eliminação da DCH em várias áreas em que os triatomíneos domiciliados tenham sido controlados: desaparecimento de casos agudos, progressivo decréscimo da soropositividade para anticorpos anti-T.cruzi em baixas idades, gerando impacto nas vias de transmissão cong ênita e transfusional, pelo progressivo esgotamento da infecção entre mulheres férteis e doadores de sangue. A Tabela 1 abaixo demonstra a redução inequívoca da incidência da DCH em áreas trabalhadas com rigor e continuidade (pressupostos básicos de Emmanuel Dias nos anos 50, quando formulou as bases da moderna profilaxia da DCH e prognosticou a eliminação do Triatoma infestans (3,10,22) ); Tabela 1: Soroprevalência (%) da infecção por Trypanosoma cruzi em cinco países do Cone Sul em inquéritos antes e depois da implementação da Iniciativa do Cone Sul (22) País 1981 - 1985 1993 – 1995 Observações Argentina 4,8 1,2 Recrutas militares de 18 anos Brasil 4,5 (a) 0,2 (b) (a) Pop. Geral - ( b) idade 7-14 Chile 5,4 1,4 < de 10 anos de idade Paraguai 9,2 Recrutas militares de 18 anos Uruguai l l 2,4 0,4 < 12 anos de idade Como decorrência específica do t ópico acima, tende a diminuir a capacidade de detecção de casos agudos da moléstia em toda a área end êmica, por médicos e pelos sistemas de saúde, o que certamente trará complicações para a sustentação da necessária vigilância epidemiológica; Progressivo decréscimo da morbi-mortalidade por DCH em todas as áreas endêmicas controladas. Este ponto foi claramente previsto por Emmanuel Dias (3), que observou o fato em Bambuí, MG, município pioneiro na desinsetizaçã o sistematizada e o atribuiu à cessação das reinfecções exógenas, que seriam co-respons áveis pelas evoluções mais graves da DCH (3). A seguir, Macedo também constatou o fato em S. Felipe, Bahia, enquanto que recentemente, Silveira & Vinhaes mostram uma inequívoca tendência de redu ção nas taxas de mortalidade e de internações hospitalares por DCH no Brasil, na última década, como visto nas figuras abaixo (15,22) ; l l Como produto natural do tópico anterior, o novo milênio contemplará cada vez mais chagásicos idosos, daí derivando um grande desafio para os médicos e para o sistema de saúde nas próximas décadas. O manejo da DCH em situações de idade avançada e de superposição de agravos envolve novos conhecimentos e práticas, em especial com relaçã o com enfermidades crônico-degenerativas prevalentes na terceira idade como hipertens ão, diabetes, coronariopatias, etc.; Sobre a expertícia médica e a investigação, no novo milênio haverá provável decréscimo substancial do interesse e do aprofundamento principalmente das quest ões clínicas e operacionais, o que já está acontecendo e também foi visto para os casos da malária e da difteria, entre outros. As grandes Agências de fomento deverão reduzir suas verbas de pesquisa, na medida em que o impacto médico social da doença for decaindo. Também não deverá haver maior estímulo por parte das indústrias eventualmente interessadas, pois com a evoluçã o do controle diminuirá naturalmente o mercado; l l Quanto ao manejo e tratamento do chagásico, o futuro imediato reserva duas possibilidades maiores que se entrelaçam: de um lado se espera que as drogas e procedimentos mais necessários para o manejo dos principais síndromes clínicos e sintomas (especialmente arritmias, insufici ência cardíaca, tromboembolismo, megaesôfago e megacólon) venham a evoluir e aumentar o arsenal já disponível. O tratamento específico perderá paulatinamente o interesse, na medida em que diminuírem e envelhecerem os chagásicos; no entanto, o atual desenvolvimento de alguns fármacos ativos contra o parasito poderá acrescentar maior resolutividade do tratamento do infectado crônico, hoje ainda um dos maiores desafios na DCH. Ainda sobre tratamento, aumentado o arsenal farmacológico e melhor conhecida a fisiopatogênese da moléstia, é possível que associações medicamentosas venham a ser mais eficazes que a atual monodrogaterapia, a exemplo da hanseníase, da AIDS e da tuberculose. Do outro lado, um possível aprimoramento dos sistemas de saúde em toda a Região deverá prover mais oportunidades de acesso ao chagásico, para tratamento, ao nível dos n íveis de atenção primária. Os problemas, neste ponto, serão as competências dos médicos e laboratórios para diagnosticar e conduzir os casos, o que certamente dependerá, por sua vez, não só da formação universitária, mas da formulação e manuten ção de um sistema público funcionante, por parte dos níveis periféricos de gest ão. Em particular, para aqueles 10 ou 15% de chagásicos crônicos com as formas mais severas da doença, a existência e bom funcionamento de um sistema de referência e contra-refer ência médica é fundamental para que sejam adequadamente atendidos (7,18). Parte desta discuss ão se continua no tópico abaixo; Do ponto de vista institucional e programático, nas próximas décadas haverá cada vez maior controle dos bancos de sangue e deverão ser extintas, desativadas ou descentralizadas instituições nacionais de controle, como a FNS e as Malariologias. Programas habitacionais rurais deverão desaparecer na maior parte dos países, frente à migra ção rural-urbana e o desinteresse crescente por atividades rurais que não sejam realizadas em escala de grande produção. Da mesma forma, pouco se espera de que os setores formais de educação se envolvam diretamente com o controle da DCH, o que seria ideal nas perspectivas de funcionamento de uma vigilância epidemiológica sustentável e participativa (6,9). Experiências de descentralização do controle de endemias levadas a cabo na Argentina, Brasil, Chile, Uruguai e Venezuela terão maior ou menor sucesso conforme sejam mantidas as prioridades governamentais, sejam assegurados recursos necessários, sua condução seja atribuída a critérios epidemiológicos e equipes tecnicamente competentes, e de que haja um mínimo de coordenação e supervisão nos níveis regionais e nacionais (9,20). Sobre o cuidado aos chagásicos, acima mencionado, um esforço adicional será necessário aos governos interessados para que funcionem minimamente e de maneira sustentável os diversos níveis de atenção à saúde, especialmente a partir do nível de cuidados primários e dos bancos de sangue, que ainda serão as principais portas de entrada do chagásico no sistema, por alguns anos. Necessidades mais prementes à investigação É irresponsável e superficial o pensamento de que não se necessita mais de investigação em doença de Chagas, frente à tendência da eliminação de sua transmissão no âmbito humano. H á perguntas importantes ainda a responder, tanto na área do controle da transmissão quanto na da atenção médica. Indubitavelmente, o modelo é excelente e tem feito avançar muito a investigação básica e bio-médica em toda a América Latina. Sem embargo, mesmo havendo demanda no campo pragmático da investigação aplicada, há uma tendência natural de que diminua o interesse sobre a doença e - consequentemente – resultam maiores dificuldades de financiamento e apoio à pesquisa por agências nacionais e internacionais. Neste sentido, o novo milênio nos aponta para uma enfermidade em vias de eliminaçã o, para a qual, prioridades de investigação devem ser apontadas. Conforme Dias e Schofield (11), considerando os diferentes níveis de prevenção e atenção ao infectado, estas prioridades seriam (Tabela 2): Tabela 2. Pesquisas prioritárias em doença de Chagas humana nos diferentes n íveis de controle, prevenção e atenção (Adaptado de Dias & Schofield (11)). Nível de controle/ atenção Controle do vetor Pesquisa requerida -Melhores inseticidas, principalmente com maior efeito residual, ao nível peri-domiciliar; Notas/coment ários A manutenção da vontade política, a participação comunit ária, o funcionamento de esquemas locais de vigilância descentralizada e o controle de -Melhor capacidade de detec ção triatomíneos em baixas de triatomíneos em baixas densidades serão os maiores densidades, especialmente no desafios a médio-longo prazo. peridomicío. Armadilhas; -Melhor organização de uma vigilância epidemiológica permanente e auto-sustentável; - Monitorização da migraçã o silvestre-doméstica; - Monitorização de resist ência aos inseticidas. Transmiss ão transfusional - Sorologia mais rápida, mais As relações de custo-benefício específica e mais sens ível; para tendem a ficar muito pesadas em fases avançadas do controle seleção de doadores; vetorial, quando a propor ção de doadores infectados decresce -Droga mais rápida e menos significativamente. Em geral, os tóxica que a violeta de genciana problemas mais críticos para eventual quimioprofilaxia ; correspondem à indicação e à qualidade das transfus ões de - Aprimoramento de qualidade e sangue, especialmente em de indicações para a pequenas cidades. hemoterapia. Doença de Chagas Congênita - Desenvolvimento de insumos e estratégias para a detec ção precoce e pronto tratamento de casos. Pesquisa sobre imunoprofilaxia (ainda nada disponível). - Estudos de fatores de risco. São imprescindíveis a melhor organiza ção e cobertura de sistemas locais-regionais de atenção da doen ça de Chagas congênita. Transmiss ão por acidentes e transplantes - Drogas mais eficientes para quimioprofilaxia; - Estudos de fatores de risco. A notificação e registro destes casos tem sido muito deficiente. Clínica e diagnóstico Maior especificidade dos testes É básico o acesso de infectados a todos os níveis da atenção imunológicos; médica. É fundamental que haja instâncias regionais com Maior sensibilidade dos métodos "expertise " no manejo do de diagnóstico parasitológico; chagásico em pontos estrat égicos da área endêmica Desenvolvimento de métodos de avaliação prognóstica; Melhor conhecimento da doença nervosa; Melhor conhecimento da evolução da fibrose miocárdica; Melhor conhecimento da doença em indivíduos idosos; Melhor conhecimento da associação com HIV, hipertensão, coronariopatias, diabetes e miocardioesclerose. Melhor conhecimento da forma indeterminada. Tratamento específico - Drogas mais efetivas e menos Estão aumentando as indicações para o tratamento espec ífico nos casos crônicos, ainda em caráter experimental e ao nível da - Desenvolvimento de insumos e rela ção individual médicocritérios de estabelecimento de paciente. controle de cura. Cardiopatia: melhores drogas e Diagnóstico precoce e esquemas para controlar e prevenção da evolução das prevenir arritmias, insuficiência formas clínicas da fase cr ônica cardíaca e acidentes trombosão o maior desafio atual no embólicos. Busca de manejo do infectado. imunomodulação da fibrose. Aperfeiçoamento de Transplantes e outras intervenções em caso de ICC grave. tóxicas; Tratamento sintomático Organização de programas Aprimoramento de técnicas e métodos (inclusive farmacológicos) de tratamento das formas digestivas, especialmente nos graus avançados; - Como garantir um mínimo de continuidade e de qualidade, assim como um fluxo correto de informações em sistemas horizontais e descentralizados? Necess ário o aperfeiçoamento e capacitação de referências regionais para o controle, a epidemiologia, o diagnóstico, entomologia, etc. - Desenvolver análises de riscos, causas e conseqüências sobre as falhas e deficiências dos programas nos níveis nacional, regional e local Tope Notas finais De modo geral, se iniciados novos programas contra a DCH no México e América Central, e se consolidadas ou minimamente mantidas as ações de controle nos países sul americanos, os prognósticos se fazem otimistas para as próximas décadas, podendo esta endemia ser eliminada progressivamente na Região. Isto constituirá um grande feito, com substanciais ganhos morais, de respeito científico e mesmo de valores financeiros (10,19). Estimando-se conservadorísticamente, pelos dados já disponíveis em São Paulo e em Bambuí (MG), pode-se esperar que a eliminação da transmissão da DCH já será perceptível nos próximos 10 anos para várias regiões, onde, os últimos chagásicos ainda remanescerão por 2 ou 3 décadas. Isto é extremamente viável para a maioria dos países do Cone Sul, onde o transmissor básico é o T. infestans, que pode ser eliminado. No entanto, a manutenção de baixas densidades de vetores no peri-domicílio é possível e viável mesmo para o Nordeste do Brasil, onde prevalece T. brasiliensis, dificultando sobremaneira a transmiss ão da DCH (6,21,22). Pouco a pouco a DCH irá perdendo seu impacto, visível atrav és do triatomíneo domiciliado, dos casos agudos ou das formas crônicas mais severas, inclusive redundando em morte. Tudo isto está sendo progressivamente diminuído em várias regiões do Brasil, no Chile e no Uruguai, principalmente. Como conseqüência, o peso político da DCH tende naturalmente a decrescer, o que pode resultar em diminuição do interesse e dos recursos para a necessária continuação da vigilância. O próprio interesse m édico irá diminuindo, como acontecido para agravos controlados, como a difteria, a cólera e a peste. Aliás, e emblemático, isto também aconteceu com a malária, nos anos 60, quando os índices começaram a cair em todos os lugares mediante as célebres "campanhas de erradicação" baseadas no uso intensivo de DDT e Cloroquina. Hoje, pelo menos a cólera e a malária, destes exemplos, voltam a ser problemas importantes, já não havendo expertícia suficiente para combatê-las (9,20). Como agravante, a DCH perderá ainda mais o interesse governamental e público por causa de outros agravos emergentes e em expansão, como o dengue, a AIDS e as hantaviroses. No campo social, a DCH continuará incidindo (embora menos) em popula ções pobres e isoladas da América latina, incapazes, de per se, de controlar a transmissão ou a doença. Estas são as populações para as quais os governos precisam dedicar-se mais, embora nada indique que assim será nas próximas décadas, numa Am érica Latina que está "enxugando" o Estado e privatizando servi ços públicos. Financeiramente, a DCH continuará – no novo milênio- a emular duas principais ind ústrias: a de inseticidas e a de "kits" diagnósticos, pelo menos por algum tempo. No fundo, observa-se que ao lado das quest ões sociais a ela pertinentes, a manutenção ou o controle da DCH no novo milênio irá depender do quadro político latino-americano e mundial. A prosseguirem as atuais tendências macroeconômicas e globalizantes, o prognóstico fica reservado: diante da exclusão social das populações sob risco e do Estado descomprometido com o social, as empresas privadas e a economia de mercado não irão resolver os problemas destas populações e t ão pouco irão viabilizar sua ascensão (9,16). Resta lembrar que em todo este contexto, as possibilidades de os países latino-americanos equacionarem e eliminarem um problema tipicamente seu existem de fato e podem ser alcançadas, conforme a experiência já acumulada. Isto será muito importante para a auto-estima da Região e mesmo para as expectativas de vida de milhões de latino-americanos, embora a simples eliminação da DCH não seja, isoladamente, fator de maior significação para a ascensão social destas populações. Finalmente, este futuro reserva, aos cada vez mais poucos pesquisadores e à comunidade cient ífica, de novo e como nos tempos de Lassance, um papel adicional de luta inesgotável contra a doença de Carlos Chagas e de compromisso para com as populações a ela expostas. Resumo A partir dos registros sobre a doença de Chagas e seu controle e em paralelo com as tendências e mudanças previsíveis para o cenário político e social da América Latina, avalia-se o que pode ser a doença de Chagas no próximo milênio. A enzootia silvestre irá permanecer, mas tende a reduzir-se e focalizar-se em regiões sobre forte açã o antrópica. J á a redução da doença humana é bastante mais previsível, inclusive podendo -se almejar sua eliminação a médio-longo prazo. A endemia tende a remanescer nas regiões socialmente deprimidas e na ausência ou insuficiência do controle vetorial. Outros mecanismos de transmissão tendem fortemente a decair, em particular a transmiss ão transfusional, pelo aumento do controle dos bancos e também a congênita, pela progressiva redução de mulheres férteis infectadas. Os horizontes operacionais perceptíveis apontam para um futuro de médio prazo que prioriza a vigilância epidemiológica, com maior importância para vetores secundários no peri domicílio. Atençã o médica e social será o grande desafio, frente aos milhões de já infectados. A tendência mundial de globalização e economia de mercado penalizará os chagásicos e as populações excluídas que dependem do Estado. A doença de Chagas progressivamente despertar á menos interesse e será difícil manter a necessária vigilância e a pesquisa. Por outro lado, à comunidade cient ífica caberá o papel que Carlos Chagas anteviu e assumiu, ao pugnar intransigentemente pela eliminação da enfermidade e a comprometer-se com a população a ela ainda exposta. 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