Delineamento Inicial dos Parâmetros Necessários para a
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Delineamento Inicial dos Parâmetros Necessários para a
Delineamento Inicial dos Parâmetros Necessários para a Construção de um Curso Teórico de Biologia Molecular na Modalidade à Distância Rafael S. Schwab, Jamile D. Correa, Lisiane Smiderle, Cecilia D. Flores, Ana B. G. Veiga Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. Rua Sarmento Leite, 245. Porto Alegre-RS. CEP 90.050-170. Brasil Resumo. A disciplina de Biologia Molecular, tão recente e relativamente pouco conhecida, torna-se ainda mais complexa em um curso na modalidade à distância. Buscando soluções para este problema, este grupo de pesquisa propôs a utilização de recursos didáticos modernos – baseados na interatividade e no uso de animações e de vídeos via ambiente web– e métodos pedagógicos diferenciados, os quais abordaram tópicos de Biologia Molecular organizados em diferentes módulos. Para validação inicial e direcionamento do projeto em si, alguns alunos foram submetidos à utilização desses recursos e, posteriormente, avaliados; além disso, os alunos também responderam a um questionário de opinião sobre os recursos utilizados. O número de alunos para essa triagem foi de 48 (Cursos de Farmácia [n=10] e Enfermagem [n=38]); destes, 39 alunos responderam ao questionário de opinião. Os principais pontos positivos encontrados foram: o conteúdo, a proposta de avaliação integrada, a facilidade na interatividade e navegabilidade, e a possibilidade de realização das atividades em casa, em consonância com o desejo e opinião da maioria dos alunos (76%). Os aspectos negativos levantados foram a não-autonomia (na opinião de 84,6% dos alunos), uma vez que o seguimento e prazo de entrega de tarefas dos módulos acompanharam o cronograma letivo; a necessidade de mais fontes de referência e sua diversidade; e o aspecto visual e de atratividade, estes compatíveis com as limitações dos softwares utilizados para confecção do curso. Os resultados obtidos mostram o potencial do projeto e da metodologia aplicada para melhorar a produtividade dos alunos, construir uma Educação a Distância de qualidade e permitir sua reprodução e expansão. Abstract. Molecular Biology is a relatively recent field of the Biological Sciences and there is still a lot to be discovered about it. This area of knowledge becomes even more complex and hard to understand in a distance education course. In order to access solutions to this problem, our group came up with the use of modern teaching resources – based on interactivity and the use of animations and videos via a web-environment and different teaching methods, which approach topics of Molecular Biology organized in different modules. For early support and to help in the design of the project, some undergraduate students were subjected to the use of these resources and then evaluated; alongside, the students also answered an opinion survey. Initial screening was performed with forty eight (48) students (courses of Pharmacy [n = 10] and Nursing [n = 38]); of these, thirty nine (39) answered the opinion survey. The main positive features found were: the content, the proposed integrated assessment, ease to interact and to explore the resources, and the leeway to solve activities at home, according to the wish and opinion of the majority of the students (76%). The negative features cited were: the lack of autonomy (pointed out by 84.6% of the students), owing to the fact that the modules follow-up and activities deadlines had to follow the academic schedule; the need for more reference sources and its diversity; and the visual appearance and attractiveness – these matched with the restrictions of the software used to build the course. The results show the potential of this project and its methodology in improving the productivity of the students, in generating a high-quality distance education course in Molecular Biology, and in allowing its reproduction and growth. Keywords: Distance Education; Computational Biology; Teaching Molecular Biology; Learning Object. PACS: 01.40.Di; 01.40.gb; 01.40.Ha; 01.50.-i INTRODUÇÃO A Biologia Molecular sempre foi desafiadora por se basear em teorias e hipóteses do mundo invisível e impalpável das moléculas. Associados a isso, o crescente conhecimento na área, sua complexidade e, por consequência, a geração de um número cada vez maior de dados moleculares, levaram a sua indissociável relação com a Bioinformática [1,14,20]. Nesse cenário, o número de ferramentas, bem como o mercado de trabalho e a busca por profissionais qualificados na área aumentaram exponencialmente, levando à imperativa necessidade de capacitação de alta qualidade [1,2,3,5]. Com o advento da lógica de mercado, entretanto, o tempo, a correta seleção de informações – na ampla quantidade de dados disponíveis – e a urgência em especialização se tornaram fatores limitantes para o ensino e o aprendizado continuado. E por isso a Educação a Distância (EaD) tornou-se um recurso tão valioso para aqueles que desejam a especialização de qualidade. A já desafiadora Biologia Molecular parece então se tornar mais complexa em um curso totalmente EaD e integrado ao aprendizado da Bioinformática. Buscando soluções para esta questão, a equipe do projeto Bioinformática Aplicada às Ciências da Saúde do Programa de Iniciação a Docência (PID) da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) propôs a utilização de recursos didáticos modernos – baseados na interatividade e no uso de animações e vídeos na web – e métodos pedagógicos diferenciados. Diversos estudos demonstram que o uso de animações e vídeos no ensino de Biologia Molecular e Bioinformática acentuam [4,10, 12, 16,21,25] fundamentalmente o aproveitamento do curso por parte do aluno , chegando em alguns casos a mais [12] de 94% de motivação e disposição na realização de atividades extras . Também por experiência de outras [17, 22, 26, 27] [27] instituições e propostas pedagógicas , notou-se que a utilização de vertentes diferenciadas da metodologia pedagógica expositiva alcançava resultados mais efetivos em relação ao processo de ensinoaprendizagem. No caso, destacam-se, em definição, os métodos interrogativos, descritivos e ativos. Nos métodos interrogativos, o aluno é colocado frente a uma questão sobre a qual ele deve questionar as causas da existência de [27] um determinado elemento, ou como há a ocorrência de determinado fenômeno . Nos métodos descritivos, é feita [22,26] uma descrição ao aluno de como tal conhecimento foi alcançado . O método ativo, por fim, caracteriza-se pela atuação ativa do aluno no processo de construção do conhecimento a ser assimilado, através, por exemplo, de [9, 12, 22, 26] ensaios laboratoriais . O uso desses recursos e métodos pedagógicos propiciou a construção do curso na modalidade à distância através da confecção de Objetos de Aprendizagem (OAs). O conceito de OA apareceu pela primeira vez no fim da década [32] de 1960 e remetia à possibilidade da educação progressiva associada ao avanço tecnológico e à utilização de metadados. Uma das principais definições atuais de OA o traz como um elemento digital qualquer reutilizável em vários ambientes virtuais com finalidade de aprendizado, composto de conteúdo didático, atividades de ensino e elementos de contextualização. O objeto deve ser estruturado e organizado a partir de metadados que facilitam a identificação, o armazenamento [35, 36] e a recuperação de seus constituintes . Suas características são, portanto, ser reutilizável – independente do [15,31, 35, 36] ambiente de aprendizagem e sem a necessidade de qualquer formatação adicional – e ser durável – [15, 35, 36] permitindo que sua utilização seja prolongada, considerando a constante atualização . Além disso, é necessário também destacar o caráter modular – facilitando a independência, tanto dos conteúdos como do aluno em [35, 36, 37, 38] relação a sua autonomia durante o seu aprendizado –; a importância da interatividade e da tutoria – já que é proposta a interação do aluno com a interface em questão, o acompanhamento do aluno e o esclarecimento direto [29, 37, 38] de dúvidas –; e a necessidade de acessibilidade – uma vez que o curso deve ser facilmente acessível mesmo [15] considerando-se as amplas variações computacionais e de softwares envolvidos . De maneira fundamental, os metadados vêm se tornando imprescindíveis devido à grande quantidade de informação existente. Eles permitem identificar os dados presentes no OA, o que possibilita a retomada e busca objetiva das informações de interesse. Os principais metadados envolvidos na construção de um OA são seu título e autor, assunto, descrição breve, contribuintes, data, tipo, formato, identificador, fonte, língua, relação, abrangência e os direitos. O título será o rótulo dado ao OA ou ao módulo e o autor a entidade criadora do conteúdo disponibilizado. O assunto refere-se ao conteúdo tratado, devendo ser definido por palavras-chave específicas e controladas em listagem padronizada. O presente projeto, por se tratar de conteúdo biomédico, são utilizados os descritores em ciências da saúde (DeCS/MeSH). A descrição contém sumariamente os tópicos a serem tratados. Os contribuintes são todos aqueles que participaram secundariamente da elaboração do conteúdo intelectual proposto, bem como da revisão e correção. A data serve na localização temporal e o formato refere-se aos tipos arquivos utilizados, permitindo o conhecimento dos recursos de software e hardware necessários à operacionalização das mídias. O identificador refere-se à frase ou número único que caracteriza o recurso digital em questão, podendo ser uma URL ou um ISBN, por exemplo. A fonte é uma referência a outro recurso do qual OA seja derivado. O idioma é a língua utilizada no conteúdo intelectual do recurso. É aconselhável a utilização das normas ISSO 639 e IETF RFC 3066, que permitem de maneira fácil e objetiva identificar o idioma utilizado. As relações tratam das interconexões entre diferentes OAs, os direitos são relativos aos direitos de propriedade intelectual e a cobertura remete à abrangência em termos espaciais, populacionais e temporais. No que tange aos direitos autorais, é comum a utilização de creative commons, que permite mais facilmente a cópia e distribuição das informações, em relação às licenças de todos os direitos reservados. Os metadados, em si, são apenas constituintes estruturais dos OAs, mas é importante considerar que, sem eles, algumas das principais características destes recursos de aprendizagem seriam inviabilizadas, como a rápida utilização ou mesmo à reutilização. Nesse sentido, os outros elementos estruturais componentes dos OAs sem um curso EaD, ditos conteúdos intelectuais, são os objetivos (instruindo aos alunos as competências e habilidades a [15] [8, 28] serem adquiridas) , o pré-teste (para acompanhamento do desenvolvimento pessoal durante as atividades) eo pós-teste (para confirmação do aprendizado requerido), incluindo, obviamente, o conteúdo didático a ser apresentado. Sobre o e-learning, ou seja, a aprendizagem via web, é interessante, ainda, observar que é um método centrado [7] principalmente no aluno , em suas necessidades e no seu aprendizado, priorizando sua autonomia e ritmo. Além disso, os custos de implantação de um sistema de EaD são consideravelmente menores quando comparados à [12] [16] construção/manutenção de instalações físicas e o público alcançado é substancialmente maior . Contudo, é uma crítica básica desse tipo de aprendizado a diminuição da socialização e da troca de informações por parte do aluno pela inexistência das relações binomiais aluno x aluno e aluno x professor, sendo demonstrado que a proximidade física não é um fator que afeta fortemente a evolução e a atitude perante o estudo, mas que apesar disso [7] o meio de comunicação utilizado pelo e-learning pode interferir na interatividade . Assim sendo, são iniciativas importantes a implementação de fóruns de discussão e da avaliação da participação dos alunos, bem como da [7, 8] interação com tutores por meio da correção de atividades e respectivo feedback . No que tange a regulamentação dessa modalidade de ensino e do EaD em geral no Brasil, a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) 9394/96 no artigo 80 legaliza e concede uma série de incentivos para sua veiculação. Os decretos 2494/98 e 5622\05 regulamentam o 80º artigo da LDB 9394/96, normatizando o EaD, posteriormente sendo o último alterado em parte pelo decreto 6303\07. O projeto de confecção do material foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade e visa capacitar os alunos submetidos ao curso a dominar os conceitos básicos de biologia molecular e a utilizar as principais ferramentas em bioinformática de forma indubitável. Também foi proposta a produção de material didático original para as disciplinas em questão. O presente artigo apresenta a metodologia de construção do curso, bem como as principais características dos OAs confeccionados. MATERIAIS E MÉTODOS O desenvolvimento do presente projeto iniciou com a realização de extensiva revisão sistemática de conteúdo sobre os principais artigos científicos disponíveis sobre o tema. Além disso, foram escolhidos vídeos, animações, textos, imagens e jogos interativos de diversas fontes para serem potencialmente utilizados durante a construção do curso. Em especial é importante citar que, quanto aos vídeos, o site www.youtube.com.br foi particularmente útil por apresentar vídeos e animações de múltiplas fontes gratuitamente disponíveis. Quanto aos jogos interativos e as animações, perceberam-se várias iniciativas de universidades, tanto brasileiras quanto internacionais, na confecção didática dos mesmos. Merecem destaque as animações interativas gratuitamente disponíveis pelo site www.johnkyrk.com e pelo site owc.mit.edu. Foi então eleito o software exe-Learning para construção dos Objetos de Aprendizagem. O exe-Learning é gratuitamente disponível para download (freeware license) e possui uma ampla gama de recursos, nomeados “dispositivos”, que permitem a criação de múltiplas atividades, desde textos simples, até atividades de aprendizado [33] internas. Ele é fundamentalmente baseado na topicalização esquemática . Os OAs criados foram exportados em [33] dois formatos SCORM 1.2 e ISM. Posteriormente, por escolha da técnica , foi eleito o formado SCORM 1.2 que permite a direta instalação no ambiente virtual em questão, incluindo suas atividades internas. O ambiente virtual de aprendizagem (AVA) utilizado foi o Moodle, também gratuito, e previamente utilizado pela UFCSPA. Nele foram incluídos os pacotes SCORM 1.2 e adicionados recursos interativos que faziam parte do curso. O projeto priorizou a utilização das metodologias descritivas, interrogativas e ativa. A metodologia interrogativa foi utilizada principalmente no início de cada módulo ou na introdução de um conceito diferencial ou problematização conceitual, ponto onde era induzido ao aluno a se questionar a causalidade da ocorrência de tal fenômeno/conceito proposto dentro das áreas da Biologia Molecular. A metodologia descritiva foi extensamente utilizada em correlação à experimentação, principalmente quando uma nova descoberta era apresentada, descrevendo o ensaio utilizado para se chegar àquela conclusão científica. Quanto à metodologia ativa ela foi empregada em associação à metodologia descritiva, quando era proposto ao aluno a realização de protocolos simples de experimentação, e posteriormente discutidos através de questionários específicos, ou então na proposição das atividades complementares quando eram colocados problemas práticos que a resolução necessitaria a formulação de um conceito próprio por parte do aluno ou, inclusive, a busca de novas informações avançadas. A fundo, o curso prioriza o método científico e se arrisca a colocar o aluno como um cientista anacrônico que vê, a seu lado, a construção da ciência, percebendo que ele, inclusive, é inerente a esse conhecimento. O conteúdo, dividido em nove módulos (ou nove OAs), foi confeccionado a partir de uma visão geral de conceitos teóricos e práticos dentro da área de Biologia Molecular e Bioinformática. O módulo inicial faz uma introdução sobre a Biologia Molecular, normatizando os três pontos que guiam o curso ao longo de sua progressão: Enfoque Evolutivo, abordando aspectos moleculares da Evolução; Noções Estruturais Moleculares de Química; Domínio dos Conceitos Básicos em Genética Mendeliana e Citologia, priorizando a ideia das estruturas celulares como dinâmicas e imersas em uma solução fisiológica. Além do capítulo inicial, foi proposta a repartição do módulo único de regulação gênica e seu acoplamento inerente ao assunto tratado, um módulo único sobre RNA e suas diversas funções, e o módulo final enfocando a Bioinformática básica. Faz parte ainda da metodologia de montagem do curso a ambientação dos textos, inserindo-os em uma história fictícia. Na totalidade, ele é construído baseado em problema: é proposto ao aluno que os conhecimentos adquiridos durante o curso o levará ao último módulo, no qual ele deverá resolver o problema de uma epidemia zumbi desconhecida em sua cidade, Cidade Mutans.Praticamente a totalidade dos textos é original, montada pela equipe de execução, e cada módulo transporta o aluno para um ambiente diferenciado sob a tutoria de um personagem lúdico que o acompanhará, como um narrador, ao longo do decorrer do curso. Os personagens e ambientes, não necessariamente, mas normalmente, estão ligados à Biologia Molecular. O módulo I, por exemplo, é introdutório e tenta mimetizar a discussão entre um filósofo e seu pupilo em um ambiente escolar. Inicia-se com um pensamento filosófico, sobre a similaridade das espécies de animais irracionais e do homem e questiona, em nível biomolecular, o que diferenciou os dois no processo evolutivo ou mesmo o que permitiu a intrínseca relação simbiótica entre algumas espécies, sendo praticamente necessária em alguns casos. O aluno vai gradativamente ganhando títulos de tratamento científicos, como doutor. Outros personagens e cenários criados pelo curso são: Dr. Polimerase e seu laboratório no módulo II(sobre DNA); um ajudante de delegado, colocando o aluno como o delegado que deverá capturar as enzimas da replicação no módulo III (sobre replicação); o próprio RNA Arn, como uma entidade divina e geradora da vida no módulo IV (específico de RNA e baseado na hipótese do mundo de RNA); o supercomputador HAL-10000 na estação marciana GENEsis– de criação de bebês geneticamente perfeitos – no módulo V (sobre transcrição). Os módulos construídos estão tabelados abaixo, apresentando os temas abordados. TABELA 1.Organização dos OAs que compõem o curso EaD, apresentando a temática de cada módulo e seus personagens principais. Módulo I II III IV V VI VII VIII IX Tema Personagem Principal Evolução, Genética, Química aplicada DNAs, PCR e Genômica Replicação RNAs Transcrição e Regulação Intrínseca Tradução e Regulação Intrínseca Mutações e Reparo Regulação pós-traducional e BioMol protéica Bioinformática O filósofo Biólogo Primus O cientista Dr. Polimerase O xerife (aluno) O RNA Arn O supercomputador HAL-10000 O tradutor Universal O mutante Xavier O bioinformata Proteus O agente (aluno) No início de cada módulo são apresentados os objetivos para determinar as competências e habilidades a serem desenvolvidas e nortear quais os pré-requisitos principais a serem avaliados a fim de permitir a execução do módulo seguinte. Nesse sentido, um mini pré-teste antecede o seu início, para que o aluno possa avaliar o seu conhecimento sobre o assunto a ser tratado, e decida, autonomicamente, a necessidade de referências complementares, o que também pode ser alterado ao longo do curso. Ao final de cada módulo, é apresentada uma lista de referências complementares de estudo que incluem os capítulos dos principais livros que versam sobre o conteúdo do módulo, alguns artigos científicos pertinentes, jogos sobre o tema e filmes, documentários, episódios de séries e entrevistas que tenham como plano de fundo o assunto tratado. Quando o aluno se sentir preparado, pode pedir para iniciar o questionário de avaliação do módulo e o fechamento de seus outros critérios avaliativos. Sumariamente a avaliação de cada módulo consiste em: questionário a ser respondido, em um espaço de tempo pré-definido de 20 a 30 minutos,com 10 a 20 questões que prezem o raciocínio integrado, equivalente a 35% da nota total; atividades complementares de leitura de artigos científicos e entrega de trabalhos escritos, avaliados pelo tutor e com feedback individualizado para cada aluno, equivalendo a 50% da nota total; participação em fóruns, nos quais o aluno deve debater sobre assuntos propostos para cada módulo, e a escrita de um diário, sendo este o canal direto entre o aluno e seu tutor. O conjunto e a qualidade da participação são avaliados individualmente pelo tutor e equivalem a 15% da nota total. O aluno que obtiver média superior a 75%, poderá seguir ao próximo módulo, caso contrário, deverá refazer o módulo até atingir a nota média proposta. Com o propósito de avaliarmos a metodologia aplicada na construção do curso, os quatro primeiros módulos foram aplicados a uma turma reduzida de alunos da 1ª série do curso de Enfermagem e uma turma da 2ª série do curso de Farmácia, durante a realização da disciplina de Biologia Molecular entre os meses de Julho a Dezembro de 2011, num período de 30 dias. Os OAs foram inseridos no ambiente Moodle e posteriormente foram acessados pelos alunos. Ao final, os mesmos responderam a um questionário, também disponibilizado no ambiente Moodle. Um total de 48 alunos participaram desta triagem , sendo que destes 39 responderam ao questionário (curso de Farmácia, N=10;curso de Enfermagem, N=38). RESULTADOS Foram avaliados, de maneira geral, dois grandes grupos de perguntas: aquele que verificava a qualidade percebida em relação ao conteúdo e aquele que verificava a capacidade estética e de interatividade do trabalho. Foi avaliada também a validade específica do presente projeto. Nenhum dos alunos respondeu que discordava, parcial ou totalmente, da validade da iniciativa, enquanto que 89,7% dos 39 alunos que responderam a esse questionário de avaliação concordaram totalmente com a validade do projeto (Figura 1). FIGURA 1.Representação da opinião dos alunos sobre a concordância em relação à realização da atividade em EaD como válida para o ensino de Biologia Molecular e Bioinformática de maneira integrada. Em relação à estimulação proporcionada pelo trabalho de ensino a distância, foi perguntada aos alunos qual a estimulação específica que esse tipo de atividade despertava em termos de valorização e busca de ferramentas tecnológicas para atuais e futuros estudos. Nesse sentido, também se aferiu a motivação intrínseca que a EaD, os módulos mais especificamente, proporcionaram ao ensino da biologia molecular aos alunos (Figura 2) FIGURA 2.Representação da escala de motivação que os alunos responderam em relação à utilização dos módulos de EaD. As perguntas formuladas sobre a autonomia visaram discernir sobre: a metodologia de aplicação dos mesmos, o aproveitamento do tempo pela disciplina e a necessidade de revisão da aplicação deste. Considerando que a autonomia é um importante fator em qualquer atividade de EaD, foi perguntado acerca da pressão para seguimento da realização da atividade, sem a plena certeza de aprendizado integral dos conceitos propostos, e quanto a autonomia permitida durante as mesmas tarefas. Dos 39 alunos com questionários respondidos, 61,5% (24 alunos) se sentiu pressionado em dar seguimento ao estudo, mesmo sem pleno entendimento. Sendo que apenas seis alunos não se sentiram de nenhuma forma sob pressão para finalização das tarefas (Figuras 3a e 3b). b a FIGURA 3.Representação da sensação de pressionamento por parte dos alunos para conclusão das atividades (a); Avaliação da autonomia isolada do regimento de trabalho dos alunos (b). Os aspectos quanto aos conteúdos específicos foram avaliados através de três fatores principais: a relevância de conteúdo, o aprofundamento científico proporcionado e a presença de referências no estudo. Do total de alunos que responderam ao questionário, 79,4% dos alunos, considera que há alta relevância nos conteúdos abordados e 92,3% dos alunos ainda consideram que há aprofundamento científico eficaz ou parcial. Entretanto, 51,3% dos alunos afirmaram não haver referências de estudo suficientes no material oferecido (Figura 4). FIGURA 4.Avaliação de conteúdo feita pelos alunos da EaD. Em relação à avaliação, foi questionado ao aluno a sua opinião sobre o sistema avaliativo adotado. Foi perguntado se os questionários, de maneira isolada, lhes pareceram um instrumento avaliativo com alto poder preditor de conhecimento. Aproximadamente dois terços dos alunos (64,1%), responderam que a avaliação teórica, ou seja, apenas por meio de questionário, é insuficiente (Figura 5). FIGURA 5. Demonstração da opinião dos alunos quanto à forma de avaliação exclusiva por questionários. No segundo bloco de questões, referente ao design do projeto e à interatividade proporcionada por ele, foi proposto aos alunos que demonstrassem suas impressões relacionadas com a estética do trabalho em si, assim como com os fatores de facilidade de uso. A facilidade (36 alunos) e a navegabilidade (36 alunos) foram avaliadas pela quase totalidade de alunos como positivas. Já os aspectos visuais e a atratividade foram avaliados como positivos por aproximadamente 50% dos alunos avaliados (16 e 15, respectivamente) (Figura 6). FIGURA 6. Aspectos avaliados quanto à estética e à interatividade dos módulos apresentados aos alunos. Ainda considerando as características de interatividade, foi perguntado sobre a preferência do local de realização das atividades propostas pelos módulos. Do total de alunos que responderam ao questionário, 26%(10 alunos) preferiam realizar as atividades dentro da própria universidade, enquanto que 74%, (29) alunos tinham preferência por responder em sua própria casa (Figura 7). FIGURA 7.Representação do local de preferência de realização das atividades pelos alunos. DISCUSSÃO Durante o período de realização das atividades propostas para a confecção do curso de Biologia Molecular na modalidade à distância, a fase inicial de sua avaliação consistiu na validação da iniciativa bem como no prédirecionamento das ações do projeto. Já com a aplicação dos módulos, foi possível perceber, através da própria interação com o AVA, o interesse por parte dos alunos na realização do que havia sido proposto. Com o questionário de validação respondido por mais de 80% dos alunos, alguns aspectos importantes puderam ser avaliados para o delineamento do trabalho. Especificamente, de maneira inicial, observamos que o interesse dos alunos se manifestou na concordância de validação do projeto, vez que quase a totalidade dos alunos concordou integralmente com a eficácia da medida na melhoria do ensino. A motivação nesse caso refere-se a maior parte deles também se sentir mais motivada a aprender Biologia Molecular e inclinada a utilizar e buscar novas ferramentas tecnológicas no aprendizado. Inicialmente, foram levantados pontos positivos específicos pelas informações obtidas dos dados da pesquisa. O primeiro deles é a grande aprovação e valorização, por parte dos alunos, em relação ao conteúdo preparado, quando comparamos o aprofundamento científico do texto e a taxa de relevância. Pode-se inferir que a reformulação mais aplicada dada aos conteúdos de Biologia Molecular, bem como as diversas metodologias utilizadas, técnicas pedagógicas e recursos inovadores foram integrantes e fundamentais para o resultado encontrado, mostrando que essas medidas são válidas e devem ser futuramente reavaliadas e seguidas. Outro ponto positivo é a proposta de avaliação ampla, tanto participativa, uma vez que os próprios alunos perceberam que a avaliação por questionário exclusiva está sujeita a muito mais limites e vieses. Ainda, como aspecto positivo a se ressaltar, está o desenho do curso dos fatores de navegação que foram amplamente aceitos, mesmo também por sua facilidade e simplicidade, aliadas a baixa necessidade de capacitação para operação. É interessante refletir também que quase 75% dos alunos se sentiram mais à vontade realizando suas tarefas em casa, o que é significativamente mais proveitoso e advoga a favor da continuidade da EaD. Adicionalmente, é de fundamental importância ressaltar que a estrutura utilizada, aplicando-se certa criatividade e empenho, pode ser expandida, como anteriormente considerado, a trabalhos não só de Biologia Molecular, mas também a outras disciplinas, criando personagens que sejam de relevância ao tema, fazendo a seleção dos recursos ideais, propondo que o curso seja moldado na forma de resolução-problema, prezando a metodologia ativa e organizando os conteúdos a serem tratados de maneira clara e objetiva. Quanto às necessidades de aprimoramento, observou-se que a maioria dos alunos se sentiu pressionada na realização das tarefas e, por consequência, expressou que não teve autonomia para realização das atividades e da administração da aquisição do conhecimento. Isso reflete as condições nas quais os questionários foram aplicados, seguindo o cumprimento do calendário letivo, inviabilizando, muitas vezes, a autonomia de aprendizado. É interessante ao grupo de trabalho do projeto pensar em estratégias de otimização da capacidade de autonomia do aluno, mesmo sabendo que num ambiente de emprego mais amplo dos OAs ela seria expandida, desvencilhando-o de cronogramas rígidos. Outros dois pontos a serem melhorados são a disponibilidade de referências e o aspecto visual. Mesmo tendo sido disponibilizadas referências específicas, o projeto realmente já visa permitir que sejam colocadas aos alunos mais fontes de consulta, uma vez que este é um dos objetivos da EaD. As referências serão gradualmente aprimoradas, inclusive com a utilização de diferentes mídias (textos, artigos científicos, vídeos, etc.). Apesar de o aspecto visual ter sido classificado como positivo por cerca de 50% dos alunos, foi também, em associação com a atratividade, avaliado por parte homogênea como regular ou ruim/muito ruim, o que leva a acreditar que é importante que haja uma melhoria nesse aspecto. Outro fator de limitação a se considerar é a tentativa de implantação de aspectos práticos no ensino a distância. Como elucidado, apesar de muitas vezes o curso tentar mimetizar experimentos laboratoriais – como no caso da extração de DNA e da utilização de programas simulando a reação em cadeia da polimerase (PCR) – esses experimentos podem não ter seus objetivos alcançados sem uma supervisão adequada, ou simplesmente serem negligenciados pelo aluno. No caso de práticas observacionais, isso pode ser facilmente contornado por estudos dirigidos, seja ou não acompanhados de jogos, mas sempre acompanhados de tutores e da seleção amoldada das práticas. Entretanto, quando se observa um curso para desenvolvimento de habilidades técnicas ou práticas experimentais para o desenvolvimento das mesmas, o EaD em si se torna uma ferramenta complementar e não-exclusiva. Ponderando tais questões, é atraente refletir que a plena estruturação dos OAs em questão se mostrou num primeiro momento válida para o grupo ao qual foi apresentada, na forma de um curso em EaD, de Biologia Molecular disponível no ambiente Moodle. Além disso, é fundamental ressaltar que para que tal fato ocorresse, foi necessária a estruturação sistemática, definição dos metadados, elaboração de variada tecnologia de ensino, bem como a aplicação da mesma, culminando neste trabalho como preditor inicial de definição da implantação do projeto proposto. Destarte ao que foi escrito, ponderadas alterações a serem feitas, o projeto, em sua fase inicial, foi positivamente avaliado nos moldes aqui explicitados, mostrando-se reprodutível, quanto à tecnologia metodológica proposta e bem-sucedido ao que se propôs: melhoria da produtividade por parte dos alunos, construção de uma EaD de qualidade, seguindo seus preceitos básicos e da capacidade de reprodução desse tipo de ensino com o objetivo de expandi-lo. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao Programa de Iniciação à Docência da UFCSPA (PID/UFCSPA – alunos R.S. Schwab e J.D. Correa) e à CAPES, através do Projeto Pró-Ensino na Saúde (Projeto no. 39) e bolsa Reuni de iniciação à docência (aluna L. Smiderle). REFERÊNCIAS 1. D. Counsell et al., A review of bioinformatics education in the UK. Briefings in Bioinformatics 4, pp. 7-21 (2003) 2. Koch and G. Fullen, A review of bioinformatics education in Germany. Briefings in Bioinformatics 9, pp. 232-242 (2008) 3. J.R. Jungck, S.S. Donavan, A.E. 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