cena contemporânea 2007 festival internacional de teatro de brasília
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cena contemporânea 2007 festival internacional de teatro de brasília
CENA CONTEMPORÂNEA 2007 FESTIVAL INTERNACIONAL DE TEATRO DE BRASÍLIA 29 DE AGOSTO A 9 DE SETEMBRO Espetáculos que reafirmam a necessidade de uma identidade própria, que gritam pela liberdade de expressão, pelo direito à diferença e à singularidade e que trazem, muitas vezes, clássicos da literatura misturados a algumas das maiores obras da dramaturgia cênica. Estas são algumas das características dos trabalhos que integram o CENA CONTEMPORÂNEA 2007 – FESTIVAL INTERNACIONAL DE TEATRO DE BRASÍLIA, evento que vai reunir grandes nomes do teatro mundial, como o bufão espanhol Leo Bassi e a companhia japonesa Sankai Juku, grupos irreverentes como o espanhol Yllana e algumas das mais importantes companhias de teatro brasileiras, como o Grupo Galpão, o CPT de Antunes Filho e o Teatro da Vertigem, de Antonio Araújo. O CENA CONTEMPORÂNEA 2007 acontece de 29 de agosto a 9 de setembro, ocupando nove teatros de Brasília e diversos espaços alternativos. Este ano, o CENA promete mexer com dogmas e conceitos morais e religiosos. Para começar, dentre as atrações internacionais está o irreverente Leo Bassi, com La Revelación, um espetáculo no qual o intérprete condena, com muito humor e grande veemência, as religiões monoteístas. Por causa deste trabalho, o espanhol-italiano já foi até processado na Europa. Dentre outras coisas, Bassi afirma que, enquanto a ciência e a tecnologia avançam a passos largos, o mundo contemporâneo se vê cada vez mais tomado pelo obscurantismo de seitas e fundamentalismos que dividem os seres humanos. E, como resposta, defende a razão, a dúvida, a tolerância, a inocência e o amor como os únicos capazes de salvar o homem. Também usando o humor para criticar conceitos religiosos rígidos estão os atores do grupo espanhol Yllana, que prometem arrancar gargalhadas com seu 666. A peça já foi definida pela imprensa européia como sendo “diabolicamente divertida” e “um espetáculo politicamente incorretíssimo”. Optando por um caminho mais poético, com imagens que ficam gravadas na retina do espectador, está a companhia japonesa Sankai Juku, sob a direção de seu consagrado coreógrafo Ushio Amagatu, que traz o espetáculo Kagemi. Considerada uma das companhias de ponta do teatro/dança do Japão, a Sankai Juku trabalha com a fusão do Butô à dança contemporânea. Aqui, ela apresenta um espetáculo que desafia a fronteira entre movimento e silêncio, construindo uma narrativa que faz alegoria à história da humanidade. Os intérpretes parecem abstrações da humanidade, animados por alguma força que os impulsiona a um mundo de sonhos, habitado por anjos, gurus, bruxas e seres sensuais. A apresentação da Sankai Juku promete ser um dos destaques do festival. A programação ainda inclui os trabalhos mais recentes de três dos mais importantes grupos em atividade no País. O CPT de Antunes Filho vem em dose dupla com o festejado A Pedra do Reino (bela adaptação do romance de Ariano Suassuna) e Pret-à-Porter 8 (com cenas criadas pelos próprios atores e que são uma síntese do método de treinamento do ator desenvolvido por Antunes). Os mineiros do Galpão apresentam a primeira parceria da companhia com o diretor paranaense Paulo de Moraes, que dirige a Armazém Cia de Teatro. A peça Pequenos Milagres também marca o início das comemorações dos 25 anos de grupo. E o Teatro da Vertigem, de Antonio Araújo, chega com a leitura cênica História de Amor (Últimos Capítulos), do dramaturgo francês Jean-Luc Lagarce, um espetáculo que acontece, surpreendentemente para os padrões do Vertigem, num palco italiano. A companhia paulista traz também uma exposição fotográfica com registro do trabalho do grupo em vários espetáculos como o recente BR3. Nesta edição, o público de Brasília vai ter ainda oportunidade de conhecer o trabalho de grupos radicados em Pernambuco. De lá, o CENA selecionou três espetáculos, Angu de Sangue (trabalho multimídia inspirado na obra do escritor Marcelino Freire), Jandira (fusão de teatro, literatura e dança contemporânea) e Fernando e Isaura (primeira adaptação para o teatro de romance lançado por Ariano Suassuna em 1956). Este ano, o evento inclui também uma mostra de teatro especialmente concebida para a criançada. São espetáculos da Espanha, Rio Grande do Norte, Brasília e São Paulo. Dentre os brasileiros, o trabalho da Cia Plat du Jour, de São Paulo, apresenta a bela montagem de Chapeuzinho Vermelho. Os Clowns de Shakespeare, de Natal, companhia atuante desde 1993, apresenta Fábulas, com as narrativas de Esopo e La Fontaine selecionadas por Monteiro Lobato. E a atriz e diretora brasiliense Eliana Carneiro encena Cordas e Contos, que reafirma a delícia da contação de histórias. E inteiramente dedicados aos bebês, a companhia espanhola La Casa Incierta traz dois espetáculos de seu repertório: A Geometria dos sonhos e Pupila D’Água. O trabalho da companhia, sediada em Madri, na Espanha, dedica-se exclusivamente a bebês de 0 a 3 anos de idade. O teatro para bebês é uma iniciativa pioneira que já passeou por vários países europeus, como França, Itália, Portugal, Bélgica, Espanha e Rússia, realizando mais de mil apresentações. Além da mostra oficial, o CENA CONTEMPORÂNEA oferecerá uma seleção de espetáculos da produção teatral local. Serão oito montagens – Bagulhar, Páginas Amarelas, Diário do Maldito, Jerry e o Cachorro, Contos de Alcova, Traços ou quando os alicerces vergam, A conferência e Abril. Pelo segundo ano consecutivo, o festival contará ainda com uma mostra de filmes, oferecendo títulos que destacam o diálogo travado entre cinema e teatro. Com o título de Cinema de Dionísio, a mostra exibirá 11 filmes que integram o acervo da Cinemateca da Embaixada da França. São produções que revelam algumas das principais montagens do teatro contemporâneo francês, com assinatura de alguns mestres indiscutíveis, como Peter Brook, Ariane Mnouchkine, Georges Lavaudant e Jerôme Descamps. A curadoria é do cineasta e crítico teatral Sérgio Moriconi. Os filmes serão exibidos no Cine Brasília, com entrada franca, sempre em dois horários: às 17h e às 20h30. PROGRAMAÇÃO 29 e 30/8, às 16h CENA PETROBRAS CRIANÇA Teatro Plínio Marcos (Funarte) Fábulas Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare (RN) Grupo de pesquisa teatral sediado em Natal, no Rio Grande do Norte, os Clowns de Shakespeare trabalham desde 1993. Neste seu primeiro espetáculo dedicado ao público infantil, a companhia utiliza como fonte as fábulas de Esopo e La Fontaine, a partir de uma seleção de Monteiro Lobato, para enfatizar a importância de contar histórias para a criançada. 29 e 30/8 – dia 29, às 18 e 20h; dia 30, às 19h – Pavilhão de Vidro do CCBB Prêt-à-Porter 8 CPT – Centro de Pesquisa Teatral (SP) Oitava edição da mostra de cenas teatrais criadas pelos atores do Centro de Pesquisa Teatral, sob direção de Antunes Filho. As performances sintetizam o método de treinamento do ator, que aposta numa linguagem naturalista. Encenação das peças Ponto Sem Retorno, de Emerson Danesi e Marcelo Szpektor, Exiladas, com Marília Simões e Aline Filócomo, e Velejando Na Beirada, com Marcelo Szpektor e Pedro Abhull. 29 e 30/8, às 21h – Sala Martins Penna / Teatro Nacional Cláudio Santoro Pequenos Milagres Grupo Galpão (MG) Resultado do projeto Conte sua História, criado em 2006. A companhia mineira convocou o cidadão comum a enviar uma história curiosa para ser encenada pelo grupo. Acabou recebendo 600 histórias. Pequenos Milagres, que tem direção de Paulo de Moraes, é a encenação de quatro destas narrativas: Cabeça de Cachorro, O Pracinha da FEB, O Vestido e Casal Náufrago. A montagem marca a estréia da parceria entre o Galpão e Paulo de Moraes, que dirige a Armazém Companhia de Teatro. 30 e 31/8, às 18h – Teatro Goldoni CENA BRASÍLIA Bagulhar José Regino (DF) Sob direção de Denis Camargo e Ana Flávia Garcia, os atores José Regino e Elison Oliveira (revelado durante uma oficina de clown ministrada por Zé Regino em Samambaia) dão vida à história de dois moradores de rua que lutam para sobreviver. Os dois conseguem extrair graça do drama humano de quem vive na miséria absoluta e precisa disputar um pedaço de pão ou um agasalho. O trabalho teve como inspiração uma tese de doutorado defendida pela bailarina e coreógrafa Kênia Dias, na Universidade de Brasília, sobre o cotidiano de moradores de rua. 30/8 a 2/9, às 21h – Teatro do CCBB A Pedra do Reino Grupo de Teatro Macunaíma e CPT (SP) Espetáculo teatralizado por Antunes Filho, a partir das obras Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-volta e História do Rei Degolado nas Caatingas do Sertão: ao Sol da Onça Caetana, ambas de Ariano Suassuna. Dividida em dois atos, a peça mostra as lembranças de Quaderna e seu embate com o Juiz Corregedor que quer responsabilizá-lo pela tentativa frustrada de uma revolução no sertão nordestino. 31/8 a 2/9, às 10 e 11h CENA PETROBRAS CRIANÇA Teatro Plínio Marcos (Funarte) Pupila D'Água La Casa Incierta (Espanha/Brasil) Para bebês de 0 a 3 anos de idade A arquitetura da peça é composta por várias linhas, camadas ou níveis de aproximação do universo da emoção da primeira infância. Momentos como o nascimento, a decisão de assumir o próprio destino ou a intensidade de viver se entrelaçam com uma estória simples narrada através de um poema, de um gesto ou de um alento. O espetáculo apresenta o trabalho de duas atrizes brasilienses radicadas na Espanha. Clarice Cardell e Fernanda Cabral são dirigidas por Carlos Laredo. 31/8 e 1/9, às 18 – Teatro Garagem CENA BRASÍLIA Páginas Amarelas Companhia B de Teatro (DF) Com uma dramaturgia não-linear e tendo como provocação a linguagem fragmentada e acelerada das histórias em quadrinhos, o espetáculo apresenta uma história divertida. Na cave de uma alfaiataria abandonada, uma banda ensaia durante três horas por dia, todos os dias, há 29 anos, sem nunca se apresentar em público. Inspirado na obra quadrinística A Pior Banda do Mundo, de José Carlos Fernandes, a peça se desdobra em várias situações: um casal que dança (cada um) ritmos distintos numa mesma dança, um jogo de cartas de baralho com jogos diferentes numa única partida, um compositor que nunca consegue terminar sua música. De 31/8 a 2/9, às 16h CENA PETROBRAS CRIANÇA Teatro Plínio Marcos (Funarte) Cordas e Contos/Eliana Carneiro (DF) Na tela: filmes de animação e curtas metragens. No palco: atores, músicos profissionais e crianças que se unem para cantar, dançar e contar cinco histórias. Com muitas cordas coloridas que compõem o cenário e os figurinos, além de bonecos, máscaras, tambores, violões, pífanos, alfaias e alguns instrumentos exóticos como o didjeridoo, o berimbau de boca e o harmônio, o espetáculo recupera o prazer da contação de histórias. 31/8 e 1/9, às 22h – Teatro Oficina do Perdiz CENA BRASÍLIA Diário do Maldito Grupo Teatro de Concreto (DF) Resultado de dois anos de pesquisa sobre o universo de Plínio Marcos e com direção de Francis Wilker, o espetáculo foi criado a partir de improvisações a respeito da vida e obra do dramaturgo paulista e suas conexões com Brasília. O público é recebido num bar onde conhecerá diversas histórias e personagens que descrevem a trajetória divertida e comovente de um Poeta, que sempre dedicou sua obra à denúncia social, mas que agora, pensa em parar de criar. Inconformados com a situação, seus personagens invadem a cena para cobrá-lo. 1 e 2/9, às 20h – Sala Martins Penna / Teatro Nacional Cláudio Santoro CENA BRASÍLIA O Homem na Parede baSiraH (DF) Criado em 1999, o espetáculo aborda os diversos comportamentos fanáticos propagados pelo mundo na virada do século. Auxiliada pela pesquisa e pelas leituras do sociólogo Solymar Cunha, a coreógrafa Giselle Rodrigues partiu com os dançarinos para uma pesquisa sobre situações marcantes da contemporaneidade, como a tensão extremista nas culturas árabes, a repressão às mulheres, os surtos psicóticos nos Estados Unidos que acabam em chacinas e, no Brasil, a multiplicação das igrejas prometendo milagres e transformando a liturgia em show de televisão. Mas toda essa realidade é apresentada sem moralismos ou julgamento de valor. 1 e 2/9, às 21h – Caixa Cultural Muito Barulho por Quase Nada Grupo Clowns de Shakespeare (RN) A companhia promove a união da obra de Shakespeare com a tradição popular do Nordeste, seguindo a proposta de revelar a comicidade presente nas obras do bardo inglês. Nesta montagem, os clowns de Shakespeare se fundem ao palhaço nordestino para contar uma história divertida, recheada de encontros, desencontros, paixões e desamores. A música inclui forró, baião e outros ritmos nordestinos e é executada ao vivo pelos próprios atores. A direção é compartilhada por Fernando Yamamoto, diretor da companhia, e o mineiro Eduardo Moreira, integrante do Grupo Galpão. 2 e 3/9, às 18h – Teatro Garagem CENA BRASÍLIA Jerry e o Cachorro/Grupo (A)Muleta (DF) Escolhida uma das dez melhores peças em cartaz em São Paulo, durante temporada em março deste ano, a peça é livremente inspirada em A História do Zoológico, de Edward Albee. Sob direção de Diego Bressane, estão no palco os atores Rodrigo Fisher e Márcio Minervino. Numa ensolarada tarde de domingo, duas pessoas de realidade opostas se encontram e têm uma conversa intensa e cheia de detalhes sórdidos. É a partir desse encontro que Jerry, um homem solitário e entediado da relação que mantêm com as pessoas, encontra o pacato Peter, um homem bem casado e bem-sucedido. Ao final desse encontro, a realidade de nenhum dos dois será a mesma. O espetáculo é desaconselhável para menores de 16 anos. 2 e 3/9, às 18h – Teatro Goldoni CENA BRASÍLIA Contos de Alcova - Mirian Virna / NAC (DF) Segundo trabalho da atriz e diretora Miriam Virna sobre a obra Decamerão, de Giovanni Boccaccio, o espetáculo apresenta a encenação de três contos cômicos que tratam do universo da alcova, sempre com muito humor e picardia. Estão em cena situações envolvendo fé e atração sexual, esperteza e ingenuidade, infidelidade e crendice, entre vários outros elementos que têm feito a delícia desta obra durante centenas de anos. Em cena estão os atores Adalto Serra, Camila Meskel, Natássia Garcia, Similião Aurélio e William Ferreira, com participação especial de Miriam Virna. A música é executada ao vivo, com participação do violonista e guitarrista Rodrigo Bezerra. 3 e 4/9, às 19h – Pavilhão de Vidro do CCBB Frátria Amada Brasil – pequeno compêndio de Lendas Urbanas Núcleo Bartolomeu de Depoimentos (SP) Livre-adaptação da Odisséia, de Homero, o espetáculo convida o espectador a percorrer o universo mítico das ruas das grandes cidades, tendo como fio condutor a trajetória de Zé Ninguém, um brasileiro que busca a cada cena mostrar um pequeno caleidoscópio do homem urbano, que tenta sobreviver e compreender o tempo que lhe tocou viver. O Núcleo Bartolomeu baseia seu trabalho na cultura de rua, especialmente no hip hop. A direção é de Claudia Schapira, que também assina a dramaturgia. 3 a 5/9, às 10h30 e 17h CENA PETROBRAS CRIANÇA Teatro Plínio Marcos (Funarte) A Geometria dos Sonhos La Casa Incierta (Espanha/Brasil) Para bebês de 0 a 3 anos de idade A Geometria dos sonhos é um caminho poético que evoca a história da metamorfose de uma pedra. A força do desejo move a pedra desde as entranhas da terra até seu destino, convertida finalmente em uma nuvem para assim completar seu sonho de poder chorar. Com Clarice Cardell e direção de Carlos Laredo. 4 e 5/9, às 18h – Teatro Garagem CENA BRASÍLIA Traços ou Quando os Alicerces Vergam Alice Stefânia / André Amaro (DF) Inspirado em dois romances da escritora Ana Miranda, Noturnos e Clarice, apresenta um solo da atriz Alice Stefânia sob direção de André Amaro. O espetáculo promove uma fusão de referências do universo taoísta (tema da tese de doutorado da atriz na Universidade Federal da Bahia) e do teatro caleidoscópio, com o qual o diretor vem trabalhando. A peça conta a história de uma mulher solitária, confinada em seu apartamento no alto de um edifício, durante a última noite do ano. 4 e 5/9, às 19 e 21h – Teatro do CCBB História de Amor (Últimos Capítulos) Teatro da Vertigem (SP) Leitura cênica de História de Amor (Últimos Capítulos), do dramaturgo francês Jean-Luc Lagarce, feita pelo Vertigem em palco italiano. A platéia, que se senta no palco junto aos atores, tem a opção de acompanhar a história pelo texto que encontra sobre as cadeiras, mas é praticamente impossível prestar atenção ao papel com as atuações de Roberto Audio, Luciana Schwinden e Sergio Siviero. O Vertigem também traz uma exposição fotográfica com registro do trabalho do grupo em vários espetáculos como o recente BR3. A mostra poderá ser vista do dia 30 de agosto a 6 de setembro, na Galeria 2 do Centro Cultural Banco do Brasil. 4 e 5/9, às 21h – Caixa Cultural La Revelación Leo Bassi (Espanha) Já definido como “uma reivindicação do ateísmo, feita com base no humor”, o espetáculo faz uma crítica às religiões monoteístas, elaborada com o despudor que costuma caracterizar o trabalho do palhaço ítalo-espanhol Leo Bassi. Uma afirmação do humano diante do divino, um exercício de liberdade de expressão e de valentia. 5 e 6/9, às 18h – Teatro Goldoni CENA BRASÍLIA A Conferência Adeilton Lima (DF) Escrito e interpretado pelo ator Adeilton Lima e com direção de Cláudio Chinaski, o monólogo é marcado pela indignação. Estudioso do teatro de Antonin Artaud, Adeilton se serve de muito humor, ironia e sátira para comentar questões como a globalização, a burocracia, a corrupção. São 50 minutos de uma conferência que remete às conferências desconcertantes de Artaud. 5 e 6/9, às 21h – Sala Martins Penna / Teatro Nacional Cláudio Santoro Isadora.Orb, a Metáfora final Ricky Seabra e Andrea Jabor (RJ) Espetáculo que une o trabalho do designer e performer Ricky Seabra e da coreógrafa e bailarina Andrea Jabor. Os artistas se encontram virtualmente e criam diálogos entre imagens e movimentos. Enquanto Seabra vai construindo imagens com cartões, fotografias, pratos e discos fazendo projeções ao vivo, Andrea dança dentro dessas imagens na tela, e atua como DJ criando sons para o espaço. O público testemunha o processo criativo em cena. 6 e 7/9, às 20h – Pavilhão de Vidro do CCBB O Poço Le Plat du Jour (SP) Primeiro espetáculo das atrizes Alexandra Golik e Carla Candiotto que foge ao tom de comédia, O Poço é um projeto de teatro físico. O tema principal é a água ou mais precisamente a falta dela. As intérpretes criam um paralelo entre o fim do amor e a escassez crescente dos recursos hídricos do planeta. A direção é de Sandro Borelli. 6 e 7/9, às 21h – Caixa Cultural Angu de Sangue Coletivo Angu de Teatro (PE) O espetáculo multimídia saiu direto da obra do autor pernambucano Marcelino Freire para o palco pelas mãos da companhia pernambucana Coletivo Angu de Teatro. Com direção de Marcondes Lima, a peça traz temas inerentes à vida nas grandes cidades, como solidão, desigualdade social, preconceito, descaso. Composto por dez quadros distintos, interligados por cenas musicais nas quais os atores cantam a trilha sonora original, a peça apresenta uma grande variedade de tipos urbanos. 7 e 8/9, às 16h CENA PETROBRAS CRIANÇA Teatro Plínio Marcos (Funarte) Chapeuzinho Vermelho Le Plat de Jour (SP) Uma grande brincadeira, onde duas palhaças, as atrizes Alexandra Golik e Carla Candiotto, descobrem um armário cheio de "chapéus". Estes "chapéus" serão os instrumentos usados para fazer uma "viagem de brincadeiras", guiadas pela estória de Chapeuzinho Vermelho. Os "chapéus" definem os personagens do "Lobo Mau", "Chapeuzinho Vermelho", "Mãe", "Avó" ou "Caçador". Basta colocar um deles para que a atriz assuma a personalidade da figura representada. O espetáculo enfatiza, seguidas vezes, que no palco estão duas palhaças tentando fazer o melhor para conseguirem contar a estória, compondo uma alegoria do teatro dentro do teatro. 7 e 8/9, às 19h – Teatro Garagem do SESC (913 sul) Jandira (PE) Com o título inspirado num poema do escritor mineiro Murilo Mendes (1901-1975), o espetáculo promove o diálogo entre teatro, literatura, performance e dança contemporânea. Criado pelo ator, bailarino e encenador Kleber Lourenço, Jandira dá continuidade a uma pesquisa dramatúrgica inspirada na literatura, iniciada por Lourenço em 2004, quando coreografou e dirigiu o espetáculo Para Meu Silêncio, que teve como inspiração o universo poético da escritora Hilda Hilst. 7 e 8/9, às 18h – Teatro Goldoni CENA BRASÍLIA Abril Luciana Mauren e Natássia Garcia (DF) Duas mulheres reagem de maneira diferente à passagem do tempo. O espetáculo destaca o dinamismo da realidade e a leveza da poesia que pode ser encontrada no cotidiano. Em cena estão Luciana Mauren e Natássia Garcia, sob direção de Cintia Carla. 7 e 8/9, às 21h – Sala Martins Penna / Teatro Nacional Cláudio Santoro 666 Yllana (Espanha) O número da besta inspira a terceira produção da companhia espanhola Yllana. É certamente a mais irreverente e a mais macabra produção do grupo. Quatro condenados aguardam execução no corredor da morte, comentando as possibilidades do fim por meio da serra elétrica, da gilhotinha, da forca e acabam quase matando a platéia de rir. Uma visão irônica da violência e da morte. 8 e 9/9, às 20h – Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional Cláudio Santoro Kagemi Sankai Juku (Japão) Uma das mais importantes companhias japonesas, Sankai Juku promove a fusão do teatro butô com a dança contemporânea. Em Kagemi, o grupo apresenta um poema visual em sete sequências. O elenco é formado por sete bailarinos, incluindo o próprio coreógrafo, Ushio Amagatsu. Num espetáculo que cria imagens impactantes, eles traduzem diferentes interpretações do humano: homens angelicais, bruxas, rituais satânicos, gurus doces, homens e mulheres sensuais, sempre a partir de uma ótica da cultura oriental. 8 e 9/9, às 21h – Caixa Cultural Fernando e Isaura (PE) Primeira adaptação para o teatro do romance escrito por Ariano Suassuna em 1956, intitulado A história de amor de Fernando e Isaura, a peça leva ao palco a lendária história de Tristão e Isolda. Ambientada nas Alagoas, às margens do Rio São Francisco, a peça desvenda o romance proibido entre o vaqueiro Fernando e a romântica Isaura, prometida em casamento a Marcos, tio de Fernando que o criou desde pequeno. Nas músicas executadas ao vivo pelo grupo SaGRAMA, responsável pela montagem, estão xotes, baiões, cocos-de-roda e marchinhas de guerreiro, folguedo típico das Alagoas. A direção é de Carlos Carvalho. 9/9, às 18h – Funarte Matar el 9 Provizional Danza (Espanha) “Matar o 9” é uma expressão que se usa na Espanha em jogos de pôquer, quando a banca ganha. A partir desta inspiração, a coreógrafa Carmen Werner concebeu um trabalho harmônico, de grande qualidade interpretativa e musical, no qual o jogo da vida vence o azar. ESPAÇO PETROBRAS ATIVIDADES FORMATIVAS As atividades formativas do Festival acontecerão no Palco Petrobras e no Espaço Petrobras, localizados no Cine Brasília (106/107 Sul). Oficinas 30/8 a 8/9 Exercício da Crítica Teatral Coordenação de Sérgio Maggio e participação de Carlos Gil Zamora (Espanha), Kill Abreu (SP) e Lúcia Sanders (DF). 30/8 a 8/9 Treinamento do Ator Através do Bastão Marcelo Bones (MG) 30/8 a 7/9 Máscara, Teatro de Objetos, Estilos e Construção Dramática Olivier Benoit – Tabola Rassa (Espanha) 31/8 a 5/9 Análise de Iluminação Teatral Guilherme Bonfanti / Teatro da Vvertigem (SP) 31/8 a 5/9 O Ator Criador e o Processo Colaborativo no Teatro da Vertigem Eliana Monteiro / Teatro da Vvertigem (SP) 8 e 9/9 Método de Preparação Física do Ator Cômico Grupo Yllana (Espanha) Encontros, Debates e Lançamento de Livros A série de encontros, debates e os lançamentos de livros visam promover a troca de experiências, a discussão de idéias e facilitar o contato direto do público com os artistas participantes do festival. Os encontros acontecerão no Palco Petrobras (Cine Brasília). 31/8, 17h Encontro com o Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare 1/9, 15h Encontro com o Centro de Pesquisa Teatral – CPT - SESC 1/9, 17h Lançamento do livro A Ostra e a Pérola, Uma Visão Antropológica do Corpo no Teatro de Pesquisa de Adriana Mariz, Editora Perspectiva. 3/9, 15h A Mídia e o Espaço da Crítica Mediação de Sérgio Maggio e participação de Clara Arreguy (Correio Braziliense), Beth Néspoli (Estadão), Carlos Gil Zamora (Revista Artes - Espanha) 4/9, 15h Encontro com o Núcleo Bartolomeu de Depoimentos - Teatro Hip-Hop 5/9, 17h Encontro com Leo Bassi 6/9, 17h Encontro com o grupo Sankai Juku 7/9, 15h Encontro entre grupos pernambucanos e candangos 7/9, 17h Lançamento do livro Teatro Caleidoscópio, de André Amaro Aluno de Dulcina de Moraes, Eugênio Barba (Odin Teatret) e Ariane Mnouchkine (Théâtre du Soleil), entre outros mestres, André Amaro é um personagem múltiplo derramado nas páginas de Teatro Caleidoscópio, sugestivo tratado sobre a arte cênica trabalhada por uma ótica peculiar fundamentada na pluralidade oferecida pelos efeitos daquele instrumento lúdico que permite infinitas combinações de imagens. MOSTRA CINEMA DE DIONÍSIO de 30/8 a 8/9, às 17h e às 20h30 – Cine Brasília Exibição de 11 filmes selecionados dentre a coleção Do Palco à Tela, da Cinemateca da Embaixada da França, com curadoria do cineasta, crítico e professor de cinema Sérgio Moriconi. Os títulos revelam um perfil do teatro contemporâneo francês e levam a assinatura de alguns mestres indiscutíveis, como Peter Brook, Ariane Mnouchkine, Georges Lavaudant e Jerôme Descamps No dia 30, às 20h30, haverá sessão especial do premiado documentário brasileiro Estamira, de Marcos Prado, que encerra, em Brasília, a programação da Chamada Global para a Ação contra a Pobreza e a mostra Cinema e Desigualdade. Entrada franca Ponto de Encontro do Festival Durante a noite, o Espaço Petrobras, montado no Cine Brasília, se converte num local de encontro e confraternização. Será montado um restaurante e um bar que atenderão os participantes do Festival e o público. Num ambiente confortável e agradável estarão se exibindo alguns dos melhores músicos da cidade, dj’s, vj’s e artistas da imagem.