LIVRO DE EFÉSIOS
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LIVRO DE EFÉSIOS
Um novo tempo em sua vida A MENTE DE PAULO Epístolas da Prisão – Estudo da Carta aos Filipenses Introdução a Carta aos Filipenses A cidade de Filipos era uma colônia romana, na Macedônia, norte da Grécia. Na carta aos Filipenses revela que Paulo achava que tanto poderia ser morto como liberto da prisão. Contudo ele está muito confiante de que, por causa das orações dos cristãos Filipenses, será solto. Quando Paulo iniciou uma igreja em Filipos, fez seus primeiros contatos num “lugar de oração”, perto de um ribeirão. Aquela igreja começou com uma mulher chamada Lídia, era uma mulher de negócios que vendia um corante vermelho caro na Ásia. (At16: 14). A igreja foi fundada aproximadamente 50 A.D. Outro membro fundador foi uma jovem escrava, que tinha sido possuída por demônios, que utilizavam dela para ganhar lucro, e que Paulo os expulsou. (At 16:16-23). E também outro fundador foi aquele carcereiro que se converteu na prisão e depois o restante da sua família, quando Paulo e Silas estavam presos e houve aquele terremoto (At 16:27-34). Portanto, um carcereiro, uma escrava, e uma comerciante foram escolhidos por Deus para formarem o núcleo da igreja em Filipos, onde se tornou uma das igrejas prediletas do Apóstolo Paulo. Por causa do amor dos cristãos desta igreja para com ele. Até então, era a única igreja que se preocupava com o apóstolo, a ponto de mandar auxílio financeiro. Naqueles dias, não era fácil enviar dinheiro, visto que era preciso mandar alguém junto e havia possibilidade de essa pessoa sofrer a mesma sorte do homem que caiu nas mãos de salteadores, como a parábola do Bom Samaritano. Epafrodito era um homem especial. Ele se importou em arriscar a sua vida para sair de casa a fim de ser portador aos Filipenses, e assim suprir as necessidades de Paulo. Esta carta foi escrita aos Filipenses em parte, a fim de expressar a gratidão profunda que Paulo sentia para com a igreja que tanto se preocupava com o seu ministério. Filipenses – Capítulo 1 V: 1-3 - Paulo se refere a ele e a Timóteo, como escravos de Cristo, um termo bastante apropriado para descrever um cristão. O que faz um cristão ser um escravo? Antigamente, havia quatro maneiras pelas qual a pessoa se tornava escrava: 1- Ser escrava por nascer em uma família de escravos. 2- Ser escrava por conquistas (quando o exército romano conquistava novas terras, o povo derrotado automaticamente se tornava escravos). Foi assim que o Império Romano obteve mais de 50% de sua população escrava durante o 1º século, ocasião onde Paulo escrevia a carta. 3- Ser escrava por compras em leilões. 4- Ser escrava por livre escolha (se o senhor concordasse um homem que tinha esperança de ganhar dinheiro, proteção e bons tratos, entregava-se voluntariamente a ele para ser seu escravo). Como Paulo e Timóteo tornaram-se escravos de Jesus Cristo ? R: Eles foram comprados por um alto preço, de sangue, na cruz do Calvário. V: 4 – “ eu penso e oro por vocês” Seus pedidos eram oferecidos a Deus com alegria, porque a igreja naquela cidade lhe fazia feliz. Agradecia pela participação. Os Filipenses estavam cooperando na propagação do evangelho, que faziam isso desde o primeiro dia. Era uma cooperação prática, na qual tinham prazer em dar. É só o poder sobrenatural de Deus que nos ajuda a compreender que melhor é dar do que receber. À medida que você lê a oração dele, percebe claramente que o próprio Paulo está envolvido e profundamente empenhado numa cooperação espiritual com Deus. V: 6 – “... estou plenamente certo de que aquele que começou a boa obra em vocês, há de completá-la até o dia de Cristo...”. Lembre-se: sua vida ainda está no processo de construção. V: 9 - Pelo que Paulo ora? Para que Deus conceda aos Filipenses um amor para com Deus e para com o próximo que aumente mais e mais em conhecimento. Em conhecimento esclarece que é o Espírito Santo que nos capacita a ultrapassar a barreira do conhecimento do mundo secular, sobre o amor. O amor que cremos não é um amor sentimental e verbal, e sim o amor “ágape”, prático e comportamental. Necessitamos possuir esse conhecimento ou percepção que Paulo menciona, pois é um discernimento tantas vezes ausente que explica porque a nossa vida espiritual é fria e nosso amor é parado. Onde existem águas estagnadas e temperaturas mornas, é quase certo haver mosquitos. Essas pestes não podem reproduzir-se em águas correntes. Quando o amor é parado, os relacionamentos ficam estragados. Em lugar de amor transbordante pelo o qual Paulo ora, criam-se ressentimentos irritantes. Mas com o conhecimento experimental de Deus, estimulado pelo Espírito Santo, cresce o amor e diminui as coisas ruins. V: 10 – Quando o amor de Deus cresce em nós com vitalidade, no solo do conhecimento, vai produzir “aprovação”. “... para que vocês aprovem as coisas excelentes”, esta palavra significa testar e aprovar ser autêntica alguma coisa. E a palavra “testado”, vem da seguinte experiência: Quando o vaso era fabricado pelo oleiro, alguns deles caiam sofrendo rachaduras. Em vez de jogar fora o vaso inútil alguns oleiros sem escrúpulos passavam um pouco de cera sobre o buraco rachado. Quando alguém o comprava, não percebia a rachadura, a não ser se duvidasse do trabalho. Aí bastava apenas virá-lo para o lado do sol, a cera sendo apenas opaca dava passagem à luz. Então a palavra “testado pelo sol”, tem o mesmo significado da palavra sincera do nosso idioma, que significa “sem cera”. * Devemos sempre fazer essa pergunta para nós mesmos e para nossos amigos: estamos sendo testados pelo sol ? É somente o amor que confirma nossa segurança de sermos um cristão aprovado, testado pelo sol. V:11 – “... cheios do fruto da justiça”. O fruto da justiça é produzido pelo Espírito que habita no nosso interior, que é produzido pela vida de Jesus atuante em nós. Comentário de um caso: certa vez Lourenço da Arábia, certa vez levou seus amigos milionários árabes para Paris, e para impressioná-los, levou para o melhor hotel, para conhecer a Torre Eifell, mas nada disse os impressionava. O que eles queriam eram ficar dentro do hotel, isso porque o que os deixou realmente admirados foi a água corrente, pois para se ter água corrente, era só abrir a torneira. Para ele ali no hotel, é que estava a maior maravilha do mundo. Eles abriam e fechavam a torneira, brincando com a água igual criança. Um dia antes de voltarem para Arábia, Lourenço ouviu um som estranho no quarto do hotel onde eles estavam, e ali estavam eles com uma chave inglesa arrancando a torneira, para levar para o seu país. E Lourenço disse, o que vocês pensam que estão fazendo. Eles responderam: queremos levar esse milagre de jorrar água para a Arábia, é só abrir a torneira, e lá temos dificuldade de se ter água. Então Lourenço teve que convencê-los que levar a torneira, não produziria água nenhuma. Não percebiam que havia um cano,e todo um sistema hidráulico para suprir a água desejada. Se os seus amigos percebem que em você tem esse amor que transborda em fruto de justiça, baseado em sua ligação vital com Jesus, jorrará água em abundância. Mas se você tenta produzir o fruto da justiça por seus próprios esforços, terão tão pouco êxito, quanto os amigos de Lourenço ao tentar produzir água, sem o cano e sem fonte. Vemos que a avaliação correta da vida e até mesmo da pessoa que somos não depende do que nos aconteceu durante a vida. Depende basicamente da atitude com que encaramos nossa vida. V: 12-13 – “Quero que percebam que o sofrimento que passei, não é nada que deva nos entristecer e desanimar”. As prisões e as aflições que sofreu não o fizeram sentir que devia reclamar bem alto e esperar que os outros tivessem pena dele pelos maus-tratos que recebera. O tratamento injusto do passado continuava no presente. Mais dois anos se passaria antes que ele fosse solto, e ainda Paulo continuara a pagar o aluguel da casa que lhe servia de prisão, acorrentado dia e noite a um guarda pretoriano. Contudo, com o tempo ficou provado que todas essas coisas que aconteceram no passado, mesmos os naufrágios, cooperaram para o seu bem. Bem que a bíblia diz que “ tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus e andam segundo o seu propósito”. Devemos avaliar as coisas más que têm acontecido em nossa vida em termos de como elas podem contribuir para o nosso bem (um bem superior). Paulo diz: “as coisas que me aconteceram têm antes contribuído para o progresso do evangelho”. No original a palavra “progresso” é o termo militar que retrata trabalhadores com machados abrindo caminho através da mata, a fim de preparar a passagem para o exército. É como se Paulo estivesse falando assim: “Já tive ali na frente, sofrendo os ferimentos bem como a oposição do inimigo, mas louvo a Deus porque o nosso exército está avançando – o evangelho tem progredido porque o caminho foi aberto”. O progresso que Paulo esperava ver na igreja Filipense se refere ao crescimento deles na fé e na maturidade espiritual. V: 14 – Paulo falava de Jesus para os guardas e para todos os demais. Quando Paulo estava na prisão por amor ao evangelho, correu a notícia que esse homem era diferente; em todo momento ele anunciava as Boas Novas. Mesmo preso Paulo prosperava naquele lugar, ele estava feliz por pregar o evangelho. V: 15-18 – Podemos observar que havia uma comunidade cristã dividida na cidade onde Paulo estava preso. “Alguns proclamam a Cristo por inveja ou porfia”. Alguns cristãos não pregavam a Cristo, porque o amava, mas por inveja de Paulo e por rivalidade daqueles que eram ao seu favor. Os seus adversários estavam transtornados com a maneira em que Paulo avançava com o evangelho na prisão. Foi então que seus adversários decidiram fazer uma campanha contra ele. E um modo foi pregar o evangelho e tentar converter mais pessoas do que Paulo na prisão. A motivação deles estava errada. Mas qual foi a reação de Paulo? Alguns aconselhariam para ele abrir a boca para todo mundo condenando-os como carnais etc... Mas a atitude de Paulo foi diferente e madura. Ele diz: “todavia o que importa, com tanto que Cristo seja pregado”. Em outras palavras ele diz: “ficaria feliz em ter todo mundo como rival, se isso incentivasse mais pessoas a proclamarem as boas novas do evangelho. Pensam que estão contra mim, na realidade estão em meu favor”. V: 21 - Paulo encarava o futuro positivamente. “ O viver é Cristo e o morrer é lucro”.Em vida, ele continuaria a viver por Cristo, proclamando o seu evangelho, e na morte, seria lucro, pois ele se encontraria com o próprio Cristo. V: 27-30 – “Portai-vos dignamente” - Paulo mandou esta carta a igreja de Filipos porque a desunião estava prejudicando o evangelho. Paulo reconheceu em um determinado momento que a comunhão estava quebrada e admoestou os filipenses a lutarem o bom combate “juntos pela fé”. Isso é lutar todos juntos por uma só causa, não é uma corrida individual; pelo contrário Paulo visualiza uma equipe, onde cada um tem um desempenho, contribuindo para alcançar uma única meta. “Ganhar mais almas para Cristo”. Portanto Paulo termina o capítulo 1 dizendo que os cidadãos de Cristo devem ser unidos. A bíblia diz que o mundo nos reconheceria como discípulo de Cristo, através do nosso amor um para com o outro. Filipenses Capítulo 2 V: 1-2a – “Completai a minha alegria de modo que penseis a mesma coisa” O apóstolo Paulo se preocupava muito com que os Filipenses tivessem um só pensamento, uma mente unida. Sabemos que há diversidade entre nós, ou seja, somos diferentes, mas devemos ter um mesmo pensamento em Cristo. Até mesmo em uma família pode apresentar diversidade na personalidade e nos interesses, mas se cada um dos membros realmente amarem uns aos outros, eles terão uma só mente. Existe um só pensamento porque sua atitude é sempre favorável a cada pessoa da família. Cada membro apóia e defende os outros mutuamente. Assim, Paulo anima os Filipenses a desenvolverem e demonstrarem tal atitude, uns para com os outros. O apoio e o encorajamento mútuo são de suma importância para que os cristãos vivam em um ambiente em que cresçam no Senhor. Ter notícia da unidade espiritual dos filipenses haveria de completar a alegria de Paulo, o significado da palavra completar no grego significa, “encher até a borda”. V: 2b – Em seguida Paulo estimula os Filipenses a completarem sua alegria demonstrando-lhe o mesmo sentimento e o mesmo amor. Esse amor é o mesmo amor que Deus derramou em nossos corações através de sua dádiva – O Espírito Santo (Rm 5:5), de maneira que possamos amar as pessoas que normalmente não “queremos por perto”. V: 3-4 - Conseguindo unidade... A questão que precisamos examinar agora é: como será que uma igreja consegue essa unidade? Os Filipenses não a tinham, por isso Paulo expressou este desejo. De acordo com o (v: 3), todos precisamos agir de uma certa maneira. Nossas ações precisam ser altruísticas, feitas com a intenção de beneficiar a outros. Nada deve ser feito por egoísmo. Nosso principal adversário não é o diabo, mas nosso velho ego, interessado em si mesmo, que mais uma vez está procurando a primeira posição. Isto representa a fonte de todas as divisões e os problemas que temos ao tentarmos viver juntos em união. Se podemos eliminar o egoísmo e as rivalidades, bem como a vanglória, absorvendo a mente de Cristo, então poderemos com toda a humildade considerar os outros melhores que nós mesmos. Considerar isso é um desafio bastante grande em si. No Novo Testamento pela primeira vez na história, ser humilde, no sentido de considerar os outros melhores do que você mesmo é valorizado como virtude. Em Tg 4:10 “Humilhai-vos na presença de Deus”, significa uma humildade ativa e decisiva. Não significa que você deva pensar em si, com complexo de inferioridade. Antes, Paulo se refere a uma maneira de agir ou tratar o próximo. Em I Pe 5:6, Deus promete que aqueles que se humilham debaixo da soberana mão de Deus, descobrirão que Deus os exaltará no seu tempo certo. Paulo aplica o altruísmo a uma preocupação positiva pelas necessidades e aspirações de um irmão. Não devemos procurar o que é vantajoso para nós pessoalmente, mas tentar sempre olhar qualquer questão relacionando-a ao outro, pensando no que seria vantajoso para o próximo, e então agir de acordo. Essa humildade e altruísmo produzem na igreja condições para que se possa desenvolver o mesmo pensamento, o mesmo amor, estar de pleno acordo e de se ter uma mente unida. V: 5-11- Nestes versículos abaixo o tema central é a cruz. “Tendes o mesmo sentimento...”. A palavra sentimento, em algumas versões diz “obter uma nova atitude”. A falta dessa nova atitude é que nos fazem orgulhosos e egoístas. Esse problema não é recente, também havia contaminado a igreja de Filipenses. A verdade é que todos nós reconhecemos que esse é o tipo de mente que precisamos, porém poucos entre nós conseguimos adquirir. “Tenham em vocês, ou entre vocês, a atitude de Cristo Jesus”. Paulo prossegue dizendo que é essa atitude mental, e ilustra como isso produz efeito nas ações. Se adquirirmos a atitude de Cristo, ou a sua maneira de pensar, caminharemos na direção do que a Bíblia chama de santificação. Jesus Cristo não considerou sua igualdade com Deus como alguma coisa da qual não poderia abrir mão. De boa vontade, desistiu de sua semelhança com Deus, aparente, externa, e assumiu a forma de homem. Assim o texto diz: “A si mesmo se esvaziou”. A mente de Cristo significa mais do que o modo de pensar de uma pessoa; é o controle de sua vontade. Cristo decidiu assumir a forma de vida humana. Ele sabia exatamente como seria, pois era onisciente. Seu “esvaziar” transformou sua existência da forma de Deus em simples condição de servo na terra. Esvaziar-se significa que você não terá mais o maldito egocentrismo em si. Entregando-se, você deixa de se amar de maneira pecaminosa e egoísta, e abre a porta para receber a mente de Cristo. Ele se esvaziou por amor de nós, ele Se esvaziou, não para Se salvar, mas para que nós fôssemos salvos. Devemos deixar a nossa vida ser esvaziada do egoísmo, das coisas carnais do nosso dia a dia. E se deixar encher pela vida do Espírito de Deus. É isso que é negar a si mesmo e tomar a sua cruz diariamente (Mt 16:24-26). V: 8 – Jesus foi obediente até a morte. Lembre-se no Getsêmani. Em outras palavras, percorreu todo o caminho até a morte sem desobedecer. Todos nós que nos dizemos seguidores de Cristo somos obedientes até certo ponto, e ninguém pode dizer que será obediente até a sua morte. Tal obediência exigiria o cumprimento de uma simples ordem: “Vá e seja crucificado”. E foi isso que Jesus fez. Paulo escreveu esta parte de sua epístola aos Filipenses porque passavam por uma época de dificies relacionamentos. Um pouco de egoísmo aqui, um tanto de orgulho dali e já estavam nublando a figura de Cristo no seio da igreja. Querido, leve a Cristo o seu egoísmo, dizendo à ele: “Eu quero morrer para mim mesmo. Entrego-lhe tudo, para que o Senhor possa colocar em mim Seu novo modo de pensar”. V: 12 – Paulo fala da obediência dos filipenses, mesmo em sua ausência. Todos nós estamos familiarizados com o poder de um olhar visível, do professor vigiando, do nosso chefe observando como tudo está sendo feito... Mas quando eles não estão por perto nos relaxamos, até saímos para tomar um cafezinho demorado. Mas Paulo diz que a obediência não é só crucial quando ele está presente, mas principalmente quando está ausente. V: 12b- A salvação deve ser desenvolvida com temor e tremor. Em II Co 7:1 diz que a santidade da qual Deus dá o selo da sua aprovação na vida do cristão, é a santidade desenvolvida com temor e tremor. E em Pv 28:14 apóia esta verdade dizendo que “Feliz o homem que vive constantemente no temor de Deus”. Muitos têm perdido o temor a Deus, o respeito a Ele. A salvação desenvolvida é uma obra responsável. Não é uma salvação que seus pais ou seus pastores podem fazer por você. O texto diz: “desenvolva a sua própria salvação”. Cada pessoa que foi salva precisa viver Cristo em sua própria vida. A salvação é desenvolvida com o aprofundamento das suas raízes, em um alicerce firme, para que nenhuma tempestade da vida possa sacudir ou lhe remover da presença de Deus. Devemos prestar contas diante de Deus daquilo que desenvolvemos em nossa salvação. II Co 5:10. Deus avaliará nossa conduta em vida como cristãos. A nota dada à nossa salvação desenvolvida, é explicada quando Paulo continua o versículo 13 com estas palavras “porque Deus é quem efetua em vós, tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade”. À medida que Deus opera em nós, através do seu Espírito Santo, nossas vontades são dirigidas diferentemente não em nossa direção, mas na direção do seu bom propósito. (Rm 8:28). Quantos mais cheios de vontades próprias, mais devemos esperar que a obra de Deus em nós demore para se efetivar. V: 14-18 – À medida que Deus transforma a nossa vontade, e desenvolvermos nossa salvação, devemos evitar murmurar e questionar. Murmuração é o contrário de adoração. Paulo diz aos Filipenses que é importante evitá-las. As provações pelas quais passamos não devem ser compartilhadas para causar compaixão. Tentamos provar que Deus está errado e nós certos. Tentamos nos convencer e também muitas vezes a Deus que mude o que está fazendo a fim de moldar a nossa vida. Deus sabe melhor do que nós até onde podemos suportar. As crises da vida são apenas o campo de batalha onde Deus nos está moldando à semelhança de Cristo. Troquemos pela murmuração e contenda, muita gratidão e louvor, para sermos “irrepreensíveis e sinceros”, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta. Um cristão que vive isso, há de produzir um testemunho genuíno de Deus neste mundo. É colocado diante de nós o mesmo problema que Cristo enfrentou no Getsêmani, quando disse: “Pai, passe de mim este cálice!”. Mas Deus não o retirou. Paulo diz que devemos ser luz e brilhar (como a vela). Mas, o que faz uma luz brilhar? É unicamente quando ela se queima, quando se sacrifica. Portanto, o desenvolvimento da nossa salvação significa iluminar o escuro (as trevas), com um brilho que custa caro. Resplandecendo diante das pessoas, iremos preservar a palavra de vida (v: 16). Paulo expressa que sabia exatamente para onde corria. Tinha um destino, para não correr em vão ou inutilmente, enquanto preservava a palavra da vida. Ele dirá no próximo capítulo (3), que prosseguia para o alvo avançando para as coisas que estavam diante dele. V: 19-30 – Nesta última passagem Paulo destaca homens de Deus (como Timóteo e Epafrodito) que merecem nossa atenção. Homens que se desvincularam dos seus próprios valores, para incansavelmente, buscarem os de Cristo e da sua igreja. Homens de Deus são produzidos também pelos desafios e se recusam a desanimar. Acreditamos que quem tem direito a este elogio de ser homem de Deus, deve ser alguém que não vive para si somente, mas também para beneficiar a outros. Oremos a Deus para nos tornar homens e mulheres de Deus, para prosseguir com a obra do evangelho. Filipenses Capítulo 3 V: 1-8 – Perdendo para Ganhar Paulo diz aos Filipenses que eles devem se alegrar no Senhor (v: 1). A palavra “alegria ou regozijo” aparece 17 vezes nesta epístola curta, o que indica a significância espiritual que a alegria tem para o apóstolo Paulo. Mas como se pode experimentar esta “alegria no Senhor” no meio de uma tribulação? Há uma diferença entre “alegria” e “felicidade”. Feliz e afortunado são termos paralelos. Afortunado (felicidade) vem da palavra latina “fortuna” que tem a ver com situações externas que afetam a você pessoalmente. Podemos chamar de emoção circunstancial. Se suas circunstâncias são favoráveis, então sua reação para com elas é positiva e você fica feliz. Mas a alegria é uma coisa bem diferente porque tem haver com as profundezas de seu ser. Existem coisas surpreendentes na bíblia acerca da alegria: na última fala de Jesus com seus discípulos, o Senhor ofereceu-lhes “Eu lhe dou a minha alegria - o meu gozo”, mesmo quando estava caminhando para o Getsêmani. Hebreus menciona isto quando registra que nosso Senhor chamou-o “da alegria que lhe estava proposta” (Hb 12:2). Ele suportou a cruz, e até mesmo quando suportava a dor, isso não lhe afetava quanto à alegria. Só Cristo pode oferecer esta alegria. É uma dádiva dada pelo Espírito Santo. A bíblia diz que esta alegria é a nossa força (Ne 8:10). Isso tem haver com aquilo que Filipenses no (v: 3) chama de “adorar a Deus verdadeiramente”. Se você adora a Deus em Espírito e em verdade, seu coração pode transbordar de alegria mesmo no vale do desespero, nas circunstâncias mais miseráveis e penosas, como experimentar uma tristeza profunda pela perda de um ente querido. Ainda assim você poderá se extasiar com a alegria do Senhor, alegria essa que vem pela presença do Espírito. E é por isso que a alegria tem direito de estar na lista dos frutos do Espírito (Gl 5:22). No v: 2 quando Paulo diz: “Acautelai-vos dos cães”. É intensa sua hostilidade para com os judaizantes perseguidores, que o estão seguindo e se infiltrando nas igrejas que ele fundou. A palavra “cães”é usada para descrever estes obreiros maus. Para os judeus um cão era considerado animal impuro, visto que não podia ser sacrificado nem comido. Então quando Paulo fala dos seus adversários como cães, como gente impura que acham que estão agradando a Deus, mas não estão com sua falsa religiosidade. Ele prossegue descrevendo os falsos mestres como “mutiladores”, ou seja, eles se mutilam praticando a circuncisão. Não que Paulo se opusesse à circuncisão; ele próprio circuncidou a Timóteo (At 16:3). O que ele condenava era dar a este ritual judaico um valor que não podia ter mais, especialmente no caso dos gentios convertidos (os que não eram judeus). Circuncisão era o sinal característico do homem judeu, significando que ele estava incluído nas promessas da aliança de Deus feitas a Abraão e aos seus descendentes. Era um pacto que na época fez com que Israel fosse o povo eleito de Deus. V: 3 – Paulo afirma que nós, a Igreja de Cristo (como um corpo), que somos a “circuncisão verdadeira”, e que tem se tornado o único herdeiro legítimo das promessas salvadores de Deus dadas à Abraão. Essa circuncisão verdadeira à qual Paulo se refere em (Rm 2:29) é a circuncisão do coração; não mais um ritual carnal, mas um coração mudado. A crucificação de Jesus Cristo é a circuncisão que Deus colocou à disposição de todos nós. Em Ez 36:26, Deus diz: “Eu vos darei um novo coração, e porei dentro de vocês um espírito novo”. A promessa é que Deus implantará seu Espírito transformando pessoas de corações endurecidos e daquelas que dependiam inteiramente de si, em pessoas com um coração cheio de amor, paz e alegria de espírito. E somos lembrados desse novo pacto ou dessa nova aliança, toda vez que celebramos a ceia do Senhor. V: 4-6 - A oposição que Paulo enfrentava nos primeiros anos do seu ministério era em grande parte a dos mestres judeus que se gabavam de ter credenciais pessoais importantes como autoridades religiosas. É então que o apóstolo não hesitou em compararse aos maiores dentre eles, enquanto negava, ao mesmo tempo, que valesse alguma coisa seu prestígio religioso judaico. O que ele diz é o seguinte: “Se a questão é ter razões para confiar em si próprio, eu tenho mais do que todos” v:4. Ou seja, a despeito dos currículos impressionantes dos mestres judeus, Paulo diz ter o maior saldo em “vantagens religiosas” do qualquer um deles. Nos versículos 5 e 6, Paulo faz uma lista de seus bens religiosos, e põe a circuncisão como o primeiro que perdeu a fim de ganhar a cristo. Ele não escolheu ser circuncidado, ser benjamita, foram benefícios que ele atribuía à graça selecionadora de Deus. Ele prossegue, citando os itens ganhos por escolha e esforço próprio. Escolheu ser Fariseu, isto é, membro do partido religioso mais rigoroso. Paulo diz: “Escolhi ser fariseu, e fui mais além. Tornei-me extremamente zeloso para proteger a verdade que eles acreditavam”. Foi por esta razão que encontramos Paulo encabeçando o apedrejamento de Estevão (At 8:1), isso antes da sua conversão. Somando as sete vantagens, que para um Judeu era as melhores honras e posições que poderia se ter. Paulo termina a lista dizendo que teve a melhor honra de todas, que foi a de uma mudança de valores, quando teve um encontro com Cristo e submeteu a sua vida por inteira a Ele. Parafraseando Paulo: “Somei todos os milhões que eu tinha ganho com as minhas vantagens religiosas do passado, e percebi que elas eram como zeros sem o dígito ‘um” na frente. Portanto elas não trazem absolutamente nada. Comparado ao valor de Cristo. Isso ele afirma no v: 7 “ O que era para mim lucro ( pois eu tinha tudo) considerei como perda, por causa dos novos valores que adquiri em Cristo Jesus”. É o perder para ganhar. Perder é ficar sem uma coisa permanentemente, é como se seu anel de casamento caísse em um profundo oceano, não tem como recuperá-lo. Você tem a certeza que isso é perda irrecuperável. Por isso que Paulo deu tanta ênfase em dizer “eu perdi tudo para ganhar Cristo”. Ele perdera os valores religiosos judaicos, sua posição privilegiada, seu nome (Saulo). Além das perdas passadas existem as perdas presentes. Esta perda é como diz o v: 8, é pela “excelência de conhecer a Cristo”. Paulo considera aqueles valores como refugo, lixo. E ainda continua dizendo: “Eu ainda estou ganhando”. A bíblia diz em (Oséias 6:3) “Conhecereis e prosseguirei em conhecer o Senhor”. Conhecer a Cristo significa um cancelamento definitivo das coisas que são ou foram inúteis para nós. Conhecer o filho de Deus está muito acima de todo o valor ganho com esforço próprio, ou pela força da nossa carne. Cristo é o nosso bem maior, como diz a canção: “Não tenho outro bem além de Ti”. Isso Paulo diz em (Rm 11:36) “ Porque Dele e por meio Dele e para Ele são todas as coisas, glórias são dadas à Ele”. Segue a nossa 1ª reflexão: Será que realmente queremos perder algumas coisas do nosso passado (como posição, poder, reconhecimento etc...), para realmente ganhar outros valores em Cristo? Se você vê Cristo como quem lhe deu a vida, então você o “ganhou”. Você perdeu tudo para ganhar a pérola de grande preço. Examine sua vida hoje. Onde você está em relação a perder tudo a fim de ganhar a Cristo? Nos versículos 9-16, Paulo contemplava um futuro que incluía seu relacionamento com Cristo. E concentra todas as suas energias para alcançar aquela meta. (de ser achado em Cristo). O motivo que Paulo tem para lançar fora do barco da sua vida todos aqueles valores religiosos se encontra no v:9: “ser achado nele, não tendo justiça própria...”. Deus oferece a graça à todos por meio de Jesus, a justificação, que absolve os nossos pecados e nos declara justos, isso não depende de nada de bom que possamos oferecer em troca. V: 12 – 14: “Mas prossigo para alcançá-lo”, no original grego a palavra prosseguir significa “concentrar esforços”. É por isso que Paulo se esquecera “das coisas que pra trás ficam, avançando para o alvo”. A palavra avançar no original grego significa: “esticar-se ao máximo”. E o alvo era encontrar-se com Cristo. Vemos a diferença entre Paulo e alguns cristãos mornos, que se tornam espectadores ao invés de corredores na corrida do Reino de Deus. Eles não contemplam a vida como uma corrida, como o prêmio a ser ganho no fim. Mas a única luta que travam é para melhorar esta vida aqui na terra, buscando mais conforto, prazer e reconhecimento humano. Nos versículos 17-21, Paulo nos convida a sermos modelos (exemplos de vida) para as pessoas. Paulo diz no v: 17: “sede meus imitadores e observai o meu modelo”. Penso que uma pessoa precisa ser um exemplo de vida, para pedir alguém para imitá-lo. Segue a nossa 2ª reflexão: Será que estamos sendo modelo ou exemplo de vida para as outras pessoas? Nos versículos 18-21 – Paulo termina com uma reflexão sobre o nosso corpo. Até que ponto o nosso corpo reflete a Cristo? Temos como Paulo, subordinado e escravizado nosso “homem exterior”. Ou estamos idolatrando o nosso corpo, como alguns que vivem como inimigos da cruz, e o chamaram de “deus do ventre”, pois eles só davam importância aos seus apetites, tanto para os alimentos suculentos como para o sexo impuro. Se realmente entregamos nossa vida a Cristo, oferecemos nossa vida no corpo para que ele habite e o utilize como quiser. Pois somos templos e habitação do Seu Espírito. FILIPENSES - Capítulo 4 Leitura dos versículos (1-7) Como aprendemos no estudo anterior, que um dos termos básicos de Filipenses é a palavra “alegria”. Mas apesar da injusta prisão de Paulo, ele expressa sua alegria pela sua família em Cristo. E este amor dos irmãos que compuseram a igreja de Filipos encheu o coração daquele que investiu suor e sangue para ganhá-los. (v: 1). Paulo menciona sobre as brechas que favoreceram o abalo da igreja, que foi a falta de entendimento entre Evódia e Síntique, valiosas cooperadoras do apóstolo no início da fundação da igreja. Mas um desentendimento rachou a comunhão, e não houve suficiente espiritualidade para consertá-la. E é numa hora dessas que é de grande vantagem, ter um “fiel companheiro de jugo” (possivelmente seu nome era Suzuco), capaz de auxiliar essas duas mulheres na reconciliação de suas diferenças. (v: 2) Paulo não se orgulhou em trabalhar isoladamente, mas em equipe. Formada por: Evódia, Síntique, Clemente, Suzuco “o fiel companheiro” e os demais colaboradores. (v: 3). O apóstolo fica contente com o sucesso da sua equipe, pois foram homens e mulheres que levantaram e sustentaram as mãos dele. Como fizeram Arão e Hur a Moisés (Ex 17:12). Paulo expressa novamente, “regozijai-vos no Senhor, sempre”. (v: 4). Isaías predisse, 700 anos antes de Cristo, que os remidos tirariam com alegria “águas das fontes da salvação” (Is 12:3). Apesar desta e outras promessas encorajadoras, muitos crentes revelam profunda insatisfação e tristeza. As fontes da salvação não jorram águas alegres, louvor e gratidão, mas azedas reclamações devido às circunstâncias que não gostariam de ter passado ou estarem passando. Enquanto uns aprendem com Paulo, a viver contentes e produzir um doce suco, outros se assemelham ao vinagre. Além da constante alegria que o cristão deve mostrar, também necessita de moderação que o mundo observa (V: 5). A palavra moderação em grego comunica uma atitude de consideração e grandeza de coração, capaz de perdoar e desprezar os próprios direitos. Devemos ter um espírito tolerante e misericordioso que afasta a obrigação de cobrar todos os direitos, ou vingar-se de todas as injustiças. Um dos mandamentos menos observados pelos filhos de Deus é o de não permitir que a ansiedade sobre coisa alguma penetre no coração (V: 6). Talvez você seja semelhante a uma panela de pressão que à medida que as circunstâncias se tornam mais e mais quentes, a pressão aumenta. Ter um coração ansioso nos leva ao descontentamento, que se externa com reclamações e queixumes. Mas reprimido no coração, poderá levar-nos a uma explosão com conseqüências incalculáveis. E como é difícil perdoar quem perdeu o controle. É o tipo de ansiedade que não se neutralizou na “paz de Deus” (V: 7), e vai aumentando até explodir em palavras ou atos violentos (Tg 3:8-12). Você já conseguiu experimentar a “paz de Deus que excede todo o entendimento”? Essa paz emana da segurança absoluta de que todas as circunstâncias que surgem na vida, especialmente as que estão fora de nosso controle, mas que estão no controle de Deus, cooperam para o nosso bem. Lancemos Nele toda a nossa ansiedade, porque ele tem cuidado de nós. (I Pe 5:7). A segunda parte do V: 6 manda que “em tudo, sejam conhecidas diante de Deus as vossas petições. Pela oração e pela súplica, com ações de graça”. O antídoto à ansiedade e descontentamento encontra-se na oração da fé. Com a oração colocamos “cercas” nas entradas da nossa mente e do nosso coração, para impedir a penetração de pensamentos oriundos do tentador. Leitura dos versículos (8-13) Pensamentos são companheiros constantes enquanto vivemos acordados. Vimos que a maneira mais efetiva para combater pensamentos negativos é através da oração. Precisamos ter os nossos pensamentos vigiados. Um filho de Deus deve concentrar sua mente e ocupar o seu pensamento em “tudo que é verdadeiro, tudo que é respeitável, tudo que é justo, tudo que é puro, tudo que é amável e em tudo que é de boa fama”. (V:8). Há pelo menos duas coisas que todo os ser humano necessita: ser amado e ser aceito. Devemos ter pensamentos amáveis e longânimos. Porque não concentrar um amor deliberado no irmão menos amável da igreja? Porque não levantar uma onda de comentários positivos e verídicos a respeito do irmão que tenho menos afinidade? Isto pode ser uma boa prática para o nosso grupo nesta semana. A bíblia nos ensina que devemos ter “a mente de Cristo” (I Co 2:16). Devemos ser pessoas maduras que pela renovação da nossa mente, rejeitamos ter uma mente moldada segundo “este século”, e para que possamos “experimentar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12:2). Sujeitando-nos ao poder do Espírito, podemos levar cativo todo pensamento à obediência de Cristo. Então, como não deixar a nossa mente ser moldada segundo “este século”? Penso que a resposta certa seria em saber escolher as fontes dos nossos pensamentos. Eles devem gravitar na direção de tudo que merece louvor e comentários de apreciação. Devemos deixar que os nossos pensamentos sejam filtrados pela peneira do Espírito, não deixando a nossa mente acumular pensamentos inconvenientes. O apóstolo Paulo anima a igreja de Filipos a praticar tudo o que ele ensinou, e que não se esqueçam de fazer o que ouviram da sua boca. Freqüentemente ouvimos a mensagem nos cultos aos domingos, mas logo na segunda-feira esquecemos-nos de tudo e principalmente, de praticá-la. (v: 9). Nos versículos 10-13, Paulo exterioriza seu profundo contentamento com a oferta que os Filipenses mandaram pelas mãos de Epafrodito, para o seu sustento na prisão. Sua satisfação não se baseava na oferta em si, mas no Deus que mais uma vez renovou sua bondade por intermédio dos Filipenses. Paulo confessa que aprendera um segredo que é: viver contente em toda e qualquer situação (V:11). Quem ensinou ao apóstolo tão importante lição? Não seria o próprio Jesus que recusou fazer de pedras pães, ainda que passando cruciante fome depois de 40 dias de jejum (Mt 4:3,4). Paulo diz: “sei estar humilhado” (v:12). Neste contexto humilhação, não se refere à reação que cria ou revela a vergonha, mas a diminuição dos recursos materiais. Fome e miséria simplesmente não preocupavam a Paulo, pois ele estava profundamente contente. Ele prossegue dizendo: “sei ser honrado e ter abundância”. Estas palavras tratam do transbordar; receber mais do que necessário. O aumento de bens materiais, o salário crescendo, ou uma herança recebida, desafia o cristão a procurar saber o que Deus pretende com as “bênçãos” assim. Temos certeza que toda abundância vem para testar nosso amor a Deus e ao nosso irmão. A “benção”, não vem para nos fartar, mas para “acudir ao necessitado” (Ef 4:28b). Deus nos dá para investir em amigos e irmãos. Paulo testemunha acerca do que fez com o que transbordava (At 20:34,35). Escreveu para os coríntios que a abundância deles deve suprir a falta dos crentes judeus em Jerusalém (II Co 9:10,11). Paulo encerra esta parte dizendo uma famosa frase: “tudo posso naquele que me fortalece” (V: 13). Deus é que nos dar forças para passarmos pela escassez, e para fazermos uma boa ação mediante a “fartura”. Leitura dos versículos (14-23) Notamos que o V:14 mostra a necessidade de Paulo e o suprimento da igreja de Filipos. Em (I Jo 3:17) diz: “Aquele que possuir recursos deste mundo e vir seu irmão padecer necessidade e fechar-lhe o coração, como pode permanecer nele o amor de Deus?”. Para que a igreja seja chamada “corpo de Cristo”, as necessidades devem ser supridas. Paulo diz: “Mesmo em grande tribulação (aperto e necessidade) e profunda pobreza, superabundou em grande riqueza a sua generosidade”. Os Filipenses participaram os seus bens mais de uma vez, não porque Paulo os persuadiu ou os pressionou, mas por amor. Paulo tendo aprendido a viver com fartura, como também com fome, não passou seus dias na prisão esperando ou pedindo donativos (v: 17). Na generosidade sacrificial dos Filipenses, ele percebeu “o fruto” do evangelho, que aumentava o crédito deles perante Deus. Mas o mais significativo era a espontaneidade da igreja que Paulo recebera. Ele recebeu tudo, teve abundância e ficou suprido, desde que Epafrodito lhe passou “às mãos o que veio da igreja” (v: 18). Paulo recebeu o suficiente para pagar o aluguel da casa em Roma, onde ele estava preso e comprar mantimentos para se manter. E ainda sobrava para ajudar seus companheiros. Na igreja devemos ser lembrados constantemente de que quem entesoura para si mesmo é um tolo e quem reparte com os necessitados é um sábio. É vontade de Deus que a necessidade dos outros seja suprida pela nossa generosidade, para que sejamos ricos para com Deus. Jesus afirmou: “Mais bem-aventurado é dar que receber”. Quem supre a necessidade de um irmão compartilha a vida com ele. A reação de Deus a nossa atitude é o que Paulo menciona no v: 19: “O meu Deus segundo a Sua riqueza e glória, há de suprir em Cristo Jesus todas as coisas”. Esta palavra suprir no original significa “transbordar”. Paulo termina esta epístola com a petição a Deus para que a graça de Jesus seja com o espírito dos Filipenses e com o corpo de Cristo. Deus os Abençoe! Estudo Elaborado pela: Pastora Jaciléa Donadio