Sonhos e Ambições - Ordem do Dragão Dourado
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Sonhos e Ambições - Ordem do Dragão Dourado
Por Antônio Augusto Shaftiel Autor de Entre Anjos e Demônios, Assassino de Almas e Busca por Sangue Sonhos e Ambições Por Antônio Augusto Shaftiel [email protected] Conto baseado no RPG Star Wars, principalmente nas idéias do livro The Dark Side of the Force Lin estava pensativo. Seus olhos azuis fitavam o espaço a seu redor. Através do vidro, ele podia ver o brilho das estrelas, os asteróides e até mesmo o sol daquele sistema solar. Mas nada disso importava para o homem. Tudo o que queria estava naquele planeta primitivo logo abaixo, chamado apenas de Dabi-6, por ser o sexto planeta do sistema Dabi. Lin viajara para Dabi com seu grupo, deixando todo o conforto que tinha no Império, apenas para caçar. A serviço do Imperador Palpatine, ele deveria procurar eliminar por toda criatura que manifestasse de qualquer maneira a Força. Por isso era chamado de Inquisidor Imperial. O próprio Lin manifestava a Força e era capaz de controlá-la, mas servia ao Imperador e ao Lado Negro. Diferente de seu alvo, que abominava os aspectos mais obscuros desse poder. Podia-se dizer que Lin e sua caça eram lados opostos, em uma luta constante. Enquanto um preferia a paz, a justiça e a harmonia, outro apreciava a violência, o orgulho, o ódio. E Lin adorava espalhar medo e ódio pela galáxia. Não era à toa que o chamavam de Sombra do Mal. O Inquisidor estava sempre preparado para aconselhar o mal e a tortura. Sempre nas sombras, sussurrando palavras que vinham do lado mais obscuro de sua mente. Justamente de seu coração dominado pelo Lado Negro. O Inquisidor coçou o cavanhaque enquanto imaginava como seria a caçada naquele planeta avermelhado logo à sua frente. Sabia que não seria fácil, por isso trouxera ajuda. Mas ele deveria sair dali com o maior mérito. O Imperador deveria congratular apenas a Lin, não a seus servos. Então ele não seria mais chamado de Sombra do Mal, mas de Arauto do Lado Negro. - Onde pousaremos? – perguntou alguém. Lin estava tão distraído que mal escutara a pergunta. O Lado Negro sussurrava em sua mente, não permitindo que ouvisse mais nada além de suas próprias ambições. O Inquisidor virou-se para o piloto enquanto arrumava seu manto negro e azul. Passou a mão na cabeça calva, olhou de volta para Dabi e mais uma vez para o piloto. - Nakini, você tem as coordenadas. Foi você quem conseguiu as informações – disse ele, ríspido e incapaz de ser polido com alguém que considerava inferior. Isto é, qualquer um que não possuísse as habilidades do Lado Negro. - Eu sei, mas quero saber se pretende ter uma abordagem direta ou ser mais furtivo – respondeu o piloto, claramente contendo sua raiva. Lin notava facilmente qualquer sentimento negativo vindo de qualquer pessoa e apenas riu da cólera contida por Nakini. - De qualquer maneira, precisaremos perguntar aos nativos onde nosso alvo está. Desça perto de uma das aldeias, mas que esteja próxima do nosso alvo – falou ele, fazendo um movimento com a mão como se não se importasse. O piloto não respondeu, apenas iniciou a descida. Ao contrário de Lin, Nakini não era capaz de sentir a Força, a energia que permeava todo o universo, emanada de todos os seres. Era apenas um humano normal, um ótimo piloto, soldado e informante. Estava ali para cuidar da nave e comandar um grupo de apoio, uma elite de soldados que o seguia fielmente. Lin sabia que nem Nakini ou os seis soldados que o seguiam seriam páreo para seu alvo. Seriam apenas uma distração ou ajudariam a conter outros possíveis inimigos. A verdadeira ajuda do Inquisidor estava nos outros dois aliados. O primeiro era Leir Sem Mundo. Também era capaz de usar a Força, só que da maneira mais violenta possível. Era apenas uma máquina de batalha. Sua própria aparência era agressiva, tendo os cabelos raspados e a cabeça cheia de tatuagens com os nomes de inimigos vencidos, crânios e várias armas. Seus olhos castanhos fitavam seus aliados sempre com desconfiança e raiva, não importando quem fosse. 1 Por Antônio Augusto Shaftiel Autor de Entre Anjos e Demônios, Assassino de Almas e Busca por Sangue Leir fora treinado para lutar, mas acabara um escravo completo do Lado Negro, servindo apenas para a violência. O Imperador e Lorde Vader já estavam incomodados com suas ações extremamente violentas e encarregaram Lin de mantê-lo sob controle. O segundo aliado era o oposto de Leir. Maltis, também chamado de Mão do Imperador, era uma pessoa fria e calculista. Sempre pensava muito bem antes de agir e não era violento, apenas cumpria as ordens de Palpatine, eliminando tiranos e assassinos que representavam alguma ameaça a seu poder. Lin desconfiava que Maltis era não fora totalmente corrompido pelo Lado Negro. Talvez o Imperador tivesse o mandado para morrer ali. - Pousaremos em dez minutos, senhores – avisou Nakini. - Já tem algum plano, Lin? – perguntou Maltis, levantando-se e fitando o inquisidor com seus olhos castanhos. Seu cabelo negro era curto e bem aparado, sua pele branca, até um pouco pálida. - Sim – respondeu o Inquisidor, sem querer falar mais nada com o assassino. Todo o grupo preparou suas armas enquanto a nave atravessou a atmosfera rumo ao solo de Dabi-6. Os seis soldados prepararam seus blasters. Cada um tinha duas pistolas e um rifle, além de uma armadura leve. Lin os observou pensando no quanto aquele equipamento seria inútil contra seu alvo. O Inquisidor, o Mão do Imperador e o guerreiro do Lado Negro não precisavam desse tipo de arma. Tinham seus sabres de luz, armas de poder incontestável. Cada um verificou o seu. No caso de Leir, ele verificou seus dois sabres; os dois roubados de dois de seus alvos. A nave pousou suavemente, uma aterrissagem perfeita, sem problema algum. A porta se abriu lentamente, revelando aos poucos o grupo de caça. Na frente estavam três soldados e Nakini. Eles seriam os guias do grupo. Logo depois viam Lin, Leir, Maltis e um dróide de protocolo. Guardando o grupo estavam os outros três soldados. Ninguém precisaria proteger a nave. Nakini acionou o computador, ativando os escudos e o mecanismo de defesa. Além disso, aquele planeta era muito primitivo, não haveria ninguém ali que pudesse fazer algo contra a espaçonave. A não ser seu alvo. Mas, caso ele atacasse, de nada adiantaria manter apenas os soldados ali para a defesa. O grupo observou atentamente a paisagem. Árvores pequenas e retorcidas se distribuíam sobre uma terra vermelha e pedregosa. Suas folhas eram grandes e grossas, seus troncos com cascas duras e resistentes. Eles estavam na parte mais árida do planeta. As nuvens vermelhas no céu não indicavam chuva, apenas ocultavam um pouco o sol. Não precisaram andar muito para chegar até a aldeia que procuravam. O lugar era extremamente primitivo. Os nativos construíam suas casas com os troncos das árvores e as pedras avermelhadas do solo. Muitos deles corriam pela praça central e pararam apenas quando perceberam a aproximação dos servos do Imperador. Nenhum deles temeu a aparição do grupo. Não sabiam quem era o Imperador Palpatine, aquele que instalara a Nova Ordem. Se soubessem, teriam começado a correr há muito tempo. Mas, pelo contrário, os nativos se aproximaram curiosos. Seus grandes olhos de cristal fitavam os humanos e suas mãos de pele cinza tentavam tocar suas vestes como se vissem deuses. - Malditos primitivos. Nakini, use seu dróide para perguntar a eles onde está nosso alvo. O dróide emitiu alguns sons estranhos. Conhecia milhões de idiomas e mesmo algum de um planeta tão primitivo não era problema. - Mestre Nakini, o nativo afirma que não sabe onde está o deus, mas ele esteve aqui o hoje. - Deus? – perguntou Leir. – Que loucura é essa? Será que eles consideram aquele idiota um deus? Isso é porque não conhecem Leir Sem Mundo, aquele que não nasceu em planeta algum. O filho do espaço, do frio da galáxia, esse sim eles devem temer como deus. - Pare com o discurso, Leir. Não estamos com paciência para isso – interrompeu Maltis. – Diga que nós também somos deuses e que queremos que nos levem ao deus deles. Viemos para visitá-lo. - Para que isso? Para que conversar com esses primitivos? Vamos acabar com ele e achar o Jedi – Leir disse, ativando seus dois sabres de luz. As duas espadas luminosas brilharam e emitiram um barulho surdo e constante. Seu brilho azul assustou os nativos. 2 Por Antônio Augusto Shaftiel Autor de Entre Anjos e Demônios, Assassino de Almas e Busca por Sangue Maltis sentiu raiva de Leir e teve vontade e matá-lo com seu próprio sabre, mas controlou-se. O Mão do Imperador tinha que ser frio. Não podia recorrer à violência assim. Ele simplesmente não entendia como Palpatine poderia enviá-lo a uma missão com um bando de psicóticos. Logo ele, um assassino treinado para acabar com o mal da galáxia de maneira discreta. O assassino sempre acreditou que Palpatine fazia um serviço para a galáxia, acabando com o caos e instaurando a lei. Maltis achava que estava fazendo o bem ao assassinar tiranos e líderes de organizações criminais. E usava a Força para isso, flertando com o Lado Negro, imaginando que poderia controlá-lo, que só usaria em casos de extrema necessidade. - Não precisamos matá-los. Quanto mais discreta for essa missão, melhor para nós – salientou Maltis, estendendo a mão para impedir Leir. - Deixe disso, Maltis – irritou-se Lin, dando um tapa na mão do assassino. - Nosso alvo é um Jedi, um guerreiro que também usa a Força. Ele já sabe que estamos aqui. O que precisamos fazer no momento é encontrá-lo. Se matarmos essas criaturas, ele aparecerá. Maltis duvidava que o Jedi aparecesse. Isso porque acreditava que os Jedi eram guerreiros perversos que serviam a República e criavam caos na galáxia. Perdido em suas ilusões e nas mentiras do Imperador e que ele mesmo criava para justificar seu trabalho, Maltis não sabia que era o contrário. Os Jedi eram arautos da paz e da justiça. Lin e Leir sabiam a verdade e não se importavam. Os dabianos continuavam olhando o grupo, excitados com uma possível demonstração de poder divino. Estavam encantados com os sabres de luz de Leir. Então Lin ativou o seu sabre. A espada vermelha brilhou, fazendo o mesmo barulho. - É hora da diversão. Vamos fazer os primitivos enxergarem o outro lado da vida – brincou Nakini enquanto sacava sua arma e ordenava o mesmo para seus soldados. O que se seguiu foi um verdadeiro massacre. Os dabianos nem reagiram. Talvez por pensarem que fosse uma punição divina ou por puro medo. O fato é que sabres de luz os cortaram, blasters perfuraram seus corpos. No fim, a maioria já estava morta. Apenas alguns gemidos eram ouvidos em meio a corpos mutilados e queimados. Maltis apenas ficou parado, observando a destruição. Não moveu um músculo. Seus olhos se fixaram em um ponto e não se mexeram. Não se moveu nem quando um dabiano morreu a seus pés. - Vai chorar, Maltis? – zombou Leir ao se aproximar. Ele acabara de desativar seus sabres. O Mão do Imperador quase sacou sua arma para partir o guerreiro ao meio, mas controlou-se mais uma vez. A hora de Leir ainda chegaria. Lin também se aproximou com um sorriso perverso no rosto. Olhou para Maltis e riu cinicamente. O Inquisidor já desconfiava porque Palpatine mandara o Inquisidor. Não era para deixar a missão mais eficiente e discreta. Era para que o assassino conhecesse o Lado Negro plenamente. E, talvez, fizesse isso matando Leir. Apenas um dos dois sairia vivo dali. - Vamos seguir em frente. Nakini, mande seus soldados procurarem por pistas ou rastros para acharmos o Jedi – ordenou o inquisidor. Em pouco tempo eles acharam pegadas. Seguiram em frente, rumo a sua missão e esperavam que o Jedi viesse até eles. **** Outra nave chegou em Dabi-6 naquele mesmo dia, pouco tempo depois dos servos do Império pousarem. Quem pilotava o X-Wing era Lara Silipi. A mulher viu a nave imperial e decidiu pousar a sua bem distante para que pudesse escapar sem ser percebida. Ela até pensou em destruir a nave inimiga, mas decidiu não fazê-lo.. Não queria usar a violência à toa. Havia métodos mais práticos de sair dali sem causar mortes. Lara também era um Jedi e poderia utilizar a Força a seu favor. Era capaz de manipular a mente das pessoas e poderia fazer os imperiais esquecerem que ela estivera ali ou pensarem que haviam cumprido sua missão e que poderia partir em paz. Sempre havia uma maneira menos violenta de agir. Seu mestre a ensinara isso antes de morrer. E, após a morte de Dalua, Lara era uma das últimas Jedi vivas. Escapara milagrosamente do massacre há anos atrás quando ainda era uma criança e começara seu treinamento. Quando os Jedi foram destruídos e caçados, poucos conseguiram fugir. Dalua levou Lara para fora do território do Império e 3 Por Antônio Augusto Shaftiel Autor de Entre Anjos e Demônios, Assassino de Almas e Busca por Sangue a criou. Ela cresceu apenas ouvindo histórias de outros Jedi, sem conhecer nenhum outro cavaleiro. Mas antes de Dalua se unir à Força, ela contou que havia alguns poucos Jedi vivos, mas muito escondidos. Eles deveriam ser encontrados e se unirem para treinarem novos cavaleiros e poderem, um dia, restaurar a justiça. Seria um processo lento, mas Dalua acreditava que poderia dar certo. E Lara também. A Jedi acreditava que poderia conseguir um aliado em Dabi-6. Sabia que há muito tempo um cavaleiro se escondera ali. Seu nome era Noru Kalipse, descendente de uma família que sempre gerara crianças poderosas na Força. Pelo menos um menino ou menina por geração era levado para os Jedi para que se tornasse um guerreiro da justiça. Os Kalipse sempre apoiaram o Conselho e a justiça na galáxia. Noru era muito jovem quando ocorreram as Guerras Clônicas, mas já demonstrava bastante habilidade. Muitos diziam que ele se tornaria um dos grandes cavaleiros Jedi. Dizem que recebeu elogios do próprio Mestre Mace Windu e do Mestre Yoda. Lara esperava encontrá-lo ainda em forma. Sabia que Noru não a decepcionaria, que ajudaria a lutar contra o Império. Mas, para isso, deveria impedir que fosse morto pelas forças imperiais. Desceu da nave e observou toda a paisagem. Tentou sentir a presença de Noru, mas não conseguiu nada. Ele estava se ocultando, assim como os inquisidores. Lara sentiu apenas o horror do massacre na aldeia. Segurou-se para evitar que as lágrimas descessem por seu rosto, tentando fazer uma espécie de oração pelas vidas dos dabianos. A Jedi correu para tentar ajudar. Não podia deixar que os nativos fossem massacrados. Ela passou pelas árvores rasgando sua roupa e embaraçando seu longo cabelo negro nos galhos. Precisou parar para prender os cabelos e arrumar a roupa. Em seguida, usou sua velocidade sobrenatural para chegar à aldeia. Não adiantou nada. Ela encontrou apenas cadáveres. Sentia apenas sofrimento, quase podia ouvir os espíritos dos mortos. No entanto, ela não derramou uma lágrima. Também não permitiu que seu coração sentisse raiva pelo assassinato daquelas criaturas. Não se vingaria, mas traria justiça. Não poderia permitir que os inquisidores continuassem espalhando o mal. Lara pensou no que faria. Precisava seguir os inquisidores, mas não poderia atacálos sozinha. Usou seus poderes para sentir o caminho que os inimigos haviam seguido. Começou a caminhar no mesmo rumo, mantendo os sentidos atentos e ligados à Força. Os inimigos nem imaginavam que aquela mulher de pele parda e olhos castanhos estava os seguindo. Nem pensavam que aquela guerreira poderia ser perigosa para sua missão. ***** Os servos do Imperador seguiram os rastros de seu alvo até uma rede de cavernas próxima a uma montanha. No entanto, não eram cavernas comuns. Os túneis haviam sido feitos artificialmente. Não havia nada de natural ali. Muito pelo contrário. Lin, Leir e Maltis sentiram que havia algo de errado no local. A Força era poderosa ali e não era por causa do Jedi. Havia outro motivo. Só que apenas Lin tinha sensibilidade suficiente para perceber o que estava acontecendo. O Lado Negro era poderoso naqueles túneis. Existia algo naquelas cavernas e o Jedi deveria estar guardando o que quer que fosse. Talvez houvesse corrido para destruir tudo quando percebeu a chegada dos inquisidores. - Vamos! Depressa! Quero acabar logo com esse Jedi. Vamos entrar. Preciso de muita atenção. – ordenou o inquisidor, afobado para investigar o que estava lá dentro e ter o sangue do Jedi em suas mãos. O grupo entrou caminhando com cuidado, todos atentos para não cair em uma armadilha. Não havia nenhuma iluminação. Os soldados precisaram ligar os bastões de luz para enxergarem o caminho. Suas armas estavam prontas para atingir o que quer que se movesse. Lin observava atentamente cada detalhe das paredes. Não deixava de olhar em lugar algum. Ficava atento principalmente aos equipamentos que apareciam de vez em quando. Alguns estavam velhos e estragados, mas outros ainda funcionavam de alguma maneira. Lamentou por não ter tempo para parar para verificar para que serviam. Foram forçados a penetrar cada vez mais nos túneis. Lin, Leir e Maltis podiam 4 Por Antônio Augusto Shaftiel Autor de Entre Anjos e Demônios, Assassino de Almas e Busca por Sangue sentir o Jedi apesar de não saber sua localização precisa. De vez em quando, o grupo via uma sombra se movendo pelos túneis ou o barulho das botas do inimigo se chocando no chão. Ele estava correndo, se distanciando dos inquisidores. Andaram em conjunto sem se separarem até chegarem em uma série de divisões, onde os túneis ficavam mais estreitos. Era possível passar apenas duas pessoas, uma do lado da outra. - Vamos nos separar aqui. Maltis, você vai com Nakini e mais quatro soldados. Leir e mais dois soldados vêem comigo. Vocês para a esquerda, nós pelo meio. Verificaremos o túnel da direta depois – comandou Lin, já com planos se formando em sua mente pérfida. - Não acho que seja bom o grupo se dividir – retrucou Maltis, ainda que não quisesse contrariar Lin. Sabia que não era muito sadio fazê-lo com freqüência. - Não me importa o que você acha. Siga as ordens – falou o inquisidor, olhando para o guerreiro com aquela expressão fria que raramente deixava seu rosto. - Se quer nos dividir, pelo menos me mande sozinho. Esses soldados fazem barulho demais – Maltis disse, sem se intimidar com os olhos azuis do colega. - Siga as ordens, Maltis – ordenou Lin com uma voz fria e seca. Não havia qualquer emoção naquele comando além de um ódio frio e calculado. Maltis resolveu seguir o comando. O Imperador colocara Lin na liderança, portanto suas ordens deveriam ser seguidas. Chamou Nakini e seguiu pelo túnel com os soldados. Lin entrou no outro túnel. Ele sabia que o Jedi não estava ali. Sentira o cavaleiro no túnel da esquerda e enviara Nakini e Maltis para encontrá-lo. Lin sabia que Noru estava os guiando para uma armadilha. Deixara os inúteis morrerem nas mãos do cavaleiro enquanto ele procuraria pelo que lhe interessava. Rumaria na direção que emanava as energias do Lado Negro. O inquisidor percebera os códigos e a escrita Sith nos corredores. Felizmente, nenhum dos outros sabia o que aquilo significava. Mas Lin reconhecia que ali fora uma base dos Lordes Sith que um dia foram poderosos na galáxia, antes de serem vencidos pelos Jedi. Agora só existiam, e só poderiam existir, dois deles. Estes eram Vader e Palpatine. Se um deles morresse, outro poderia surgir. E aquele lugar guardava muitos segredos dos Sith. Com certeza havia artefatos poderosos ali, armas que Lin poderia utilizar para acabar com Vader e se tornar o novo servo de Palpatine. E, também, um Lorde Sith. Maltis não poderia saber o que o inquisidor procurava. O assassino era fiel ao Imperador. Entregaria o que encontrasse sem pensar duas vezes, por isso precisava morrer nas mãos do Jedi. No entanto, o Mão do Imperador seria um grande desafio para Noru. Depois que o Jedi matasse o assassino, estaria fraco e não seria páreo para Lin e Leir. ***** - Eu não gosto disso. Apenas você contra um Jedi? Não acredito que nosso grupo saia vivo daqui. – Nakini disse. - Não me subestime. E lembre-se que os Jedi não são invencíveis. Já matei um deles – respondeu Maltis tentando manter sua atenção enquanto caminhava pelos corredores escuros. - Ótimo. Será que poderia matar esse antes que ele pegue um de nós? Maltis não respondeu. Não estava disposto a suportar as idiotices que Nakini falava. Só imaginava o que o imperador pensaria se Lin e Leir encontrassem o Jedi primeiro e o matassem. Com certeza seria uma decepção e um ponto negativo em sua carreira. Eles andaram pelos túneis até encontrarem uma grande câmara. Havia alguns computadores ligados e sinais de que foram usados recentemente. Os soldados tentaram verificar o que estava escrito nas telas, mas não identificaram a escrita. Notaram alguns equipamentos estranhos, que nunca haviam visto. Com certeza aquilo pertencia a uma cultura diferente. Pensaram que eram armas dos Jedi. De repente, eles ouviram um barulho em uma das salas que se conectava com a câmara. Havia outras duas delas. Uma se aproximava de um penhasco e dava vista para uma bela cachoeira. Outra estava levemente iluminada e parecia um quarto de descanso. O barulho se repetiu e Maltis sacou seu sabre de luz imediatamente. A lâmina vermelha brilhou e refletiu nas telas dos computadores. - Vocês três, verifiquem aquela sala – ordenou Nakini a seus soldados. 5 Por Antônio Augusto Shaftiel Autor de Entre Anjos e Demônios, Assassino de Almas e Busca por Sangue Os três seguiram para a sala com as armas nas mãos. Assim que entraram, a porta se fechou. - Por que deu essa ordem? É uma armadilha óbvia! – xingou Maltis, aproximando-se de Nakini. O homem apenas olhou de volta para o assassino sem entender o que acontecera. Ele simplesmente emitira a ordem. Nem pensara duas vezes. Parecia o mais óbvio a se fazer no momento. Maltis sabia o que acontecera. O Jedi estava ali e manipulara a mente de Nakini. Os soldados já poderiam ser considerados mortos. Dentro da sala, os homens se surpreenderam quando a porta se fechou. Tudo ficou escuro. Seus bastões de luz perderam a energia e se apagaram. Um sabre de luz se acendeu atrás do grupo. Nenhum deles percebeu a luz azul, nem o barulho. Estavam distraídos tentando reativar os bastões. Não tiveram tempo de reagir quando o Jedi atacou com golpes rápidos e mortais. Em segundos, todos os soldados já estavam caídos. Noru Kalipse, um homem de olhos castanhos, barba e longos cabelos negros, observava os corpos e pensava como acabaria com os outros inimigos. Não podia deixar que tocassem nos artefatos Sith. Ajeitou seu típico traje Jedi e rumou para uma passagem secreta. Ele conhecia todas as passagens daquele lugar. Pegaria seus inimigos de surpresa. Não enfrentaria todos de uma vez só. ***** - Vamos procurar Lin – Nakini disse, com dificuldade para controlar o medo em sua voz. - Fale com ele pelo ComLink. Mande-o vir para cá agora. O Jedi está aqui – disse Maltis, tentando ficar atento ao próximo artifício do Jedi. - Certo – concordou o piloto. Nakini tentava enviar uma mensagem para o inquisidor quando o chão se abriu atrás de seu soldado. Era uma passagem secreta que dava para um corredor estreito, onde apenas uma pessoa poderia passar por vez. No momento, quem passava por ali era Noru. Ele saltou do buraco com o sabre ativado e fez o que apenas alguém com os poderes da Força faria: em pleno o ar, decapitou o último soldado com apenas um golpe. O Jedi começou a correr na direção de Nakini, mas foi surpreendido por Maltis. Percebeu seu sabre de luz ativado e notou que o assassino também podia manipular a Força. - Você também utiliza a Força... É capaz de esconder isso muito bem. Só senti a Força nos outros dois – Noru comentou. Maltis não disse nada. Não estava ali para conversar com um Jedi maldito. Estava ali para matá-lo e levar seu sabre de luz para o Imperador. Os dois apontaram suas armas um para o outro e se prepararam para um duelo mortal. As pontas dos sabres brilhavam na direção dos olhos do oponente. Cada um esperava um ataque. No entanto o primeiro a atacar foi Nakini. O soldado atirou três vezes contra o Jedi. E, após atirar, olhou boquiaberto as defesas do inimigo. Noru defendeu-se de cada um dos tiros usando seu sabre. Desviou cada um deles com movimentos rápidos e precisos. Os raios foram parar no teto e no chão, arrancando faíscas ao atingir o metal. Maltis aproveitou-se da distração para lançar-se no primeiro ataque do duelo. Seu sabre cortou o ar na direção do Jedi, tentando atingir o peito do oponente. Bastaria um golpe para eliminá-lo, mas Noru foi rápido e aparou a lâmina de luz. Nakini observou o duelo por algum tempo. Os movimentos eram rápidos demais para que pudesse segui-los. Mal podia perceber os ataques e defesas. Apenas via o assassino e o Jedi andando de um lado para o outro, ganhando e perdendo território à medida que atacavam ou defendiam. O soldado não ousou atirar de novo. Poderia acertar Maltis e não queria ser responsável pela morte de uma das Mãos do Imperador. Era melhor procurar Lin e Leir e avisá-los. E seria mais seguro fazer isso pessoalmente. Nakini não queria estar ali quando Maltis fosse derrotado. Saiu correndo pelos túneis, apenas gritando que procuraria os outros. Noru não teve tempo de deter a fuga de Nakini. Maltis era um oponente formidável, bastante treinado no uso da força e do sabre de luz. Mas ele sabia que seu treinamento Jedi era superior ou esperava que fosse. Maltis não queria perder. Precisava vencer, por ele mesmo e pelo Imperador. Não podia deixar um Jedi vivo. O assassino defendeu dois ataques seguidos e saltou para 6 Por Antônio Augusto Shaftiel Autor de Entre Anjos e Demônios, Assassino de Almas e Busca por Sangue trás, deixando uma pequena distância entre os dois. Deixou que Noru atacasse mais uma vez. Quando o Jedi se movimentou, o assassino usou um de seus poderes. Movendo objetos com o poder da mente, fez a arma do soldado morto voar na direção de Noru. Ela atingiu o joelho do inimigo, desequilibrando-o e fazendo-o cambalear. Maltis atacou em seguida. Golpeou rapidamente com o sabre, mas o Jedi ainda teve forças para se defender. Noru apenas fora ferido no joelho. Ele usou sua velocidade sobrenatural para se esquivar e pular para longe de Maltis. - Acha que pode usar a Força tão bem assim? Deixe-me te mostrar como se faz – Noru disse. Em pouco tempo, todos os objetos da sala começaram flutuar e rumaram na direção de Maltis como um verdadeiro furacão. O assassino conseguiu se defender de alguns e esquivar-se de outros. No entanto, seria impossível escapar de todos. Depois de ser atingindo duas vezes seguidas, Maltis não conseguiu mais se defender, sentindo o impacto do metal em seu corpo diversas vezes. Tentou utilizar a Força para evitar os objetos, mas Noru tinha mais experiência. O Jedi começou a caminhar na direção do inimigo com calma e com um sorriso vitorioso no rosto. Seu sabre de luz já apontava para o inimigo, declarando sua sentença de morte. Mas Maltis não estava disposto a perder. Ele ouviu os sussurros assim que sentiu o medo da morte e a raiva por ser derrotado. O Lado Negro falava com ele. Invocando todo o poder que podia, o assassino usou a Força para empurrar Noru para longe. Jogou o Jedi contra a parede e conseguiu algum tempo para se recuperar. Queria correr e enfiar o sabre de luz no peito do inimigo ou usar a Força mais uma vez, invocando o Lado Negro para aumentar seu poder. Poderia enforcá-lo apenas com um aceno, mas não o fez. Maltis conseguiu se controlar. Ele precisava desse controle. Sabia que o Jedi era rápido. Um simples empurrão não o venceria. Assim que chegasse até ele, já o encontraria pronto para outro ataque. Usando a razão, preferiu transferir sua energia para curar-se. Precisava se recuperar de alguns ferimentos para continuar lutando. Enquanto Maltis se curava, Noru se levantou. Colocou-se de pé com um salto e invocou a Força. Usando a mesma técnica de Maltis, empurrou o assassino e jogou-o contra a parede. O Jedi riu da surpresa no rosto do inimigo. Mais uma vez, Maltis invocou a força para se movimentar rapidamente. Pôs-se de pé e preparou seu sabre. Assim que ergueu sua arma, Noru começou seus ataques. O Jedi atacava rápida e impiedosamente. Seus sabres batiam e deixavam um barulho típico e grave escapar pela sala e pelos corredores, enquanto os homens suavam para saírem vencedores na disputa. Maltis temeu por sua vida. Era forçado a recuar cada vez mais. A batalha chegou a uma das salas, justamente a que tinha uma sacada, aquela que tinha a vista da cachoeira. O assassino estava encurralado. Sentia que ia morrer. - Medo é o caminho para o Lado Negro... – disse Noru, enquanto golpeava. O coração de Maltis encheu-se de raiva ao ouvir aquelas palavras. O Jedi estava zombando dele. Zombando de sua derrota. - ...medo leva à raiva... – continuou Noru. O assassino invocou o Lado Negro mais uma vez. Agora para acertar um ataque preciso, com todas as suas forças. Deveria passar pelas defesas de Noru e destruí-lo. Ergueu a espada e atacou, assumindo a ofensiva pela primeira vez desde que se levantara. Não adiantou. Noru defendeu o ataque, mas ficou surpreso. Por pouco não foi atingido. Com um sorriso nos lábios, recomeçou a seqüência de golpes. Maltis viu-se encurralando. Saltou para cima da sacada para evitar um último golpe. Olhou para baixo e viu o penhasco anunciando-lhe um destino triste. Havia apenas algumas árvores crescendo nas pedras. E, no fundo, ele via apenas a água da cachoeira encontrando-se com o solo, gerando uma cena bonita e, possivelmente, seu túmulo. Noru olhou para Maltis e sorriu. - Que a Força esteja com você! O Jedi apontou sua mão para o inimigo e usou a Força. Empurrou-o para a morte como se estivesse lidando com um objeto ou um animal. Maltis caiu balançando os braços, sem chance de tentar se equilibrar. Noru apenas sorriu e se virou para continuar a batalha, afinal, ainda faltavam dois inquisidores e dois soldados. 7 Por Antônio Augusto Shaftiel Autor de Entre Anjos e Demônios, Assassino de Almas e Busca por Sangue ***** Nakini corria desesperado enquanto tentava avisar Lin que o Jedi aparecera. O inquisidor demorou a responder. - Onde você está? – perguntou Lin com uma voz irritada. - Estou chegando naqueles corredores onde nos dividimos. Volte para nos encontrarmos. Não quero ficar sozinho com um Jedi aqui. Sei que Maltis não durará muito tempo. - Já estamos indo. Fique parado aí. Estou enviando os soldados na frente para te dar apoio. O homem não sabia o que fazer. Era corajoso, mas não era burro. Não tinha chance nenhuma contra um Jedi, a não ser que acertasse um tiro preciso. Mas, pelo que vira, blaster algum serviria. Mesmo assim, Nakini sacou sua pistola, enquanto deixava o ComLink preparado na outra mão. Tentou se controlar. Ficar nervoso apenas pioraria a situação. Mas as coisas pioraram mesmo sem seu nervosismo. De repente, tanto o ComLink quanto a pistola saltaram de sua mão. Uma Força invisível arrancou os objetos. Quando percebeu, Nakini estava de mãos vazias. Ficou olhando-as sem saber o que fazer. Quando ergueu a cabeça, viu uma mulher para a sua frente. - Deixe-me adivinhar... Você é Jedi... – falou ele, pensando no quão terrível seria sua morte. A mulher assentiu com a cabeça e com um sorriso divertido. - E me disseram que todos estavam mortos. Disseram que os Jedi agora eram uma lenda. Ótimo. E eu acabo aqui, com dois deles me caçando. - Onde está o outro? Diga... - Pode seguir naquela direção que você o acha – disse, apontando na direção dos inquisidores. Lara olhou para o túnel e sentiu a Força naquela direção, mas havia algum além. Seu corpo foi possuído por uma repentina onda de frio e ódio, uma manifestação do Lado Negro que emanava displicente nas cavernas. Algo de ruim permeava tudo no rumo indicado, como se o dedo do soldado do Império indicasse o caminho para o mal. Havia ali algo que Noru estava guardando e não queria que os inquisidores pegassem. A Jedi preparou-se para usar seu poder e fazer Nakini esquecer que a vira, mas não houve tempo. Os dois soldados que estavam com Lin chegaram apressados. Já estavam com as armas preparadas e atiraram depressa, gerando filetes de luz que voaram depressa para atingir a Jedi. Lara não foi mortalmente atingida por pouco. Pulou no chão e rolou pelo túnel. Mas os soldados não se deram por vencidos, preparando-se para atirar mais uma vez. Ela não teria tempo de sacar seu sabre, então usou a Força, empurrando os homens contra a parede. Quando se preparou para se levantar e sacar seu sabre, viu que Nakini estava na sua frente. Tinha uma pistola apontada para sua testa e um sorriso de vitória nos lábios. - Parece que é seu fim, bruxa – disse, passando a língua nos lábios. Lara pensou que fosse seu fim. Dalua nunca lhe ensinara a desviar tiros a queima roupa sem o auxílio de um sabre ou evitar o dano de um blaster na testa. E duvidava que estas técnicas existissem. - Eu não quero atirar em você... – Nakini disse para a surpresa da Jedi. – Eu não vou atirar em você. Lara só percebeu o que estava acontecendo quando viu um homem saindo das sombras e caminhando na direção de Nakini. Tinha um sabre de luz na mão e vestia trajes Jedi. Com certeza, aquele era Noru. Ele aproximou-se e retirou a arma das mãos do inimigo. A Jedi pretendia cumprimentá-lo, mas não teve tempo. Percebeu os soldados se levantando e preparando-se para atirar. Lara sacou seu sabre de luz e correu para a frente. Desviou dois tiros e atacou, acertando as armas e as inutilizando. - Rendam-se! – gritou. Os soldados não fizeram nenhuma objeção. Ergueram as mãos e se ajoelharam em sinal de rendição. Lara virou-se para Noru apenas para encontrá-lo olhando para o corpo inerte de Nakini. - Por que você o matou? – perguntou ela, sem entender a morte do piloto. - Ele tinha uma arma. Apenas me defendi. Foi puro reflexo. Cuidado! O aviso de Noru pegou Lara de surpresa. O Jedi usou sua velocidade para passar por ela e atacar os soldados. Quando a mulher percebeu, ambos já estavam mortos. 8 Por Antônio Augusto Shaftiel Autor de Entre Anjos e Demônios, Assassino de Almas e Busca por Sangue - Não confie demais nos outros. Veja as armas deles! Acha que esses soldados carregam apenas uma arma? Lara olhou para os corpos e viu que cada um tinha uma pistola blaster nas mãos. Nakini também estava armado. - Mais uma lição – disse ela, constrangida. Em seguida, desculpou-se. - É que eu evito a violência. Foi um dos ensinamentos de minha mestra. - Quem é você e quem foi sua mestra? Quer dizer que há outros Jedi vivos? Pensava que houvesse apenas três, no máximo. - Sou Lara Silipi e minha mestra era Dalua. Ela morreu há pouco tempo. Ensinoume tudo sobre o Código. E me disse que você vivia aqui. Você é Noru Kalipse? – explicou ela, falando com respeito. - Sim, sou eu. Por que me procura, Lara? – perguntou ele com um tom de orgulho. Seus olhos brilhavam, mas havia uma certa dose de desconfiança no fundo. - Porque tenho planos. Planos que também eram de Dalua. Pretendemos reunir alguns Jedi e salvar qualquer um que seja ligado à Força. O Império está os perseguindo e os matando. Acredito que podemos salvá-los e treiná-los – falou ela, na esperança de ter encontrado um aliado. - Só há uma maneira de vencer o Imperador, Lara. E não será fácil. Você está disposta a lutar? – perguntou, olhando diretamente em seus olhos. - Sim... – respondeu ela com medo daquele olhar fixo. - Ótimo. Então vamos começar essa batalha agora. Há dois inquisidores aqui. Eles vieram me pegar. Vamos atrás deles – disse, começando a correr na direção dos oponentes. - Eu vi a nave deles. Acha que são poderosos? – questionou ela, procurando acompanhá-lo. - Enfrentei um deles antes e era experiente, mas não o suficiente para mim. Quanto a esses dois, eu não sei. ***** Lin e Leir não saíram do lugar. Após o chamado de Nakini, os dois continuaram na sala onde estavam, apenas olhando para a porta que continha um grande símbolo Sith. Lin estava apenas esperando todos os outros serem mortos para que pudesse entrar e pesquisar tudo. Sabia que havia um enorme poder contido naquele lugar. A tecnologia guardada ali poderia satisfazer muitas de suas gigantescas ambições. - Não vamos ajudar os outros? – perguntou Leir. - Não. O que queremos está aqui. Fique de guarda. Eu vou entrar – disse enquanto apertava um botão na parede e abria a porta. Lin ficou maravilhado com o que viu. Havia armas Sith espalhadas por toda parte. Ele podia reconhecê-las. Pela história que conhecia, havia armaduras ali capazes de desativar sabres de luz assim que fossem tocadas. Também havia espadas tão resistentes que poderiam fazer páreo para as armas dos Jedi. O inquisidor ligou um dos computadores e começou a vasculhar os arquivos. Estava tudo escrito em Sith, mas ele podia entender. Não era capaz de decifrar todas as informações, mas grande parte. Com um pouco de esforço, todo aquele conhecimento seria dele. Havia um livro sobre a alquimia Sith ali. Aquilo deixou Lin maravilhado. O poder realmente estava em suas mãos para fazer o que quisesse. Poderia usar aquela alquimia para aumentar o poder físico de Leir e dominar sua mente. Assim, não haveria mais perigo de o guerreiro continuar desagradando o imperador e ainda seria um servo extremamente fiel. Ainda mais fiel. O inquisidor sabia que o guerreiro só o servia porque podia matar e assassinar naquele trabalho. Mas Lin reconhecia que Leir sairia do controle em breve. Só que não precisava mais se preocupar com isso. Apenas Vader deveria se preocupar, pois haveria um novo Lorde Sith. E não mais que dois podiam existir ao mesmo tempo. Lin estava tão distraído que nem percebeu quando os Jedi chegaram. Sua sensibilidade apurada só o alertou do perigo quando os dois já estavam com os sabres de luz ativados, prontos para enfrentar Leir. - Inquisidor Lin, há dois Jedi aqui. Não é só um. São dois! – gritou o guerreiro, já com suas armas na mão. - Entre aqui! Depressa! – gritou Lin, enquanto corria para fechar a porta. Mas Noru não deixou que o inquisidor ativasse o botão. Usando seus poderes mais uma vez, arremessou o homem. Lin escorregou pelo chão, só parando ao se chocar contra uma cadeira. 9 Por Antônio Augusto Shaftiel Autor de Entre Anjos e Demônios, Assassino de Almas e Busca por Sangue Leir até pensou em entrar na sala e fechar a porta, mas seu coração violento o dominou. A sede de sangue e a vontade de matar dois Jedi tomaram sua mente. Precisava se testar, precisava mostrar que era um ótimo guerreiro, que era invencível. Apontou seus dois sabres para os inimigos. - Posso vencer vocês dois juntos – declarou com os olhos brilhando com uma fúria vermelha. - Garoto arrogante. Acha que dois sabres de luz te fazem um guerreiro? Você poderia ter quantos sabres quisesse, mas ainda não poderia me vencer. Não passa de um guerreiro com dois sabres. Eu sou um Jedi com um sabre de luz – disse Noru. Lara ficou orgulhosa ao ouvir aquelas palavras. Deu um passo à frente e se preparou para a batalha, seu coração batendo mais forte por estar lutando ao lado de alguém como Noru. Lin se levantou dentro da sala e sacou seu sabre de luz. Seu rosto expressava seu ódio. Não podia se controlar de tanta raiva. Até pensou em fechar a porta, mas Leir estava bem na passagem. Se ativasse o botão, ele seria esmagado. Lin não poderia matá-lo, pois não venceria dois Jedi sozinho. Noru saltou sobre Leir atacando rapidamente e fazendo-o recuar para dentro da sala. Os dois entraram na sala enquanto atacavam e defendiam. Leir foi obrigado a recuar, não importando a vantagem de lutar com duas armas. Lin fechou a porta assim que os dois entraram na esperança de que Lara não pudesse passar, mas a Jedi estava atenta. Usou seus poderes e a velocidade espantosa para rolar pelo chão e entrar antes que a porta se fechasse. Em uma manobra impressionante, a Jedi já se levantou e saltou sobre o inquisidor. Seus sabres de luz se chocaram e afastaramse. Lin recuou e olhou a mulher, procurando por uma falha em sua defesa. Não parecia haver nenhuma. Ela fora treinada para lutar defensivamente. Era daqueles Jedi que raramente utilizavam seu sabre para uma luta direta. A batalha entre os dois recomeçou. Lin atacava com agressividade e invocava o Lado Negro. Ainda sim, não era capaz de passar pela defesa de Lara. Seus sabres se chocavam rapidamente. E Lara não contraatacava. Parecia apenas esperar por uma brecha. Isso deixava Lin irritado. Sabia que cedo ou tarde acabaria falhando e o golpe da Jedi seria mortal. Invocando o Lado Negro mais uma vez, Lin tentou acertar dois golpes. Só que ambos foram uma distração para força Lara a recuar. Ela esbarrou em uma cadeira e perdeu a concentração por alguns segundos. Lin atacou pela terceira vez e a desarmou. A Jedi ficou de mãos vazias, frente a frente com o inquisidor, que agora tinha um sorriso bizarro no rosto. Noru lutava bravamente com Leir. Os dois eram ótimos guerreiros. Enquanto o primeiro tinha técnica apurada, o segundo tinha força e violência. Seus dois sabres de luz retiravam parte da vantagem garantida pela experiência de Noru. A velocidade do Jedi permitia que aparasse os ataques feitos pelos dois sabres do inimigo. Durante a batalha, Noru começou a observar que Leir sempre usava a mesma seqüência de golpes. Não variava muito. E ele já estava se acostumando com as defesas certas do Jedi, procurando trespassá-las sempre com as mesmas técnicas. - ... raiva leva ao ódio... – disse Noru. - Eu realmente te odeio, Jedi maldito! Leir continuou atacando, utilizando os golpes que o Jedi já previra. Noru aproveitou-se desses erros. Esperou o primeiro ataque e não se defendeu. Esquivou-se rapidamente e aparou o segundo ataque. Socou o braço direito de Leir, impedindo que atacasse com aquele sabre. Em seguida, chutou uma das pernas do inimigo, fazendo-o cair. - ... ódio leva ao sofrimento. Nesse caso, o seu sofrimento. Leir estava caído, mas se levantaria em breve. Noru percebeu que Lara estava encurralada e desarmada. Poderia aproveitar o tempo para salvá-la de Lin, mas se fizesse isso, precisaria enfrentar Leir mais uma vez. E o Jedi já estava ficando cansado. Noru apontou seu sabre de luz para o oponente caído e o enfiou em seu coração. Não precisou pensar para decidir isso. Queria apenas ver aquele inimigo morto. - Noru! – gritou Lara. Para a sorte da Jedi, Lin se assustou quando viu seu discípulo ser morto. Sabia que não seria páreo para Noru, pois enquanto matasse Lara, o Jedi já estaria o atacando. Então ele segurou a mulher e preparou-se para cortá-la com o sabre. 10 Por Antônio Augusto Shaftiel Autor de Entre Anjos e Demônios, Assassino de Almas e Busca por Sangue - Eu a mato se você não soltar seu sabre e se render. – disse o inquisidor com uma voz desesperada. - Mate... – falou o Jedi, andando com passos lentos na direção do inimigo. - Você está blefando – gritou ele, cuspindo em Lara. Lara se assustou quando ouviu Noru falando, mas percebeu que ele não estava blefando. O Jedi não se importava. Parara de se importar há muito tempo. Ela podia ver em seus olhos. O Lado Negro o dominara. - Sabe que não. Leia a minha mente e verá – declarou Noru. Lin percebeu que era verdade. Estava perdido. Tanto ele quanto Lara. Os dois morreriam nas mãos de Noru. - Você não está aqui para guardar estes artefatos. Está aqui para usá-los! – concluiu Lin. - Quanta perspicácia! – ironizou o Jedi caído. – Agora seu imperador vai sofrer. Tanto ele quanto o traidor. Tanto ele quanto Skywalker! Os dois sofrerão pelo que fizeram! Usarei as armas dos Sith contra os dois e vencerei. Nada sobrará de seu precioso Império. - Não! Não faça isso, Noru. A vingança é um dos caminhos para o Lado Negro. O que você quer não é justiça, é vingança – argumentou Lara. - Que seja! Eu vi amigos morrendo, até minha família foi morta. Vi um traidor agindo. Você não sabe o que é isso. – Parou para passar a mão nos cabelos e apontar para as armas com o sabre. – Agora usarei essas armas. Mas eu posso me controlar. Posso controlar o Lado Negro. Eu as usarei apenas até a destruição de Skywalker e de Palpatine. Depois destruirei tudo o que sobrou dos Sith e reerguerei os Jedi. - Você está se iludindo. Sabe que não fará isso. Já foi tomado pelo Lado Negro – afirmou Lara. Lin já estava tremendo. Pensava no que fazer. Precisava escapar de alguma maneira. Precisava invocar o Lado Negro mais uma vez. Ampliaria seus poderes para ferir Noru. Concentrou-se e usou toda a força de seu ódio para arremessar o Jedi com a Força. Sem chance de defesa, Noru caiu do outro lado da sala. O inquisidor pretendia matar Lara e correr para o ataque enquanto o inimigo estivesse caído, mas a Jedi foi mais rápida. Ela usou sua velocidade para se desvencilhar do captor e rolou pelo chão. Pegou seu sabre e abriu a porta para fugir. Assim que atravessou a porta, a Jedi tratou de fechá-la e destruir o mecanismo de abertura com um golpe de sabre. Lin viu-se preso com Noru. Não poderia sair dali sem gastar muito tempo. Precisava eliminar o Jedi primeiro. Ergueu seu sabre e partiu para o ataque. Noru ainda estava no chão. Era o alvo perfeito. O Jedi estava um pouco tonto com o golpe, mas não totalmente desconcentrado. Ainda podia agir. Quando viu o inquisidor correndo em sua direção, usou seu poder para movimentar uma espada Sith que estava presa na parede. A lâmina voou na direção de Lin, que só a percebeu quando sentiu sua pele ser perfurada. O inquisidor parou de correr e olhou para o próprio peito. Viu a ponta da lâmina e o sangue escorrendo. Caiu no chão com um olhar de dor e surpresa. Noru se levantou e caminhou até uma das mesas sem dar atenção para os corpos. Pegou uma maleta e a abriu. Havia várias seringas ali. O Jedi caído pegou uma e injetou em seu próprio corpo. Seu conteúdo o deixaria com força suficiente para enfrentar Lara sem problemas. Recuperaria um pouco de sua força mental e física. Conseguira isso graças à alquimia Sith. Não poderia deixar estas armas para trás. Precisava utilizá-las para acabar com o Imperador. Conseguiria a vitória apenas assim. **** Lara não podia crer que aquilo estava acontecendo. Sentia-se sozinha na galáxia. Noru era uma de suas últimas esperança. Era o primeiro Jedi que encontrava desde a morte de Dalua. Não tinha nem idéia do que fazer. Não podia deixar que ele utilizasse aquelas armas perigosas contra o Imperador. Lara aprendera algo sobre os Sith com sua mestra. Conhecia alguns de seus símbolos e suas armas, pois Dalua passara muito tempo procurando por estes artefatos para os Jedi, sabendo que eles precisavam ser destruídos. Imaginou como Noru acabaria derrotado e deixaria aquelas armas caírem nas mãos de Vader e de Palpatine. Seria ainda mais difícil destruí-los. Mas o que poderia fazer para impedir Noru? Quando passou pela sala onde estavam os corpos dos soldados e de Nakini, notou que nenhum deles tinha armas nas mãos. Noru a enganara, usara alguma ilusão, 11 Por Antônio Augusto Shaftiel Autor de Entre Anjos e Demônios, Assassino de Almas e Busca por Sangue manipulara sua mente para que ela acreditasse que os homens estavam armados. Quase sentiu raiva naquele momento, mas controlou-se. Não podia permitir que esses sentimentos a dominassem. Ela correu até a saída, mas deparouse com a porta trancada. Noru trancara tudo. Lara estava presa. Tentou voltar e procurar outra saída, deixando que a Força a guiasse. Não sabia se caminhava devagar e silenciosamente ou se corria. Enquanto ainda estava se decidindo, foi surpreendida. Noru saiu de uma das passagens secretas, já atacando com seu sabre. Lara de defendeu por pouco. Teria morrido se não estivesse atenta. Os dois Jedi se encararam. Noru sorriu. - Fique do meu lado. Fique comigo – disse, estendendo a mão. Ela negou e usou a Força para afetar a mente de Noru. Invocou todo o poder que podia naquele momento. Fez o Jedi ficar parado por alguns preciosos segundos. Ele não teria nenhuma reação violenta, a não ser que ela também tivesse. Então se aproveitou para escapar pela passagem secreta que ele utilizara. Fechou a porta e destruiu o mecanismo de abertura. - Medo é o caminho para o lado Negro. E você está com medo! Ouviu os gritos de Noru do outro lado, já utilizando seu sabre para abrir caminho pelo metal. Ele realmente tinha uma mente poderosa; o poder de Lara durara menos tempo do que esperava. A Jedi começou a correr sem rumo. Não sabia por onde seguir. Apenas deixava a Força a guiar para a saída mais próxima. Usava a Força para ocultar sua presença e impedir que Noru a seguisse. Finalmente, achou uma saída. Ela sentia que deveria tomar aquele rumo. Havia uma porta secreta logo acima. Abriu-a e começou a subir devagar e atenta. Mas sua atenção não foi suficiente. Quando olhou para cima, Maltis estava apontando seu sabre de luz em sua direção. Ela não sabia, mas aparecera justamente na câmara em que Maltis e Noru haviam lutado. Pôde ver a sala com a sacada e a cachoeira logo adiante. - Suba! – ordenou. – Dê-me seu sabre. Lara subiu lentamente após entregar sua única arma. Já perdera as esperanças. Não poderia mais escapar. - Outro Jedi! Vai morrer agora, em nome do Imperador. Responda onde está o outro antes de ser executada – exigiu Maltis, mantendo sua atenção na Jedi e procurando pelo outro inimigo. - Escute-me! Noru está louco. Ele não é mais um Jedi. Quer acabar com seu Imperador. Ele trancou tudo aqui e só poderemos sair se o matarmos. Você tem que me escutar. Não siga o mesmo caminho – implorou ela, sem orgulho algum. Mesmo sabendo que de nada adiantaria falar, ela tentou convencer Maltis. Podia sentir que o lado Negro não o dominara ainda, mas que estava próximo de fazê-lo. - Eu estou aqui, executor. Imaginava que você sobreviveria de alguma maneira. Há muitas maneiras de se escapar dessa queda. Há árvores demais e penhasco não é tão íngreme. – disse Noru, enquanto entrava na câmara. – Esperava manter um de vocês vivo para conseguir algumas informações. E você não me parecia do tipo covarde. É daqueles que sempre soltam para cumprir fielmente sua missão. E se morresse, sempre há outro servo do Imperador para liberar algumas informações. - Não pense que conseguirá algo de mim. Você e esta Jedi vão morrer – disse ele, rodopiando seu sabre. Lara viu-se forçada a usar seus poderes mais uma vez. Sabia que Maltis estava cansado e mais suscetível à sugestão mental assim como acontecera com Noru. - Você não quer me matar. Sabe que sozinho não poderá vencê-lo. Nós dois juntos conseguiremos. Depois que Noru estiver morto, você pode me matar – disse ela, usando seus poderes com maestria. A sugestão funcionou. Lara a usou enquanto o assassino estava distraído conversando com o Jedi caído. Maltis entregou o sabre dela. Assim que pegou a arma, Lara saltou para trás, rumo à sacada. Era a única saída. - Maldita! – xingou Maltis quando percebeu o que acontecera. Noru gargalhou e apontou sua arma para Maltis. O assassino o encarou e preparou-se para mais um duelo. Era hora de lutar. Ele só esperava que não precisasse utilizar o lado Negro mais vezes. Sentia-se 12 Por Antônio Augusto Shaftiel Autor de Entre Anjos e Demônios, Assassino de Almas e Busca por Sangue cada vez mais violento, mal conseguindo controlar seus impulsos. O duelo se iniciou. As duas partes tentavam poupar suas forças. Precisavam utilizar seus poderes apenas nos momentos decisivos. Por enquanto, apenas esperariam por um erro do adversário. ***** Lara saltou da sacada e se pendurou em uma árvore. Viu que a queda era morte certa. Evitando o medo e concentrando-se, conseguiu escalar o penhasco e chegar ao topo. Utilizando seus poderes, não foi muito difícil chegar até lá. Ela já tinha um plano em mente. Correu até sua X-Wing usando o que restava de suas forças. Não tinha mais energia para utilizar seus poderes, pois se esforçara demais para fugir de Noru. Enquanto corria, pensava no que aconteceria a partir dali. Aquela solidão continuava criando um vazio. Não tinha esperanças de encontrar outro Jedi. Subiu na nave e decolou. Voou até chegar ao penhasco. Preparou-se para atirar com tudo o que tinha. Sua mira foi certeira. Não errou nenhum, mesmo estando tão cansada. Os tiros passaram pela sacada e entraram na sala, explodindo tudo. Lara ainda voltou várias vezes e atirou em outras partes da caverna para garantir que tudo fora destruído. Só parou quando não tinha mais munição. Rumou para o espaço logo depois de destruir a nave do Império. Precisava procurar um planeta para descansar e recuperar suas forças. Depois tentaria encontrar outros Jedi. Ela sabia que havia outros vivos. Só não sabia quem ou onde. Dalua comentara sobre Obi Wan Kenobi, mas não dissera onde ele estava. Lara sabia que seria difícil, mas ela encontraria outros. Por enquanto, fugiria para os territórios de fora do Império. Talvez se deparasse com crianças que fossem sensíveis à Força. Então as treinaria para serem verdadeiros Jedi. Sonhar não custava nada. Ela tinha que manter sua esperança viva de alguma maneira. Não podia se entregar, mesmo que fosse a última Jedi. **** Maltis viu a nave se aproximando. Naquele momento, Noru estava de costas para a sacada e não pôde notar a X-Wing pronta para atirar. O assassino percebeu que seria seu fim se continuasse ali. Era hora de utilizar suas últimas Forças. Defendendo-se de um ataque de Noru, Maltis saltou e rolou pelo chão apenas para ganhar algum tempo. O Jedi saltou sobre ele, dando chance de apenas uma defesa. O assassino rolou mais uma vez. Enquanto isso, ele usou a Força para ativar o controle que fechava a porta para a sala que dava para a sacada. Noru não notou isso. Só percebeu que Maltis estava usando seus poderes quando o assassino invocou a Força para aumentar a velocidade e fugir. Ele correu e passou pela porta que já estava se fechando. Noru achou que o inimigo desperdiçaria suas últimas forças. Agora estava vencido. Correu e abriu a porta, apenas para ver Maltis pronto para pular da sacada. Os dois se olharam. - Que a Força esteja com você – Maltis disse, com um sorriso cínico no rosto. O assassino saltou, abrindo caminho para que o Jedi caído visse a X-Wing disparando tudo o que poderia. Noru não teve tempo de dizer nada. Apenas esperou por sua morte. Maltis não morreu por pouco. Agarrouse às pedras e foi atingido por vários estilhaços das explosões. Algumas pedras o machucaram gravemente. Ainda precisou invocar o Lado Negro para desviar as maiores. O assassino demorou muito para escalar o penhasco. Estava fraco e ferido, mas conseguiu. Evitou utilizar o Lado Negro mais uma vez, por mais que quisesse. Estava tentado a utilizá-lo, ouvindo sussurros e provocações dentro de sua mente. Só que resistiu. Assim que chegou ao topo, ele desmaiou. Mesmo não sabendo, Maltis estava preso em Dabi-6 e não sairia dali tão cedo. Não até que alguém aparecesse para investigar o que acontecera com os inquisidores. E não tinha nem idéia de que uma série de artefatos Sith foram perdidos naquele dia. Nem o Imperador sabia disso. Palpatine fora o mais beneficiado com a história. Eliminara servos problemáticos como Lin e Leir em uma missão e acabara com um Jedi. Além disso, aproximara Maltis do Lado Negro, deixando-o a um passo da corrupção total. E o enviaria para caçar essa Jedi. Lara não poderia fugir assim. 13 Por Antônio Augusto Shaftiel Autor de Entre Anjos e Demônios, Assassino de Almas e Busca por Sangue 14