Glicopeptídeos
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Glicopeptídeos
1º curso de an-microbianos da AECIEHRJ Juliana Arruda de Matos Infectologista INTO/MS Pesquisadora em Saúde Pública – INI/ FIOCRUZ GLICOPEPTÍDEOS VANCOMICINA (IV) E TEICOPLANINA (IV E IM) MECANISMOS DE AÇÃO: BACTERICIDA TEMPO-DEPENDENTE - Inibição da síntese do peptidoglicano constituinte da parede celular. ESPECTRO DE AÇÃO • Cocos Gram-positivos Staphylococci, Streptococci e Enterococci (bacteriostática) • Bastonetes Gram-positivos Corynebacterium (C. jeikeium, C. diphteriae), difteróides, Listeria monocytogenes • Anaeróbios Gram-positivos Clostridium, Actinomices, Streptococcus anaeróbios e os microaerófilos EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE • Síndrome do pescoço vermelho - infusão rápida da vancomicina • Otoxicidade - níveis séricos ↑ 40-50µg/m ou associação com aminoglicosídeo • Nefrotoxicidade – 5% [35% quando associada a outras drogas nefrotóxicas (aminoglicosídeo, Anf B, ciclosporina, Polimixina B)] • Neutropenia- (reversível) dose e tempo dependente (↑ 14 dias) • “Rash” cutâneo e febre (4 a 5%) INDICAÇÕES DE USO • Infecções por Gram-positivos em alérgicos a betalactâmicos • Infecções por Gram-positivos resistentes aos betalactâmicos (MRSA, MRSE, Enterococcus e S. pneumoniae resistentes às penicilinas) • Falha terapêutica do tratamento de colite pseudomembranosa com metronidazol • Profilaxia de cirurgias envolvendo implantação de próteses ou disposi8vos em ins8tuições com elevadas taxas de infecção por MRSA ou SCN resistente a oxacilina Posologia • Vancomicina – Dose de ataque 25-30 mg/kg (exceto em infecção cutânea SEM gravidade) – Dose de manutenção 15-20mg/kg dose a cada 8 a 12h • Teicoplanina – Dose de ataque 12 mg/kg 12/12h – Dose de manutenção 12mg/kg/dia (ClCr > 50) – Infecção sem gravidade: • 3 a 4 doses de ataque: 6mg/kg IV 12/12h • Manutenção: 6-12mg/kg IV uma vez ao dia a cada 24h – Meia vida prolongada, demora a atingir steady state • Evitar uso em infecções graves, com risco de morte MRSA Treatment Guidelines – Liu et al, CID 2011:52 (1 February) 285 - 292 Adaptação de slide gen-lmente cedido pela Dra. Debora Otero Testes de Sensibilidade Antimicrobiana (TSA) CLSI 2012; EUCAST I.M. Gould/International Journal of Antimicrobial Agents 31 (2008) 1–9 Slide gen-lmente cedido pela Dra. Debora Otero RESISTÊNCIA • Anaeróbios (Bacterioides fragilis e outros, Fusobacterium), Gram-negativos, Rickettsia, Chlamydia, Mycoplasma, fungos. • Adquirida: • hGISA • GISA • GRSA • Enterococcus (VRE) Vancomicina – Pontos de Corte I.M. Gould, IntlJ of Antimicrobial Agents 31 (2008) 1–9 Slide gen-lmente cedido pela Dra. Debora Otero MECANISMO DE RESISTÊNCIA DO VRE Alteração do sítio de ligação precursores da parede celular MECANISMO DE RESISTÊNCIA DO VRE RESISTÊNCIA INDUZIDA: precisa estar em contato com a vancomicina para se expressar • Cinco tipos de resistência: VanA, VanB, VanC, VanD e VanE VanA= MIC da vancomicina >256µg/ml (alto nível), resistente a vancomicina e a teicoplanina Van B= MIC da vancomicina variável (16 a >1000µg/ ml), geralmente mantém sensibilidade a teicoplanina Mudança nos MICs Vanco MIC Creep - EUA I.M. Gould, IntlJ of Antimicrobial Agents 31 (2008) 1–9 Slide gen-lmente cedido pela Dra. Debora Otero Mudança nos MICs Vanco MIC Creep - Espanha Soriano et al, Clin Infec Dis 2008; 46:193–200 Slide gen-lmente cedido pela Dra. Debora Otero Sucesso de Tratamento com Vancomicina segundo MIC I.M. Gould, IntlJ of Antimicrobial Agents 31 (2008) 1–9 Sakoulas et al, J OF CLIN MICROBIOLOGY, June 2004, p. 2398–2402 Slide gen-lmente cedido pela Dra. Debora Otero Lodise et al AAC, Sept. 2008, p. 3315–3320 Slide gen-lmente cedido pela Dra. Debora Otero Índice farmacodinâmico AAC/MIC Concentration Vancomycin AAC:MIC > 350 – 400 MIC 0 AAC = área abaixo da curva MIC = conc. Inibitória mínima Time (hours) Moise-Broder et al Clin Pharmacokinet 2004; 43 (13): 925-942 Slide gen-lmente cedido pela Dra. Debora Otero Parâmetro farmacocinético: concentração de vale no estado de equilíbrio Concentração mínima (Cmin ) recomendada: 15-20mg/L antes da 4ª dose de Concentração Geralmente capaz de atingir o alvo (AAC/MIC)>400 quando a cepa tem MIC<1mg/L Para cepas com MIC >=2 a probabilidade de atingir o alvo é 0%: utilizar drogas alternativas Cmin Cmin Cmin MIC MIC 2 1 0 12h 24h Tempo 36h AAC -‐ área abaixo da curva Rybak et al, Clinical Infectious Diseases 2009; 49:325–7 MIC – concentração inibitória mínima Adaptação de slide gen-lmente cedido pela Dra. Debora Otero Extraído de Liu, C. Disponivel em: hYp://www.idsociety.org/uploadedFiles/IDSA/Guidelines-‐Pa-ent_Care/PDF_Library/MRSA%20slideset%2010%2012%2011%20Final.pdf Indicações para dose elevada (Cmin 15-‐20mg/L) de vancomicina • Infecções graves: – Bacteremia – Endocardite – Meningite – Pneumonia nosocomial – Osteomielite – Infecção de pele e partes moles GRAVES (i.e. Fasciite necrotizante) Rybak et al, Clinical Infectious Diseases 2009; 49:325–7 MRSA Treatment Guidelines – Liu et al, CID 2011:52 (1 February) 285 - 292 Mesma dose de antimicrobiano? PK? Slide gen-lmente cedido pela Dra. Debora Otero Dose Atual da Vancomicina (baseada no peso real) • Dose recomendada pela IDSA atualmente revista com base em dados de PK/PD: – 15–20 mg/kg/dose IV a cada 8 ou 12h – Em casos graves: dose de ataque 20-30mg/kg – atingir alvo mais rapidamente – dose deve ser calculada a partir do peso REAL • Infusão: 1g/h – Dose individual não deve exceder 2g Rybak et al, Clinical Infectious Diseases 2009; 49:325–7 Adaptação de slide gen-lmente cedido pela Dra. Debora Otero MONITORIZAÇÃO DOS NÍVEIS SÉRICOS DA VANCOMICINA - Quem? - Infecções graves (Cmin indicada 15-20mg/L) - Coadministração com drogas nefrotóxicas - Mudança rápida da função renal Fazer medidas seriadas em pacientes com indicação de tratamento prolongado (mín. 1x/sem.) Aumentar a frequência das medidas em pacientes hemodinamicamente instáveis Rybak et al, Clinical Infectious Diseases 2009; 49:325–7 MRSA - problemas • Quando devemos cobrir para MRSA • prevalência de MRSA (>5–10%) • Qual droga terapêutica de escolha deve ser usada? • Não esquecer que oxacilina é superior a vancomicina (e outros atb...) no tratamento de MSSA!! Cervera et al International Journal of Antimicrobial Agents 38 (2011) 365– 370 Adaptação de slide gen-lmente cedido pela Dra. Debora Otero Caso clínico 1 • • • • • • • Mulher, 78 anos, DM, HAS, obesa, com hipo-reoidismo e lombociatalgia incapacitante secundária a espondilolistese degenera-va, com indicação de tratamento cirúrgico. 26/7/2010: descompressão radicular e estabilização da coluna com osteossíntese de L3 a L5 e artrodese com enxerto autólogo (disposi-vo do -po CAGE). No 6º dia de P.O. Evoluiu com sinais de flogose na FO e saída de exsudato piossanguinolento 03/08/2010 (lavagem mecânico-‐cirúrgica -‐ LMC -‐ e refixação de L4-‐L5; coletados fragmentos para cultura) Foram realizados ainda pelo menos mais dois procedimentos cirúrgicos, um no dia 9/8/10, para LMC e instalação de cura-vo com aspiração con-nua (VAC), e outro para re-rada do disposi-vo Culturas: Eschirichia coli sensível a cefalosporinas e Staphylococcus epidermidis de fragmentos de tecido (3/8/10) e S. epidermidis em hemocultura, ambos R a oxacilina e sensiveis a vancomicina, daptomicina, linezolida, -geciclina e rifampicina. • Conduta: a) Iniciar daptomicina + meropenem b) Iniciar linezolida + meropenem c) Iniciar -geciclina + meropenem d) Iniciar vancomicina + cefalosporina e) Iniciar vancomicina + cefalosporina + rifampicina Cont. Caso clínico 1 • Foi iniciado o seguinte esquema an-bió-co: • cefepime 2g 8/8h – 3/8/10 • vancomicina 1g 12/12h -‐ 3/8/2010 (aumentada em 9/8/2010 para 1g 8/8h e em 20/8/2010 para 2g 12/12h, de acordo com a vancocinemia) • Rifampicina 300mg VO 12/12h -‐ 10/8/2010 • 23/8/2010 -‐ alta para tratamento em home care. • 26/8/2010 -‐ saída de secreção serosanguinolenta pela FO • 28/8/2010 – sepse e insuficiência renal (sepse + nefrotoxicidade pela vancomicina). Antibióticos Disponíveis Droga Classe Ação Vancomicina Glicopeptídeo Inibe síntese parece celular Teicoplanina Glicopeptídeo Daptomicina VRE Efeitos Toxicos Qualquer sítio N Sínd. Homem Vermelho, nefrotoxicidade Inibe síntese parece celular PPML, bacteremia, PNM N Alergia, trombocitopenia lipoglicopeptídeo Age na membrana celular bacteriana PPML, bacteremia, EI direita E. faecium Miopatia, PNM eosinofílica Linezolida (VO/ IV) Oxazolidinona Inibe síntese protéica PPML, PNM S Mielosupressão, acidose lática, neuropatia periférica Telavancina Lipoglicopeptideo Inibe síntese da parece celular PPML, PAC S Nefrotoxidade Tigeciclina Glicilciclinas Inibe síntese proteíca PPML, PAC S Náusea, vômitos Ceftarolina Cefalosporina de nova geraçao PPML, PAC N Alergia Inibe síntese da parece celular MRSA Adaptado de Rivera et al, Mayo Clin Proc. 2011;86(12):1230-1242 Slide gen-lmente cedido pela Dra. Debora Otero Daptomicina:lipopeptídeo Mecanismo de ação inédito Formação de canais de ion na membrana celular Efluxo de K+ e despolarização da membrana celular Inibição da síntese de proteínas, DNA, RNA Morte celular rápida sem lise (ou mínima): Bactericida • Espectro: Staphylococcus aureus, streptococcus, e enterococcus, incluindo os MDR. • • • • • Slide gen-lmente cedido pela Dra. Debora Otero Penetração da daptomicina em biofilme FIG. 1. Transient diffusion of Bodipy-‐tagged daptomycin (green) into an S. epidermidis biofilm cell cluster (dark in grayscale) growing in a flow cell. The -me indicated is the elapsed -me axer introduc-on of the an-bio-c into the system. The upper-‐lex and lower-‐right panels are transmission images; these reveal the distribu-on of biomass (dark) and show that the biofilm structure was unchanged during the course of the diffusion experiment. All other panels represent fluores-‐ cence in the green channel at the same loca-on; these reveal the progressive inward diffusion of daptomycin. Flow is from lex to right. Each panel is 750 !m on each side. Daptomicina • Aprovada pelo FDA para tratamento de infecções de pele e partes moles, bacteremias e EI direita causadas por MSSA e MRSA, estrepto, e E. faecalis (incluindo VRE). • Sensibilidade reduzida a daptomicina já descrita, com falhas terapêu-cas associadas a: – Uso prévio de vancomicina – infecção por S. aureus com MIC>1mg/L – dose de 6mg/kg (infecções osteoar-culares) • Dose: única diária de 4mg/kg/dia (infecções de pele e partes moles), 6mg/ kg/dia (bacteremia) e até 8-‐10mg/kg/dia (EI) podendo ter uma dose máxima de 12 mg/kg • Não u-lizar em casos de PNM: inibição pelo surfactante pulmonar Anthony, SJ . Daptomycin Failures in Prosthe-c Joint Infec-ons and Bone Infec-ons. Infec-ous Diseases in Clinical Prac-ce 2008, 16(5):313. Adaptação de slide gen-lmente cedido pela Dra. Debora Otero Daptomicina:efeitos adversos • Elevação de CPK ( até 9% > 500U/L) • Rabdomiólise é rara • Atenção em pacientes com Clcr<30ml/min e/ou uso concomitante com esta-nas ou outra medicações que se associem com miopa-a • Mialgia, fraqueza, suspender se sintomas musculares inexplicáveis e CPK >1000U/L • Ou sem sintomas com CPK > 2000U/L • Pneumonia eosino|lica (raro) Adaptação de slide gen-lmente cedido pela Dra. Debora Otero Caso clínico 1,5 • Mulher, 74 anos, hipersensibilidade à penicilina, • Infecção 4 meses após ATJ E primária. • Subme-da a D+R com troca do componente de polie-leno e vancomicina+amicacina (esquema empírico, guiado pelo perfil microbiológico da ins-tuição) • S. aureus R apenas à penicilina e rifampicina em 8 dos 10 espécimes coletados. • Esquema an-bió-co foi alterado para daptomicina, em dose alta (8mg/kg/dia), com o intuito de melhorar ação em biofilme, já que se optou pela manutenção da prótese. • Paciente evoluiu, no 6º dia de uso da daptomicina, com febre, dispnéia e infiltrado bilateral na tomografia computadorizada de tórax • Resolução dos sintomas após re-rada da droga. Cont. Caso clínico 1 • 28/8/2010 – reinternação: início de meropenem, daptomicina e rifampicina, após coleta de hemoculturas. HD • 29/8/2010 -‐ cura-vo cirúrgico, com LMC, instalação de disposi-vo VAC, re-rada de D.T.T., 2 parafusos de L5 (soltos) e seus bloqueadores, as hastes, e colocados 2 parafusos, 2 hastes e plugs em S1 – as culturas colhidas nessa ocasião foram nega-vas. • 3/9/2010, 8/9/10 e 13/9/10 -‐ cura-vo cirúrgico com troca/re-rada de VAC. • 4/10/2010 – daptomicina trocada por linezolida devido a rash cutâneo. • 14/10/2010 -‐ meropenem foi trocado por cefuroxime VO, linezolida IV foi trocada por VO e a rifampicina foi man-da. • 15/10/2010 -‐ re-rados os pontos da FO. • 22/10/2010 – alta hospitalar. Realizado exame neurológico minucioso, sendo detectada discreta alteração de sensibilidade térmica nos pés. An-bió-cos: linezolida 600mg 12/12h, cefuroxime 500mg 12/12h e rifampicina 300mg 8/8h. • Conduta? Cont. Caso clínico 1 • Entre 5/11/10 e 4/2/11 a paciente apresentou melhora clínica progressiva, com queixas esporádicas de náuseas e aumento da freqüência de evacuações, porém sem alteração da consistência das fezes. Exame neurológico man-do. • Apos discussão com a equipe foi optado por manter os an-bió-cos, mantendo rigorosa avaliação clinica e laboratorial (exame neurológico e hemogramas seriados). • Critérios para suspensão dos an-bió-cos: – ausência de sinais e sintomas de infecção (critério clínico), – evidência de consolidação da artrodese com CAGE (critério radiológico) – manutenção dos exames de a-vidade inflamatória dentro dos limites da normalidade (critério laboratorial). Cont. Caso clínico 1 • Os an-bió-cos foram suspensos no dia 20/03/2011, após atendimento dos 3 critérios de cura estabelecidos. • Até o momento a paciente não apresentou sinais de recidiva da infecção. Oxazolidinonas (linezolida) Mecanismo de ação • Inibição de síntese de proteína – Ligação a fração 50s do ribossoma • Bacteriostá-co Não tem resistência cruzada com macrolídeos, aminoglicosídeos, tetraciclinas, cloranfenicol ou lincosaminas Espectro de ação • Bactérias Gram-‐posi-vas – – – – Pneumococos resistentes a penicilina E. fecalis e E. faecium resistentes a penicilina e vancomicina Estafilococos resistentes a me-cilina e vancomicina Estreptococos, Corynebacterium, Bacillus, Listeria, • Anaeróbios – Clostridium (inclusive C. difficile), peptoestreptococcus, fusobacterium • Micobactérias Não atua contra Bacterioides fragilis, enterobactérias e Pseudomonas sp. Farmacociné-ca • Administração oral e venosa – biodisponibilidade de 100% por VO • Boa distribuição tecidual – Aprovada pelo FDA para tratamento de infecções de partes moles e pneumonia por Gram + – Relatos em literatura de êxito em Yo de osteomielite e meningite – Nível sérico errá-co, especialmente em pacientes crí-cos – geralmente NÃO recomendada para tratamento de bacteremias Zoller et al. Cri<cal Care 2014, 18:R148 doi:10.1186/cc13984 Efeitos colaterais • Droga bem tolerada • TGI – náusea, dor abdominal, vômitos, diarréia • ↑ transaminases, anemia, trombocitopenia, FA, piora da função renal e pancrea-te – raros • Inibidor não sele-vo da MAO – evitar uso com drogas serotoninérgicas ou adrenérgicas – síndrome serotoninérgica (↑FC, ↑PA, ansiedade, agitação, tremores, rigidez muscular, insuficiência respiratória, hipertermia) • Uso prolongado: mielotoxicidade e acidose lác-ca (reversíveis), neuropa-a periférica sensi-vo-‐motora e neurite óp-ca (irreversíveis ou parcialmente reversíveis) – Não é aprovada para uso por mais de 6 semanas Caso clínico 2 • Mulher, 35 anos, previamente saudável • 4 dias de febre, calafrios, mialgia e tosse. • Dispnéia e hemop-se nas úl-mas 24 hrs • Tax38,7oC FC=120 PA=90x60mmHg FR=30 • Esforço respiratório importante, MV rude com roncos • Leuco 15.000, Hct 44%, Plt 425.000 • Entubada e admi-da no CTI Caso clinico adaptado de Liu, C. Disponivel em: hYp://www.idsociety.org/uploadedFiles/IDSA/Guidelines-‐Pa-ent_Care/PDF_Library/MRSA%20slideset%2010%2012%2011%20Final.pdf Qual esquema an-microbiano estaria indicado? A.Sulfametoxazol/trimetoprim B.Cexriaxone e azitromicina C.Vancomicina, cexriaxona e azitromicina D.Linezolida e cefepime Caso clinico adaptado de Liu, C. Disponível em: hYp://www.idsociety.org/uploadedFiles/IDSA/Guidelines-‐Pa-ent_Care/PDF_Library/MRSA%20slideset%2010%2012%2011%20Final.pdf Pneumonia por MRSA • Tratamento empírico para MRSA recomendado para: – pneumonia comunitária grave (internação na UTI, PNM necrosante ou infiltrados cavitários, empiema) – Pneumonia nosocomial, de acordo com epidemiologia local • Descon-nuar Yo empírico se as culturas não derem crescimento a MRSA • Duração do tratamento: 7-‐21 dias • A daptomicina não deve ser usada para Yo de pneumonia (ina-vada por surfactante pulmonar) – Daptomicina pode ser u-lizada em pacientes com embolia pulmonar sép-ca hematogênica1 1Rehm JAC 2008;62:1413-‐21; Silverman JID 2005; 191:2149-‐52 Slide adaptado de Liu, C. Disponível em: hYp://www.idsociety.org/uploadedFiles/IDSA/Guidelines-‐Pa-ent_Care/PDF_Library/MRSA%20slideset%2010%2012%2011%20Final.pdf Extraído de Liu, C. Disponivel em: hYp://www.idsociety.org/uploadedFiles/IDSA/Guidelines-‐Pa-ent_Care/PDF_Library/MRSA%20slideset%2010%2012%2011%20Final.pdf Extraído de Liu, C. Disponivel em: hYp://www.idsociety.org/uploadedFiles/IDSA/Guidelines-‐Pa-ent_Care/PDF_Library/MRSA%20slideset%2010%2012%2011%20Final.pdf Comparação Linezolida x Vancomicina Estudo multicêntrico, prospectivo, duplo-cego, controlado, com pacientes com pneumonia por MRSA Linezolida IV 600 mg 12/12h X Vancomicina 15 mg/kg 12/12h por 7–14 dias. Wunderink et al, Clinical Infectious Diseases 2012;54(5):621–9 Caso clínico 3 • Homem, 60 anos, esquizofrenia desde os 22 anos de idade. 70kg • Múl-plas fraturas em MMII após queda de apartamento há 3 anos. Ficou internado por vários meses na ocasião, tendo sido subme-do a diversos procedimentos cirúrgicos • 06/2011: dor e eritema em calcâneo E, com aparecimento de |stula cutânea, que evoluiu para ulceração no local. • Fez uso de amoxicilina+ ácido clavulânico empirico, sem melhora. • Realizada RNM de pé • Qual a conduta? – Trocar para vancomicina + meropenem – Fazer coleta de swab de ulcera – Cirurgia para desbridamento e coleta de espécimes profundos Con-nuação do caso 3 • Osteomielite crônica em pé E • No dia 05/08/2011, foi subme-do a procedimento cirúrgico para coleta de material e, de acordo com relato cirúrgico, foi realizada irrigação com soro fisiológico. • Cultura de osso: Staphylococcus aureus resistente a oxacilina (MRSA) e aminoglicosídeos, S a clindamicina, eritromicina, linezolida, rifampicina, tetraciclina, sulfametoxazol + trimetoprim, vancomicina, daptomicina. • Qual a conduta? a) Iniciar daptomicina 6mg/kg ix/dia b) Iniciar vancomicina 1g IV 12/12h c) Iniciar clindamicina IV em dose plena d) Iniciar SMX/TMP IV 10mg/kg/dia de trimetoprim e) Iniciar linezolida 600mg 12/12h Con-nuação do caso 3 • • • Osteomielite crônica em pé E No dia 05/08/2011, foi subme-do a procedimento cirúrgico para coleta de material e, de acordo com relato cirúrgico, foi realizada irrigação com soro fisiológico. Cultura de osso: Staphylococcus aureus resistente a oxacilina (MRSA) e aminoglicosídeos, S a clindamicina, eritromicina, linezolida, rifampicina, tetraciclina, sulfametoxazol + trimetoprim, vancomicina, daptomicina. • Qual a conduta? a) Iniciar daptomicina 6mg/kg 1x/dia – subdose, maior custo b) Iniciar vancomicina 1g IV 12/12h – provável subdose (checar peso) c) Iniciar clindamicina IV em dose plena – opção ok, maior espectro, custo e efeitos adversos d) Iniciar SMX/TMP IV 10mg/kd/dia de trimetoprim – opção ok, dose ok e) Iniciar linezolida 600mg 12/12h – custo elevado, interação com diversos psicotrópicos Con-nuação caso 3 • • • • • Foi prescrito sulfametoxazol + trimetoprim (400 + 80) – 2 ampolas EV de 8/8 horas. Após 28 dias de an-bio-coterapia venosa, recebeu alta com sulfametoxazol + trimetoprim (800 + 160) – 1 comprimido de 12/12 horas. Evoluiu com febre e retornou ao hospital exame |sico revelava deformidade em pé E, com ulceração em calcâneo medindo cerca de 4 x 2.5 cm, com saída de secreção amarelada. Ressonância magné-ca de pé E, realizada em 12/12/2011, ainda com aspecto de osteomielite associada a coleção em partes moles e trajeto fistuloso. • Conduta: a) Reiniciar SMX/TMP IV nas doses anteriores b) Suspender ATB e fazer nova lavagem c) Suspender ATB e fazer desbridamento cirúrgico extenso com sequestrectomia d) Coletar novos espécimes de osso para cultura e) Iniciar SMX/TMP IV 10mg/Kg/dia de trimetoprim f) C, D e E estão corretas Osteomielite Slide gen-lmente cedido pela Dra. Denise Marangoni Slide gen-lmente cedido pela Dra. Denise Marangoni Difusão óssea dos an-bió-cos *Vancomicina; Teicoplanina>30% **2a e 3a G; 1a G <15% ***aminopenicilinas e penicilinas; ureidopenicilinas 15-‐30% La Presse Médicale (1999)28;2265 Clin Pharmacokinet 2009; 48 (2): 89-‐124 Difusão óssea dos an-bió-cos *Vancomicina; Teicoplanina>30% **2a e 3a G; 1a G <15% ***aminopenicilinas e penicilinas; ureidopenicilinas 15-‐30% La Presse Médicale (1999)28;2265 Clin Pharmacokinet 2009; 48 (2): 89-‐124 Difusão óssea dos an-bió-cos *Vancomicina; Teicoplanina>30% **2a e 3a G; 1a G <15% ***aminopenicilinas e penicilinas; ureidopenicilinas 15-‐30% La Presse Médicale (1999)28;2265 Clin Pharmacokinet 2009; 48 (2): 89-‐124 Tratamento de infecções por MRSA baseado no TSA • Artrite/Osteomielite: – 1a : SMX-TMP (B-II) – 2a : Vancomicina (B-II) – Opção: tigeciclina ou linezolida (B-II) ou daptomicina (B-II) • Infecção de pele e partes moles: – 1a : SMX-TMP – 2a : vancomicina ou teicoplanina – Opções: tigeciclina ou linezolida Cadena, et al AAC, Dec. 2011, p. 5430–5432 MRSA Treatment Guidelines – Liu et al, CID 2011:52 (1 February) 285 - 292 Slide gen-lmente cedido pela Dra. Debora Otero Caso clínico 4 • • • • • • • • a) b) c) d) Sexo masc., 8 anos, com febre e sinais flogís-cos em região de bíceps E Nega trauma anterior. Radiografia ob-da 2 dias após início dos sintomas era normal Leucócitos de 10.000/mm3 PCR=106mg/L A criança foi hospitalizada. A ressonância magné-ca mostrou enorme edema ao redor do úmero proximal. Conduta? Iniciar tratamento empirico para celulite com drogas IV Coletar hemoculturas e iniciar tratamento empirico para osteomielite aguda Fazer desbridamento osseo extenso Iniciar tratamento empirico com drogas VO Peltola, H e Paakkonen, M. N Engl J Med 2014;370:352-‐60. Con-nuação caso clínico 4 • Foi diagnos-cada osteomielite aguda hematogênica • Foram coletados hemocultura e espécime do osso (biopsia) • Foi iniciada clindamicina IV + cefuroxima para tratamento de pneumonia. • A condição da criança deteriorou durante 2 dias, e então ele começou a se recuperar. • MSSA sensível a clindamicina cresceu a par-r de culturas de osso e sangue. Peltola, H e Paakkonen, M. N Engl J Med 2014;370:352-‐60. Slide gen-lmente cedido pela Dra. Denise Marangoni Slide gen-lmente cedido pela Dra. Denise Marangoni Papel da cirurgia na osteomielite aguda em crianças • Necessidade, momento e extensão de intervenção cirúrgica, com exceção da biópsia permanecem sem resposta. • O tratamento conservador é eficaz em cerca de 90% dos casos de osteomielite aguda , se for diagnos-cada no início do curso da doença. • Desbridamento agressivo: – casos de MRSA de dificil tratamento – abcessos nos casos de osteomielite subaguda ou crônica (abscesso de Brodie) Peltola, H e Paakkonen, M. N Engl J Med 2014;370:352-‐60. Caso clínico 5 D.S.C., 71 anos, masc., sem comorbidades Gonoartrose + varo à E ATJ primária E em 26/08/2013 Em 29/8/13: dor+deiscência de sutura +secreção amarelada • Internação: 9/9/13, estável, afebril, com sinais flogís-cos em joelho E • • • • Caso 5. Qual a conduta mais adequada? a) Aspirar o líquido sinovial e enviar para exames inespecíficos, Gram e cultura? b) Levar imediatamente para o centro cirúrgico e realizar D+R c) Levar imediatamente para o centro cirúrgico e realizar a troca em um tempo d) Levar imediatamente para o centro cirúrgico e re-rar a prótese e colocar espaçador e) Levar imediatamente para o centro cirúrgico e re-rar a prótese e colocar fixador externo Patogênese das infecções associadas a prótese ar-cular • Contaminação direta do biomaterial ou tecidos adjacentes – Principal mecanismo fisiopatogênico – Fonte de MO: • Pele do paciente • Bacterias aerossolizadas durante cirurgia, provenientes dos profissionais ou objetos da sala de cirurgia • Contaminação pela disseminação a par-r de infecção superficial (pp casos de deiscência de sutura) • Hematogênica – ½ dos casos: S. aureus – 34% dos pacientes portadores de prótese ar-cular que apresentam bacteremia por S. aureus evoluem com infecção da prótese. – Mais comum em prótese de joelho do que quadril? Goldenberg DL et al., 2009 UTD JGE Hendriks et al. Biomaterials 25 (2004) 545-556 Zimmerli W. et al., NEJM 2004; 351:1645 Murdoch DR et al. CID 2001; 32:647 Lora-Tamayo J et. al., CID 2013;56(2):182–94 Classificação Zimmerli Tsukayama tempo de instalação apresentação clínica Precoce: <3 meses Infecção aguda (até 30 dias) Intermediária: 3 a 24 meses Tardia: > 24 meses Infecção hematogenica (>30, início abrupto) Infecção crônica tardia (>30dias, início insidioso) Cultura introperatória positiva Zimmerli W. et al., NEJM 2004; 351:1645 Tsukayama D. et al., Am J Bone Joint Surg 2003;85A-S1:75-80 Manifestação Precoce Intermediário Tempo após prótese <3 meses Patogênese Exógeno >3 meses e <2 anos Exógeno/Hematogênico Microorganismos S. aureus e BGN P. acnes e SCN/ Abrupto Insidioso/Abrupto Início dos sintomas Tratamento D+R Tardio >2 anos Hematogênico S. aureus e BGN S. aureus e BGN Troca em 1 ou dois tempos/D+R Abrupto D+R/troca em 1 ou dois tempos A presença de material sinté-co: • Diminui o inóculo necessário para o estabelecimento de infecção por S. aureus: >105 → 102 UFC • Altera função de neutrófilos • Permite a formação do biofilme Zimmerli et al., JID 1982; 146:487 Goldenberg DL et al., 2009 UTD Biofilme • Protege as bactérias da ação do sistema imune e dos an-microbianos e dificulta o diagnós-co • Maior resistência bacteriana (100 a 1000x comparado com a forma planctônica)→ falha e recidiva pós Yo A Trampuz, W Zimmerli. Injury, Int. J. Care Injured (2006) 37, S59—S66 JGE Hendriks et al. Biomaterials 25 (2004) 545-556 Tratamento de infecção pós artroplas-as • Ideal: cirúrgico + an-bio-coterapia • Modalidades cirúrgicas: – Desbridamento com manutenção da prótese • Com ou sem troca de componentes móveis – Revisão em 1 tempo – Revisão em 2 tempos • Com ou sem espaçador – Artrodese – Amputação • An-bio-coterapia supressiva isolada: casos raros em que a cirurgia está contraindicada ou o paciente recusa cirurgia Goldenberg DL et al., 2009 UTD Zimmerli W. et al., NEJM 2004; 351:1645 Fatores que influenciam a escolha do tratamento • Caracterís-ca do implante (primária vs. revisão; normal ou não convencional; ar-culação; fixo ou solto) • Data da cirurgia original • Duração e caracterís-cas dos sinais e sintomas • Imunodepressão e outras comorbidades • Historia de infecção em outras ar-culações, pp a atualmente acome-da • Condições de pele e partes moles • Presença de infecções a distância • Expecta-va de função da ar-culação • Caracterís-cas do microorganismo • Historia de alergia e outras contra-‐indicações aos ATB • Desejo do paciente Parvazi et al. J Bone Joint Surg Am 2012;94:e104(1-‐9) Tipos de espaçador ar-cular • • • • Espaçador em bloco (não ar-culado) Prótese temporária Espaçadores moldados durante cirurgia Espaçadores pré-‐moldados (PROSTALAC®, SpacerK®) Espaçador não ar-culado Chiang E et al. Acta Orthopaedica 2011; 82 (4): 460–464 Espaçador ar-culado moldado durante cirurgia Chiang E et al. Acta Orthopaedica 2011; 82 (4): 460–464 Espaçador ar-culado pré-‐fabricado Algorritmo para tratamento das IPA’s precoce e hematogênica Zimmerli et al. NEJM 2004;351:1645-‐54 Algorritmo para tratamento das IPA’s precoce e hematogênica Zimmerli et al. NEJM 2004;351:1645-‐54 Algorritmo para tratamento das IPA’s precoce e hematogênica Zimmerli et al. NEJM 2004;351:1645-‐54 Algorritmo para tratamento das IPA’s que não qualificam para D+R Zimmerli et al. NEJM 2004;351:1645-‐54 Con-nuação caso 5 • 10/9/2013: D+R com troca do componente de polie-leno • Iniciado esquema empírico com vancomicina +amicacina+pip/tazo • Cultura: 6/6 + S. aureus R só a penicilina 2/6 + K. oxytoca R só a ampicilina Caso 5. Qual o melhor esquema terapêu-co? a) Oxacilina + ciprofloxacino b) Oxacilina + ciprofloxacino + rifampicina c) Levofloxacino monoterapia d) Levofloxacino + rifampicina e) Daptomicina + ciprofloxacino NUNCA USAR RIFAMPICINA EM MONOTERAPIA: RAPIDA EMERGENCIA DE RESISTENCIA Slide gen-lmente cedido pela Dra. Ianick Mar-ns JAMA 1998;279(9):1537-‐1541 Rifampicina – PK e efeitos adversos • Boa absorção por via oral, meia vida prolongada, penetração intracelular – Uso em dose intermitente para tratamento de micobacterioses • Coloração avermelhada de urina, fezes, suor, lágrima e saliva • Forte indutora de enzimas do sistema CYP450 – Redução do nível sérico de hipoglicemiantes orais, cor-costeróides, diazepam, an-concepcionais, an-retrovirais, etc. • Toxicidade hepá-ca – Geralmente a par-r da 3ª semana – alteração de enzimas hepa-cas (20 a 30%); toxicidade clínica menos frequente • Outros EA: intolerancia TGI, toxicidade neurológica, hemolise, mielotoxicidade, hipersensibilidade, pancrea-te, nefrite inters-cial • Teratogenico em animais – contraindicada para gestantes. Con-nuação caso 5 • Trocado esquema para oxacilina + ciprofloxacino + rifampicina em 14/9/13 • 15/9/13: FO hiperemiada com saída de secreção • Evoluiu com IRA após 4 dias de esquema empírico -‐ HD • 18/09/13: re-rada da prótese + espaçador cimento com vancomicina+gentamicina – Cultura: 1/7 (secreção) + MSSA Con-nuação caso 5 • Piora da função renal em vigência de oxa + cipro. Trocado cipro por ertapenem em 28/9/13 • 7/10/13: troca de espaçador+desbridamento • 18/10/13: rash cutâneo atribuído à oxacilina. Suspensa e trocada por clindamicina. • HD até 20/10. • 04/11/13: FO cicatrizada porém paciente com anemia importante e sinais de desnutrição; sugerido 2º tempo após o-mização clínica. Con-nuação caso 5 • 27/11/13: 2º tempo (prótese defini-va, 6 semanas após úl-mo desbridamento cirúrgico) • 7/7 fragmentos nega-vos • Em uso de clindamicina+ertapenem +rifampicina Caso 5. Qual a conduta? a) Suspender an-bió-cos b) Manter clindamicina+ertapenem IV+ RMP até completar 6 meses de ATBterapia a par-r de qual data: 1. Re-rada da prótese 2. Úl-mo desbridamento antes da conversão c) Manter clindamicina + RMP por até completar 6 meses e suspender ertapenem d) Trocar esquema por levofloxacino + rifampicina e manter até completar 6 meses. Con-nuação caso 5 • Após normalização da função renal foi tentada reintrodução de quinolona, com sucesso • Alta em 13/1/14 com levofloxacino+rifampicina • Em 20/3/14: não havia retornado para consulta; por telefone nora afirma que o paciente está em casa, deambulando, com FO seca. • Até o dia 14/10/2014 o paciente não havia apresentado sinais de recidiva da infecção. Tratamento de infecção pós artroplas-a por Staphylococcus sp. -‐ material de síntese presente • Duas a 6 semanas de ATB IV • Completar tratamento com terapia em combinação com rifampicina 300-‐450 mg por via oral duas vezes por dia até completar 3 meses (C-‐III). • Drogas VO recomendadas para associar à rifampicina incluem ciprofloxacina (A-‐I) ou levofloxacina (A-‐II). • Alterna-vas dependem de suscep-bilidade in vitro, alergias, intolerâncias: – co-‐trimoxazol (A-‐II) – minociclina ou doxiciclina (B-‐III) – cefalosporinas de primeira geração (por exemplo, cefalexina) ou an-estafilocócica penicilinas (por exemplo, dicloxacilina, C-‐III). Osmon et al. Diagnosis and Management of Prosthe-c Joint Infec-on: Clinical Prac-ce Guidelines by the Infec-ous Diseases Society of America. CID 2013;56(1):e1–25 Osmon et al. Diagnosis and Management of Prosthe-c Joint Infec-on: Clinical Prac-ce Guidelines by the Infec-ous Diseases Society of America. CID 2013;56(1):e1–25 Caso clínico 6 • Mulher, 23 anos, hipo-reoidismo e depressão leve • Osteocondrite dissecante desde 2004, múl-plos procedimentos cirúrgicos em ambos os joelhos. Historia de fixação de fragmento ósseo com parafuso intraar-cular em joelho E há 2 anos. • Em 12/9/14: cirurgia para re-rada de corpo livre em joelho E • Em 25/9/14: dor + saída de secreção purulenta pela FO; febre não aferida • Conduta: a) Artrocentese diagnós-ca b) Irrigação ar-cular à beira do leito c) Lavagem ar-cular + Desbridamento aberto d) Inicio de an-bió-co empírico e) Expectante Slide gen-lmente cedido pela Dra. Denise Marangoni Slide gen-lmente cedido pela Dra. Denise Marangoni Slide gen-lmente cedido pela Dra. Denise Marangoni Slide gen-lmente cedido pela Dra. Denise Marangoni Slide gen-lmente cedido pela Dra. Denise Marangoni Slide gen-lmente cedido pela Dra. Denise Marangoni Líquido ar-cular • A reação inflamatória é menor nas próteses infectadas do que nas artrites em ar-culações na-vas – Na-va: • Geralmente purulento • 50.000 a 150.000 leucócitos/μl com predomínio de neutrófilos (>90%) – Prótese: • Turvo (“cloudy”) em 38% de casos de infecção comprovada • Em pacientes sem dç inflamatória ar-cular de base: – >1.700 leuc/μl e >65% neutrófilos – ATJ – >4.200 leuc/μl e >80% neutrófilos – ATQ • No período pós-‐op imediato (até 6 sem): – 27.800 leuc/μl e >89% neutrófilos -‐ ATJ CPh: <6 sem - >10.000 leuc/mcl e >90% PMN >6 sem - >3.000 leuc/mcl e >80% PMN - Ajustar pelo hemograma - Próteses metal-metal: contar manualmente Trampuz A et al., Am J Med 2004; 117:556 Zimmerli W. et al., NEJM 2004; 351:1645 Schinsky MF et al., J Bone Joint Surg Am 2008;90:1869-75 Bedair H et al. Clin Orthop Relat Res. 2011;469(1):34-40 Líquido ar-cular • • Gram: sens 26% esp 97% -‐ ↓ VPN e ↑VPP Cultura é geralmente posi-va nas infecções agudas – menor u-lidade em infecções subagudas (di|cil obtenção; ↑FN e FP) – acurácia diagnós-co infecção ATJ>ATQ – injetar em frascos de hemocultura (anaeróbico e pediátrico – 1 a 3ml) • Pode ser colhido pre-‐op ou intra-‐op Trampuz A et al., Am J Med 2004; 117:556 Zimmerli W. et al., NEJM 2004; 351:1645 Ali F et al.The Journal of Arthroplasty Vol. 21 No. 2 2006 Cont. caso 6 • Foi realizada artrocentese diagnos-ca com saída de liquido francamente purulento e com cultura posi-va para S. aureus mul-ssensivel (até a pen G) • No dia seguinte realizada lavagem ar-cular no centro cirurgico, com sinovectomia ampla e coleta de liquido e frag tecido para cultura (mesmo agente) • Foi iniciado empiricamente vancomicina +ciprofloxacino apos a cirurgia • Conduta? Caso clinico 6 • Trocado esquema para oxacilina + rifampicina (presença de parafuso ar-cular) • Evoluiu com náuseas e vomitos incoerciveis. Função hepa-ca e pancrea-ca normal. Proteção de mucosa gastrica plena. • Conduta? Caso 6 -‐ cont • Trocado esquema para daptomicina até melhora dos sintomas e recuperação de albumina e hemoglobina • Reintrodução de RMP posteriormente, com boa tolerancia • Troca de daptomicina por levofloxacino IV (D16 atb total) • Aguardando completar 21 dias e redução de PCR para alta com ATB VO Artrite sep-ca – tempo de tratamento • 4 a 6 semanas, sendo 2 a 3 IV • Troca para VO na dependencia da resposta clinica e disponibilidade de droga com boa biodisponibilidade e penetração • Mul-plas abordagens cirurgicas podem ser necessárias